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FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina Patrícia Francisca Ramos AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO EM ADOLESCENTES DAESCOLA ESTADUAL ALTINA DE PAULA GUIMARÃES. PARACATU/MG Paracatu 2012

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FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina

Patrícia Francisca Ramos

AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO EM ADOLESCENTES DAESCOLA ESTADUAL ALTINA DE PAULA GUIMARÃES.

PARACATU/MG

Paracatu 2012

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Patrícia Francisca Ramos

AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO EM ADOLESCENTES DA

ESCOLA ESTADUAL ALTINA DE PAULA GUIMARÃES. PARACATU/MG

Monografia apresentada à Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Biomedicina. Orientador Metodológico: Geraldo Benedito Batista de Oliveira. Orientador(a) Temático: MSc. Cláudia Peres da Silva

Paracatu 2012

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Ramos, Patrícia Francisca R175a Avaliação do Perfil Lipídico em Adolescentes da Escola Estadual

Altina de Paula Guimarães. Paracatu/MG. / Patrícia Francisca Ramos. Paracatu, 2012.

60f. Orientador: Cláudia Peres da Silva Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Bacharel

em Biomedicina.

1. Perfil Lipídico. 2. Doenças Cardiovasculares 3. Adolescentes. I. Silva, Cláudia Peres da. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU: 616.12-008-053.2'6

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Patrícia Francisca Ramos

AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO EM ADOLESCENTES DA ESCOLA ESTADUAL ALTINA DE PAULA GUIMARÃES. PARACATU/MG

Monografia apresentada ao curso de Biomedicina Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Biomedicina.

_______________________________________________________ MSc. Cláudia Peres da Silva - Faculdade TECSOMA

Coordenadora e Orientadora Temática

______________________________________________________ Geraldo Benedito Batista de Oliveira- Faculdade TECSOMA

Orientador Metodológico

_____________________________________________________ MSc. Márden Estêvão Mattos Júnior – Faculdade TECSOMA

Professor Convidado

Paracatu, 20 de junho de 2012.

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Dedico ao meu pai in memoriam, a

minha mãe e irmãos, pelo carinho, incentivo e

dedicação.

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AGRADECIMENTO

Primeiramente a Deus por ter me concedido essa oportunidade em

fazer uma graduação e sabedoria de poder estar terminando este curso.

Ao meu pai Rui (in memoriam) que onde estiver tenho certeza que esta

torcendo por essa vitória em minha vida,a minha mãe Vera Lúcia pelo

investimento, carinho, amizade e compreensão por me dar a força que preciso

para terminar essa batalha, aos meus irmãos Letícia, Vinício, Fabrício e aos

familiares.

As minhas amigas Débora Andrade e a Rayanny Márcia pelo esforço

em sempre estar ajudando, a Adriana Ramalho, Luanne e Leilson por terem me

acolhido durante esses meses e em especial as amigas de república Jaqueline,

Lilia, Kerollen e Taíze por todos esses anos de convivência e paciência, meus

sinceros agradecimentos.

Ao Sílvio Eufrásio meu namorado pela paciência, colaboração e

compreensão com os meus momentos de ausência e estresse.

Aos professores que, sem dúvida, contribuíram e muito para a minha

formação acadêmica e pessoal.

À minha orientadora, Cláudia Peres da Silva, pelas dicas que tanto

facilitaram a construção deste trabalho.

Aos alunos do terceiro ano da Escola Estadual Altina de Paula

Guimarães, por participarem da pesquisa e a diretora Izabel do Carmo Alves

Oliveira pelo apoio.

Aos meus colegas de turma pelas agradáveis lembranças que serão

eternamente guardadas, muito obrigada.

Ao laboratório Santa Lúcia em especial a Dra. Mara Cristina Aranha

Fernandes pela ajuda nas coletas.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização desse

trabalho.

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“Faça a sua parte e não se preocupe com os outros. Acredite que Deus também fala com eles, e que estão tão empenhados quanto você em descobrir o sentido desta vida.”(COELHO, 2011).

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RESUMO

O colesterol é um lipídio esterol de suma importante para todos os tecidos do

corpo, é o componente principal de todas as membranas celulares em

mamíferos, com exceção daquelas nas células vermelhas do sangue.

Antigamente o colesterol sanguíneo era conhecido somente como colesterol

total, atualmente é mais significativo determinar tanto o colesterol total como as

suas frações. As duas frações rotineiramente medidas são o colesterol HDL

(Lipoproteína de Alta Densidade) e o colesterol LDL (Lipoproteína de Baixa

Densidade). As principais partes do corpo que localizamos os lipídios são o

plasma, tecido adiposo e membranas biológicas. O objetivo deste estudo foi

avaliar o perfil lipídico dos adolescentes matriculados no 3º ano do ensino

médio da Escola Estadual Altina de Paula Guimarães no município de

Paracatu/MG. Os adolescentes responderam a um questionário e participaram

de uma coleta para realização das dosagens dos exames de colesterol total,

HDL, LDL e triglicérides. Após apuração dos dados e resultado dos exames,

constatou-se que 67% dos adolescentes nunca fizeram a dosagem do perfil

lipídico e 67% dos adolescentes não tem conhecimento sobre a importância em

estar dosando o perfil lipídico. Dos alunos participantes 11,0% obtiveram

resultados alterados de todos os exames feitos, que foram CT, LDL-C, HDL-C

e TG. Não ocorreu alteração nos exames de LDL-C maior que 130 mg/dL (valor

avaliado como elevado),e que apresentassem ao mesmo tempo uma alteração

no valor de CT. Portanto cada vez mais é necessária à intervenção dos

profissionais da área da saúde visando uma reeducação dos adolescentes

quanto à importância em estar dosando o colesterol e suas frações uma vez

que quanto mais cedo se descobrir alterações nesses exames mais cedo é o

tratamento e consequentemente diminui os riscos de causar uma doença

arterial coronariana como a aterosclerose.

Palavras-chave: Perfil Lipídico. Doenças Cardiovasculares. Adolescentes.

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ABSTRACT

Cholesterol is a sterol lipid extremely important for all body tissues, is the major

component of all cell membranes in mammals, except those in the red blood

cells. Blood cholesterol was formerly known only as total cholesterol, is

currently the most significant determining both total cholesterol and its fractions.

The two fractions are routinely measures HDL cholesterol (High Density

Lipoproteins) and LDL (Low Density Lipoprotein). The main parts of the body

we have located is the plasma lipids, fatty tissue and biological membranes.

The objective of this study was to evaluate the lipid profile of adolescents

enrolledin3rd year high school of the State School Altina Paula Guimarães in

Paracatu/MG. Subjects answered a questionnaire and attended a gathering to

carry out the measurements of tests total cholesterol, HDL, LDL and

triglycerides. After scrutiny of the data and test results, it was found that 67% of

teens have never made a determination of lipids and 67% of teenagers have no

knowledge about the importance of dosing being the lipid profile. 11.0% of the

students had abnormal results of all tests made, which were TC, LDL-C, HDL-C

and TG. There was no change in tests of LDL-C greater than 130 mg/ dL

(assessed value as high), and to provide both a change in the value of CT.

Therefore it is increasingly necessary for the intervention of health professionals

seeking a re-education of adolescents about the importance of being dosing

cholesterol and its fractions because the sooner you discover changes in these

examinations is early treatment and thus reduces the cause a risk of coronary

heart disease such as atherosclerosis.

Keywords: Lipid Profile. Cardiovascular Diseases. Adolescents.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Estrutura do colesterol................................................................. 21

FIGURA 2 – Via de metabolismo do colesterol................................................ 22

FIGURA 3 – Formação da placa aterosclerótica.............................................. 26

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Valores de referência para os lípides de adolescentes de acordo

com a III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da

aterosclerose do departamento de aterosclerose da Sociedade Brasileira de

Cardiologia.........................................................................................................47

TABELA 2- Valores encontrados do CT, LDL-C, HDL-C e de TG dos

adolescentes......................................................................................................47

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Alimentos que devem ser consumidos e alimentos que devem

ser evitados........................................................................................................20

QUADRO 2 – Classificação das dislipidemias...................................................27

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Gênero dos adolescentes .................................................................. 39

GRÁFICO 2 - Faixa etária dos adolescentes ............................................................ 39

GRÁFICO 3 – Relação dos adolescentes que trabalham ......................................... 39

GRÁFICO 4 - Renda dos adolescentes .................................................................... 40

GRÁFICO 5 - Moradia dos adolescentes .................................................................. 40

GRÁFICO 6 - Relação dos adolescentes que possuem alguma patologia ............... 41

GRÁFICO 7 - Relação dos adolescentes que já dosaram o perfil lipídico ................ 41

GRÁFICO 8 - Relação dos adolescentes que fazem ou não dieta............................ 42

GRÁFICO 9 - Relação dos adolescentes que usam ou não medicamentos ............. 43

GRÁFICO 10 - Adolescentes que sabem da importância em dosar o perfil lipídico .. 43

