avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO RENATO IGOR DA SILVA ALVES Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais pesados em água superficial no córrego Ribeirão Preto, Ribeirão Preto- SP Ribeirão Preto 2009

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Page 1: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO

RENATO IGOR DA SILVA ALVES

Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e

metais pesados em água superficial no córrego Ribeirão Preto,

Ribeirão Preto- SP

Ribeirão Preto

2009

Page 2: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

RENATO IGOR DA SILVA ALVES

Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e

metais pesados em água superficial no córrego Ribeirão Preto,

Ribeirão Preto- SP

Ribeirão Preto

2009

Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para a obtenção do título Mestre em Ciências, Programa de Pós Graduação em Enfermagem em Saúde Pública. Linha de Pesquisa: Saúde Ambiental

Orientador: Susana Inés Segura-Muñoz

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ALVES, Renato Igor da Silva

Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais pesados em

água superficial no córrego Ribeirão Preto, Ribeirão Preto- SP

Aprovado em ....../ ....../ .........

Banca Examinadora

Prof. Dr._____________________________________________________ Instituição:_____________________Assinatura______________________ Prof. Dr._____________________________________________________ Instituição:_____________________Assinatura______________________ Prof. Dr._________________________________________ Instituição:_____________________Assinatura______________________

Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, para obtenção do título Mestre em Ciências, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem em Saúde Pública

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DEDICATÓRIA Aos meus pais: Francisco e Lúcia.

Page 5: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

AGRADECIMENTOS

Agradeço,

Aos meus pais e irmãos, pelo amor, apoio e confiança;

À Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP), pela

oportunidade;

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela bolsa concedida;

À minha orientadora (“chefe” ) Profa. Dra. Susana Inés Segura-Muñoz, por ter acreditado e

ensinado, além da amizade e paciência. Muito obrigado!

À Tânia Maria Beltramini Trevilato, e também à Camila, não somente pelas realizações das

análises de metais pesados, mas também pelo apoio, comprometimento e profissionalismo;

Aos incansáveis amigos que tanto me ajudaram durante a realização do projeto: Karina,

Fabiana e Osmar;

Aos colegas de laboratório e amigos, Meire, Marina, Mariana e Glauco;

Às Professoras Doutoras Angela Magosso Takayanagui e Sônia Valle, pelas contribuições no

Exame de Qualificação;

A todos do Laboratório de Saúde Ambiental, pelo carinho e apoio;

À minha tia Téu e ao meu tio Júlio, por sempre poder contar com vocês!

Aos amigos, em especial os moradores do complexo Lab-Kremutcho!

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RESUMO

ALVES, R. I. da S. Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais pesados em água superficial no córrego Ribeirão Preto, Ribeirão Preto- SP. 2009. 112 f. Dissertação (mestrado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.

A água é elemento fundamental para a vida. Seus múltiplos usos são indispensáveis a

um largo espectro das atividades humanas, entre as que se destacam, o abastecimento público e industrial, a irrigação agrícola, a produção de energia elétrica e as atividades de lazer e recreação. Sabe-se que o Brasil ainda tem uma situação privilegiada com relação à quantidade e à qualidade de água, porém seu uso não tem se dado de maneira responsável e muitas vezes resulta no comprometimento dessa qualidade. O presente estudo visa avaliar parâmetros limnológicos, parasitológicos e bacteriológicos, assim como as concentrações de Cd, Pb, Cu, Cr, Mn Hg e Zn da água superficial do córrego Ribeirão Preto. As leituras de pH, Temperatura, Oxigênio Dissolvido, Condutividade e Transparência foram realizadas no local de coleta, com equipamentos específicos (PHmetro, Medidor de Oxigênio Dissolvido, Condutivímetro e Disco de Secchi, portáteis e devidamente calibrados). As análises parasitológicas (Método de Sedimentação e sua quantificação realizada na Câmara de Sedgwick-Rafter) e bacteriológicas (Técnica de Tubos Múltiplos com Substrato Definido) foram realizadas no Laboratório de Ecotoxicologia e Parasitologia Ambiental (LEPA) da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / USP, e as análises de metais pesados (Espectrofotometria de Absorção Atômica) no Laboratório de Pediatria - Setor de Metais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto / FMRP / USP. Os resultados mostraram que o nível de oxigênio dissolvido apresentou valores inferiores dos estabelecidos na Resolução CONAMA Nº 357/2005. A leitura da condutividade apresentou valores acima dos que a CETESB considera como de ambientes impactados. A análise parasitológica evidenciou a presença de larvas de nematóide e dois cistos de Entamoeba coli. A análise bacteriológica apresentou valores maiores, para coliformes totais e E. coli, que os estabelecidos na Resolução CONAMA Nº 357/2005 para córregos categorizados como classe 3. Os metais pesados, no geral, apresentaram concentrações de acordo com os estabelecidos na Resolução CONAMA Nº 357/2005 para a classe 3. O córrego Ribeirão Preto está localizado em área urbana e sob forte influência de ação antrópica. Os resultados encontrados fornecem dados sobre a qualidade de suas águas e evidencia a necessidade de proteger esse curso de água de fontes pontuais de contaminação, recomendando-se a continuidade de seu monitoramento.

Palavras-chave: Água superficial, limnologia, coliformes, parasitologia, metais pesados, saúde ambiental, Ribeirão Preto.

Page 7: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

ABSTRACT

ALVES, R. I. da S. Evaluation of limnological parameters, parasites, bacteria and heavy metals in superficial water of Ribeirão Preto Stream, Ribeirão Preto-SP. 2009. 112 f. Master’s Thesis – University of São Paulo at Ribeirão Preto, College of Nursing in Ribeirão Preto.

Water is fundamental to life. Its multiple uses are needed for a broad spectrum of human activities, among which stand out, the public and industrial supply, agricultural irrigation, the production of electricity and leisure activities and recreation. It is known that Brazil still has a privileged position of water quantity and quality, but their use hasn’t been given in a responsible manner and often results in impairment of quality. This study aims to evaluate limnological parameters, parasites and bacteria, and concentrations of Cd, Pb, Cu, Cr, Mn, Hg and Zn as well, in superficial water of Ribeirão Preto Stream. The readings of pH, Temperature, Dissolved Oxygen, Conductivity and Transparency were performed at the collection site, with specific equipment (pH Meter, Dissolved Oxygen, Conductivity and Secchi disk, portable and calibrated). The parasitological analysis (Sedimentation Method and its measurement performed in Sedgwick-Rafter Chamber) and bacteriological (Multiple Tube Technique with Defined Substrate) were performed at the Laboratory of Ecotoxicology and Environmental Parasitology (LEPA) at Ribeirão Preto College of Nursing in the University of São Paulo (USP), and the analysis of heavy metals (Atomic Absorption Spectrometry) at the Pediatrics Laboratory – Metals Division at Hospital das Clínicas, University of São Paulo at Ribeirão Preto Medical School HCFMRP / USP. The results showed that the levels of dissolved oxygen values were lower than those established by CONAMA Resolution No. 357/2005. The reading of the conductivity values were higher than CETESB values considered to impacted environments. The parasitological analysis revealed the presence of nematode larvae and two cysts of Entamoeba coli. The bacteriological analysis showed higher values for total coliform and E. coli that those set by CONAMA Resolution No. 357/2005 for watercourses classified as Class 3. The heavy metals Cd, Pb, Cu, Cr, Mn, Hg and Zn, in general, showed concentrations in accordance with the established by CONAMA Resolution No. 357/2005 for the class 3. The Ribeirão Preto Stream is located in urban areas has anthropogenic influences. The results provide data quality of its waters and necessity to protect the watercourse from point sources of contamination recommending their continued monitoring.

Keywords: Superficial water, limnology, coliforms, parasitology, heavy metals, environmental health, Ribeirão Preto.

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RESUMEN

ALVES, R. I. da S. Evaluación de parámetros limnológicos, parásitos, bactérias y metales pesados en água superficial en el río Ribeirão Preto, Ribeirão Preto- SP. 2009. 112 f. Disertación (maestría) – Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto, Universidad de São Paulo, Ribeirão Preto.

El agua es un elemento fundamental para la vida. Sus múltiples usos son

indispensables para un gran espectro de actividades humanas, entre las que se destacan, el abastecimiento público e industrial, la irrigación agrícola, la producción de energía eléctrica y las actividades de recreación. Se sabe que Brasil tiene una situación privilegiada con relación a la cantidad y calidad de agua, sin embargo, su uso no se ha dado de manera responsable y muchas veces acaba comprometiendo su calidad. El presente estudio tiene como objetivos evaluar parámetros limnológicos, parasitológicos y bacteriológicos, así como cuantificar las concentraciones de Cd, Pb, Cu, Cr, Mn Hg e Zn del agua superficial del río Ribeirão Preto. Las lecturas de pH, Temperatura, Oxígeno Disuelto, Conductividad y Transparencia fueron realizadas en el local de colecta, con equipos específicos (PHmetro, Medidor de Oxígeno Disuelto, Conductivímetro y Disco de Secchi, portátiles y debidamente calibrados). Los análisis parasitológicos (Método de Sedimentación y su cuantificación fue realizado en Cámara de Sedgwick-Rafter) y los análisis bacteriológicos (Técnica de Tubos Múltiplos con Substrato Definido) fueron realizados en el Laboratorio de Ecotoxicología y Parasitología Ambiental (LEPA) de la Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto / USP, y por último, los análisis de metales pesados (Espectrofotometría de Absorción Atómica) en el Laboratorio de Pediatría - Sector de Metales del Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto / FMRP / USP. Los resultados mostraron que el nivel de oxígeno disuelto presentó valores inferiores a los establecidos por la Resolución CONAMA Nº 357/2005. La lectura de la conductividad presentó valores superiores a los que CETESB considera como de ambientes impactados. El análisis parasitológico mostró la presencia de larvas de nematóide y de dos quistes de Entamoeba coli. El análisis bacteriológico presentó valores mayores, para coliformes totales y E. coli, que los establecidos en la Resolución CONAMA Nº 357/2005 para ríos categorizados como clase 3. Los metales pesados, en general, presentaron concentraciones de acuerdo con lo establecido en la Resolución CONAMA Nº 357/2005 para la clase 3. El río Ribeirão Preto está localizado en área urbana y bajo fuerte influencia de acción antropogénica. Los resultados encontrados fornecen datos sobre la calidad de sus aguas y evidencia la necesidad de proteger ese curso de agua de fuentes puntuales de contaminación, recomendándose la continuidad de su monitoreo.

Palabras claves: Agua superficial, limnología, coliformes, parasitología, metales pesados, salud ambiental, Ribeirão Preto.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1. Situação da disponibilidade da água superficial no Estado de São Paulo........ Figura 2 - Protozoários patogênicos eliminados pelas fezes........................................... Figura3 - Localização do Município de Ribeirão Preto no Estado de São Paulo............ Figura 4 - Representação gráfica do córrego Ribeirão Preto, delimitando esquematicamente o trajeto do curso de água desde a nascente até o deságue no Rio Pardo................................................................................................................................ Figura 5 - Foto da foz do córrego Ribeirão Preto, ponto de confluência com as águas do Rio Pardo.................................................................................................................... Figura 6 - Imagem do momento da leitura de parâmetro limnológico durante a coleta de amostras....................................................................................................................... Figura 7 - Câmara de Sedgwick – Rafter, utilizada na contagem de parasitas................ Figura 8 - Esquema ilustrativo do preparo das diluições decimais da amostra de água. Figura 9 - Imagem, captada durante coleta das amostras, de uma pessoa em contato direto com a água do córrego Ribeirão Preto................................................................... Figura 10 - Imagem de uma pessoa pescando no córrego Ribeirão Preto, no ponto onde ocorre a confluência com o rio Pardo.................................................................................. Figura 11 - Média dos valores do pH encontrados em cada ponto de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP.................................................................................. Figura 12 - Média dos valores da Temperatura (ºC) encontrados em cada ponto de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP..................................................... Figura 13 - Média dos valores de Oxigênio Dissolvido (mg.L-¹) encontrados em cada ponto de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP ..................................... Figura 14- Média dos valores da Condutividade (µS.cm-¹) encontrados em cada ponto de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP................................................ Figura 15 - Correlação entre os valores dos parâmetros limnológicos (pH, temperatura, oxigênio dissolvido e condutividade) encontrados nas amostras de água superficial......................................................................................................................... Figura 16 - Freqüência Parasitária (Entamoeba coli / mL) encontrada em cada ponto de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP, nas diferentes datas de coleta................................................................................................................................ Figura 17- Larva de nematóide encontrada durante a contagem e identificação de parasitas na câmara de Sedgwick – Rafter.......................................................................

23 32 43 44 45 46 47 48 55 56 57 59 61 63 66 68 69

Page 10: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Figura 18 - Freqüência Parasitária (Larva de nematóide / mL) encontrada em cada ponto de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP, nas diferentes datas de coleta................................................................................................................................ Figura 19 - Imagem, captada na coleta IV, de dejetos lançados no ponto de coleta 1 do córrego Ribeirão Preto......................................................................................................... Figura 20 - Correlação entre os valores de pH e as concentrações dos metais pesados Cd , Pb, Cu, Cr, Mn, Hg e Zn para as amostras de água superficial.........................................

69 72 82

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Valores do pH encontrados nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP................................................................................ Tabela - 2 Valores da Temperatura (ºC) encontrados nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP.............................................................. Tabela 3 - Valores de Oxigênio Dissolvido (mg.L-¹) encontrados nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP................................... Tabela 4 - Valores da Condutividade (µS.cm-¹ ) encontrados nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP.............................................. Tabela 5 - Valores da profundidade de secchi (cm) encontrados nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP.............................................. Tabela 6 – Freqüência Parasitária (Entamoeba coli / mL) encontrada nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP................................... Tabela 7 – Freqüência Parasitária (Larva de nematóide / mL) encontrada nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP.................. Tabela 8 – Resultados da análise de coliformes totais nas amostras de água coletadas nos diferentes pontos do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP, expressos em NMP/100mL................................................................................................................... Tabela 9 - Resultados da análise de E. coli nas amostras de água coletadas nos diferentes pontos do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP, expressos em NMP/100mL................................................................................................................... Tabela 10 - Valor máximo permissível (V.M.P.) das concentrações dos metais pesados em mg.L-¹, para o enquadramento das classes dos rios................................... Tabela 11- Concentrações de Cádmio (Cd) em cada ponto de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP, nas diferentes datas de coleta............................... Tabela 12 - Concentrações de Chumbo (Pb) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP................................................................... Tabela 13 - Concentrações de Cobre (Cu) (mg.L-¹) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP.............................................................. Tabela 14- Concentrações de Cromo (Cr) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP................................................................................ Tabela 15 - Concentrações de Manganês (Mn) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP...................................................................

57 58 60 62 64 67 68 71 71 73 74 75 76 77 78

Page 12: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Tabela 16 - Concentrações de Mercúrio (Hg) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP...................................................................

Tabela 17 - Concentrações de Zinco (Zn) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP................................................................................

79 80

Page 13: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANA Agência Nacional das Águas

APHA American Public Health Association

ATSDR Agency for Toxic Substances and Disease Registry

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

CIIAGRO Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica

DAERP Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto

EEA – FG Espectrofotometria de Absorção Atômica com Forno de Grafite

EEA – VGA Espectrofotometria de Absorção Atômica com Geração de Hidreto

EPA Environmental Protection Agency

ETE Estação de Tratamento de Esgoto

FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

FMRP Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

HCFMRP Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

HSDB Hazardous Substance Data Bank

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LEPA Laboratório de Ecotoxicologia e Parasitologia Ambiental

LP Laboratório de Pediatria

ND Não Determinado

NMP Número Mais Provável

NW Non Potable Water

OD Oxigênio Dissolvido

OMS Organização Mundial de Saúde

ONGs Organizações Não Governamentais

pH Potencial Hidrogeniônico

PW Potable Water

RP Ribeirão Preto

S/A Sociedade Anônima

SIGRH Sistema de Informações para o Gerenciamento de Recursos Hídricos

SP São Paulo

Page 14: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

UGRHI Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos

USA United States of America

USP Universidade de São Paulo

VMP Valor Máximo Permissível

WHO World Health Organization

WWF WorldWide Fund for Nature

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LISTA DE SÍMBOLOS

Cd Cádmio

Cr Cromo

Cu Cobre

Hg Mercúrio

HNO3 Ácido Nítrico

L litro

Mg miligrama

Mn Manganês

No número

ºC graus Celsius

Pb Chumbo

Zn Zinco

µS micro Siemens

Page 16: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................... 6

ABSTRACT ................................................................................................................ 7

RESUMEN .................................................................................................................. 8

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. 9

LISTA DE TABELAS ............................................................................................... 11

LISTA DE SIGLAS ................................................................................................... 13

LISTA DE SÍMBOLOS ............................................................................................. 15

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 19

1.2 Situação dos recursos hídricos no mundo e no Brasil ..................................................... 20

1.3 Recursos hídricos e cursos de água superficial em Ribeirão Preto ................................. 23

2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 27

2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 27

2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 27

3. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 29

3.1. Parâmetros limnológicos ................................................................................................. 29

3.2. Microbiologia das águas superficiais .............................................................................. 30

3.3. Metais pesados no ambiente aquático ............................................................................. 34

3.3.1. Metais pesados em água superficial ......................................................................... 35

4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 43

4.1. Local de estudo ............................................................................................................... 43

4.2. Coleta das amostras ......................................................................................................... 45

4.3. Parâmetros limnológicos ................................................................................................. 45

4.3.1. pH e Temperatura .................................................................................................... 45

4.3.2. Oxigênio Dissolvido (OD) ....................................................................................... 46

4.3.3. Condutividade .......................................................................................................... 46

4.3.4. Transparência ........................................................................................................... 46

4.4. Análise parasitológica ..................................................................................................... 47

4.5. Análise bacteriológica ..................................................................................................... 48

4.6. Análise de metais ............................................................................................................ 49

4.6.1. Preparação das amostras .......................................................................................... 49

4.6.2. Tratamento da amostra e dosagens .......................................................................... 50

4.6.3. Curva de Calibração ................................................................................................. 50

4.6.4. Validação dos Métodos ............................................................................................ 50

4.7 Análise dos dados ............................................................................................................ 51

Page 17: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 53

5.1. Parâmetros Limnológicos ................................................................................................ 56

5.1.1. Potencial Hidrogeniônico (pH) ................................................................................ 56

5.1.2. Temperatura ............................................................................................................. 58

5.1.3. Oxigênio Dissolvido ................................................................................................ 60

5.1.4. Condutividade .......................................................................................................... 61

5.1.5. Transparência ........................................................................................................... 63

5.2. Análise parasitológica ..................................................................................................... 67

5.3. Análise Bacteriológica .................................................................................................... 70

5.4. Metais pesados ................................................................................................................ 73

5.4.1. Cádmio ..................................................................................................................... 73

5.4.2. Chumbo .................................................................................................................... 74

5.4.3. Cobre ........................................................................................................................ 75

5.4.4. Cromo ...................................................................................................................... 76

5.4.5. Manganês ................................................................................................................. 77

5.4.6. Mercúrio ................................................................................................................... 78

5.4.7. Zinco ........................................................................................................................ 79

5. CONCLUSÕES ................................................................................................. 85

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 88

7. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 90

8. APÊNDICES.................................................................................................... 101

9. ANEXOS ......................................................................................................... 108

Page 18: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Introdução

Page 19: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Introdução 19

1. INTRODUÇÃO

A água constitui um dos compostos de maior distribuição e importância na crosta

terrestre. Sua importância para a vida está no fato de que nenhum processo metabólico ocorre

sem a sua ação direta ou indireta. Foram suas propriedades anômalas, comparando com outros

compostos, que possibilitaram o surgimento e a manutenção da vida na Terra (ESTEVES,

1998).

