avaliaÇÃo de parÂmetros bioquÍmicos da saliva de...

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MARIA NADIR GASPAROTO MANCINI AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DA SALIVA DE PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de DOUTOR, pelo Programa de Pós-Graduação em Biopatologia Bucal, Área de Biopatologia Bucal.

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MARIA NADIR GASPAROTO MANCINI

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DA

SALIVA DE PACIENTES PORTADORES DE

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA SUBMETIDOS À

HEMODIÁLISE

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de DOUTOR, pelo Programa de Pós-Graduação em Biopatologia Bucal, Área de Biopatologia Bucal.

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MARIA NADIR GASPAROTO MANCINI

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DA

SALIVA DE PACIENTES PORTADORES DE

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA SUBMETIDOS À

HEMODIÁLISE

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de DOUTOR, pelo Programa de Pós-Graduação em Biopatologia Bucal, Área de Biopatologia Bucal.

Orientadora: Profa Dra. Rosilene Fernandes da Rocha

São José dos Campos 2005

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Apresentação gráfica e normalização de acordo com: BELLINI, A.B.; SILVA, E.A. Manual para elaboração de monografias: estrutura do trabalho científico. São José dos Campos: FOSJC/UNESP, 2002. 82p. MANCINI, M.N.G. Avaliação de parâmetros bioquímicos da saliva de pacientes portadores de insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise. 2005. 147 f. Tese (Doutorado em Biopatologia Bucal, Área de Biopatologia Bucal) - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, São José dos Campos, 2005.

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Ao Vicente, grande amigo, companheiro e experiência concreta do verdadeiro amor em minha vida.

Aos meus pais, responsáveis pela minha formação alicerçada no respeito, justiça e dignidade.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita

Filho, na pessoa do Diretor da Faculdade de Odontologia de São José

do Campo, Prof. Adj. Paulo Villela Santos Júnior, e ao

Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal, pela oportunidade

de realização do curso de Pós-Graduação em Biopatologia Bucal.

À Profa Dra. Rosilene Fernandes da Rocha pelo

incentivo, oportunidade de cursar a Pós-Graduação, pelo aceite desse

projeto de pesquisa e ainda pela confiança em mim depositada no seu

desenvolvimento.

Ao Dr. Januário Gonçalves Roberto que viabilizou o

acesso aos pacientes nefropatas da unidade de hemodiálise do

Hospital Irmandade Santa Casa de Misericórdia São José .

Ao Prof. Dr. José Benedito de Oliveira Amorim, pela

amizade, incentivo e apoio em diversos momentos da realização desse

trabalho e dos créditos da Pós-Graduação.

Às bolsistas de Iniciação Científica Keila Vieira

Mozeli e Ludimila Candido Garofolo, pela valiosa colaboração

durante a fase experimental desse projeto.

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Aos Pacientes, que tornaram possível a realização

dessa pesquisa, minha eterna gratidão.

Ao Prof. Adj. Horácio Faig Leite, pelas sugestões e

correções deste trabalho.

Às secretárias do Programa de Pós-Graduação Erena

Michie Hasegawa, Rosemary de Fátima Salgado e Maria

Aparecida Consiglio de Souza, pela atenção e disponibilidade.

À bibliotecária Ângela de Brito Bellini, pela paciência

na revisão deste trabalho.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São

Paulo, pela concessão das bolsas de iniciação científica.

À Fundação para o Desenvolvimento da UNESP,

pela concessão de auxílio pesquisa, fundamental para a realiza desse

projeto

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS....................................................................... 8

LISTA DE FIGURAS......................................................................... 9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS......................................... 11

RESUMO............................................................................................ 14

1 INTRODUÇÃO............................................................................... 15

2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................ 26

2.1 Secreção Salivar............................................................................ 26

2.2 Fluxo Salivar................................................................................. 28

2.3 Função e composição da saliva..................................................... 31

2.3.1 Composição inorgânica da saliva............................................... 33

2.3.2 Composição orgânica da saliva.................................................. 40

2.4 Influência da doença renal na produção e composição da saliva. 49

3 PROPOSIÇÃO................................................................................. 62

4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................ 63

4.1 Seleção dos pacientes.................................................................... 63

4.2 Coleta da saliva............................................................................. 65

4.3 Avaliação do pH e capacidade tamponante da saliva................... 66

4.4 Análises bioquímicas..................................................................... 67

4.4.1 Análise da concentração de cálcio............................................. 67

4.4.2 Análise da concentração de fosfato............................................ 68

4.4.3 Análise da concentração de proteína total.................................. 69

4.4.4 Análise da atividade enzimática da fosfatase alcalina............... 69

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7

4.4.5 Análise da concentração de uréia............................................... 70

4.5 Determinação do índice de cárie................................................... 71

4.6 Análise estatística.......................................................................... 71

5 RESULTADOS................................................................................ 72

5.1 Efeito da hemodiálise na saliva não estimulada dos nefropatas.... 72

5.2 Efeito da hemodiálise na saliva estimulada dos nefropatas.......... 75

5.3 Índice de CPO-D dos pacientes nefropatas e grupo controle........ 78

6 DISCUSSÃO.................................................................................... 93

7 CONCLUSÃO................................................................................. 111

8 REFERÊNCIAS............................................................................... 113

ANEXO............................................................................................... 149

ABSTRACT..........................................................................................

.

150

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores médios e erros padrões dos parâmetros bioquímicos avaliados na saliva não estimulada de pacientes do grupo controle e nefropatas, antes e após a hemodiálise.......................................................................

80

Tabela 2 - Valores médios e erros padrões dos parâmetros bioquímicos avaliados na saliva estimulada de pacientes do grupo controle e nefropatas, antes e após a hemodiálise.......................................................................

81

Tabela 3 - Valores médios e erros padrões dos índices de CPO-D obtidos para os pacientes do grupo controle e nefropatas.........................................................................

82

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Fluxo salivar em ml/min da saliva não estimulada e estimulada dos pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões,*p<0,05 e #p<0,001........................................................................

83

FIGURA 2 pH da saliva não estimulada e estimulada dos pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões,* p<0,05 e **p<0,01........................................................................

84

FIGURA 3 Capacidade tamponante da saliva não estimulada e estimulada dos pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, **p<0,01........................................................................

85

FIGURA 4 Concentração de cálcio em mg/dl da saliva não estimulada e estimulada dos pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós- diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, **p<0,01 e #p<0,001......................................

86

FIGURA 5 Concentração de fosfato em mg/dl da saliva não estimulada e estimulada de pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões,*p<0,05 e **p<0,01..........................................

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FIGURA 6 Concentração de proteína total em mg/dl da saliva não estimulada e estimulada de pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, #p<0,001.......................................................

88

FIGURA 7 Concentração de uréia em mg/dl da saliva não estimulada e estimulada de pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, #p<0,001.........................................................................

89

FIGURA 8 Atividade enzimática da fosfatase alcalina em U/l da saliva não estimulada e estimulada de pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (EPRD) e pós-diálise (EPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, * p<0,05, **p<0,01.................

90

FIGURA 9 Índice de CPO-D dos pacientes controles e nefropatas. Os valores correspondem às médias ± erros padrões............................................................................

91

FIGURA 10 Porcentagens dos componentes do índice de CPO-D dos pacientes controles...................................................

92

FIGURA 11 Porcentagens dos componentes do índice de CPO-D dos pacientes nefropatas.................................................

92

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Abs = absorbância

ALP = fosfatase alcalina

C = controle

CPO-D = índice de dentes cariados, perdidos e obturados

CT = capacidade tamponante

dl = decilitro

EGF = fator de crescimento epidérmico

Fc = fator de calibração

FS = fluxo salivar

FGF = fator de crescimento fibroblástico

HGF = fator de crescimento de hepatócito

IGF = fator de crescimento semelhante à insulina

IRA = insuficiência renal aguda

IRC = insuficiência renal crônica

mg = miligrama

mg/ dl = miligrama por decilitro

mg/ml = miligramas por mililitros

min = minutos

ml = mililitro

ml/min = mililitro por minuto

nm = nanômetro

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mM = milimolar

mmol/l = milimol por litro

NPD = nefropatas pós-diálise

NPRD = nefropatas pré-diálise

pH = potencial hidrogeniônico

pKa = cologarítmo da constante de dissociação do ácido

PRPs = proteínas ricas em prolina

rpm = rotações por minuto

TCA = ácido tricloroacético

U/l = unidade por litro

VEGF = fator de crescimento endotelial vascular

µl = microlitro

µl/ ml = microlitro por mililitro

µg/ ml = micrograma por mililitro

Ca+2 = íon cálcio

CaCO3 = carbonato de cálcio

Cl- = íon cloreto

H2PO4- = fosfato monobásico

HCl = ácido clorídrico HPO4

-2 = fosfato dibásico

K+ = íon potássio

KH2PO4 = fosfato monobásico de potássio

Na+ = íon sódio

NH3 = amônia

PO4-3 = íon fosfato

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SO4-2 = íon sulfato

% = porcentagemoC = graus Celsius

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MANCINI, M.N.G. Avaliação de parâmetros bioquímicos da saliva de pacientes portadores de insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise. 2005. 147f. Tese (Doutorado em Biopatologia Bucal, Área de Biopatologia Bucal)-Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista. São José dos Campos, 2005.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da doença renal crônica e do tratamento de hemodiálise na saúde dental, fluxo e composição da saliva total de pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) submetidos à hemodiálise. Para tanto, foram utilizados 23 pacientes portadores de IRC e um grupo controle constituído de 23 indivíduos. As amostras de saliva total estimulada e não estimulada foram coletadas antes e após o tratamento dialítico. Foram avaliados os índices de CPO-D dos pacientes, o fluxo salivar, pH, capacidade tamponante e as concentrações de cálcio, fosfato, uréia, proteína e a atividade da fosfatase alcalina. O pH foi medido em pHmetro digital, a capacidade tamponante avaliada por método eletrométrico e as concentrações de cálcio, fosfato, uréia, proteína e atividade da fosfatase alcalina analisadas por método espectrofotométrico. Para análise estatística, os dados dos pacientes com IRC foram pareados com o grupo controle e submetidos ao teste t de Student. Os pacientes com IRC apresentaram diminuição no fluxo salivar, aumento de pH, elevada capacidade tamponante e altas concentrações de cálcio, fosfato, uréia e atividade da fosfatase alcalina. Para todos os parâmetros avaliados, foram registradas diferenças estatísticas significantes entre os pacientes com IRC e o grupo controle. O tratamento de hemodiálise não conseguiu restabelecer os níveis normais dos parâmetros avaliados, exceto para o pH e capacidade tamponante. Em relação à saúde dental, os pacientes com IRC apresentaram menor número de dentes restaurados e maior número de dentes intactos e perdidos. Pacientes com IRC apresentaram baixa prevalência de cárie, elevada incidência de cálculo, perdas de dentes, boca seca, queimação na língua, dor na mucosa oral, gosto ruim e diminuição da acuidade gustativa. Concluímos que a IRC é uma doença de grande impacto na saúde bucal dos indivíduos. PALAVRAS-CHAVE: Insuficiência renal crônica; fluxo salivar; tampão salivar, cálcio; pH salivar; fosfato; uréia; proteína, fosfatase alcalina; cárie dental.

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1 INTRODUÇÃO

O funcionamento adequado do sistema renal é essencial

para a preservação da vida, uma vez que os rins são imprescindíveis à

homeostase, não apenas porque eliminam produtos indesejáveis do

metabolismo, como também por manter constantes o volume

extracelular, a concentração extracelular de potássio e os níveis

plasmáticos dos demais eletrólitos e da albumina, a pressão osmótica,

o equilíbrio ácido-base do organismo, além de desempenhar papel

fundamental na regulação da pressão arterial pelo sistema renina-

angiotensina e das funções endócrinas, como a produção de

eritropoetina, que regula a velocidade de produção das hemácias, bem

como no metabolismo ósteomineral pela síntese da forma ativa da

vitamina D (AIRES2, 1999; ZATS237, 2000).

A importância dos rins torna-se evidente quando se

observam as conseqüências da perda de função renal. Os indivíduos

em insuficiência renal retém progressivamente os produtos do

metabolismo nitrogenado, apresentando cronicamente valores

plasmáticos elevados de uréia, creatinina e ácido úrico, acumulam

líquidos sob a forma de edema, perdem a capacidade de diluir e

concentrar a urina e tornam-se incapazes de regular o equilíbrio ácido-

base ou de manter o balanço e os níveis plasmáticos de eletrólitos

como o sódio, potássio, magnésio, cálcio e fósforo. Todas estas

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mudanças refletem uma diminuição dos rins para filtrar e excretar

substâncias tóxicas ao organismo (AIRES2, 1999; ZATS237, 2000).

A doença renal é uma patologia crônica e progressiva,

descrita em sucessivos estágios clínicos, caracterizada pela destruição

dos néfrons, as unidades funcionais dos rins, que depois de destruídos

não se regeneram. Estima-se que um milhão de nefrons, por rim,

ajudam a filtrar os resíduos do sangue, modulam a excreção de sais e

água do corpo e permitem aos rins desempenhar suas funções

endócrinas, metabólicas e excretoras.

Assim se a perda da função renal ocorre lentamente

devido à perda progressiva de nefrons chamada de nefropatias

progressivas, os nefrons remanescentes podem adaptar-se e manter a

homeostase durante longo período, desenvolvendo a insuficiência

renal crônica (IRC). Quando a perda da função renal ocorre de modo

abrupto, o indivíduo desenvolve uma insuficiência renal aguda (DE

ROSSI & GLICK45, 1996). O impacto da disfunção renal será

imediato e potencialmente grave; fazendo com que o indivíduo

desenvolva rapidamente retenção de uréia e outros catabólitos

nitrogenados; acidose metabólica, distúrbios eletrolíticos, como

hipercalemia, hiponatremia, hiperfosfatemia e hipocalcemia, bem

como retenção de volume, podendo desenvolver por exemplo edema

pulmonar (PRECIOUS et al.163, 1981; DE ROSSI & GLICK45, 1996;

SVIRSKY et al.211, 1998). As principais manifestações clínicas

observadas em indivíduos portadores de insuficiência renal estão

descritas no Quadro a seguir:

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Quadro 1- Manifestações clínicas da insuficiência renal

Manifestações Conseqüências

Digestivas inapetência, náuseas, vômitos,

sangramento digestivo

Cardiorespiratórias dispnéia, edema, hipertensão arterial,

insuficiência cardíaca, edema agudo de

pulmão, arritmias, pericardite

Neurológicas sonolência, tremores, agitação, convulsão,

coma

Hematológicas sangramentos, anemia

Imunológicas depressão imunológica, tendência a

infecções

Óssea osteodistrofia renal metabólica

Nutricionais catabolismo aumentado, balanço

nitrogenado negativo, perda de massa

muscular

Cutânea prurido

Quando as conseqüências clínicas da insuficiência

renal, chegam a ameaçar a sobrevivência imediata do paciente e não

respondem ao tratamento convencional, não resta outra alternativa a

não ser o tratamento com rim artificial (diálise) ou transplante de rim

funcional, sendo essa condição conhecida como insuficiência renal

terminal (ZATS237, 2000).

A diálise consiste em um meio artificial de depuração

sangüínea através de membranas semipermeáveis naturais (peritônio)

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ou extracorpóreas (filtros de hemodiálise/hemofiltração), aplicada em

substituição à função renal. Embora esse tratamento não forneça o

mesmo grau de saúde dos rins em funcionamento normal, para muitos

pacientes é uma intervenção necessária para a manutenção da vida e

tem reduzido significativamente o índice de mortalidade causada pela

doença renal (JAMESON & WEIGMANN84, 1990; BOSH24, 1994;

DE ROSSI & GLICK45, 1996).

Por outro lado, além das manifestações clínicas

sistêmicas já citadas, os pacientes portadores de insuficiência renal

apresentam uma série de alterações na cavidade bucal decorrentes do

próprio processo patológico ou do tratamento que está sendo realizado

(SAMPSON & MEISTER175, 1984). Dentre os sinais e sintomas mais

freqüentes incluem-se o hálito urêmico, estomatite urêmica,

hemorragia gengival, diminuição da sensibilidade gustativa, dor na

mucosa oral especialmente no dorso da língua, palidez e ressecamento

da mucosa oral com sintomas de boca seca e queimação como

conseqüência da redução do fluxo salivar, erosão dentária, perda

prematura de dentes, hipoplasia do esmalte, alterações ósseas como

conseqüência do hiperparatiroidismo secundário, baixa incidência de

cárie e maior predisposição na formação de cálculo dental (MERRIL

& PETERSON129, 1970; WESTBROOK231, 1978; EIGNER et al.50,

1986; COHEN34, 1994; KHOCHT96, 1996; NUGLE et al.139,1998;

KHO et al95, 1999; KOCH et al.101 1999; KLASSEN & KRASKO100,

2002). Além disso, a doença renal parece estar entre um dos

principais fatores do hospedeiro, que desempenha papel importante na

patogenicidade da doença periodontal através das alterações na

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susceptibilidade à infecção por microorganismos periodontal e/ou

modificação da resposta do hospedeiro a essa doença (KITSOU et

al.98, 2000; MARAKOGLU et al.126, 2003).

As manifestações intraorais de pacientes nefropatas

foram relatadas inicialmente por Frerichs, em 1851. Posteriormente,

Lancereaux em 1887 e Barié em 1897, relataram e descreveram as

características histopatológicas de lesão bucal em pacientes portadores

de insuficiência renal, sendo conhecido tal condição como estomatite

urêmica (GRUSKIN et al.66, 1970; JASPERS85, 1975), que é uma

complicação relativamente incomum de pacientes nefropatas, sendo

no entanto um achado clínico mais comum em casos de doença renal

avançada.

O hálito urêmico apresentado na condição de

nefropatia, deve-se a presença de uréia na saliva que serve de

substrato à ação da enzima urease bacteriana, sendo então liberada

amônia (NH3) para o meio bucal (LARATO109, 1975; KHO et al.95,

1999). Por outro lado, o ressecamento bucal pode estar relacionado

com alteração de fluxo salivar por envolvimento direto urêmico ou

devido à restrição hídrica a que estes pacientes geralmente são

submetidos (EPSTEIN et al.52, 1980).