GRÁFICO 11 - Quantas refeições os adolescentes fazem por dia ........................... 44

GRÁFICO 12 - Histórico na família com Doenças Cardiovasculares ........................ 44

GRÁFICO 13- Relação dos Adolescentes que fumam e dos que não fumam .......... 45

GRÁFICO 14 - Quantas vezes os adolescentes fazem exercício ............................. 45

GRÁFICO 15 - Relação dos adolescentes que fizeram o consumo de bebida

alcoólica nas ultima 72 horas .................................................................................... 46

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LISTA DE SIGLAS

CT - Colesterol Total

DAC - Doença Arterial Coronariana

DAs –Doenças Ateroscleróticas

DM - Diabetes Mellitus

ESF - Estratégia de Saúde da Família

FR - Fatores de Risco

HDL-C - Colesterol da Lipoproteína de Alta Densidade

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDL - Lipoproteínas de densidade intermédiaria

LDL-C - Colesterol da Lipoproteína de Baixa Densidade

LES - Lúpus Eritematoso Sistêmico

PL - Perfil Lipídico

SCBD - Segundo Consenso Brasileiro sobre Dislipidemias

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso

TG – Triglicerídeos

VLDL - Lipoproteína de Muito Baixa Densidade

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15 1.1 Justificativa ............................................................................................... 17 1.2 Objetivos ................................................................................................... 18 1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 18 1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................ 18 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ........................................................................... 19 2.1 Os Lipídeos e suas Frações. ................................................................... 19 2.2 Fontes deColesterol..... ............................................................................ 19 2.3 Características Bioquímicas dos Lipídeos ............................................ 21 2.4 Aspectos gerais do Metabolismo Lipídico............................................. 22 2.5 Correlações Alimentares com o Perfil Lipídico..................................... 24 2.6 Patologias Desencadeadas por Alterações do Perfil Lipídico ............ 25 2.6.1 Aterosclerose......................................................................................... 25 2.6.2 Dislipidemias......................................................................................... 26 2.7 Exames Laboratoriais............................................................................... 28 2.7.1Dosagem de Colesterol.......................................................................... 29 2.7.2Dosagem de HDL.................................................................................... 29 2.7.3 Dosagem de Triglicérides..................................................................... 29 2.8 Índices encontrados na literatura........................................................... 30 3 METODOLOGIA ..... ..................................................................................... 32 3.1 Tipos de Estudo ...................................................................................... 32 3.2 Local do Estudo ..................................................................................... 32 3.2.1 Caracterização do município ................................................................ 32 3.2.2 Caracterização da Escola Estadual Altina de Paula Guimarães ...... 32 3.3 Delimitação do público alvo ................................................................... 33 3.4 Instrumento utilizado .............................................................................. 34 3.5 Aspectos éticos ....................................................................................... 34 3.6 Desenvolvimento do estudo .................................................................. 34 4 RESULTADOS E DISCURSSÃO ................................................................. 38 5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 49 5.1 Sugestões ................................................................................................. 49 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 51 APÊNDICE ....................................................................................................... 55

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1INTRODUÇÃO

Atualmente as doenças cardiovasculares estão sendo consideradas

como principais causas de morte no Brasil, e também em outros países

desenvolvidos, destacando principalmente a aterosclerose. (KERBER;

ANTUNES; CAVALETT, 2010).

Para Kerber, Antunes e Cavalett (2010, p.231) “a aterosclerose é uma

doença inflamatória crônica, que inicia na primeira década de vida, e possui um

longo período assintomático, caracterizado por disfunção endotelial, processo

inflamatório e obstrução progressiva da luz arterial por placas de ateroma e

trombos”.

Existem múltiplos fatores de risco (FR) para o desenvolvimento da

doença arterial coronariana (DAC); sendo que alguns não podem sofrer

alteração, como, por exemplo, fatores hereditários e idade avançada. “No

entanto, existem fatores que podemos mudar, prevenir e tratar, como o

tabagismo, as dislipidemias, a pressão arterial elevada, a falta de atividade

física, a obesidade, o estresse e o diabetes.”(KERBER; ANTUNES;

CAVALETT, 2010, p.231).

De acordo com Silva e outros (2007), o processo de formação da placa

aterosclerótica começa ainda na infância progredindo com lentidão até a vida

adulta, e nessa fase adulta que começa as manifestações clínicas da doença,

verificando-se um longo período assintomático, ou seja, durante a adolescência

quase não se terá manifestações clínicas da doença dificultando um

diagnóstico precoce.

Segundo Scherr, Magalhães e Malheiros (2007, p. 73):

É tendência mundial investigar e prevenir, corrigindo os fatores de risco o quanto antes, pois está comprovado que a aterosclerose começa na infância e poderia ser postergada se detectada precocemente. Por isso, em muitos países a preocupação com a alimentação tem início a partir dos dois anos de idade.

Conforme Bogalusa Heart Study citado por Scherr, Magalhães e

Malheiros (2007, p.73-74), “cerca de 50% das crianças com um ano de idade

têm lesões ateromatosas na aorta; e a partir dos 10 anos, 100% delas

apresentam estrias gordurosas na aorta e no leito coronário, correlacionadas

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aos níveis séricos de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-

colesterol)”.

Para Faria; Dalpino e Takata (2008), “as dislipidemias são os fatores de

risco mais importantes para o desenvolvimento da aterosclerose e de suas

complicações e têm sido objeto de estudos em crianças e adolescentes.” Isso

tudo porque cada vez mais as pesquisas vêm demostrando que à taxa de

prevalência é encontrada nesta faixa etária entre dois a 19 anos.

Através da avaliação laboratorial do perfil lipídico, que é composto

pelas concentrações séricas de colesterol total (CT), colesterol da lipoproteína

de alta densidade (HDL-C), de colesterol da lipoproteína de baixa densidade

(LDL-C) e de triglicerídeos (TG) pode-se determinar a dislipidemia. (KERBER;

ANTUNES; CAVALETT, 2010).

Portanto, a importância das alterações do perfil lipídico no

desenvolvimento da aterosclerose é um fator de risco que deve ser prevenido e

ou tratado desde a infância e adolescência, sendo de suma importância que

aconteçam estudos em populações específicas que visam o esclarecimento

sobre os FR envolvidos e também de medidas preventivas e educativas.

(KERBER; ANTUNES; CAVALETT, 2010).

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1.1 Justificativa

As dislipidemias estão diretamente ligadas a fatores de risco das

doenças ateroscleróticas (DAs) que são consideradas como uma das principais

causas de mortes em adultos, isso porque não se houve uma monitorização

durante a adolescência.(SEKI et al., 2001, p.247).

Vários estudos anatomopatológicos têm demonstrado a presença de

lesões iniciais da aterosclerose na parede arterial de indivíduos já no seu

primeiro ano de vida. (GIULIANO et al, 2005, p.86).

O Segundo Consenso Brasileiro sobre Dislipidemias (SCBD) aconselhou

o monitoramento seletivo do perfil lipídico (PL) em crianças e jovens até 19

anos, sendo importante ter cuidados com coleta de material, valores de

referência, controle de qualidade, confirmação de resultados limítrofes ou

alterados e tratamentos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA apud

SEKI et al., 2001, p.247).

Considerando o exposto é fundamental se ter uma investigação das

concentrações séricas do colesterol ainda na adolescência, pois assim

possibilitará ao indivíduo se tratar e evitar futuras patologias como

aterosclerose.

Estudos nacionais, como o de Kerber e outros (2010), evidenciaram que

a presença de FR na infância e adolescência, se não prevenidos e/ou tratados,

tendem a persistirem na vida adulta.

O resultado desse trabalho poderá servir de estímulo à prevenção e

combate de dislipidemias, contribuindo para uma possível melhora no estilo de

vida dos adolescentes a fim de que se tornem adultos fora dos grupos de risco.

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1.2 Objetivo

1.2.1Objetivo Geral

Avaliar o perfil lipídico dos adolescentes matriculados no 3º ano do

ensino médio da Escola Estadual Altina de Paula Guimarães no

município de Paracatu/MG

1.2.2 Objetivos Específicos

Dosar o colesterol total, HDL, LDL, e triglicérides dos adolescentes

matriculados no 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Altina de

Paula Guimarães no município de Paracatu/MG.

Investigar através de um questionário o perfil socioeconômico, cultural e

comportamental dos adolescentes para saber se existe alguma relação

para a não determinação do colesterol.

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2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 Os Lipídeos e suas Frações

O colesterol é um lipídio esterol sendo um elemento importante para

todos os tecidos do corpo. O colesterol é o componente principal de todas as

membranas celulares em mamíferos, com exceção daquelas nas células

vermelhas do sangue. (ESTRIDGE, 2011).

Antigamente o colesterol sanguíneo era conhecido somente como

colesterol total. Atualmente é mais significativo determinar tanto o colesterol

total como as suas frações. As duas frações rotineiramente medidas são o

colesterol HDL (Lipoproteína de Alta Densidade) e o colesterol LDL

(Lipoproteína de Baixa Densidade).(ESTRIDGE, 2011).

