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AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DE UMA ETE DESCENTRALIZADA COMPOSTA POR REATOR UASB SEGUIDO DE WETLANDS CONSTRUÍDOS Salvador, 2013 Mestranda: Thaís Lopes Orientador: Prof. Dr. Luciano M. Queiroz Co-orientador: Prof. Dr. Asher Kiperstok UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL MESTRADO EM MEIO AMBIENTE, ÁGUAS E SANEAMENTO

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AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DE UMA ETE DESCENTRALIZADA COMPOSTA POR REATOR UASB

SEGUIDO DE WETLANDS CONSTRUÍDOS

Salvador, 2013

Mestranda: Thaís LopesOrientador: Prof. Dr. Luciano M. QueirozCo-orientador: Prof. Dr. Asher Kiperstok

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTALMESTRADO EM MEIO AMBIENTE, ÁGUAS E

SANEAMENTO

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INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA

No Brasil, a associação de reator UASB e wetland construído se mostra eficiente para o tratamento de esgotos domésticos, porém, necessita de desinfecção do efluente.

A legislação brasileira estabelece padrões de lançamento do efluente tratado, mas não faz referência aos impactos ambientais associados à construção, operação e manutenção de uma ETE.

A ACV pode ser usada para avaliar os potenciais impactos de uma ETE, auxiliar na escolha de tecnologias e identificar pontos críticos.

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OBJETIVO GERAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar os aspectos ambientais e potenciais impactos associados à estação de tratamento de esgoto doméstico, como estudo de caso a ETE Vog Ville, composta por reator UASB seguido de wetlands construídos mais desinfecção com cloro, nas fases de construção e operação, aplicando a ACV.

Caracterizar os aspectos ambientais da ETE Vog Ville;

Obter inventário de ciclo de vida (ICV) da ETE Vog Ville;

Avaliar os potenciais impactos ambientais associados à ETE Vog Ville.

Contribuir para a composição do banco de dados brasileiro para o uso da ACV na escolha de tecnologias de tratamento de esgoto doméstico.

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TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO: NECESSIDADE DE TRATAMENTO

Resoluções CONAMA no 357/05 e no 430/11.

Conversão biológica nos sistemas aeróbios e anaeróbios.

Fonte: CHERNICHARO et al., 2001.

O tratamento de esgoto em condições aeróbias e anaeróbias.

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REATOR UASB

Representação esquemática de um reator UASB.Fonte: CAMPOS et al., 1999.

APLICABILIDADES E LIMITAÇÕES

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PÓS-TRATAMENTO DE REATORES ANAERÓBIOS

O pós-tratamento objetiva o polimento do efluente tanto quanto à qualidade microbiológica, devido aos riscos à saúde pública e as limitações para o uso na agricultura, como à qualidade em função da matéria orgânica e nutriente, para proteção dos corpos hídricos (CHERNICHARO et al., 2001).

O tratamento das águas residuárias domésticas por reator UASB é adequado para países tropicais em desenvolvimento. Mas necessita de um tratamento adicional e os wetlands construídos se mostram como uma das tecnologias promissoras para o pós-tratamento do reator (KASEVA, 2004).

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WETLANDS NATURAIS

Fonte: Adaptado de MITSCH & GOSSELINK, 1993.

Wetlands naturais são áreas inundadas ou saturadas,que suportam uma vegetação adaptada a estas condições. Incluem pântanos, brejos e áreas similares, que abrigam diversas formas devida aquática (FLORÊNCIO et al., 2006).

SISTEMAS DE WETLANDS CONSTRUÍDOS

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WETLANDS CONSTRUÍDOS

Fonte: http://wetlandsconstruidos.blogspot.com.br/2011/09/artigos-publicados-na-area.html

Wetlands construídos utilizam plantas sobre um substrato, permitindo a formação de um biofilme que agrega uma população de microrganismos (SOUSA et al., 2000).

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COMPONENTES DOS WETLANDS

Substrato

Macrófitas

Microfauna associada

Fonte: http://www.fucapi.br/blog/2011/11/da-teoria-prtica-projeto-utiliza-plantas-no-tratamento-de-esgoto-domstico/

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CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO FLUXO:

Fluxo horizontal superficial

Fluxo horizontal subsuperficial

Fluxo vertical

Fonte: Adaptado de SALATI, 2009.

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ASPECTOS CONSTRUTIVOS E OPERACIONAIS

Aspectos do dimensionamento:

Nível de tratamento requerido pelo sistema.

