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11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS AGRONÔMICOS E

INDUSTRIAIS DA PRIMEIRA CANA SOCA NA REGIÃO DE

GURUPI-TO

Rayna Régina Alves de Oliveira1; Wilson Ferreira de Oliveira

2

1Aluno do Curso de Engenharia Florestal; Campus de Gurupi; e-mail: [email protected]

PIBIC/CNPq; 2Orientador(a) do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; e-mail:

RESUMO

A cana de açúcar (Saccharum spp) é de origem asiática, apesar de relatos de ter origem em diferentes

países, por essa razão se adapta a diferentes regiões do mundo. É uma cultura de grande importância

socioeconômica no Brasil e no mundo. A região do interior do estado de São Paulo concentra,

atualmente, a maior quantidade de canaviais e hoje se desponta como promissora para as condições

produtoras do estado do Tocantins devido este estado apresentar condições edafoclimáticas bastante

favoráveis ao seu cultivo. O objetivo do presente trabalho foi avaliar ao nível de campo sete diferentes

cultivares de cana de açúcar na primeira soca, quanto aos parâmetros de altura, número de colmos, teor

de sólidos solúveis e índice de maturação. O experimento foi conduzido na área experimental da

Fundação Universidade Federal do Tocantins, campus de Gurupi, tendo sido utilizado o delineamento

experimental de blocos ao acaso com quatro repetições. Foram avaliadas as cultivares RB 72-454, RB

83-5486, RB 85-5113, RB 85-5536, RB 86-7515, SP 79-101 e IAC 86-2480. Os resultados

demostraram que houve diferença significativa, ao nível de 5% de probabilidade, quando foram

comparadas as cultivares em relação ao parâmetro, altura de planta e não diferiram em relação as

demais variáveis, número de colmos e teor de sólidos solúveis totais.

Palavras-chave: Saccharum officinarum L; adaptabilidade; cana de açucar.

INTRODUÇÃO

A cana de açúcar (Saccharum officinarum L.) é uma planta perene em sua forma natural,

pertencente à família poaceae, apresenta metabolismo fotossintético do tipo C4, possuindo alta

eficiência na conversão de energia radiante em energia química (BARBIERI 1981). Esta cultura tem

um bom desenvolvimento entre as latitudes 35º Norte e Sul da linha do Equador. A temperatura

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ambiente adequada encontra-se entre 21 a 34°C; precipitação no intervalo 1.000 a 3.500 mm anuais;

altitude variando desde o nível do mar até 1.000 m e período de luz entre 10 e 14 horas diária.

A cana de açúcar possui uma estrutura tipo rizoma e brota sempre que a parte aérea é cortada.

A soqueira se desenvolve a partir das brotações das gemas da base dos colmos colhidos na safra

anterior. A primeira vegetação após o plantio é denominada cana-planta, enquanto que as soqueiras

são denominadas de primeira soca, segunda soca etc., conforme as colheitas vão se sucedendo

(MATSUOKA, 1996; MAMEDE et al., 2002). O sucesso da cultura está intimamente ligado a escolha

de variedades (FERNANDES, 2005).

A cana de açúcar possui grande importância socioeconômica no Brasil. A previsão do total de

cana que será moída na safra 2011/12 é de 624.991 mil toneladas, com incremento de 3,40% em

relação à safra 2009/10, o que significa que haverá 20.477 mil toneladas a mais para moagem nesta

safra (CONAB, 2011).

A área ocupada pela cana no País e destinada ao setor sucroalcooleiro chega a 8,1 milhões de

hectares, ou 8,4% a mais que o ano anterior. O Tocantins, até então, não possuía grandes projetos em

funcionamento. Dados da Seagro mostram que as áreas produtoras concentram-se em Arraias, Gurupi

e Pedro Afonso. Esses municípios totalizam um plantio de 13.563 hectares. No que se refere à

industrialização, o Estado conta com três usinas (SECOM, 2011).

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Campus Universitário de Gurupi, na Universidade Federal do

Tocantins, localizada a 11° 43’ latitude Sul e 49° 04’ longitude Oeste, a 280 m de altitude, em

Latossolo vermelho amarelo distrófico. A classificação climática da área experimental baseado no

sistema de classificação de Köppen está incluída no tipo B1wA’a’ úmido com moderada deficiência

hídrica. A temperatura média anual é de 26ºC variando de 22ºC a 32ºC, com precipitação anual média

de 1.400 mm, sendo um verão chuvoso.

O delineamento experimental foi é o de blocos casualizados com sete tratamentos e quatro

repetições é composta de quatro sulcos de 5,0 m de comprimento, espaçadas de 1,40 m entre sulcos

constituindo 280m², totalizando uma área de 784m². Foram adotadas como parcela útil as duas linhas

centrais. As variedades de cana-de-açúcar que foram estudadas são: RB 72-454, RB 83-5486, RB 85-

5113, RB 85-5536, RB 86-7515, SP 79-1011 e IAC 86-2480. As variáveis que foram avaliadas

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periodicamente aos 90, 144, 198, 252, 306 e 360 dias após o corte (DAC) da cana planta são: altura da

planta (AP), medida em centímetros, do nível do solo até a inserção da folha +3, realizada pelo método

de Hermann e Câmara (1999), teor de sólidos solúveis (°Brix) determinado com refratômetro de

campo a cada avaliação.