Outras manifestações orais da doença renal estão

relacionadas a osteodistrofia renal resultante de desordens no

metabolismo do cálcio e fosfato, metabolismo anormal da vitamina D

e aumento da atividade da paratireóide conhecida como

hiperparatiroidismo secundário. Estas manifestações tornam-se

aparentes em estágios avançados da doença mesmo sob tratamento

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dialítico (SYRJANEN & LAMPAINEN212, 1983; SCUTELLARI et

al.181, 1996; ANTONELLI & HOTTEL9, 2003).

As manifestações da osteodistrofia renal e do

hiperparatiroidismo secundário na mandíbula e maxila incluem

mudanças na densidade óssea, desmineralização óssea, perda da

cortical alveolar, decréscimo no trabeculado ósseo, lesões de células

gigante radiolucente, calcificação metastática de tecido mole (KELLY

et al.94, 1980; SYRJANEN & LAMPAINEN212 , 1983; CARL28, 1987;

SCUTELLARI et al.181, 1996; DE ROSSI & GLICK45, 1996). Além

dessas manifestações, existem evidências clínicas de mobilidade

dental, estreitamento e calcificação pulpar, maloclusão, hipoplasia de

esmalte e atraso na erupção dos dentes (SOWELL203, 1982;

SAMPSON & MEISTER175; 1984, LEVY113, 1988; POLACK et al.162,

1996). Registros de pacientes portadores de tumor marrom associado

com hiperparatiroidismo secundário resultante da IRC tem sido

bastante documentada atualmente (BALON & BAVALAR12, 1998;

ANDREADES et al.8, 2004).

Com o advento de novas técnicas, como o rim artificial,

aprimoramentos nos processo dialítico, a introdução e

aperfeiçoamento de novas modalidades terapêuticas, aperfeiçoamento

nos métodos de diagnóstico precoce da insuficiência renal e um

aumento no número de brasileiros que se beneficiam das diversas

modalidades de terapia de substituição renal, ocorreu um aumento na

expectativa de vida da população de pacientes afetados. Ao mesmo

tempo, os dados do censo 2002 da Sociedade Brasileira de Nefrologia

mostraram que no Brasil, semelhante à verificada a nível mundial, a

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prevalência de pacientes com IRC aumenta continuamente, num ritmo

de 10% ao ano (ROMÃO JUNIOR et al.171, 2003).

A doença renal crônica constitui hoje um importante

problema médico e de saúde pública. No Brasil, a prevalência de

pacientes mantidos em programas crônico de diálise mais que dobrou

nos últimos oito anos. De 24.000 pacientes mantidos em programa

dialítico em 1994, elevou-se para 59.153 pacientes em 2004 e a

incidência de novos pacientes cresce a cada ano (ROMÃO

JUNIOR169, 2004). De acordo com o censo 2003/2004 realizado nos

centros de diálise do Brasil ocorreu, em comparação ao censo

2002/2003, um aumento de 6,75% no número de pacientes em

tratamento.

A despeito do enorme avanço tecnológico

experimentado nas últimas décadas, a mortalidade de indivíduos com

insuficiência renal permanece elevada. Calcula-se que cerca de 5%

dos pacientes internados em hospitais terciários desenvolvam

insuficiência renal aguda (IRA). Entretanto, o perfil epidemiológico

dos pacientes com insuficiência renal sofreu profundas modificações

desde os primeiros relatos descritos durante a Segunda Guerra

Mundial. Nos pacientes atuais ocorre um nítido predomínio de

indivíduos mais idosos explicado pelo aumento da expectativa de vida

com maior probabilidade de estados patológicos, o uso excessivo de

medicamentos e a maior freqüência de procedimentos

intervencionistas e cirúrgicos nessa faixa etária (ROMÃO JUNIOR et

al.170, 2000; ZATS 237, 2000).

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Na década de 80 acreditava-se que a glomerulonefrite,

em todas as suas várias formas, fosse a causa mais comum da

insuficiência renal terminal. Recentemente, a diabetes mellitus e a

hipertensão passaram a ser reconhecidos como as principais causas de

disfunção renal. No Brasil, dentre 2.467.812 pacientes com

hipertensão e/ou diabetes cadastrados no programa HiperDia do

Ministério da Saúde em 2004, a freqüência de portadores de doenças

renais foi de 6,63% correspondente a 175.227 casos (ROMÃO

JUNIOR169, 2004).

Por outro lado, um grande número de casos de IRA

desenvolve-se em decorrência de procedimentos potencialmente

lesivos ao rim ou em conseqüência do uso de medicamentos

nefrotóxicos, como antiinflamatórios não-hormonais, de uso bastante

comum na Odontologia.

Alterações no fluxo e composição da saliva em

conseqüência de doenças sistêmicas ou orais têm sido relacionadas

com aumento de infecções bacterianas, atividade de cárie, presença de

tártaro, traumas e lesões de tecido mole e manifestação de doença

periodontal entre outras manifestações orais (MELVIN128, 1991;

LAMKIN & OPPENHEIM107, 1993).

A saliva reflete a saúde dos indivíduos e sua

complexidade oferece múltiplas janelas de oportunidade para o

monitoramento do bem estar geral, avaliação da saúde e doença oral,

acompanhamento da progressão e tratamentos de doenças sistêmicas,

avaliação de riscos e prevenção de doenças e detecção de substâncias

abusivas bem como monitoramento farmacoterapêutico (MELVIN128,

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1991; TENOVUO217, 1995; NAVAZESH et al.141, 2002;

STRECKFUS & BIGLER210, 2002).

A despeito do aumento significativo de morbidade das

doenças sistêmicas, a grande maioria dos cirurgiões dentistas ainda

não está suficientemente preparada para entender, interpretar e

incorporar a questão do comprometimento de doenças sistêmicas

dentro de um plano de tratamento odontológico de rotina.

Por décadas, os profissionais da área da Odontologia

têm utilizado a saliva na avaliação do risco de cáries através da

medida do fluxo, da capacidade tamponante e do conteúdo bacteriano.

Nos últimos anos, a saliva está sendo cada vez mais empregada como

auxiliar no diagnóstico e monitoramento da terapêutica de doenças

sistêmicas que afetam a função das glândulas salivares e/ou

composição salivar, tais como a síndrome de Sjögren, cirrose

alcoólica, doença celíaca, infecção pelo HIV, fibrose cística,

sarcoidose, diabetes mellitus e doenças do córtex adrenal (LONG et

al.115, 1998). Por ser um meio de diagnóstico não invasivo, indolor, de

fácil obtenção e aceitação pelos pacientes, os testes salivares estão se

tornando mais comuns e assim a saliva está sendo empregada como

fluído biológico para detecção de diferentes “marcadores biológicos”,

tais como eletrólitos, hormônios, enzimas, anticorpos, lipídios e

proteínas salivares com aplicações na medicina esportiva e forense,

endocrinologia, pediatria, veterinária, fisiologia, imunologia e

farmacologia, bem como em outros campos científicos

(SCREEBNY205, 2000; TABAK214, 2001; LAWRENCE111, 2002;

NAVAZESH et al.141, 2002; MOTOC et al.134, 2003).

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Dessa forma, hoje podemos afirmar que existe um

consenso de que a saliva total ou glandular pode ser utilizada no

diagnóstico de uma variedade de doenças orais e sistêmicas.

Apesar da existência de inúmeros relatos científicos

sobre as complicações sistêmicas dos indivíduos portadores de doença

renal, poucos são os trabalhos encontrados na literatura, e muitas

vezes com resultados conflitantes, que estudaram e analisaram a

influência do comprometimento renal na produção e composição da

saliva, especialmente na concentração de cálcio, fosfato e proteínas.

Nenhum trabalho foi encontrado correlacionando a atividade da

fosfatase alcalina com essa importante enfermidade.

Embora exista uma vasta literatura, inclusive bastante

recente, citando e descrevendo as manifestações buco-dentais

observadas clinicamente em pacientes nefropatas, encontramos

poucos registros sobre a correlação dessas manifestações com

distúrbios metabólicos e alterações na produção e composição iônica e

enzimática da saliva. Além disso, embora a saliva total seja o principal

fluido que banha os tecidos duros e moles da cavidade bucal,

observamos que a maioria das pesquisas tem sido conduzidas na saliva

das glândulas parótida e submandibular de nefropatas e pacientes

portadores de outras patologias, de modo que a saliva total tem sido

negligenciada pelos dentistas, bioquímicos, fisiologistas e

pesquisadores.

Dessa forma, propomo-nos avaliar as alterações no

fluxo salivar, pH, capacidade tamponante, concentrações de cálcio,

fosfato, proteínas, uréia e a atividade da fosfatase alcalina da saliva

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total de pacientes portadores de insuficiência renal terminal

submetidos à hemodiálise e correlacioná-las com a saliva dos

indivíduos saudáveis, contribuindo assim para um melhor

conhecimento e entendimento das relações existentes entre doenças

sistêmicas, especialmente da nefropatia e a cavidade bucal, tendo em

vista que a população de pacientes com doença renal crônica vem

aumentando, assim como a freqüência destes nos consultórios

odontológicos.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Levando-se em consideração as variáveis que foram

objeto de nosso estudo, apresentaremos inicialmente uma revisão

geral sobre saliva onde serão abordados: secreção, fluxo, função e

composição orgânica e inorgânica salivar. Também, serão descritos os

trabalhos encontrados na literatura que relacionam fluxo salivar, pH,

capacidade tamponante, concentrações de cálcio, fosfato, proteínas,

uréia e alterações buco-dentais, em especial o índice de CPO-D, com a

insuficiência renal crônica. Nenhum trabalho foi encontrado na

literatura relacionando a atividade da fosfatase alcalina com essa

importante disfunção sistêmica.

2.1 Secreção salivar

A saliva total é uma mistura complexa de fluidos

oriundos das glândulas salivares maiores, parótida, submandibular e

sublingual. Há também uma modesta contribuição das glândulas

menores e do fluido gengival, detritos celulares e microorganismos da

cavidade bucal (DOWD47, 1999; FERGUSON55, 1999; KAUFMAN

& LAMSTER91, 2002).

As glândulas salivares são divididas em três pares de

glândulas maiores - parótida, submandibular e sublingual - e

numerosas glândulas menores que se distribuem por quase toda a

mucosa da cavidade bucal (AIRES2, 1999; BERNE et al.18, 2004). Em

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humanos são classificadas de acordo com o tipo de células secretoras.

Assim, as glândulas parótidas por exemplo, são ditas serosas, pois

suas células produzem uma secreção fina, aquosa, rica em enzimas. Já

as glândulas submandibulares e sublinguais são classificadas como

mistas, pois contêm células serosas e mucosas e secretam um fluido

viscoso contendo mucinas, sais e enzimas. Entretanto, as glândulas

submandibulares são principalmente serosas e as sublinguais

principalmente mucosas (THYLSTRUP & FEGERSKOV220, 1995;

SLAVKIN200, 1998; AIRES2, 1999).

Além desses três pares de glândulas maiores, que são

responsáveis pela maior parte do volume de saliva, existem numerosas

glândulas menores, presentes em todas as partes da mucosa oral, com

exceção da gengiva e da porção anterior do palato duro. Essas são

classificadas de acordo com sua localização: bucal, lingual, palatina e

glândulas sublinguais menores. Como exemplo de glândulas menores

essencialmente mucosas têm–se as concentradas no palato mole

(THYLSTRUP & FEGERSKOV220, 1995).

As glândulas salivares são inervadas por fibras do

sistema nervoso parassimpático e simpático (SLAVKIN200,1998;

DOWD47, 1999). As fibras inervam as células acinares, as células dos

ductos, os vasos sangüíneos e as células mioepiteliais (EDGAR48,

1992). A natureza da secreção depende do tipo de estímulo, quando há

predominância do estímulo parassimpático, a secreção será aquosa,

contendo eletrólitos e algumas enzimas, enquanto que se predominar o

estímulo simpático, grande quantidade de macromoléculas,

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principalmente mucinas, farão parte da secreção (THLYLSTRUP &

FEGERSKOV220, 1995; EDGARD48, 1992)

2.2 Fluxo salivar

O fluxo da saliva total é um índice da umidade oral e

indicativo da atividade metabólica das glândulas salivares. A medida

do fluxo salivar é básico para o entendimento do processo de secreção

e para avaliação das condições e doenças orais e sistêmicas que levam

a hipofunção salivar (MANDEL125, 1990; SREEBNY205, 2000).

A saliva é rotineiramente classificada como não

estimulada (repouso) e estimulada, e significante correlação existe

entre os fluxos salivares estimulado pela mastigação e saliva não

estimulada (HEINTZE et al.76, 1983). Cerca de 60% da saliva total é

produzida em condições de repouso e reflete a velocidade do fluxo

basal, ou seja é a mistura de secreções que entram na boca na ausência

de estímulos exógenos. Está presente em nossas bocas cerca de 14

horas do dia e é a secreção que recobre os tecidos orais, fornecendo

muito da sua proteção. A saliva estimulada que também exerce ação

de proteção, está presente em nossas bocas cerca de duas horas do dia

e está associada com a função da saliva sobre os alimentos. Cerca de

70% da saliva total em repouso é derivada das glândulas

submandibular e sublingual, 15-20% da parótida e 5-8% das glândulas

salivares menores. Na condição de estímulo, cerca de 45-50% da

saliva total resulta das glândulas parótida, igual quantidade das

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glândulas submandibular, sublingual e menores quantidade das

glândulas salivares menores (SREEBNY205, 2000).

Vários estudos sobre o fluxo da saliva total não

estimulada em indivíduos saudáveis encontraram valor médio ao redor

de 0,3 ml/min, sendo valores entre 0,1-0,2ml/min considerados baixo

fluxo salivar (hipossalivação) e abaixo de 0,1ml/min considerados

xerostomia (ERISSON & HARDWICK53, 1978; SREEBNY &

VALDINI207, 1988; SREEBNY204, 1989; SHIP et al.193, 1991;

SREEBNY205, 2000; DAWES41, 2004).

Dados coletados com a saliva total de adultos

mostraram que o valor normal da secreção estimulada com goma de

mascar está entre 1,0-2,0ml/min, valores entre 0,7-1,0ml/min são

baixos (hipossalivação) e inferiores a 0,5ml/min considerados

xerostomia (HEINTZE et al.76, 1983; GHEZZI et al.62, 2000;

SREEBNY205, 2000). A concentração da maioria dos componentes da

saliva depende da velocidade de secreção das glândulas salivares. Um

aumento na velocidade de secreção aumenta as concentrações de

sódio, cálcio, cloreto, bicarbonato e proteínas total, enquanto as

concentrações de potássio e fluoreto permanecem inalteradas e as de

fosfato e iodeto diminuem (DAWES38-9, 1969 e 1974; MANDEL122,

1974; FERGUNSON55, 1999).

Os fatores que afetam o fluxo da saliva não estimulada

são o grau de hidratação, exposição à luz, rítmo circadiano e

medicamentos. Fatores menos importantes são idade, peso corporal e

efeitos psíquicos (DAWES40, 1987; YEH et al.236, 1998).

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Já, os fatores que afetam o fluxo da saliva estimulada

são a natureza do estímulo, vômito, fumo, tamanho da glândula e

ingestão de alimentos ácidos (DAWES et al.43, 1978; PERCIVAL et

al.158, 1994; GHEZZI et al.62, 2000).

Sem adequada função das glândulas salivares, um

indivíduo pode experimentar severa debilidade na saúde oral que

resulta em aumento dramático do número de cárie novas ou

recorrentes, infecção microbiana, acúmulo de placa dental, perda da

estrutura dos dentes por erosão química, alterações na membrana da

mucosa, perda da acuidade gustativa, dificuldade para falar, mastigar,

deglutir e problemas de digestão e absorção de alimentos

(MANDEL124, 1989; DOWD47, 1999; NARHI et al.138, 1999; SHIP192,

2002; DAWES41, 2004). A redução crônica da secreção salivar pode

levar a depressão, perda de dentes e afetar a qualidade de vida do

indivíduo (NAVAZESH et al.141, 2002; REISINE & PARKE167, 2002;

SHIP & PILLEMER et al.194, 2002)

A hipofunção das glândulas salivares é causada por

múltiplos fatores, incluindo distúrbios e doenças oral e sistêmica,

desordens imunológicas, desidratação, medicações prescritas ou não

prescritas, quimioterapia e radioterapia da cabeça e do pescoço,

fatores psicogênico e diminuição da mastigação que podem causar

danos permanentes ou temporários nas glândulas salivares (FOX et

al.57, 1985; SREEBNY & VALDINI207, 1988; SREEBNY204, 1989;

NAVAZESH et al.140, 1996; GHEZZI & SHIP61, 2000; GHEZZI et

al.61, 2000; NAVAZESH et al.142, 2000). A causa mais freqüente de

hipofunção da glândula salivar é a ingestão de medicamentos.

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Clinicamente, as classes de substâncias mais importantes são os

antidepressivos, anticolinérgicos, diuréticos, antihistamínicos,

antihipertensivos, sedativos e psicofármacos (NAVAZESH et al.140,

1996; SREEBNY & SCHWARTZ206, 1997; NIEUW AMERONGEN

& VEERMAN147, 2003).

2.3 Função e composição da saliva

A secreção salivar é essencial para a manutenção da

saúde oral e sistêmica através da exibição de múltiplas funções de

defesa do hospedeiro (AMERONGEN & VEERMAN5, 2002;

DEFABIANIS & RE44, 2003; VAN NIEUW AMERONGEN et al.222,

2004). Embora a saliva seja descrita como sendo 99% água, a

complexidade dos seus constituintes fornece um efetivo conjunto de

sistemas importantes na lubrificação e proteção dos tecidos moles, na

formação e deglutição do bolo alimentar, sensibilidade gustativa,

contribui para a fala e aumento da sensação de bem estar geral dos

indivíduos (PEDERSEN et al.157, 2002). A maior função protetora

resulta do papel da saliva como primeira linha de defesa na

manutenção do balanço ecológico na cavidade oral através da sua

atividade antimicrobiana, antifúngica e antiviral (KIVELA et al.99,

1999; BAEV et al.11, 2002; BATTINO et al.15; TENOVUO219, 2002).