Os lipídios podem ser localizados principalmente em três partes do

corpo, sendo eles, o plasma, tecido adiposo e membranas biológicas.

(DOMINICZAK; WALLACE, 2010).

2.2 Fontes de Colesterol

O Colesterol (Figura 1) contém duas fontes principais. Alguns tecidos do

corpo, especialmente o fígado, sintetizam colesterol, sendo este chamado

colesterol endógeno comandado pelo controle genético. (ESTRIDGE, 2011).

As gorduras que se depositam no fígado são metabolizadas em vários

componentes lipídicos, reesterificadas como colesteril éster e triglicérides, e

armazenadas em hepatócitos ou exportadas como lipoproteínas. O fígado é

responsável por produz à lipoproteína rica em triglicerídeos, VLDL.

(SEMENKOVICH, 2009).

“Os produtos animais, compostos por quantidades substanciais de

colesterol e triglicerídeos, são consumidos regularmente pela maioria das

pessoas.” (SEMENKOVICH, 2009, p.1780).

Toda pessoa consome pelo menos um pouco de colesterol, por no

mínimo que for mais consomem, e é este colesterol da dieta que é chamado

de colesterol exógeno sendo encontrado em gorduras de animais e ovos

(Quadro 1). As pessoas que fazem uma alimentação rica em gorduras podem

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com o tempo desenvolver um nível elevado e perigoso de colesterol no

sangue. (ESTRIDGE, 2011).

Quadro 1 – Alimentos que devem ser consumidos e alimentos que devem ser evitados

(continua)

Para reduzir ingestão de

colesterol, deve-se diminuir o

consumo de alimentos de origem

animal.

Vísceras, leite integral e seus

derivados, embutidos, frios, pele de

aves e frutos do mar (camarão, ostra,

marisco, polvo, lagosta).

Para diminuir os ácidos graxos

saturados, aconselha-se a redução

da ingestão de gordura animal.

Carnes gordurosas, leite e derivados,

polpa e leite de coco e de alguns óleos

vegetais, como os de dendê.

Alimentos que promovem redução

dos triglicérides plasmáticos pela

diminuição da síntese hepática de

VLDL.

Alimentos que contém ácidos graxos

ômega-3 respectivamente nos

vegetais (soja, canola e linhaça) e em

peixes de águas frias (cavala,

sardinha, salmão, arenque).

Os ácidos graxos trans aumentam

o LDL-c, reduzem o HDL-c e

aumentam os TG.

A principal fonte de ácidos graxos

trans na dieta é a gordura vegetal

hidrogenada, utilizada no preparo de

sorvetes cremosos, chocolates, pães

recheados, molhos para salada,

sobremesas cremosas, biscoitos

recheados, alimentos com

consistência crocante (nuggets,

croissants, tortas), bolos

industrializados, margarinas duras e

alguns alimentos produzidos em redes

de “fast-foods”.

Os ácidos graxos

monoinsaturados (oléico) que não

diminui o HDL-C.

Óleo de oliva, óleo de canola,

azeitona, abacate e oleaginosas

(amendoim, castanhas, nozes).

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21

(conclusão)

Fibras reduzem o tempo de

trânsito gastrointestinal e a

absorção enteral do colesterol.

Farelo de aveia, pectina (frutas),

gomas aveia, cevada e leguminosas

como feijão, grão de bico, lentilha e

ervilha.

Reduzir o colesterol plasmático Proteína da soja (25 gramas /dia).

Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007.

2.3 Características Bioquímicas dos Lipídeos

Figura 1 – Estrutura do colesterol

Fonte: SOUZA, 2012.

O colesterol é um elemento importante para as membranas celulares

dos mamíferos. É o percussor de compostos ativos biologicamente

importantes, como os ácidos biliares, hormônios esteroides e vitamina D. o

controle do colesterol é importante na etiologia da aterosclerose e ele é o

principal item das pedras na vesícula. (DOMINICZAK; WALLACE, 2010).

Os seres humanos produzem 1g de colesterol por cada dia,

especialmente no fígado. A taxa de produção de colesterol endógeno e

consumo pela dieta decidem sua quantidade no plasma. O ocidente se tem um

consumo diariamente de 500mg de colesterol, entre os alimentos se encontra a

carne, ovos e produtos do leite. Destes, 30-60% são absorvidos no intestino

quando os mesmos são passados ele. Depois de absorvido no intestino, o

colesterol será carreado para o fígado e para os tecidos periféricos como um

membro das partículas de lipoproteína, os quilomícrons. Os mesmos serão

absorvidos pelo fígado e depois o próprio fígado reempacota o colesterol

(Figura 2)e os triglicérides em outras lipoproteínas menores as lipoproteínas de

muito baixa densidade (VLDL). (DOMINICZAK; WALLACE, 2010).

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22

Figura 2 – Via de metabolismo do colesterol

Fonte: SANTOS, 2009.

Há quatro grupos principais de lipoproteínas, conhecidas também como

frações do colesterol que são os quilomícrons responsáveis em transportar os

triglicérides da dieta do intestino para os tecidos periféricos. As VLDL irão

transportar os ácidos graxos do fígado para a periferia, na medida em que

perde ácidos graxos, vai se transformando em IDL, que ou é internalizada no

fígado ou transformada em LDL. LDL possui muito colesterol e resulta do

metabolismo das VLDL, por fim a HDL, que também possui muito colesterol, no

entanto sua função é retirar o colesterol dos tecidos e metabolizar outras

lipoproteínas. (POZZA; MOSSI, 2010).

2.4 Aspectos gerais do Metabolismo Lipídico

Do ponto de vista fisiológico e clínico para o ser humano, os lípides

biologicamente mais relevantes são os fosfolípides, o colesterol, os triglicérides

(TG) e os ácidos graxos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,

2007).

Os fosfolípides formam a estrutura básica das membranas celulares,

portanto são importantes para manter a integridade das membranas celulares.

O colesterol é de suma importância para o organismo, por ser o precursor dos

hormônios esteróides, da vitamina D e dos ácidos biliares, além de ajudar na

formação e função das membranas celulares atuando na fluidez destas e na

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ativação de enzimas que ficam nesse local. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2007).

Os triglicerídeos são a forma mais comum de gordura no corpo, e

também envolvem a maior porção de gorduras na dieta. Qualquer caloria a

mais que o corpo consome será convertida em triglicérides. A molécula de

triglicérides é constituída por três cadeias de ácidos graxos assentados com

uma molécula de glicerol. Os triglicerídeos são uma forma de armazenamento

de energia encontrada no tecido adiposo e no músculo. Entre os intervalos das

refeições, eles são gradativamente liberados e metabolizados em respostas às

necessidades de energia do corpo. (ESTRIDGE, 2011).

Tanto o colesterol como os triglicerídeos são diariamente consumidos

na dieta e não são necessariamente hidrossolúveis. O princípio de transporte

de lipídios evolui pela simples obrigação de deslocar essas gorduras de um

lugar a outro através do ambiente aquoso. (SEMENKOVICH, 2009).

Os ácidos graxos podem ser classificados como saturados, mono ou polinsaturados de acordo com o número de ligações duplas na sua cadeia. Os ácidos graxos saturados mais freqüentemente presentes em nossa alimentação são: láurico, mirístico, palmítico e esteárico. Entre os monoinsaturados, o mais freqüente é o ácido oléico. Quanto aos polinsaturados, podem ser classificados como ômega-3 (eicosapentaenóico, docosahexaenóico e linolênico), ou ômega-6

(linolêico). (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007, p. 3).

Os estoques de energia no organismo são regulados pela ingestão e

pelo gasto energético. Quando há equilíbrio entre a ingestão e o gasto

energético, o peso corporal é mantido. Um pequeno balanço positivo acarreta

em pouco incremento de peso, mas o desequilíbrio crônico entre a ingestão e o

gasto levará à obesidade ao longo do tempo. (MÜLLER, 2007).

Os lipídios derivados da dieta são conduzidos no organismo sob forma

de partículas nomeadas lipoproteínas. “As lipoproteínas solubilizam os lipídios

no plasma e regulam o movimento destes em sua entrada e saída de células-

alvo e tecidos específicos.” (MÜLLER, 2007).

O HDL são lipoproteínas protetoras, pois realiza o transporte do colesterol reverso, o processo pelo qual o colesterol em excesso e adquirido das células e transferido para o fígado. O LDL está ligado ao desenvolvimento de lesão aterosclerótica e transporta o colesterol do fígado para os tecidos. Já o Triglicérides é a gordura que pode ser sintetizado pelo nosso organismo, mas é em grande parte originário

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da dieta. Níveis elevados estão associados a doenças

cardiovasculares. (POZZA; MOSSI, 2010, p. 15).

2.5 Correlações Alimentares com o Perfil Lipídico

Através da alimentação temos uma importante proteção à saúde. Com

o consumo exagerado de sal, gorduras, álcool e de açúcares pode-se contribuir

para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares entre outras patologias.