O efeito das cultivares em função das épocas de avaliação foi verificado por meio de análise de

regressão. Os dados obtidos na colheita foram submetidos à análise de variância e as médias foram

comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade programa estatístico SISVAR.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a característica altura (cm) da planta (figura 1) as taxas de incremento variaram de 0,4127

a 0,8529, entre a cultivar que menos ganhou e a que mais ganhou altura no período que vai dos 90 aos

360 dias após o inicio da brotação; quando se comparou a RB 85-5113 e a IAC 86-2480, que possuem

a maior e a menor altura respectivamente a diferença entre a taxa de incremento foi de 0.3451; entre as

duas cultivares que apresentaram maior taxa de incremento (RB 85-5113; RB 86-7515) a diferença foi

de 0.1353. As demais cultivares obtiveram valores intermediários para a taxa de incremento

.

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Quanto à característica numero de colmos abaixo a cultivar que apresentou a maior taxa de

incremento foi a RB 85-5113, atingindo também o maior numero de colmos no final dos 360 dias. A

cultivar que apresentou a menor taxa de incremento foi a RB 72-454, ficando no final dos 360 dias

com um numero intermediário de colmo. A cultivar que apresentou o menor numero de colmos no

final dos 390 foi a SP 701011, porem ela obteve a terceira maior taxa de incremento.

Com relação ao teor de sólidos solúveis totais (Grau brix), os resultados obtidos

são apresentados abaixo. Sabe-se que a cana de açúcar inicia sua maturação pelos

entrenós inferiores e são diretamente proporcionais ao seu grau de precocidade. Pelo

teste de regressão foi possível observar que a cultivar que apresentou melhor teor de

sólidos solúveis totais foi a RB 83-5486, em relação à taxa de incremento a cultivar que

apresentou o maior valor foi a IAC 86-2480, essa chegando ao final dos 360 dias com o

segundo maior valor de sólidos solúveis totais. A cultivar que apresentou a menor taxa

de incremento foi a RB 72-454, as demais cultivares apresentaram valores

intermediários a estes. Resultados semelhantes com estes aqui alcançados são relatados

por Daronch e Oliveira (2008), onde os resultados obtidos das mesmas cultivares na

região de Palmas-TO teve a mesma tendência quando comparadas com o presente

trabalho.

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LITERATURA CITADA

BARBIERI, V. Medidas e estimativas de consumo hídrico em cana-de-açucar (Saccharum spp.).1981.

142p. Dissertação (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz”, universidade de São Paulo, Piracicaba, 1981..

CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento. Cana-de-açúcar, estimativa de produção e

destinação, SAFRA 20010/2011. Disponível em: < http://www.conab.gov.br > Acesso em: 19 fevereiro de

2011.

COPERSUCAR. Amostragem e análise de cana-de-açúcar. Piracicaba: Centro de Tecnologia

COPERSUCAR, 1980. 37p.

LUCCHESI, A.A. Cana-de-açúcar (Saccharum ssp.). In: CASTRO, P.R.C.; KLUGE, R.A Ecofisiologia de

culturas extrativas: cana-de-açúcar; seringueira; coqueiro; dendezeiro e oliveira, Cosmópolis: Stoller do Brasil,

2001. p. 13-45.

FERNANDES, O. W. B. Avaliação de variedades de cana-de-açúcar para a produção de cachaça

artesanal e a interferência dos resultados no comportamento do produtor na região de Salinas-MG. 2005.

83p. Dissertação - UFRRJ, Seropédica, 2005.

HERMANN, E.R.; CÂMARA, G.M.S. Um método simples para estimar a área foliar de cana-de-açúcar.

Stab. Açúcar, Álcool & Subprodutos, v.17, n.5, p.32-34, 1999.

MARTINS, L.M., LANDELL, M.G. de A. Conceitos e critérios para avaliação experimental em cana-de-

açúcar utilizados no Programa Cana IAC. Pindorama: s.n., 1995. 45p.

MATSUOKA, S. Botânica e ecofisiologia da cana-de-açúcar. Apostila: Curso de Qualificação em Plantas

Industriais – Cana-de-açúcar, São Paulo, 1996. 93p.

SECOM: Secretaria de Comunicação do estado do Tocantins. Cana-de-açúcar, Tocantins terá maior

usina de cana do Norte e Nordeste. Disponível em: < http://secom.to.gov.br > Acesso em: 15 Abril de 2010.

SOUZA, E. F.; Bernado, S.; Carvalho, J. A. Função de produção da cana-de-açúcar em relação à água

para três variedades em Campos dos Goytacazes. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.19, n.1, p.28-12, 1999.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil.