avaliação de risco caso de guarapuava

31
1. INTRODUÇÃO Os riscos sempre estiveram presentes na vida humana. Seu conceito é bem antigo, porém nos últimos 50 anos tem ganhado lugar de destaque, principalmente quando se refere a risco ambiental. Os estudos relacionados ao risco ambiental surgiram formalmente como disciplina entre 1940 e 1950 nos Estados Unidos, por coincidência ou não, isto ocorreu paralelamente ao lançamento da indústria nuclear. Nossa área de estudo (risco á saúde humana), é de datação mais recente, nos meados de 1970 com publicações do EPA nos estados Unidos e nas publicações da Agencia Nacional do Meio Ambiente (CETESB). Como conseqüências dos adventos dos estudos sobre risco podemos citar os benefícios ligados á gestão da saúde pública e a proteção do ambiente em geral. A agenda 21 (um dos relatórios escritos na Eco92 no Rio de Janeiro), em seu capítulo 18, enfatiza que “os pesquisadores deveriam usar a avaliação de risco e os critérios de gestão do risco, nos processos de tomada de decisão”.

Upload: robson-oliveira

Post on 16-Sep-2015

215 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

avaliação de risco a saúde humana

TRANSCRIPT

1. INTRODUOOs riscos sempre estiveram presentes na vida humana. Seu conceito bem antigo, porm nos ltimos 50 anos tem ganhado lugar de destaque, principalmente quando se refere a risco ambiental. Os estudos relacionados ao risco ambiental surgiram formalmente como disciplina entre 1940 e 1950 nos Estados Unidos, por coincidncia ou no, isto ocorreu paralelamente ao lanamento da indstria nuclear.Nossa rea de estudo (risco sade humana), de datao mais recente, nos meados de 1970 com publicaes do EPA nos estados Unidos e nas publicaes da Agencia Nacional do Meio Ambiente (CETESB).Como conseqncias dos adventos dos estudos sobre risco podemos citar os benefcios ligados gesto da sade pblica e a proteo do ambiente em geral. A agenda 21 (um dos relatrios escritos na Eco92 no Rio de Janeiro), em seu captulo 18, enfatiza que os pesquisadores deveriam usar a avaliao de risco e os critrios de gesto do risco, nos processos de tomada de deciso.Uma vez que risco (risk) diferente de perigo (danger ou hazard) por se tratar de uma varivel possvel de se calcular (avaliao de risco) sua classificao gera desacordo entre estudiosos do assunto em especial no que diz respeito padres de risco aceitvel.Risco o potencial avaliado das conseqncias prejudiciais que podem resultar de um perigo, expressa em termos de probabilidade e severidade, tomando como referncia a pior condio possvel. Pode ser visto de formas diferentes por pessoas diferentes, como por exemplo: o risco financeiro de se aplicar em bolsas de valores, risco de fatalidade em um acidentes, o risco de uma empresa de seguros ou o risco de cncer associado ao tabagismo. importante ressaltar alguns fatos: na realidade, risco um subproduto do desenvolvimento das atividades, humanas e da natureza. Nem todos os riscos podem ser eliminados e nem todas as medidas imaginveis de mitigao de riscos so economicamente factveis.O que nos leva necessidade de observar algumas variveis no que diz respeito avaliao e mitigao de risco: o que necessrio fazer para mitigar os valores de risco e o que possvel fazer, levando se em conta variveis como: os interesses econmicos dos grupos influentes, as relaes polticas influentes tanto para realizar uma atividade como para no realiz-la, o interesse da mdia em divulgar informaes pertinentes aos riscos e ainda o quanto a sociedade em geral capaz de perceber estes riscos em seu cotidiano. Sobre esta ultima varivel, Ferrara (1999) atenta para o fato de que Superar essa opacidade condio da percepo ambiental, ou seja, gerar conhecimento a partir da informao retida, codificada naqueles usos e hbitos. E tambm, segundo Douglas e Wildavsky (1982), mesmo no meio tcnico no possvel conhecer tudo em relao aos riscos, no pode haver garantias de que os riscos que as pessoas procuram evitar sejam efetivamente, os que de forma objetiva provocariam nelas mais danos, em outras palavras, os conhecimentos sobre estes riscos so incertos. Dentro desta perspectiva a questo a ser respondida : no tocante avaliao de risco quais elementos tm maior peso em sua qualificao? E o quanto nossos padres estimados em laboratrio podem mascarar a real magnitude dos riscos quando ocorridos na natureza?No decorrer deste trabalho faremos a apresentao de um estudo de caso sobre a avaliao de risco sade humana numa rea exposta elementos contaminantes, utilizando um software de valorao de riscos (Risk) e posteriormente compararemos os valores encontrados com os parmetros de aceitabilidade da legislao brasileira.

2. OBJETIVOS2.1. GERAL: A partir de dados quantitativos e qualitativos recolhidos em campo, avaliar o risco ambiental de uma rea exposta acidentalmente nveis de toxidade.2.2. ESPECFICOS: Conceituar o termo Avaliao de Risco; Aplicar a metodologia para avaliao de risco da Companhia Ambiental do Estado de So Paulo (CETESB), numa rea com suspeita de contaminao; Confirmado o problema, apontar mediadas paliativas para mitigao dos riscos.

3. METODOLOGIA:O presente trabalho est baseado na reviso bibliogrfica existente nos estudos referentes rea ambiental. Em especial nos manuais da Companhia de Ambiental do Estado de So Paulo (CETESB).Foi realizado um levantamento de autores e obras cujos estudos estavam voltados : sociedade, percepo ambiental, ecologia e anlise de risco. Aps leitura e fichamento destes materiais pudemos conceituar risco ambiental.O estudo de avaliao do risco comea com a identificao e caracterizao do cenrio de exposio. Para tanto fazemos o levantamento das fontes potenciais poluidores, as quais podem ser originadas de instalaes e atividades industriais, de instalaes sanitrias nas municipalidades, das condies de acidente no transporte (grifo nosso), ou do manuseio e armazenamento de substancias txicas ou perigosas.Procuramos dentre deste cenrio selecionar o composto qumico de interesse (CQI), e atravs de pontos de referencia, medir a concentrao deste composto e sua relevncia, uma vez que entre diferentes ecossistemas os resultados de avaliao de risco sero diferentes.No que diz respeito ordem tcnica os procedimentos foram:a) Identificao do local exposto toxidade:i. Identificao de cursos d gua;ii. Geologia local e permeabilidade do solo;iii. Caracterizao fitobotnica;iv. Identificar populaes expostas.b) Qualificao dos elementos ao qual a rea foi exposta:i. Entender os mecanismos de liberao e transporte do contaminante no meio fsico;ii. Identificar as vias potenciais de exposio;iii. Estimar as concentraes nos pontos de exposio para cada via especfica;iv. Identificar fontes primrias e secundrias;v. Verificar pontos de exposio direta e pontos de exposio indireta.A partir dos levantamentos dos dados acima citados pudemos analisar de forma sistmica as informaes obtidas para ento valorar o risco ambiental da rea em questo.O seguinte fluxograma metodolgico foi seguido:FLUXOGRAMA METODOLGICO.

Fonte: CETESBOrganizao: Robson de Oliveira Lemes Uma vez que os riscos no so apenas observados, mas h uma preocupao em diminuir seus efeitos o fluxograma acima pode ser entendido no apenas como uma metodologia de avaliao de riscos, mas tambm como um sistema de gerenciamento dos mesmos.