A história da civilização está relacionada com as diversas maneiras com que os seres

humanos aprenderam a manipular os recursos hídricos. Muitas comunidades emergiram perto

de rios ou onde a água pudesse ser obtida de modo a garantir a produção de alimentos

necessários para a manutenção da população. Os canais simples de irrigação permitiram um

aumento da produção agrícola, principalmente em épocas de seca. Há seis mil anos,

fazendeiros da Mesopotâmia escavaram uma vala para desviar a água do rio Eufrates, sendo a

primeira civilização a manusear a irrigação no mundo. Há cinco mil anos já existiam sistemas

de tubulações para a drenagem de água na maioria das cidades greco-romanas (CLEIK, 2001).

Os múltiplos usos da água são indispensáveis para um largo espectro das atividades

humanas, entre as que se destacam, o abastecimento público e industrial, a irrigação agrícola,

a produção de energia elétrica e as atividades de lazer e recreação. A crescente expansão

demográfica e industrial observada nas últimas décadas trouxe como conseqüência o

comprometimento das águas dos rios, lagos e reservatórios. A poluição das águas é gerada por

efluentes domésticos (poluentes orgânicos biodegradáveis, nutrientes e bactérias); efluentes

industriais (poluentes orgânicos e inorgânicos, dependendo da atividade industrial); e carga

difusa urbana e agrícola (poluentes advindos da drenagem destas áreas contendo fertilizantes,

defensivos agrícolas, fezes de animais e material em suspensão) (CETESB, 2007a).

A poluição sistemática dos rios, lagos e mananciais não anuncia um horizonte

tranqüilizador quanto ao futuro próximo, segundo pesquisadores dedicados aos estudos das

alterações ambientais que ameaçam a vida no planeta, considerando que a água é substância

indispensável ao desenvolvimento de inúmeros processos em que se ancora a nossa

civilização (QUEIROZ, 1999), e as diversas fontes de poluição dos corpos de água.

Segundo o tipo de introdução dos poluentes no corpo d’água, uma fonte de poluição

pode ser dividida em pontual ou difusa. A fonte de poluição pontual é a que resulta de

descargas em local específico, concentrada e facilmente identificável, como, por exemplo,

descargas provenientes de fábricas e indústrias. Já a difusa é a fonte de poluição não pontual,

Page 20: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Introdução 20

proveniente de vários locais específicos ou de uma larga extensão de terreno, como é o caso

de áreas de irrigação ou áreas urbanas (GSAN, 2009).

1.2 Situação dos recursos hídricos no mundo e no Brasil

Considera-se, atualmente, que a quantidade total de água na Terra, de 1.386 milhões

de km2, tenha permanecido de modo aproximadamente constante durante os últimos 500

milhões de anos. Os volumes estocados nos principais reservatórios de água da Terra estão

distribuídos da seguinte maneira: 97,5% do volume total de água do planeta formam os

oceanos e mares e somente 2,5% são de água doce. Ressalta-se que a maior parcela dessa

água doce (68,9%) forma as calotas polares, as geleiras e neves eternas que cobrem os cumes

das montanhas mais altas da Terra. Os 29,9% restantes constituem as águas subterrâneas

doces. A umidade dos solos (inclusive daqueles gelados – permafrost) e as águas dos

pântanos representam cerca de 0,9% do total e a água doce dos rios e lagos cerca de 0,3%

(SHIKLOMANOV, 1998).

Quantidades menores que 1000 m3 per capita/ano de água representa um estado

relativo de falta de água, e que menos de 500 m3 per capita/ano um estado de absoluta

escassez hídrica. Em 18 países a disponibilidade de água nos rios era inferior a 1000 m3 per

capita/ano no ano de 1990, e segundo projeções, em 2025 serão 30 países enfrentando déficit

de água (FALKENMARK, 1986).

O aumento populacional entrará em conflito com a demanda no consumo de água para

o abastecimento público, recreacional, atividades industriais e irrigação agrícola caso não se

pratique o uso racional da água (EPA, 2004). Cerca de 70% das águas no mundo são

utilizadas na agricultura, sendo que nos países em desenvolvimento a demanda é ainda maior,

e pode chegar a 82% do consumo total de água (UNESCO, 2003).

No Brasil, a vazão média anual dos rios em território nacional é cerca de 180 mil m3/s.

Este valor corresponde a aproximadamente 12% da disponibilidade mundial de recursos

hídricos, que é cerca de 1,5 milhões de m3/s (SHIKLOMANOV, 1998). A América do Sul

detém 60% da água doce superficial do continente, sendo que o Brasil detém 28% do total

(ANA, 2007).

Embora o Brasil ainda tenha uma situação privilegiada em relação à quantidade e à

qualidade de água, a forma de uso não vem ocorrendo de forma responsável.

Superexploração, despreocupação com os mananciais, má distribuição, poluição,

Page 21: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Introdução 21

desmatamento e desperdício são apenas alguns dos fatores que comprovam o descaso com

este importante recurso. A gestão dos recursos hídricos é, possivelmente, a questão ambiental

com maior poder de integração, afetando todos os segmentos da sociedade e perpassando os

diversos usos do solo, tais como a exploração de florestas, agricultura, indústria, mineração,

entre outros (WWF, 2007). Com relação ao avanço da poluição das águas no Brasil, estudos

revelaram que a contaminação de rios, lagos e lagoas quintuplicou nos últimos 10 anos

(MORELLI, 2005).

A principal fonte de contaminação é o despejo de material tóxico proveniente das

atividades agroindustriais e industriais, responsáveis por 90% do consumo das águas,

devolvendo-as à natureza completamente contaminadas. No caso das indústrias, o agravante

está na falta de controle ambiental quanto a geração, tratamento e destinação final de resíduos

gerados no processo produtivo, normalmente acumulados nas margens de cursos de água

(DEFENSORIA DAS ÁGUAS, 2004).

O despejo de esgotos urbanos e rurais vem em segundo lugar. Estes contribuem para o

acréscimo de matéria orgânica na água que, devido à redução dos níveis dos rios, lagos e

lagoas (em razão do aumento de desmatamentos, destruição de matas ciliares e

impermeabilização dos solos), acaba se sedimentando nos leitos e margens, aprofundando os

efeitos nocivos da contaminação (DEFENSORIA DAS ÁGUAS, 2004).

Em terceiro lugar aparecem os lixões nas margens de cursos de água, onde os

governos locais não apresentam capacidade de controlar o despejo de material infectante

proveniente dos serviços de saúde, juntamente com resíduos urbanos e até industriais,

causando diariamente o vazamento de bilhões de litros de chorume, com sérios reflexos na

saúde pública. Levantamentos apontam a existência de mais de 20 mil áreas contaminadas

com populações expostas a riscos de saúde. O Ministério da Saúde reconhece a existência de

15.237 áreas, que estão sendo mapeadas pela equipe de Secretaria de Vigilância em Saúde, a

partir de um acordo com a UNESCO. Pesquisas realizadas apontam que dentro dos próximos

10 anos se agravará profundamente a situação de escassez de água para consumo humano nas

regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, atingindo mais de 40

milhões de pessoas, sem quaisquer providências preventivas das autoridades governamentais

(DEFENSORIA DAS ÁGUAS, 2004).

No Estado de São Paulo encontra-se 1,6 % da água doce brasileira segundo o

Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE, 2007). De acordo com o Relatório de

Análise da Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo de 2006, a qualidade da

Page 22: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Introdução 22

água para abastecimento público é imprópria em 18% dos rios e reservatórios existentes no

estado, uma vez que estes foram classificados como ruins ou péssimos (CETESB, 2007b).

Comitês de Bacias Hidrográficas foram criados no estado de São Paulo, e instituídos

por Lei, no âmbito do Sistema Nacional de Recursos Hídricos e dos Sistemas Estaduais.

Considerados a base da gestão participativa e integrada da água, têm papel deliberativo e são

compostos por representantes do Poder Público, da sociedade civil e de usuários de água e

podem ser oficialmente instalados em águas de domínio da União e dos Estados.

Existem comitês federais e comitês de bacias de rios estaduais, definidos por sistemas

e leis específicas. Foram criados pela lei que instituiu a política estadual de recursos hídricos

(7.663/91) para gerenciar a água de forma descentralizada, integrada e com a participação da

sociedade. Os comitês são colegiados compostos por representantes de municípios (prefeitos),

de órgãos estaduais e de entidades representativas da sociedade civil (ONGs, universidades,

associações) em igual número. A composição tripartite visa garantir a todos os integrantes do

colegiado os mesmos direitos e o poder de deliberar na tomada de decisões que irão

influenciar na melhoria da qualidade de vida da região e no desenvolvimento sustentado da

bacia.

Antes de sua criação, o gerenciamento da água era feito de forma isolada por

municípios e Estado. As informações estavam dispersas em órgãos técnicos ligados ao

assunto e os dados não eram compatíveis. Era muito difícil obter acesso a informações

concretas. Isso dificultava o planejamento sobre captação, abastecimento, distribuição,

despejo e tratamento da água que consumimos e acarretava a realização de mega obras,

concebidas de forma isolada, muitas vezes com desperdício de dinheiro público. A falta de

políticas públicas integradas e eficientes para manejo dos recursos naturais provocou a

degradação de muitos rios (REDE DAS ÁGUAS, 2001).

Com a criação dos comitês, o estado de São Paulo foi dividido em 22 unidades de

gerenciamento, de acordo com as bacias hidrográficas e afinidades geopolíticas. O Estado de

São Paulo apresenta 7 bacias hidrográficas. Cada uma dessas bacias passou a se chamar

Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) (REDE DAS ÁGUAS, 2001).

As UGRHIs constituem unidades territoriais “com dimensões e características que

permitam e justifiquem o gerenciamento descentralizado dos recursos hídricos” (art.20 da Lei

Estadual 7663 de 30/12/1991) e, em geral, são formadas por partes de bacias hidrográficas ou

por um conjunto delas, que de forma alguma podem ser consideradas como bacias

hidrográficas. Por outro lado, deve-se observar que os estudos devem sempre ter a bacia

hidrográfica como unidade de planejamento, focalizando, em seu contexto, a UGRHI, o que

Page 23: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Introdução

pode requerer que se contemplem, nos mesmos, mais de uma Unidade de Gerenciamento

como: UGRHIs sucessivas dentro de uma mesma bacia, no caso de UGRHIs entre as quais

tenham se estabelecido transferências de águas, ou, ainda, no caso de bacias c

com Estados vizinhos (DAEE, 2004).

De acordo com DAEE, a irrigação demanda 42% de toda a água superficial do Estado

de São Paulo, a indústria 25%; já a demanda urbana é de 32% e outras atividades, 1%. A

Figura 1 mostra a situação da disponibi

classificando-a em crítica, pobre, ideal, rica, muito rica e abundância.

Figura 1 - Situação da disponibilidade da água superficial no Estado de São Paulo.

Fonte: Modificada do Departamento de

1.3 Recursos hídricos e cursos de água superficial em Ribeirão Preto

A cidade de Ribeirão Preto faz parte da

das maiores reservas de água doce do planeta, o Aqüífero Guara

subterrâneo que abrange quatro países: Paraguai, Argentina e Uruguai, além do Brasil. A

cidade de Ribeirão Preto capta 100% da água que abastece a cidade do Aqüífero Guarani. Isso

pode requerer que se contemplem, nos mesmos, mais de uma Unidade de Gerenciamento

UGRHIs sucessivas dentro de uma mesma bacia, no caso de UGRHIs entre as quais

tenham se estabelecido transferências de águas, ou, ainda, no caso de bacias c

com Estados vizinhos (DAEE, 2004).

De acordo com DAEE, a irrigação demanda 42% de toda a água superficial do Estado

de São Paulo, a indústria 25%; já a demanda urbana é de 32% e outras atividades, 1%. A

Figura 1 mostra a situação da disponibilidade de água superficial no Estado de São Paulo,

a em crítica, pobre, ideal, rica, muito rica e abundância.

Situação da disponibilidade da água superficial no Estado de São Paulo.

Modificada do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE, 2007).

Recursos hídricos e cursos de água superficial em Ribeirão Preto

A cidade de Ribeirão Preto faz parte da bacia do Paraná e está localizada sobre uma

das maiores reservas de água doce do planeta, o Aqüífero Guarani, um grande reservatório

subterrâneo que abrange quatro países: Paraguai, Argentina e Uruguai, além do Brasil. A

cidade de Ribeirão Preto capta 100% da água que abastece a cidade do Aqüífero Guarani. Isso

23

pode requerer que se contemplem, nos mesmos, mais de uma Unidade de Gerenciamento,

UGRHIs sucessivas dentro de uma mesma bacia, no caso de UGRHIs entre as quais

tenham se estabelecido transferências de águas, ou, ainda, no caso de bacias compartilhadas

De acordo com DAEE, a irrigação demanda 42% de toda a água superficial do Estado

de São Paulo, a indústria 25%; já a demanda urbana é de 32% e outras atividades, 1%. A

lidade de água superficial no Estado de São Paulo,

Situação da disponibilidade da água superficial no Estado de São Paulo.

Águas e Energia Elétrica (DAEE, 2007).

Recursos hídricos e cursos de água superficial em Ribeirão Preto

e está localizada sobre uma

ni, um grande reservatório

subterrâneo que abrange quatro países: Paraguai, Argentina e Uruguai, além do Brasil. A

cidade de Ribeirão Preto capta 100% da água que abastece a cidade do Aqüífero Guarani. Isso

Page 24: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Introdução 24

pode ser explicado pelo fato de sua profundidade ser de apenas 150 m na região de Ribeirão

Preto e Araraquara, enquanto em outras localidades chega a se situar a 1500 m de

profundidade (IBIRÉ, 2006).

Os córregos que cortam a cidade apresentam muitas irregularidades, com matas

ciliares pouco preservadas e com pouca área mínima de recuo. Além disso, os cursos d’água

sofrem com ligações clandestinas de esgoto e com o lixo que é carregado pelas chuvas ou

deliberadamente depositado pela população (IBIRÉ, 2006). Um desses córregos é o Ribeirão

Preto, que dá nome à cidade e atravessa o município.

O córrego Ribeirão Preto apresenta 42 km de extensão (BUSH, 2007). Esse córrego é

tributário do Rio Pardo, principal curso de água da Bacia do Rio Pardo. Com uma drenagem

da ordem de 10.694 km², a bacia do Rio Pardo (localizada na região Hidrográfica da Vertente

Paulista do Rio Grande), abrange todo o trecho à montante do Rio Pardo, a partir da sua

confluência com o Rio Mogi Guaçú, abrigando um contingente populacional de cerca de

1.042.000 habitantes (SIGRH, 2009).

A economia da bacia do Rio Pardo está centrada no setor agrícola, com a forte

predominância da agro-indústria sucro alcooleira, seguida da citricultura e outras atividades

agropecuárias, não menos importantes. Os setores de prestação de serviços e comércio

ocupam, também, destaque na economia da bacia. Sob o panorama hídrico, a bacia se

enquadra como “bacia em industrialização”, quanto à demanda de água, enquanto bem

gerador de divisas econômicas. Apresenta uma disponibilidade hídrica superficial razoável,

comparativamente às demais bacias do estado. A qualidade de modo geral, é tida como de

média a boa (SIGRH, 2009).

De acordo com o Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (DAERP, 2007),

a cidade despeja aproximadamente 28,7 milhões de litros de esgoto por dia nas águas do

córrego Ribeirão Preto. Existindo como agravante que esse curso d’água, durante a época das

chuvas, causa enchentes que apresentam uma variedade de impactos na saúde (NOJI, 1997;

AHERN et al., 2005). Os efeitos das enchentes costumam ser imediatos, causando danos

físicos e materiais, assim como danos mais permanentes, considerando a repetição sazonal

desse fenômeno.

Como conseqüência das enchentes o aumento da diarréia e doenças respiratórias são

reportados, tanto em países de alta como de baixa renda (SIDDIQUE et al., 1991; AHERN et

al., 2005). Transmissões de doenças são aumentadas onde há aglomeração de pessoas

desalojadas pela enchente (HAINES et al., 2006). Também em alguns casos, enchentes

podem levar à mobilização de químicos perigosos de depósitos ou remobilização de químicos

Page 25: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Introdução 25

já presentes no ambiente, por exemplo, pesticidas. Um caso estudado de contaminação do

solo por metais pesados após a enchente do rio Meuse durante o inverno de 1993-1994

concluiu que havia um risco potencial para os moradores às margens do rio, como

conseqüência da contaminação por chumbo e cádmio dos solos alagados (ALBERING et al.,

1999). Os prejuízos podem ser enormes quando terrenos industriais ou agrícolas adjacentes

aos terrenos residenciais são afetados (HAINES et al., 2006).

Nesse contexto, considera-se que a avaliação da qualidade da água constitui uma

ferramenta importante para a saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento,

onde ainda se encontram áreas densamente povoadas que apresentam baixos níveis de

saneamento, o que propicia maior ocorrência de doenças veiculadas pela água (FREITAS et

al., 2001). Portanto, considerando que o córrego Ribeirão Preto atravessa a área urbana do

município de Ribeirão Preto e que despejos industriais, domésticos e hospitalares lançados no

córrego e afluentes podem comprometer seriamente a qualidade de suas águas, justifica-se a

avaliação da qualidade desse curso de água.

Cabe destacar que o córrego Ribeirão Preto é um dos cursos de água mais importantes

do município e vem sendo afetado pela ação antropogênica, que pode levar a mobilização de

agentes químicos ou microbiológicos que representam riscos para a saúde pública e

ambiental.

Page 26: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Objetivos

Page 27: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Objetivos 27

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

• Avaliar a qualidade da água do córrego Ribeirão Preto, visando à obtenção de

indicadores de fontes de poluição.

2.2 Objetivos específicos

• Verificar parâmetros limnológicos ao longo do córrego Ribeirão Preto, como pH,

temperatura, oxigênio dissolvido condutividade e transparência em quatro momentos

diferentes, de dezembro de 2008 a setembro de 2009.

• Caracterizar e quantificar os parasitas e bactérias mais freqüentes no córrego Ribeirão

Preto em quatro momentos diferentes, de dezembro de 2008 a setembro de 2009.

• Avaliar as concentrações de metais pesados em água superficial do córrego Ribeirão

Preto em quatro momentos diferentes, de dezembro de 2008 a setembro de 2009.