Porém, a ingestão de legumes, vegetais e frutos podem atuar de forma

benéfica no organismo.(LAGO, 2009).

Os hábitos alimentares são aprendidos e desde os primeiros anos de

vida temos a capacidade de desenvolvemos o paladar por preferências de

certos alimentos. O sal, o açúcar e as gorduras acentuam o sabor, mas

também acrescentam calorias e colesterol. Os ácidos graxos ômega 3 que são

encontrados em peixes como bacalhau e salmão e o aumento no consumo de

fibras na alimentação são recomendáveis uma vez que melhora a saúde

cardiovascular pois os peixes diminuem a síntese de VLDL e as fibras

diminuem o colesterol. (FARRELL; NICOTERI, 2005).

Varias pessoas que querem reduzir o nível de colesterol passam a

consumir produtos como margarina e similares que contenham pouca gordura.

Esses alimentos podem conter ácidos graxos trans, e ultimamente estão sendo

pesquisados, pois inda não se sabem ao certo como são metabolizados no

organismo e se podem prejudicar os níveis de colesterol e de triglicerídeos. O

consumidor deve ter mais atenção ao consumir certos produtos e ler as

informações contidas nas embalagens para saber o que esses produtos

contêm. (FARRELL; NICOTERI, 2005).

“As gorduras trans isométricas promovem a redução dos números do

HDLc e elevação dos níveis de CT no sangue. Esse tipo de gordura está

diretamente ligado ao aumento do LDLc.” (LAGO, 2009, p. 06).

A gordura saturada é a principal causa alimentar de aumento do

colesterol plasmático, uma vez que diminui os receptores celulares B-E,

inibindo a remoção plasmática das partículas de LDL-c permitindo, além disso,

um aumento da entrada de colesterol nas partículas de LDL-c. Os ácidos

graxos saturados podem ser encontrados na gordura animal (carnes

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gordurosas, leite integral e derivados), polpa de coco e alguns óleos vegetais

(dendê e coco). (RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002).

“As instituições governamentais também têm responsabilidades na

qualidade da dieta fornecida à população (escolas, hospitais), bem como na

veiculação de propagandas e na regulação da atividade física nas escolas.”

(POZZA; MOSSI, 2010, p. 10).

As pessoas podem ser influenciadas por varias maneiras em como se

alimentarem, sejam pela mídia, pelos amigos ou familiares, e contamos ainda

com a contribuição da rápida divulgação e proliferação do fast food, os quais

fornecem alimentos de alto valor calórico. No ano de 1992, no Reino Unido,

gastaram ao equivalente de 80 milhões de libras na promoção do consumo de

chocolate, no entanto gastaram apenas três milhões de libras na promoção do

consumo de frutas e vegetais. (POZZA; MOSSI, 2010).

2.6 Patologias Desencadeadas por Alterações do Perfil Lipídico

2.6.1 Aterosclerose

A palavra aterosclerose deriva do grego atero, que significa caldo ou

pasta, e esclerose, que corresponde a endurecimento. A aterosclerose é uma

patologia que é decorrente da combinação de vários fatores (multifatorial),

crônica, lenta, resultante de uma série de respostas celulares e moleculares

altamente específicas. “O acúmulo de lípides (Figura 3), células inflamatórias e

elementos fibrosos, que se depositam na parede das artérias, são os

responsáveis pela formação de placas ou estrias gordurosas, e que geralmente

ocasionam a obstrução das mesmas.” (GOTTLIEB; GISLAINE; MORIGUCHI,

2005).

“A aterosclerose inicia-se precocemente, havendo evidências da

presença de estrias gordurosas nas aortas em filhos de mães com

hipercolesterolemia, já na vida intra-uterina”. (MENDES et al., 2006, p.362).

A formação da placa aterosclerótica inicia-se com a agressão ao endotélio vascular devida a diversos fatores de risco como elevação de lipoproteínas aterogênicas (LDL, IDL, VLDL, remanescentes de quilomícrons), hipertensão arterial ou tabagismo. Como conseqüência, a disfunção endotelial aumenta a permeabilidade da

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íntima às lipoproteínas plasmáticas favorecendo a retenção das mesmas no espaço subendotelial. O depósito de lipoproteínas na parede arterial, processo-chave no início da aterogênese, ocorre de maneira proporcional à concentração dessas lipoproteínas no plasma.

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007, p. 3).

Figura 3 – Formação da placa aterosclerótica

Fonte: JUNIOR; CAIO, 2011.

Nos últimos trinta anos houve um declínio razoável da mortalidade por

causas cardiovasculares em países desenvolvidos já em países em

desenvolvimento, entre eles o Brasil há elevações relativamente rápidas.

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007, p.4).

Como já relatado no início do trabalho vários autores afirmam que a

formação da placa aterosclerótica se inicia ainda na infância progredindo com

lentidão até a vida adulta, e na maioria das vezes os primeiros sintomas só

aparecem nessa fase da vida dificultando o tratamento, por isso a importância

em estar dosando na adolescência os níveis de colesterol e suas frações.

2.6.2 Dislipidemias

Segundo Coelho e outros, (2005) as dislipidemias são assinaladas por

distúrbios nos valores de lipídios circulantes com ou sem repercussão sobre o

território vascular, associadas a diversas manifestações clínicas. Podem ser

influenciadas tanto por distúrbios genéticos e/ou adquiridos.

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Entre as variantes ambientais envolvidas na alteração do perfil lipídico

estão o tabagismo, sedentarismo, dieta, consumo excessivo de substância

calórica, com elevado teor de colesterol, está associada a níveis séricos

aumentados de colesterol total (CT) e fração de colesterol da lipoproteína de

baixa densidade (LDLc). (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,

2007).

Em adultos, concentração aumentada de CT e diminuída da fração de colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL), hipertensão arterial, tabagismo, diabetes e obesidade estão associados a lesões avançadas de aterosclerose e maior risco de manifestações clínicas da doença aterosclerótica. Existem também outros fatores envolvidos, porém não controláveis, são eles: idade, sexo, raça e

hereditariedade. (COELHO et al., 2005, p. 58).

As dislipidemias podem ser classificadas em primárias ou secundárias

(Quadro 2), no grupo das primárias vamos ter aquelas de origem genética, e

nas secundárias, as causadas por outras doenças ou uso de medicamentos.

Atualmente à assimilação de uma possível causa secundária da dislipidemia

vem se tornando mais comum pelo maior conhecimento acumulado na procura

etiológica das alterações lipídicas. (SILVA et al., 2007).

Quadro 2 – Classificação das dislipidemias

(continua)

Dislipidemia

primária

Origem genética.

Dislipidemias

secundárias a

doenças

Nesse grupo encontram-se as doenças que cursam com

dislipidemia na infância destacando a obesidade, síndrome

dos ovários policísticos, hipotireoidismo, hipopituitarismo,

colestases crônicas, estresia biliar congênita, diabetes

mellitus, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica,

lúpus eritematoso sistêmico, transplantes de órgãos

sólidos, síndrome de Prader Willi e deficiência de hormônio

do crescimento como sequela de câncer na infância.

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(conclusão)

Dislipidemias

secundárias a

medicamentos

Algumas drogas bem como anti-hipertensivos

(tiazidas, clortalidona, espironolactona,

betabloqueadores), corticosteróides, isotretinoína,

utilizada para a considerada acne grave, inibidores

de protease, e ácido valpróico.

Dislipidemias

secundárias em

relação ao estilo de

vida do indivíduo

Consumo de cigarro, alimentação imprópria,

sedentarismo e ingestão de bebidas alcoólicas.

Fonte: SILVA, et al., 2007

2.7 Exames Laboratoriais

Os exames laboratoriais são de suma importância para auxiliar no

diagnóstico ou até mesmo para confirma uma patologia. Cada vez mais há um

grande número de exames laboratoriais disponíveis para o atendimento de

crianças e adolescentes. O Colesterol total é aquele que corresponde a toda

quantidade de colesterol circulante no sangue, já o LDL e HDL serão partes

desse colesterol total, e o triglicérides são imprescindíveis. (POZZA; MOSSI,

2010)

A determinação do perfil lipídico se da pela dosagem bioquímica do

colesterol total, colesterol ligado à HDL, Triglicérides e do colesterol ligado à

LDL após jejum de 12 horas. “O LDL pode ser calculado pela equação de

Friedewald (LDL-C = CT - HDL-C - TG/5), onde TG/5 representa o colesterol

ligado à VLDL ou diretamente mensurado no plasma.” (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007, p. 5).

Pacientes que possuem certas patologias como diabete mellitus,

síndrome nefrótica, hipertrigliceridemia (TG>400mg/dL) entre outras, a

equação de Friedewald é imprecisa, portanto a dosagem do LDL pode ser

obtida por dosagem direta. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,

2007, p. 5).