É efetiva na manutenção do pH na cavidade oral, contribui para a

regulação do pH da placa dental e ajuda a neutralizar o refluxo ácido

do esôfago. A manutenção salivar da integridade dos dentes é

dependente da sua elevada capacidade de remineralização e

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capacidade tamponante. (MANDEL123-4, 1987e 1989; MELVIN128,

1991; SHIP et al.193, 1991; LAMKIN & OPPEHEIN107, 1993;

KEFALIDES93, 1999; SREEBNY205, 2000; VAN NIEUW

AMERONGEN222, 2004). A saliva também desempenha um papel no

balanço de água, pode servir de maneira limitada na excreção de

substâncias e tem possível função hormonal no trato gastrointestinal

(PEDERSEN et al.157, 2002).

As glândulas salivares humana secretam 1000-1500ml

de saliva total por dia, composta de 99% de água e apenas 1% de

componentes inorgânicos e orgânicos. Dentre esses componentes

podemos citar os minerais, eletrólitos, tampões, moléculas orgânicas

de baixo peso molecular, enzimas, inibidores enzimáticos, fatores de

crescimento, citocinas, hormônio, vitaminas e múltiplas proteínas não

enzimáticas, especialmente mucinas e outras glicoproteínas, algumas

em complexos multiproteicos ou complexadas com outros

componentes químicos, que afetam as condições na cavidade oral,

protegendo os tecidos moles e duros (MANDEL124, 1989;

KAUFMAN & LAMSTER90, 2000; VAN NIEUW AMERONGEN et

al.222, 2004).

As propriedades e composição salivar variam conforme

o fluxo, a natureza e duração do estímulo, o ritmo circadiano e

composição do plasma (NEWBRUM144, 1989).

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2.3.1 Composição inorgânica da saliva

Dentre os componentes inorgânicos da saliva que

representam cerca de 0,2-0,3% dos constituintes totais, destacamos os

íons sódio, potássio, cloreto, bicarbonato, que são os principais

contribuintes para a sua osmolaridade, sendo sempre hipotônica em

relação ao plasma. Embora os íons salivares sejam os mesmos íons

plasmáticos, a concentração relativa de íons Na+, K+, Ca2+ e Cl- e

também SO4-2, HPO4

-2 e H2PO4- indica que a saliva não é exatamente

um simples ultrafiltrado plasmático. Uma parte desses íons, incluindo

Ca2+ e Cl- são encontrados geralmente em menor concentração que

no plasma enquanto o PO43- e especialmente o K+ estão presentes em

quantidades mais elevadas. Outros íons, além dos citados, estão

presentes em quantidades já detectadas: magnésio, cobre, fluoreto,

brometo, nitrito e tiocianato. (THYSLTRUP & FEJERSKOV220,

1995; AIRES2, 1999; MOTOC134, 2003).

Dos componentes inorgânicos a concentração de íons

H+ (hidrogeniônica) dos fluidos orais pode ser considerada a variável

principal, visto que ela influencia a maioria das reações químicas que

ocorrem na cavidade oral, mais notadamente o equilíbrio entre os

minerais de cálcio e fosfato da estrutura dentária com a saliva

adjacente. Na maioria das vezes ela é expressa em unidades de pH,

que são definidas como o logarítmo negativo da concentração de íons

H+ (MANDEL122-3, 1974 e 1987).

Os íons hidrogênios nos fluidos orais são secretados

através das glândulas salivares na forma de ácidos orgânicos e

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inorgânicos, produzidos pela microbiota oral ou adquiridos pela

cavidade oral através da ingestão de bebidas ou alimentos ácidos. As

muitas fontes de íons hidrogênios, junto com várias substâncias que

têm a capacidade de se combinar com os mesmos, fazem com que o

equilíbrio ácido-base da cavidade oral seja complicado e variado

(TLYSTRUP & FEGERSKOV220, 1995). O valor médio de pH da

saliva não estimulada é ao redor de 6,9, no entanto pode ser abaixo de

6 na saliva não estimulada, aumentando exponencialmente para

próximo de 8 nos índices de fluxo muito altos, visto que a

concentração de bicarbonato também aumenta nestas circunstâncias.

O pH da saliva é influenciado pelo pH da placa dental,

uma vez que os ácidos produzidos durante a ingestão de carboidratos

fermentáveis se dissiparão da placa para a saliva e um novo equilíbrio

será estabelecido. O valor do pH da saliva depende de muitos fatores,

sendo que os mais importantes são o fluxo salivar, atividade

metabólica das glândulas salivares, o tipo e concentração de ácidos

produzidos na saliva e placa pelas bactérias e principalmente da

capacidade tamponante da saliva.

A capacidade tampão (CT) da saliva, definida como a

resistência da saliva a mudanças de pH, é conferida pelos sistemas

carbonato-bicarbonato, fosfato e proteínas. É importante na

manutenção do pH da saliva, da placa dental e conseqüentemente da

homeostasia oral (HEINTZE et al.75, 1986). Além da eficiência da

saliva em manter a relativa neutralidade do pH na cavidade oral, é

reconhecida sua importância no clearence ácido do esôfago durante a

ingestão de alimentos e bebidas ácidas e a neutralização ácida do

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refluxo gastroesofageano (HELM et al.77, 1982; SAROSIEK &

MCCALLUM176, 1995; SAROSIEK et al.177, 1996; PARKKILA et

al.156, 1997; KAO et al.88, 1999; KIVELA et al.99, 1999; COSTA &

ECKLEY35, 2004).

Os três principais sistemas tamponantes que contribuem

para a CT total da saliva estimulada e não estimulada são os sistemas

bicarbonato, fosfato e as proteínas (BARDOW et al.14, 2000).

Estes sistemas têm diferentes intervalos de pH de

máxima CT, sendo que os sistemas fosfato e bicarbonato apresentam

valores de pKa de 6,8-7,0 e 6,1-6,3, respectivamente, enquanto as

proteínas contribuem para a CT somente em valores mais baixos de

pH (ERICSSON & HARDWICK53, 1978).

O principal agente tamponante da saliva estimulada,

que atua durante a ingestão de alimentos e mastigação é o sistema

bicarbonato (IZUTSU82, 1981; LAGERLÖF & OLIVEBY106, 1994).

A concentração de bicarbonato na saliva aumenta acentuadamente

com o aumento do fluxo salivar (EDGARD48, 1992; DOWD47, 1999;

FERGUNSON55, 1999). Dessa forma, o bicarbonato aumenta o pH e a

CT da saliva, especialmente durante a estimulação (IZUTSU et al.82,

1981; LAGERLÖF & OLIVEBY106, 1994; BARDOW et al.14, 2000).

O segundo sistema tamponante é o fosfato que contribui

em maior extensão para a CT da saliva não estimulada, quando sua

concentração é maior que a de bicarbonato (LAGERLÖF &

OLIVEBY106, 1994).

O terceiro sistema, de menor importância, é o das

proteínas que atuam em baixo intervalo de pH através das

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macromoléculas que contêm sítios de ligação de H+ (LAGERLÖF &

OLIVEBY106, 1994).

Além dos três sistemas citados, existem registros de que

a uréia, aminoácidos e peptídeos ricos em histidina atuam como

tampões na saliva não estimulada, onde o conteúdo de bicarbonato é

baixo, e especialmente na placa dental. A uréia presente na saliva e

placa dental é convertida pela urease bacteriana a amônia e neutraliza

os ácidos (SISSONS et al.199, 1994; CLANCY et al.33, 2000).

Aminoácidos e peptídeos podem ser descarboxilados formando

monoaminas e poliaminas, processo que efetivamente consome e

neutraliza íons hidrogênio. A arginina e peptídeos de arginina podem

formar amônia bem como poliaminas e assim exercer efetiva elevação

de pH (IZUTSU & MADEN81, 1978; VRATSANOS & MANDEL228,

1985).

Dos componentes inorgânicos da saliva o cálcio e

fosfato são os mais estudados por causa de sua relação íntima com o

problema da cárie dental (LENANDER-LUMIKARI &

LOIMARANTA112, 2000).

As fontes potenciais de cálcio na saliva são as glândulas

salivares maiores e menores, fluido gengival, dieta, esmalte do dente e

do plasma sangüíneo. Sua concentração na saliva é dependente do

fluxo salivar, do pH e ritmo circadiano, mas em média está entre 1,0 a

3,0 mM. (VOGEL et al.226, 1965; THYSTRUP & FEJERSKOV220,

1995).

Dependendo do pH da saliva o cálcio é distribuído na

forma iônica ou ligado. Em valores de pH próximo do normal, o

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cálcio ionizado representa 50% do cálcio total, mas aumenta se o pH

salivar diminui (LAGERLÖF & OLIVEBY106, 1994). O cálcio não

ionizado pode estar ligado a fosfato, bicarbonato, e em pequenas

quantidades a pequenos íons orgânicos como o citrato, lactato e

proteínas salivares (EDGARD48, 1992).

O cálcio livre, ionizado é especialmente importante para

os eventos de ataque cariogênico, visto que essa é a fração de cálcio

que participa no estabelecimento do equilíbrio entre a hidroxiapatita

do tecido dentário e o fluido oral adjacente (HAY70, 1995; SEWON et

al.186-7, 1995 e 1998; LARSEN & PEARCE110, 2003). Assim, a

concentração de cálcio iônico e fosfato ao redor do dente é fator

determinante nos processos de desmineralização e remineralização

(VOGEL et al.227, 1990). De forma semelhante, a concentração de

cálcio salivar influencia o nível de cálcio na placa dental por processo

de difusão e de precipitação de sais de cálcio e fosfato (SEWON et

al.184, 1990; ASHLEY et al.10, 1991; MATSUO & LAGERLÖF127,

1991).

Existem evidências de que o fluido oral é supersaturado

em pH acima de 5,3 em relação a hidroxiapatita e pH 6,0 em relação

ao fosfato octacálcico e fosfato tricálcico. Dessa forma, dentro dos

limites do pH fisiológico, o conteúdo de cálcio e fosfato inorgânico é

suficiente para saturar a saliva em relação a hidroxiapatita do dente

(LAGERLÖF105, 1983; NAVAZESH et al.142, 2000; LARSEN &

PEARCE110, 2003). O grau de saturação da saliva é importante no

controle do desenvolvimento da cárie, erosão e na formação do tártaro

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(LAGERLÖF105, 1983; SEWON & SODERLING183, 1987; POFF et

al.161, 1997; LARSEN & PEARCE110, 2003).

Existem vários registros sobre a correlação inversa

entre o nível de cálcio salivar e a atividade de cárie (SHAW et al.191,

1983; SEWON et al.185, 1988; SEWON & MAKELA182, 1990;

RYBERG et al.174, 1991; WOLTGENS et al.233,1992).

De acordo com Anderson et al.7 (2001), indivíduos com

baixa concentração de cálcio na saliva apresentam o pH crítico de

desmineralização do esmalte mais elevado e, conseqüentemente são

mais susceptíveis a desmineralização do que indivíduos que

apresentam maior concentração de íons cálcio salivar.

Uma função especial na homeostasia oral do cálcio é

atribuída a algumas proteínas salivares como cistatina, estaterina e

proteínas anônicas ricas em prolina, as quais unem-se ao cálcio e

inibem a precipitação espontânea e o crescimento de cristais de sais de

cálcio responsáveis pela formação do cálculo dental (HAY et al.72,

1987; JENSEN86, 1991; TAMAKI et al.216, 2002).

Um caso especial de associação de cálcio com proteínas

é sua forte ligação com a amilase, onde ele age como cofator

enzimático necessário para a função digestiva da enzima (TLYSTRUP

& FEGERSKOV220, 1995).

O fosfato encontra-se na saliva em diversas formas:

iônica, forma de éster, ligado a proteínas e complexado a vários

cátions, entre eles o cálcio. O fosfato iônico ocorre como PO43-,

H2PO4- ou HPO4

2- dependendo do pH da saliva (GRON65, 1973;

MANDEL122, 1974). Cerca de 10% do fosfato inorgânico encontra-se

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na forma de pirofosfato, potente inibidor da precipitação de fosfato de

cálcio e da formação do tártaro (TLYSTRUP & FEGERSKOV220,

1995).

Quanto menor o pH, menor a concentração do íon

terciário (PO43-) que provoca diminuição do produto iônico da saliva,

fenômeno que é responsável pela desmineralização dos dentes. É

evidente que o conteúdo de fosfato inorgânico na saliva, assim como o

cálcio, é um pré-requisito para a estabilidade do dente dentro da

cavidade oral (VOGEL et al.227, 1990; THYLSTRUP &

FEJERSKOV220, 1995).

Nesse sentido, vários trabalhos descritos na literatura

indicam correlação inversa entre concentração de fosfato na saliva e

atividade de cárie (SEWON et al.185, 1988; SEWON & MAKELA182,

1990; WOLTGENS et al.233, 1992)

No pH fisiológico da saliva, em torno de 6,9, a

concentração do fosfato e cálcio é supersaturante o que garante a sua

permanente incorporação a hidroxiapatita, mantendo o equilíbrio

deslocado no sentido da remineralização, fenômeno esse que é

potencializado pela presença de flúor na saliva e responsável pela

remineralização de lesões de cárie (LAGERLÖF105, 1983; LARSEN

& PEARCE110, 2003).

Outra função menos importante do fosfato reside no

seu efeito tamponante na saliva, discutida anteriormente.

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40

2.3.2 Composição orgânica da saliva

A saliva total contém uma mistura complexa de

proteínas que exercem uma série de atividades biológicas de defesa do

hospedeiro, entre elas manutenção da integridade da membrana da

mucosa e dos dentes, manutenção do balanço ecológico bucal

apropriado e lubrificação facilitando a mastigação, deglutição e

digestão dos alimentos (MANDEL123-4, 1987 e 1989; LAMKINS &

OPPENHEIM107, 1993; AMERONGEN & VEERMAN5, 2002).

As mucinas constituem importante classe de

glicoproteínas, sintetizadas pelas células acinares mucosas das

glândulas salivares, que na saliva total não estimulada representam

cerca de 25-30% da concentração protéica total (AMERONGEN et

al.6, 1995; BOLSCHER et al.23, 2002; VEERMAN et al.224, 2003). As

mucinas têm sido extensivamente estudadas e suas propriedades

bioquímicas, interações com microorganismos orais e outras proteínas

salivares são bem conhecidas (OFFNER & TROXLER152, 2000). A

grande dimensão e forma alongada dessas proteínas, em associação

com açúcares hidrofílicos, são responsáveis pelas propriedades

reológicas que incluem baixa solubilidade, alta viscosidade,

elasticidade e adesividade, que as torna capazes de se concentrarem

sobre a superfície da mucosa oral e dentes (WATERMAN et al.230,

1988; VAN KLINKEN et al.221, 1995; TABAK et al.215, 1982;

TABAK213, 1995).

As mucinas da saliva humana têm papel multifuncional

na cavidade oral onde atuam como lubrificantes extremamente

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efetivos que fornecem uma barreira efetiva contra a desidratação e

variações no meio bucal, ajuda na mastigação, fala e deglutição.

Ainda, controlam a permeabilidade da superfície da mucosa, limitam a

penetração de agentes potencialmente irritantes e toxinas nas células

da mucosa, regulam a colonização de bactérias e vírus na cavidade

oral (MANDEL123, 1987; TABAK213, 1995; BOLSCHER et al.23,

2002). Também protegem a membrana da mucosa contra ataques das

proteases, como a elastase, colagenases e catepsina, geradas por

bactérias ligadas à superfície da mucosa, presentes na placa bacteriana

e pela degeneração dos leucócitos polimorfonucleares (MANDEL123-4,

1987 e 1989). Por causa das propriedades hidrofílicas, as mucinas

constituem uma película lubrificante na superfície dos dentes,

protegendo-os contra o desgaste mecânico (NIEUW AMERONGEN

et al.147, 1987; LAMKIM et al.108, 1996).

Inúmeras glicoproteínas secretadas pelas glândulas

salivares maiores, especialmente parótida e submandibular,

pertencem ao grupo de proteínas ricas em prolina (PRPs), muitas das

quais são fosforiladas. As PRPs constituem uma significante fração da

proteína total salivar e têm importantes atividades biológicas (HAY et

al.73, 1988; HAY et al.74, 1994). Em decorrência da concentração

relativamente alta de radicais ácidos, especialmente grupos fosfatos,

essas proteínas apresentam grande afinidade pela hidroxiapatita, sendo

um dos principais constituintes da película adquirida, filme orgânico

que recobre a superfície dos dentes, e também foram observadas na

placa dental (LAMKIN et al.108, 1996, VITORINO et al.225, 2004).

São inibidoras do crescimento cristalino do fosfato de cálcio

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controlando a precipitação desse sal pela saliva supersaturada em íons

cálcio e fosfato, prevenindo a cristalização no interior da glândula

salivar e a formação de cálculo sobre a superfície dos dentes. Esta

regulação do meio iônico é em grande parte proporcionada pela

estaterina, uma fosfoproteína rica em tirosina, que inibe a precipitação

espontânea de soluções supersaturadas de sais de cálcio e fosfato

(HAY et al.72, 1987; JENSEN et al.86, 1991). Regulação adicional é

fornecida pelas PRPs aniônicas, peptídeos neutros ricos em histidina e

proteínas ácidas contendo cisteína, chamadas cistatinas, que inibem o

crescimento de cristais e a transformação de fosfato dicálcico

dihidratado para formas mais básicas de fosfato de cálcio (MORENO

et al.132-3, 1982 e 1979; SHOMERS et al.195, 1982; OPPENHEIN et

al.154, 1986; SCHLESINGER & HAY180, 1986; TAMAKI et al.216,

2002). A estabilização da supersaturação da saliva e fluido da placa

fornecem uma força termodinâmica para proteção inicial da superfície

do esmalte e remineralização de lesões iniciais de cárie (HAY et al.71,

1982, MANDEL123, 1987).

Aguirre et al.1 (1989) constataram que as PRPs assim

como as mucinas, desempenham papel de lubrificação na saliva e a

composição glicídica destas moléculas afeta suas propriedades

lubrificadoras. Hatton et al.69 (1985) mostraram que PRPs da saliva

da parótida quando complexadas com albumina, apresentam

propriedade lubrificante.

