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Avaliação de cultivares de alfafa em diferentes regiões do Estado de São Paulo Autores Ana Cláudia Ruggieri; Ana Regina Pimentel de Almeida; Gregório Miguel Ferreira de Camargo; Joaquim Bartolomeu Rassini; Ciniro Costa, Milton Andrade Botrel 1. Professora da FCAV – UNESP – Jaboticabal, SP. e-mail: [email protected] 2. Pesquisadora do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Bovinos de Corte do Instituto de Zootecnia – Sertãozinho, SP. e-mail: [email protected] 3. Pós-graduando da FCAV – UNESP – Jaboticabal, SP. 4. Pesquisador da EMBRAPA - CPPSE - São Carlos, SP. e-mail: [email protected] 5. Professor da FMVZ – UNESP – Botucatu, SP. e-mail: [email protected] 6. Pesquisador aposentado da EMBRAPA – CNPGL - Coronel Pacheco, MG.

Resumo Cultivares de alfafa foram avaliados em três regiões do Estado de São Paulo: São Carlos, Sertãozinho e Botucatu. O estudo era parte integrante de rede de estudos com alfafa (RENACAL) e foi conduzido ao longo de pelo menos três anos. Objetivou-se testar a adaptação das cultivares aos diferentes climas e tipos de solo. As cultivares foram cortadas mensalmente e a produtividade foi medida. A composição bromatologica das cultivares foi também avaliada. Na região de São Carlos as cultivares Crioula, P30, MH 15, WL 516 e SW 8210 destacaram-se pelo alto potencial para produção, sendo portanto recomendadas para o cultivo nessa região. Na região de Sertãozinho as cultivares BR 2, Monarca, SW 8210, P 5715 e Flórida 77 foram as mais produtivas e em Botucatu as mais produtivas foram: Monarca, Sutter, Rio, Crioula e Semith 921 e são portanto, as indicadas para o cultivo nas região indicada. Palavras-chave: Medicago sativa L., composição bromatológica, Sertãozinho, Botucatu, São Carlos. Evaluation of alfalfa cultivars in different regions of São Paulo state Summary Cultivars of alfalfa were evaluated in three regions of São Paulo State: São Carlos, Sertãozinho and Botucatu. The study was part of network of studies with alfalfa (RENACAL) and was conducted over three years. The objective was to test adaptation of cultivars to different climates and soil types. The cultivars were cut and productivity was measured monthly. The chemical composition of the cultivars was also evaluated. In the region of São Carlos the cultivars Crioula, P30, MH 15, WL 516 and SW 8210 highlighted by the high potential for production and is therefore recommended for cultivation in this region. In the region Sertãozinho of the cultivars BR 2, Monarca, SW 8210, P 5715 and Florida 77 were the most productive and the most productive in Botucatu were Monarca, Sutter, Rio, Crioula and Semith 921 and are therefore referred to the growing in the region indicated. Key words: Medicago sativa L., chemical composition, Sertãozinho, Botucatu, São Carlos.

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1. Introdução

A alfafa é uma das forrageiras mais difundidas em todo o mundo, podendo ser utilizada sob

diferentes formas, tais como: forragem conservada (feno ou silagem), na forma de verde picado ou

em pastejo, sendo um dos volumosos mais indicados para a alimentação de vacas de alto potencial

para produção de carne.

As pesquisas com a alfafa em regiões tropicais, principalmente no Brasil, são recentes e

sempre indicam essa leguminosa como volumoso de alta produtividade e valor nutritivo. Entretanto,

o aproveitamento do potencial máximo dessa forrageira poderá ser comprometido pela inexistência

de conhecimentos sobre cultivares adaptadas aos diversos ambientes tropicais em que serão

utilizadas. O emprego de cultivares adaptadas e a adoção de práticas adequadas de manejo, além de

permitir máxima produtividade, qualidade e longevidade da cultura, permite reduzir ou evitar o

controle químico de pragas e doenças diminuindo assim a poluição ambiental.

Em razão da demanda de informações sobre a cultura da alfafa e de sua importância como

alimento volumoso de alta qualidade para o rebanho de corte, o Instituto de Zootecnia de Sertãozinho,

a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Unesp - Câmpus de Botucatu e a EMBRAPA –

São Carlos desenvolveram estudos com diversos cultivares de alfafa com o principal objetivo de

avaliar o seu potencial para produção de carne em regiões tropicais e fornecer subsídios para orientação

de futuros programas de pesquisa com essa leguminosa. Foi recomendado o desenvolvimento de

pesquisas com o objetivo de avaliar o potencial de cultivares de alfafa em diferentes ambientes

tropicais e indicar as mais adaptadas para uso nos atuais sistemas de produção de carne. Assim, a

EMBRAPA desenvolveu e coordenou a nível nacional uma rede de ensaios (Rede Nacional de

Avaliação de Cultivares de Alfafa/Renacal) em parceria com instituições de pesquisa e ensino, em que

germoplasmas de alfafa de diferentes origens foram avaliados quanto a sua adaptação às condições de

clima e solo de algumas regiões de pesquisa em rebanho de corte do Estado.

Os procedimentos utilizados na implantação e condução dos ensaios foram padronizados,

para fins de comparação dos resultados. Entretanto, alguns deles foram ajustados às condições

locais. Assim, no cálculo da necessidade de calagem e adubação para estabelecimento, levou-se em

consideração não só a exigência nutricional da alfafa, mas também o nível de fertilidade do solo de

cada local.

A quantidade de calcário dolomítico aplicada visou atingir o nível de 80% de saturação por

bases, sendo incorporado ao solo, 60 dias antes da semeadura, por meio de uma aração a 40 cm de

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profundidade, seguida de duas gradagens. Por ocasião do plantio, aplicaram-se 60% da adubação

fosfatada recomendada para estabelecimento que foi incorporada ao solo por meio de gradagem

superficial. Nessa mesma ocasião, foram aplicados nos sulcos de plantio a adubação potássica, o

restante da fosfatada e 40 kg/ha de micronutrientes na forma comercial de FTE-BR16 (Frited Trace

Elements – B, Cu, Mo, Zn). Em seguida foi realizada a semeadura a uma profundidade de dois

centímetros e a uma taxa de 20 kg/ha de sementes puras viáveis. As sementes foram inoculadas com

a estirpe de Rhizobium melilotii e peletizadas com calcário dolomítico.

Os ensaios no Estado de São Paulo foram conduzidos em Sertãozinho, São Carlos e

Botucatu, ecossistemas de Mata Atlântica e Cerrado.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com três repetições. As

parcelas foram constituídas de cinco fileiras de 5 m de comprimento (5,0 x 5,0 x 0,30 m=7,5 m2).

Foram avaliadas 35 cultivares de alfafa provenientes da Argentina, Chile e EUA, quanto à produção

de matéria seca, relação folha/caule, teor de proteína bruta e tolerância a pragas e doenças. Os cortes

para estimativa da produção da forragem foram feitos a uma altura de cinco centímetros do solo e nas

três fileiras centrais de cada parcela, em uma área útil de 2,7 m2 (3,0 x 0,90 m) sempre que mais de

50% das cultivares atingiam 10% de floração (aparecimento das primeiras flores).

A susceptibilidade a pragas e doenças foi avaliada pela estimativa visual em cada parcela da

porcentagem de plantas resistentes a doenças ou a pragas, sendo as cultivares classificadas como:

Susceptível (0-5% de plantas resistentes); Baixa Resistência (6-14% de plantas resistentes);

Moderadamente Resistentes (15-50% de plantas resistentes); e Resistentes (> 50% de plantas

resistentes).

Os experimentos foram estabelecidos e desenvolvidos em condições de irrigação por

aspersão sempre que necessária, baseando-se em leitura de tensiômetro de cápsula porosa e em

coluna de mercúrio (calibrado para 60% de umidade do solo).

2. Resultados

Na Tabela 1 constam os dados de produção de matéria seca das cultivares estudadas em São

Carlos, Sertãozinho e Botucatu.