Variáveis climáticas.

Disponibilidade do material filtrante.

Área disponível.

Profundidade do lençol freático.

Impermeabilização do sistema.

Ações de operação e manutenção:

Manejo adequado das macrófitas.

Retirada de vegetação indesejada.

Elevação e rebaixo do mangote para controle de nível.

Retirada periódica do lodo.

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Alta eficiência na remoção de poluentes.

Baixos custos de implantação e operação.

Baixo consumo de energia.

Simplicidade operacional e de manutenção.

Possibilidade da utilização da biomassa vegetal.

Maior integração com o ambiente natural.

Elevado requisito de área.

Necessidade de pré-tratamento do esgoto.

Necessidade de manejo da vegetação.

Susceptível a colmatação e curto-circuito hidráulico.

Possibilidade de mosquitos, no sistema de fluxo superficial.

Não é recomendado o uso de wetlands naturais para o tratamento de esgotos.

APLICABILIDADE E LIMITAÇÕES

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DESINFECÇÃO

Objetiva a inativação de microrganismos patogênicos para proteger o corpo d´água receptor e a saúde humana (SOBRINHO & JORDÃO in CHERNICHARO, 2001).

Os processos de desinfecção mais comuns são a cloração, ozonização e utilização de ultravioleta (SOBRINHO & JORDÃO in CHERNICHARO, 2001).

Diante dos aspectos simplificados de operação do sistema UASB + wetland construído a desinfecção com cloro é um contra senso.

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AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA (ACV)

ACV CONCEITUAL

ACV é uma ferramenta que permite avaliar potenciais impactos ambientais de um processo, produto ou serviço, desde a extração das matérias-primas, distribuição, o uso até a disposição final (COLTRO, 2007).

Primeiros estudos durante a crise do petróleo.

Estudos custeado pela Coca-Cola©, em 1965, para comparar as embalagens e determinar qual tinha melhor desempenho ambiental (CHEHEBE, 1997).

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AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA (ACV)

Fonte: LEMOS, 2006

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NORMAS DA ACV

Em 2006, as normas da ISO 14040, 14041,14042 e 14043 foram compiladas nas normas ISO 14040 e 14044:

ISO 14040. Life Cycle Assessment. Principles and Framework (2006). Avaliação do Ciclo de Vida. Princípios e Estrutura.

ISO 14044. Life Cycle Assessment. Requirements and Guidelines (2006). Avaliação do Ciclo de Vida. Requisitos e Orientações.

No ano de 2009 a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou as versões em português das referidas normas.

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METODOLOGIA DA ACV

Fonte: ABNT, 2009.

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FASES DA ACV

Definição do objetivo e escopo: propósito e amplitude são definidos, juntamente com a unidade funcional, as fronteiras do sistema, estimativas e limitações.

Análise de inventário: levantamento de dados e quantificação de entradas e saídas.

Avaliação de impacto: os dados e informações gerados são associados a potenciais impactos ambientais.

Interpretação: os dados(resultados) obtidos são interpretados de acordo com os objetivos definidos.

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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

Fonte: ANDERI, 2007

CONSUMO DE RECURSOS NATURAIS DEPLEÇÃO DE RECURSOS

RESULTADOS DO ICVCATEGORIAS DE IMPACTO

MIDPOINT

USO DO SOLO

DEGRADAÇÃO DE ECOSSISTEMAS E PAISAGENS

EMISSÕES GASOSAS

AQUECIMENTO GLOBAL

EFLUENTES LÍQUIDOS

DEPLEÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO

RESÍDUOS SÓLIDOS

ACIDIFICAÇÃO

EUTROFIZAÇÃO

CATEGORIAS DE IMPACTO ENDPOINT

ECOTOXICIDADE

TOXICIDADE HUMANA

RECURSOS

QUALIDADE DO ECOSSISTEMA

SAÚDE HUMANA

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APLICABILIDADES

Auxilia na tomada de decisão.

Identifica oportunidades de melhoria.

Compara ambientalmente produtos/serviços de mesma função.

Desenvolvimento de novos produtos e serviços.

Rotulagem ambiental.

Elaboração de políticas públicas.

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LIMITAÇÕES

Metodologia ainda em desenvolvimento.

Grande número de dados.

Falta de métodos de avaliação de impactos para o Brasil.

Necessita de um banco de dados nacional.

Caráter subjetivo.

Falta de interesse de empresas e setores públicos.