As proteínas salivares podem ter efeito protetivo além

da boca. Nesse sentido, Warner & Azen229 (1988), Yan & Bennick234

(1995) e Lu & Bennick118 (1998) sugerem que as PRPs salivares

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podem ter efeitos anticarcinogênicos no esôfago devido a capacidade

de se ligarem a taninos e polifenóis.

As α-amilases constituem um grupo complexo de

enzimas digestivas salivares com grande número de variáveis

genéticas (MÄKINEN121, 1989). Além da função digestiva, existem

evidências de que as α-amilases imobilizadas na superfície da

hidroxiapatita do dente apresentam receptores para adesão de muitas

espécies de Streptococcus e portanto contribuem para a formação da

placa dental (SCANNAPIECO et al.178-9, 1993 e 1995).

A saliva desempenha papel importante na acuidade

gustativa através da solubilização dos componentes dos alimentos e

como meio de interação com os receptores das células gustativas.

Nesse aspecto, alguns trabalhos da literatura têm descrito a presença

de uma proteína específica da parótida humana denominada gustina,

normalmente associada a zinco, como sendo a responsável pela

sensação do paladar (HENKIN et al.78, 1975; SHATZMAN &

HENKIN190, 1981).

As pesquisas com a saliva têm permitido a identificação

de um completo arsenal de proteínas com atividade antimicrobiana

cuja função é manter um balanço ecológico das bactérias que afetam a

saúde geral e oral. Além de uma série de mucinas de alto e baixo peso

molecular e glicoproteínas que atuam como agentes aglutinantes

promovendo a aglomeração, clearence bacteriano e redução da

colonização bacteriana inicial na cavidade oral, outras proteínas tais

como a lisozima, lactoferrina, peroxidase, histatinas, imunoglobulinas

e defensinas exercem atividade antibacteriana, antiviral e antifúngica

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(TENOVUO218, 1998; ZEE et al238, 2001; SHUGARS & WAHL196,

1998; BATTINO et al.15, 2002; AMERONGEN & VEERMAN5,

2002; VAN NIEUW AMERONGEN222, 2004).

As glândulas salivares são consideradas um reservatório

proteico natural de muitos fatores de crescimento. Em humanos, a

família de fator de crescimento epidérmico (EGF), de fibroblastos

(FGF), de hepatócito (HGF), semelhante à insulina (IGF) e fator de

crescimento endotelial vascular (VEGF) tem sido detectadas nas

glândulas, bem como na saliva, mas as funções fisiológicos na

cavidade oral não estão totalmente esclarecidos (COSTIGAN et al.36,

1988; KAGAMI et al.87, 2000; NAGY135, 2003). Existem evidências

de que exercem papel fundamental no reparo de tecidos moles onde

atuam na cicatrização de ulcerações.

Estudos experimentais têm demonstrado que o EGF

salivar e prostaglandina E2 podem desempenhar papel essencial na

manutenção da integridade da mucosa da parte alta do tubo digestivo

(YANG et al.235, 1996; SAROSIEK & McCALLUM.176, 1995;

NAMIOT et al.137, 1997) e que a influencia do EGF pode estender

para a mucosa do íleo (RAO et al.166, 1997).

O EGF aparece como um marcador clínico de doenças

inflamatórias e neoplásicas. Como fator de crescimento celular,

protege a mucosa digestiva com o estímulo da produção de muco e

inibição da secreção gástrica. O decréscimo na produção de EGF

salivar parece estar associado com o risco de úlcera péptica em

indivíduos xerostômicos (GUH, et al.67, 2001; LUO et al.119, 2003).

Este lugar estratégico do EGF em várias patologias, como úlcera

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estomacal e processos tumorais, abre perspectivas para pesquisa com

real potencial para o reparo e prognóstico (EGEA et al.49, 2002).

O fator de crescimento endotelial vascular é uma

citocina angiogênica multifuncional envolvida na angiogênese e

cicatrização de feridas e o decréscimo nos níveis salivar parece estar

associado com o desenvolvimento de aftas recorrentes (BROZOVIC

et al.25, 2002).

O fator de crescimento de hepatócito atua como agente

mitogênico, morfogênico e anti-apoptótico para vários tipos de células

epiteliais. Ohshima et al.153 (2002) sugerem que o HGF salivar,

oriundo do fluido gengival, pode ser um novo marcador para o

diagnóstico de doença periodontal já que foi observada significante

correlação negativa entre HGF e esta patologia.

Algumas proteínas presentes na cavidade oral, com

funções enzimáticas ou não, originam-se de ultrafiltrados séricos.

Entre eles podemos citar a albumina que é seletivamente absorvida

nos tecidos orais onde se liga a bactérias específicas e dessa forma

pode alterar a composição da placa dental (KOHAVI et al.102, 1997;

RANTONENEN & MEURMAN164, 2000). Sua concentração é

aumentada em pacientes com diabetes, síndrome de Sjögren,

imunosupressão, mucosite, inflamações das glândulas salivares e

periodontites (IZUTSU et al.82, 1981; MEURMAN et al.130, 2002).

Foram detectados na saliva algumas proteínas e

pequenos peptídeos com função hormonal, como esteróides,

gonadotropinas, prolactina, tiroxina, melatonina, insulina, gastrina e

hormônio do crescimento (GH), cujas funções fisiológicas na

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cavidade oral não estão totalmente esclarecidas (MANDEL125, 1990;

RANTONEN et al.165, 2000; LAC104, 2001).

A fosfatase alcalina (ALP) é uma proteína com

atividade enzimática envolvida na hidrólise de ligações éster fosfato

de inúmeras moléculas fosforiladas cujos grupos fosfatos são

liberados na forma livre. Barabash et al.13 (1981) e Lo Storto et al.116

(1992) registraram a presença dessa enzima nas glândulas salivares da

parótida, submandibular e da mucosa, bem como em células epiteliais

exfoliadas, leucócitos e bactérias da placa dental.

Algumas pesquisas concluíram que a ALP é produzida

dentro da área periodontal e sulco gengival. As principais fontes da

enzima nessas áreas são os leucócitos polimorfonuclear, bactérias da

placa dental e células dos osteoclastos e fibroblastos (ISHIKAMA &

CIMASONI 80, 1970; KAWASE et al.92, 1988; HARRIS68, 1990). A

liberação dessa proteína intracelular no fluido gengival é usualmente

indicativa de inflamação e/ou destruição de tecido. Várias pesquisas

têm mostrado que o nível de ALP no fluido gengival e saliva total está

positivamente correlacionada com a severidade da doença periodontal

(BINDER et al.19, 1987; VASSILEVA et al.223, 1988; CHAPPLE et

al.30, 1994; NAKASHIMA et al.136, 1994).

Portanto, a análise bioquímica da ALP no fluido

gengival e saliva total oferece um meio não invasivo de avaliar a

resposta do hospedeiro à doença periodontal e está sendo sugerido o

seu uso como biomarcador no diagnóstico e monitoramento da terapia

dessa doença (ELEY & COX51, 1998; CHAPPLE et al.31, 1999;

BUTTERWORTH et al.27, 2002; NUMABE et al.148, 2004)

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Existem relatos de que a atividade da ALP na saliva e

placa dental pode estar positivamente correlacionada com a

susceptibilidade à cárie. Nesse sentido, Pandey et al.155 (1990) e

Gandhy & Damle59 (2003) registraram aumento na atividade da ALP

em indivíduos com cárie rampante em relação a indivíduos livres de

cárie. Rudenko173 (1991) observaram níveis elevados de ALP na saliva

de crianças com diferentes formas de cárie. Mais recentemente

N’Dobo-Epoy et al.143 (2001) concluíram que a ALP é um marcador

de cárie estatisticamante significante e sugeriram o seu uso como

método biológico de detecção de cárie.

Embora pouco documentado, existem indícios de

correlação positiva entre cálculo dental e atividade da ALP na saliva e

placa dental. Em 1960, Fleish e Newman mostraram que o pirofosfato

é um potente inibidor de cálculo dental. Investigações posteriores

observaram que o pirofosfato é facilmente hidrolisado pela ALP

salivar produzindo grupos fosfatos livres que podem favorecer a

formação de depósitos de fosfato de cálcio (BERCY & VREVEN17,

1979; FRISKOPP & HAMMARSTROM58, 1982). Os resultados

dessas pesquisas sugerem que a mineralização da placa dental não é

somente uma mineralização passiva das bactérias, mas também um

processo ativo promovido por enzimas, onde a ALP desempenha

papel importante.

A uréia é provavelmente a mais abundante fonte de

nitrogênio na cavidade oral. Quantidade substancial de uréia é

secretada na saliva pelas glândulas salivares maiores, menores e fluido

crevicular gengival (GOLUB et al.63, 1971; KOPSTEIN &

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WRONG103, 1977; MACPHERSON & DAWES120, 1991). A uréia se

difunde da saliva para a placa dental onde é rapidamente metabolizada

pela urease microbiana produzindo amônia e gás carbônico,

provocando elevação do pH do meio (CARLSSON & HAMILTON29,

1995; SISSONS et al.199, 1994; DIBDIN & DAWES46, 1998).

Sissons et al.199 (1994) e Dibdin & Dawes46 (1998)

estudaram o efeito da concentração de uréia da saliva no pH da placa

dental e concluíram que níveis normais de uréia salivar são suficientes

para aumentar significativamente o pH da placa e reduzir a

profundidade e extensão da curva de Stephan após a exposição a

carboidratos fermentáveis. Imfeld79 (1999) e Dawes & Dibdin42

(2001) verificaram que a exposição da placa dental à quantidade

adicional de uréia através da mastigação de gomas contendo uréia

causa elevação do pH da mesma.

A amônia da placa dental resultante do metabolismo da

uréia e de aminoácidos pode inibir a progressão da cárie dental através

da neutralização dos ácidos gerados pela glicólise bacteriana

(BISWAS & KLEINBERG21, 1971; CLANCY et al.33, 2000). Além

disso, as condições menos ácida resultante desses processos fornecem

um meio mais favorável para o crescimento de espécies bacterianas

menos cariogênicas. Assim, a ureólise pode ter um grande impacto na

ecologia do biofilme oral (CLANCY et al.33, 2000; LI et al.114, 2000).

Outros aspectos que devem ser considerados a respeito

da amônia produzida pela atividade ureolítica bacteriana,

especialmente anaeróbios Gram-negativos, é o seu potencial

citotóxico para mucosa e gengiva tendo em vista a fácil difusão dessa

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molécula nas membranas das células do hospedeiro, alterando o pH

citoplasmático (SLOTS & GENCO201, 1984; BUSA26, 1986). Esta

pode aumentar a permeabilidade do epitélio sulcular e promover a

formação de cálculo dental, dessa forma desempenhando um papel na

iniciação da inflamação gengival (SINGER & KLEINBERG198, 1978;

MACPHERSON & DAWES120, 1991). Estudos sobre os efeitos da

amônia nos aspectos funcionais dos neutrófilos confirmaram o seu

potencial para mediar a infecção periodontal através da inibição da

função dos leucócitos polimofonucleares (GRINSTEIN &

FURUYA64, 1986; SIMCHOWITZ & CRAGOE197, 1986;

NIEDERMAN et al.145, 1990).

2.4 Influência da doença renal na produção e composição da

saliva

Apresentaremos de forma resumida os trabalhos

encontrados na literatura onde a produção e alterações bioquímicas na

composição da saliva de pacientes, em conseqüência da IRC, foram

avaliadas.

Larato109 (1975) relatou caso clínico de um paciente

com diagnóstico de insuficiência renal, aumento de azotemia e

presença de lesões na mucosa oral caracterizada como estomatite

urêmica. Durante o exame bucal constatou-se boa higiene com pouca

presença de cálculo e placa dental e nenhuma evidência clínica ou

radiográfica de doença periodontal. A profundidade do sulco gengival

estava dentro dos parâmetros normais, sem evidência de sangramento

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50

ou exsudato durante a sondagem. Entretanto, o paciente apresentava

lábios secos, inchados e fissurados e ulcerações dolorosas na mucosa

da bochecha, nas bordas laterais da língua, no soalho da boca e

sangramento nos ângulos da boca. Durante uma semana de observação

as lesões não apresentaram sinais de melhora com o tratamento local.

O paciente foi submetido à diálise e logo após as primeiras sessões, as

lesões começaram a melhorar e dez dias após a primeira diálise todas

as lesões tinham desaparecido Os dados laboratoriais do sangue antes

e após a diálise mostraram valores de uréia correspondente a 186mg%

e 6,3mg%, respectivamente, evidenciando a influência do nível de

uréia no estado de saúde bucal do paciente.

Shannon et al.188 (1977) compararam a concentração de

uréia no plasma e saliva estimulada e não estimulada da parótida de

pacientes portadores (IRC) antes e após a hemodiálise. Concluíram

que o nível sérico de uréia reduziu 50% após a hemodiálise.

Comparativamente, a concentração de uréia na saliva da parótida

diminuiu de 59,8±21,6 para 31,8±16,0mg/ml, respectivamente, antes e

após hemodiálise. Os autores encontraram, tanto na saliva estimulada

quanto não estimulada, correlação positiva e extremamente

significante (p<0,001) entre a concentração de uréia na saliva da

parótida e plasma sangüíneo. Não observaram diferenças

significativas na velocidade de fluxo da saliva da parótida, em

pacientes nefropatas com ou sem tratamento dialítico (0.80±0.37 vs

0.76±0.52ml/min), respectivamente.

Blum et al.22 (1979) observaram aumento significante

na concentração de fosfato na saliva total de pacientes urêmicos,

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submetidos ou não a diálise, quando comparados ao grupo controle

constituído de indivíduos saudáveis e ao grupo de pacientes dialisados

após paratiroidectomia. Além disso, encontraram concentração de

cálcio idêntica em todos os grupos avaliados. Os autores atribuíram a

elevada concentração de fosfato salivar ao hiperparatiroidismo

secundário dos pacientes com insuficiência renal.

Epstein et al.52 (1980) estudaram e correlacionaram as

mudanças quantitativas no fluxo e composição da saliva estimulada e

não estimulada das glândulas parótidas e submandibulares de nove

pacientes portadores de doença renal crônica, com idade média de

44,5 anos, submetidos à hemodiálise por um tempo médio de 4,1

anos. Os resultados desse estudo mostraram baixo fluxo salivar,

aumento acentuado na concentração de uréia, proteínas e fosfato e

maior predisposição à formação de tártaro supragengival no grupo de

pacientes com doença renal em relação ao grupo controle. Os autores

não encontraram diferenças na concentração de cálcio entre os grupos

avaliados.

Stoppelaar208 (1982) avaliou a concentração de uréia e

amônia na saliva total estimulada de 21 pacientes livres de cárie, com

vinte anos de idade e submetidos à hemodiálise. O autor observou que

em geral, a higiene oral dos pacientes era deficiente e a dieta ingerida

considerada altamente cariogênica tendo em vista que a dieta

recomendada é pobre em proteínas e rica em carboidratos

fermentáveis. Concentração relativamente alta da uréia na saliva total

foi encontrada na forma de amônia livre e nenhuma diferença foi

constatada na microbiota da placa entre os pacientes renais e o grupo

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controle. Quatro pacientes que receberam transplante renal

apresentaram aumento na atividade de cárie e tendência de diminuição

nos níveis de uréia e amônia salivar no período pós-transplante. Os

resultados sugerem que a ação tamponante dos níveis elevados de

amônia na saliva de pacientes com IRC é o provável fator responsável

pela baixa incidência de cárie.

Shasha et al.189 (1983) investigaram a concentração de

proteínas e eletrólitos presentes na saliva total estimulada, bem como

o efeito da hemodiálise sobre a composição salivar de dez pacientes

com doença renal submetidos a tratamento de hemodiálise. Os dados

foram comparados com o grupo controle constituído de indivíduos

sem doença renal. Os resultados mostraram que a composição da

saliva dos pacientes com IRC foi caracterizada por elevação

significante de proteína, potássio, sódio e baixo nível de cálcio e

magnésio salivar. Por outro lado, nenhuma diferença foi observada na

concentração de fosfato. Concluíram que o tratamento de hemodiálise

diminui a concentração de proteína, potássio e sódio, porem não afeta

as de cálcio e fosfato salivar.

Courts & Tapley37 (1984) quantificaram e

correlacionaram o nível de uréia salivar com a incidência de cárie em

dez crianças portadoras de IRC, com idade entre seis e 18 anos. Os

resultados do grupo experimental foram comparados com o grupo

controle constituído de indivíduos com função renal normal. Os

autores verificaram que a concentração de uréia salivar foi

significativamente mais elevada nos nefropatas do que no grupo

controle (p<0,01). Além disso, encontraram correlação positiva

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(r>0,95) entre o nível de uréia salivar e plasmática dos pacientes com

insuficiência renal.

Obry et al.150 (1984) estudaram a experiência de cárie

de 18 pacientes jovens com falha renal crônica, na faixa etária de sete-

17 anos, submetidos à diálise. Além do alto índice de placa, estes

pacientes apresentaram higiene bucal deficiente, ingestão de alimentos

rica em açúcar e 11 pacientes apresentaram graus variados de

hipoplasia dental. Apesar destes fatores favoráveis à experiência de

cárie, 56% dos pacientes avaliados apresentaram CPO-D igual a zero.

Também foi avaliada a influência da diálise no pH da saliva total e os

resultados encontrados foram 8,58±0,01 e 8,09±0,01, antes e após a

hemodiálise, respectivamente. Os autores sugeriram que o elevado

valor de pH da saliva deve estar relacionado com a baixa incidência de

cárie desses pacientes.

Wolff et al.232 (1984) avaliaram as alterações bucais de

trinta crianças, na faixa etária de 3-17 anos, portadoras de IRC. Os

pacientes foram divididas em três grupos de acordo com o tipo de

tratamento utilizado. Grupo I constituído de 15 crianças submetidas à

terapia convencional, grupo II de nove crianças em hemodiálise e

grupo III de seis crianças que se submeteram ao transplante renal.

Alterações radiográficas, principalmente perda da lâmina dura, foram

encontradas em 7% do grupo I, 44% no grupo II e 33% no grupo III.