Ao comparar as produções das três regiões verifica-se que em São Carlos as 5 cultivares de

maior produção anual foram: Crioula, P30, MH 15, WL 516 e SW 8210, com produções de 16,5,

13,5, 12,7, 12,6 e 11,2 t/ha/ano respectivamente. Já em Sertãozinho as 5 cultivares mais produtivas

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foram: BR 2, Monarca, SW 8210, P 5715 e Flórida 77 com valores de 14,0, 13,9, 13,9, 13,8 e 13,8

t/ha/ano respectivamente. Em Botucatu as mais produtivas foram: Monarca, Sutter, Rio, Crioula e

Semith 921 com produções de 8,87, 8,56, 8,54, 8,4 e 8,36 t/ha/ano respectivamente. Verifica-se

assim, que a cultivar Crioula apresentou rendimentos muito acima das demais cultivares em São

Carlos e foi a quarta mais produtiva em Botucatu, mas em Sertãozinho a cultivar esteve na 20ª

posição em relação às demais cultivares. Mesmo assim, a produção dessa cultivar foi boa (12,6 t)

se comparada à produção obtida em Botucatu (8,87 t). Cabe ressaltar que o ensaio conduzido em

Botucatu, fora realizado sem o uso de irrigação no inverno, por esse motivo, as produções

estiveram sempre abaixo das obtidas em São Carlos e Sertãozinho.

.

Tabela 1. Dados de produção de matéria seca (t/ha/ano) das cultivares estudadas em São

Carlos, Sertãozinho e Botucatu.

Localidades

Cultivares S. Carlos Sertãozinho Botucatu

Crioula 16,47 12,62 8,40

Monarca 8,83 13,92 8,87

P30 13,53 11,63 7,12

Flórida 77 11,15 13,75 7,52

Valley Plus 9,83 11,83 7,22

SW 9210 A 8,97 13,39 7,28

P 5715 10,13 13,79 7,60

SW 8112 A 7,90 12,76 7,06

Rio 8,43 13,20 8,54

Maricopa 8,97 13,60 7,44

El Grande 9,00 12,13 7,58

P 5929 11,00 12,70 7,82

WL 516 12,57 12,53 7,50

Falcon 9,27 12,15 7,50

MH 04 8,37 12,70 7,35

Alto 9,40 13,22 8,35

MH 15 12,67 13,57 6,94

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BR 2 8,40 13,95 8,10

SW 8210 11,17 13,91 8,02

Costera - 11,73 -

Alfa 200 10,63 13,02 7,50

P 5888 10,70 13,47 7,18

ICI 990 9,77 12,61 7,38

Sutter 7,33 12,36 8,56

BR 3 9,97 13,04 7,49

Araucana 10,70 13,51 7,44

Esmeralda - 12,52 -

BR 4 9,10 12,70 7,82

Semit 921 8,73 12,07 8,36

BR 1 8,43 13,29 7,38

Média 9,30 12,85 7,66

O ensaio conduzido em São Carlos foi instalado no Centro de Pesquisa de Pecuária do Sudeste

(Embrapa Pecuária Sudeste), localizado no ecossistema Cerrados, O solo apresentava antes da

semeadura as seguintes características químicas, antes do plantio; pH = 6,6; P= 9 mg/dm3; K= 0,9

mmol/dm3; Ca = 31 mmol/dm3; Mg = 18 mmol/dm3 Al = 0 mmol/dm3; MO = 17 g/dm3.

Como já mencionado anteriormente, a cultivar Crioula se destacou quanto à produção anual

de matéria seca durante os três anos de condução do experimento, apresentando nos dois primeiros

anos produções de forragem bem próximas às alcançadas pelas cultivares WL516, P30, P 5929 e

Flórida 77. Entretanto, observou-se que somente a cultivar Crioula e a P30 mantiveram alto

rendimento até o terceiro ano de condução do ensaio. A produção anual de matéria seca da cultivar

Crioula foi em torno de 16 t/ha. As outras cultivares que também se destacaram (WL516, P30,

P5929 e Flórida77) apresentaram produções anuais de matéria seca de 12,5, 13,5, 11 e 11,1 kg/ha,

respectivamente.

A maior relação folha:caule, no período das chuvas, foi alcançada com as cultivares BR2 e

ICI990 e no período da seca com as cultivares Sutter e Falcon. A cultivar Crioula apresentou baixa

proporção de folhas, principalmente no período chuvoso do primeiro ano de avaliação.

Essas cultivares promissoras juntamente com a cultivar CUF 101 (cultivar que vem sido

comercializada na região) foram comparadas quanto ao valor nutritivo (Tabela 2). Foram verificadas

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diferenças significativas entre períodos do ano (seca e águas) nos teores de proteína bruta (PB) e fibra

em detergente neutro (FDN).

A digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) entre as cultivares manteve-se constante ao

longo do ano com valores de 70,31 e 70,06%, respectivamente nos períodos das águas e da seca. Os

teores médios de proteína bruta alcançados pelas cultivares Crioula e P30 foram relativamente altos

22,92% e 23,52%, respectivamente. Os teores de FDN no período das águas e da seca foram de 41,61 e

38,58%, respectivamente. As cultivares Crioula, P30 e CUF-101 apresentaram alto potencial para

produção de forragem de elevado valor nutritivo ao longo do ano, mostrando potencial para utilização

em sistemas intensivos de produção de leite constituindo assim boas opções para utilização na região de

São Carlos-SP.

Tabela 2. Teores de fibra em detergente neutro (FDN) e proteína bruta (PB), avaliados no período

do verão e do inverno em 3 cultivares promissoras de alfafa no ensaio da região de São

Carlos, SP.

Cultivar FDN (%) PB (%)

verão inverno verão inverno

Crioula 41,47 39,41 21,91 23,92

CUF-101 42,28 38,29 22,87 24,13

P30 41,08 38,04 22,87 24,16

O ensaio conduzido em Sertãozinho foi instalado no Centro Avançado de Pesquisa

Tecnológica do Agronegócio de Bovinos de Corte no ecossistema de Mata Atlântica. As cultivares

analisadas foram: Valley Plus, WLS16, Alfa 200, Falcon, SW8210, SW8112A, Alto, Rio, IC1990,

Monarca, Victoria, Esmeralda, Costera, Semit 711, Semit 921, Aracauana, Maricopa, Sutter, P30,

P205, F708, F686, El Grande, 5929, Florida 77, S888, S715, MH4, MH15, BR1, BR2, BR3, BR4,

SW9210A, Crioula.

Observou-se diferença na produção de matéria seca (PMS) entre as cultivares, porém essas

diferenças foram significativas apenas no segundo e terceiro ano de estudo. Verifica-se que PMS

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total anual das cultivares variou de 5,64 a 21,53 t/ha pode ser considerada boa quando comparada a

PMS obtidas em outros ensaios de avaliação de cultivares na Região Central do Brasil. No 1° ano

de cultivo, as cultivares apresentaram boa PMS total, mas essa produção diminuiu expressivamente

a cada ano. A cultivar ICI990 nos dois primeiros anos obteve a menor produção, pois a cultivar foi

infestada por Rizoctonia solani na época do estabelecimento, dificultando sua adaptação e

desempenho. No 3° ano, no entanto, a mesma cultivar foi a mais produtiva (11,64 t/ha) enquanto

que a menos produtiva foi a cultivar P205 (5,64 t/ha).

A cultivar Crioula, mais difundida no país e que de acordo com a literatura (VIANA et al.,

1996; BOTREL et al., 1996) é a de melhor produção em vários ensaios, não apresentou altos

rendimentos no 1 ano (18,47 t/ha), em comparação à mais produtiva, Florida77 (21,53 t/ha).

Todavia, a produção dessa cultivar aumentou a cada ano, possivelmente pela melhor adaptação

dessa cultivar às regiões tropicais brasileiras.

