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LÉO PIRES DE SOUZA AVALIAÇÃO DE CONFIABILIDADE ESTRUTURAL COM MONTE CARLO E REDES NEURAIS EM UM AMBIENTE DE SOFTWARE INTEGRADO. Dissertação submetida ao programa de Pós- Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Tecnologia da Construção. Orientador: JOSÉ MURILO FERRAZ SARAIVA, D.Sc. Niterói Dezembro 2005

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LÉO PIRES DE SOUZA

AVALIAÇÃO DE CONFIABILIDADE ESTRUTURAL COM MONTE CARLO E

REDES NEURAIS EM UM AMBIENTE DE SOFTWARE INTEGRADO.

Dissertação submetida ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UniversidadeFederal Fluminense, como requisito parcial paraobtenção do Grau de Mestre. Área deConcentração: Tecnologia da Construção.

Orientador: JOSÉ MURILO FERRAZ SARAIVA, D.Sc.

NiteróiDezembro 2005

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF

S729 Souza, Léo Pires de. Avaliação de confiabilidade estrutural com Monte Carlo e redesneurais em um ambiente de software integrado / Léo Pires deSouza. – Niterói, RJ : [s.n.], 2005.

248 f.

Orientador: José Murilo Ferraz Saraiva .Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade

Federal Fluminense, 2005.

1. Análise estrutural (Engenharia). 2. Estruturas - Patologia. 3.Método Monte Carlo. 4. Confiabilidade (Engenharia). 5. Redesneurais. I. Título.

CDD 624.171

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LÉO PIRES DE SOUZA

AVALIAÇÃO DE CONFIABILIDADE ESTRUTURAL COM MONTE CARLO E

REDES NEURAIS EM UM AMBIENTE DE SOFTWARE INTEGRADO.

Dissertação submetida ao curso de Pós-Graduaçãoem Engenharia Civil da Universidade FederalFluminense, como requisito parcial para obtençãodo Grau de Mestre. Área de Concentração:Tecnologia da Construção.

Aprovada em 12 de dezembro de 2005

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

José Murilo Ferraz Saraiva, D.Sc. – OrientadorUNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

___________________________________________________________________________

Plácido Barbosa, M.Sc.UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

___________________________________________________________________________

Nelson Francisco Fávilla Ebecken, D.ScUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

NiteróiDezembro 2005

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Não importa o tamanho da queda, sefores persistente, chegarás ao topo,ileso, novamente.

Léo Pires de Souza

Dedico esta dissertação à vida e atodos os que me ajudaram a chegar atéaqui.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço àqueles que me ajudaram a chegar até aqui. Não é possível citar todos, mastenho absoluta certeza de que os que participaram desta conquista, saberão que estão aquilembrados.

Agradeço em especial aos meus pais, Álvaro e Lêda, e à minha irmã Lia, pelaformação do meu caráter e à Silvana, minha esposa, pela companhia em todos os momentosdifíceis desta caminhada.

Agradeço aos professores do curso de mestrado pelas informações disponibilizadas e

em especial aos professores Murilo e Plácido, pelo total apoio e incentivo que deram à

realização deste trabalho.

Agradeço à Pedro, Iporan e Kátia. Três grandes pessoas que conheci durante o curso ecom as quais dividi os melhores e os piores momentos desta trajetória e sem os quais não teriaconseguido.

Finalmente, agradeço àqueles que estiveram ao meu lado durante este difícil início deano e que me ajudaram a estar vivo, para pode lhes agradecer do fundo do meu coração: Deusos abençoe.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................21

2 CONFIABILIDADE ESTRUTURAL............................................................................262.1 DEFINIÇÃO DO ÍNDICE DE CONFIABILIDADE.................................................292.2 TRANSFORMAÇÕES ISOPROBABILISTICAS.....................................................32

2.2.1 Redução de variáveis ..........................................................................................332.2.2 Normais equivalentes .........................................................................................332.2.3 Variáveis aleatórias correlacionadas ................................................................34

2.3 MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA CONFIABILIDADE DE UMA ESTRUTURA..36

3 MÉTODO MONTE CARLO..........................................................................................383.1 HISTÓRICO................................................................................................................403.2 MÉTODO MONTE CARLO TRADICIONAL..........................................................433.3 GERAÇÃO DE NÚMEROS PSEUDO-ALEATÓRIOS............................................443.4 TESTES DE ADERÊNCIA ........................................................................................48

3.4.1 Teste chi-quadrado.............................................................................................483.4.2 Teste de Kolmogorov-Smirnov..........................................................................49

3.5 A FUNÇÃO INVERSA ..............................................................................................543.6 O MÉTODO MONTE CARLO E A CONFIABILIDADE ESTRUTURAL.............60

4 REDES NEURAIS ...........................................................................................................644.1 AS REDES NEURAIS ARTIFICIAIS .......................................................................664.2 O NEURÔNIO ARTIFICIAL.....................................................................................684.3 FUNÇÕES DE ATIVAÇÃO ......................................................................................71

4.3.1 Função degrau unitário (binary-threshold) .....................................................724.3.2 Função linear ......................................................................................................734.3.3 Função Sigmóide.................................................................................................744.3.4 Função Gaussiana...............................................................................................76

4.4 SINAPSES ARTIFICIAIS ..........................................................................................774.5 CONJUNTO DE TREINAMENTO............................................................................78

4.5.1 Seleção dos valores de entrada e saída .............................................................804.5.2 Apresentação do conjunto de treinamento.......................................................804.5.3 Quantidade de amostras do conjunto de treinamento ....................................82

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4.6 CLASSIFICAÇÃO DAS REDES NEURAIS ............................................................824.6.1 Redes monocamada ............................................................................................834.6.2 Redes multicamadas...........................................................................................834.6.3 Redes não recorrentes ........................................................................................844.6.4 Redes recorrentes ...............................................................................................844.6.5 Algoritmos de aprendizado................................................................................844.6.6 Conectividade......................................................................................................854.6.7 Combinação das diversas características das Redes Neurais.........................85

4.7 PERCEPTRON ...........................................................................................................854.8 PERCEPTRONS MULTICAMADAS .......................................................................884.9 O ALGORITMO BACKPROPAGATION.................................................................90

4.9.1 A regra delta .......................................................................................................904.9.2 A regra delta generalizada.................................................................................944.9.3 A função sigmóide e o Backpropagation ..........................................................954.9.4 Implementação....................................................................................................96

4.10 EXTRAÇÃO DE REGRAS........................................................................................964.11 IMPORTÂNCIA RELATIVA DAS VARIÁVEIS DE ENTRADA ..........................994.12 UTILIZAÇÃO DAS REDES NEURAIS..................................................................102

4.12.1 Detecção de danos em estruturas de pontes ...................................................1024.12.2 Análise de vigas de concreto reforçadas com fibra de carbono ...................1034.12.3 Outros trabalhos...............................................................................................105

5 O ALGORITMO MCRN INTEGRADO.....................................................................1075.1 AMBIENTE DE DESENVOLVIMENTO ...............................................................1105.2 ESTRUTURA GERAL DO PROJETO ....................................................................1105.3 ESTRUTURA GLOBAL DE NAVEGAÇÃO .........................................................1125.4 MÓDULO MONTE CARLO ...................................................................................112

5.4.1 Simulação estatística ........................................................................................1175.5 MÓDULO ANÁLISE ESTRUTURAL ....................................................................122

5.5.1 Cálculo da Viga.................................................................................................1285.6 MÓDULO MANUTENÇÃO....................................................................................1305.7 MÓDULO REDE NEURAL.....................................................................................1335.8 MÓDULO CONFIABILIDADE...............................................................................1385.9 MODULARIZAÇÃO E FUTURAS IMPLEMENTAÇÕES ...................................142

5.9.1 Classe projeto....................................................................................................1425.9.2 Classe Distribuição ...........................................................................................1425.9.3 Lista de variáveis disponíveis ..........................................................................1435.9.4 Definindo o módulo intermediário utilizado..................................................1455.9.5 Conjunto de saída da Rede Neural .................................................................146

5.10 INSTALAÇÃO ..............................................................................................................146

6 ESTUDOS DE CASO ....................................................................................................1476.1 FLECHAS EM VIGAS.............................................................................................147

6.1.1 Cálculo de flechas segundo a NBR 6118.........................................................1476.1.2 Comportamento estatístico da variável aleatória Flecha..............................1536.1.3 Avaliação da confiabilidade da viga ...............................................................1566.1.4 Patologia e recuperação de estruturas............................................................163

6.2 PLANOS DE MANUTENÇÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO168

6.3 CONCLUSÕES.........................................................................................................178

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7 CONCLUSÕES..............................................................................................................1807.1 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS.......................................................181

8 OBRAS CITADAS.........................................................................................................183

9 OBRAS CONSULTADAS.............................................................................................187

10 APÊNDICES ...............................................................................................................19210.1 IMPLEMENTAÇÃO COMPLETA DO MÉTODO MONTE CARLOTRADICIONAL..................................................................................................................19310.2 PROBABILIDADE DE FALHA – VARIÁVEIS CORRELACIONADAS ............20310.3 O ALGORITMO BACKPROPAGATION...............................................................20610.4 UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE INTEGRADO MCRN ........................................211

10.4.1 Barra de navegação principal..........................................................................21110.5 MÓDULO MONTE CARLO ...................................................................................21410.6 MÓDULO ANÁLISE ESTRUTURAL ....................................................................22410.7 MÓDULO REDE NEURAL.....................................................................................23010.8 MÓDULO CONFIABILIDADE...............................................................................23510.9 MÓDULO DE MANUTENÇÃO..............................................................................238

11 ANEXOS .....................................................................................................................24111.1 RELACIONAMENTO NORMAL EQUIVALENTE – DER KIUREGHIAN ........24211.2 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS NA ENGENHARIA .................................................24511.3 PROBABILIDADE DE FALHA DE UM ELEMENTO DE TRELIÇA .................246

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Espaço das variáveis X1 e X2 ..............................................................................29

Figura 2.2 – Índice de confiabilidade de Cornell. ....................................................................30

Figura 2.3– índice de confiabilidade Hasofer and Lind ...........................................................32

Figura 3.1 – Área S a ser determinada pelo método de Monte Carlo tradicional. ...................41

Figura 3.2 - O teorema da transformação integral Fonte: SARAIVA, 1997, p. 26..................44

Figura 4.1 – Exemplo de um dos vários tipos de neurônios encontrados nos mamíferos........65

Figura 4.2 – Rede neural multicamada.....................................................................................67

Figura 4.3 – Modelo de um neurônio artificial.........................................................................70

Figura 4.4 – Região intersináptica de uma rede neural artificial..............................................77

Figura 4.5 – Representação geométrica do AND, OR e XOR. ................................................88

Figura 4.6 – Versão tridimensional do problema XOR............................................................89

Figura 4.7 – Estrutura estudada por PANDEY.......................................................................103

Figura 4.8 – Modelo de viga utilizada por IAN. ....................................................................104

Figura 5.1 – Estrutura global do software. .............................................................................111

Figura 5.2 – Detalhe simplificado da navegação do sistema..................................................112

Figura 5.3 – Diagrama de classes do módulo de Simulação Monte Carlo.............................113

Figura 5.4 – Fluxograma de entrada de dados – Módulo Monte Carlo..................................114

Figura 5.5 – Fluxograma de processamento – módulo Monte Carlo .....................................115

Figura 5.6 – Diagrama de classe do módulo estrutural (viga)................................................122

Figura 5.7 – Fluxograma de entrada de dados – Módulo Vigas.............................................123

Figura 5.8 – Fluxograma de processamento – Módulo Vigas................................................124

Figura 5.9 – Membro de viga prismática................................................................................128

Figura 5.10 – Matriz de rigidez de membro de viga prismática.............................................128

Figura 5.11 – Diagrama de classes do módulo de manutenção..............................................130

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Figura 5.12 – Fluxograma Entrada de Dados – Módulo Manutenção. ..................................131

Figura 5.13 – Fluxograma de processo – Módulo Manutenção. ............................................132

Figura 5.14 – Diagrama de classes do módulo de redes neurais. ...........................................134

Figura 5.15 – Fluxograma entrada de dados – Módulo Rede Neural.....................................135

Figura 5.16 – Fluxograma de processamento – Módulo Rede Neural ...................................136

Figura 5.17 – Diagrama de classes do módulo de confiabilidade ..........................................139

Figura 5.18 – Fluxograma Entrada de Dados – Módulo Confiabilidade. ..............................140

Figura 5.19 – Fluxograma de processo – Módulo Confiabilidade. ........................................140

Figura 6.1 – Considerações sobre fissura do concreto tracionado. ........................................148

Figura 6.2 – Viga isostática. ...................................................................................................156

Figura 6.3 - Discretização da viga ..........................................................................................160

Figura 6.4 – Fluxograma genérico para a diagnose de uma estrutura convencional..............166

Figura 6.5 – Viga com desplacamento do concreto. ..............................................................167

Figura 6.6 – Laje proposta para avaliação da probabilidade de falha. ...................................172

Figura 6.7 – Disposição das vigotas. ......................................................................................172

Figura 6.8 – Nós da laje discretizada......................................................................................174

Figura 6.9 – Membros da laje discretizada.............................................................................174

Figura 6.10 – Região afetada pela carbonatação. ...................................................................175

Figura 10.1 – Barra de Ferramentas principal. .......................................................................212

Figura 10.2 – Tela inicial........................................................................................................213

Figura 10.3 – Tela inicial - Módulo Monte Carlo. .................................................................214

Figura 10.4 – Informações gerais - Módulo Monte Carlo......................................................216

Figura 10.5 – Funções de falha - Módulo Monte Carlo. ........................................................217

Figura 10.6 – Edição de Função de falha – Módulo Monte Carlo. ........................................218

Figura 10.7 – Características estatísticas das variáveis – Módulo Monte Carlo. ...................219

Figura 10.8 – Características estatísticas das variáveis – Módulo Monte Carlo. ...................220

Figura 10.9 – Relacionamento entre variáveis – Módulo Monte Carlo. ................................221

Figura 10.10 – Variáveis simuladas – Módulo Monte Carlo. ................................................222

Figura 10.11 – Gráfico das variáveis simuladas – Módulo Monte Carlo...............................223

Figura 10.12 – Seleção do tipo de estrutura. ..........................................................................225

Figura 10.13 – Definição de membros – Módulo Análise Estrutural.....................................226

Figura 10.14 – Carregamento nos membros – Módulo Análise Estrutural. ...........................227

Figura 10.15 – Carregamento nos membros completo – Módulo Análise Estrutural. ...........228

Figura 10.16 – Carregamento nos nós – Módulo Análise Estrutural. ....................................229

Figura 10.17 – Solução da viga – Módulo Análise Estrutural. ..............................................230

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Figura 10.18 – Parâmetros do backpropagation – Módulo Rede Neural. ..............................232

Figura 10.19 – Conjunto de entrada – Módulo Rede Neural. ................................................233

Figura 10.20 – Conjunto de saída – Módulo Rede Neural. ....................................................234

Figura 10.21 – Saída do teste da rede – Módulo Rede Neural. ..............................................235

Figura 10.22 – Parâmetro para definição da confiabilidade da estrutura – MóduloConfiabilidade..................................................................................................................236

Figura 10.23 –Confiabilidade da estrutura. ............................................................................237

Figura 10.24 –Tela inicial – Módulo Manutenção. ................................................................239

Figura 10.25 – Final da execução – Módulo Manutenção. ....................................................240

Figura 11.1 – Treliça isostática analisada por SARAIVA, 1997, p. 87..................................246

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Resultados da Simulação .....................................................................................42

Tabela 3.2 – Distribuição Kolmogorov-Smirnov.....................................................................51

Tabela 3.3 – Vetores pseudo-aleatórios com distribuição normais ..........................................59

Tabela 3.4 - Vetores pseudo-aleatórios com distribuição exponencial ....................................59

Tabela 3.5 - Resultados simulação Monte Carlo tradicional....................................................62

Tabela 4.1 – determinação da importância de cada variável de entrada. ...............................100

Tabela 5.1 – Métodos para simulação de variáveis aleatórias................................................118

Tabela 5.2 – Obtenção dos parâmetros das distribuições.......................................................118

Tabela 5.3 – Funções de probabilidade acumulada................................................................120

Tabela 6.1 – Testes de aderência para a variável aleatória Flecha. ........................................154

Tabela 6.2 – Dados da viga. ...................................................................................................157

Tabela 6.3 – Dados da viga. ...................................................................................................157

Tabela 6.4 – Variáveis aleatórias............................................................................................159

Tabela 6.5 – Parâmetros da rede neural..................................................................................160

Tabela 6.6 – 40 primeiros valores do conjunto de treinamento..............................................161

Tabela 6.7 – Resultado do teste da rede neural treinada. .......................................................162

Tabela 6.8 – Resultado do teste da rede neural treinada. .......................................................164

Tabela 6.9 – Variáveis aleatórias............................................................................................167

Tabela 6.10 – Confiabilidade da viga danificada. ..................................................................167

Tabela 6.11 – Variáveis aleatórias..........................................................................................173

Tabela 6.12 – Variáveis aleatórias..........................................................................................175

Tabela 6.13 – parâmetros da rede neural................................................................................176

Tabela 6.14 – Resultado do teste da rede neural treinada. .....................................................177

Tabela 6.15 – Confiabilidade da laje carbonatada..................................................................178

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Tabela 10.1 – Resultados da simulação..................................................................................205

Tabela 10.2 – Descrição dos ícones da barra de navegação principal....................................212

Tabela 11.1 – Distribuições marginais ...................................................................................242

Tabela 11.2 – iX com distribuição normal e jX pertencente ao grupo 1. ...........................243

Tabela 11.3 – iX com distribuição normal e jX pertencente ao grupo 1. ...........................243

Tabela 11.4 – iX e jX pertencente ao grupo 1 e ( )ijFF ρ= ................................................243

Tabela 11.5 – iX pertence ao grupo 1, jX pertencente ao grupo 2 e ( )jijFF δρ ,= ............244

Tabela 11.6 – iX e jX pertencente ao grupo 2 e ( )iiijFF δδρ ,,= .......................................244

Tabela 11.7 – Características estatísticas das variáveis aleatórias mais utilizadas naengenharia. .......................................................................................................................245

Tabela 11.8 – Características das variáveis. SARAIVA, 1997, p. 88. ...................................246

Tabela 11.9 – Resultado comparativo. SARAIVA, 1997, p. 94.............................................247

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LISTA DE ROTINAS

Rotina 3.1 – Rotina de exemplo de simulação com Monte Carlo Tradicional.........................42

Rotina 3.2 – Gerador de números pseudo-aleatórios RAN1 ....................................................47

Rotina 3.3 – Geração da distribuição de densidade empírica...................................................51

Rotina 3.4 – Determinação do valor da distribuição de Kolmogorov-Smirnov.......................52

Rotina 3.5 – Teste aderência de um vetor com distribuição normal ........................................52

Rotina 3.6 – Teste de aderência da distribuição normal N(40,5) .............................................53

Rotina 3.7 – Método de Box-Muller ........................................................................................55

Rotina 3.8 – Método de Newton-Raphson para obtenção do valor da função inversa normal.58

Rotina 3.9 - Método de Newton-Raphson para obtenção do valor da função inversaexponencial. .......................................................................................................................58

Rotina 3.10 – Avaliação da função de falha.............................................................................61

Rotina 3.11 – Monte Carlo tradicional .....................................................................................61

Rotina 5.1 – Integração – Quadratura de Gauss. ....................................................................120

Rotina 5.2 – Implementação de Cholesky. .............................................................................121

Rotina 5.3 – Lista de variáveis simuladas pelo módulo Monte Carlo....................................144

Rotina 5.4 – Chamado formListaVariaveis para mostrar as variáveis simuladas por MonteCarlo.................................................................................................................................145

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 3.1– Aderência da distribuição gerada ........................................................................53

Gráfico 4.1 – Representação gráfica da função degrau unitário...............................................72

Gráfico 4.2 – Comportamento de função linear variando-se os valores de a...........................73

Gráfico 4.3 - Comportamento de função sigmóide variando-se os valores de �.....................75

Gráfico 4.4 – Comportamento gráfico da função gaussiana. ...................................................76

Gráfico 6.1 –aderência lognormal - viga 1 - 500....................................................................155

Gráfico 6.2 –aderência lognormal - viga 1 - 1000..................................................................155

Gráfico 6.3 –aderência lognormal - viga 1 - 2000..................................................................155

Gráfico 6.4 –aderência lognormal - viga 1 - 5000..................................................................155

Gráfico 6.5 –aderência lognormal - viga 2 - 500....................................................................155

Gráfico 6.6 –aderência lognormal - viga 2 - 1000..................................................................155

Gráfico 6.7 –aderência lognormal - viga 2 - 2000..................................................................156

Gráfico 6.8 –aderência lognormal - viga 2 - 5000..................................................................156

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LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SÍMBOLOS

( )xG Função que representa a superfície limite de falha da estrutura.

X Vetor das variáveis aleatórias no espaço físico.

fp Probabilidade de falha da estrutura.

A Evento aleatório.

( )xf , (.)φ Função de densidade de probabilidade.

( )xF , (.)Φ Função de distribuição acumulada.

)( ixh Distribuição de probabilidade conjunta.

( )xE Esperança matemática da variável X.

( )xV Variância da variável X.

M Margem de segurança de CORNELL.

β Índice de confiabilidade.

X Variável aleatória no seu espaço original.

Z Variável aleatória no espaço normal, reduzido e estatisticamenteindependente.

*Z Ponto de projeto – Menor distância da superfície de falha à origem.

( )yxf , Função de densidade conjunta das variáveis aleatória X e Y.

( )Xf x Função de probabilidade marginal da variável aleatória X.

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µ Média da amostra.

σ Desvio padrão da amostra.

ρ Coeficiente de correlação entre duas variáveis aleatórias.

Nρ Matriz dos coeficientes de correlação normalizados.

Γ Matriz triangular inferior, obtida da transformação de cholesky.

Z Vetor das variáveis independentes.

N Número de simulações.

S Área de uma figura plana.

( )AP Probabilidade de ocorrer o evento A.

( )UF 1− Inversa da função de distribuição acumulada da variável aleatória U.

20X Estatística do teste chi-quadrado.

ksα Nível de significância adotado para um teste de hipótese.

oH Hipótese inicial.

( )XFe Função de distribuição acumulada empírica.

D Maior diferença entre a distribuição acumulada e a distribuição acumuladaempírica de X.

αD Valor tabelado para a estatística da Kolmogorov-Smirnov.

( )σµ ,N Distribuição de probabilidade normal com média µ e desvio padrão σ .

δ Número limite de interações do método de Newton Raphson.

VR Vetor com valores aleatórios referentes à resistência da estrutura.

VS Vetor com valores aleatórios referentes ao esforço aplicado à estrutura.

k Neurônio artificial.

W Matriz de pesos sinápticos.

θ Valor do limiar de disparo do neurônio artificial.

o Sinal de saída de um neurônio artificial.

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( ).ϕ , ( ).g Função de ativação de um neurônio artificial.

E Erro quadrático médio do algoritmo backpropagation.

kv Somatório dos sinais de estimulação recebidos pelo neurônio k.

η Taxa de aprendizagem da rede neural.

α Constante de momento da regra delta generalizada.

RNA Rede neural artificial.

RV Redução de variância.

MCRN Algoritmo Monte Carlo com Rede Neural.

FDP Função de densidade de probabilidade.

FPA Função de distribuição acumulada.

BPN Algoritmo Backpropagation.

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RESUMO

A utilização dos conceitos de confiabilidade vem crescendo no mundo inteiro nas trêsúltimas décadas. Sua utilização tem ganhado força, principalmente, na elaboração de planosde manutenção preventiva em ambientes industriais. Na engenharia civil, diversos trabalhostêm sido divulgados demonstrando o enorme ganho que o engenheiro tem ao utilizar osconceitos de confiabilidade na identificação de problemas estruturais. Em 1997 José MuriloFerraz Saraiva, demonstrou que a utilização das redes neurais em conjunto com o métodoMonte Carlo, de simulação estatística, e um ambiente intermediário de análise estruturalfornece uma ferramenta poderosa, precisa e eficaz na determinação da confiabilidade deestruturas de concreto armado. Este método foi denominado de algoritmo MCRN. O objetivodesta dissertação é dar continuidade a este trabalho criando um ambiente integrado desoftware com o algoritmo, de forma a demonstrar que, além de agregar todas as suascaracterísticas já comprovadas, este ambiente pode trazer um ganho de produtividade enormeno trabalho de avaliação da confiabilidade de estruturas de concreto armado, auxiliando naelaboração de planos de manutenção destas estruturas.

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ABSTRACT

The utilization of reliability concepts has strongly grown all over the world in the lastthree decades. The implementation of industrial plants maintenance plans has being the mainfocus. On civil engineer the publishing of a great amount of researches has being shown thebenefits achieved by engineers who dedicates to the utilization of reliability concepts. By theyear of 1997, José Murilo Ferraz Saraiva demonstrated that neural networks, working togetherwith Monte Carlo simulation and a structural analysis software, could bring up a powerfultool to the analysis of reinforce concrete structures reliability. He called this method theMCRN algorithm. Based on José Murilo Ferraz Saraiva works, this dissertation implementsthe MCRN algorithm in an integrated software environment and claim to demonstrate that,besides the known advantages of the algorithm, an integrated software environment can easythe work to achieve the structure reliability and to implement structural maintenance plans.

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1 INTRODUÇÃO

A preocupação com o estudo e o desenvolvimento de técnicas para análise da

confiabilidade de estruturas aplicadas a Engenharia vem crescendo desde o começo da década

de setenta, mostrando que há um razoável interesse mundial nessa área. MADSEN, 1986,

analisa o histórico deste desenvolvimento e o divide em três fases distintas: O primeiro

período, compreendido entre os anos de 1920 e 1960; o segundo período, compreendido entre

os anos 1967 e 1974 e o terceiro período que vai até o ano de 1984.

O primeiro período, 1920-1960, foi caracterizado por estudos isolados e baseados

principalmente em uma análise determinística com a utilização de coeficientes de segurança.

Segundo MADSEN, estes coeficientes estavam sempre atrelados a fatores econômicos e eram

estabelecidos por meios de julgamentos de engenharia e não refletiam, necessariamente, as

necessidades dos processos da época.

O Segundo período, 1967-1974, caracterizou-se pelo crescimento do interesse

acadêmico na confiabilidade estrutural e pela aceitação da utilização de métodos estatísticos

na engenharia estrutural. Destaca-se neste período CORNELL1 apud MADSEN p. 4, com a

sugestão do método dos momentos.

A terceira fase, sugerida por MADSEN, foi marcada principalmente pelos estudos de

HASOFER e LIND2 apud SARAIVA, 1997, p. 16, at al, que permitiram a elaboração de

técnicas baseadas em superfícies de resposta como os métodos FORM E SORM.

1 CORNELL, C. A. A Probability-Based Structural Code. Journal of the American Concrete Institute.Vol. 66, No. 12, 1969, pp. 974-985.2 HASOFER, A.M. and N.C. LIND. – Exact and Invariant Second Moment Code Format. Journal of theEngineering Mechanics Division, ASCE, Vol. 100, 1974, pp. 111-121.

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A partir de então, o desenvolvimento do estudo da confiabilidade e segurança

estrutural levou à criação de poderosas ferramentas computacionais que, segundo SARAIVA,

1997, p.3, possibilitaram o cálculo de probabilidades de falha com precisão razoável e custo

computacional mínimo.

Muitos destes métodos mostraram-se problemáticos nos casos em que o estudo

considerava estruturas muito complexas com várias variáveis envolvidas na análise. A

pesquisa do ponto de projeto, necessário à elaboração do índice de confiabilidade da estrutura,

não convergia para um resultado satisfatório devido à complexa geometria das superfícies de

falha. Foi então que os métodos de simulação estatística, como o Método Monte Carlo,

ganharam força na avaliação da confiabilidade das estruturas. Diversas pesquisas levaram à

formulações de técnicas de simulação estatística de variáveis e deram um novo impulso ao

estudo da confiabilidade estrutural.

Os métodos de simulação exigem um esforço computacional grande para estruturas

complexas, além do fato de ser complicado o estabelecimento de uma equação que traduza de

forma coerente o estado de falha da estrutura. Outro problema que surge é a necessidade de

utilização de softwares de análise estrutural para cada conjunto de valores simulados. Estes

fatos, segundo PAPADRAKAKIS, 1996, p.146, foram decisivos para os poucos casos de

investigação de probabilidade de falha em grandes estruturas.

A partir do ano de 1996 dois trabalhos abriram um novo rumo na evolução das

técnicas de investigação do índice de confiabilidade de estruturas. No Brasil, SARAIVA e na

Grécia, PAPADRAKAKIS, propuseram a utilização de Redes Neurais no processo tirando

proveito dos algoritmos otimizados das Redes Neurais para a determinação das equações de

falha das estruturas, aumentando a eficiência e a confiabilidade do processo. Estes algoritmos

foram denominados de MCRN (Monte Carlo com Redes Neurais). O processo pode ser de

maneira simples, descrito da seguinte forma:

• Determinação das variáveis envolvidas no processo;

• Determinação dos parâmetros estatísticos de cada variável;

• Simulação das variáveis utilizando-se Monte Carlo;

• Para cada conjunto de variáveis simuladas, avaliar o comportamento da estrutura

com a utilização de um software de análise estrutural;

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• Alimentar o software de Redes Neurais com cada conjunto de entradas (valores

simulados) e saídas (resultado da análise estrutural) de forma a se treinar a rede e

obter a equação de falha correspondente;

• De posse da equação de falha, simular novos valores das variáveis de entrada e

testar a equação para obtenção do número de falhas (resultados menores ou iguais

à zero) e consequente determinação do índice de confiabilidade da estrutura.

