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Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, SP - CEP 13278-181 [email protected] [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Publicação: 30 de junho de 2011
Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional
Cindy Mozer Nakamura Tamara Martins Vanini Luciano Júlio Chingui Carlos Alberto Silva
Curso: Fisioterapia
FACULDADE ANHANGUERA DE CAMPINAS - UNIDADE 3
Trabalho apresentado na VII Semana de Estudos de Fisioterapia e IV Jornada Científica – FAC 3 (2010). Trabalho apresentado no CONIC – SEMESP Congresso Nacional de Iniciação Científica 2010.
RESUMO
Este projeto de iniciação científica, pesquisa experimental, tem como objetivo verificar o efeito da Drenagem Linfática Manual (DLM) no sistema circulatório em mulheres idosas, através das repercussões hemodinâmicas e eletrocardiográficas. Com o envelhecimento do organismo ocorrem várias alterações fisiológicas, que podem estar relacionadas ao sistema circulatório como a elevação da pressão arterial e o atraso na condução atrioventricular, aumentando o intervalo entre as ondas P e R do eletrocardiograma. Em mulheres há o agravante da queda das taxas hormonais, principalmente após a menopausa. A DLM apresenta inúmeras indicações, inclusive melhorar a oxigenação e nutrição celular, proporcionando melhor circulação sangüínea venosa. Selecionadas oito mulheres com idade entre 60 e 75 anos para serem submetidas a sessões de DLM. Houve coleta de dados cardiovasculares pré e pós aplicação da técnica, através da comparação dos dados obteve-se os resultados. A pressão arterial sistólica pré DLM foi 126,07±2,57, pós DLM foi 125,83±4,02, e a diastólica antes da aplicação da técnica os valores eram 76,42±6,33 e após 77,69±4,34. A freqüência pré DLM foi de 76,42 bpm e após a aplicação da técnica se observa uma queda para 72,35bpm. O ultimo parâmetro avaliado foi a perimetria; na condição pré DLM a perimetria do tronco foi de 112,13±12,5cm e na condição pós DLM passou para 95,32±10,38cm, quanto ao membro inferior, a medida pré DLM foi de 53,2±1,15cm e a medida pós DLM foi de 49,7±1,11. Conclui-se que a DLM é um métodos eficiente na redução de edemas e não provoca alterações na PA e FC dos pacientes.
Palavras-Chave: drenagem linfática manual; repercussões cardiovasculares; fisioterapia.
ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE
Vol. 13, N. 17, Ano 2010
AVALIAÇÃO DE REPERCUSSÕES CARDIOVASCULARES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL EM MULHERES IDOSAS
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1. INTRODUÇÃO
O organismo humano é dividido em sistemas com características e funções distintas, tais
funções sofrem alterações de acordo com a fisiologia do envelhecimento (WAJNGARTEN,
2005). Dentre os principais sistemas há o circulatório e o linfático. Segundo Cunha (2003),
o sistema linfático é um sistema acessório ao circulatório, formado pelos vasos condutores
de linfa (capilares linfáticos e troncos linfáticos) e por órgãos linfóides (linfonodos e
tonsilas). O linfático possibilita um redirecionamento dos líquidos localizados nos tecidos
e órgãos para dentro da circulação.
Existem recursos manuais na fisioterapia, que possibilitam o estímulo ao sistema
linfático, como a Drenagem Linfática Manual (DLM). A DLM apresenta inúmeras
indicações, inclusive esta técnica é salientada pela literatura científica por auxiliar na
remoção do excesso de líquido da substância fundamental amorfa, promover a
desintoxicação do tecido intersticial, melhorar a oxigenação e nutrição celular e
proporcionar melhor circulação sangüínea venosa (AMARAL, 2004). A DLM é um dos
recursos da massoterapia que pode ser aplicada em diversas fases da vida, onde a
fisiologia do organismo sofre alterações como no envelhecimento e durante a gestação
(SPAGGIARI, 2008).
A massoterapia é uma dos tratamentos mais antigos, útil e facilmente
administrada, utilizada para o alívio da dor e outros sintomas de doença e lesão (SCASNI,
2008).
Este artigo está organizado em seções. A primeira seção é essa introdução, a
seção 2 apresenta os objetivos da pesquisa. A metodologia utilizada na realização da
pesquisa é apresentada na seção 3. As informações relacionadas ao desenvolvimento da
pesquisa como a revisão de literatura, o problema abordado, a solução proposta e
implementada são mostradas na seção 4. A forma de abordar os experimentos, os
resultados e as discussões são descritos na seção 5. Por fim, as considerações finais estão
são apresentadas na seção 6.