4. FUNDAMENTOS TERICOS.4.1. ASPECTOS GERAIS.A constatao da existncia de passivos ambientais nem sempre possvel de ser realizada a olho nu. Para Schianet (1999), a razo do suposto desaparecimento do composto no subsolo, os danos causados por uma rea contaminada s so identificados por meio de seus efeitos gerados no ambiente, tais como: reduo da qualidade das guas, alterao do desenvolvimento da vegetao e surgimento de doenas. Desta forma, diagnosticar e avaliar de forma correta um local com indcios de contaminao, principalmente em funo de seu potencial de risco, tornou-se um problema.A Companhia de Ambiental do Estado de So Paulo (CETESB 2001) conceitua risco como a probabilidade ocorrncia de um efeito adverso aos bens a proteger em decorrncia da sua exposio aos contaminantes presentes...Para Israel (1995), no que diz respeito sade humana, a avaliao definida como uma tcnica de determinao de um risco especfico caudado pela exposio a certas substancias ou perigo. Seu propsito identificar e medir o risco de uma determinada substancia presente na rea contaminada devido um dado nvel de exposio.4.2. ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A SOCIEDADE DO RISCOO conceito de risco bem antigo, porm nos ltimos 50 anos passou a ocupar lugar de destaque nos estudos e discusses sobre sociedades. Muito mais por estarmos presenciando conseqncias de aes de risco do passado, (como a Aquecimento Global), do que pela instaurao de uma conscincia crtica generalizada. Segundo Guivant 1998 apoud Ocupacional Safety and Heart Agency, risco considerado como um evento adverso, uma atividade, um atributo fsico, com determinadas probabilidades objetivas de provocar danos e pode ser estimado atravs de clculos quantitativos de nveis de aceitabilidade que permitem estabelecer Standards atravs de diversos mtodos (predies estatsticas, estimao probabilstica do risco, comparaes de risco/benefcio), este ultimo no que diz respeito risco aceitvel, os riscos no s emergem como acidentes ou efeitos colaterais ou por causa de um mau uso da tecnologia, eles esto submersos, mascarados nos nveis de aceitabilidade de contaminao, definidos atravs de pesquisas realizadas em condies de laboratrio, e por isso, irreais ao expressar-se em frmulas que no traduzem a multiplicidade de bombardeio qumico que sofremos cotidianamente.Nesta perspectiva as atuais anlises de risco apresentam falhas por dois motivos:1. No consideram os efeitos acumulativos a longo prazo;2. No levam em conta os efeitos das diversas combinaes possveis na natureza.A estimao dos riscos inclui a caracterizao das fontes de risco, medio da intensidade, freqncia, durao da exposio aos agentes produzidos pelas fontes de risco e conseqncias para as populaes afetadas.Pode ser explicitado na seguinte equao:R = f(M, P) => PerigosOnde:R o risco;f freqncia;M a magnitude do eventoP a probabilidadeEm 1986 (traduzido para o portugus em 1992), Beck introduz nas discusses sobre risco o conceito de Sociedade do Risco. Ele analisa uma sociedade na qual a preocupao com a satisfao das necessidades materiais bsicas tem sido substituda pela preocupao pelo risco potencial de autodestruio da humanidade. Beck diz ainda que devido a esta mudana, surge uma nova sociedade no mais pautada na luta de classes (veja tabela 1). Antes os riscos eram vistos como pessoais, agora passaram a ser globais, atravessando fronteiras territoriais e de classes.Os riscos passam a ser reconhecidos dentro da perspectiva da teoria geral dos sistemas. O que podemos observar que: quanto mais se pesquisa sobre os principais problemas de nossa poca, mais somos levados a perceber que eles no podem ser entendidos isoladamente e nem de um nico ponto, o que nos leva a necessidade de conjugar todas as cincias com a preocupao com os aspectos sociais.Pensando o planeta como um sistema fechado e os riscos dentro da perspectiva ambiental, podemos certamente falar em riscos com efeitos globais, invisveis e muitas vezes irreversveis.Tabela 1. Diferenas entre a sociedade de classes e a sociedade de risco segundo Beck: SOCIEDADE DE CLASSESSOCIEDADE DE RISCO

Modernizao simplesFase que tem lugar dentro das categorias e princpios da sociedade industrial

Racionalizao da tradioContra a viso de que a modernidade uma liberalizao das tradies e religies, assim como das limitaes da natureza afirmam novas tradies.

Produo de riqueza.antagonismos: capital/trabalho.hierarquias sociais.sujeitos revolucionrios.responsabilidade organizada.racionalidade cientfica.conexo entre risco e seguranaModernizao reflexivaFase de transformao social na qual, devido a sua prpria dinmica, a modernizao muda de forma:Classes, estratos, ocupaes, papis sexuais, empresas, estruturas setoriais, os pressupostos gerais e o curso do progresso natural tcnico-econmico. Emergem novas linhas de conflitos sociais e de colises polticas. Racionalizao da racionalizaoDentro das instituies emergem conflitos sobre seus fundamentos e desenvolvimentos alternativos(polticas em relao s mulheres, transporte, (emprego, tecnologia, entre outras)Produo de riscoAntagonismos: polarizao dentro do capital e tambm dentro do trabalho no hierarquias sociais sem sujeitos revolucionrios, no h um proletariado ecolgico. Irresponsabilidade organizada: a interpretao do princpio da causalidade em termos individuais.Racionalidade social: a partir de uma crtica ao progresso desconexo entre risco e segurana