Fica claro pela descrição anterior, que o processo ainda é bastante custoso além de

exigir que o Engenheiro trabalhe em três ambientes de software distintos: simulação Monte

Carlo; análise de estruturas e Redes Neurais. A transferência de informações entre cada

ambiente é bastante demorada devido ao seu volume, cerca de 50 a 100 simulações de cada

variável, o que continua sendo um ponto desestimulante para que a avaliação de

confiabilidade de estruturas torne-se uma constante na Engenharia Civil.

Esta dissertação objetiva demonstrar que o desenvolvimento de um software que

integre de maneira automática os três ambientes computacionais citados anteriormente,

reduzirá drasticamente o esforço necessário para análise da confiabilidade de estruturas. O

aplicativo será desenvolvido introduzindo um módulo básico de simulação Monte Carlo, um

módulo básico de análise estrutural e um módulo básico de Redes Neurais utilizando o

algoritmo Backpropagation. Uma vez desenvolvido o software, serão definidos alguns estudos

de casos a serem avaliados pela nova plataforma e comparados com estudos anteriores. A

metodologia utilizada na pesquisa segue os seguintes passos:

• Pesquisa bibliográfica para entendimento das técnicas de obtenção do índice de

confiabilidade de um sistema ou elemento de um sistema;

• Pesquisa bibliográfica para definição dos métodos de geração de variáveis pseudo-

aleatórias das distribuições estatísticas utilizadas na análise de confiabilidade de

estruturas, para o desenvolvimento do módulo de simulação Monte Carlo;

• Pesquisa bibliográfica para definição do módulo de análise estrutural a ser

desenvolvido;

• Pesquisa bibliográfica a respeito do algoritmo Backpropagation para o

desenvolvimento do módulo de Rede Neural;

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• Desenvolvimento dos três módulos citados anteriormente em um ambiente de

software integrado;

• Reprodução de estudos de confiabilidade de estruturas publicados para

determinação do grau de confiabilidade do produto desenvolvido;

• Conclusões e criticas a respeito do modelo proposto:

• Direcionamento para o aprofundamento de estudos futuros dentro da linha de

pesquisa utilizada.

Espera-se demonstrar o enorme ganho que o processo de análise de estruturas terá

caso os softwares de mercado venham a incorporar, de uma forma integrada, módulos de

avaliação de confiabilidade utilizando-se de técnicas de simulação e algoritmos neurais. O

caminho crítico para elaboração do projeto está no tempo exigido para definição,

desenvolvimento e estabilização de um software como o proposto. Para diminuir este risco,

optou-se pela utilização de algoritmos básicos, deixando o aprofundamento em cada

algoritmo para uma futura tese de doutorado. Baseado na metodologia proposta este trabalho

foi estruturado da seguinte forma

• CAPÍTULO 2 – Apresentação dos fundamentos teóricos da confiabilidade

estrutural.

• CAPÍTULO 3 – Discussão do embasamento teórico do método Monte Carlo para

simulação estatística de variáveis aleatórias. São apresentados vários algoritmos,

desenvolvidos em Mathcad, elaborados durante a fase de pesquisa, que foram a

base para a elaboração do ambiente integrado proposto.

• CAPÍTULO 4 – Discussão do embasamento teórico das redes neurais. É

apresentada uma vasta pesquisa em torno de pontos como: a lei de aprendizado do

Perceptron; o método do gradiente descendente; redes multicamadas e conceito de

retro propagação e backpropagation; montagem dos conjuntos de treinamento;

geração das matrizes de pesos sinápticos; extração de regras; funções de ativação e

uma visão da utilização atual das redes neurais nas pesquisa em engenharia civil.

• CAPÍTULO 5 – Detalhamento do desenvolvimento e das funcionalidades do

ambiente integrado proposto.

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• CAPÍTULO 6 – Estudo de caso.

• CAPÍTULO 7 - considerações finais e conclusões. Também são apresentadas

possíveis linhas para a continuidade da pesquisa.

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2 CONFIABILIDADE ESTRUTURAL

Durante sua vida útil, uma estrutura está sujeita a carregamentos, forças e

deslocamentos que podem levá-la de um estado seguro para um estado de limite de utilização

ou estado de falha. A qualidade dos materiais empregados, a sua utilização e várias outras

quantidades aleatórias, como a ação do homem, também são fatores que afetam as condições

de uma estrutura e podem lavá-la a falhar.

Algumas destas variáveis têm um comportamento dependente do tempo, como o efeito

do vento ou das ondas em uma estrutura e seu estudo deve ser modelado segundo processos

estocásticos.

De uma forma geral, todas as técnicas de análise de confiabilidade estrutural baseiam-

se na representação de cada estado limite da estrutura através de uma função de falha,

definida como ( )xG , que engloba todas as variáveis básicas envolvidas na análise,

representadas por um vetor aleatório:

[ ]nXXXX ,..., 21=

Assim:

),...,,()( 21 nXXXGXG = ( 2.1 )

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Dependendo da complexidade das variáveis iX a função ( )xG pode representar uma

relação linear, nos casos mais simples, ou uma relação não linear nos casos mais complexos.

De posse da função de falha e do comportamento estatístico de cada variável é possível

evoluir ( )xG , que poderá assumir as configurações mostradas na Figura 2.1.

Avaliando ( )xG em seu domínio de falha é possível estabelecer a probabilidade de

falha da estrutura como sendo:

)0)(( ≤= XGPpf ( 2.2 )

O complemento da probabilidade de falha, R = 1 - pf, é normalmente denominado de

confiabilidade da estrutura. Pode-se afirmar de forma simplificada, que uma estrutura é tanto

mais confiável, para certo estado limite, quanto menor for o valor de pf (SARAIVA, 1997, p.

7). Segundo MOHAMED3 apud SOARES, 2001, p. 17, a confiabilidade pode ser definida

como: a probabilidade de sobrevivência de um componente ou um sistema desde que

utilizado de acordo com as especificações de projeto.

No estado de falha a peça ultrapassa seu estado limite (deformações excessivas,

fissuras ou até mesmo colapso). O estado limite do componente é definido pelo engenheiro e,

normalmente, a probabilidade de falha situa-se entre 10 -3 e 10 –7.

Sendo a função de densidade de probabilidade conjunta das variáveis iX dada por:

),...,,( 21 nx xxxf

e como a equação ( 2.2 ) nos mostra que a probabilidade de falha é igual à probabilidade de

ocorrer o evento:

3 MOHAMED, A. RYFES. Theoretical Manual. Version 1.0. LaRAMA – Laboratoire de Recherches etApplications en Mécanique Avancée. Clermont Ferrant. France.

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0≤= ⎟⎠⎞⎜

⎝⎛ XGA

então ( 2.2 ) pode ser escrita como:

∫ ≤=

0)()(

XG xf dxxfp ( 2.3 )

Se as variáveis aleatórias iX forem todas independentes e com distribuição de

probabilidade ( )ixh o problema será de fácil solução pois distribuição de probabilidades

conjunta poderá ser escrita como:

)(*...*)(*)(),...,( 2121 nn xhxhxhxxxfX =

A grande dificuldade desta abordagem está nos casos em que as variáveis iX são

dependentes, já que nem sempre se conhece a distribuição de probabilidades conjunta, e nos

casos em que o número de variáveis aleatórias é muito grande, pois cria dificuldades do ponto

de vista analítico e numérico. Infelizmente estas duas suposições abrangem a maioria dos

casos práticos. Por outro lado, as informações a respeito das variáveis aleatórias permitem o

conhecimento de suas médias e variâncias, além da covariância entre pares de variáveis,

limitando a análise a funções do primeiro e segundo momentos.

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X1

X2

Domínio seguro G(X1, X2) > 0

Domínio de falha G(X1, X2) < 0

Superfície de falha G(X1, X2) = 0

Figura 2.1 - Espaço das variáveis X1 e X2

2.1 DEFINIÇÃO DO ÍNDICE DE CONFIABILIDADE

A definição do índice de confiabilidade foi sugerida inicialmente por CORNELL4

apud MADSEN, 1986, p. 45, baseado na teoria dos momentos em que os primeiros e

segundos momentos fornecem, respectivamente, a média ( )XE e a variância ( )XV .

Substituindo-se os parâmetros xi na função de falha pelas correspondentes variáveis

aleatórias iX obtêm-se a chamada margem de segurança M:

)( iXGM =

( )( )( )( )XGVXGE

4 CORNELL, C. A. A Probability-Based Structural Code. Journal of the American Concrete Institute.Vol. 66, No. 12, 1969, pp. 974-985.

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A interpretação geométrica deste índice mostra que ele é a distância medida do ponto

( )ME à superfície de falha.

β, V(G(X))

E(G(X))

0Domínio seguroDomínio de falha

x

Figura 2.2 – Índice de confiabilidade de Cornell.

Fonte: Madsen, 1986, p. 46

Novos estudos foram desenvolvidos, culminando com a definição do índice de

confiabilidade de HASOFER and LIND5 apud SARAIVA, 1997, p. 16, at al, que propuseram

uma transformação das variáveis originais X para um espaço formado por variáveis normais,

reduzidas e estatisticamente independentes Z . Neste contexto, a distância da superfície de

falha definida por ( ) 0.0=ZG à origem do espaço reduzido Z é, por si só, uma medida de

confiabilidade. O índice de confiabilidade β passa a ser encarado, então, como a menor destas

distâncias (Figura 2.3).

O ponto Z* é tradicionalmente conhecido como ponto de projeto (MADSEN, 1986, p.

52). Segue então:

*Z=β ( 2.4 )

A probabilidade de falha passa a ser definida como:

5 HASOFER, A.M. and N.C. LIND. – Exact and Invariant Second Moment Code Format. Journal of theEngineering Mechanics Division, ASCE, Vol. 100, 1974, pp. 111-121.

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)( β−Φ=fp ( 2.5 )

Esta definição permitiu o desenvolvimento de diversos métodos analíticos para

determinação do índice de confiabilidade de sistemas estruturais. O primeiro destes métodos é

o FORM, que se utiliza de um conjunto de transformações que visam levar todas as variáveis

básicas para o espaço normal, reduzido e estatisticamente independente. A pesquisa do ponto

de projeto é efetuada por um algoritmo de pesquisa operacional definido por HASOFER and

LIND e aprimorado por RACKWITZ and FIESSLER6 apud CASCIATI, 1991, p. 155,

conhecido por HRLF. O algoritmo pode ser resumido por:

[ ] TkKT

k

k ZgZgZZgZg

Z )()()()(

1 **2

)1( ∇⋅−⋅⋅∇⋅∇

=+ ( 2.6 )

No ponto VK :

( )*Zg∇ Gradiente da função de falha no espaço reduzido;

( )kZg Valor da função de falha no espaço reduzido.

Como o índice de confiabilidade β, equação ( 2.4 ) é definido no espaço das variáveis

normais reduzidas e estatisticamente independentes, torna-se necessário definir uma

transformação isoprobabilística que permita ao método trabalhar com variáveis dependentes e

não normais.

6 RACKWTZ, R. and FIESSLER, B. (1968), Structural Reliability under Combined RandomSequences, Computer & Structures, 9, 489-494.

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X1

X2

d

Superfície de falha G(X1, X2) = 0

0

Z*

Figura 2.3– índice de confiabilidade Hasofer and Lind

2.2 TRANSFORMAÇÕES ISOPROBABILISTICAS

Na prática, um problema de análise estrutural envolve variáveis aleatórias que podem

ser consideradas independentes ou não correlacionadas, cujas características estatísticas não

se alteram em presença de uma outra variável, ou variáveis aleatórias dependentes ou

correlacionadas, cujas características se alteram em presença de uma outra variável. Segundo

BUSSAB, 2004, p. 219, duas variáveis aleatórias X e Y, com densidade conjunta f(x,y) e

marginais fx(x) e fy(y), respectivamente, são independentes se:

)()(),( yfxfyxf yx ⋅=

Dependendo do tipo de problema que se está analisando algumas transformações

específicas devem ser utilizadas para transformação das variáveis aleatórias para o espaço

normal reduzido e estatisticamente independente.

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2.2.1 Redução de variáveis

Se X é uma variável aleatória independente e com distribuição normal N(µ,σ), a

variável aleatória definida pela equação ( 2.7 ) terá distribuição normal N(0,1):

σµ−

=XZ ( 2.7 )

2.2.2 Normais equivalentes

Para variáveis independentes, com distribuição de probabilidades não normal, uma

distribuição normal equivalente à distribuição original pode ser obtida igualando-se a

probabilidade acumulada e a densidade de probabilidade da distribuição original às

respectivas probabilidades acumulada e densidade de probabilidade da distribuição normal

equivalente. Assim no ponto de falha xi* (ANG,1984, p.350):

( )**

ixNx

Nxi xF

xi

i

i =⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −Φ

σµ

onde:

Nx

Nx ii

σµ , Média e desvio padrão da normal equivalente para Xi.

( )*ix xF

iProbabilidade acumulada original de X no ponto xi

*.

)(−Φ Probabilidade acumulada da normal padrão N(0,1).

Evoluindo a igualdade anterior, vem que:

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( )[ ]*1*ix

Nxi

Nx xFx

iii

−Φ⋅−= σµ ( 2.8 )

Da forma análoga, igualando-se as densidades de probabilidade e evoluindo a

igualdade tem-se:

( )[ ]{ }( )*

*1

ix

ixNx xf

xF

i

i

i

−Φ=

φσ ( 2.9 )

onde:

( )*ix xf

iDensidade de probabilidade original de X no ponto xi

*

( )−φ Densidade de probabilidade da normal padrão N(0,1)

2.2.3 Variáveis aleatórias correlacionadas

Para transformar variáveis aleatórias correlacionadas em variáveis aleatórias

independentes pode-se utilizar a transformação de Rosemblatt ou a transformação de Nataf.

Segundo MOHAMED, apud SOARES, 2001, p. 49, a transformação de Rosemblatt é a

melhor solução, porém ela exige o conhecimento da lei de distribuição conjunta das variáveis

aleatórias relacionadas, o que na maioria dos casos reais nem sempre é conhecida. Já a

transformada de Nataf utiliza-se apenas das médias, dos desvios padrões e da matriz de

correlação das variáveis. A transformada de Nataf foi detalhada por KIUREGHIAN, 1986,

p.85-104.

A transformação parte do princípio que as variáveis envolvidas são todas normais.

Assim, caso a análise do problema envolva variáveis não normais, a transformação

especificada pelas equações ( 2.8 ) e ( 2.9 ) deve inicialmente ser aplicada.

O segundo passo é definir uma matriz de correlação entre as variáveis envolvidas. Para

tanto, KIUREGHIAN definiu uma série de equações que permitem ajustar esta matriz de

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forma a expressar correlações normais equivalentes. O item 11.1 do anexo desta dissertação

contém os valores de F extraídos de KIUREGHIAN, 1986, p.90-95.

Cada relacionamento deve ser analisado independentemente de forma que :

jiN

ji F ,, ρρ ⋅= ( 2.10 )

O valor de F na equação ( 2.11 ) é obtido das equações citadas e é dependente da

distribuição das variáveis envolvidas na correlação. Para um vetor de variáveis aleatórias

X = [X1, X2, ... ,Xn]T a matriz de correlação final deve ser equivalente à:

⎥⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢⎢

=

1...............

...1

...1

21

212

121

,,

,,

,,

Nxx

Nxx

Nxx

Nxx

Nxx

Nxx

NX

nn

n

n

ρρ

ρρρρ

ρ ( 2.11 )

Definindo-se Γ como a matriz triangular inferior, obtida da transformação de Cholesky

a partir da matriz de correlação especificada em ( 2.11 ), o vetor Z das variáveis

independentes é obtido pela seguinte equação:

UZ ⋅Γ= ( 2.12 )

De forma que:

NX

T ρ=Γ⋅Γ

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2.3 MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA CONFIABILIDADE DE UMA ESTRUTURA

Como dito no item anteriormente, o primeiro método analítico desenvolvido para

obtenção do índice de confiabilidade de uma estrutura foi o método FORM.

O método se baseia em um algoritmo de pesquisa operacional para determinação do

ponto da superfície de falha mais próximo da origem. Baseado nas transformações definidas

no item 2.2, Transformações Isoprobabilísticas, o método FORM utiliza a seguinte relação

para redução do próximo ponto a ser avaliado para o espaço das variáveis normais reduzidas e

estatisticamente independentes:

[ ]mXZ −⋅⋅Γ= −− 11 σ ( 2.13 )

onde:

m Vetor com as médias originais das variáveis Xi.

σ Matriz diagonal com os desvios padrão das variáveis Xi.

⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢

=

σσ

σ

00

020001

Com o aprimoramento dos algoritmos e definições do método FORM novos métodos

foram sendo propostos, sempre visando aperfeiçoar a procura do ponto de projeto na

superfície de falha. O grande problema, comum a todos estes métodos analíticos, é que

quando a função de falha expressa uma relação complexa entre as variáveis aleatórias os

algoritmos nem sempre convergem para o valor desejado. Na busca de soluções alternativas

os métodos de simulação estatística, como o método Monte Carlo, começaram a ser utilizados

para a obtenção da probabilidade de falha.

O método Monte Carlo, que é detalhado no capítulo 3, exige um número de

simulações muito grande para convergir para o resultado esperado, o que torna sua execução

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bastante pesada em termos computacionais. Com o avanço das tecnologias de hardware e

software e com a utilização das chamadas técnicas de redução de variância, que reduzem

drasticamente o número de simulações necessárias para se obter a probabilidade de falha da

estrutura, este problema passa a ter uma importância menor. Porém, o método Monte Carlo

ainda não minimiza um problema sério comum a todos os métodos analíticos anteriores: A

determinação da função de falha.

A tarefa de se estabelecer corretamente a equação, ou equações, que traduzam o

comportamento de estruturas complexas é uma tarefa bastante minuciosa, complexa e nem

sempre correta. Vários autores (MADSEN, 1996, CASCIATI, 1991, ANG, 1984 et al.)

descrevem metodologias que visam avaliar todas as incertezas inerentes ao processo de

avaliação do caminho crítico de uma estrutura de forma a se conhecer o problema com maior

clareza. Nenhum destes métodos, porém, leva necessariamente a uma visão exata do

comportamento da estruturas num ambiente de falha.

Na tentativa de se obter uma alternativa para este problema, SARAIVA, Brasil 1997, e

PAPADRAKAKIS, Grécia, 1996, propuseram a utilização de algoritmos neurais para a

solução deste problema. Este algoritmo denominado MCRN será detalhado ao longo desta

dissertação.

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3 MÉTODO MONTE CARLO

Antes de se iniciar qualquer tipo de análise de um sistema é preciso conhecer seu

comportamento em detalhes. Esta não é uma tarefa trivial e dependendo do grau de

complexidade do mesmo pode se tornar um trabalho bastante complicado. Entretanto a

qualidade da concepção, avaliação ou customização de um sistema está diretamente ligada ao

conhecimento de como seus elementos interagem interna e externamente com o meio

ambiente.

Todo sistema é composto por diversos elementos que mantêm algum tipo de

relacionamento entre si e com o meio ambiente externo. O correto conhecimento a respeito

destes relacionamentos, permite definir em detalhes os estados aos quais o sistema está

sujeito, além de permitir definir como se dá a passagem de um estado para outro e quão

crítico é cada estado para o perfeito funcionamento do sistema.

A melhor forma de se entender um sistema é através da criação de um modelo

conceitual. Um modelo é a representação dos objetivos de um sistema de forma a se poder

prever o que acontecerá se determinadas ações forem tomadas. A modelagem de um sistema é

uma ferramenta poderosa para o correto entendimento do que realmente acontece com o

mesmo. Se um modelo não for capaz de fornecer um mínimo de entendimento do

funcionamento do sistema, ele não terá utilidade prática.

De acordo com BRATLEY, 1987, p. 2, para que um modelo seja útil é essencial que,

fornecidas as variáveis envolvidas na análise, seu comportamento e propriedades possam ser

determinados de uma forma prática: analiticamente, numericamente ou inserindo valores no

modelo e observando as respectivas respostas. Este último processo é denominado simulação.

Apesar de os processos de simulação serem ferramentas poderosas, não se deve

subestimar o custo requerido para aquisição de dados e para sua execução em um ambiente

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computacional para se produzir resultados apurados. Assim, os métodos de simulação foram

durante muitos anos considerados como ferramentas que só deveriam ser utilizadas no caso de

falha das demais opções. Os avanços tecnológicos, tanto na linha de software, hardware como

na elaboração de algoritmos otimizados, fizeram com que os métodos de simulação passassem

a desempenhar um papel importante na análise de comportamento dos sistemas.

Os processos de simulação têm sido exaustivamente utilizados no desenvolvimento de

jogos de computadores e na confecção de mecanismos como simuladores de vôo. Na área de

engenharia, os processos de simulação aparecem com frequência na análise do

comportamento estrutural dos sistemas. Simulações de ações como carregamentos, ações de

ventos, de marés e de deslocamentos permitem uma avaliação detalhada das estruturas

submetidas a diversos tipos de solicitações.

Um dos fatores da credibilidade científica dos métodos de simulação é a capacidade de

se poder reproduzir e replicar um experimento. Por reprodução entende-se a repetição do

experimento anterior de forma a se obter exatamente a mesma saída. Por replicação entende-

se a capacidade de, baseado em um experimento anterior, permitir ao investigador alterar

determinados parâmetros do experimento para avaliar as conseqüências no sistema como um

todo.

Por outro lado, a precisão dos métodos de simulação depende diretamente da

estimação dos parâmetros estatísticos das variáveis aleatórias em questão. Um método de

simulação fornece estimativas estatísticas do comportamento do sistema e não uma avaliação

exata do seu comportamento. Desta forma, estes métodos, como qualquer método estatístico,

devem ser encarados como ferramentas de auxílio para a tomada de decisão.

O intuito deste capítulo é detalhar a concepção, o desenvolvimento e a utilização do

método de simulação Monte Carlo. Segundo SUBIA, 1991, p. 5, o método Monte Carlo é

uma técnica de simulação para a solução de um modelo, na qual se usam números pseudo-

aleatórios independentes e uniformemente distribuídos no intervalo [0,1].

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3.1 HISTÓRICO

No ano de 1945, durante a segunda guerra mundial, um grupo de cientistas da

Universidade da Pensilvania, Filadelfia, encontrava-se na fase final do desenvolvimento do

primeiro computador eletrônico, o ENIAC. Havia um enorme interesse em sua utilização para

estudo do desenvolvimento de modelos de reações termonucleares. Grandes nomes estavam

envolvidos no processo, entre eles, John Von Neumann. Os primeiros resultados dos testes

realizados com o ENIAC foram divulgados na primavera de 1946, em Los Alamos, e o seu

sucesso despertou interesse de Stam Ulam um exímio matemático que estava trabalhando em

Los Alamos. Além de um excelente matemático, Stam era um admirador de jogos e vinha

trabalhando em pesquisas para desenvolvimento de jogos em duas dimensões. Sua teoria era

de que os métodos estatísticos de amostragem randômica haviam caído em desuso devido ao

alto grau de complexidade exigido, o que inviabilizava sua utilização manual. Porém, com o

advento do ENIAC, Stam estava convencido de que as técnicas de análise estatística deveriam

ser ressuscitadas..

As idéias de Stam despertaram um enorme interesse em Von Newmann que

vislumbrou a definição de um modelo estatístico que auxiliasse na solução dos problemas de

suas pesquisas com reações termonucleares. O interesse de Von Newmann foi decisivo para

que o método fosse utilizado nas pesquisas de Los Alamos. METROPOLIS, 1987, p.127,

assume a autoria do nome Monte Carlo. Segundo ele a idéia surgiu das aventuras de um tio de

Stam Ulam, um assíduo frequentador de cassinos, que estava envolvido em uma campanha

para pedir dinheiro emprestado a parentes, com o objetivo de jogar nos famosos cassinos de

Monte Carlo. O método tem sido utilizado desde então em várias pesquisas de física e

engenharia para simulação de variáveis aleatórias, permitindo ao pesquisador gerar, a partir

do conhecimento das distribuições de probabilidade das variáveis aleatórias envolvidas na

análise, amostras com tamanho suficiente para o embasamento científico do seu estudo.

Apesar de simples implementação, o método apresenta o inconveniente de ser bastante

pesado em termos computacionais. Para que seja possível convergir para os parâmetros

desejados, o número de simulações deve ser bastante alto. Em termos de confiabilidade

estrutural adota-se, como padrão, que o número de simulações deve ser no mínimo o inverso

da probabilidade de falha pf.

Assim para uma probabilidade da falha da ordem de 10-6 seriam necessárias 1.000.000

de simulações. Com o rápido crescimento das tecnologias de hardware e software e com a

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utilização de técnicas de redução de variância, que reduzem drasticamente o número de

simulações necessárias para se atingir a precisão desejada, este inconveniente foi minimizado

e o método Monte Carlo vem sendo exaustivamente utilizado em pesquisas científicas no

estudo da teoria das filas, qualidade e confiabilidade de estruturas, astrofísica, física nuclear e

várias outras pesquisas nas áreas de medicina, economia, agricultura etc. Um exemplo

adaptado de SOBOL, 1994, p.9, demonstra de maneira bem simples o método de Monte

Carlo. Supondo que se queira calcular a área de uma figura plana S.

O exemplo mostra por questões de simplicidade uma figura quadrada, mas esta pode

ser completamente arbitrária desde que descreva uma região fechada. Supondo que a figura

possa ser completamente inserida em uma região quadrada de lados unitários como na Figura

3.1, escolhem-se aleatoriamente N pontos entre 0 e 1 e designa-se por Ns o número de pontos

que caem dentro da área S. Definindo-se o evento

{ }SáreadadentrocaipontooA = , tem-se que NS/N, frequência relativo do evento A,

irá convergir para ( )AP , probabilidade de ocorrer o evento A, ao se tomar N suficientemente

grande. Geometricamente falando, NS/N converge para a área S procurada.

Y

X0

1

1

0.2

0.2

0.8

0.8

S

Figura 3.1 – Área S a ser determinada pelo método de Monte Carlo tradicional.

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fpN 1

=( 3.1 )

mc nSimulacoes( ) x runif nSimulacoes 0, 1,( )←

y runif nSimulacoes 0, 1,( )←

acerto 0←

acerto acerto if xi 0.2≥ xi 0.8≤∧( ) yi 0.2≥ yi 0.8≤∧( )∧ 1, 0,⎡⎣ ⎤⎦+←

i 0 nSimulacoes 1−..∈for

acertonSimulacoes

return

:=

Rotina 3.1 – Rotina de exemplo de simulação com Monte Carlo Tradicional

A Tabela 3.1 mostra os resultados obtidos variando-se o número de simulações. A área

do quadrado, 0.36 unidades de área, foi atingida após 100000 simulações. Esta aplicação é

obviamente bastante simples, porém existem outros métodos mais indicados para obtenção da

área de figuras planas. No entanto o método Monte Carlo é bastante utilizado quando se trata

de calcular o volume de um corpo no espaço multidimensional. Este exemplo pode também

ser ampliado para a solução de integrais de área ou de volume.

Tabela 3.1 – Resultados da Simulação

Número de simulações Resultado em unidades de área

10 0.3

100 0.33

1000 0.356

10000 0.356

100000 0.36

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3.2 MÉTODO MONTE CARLO TRADICIONAL

O método Monte Carlo pode ser explicado pelo teorema da transformação integral

(BUSSAB, 2004, p. 237).

“Seja X uma variável aleatória com função densidade f(x) e função dedistribuição acumulada F(x). Sendo U uma outra variável aleatória definidapor U = F(x), então U tem distribuição uniforme no intervalo [0,1].”

Como F é uma função de distribuição acumulada de uma variável contínua, ela é

estritamente crescente e, portanto, se U = F(x), então:

( )uFX 1−= ( 3.2 )

Supondo que u é um valor obtido de uma distribuição uniforme padrão, com

distribuição de probabilidade entre 0 e 1, então:

( ) uuFU =

Logo, a probabilidade acumulada de U ≤ u é igual a u. Assim, se u é um valor de U, o

correspondente valor da variável X obtida da equação ( 3.2 ) terá probabilidade acumulada:

( ) ( )[ ] ( )[ ] ( )[ ] ( )xFxFFxFUPxUFPxXP XXUXX ==≤=≤=≤ −1

O que significa que se (u1, u2, ..., un) é uma série de valores de U, a série de valores

correspondentes obtidas da equação ( 3.2 ) terá a distribuição acumulada FX(x).

Dois pontos devem ser colocados como de fundamental importância para a simulação

de variáveis pseuso-aleatórias com o método Monte Carlo: a geração de variáveis

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uniformemente distribuídas no intervalo [0,1] e a obtenção da inversa da função de

probabilidade acumulada (FPA).

Segundo SARAIVA, 1997, p. 26, a tarefa de se gerar números aleatórios com

distribuição uniforme no intervalo [0,1] não é elementar e deve ser feita de forma criteriosa.

Os algoritmos utilizados devem garantir a não correlação entre os valores gerados.

Outro ponto a ser considerado é período de repetição destes valores. Quanto maior for

o período para início da repetição dos valores, maior a garantia de que estes possam ser

considerados como pseudo-aleatórios e assim, utilizados em análises estatísticas sem

comprometimento do modelo matemático.

Para as distribuições onde não seja possível obter a inversa da FPA dever-se-á lançar

mão de métodos alternativos para geração de valores com a respectiva distribuição ou utilizar

algoritmos numéricos para obtenção da respectiva função inversa.

Y

X0

1

ui

Xi = valor gerado

Figura 3.2 - O teorema da transformação integralFonte: SARAIVA, 1997, p. 26

3.3 GERAÇÃO DE NÚMEROS PSEUDO-ALEATÓRIOS

É fato que todos os algoritmos computacionais de geração de vetores com distribuição

uniforme em algum momento geram valores duplicados, o que os torna algoritmos

determinísticos e os valores por eles gerados não podem ser chamados de valores aleatórios.

Por isso o termo pseudo-aleatório deve ser utilizado ao se referir a estes valores. O que define

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se estes valores pseudo-aleatórios podem ser utilizados em um experimento estatístico sem

comprometimento do modelo matemático é o tamanho do período de repetição e a condição

necessária de não correlação entre os valores gerados.