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2.7.1 Dosagem de Colesterol

Segundo LABTEST (2006, p.1) “Os ésteres de colesterol são

hidrolisados pelo colesterol esterase o colesterol livre e ácidos graxos. O

colesterol livre é oxidado pela colesterol oxidase e colest-4-em-ona e peróxido

de hidrogênio.” E na presença de peroxidase e o peróxido de hidrogênio, o

fenol e a 4-aminoantipirina irão ser oxidados formando a antirilquinonimina que

apresenta absortividade máxima em 500nm.

Para dosagem do colesterol total é utilizado um sistema enzimático em

amostra de soro, por reação de ponto final.

2.7.2 Dosagem de HDL

O colesterol de HDL é determinado através da precipitação seletiva das

lipoproteínas de baixa (LDL) e muita baixa densidade (VLDL), por reação de

ponto final. Essas lipoproteínas são quantitativamente precipitadas e, depois de

uma centrifugação, o colesterol ligado às lipoproteínas de alta densidade (HDL)

será determinado no sobrenadante. (LABTEST, 2004).

Na seleção de um sistema para dosar o colesterol HDL, a Labtest que é

o fabricante utilizado no trabalho optou pelo ácido fosfotúngstico e cloreto de

magnésio, que precipitando seletiva e quantitativamente as VLDL e LDL.

Depois da centrifugação obtém-se o sobrenadante e através desse

sobrenadante será dosado o HDL utilizando o sistema enzimático do

fabricante. (LABTEST, 2004).

2.7.3 Dosagem de Triglicérides

Através do sistema enzimático se obtém os valores dos triglicérides por

reação de ponto final em amostras de soro ou plasma.

A lipoproteína lipase promove a hidrólise dos triglicérides liberando glicerol, que é convertido, pela ação da glicerolquinase, em glicerol-3-fosfato. Este é oxidado a dihidroxiacetona e peróxido de hidrogênio na presença da glicerolfosfato oxidase. Em seguida, ocorre uma reação de acoplamento entre peróxido de hidrogênio, 4-aminoantipirina e 4-clorofenol, catalisada pela peroxidase, produzindo

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uma quinoneimina que tem máxima de absorbância em 505nm.

(LABTEST, 2004a, p. 01).

A intensidade da cor vermelha originada é diretamente proporcional à

concentração dos triglicérides na amostra.(LABTEST, 2004a).

2.8 Índices encontrados na literatura

Um estudo realizado em crianças e adolescentes de uma escola da rede

municipal de ensino de Fortaleza, a análise bioquímica dos valores

correspondente ao colesterol total, HDL-C, LDL-C e triglicerídeos verificou que

12,82% dos escolares tinham o colesterol total elevado e 7,6% encontravam-se

dentro da faixa limítrofe. Os valores de HDL encontravam-se desfavorável em

12,82%. O LDL estava elevado em 5,12% dos escolares e limítrofe em

10,25%.Os triglicerídeos encontrarão se aumentados apenas em 2,56% dos

alunos e limítrofe em 5,12%. (HOLANDA et al., 2011).

Os níveis plasmáticos do CT, LDL, TG e HDL foram maiores no sexo

feminino do que no masculino e este fato e compatível com a literatura. A

média dos valores de TG, CT, LDL-C e HDL-C observada na população

estudada mostrou-se elevada para esses parâmetros, principalmente em

pacientes que apresentam doenças, como síndrome nefrótica, lúpus

eritematoso sistêmico (LES) e diabetes mellitus (DM). (SILVA et al., 2007).

Segundo Grillo e outros (2005), no programa de prevenção primária de

doenças ateroscleróticas, desenvolvido pelo Instituto do Coração do Hospital

das Clínicas da Universidade de São Paulo, foram analisados o perfil lipídico

de 104 crianças e 180 adolescentes em que se observou a prevalência de

discordância, estando o CT em 57,7 e 42,7%, LDL-c em 55,4 e 38,3%, TGL em

51,0 e 31,9% e HDL-c em 13,5 e 14,2%, para crianças e adolescentes,

respectivamente.

Em Londrina, no Paraná, SEKI e outros (2001) realizaram estudo com

624 indivíduos de um laboratório particular, com idade entre 3 e 19 anos, e

observaram alteração no perfil lipídico superior ao deste estudo, com 13,1% no

CT, 22,5% no TGL, 14,0% no LDL-C e 19,2% no HDL-c.

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No estudo de Romaldini e outros citado por Grillo mostra que em São

Paulo, as prevalências foram de 27,5% para o CT, 13,0% para TGL, 19,3%

para LDL e 13,8% para HDL. (ROMALDINI et al., apud GRILLO et al., 2005).

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3 METODOLOGIA

3.1 Tipos de Estudo

Neste projeto utilizou uma metodologia em que se pratica uma

abordagem quanti-qualitativa.

O estudo analítico procura esclarecer uma dada associação entre uma exposição, em particular, e um efeito específicos. Os estudos analíticos, em geral, são formulados previamente, de modo a guiar o planejamento, a coleta e análise dos dados, orientando a forma de

organizar os grupos e proceder à análise dos dados.(TORRES et al.,2010, p. 23).

Portanto é importante deixar claro que a opinião de cada adolescente

entrevistado será respeitada sendo arquivada e divulgada com todo sigilo ético

profissional, não adulterando as respostas e nem interferindo nas mesmas.

3.2 Local do Estudo

3.2.1 Caracterização do município

O trabalho foi desenvolvido na cidade de Paracatu-MG. De acordo com

dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011) o

município de Paracatu-MG esta localizado no noroeste de Minas Gerais, a 220

km da capital do Brasil (Brasília - DF) e a 500 km da capital de Minas Gerais

(Belo Horizonte - MG), possui uma população de aproximadamente 84.718

habitantes, área de 8.230 km2, latitude de -17.22° e longitude de -46.87°.

(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011).

Paracatu conta com 13 escolas públicas, 4 escolas privadas, 11

unidades de ESF (Estratégia de Saúde da Família), um hospital municipal, um

hospital particular, 6 laboratórios particulares e um público.

3.2.2 Caracterização da Escola Estadual Altina de Paula Guimarães

O estudo foi realizado na Escola Estadual Altina de Paula Guimarães

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localizada na cidade de Paracatu-MG.

A Escola Estadual Altina de Paula Guimarães começou suas atividades

a partir de 16/04/86em um prédio alugado na Rua Durval Batista de Oliveira,

n.º 150 sob coordenação da Professora Lucy Cruz Barbosa sob decreto nº

24.449 de 23/03/85, várias diretoras passaram por lá, então em abril de 2010 a

diretora Maria Aparecida Teixeira aposentou-se e foi substituída pela Izabel do

Carmo Alves Oliveira que foi eleita em 5 de junho de 2011. Atualmente a

escola funciona no prédio localizado na Rua dos Operários, número 160, Vila

Mariana, onde desenvolve o Ensino Fundamental 6º ao 9º ano; a escola de

Tempo Integral (PROETI), Educação de Jovens e Adultos e Ensino Médio,

tendo também um segundo endereço na Fazenda do Porto Buriti.

A escola possui os seguintes profissionais, 70 professores, 13 serviços

gerais, 6 secretários, 2 bibliotecárias, 1 vice-diretor e 2 especialistas

pedagogos.1

3.3 Delimitações do público alvo

O público alvo do estudo foram os adolescentes matriculados no 3º ano

do Ensino Médio, turno matutino na Escola Estadual Altina de Paula Guimarães

do município de Paracatu-MG, que se encontrava na faixa etária de 10 até 19

anos.

Os critérios de inclusão na presente pesquisa consistem em o

adolescente ter de 10 até 19 anos, querer participar de forma voluntária da

pesquisa, ser matriculado no 3º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Altina

de Paula Guimarães no turno da manhã e que o responsável pelo adolescente

tenha assinado o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice A)

quando o participante for menor de idade.

O critério de exclusão na pesquisa consistiu em o adolescente ter

menos de 10 anos e mais de 19 anos, não ser matriculado na escola em que

será realizado o projeto e estudar na parte da manhã,não estar com a dieta

1Informação concedida por Flávio Augusto Silva Alves – Vice-diretor da Escola Estadual Altina

de Paula Guimarães de Paracatu, em entrevista à pesquisadora Patrícia Francisca Ramo, dia 28 de novembro de 2011.

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estável por pelo menos duas semanas antes da realização do exame, estar

com jejum inadequado e ter feito exercício vigoroso nas últimas 72 horas.

3.4 Instrumentos utilizados

Para a dosagem do perfil lipídico foi feita uma coleta de sangue,

realizada na própria escola com data e hora marcada. O sangue foi coletado na

seringa de 5 mL e adicionado no tubo de ensaio seco.

Um questionário socioeconômico, cultural e comportamental (Apêndice

B) com questões fechadas foi entregue para cada adolescente para que

tivessem liberdade e espontaneidade das respostas, o que certamente tornará

a investigação condizente com o objetivo da pesquisa.