2. OBJETIVO
Avaliar as repercussões cardiovasculares que podem acompanhar a Drenagem Linfática
Manual (DLM) em mulheres idosas. Com o objetivo de aplicar a técnica, visando o
direcionamento da linfa e o melhor aporte sanguíneo, em conseqüência a possível redução
da pressão arterial e o adequado traçado eletrocardiográfico, que em mulheres idosas há
grande possibilidade de alterações.
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A técnica faz parte do conjunto de terapias manuais dentro da Fisioterapia, os
resultados poderão agregar valores para o exercício da técnica.
Objetivos Específicos:
1. Inter-relação entre a terapia e os ajustes cardiovasculares e as possíveis repercussões no perfil da pressão arterial e da freqüência cardíaca.
2. Acompanhar as diferentes nuances de ajustes da pressão arterial pré e pós terapia.
3. METODOLOGIA
3.1. Voluntárias
Foram selecionadas, até o momento, 9 mulheres voluntárias, entre 60 e 75 anos que foram
submetidas a sessões de Drenagem Linfática Manual. Entre as voluntárias 5 forma
submetidas a duas sessões de DLM e 3 a 1 sessão. Na primeira sessão, houve a coleta de
dados, entretanto esta sessão será designada apenas para minimização de possíveis
fatores estressantes provindos do desconhecimento da técnica a ser aplicada, objetivando
familiarização das voluntárias com os procedimentos metodológicos envolvidos.
Inicialmente, foi realizada a avaliação das voluntárias através da Anamnese
(Figura 1), abordando aspectos relacionados à técnica que seria utilizada. Essa avaliação
foi previamente elaborada para que os itens importantes estejam constatados. Utilizado o
recurso terapêutico de Drenagem Linfática Manual baseada no método Leduc (2000).
Antes de iniciar a sessão, foi aferida a pressão arterial e monitorados os índices cardíacos
através do exame eletrocardiográfico. Após a aplicação da técnica, os parâmetros foram
reavaliados. Através dos dados pré e pós DLM, podemos constatar eventuais alterações
embasadas nos objetivos deste projeto.
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Figura 1. Ficha de Anamnese.
3.2. Critérios de inclusão e exclusão
Inclusas na pesquisa mulheres idosas, com idade entre 60 e 75 anos. Para que sejam
obtidas conclusões mais direcionadas e satisfatórias foram selecionadas voluntárias que
possuam dados antropométricos homogêneos. Essas mulheres não apresentaram
condições que contra-indiquem a terapia que será realizada. Fazem parte das contra-
indicações as neoplasias malignas, disfunção renal, erisipela, hipertensão arterial não
controlada, quadro de infecção aguda e trombose venosa profunda.
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Para este estudo não haverá posterior comparativo a um grupo controle pois,
trata-se de uma avaliação qualitativa e quantitativa dos resultados da DLM em idosas
após a efetiva aplicação da técnica.
4. DESENVOLVIMENTO
4.1. A técnica
De acordo com o método Leduc (2000) de Drenagem Linfática Manual, em que se
aplicam, manualmente, movimentos com pressão leve em ritmo lento. A técnica será
dividida em duas etapas: a captação e a evacuação.
Captação ou reabsorção: Estimular a motricidade dos vasos linfáticos,
estimulando o aumento no fluxo linfático, deixando-os livres para receber um volume
maior de linfa.
Evacuação: Processo de transferência de líquidos. A sequência de movimentos
inicia de proximal para distal em direção centrípeta. Os movimentos serão repetidos por
cinco vezes em cada região do corpo com manobras circulares e suaves.
Dentro das etapas de evacuação e de reabsorção, serão realizados movimentos
específicos da DLM como o círculo com os dedos (com e sem o polegar), movimentos
combinados e as pressões em bracelete.
A sessão terá duração total de uma hora e trinta minutos, sendo que a aplicação
da técnica deverá ser de uma hora, a coleta de dados inicial deverá ter um período de
quinze minutos e após a DLM nova coleta de dados, para comparações e resultados finais
ocorrerá em outros quinze minutos. As sessões ocorrerão no mesmo período do dia,
sendo realizadas sempre pela mesma pesquisadora.