KNUT7, 1969, apud ANG, 1984, pg. 281, demonstrou que para grandes períodos de

repetição os valores gerados tendem a se comportar como valores uniformemente distribuídos

e estatisticamente independentes.

O gerador de números pseudo-aleatórios mais comum é o gerador congruencial que

pode ser definido como:

( ) ( ) nimcXaX ii ,...,1,mod1 =⋅+⋅=+( 3.3 )

Nesta equação m é denominado módulo e a e c de multiplicador e incremento,

respectivamente, e devem ser inteiros positivos.

Definindo ik como:

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +⋅

=m

cxaIntk i

i

então o correspondente resíduo do módulo m será:

iii kmcxaX ⋅−+⋅=+1( 3.4 )

Normalizando-se os valores obtidos de ( 3.4 ) pelo módulo m obtém-se:

7 KNUT, D.E., The Art of Computer Programming: Seminumerical Algorithms, Vol. 2, Addison-Wesley,Massachusetts, 1969.

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mx

u ii

11

++ = ( 3.5 )

Este gerador fornece um vetor de números pseudo-aleatórios entre 0 e 1 com

distribuição de probabilidade uniforme (ANG, 1984, p. 280). Neste algoritmo, m define o

tamanho de período de repetição. Assim, nas aplicações práticas m deve assumir valores

grandes. GREENBERGER8, 1961, apud ANG, 1984, p. 280, demonstrou que o

relacionamento entre os valores gerados por este algoritmo tende a 0 quando m tende a

infinito. RUBINSTEIN, 1981, p. 23, define como ótimos os seguintes valores: m = 235; a =

27 + 1 e c = 1.

SUBIA, 1991, capítulo 2, estudou 4 modelos de geradores de números pseudo-

aleatórios. Dois baseados no algoritmo congruencial e dois baseados em algoritmos

subtrativos. Para o estudo comparativo foram gerados vários vetores com distribuição

Normal, Lognormal e exponencial. A conclusão de seu trabalho mostra que o algoritmo

intitulado RAN1, apresentou os melhores resultados.

Nesta dissertação serão utilizados o gerador congruencial padrão e o gerador RAN1

proposto por SUBIA, cujo desenvolvimento em Mathcad encontra-se na Rotina 3.2.

Inicialmente a rotina inicializa três geradores congruenciais e procede ao

preenchimento do vetor R, com números aleatórios procedentes dos geradores congruenciais

um e dois. O terceiro gerador fornece um valor aleatório que definirá a posição, no vetor R, de

cada valor gerado.

Uma vez apurado o número pseudo-aleatório, a posição deste no vetor R será

novamente preenchida por um novo valor fornecido pelos geradores congruenciais um e dois.

A rotina original devolvia apenas um único valor, apurado do vetor R. Subsequentes

chamadas forneciam os demais valores alterando sua posição no vetor R conforme

especificado anteriormente. A rotina foi alterada para, em uma só chamada, devolver um

vetor com o número de valores estipulados pelo parâmetro numAleat.

8 GREENBERGER, M., An A Priory Determination of Serial Correlation in Computer GeneratedRandom Numbers, Mathematics of computation, 15, 1961, pp. 383-389.

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M1 259200:= M2 134456:= M3 243000:=

IA1 7141:= IA2 8121:= IA3 4561:=

IC1 54773:= IC2 28411:= IC3 51349:=

RM11

M1← RM2

1M2

pseudoAleat numAleat seed,( ) IX1 mod IC 1 seed− M 1,( )←

IX1 mod IA 1 IX1⋅ IC 1+ M 1,( )←

IX2 mod IX1 M 2,( )←

IX3 mod IX1 M 3,( )←

IX1 mod IA 1 IX1⋅ IC 1+ M 1,( )←

IX2 mod IA 2 IX2⋅ IC 2+ M 2,( )←

Rj IX1 IX2 RM 2⋅+( ) RM 1⋅←

j 0 96..∈for

IX1 mod IA 1 IX1⋅ IC 1+ M 1,( )←

IX2 mod IA 2 IX2⋅ IC 2+ M 2,( )←

IX3 mod IA 3 IX3⋅ IC 3+ M 3,( )←

j trunc96 IX3⋅( )

M 3

⎡⎢⎢⎣

⎤⎥⎥⎦

pRani Rj←

Rj IX1 IX2 RM 2⋅+( ) RM 1⋅←

i 0 numAleat 1−..∈for

pRanreturn

:=

Rotina 3.2 – Gerador de números pseudo-aleatórios RAN1

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O segundo parâmetro, seed, controla como se dará toda a geração dos números

pseudo-aleatórios. Chamadas alternadas com o mesmo valor de seed garantem a geração de

vetores idênticos. Isto é muito útil na pesquisa científica, pois permite ao pesquisador repetir

com exatidão um experimento anterior.

Para validar se um determinado vetor com números pseudo-aleatórios representa uma

determinada distribuição de probabilidades deve-se aplicar um teste de aderência. Existem na

literatura, basicamente, dois testes: chi-quadrado e Kolmogorov-Smirnov.

É de suma importância que toda geração de valores pseudo-aleatórios seja seguida da

verificação da aderência à curva de probabilidade da distribuição desejada. Caso o teste falhe

para o nível de significância adotado, a amostra deverá ser rejeitada e um novo conjunto de

valores deverá ser gerado.

3.4 TESTES DE ADERÊNCIA

Na teoria estatística, um teste de aderência tem como objetivo principal resolver o

problema de testar a hipótese, com um nível de significância arbitrado, de que uma variável

aleatória tenha certa distribuição de probabilidades específica.

Destacam-se dois testes clássicos de aderência: o teste chi-quadrado e o teste

Kolmogorov-Smirnov.

3.4.1 Teste chi-quadrado

O teste chi-quadrado baseia-se na divisão variável aleatória X em intervalos de classe

e aplicação o teste de hipótese:

00 : PPH = ( 3.6 )

Sendo k o número de intervalo de classes, Oi a frequência observada no i-ésimo

intervalo de classe e Ei a frequência esperada no i-ésimo intervalo de classe, então a

estatística sugerida por Karl Pearson para testar a hipótese foi:

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( )∑=

−=

k

i i

ii

EEOX

1

220

É importante compreender que 20X é uma função dos valores observados 01, 02, ..., 0k

e, portanto, é uma variável aleatória. A distribuição verdadeira de 20X é bastante complicada.

No entanto, pode ser demonstrado que se a população seguir a distribuição utilizada na

estatística, 20X terá,aproximadamente uma distribuição qui-quadrada com k-p-1 graus de

liberdade, onde p é o número de parâmetros da distribuição utilizada na hipótese. Rejeita-se a

hipótese de que a distribuição da população é a distribuição utilizada na hipótese se o valor

calculado de estatística de teste for fCX ,120 α−> , sendo fC ,1 α− o valor da distribuição chi-

quadrado na probabilidade acumulada ( )α−1 e α o nível de significância adotado .

Este teste é bastante utilizado para variáveis aleatórias discretas. No caso de variáveis

contínuas o resultado poderá variar muito em função do número de intervalos utilizados e do

tamanho de cada intervalo. Por isso, para testar variáveis contínuas, o teste Kolmogorov-

Smirnov tem sido mais indicado.

3.4.2 Teste de Kolmogorov-Smirnov

Sendo x1,x2,...,xn valores observados de uma população p da variável aleatória X, com

distribuição acumulada F(x), deseja-se estimar se a amostra observada veio de uma

distribuição de probabilidade específica. O teste de hipótese será:

( ) ( )xFxFH 00 : = para todo x. ( 3.7 )

( )XF0 é a distribuição acumulada teórica, isto é, para qualquer valor de X o valor de

( )XF0 fornecerá a probabilidade de a variável aleatória assumir valores iguais a, ou menores

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que X. Inserindo a distribuição acumulada empírica eF , o teste estatístico de Kolmogorov-

Smirnov é definido por:

( ) ( )ieinixFxFD −=

≤≤1max ( 3.8 )

A função de distribuição acumulada empírica é definida como:

0 1xx ≤

ni

1+≤≤ ii xxx ( 3.9 )( ) =xFe

1 nxx ≥

Pela hipótese de nulidade, de que a amostra tenha sido extraída de distribuição teórica

especificada, espera-se que para cada valor de X, ( )xFe esteja suficientemente próximo de

( )xF0 . Isto é, espera-se que as diferenças entre ( )xFe e ( )xF0 sejam pequenas. A máxima

diferença obtida de ( 3.8 ) será considerada como a medida de discrepância entre o modelo e

os dados obtidos. Este valor deverá ser comparado com os valores da Tabela 3.2, fixado um

nível de significância para o teste. Se D for maior que o valor tabelado αD a hipótese 0H será

rejeitada. O teste de Kolmogorov-Smirnov aplica-se somente às distribuições contínuas.

Outros métodos podem ser encontrados na literatura como o teste de Cramer-von Mises,

descrito por RUBINSTEIN, 1981, p. 30. Porém é também consenso na literatura que o

método de Kolmogorov-Smirnov é o mais adequado às distribuições contínuas apesar do

maior esforço computacional requerido quando comparado com o teste chi-quadrado.

O desenvolvimento do teste Kolmogorov-Smirnov, com a verificação da aderência

para um vetor gerado com distribuição normal N(40,5), está demonstrado da Rotina 3.3 à

Rotina 3.6. Inicialmente a função de densidade empírica do vetor normal gerado é calculada

segundo a equação ( 3.9 ). Em seguida, utilizando-se a equação ( 3.8 ), a máxima diferença

entre a função de densidade empírica e a função de probabilidade acumulada da distribuição é

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obtida. Baseado neste valor, a aderência para o nível de significância desejado é verificada. A

matriz TABks, Rotina 3.4, foi criada a partir da Tabela 3.2.