Observaram retardo na erupção dos dentes, hipoplasia ou

hipocalcificação nas áreas dos elementos dentários que se

desenvolveram no período de manifestação da patologia renal. A

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prevalência de cárie foi marcadamente menor na condição de

insuficiência renal do que a registrada em crianças saudáveis.

Peterson et al.159 (1985) estudaram as propriedades da

saliva da parótida e da placa dental que afetam o processo de cárie

com o objetivo de entender a baixa incidência de cárie em pacientes

IRC. O pH da placa, antes e após a ingestão de carboidratos, bem

como o pH e composição salivar de um grupo de crianças com IRC e

de crianças transplantadas foram comparadas com dois grupos

controles de crianças saudáveis, sendo um grupo livre de cárie e outro

com elevada atividade de cárie. Observaram que os indivíduos com

IRC têm significativamente maior concentração de uréia e fosfato

salivar que os indivíduos transplantados e os dois grupos controles.

Ainda, encontraram que o pH da placa dental foi significativamente

mais alcalina nos IRC que nos transplantados e grupos controles. A

queda abrupta do pH após a exposição a carboidratos não diferiu entre

os grupos, mas em virtude do pH da placa mais elevado em pacientes

com IRC, o pH mínimo não atingiu níveis de cariogênicidade nesse

grupo. Os autores sugeriram que esse comportamento do pH da placa

dental, provavelmente está correlacionado com a elevada

concentração de uréia salivar.

Jaffe et al.83 (1986) analisaram as condições dentais e

periodontais de crianças com IRC na faixa etária de sete a 17 anos e

compararam os resultados com o grupo controle constituído de

crianças normais, por um período de dois anos. O índice de gengivite

foi significativamente menor no grupo com IRC, o índice de placa

dental foi similar nos dois grupos e o índice de cálculo maior no grupo

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IRC. O grupo de nefropatas apresentou alta incidência de hipoplasia

de esmalte e significativamente menor índice de cárie tanto na

dentição decídua quanto permanente. Os autores atribuíram a baixa

incidência de cárie nos IRC ao elevado pH salivar registrado nesses

pacientes.

Obry et al.151 (1987) conduziram uma investigação

sobre a composição bioquímica da saliva total, não estimulada, de um

grupo de crianças com IRC. Os autores observaram que dez das 18

crianças analisadas apresentaram índice de CPO-D igual a zero, apesar

da grande ingestão de açúcar na dieta, bem como pobre higiene oral e

conseqüente acúmulo de placa dental. A baixa incidência de cárie foi

correlacionada com o elevado valor de pH da saliva total desses

pacientes. Além disso, encontraram níveis de uréia salivar 5 vezes

maior que os níveis encontrados nos indivíduos do grupo controle e

mesmo após a diálise observaram que o nível de uréia salivar

manteve-se 2,5 vezes maior que esse grupo.

Khramov et al.97 (1994) avaliaram a concentração de

amônia e uréia na saliva e no sangue de pacientes nefropatas, com

graus variados de comprometimento renal e correlacionaram os dados

obtidos com indivíduos saudáveis do grupo controle. Os resultados

revelaram níveis muitos elevados de uréia salivar nos grupos com

disfunção renal e correlação positiva entre as concentrações de uréia

na saliva e sangue.

Polack et al.162 (1996) realizaram estudo com o

propósito de diagnosticar as alterações dentais e composição da saliva

apresentada por crianças submetidas a transplante renal em virtude de

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insuficiência renal crônica e compará-las com indivíduos saudáveis.

Observaram que a média de CPO-D de crianças submetidas a

transplante renal foi significativamente menor (p<0,001) a do grupo

controle. Aproximadamente 84% dos pacientes nefropatas,

apresentaram retardo no crescimento dentário provavelmente em

virtude da deficiência de vitamina D. Houve correlação inversa

significante entre a gravidade da hipoplasia e a idade de manifestação

da enfermidade, ou seja quanto menor a idade de manifestação da

doença maior a gravidade da hipoplasia. Constataram que o pH médio

da saliva dos pacientes transplantados (7,46±0,50) foi superior ao do

grupo controle (6,55±0,71). Todos os pacientes nefropatas

apresentaram níveis elevados de uréia no sangue (30-160mg%)

quando comparada com os níveis normais do grupo controle (20-

40mg%). Além disso, encontraram significativa correlação direta entre

o teor de uréia na saliva e no plasma sangüíneo. Os autores

concluíram que a uréia salivar potencializa o efeito cariostático através

da amônia, o principal produto resultante da ureólise bacteriana.

Naugle et al.139 (1998) pesquisaram as condições da

saúde oral de um grupo de pacientes submetidos à hemodiálise que

foram divididos em três subgrupos de acordo com o tempo de duração

da hemodiálise: primeiro subgrupo: pacientes em diálise a menos de

um ano, segundo subgrupo: pacientes em diálise de um a três anos e

terceiro subgrupo: pacientes em diálise a mais de três anos. Os

resultados sugeriram que a maioria dos pacientes em tratamento de

diálise apresenta alguma forma de doença periodontal. Observaram

que 62% deles apresentaram gengivite severa (28%) ou doença

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periodontal (34%). Ainda, 64% dos pacientes apresentam CPO-D alto

(11,77±7,55) enquanto 98% da amostra possuem acúmulo de tártaro.

A placa bacteriana estava presente em 100% dos pacientes mostrando

grande negligência na higiene bucal dos nefropatas. Concluíram que a

insuficiência renal é fonte de atividade infecciosa nestes indivíduos e,

como tal, tem grandes implicações na morbidade e mortalidade dos

mesmos. Enfatizaram que qualquer complicação local, incluindo

doença periodontal e lesões periapicais, pode comprometer o sucesso

do transplante renal, levando à rejeição, principalmente nos pacientes

que estejam utilizando imunossupressores, condição sine qua non no

pós-operatório de pacientes transplantados.

Gavalda et al.60 (1999) avaliaram as condições dentais,

periodontais, e salivares de pacientes adultos com IRC submetidos a

tratamento dialítico e compararam esses parâmetros com o grupo

controle constituído de indivíduos saudáveis na mesma faixa etária e

sexo dos pacientes IRC. Não houve diferença significativa no índice

de CPO-D entre os pacientes em diálise e o controle, 14,9±8,7 e

13,3±7,9, respectivamente, entretanto os índices de placa e cálculo,

respectivamente foram significativamente maiores nos pacientes em

hemodiálise (2,1±0,8 e 2,3±0,6) e grupo controle (1,3±0,8 e 1,6±0,9).

A perda de inserção periodontal foi idêntica nos dois grupos, sendo

4,9±2,5 e 4,2±2,5 para os nefropatas e controle, respectivamente. O

fluxo salivar dos nefropatas, na saliva total não estimulada e

estimulada quanto na saliva estimulada da parótida, foi

significativamente menor que o do grupo controle.

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Kho et al.95 (1999), investigaram as manifestações orais

e mudanças na saliva da parótida estimulada e saliva total não

estimulada de pacientes com IRC submetidos a tratamento dialítico.

Nesse estudo, os autores observaram que 73,6% pacientes avaliados

apresentaram sinais ou sintomas oral e em muitos casos os sintomas

mais freqüentes foram odor urêmico (34,1%), boca seca (32,9%),

diminuição da sensibilidade gustativa (31,7%). Petéquia e/ou

equimose, dor na mucosa e aumento do volume da língua foram os

sinais mais freqüentes. Verificaram que a velocidade do fluxo salivar

dos pacientes com IRC foi significativamente menor em comparação

com o grupo controle, tanto nas condições de não estímulo quanto de

estímulo. Além disso, o pH e capacidade tamponante da saliva total

estimulada e não estimulada foi maior no grupo de pacientes

nefropatas, enquanto a saliva estimulada da parótida desses pacientes

não apresentou diferenças significativas em relação ao grupo controle.

Kao et al.89 (2000) investigaram a relação entre as

manifestações orais e o fluxo salivar de pacientes com doença renal

terminal sob hemodiálise. O fluxo salivar das glândulas maiores foi

quantificado em sessenta pacientes com disfunção renal, divididos em

dois grupos, sendo um grupo constituído de pacientes com

manifestações orais e outro sem manifestações orais e comparados

com um grupo controle de indivíduos saudáveis. Os resultados

mostraram fluxo salivar significante menor em pacientes com IR com

manifestações orais comparada com pacientes sem manifestação oral e

grupo controle.

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Nunn et al.149 (2000) realizaram estudos clínicos e

radiológicos, em 38 crianças das quais, vinte foram submetidas a

transplante renal, 11 apresentavam IRC e sete apresentavam outras

doenças renais. Nos pacientes com doença renal, a doença periodontal

foi incomum, a prevalência de cárie dental foi baixa e defeitos no

esmalte freqüentes, com maior prevalência de opacidades difusas e

hipoplasia de esmalte (83%) que na população de crianças normais

(22%). Os autores atribuíram esse aumento na prevalência de defeitos

no esmalte ao provável distúrbio no metabolismo do cálcio e fosfato

sérico causado pela doença renal precoce. A presença de hipoplasia

gengival foi registrada em 22 pacientes, e não apresenta qualquer

relação com o uso de terapia imunossupressora.

Bayraktar et al.16 (2002) pesquisaram a saliva total

estimulada de cinqüenta pacientes com doença renal crônica

submetidos à hemodiálise, com idade média de 46,7±13,2 anos,

divididos em dois grupos, sendo grupo I com duração do tratamento

dialítico menor ou igual da dois anos e grupo II maior que dois anos e

compararam com um grupo controle constituído de indivíduos

saudáveis. Os autores observaram que embora haja um decréscimo

significante no fluxo salivar dos pacientes nefropatas dos grupos I e II

em relação ao grupo controle (0,8±0,6 e 0,7±0,4 versus 1,5±0,5

ml/min respectivamente), o tempo de duração da hemodiálise não

afetou esse parâmetro.

Al-Nowaiser et al.3 (2003) estudaram clinicamente e

analisaram a saliva de setenta crianças com falha renal crônica na

faixa etária de 4-13,6 anos, com o propósito de registrar os índices de

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cárie, placa, inflamação gengival, defeitos no esmalte, pH, capacidade

tamponante, concentração de uréia salivar e também analisaram o

nível da flora oral de Streptococcus mutans em 25 crianças. A

capacidade tamponante foi significativamente maior no grupo com

IRC (pH=6,4±0,5) comparado com o grupo controle (pH= 5,6±0,8). A

concentração média de uréia salivar foi muito maior no grupo com

IRC (11,6±5,9mmol/l) comparado com o grupo controle (3,6 ±

1,4mmol/l) e a freqüência de isolamento de Streptococcus mutans foi

significativamente maior no grupo controle (p<0,005). Os autores

registraram no grupo de nefropatas maior porcentagem de crianças

livres de cárie, 40% comparada com 8,5% do grupo controle, escore

de placa significativamente maior e defeitos no esmalte foram

observados em 57% das crianças com IRC.

Al-Wahadni & Al-Omari4 (2003) investigaram o nível

de cárie dental em indivíduos com insuficiência renal submetidos à

hemodiálise na população Jordaniana. Os pacientes foram agrupados

em três subgrupos com base no tempo de manifestação da doença

renal e de diálise: submetidos à diálise a menos de um ano, de um a

três anos e por mais de três anos. O índice de CPO-D médio

apresentou diferença estatística significante entre os três grupos, sendo

menor no grupo com menos de um ano de diálise e maior no grupo

com mais de três anos.

Ertugrul et al.54 (2003) estudaram a condição bucal de

35 crianças, na faixa etária de quatro a 17 anos, portadoras de doença

renal com o intuito de determinar os baixos níveis de atividade de

cárie destes pacientes. O grupo de nefropatas apresentou severa

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hipoplasia de esmalte, alta capacidade tamponante e baixa

concentração de microorganismos cariogênicos como os

Streptococcus mutans e lactobacilos, sem alterações significativas no

índice CPO-D e de placa, quando comparados ao grupo controle. Os

autores sugeriram que o aumento da concentração de substâncias

químicas antibacterianas, como a uréia salivar na condição de

insuficiência renal, reduz insidiosamente a quantidade de

microorganismos cariogênicos.

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3 PROPOSIÇÃO

Este trabalho tem como objetivo:

a) investigar os parâmetros bioquímicos na saliva total

estimulada e não estimulada de pacientes portadores

de insuficiência renal submetidos à hemodiálise. Para

tal foram avaliados o fluxo salivar, pH, capacidade

tamponante, concentrações de cálcio, fosfato,

proteína, uréia, atividade enzimática da fosfatase

alcalina, e o índice da atividade de cárie (CPO-D);

b) comparar os parâmetros avaliados com o grupo

controle constituído de pacientes livres de qualquer

patologia sistêmica e/ou oral e que não façam uso de

fármacos que possam interferir na produção e

composição da saliva;

c) analisar o efeito da hemodiálise na produção e

composição salivar dos pacientes com insuficiência

renal. Assim, foram comparados os resultados

obtidos antes e após o tratamento dialítico, tanto na

condição de estímulo quanto de não estímulo.

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4 MATERIAlS E MÉTODOS

4.1 Seleção dos pacientes

O projeto do presente trabalho foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de São

José dos Campos-UNESP sob o protocolo de no 059/2000-PH/CEP

(Anexo A).

As amostras de saliva dos pacientes nefropatas foram

coletadas no Hospital Irmandade Santa Casa de Misericórdia São José,

após autorização do responsável clínico pelo setor de hemodiálise.

Foram selecionados 23 pacientes, dez do sexo

masculino e 13 do sexo feminino, na faixa etária de 29-66 anos, com

média de 53 anos, portadores de insuficiência renal crônica a mais de

dois anos e submetidos a tratamento de hemodiálise três vezes por

semana, em sessões de três-quatro horas. O tempo de manifestação da

doença e do tratamento dialítico variou de dois-dez anos e o ritmo de

filtração glomerular entre 30-65ml/min

Os pacientes do grupo experimental foram pareados

com um grupo controle constituído de 23 pacientes na mesma faixa

etária, sexo e nível sócio-econômico, sem qualquer tipo ou histórico

de alteração renal, doença sistêmica crônica ou sinal clínico de doença

periodontal ou qualquer outra patologia bucal, e que não faziam uso

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de fármacos que poderiam interferir no fluxo e composição salivar.

Cada paciente foi acompanhado por dois meses e durante este período

foram coletadas oito amostras, sendo duas vezes em cada condição de

coleta, ou seja antes e após a diálise nas condições de não estímulo e

estímulo.

Inicialmente, cada paciente do grupo experimental que

preenchia os requisitos necessários para participar da pesquisa, foi

informado sobre o objetivo do estudo e indagado sobre o seu desejo

dele participar. Ante a aquiescência, foi solicitada assinatura de uma

autorização. A seguir, o paciente respondeu a um pequeno

questionário, para a obtenção de informações sobre alimentação,

hábitos de higiene, manifestações bucais e uso de medicamentos. As

informações sobre o tempo de doença e de hemodiálise foram obtidas

diretamente nas fichas dos pacientes.

Na mesma sessão da coleta das amostras de saliva foi

realizado exame clínico sob luz de um foco luminoso e espelho,

estando o paciente acomodado em cadeira do próprio setor, utilizando-

se espátula de madeira, sonda clínica e espelho bucal esterilizado, para

avaliação dos índices de CPO-D e observação sobre a presença de

tártaro supragengival e placa, bem como de lesões e coloração dos

tecidos moles bucais.

Na etapa de coleta das amostras de saliva e em todas as

fases experimentais dessa pesquisa, em função do maior risco de

infecção inerente a essa situação, todo trabalho foi realizado com a

mais rígida observância aos preceitos de biosegurança, tanto no que

diz respeito ao uso de máscaras, avental e luvas quanto à destinação

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do material utilizado, para o lixo ou para a esterilização. Os controles

foram examinados em condições semelhantes.

4.2 Coleta da saliva

As amostras de saliva do grupo experimental e controle

foram coletadas segundo o método padrão descrito por Söderling202

(1989) no entanto, sem descartar os 2ml iniciais de saliva em virtude

do baixíssimo fluxo salivar apresentado pelos pacientes nefropatas.

Para compor o grupo experimental, foram selecionados os pacientes

que se submetiam à diálise no período da manhã. As coletas pré-

diálise foram realizadas sempre entre dez e 11 horas, durante os trinta

minutos que precediam a diálise e cerca de duas horas após a última

refeição para minimizar os efeitos da dieta na variabilidade da

composição salivar. As coletas pós-diálise foram feitas entre 13 e 14

horas. Para o grupo controle, as coletas da saliva não estimulada e

estimulada foram realizadas no mesmo dia, com intervalo de uma hora

entre elas e em horários e condições semelhantes à coleta dos

pacientes do grupo experimental. No primeiro momento foi coletada a

saliva não estimulada e posteriormente a estimulada.

As coletas foram realizadas em tubos graduados com

precisão de 50µl mantidos a baixa temperatura em recipiente de isopor

contendo gelo, com fluxo salivar basal para a coleta da saliva não

estimulada e vigorosa mastigação de um pedaço padronizado de

goma–base de mascar para coleta da saliva estimulada. Neste caso,

depois que a goma-base atingiu a temperatura da boca, o paciente

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iniciou a mastigação por 2 minutos para amaciar a parafina

(BIRKHED & HEINTZE20, 1989). Após esse tempo toda saliva

inicialmente produzida foi deglutida. A partir daí iniciou-se a

contagem do tempo, sendo toda saliva produzida coletada em um

cilindro graduado contendo um funil, ambos esterilizados e livres de

contaminações químicas. Cuidados foram tomados na manipulação

das amostras para evitar contaminações das mesmas.

Diante da dificuldade de salivação apresentada pelos

voluntários do grupo experimental, foi estipulado um volume de

coleta de 2 a 4ml de saliva e esta conduta foi estendida ao grupo

controle para padronização da coleta. O tempo de coleta foi

cronometrado, para calcular a velocidade do fluxo salivar, expressa

em ml/min.

As amostras coletadas foram armazenadas em tubos

eppendorf, esterilizados e livres de contaminações com cálcio e

fosfato, e finalmente acondicionados em caixa de isopor contendo

gelo até o momento do congelamento das amostras, sem que esse

período excedesse 2 horas.