Os valores de PB da planta inteira (Tabela 3) foram obtidos em dois cortes de avaliação, o

primeiro na época do verão e o segundo na época do inverno, e variou de 19,40% para a cultivar

BR 4 a 21,73% na cultivar F686 na época do verão. Enquanto que na época do inverno os valores

variaram de 19,44% na cultivar 5929 e 23,64% na cultivar Esmeralda. MIRANDA et al. (1998),

também obtiveram porcentagens de PB semelhantes para a cultivar F686 (20,25%), porém menores

que os valores observados por EVANGELISTA et al. (1998). Verifica-se que na época do inverno

(seca), os teores de PB foram maiores que na época do verão (águas), também observados por

VIANA et al. (1996). Esse fato ocorreu possivelmente pelo fato de que as maiores produções são

observadas no período do verão, o que causa uma diluição da PB da forragem produzida, nesta

época (BOTREL et al., 1997), possibilitando teores de PB menores. O inverso foi verificado para o

teor de FDN da planta inteira (Tabela 3) no verão e no inverno, onde os menores valores de FDN

foram obtidos no inverno. Nos valores de FDN da planta inteira observa-se que de modo geral

foram altos, quando comparados aos obtidos no ensaio de Botucatu e São Carlos. Já os valores de

PB foram ligeiramente superiores aos verificados em Botucatu (Tabela 4).

Tabela 3. Teores de fibra em detergente neutro (FDN) e proteína bruta (PB), avaliados no período

do verão e do inverno em 35 cultivares de alfafa estudas em Sertãozinho, SP

FDN % PB%

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Cultivar

Verão Inverno Verão Inverno

Valey Plus 58,19 49,33 20,86 22,01

WL516 51,91 47,03 19,86 21,68

Alfa 200 45,71 44,53 20,62 22,08

Falcon 53,93 46,54 20,45 22,6

SW8210 48,49 49,71 20,68 21,65

SW8112A 65,61 51,03 21,12 20,94

Alto 47,25 48,9 19,98 22,08

Rio 47,57 42,56 21,15 22,76

ICI 990 50,01 43,09 19,92 20,64

Monarca 49,9 45,31 19,86 20,78

Victoria 49,83 47,37 21,2 21,14

Esmeralda 57,87 43,28 20,42 23,64

Costera 58,8 44,71 20,82 19,85

Semit 711 56,17 42,92 21,26 22,85

Semit 921 47,83 49,05 20,65 22,49

Araucana 58,1 45,66 20,56 21,43

Maricopa 56,84 49,73 21,52 21,39

Sutter 47,85 45,06 21,00 22,87

P 30 54,14 45,39 20,59 20,77

P 205 48,05 42,22 21,50 23,48

F 708 48,97 45,51 21,09 20,69

F 686 53,69 47,53 21,73 20,75

El Grande 55,95 49,63 20,94 21,99

5929 54,31 47,69 20,15 19,44

Florida 77 51,07 45,45 20,66 21,82

5888 56,77 47,5 20,51 20,41

5715 47,48 44,06 19,92 20,38

MH 4 50,01 42,15 20,30 21,94

MH 15 48,83 43,54 20,59 22,80

BR 1 49,04 47,9 20,97 22,71

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BR 2 47,65 42,41 20,27 22,54

BR 3 51,28 46,61 20,53 22,31

BR 4 52,25 44,91 19,4 22,11

SW9210 50,33 48,71 20,36 21,37

Crioula 45,63 42,97 19,92 20,62

O ensaio conduzido em Botucatu foi instalado na Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia - Unesp. O experimento conduzido estudou 28 cultivares: Crioula, Monarca, BR4, Alto

Great, MH4, SW 9210 A, P5929, BR1, El Grande, P5715, MH15, Valley Plus, BR2, Rio, SW8210,

Maricopa, ICI990, P5888, P30, Alfa-200, WL516, SW8112 A BR3, Florida 77, Araucana, Falcon,

Semit 921,Sutter. O ensaio conduzido mostrou, com relação aos dados de produção por corte, que a

maior produção média das cultivares estudadas foi a Monarca. Essa cultivar apresentou média de

1,89 t/ha, diferindo dos cultivares MH 15, Valley Plus e SW 8112 A com 1,49; 1,5 e 1,45 t/ha,

respectivamente. As demais não variaram estatisticamente entre si com média de 1,58 t/ha.