3.5 Aspectos éticos

Essa pesquisa seguiu todas as normas de ética indicada pela

Resolução 196/96, que trata das normas de pesquisas envolvendo seres

humanos, foi levado em consideração à opinião subjetiva de cada adolescente,

sem alteração das respostas obtidas além de garantir anonimato de cada

adolescente envolvido. (BRASIL, 1996).

Foi solicitada a permissão da Secretaria Municipal de Saúde (Apêndice

C) do município de Paracatu-MG para o desenvolvimento da pesquisa. E antes

da aplicação do questionário e da coleta de sangue foi entregue um termo de

consentimento livre e esclarecido para que o responsável do adolescente

assine quando o mesmo for menor de idade. Os objetivos da pesquisa foram

devidamente esclarecidos para os adolescentes informando quanto ao direito à

privacidade e preservação do anonimato, e a liberdade de não participar da

pesquisa em qualquer momento.

3.6 Desenvolvimento do estudo

O estudo foi desenvolvido em Paracatu-MG, no período de junho de

2011 à junho de 2012.

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No período de junho a dezembro de 2011 consistiu-se em realizar uma

pesquisa bibliográfica, para reunir informações relevantes a cerca do tema, e

de fevereiro a junho de 2012 foi executado o projeto.

Encaminhou-se ao gestor municipal do SUS um ofício solicitando

autorização para realização do projeto na escola com intuito da elaboração do

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e em seguida solicitado à autorização

da escola.

Uma reunião com a diretora da escola foi realizada para pegar

autorização (Apêndice A) e esclarecer o objetivo da pesquisa, como a pesquisa

seria realizada, quando seria feita a coleta e aplicação do questionário e

esclarecimento de todas as dúvidas que surgiram durante todo o projeto.

Depois desse contato com a diretoria da escola e com aprovação da

realização da pesquisa, uma pequena palestra foi ministrada para os

adolescentes mostrando a importância em estar investigando o perfil lipídico

ainda quando se é adolescente e tirar as dúvidas que surgiram dos

adolescentes.

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B) e o

questionário (Apêndice C) foram entregues para os adolescentes no dia da

reunião e devolvidos no momento da coleta. Somente estes alunos que

apresentaram o termo e o questionário puderam fazer a coleta.

A dosagem do perfil lipídico foi obtida através da coleta de sangue que

foi realizada na própria escola com data e hora combinada com os

adolescentes e com a direção da escola. Para essa coleta utilizou-se alguns

materiais como, seringa de 5 mL, agulha, tubo sem anticoagulante, garrote,

algodão, álcool e luvas descartáveis. Posteriormente as amostras devidamente

identificadas no momento da coleta foram encaminhadas para o laboratório

Santa Lúcia aonde foi realizada as dosagens desse projeto, tendo sido

determinados os teores de colesterol total, triglicerídeos, HDL e LDL.

Logo após a coleta os alunos fizeram um lanche para retornar as aulas

normalmente.

Para determinar os exames inicialmente pegou-se os tubos com as

amostras e calibrou-as colocado na centrifuga para centrifugar por 5 minutos á

3000 rotações por minuto a fim de separar o soro para análise.

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A análise do HDL, triglicérides foram feitas no aparelho semiautomático

Bio 2000 e a dosagem do LDL através da fórmula de Friedewald LDL= CT –

HDL – TG/5.

Fórmula de Friedewald: LDL = CT – HDL – TG/5 (1)

Todos os exames utilizou o kit Labteste, para determinar o colesterol

usou um reagente de colesterol e um padrão. Portanto usa-se um tubo para o

calibrador um tubo para cada amostra, sendo que em cada tubo se faz a

identificação individual de cada adolescente contendo o nome dos mesmos,

número e exame a ser feito. No tubo contendo o padrão pipetou-se 0,5 ml de

reagente de colesterol e 5µL do calibrador, nos tubos da amostra pipetou-se

0,5ml do reagente de colesterol e 50C da amostra, posteriormente

homogeneizadas e incubadas a 37º graus em banho-maria. E por fim a leitura

foi determinada no aparelho sendo que este já faz as absorbâncias e

automaticamente já efetua os cálculos liberando o resultado final.

Para determinar o HDL, utilizou o mesmo procedimento do colesterol

separando os tubos e identificando-os, porém para esse exame adiciona

200µLde soro e 200µLdo reagente precipitante, logo após agita o tubo para

homogeneizar durante 30 segundos. Em seguida são centrifugados por 15

minutos a 3500 rotações por minuto, no fim irá se formar um botão no fundo

tubo, que são as VLDL e LDL e no sobrenadante ficará o HDL. Portanto será o

sobrenadante a ser utilizado, retirando 50µL do mesmo transferindo para outro

tubo, com mais 0,5ml do reagente de colesterol homogeneizando e incubando

no banho-maria por 10 minutos a 37° graus. Posteriormente fazendo a leitura

no aparelho.

Para determinar o triglicérides utilizou-se de um tubo conhecido como

calibrador, pipetando 0,5ml de reagente com mais 5µL do calibrador e em

outros tubos identificados como testes são pipetados 0,5ml de reagente e 5µL

do soro a ser analisado, homogeneizar e incubar no banho-maria a 37° graus

por 10 minutos. Logo após fazendo a leitura no aparelho.

Importante ressaltar que todos os resultados alterados foram

devidamente repetidos e confirmados. Depois de pronto todos os exames, os

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laudos foram devidamente confeccionados, conferidos e entregue aos alunos

(Apêndice D).

No final os dados obtidos através do questionário e do resultado dos

exames foram digitados tanto em uma planilha do Microsoft Excel 2007 quanto

no programa Microsoft Word 2007.

Preferiu-se por apresentar os resultados obtidos através de tabelas e gráficos

para facilitar na interpretação, uma vez que são varias informações a serem

discutidas. Utilizou-se de dados já encontrados na literatura como artigos

científicos que contém pesquisa similar à realizada, para poder discutir nessa

pesquisa.

De acordo com os resultados pode-se perceber que a maioria é igual

os já relatados na literatura, porém teve resultados diferentes, então

posteriormente todos esses resultados obtidos serão expostos e discutidos de

acordo com os dados do referencial teórico dando então uma conclusão final

para o projeto.

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4 RESULTADOS E DISCURSÃO

Com a finalidade de avaliar o perfil lipídico dos adolescentes do terceiro

ano da escola estadual Altina de Paula Guimarães no município de Paracatu –

MG, o presente estudo foi realizado no período de agosto a dezembro de 2011

e de janeiro a junho 2012 com a participação de 09 (nove) adolescentes. Dessa

forma, a análise dos dados partiu do princípio que 100% correspondem a 09

(nove), que é o número de adolescentes participantes do projeto.

Portanto, para melhor apresentação e entendimento dos resultados, os

dados quantitativos foram agrupados, correlacionados e representados em

gráficos.

Portanto foram convidados a participar da pesquisa os alunos do terceiro

ano de uma escola pública de Paracatu-MG, a Escola Estadual Altina de Paula

Guimarães do turno matutino, de 40 alunos convidados apenas 9 concordaram

em participar da pesquisa.

Caracterização das variáveis dos adolescentes

Gênero e Idade

Os dados do gráfico 01 sobre o gênero dos adolescentes revelam que a

maioria é do sexo feminino, correspondendo a 89% e11% são do sexo

masculino. Assim como no estudo de Kerber e outros (2010), 52,4% eram do

sexo feminino e 47,6% do sexo masculino.

De acordo com os estudos de Rover e outros (2010), 52,6% eram do

sexo feminino e 47,4% do sexo masculino. Portanto a uma prevalência do sexo

feminino de acordo com as pesquisas demonstradas na literatura.

No que se refere à idade dos adolescentes no gráfico 02, demonstra que

11% dos entrevistados possuem 18 anos, 33% possuem 16 anos, 56%

possuem 17 anos. Pode-se perceber a variação nas idades, que foi bem

mesclada, deste 16, 17 e 18 anos.

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Gráfico 01: Gênero dos adolescentes

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Gráfico 02: Faixa etária dos adolescentes

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Trabalho

Gráfico 03: Relação dos adolescentes que trabalham.

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

O gráfico 03, representa o número de adolescentes que trabalham e os

que não trabalham então 11% dos entrevistados trabalham e 89% não

trabalham, portanto a lógica seria que esses adolescentes que não trabalham

11%

89%

Masculino

Feminino

33%

56%

11% 0% 16 anos

17 anos

18 anos

11%

89%

Trabalha

Não trabalha

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por terem mais tempo “livre” deveriam se dedicar mais a saúde o que não

ocorre aqui. Pois muitas vezes a desculpa que ouvimos é que por trabalhar não

se tem tempo de fazer uma atividade física, uma alimentação saudável entre

outras desculpas.

Renda financeira

Gráfico 04: Renda dos adolescentes

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Os dados do gráfico 04 revelam a renda mensal dos adolescentes em

que se constata que 89% dos entrevistados afirmam receber apenas de um

salário mínimo a dois salários mínimos, 11% não quis responder. Mesmo nesse

trabalho não fazendo o per capita da para notar que a renda dos adolescentes

é bem baixa, assim como no estudo de Grillo e outros (2005), que revelou uma

renda mensal per capita na média de R$ 86,65 sendo muito próxima do nível

de pobreza.