Ainda para o mesmo autor (Beck 1992), a sociedade de risco apresenta duas caractersticas centrais:A) A sociedade de risco comea onde acaba a natureza. No h mais natureza que no tenha sido j afetada de alguma forma pela atividade humana;B) Comea onde acaba a tradio. Cada vez mais precisamos tomar decises sobre os riscos que assumimos enfrentar, porque cada vez menos podemos confiar nas seguranas tradicionais.Ento mesmo que o conceito de risco sendo antigo, na medida em que a sociedade de risco evolui este toma fora e tamanho cada vez maior o que nos leva a crer que dentro desta perspectiva, nossa sociedade ao passo que evolui caminha para o colapso dela mesma.Basicamente possvel definir trs tipos de estudo de risco:1. Anlise de Risco na Segurana geralmente ligado segurana no trabalho e instalaes de grande proporo;2. Estudo de Risco Sobre a Sade o foco maior dado para sade humana e est ligado exposies constantes determinados compostos, latncia longo, efeitos retardados. Neste caso relaes de causa e efeito no so facilmente estabelecidas.3. Estudo de Risco Ecolgico envolve uma anlise sistmica das diversas variveis que o compe. Uma complexidade de interaes entre populaes, comunidades e ecossistemas, tanto ao nvel micro como ao nvel macro. As relaes entre causa e efeito nem sempre esto pautadas na certeza. Seus efeitos podem ser sentidos em reas bem distantes de sua fontes geradora.

5. LOCALIZAO E CARACTERIZAO DO LOCAL:A cidade de Guarapuava (figura...) um municpio brasileiro, situado na regio centro-sul do estado do Paran. Faz parte de um entroncamento rodo-ferrovirio no corredor do Mercosul, entre as cidades de Foz do Iguau (oeste) e Curitiba (leste).Descoberta em 1770 pelos portugueses e fundada em 1810, o nome da cidade de origem Tupi - Guara (lobo), Puava (bravo). O municpio tem como data comemorativa de aniversrio o dia de 9 de dezembro, devido ao incio da colonizao entre o Rio Coutinho e o Rio Jordo na freguesia de Nossa Senhora de Belm em 1819, com a demarcao da povoao e da igreja.Este local foi escolhido para incio da colonizao porque naquela poca se tinha uma predileo em aproveitar-se dos campos, com horizontes amplos, que atravs desta caracterstica natural, oferecia facilidade de defesa contra os ndios.

Fonte: Diviso territorial do Brasil IBGE, 2010.

O municpio est localizada a 2523'36" latitude sul e 5127'19" longitude oeste, regio denominada centro-sul do estado do Paran, no terceiro planalto, tambm chamado de Planalto de Guarapuava. Limita-se ao norte com os municpios de Campina do Simo e Turvo, ao sul com o municpio de Pinho, leste com Prudentpolis e Incio Martins, e a oeste com Candi, Cantagalo e Goioxim.Superfcie: 3125,852km;Altitude: 1120 m;Distncia da capital Curitiba: 247km;Distncia do porto de Paranagu: 361km;Distncia da trplice fronteira em Foz do Iguau: 389km;

REA ESTUDADAA rea em questo a Br277 (figura...) que liga Guarapuava Curitiba. Onde no ano de 2008 ocorreu um acidende que culminou no derrame de leo diesel no solo margial da pista.

Viso parcial da Br 277. Fonte Google Earth. Acesso em Outubro de 2010.