Page 28: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura

Page 29: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 29

3. REVISÃO DA LITERATURA

A manutenção da qualidade ambiental dos rios está diretamente relacionada ao

conhecimento das variáveis que interferem em sua dinâmica, sejam elas resultantes das ações

do homem sobre o ambiente ou de suas transformações naturais. O grande desafio é criar

indicadores que caracterizem efetivamente o estado dos ecossistemas fluviais, que sejam

sensíveis o suficiente para captar aspectos da condição ambiental e fornecer informações

científicas úteis à gestão e conservação destes recursos, de forma cada vez mais realista

(RODRIGUES, 2009).

3.1. Parâmetros limnológicos

A avaliação de parâmetros limnológicos é uma importante ferramenta no estudo dos

problemas ambientais, contribuindo na compreensão dos principais mecanismos de

funcionamento dos ecossistemas aquáticos, auxiliando na gestão da qualidade da água, em

particular na região tropical. Tem um importante papel no monitoramento e recuperação dos

corpos de água, com grande importância quando diz respeito ao controle da eutrofização,

processo decorrente do excesso de nutrientes básicos (ESTEVES, 1998).

Algumas variáveis que orientam os parâmetros físico-químicos, de acordo com a

CETESB (2006), com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

N°357/2005 e outros estudos, foram definidas da seguinte forma: pH - Influencia os

ecossistemas aquáticos naturais devido a seus efeitos na fisiologia de diversas espécies. Para

que se conserve a vida aquática, o pH ideal deve variar entre 6 e 9 (Esteves, 1998);

Temperatura - Desempenha um importante papel no controle de espécies aquáticas, podendo

ser considerada uma das características mais importantes do meio aquático. Seu valor pode

variar entre 0°C e 30ºC (SILVA, et al., 2008); Oxigênio Dissolvido - O oxigênio é um

elemento essencial no metabolismo dos seres aquáticos aeróbicos. Em águas correntes, sob

circunstâncias normais, o conteúdo de oxigênio é alto e varia ao longo do rio, devido a

alterações em suas características ambientais e em conseqüência das condições climáticas

(MAIER, 1987). Baixos valores podem estar associados a uma grande quantidade de matéria

orgânica na água, que pode levar a uma eutrofização do córrego (CETESB, 2009). A

concentração do oxigênio na água varia com a sua temperatura (relação

concentração/temperatura está intimamente ligada), bem como a solubilidade desse gás

Page 30: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 30

depende ainda da pressão atmosférica e da salinidade da água; Condutividade - É a medida da

capacidade da água em conduzir corrente elétrica, cujos valores são expressos em micro

Siemens (µS.cm-¹). É função da concentração de íons presente na água que possam conduzir

esta corrente elétrica, mas seu valor, além de depender da temperatura, também difere para

cada íon (ESTEVES, 1998). Em geral, níveis superiores a 100 µS/cm indicam ambientes

impactados (CETESB, 2009); Transparência - A transparência da água pode variar de alguns

centímetros a dezenas de metros. Esta região da coluna d´água chama-se zona eufótica, varia

com a capacidade da água em atenuar a radiação subaquática e corresponde à profundidade

onde a intensidade da radiação solar equivale a 1% daquela que atinge a superfície. Do ponto

de vista óptico, a transparência da água pode ser considerada o oposto da turbidez e está

diretamente relacionada com a produção primária. Mudanças em seus valores podem ser

causados por fatores abióticos (partículas sólidas em suspensão) ou bióticos (algas e

microrganismos) (ESTEVES, 1998); Sólidos em suspensão - Todas as impurezas, com

exceção dos gases dissolvidos, são consideradas sólidos suspensos em corpos d’água. Altas

concentrações de sólidos em suspensão reduzem a passagem de luz solar, afetam organismos

bentônicos e desequilibram as cadeias tróficas (TAVARES, 2005).

No Brasil, o regime de chuvas apresenta uma sazonalidade marcante e evidencia uma

estação seca e outra chuvosa que acontece em épocas diferentes de acordo com a localização

geográfica (FIGUEROA; NOBRE, 1989). Além da variação mensal da chuva, seu ciclo

diurno também varia espacialmente (ANGELIS et al., 2004) podendo afetar as concentrações

das variáveis físico-químicas presentes nos rios.

3.2. Microbiologia das águas superficiais

Águas naturais contêm bactérias e parasitas devido à sua exposição ao ar e ao solo. Na

sua maioria trata-se de microrganismos que não causam grandes prejuízos à saúde humana,

cujo número e natureza variam consideravelmente de acordo com o lugar e as condições

ambientais. Ao longo do seu percurso, as águas naturais, superficiais ou subterrâneas, podem

ser contaminadas com microrganismos patogênicos como, por exemplo, os protozoários

Giardia e Cryptosporidium, as bactérias Salmonella, Shigella, Vibrio e Mycobacterium, ou

vírus (Hepatite A ou Polio). Alguns destes organismos podem sobreviver longos períodos de

tempo em águas naturais, não necessitando do homem como hospedeiro, enquanto outros

possuem uma capacidade de sobrevivência muito reduzida.

Page 31: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 31

Os ecossistemas aquáticos superficiais são contaminados principalmente pelos

poluentes químicos e biológicos carreados pelo deflúvio superficial, podendo ser depositados

diretamente nas fontes de água para consumo, na forma solúvel ou particulada (Gonçalves,

2003).

Desde as civilizações mais remotas, se observa a existência da preocupação constante

do homem em relação à qualidade da água e à transmissão de doenças. De acordo com

Branco (1986), os seres patógenos são lançados nos despejos de origem doméstica,

fundamentalmente formados por matéria fecal humana e animal, existentes nos ambientes

aquáticos. Esses organismos são incapazes de reproduzir-se ou mesmo sobreviver por muito

tempo, embora constituam um indício seguro de contaminação, apresentam uma curta

duração fora do organismo humano e a dificuldade dos processos para identificação.

As infecções por helmintos e protozoários estão entre os mais freqüentes agravos do

mundo. As enteroparasitoses podem afetar o equilíbrio nutricional, pois interferem na

absorção de nutrientes, induzem sangramento intestinal, reduzem a ingestão alimentar e

ainda podem causar complicações significativas, como obstrução intestinal, prolapso retal e

formação de abscessos. A ingestão de água contaminada sem tratamento prévio tem

aumentado o número de internações hospitalares (ROQUE, 2007), decorrentes

principalmente dos riscos relativos à ingestão de águas contaminadas por agentes biológicos

(vírus, bactérias e parasitas), bem como por riscos derivados de poluentes químicos. As

enteroparasitoses por possuírem sistemas infectivos com mecanismos de infecção oral e/ou

ativo cutâneo, apresentam distribuição cosmopolita, com variação na prevalência (NEVES,

2005).

De acordo com a OMS (1992), os helmintos de grande importância médica estão

divididos em três grupos: nematodos (áscaris), cestodos (tenias) e trematodos (distomas).

Para a saúde pública os nematodos de grande impotãncia são: Ascaris lumbricoides,

Ancilostomas (Ancylostoma duodenale e Necator americanus), Strongyloides stercoralis,

Trichuris trichiura, Enterobius vermicularis e outros; já os cestodos são: Teniases humanas

(Taenia saginata e Taenia solium), Diphillobothrium, Echinococcus, Hymenolepis; entre os

trematodos estão os esquistossomas como Schistosoma mansoni, S. haematobium, S.

japonicum e S. intercalatum e transmitidos por cercárias.

Dentre os parasitas que podem ser ingeridos através da água, destaca-se a Entamoeba

hystolitica, Balantidium coli, Giardia lamblia e Cryptosporidium spp. (APHA, 1998;

Page 32: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 32

D´águila et al., 2000). Na Tabela 1 apresentam-se resumidamente as doenças e reservatórios

para os protozoários mais comumente encontrados em águas residuárias.

Protozoários Doenças Reservatórios

Balantidium coli Diarréia

Desinteria

Ulceração

Humano, animais

(porcos e ratos)

Entamoeba Ulceração

Desinteria Amebiana

Humano

Giardia lamblia Diarréia Humano, animais.

Cryptosporidium spp. Diarréia Humano e Animais

Figura 2 - Protozoários patogênicos eliminados pelas fezes

Fonte: Roque (1997) e Apha (1998).

Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 3,5 bilhões de pessoas estão

infectadas por helmintos e enteroprotozoários, das quais 450 milhões, a maior parte crianças,

esteja doente. A cada ano acontecem cerca de 65.000 óbitos decorrentes das infecções por

ancilostomídeos, 60.000 associados às infecções por Ascaris lumbricoides e 70.000 em razão

das infecções por Entamoeba histolytica (WHO, 2000).

As conseqüências das infecções parasitárias variam de acordo com a espécie de

patógenos presente no ambiente. Por exemplo, lançados ao solo, ovos de Ancylostoma

duodenalis implicariam em sérios danos à saúde pública, tendo em vista que o verme do

amarelão se transmite através do contato com a pele, normalmente dos pés, com o solo

contaminado. No entanto, pouco efeito teria na saúde pública se fosse lançado num curso

d'água, já que neste meio não há transmissão da doença. O contrário acontece com o

Schistossoma mansoni que num corpo receptor contendo o caramujo que atua como

hospedeiro intermediário de cada ovo poderia originar um grande número de cercárias,

podendo resultar em grave risco à saúde pública.

Giardíase é uma doença reconhecidamente associada com águas de abastecimento

para consumo humano. Recentemente, principalmente nos Estados Unidos da América

(EUA), surtos de criptosporidiose também vêm sendo relacionados com essa via de

transmissão (ROSE, 1988; JURANEK, 1995).

Em que pesem as incertezas quanto aos riscos reais de saúde impostos pela presença

de reduzidas densidades de protozoários em águas tratadas, as evidências disponíveis têm

Page 33: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 33

concentrado novas atenções – no caso, de Cryptosporidium – e reacendido outras– no caso,

de Giardia – quanto à necessidade de se aprofundarem os conhecimentos sobre as fontes de

contaminação, a distribuição de protozoários em mananciais de abastecimento e a eficiência

de remoção desses organismos pelos processos de tratamento (JURANEK, 1995).

Considerável atenção e recursos têm sido direcionados para esclarecer a epidemiologia

dessas doenças e limitar a propagação desses organismos (ROSE, 1988; SMITH, 1995).

A Giardia lamblia e Cryptosporidium spp. ocorrem em animais domésticos como

também em humanos. O ambiente pode ser contaminado por depósito direto de humano e

fezes de animais ou por esgoto. Ingestão de água que contém estes organismos pode causar

doenças (APHA, 1998). A presença de Cryptosporidium spp. também está associada a

turbidez da água, onde são necessárias técnicas especificas para o diagnóstico (BASTOS et

al., 2001).

Os parâmetros microbiológicos referem-se a organismos bacterianos, virais e outros

elementos vegetais e animais, susceptíveis de estar presente na água. A investigação da

presença do grupo coliforme termotolerantes, que pertence à flora intestinal, indica a

possibilidade de existirem outros microorganismos como bactérias ou vírus patogênicos

(BRANCO et al., 1991; BARROS et al., 1995).

As fezes de uma pessoa sadia contêm um grande número de bactérias comensais de

várias espécies que variam em quantidade e tipo de acordo com hábitos e costumes da

população. Estas grandes variações de espécies levaram os estudiosos a estabelecer

indicadores de presença de contaminação como o Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosas,

Enterococcus faecalis. As bactérias penetram no corpo humano normalmente por ingestão de

alimentos ou água contaminada, e muitas vezes através das próprias mãos. Todas as infecções

levam as bactérias a serem eliminadas pelas fezes, com a probabilidade de atingir um novo ser

humano, fechando novamente um novo ciclo (ROQUE, 1997).

A contaminação do sistema público de abastecimento de água por esgotos, geralmente

é detectada pela presença de coliformes na água; trata-se de um grupo de bactérias,

pertencente à família Enterobacteriaceae, o qual representa a maior e mais heterogênea

coleção de bacilos Gram-negativos de importância clínica. O gênero Escherichia consiste em

cinco espécies, sendo que a Escherichia coli é a mais comum e de grande importância clínica,

por se tratar de uma bactéria termo-tolerante, utilizada como um indicador de contaminação

da água por fezes de animais ectotérmicos (HELLER, 1997).

Na Bolívia, QUICK et al. (1999) observaram que doenças diarréicas continuam sendo

as causas de morbidade e mortalidade infantil nos países em desenvolvimento, devido à

Page 34: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 34

transmissão de coliformes fecais através da água. A intervenção para a melhoria deste quadro

consistiria em três elementos: tratamento da água com adição de cloro, armazenamento

apropriado, e educação ambiental. Estas são ações que não envolvem muito custo e podem

reduzir em 20% ou mais a incidência de diarréia.

3.3. Metais pesados no ambiente aquático

Dentre os diferentes contaminantes químicos, o estudo dos metais pesados vem sendo

considerado prioritário nos programas de promoção da saúde em escala mundial. Segundo

Baird (2002), o termo metal pesado se refere a uma classe de elementos químicos, muitos dos

quais nocivos para os seres humanos. Os metais pesados possuem densidades altas em relação

a outros materiais comuns.

A água é fonte natural de alguns metais definidos como oligoelementos essenciais para

a vida; tais micronutrientes, em ínfimas quantidades, desempenham um papel determinante

como constituintes de enzimas ou como elementos que intervém na síntese das mesmas.

Concentrações deficitárias ou excessivas desses metais podem desencadear danos à saúde.

Além dos metais essenciais, a água pode conter metais tóxicos que podem causar doenças ao

ser humano (NIKAIDO et al., 2004).

Os metais podem ficar retidos no solo, seja dissolvidos em solução ou fixados por

processos de adsorção, complexação e precipitação. Também podem ser absorvidos pelas

plantas, e assim incorporados às cadeias tróficas, passar para a atmosfera por volatilização ou

mover-se para águas superficiais ou subterrâneas. A disponibilidade química dos metais depende de sua espécie e das características do

meio, como pH, potencial de oxi-redução da água, presença de cátions competidores (Ca+2 ,

Fe+2 , Mg+2 , por exemplo) e concentração de ligantes orgânicos e inorgânicos aos quais o

metal pode se complexar ou se adsorver. Quanto maior a disponibilidade, maior o potencial

tóxico ou a bioacumulação da substância (CHASIN; PEDROZO, 2003).

Os metais entram no ambiente aquático por diferentes fontes. Embora muitos ocorram

naturalmente nos ciclos biogeoquímicos (GARRET, 2000), eles podem alcançar o ambiente

aquático por fontes antropogênicas, tais como efluentes domésticos e industriais, enxurradas,

lixiviados de aterros, fontes atmosféricas e atividades de embarcações (FÖRSTNER;

WITTMANN, 1979).

Page 35: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 35

Algumas atividades industriais fontes de metais pesados são: indústria de baterias

automotivas, chapas de metal semi-acabado, canos de metal, aditivos em gasolina, munição,

indústria de reciclagem de sucata de baterias automotivas para reutilização de chumbo,

fundição e refinação de metais como zinco, chumbo e cobre, mineração e o uso de seus

derivados na indústria e na agricultura, células de eletrólise do sal para produção de cloro,

curtição de couros, galvanoplastia, metalurgia, indústrias recicladoras de chumbo

(GREENPEACE, 2007).

A principal fonte natural de metais na água é a intemperização (decomposição) de

minerais; contudo as concentrações de metais e seus verdadeiros impactos podem ser

grandemente modificados pela interação com os constituintes naturais da água.

Conseqüentemente, o conhecimento das concentrações de metais pesados é desejável para se

estimar os níveis de poluição na água das regiões correspondentes (HANSEN et al., 1995).

Os efeitos tóxicos dos metais podem expressar-se de forma aguda ou crônica. Dentre os

mecanismos de toxicidade dos metais estão incluídas as interações com sistemas enzimáticos,

interações com membranas celulares, efeitos específicos sobre certos órgãos e sobre o

metabolismo celular em geral (GOYER, 1986).

3.3.1. Metais pesados em água superficial

Os contaminantes presentes nas águas superficiais podem se encontrar em solução ou

em suspensão. O material em suspensão pode ser encontrado na forma de partículas ou de

gotículas (como o óleo) e os contaminantes podem estar dissolvidos ou adsorvidos a essas

gotículas ou partículas sólidas. Tais formas podem ser transportadas pela água por longas

distâncias. As distâncias percorridas pelos contaminantes dependem de sua estabilidade e

estado físico e do fluxo do corpo d´água. Compostos mais estáveis e em solução tendem a

percorrer distâncias maiores, dependendo do fluxo do rio ou da corrente marítima. Tanto as

partículas como as gotículas podem se depositar no sedimento, dependendo de sua densidade.

Por exemplo, na contaminação de um aqüífero com petróleo, o óleo mais leve atinge ou

permanece na superfície e a fração mais pesada é sedimentada (CHASIN; PEDROZO, 2003).

O destino das substâncias no meio aquoso depende também de suas propriedades

físico-químicas, especialmente lipossolubilidade, pressão de vapor e estabilidade química.

Page 36: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 36

Compostos menos estáveis são facilmente hidrolisáveis, representando menor risco para o

ecossistema aquático, a não ser que o produto da hidrólise apresente toxicidade maior que a

do precursor. A polaridade é importante na distribuição e na persistência dos contaminantes

neste meio. Substâncias hidrofílicas tendem a se dissolver no meio e a se distribuir ao longo

da superfície da água. As lipofílicas associam-se ao material particulado, especialmente ao

sedimento (CHASIN; PEDROZO, 2003).

Na coluna d’água os teores de metais pesados dissolvidos tendem a variar por várias

ordens de magnitude ao longo do tempo e dos diferentes pontos de amostragem, o que se deve

ao grande número de variáveis envolvidas na sua dinâmica, tais como variações diárias e

sazonais de fluxo d’água, descargas locais de esgotos urbanos e industriais, variações de pH e

condições redox, níveis de detergentes, salinidade e temperatura. Apesar de tais variações, a

determinação das concentrações dos metais dissolvidos na água constitui uma ferramenta útil

na avaliação do grau de contaminação de um determinado ecossistema e tem sido utilizada

por diferentes pesquisadores em todo o mundo (TOMAZELLI, 2003).

Dentre os metais pesados podem ser citados cádmio (Cd), chumbo (Pb), cobre (Cu),

cromo (Cr), manganês (Mn), mercúrio, (Hg) zinco (Zn) como os mais estudados, devido a

seus efeitos à saúde humana (SEGURA-MUÑOZ, 2002). Uma descrição mais detalhada

desses metais é apresentada a seguir:

Cádmio

É um dos principais contaminantes ambientais. A população geral é exposta

principalmente pela água e alimentos ingeridos. (WHO, 2000; ATSDR, 2008). Em baixas

concentrações pode atuar como nutrientes para plantas, mas é tóxico para organismos

aquáticos, mesmo em pequenas concentrações (EPA, 2001).

Apresenta toxicidade aguda; a dose letal é de aproximadamente um grama. Os seres

humanos estão protegidos contra a exposição crônica a concentrações baixos de cádmio pela

proteína rica em enxofre metalotioneína, cuja função é regular o metabolismo do zinco

(BAIRD, 2002).