4.3 Avaliação do pH e da capacidade tamponante da saliva

O pH e a CT da saliva foram medidos imediatamente

após a coleta das amostras.

O pH salivar foi registrado em um potenciômetro digital

microprocessado HANNA modelo HI 9224 munido de eletrodo de

vidro combinado convencional de membrana chata de 6mm de

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diâmetro, previamente lavado com água deionizada e calibrado com

soluções tampões de pH 7,0 e 9,0.

A CT da saliva foi avaliada por método eletrométrico,

segundo a técnica descrita por Thylstrup & Fejerskov220 (1995),

adaptada para volumes menores, onde 0,5ml de saliva foi misturada

com 1,5ml de HCl 3,3mM no caso da saliva não estimulada ou HCl

5,0mM para a saliva estimulada. Após 10 minutos de agitação da

mistura para remoção do gás carbônico foi registrado o pH final.

4.4 Análises bioquímicas

4.4.1 Análise da concentração de cálcio

A concentração de cálcio nas amostras de saliva foi

determinada pelo método descrito por Moorehead & Biggs131 (1974),

onde o cálcio reage com a o-cresolftaleína complexona formando um

complexo colorido cuja intensidade de cor é diretamente proporcional

à concentração de cálcio, que foi medida a 570nm em um

espectrofotômetro SHIMADZU – UV-1200 séries

Para o cálculo das concentrações de cálcio das

amostras de saliva foram utilizadas como padrões de referência

soluções de carbonato de cálcio (CaCO3) nas concentrações de 10;

7,5; 5 e 2,5mg/dl. As absorbâncias destes padrões foram medidas no

espectrofotômetro e utilizadas para o levantamento da curva padrão e

cálculo do fator de calibração (Fc) que foi utilizado para o cálculo das

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68

concentrações das amostras, segundo a expressão: concentração da

amostra = Fc x Abs da amostra

Durante as dosagens da concentração de cálcio foram

utilizadas alíquotas de 40µl de saliva e os ensaios foram sempre

realizados em duplicata e no caso de discordância nas leituras das

absorbâncias, foi realizada a leitura de uma triplicata.

4.4.2 Análise da concentração de fosfato

O teor de fosfato presente nas amostras de saliva foi

determinado pelo método de Chen et al.32 (1956), onde o fosfato reage

com o molibdato de amônio formando o fosfomolibdato de amônio

que em seguida é reduzido pelo ácido ascórbico a óxido de

molibdênio de cor azul, cuja absorbância foi medida a 820nm em um

espectrofotômetro SHIMADZU – UV-1200 séries.

Para o cálculo das concentrações das amostras de saliva

foram utilizadas como referência padrão soluções de fosfato

(KH2PO4) nas concentrações de 40, 35, 30, 25, 20 e 10µg/ml. As

absorbâncias destes padrões foram medidas no espectrofotômetro e

utilizadas para o levantamento da curva padrão com o objetivo de se

obter o Fc que foi utilizado para o cálculo da concentração das

amostras.

Durante os ensaios para determinar as concentrações de

fosfato foram utilizados 200µl de solução de saliva desproteinizada

com ácido tricloroacético (TCA) 10% na proporção de 1: 4 ou seja, 1

parte de saliva e quatro partes de solução de TCA. As alíquotas de

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69

saliva desproteinizadas foram centrifugadas a 5.000 rpm por 10

minutos antes de serem utilizadas.

Os ensaios foram conduzidos em duplicatas e no caso

de resultados conflitantes foi realizada uma terceira avaliação.

4.4.3 Análise da concentração de proteína total

O conteúdo protéico da saliva foi avaliado pelo método

de Lowry et al.117 (1951). A concentração do produto final da reação,

de cor azul, foi medida a 660nm em um espectrofotômetro

SHIMADZU – UV-1200 séries.

Para o cálculo da concentração foi utilizado como

referência uma curva padrão com soluções de albumina de soro

bovino, nas concentrações de 40, 80, 120, 160, 200, 240 e 280 ug/ml.

As absorbâncias destes padrões foram medidas no espectrofotômetro e

utilizadas para o levantamento da curva padrão com a finalidade de se

obter o Fc que foi utilizado para o cálculo da concentração das

amostras.

Durante os ensaios, em duplicatas ou triplicata quando

necessário, foram utilizadas alíquotas de 50µl da saliva.

4.4.4 Análise da atividade enzimática de fosfatase alcalina

A atividade enzimática da ALP, em U/l, foi

determinada pelo método descrito por Roy172 (1970), utilizando-se a

timolftaleína monofosfato como substrato, que após hidrólise libera a

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70

timolftaleína, de cor azul em meio básico. A intensidade da cor

formada, diretamente proporcional à atividade enzimática, foi registra

em comprimento de onda de 590nm em um espectrofotômetro

SHIMADZU– UV-1200 séries.

Para o cálculo da atividade enzimática em U/l foram

utilizadas, como referência padrão, soluções de timolftaleína

correspondente à atividade enzimática de 45; 22,5 e 12,25U/l. As

absorbâncias destes padrões foram medidas no espectrofotômetro e

utilizadas para o levantamento da curva padrão com a finalidade de se

obter o Fc que foi utilizado para o cálculo das atividades enzimáticas

das amostras de saliva.

Durante as medidas da atividade da fosfatase alcalina

foram utilizadas alíquotas de 50µl de saliva e os ensaios foram

realizados em duplicata e no caso de discordância nas leituras das

absorbâncias, foi feita a leitura de uma triplicata.

4.4.5 Análise da concentração de uréia

A concentração de uréia na saliva foi medida pelo

método do diacetil monóxido-tiosemicarbazida, descrito por Foster &

Hochholzer56 (1971), que baseia–se na reação direta entre uréia e o

monóxido de diacetil na presença da tiosemicarbazida que intensifica

a reação diminuindo a necessidade de meios fortemente ácidos. A

concentração do produto final da reação, de cor verde, foi medida a

520 nm em um espectrofotômetro SHIMADZU – UV-1200 séries

Para o cálculo das concentrações, o Fc foi calculado

através do levantamento da curva padrão de referência com as

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71

soluções de uréia nas concentrações de 15; 35 e 70mg/dl. As dosagens

de uréia foram avaliadas em 20µl de saliva e sempre em duplicatas ou

triplicatas conforme a necessidade.

4.5 Determinação do índice de cárie

Para a avaliação da experiência de cárie dos pacientes

do grupo controle e experimental foi realizada a análise de CPO-D

segundo o método descrito por Pinto160 (2000). Este índice resulta no

total de dentes cariados (C), perdidos (P) ou obturados (O) dos

indivíduos. Os exames clínicos foram realizados por um único

operador e por um auxiliar que anotou os dados na ficha clínica.

4.6 Análise estatística

Os resultados obtidos nas análises do fluxo salivar, pH,

capacidade tamponante, atividade da fosfatase alcalina, concentrações

de cálcio, fosfato, uréia e proteínas, bem como os de CPO-D foram

tabulados e submetidos ao teste t de Student, onde os dados dos

pacientes do grupo controle foram pareados com o grupo de

nefropatas. Os testes foram realizados em nível de significância de

5%, ou seja, considerados significativos quando p<0,05.

O teste de correlação linear de Pearson (r) foi utilizado

para correlacionar a concentração de fosfato e atividade da ALP, fluxo

salivar e tempo de hemodiálise, bem como o pH e concentração de

uréia salivar.

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72

5 RESULTADOS 5.1 Efeito da hemodiálise na saliva não estimulada dos nefropatas

Na Tabela 1 foram registrados os valores médios e erros

padrões do fluxo salivar, pH, CT, concentrações de cálcio (mg/dl),

fosfato inorgânico (mg/dl), proteína (mg/dl), uréia (mg/dl) e atividade

enzimática da ALP (U/l) obtidos na saliva total não estimulada dos

indivíduos do grupo controle e pacientes nefropatas, antes e após

hemodiálise.

O fluxo salivar médio da saliva não estimulada do

grupo de pacientes nefropatas na pré-diálise (0,20±0,03ml/min) foi

significativamente menor (p<0,001) que o grupo controle

(0,60±0,11ml/min). Após o tratamento dialítico ocorreu um discreto

aumento no FS (0,25±0,04ml/min), mantendo-se no entanto muito

menor que o fluxo encontrado nos indivíduos sem alteração renal

(p<0,01). A diferença estatística entre os dados obtidos nas condições

de pré e pós-diálise não foi significativa mostrando a não eficiência do

tratamento dialítico em restabelecer o fluxo salivar normal

(0,60±0,11ml/min) nos pacientes com insuficiência renal (Tabela 1 e

Figura 1).

Observamos que o pH médio da saliva não estimulada

antes da hemodiálise foi significativamente maior (p<0.01) no grupo

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de pacientes nefropatas (7,32±0,12) em relação ao grupo controle

(6,59±0,11). Após a hemodiálise, ocorreu uma queda no valor médio

do pH dos pacientes (6,98±0,09) com significância estatística de

p<0,05 em relação ao controle, mostrando uma melhora nas condições

do pH bucal com o tratamento dialítico (Tabela 1 e Figura 2).

Para a capacidade tamponante, a estatística aponta grau

elevado de significância (p<0,01) entre os pacientes portadores de

nefropatia (5,44±0,23) e grupo controle (4,29±0,21) no período pré-

diálise. Após o tratamento, ocorreu uma queda nos valores da CT dos

pacientes (4,95±0,23), sem diferença significante em relação ao

controle, evidenciando o retorno desse parâmetro a valores próximos

da condição de normalidade (Tabela 1 e Figura 3).

Em relação à concentração de cálcio observamos

diferença significativa (p<0,001) entre o grupo experimental e o

controle no período pré-diálise (3,68±0,43 mg/dl e 1,86±0,23 mg/dl,

respectivamente) e diferença significativa (p<0,01) no período pós-

diálise (3,03±0,37 mg/dl e 1,86±0,23 mg/dl, respectivamente). Por

outro lado, não encontramos diferença significativa para os nefropatas

antes e após o tratamento (3,68±0,43 mg/dl e 3,03±0,37 mg/dl,

respectivamente). Os dados mostram que a concentração de cálcio da

saliva dos pacientes antes da hemodiálise foi aproximadamente o

dobro da apresentada pelos indivíduos do grupo controle e que o

tratamento dialítico praticamente não alterou essa condição (Tabela 1

e Figura 4).

A concentração de fosfato presente na saliva não

estimulada do grupo de pacientes nefropatas na pré-diálise

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(14,92±1,29mg/dl) foi significativamente maior (p<0,05) em relação

ao grupo controle (11,70±0,94mg/dl). Após o tratamento dialítico

ocorreu um discreto aumento na concentração desse íon

(15,44±1,48mg/dl), mantendo-se bastante elevada em relação aos

níveis observados nos indivíduos livres de alteração renal (Tabela 1 e

Figura 5). A diferença não significativa entre as condições de pré e

pós-diálise evidencia a não eficiência do tratamento dialítico em

restabelecer a concentração de fosfato normal nos pacientes com

insuficiência renal.

As concentrações médias de proteína total referente aos

pacientes nefropatas antes da hemodiálise (349,98±36,59mg/dl) e após

hemodiálise (339,94±40,56mg/dl), são similares ao do grupo controle

(337,6 ±36,10mg/dl) (Tabela 1 e Figura 6). Também não encontramos

diferença significativa entre os resultados pré e pós-diálise mostrando

que a hemodiálise e a doença renal não afetaram a produção de

proteínas da saliva sob fluxo basal.

A diferença entre as concentrações médias de uréia

salivar dos indivíduos nefropatas no período pré e pós-diálise

(106,00±7,6mg/dl e 88,86±8,10mg/dl respectivamente) foi

significativa (p<0,001) em relação aos pacientes saudáveis

(48,46±3,43mg/dl). Nível de significância de p<0,05 foi registrado na

diferença entre os resultados obtidos antes (106,00±7,6mg/dl) e após a

hemodiálise (88,86±8,10mg/dl). Embora a diálise tenha diminuído os

níveis de uréia salivar, observamos que ela não conseguiu restabelecer

a concentração de uréia normal na saliva não estimulada dos pacientes

(Tabela 1 e Figura 7).

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75

Em relação à atividade enzimática da ALP, diferenças

estatísticas significativas (p<0,01) foram observadas entre o grupo

controle e nefropatas antes da hemodiálise (8,84±2,40U/l e

16,16±2,27U/l, respectivamente) e após a hemodiálise (8,84±2,40U/l

e 17,34±2,83U/l). O tratamento dialítico provocou um discreto

aumento, não significativo, na atividade da ALP mostrando a não

eficiência da hemodiálise em restabelecer os níveis normais de

atividade dessa enzima na saliva (Tabela 1 e Figura 8).

5.2 Efeito da hemodiálise na saliva estimulada dos nefropatas

Foram registradas na Tabela 2, as médias e erros

padrões do fluxo salivar, pH, CT, concentrações de cálcio (mg/dl),

fosfato inorgânico mg/dl), proteína (mg/dl), uréia (mg/dl) e a atividade

enzimática da ALP (U/l) encontradas na saliva estimulada dos

indivíduos saudáveis do grupo controle e pacientes nefropatas, antes e

após hemodiálise.

A velocidade de fluxo da saliva total estimulada dos

pacientes com disfunção renal, antes do tratamento dialítico

(0,46±0,04ml/min) foi significativamente menor (p<0,001) que o

encontrado nos indivíduos do grupo controle (1,35±0,26ml/min).

Após o processo dialítico ocorreu uma elevação no fluxo salivar

(0,80±0,15ml/min) cuja diferença em relação ao grupo controle

manteve-se estatisticamente significante (p<0,05), mostrando que a

hemodiálise melhora, porém não consegue restabelecer o fluxo salivar

normal dos pacientes (Tabela 2 e Figura 1).

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76

Os valores médios de pH registrados nesse estudo

mostraram que a saliva dos pacientes com IRC apresenta-se mais

alcalina no período de pré-diálise (7,48±0,10) em relação à do grupo

controle (6,95±0,09) e que essa diferença é significante

estatisticamente (p<0,05). Após a hemodiálise verificamos um

decréscimo no valor de pH (7,01±0,15) que se manteve superior ao pH

encontrado na saliva de indivíduos livres de alteração renal, sem

entretanto apresentar diferença estatística (Tabela 2 e Figura 2).

Em relação à CT da saliva estimulada, encontramos

diferença estatística significante (p<0,01) entre os pacientes

portadores de nefropatia (6,18±0,16) e grupo controle (4,95±0,17) no

período pré-diálise. Após o tratamento, ocorreu uma queda nos

valores da CT dos pacientes (5,46±0,22), sem diferença significante

em relação ao controle, evidenciando o retorno desse parâmetro a

níveis próximos da condição de normalidade (Tabela 2 e Figura 3).

A concentração média de cálcio na saliva estimulada

apresentou diferença significativa (p<0,01) entre o grupo experimental

(3,34±0,33 mg/dl) e o grupo controle (1,72±0,13 mg/dl), no período

pré-diálise. Após a diálise ocorreu ligeira queda na concentração de

cálcio dos pacientes (3,20±0,41 mg/dl) mantendo-se em valores

bastante elevados, com p<0,01, em relação ao grupo controle,

mostrando que o tratamento dialítico não foi eficiente para corrigir

esse distúrbio salivar (Tabela 2 e Figura 4).

A concentração média de fosfato comportou-se de

maneira similar aos resultados obtidos para a concentração de cálcio.

Registramos um aumento significativo (p<0,01) nos valores obtidos

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77

para o grupo de pacientes nefropatas no período pré-diálise

(13,05±0,94 mg/dl) e pós-diálise (13,22±1,18 mg/dl) em relação ao

grupo controle (9,80±0,63 mg/dl). Por outro lado, não observamos

diferença entre as concentrações pré e pós-diálise, mostrando que o

tratamento dialítico não foi capaz de reverter o quadro de elevada

concentração de fosfato salivar (Tabela 2 e Figura 5).

Diferença extremamente significante (p<0,001) foi

observada na concentração de proteína total da saliva estimulada do

grupo controle (637,05±60,77 mg/dl) em relação ao grupo de

pacientes com insuficiência renal na pré e pós-diálise (326,86±34,31

mg/dl e 325,64±44,69 mg/dl, respectivamente). Constatamos que os

pacientes do grupo experimental apresentaram níveis idênticos de

proteínas nas condições de pré e pós-diálise (Tabela 2 e Figura 6).

Além disso, as concentrações de proteínas antes e após o tratamento

dialítico nas condições de estímulo foram semelhantes aos valores

obtidos para o grupo controle (337,60±36,20 mg/dl) e experimental

pré-diálise (349,98±36,59 mg/dl) e pós-diálise (339,94±40,56 mg/dl)

nas condições de não estímulo, indicando que a glândula salivar dos

pacientes nefropatas não respondeu ao estímulo mastigatório (Tabela

1 e Figura 6).

A diferença na concentração média de uréia salivar dos

indivíduos nefropatas no período da pré-diálise (107,85±7,6 mg/dl) e

pós-diálise (84,99±8,58 mg/dl) é significantiva (p<0,001) em relação

ao grupo controle (43,77±3,42 mg/dl). Um nível de significância de

p<0,01 foi observada na diferença entre os valores obtidos antes

(107,85±7,6 mg/dl) e após a diálise (84,99±8,58 mg/dl). Assim, da

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78

mesma forma que nas condições de não estímulo, os resultados

mostraram que o tratamento dialítico não conseguiu restabelecer os

níveis normais de uréia na saliva estimulada dos pacientes nefropatas

(Tabela 2 e Figura 7).

A atividade enzimática média da ALP do grupo de

nefropatas obtida na pré e pós-diálise (16,49±3,03U/l e 15,43±2,86U/l,

respectivamente) foi mais elevada que a registrada para o grupo

controle (10,51±2,8U/l), com um grau de significância estatística de

p<0,05. Constatamos que o tratamento dialítico praticamente não

alterou a atividade da ALP salivar nas condições de estímulo (Tabela

2 e Figura 8).

5.3 Índice de CPO-D dos pacientes nefropatas e grupo controle

Os índices de CPOD e valores médios dos elementos

cariados, obturados e perdidos dos pacientes com IRC submetidos à

hemodiálise e grupo controle encontram-se na Tabela 3.