4.2. Avaliação da Perimetria
A perimetria foi realizada em posição ortostática, utilizando fita métrica para as medidas
das circunferências. Foram selecionados dois pontos corporais para comparações da
perimetria pré e pós aplicação da técnica. As localizações dos pontos foram nos MMII e
tronco, sendo que nos MMII 5 cm acima da prega poplítea e no tronco 5 cm abaixo da
cicatriz onfálica.
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4.3. Avaliação Estatística
Os dados foram inicialmente submetidos ao teste de normalidade (Kolmogorov-Smirnov),
após a avaliação da normalidade os mesmos foram submetidos à (ANOVA) e ao teste de
Tukey, com nível de significância de 5% (p< 0,05).
5. RESULTADOS
Os resultados estão todos descritos em média±epm. Após a aplicação da técnica bem
como das avaliações pré e pós aplicação, foram observados os seguintes resultados: a
pressão arterial sistólica pré DLM foi 126,07±2,57, pós DLM foi 125,83±4,02, e a pressão
diastólica antes da aplicação da técnica os valores eram 76,42±6,33 e após 77,69±4,34.
Esses resultados mostram que a DLM não provocou alterações na pressão arterial, ver
figura 2.
Figura 2. Valores da média±epm da PA sistólica e diastólica nas condições pré e pós DLM.
Outro parâmetro avaliado foi freqüência cardíaca. Observou-se que a freqüência
pré DLM foi de 76,42 bpm e após a aplicação da técnica se observa uma queda para
72,35bpm. Apesar de ter uma queda de 5,30% entre as condições pré e pós, essa queda
não tem significância estatística, ver figura 3.
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Figura 3. Valores da média±epm da freqüência cardíaca nas condições pré e pós DLM.
O ultimo parâmetro avaliado foi a perimetria. Dessa maneira na condição pré
DLM a perimetria do tronco foi de 112,13±12,5cm e na condição pós DLM passou para
95,32±10,38cm, quanto à perimetria do membro inferior, a medida pré DLM foi de
53,2±1,15cm e a medida pós DLM foi de 49,7±1,11, ver figuras 4 e 5.
Figura 4. Valores da média±epm da perimetria de tronco nas condições pré e pós DLM.
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Figura 5. Valores da média±epm da perimetria de membro inferior nas condições pré e pós DLM.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A DLM é uma técnica antiga e vastamente utilizada pelo fato de ter alta capacidade de
retirar líquido do interstício. De acordo com Borges (2006) a DLM aumenta o fluxo
sanguíneo e pode ocasionar e por essa razão pode aumentar o trabalho cardíaco.
Contudo, nossos resultados mostram que a pressão arterial, bem como a freqüência
cardíaca não sofreram alterações.
Vale salientar que diversos trabalhos atuais tem evidenciado a capacidade da
DLM em reduzir edemas, entre os quais se pode destacar o recente trabalho realizado por
Arieiro et. al, (2007) cujo objetivo foi verificar o efeito da drenagem na redução de edema
facial de pacientes provenientes de oncológicas de cabeça e pescoço. Esses autores
puderam concluir que a drenagem foi eficaz na redução de linfedema facial.
Nesse sentido entendemos que nossos resultados são de extrema importância
para a aplicação clínica da técnica, por mostrarem que a mesma não altera os parâmetros
cardiovasculares avaliados.
Assim, conclui-se que a DLM é um métodos eficiente na redução de edemas e
não provoca alterações na PA e FC dos pacientes.
PARECER DE APROVAÇÃO DE COMITÊ
Pesquisa autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Anhanguera Educacional S/A –
CEP/AESA - em . 01/04/2010 por meio do parecer: 090/2010.
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REFERÊNCIAS
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LEDUC, A. Drenagem linfática: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Editora Manole. 2000.
SCASNI, K. R. Avaliação da drenagem linfática manual e cinesioterapia no período pós-operatório de linfadenectomia inguinal em mulheres com neoplasia de vulva. 2004. Dissertação (Mestrado) - Unicamp, Campinas, 2004.
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SPAGGIARI, C. W. O efeito da drenagem linfática manual em gestantes no final da gravidez. 2008. Dissertação (Mestrado) – Unicamp, Campinas, 2008.
TEIXEIRA, J. C. Professor doutor – Unicamp. 2004.
WAJNGARTEN, M. Cardiogeriatria. 2. ed. São Paulo: Editora Roca. 2005.