A intoxicação por cádmio pode causar lesão testicular como: perda do peso testicular,

destruição da barreira hemato testicular, edema, hemorragia, redução da esteroidogênese,

necrose, perda de células germinativas, o que justificaria a infertilidade masculina em

pacientes expostos ao cádmio. Dessa maneira pode ser considerado um disruptor endócrino e

indutor de estresse oxidativo que pode levar a disrupção de eventos celulares mediados por

Page 37: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 37

zinco e cálcio (SIU, et al., 2009). A exposição ocupacional e ambiental de cádmio tem sido

associada a doenças cardiovasculares e renais, porém só recentemente têm surgido evidências

que essa exposição também pode desencadear casos de câncer, como de pulmões e próstata

(NORDBERG, 2006).

O cádmio pode adentrar sistemas aquáticos devido a inúmeros fatores, tais como:

intemperismo, erosão do solo e da camada de rocha viva, descargas atmosféricas diretas

devido a operações industriais, vazamentos de aterros e locais contaminados e pelo uso de

lodos de esgoto e fertilizantes na agricultura. O cádmio proveniente de efluentes industriais

que contaminam água doce podem ser rapidamente adsorvido ao material particulado. Desta

forma, passa a constituir um significante depósito para o cádmio emitido ao meio aquático

(WHO, 1992).

O cádmio apresenta significativa mobilidade na água. Em águas superficiais e

subterrâneas, pode ocorrer como íon hidratado ou complexado com outras substâncias

orgânicas ou inorgânicas. Enquanto as formas solúveis podem se mobilizar na água, as formas

não solúveis ou adsorvidas ao sedimento são relativamente imóveis (ATSDR, 1997).

Chumbo

É depositado na água proveniente da atmosfera ou da lixiviação do solo, de fonte

naturais ou antropogênicas. Nesse meio, o metal se divide rapidamente entre o sedimento e a

fase aquática, dependendo do pH da água e dos sais nela dissolvidos, além da presença de

agentes complexantes orgânicos (ATSDR, 1999; WHO, 1995).

Representativa fração do chumbo carregado pelas águas dos rios tem sido encontrada

na forma insolúvel, que consiste em partículas coloidais ou partículas grandes insolúveis de

carbonato de chumbo, óxido de chumbo, hidróxido de chumbo ou outros compostos de

chumbo incorporados em componentes de matérias particuladas lixiviadas do solo (ATSDR,

1999).

Possui efeitos sobre o sistema neurológico e reprodutivo, entre os últimos, encontram-

se disfunções do esperma em homens e incapacidade de levar a gravidez até o final em

mulheres. Os grupos humanos de maior risco são os fetos e as crianças menores de sete anos;

esses grupos são mais sensíveis ao chumbo do que os adultos, devido, em parte, ao fato de

absorverem um maior percentual de chumbo na dieta e ao desenvolvimento rápido do seu

cérebro nessa fase da vida. O metal atravessa facilmente a placenta e passa da mãe para a

Page 38: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 38

criança em formação; devido à imaturidade da barreira sangue-cérebro do feto, pouco pode

ser feito para impedir a entrada do chumbo em seu cérebro (BAIRD, 2002).

O chumbo pode alterar processos moleculares e celulares no organismo e assim afetar

muitos órgãos e processos fisiológicos. Interfere em alguns processos de sinalização celular, a

geração de potencial de ação em alguns neurônios e altera a função de várias enzimas. O

chumbo é capaz de alterar a bomba sódio/potássio, o metabolismo da vitamina D, a síntese do

grupo heme, as enzimas envolvidas na oxidação fosforilativa e na captação e metabolismo do

cálcio. Também interfere na transmissão dopaminérgica e na junção pré e pós-sináptica e

pode deprimir a função das glândulas adrenais e da tireóide (RANA, 2008).

Cobre

Elemento essencial para todas as formas de vida em baixas concentrações; porém,

altas concentrações deste mineral têm sido associados a sintomas gastrointestinais, como

diarréia, dor abdominal, náusea e vômito (PIZARRO et al., 1999). É necessário para a

ativação de mais de 30 proteínas, incluindo a superóxido dismutase, ceruloplasmina,

lisiloxidase, citocromo-c-oxidase, tirosinase e dopamina-Beta-hidroxilase. A exposição

primária para o cobre é pela ingestão oral e sua essencialidade está na capacidade de

participar da cadeia transportadora de elétrons. No entanto, essa mesma propriedade que o faz

essencial pode gerar radicais livres que o torna deletério às células (RANA, 2008).

A revisão da literatura mostra que a biodisponibilidade é geralmente pequena para as

concentrações totais de metais em água. Vários processos influenciam a biodisponiobilidade

do cobre no sistema aquático, incluindo a complexação a ligantes orgânicos e inorgânicos,

adsorção a óxidos metálicos, argila e material particulado em suspensão, bioacumulação e

troca entre sedimento e água. (WHO, 1998).

A maior parte do cobre liberado para os cursos d’água encontra-se como material

particulado, o qual é precipitado ou adsorvido à matéria orgânica, ao ferro hidratado, aos

óxidos de manganês e depositado em sedimentos ou colunas e corpos d’água (PEDROZO,

2003).

Cromo

O cromo hexavalente é a forma mais tóxica e a mais prontamente absorvida pelas

células vivas. Os mamíferos podem tolerar, acima de 200 vezes, o total de capacidade em

peso do seu corpo sem apresentar efeitos tóxicos. Sua concentração diminui com o tempo de

Page 39: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 39

permanência, sendo que a urina é sua principal via excretora. Os efeitos agudos de exposição

crônica via inalação de Cr (VI), podem resultar em úlceras na pele, orifícios no septo nasal,

dermatites e aumento da sensibilidade da pele (COPI, 2001). O Cr (III) é considerado um

micronutriente essencial para os humanos, envolvido no metabolismo da glicose, embora

pareça não haver manifestações clínicas quando sua concentração é deficiente (LEVINA;

LEY, 2008).

A exposição ocupacional ao Cr (VI) parece elevar o risco de câncer nasal e ser uma

causa de câncer de pulmão. Existem evidências de que águas contaminadas com Cr (VI)

possam causar carcinogenicidade na cavidade oral e no intestino delgado (SALNIKOW;

ZHITKOVICH, 2008).

A maior parte do cromo liberado na água deposita-se nos sedimentos. Uma pequena

porcentagem pode estar presente na água, na forma solúvel e insolúvel. As formas solúveis

encontram-se como cromo (IV) e complexos de cromo (III). Em fase aquosa, o cromo (III)

ocorre como partícula sólida adsorvida a materiais argilosos, orgânicos ou a óxido de ferro

(ATSDR, 2000).

Algumas partículas podem permanecer como matéria suspensa e posteriormente ser

depositadas nos sedimentos. A maioria dos compostos solúveis de cromo, em água de

superfície, pode estar presente, como cromo hexavalente, e uma pequena parte como cromo

(III), em complexos orgânicos, sendo o cromo hexavalente mais estável na água do mar. O

cromo (VI) pode, entretanto, ser reduzido a cromo (III) por matérias orgânicas presentes na

água e pode, eventualmente, depositar-se nos sedimentos (HSDB, 2000).

Manganês Apresenta alta significância fisiológica na atividade dos organismos, ocorrendo em

várias enzimas, fazendo parte do seu processo de óxido-redução. É permeável à barreira

placentária em roedores e seres humanos concentrando-se no fígado e cérebro dos fetos

(NASCIMENTO, 2002). Está envolvido nas funções de vários sistemas sendo necessário para

o sistema imunológico, regulação de glicose sangüínea e energia celular, reprodução,

digestão, crescimento ósseo, e ainda em mecanismos de defesa contra radicais livres

(ASCHNER; ASCHNER, 2005).

O excesso de manganês pode afetar o sistema cardiovascular aumentando a pressão da

aorta e a resistência vascular coronariana em algumas espécies. Aparentemente esse

mecanismo ocorre pelo bloqueio dos canais de cálcio. Influencia na fertilidade, uma vez que

trabalhadores expostos a altas concentrações de manganês têm menos filhos que trabalhadores

Page 40: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 40

não expostos. Em fetos reduz o peso corpóreo, já em animais aumenta o número de ninhadas

com má formação esquelética (CROSSGROVE; ZHENG, 2004).

O Mn é freqüentemente transportado nos rios adsorvido aos sedimentos suspensos. A

tendência dos compostos solúveis de serem adsorvidos nos solos e sedimentos pode ser

altamente variável, dependendo, principalmente da capacidade de troca iônica do cátion e da

composição orgânica do solo (WHO, 1999).

Mercúrio

O mercúrio é o mais volátil de todos os metais, e seu vapor é altamente tóxico. Se o

mercúrio for usado em ambientes fechados, é preciso uma ventilação adequada, já que a

pressão de vapor de equilíbrio do mercúrio é centenas de vezes maior que a exposição

máxima recomendada. O próprio mercúrio líquido não é altamente tóxico, sendo a maior parte

da quantidade ingerida excretada. O mercúrio difunde-se dos pulmões para a corrente

sanguínea, e depois atravessa a barreira hemato-encefálica para penetrar no cérebro; o

resultado é um grande dano ao sistema nervoso central, que se manifesta por dificuldades na

coordenação, na visão e no sentido do tato (BAIRD, 2002).

A forma orgânica do Hg (metilmercúrio) é extremamente tóxica, este composto pode

entrar rapidamente na corrente sanguínea, causando danos irreparáveis ao sistema nervoso

central. Os principais sintomas associados à toxicidade por mercúrio no homem incluem

tremor, vertigem, entorpecimento, dor de cabeça, câimbra, fraqueza, depressão, distúrbios

visuais, dispnéia, tosse, inflamações gastrointestinais, queda de cabelo, náuseas e vômitos

(MICARONI et al., 2000).

Os fatores morfológicos e químicos têm importante papel na determinação da taxa de

adsorção e sedimentação do Hg no sistema aquático. A distribuição do mercúrio é facilmente

correlacionada ao conteúdo de carbono orgânico, argila, ferro, fósforo e enxofre dos

sedimentos. Os agentes orgânicos complexantes solúveis em água, tais como humatos e

fuvatos, podem quelar as espécies solúveis e insolúveis na água; os últimos precipitam-se

diretamente da solução para o sedimento. Grande quantidade de mercúrio é adsorvida no

húmus, em pH muito baixo. Em valores de pH alto, maior proporção de mercúrio é adsorvido

pela fração mineral. Os complexos solúveis de mercúrio são adsorvidos pelo material

particulado orgânico e inorgânico e removidos pela sedimentação, em recursos hídricos

aeróbicos, enquanto, nos sedimentos anaeróbicos, os compostos de mercúrio precipitados

geralmente são convertidos em sulfeto mercúrico (HgS), o que, pela sua elevada

Page 41: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Revisão da Literatura 41

insolubilidade, reduz a possibilidade de serem reciclados para a coluna d’água (D’ITRI, 1990

apud QUEIROZ, 1995).

Zinco

O zinco lentamente forma precipitados solúveis com os íons CO3 , NO3, PO4 e Si. É um

elemento fortemente absorvido nas reações que acontecem no solo. Os compostos de zinco

não são considerados carcinogênicos (BARCELOUX, 1999). É importante em diversas

funções enzimáticas como, por exemplo, nas sínteses protéicas, no metabolismo de

carboidratos, na divisão e crescimento das células, etc. A ingestão de altas doses, entretanto

produz sintomas tóxicos, como febre, diarréia, vômito e irritações gastrintestinais

(NASCIMENTO, 2002). A exposição ocupacional à fumaça contendo óxido de zinco provoca

fatiga, calafrios, febre, mialgia, tosse, leucocitose, sede, sabor metálico na boca, e salivação.

O cádmio e o zinco possuem muitas propriedades químicas em comum e interagem

entre si nos processos cinéticos do organismo como absorção, distribuição, metabolismo e

excreção. O cádmio é conhecido como antimetabólito do zinco. Ambos são absorvidos no

intestino delgado pelo mesmo mecanismo, ou seja, por ação das metalotioneínas e assim,

baixas concentrações de zinco favorecem a absorção de cádmio e vice-versa. Há uma

correlação positiva entre o zinco e o cádmio encontrados no fígado e nos rins (BRZÓSKA;

MONIUSZKO-JAKONIUK, 2001).

O zinco na água é distribuído para o sedimento por adsorção sobre o ferro e óxidos de

manganês, argila mineral e materiais orgânicos (ATSDR, 1994).

Além da atual relevância das avaliações de metais pesados, de acordo com Yabe e

Oliveira (1998), alguns estudos vêm demonstrando a importância da análise histórica das

concentrações de metais pesados em águas superficiais. Possibilitando o modelamento de

emissões e deposição nas décadas passadas, indo ao encontro de estratégias de controle.

Page 42: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos

Page 43: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos 43

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Local de estudo

A cidade de Ribeirão Preto está localizada na região Nordeste do Estado de São Paulo,

no Norte-Noroeste da bacia do Paraná, na província geomorfológica denominada “Cuestas

Basálticas” (LAGUNA, 2000). Atualmente, possui uma população de cerca de 547.417

habitantes e uma área de 650 km2 (IBGE, 2007).

Figura3 - Localização do Município de Ribeirão Preto no Estado de São Paulo.

Fonte: Wikipédia, (2009).

O presente trabalho foi desenvolvido no córrego Ribeirão Preto, tributário do Rio

Pardo, localizado nos municípios de Ribeirão Preto-SP e de Cravinhos-SP, Brasil. O córrego

Ribeirão Preto possui 42 km de extensão, localizando-se 34 km no município de Ribeirão

Preto e apenas 8 km no município de Cravinhos, onde se encontra sua nascente a 791 metros

acima do nível do mar, enquanto sua foz, localizada no Rio Pardo, está a 523 metros acima do

nível do mar. Sua largura oscila entre dois e 12 metros (BUSCH, 2007).

Page 44: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos 44

Figura 4 - Representação gráfica do córrego Ribeirão Preto, delimitando esquematicamente o

trajeto do curso de água desde a nascente até o deságue no Rio Pardo.

Fonte: Busch, (2007).

Page 45: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos 45

4.2. Coleta das amostras

Foram realizadas 4 coletas: dias 15/12/2008, 04/03/2009, 06/08/2009 e 15/09/2009.

As amostras de água foram coletadas na nascente e ao longo do curso de água a distâncias

aproximadas de 4.200 metros, até a sua confluência no Rio Pardo (Figura 5), totalizando 10

pontos de coleta.

Em cada ponto de coleta foram coletadas 3 amostras de água superficial. Para a coleta

de água superficial foram utilizados recipientes de polietileno nas coletas de amostras para as

análises parasitológicas e de metais pesados, e frascos de vidro para as coletas de amostras

para as análises bacteriológicas (descrito com mais detalhe nas respectivas seções).

Figura 5 - Foto da foz do córrego Ribeirão Preto, ponto de confluência com as águas do Rio Pardo

Fonte: Cardoso, (2009).

4.3. Parâmetros limnológicos

Todas as medições dos parâmetros limnológicos foram realizadas no momento da

coleta.

4.3.1. pH e Temperatura

As leituras de pH e temperatura foram realizadas por um pHmetro com eletrodo

combinado da marca LT Lutron Modelo PH-206.

Page 46: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos 46

4.3.2. Oxigênio Dissolvido (OD)

Para as leituras do teor de oxigênio dissolvido foi utilizado um aparelho medidor de

oxigênio da marca LT Lutron Modelo DO – 5510.

4.3.3. Condutividade

Para as leituras da condutividade foi utilizado um condutivímetro portátil da marca LT

Lutron Modelo CD – 4303

.

4.3.4. Transparência

A transparência foi mensurada utilizando um Disco de Secchi, com 30 cm de diâmetro

em aço inox, e de fundo preto e branco.

Figura 6 - Imagem do momento da leitura de parâmetro limnológico durante a coleta de amostras

Fonte: Tonani, (2009).

Page 47: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos 47

4.4. Análise parasitológica

Todas as amostras foram coletadas em frascos, previamente descontaminados; em

seguida foram transferidos para cálices cônicos para a sedimentação, onde ficaram em

repouso por 6 horas. Tempo suficiente verificar a presença de qualquer forma evolutiva de

parasitas, após o repouso (SARAIVA et al. 2005). Com o auxílio de uma pipeta Pasteur, foi

coletada uma porção do sedimento na camada inferior, depositando sobre uma lâmina e

lamínula (40x80 mm) com uma gota de Lugol para análise microscópica; o sedimento foi

analisado com auxílio de um microscópio óptico, com o aumento de 100 e 400 vezes (Nikon

Eclipse E200) no Laboratório de Ecotoxicologia e Parasitologia Ambiental (LEPA).

A análise quantitativa foi realizada através da utilização da câmara de Sedgwick –

Rafter (Figura 7). É colocado 1mL da amostra com pipeta de Pauster, evitando a formação de

bolhas de ar. Antes do inicio da contagem, a amostra ficou em repouso durante 5 minutos

para decantação. A contagem é feita por campos, cada um corresponde à área do reticulo de

Whipple. Após a contagem foi realizado o seguinte calculo para obter o resultado em

microrganismos por mililitro de amostra:

Nº micorganismos/mL= C x 1000 mm3 /mL

A x D x F

Onde: C=número de microrganismos contados; A=área de um campo (mm2);

D=profundidade de um campo – 1mm; F= número de campos contados (APHA, 1998).

Figura 7 - Câmara de Sedgwick – Rafter, utilizada na contagem de parasitas

Fonte: Sommer, (2009).

Page 48: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos

4.5. Análise bacteriológica

Para a análise bacteriológica será determinado o número mais provável (NMP) de

indicadores de contaminação em uma dada amostra efetuada a

de tubos múltiplos, a qual consiste na inoculação de volumes decrescentes da amostra, em

meio de cultura adequado ao crescimento dos microrganismos pesquisados, sendo cada

volume inoculado em uma série de tubos. Para análises

utilizado preferencialmente o fator 10 de diluição, sendo inoculados múltiplos e submúltiplos

de 1 ml da amostra, usando

(CETESB, 2009).

No momento da análise, a amo

aproximadamente 25 vezes. Com uma pipeta esterilizada será transferida 10 ml da amostra

para um frasco contendo 90 ± 2 ml de

preparada a primeira diluição decimal (

da amostra; procedendo nesta sequência até obter as diluições desejadas (10

Figura 8

Com uma pipeta de 5 ml será inoculado 1 ml da amostra em cada um dos tubos

correspondentes a essa quantidade de inóculo. Após a inoculação de todos os volumes da

amostra e/ou das diluições requeridas para o exame, a estante contendo os tubos inoculados

será armazenada em estufa de cultura a 35 ± 0,5°C, durante 24± 2 horas.

Leitura para coliformes totais: após 24 horas de incubação, será efetuada a leitura,

considerando como resultado positivo para coliformes totais o aparecimento de uma coloração

nálise bacteriológica

Para a análise bacteriológica será determinado o número mais provável (NMP) de

indicadores de contaminação em uma dada amostra efetuada a partir de aplicação da técnica

de tubos múltiplos, a qual consiste na inoculação de volumes decrescentes da amostra, em

meio de cultura adequado ao crescimento dos microrganismos pesquisados, sendo cada

volume inoculado em uma série de tubos. Para análises de amostras de águas, tem sido

utilizado preferencialmente o fator 10 de diluição, sendo inoculados múltiplos e submúltiplos

de 1 ml da amostra, usando-se séries de 3 ou 5 tubos para cada volume a ser inoculado

No momento da análise, a amostra permanecerá tampada e será agitada

aproximadamente 25 vezes. Com uma pipeta esterilizada será transferida 10 ml da amostra

para um frasco contendo 90 ± 2 ml de água destilada estéril (Figura

preparada a primeira diluição decimal (10-1), sendo que 1 ml da mesma corresponde a 0,1 ml

da amostra; procedendo nesta sequência até obter as diluições desejadas (10

8 - Esquema ilustrativo do preparo das diluições decimais

da amostra de água

Fonte: Castania, (2009).

Com uma pipeta de 5 ml será inoculado 1 ml da amostra em cada um dos tubos

correspondentes a essa quantidade de inóculo. Após a inoculação de todos os volumes da

amostra e/ou das diluições requeridas para o exame, a estante contendo os tubos inoculados

será armazenada em estufa de cultura a 35 ± 0,5°C, durante 24± 2 horas.

Leitura para coliformes totais: após 24 horas de incubação, será efetuada a leitura,

considerando como resultado positivo para coliformes totais o aparecimento de uma coloração

48

Para a análise bacteriológica será determinado o número mais provável (NMP) de

partir de aplicação da técnica

de tubos múltiplos, a qual consiste na inoculação de volumes decrescentes da amostra, em

meio de cultura adequado ao crescimento dos microrganismos pesquisados, sendo cada

de amostras de águas, tem sido

utilizado preferencialmente o fator 10 de diluição, sendo inoculados múltiplos e submúltiplos

se séries de 3 ou 5 tubos para cada volume a ser inoculado

stra permanecerá tampada e será agitada

aproximadamente 25 vezes. Com uma pipeta esterilizada será transferida 10 ml da amostra

8). Desta forma será

1), sendo que 1 ml da mesma corresponde a 0,1 ml

da amostra; procedendo nesta sequência até obter as diluições desejadas (10-1, 10-2, 10-3).

Esquema ilustrativo do preparo das diluições decimais

Com uma pipeta de 5 ml será inoculado 1 ml da amostra em cada um dos tubos

correspondentes a essa quantidade de inóculo. Após a inoculação de todos os volumes da

amostra e/ou das diluições requeridas para o exame, a estante contendo os tubos inoculados

será armazenada em estufa de cultura a 35 ± 0,5°C, durante 24± 2 horas.

Leitura para coliformes totais: após 24 horas de incubação, será efetuada a leitura,

considerando como resultado positivo para coliformes totais o aparecimento de uma coloração

Page 49: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos 49

amarela nos tubos ou frascos. Caso seja observada uma coloração amarela menos intensa, a

amostra será incubada por mais 4 horas e em seguida uma nova leitura será realizada. Se a

amostra for positiva para coliformes totais, a coloração amarela irá se intensificar; caso

contrário, o resultado será negativo.

Leitura para Escherichia coli: após a leitura para coliformes totais, será efetuada a

exposição de cada tubo ou frasco positivo à luz ultravioleta (366nm, 6W) a uma distância de 6

a 8 cm em ambiente escuro. Se E. coli estiver presente, uma fluorescência azul será

observada. Se ocorrer dúvida, a amostra será incubada a 35±0,5° por um período adicional de

4 horas. A intensificação da fluorescência indicará um resultado positivo.

Portanto, as amostras serão analisadas com a utilização de um Kit denominado

Colilert®, utilizado para a detecção e confirmação simultâneas de Coliformes totais e

Escherichia coli em água. O princípio deste método é baseado na Tecnologia do Substrato

Definido, no qual, o produto possui nutrientes indicadores que desenvolvem coloração e/ou

fluorescência quando o meio de cultura é metabolizado pelas bactérias.

A contagem de coliformes será realizada pelo método de tubos múltiplos para NMP

que consiste em uma estimativa de coliformes em uma amostra, calculada a partir da

combinação de resultados positivos e negativos, obtidos mediante a aplicação da técnica

denominada Tubos Múltiplos.

O cálculo e expressão dos resultados serão expressos como Número Mais Provável de

microrganismos em cada 100 mL – NMP/100mL, para coliformes totais e Escherichia coli,

baseados , respectivamente, no número de tubos com coloração amarela e nos quais será

verificada o desenvolvimento de fluorescência azul.

É importante destacar que as bactérias não pertencentes ao grupo coliformes, tais com

espécies do gênero Aeromonas e Pseudomonas, não produzem uma resposta positiva neste

teste, a menos que estejam presentes em densidades superiores a 104 unidades formadoras de

colônias m/L (APHA, 1998).

4.6. Análise de metais

4.6.1. Preparação das amostras

Os materiais utilizados para coleta das amostras para as dosagens de metais pesados

foram recipientes de polietileno de 250 mL previamente submergidos em solução de ácido

Page 50: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos 50

nítrico a 30% por 24 horas, para eliminação de metais interferentes (APHA, 1998;

VOEGBORLO et al., 1999) e posteriormente enxaguados com água Milli-Q no Setor de

Metais do Laboratório de Pediatria (LP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina

de Ribeirão Preto (HCFMRP)/USP.

4.6.2. Tratamento da amostra e dosagens

Ácido nítrico de alta pureza (65% Suprapur-Merk, Germany) foi adicionado às

amostras para fixação dos metais suspendidos, e a um pH < 2,00 as amostras foram mantidas

a –18°C até o momento da dosagem, quando foram centrifugadas e levadas para a dosagem

(APHA, 1998).

Os metais pesados analisados foram o cromo (Cr), chumbo (Pb), manganês (Mn),

cobre (Cu), cádmio (Cd), mercúrio (Hg) e zinco (Zn). As dosagens de cromo, chumbo,

cádmio, manganês e cobre foram realizadas por Espectrofotometria de Absorção Atômica

com Forno de Grafite (EAA-FG) num espectrofotômetro VARIAN-ZEEMAN modelo 640-Z.

Já as dosagens de mercúrio foram realizadas por Espectrofotometria de Absorção Atômica

com Geração de Hidreto (EAA-VGA) num Espectrofotômetro VARIAN, modelo AA-200 e

as dosagens de zinco foram realizadas por Espectrofotometria de Absorção Atômica de

Chama (EAA-Chama) num Espectrofotômetro VARIAN, modelo AA-200, do Laboratório de

Pediatria-Setor de Metais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão

Preto (FMRP/USP). Os limites de detecção dos métodos utilizados para análise dos metais

pesados nas águas do córrego são de 0,1 ug/L para Cr, Pb, Mn e Zn; 0,01 ug/L para Cd e Hg e

0,5 ug/L para Cu.

4.6.3. Curva de Calibração

A partir de uma solução-estoque de cada metal, cuja concentração é de 1000 mg.L-¹,

foi preparada uma solução-padrão para cada metal em concentrações específicas.

4.6.4. Validação dos Métodos

Para as amostras de águas superficiais foram utilizados padrões certificantes de água

potável (PW) e não potável (NW) (PW 517; PW 545; PW 577; NW 556; NW 567; NW 572),

procedentes do Instituto Quality Control Technologies Pty Ltd., Queensland, Austrália.

Page 51: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Material e Métodos 51

4.7 Análise dos dados

Com relação às normas utilizadas para os parâmetros limnológicos, as análises

microbiológicas e das concentrações de metais na água superficial do córrego foram

considerados os valores máximos permitidos na Resolução do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) N°357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e

diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões

de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Para a análise estatística foi utilizado o

Programa Estatístico Graph Pad Prism (Version 3,02 for Windows, Graph Pad Software, San

Diego, CA, USA). Correlações entre os parâmetros analisados foram realizadas aplicando o

Teste r-Spearman, a probabilidade de 0,05 ou menos foi considerada como significante. Já

para as comparações entre os grupos de dados foi utilizado o teste não paramétrico Kruskal-

Wallis, com subseqüente aplicação do teste de comparações múltiplas de Dunn, com a

probabilidade de 0,05 ou menos considerada como significante.

Page 52: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão

Page 53: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 53

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção são apresentados os resultados obtidos da leitura de parâmetros

limnológicos, como pH, temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade e transparência.

Também contempla os resultados obtidos da análise parasitológica e bacteriológica, assim

como da quantificação de Cd, Cr, Cu, Hg, Mn, Pb e Zn, em água superficial do córrego

Ribeirão Preto.

Os resultados apresentados foram organizados de acordo com o momento de coleta,

sendo categorizados da seguinte forma: Coleta I (15/12/2008); Coleta II (04/03/2009); Coleta

III (06/08/2009) e Coleta IV (15/09/2009).

Inicialmente, o objetivo do presente estudo era comparar a qualidade dessas águas na

estação chuvosa (I e II) e na estação seca (III e IV); porém no período do estudo apresentou

um perfil pluviométrico atípico, com chuvas que se estabeleceram ao longo do ano. Registros

pluviométricos obtidos do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO),

mostraram uma precipitação média mensal de 162.6 mm de novembro de 2008 a março de

2009, e uma média para os meses de maio a setembro de 2009, de 87.64 mm, com oscilações

entre 22.8 mm para o mês de maio e 181.2 mm para o mês de setembro, o que descaracterizou

a época seca que tradicionalmente demarca a sazonalidade na região.

Esta constatação é relevante considerando que a chuva é um agente regulador dos

cursos de água, e deve ser considerada em estudos que envolvem a qualidade da água de rios

e tributários (SILVA et al., 2008). Cabe assinalar que os resultados de cada coleta

representam uma “fotografia” da qualidade da água, no momento da coleta das amostras, e,

portanto, despejos clandestinos e descontinuados podem não ter sido detectados pelo

monitoramento das águas nessas datas.

Os valores encontrados nas leituras dos parâmetros limnológicos, análises

bacteriológicas, assim como as concentrações dos metais pesados, foram avaliados seguindo

os valores estipulados na Resolução CONAMA N°357/2005, que dispõe sobre a classificação

dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as

condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

De acordo com a Resolução CONAMA N°357/2005 as águas doces são classificadas

em classe especial, classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4.

Page 54: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 54

A classe especial caracteriza águas destinadas ao abastecimento para consumo

humano, com desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e à

preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

A classe 1, são águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo

humano, após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de

contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução

CONAMA N° 274, de 2000; à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas

que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e à

proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

Na classe 2, enquadra-se corpos de água destinados ao abastecimento para consumo

humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de

contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução

CONAMA N° 274, de 2000; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins,

campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e à

aqüicultura e à atividade de pesca.

A classe 3, inclui águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo

humano, após tratamento convencional ou avançado à irrigação de culturas arbóreas,

cerealíferas e forrageiras; à pesca amadora; à recreação de contato secundário; à

dessedentação de animais.

Na classe 4, estão categorizadas águas que podem ser destinadas à navegação; e à

harmonia paisagística.

Segundo o DAEE o córrego Ribeirão Preto é um corpo de água doce pertencente à

classe 4, restrito especificamente para a navegação e harmonia paisagística, no entanto,

existem constatações de usos indevidos para essa água pela comunidade local. Informações

divulgadas na imprensa de circulação na cidade relatam pessoas que utilizam as águas do

córrego para lazer, higiene pessoal, dessedentação de animais, pesca ou outras atividades

(QUARTIER, 2009).

As figuras 9 e 10 mostram pessoas da comunidade fazendo uso diverso dessas águas,

as imagens foram captadas durante as coletas de amostras.

Page 55: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 55

Figura 9 - Imagem, captada durante coleta das amostras, de uma pessoa em contato direto com

a água do córrego Ribeirão Preto

Fonte: Cardoso, (2009).

Fazendo uma breve descrição dos pontos de coleta, podemos dizer que o ponto de

coleta 1 (nascente) encontra-se em área muito urbanizada, no centro do município de

Cravinhos; os pontos 2, 3 e 4 em área rural, embora muito próximos às cidades; o ponto 5 em

área urbana com a presença de área verde, no distrito de Bonfim Paulista, município de

Ribeirão Preto; os pontos 6, 7, 8, em áreas muito urbanizadas de Ribeirão Preto; o ponto 9

está localizado cerca de 200 m após o lançamento da água coletada e tratada pela ETE

(Ambient Serviços Ambientais de Ribeirão Preto S/A Ltda), em área urbana com a presença

de área verde; e o ponto 10 em área rural, próxima ao Ceasa, na confluência com o Rio Pardo.

Page 56: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 56

Figura 10 - Imagem de uma pessoa pescando no córrego Ribeirão Preto, no ponto onde ocorre a

confluência com o rio Pardo

Fonte: Alves, (2009).

Considerando esses usos dados à água e o risco para a saúde pública, serão observados

os valores máximos permitidos para córregos classe 1, 2 e 3, segundo à Resolução CONAMA

N°357/2005.

5.1. Parâmetros Limnológicos

5.1.1. Potencial Hidrogeniônico (pH)

A leitura do pH apresentou valores médios que variaram entre 6.6 e 7.8 como se

mostra na Tabela 1 e Figura 11.

Page 57: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão

Tabela 1 - Valores do pH encontrados nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto

Pontos de coleta 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 Média

DP Máximo Mínimo

Figura 11 - Média dos valor

Os valores de pH obtidos das amostras coletadas se encontram dentro dos limites

estabelecidos na Resolução

(Classes 1, 2 e 3) limites de pH de 6 a 9 (Brasil, 2005).

Ao comparar os valores de pH de a

diferenças significantes mediante o teste de Kruskall

6

6.5

7

7.5

8

1 2

Valores do pH encontrados nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto

– Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta pH Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV

6.1 6.4 7.2 6.8 7.2 7.3 7.4 7.1 7.8 7.8 7.6 7.3 7.9 8.2 7.4 7.1 7.3 7.8 7.3 7.0 8.0 8.0 8.0 7.2 7.5 7.4 7.2 7.1 7.5 7.2 7.3 7.2 7.8 7.4 7.2 7.3 7.5 7.5 7.3 7.3 7.4 7.5 7.4 7.1 0.6 0.5 0.2 0.2 8.0 8.2 8.0 7.3 6.1 6.4 7.2 6.8

alores do pH encontrados em cada ponto de coleta do córrego Ribeirão

Preto – Ribeirão Preto/SP

Os valores de pH obtidos das amostras coletadas se encontram dentro dos limites

na Resolução CONAMA Nº 357 / 2005, que estabelece para as

limites de pH de 6 a 9 (Brasil, 2005).

Ao comparar os valores de pH de acordo com as datas de coleta foram encontradas

diferenças significantes mediante o teste de Kruskall- Wallis (p < 0.005). Após a aplicação do

3 4 5 6 7 8 9

Pontos de coleta

57

Valores do pH encontrados nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão Preto

Média

6.6 7.2 7.6 7.7 7.4 7.8 7.3 7.3 7.4 7.4 7.4 0.3 7.8 6.6

de coleta do córrego Ribeirão

Os valores de pH obtidos das amostras coletadas se encontram dentro dos limites

Nº 357 / 2005, que estabelece para as águas doces

cordo com as datas de coleta foram encontradas

Wallis (p < 0.005). Após a aplicação do

10

pH

Page 58: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 58

teste de comparação múltipla de Dunn, foi evidenciada a diferença estatisticamente

significante entre os valores de pH das coletas I e IV, assim como II e IV.

Mesmo dentro dos limites estabelecidos na Resolução, a diferença entre os valores de

pH para as coletas pode ser explicada pelo aumento na intensidade e freqüência das chuvas

no período de dezembro a março, totalizando 785.2 mm, enquanto que o período de junho a

setembro apresentou um valor de 415.4 mm.

Segundo Carvalho et al. (2000), com o aumento das chuvas o pH apresenta valores

mais altos, pois ocorre maior diluição dos compostos dissolvidos, caracterizado por um

escoamento maior. O aumento no volume da água consequentemente causa uma diminuição

na acidez (ESTEVES, 1998).

5.1.2. Temperatura

A leitura da temperatura apresentou valores médios que variaram entre 23.4 e 28.3 ºC

(Tabela 2 e Figura 12).

Tabela - 2 Valores da Temperatura (ºC) encontrados nos diferentes pontos de coleta do córrego

Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Temperatura Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média 1 24.5 25.7 23.3 24.3 24.5 2 23.8 26.3 21.1 22.3 23.4 3 24.6 25.9 21.6 23.3 23.9 4 24.6 26.6 21.6 23.8 24.2 5 25 26.3 22 24 24.3 6 25.6 26.8 21.8 23.3 24.4 7 28 28.5 22.9 25.2 26.2 8 27 29.5 24.4 26.5 26.9 9 28.6 30.4 25.8 28.5 28.3

10 28.5 29.4 25.1 28.2 27.8 Média 26.0 27.5 23.0 24.9 25.4

DP 1.8 1.7 1.6 2.1 1.8 Máximo 28.6 30.4 25.8 28.5 28.3 Mínimo 23.8 25.7 21.1 22.3 23.4

Page 59: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão

Figura 12 - Média dos valores da Temperaturacórrego Ribeirão Preto

Os dados demonstram que as

10, localizados em áreas muito urbanizadas,

alguns pontos canalizados, e que recebe

temperatura nesses pontos pode estar associado com a falta da mata ciliar

radiação solar influencia no parâmetro

lançamento de efluente aquecido.

água de refrigeração de caldeiras e

diretamente a flora e a fauna aquáticas e,

(oxigênio dissolvido), agravar o problema de poluição

Ao comparar os valores da temperatura de acordo com a data de coleta, foi evidenciada

diferença estatística significativa (p < 0,005) entre os grupos. A aplicação do teste de

comparação múltipla de Dunn na sequência permitiu verificar que a diferença estatística

significante existia entre os valores da temperatura das coletas I e

Essa diferença na temperatura com as maiores temperaturas na primeira e segunda

coleta reflete o aumento na temperatura ambiental reportada para os meses de d

2008 e março de 2009, quando compar

mais baixa na região de Ribei

reportada pelo CIIAGRO foi de

20212223242526272829

1 2 3

alores da Temperatura (ºC) encontrados em cada pontocórrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Os dados demonstram que as maiores temperaturas prevaleceram nos pontos 7, 8, 9 e

10, localizados em áreas muito urbanizadas, com a presença muito pequena de matas ciliares,

, e que recebem águas de outros córregos afluentes

pontos pode estar associado com a falta da mata ciliar

radiação solar influencia no parâmetro (FRITZSONS et al., 2005)

lançamento de efluente aquecido. O lançamento de efluentes industriais aquecidos, tais como

efrigeração de caldeiras e turbinas, provoca poluição térmica nos rios, podendo afetar

diretamente a flora e a fauna aquáticas e, devido à diminuição da concentração de OD

(oxigênio dissolvido), agravar o problema de poluição (BRANCO; ROCHA, 1977).

parar os valores da temperatura de acordo com a data de coleta, foi evidenciada

diferença estatística significativa (p < 0,005) entre os grupos. A aplicação do teste de

comparação múltipla de Dunn na sequência permitiu verificar que a diferença estatística

significante existia entre os valores da temperatura das coletas I e III, assim como

Essa diferença na temperatura com as maiores temperaturas na primeira e segunda

coleta reflete o aumento na temperatura ambiental reportada para os meses de d

, quando comparados com as de agosto, que é um

a região de Ribeirão Preto. Nesses meses, a média da

foi de 24.3 ºC em dezembro, 24.9 ºC em março e 2

4 5 6 7 8 9 10

Pontos de coleta

59

(ºC) encontrados em cada ponto de coleta do

maiores temperaturas prevaleceram nos pontos 7, 8, 9 e

com a presença muito pequena de matas ciliares,

m águas de outros córregos afluentes. O aumento da

pontos pode estar associado com a falta da mata ciliar, sabendo-se que a

(FRITZSONS et al., 2005), ou a um eventual

O lançamento de efluentes industriais aquecidos, tais como

turbinas, provoca poluição térmica nos rios, podendo afetar

devido à diminuição da concentração de OD

ROCHA, 1977).

parar os valores da temperatura de acordo com a data de coleta, foi evidenciada

diferença estatística significativa (p < 0,005) entre os grupos. A aplicação do teste de

comparação múltipla de Dunn na sequência permitiu verificar que a diferença estatística

III, assim como II e III.