Local onde vivem

Gráfico 05: Moradia dos adolescentes

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

89%

11% 01 a 02 salários mínimos

Não quis responder

89%

11% Área urbana

Área rural

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Os dados do gráfico 05 demonstram que 11% dos adolescentes que

participaram da pesquisa moram em área rural e 89% dos entrevistados

afirmam morar em área urbana.

Patologias

Gráfico 06: Relação dos adolescentes que possuem alguma patologia

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Os dados do gráfico 06 demonstram que 89% dos adolescentes não

possuem nenhum tipo de patologia que possa interferir no perfil lipídico, e 11%

possuem sopro e anemia, mais nenhuma dessas interfere diretamente no perfil

lipídico.

Dosagem de perfil lipídico

Gráfico 07: Relação dos adolescentes que já dosaram o perfil lipídico

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

89%

11% Não possui patologia

Possui patologia

33%

67%

Já dosaram

Nunca dosaram

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Os dados do gráfico 07 demonstram que 67% dos adolescentes nunca

fizeram a dosagem do perfil lipídico e somente 33% já dosaram o perfil lipídico.

Portanto são poucos os adolescentes que já dosaram o perfil lipídico, sendo

que esses exames então disponíveis na rede pública ou seja mesmo que a

renda familiar seja baixa e não cabe no orçamento das famílias para estarem

realizando esses exames anualmente,os mesmo podem ser feitos pela rede

pública.

Dieta

Gráfico 08: Relação dos adolescentes que fazem ou não dieta.

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Com relação à dieta, nenhum dos adolescentes faz uma alimentação

regulada (Gráfico 08). Mesmo os adolescentes que não trabalham, tendo então

mais tempo de fazer uma alimentação saudável não a fazem, uma vez que

quem trabalha vive mais na correria e sempre tem a desculpa que não tem

tempo para fazer uma alimentação regular.

Segundo o estudo realizado por Scherr e outros (2007),muito dos

adolescentes de escola pública, têm como sua única ou principal refeição a

merenda escolar, portanto apresentam alterações dos lípides mais baixas com

relação aos de escola privadas, outro fator é a supervisão de uma nutricionista

que se tem nas redes públicas. Ainda segundo Scherr nas escolas privadas

não há preocupação da parte da escola uma vez que as mesmas oferecem em

suas cantinas terceirizadas qualquer tipo de alimento visando apenas o lucro.

Além dos adolescentes da rede privada possuir mais poder aquisitivo e

consequentemente ingerem mais alimentos de fast-food, alimentos esses

contendo altos índices de gordura trans.

0%

100%

Fazem dieta

Não fazem dieta

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Medicação

Gráfico 09: Relação dos adolescentes que usam ou não medicamento

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Os dados do gráfico 09 relatam que 56,0% dos adolescentes não fazem

uso de medicamento e 44,0% faz uso de medicamento, citando o

anticoncepcional e omeprazol. No entanto esses não interferem diretamente no

perfil lipídico.

Conhecimento em dosar o perfil lipídico

Gráfico 10: Adolescentes que sabem da importância em dosar o perfil lipídico

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Os dados do gráfico 10relata que 67% dos adolescentes não tem um

conhecimento sobre a importância em estar dosando o perfil lipídico e somente

33% sabem dessa importância. Apesar da grande relevância que esses

exames apresentam para prevenir patologias, poucos adolescentes sabem da

44%

56%

Usa medicamento

Não usa medicamento

33%

67%

Sabe da importância emdosar o perfil lídico

Não sabe da importânciaem dosar o perfil lídico

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sua relevância, não só em estar dosando como também para que serve,

mostrando então que cada vez mais os profissionais da área da saúde devem

estar interferindo, com palestras e ações educativas.

Refeições

Gráfico 11: Quantas refeições os adolescentes fazem por dia

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Os dados do gráfico 11 mostra que 45,0% dos adolescentes faz três

refeições por dia, 22,0% faz 4 refeições, 00,0% faz 5 refeições, 22,0% faz 6

refeições e 11,0% mais de 6 refeições. Sendo que todos os alunos almoçam

em casa. No estudo de POZZA, MOSSI, (2010) ele relata que é recomendado

que o adolescente fizesse quatro ou mais refeições por dia.

Doença Cardiovascular

Gráfico 12: Histórico na família com Doenças Cardiovasculares

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

45%

22% 0%

22%

11% 3

4

5

6

Mais de 6

40%

60%

Tem familiar com doençacardiovascular

Não tem familiar comdoença cardiovascular

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Os dados do gráfico 12mostramque 60% dos adolescentes não têm

histórico familiar de doenças cardiovasculares e somente 40% dos

adolescentes apesentaram histórico familiar, entre elas início de infarto,

problemas cardíacos e parada cardiovascular.

Fuma

Gráfico 13: Relação dos adolescentes que fumam e dos que não fumam

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Exercício físico

Gráfico 14: Quantas vezes os adolescentes fazem exercício físico

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Entre os fatores de risco analisados, notou-se que 89,0% dos

adolescentes não fazem exercício físico (gráfico 14) e 11,0% não quis

responder. De acordo com as respostas alguns adolescentes assumiram que a

única coisa que fazem é ir a pé para escola.

0%

100%

Fuma

Não fuma

89%

11% Nenhuma vez

Não respondeu

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O exercício físico regular auxilia no controle das dislipidemias e

tratamento da doença arterial coronária. Praticar exercícios físicos aeróbios

ajuda diminuir os níveis plasmáticos de triglicérides, aumentado os níveis de

HDL-C, no entanto sem alterações expressivas sobre as concentrações de

LDL-C. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2011).

Vários estudos já demostraram que um dos fatores para o

desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hipertensão, Diabetes Mellitus,

dislipidemias e obesidade é a falta de atividade física, e quando essas doenças

estão presentes no individual o exercício serve também como tratamento.

(LAGO, 2009).

Já em relação ao tabagismo 100%dos adolescentes afirmaram não

fumar, (gráfico 13) e não ingerir bebida alcoólica nas últimas 72 horas(gráfico

15).

Consumo de bebida alcoólica

Gráfico 15: Relação dos adolescentes que fizeram o consumo de bebida alcoólica nas últimas 72 horas

Fonte: Dados coletados pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos, através de questionário aplicado aos adolescentes - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Nível de colesterol total, HDL, LDL, triglicérides dos adolescentes.

Para essa pesquisa considerou-se o colesterol total (CT), o colesterol da

lipoproteína de baixa densidade (LDLC), o colesterol da lipoproteína de alta

densidade (HDL-C) e os triglicérides (TG). E para determinação do LDL-C foi

realizado o cálculo que se utiliza a fórmula de Friedewald (LDL-C = CT - HDL-C

- TG/5).

0%

100%

Ingeriu

Não Ingeriu

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Tabela 1- Valores de referência para os lípides de adolescentes de acordo com a III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção

da aterosclerose do departamento de aterosclerose da sociedade brasileira de cardiologia.

LLípide Idade Valores Desejáveis

Valores limítrofes

Valores aumentados

CT 2-19 <170 170-199 ≥200

LDL-C 2-19 <110 110-129 ≥130

HDL-C 10-19 ≥35 ___ ___

Triglicérides 10-19 ≤130 ___ ___

Fonte: III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Tabela 2: Valores encontrados do CT, LDL-C, HDL-C e de TG dos adolescentes.

Lípide Valores Desejáveis

Valores Limítrofes

Valores aumentados

CT 89,0% 00,0% 11,0%

LDL-C 89,0% 00,0% 11,0%

HDL-C 89,0% 00,0% 11,0%

Triglicérides 89,0% 00,0% 11,0%

Fonte: Resultados obtidos com os exames - Paracatu- MG, Abril/Maio de 2012.

Dos adolescentes que participaram 89,0% (tabela 2) estavam dentro do

valor de referência (tabela 1) e 11,0% dos adolescentes (tabela2) obtiveram

resultados alterados de todos os exames feitos, que foram CT, LDL-C, HDL-C

e TG, e nenhum adolescentes se encaixou nos valores limítrofes. As meninas

apresentaram valores de CT, LDL-C e HDL-C maiores que a do menino, dados

já encontrados na literatura em outros estudos já relatados como Kerber e

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outros (2011), também obtiveram os mesmos resultados, em que se tinha um

predomínio das meninas com valores alterados.

Como no estudo de Kerber e outros (2011) neste estudo também não foi

encontrado nenhum estudante com alteração nos exames de LDL-C maior que

130 mg/dL (valor avaliado como elevado),e que apresentassem ao mesmo

tempo uma alteração no valor de CT.

Segundo Grillo e outros (2005), o surgimento das dislipidemias em

crianças e adolescentes deve estar relacionado a hábitos alimentares e

costumes individuais e familiares inadequados, como a inatividade física.