O índice de CPO-D do grupo de pacientes com IRC

(21,67±1,05) foi maior que a do grupo controle (19,33±2,26), no

entanto a diferença entre eles não foi significativa (Tabela 3 e Figura

9). Os índices encontrados foram bastante elevados nos dois grupos

cuja idade média dos pacientes está em torno de 53 anos.

Não encontramos diferença significativa nos valores

médios de dentes cariados entre grupo de nefropatas (1,22±0,47) e

controle (1,29±0,37). Por outro lado, o valor médio de dentes perdidos

no grupo com IRC (19,24±1,26) foi significativamente maior (p<0,01)

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que o registrado para o grupo controle (13,56±2,02). Em relação aos

valores médios de dentes obturados observamos que o grupo de

nefropatas apresentou valor (1,16±0,31) significativamente menor

(p<0,01) que o grupo controle (4,62±0,95). Também constatamos que

os pacientes com IRC apresentam significativamente (p<0,05) maior

número de dentes intactos (157dentes) que os pacientes do grupo

controle (92 dentes).

Nas figuras 10 e 11 estão representadas as porcentagens

de cada componente do CPO-D. Para o grupo controle registramos 6,

70 e 24% respectivamente, para os elementos cariados, perdidos e

obturados. Entretanto, para o grupo de pacientes com IRC

encontramos 5,5, 89 e 5,5% respectivamente, para os cariados,

perdidos e obturados.

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Tabela 1 - Valores médios e erros padrões dos parâmetros bioquímicos avaliados na saliva não estimulada de pacientes do grupo controle e nefropata, antes e após a hemodiálise.

Controle

Nefropatas

Pré-diálise

Pós-diálise

Fluxo salivar

(ml/min) 0,60±0,11 0,20±0,03# 0,25±0,04**

pH

6,59±0,11 7,32±0,12** 6,98±0,09 *

CT

4,29±0,21 5,44±0,23** 4,95±0,23

Cálcio (mg/dl)

1,86±0,23 3,68±0,43# 3,03±0,37**

Fosfato (mg/dl)

11,70±0,94 14,92±1,29* 15,44±1,48*

Proteína (mg/dl)

337,60±36,10 349,98±36,59 339,94±40,56

Uréia

(mg/dl) 48,46±3,43 106,00±7,60# 88,86±8,10#

ALP (U/l)

8,84±2,40 16,16±2,27** 17,34±2,83**

N=23; média ± erro padrão; CT-capacidade tamponante; ALP-fosfatase alcalina;

p<0,05; **p<0,01 e #p<0,001.

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81

Tabela 2 - Valores médios e erros padrões dos parâmetros bioquímicos avaliados na saliva estimulada de pacientes do grupo controle e nefropata, antes e após a hemodiálise.

Controle

Nefropatas

Pré-diálise Pós-diálise

Fluxo salivar

(ml/min) 1,35±0,26 0,46±0,04# 0,80±0,15*

pH 6,95±0,09 7,48±0,10* 7,01±0,15

CT

4,95±0,17 6,18±0,16** 5,46±0,22

Cálcio (mg/dl)

1,72±0,13 3,34±0,33** 3,20±0,41**

Fosfato (mg/dl)

9,80±0,63 13,05±0,94** 13,22±1,18**

Proteína (mg/dl)

637,05±60,77 326,86±34,31# 325,64±44,69#

Uréia

(mg/dl) 43,77±3,42 107,85±7,60# 84,99±8,58#

ALP (U/l)

10,51±2,80 16,49±3,03* 15,43±2,86*

N=23; média ± erro padrão; CT-capacidade tamponante; ALP-fosfatase alcalina;

*p<0,05; **p<0,01 e # p<0,001.

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82

Tabela 3 - Valores médios e erros padrões dos índices de CPO-D

obtidos para os pacientes do grupo controle e nefropata.

Cariados

Perdidos

Obturados

Total

CONTROLE

1,29±0,37

13,56±2,02

4,62±0,95

19,33±2,26

NEFROPATAS

1,22±0,47

19,24±1,26**

1,16±0,31**

21,67±1,05

N=23; média ± erro padrão; CPO-D=dentes cariados perdidos e obturados; **p<0,01

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83

*

**#

Estimulada Não estimulada

NPD

NPRD

C 2,0

1,0

0

Flux

o sa

livar

(ml/m

in)

FIGURA 1 - Fluxo salivar em ml/min da saliva não estimulada e estimulada dos pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, *p<0,05 e # p<0,001.

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84

* ***

EstimuladaNão estimulada

10.0

7.5

5.0

pH

2.5

0.0

C

NPRD

NPD

FIGURA 2 - pH da saliva não estimulada e estimulada dos pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões,* p<0,05 e ** p<0,01

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85

C

**

Estimulada Não estimulada

**

7.5

NPRD

NPD

5.0

pH

2.5

0.0

FIGURA 3 - Capacidade tamponante (CT) da saliva não estimulada e estimulada dos pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, **p<0,01.

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86

** ** **

#

EstimuladaNão estimulada 5

4

3

2

1

0

C

NPRD

Con

cent

raçã

o de

cál

cio

(mg/

dl) NPD

FIGURA 4 - Concentração de cálcio em mg/dl da saliva não estimulada e

estimulada dos pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, **p<0,01 e # p<0,001.

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87

** **

**

EstimuladaNão estimulada

NPRD

C 20

0

Con

cent

raçã

o de

fosf

ato

(mg/

dl)

NPD

10

FIGURA 5 - Concentração de fosfato em mg/dl da saliva não estimulada e estimulada dos pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-dialise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões,* p<0,05 e ** p<0,01.

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88

# #

Não estimulada

250

500

0

Estimulada C750

NPRD

Con

cent

raçã

o de

pro

teín

a to

tal (

mg/

dl)

NPD

FIGURA 6 - Concentração de proteína total em mg/dl da saliva não estimulada e

estimulada de pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, # p<0,001.

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89

#

#

#

#

EstimuladaNão estimulada150

50

100

0

C

NPRD

NPD

Con

cent

raçã

o de

uré

ia (m

g/dl

)

FIGURA 7 - Concentração de uréia em mg/dl da saliva não estimulada e estimulada de pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (NPRD) e pós-diálise (NPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões, # p<0,001.

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90

****

**

EstimuladaNão estimulada

0

30

C

NPRD

NPD20

Ativ

idad

e da

fosf

atas

e al

calin

a (U

/l)

10

FIGURA 8 - Atividade enzimática da fosfatase alcalina em U/l da saliva não estimulada e estimulada de pacientes controles (C) e nefropatas na pré-diálise (EPRD) e pós-diálise (EPD). Os valores correspondem às médias ± erros padrões,* p<0,05, ** p<0,01.

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91

NEFROPATAS

CONTROLE

30

20

10

Índi

ce C

PO-D

0

FIGURA 9 - Índice de CPO-D dos pacientes controles e nefropatas. Os valores

correspondem às médias ± erros padrões.

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92

70%

24% 6%

CARIADOS

PERDIDOS

OBTURADOS

FIGURA 10 - Porcentagens dos componentes do índice de CPO-D dos pacientes controles.

89%

5,5% 5,5%

CARIADOS

PERDIDOS

OBTURADOS

FIGURA 11 - Porcentagens dos componentes do índice de CPO-D dos

pacientes nefropatas.

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93

6 DISCUSSÃO

Como a insuficiência renal crônica (IRC) é uma

enfermidade com múltiplas alterações orgânicas, os pacientes

portadores dessa patologia, especialmente aqueles submetidos à HD

apresentam inúmeras manifestações clínicas, como conseqüência das

alterações bioquímicas e distúrbios hormonais, que acarretam uma

série de alterações salivares, sinais e sintomas orais.

Na presente pesquisa constatamos que a produção,

composição salivar e condição dental dos pacientes com doença renal

crônica diferem dos resultados encontrados para os pacientes do grupo

controle.

Embora não tenha sido objetivo desse estudo avaliar as

condições gengival e periodontal, bem como outras manifestações

bucais dos pacientes com IRC submetidos à hemodiálise, constatamos

em nossos pacientes que essa patologia, em virtude da sua

complexidade e natureza crônica, está associada com elevada

incidência de tártaro, lesões de mucosa, irritação e sangramentos

gengival, sinais de doença periodontal e manifestações freqüentes de

boca seca, queimação e dor na língua e mucosa, gosto ruim e

decréscimo na percepção do paladar.

Alguns trabalhos da literatura têm registrado

diminuição do fluxo salivar (FS) em pacientes com IRC submetidos a

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94

tratamento dialítico (EPSTEIN et al.52, 1980; GAVALDA et al.60,

1999; KHO et al.95, 1999; KAO et al.89, 2000; BAYRAKTAR et al.16,

2002). No presente estudo, também observamos FS médio dos

pacientes nefropatas significativamente menor que dos indivíduos do

grupo controle, tanto na condição de estimulo quanto de não estimulo.

Essa alteração quantitativa no FS pode ser atribuída a alterações na

função da glândula salivar e/ou restrição na ingestão de fluído

normalmente recomendado aos pacientes em hemodiálise. Outro fator

que pode estar contribuindo para a hipossalivação desses pacientes é

uso de antihipertensivos, comumente prescrito para a maioria (74%)

dos pacientes nefropatas que participaram dessa pesquisa.

O tratamento dialítico praticamente não alterou o FS

não estimulado, enquanto na condição de estímulo houve um aumento

na produção de saliva, sem no entanto restabelecer os níveis do FS

normal do grupo controle. Shannon et al.188 (1977) também não

observaram diferenças no FS da parótida de pacientes antes e após a

hemodiálise. Da mesma forma que Bayraktar et al.16 (2002), nenhuma

correlação significativa pudemos estabelecer entre o FS estimulado e

não estimulado com o tempo da terapia dialítica (r=0,21, p<0,08).

A medida do FS na condição de estimulo é um

parâmetro importante para avaliar a capacidade secretora das

glândulas salivares dos pacientes. Nesta pesquisa, observamos uma

capacidade bastante limitada de resposta das glândulas salivares dos

nefropatas ao estímulo mastigatório aplicado, ou seja mesmo sob

estímulo permanece a hipossalivação.

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95

A concentração de uréia foi extremamente elevada em

todas as amostras de saliva dos pacientes antes e após a hemodiálise.

Verificamos que o nível de uréia salivar dos pacientes na pré-diálise

foi 2,2 e 2,4 vezes a concentração do grupo controle, respectivamente,

nas condições de não estímulo e estímulo, estando em concordância

com vários autores (EPSTEIN et al.52, 1980; STOPPELAAR208, 1982;

COURTS & TAPLEY37, 1984; PETERSON et al.159, 1985; OBRY et

al.151, 1987; KHRAMOV et al.97,1994; POLACK et al.162, 1996; AL-

NOWAISER et al.3, 2003). Provavelmente o nível elevado de uréia na

saliva dos nefropatas reflete a difusão passiva da elevada concentração

sérica dessa substância, uma vez que as glândulas salivares funcionam

como um meio importante de excreção natural da uréia nesses

pacientes, substituindo parcialmente a função renal. Algumas

pesquisas encontraram correlação positiva e muito significativa entre a

concentração de uréia salivar e sérica nos pacientes com IRC

(SHANNON et al.188, 1977; COURTS & TAPLEY37, 1984;

PETERSON et al.159, 1985; OBRY et al.151, 1987). Durante a

avaliação da concentração de uréia na saliva e sangue de pacientes em

vários estágios da doença renal, Kharamov et al.97 (1994) constataram

que o nível de uréia salivar reflete a progressão da disfunção renal e

sugeriram a sua dosagem como um método de diagnóstico da

evolução dessa doença e monitoramento do tratamento de diálise.

Após a diálise, o nível de uréia permaneceu cerca de

1,8 e 1,9 vez maior que a observada, respectivamente, na saliva não

estimulada e estimulada do grupo controle. Assim, para coletas de

saliva logo após a sessão de hemodiálise, os resultados mostram uma

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96

redução pouco significativa no teor de uréia e portanto, a não

eficiência do tratamento dialítico em restabelecer a concentração de

uréia salivar normal.

O valor médio de pH da saliva total não estimulada e

estimulada do grupo de pacientes com IRC, na pré e pós-diálise, foi

maior que o registrado no grupo controle. Da mesma forma, valores

elevados de pH na saliva de pacientes com IRC foram reportados por

vários autores (OBRY et al.150-1, 1984 e 1987; PETERSON et al.159,

1985; JAFFE et al.83, 1986; KHO et al.95, 1999).

Observamos correlação positiva e bastante significativa

entre o pH e a concentração de uréia salivar na condição de não

estímulo (r=0,72, p<0,01) e estímulo (r=0,76, p<0,01). Dessa forma,

podemos sugerir que a amônia e compostos de amônio formados

durante a hidrólise da uréia pela urease bacteriana, podem ser

responsáveis pelo efeito de alcalinização da saliva dos nefropatas.

O tratamento de hemodiálise, na condição de não

estímulo, diminuiu o pH da saliva, porém manteve-se

significativamente mais elevado que o controle normal. Por outro

lado, na condição de estímulo a hemodiálise conseguiu praticamente

restabelecer o nível normal de pH. Esses resultados mostram a

eficiência do tratamento dialítico em restabelecer o pH normal apenas

na condição de estímulo. Obry et al.150, (1984) também observaram

diferenças significativas no pH da saliva total não estimulada dos

pacientes antes e após a hemodiálise.

Os valores médios de pH da saliva estimulada do grupo

controle e nefropatas na pré e pós-diálise, foram mais elevados que os

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97

valores encontrados na saliva não estímulada em virtude do aumento

da secreção de bicarbonato durante a estimulação da glândula salivar.

Na presente pesquisa, observamos na saliva não

estimulada e estimulada CT maiores no grupo com IRC comparada

com o grupo controle, porém as diferença foram significativas apenas

na pré-diálise. As diferenças não significativas na pós-diálise refletem

a caqpacidade da hemodiálise em praticamente reverter a CT da saliva

dos nefropatas aos níveis de normalidade do grupo controle.

Em relação a esse parâmetro salivar existe um

consenso na literatura, de forma que CT significativamente elevadas

na saliva total de pacientes nefropatas foram publicadas por Kho et

al.95 (1999), Al-Nowaiser et al.3 (2003) e Ertugrul et al.54 (2003).

A elevada CT da saliva total dos pacientes com IRC é

conseqüência da alta concentração de amônia em virtude da ureólise

bacteriana presente na cavidade oral (SINGER & KLEINBERG198,

1978; SISSONS et al.199, 1994). Kho et al.95 (1999) não constataram

diferenças significativas no pH e CT da saliva não estimulada da

parótida de nefropatas devido a ausência de amônia nessa secreção.

Além da amônia, o aumento da concentração de fosfato salivar

observada nesses pacientes pode contribuir para a alta CT,

principalmente na saliva não estimulada onde o efeito tampão do

fosfato é mais acentuado.

A estimulação da saliva aumentou a CT e pH da saliva

do grupo controle e dos nefropatas na pré e pós-diálise, em virtude do

aumento na secreção de bicarbonato que apresenta efeito tamponante

expressivo na saliva estimulada.

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98

A concentração de fosfato salivar significativamente

elevada na saliva total dos pacientes em diálise é similar aos dados

publicados por Blum et al.22 (1979); Epstein et al.52 (1980) e Peterson

et al.159 (1985), mas difere dos resultados de Shasha et al.189 (1983) os

quais não encontraram diferenças na concentração de fosfato entre

pacientes com IRC e grupo controle. Um dos fatores que podem

contribuir para o elevado nível de fosfato salivar nos IRC é o reduzido

FS, uma vez que existe correlação inversa entre concentração de

fosfato e FS (VOGEL et al.226, 1965; THYLSTRUP E

FEGERSKOV220, 1995). Além disso, pacientes com IRC, em virtude

da incapacidade de excretar fosfato, freqüentemente apresentam

elevada concentração de fosfato plasmático (hiperfosfatemia) que é

passível de difusão para a saliva.

Da mesma forma que Shasha et al.189 (1983),

verificamos que o tratamento dialítico não afeta a concentração de

fosfato da saliva estimulada e não estimulada.

As concentrações de cálcio na saliva foram

significativamente elevadas na saliva total estimulada e não

estimulada dos nossos pacientes nefropatas antes e após a diálise.

Esses resultados diferem dos dados publicados por Blum et al.22

(1979) e Epstein et al.52 (1980) que encontraram concentração de

cálcio idêntica na saliva da parótida e submandibular de pacientes com

IRC e grupo controle, enquanto Shasha et al.189 (1983) e Obry et al.151

(1987) registraram diminuição na concentração de cálcio da saliva

total não estimulada de pacientes nefropatas.

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99

A concentração de cálcio significativamente maior,

observada em nossos pacientes pode ser atribuída à elevação dos

níveis de cálcio plasmático em virtude da suplementação de vitamina

D e de cálcio como formas de tratamento da hipocalcemia causada

pela ausência de 1, 25 dihidroxicolecalciferol, a forma ativa da

vitamina D, cuja produção é diminuída em virtude do decréscimo da

função renal. Além disso, a doença renal não excreta normalmente os

fosfatos, cuja retenção leva a um decréscimo nos níveis de cálcio no

soro que por sua vez estimula a secreção de paratormônio (PTH),

causando o hiperparatiroidismo secundário compensatório, que eleva a

concentração de cálcio sérico. Em resposta a esta demanda, o cálcio é

mobilizado do esqueleto causando a osteodistrofia renal, um achado

bastante comum em pacientes com doença renal crônica, em faixa

etária mais elevada e submetidos a tratamento dialítico por longo

tempo (WESTBROOK231, 1978; DE ROSSI & GLICK45, 1996).

Um achado interessante deste estudo foi o aumento de

cálcio e fosfato na saliva dos pacientes nefropatas, sugerindo que na

glândula salivar não há decréscimo compensatório na concentração de

cálcio quando o teor de fosfato é elevado, para evitar a precipitação de

fosfato de cálcio, como ocorre no sangue.