Essa diferença na temperatura com as maiores temperaturas na primeira e segunda

coleta reflete o aumento na temperatura ambiental reportada para os meses de dezembro de

é um mês com temperatura

temperatura ambiental

9 ºC em março e 21 ºC em agosto.

10

Temperatura

Page 60: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 60

5.1.3. Oxigênio Dissolvido

A leitura de oxigênio dissolvido apresentou valores médios que variaram entre 3.15

mg.L-¹ e 8.73 mg.L-¹, segundo consta na Tabela 3. Na Figura 13, é possível evidenciar que os

valores de oxigênio dissolvido são maiores nos primeiros pontos do rio, antes de sua

passagem pela cidade. Esses valores se encontram diminuídos conforme o curso de água

atravessa o município, o que pode estar associado com a diminuição da temperatura, pois o

oxigênio proveniente da atmosfera se dissolve nas águas naturais, devido à diferença de

pressão parcial. Este mecanismo é regido pela Lei de Henry, que define a concentração de

saturação de um gás na água, em função da temperatura. Também pode estar associado a uma

grande quantidade de matéria orgânica na água, que pode levar a uma eutrofização do córrego

(CETESB, 2009).

Tabela 3 - Valores de Oxigênio Dissolvido (mg.L-¹) encontrados nos diferentes pontos de coleta

do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Oxigênio Dissolvido Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média 1 5 5.3 8.8 6 6.3 2 7.4 6.7 7.5 6.6 7.1 3 6.2 8.1 9.3 7.2 7.7 4 7.4 8.2 11.4 7.9 8.7 5 5.1 7.8 5.1 7.4 6.4 6 5.5 7.3 8.7 10.3 8.0 7 1.6 4.3 5.4 3.9 3.8 8 6.2 5.4 5.2 8.2 6.3 9 3.1 4.5 5.2 4.8 4.4

10 2.8 4.3 4.1 1.4 3.2 Média 5.0 6.2 7.1 6.4 6.2

DP 2.0 1.6 2.4 2.5 1.8 Máximo 7.4 8.2 11.4 10.3 8.7 Mínimo 1.6 4.3 4.1 1.4 3.2

Page 61: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão

Figura 13 - Média dos valores de Oxigênio Dissolvido (coleta do córrego Ribeirão Preto

Ao comparar os valores de oxigênio dissolvido

evidenciada diferença estatística significativa (p > 0,005) entre os grupos.

O oxigênio é um elemento essencia

Em águas correntes, sob circunstâncias normais, o conteúdo de oxigênio

varia ao longo do rio, devido a alterações em suas características ambientais e em

conseqüência das condições climáti

inferior a 5mg.L-¹ (BRASIL, 2005

inferiores às estipuladas na Resolução

5.1.4. Condutividade

A leitura da condutividade aprese

que variaram de 86.5 µS a 223.9

0123456789

10

1 2 3

alores de Oxigênio Dissolvido (mg.L-¹) encontrados em cada pontocoleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Ao comparar os valores de oxigênio dissolvido de acordo com a data de coleta, não foi

evidenciada diferença estatística significativa (p > 0,005) entre os grupos.

oxigênio é um elemento essencial no metabolismo dos seres aquáticos aeróbicos.

Em águas correntes, sob circunstâncias normais, o conteúdo de oxigênio

varia ao longo do rio, devido a alterações em suas características ambientais e em

conseqüência das condições climáticas (MAIER, 1987). Seu valor indicado não deve ser

(BRASIL, 2005). Ao avaliar os dados verificaram-se concentrações de OD

na Resolução CONAMA N°357/2005.

A leitura da condutividade apresentou valores médios nos diferentes pontos de coleta

a 223.9 µS , segundo consta na Tabela 4.

4 5 6 7 8 9 10

Pontos de coleta

61

ncontrados em cada ponto de Ribeirão Preto/SP

de acordo com a data de coleta, não foi

evidenciada diferença estatística significativa (p > 0,005) entre os grupos.

l no metabolismo dos seres aquáticos aeróbicos.

Em águas correntes, sob circunstâncias normais, o conteúdo de oxigênio dissolvido é alto e

varia ao longo do rio, devido a alterações em suas características ambientais e em

1987). Seu valor indicado não deve ser

se concentrações de OD

ntou valores médios nos diferentes pontos de coleta

Oxigenio Dissolvido

Page 62: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 62

Tabela 4 - Valores da Condutividade (µS.cm-¹ ) encontrados nos diferentes pontos de coleta do

córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Condutividade Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média 1 90.1 115.8 154 119.5 119.9 2 128.1 173.2 69.7 90.5 115.4 3 105.5 98.5 84.7 83.6 93.1 4 78.9 86.6 89.4 91.1 86.5 5 113.1 101.3 107.8 116.2 109.6 6 109 102.4 108.2 106.9 106.6 7 150.4 123.5 132.3 140.3 136.6 8 153.5 147.5 150.3 155.9 151.8 9 198 187.6 270 240 223.9

10 180.9 175 210 199.6 191.4 Média 130.8 131.1 137.6 134.4 133.5

DP 39.0 36.8 62.1 51.2 44.1 Máximo 198.0 187.6 270.0 240.0 223.9 Mínimo 78.9 86.6 69.7 83.6 86.5

Da mesma forma que a temperatura, os valores que apresentaram maiores níveis de

condutividade foram os pontos 7, 8, 9 e 10, segundo consta na Figura 14. Cabe relembrar que

esses pontos se encontram em áreas muito urbanizadas, como foi explicado anteriormente.

No entanto, mesmo havendo variação no índice pluviométrico entre as datas de coleta,

ao comparar os valores de condutividade pelo teste de Kruskal-Wallis, não foi evidenciada

diferença estatisticamente significante (p > 0.005) entre os diferentes momentos de coleta.

Para Esteves (1998) a condutividade elétrica, que depende da composição iônica dos

corpos d'água, pode ser influenciada, também pelo volume de chuvas. Com baixa precipitação

e predominância de rochas magmáticas na bacia de drenagem, a composição da água é,

geralmente, determinada por produtos de intemperismo destas rochas. Com alta pluviosidade e

predominância de rochas sedimentares, a composição iônica da água é determinada pela

composição das rochas. Por depender das concentrações iônicas e da temperatura, e indicar a

quantidade de sais existentes na coluna d'água, representa uma medida indireta da

concentração de poluentes.

Page 63: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão

Figura 14- Média dos valores da Condutividade (do córrego Ribeirão Preto

Em geral, níveis superiores a 100 µS/cm indicam ambientes impactados

2009). Os valores mostraram

leituras de condutividade estão acima de 100

Ribeirão Preto é um corpo d’água impactado.

Foi possível observar que os

médias dos valores da condutividade, principalmente os dois últi

relação do parâmetro avaliado com o lançamento de efluentes

concentrações iônicas. As amostras de água superficial coletadas nos pontos que apresentaram

valores mais altos passaram por grande parte da cida

hídricos que também atravessam áreas urbanas

além do efluente tratado pela Estação de Tratamento de Esgoto Ambient Serviços Ambientais

de Ribeirão Preto S/A Ltda, lançado entre

5.1.5. Transparência

O valor médio da transparência

apresentado na Tabela 5.

0

50

100

150

200

250

1 2

alores da Condutividade (µS.cm-¹) encontrados em cada ponto do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Em geral, níveis superiores a 100 µS/cm indicam ambientes impactados

ram que aproximadamente 73% dos valores encontrados durante as

estão acima de 100 µS.cm-¹, o que permite inferir que o córrego

Ribeirão Preto é um corpo d’água impactado.

Foi possível observar que os pontos de coleta 7, 8, 9 e 10 apresentaram as maiores

médias dos valores da condutividade, principalmente os dois últimos, evidenciando a provável

relação do parâmetro avaliado com o lançamento de efluentes e assim o aumento

As amostras de água superficial coletadas nos pontos que apresentaram

passaram por grande parte da cidade, receberam águas de

hídricos que também atravessam áreas urbanas, e possivelmente se encontram impactados,

além do efluente tratado pela Estação de Tratamento de Esgoto Ambient Serviços Ambientais

, lançado entre os pontos de coleta 8 e 9.

O valor médio da transparência por ponto de coleta variou entre 23.8

3 4 5 6 7 8 9

Pontos de coleta

63

ncontrados em cada ponto de coleta

Em geral, níveis superiores a 100 µS/cm indicam ambientes impactados (CETESB,

que aproximadamente 73% dos valores encontrados durante as

, o que permite inferir que o córrego

pontos de coleta 7, 8, 9 e 10 apresentaram as maiores

mos, evidenciando a provável

e assim o aumento das

As amostras de água superficial coletadas nos pontos que apresentaram

águas de outros corpos

, e possivelmente se encontram impactados,

além do efluente tratado pela Estação de Tratamento de Esgoto Ambient Serviços Ambientais

por ponto de coleta variou entre 23.8 e 62.5 cm, como

10

Condutividade

Page 64: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 64

Em alguns pontos não foi possível avaliar a transparência, considerando que a

determinação foi realizada pelo Disco de Secchi e em alguns pontos o acesso ficou

impossibilitado, ou possuía baixa profundidade, deixando o disco sempre visível.

Tabela 5 - Valores da profundidade de secchi (cm) encontrados nos diferentes pontos de coleta

do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Profundidade de Secchi Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média 1 35 35 27.5 … *ND 2 32.5 32.5 … … *ND 3 37.5 … … … *ND 4 17.5 62.5 75 95 62.5 5 17.5 17.5 67.5 … *ND 6 22.5 17.5 65 77.5 45.6 7 17.5 12.5 37.5 27.5 23.8 8 22.5 17.5 22.5 32.5 23.8 9 12.5 27.5 22.5 47.5 27.5

10 12.5 42.5 57.5 52.5 41.3 Média 22.8 *ND *ND *ND 37.4

DP 9.2 *ND *ND *ND 15.4 Máximo 37.5 62.5 75.0 95.0 62.5 Mínimo 12.5 12.5 22.5 27.5 23.8

*ND – Não determinado

A transparência está diretamente relacionada com a quantidade de material em

suspensão, tanto particulado quanto dissolvido, e com a presença de algas, mantendo uma

relação direta com a produção autóctone e com as entradas alóctones no sistema (WETZEL;

LIKENS, 1993).

No período de seca, devido à redução das precipitações, menor quantidade de

sedimento é carreada para os cursos de água. Este fato leva à diminuição da turbidez, ou seja,

à redução da quantidade de material particulado e/ou suspenso na água (p.ex., plâncton,

bactérias, argila e silte) que causam alterações no processo de penetração da radiação

(GUIMARÃES; LEOPOLDO, 1996). A elevada transparência da água está relacionada com

valores mais baixos da turbidez, portanto é possível inferir que os maiores índices

pluviométricos durante a coleta I e II colaboraram para leituras apresentando valores com

menor transparência.

Page 65: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 65

Ao realizar a correlação entre os parâmetros limnológicos (pH, Temperatura, Oxigênio

Dissolvido e Condutividade) usando o teste r – Spearman, foi possível verificar que não existe

correlação entre o pH e os outros parâmetros analisados. Houve correlação negativa entre a

temperatura e o oxigênio dissolvido, correlação positiva entre temperatura e condutividade, e

correlação negativa entre oxigênio dissolvido e condutividade (Figura 15). Os coeficientes de

correlação de Spearman (r) apresentaram valores de -0.1354 entre pH e temperatura, 0.5278

entre pH e oxigênio dissolvido, -0.5047 entre pH e condutividade, -0.7842 entre temperatura e

oxigênio dissolvido, -0.9058 entre oxigênio dissolvido e condutividade e 0.8545 entre

temperatura e condutividade. Não foi possível a leitura da transparência em alguns pontos de

coleta, por esse motivo não foi incluída essa variável nas análises para a verificação de

correlação.

Carvalho et al. (2000) verificaram a existência de uma significativa relação entre o

aumento da temperatura da água e dos sólidos suspensos com a condutividade elétrica na

água, que pode ocorrer a partir de reações desencadeadas na fauna aquática frente ao aumento

da temperatura. Maier (1987) verificou relação também entre temperatura e o teor de oxigênio

dissolvido, dizendo que este tende a diminuir pelo aquecimento durante o dia e aumentar pelo

resfriamento no período noturno e que através da fotossíntese, a vegetação submersa exerce

grande influência sobre a variação diurna do teor de oxigênio dissolvido.

A condutividade, que depende da composição iônica dos corpos d'água,

provavelmente obteve uma correlação negativa com o oxigênio dissolvido por variar com a

quantidade de matéria orgânica na água. Essa grande parte das vezes diminui o teor de

oxigênio dissolvido e aumenta a quantidade dos íons na água (CETESB, 2009).

Page 66: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 66

Figura 15 - Correlação entre os valores dos parâmetros limnológicos (pH, temperatura, oxigênio

dissolvido e condutividade) encontrados nas amostras de água superficial

Page 67: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 67

5.2. Análise parasitológica

A análise parasitológica permitiu avaliar os parasitas presentes na água superficial

mediante o uso de técnicas de sedimentação. Após a finalização da coleta de amostras foi

verificada unicamente a presença de dois cistos de Entamoeba coli, um no ponto 2 e outro no

ponto 8 nas amostras da coleta II e IV, respectivamente (Tabela 6 e Figura 16). Vale lembrar

que a Resolução CONAMA Nº 357/2005 não estabelece parâmetros para parasitas presentes

em corpos de água.

Tabela 6 – Freqüência Parasitária (Entamoeba coli / mL) encontrada nos diferentes pontos de

coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Entamoeba coli

Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV

1 0 0 0 0

2 0 1 0 0

3 0 0 0 0

4 0 0 0 0

5 0 0 0 0

6 0 0 0 0

7 0 0 0 0

8 0 0 0 1

9 0 0 0 0

10 0 0 0 0

Page 68: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 68

Figura 16 - Freqüência Parasitária (Entamoeba coli / mL) encontrada em cada ponto de coleta

do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP, nas diferentes datas de coleta

A técnica analítica utilizada permitiu também a identificação de larvas de nematóide.

A Tabela 7 apresenta a distribuição dessas larvas, que variou segundo o ponto de coleta e a

data. Consta na Figura 17, uma imagem de larva de nematóide encontrada durante a

quantificação na Câmara de Sedgwick – Rafter.

O valor máximo foi observado no ponto de coleta 9, na coleta III, quando foram

observadas 5 larvas na amostra analisada (Figura 18).

Tabela 7 – Freqüência Parasitária (Larva de nematóide / mL) encontrada nos diferentes pontos

de coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Larva de nematóide

Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV

1 0 1 0 0

2 0 0 0 0

3 0 0 2 0

4 0 0 0 0

5 1 0 0 0

6 0 0 0 1

7 1 1 0 2

8 0 0 2 1

9 2 0 5 2

10 1 0 0 0

0

1

2

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pontos de coleta

Coleta I

Coleta II

Coleta III

Coleta IV

Page 69: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 69

Figura 17- Larva de nematóide encontrada durante a contagem e identificação de parasitas na

câmara de Sedgwick – Rafter

Figura 18 - Freqüência Parasitária (Larva de nematóide / mL) encontrada em cada ponto de

coleta do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP, nas diferentes datas de coleta

É importante destacar que o ponto de coleta 9 está localizado próximo e após o local

de lançamento do efluente da Estação de Tratamento de Esgoto Ambient Serviços Ambientais

de Ribeirão Preto S/A Ltda. É possível que o lançamento deste efluente esteja influenciando

os resultados, já que estes apresentaram os maiores valores para larvas de nematóide. Segundo

0

1

2

3

4

5

6

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Pontos de coleta

Coleta I

Coleta II

Coleta III

Coleta IV

Page 70: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 70

Tonani (2008), o esgoto coletado e tratado de Ribeirão Preto apresenta a presença de larvas de

nematóide.

Segundo Ludwing (1999) e Vaz (2001), as parasitoses são causas relevantes de agravo

à saúde em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, onde condições sócio-

econômicas-culturais permitem a manutenção e disseminação de ciclos biológicos de vários

parasitas. 0s parasitas intestinais são um dos principais fatores debilitantes da população,

associando-se freqüentemente a quadros de diarréia crônica e desnutrição, comprometendo o

desenvolvimento físico e intelectual, particularmente das faixas etárias mais jovens da

população.

5.3. Análise Bacteriológica

Os valores encontrados nas análises bacteriológicas foram comparados aos padrões da

Resolução CONAMA N°357/2005. No caso de água classe 3, para o uso de recreação de

contato secundário não deverá ser excedido um limite de 2500 coliformes termotolerantes por

100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de um

ano, com freqüência bimestral. Para dessedentação de animais criados confinados não deverá

ser excedido o limite de 1000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais

de pelo menos 6 amostras, coletadas durante o período de um ano, com freqüência bimestral.

Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 4000 coliformes termotolerantes

por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras coletadas durante o período de

um ano, com periodicidade bimestral.

Os valores encontrados, expressos em Número Mais Provável (NMP) / 100mL, nos

diferentes pontos de coleta para coliformes totais variaram entre < 2 e 9000000 (Tabela 8). Já

os valores de E. coli encontrados (NMP / 100mL) nos diferentes pontos de coleta variaram

entre < 2 e 2400000 (Tabela 9).