COMPOSTO ENCONTRADADOAps verificao e anlise do local foi constatado a presena de Xilenos Totais no mesmo.O xileno o nome comum ou genrico de um composto formado quase totalmente de hidrocarbonetos aromticos, com faixa de destilao compreendida entre 137 e 140,2C, em essncia, os ismeros para-xileno, orto-xileno, meta-xileno e ainda pequena quantidade de etilbenzeno. A frmula C6H4(CH3)2, e tambm conhecido pelos nomes xilenos, xilol, misturas de orto, meta e para xilenos, xilenos mistos e dimetilbenzeno. Segundo a EPA21, o xileno comercial ou misto contm cerca de 40-65% de m-xileno e at 20% de cada um dos outros ismeros (o-xileno e p-xileno) e etilbenzeno.Esse produto largamente utilizado pelas indstrias de tintas e vernizes. Possui grande utilizao como solvente para resinas acrlicas. Dissolve a dibenzil celulose, o leo de mamona, leo de linhaa e borracha. utilizado ainda nas formulaes de tintas de impresso e tintas txteis. Pela grande capacidade de dissolver altas concentraes de princpios ativos e sua alta volatilidade, o xileno muito utilizado nas formulaes de pesticidas. classificado como altamente inflamvel e txico.A substncia nociva por inalao, ingesto e em contato com a pele22. irritante para a pele, olhos, mucosas e sistema respiratrio superior. A ingesto e a inalao dos vapores pode causar dor de cabea, nuseas, tonteira, sonolncia e confuso.De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Petroqumica Unio S.A.23, a inalao dos vapores pode irritar o nariz e a garganta. A inalao de altas concentraes pode causar nuseas, vmitos, dor de cabea, tontura e severas dificuldades respiratrias. Altas concentraes do vapor tm efeitos anestsicos e depressores do sistema nervoso central. Quantidades insignificantes aspiradas para os pulmes, podem produzir pneumonia hemorrgica severa, com dano pulmonar ou morte. A ingesto causa sensao de queima na boca e estmago, nuseas, vmitos e salivao. Em contato com a pele, o produto atua como desengraxante e produz com freqncia, uma dermatite caracterstica. Pode ser absorvido pela pele. Os vapores causam irritao ocular. O produto em contato com os olhos, causa severa irritao, possveis queimaduras nas crneas e dano ocular.Conforme a Petrobras Distribuidora, o Xileno BR um solvente essencialmente aromtico, cujo ponto de fulgor mdio de aproximadamente 27 C. A temperaturas superiores ao ponto de fulgor, os vapores liberados podem formar com o ar umamistura inflamvel. O seu manuseio requer os cuidados que se aplicam a todos os solventes petroqumicos. Deve-se evitar inalao, ingesto ou contato com a pele. classificado como um produto que altera o comportamento. Recomenda-se no ultrapassar o limite de tolerncia de 100 ppm.Toxicidade agudaDe acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul, a exposio por ingesto e inalao, mesmo por curtos perodos, pode causar depresso do sistema nervoso central com tontura, sonolncia, perda de apetite, dor de cabea, nuseas, perda de coordenao, confuso e inconscincia. irritante para o aparelho respiratrio e para a pele, e altamente irritante para os olhos. Pode causar irritao da conjuntiva.Estudos realizados em seres humanos e em animais mostram que todos os ismeros do xileno ou misturas de xilenos produzem efeitos similares, embora ismeros especficos no sejam igualmente potentes na produo dos efeitos. A exposio aguda de seres humanos ao xileno, por inalao, tem sido associada com: dispnia e irritao do nariz e garganta; efeitos gastrointestinais tais como nusea, vmitos e desconforto gstrico; irritao dos olhos; e efeitos neurolgicos tais como deficincia da memria de curto prazo, deficincia no tempo de reao, reduo no desempenho em habilidade numrica e alteraes no equilbrio e balano do corpo. A exposio aguda de seres humanos por via cutnea resulta em irritao da pele e secura e descamao da pele. A exposio aguda a uma mistura de tolueno e xilenos, por inalao, resultou em toxicidade respiratria e neurolgica em seres humanos e animais maior que a simples adio.Estudos de exposio aguda em animais a misturas de xilenos, por inalao, registraram efeitos respiratrios, cardiovasculares, ao SNC, fgado e rins. Testes de exposio aguda de ratos e camundongos a misturas de xilenos mostraram de baixa a moderada toxicidade por inalao e moderada toxicidade por via oral.

Toxicidade crnicaEm seres humanos expostos a concentraes elevadas pode ocorrer tontura, excitao, sonolncia e falta de coordenao psicomotora.25 A inalao crnica pode causar dor de cabea, perda de apetite, nervosismo e palidez cutnea. O contato repetido ou prolongado com a pele pode causar dermatite. A exposio repetida dos olhos ao vapor altamente concentrado pode causar danos oculares reversveis. A exposio repetida pode prejudicar a medula ssea, produzindo baixas contagens de clulas sanguneas, e causar danos ao fgado e aos rins. As pessoas com desordens cutneas pr-existentes, problemas oculares, ou funo heptica, renal, sangunea ou respiratria deteriorada, podem ser mais suscetveis aos efeitos desta substncia.