Portanto cada vez, mas é necessário a intervenção dos profissionais da

área da saúde em estar fazendo projeto visando se ter uma reeducação dos

adolescentes, esclarecendo e explicando o que é o perfil lipídico, para que

serve e suas consequências quando em excesso no organismo. Pode-se se

percebe que vários adolescentes não participaram da pesquisa, mesmo sendo

de graça, confirmando ainda mais a falta de interesse e conhecimento por parte

deles.

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5 CONCLUSÃO

Através deste estudo como outros já relatados na literatura, está mais

que comprovado que a prevalência de alterações no perfil lipídico dos

adolescentes esta cada vez mais frequente e muitos não tem histórico familiar

da doença arterial coronariana, ou seja, a necessidade em estar prevenindo o

aparecimento dessas doenças, fazendo uma prevenção deste cedo, pois

quando mais precoce se descobrir, melhor será o tratamento. Outro dado de

relevância deste trabalho é que os adolescentes não tem nenhum

conhecimento sobre a relevância em se estar dosado o colesterol e suas

frações e que simplesmente o fato de fazer uma alimentação saudável e

praticar exercício físico evita o surgimento de patologias como a aterosclerose.

Apesar de vários fatores interferirem no surgimento da aterosclerose e

dislipidemia como a alimentação incorreta e falta de exercício físico, a genética,

o sexo e a idade são fatores de grande relevância para o desenvolvimento

dessas patologias.

Um dado preocupante foi que apenas 09 (nove) adolescentes se

disponibilizaram a participar da pesquisa, mesmo com todas as explicações

sobre a mesma, e que eles não pagariam pelos exames. Assim sendo

confirmando mais ainda a falta de conhecimento e interesse.

Portanto uma reeducação alimentar, prática de exercício físico,

dosagem de colesterol e suas frações quando se ainda é adolescente ajuda

muito a mudar o estilo de vida, mudando significativamente o aparecimento

dessas doenças cardiovasculares entre outras.

5.1 Sugestões

Considerando que grande parte das doenças cardiovasculares pode

ser evitada através de um melhor acompanhamento da dosagem do perfil

lipídico é extremamente importante ações educativas com esse público alvo

que são os adolescentes, para diminuir as taxas de mortalidade por essas

doenças que tem como serem prevenidas. Torna-se necessário o

desenvolvimento de práticas de ensino e atividades educativas continuadas

dirigidas aos adolescentes e até mesmo com seus responsáveis, uma vez que

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se os adultos não tem conhecimento sobre a importância tona-se mais difícil do

adolescente também saber sobre o assunto.

Estas ações possibilita um melhor conhecimento do adolescente e

adaptação a sempre estar preocupado com sua própria saúde e maior estímulo

a desenvolver ações de autocuidado, proporcionando uma melhoria da

qualidade de vida e diminuição dos fatores de riscos para doenças

cardiovasculares. Importante ressaltar que este trabalho servirá de base para

trabalhos semelhantes frente a sua importância relatada na justificativa.

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ROVER, Mariana R. M. et al. Perfil lipídico e sua relação com fatores de risco para a aterosclerose em crianças e adolescentes. Revista Brasileira de Análises Clínicas, vol. 42, n.3, 191-195, 2010. SANTOS, Valéria da Silva. Ação Metabólica das Fibras na Colesterolemia. Trabalho apresentado a disciplina de Seminário em Alimentos, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2009. Disponível em: <http://quimicadealimentos.files.wordpress.com/2009/08/acao-metabolica-das-fibras-na-colesterolemia.pdf>. Acesso em: 4 jun. 2012. SCHERR, Carlos; MAGALHÃES, Cyntia Karla; MALHEIROS, Waldir. Análise do Perfil lipídico em Escolares. Arquivo Brasileiro de Cardiologia, Rio de Janeiro, v.89, n.2, p. 73-78, 2007. Disponívelem: <http://www.arquivosonline.com.br/2007/8902/pdf/8902001.pdf>. Acesso em: 14 set. 2011. SEKI, Mario et al. Estudo do perfil lipídico de crianças e jovens até 19 anos de idade. Jornal Brasileiro de Patologia, Rio de Janeiro, v. 37, n.4, p. 247-251, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v37n4/a05v37n4.pdf>. Acesso em: 05 set. 2011. SEMENKOVICH, Clay F. Distúrbios do metabolismo dos lipídios. In: GOLDMAN, Lee; AUSIELLO Dennis. Cecil Medicina. 23. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Cap. 217, p.1777-1788. SILVA, Rafael de Assis da et al. Estudo do perfil lipídico em crianças e jovens do ambulatório pediátrico do Hospital Universitário Antônio Pedro associado ao risco de dislipidemias. Jornal Brasileiro Patologia Médica Laboratorial, v. 43, n.2, p. 95-101, abri. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v43n2/05.pdf>. Acesso em: 12 set. 2011. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2001. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2001/77Supl-III/Dislipidemia.pdf >. Acesso em: 24 ago. 2011. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2007/diretriz-DA.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2011. SOUZA, Karina Ap. de Freitas Dias de. Experimentos de Bioquímica. 2012. Disponível em:<http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/introducao_lipidios/classes_lipidios.htm.> Acesso em: 30 de mar. 2012. TORRES, Gilson de Vasconcelos et al. Relação entre funcionalidade familiar e capacidade funcional de idosos dependentes no município de Jequié (BA). Revista Baiana de Saúde Pública,Bahia, v.34, n.1, p. 19-30, jan/mar 2010.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A: Autorização para coleta de dados para elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso

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APÊNDICE B:Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Eu,________________________________________________________,DECLARO

para fins de participação em pesquisa, que fui devidamente esclarecido do Projeto de

Pesquisa intitulado “Avaliação do Perfil Lipídico em Adolescentes da Escola Estadual

Altina de Paula Guimarães Paracatu/MG.

Avaliação do Perfil Lipídico em Adolescentes da Escola Estadual Altina de Paula

Guimarães Paracatu/MG desenvolvido pela acadêmica Patrícia Francisca Ramos do

Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos: O

presente estudo justifica-se a investigação mais aprofundada, sobre os vários

aspectos envolvidos no perfil lipídico dos adolescentes, possibilitará identificar as

necessidades particulares dos mesmos, o que contribuirá para o desenvolvimento de

ações visando atender melhor às necessidades desses.

Considerando as afirmações acima optou-se por desenvolver este estudo tendo como

objetivo geral, Identificar o perfil lipídico do adolescente, residentes na área urbana,

assistidos na Escola Estadual Altina de Paula Guimarães de Paracatu/MG.

Ao sujeito objeto deste estudo será garantido os esclarecimentos que se fizerem

necessários, antes e durante o curso do estudo, bem como o sigilo e privacidade dos

dados confidenciais envolvidos na pesquisa e a liberdade de recusar-se em participar

ou cancelar o seu consentimento sem penalização alguma e sem qualquer prejuízo.

Os dados e informações provenientes deste estudo serão utilizados com fins de

produção e apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma.

DECLARO, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter

entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente a participação nesta

pesquisa.

Paracatu, de _____________________________de 2012

_________________________________ Assinatura do Declarante

__________________________________________________________________

Acadêmica do Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma Telefone: (038)91522239

Email: [email protected]

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APÊNDICE C: Questionário socioeconômico, cultural e comportamental

1 - Dados Pessoais: Iniciais: __________ Número de identificação: _________ Idade:____ anos Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2 - Dados Sócio-Culturais: 2.1 – Local onde vive: ( ) área urbana ( ) área rural (sitio, fazenda, chácara) 2.2 – Fuma? ( ) sim ( ) não 2.3 – Possui alguma patologia? ( ) sim Qual(is)? ( ) não 2.4 – Já fez dosagem do perfil lipídico? ( ) sim ( ) não 2.5 – Estar fazendo alguma dieta ou estava fazendo alguma dieta nas últimas duas semanas? ( ) sim ( ) não 2.6 – Fez alguma atividade física vigorosa nas ultimas 72 horas? ( ) sim ( ) não 2.7 – Fez ingestão de álcool nas últimas 72 horas? ( ) sim ( ) não 2.8 – Faz uso de algum medicamento? ( ) sim Quais? ( ) não

2.9 – Sabe da importância em estar dosando o perfil lipídico ainda na adolescência? ( ) sim ( ) não 3.0 – Quantas refeições faz por dia? ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) Mais de 6 3.1 – Tem histórico na família de alguma doença cardiovascular? ( ) sim Qual? ( ) não 3.2 – Faz exercício físico? ( ) uma vez na semana ( ) duas vezes na semana ( ) três vezes na semana ( ) quatro vezes na semana ( ) cinco vezes na semana ou mais 3.3 – Almoça em casa? ( ) sim ( ) não 3.4 – Trabalha ( ) sim ( ) não 3.5 – Renda familiar: ( ) um a dois salários mínimos ( ) três a quatro salários mínimos ( ) cinco ou mais salários míninos

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APÊNDICE D: Laudo com os resultados entregue aos adolescentes