Page 71: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 71

Tabela 8 – Resultados da análise de coliformes totais nas amostras de água coletadas nos

diferentes pontos do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP, expressos em NMP/100mL

Pontos de coleta Coliformes Totais Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV 1 <2 <2 9000000 5000000 2 300000 3000000 500000 130000 3 1700000 300000 110000 130000 4 300000 220000 800000 130000 5 500000 240000 1300000 300000 6 2200000 500000 3000000 1700000 7 1300000 3000000 3000000 7000000 8 2200000 5000000 8000000 1300000 9 5000000 1300000 170000 700000

10 230000 80000 40000 300000 Máximo 5000000 5000000 9000000 7000000 Mínimo <2 <2 40000 130000

Tabela 9 - Resultados da análise de E. coli nas amostras de água coletadas nos diferentes pontos

do córrego Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP, expressos em NMP/100mL

Pontos de coleta E. coli Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV 1 <2 <2 500000 40000 2 130000 1100000 <2 40000 3 140000 17000 <2 <2 4 80000 70000 20000 <2 5 300000 50000 20000 <2 6 110000 300000 40000 20000 7 130000 170000 220000 70000 8 210000 700000 170000 80000 9 2400000 300000 <2 140000

10 130000 13000 20000 70000 Máximo 2400000 1100000 500000 140000 Mínimo <2 <2 <2 <2

Os valores que foram encontrados para coliformes totais e E. coli são maiores que os

padrões indicados na Resolução CONAMA N°357/2005 para rio classe 3. Ação antrópica

pode ser uma das causas da origem das perturbações da qualidade da água, destacando-se

Page 72: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 72

entre ela os efluentes oriundos de esgotos, os quais estão vinculados às atividades urbanas,

agrícolas, portuárias e industriais. Esses poluentes comportam-se tanto de forma pontual ou

difusa (CUNHA et al., 2004).

Foi observado o lançamento de dejetos no ponto de coleta 1, durante as coletas III e

IV, ponto considerado nascente por sua proximidade da mesma (Figura 19). O acesso ficou

impossibilitado pela canalização do córrego. Com isso pode-se inferir que os altos valores

encontrados para coliformes totais e E. coli no ponto 1 das coletas III e IV, são causas de uma

contaminação pontual, provavelmente pelos resíduos jogados pela população no córrego, já

que a carga de efluentes domésticos e industriais nesse ponto é mínima, visto que o ponto está

muito próximo à nascente.

A contaminação pontual citada anteriormente possivelmente tem relação com a

localização da nascente, que se encontra em uma área totalmente urbanizada, a provável falta

de conscientização da população, juntamente com a falta de área verde, contribui muito para

esse tipo de problema.

Figura 19 - Imagem, captada na coleta IV, de dejetos lançados no ponto de coleta 1 do córrego

Ribeirão Preto

Fonte: Alves, (2009).

As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais indicadores de

contaminação fecal. A determinação da concentração dos coliformes assume importância

como parâmetro indicador da possibilidade da existência de microorganismos patogênicos,

Page 73: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 73

responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre

paratifóide, desinteria bacilar e cólera (CETESB, 2009).

5.4. Metais pesados

Os metais serão avaliados separadamente, considerando os valores máximos

permitidos na Resolução CONAMA N°357/2005.

A Tabela 10 mostra o valor máximo permissível das concentrações dos metais pesados

para o enquadramento das classes dos rios, que darão fundamentação à discussão dos dados

coletados.

Tabela 10 - Valor máximo permissível (V.M.P.) das concentrações dos metais pesados em mg.L-¹, para o enquadramento das classes dos rios

V.M.P. (CONAMA / classe 1) V.M.P. (CONAMA / classe 3)

Cd 0.001 0.01

Cr 0.05 0.05

Cu 0.009 0.013

Hg 0.0002 0.002

Mn 0.1 0.5

Pb 0.01 0.033

Zn 0.18 5

5.4.1. Cádmio

Os valores das concentrações de Cd encontrados durante as coletas não foram

superiores ao valor máximo permissível pelo CONAMA, tanto para rios da classe 1, quanto

para os rios da classe 3. As médias de cada ponto de coleta variaram entre 0.00015 mg.L-¹ e

0.00004 mg.L-¹. A Tabela 11 mostra as concentrações do Cd em cada ponto de coleta nas

diferentes datas em que essas ocorreram, e também as médias, valores máximos, valores

mínimos e desvio padrão das concentrações encontradas em cada coleta.

Ao comparar as concentrações de Cd de acordo com a data de coleta, não foi

evidenciada diferença estatística significativa (p > 0,005) entre os grupos.

Page 74: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 74

Tabela 11- Concentrações de Cádmio (Cd) em cada ponto de coleta do córrego Ribeirão Preto –

Ribeirão Preto/SP, nas diferentes datas de coleta

Pontos de coleta Cd (mg.L-¹) Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média

1 0.00015 0.00011 0.00006 0.00008 0.00010 2 0.00011 0.00008 0.00007 0.00011 0.00009 3 0.00008 0.00006 0.00005 0.00004 0.00006 4 0.00005 0.00004 0.00004 0.00004 0.00004 5 0.00007 0.00005 0.00004 0.00005 0.00005 6 0.00035 0.00009 0.00005 0.00009 0.00015 7 0.00005 0.00008 0.00004 0.00004 0.00005 8 0.00005 0.00006 0.00005 0.00005 0.00005 9 0.00006 0.00004 0.00004 0.00004 0.00005

10 0.00007 0.00005 0.00006 0.00006 0.00006 Média 0.00010 0.00007 0.00005 0.00006 0.00007

DP 0.00009 0.00002 0.00001 0.00002 0.00003 Máximo 0.00035 0.00009 0.00007 0.00011 0.00015 Mínimo 0.00005 0.00004 0.00004 0.00004 0.00004

5.4.2. Chumbo

As médias de cada ponto de coleta não apresentaram concentrações de Pb superiores ao

valor máximo permissível pelo CONAMA para rios da classe 1, embora o ponto de coleta 2,

na coleta II, e o ponto 3, na coleta I, apresentaram valores superiores. Nenhum valor

encontrado foi superior ao valor máximo permissível pelo CONAMA para rios da classe 3. As

médias de cada ponto de coleta variaram entre 0.0278 mg.L-¹ e 0.0072 mg.L-¹. A Tabela 12

mostra as concentrações do Pb em cada ponto de coleta nas diferentes datas em que essas

ocorreram, e também as médias, valores máximos, valores mínimos e desvio padrão das

concentrações encontradas em cada coleta.

Ao comparar as concentrações de Pb de acordo com a data de coleta, foi evidenciada

diferença estatística significativa (p < 0,005) entre os grupos. A aplicação do teste de

comparação múltipla de Dunn na sequência permitiu verificar que a diferença estatística

significante existia entre as concentrações das coletas I e III.

Page 75: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 75

Tabela 12 - Concentrações de Chumbo (Pb) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão

Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta (Pb (mg.L-¹) Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média 1 0.027 0.019 0.008 0.011 0.016 2 0.027 0.046 0.010 0.028 0.028 3 0.053 0.027 0.009 0.007 0.024 4 0.029 0.009 0.007 0.006 0.013 5 0.033 0.010 0.004 0.007 0.013 6 0.018 0.024 0.004 0.027 0.018 7 0.006 0.009 0.009 0.006 0.007 8 0.008 0.008 0.005 0.010 0.008 9 0.024 0.008 0.010 0.019 0.015

10 0.027 0.015 0.005 0.019 0.016 Média 0.025 0.017 0.007 0.014 0.016

DP 0.013 0.012 0.002 0.009 0.006 Máximo 0.053 0.046 0.010 0.028 0.028 Mínimo 0.006 0.008 0.004 0.006 0.007

5.4.3. Cobre

As médias de cada ponto de coleta não apresentaram concentrações de Cu superiores

ao valor máximo permissível pelo CONAMA para rios da classe 1, embora os pontos de coleta

1 e 6, na coleta II, e o ponto 1, na coleta IV, apresentaram valores superiores. Para a classe 3

as médias de cada ponto de coleta não apresentaram concentrações de Cu superiores ao valor

máximo permissível pelo CONAMA, embora os pontos de coleta 1 e 6, na coleta II,

apresentaram valores superiores. As médias de cada ponto de coleta variaram entre 0.0081

mg.L-¹ e 0.0033 mg.L-¹. A Tabela 13 mostra as concentrações do Cu em cada ponto de coleta

nas diferentes datas em que essas ocorreram, e também as médias, valores máximos, valores

mínimos e desvio padrão das concentrações encontradas em cada coleta.

Ao comparar as concentrações de Cu de acordo com a data de coleta, não foi

evidenciada diferença estatística significativa (p > 0,005) entre os grupos.

Page 76: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 76

Tabela 13 - Concentrações de Cobre (Cu) (mg.L-¹) nos diferentes pontos de coleta do córrego

Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Cu (mg.L-¹) Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média 1 0.004 0.014 0.006 0.010 0.008 2 0.003 0.004 0.004 0.006 0.004 3 0.003 0.004 0.005 0.009 0.005 4 0.002 0.002 0.004 0.006 0.003 5 0.005 0.006 0.004 0.008 0.006 6 0.002 0.014 0.006 0.004 0.006 7 0.003 0.007 0.004 0.004 0.004 8 0.007 0.007 0.005 0.006 0.006 9 0.006 0.004 0.004 0.004 0.004

10 0.007 0.008 0.007 0.006 0.007 Média 0.004 0.007 0.005 0.006 0.005

DP 0.002 0.004 0.001 0.002 0.001 Máximo 0.007 0.014 0.007 0.010 0.008 Mínimo 0.002 0.002 0.004 0.004 0.003

5.4.4. Cromo

Os valores das concentrações de Cr encontrados durante as coletas não foram

superiores ao valor máximo permissível pelo CONAMA, tanto para rios da classe 1, quanto

para os rios da classe 3. As médias de cada ponto de coleta variaram entre 0.0014 mg.L-¹ e

0.0004 mg.L-¹. A Tabela 14 mostra as concentrações do Cr em cada ponto de coleta, segundo a

data em que essas ocorreram, constam também as médias, valores máximos, valores mínimos e

desvio padrão das concentrações de Cr encontradas em cada coleta.

Ao comparar as concentrações de Cr de acordo com a data de coleta, foi evidenciada

diferença estatística significativa (p < 0,005) entre os grupos. A aplicação do teste de

comparação múltipla de Dunn na sequência permitiu verificar que a diferença estatística

significante existia entre as concentrações das coletas III e IV.

Page 77: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 77

Tabela 14- Concentrações de Cromo (Cr) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão

Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Cr (mg.L-¹) Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média

1 0.0013 0.0005 0.0007 0.0011 0.0009 2 0.0006 0.0005 0.0002 0.0005 0.0005 3 0.0007 0.0004 0.0004 0.0013 0.0007 4 0.0008 0.0002 0.0003 0.0007 0.0005 5 0.0006 0.0003 0.0002 0.0008 0.0005 6 0.0004 0.0003 0.0002 0.0006 0.0004 7 0.0004 0.0006 0.0003 0.0008 0.0005 8 0.0009 0.0006 0.0003 0.0014 0.0008 9 0.0010 0.0014 0.0008 0.0023 0.0014

10 0.0011 0.0009 0.0006 0.0014 0.0010 Média 0.0008 0.0006 0.0004 0.0011 0.0007

DP 0.0003 0.0004 0.0002 0.0005 0.0003 Máximo 0.0013 0.0014 0.0008 0.0023 0.0014 Mínimo 0.0004 0.0002 0.0002 0.0005 0.0004

5.4.5. Manganês

As médias das concentrações de Mn em cada ponto de coleta não foram superiores ao

valor máximo permissível pelo CONAMA, tanto para rios da classe 1, quanto para os rios da

classe 3, embora o valor encontrado no ponto 5, na coleta I, tenha sido superior ao valor

máximo permissível na Resolução CONAMA para rios da classe 1. As médias de cada ponto

de coleta variaram entre 0.0578 mg.L-¹ e 0.0224 mg.L-¹. A Tabela 15 mostra as concentrações

do Mn em cada ponto de coleta nas diferentes datas em que essas ocorreram, constam também

as médias, valores máximos, valores mínimos e desvio padrão das concentrações de Mn

encontradas em cada coleta.

Ao comparar as concentrações de Mn de acordo com a data de coleta, foi evidenciada

diferença estatística significativa (p < 0,005) entre os grupos. A aplicação do teste de

comparação múltipla de Dunn na sequência permitiu verificar que a diferença estatística

significante existia entre as concentrações das coletas I e II, I e III, I e IV.

Page 78: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 78

Tabela 15 - Concentrações de Manganês (Mn) nos diferentes pontos de coleta do córrego

Ribeirão Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Mn (mg.L-¹) Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média 1 0.038 0.008 0.029 0.024 0.025 2 0.101 0.048 0.029 0.052 0.058 3 0.100 0.036 0.028 0.014 0.044 4 0.074 0.005 0.020 0.030 0.032 5 0.110 0.032 0.009 0.028 0.045 6 0.039 0.030 0.014 0.014 0.024 7 0.069 0.035 0.023 0.022 0.037 8 0.040 0.025 0.016 0.017 0.024 9 0.045 0.016 0.009 0.020 0.022

10 0.055 0.039 0.019 0.033 0.036 Média 0.067 0.027 0.020 0.025 0.035

DP 0.028 0.014 0.008 0.012 0.012 Máximo 0.110 0.048 0.029 0.052 0.058 Mínimo 0.038 0.005 0.009 0.014 0.022

5.4.6. Mercúrio

As médias de cada ponto de coleta apresentaram concentrações de Hg superiores ao

valor máximo permissível pelo CONAMA para rios da classe 1. Nenhum valor encontrado foi

superior ao valor máximo permissível pelo CONAMA para rios da classe 3. As médias de cada

ponto de coleta variaram entre 0.001 mg.L-¹ e 0.0006mg.L-¹. A Tabela 16 mostra as

concentrações do Hg em cada ponto de coleta nas diferentes datas em que essas ocorreram,

constam também as médias, valores máximos, valores mínimos e desvio padrão das

concentrações de Hg encontradas em cada coleta.

Ao comparar as concentrações de Hg de acordo com a data de coleta, foi evidenciada

diferença estatística significativa (p < 0,005) entre os grupos. A aplicação do teste de

comparação múltipla de Dunn na sequência permitiu verificar que a diferença estatística

significante existia entre as concentrações das coletas I e IV, II e IV.

Page 79: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 79

Tabela 16 - Concentrações de Mercúrio (Hg) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão

Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Hg (mg.L-¹) Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média

1 0.00100 0.00100 0.00030 0.00030 0.00065 2 0.00130 0.00070 0.00100 0.00080 0.00095 3 0.00130 0.00100 0.00040 0.00010 0.00070 4 0.00130 0.00100 0.00060 0.00003 0.00073 5 0.00130 0.00110 0.00120 0.00020 0.00095 6 0.00130 0.00100 0.00030 0.00010 0.00068 7 0.00120 0.00090 0.00070 0.00030 0.00078 8 0.00110 0.00070 0.00090 0.00030 0.00075 9 0.00080 0.00070 0.00110 0.00030 0.00073

10 0.00080 0.00070 0.00070 0.00030 0.00063 Média 0.00114 0.00088 0.00072 0.00027 0.00075

DP 0.00021 0.00016 0.00033 0.00021 0.00011 Máximo 0.00130 0.00110 0.00120 0.00080 0.00095 Mínimo 0.00080 0.00070 0.00030 0.00003 0.00063

5.4.7. Zinco

As médias de cada ponto de coleta apresentaram concentrações de Zn superiores ao

valor máximo permissível pelo CONAMA para rios da classe 1 apenas no ponto de coleta 9.

Nenhum valor encontrado foi superior ao valor máximo permissível pelo CONAMA para rios

da classe 3. As médias de cada ponto de coleta variaram entre 0.2934 mg.L-¹ e 0.0066 mg.L-¹.

A Tabela 17 mostra as concentrações do Zn em cada ponto de coleta nas diferentes datas em

que essas ocorreram, constam também as médias, valores máximos, valores mínimos e desvio

padrão das concentrações de Zn encontradas em cada coleta.

Ao comparar as concentrações de Cu de acordo com a data de coleta, não foi

evidenciada diferença estatística significativa (p > 0,005) entre os grupos.

Page 80: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 80

Tabela 17 - Concentrações de Zinco (Zn) nos diferentes pontos de coleta do córrego Ribeirão

Preto – Ribeirão Preto/SP

Pontos de coleta Zn (mg.L-¹) Coleta I Coleta II Coleta III Coleta IV Média 1 0.018 0.054 0.021 0.017 0.027 2 0.006 0.015 0.013 0.008 0.011 3 0.007 0.020 0.015 0.045 0.022 4 0.010 0.011 0.005 0.002 0.007 5 0.020 0.013 0.004 0.004 0.010 6 0.008 0.013 0.004 0.001 0.007 7 0.010 0.016 0.005 0.004 0.009 8 0.018 0.015 0.004 0.005 0.011 9 0.025 0.015 0.014 1.120 0.293

10 0.026 0.042 0.007 0.031 0.026 Média 0.015 0.022 0.009 0.124 0.042

DP 0.007 0.014 0.006 0.350 0.089 Máximo 0.026 0.042 0.021 1.120 0.293 Mínimo 0.006 0.011 0.004 0.001 0.007

O mercúrio foi o metal que apresentou com maio freqüência concentrações acima dos

limites estabelecidos na Resolução CONAMA N°357/2005 para a classe 1, enquanto outros

metais apresentaram apenas valores isolados aumentados em alguns pontos de coleta, como

dito anteriormente. Alguns estudos têm relacionado à presença de mercúrio aos processos de

erosão e lixiviação das partículas que contém mercúrio associado aos óxidos e hidróxidos de

Ferro, favorecidos pelos desmatamentos, os quais promovem a exposição dos solos. Estes têm

sido apontados como fontes naturais de mercúrio para os ecossistemas aquáticos, em áreas sem

influência direta da garimpagem (ROULET; LUCOTTE, 1995; ROULET et al., 1998;

FOSTIER et al., 1999; RIBEIRO et al., 1999, ZEIDEMANN et al., 1999).

É provável que as concentrações dos metais que apresentaram diferença estatística

significante entre as coletas realizadas em diferentes datas ao longo do rio, sendo esses o Pb,

Cr, Mn e Hg, tenham variado devido as diferenças de balanço hídrico entre as coletas, ou até

mesmo uma possível descarga pontual de efluentes durante ou próxima ao momento da coleta

de amostras de água superficial, o que poderia explicar a média das concentrações de Cr

durante a coleta realizada em setembro maior que as médias das coletas realizadas nos meses

anteriores.

Na coluna d’água os teores de metais pesados dissolvidos tendem a variar por várias

ordens de magnitude ao longo do tempo e dos diferentes pontos de amostragem, o que se deve

Page 81: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 81

ao grande número de variáveis envolvidas na sua dinâmica, tais como variações diárias e

sazonais de fluxo d’água, descargas locais de esgotos urbanos e industriais, variações de pH e

condições redox, níveis de detergentes, salinidade e temperatura. Apesar de tais variações, a

determinação das concentrações dos metais dissolvidos na água constitui uma ferramenta útil

na avaliação do grau de contaminação de um determinado ecossistema e tem sido utilizada

por diferentes pesquisadores em todo o mundo (TOMAZELLI, 2003).

Sabe-se que em rios, as concentrações de metais nos sedimentos em suspensão são em

geral maiores que a concentração dissolvida na coluna d’água, embora as transferências de

metais entre tais compartimentos estejam relacionadas às características do íon metálico, ao

tamanho das partículas, ao conteúdo orgânico e à concentração destes no sedimento.