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PRINCIPAIS SOFTWARES DE ACV

Software Características Desenvolvedores

Gabi Administração de dados e modelagem de ciclo de vida de produtos.

PE Europe e Universidade de Stuttgart (Alemanha)

Umberto Gestão ambiental e análise de fluxos de materiais e energia.

Instituto de Informática Ambiental Hamburg LTDA (IFU) (Alemanha)

SimaPro Comparação e análise do desempenho ambiental de produtos e serviços com ciclos de vida mais complexos.

Pré-Consultants (Holanda)

Fonte: SANTOS, 2012.

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ACV NO SANEAMENTO Análise Resultados Autores / Ano/ Local

ACV para comparar o impacto ambiental de wetlands de fluxo vertical e horizontal, com as emissões de GEE. E comparar os wetlands com sistemas convencionais em relação à aquisição de materiais, montagem e operação.

Os wetlands de fluxo vertical são menos impactantes para a remoção de nitrogênio total do esgoto doméstico. E os wetlands apresentam menor impacto ambiental em termos de consumo de recursos e emissão de GEE.

FUCHS et al. (2011)

EUA

Estudo de ICV de diferentes cenários de tratamento de águas residuárias.

O aumento da remoção de nitrogênio e fósforo aumentam as emissões (GEE e lodo para aterro) e o consumo de recursos (energia, infraestrutura, substâncias químicas). Para uma melhor qualidade final do efluente, maior é a carga de impactos ambientais negativos.

FOLEY et al. (2010)

Austrália

ACV para analisar os impactos ambientais de diferentes tecnologias de tratamento de águas residuárias em pequenas populações.

Principais categorias de impacto: eutrofização e ecotoxicidade terrestre. Os tratamentos com aeração prolongada apresentaram maior impacto, devido ao uso de energia. Os estágios de maior contribuição ao longo do ciclo de vida da ETE foram: descarga da água, operação e em menor proporção a implantação do sistema.

GALLEGO et al. (2008)

Espanha

Aplicação de ACV para plantas de tratamento de esgoto, utilizando diferentes métodos de AICV.

Avaliação consistente entre os métodos para GEE, depleção dos recursos naturais e acidificação. Atenção especial deve ser dada a toxicidade humana devido as discrepâncias entre os métodos.

RENOU et al. (2008)

França

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

A metodologia de ACV, baseada nas normas da ISO 14040, preconiza a definição do objetivo e escopo, que podem ser alterados durante o estudo. Alguns itens definidos nesse trabalho são:

Aplicação pretendida

Público-alvo

Sistema a ser estudado

Função do sistema

Unidade funcional

Fronteira do sistema

Figura : Desenho esquemático das unidades da ETE Vog Ville.

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FRONTEIRA DO SISTEMA

Figura: Fluxograma da fronteira do sistema da ETE Vog Ville.

FASE DE CONSTRUÇÃO ETE VOG VILLE

FASE DE OPERAÇÃO

ETE VOG VILLE

FRONTEIRA DO SISTEMA

MATERIAIS

ENERGIA

EMISSÕES MATERIAIS

ESGOTO BRUTO

REDE COLETORA E TRATAMENTO

PRELIMINAR

TRATAMENTO DO LODO

FASE DE DESMONTAGEMETE VOG VILLE

DISPOSIÇÃO FINAL

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO

CIVIL

RESÍDUOS

GERAÇÃO DE ESGOTO

DOMÉSTICO

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FASE DE CONSTRUÇÃO

Fonte: Produção do próprio autor.

FASE DE CONSTRUÇÃOETE VOG VILLE

AÇO

CONCRETO ARMADO

CONCRETO MAGRO

BRITA

PVC

BLOCO DE CIMENTO

AREIA

FIBRA DE VIDRO

BOMBA DOSADORA

MACRÓFITAS

CIMENTO

USO DO SOLO

RESÍDUOS

EMISSÕESMADEIRA

ENERGIA

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FASE DE OPERAÇÃO

Fonte: Produção do próprio autor.