Constatamos que a concentração de cálcio após a

hemodiálise manteve-se 1,6 e 1,8 vez maior que a concentração de

cálcio do grupo controle, respectivamente na condição de não

estímulo e estímulo. Portanto, não observamos eficiência do

tratamento dialítico em restabelecer a concentração de cálcio normal

na saliva dos pacientes nefropatas.

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100

Nossos resultados em relação à concentração de

proteína total conflitam com os dados publicados na literatura. Epstein

et al.52 (1980) encontraram elevada concentração de proteína total na

saliva da parótida e submandibular de pacientes submetidos à

hemodiálise, enquanto Shasha et al.189 (1983) descreveram aumento

significativo de proteína total na saliva total não estimulada de

pacientes com IRC em hemodiálise.

Neste trabalho, não encontramos diferença no teor de

proteína total na saliva não estimulada dos pacientes do grupo controle

e dos nefropatas, antes e após a diálise. Por outro lado, a estimulação

dobrou a secreção de proteínas do grupo controle e não alterou os

níveis de proteína da saliva dos pacientes com IRC. Como a

concentração de proteínas da saliva aumenta com o aumento do FS

(VOGEL et al.226, 1965; THYLSTRUP & FEGERSKOV220, 1995),

esse padrão de secreção praticamente idêntico de proteínas pelos

pacientes com IRC, na condição de estímulo e não estímulo, sugere

que as glândulas salivares estão no limite de sua capacidade funcional

e portanto não respondem adequadamente ao estímulo aplicado. Em

outras palavras, a IRC causa acentuada disfunção na capacidade

secretora das glândulas salivares.

Neste estudo, a atividade da ALP foi significativamente

elevada na saliva, estimulada e não estimulada, dos pacientes

portadores de IRC quando comparado com os pacientes do grupo

controle e ainda, a atividade manteve-se elevada após o tratamento

dialítico. Não encontramos na literatura registros sobre a influência da

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101

IRC na atividade da ALP da saliva, o que dificulta a discussão sobre o

assunto.

A ALP é uma enzima que catalisa a clivagem de

ligações ésteres fosfato de inúmeras substâncias fosforiladas, e

possivelmente hidrolisa compostos fosforilados da saliva e placa

dental, entre eles fosfoproteínas e pirofosfato, liberando grupos

fosfatos na forma livre que contribuem para o aumento desse íon na

saliva dos nefropatas. Uma forte evidência dessa suspeita é a

correlação positiva e significativa que encontramos entre a

concentração de fosfato e atividade da ALP na saliva não estimulada

(r=0,72; p<0,05) e estimulada (r=0,69; p<0,05) desses pacientes.

Bayraktar et al.16 (2002) constataram que a ALP sérica,

um marcador bioquímico da formação óssea, foi significativamente

maior em um grupo de pacientes com IRC submetidos à hemodiálise

por um tempo superior a dois anos. Sugeriram que o aumento pode

estar relacionado com desordem óssea e/ou aumento da incidência de

hepatite C, freqüentes nos pacientes em hemodiálise. Romão Junior et

al.169 (2004) verificaram que as médias dos níveis plasmáticos da ALP

aumentaram à medida que houve redução da função renal. Portanto, o

aumento na atividade da ALP salivar também pode ser atribuído à

possível difusão da ALP plasmática para a saliva.

Além da produção pelas glândulas salivares e possível

difusão plasmática, outra fonte de ALP na saliva dos nefropatas

podem ser os leucócitos polimorfonuclear, bactérias da placa dental e

células dos osteoblastos e fibroblastos presentes na área periodontal e

sulco gengival. Várias pesquisas têm mostrado correlação positiva

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102

entre concentração de ALP no fluido gengival e saliva total com a

gengivite e severidade da doença periodontal, que são freqüentes em

pacientes com IRC submetidos à hemodiálise (BINDER et al.19, 1987;

VASSILEVA et al.223, 1988; NAKASHIMA et al.136, 1994;

CHAPPLE et al.31, 1999).

No presente estudo, observamos que a saúde oral dos

pacientes do grupo experimental é bastante comprometida pela IRC e

cerca de 73,9% dos pacientes apresentaram algum sinal ou sintoma

oral.

Neste estudo, 17,4% dos pacientes apresentaram odor

urêmico antes da hemodiálise, um odor amoniacal típico de pacientes

urêmicos que é causada pela alta concentração de amônia na saliva

oriunda da degradação da uréia.

Boca seca foi a manifestação oral mais freqüente nos

pacientes com IRC (56,5%) que participaram desse estudo. O baixo

FS da saliva total não estimulada nos pacientes em comparação com

os controles reflete a alta prevalência de boca seca nos pacientes com

doença renal. Provavelmente esse sintoma é causado pela combinação

do envolvimento urêmico direto das glândulas salivares, desidratação

causada pela restrição na ingestão de líquidos e anemia provocada

pela deficiência de eritropoietina e acúmulo de fatores hemolíticos.

Outro componente que pode contribuir para esse sintoma é a terapia

antihipertensiva que geralmente está associada com xerostomia e

complicação subjetiva de boca seca (STRECKFUS209, 1995).

Outro sintoma relatado pelos pacientes (30,4%) foi a

alteração do paladar. Kho et al.95 (1999) sugeriram que elevada

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103

concentração de uréia, amônia, dimetil e trimetil aminas e baixo nível

de zinco pode estar associado com decréscimo na percepção do

paladar dos pacientes urêmicos, uma vez que esses produtos químicos

presentes na saliva podem causar atrofia das papilas gustativas.

Queimação e dor na língua e mucosa foram sintomas

detectados freqüentemente no presente estudo. Larato109 (1975)

relatou que o acúmulo de amônia e compostos de amônio causam

irritação e injúria química na mucosa oral e gengiva, resultando em

glossites, estomatites e inflamação gengival. O decréscimo do FS,

além de aumentar a susceptibilidade à cárie está freqüentemente

associado com alterações nos tecidos moles e portanto nessas

condições, a mucosa torna-se desidratada e dolorida.

Observamos nos pacientes com doença renal,

submetidos à hemodiálise, sangramento gengival em função do uso de

anticoagulantes, alterações quantitativas e qualitativas das plaquetas e

a presença de gengivite.

A inflamação gengival nos pacientes com IRC está

relacionada com resposta inflamatória inadequada dos tecidos

gengivais (JAFFE et al.83, 1986), uma vez que no estado urêmico

observa-se imunodeficiência em função do aumento de substâncias

tóxicas. Muitas vezes, esses pacientes são mais susceptíveis a infecção

bacteriana por causa da má nutrição, resultante da restrição protéica da

dieta, que provoca diminuição na produção de anticorpos (DE ROSSI

& GLICK45, 1996).

Observamos nos paciente nefropatas em hemodiálise

maior incidência de cálculo dental que nos indivíduos do grupo

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104

controle, provavelmente um reflexo das alterações nas concentrações

de uréia e fosfato séricos (EIGNER et al.50 1986). Segundo EPSTEIN

et al.52 (1980), a rápida formação de cálculo dental em pacientes com

doença renal possivelmente se deve aos níveis elevados de uréia e

fosfato salivar. Inúmeros trabalhos citam maior prevalência de cálculo

entre os indivíduos com IRC do que na população em geral

(WESTBROOK231, 1978; JAFFE et al.83,1986, DE ROSSI &

GLICK45, 1996; GAVALDA et al.60, 1999).

Embora na literatura não esteja claro qual o fator ou a

combinação de fatores da saliva responsáveis pela formação do

cálculo dental, no caso de nefropatas, provavelmente resulte do alto

conteúdo de uréia, que metabolizada até amônia eleva o pH e a CT da

saliva e da placa dental desses pacientes. Outros fatores que devem

potencializar a mineralização da placa dental são as elevadas

concentrações de cálcio e fosfato da saliva, que na presença de pH

básico atingem o estado de supersaturação favorecendo a precipitação

de sais de cálcio, principalmente fosfato de cálcio. Esses íons têm sido

extensamente investigados em relação a influência que exercem na

formação do cálculo supragengival, e alguns estudos relataram que

indivíduos formadores de cálculo dental têm maior concentração de

cálcio e fosfato salivar que os não formadores (Sewon et al.186, 1995;

POFF et al.161, 1997).

Outra alteração na composição da saliva dos pacientes

com IRC que pode contribuir para a elevada incidência de tártaro é a

alta atividade enzimática da ALP. Embora pouco documentado,

existem indícios de correlação positiva entre cálculo dental e atividade

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105

da ALP na saliva e placa dental. Em 1960, Fleish e Newman

mostraram que o pirofosfato é um potente inibidor de cálculo dental e

investigações posteriores observaram que o pirofosfato é facilmente

hidrolisado pela ALP salivar liberando grupos fosfatos livres que

podem favorecer a formação de depósitos de fosfato de cálcio

(BERCY & VREVEN17, 1979; FRISKOPP & HAMMARSTROM58,

1982).

Além disso, a elevada concentração de ALP salivar

observada nos nefropatas pode promover a hidrólise das ligações

ésteres fosfatos da estaterina, uma fosfoproteína rica em tirosina,

responsável pela estabilização da supersaturação de cálcio e fosfato da

saliva inibindo portanto a precipitação espontânea de sais de cálcio e

fosfato. Dessa forma, a degradação da estaterina é um dos fatores que

pode predispor os indivíduos ao tártaro.

O índice médio de CPO-D do grupo de pacientes com

IRC foi superior ao do grupo controle, porém a diferença não foi

estatisticamente significativa. Os dois grupos apresentaram índices

elevados em relação aos descritos na literatura, provavelmente por

causa da grande quantidade de dentes perdidos em função da idade

média elevada dos pacientes. Valores de CPO-D são idade-

dependentes, e a ignorância desse fato, especialmente em estudos com

grandes variações na idade dos pacientes, pode parcialmente explicar

as controvérsias nos resultados. Encontramos uma extensa literatura

sobre a baixa prevalência de cárie em pacientes com doença renal

crônica em uma faixa etária inferior a dos pacientes considerados

nesse trabalho. Menor prevalência de cárie em crianças e adolescentes

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106

com IRC em relação aos indivíduos controles foi descrita em vários

trabalhos (EIGNER et al.50, 1986; JAFFE et al.83, 1986; OBRY et

al.150, 1984; STOPPELAAR208, 1982; WOLFF et al.232, 1984;

POLACK et al.162, 1996; AL-NOWAISER et al.3, 2003; KLASSEN &

KRASCO100, 2002). Por outro lado, Ertugrul et al.54 (2003) não

encontraram índice de cárie estatisticamente diferente entre crianças

com IRC e controles sadios e ainda, observaram que o CPO-D dos

nefropatas e pacientes saudáveis aumenta com a idade. O único

trabalho que se reportou a uma idade semelhante a dos pacientes da

presente pesquisa foi o de Gavalda et al.60 (1999), no qual os autores

encontraram índice de CPO-D maior para os pacientes em

hemodiálise em relação ao controle (14,8±8,7 versus 13,3±7,9,

respectivamente), porém a diferença não foi significativa.

Quando analisamos os elementos isolados que

compõem o índice CPO-D, observamos que grupo de nefropatas, em

relação ao grupo controle, apresentou valor significativamente maior

(p<0,01) de dentes perdidos, significativamente menor (p<0,01) de

dentes restaurados e valores idênticos de cariados. A análise dos dados

relativa aos dentes perdidos é complexa porque desconhecemos a

história do tratamento dental desses pacientes e geralmente eles não

conseguiram relatar com clareza as causas que motivaram essa

extrações. Suspeitamos que a causa tenha sido doença periodontal,

uma vez que elevada incidência de tártaro e grande quantidade de

placa, em virtude da negligência na higiene oral, foram observadas

nesses pacientes. O acúmulo de placa e tártaro podem causar aumento

na perda da inserção periodontal em pacientes com IRC submetidos à

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107

hemodiálise em virtude da debilitação geral, imunodeficiência celular

e humoral associada com a uremia sistêmica crônica, má nutrição e o

uso constante de medicamentos. Vários estudos têm avaliado a relação

entre doença periodontal e a IRC enfocando principalmente os

pacientes em diálise e submetidos a transplante renal. Naugle et al.139

(1998) em um estudo de avaliação de 45 pacientes submetidos à

hemodiálise, constataram a presença de placa dental, tártaro e alguma

forma de doença periodontal, independente do tempo de duração da

terapia dialítica, em todos os pacientes avaliados. Além desse

trabalho, vários autores têm descrito a alta incidência de doença

periodontal entre pacientes com IRC submetidos à hemodiálise

(CARL28,1987; KHOCHT96, 1996; GAVALDA et el.60, 1999;

KLASSEN & KRASCO100, 2002; AL-NOWAISER et al.3 , 2003).

Está bem documentado que a doença renal crônica está

associada com diminuição da função dos leucócitos

polimorfonucleares, importantes na defesa do periodonto contra a

placa infecciosa. Nesse sentido, a amônia salivar resultante da

hidrólise bacteriana da uréia, pode ser um importante mediador da

doença periodontal nos pacientes com doença renal visto que a amônia

inibe a fagocitose, degranulação e o metabolismo do oxigênio dos

polimorfonucleares, diminuindo significativamente a função

neutrófila. Ainda, a amônia se difunde através das membranas das

células dos tecidos orais alterando o pH citoplasmático e componentes

celulares, aumentando a suscetibilidade dos tecidos à infecção

(NIEDERMAN et al.145, 1990).

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108

Outro fator que pode predispor o paciente renal à

doença periodontal é a elevada concentração de cálcio salivar.

Segundo Sewon et al.182-7 (1990 e 1998) existe correlação positiva

entre o conteúdo de cálcio salivar e gengivite bem como, aumento no

risco de periodontite. No conceito atual, a periodontite afeta

indivíduos que apresentam elevado potencial de mineralização

intraoral. Segundo Sewon et al.187 (1998), indivíduos com elevado

nível de cálcio salivar e portanto acelerada velocidade de formação de

cálculo dental, têm um risco crescente de periodontite com o avanço

da idade.

Um dado interessante nesse estudo é que apesar da

presença de vários fatores que aumentam o risco de cárie tais como

hipossalivação, baixo nível de higiene oral, alta incidência de placa

dental e grande ingestão de carboidratos, geralmente prescrita para

compensar a redução de proteínas ingerida, encontramos nos pacientes

com IRC maior número de dentes hígidos, número de dentes

restaurados significativamente menor e cariados semelhante ao do

grupo controle, sinalizando uma baixa freqüência de cárie nesses

pacientes. Isto contrariou nossas expectativas uma vez que em virtude

da natureza e complexidade da doença renal, esses pacientes

freqüentemente dispensam pouca prioridade para o cuidado dental e

portanto um quadro severo de cárie era esperado. A baixa incidência

de cárie observada nesses pacientes certamente está relacionada com

as altas concentrações de uréia, cálcio e fosfato salivar e valores

elevados de pH e CT.

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109

Do ponto de vista da cariologia, nossas observações

sugerem que a uréia salivar persistentemente elevada em pacientes

com IRC, mesmo após a diálise, atua como substrato para a produção

de amônia na saliva e placa dental. Assim, a amônia constantemente

presente na placa pode inibir a progressão da cárie dental através da

neutralização dos ácidos gerados pela atividade metabólica

bacteriana, impedindo a queda do pH a níveis críticos de

desmineralização. Peterson et al.159 (1985) mostraram que crianças e

adolescentes com função renal reduzida apresentam placa dental

bastante alcalina e que o pH da placa está diretamente correlacionado

com a concentração de uréia salivar. Stoppellar208 (1982) sugere que a

elevada ação tamponante da amônia salivar nos pacientes com doença

renal é um importante fator determinante da resistência à cárie. Alto

nível de uréia salivar, além de promover a neutralização dos ácidos

formados na placa, exerce efeito anticariogênico através da inibição

do crescimento de lactobacillos e Streptococcus mutans (SOWELL203,

1982; DE ROSSI & GLICK45, 1996; POLACK et al.162, 1996;

ERTUGRUL et al.54, 2003). Dessa forma, a ureólise pode ter um

impacto na ecologia do biofilme oral (CLANCY et al.33, 2000; LI et

al.114, 2000).

Os fatores que favorecem a remineralização intraoral

tais como a alta concentração de cálcio, fosfato e elevado pH salivar,

são conhecidos por manter a integridade da superfície do esmalte

dentário. Correlação inversa entre cárie e conteúdo mineral da saliva e

placa dental foi verificada por Sewon & Makela182 (1990) e Sewon et

al.187 (1998). Dessa forma, a diminuição na incidência de cárie em

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110

nefropatas pode ser atribuída aos extensos depósitos de tártaro

supragengival causados pelas alterações na relação cálcio-fosfato

salivar. Portanto, a presença de alto conteúdo mineral salivar,

semelhante aos encontrados na saliva dos pacientes portadores de

IRC, mais dentes permanecem intactos e/ou tornam-se

remineralizados após a desmineralização inicial, impedindo a

progressão da cárie

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111

7 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos foi possível concluir que:

a) a produção, composição orgânica e inorgânica da saliva

dos pacientes com insuficiência renal crônica diferem

substancialmente da observada nos pacientes do grupo

controle;

b) a insuficiência renal crônica está associada com baixo

FS, aumento de pH e CT, elevadas concentrações de

cálcio, fosfato, uréia e atividade da ALP salivar. Ainda

não altera a concentração proteica da saliva não

estimulada, porém diminui a capacidade de secreção de

proteína na condição de estímulo;

c) o tratamento de hemodiálise não foi capaz de

restabelecer os níveis de normalidade salivar dos

parâmetros avaliados, exceto do pH na condição de

estímulo e a CT nas duas condições de estudo;

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112

d) os pacientes com IRC submetidos à hemodiálise são

formadores de cálculo e em relação ao grupo controle,

apresentam maior número de dentes hígidos e perdidos e

menor número de dentes restaurados;

e) em virtude da complexidade e natureza crônica da IRC,

os pacientes submetidos à hemodiálise apresentam

acentuada disfunção salivar, deficiência na higiene oral e

conseqüentemente grande incidência de sinais e sintomas

orais;

f) os profissionais da odontologia devem enfatizar a

implementação de medidas preventivas em pacientes

com IRC para minimizar a necessidade de tratamentos

odontológicos mais extensos, principalmente nos

pacientes candidatos ao transplante renal.

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