De acordo com a EPA, a exposio crnica de seres humanos ao xileno resulta primariamente em efeitos no sistema nervoso central (SNC), tais como dor de cabea, tontura, fadiga, tremores, descordenao, ansiedade, deficincia da memria de curto prazo e dificuldade de concentrao. Efeitos respiratrios, tais como respirao ofegante e deficincia da funo pulmonar, cardiovasculares, incluindo dor severa no peito, eletrocardiograma anormal, e renais tambm foram registrados. Misturas de xilenos no foram extensivamente testadas para efeitos crnicos, embora estudos em animais mostrem efeitos no fgado e SNC por inalao e exposio oral, e efeitos nos rins por exposio oral.

Efeitos reprodutivosVrios estudos em seres humanos examinaram efeitos na exposio prolongada a solventes orgnicos (incluindo misturas de xilenos). Foi registrado um aumento potencial de abortos expontneos de esposas de homens ocupacionalmente expostos. Entretanto, nenhuma concluso pode ser tirada desses estudos porque envolveram exposio concomitante e mltiplas substncias qumicas27. Misturas de xilenos produzem efeitos no desenvolvimento, incluindo aumento na incidncia de alteraes esquelticas em fetos, atraso na ossificao, reabsoro fetal e reduo do peso fetal em animais, por exposio por inalao. Alguns estudos tambm observaram toxicidade materna.De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul, experimentos com animais em laboratrio resultaram em efeitos mutagnicos teratognicos e reprodutivos.

Riscos de cncerNenhuma informao disponvel sobre efeitos carcingenos a seres humanos de mistura de xilenos. Assim, a EPA apresenta o xileno como no classificvel comocarcingeno aos seres humanos. No foram registrados aumentos de tumores em ratos e camundongos expostos a mistura de xilenos via gavage (colocao experimental da substncia diretamente no estmago). Outros estudos em animais tm registrado resultados ambguos.

Efeitos ambientaisConsoante a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Petroqumica Unio S.A., o xileno, em determinadas concentraes na atmosfera, forma misturas explosivas etxicas, prejudicial vida aqutica, e pode contaminar o lenol fretico. Apresenta vida mdia na atmosfera de uma a dezoito horas. Em caso de derramamento no solo, espera-se que o produto se evapore em grau moderado, podendo, portanto, ocorrer percolao e contaminao de guas subterrneas. Provoca contaminao atmosfrica (liberao de gases txicosquando decomposto termicamente), de corpos de gua, do solo e do lenol fretico. As guas residuais de controle do fogo e as guas de diluio podem causar poluio. considerado muito txico para a vidaaqutica.De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul, o xileno apresenta nvel de risco mdio para sistemas aquticos. um lquido inflamvel e pode acumular carga esttica por fluxo ou agitao. Os vapores so mais pesados que o ar e podem propagar-se para longas distncias at fontes de ignio e inflamar-se. um produto voltil, apresenta potencial muito alto para mobilidade no solo. Quanto degradabilidade, o produto foto e biodegradvel. Apresenta baixo potencial de bioconcentrao.

CONCENTRAO DE XILENO EM GUAS SUBTERRNEAS (mdia anual)A concentrao de guas subterrneas mxima (mg / l): 1.23E-03

Ocorrncia em cinco anos

TEMPO EM ANOSCONCENTRAO EM MG/L

1.0 4.46E-08

2.0 1.06E-05

3.0 1.08E-04

4.0 3.96E-04

5.0 9.21E-04

Concentrao de xileno na superficie da guaA concentrao de guas subterrneas mxima (mg / l): 1.67E-04Ocorrncia em cinco anos

Tempoem anosConcentrao na superfcie da guamg/lConcentrao em sedimentosmg/kgFluxo de massa da superficcie para gua subterrnea.mg/d

1.0 6.08E-09 1.07E-07 1.27E-03

2.0 1.45E-06 2.55E-05 3.02E-01

3.0 1.47E-05 3.07E+00 3.07E+00

4.0 5.39E-059.49E-04 1.12E+01

5.0 1.26E-04 2.21E-03 2.62E+01

CONCENTRAO DE XILENO NO AR

TEMPO EM ANOSCONCENTRAO EM MG/M3

1.02.05E-06