FASE DE OPERAÇÃOETE VOG VILLE

HIPOCLORITO DE SÓDIO

ENERGIA

ESGOTO BRUTO

EMISSÕES PARA O AR

EMISSÕES PARA A ÁGUA

RESÍDUOS

LODO

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ETE VOG VILLE Entradas conhecidas da natureza (recursos) Nomenclatura SimaPro Quantidade Unidade Origem Esgoto bruto Raw sewageDBO5 (Demanda bioquímica de oxigênio) BOD5, Biological Oxygen Demand Kg EMBASADQO (Demanda química de oxigênio) COD, Chemical Oxygen Demand Kg EMBASASólidos em suspensão Suspended solids, unspecified Kg EMBASASólidos sedimentáveis Kg EMBASANitrogênio Amoniacal (N-NH3) Ammonia, as N Kg FERREIRA, 2013Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK) Nitrogen, total Kg FERREIRA, 2013Nitrato (N-NO3-) Nitrate Kg FERREIRA, 2013Fósforo Total (P-Total) Phosphorus Kg FERREIRA, 2013Uso do solo Land use m2 EMBASA

Entradas conhecidas da esfera tecnológica (materiais/combustíveis) Nomenclatura SimaPro Quantidade Unidade Origem Aço Reinforcing steel, at plant/kg/RER Kg EMBASAConcreto armado Concrete, normal, at plant/CH U m3 EMBASAConcreto magro Poor concrete, at plant/m3/CH m3 EMBASACimento Cement, unspecified, at plant/kg/CH Kg EMBASAAreia Sand, at mine/CH U Kg EMBASAForma em madeira Sawn timber, softwood, planed, air dried, at plant/m3/RER m3 EMBASABloco de cimento Concrete block, at plant/DE U Kg EMBASAPVC Polyvinylchloride, at regional storage/RER U Kg EMBASA

Fibra de vidro Glass fibre reinforced plastic, polyester resin, hand lay-up, at plant/RER U Kg EMBASABrita Gravel, crushed, at mine/CH U Kg EMBASAMacrófitas Macrophytes Kg EMBASABomba dosadora Pump and pumping equipment manufacturing USD EMBASAHipoclorito de sódio Sodium hypochlorite, 15% in H2O, at plant/RER U Kg EMBASA

Entradas conhecidas da esfera tecnológica (electricidade/calor) Nomenclatura SimaPro Quantidade Unidade Origem Eletricidade Electricity, low voltage, at grid/BR S kWh Estimado

Emissões para o ar Nomenclatura SimaPro Quantidade Unidade Origem Gás carbônico (CO2) Carbon dioxide, biogenic g Estimado Monóxido de nitrogênio (N2O) Dinitrogen monoxide g Estimado Amônia (NH3) Ammonia g Estimado Metano (CH4) Methane, biogenic g Estimado

Emissões para a água Nomenclatura SimaPro Quantidade Unidade Origem DBO5 (Demanda bioquímica de oxigênio) BOD5, Biological Oxygen Demand Kg EMBASADQO (Demanda química de oxigênio) COD, Chemical Oxygen Demand Kg EMBASASólidos em suspensão Suspended solids, unspecified Kg EMBASASólidos sedimentáveis Kg EMBASANitrogênio Amoniacal (N-NH3) Ammonia, as N Kg FERREIRA, 2013Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK) Nitrogen, total Kg FERREIRA, 2013Nitrato (N-NO3-) Nitrate Kg FERREIRA, 2013Fósforo Total (P-Total) Phosphorus, total Kg FERREIRA, 2013

Emissões para o solo Nomenclatura SimaPro Quantidade Unidade Origem

Fluxos finais de resíduo Nomenclatura SimaPro Quantidade Unidade Origem lodo sludge Kg Estimado

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Levantamento bibliográfico

Apropriação do objeto de estudo

Coleta de dados

Definição do objetivo e escopo

ICV: Quantificação das entradas e saídas

Apropriação da modelagem usando o SimaProAICV: associação às categorias de impacto