Quando a análise envolveu o efeito do ano agrícola sobre a produção de matéria seca (MS)

observou-se efeito significativo, sendo o primeiro ano maior que o segundo e o segundo maior que

o terceiro. As cultivares com menor índice de redução na produção de MS foram: MH 15 (3,85%),

Rio (7,57%), Sutter (9,14%), Alto (12,02%) e Crioula (13,90%) indicando que responderam melhor

ao manejo e às condições edafoclimáticas a que foram submetidas nos três anos agrícolas.

Quanto aos teores de proteína bruta na matéria seca, a análise revelou diferença apenas entre

a cultivar Valley Plus com maior valor (22,39%) e a cultivar Semit 921 com o menor teor (18,80%).

Considerando as épocas de corte, o teor médio do primeiro corte foi menor em relação ao teor

médio do segundo com 18,7% e 22%, respectivamente. Houve efeito nos valores médios dos teores

de FDN, com relação à data de corte. Entretanto, não foi observado efeito da cultivar bem como da

interação (cultivar x época de corte) sobre o teor de FDN.

Com respeito à fibra de detergente ácido (FDA), houve diferença estatística entre cultivares

com valores decrescentes para as cultivares ICI990, Falcon, WL516, Alto, SW8210, Flórida77,

SW9210, Alfa200, MH4,BR4 e P5929 que foram superiores à cultivar P30, sendo que as demais

não apresentam diferenças.

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Tabela 4. Teores e proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente

acido (FDA) de 29 cultivares avaliadas em Botucatu, SP.

Cultivar PB(%) FDN(%) FDA(%)

Crioula 19,96 41,85 32,3

Monarca 19,8 43,88 34,38

BR4 20,54 44,07 34,76

Alto 20,48 43,75 35,83

MH4 20,86 43,2 34,77

SW9210 20,69 45,21 34,88

P5929 21,29 43,65 34,63

BR1 20,94 42,96 32,69

El Grande 20,17 41,06 33,48

P5715 19,71 41,51 32,06

MH15 20,66 40,99 33,38

Valley Plus 22,39 43,12 32,09

BR2 21,81 41,9 33,15

Rio 21,17 43,8 32,06

SW8210 20,56 41,91 35,46

Maricopa 20,34 42,96 33,96

ICI990 19,48 42,91 36,01

P5888 18,67 43,46 33,71

P30 19,84 42,71 29,44

Alfa 200 19,94 43,03 34,98

WL 516 19,92 45,2 35,9

SW 8112 19,54 43,08 32,71

BR 3 20,93 43,12 31,85

Florida 77 21,29 42,9 35,14

Aracauana 20,41 45,13 34,41

Falcon 19,89 44,13 35,96

Semit 921 18,8 43,91 34,34

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Sutter 19,66 44,37 33,38

Média 20,35 43,81 33,85

3. Conclusões

Sob condições de irrigação, a alfafa apresenta bom desempenho na produção de matéria seca

e na oferta de forragem com boa composição bromatológica ao longo do ano, constituindo assim,

uma excelente opção para alimentação volumosa de rebanhos especializados. Na Região de São

Carlos as cultivares Crioula, P30, MH 15, WL 516 e SW 8210 destacaram-se pelo alto potencial

para produção, sendo portanto recomendadas para o cultivo nessa região. Na Região de Sertãozinho

as cultivares BR 2, Monarca, SW 8210, P 5715 e Flórida 77 foram as mais produtivas e em

Botucatu destacaram-se: Monarca, Sutter, Rio, Crioula e Semith 921 e são portanto, as indicadas

para o cultivo nas região indicada.

4. Referencias bibliografias

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influência da Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais, Pesquisa Agropecuária Brasileira,

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