Entretanto, em ambientes altamente contaminados por metais pesados, os níveis destacáveis

na forma dissolvida podem ser relativamente elevados (TOMAZELLI, 2003).

Ao realizar a correlação do pH com as diferentes concentrações de metais obtidas,

usando o teste r – Spearman, foi possível verificar que não existe correlação entre as variáveis

(Figura 20). Os coeficientes de correlação de Spearman (r) apresentaram valores para os

metais Cd, Pb, Cu, Cr, Mn, Hg, Zn de -0.1796, 0.1216, -0.1520, -0.2477, -0.3222, -0.3733, -

0.3750, respectivamente.

Page 82: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 82

Figura 20 - Correlação entre os valores de pH e as concentrações dos metais pesados Cd ,

Pb, Cu, Cr, Mn, Hg e Zn para as amostras de água superficial

O fato de não ter sido estabelecida correlação entre o pH das amostras e as

concentrações dos metais pesados avaliados permite inferir que o pH das amostras não está

Page 83: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Resultados e Discussão 83

determinando a fixação dos metais nesse corpo de água. Este é um parâmetro importante na

avaliação de um corpo hídrico uma vez que influencia o processo biológico que ocorre no

sistema aquático, bem como a toxicidade e mobilidade de alguns compostos presentes

(SILVA, 2006). Considera-se que teores de pH alcalinos favorecem a precipitação de íons

metálicos sob a forma de hidróxidos para o sedimento, motivo que diminui a concentração

dos metais nas águas superficiais (FEEMA, 1980).

De um modo geral, denota-se que a concentração de metais pesados nesse curso de

água encontra-se dentro dos limites estabelecidos na Resolução CONAMA N°357/2005;

evidenciando-se que para esses parâmetros essa água não representa um risco para a saúde

pública, embora alguns metais tenham apresentado valores isolados aumentados em alguns

pontos de coleta.

Page 84: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Conclusões

Page 85: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Conclusões 85

5. CONCLUSÕES

O trabalho mostrou leituras de parâmetros limnológicos, análises parasitológicas e

bacteriológicas, e avaliações das concentrações de metais pesados em água superficial do

córrego Ribeirão Preto, localizado em área urbana e sob forte influência de ação antrópica,

característica que foi observada ao longo do córrego e corroborada pelos resultados

encontrados, que fornecem dados sobre a qualidade de suas águas, evidenciando a

necessidade de proteger esse curso de água de fontes pontuais de contaminação.

A leitura do pH apresentou valores de acordo com os estabelecidos na Resolução

CONAMA Nº 357 / 2005 e diferença estatística significante entre as diferentes coletas

realizadas. Já a leitura da condutividade apresentou valores acima dos indicados pela

CETESB e diferença estatística não significante entre as diferentes coletas realizadas. A

temperatura mostrou diferença estatística significante entre as diferentes coletas realizadas e a

leitura do oxigênio dissolvido apresentou valores acima dos estabelecidos na Resolução

CONAMA Nº 357 / 2005 e diferença estatística não significante entre as diferentes coletas

realizadas. Esses resultados demonstram que o córrego Ribeirão Preto é um ambiente

impactado, e que o balanço hídrico e temperatuta ambiental pode estar influenciando a

variação dos valores encontrados.

A análise parasitológica identificou larvas de nematóide e dois cistos de Entamoeba

coli, indicando presença de helmintos e protozoários que se caracterizam por causar danos à

saúde da população, considerando que apesar de ser um córrego categorizado como classe 4, é

utilizado por moradores locais para realização de diversas atividades, entre elas destaca-se a

pesca.

A análise bacteriológica apresentou valores maiores, para coliformes totais e E. coli,

dos estabelecidos na Resolução CONAMA Nº 357 / 2005 para a classe 3 e indícios de

contaminação pontual na ponto de coleta I nas coletas III e IV. Esses dados indicam descargas

de esgoto no córrego e têm importância como parâmetro indicador da possibilidade da

existência de microorganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de

veiculação hídrica.

Os metais pesados Cd, Pb, Cu, Cr, Mn, Hg e Zn, no geral, apresentaram concentrações

de acordo com os estabelecidos na Resolução CONAMA Nº 357 / 2005 para as classes 1 e 3,

enquanto que o Hg apresentou média das concentrações acima dos estabelecidos para a classe

Page 86: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Conclusões 86

1. Não houve correlação entre as concentrações dos metais pesados e o pH, indicando que o

pH das amostras não está determinando a fixação dos metais nesse corpo de água.

As concentrações dos metais analisados refletem descarga de esgoto basicamente

domiciliar e comercial, procedente das atividades que caracterizam o município. No entanto

destacamos que os dados retratam um momento específico de coleta e que, portanto, despejos

clandestinos e descontinuados podem não ter sido detectados nas amostras coletadas.

Os resultados apresentados fornecem bases para o monitoramento do córrego,

recomendando-se sua continuidade, para obter uma série consistente de dados sistematizados

e dessa forma prover indicadores concretos que dêem sustentação as ações de planejamento e

controle do uso da água do córrego Ribeirão Preto e do solo em seu entorno.

Page 87: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Considerações Finais

Page 88: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Considerações Finais 88

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estudos envolvendo corpos hídricos são de grande importância para a saúde pública,

principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil onde são observados menores

índices de saneamento ambiental. Doenças de veiculação hídrica são grandes problemas nessas

regiões e como foi mostrado no estudo, muitas vezes os rios e córregos são utilizados em

atividades não recomendadas, deixando a comunidade em contato direto com a água ou

alimentos contaminados.

Desde 2002 vem sendo construída a rede de coleta de efluentes, que alcançou 97% no

município, durante o primeiro semestre do presente ano, motivo pelo qual se espera que a

qualidade microbiológica e físico-química desse curso de água melhore, considerando a

significativa diminuição de lançamento de efluentes domiciliares e comerciais.

Os resultados apresentados fornecem bases para o monitoramento do córrego. Pretende-

se, também, que os mesmos possam ser utilizados como controle para estudos de contaminação

em regiões geograficamente similares. O monitoramento da qualidade da água do córrego

Ribeirão Preto constitui, assim, um importante instrumento de gestão ambiental, recomendando-

se sua continuidade, para obter uma série consistente de dados sistematizados e para subsidiar

de forma concreta as ações de planejamento e controle do uso da água do córrego Ribeirão

Preto e do solo em seu entorno.

Finalmente, considerando que o córrego Ribeirão Preto é tributário do rio Pardo

(principal rio da bacia em que a cidade de Ribeirão Preto está localizada, abrangendo uma área

maior de influência) e recebe as águas coletadas e tratadas pela Estação de Tratamento de

Esgoto Ambient Serviços Ambientais de Ribeirão Preto S/A Ltda., pode-se dizer que estudos

envolvendo as águas coletadas e tratadas pela ETE e as águas do rio Pardo seriam de grande

importância para a região e comunidade.

O Laboratório de Ecotoxicologia e Parasitologia Ambiental (LEPA) vem trabalhando

nessa linha de pesquisa envolvendo águas superficiais e de reuso, e com os resultados

encontrados até agora possibilidades de estudos futuro estão sendo avaliadas, englobando rios

com maior abrangência na bacia em que o município de Ribeirão Preto está localizado e o uso

de águas de reuso na irrigação de culturas utilizadas para a alimentação por parte da

comunidade local.

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Referências

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Referências 90

7. REFERÊNCIAS1

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Page 100: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Apêndices

Page 101: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Apêndices 101

8. APÊNDICES Apêndice A - Resultados dos testes realizados com os valores dos parâmetros limnológicos

para a verificação de diferença estatística entre as diferentes datas de coleta

pH Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value 0,0149

Exact or approximate P value? Gaussian Approximation

P value summary *

Do the medians vary signif. (P < 0.05) Yes

Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 10,48

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary

Coleta I vs Coleta II 0,25 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III 4,25 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta IV 14,7 P < 0.05 * Coleta II vs Coleta III 4 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV 14,45 P < 0.05 * Coleta III vs Coleta IV 10,45 P > 0.05 ns

Temperatura

Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value 0,0002

Exact or approximate P value? Gaussian Approximation

P value summary ***

Do the medians vary signif. (P < 0.05) Yes

Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 19,37

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary Coleta I vs Coleta II -7,35 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III 14,85 P < 0.05 * Coleta I vs Coleta IV 5,9 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta III 22,2 P < 0.001 *** Coleta II vs Coleta IV 13,25 P > 0.05 ns Coleta III vs Coleta IV -8,95 P > 0.05 ns

Page 102: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Apêndices 102

Oxigênio Dissolvido Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value 0,318

Exact or approximate P value? Gaussian Approximation

P value summary ns

Do the medians vary signif. (P < 0.05) No

Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 3,522

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary

Coleta I vs Coleta II -5,55 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III -9,55 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta IV -6,7 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta III -4 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV -1,15 P > 0.05 ns Coleta III vs Coleta IV 2,85 P > 0.05 ns

Condutividade Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value 0,9994

Exact or approximate P value? Gaussian Approximation

P value summary ns

Do the medians vary signif. (P < 0.05) No

Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 0,01756

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary

Coleta I vs Coleta II 0,2 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III 0,6 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta IV 0 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta III 0,4 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV -0,2 P > 0.05 ns Coleta III vs Coleta IV -0,6 P > 0.05 ns

Page 103: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Apêndices 103

Apêndice B - Resultados dos testes realizados com os valores das concentrações dos metais pesados para a verificação de diferença estatística entre as diferentes datas de coleta

Cd

Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value 0,0662

Exact or approximate P value? Gaussian Approximation P value summary ns

Do the medians vary signif. (P < 0.05) No Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 7,186

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary Coleta I vs Coleta II 5 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III 13 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta IV 9,4 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta III 8 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV 4,4 P > 0.05 ns Coleta III vs Coleta IV -3,6 P > 0.05 ns

Pb Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value 0,0034 Exact or approximate P value? Gaussian Approximation

P value summary ** Do the medians vary signif. (P < 0.05) Yes

Number of groups 4 Kruskal-Wallis statistic 13,65

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary

Coleta I vs Coleta II 5,8 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III 18,8 P < 0.01 ** Coleta I vs Coleta IV 9,4 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta III 13 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV 3,6 P > 0.05 ns Coleta III vs Coleta IV -9,4 P > 0.05 ns

Page 104: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Apêndices 104

Cu Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value 0,0871

Exact or approximate P value? Gaussian Approximation

P value summary ns

Do the medians vary signif. (P < 0.05) No

Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 6,566

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary

Coleta I vs Coleta II -11,35 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III -4,95 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta IV -11,1 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta III 6,4 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV 0,25 P > 0.05 ns Coleta III vs Coleta IV -6,15 P > 0.05 ns

Cr Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value 0,0016

Exact or approximate P value? Gaussian Approximation

P value summary **

Do the medians vary signif. (P < 0.05) Yes

Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 15,32

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary

Coleta I vs Coleta II 7,95 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III 13,4 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta IV -5,35 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta III 5,45 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV -13,3 P > 0.05 ns Coleta III vs Coleta IV -18,75 P < 0.01 **

Page 105: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Apêndices 105

Mn Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value P<0.0001

Exact or approximate P value? Gaussian Approximation

P value summary ***

Do the medians vary signif. (P < 0.05) Yes

Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 21,16

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary

Coleta I vs Coleta II 15,7 P < 0.05 * Coleta I vs Coleta III 22,55 P < 0.001 *** Coleta I vs Coleta IV 18,15 P < 0.01 ** Coleta II vs Coleta III 6,85 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV 2,45 P > 0.05 ns Coleta III vs Coleta IV -4,4 P > 0.05 ns

Hg Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value P<0.0001

Exact or approximate P value? Gaussian Approximation

P value summary ***

Do the medians vary signif. (P < 0.05) Yes

Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 24,86

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary

Coleta I vs Coleta II 9,45 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III 13,45 P > 0.05 ns

Coleta I vs Coleta IV 25,5 P <

0.001 ***

Coleta II vs Coleta III 4 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV 16,05 P < 0.05 * Coleta III vs Coleta IV 12,05 P > 0.05 ns

Page 106: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Apêndices 106

Zn Table Analyzed

Data Table-1

Kruskal-Wallis test

P value 0,1016

Exact or approximate P value? Gaussian

Approximation

P value summary ns

Do the medians vary signif. (P < 0.05) No

Number of groups 4

Kruskal-Wallis statistic 6,214

Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary

Coleta I vs Coleta II -3,55 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta III 8,25 P > 0.05 ns Coleta I vs Coleta IV 5,5 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta III 11,8 P > 0.05 ns Coleta II vs Coleta IV 9,05 P > 0.05 ns Coleta III vs Coleta IV -2,75 P > 0.05 ns

Page 107: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Anexos

Page 108: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Anexos 108

9. ANEXOS

Anexo A - Demarcação por GPS (Global Positioning System) dos pontos de coleta (1 a 10) ao longo do Córrego Ribeirão Preto

Alt. - Altitude

Page 109: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Anexos 109

Anexo B – Balanço hídrico semana e mensal de Riberião Preto entre novembro de 2008 e outubro

de 2009

Resenha: Ribeirão Preto no período de 01/11/2008 até 01/10/2009

Período (Mes)

Temperatura

Máxima Absoluta

Temperatura

Mínima Absoluta

Temperatura

Máxima Mensal

Temperatura

Mínima Mensal

Temperatura

Média

ETP

Preciptação DCC

H

( ºC) (mm) Ano de 2008

novembro 34 15,3 30,7 18,5 24,6 136 117,6 18

dezembro 33,6 14,4 29,9 18,7 24,3 136 290,7 16

Ano de 2009 janeiro 33,3 16,1 29 19,1 24,1 133 231,2 21 fevereiro 33,7 18,2 30,2 19,9 25,1 125 173,6 12 março 34,6 18,2 30,2 19,7 24,9 125 89,7 13 abril 31,1 12,9 28,8 16,4 22,6 85 56,1 5 maio 30,2 11,6 27,6 15,1 21,4 70 22,8 5 junho 28 3,8 24,3 11,3 17,8 51 62,3 8 julho 30,4 5,8 27 13,9 20,4 63 47 4 agosto 32,1 7,7 27,6 14,4 21 75 124,9 7 setembro 33,5 12 29,2 17,2 23,2 96 181,2 11

outubro 33,1 13,8 30,1 18,2 24,1 123 112,4 13 CIIAGRO ONLINE

Balanço Hídrico Semanal: Ribeirão Preto no período de 01/11/2008 até 01/10/2009

Período (Semana)

Temperatura

Média ( ºC)

Preciptação

Armazenamento

Evapotranspiração

Real

Déficit Hídrico

Excedente

Hídrico

Manejo do Solo

Desenvolvimento

Vegetal (mm)

03/11/2008 a 09/11/2008

25,5 12,6 3 14 20 0 C C

10/11/2008 a 16/11/2008

24,5 65,4 38 30 0 0 D D

17/11/2008 a 23/11/2008

23,8 9,8 33 15 14 0 D D

24/11/2008 a 30/11/2008

24,4 27,4 27 28 2 0 D D

01/12/2008 a 07/12/2008

24,5 12,2 23 16 15 0 D D

Page 110: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Anexos 110

08/12/2008 a 14/12/2008

24,7 52,0 42 33 0 0 D D

15/12/2008 a 21/12/2008

24,3 61,2 73 31 0 0 R R

22/12/2008 a 28/12/2008

23,2 154,1 125 28 0 74 D O

29/12/2008 a 04/01/2009

24,6 60,2 125 32 0 28 D O

05/01/2009 a 11/01/2009

23,6 22,2 118 29 0 0 D O

12/01/2009 a 18/01/2009

25,5 60,2 125 33 0 20 D O

19/01/2009 a 25/01/2009

24,0 14,2 110 29 1 0 F F

26/01/2009 a 01/02/2009

23,5 85,6 125 29 0 41 D O

02/02/2009 a 08/02/2009

25,5 22,8 116 31 1 0 D O

09/02/2009 a 15/02/2009

24,3 137,8 125 29 0 100 D O

16/02/2009 a 22/02/2009

25,4 8,4 104 30 2 0 F F

23/02/2009 a 01/03/2009

25,5 4,6 84 25 7 0 F R

02/03/2009 a 08/03/2009

26,8 0,0 64 20 13 0 R R

09/03/2009 a 15/03/2009

24,7 42,6 79 28 0 0 F R

16/03/2009 a 22/03/2009

24,5 6,4 67 18 8 0 R R

23/03/2009 a 29/03/2009

24,0 32,6 74 26 0 0 R R

30/03/2009 a 05/04/2009

23,7 19,0 70 23 3 0 R R

06/04/200 23,9 2,5 60 13 9 0 R D

Page 111: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Anexos 111

9 a 12/04/2009 13/04/2009 a 19/04/2009

21,9 42,7 84 19 0 0 F R

20/04/2009 a 26/04/2009

21,5 0,0 72 12 7 0 R R

27/04/2009 a 03/05/2009

21,8 0,0 62 10 9 0 R D

04/05/2009 a 10/05/2009

21,4 5,8 57 11 5 0 R D

11/05/2009 a 17/05/2009

21,1 16,7 58 16 0 0 R D

18/05/2009 a 24/05/2009

20,1 0,0 52 6 9 0 R D

25/05/2009 a 31/05/2009

22,7 0,3 45 7 10 0 D D

01/06/2009 a 07/06/2009

15,8 1,8 42 5 6 0 D D

08/06/2009 a 14/06/2009

18,2 50,9 81 12 0 0 F R

15/06/2009 a 21/06/2009

17,2 0,0 74 7 4 0 R R

22/06/2009 a 28/06/2009

19,2 9,6 72 12 1 0 R R

29/06/2009 a 05/07/2009

20,5 13,2 72 14 0 0 R R

06/07/2009 a 12/07/2009

20,7 24,4 82 14 0 0 F R

13/07/2009 a 19/07/2009

18,6 0,0 74 8 5 0 R R

20/07/2009 a 26/07/2009

20,3 9,4 71 12 2 0 R R

27/07/2009 a 02/08/2009

23,0 0,0 63 8 8 0 R R

03/08/2009 a

23,0 0,0 54 9 10 0 R D

Page 112: Avaliação de parâmetros limnológicos, parasitas, bactérias e metais

Anexos 112

09/08/2009 10/08/2009 a 16/08/2009

20,3 0,0 47 7 10 0 D D

17/08/2009 a 23/08/2009

19,9 93,9 125 16 0 0 D O

24/08/2009 a 30/08/2009

19,8 31,0 125 16 0 15 D O

31/08/2009 a 06/09/2009

23,5 11,0 116 20 0 0 D O

07/09/2009 a 13/09/2009

22,6 71,1 125 22 0 40 D O

14/09/2009 a 20/09/2009

23,6 3,8 106 22 2 0 F F

21/09/2009 a 27/09/2009

22,1 71,4 125 21 0 31 D O

28/09/2009 a 04/10/2009

24,3 23,9 124 25 0 0 D O

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