Análise e Interpretação dos resultados

Várias rodadas de simulações da modelagem no

SimaPro

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.040: Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Princípios e estrutura. Rio de Janeiro, 2009.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.044: Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Requisitos e orientações. Rio de Janeiro, 2009. BRASIL. Resolução CONAMA no 357 de 17 de março de 2005. Diario Oficial da União. 2005.CALIJURI, M. L. et al. Tratamento de esgotos sanitários em sistemas reatores UASB/wetlands construídas de fluxo horizontal: eficiência e estabilidade de remoção de matéria orgânica, sólidos, nutrientes e coliformes. Revista Engenharia Sanitária e Ambiental. v.14, n.3 p. 421-430, 2009.CAMPOS, J. R. (coord.). Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo. 464 p. PROSAB, ABES, Rio de Janeiro, 1999. CHEHEBE, J. R. Análise do ciclo de vida de produtos: ferramenta gerencial da ISSO 14000. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., CNI, 120 p., 1997. CHENICHARO, C. A. L. (coord.). Pós-tratamento de efluentes de reatores anaeróbios. PROSAB, ABES, Rio de Janeiro, 2001.COLTRO, L. (org.). Avaliação do ciclo de vida como instrumento de gestão. Campinas: CETEA/ITAL, 2007. DAVIS, L. for the USDA-Natural Resources Conservation Service and the US Environmental Protection Agency-Region III, in cooperation with the Pennsylvania Department of Environmental Resources. A handbook of constructed wetlands. A guide to creating wetlands for: agricultural wastewater, domestic wastewater, coal mine drainage, stormwater. Volume 1: general considerations, 19??.EL-KHATEEB, M.A., et al. Use of wetlands as post-treatment of anaerobically treated effluent. Desalination, 245, p. 50-59, Cairo, 2009.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASFOLEY, J., et al. Comprehensive life cycle inventories of alternative wastewater treatment systems. Water research, 44, p. 1654 – 1666, 2010. FUCHS, V. J., et al. Life cycle assessment of vertical and horizontal flow constructed wetlands for wastewater treatment considering nitrogen and carbon greenhouse gas emissions. Water research, 45, p. 2073 – 2081, 2011.GALLEGO A., et al. Environmental performance of wastewater treatment plants for small populations. Resources, Conservation and Recycling, 52, p. 931–940, 2008.GONÇALVES, R. F. (coord.). Desinfecção de Efluentes Sanitários, Remoção de Organismos Patógenos e Substâncias Nocivas. PROSAB, ABES, Rio de Janeiro, 2003.JORDÃO, E. P.; PESSÔA, C. A. Tratamento de esgotos domésticos. 5ª ed. 940 p. Rio de Janeiro, 2009. KADLEC, R. H.; KNIGHT, R. L. Treatment wetlands. United States of America: Lewis Publishers, 1996. KASEVA, M.E. Performance of a sub-surface flow constructed wetland in polishing pre-treated wastewater—a tropical case study. Water Research, 38, p. 681 – 687, Tanzânia, 2004. MANNARINO, C. F., et al. Wetlands para tratamento de lixiviados de aterros sanitários – experiências no aterro sanitário de Piraí e no aterro metropolitano de Gramacho (RJ). Revista Engenharia Sanitaria e Ambiental. v. 11, n 2, p. 108-112, abr/jun, 2006. MBULIGWE, S. E. Comparative effectiveness of engineered Wetland systems in the treatment of anaerobically pre-treated domestic wastewater. Ecological Engineering, 23, p. 269-284, 2004.MITSCH, W. J.; GOSSELINK, J. G. Wetlands. 2nd ed. United States of America. 1993. PHILIPPI, L. S.; SEZERINO, P. H. Aplicação de sistemas tipo wetlands no tratamento de águas residuárias: utilização de filtros plantados com macrófitas. 144p.Ed. do Autor. Florianópolis, 2004.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASSALATI, E. et al. Utilização de sistemas de wetlands construídas para tratamento de águas. Piracicaba – SP, 2009. SANTOS, G. F. M. et al. A importância da utilização de softwares na avaliação do ciclo de vida do produto. Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Feira de Santana, 2012.SEO, E. S. M.; KULAY, L. A. Avaliação do ciclo de vida: ferramenta gerencial para tomada de decisão. INTERFACEHS - Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente. v.1, n.1, Art 4, São Paulo, 2006.SOUSA, J. T., et al. Pós-tratamento de efluente de reator UASB utilizando sistemas “wetlands” construídos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.4, n.1, p.87-91, Campina Grande, PB, 2000.SOUSA, J. T., et al. Remoção de fósforo através do sistema “wetland”. Congreso Interamericano de Ingeniería Sanitaria y Ambiental, 26 (AIDIS 98), Lima, nov., 1998. UGGETTI, E., et al. Sludge treatment wetlands: A review on the state of the art. Bioresource Technology, 101, p. 2905–2912, 2010. USEPA – United States Environmental Protection Agency. Manual: Constructed Wetlands Treatment of Municipal Wastewaters. National Risk Management Research Laboratory. Office of Research and Development. Cincinnati, Ohio, 2000.VAN HAANDEL, A. C.; LETTINGA, G. Tratamento Anaeróbio de esgotos: um manual para regiões de clima quente. Epigraf, Paraíba,1994. VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Vol. 1. 3ª ed. 452 p. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais, 2005.

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OBRIGADA!

THAÍS LOPES

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