Tabela 3.2 – Distribuição Kolmogorov-Smirnov

Fonte: BUSSAB, 2004, p. 507

p p pn 0,05 0,02 0,01 n 0,05 0,02 0,01 n 0,05 0,02 0,011 975 990 995 21 287 321 344 41 208 232 2492 842 900 929 22 281 314 337 42 205 229 2463 708 785 829 23 275 307 330 43 203 227 2434 624 689 734 24 269 301 323 44 201 224 2415 563 627 669 25 264 295 317 45 198 222 2386 519 577 617 26 259 290 311 46 196 219 2357 483 538 576 27 254 284 305 47 194 217 2338 454 507 542 28 250 279 300 48 192 215 2319 430 480 513 29 246 275 295 49 190 213 22810 409 457 489 30 242 270 290 50 188 211 22611 391 437 468 31 238 266 28512 375 419 449 32 234 262 28113 361 404 432 33 231 258 277

50>n

358,1n

517,1n

628,1

14 349 390 418 34 227 254 27315 338 377 404 35 224 251 269 Expressão geral para n > 50

16 327 366 392 36 221 247 26517 318 355 381 37 218 244 26218 309 346 371 38 215 241 25819 301 337 361 39 213 238 25520 294 329 352 40 210 235 252

nD

pe

−≅

2log 2

O Gráfico 3.1 mostra como se comportam a distribuição acumulada e a densidade

empírica para o teste.

densidadeEmpirica vetor( )

vDEii 1+

rows vetor( )←

i 0 rows vetor( ) 1−..∈for

vDEreturn

:=

Rotina 3.3 – Geração da distribuição de densidade empírica

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KolmogorovSmirnov n α,( )

l ks if mod n 5,( ) 0> truncn5

⎛⎜⎝

⎞⎠

, truncn5

⎛⎜⎝

⎞⎠

1−,⎛⎜⎝

⎞⎠

c ks if mod n 5,( ) 0> 3 mod n 5,( ) 1−( )⋅ α+, 3 5 1−( )⋅ α+,[ ]←

KS

TAB ksl ks c ks,

1000←

n 50≤if

num 1.358 α αKS 05if

1.517 α αKS 02if

1.628 α αKS 01if

KSnum

n⎛⎜⎝

⎞⎠

otherwise

KSreturn

:=

Rotina 3.4 – Determinação do valor da distribuição de Kolmogorov-Smirnov

AderenciaNormal vetorNormal αKS, µ, σ,( ) vetor s sort vetorNormal( )←

de densidadeEmpirica vetor s( )←

Dtempi pnorm vetor siµ, σ,⎛

⎝⎞⎠

dei−←

i 0 rows vetor s( ) 1−..∈for

D max Dtemp( )←

KS KolmogorovSmirnov rows vetor s( ) αKS,( )←

RC 1 D KS<if

1−( ) otherwise

RCreturn

:=

Rotina 3.5 – Teste aderência de um vetor com distribuição normal

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53

αKS05 0:= αKS02 1:= αKS01 2:=

µ 40:=

σ 5:=

nSimulacoes 2000:=

vetorNormal rnorm nSimulacoes 40, 5,( ):=

AderenciaNormal vetorNormal αKS05, µ, σ,( ) 1=

D > Dα Hipótese H0 aceita. A distribuição é normal

Rotina 3.6 – Teste de aderência da distribuição normal N(40,5)

140 160 180 200 220 240 260 2800

0.05

0.1

0.15

0.2

0.250.214

5.901 10 4−×

dei

pnorm vetor siµ, σ,⎛

⎝⎞⎠

264.382154.037 vetor si

Gráfico 3.1– Aderência da distribuição gerada

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54

3.5 A FUNÇÃO INVERSA

De acordo com a equação ( 3.2 ), a simulação de um vetor pseudo-aleatório com

distribuição de probabilidade definida se dá pela função inversa de sua função de

probabilidade acumulada. Segundo DEVROYE, 1986, p. 30:

“O método da função inversa é o único método universal: se tudo o quepodemos fazer é computar F(x) para todo x, e temos tempo suficiente aonosso alcance, então podemos gerar variáveis randômicas com função dedistribuição F [...]”

Nem sempre é possível obter-se, analiticamente, a função inversa de uma dada função

( )xF . Nestes casos, as únicas alternativas são: utilizar outros métodos numéricos para

geração do vetor pseudo-aleatório ou desenvolver um método numérico para aproximar o

valor da função inversa desejada. Um caso clássico de função cuja inversa não é obtida

analiticamente é o da função FDA da distribuição normal:

( )

∫∞

∞−

−−

⋅⋅⋅

= 2

2

2

21 σ

µ

πσ

x

normal eFDA ( 3.10 )

Existem na literatura citações a respeito de funções inversas aproximadas, mas o

método mais aceito é o proposto por BOX e MULLER9 apud ANG, 1984, p. 285-285 at al. Se

u1 e u2 são um par de números pseudo-aleatórios com distribuição uniforme e estatisticamente

independentes então um par de números pseudo-aleatórios com distribuição normal N(µ,σ)

pode ser gerado por:

211 2cosln2 uux ⋅⋅⋅⋅−⋅+= πσµ ( 3.11 )

9 BOX,G.E.P., and MULLER,M.E., “a Note on generating of Random Normal Deviates,” Annals ofMath. Stat,. 29, 1958, pp.610-611.

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212 2senln2 uux ⋅⋅⋅⋅−⋅+= πσµ ( 3.12 )

A Rotina 3.7 mostra a o desenvolvimento do método Box-Muller no Mathcad. A

rotina recebe os parâmetros da distribuição normal e dois vetores com distribuições uniformes

U(0,1) e devolve um par de vetores com distribuição normal N(µ,σ).

Existem na literatura diversas tabelas com as funções inversas das distribuições mais

comuns além da descrição de outros métodos para geração de números pseudo-aleatórios,

como o método da composição, o método da função de variáveis randômicas etc (ANG, 1984;

BRATLEY 1986; DEVROYE, 1986; RUBINSTEIN, 1981 et al.).

BoxMuller µ σ, u1, u2,( )x1i µ σ 2− ln u1i( )⋅⋅ cos 2 π⋅ u2i⋅( )⋅+←

x2i µ σ 2− ln u1i( )⋅⋅ sin 2 π⋅ u2i⋅( )⋅+←

i 0 rows u1( ) 1−..∈for

x1 x2( )

:=

Rotina 3.7 – Método de Box-Muller

Caso não seja possível obter soluções alternativas um método numérico deve ser

utilizado.

O cuidado que se deve ter com um método numérico para geração de funções inversas

de distribuições contínuas é em relação ao ponto de parada, já que estas distribuições são

definidas em intervalos infinitos. Desta forma, os algoritmos apresentam valores inexatos e o

erro a ser assumido deve ser cuidadosamente estudado.

DEVROYE, 1986, p. 27-34, sugere três diferentes métodos numéricos para obtenção

da função inversa: o método da bisseção; o método da secante e o método de Newton-

Raphson.

Os métodos da bisseção e da secante necessitam de que seja estabelecido um intervalo

[a,b] que contenha a solução. Sendo possível expressar este intervalo, o método da bisseção

sempre convergirá para o resultado correto. O problema está na análise para geração destes

intervalos que nem sempre é uma tarefa fácil.

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Caso a função de distribuição de densidade ( )xf seja conhecida, o método de Newton-

Raphson poderá ser utilizado. O método baseia-se apenas no conhecimento da média µ e do

desvio padrão σ da amostra. DEVROYE sugere que se tome o valor zero como valor inicial

de pesquisa para o método de Newton-Raphson.

Os testes realizados mostraram, porém, que para amostras com média alta, o valor da

função de densidade no ponto zero é muito pequeno e, em função da quantidade de dígitos

significativos utilizados pelos computadores, este valor poderá vir a ser considerado 0, o que

leva o método a falhar.

A Rotina 3.8 demonstra a proposta de DEVROYE para o método de Newton-Raphson.

As funções pnorm e qnorm do Mathcad devolvem a probabilidade acumulada e a função

densidade, respectivamente, da distribuição normal N(µ,σ).

Além da média µ e do desvio padrão σ, a rotina recebe como parâmetros um vetor u

com números uniformemente distribuídos no intervalo [0,1], um limite para a parada do

método, caso não haja convergência e um parâmetro δ que sugere o erro máximo a ser

considerado para a obtenção do valor procurado.

Quando a diferença entre o valor anterior x e o valor atual xnext for menor que δ, o

método assume que o valor obtido convergiu para o valor esperado.

A matriz de saída contém o vetor com os valores da função inversa e o número de

simulações necessárias à convergência.

A Tabela 3.3 mostra a comparação entre os resultados obtidos gerando-se os vetores

pseudo-aleatórios com distribuição de probabilidade normal e parâmetros µ = 40 e σ = 5,

com a função qnorm do Mathcad, com o método de Newton-Raphson e com a rotina de Box-

Muller.

A Tabela 3.4 mostra a comparação entre os resultados obtidos gerando-se os vetores

pseudo-aleatórios com distribuição de probabilidade exponencial e parâmetro λ = 0.002, com

a função qexp do Mathcad, com o método de Newton-Raphson e com a rotina para geração de

vetores com distribuição exponencial baseada na sua função inversa:

( )xcialinvExponen −⋅−= 1ln1λ

( 3.13 )

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São mostrados apenas os 16 primeiros números de uma série de 1000 simulados para

cada caso.

A avaliação dos resultados obtidos para a distribuição normal mostra que os valores

gerados com a rotina de Newton-Raphson coincidem com os valores gerados pela função

qnorm do Mathcad. Além disso, o número médio de interações necessárias à geração de cada

valor é de 3.133, o que é um valor baixo e não onera o tempo necessário à geração do vetor.

Todos os valores passaram no teste de aderência de Kolmogorov-Smirnov, o que demonstra a

confiabilidade de todos os métodos testados.

Em relação à geração de distribuição exponencial, tanto os valores gerados pelo

método Newton-Raphson quanto os gerados pela função qexp do Mathcad e os gerados pelo

método da inversa, utilizando-se a equação ( 3.13 ) e o método descrito em ( 3.2 ), são

exatamente iguais. Como no caso anterior, todos os valores passaram no teste de aderência de

Kolmogorov-Smirnov.

O valor do parâmetro para comparação do erro admissível no método de Newton-

Raphson, δ, foi estipulado em 0.0001 para estes testes e demonstrou ser um valor bastante

razoável. O limite de interações utilizado foi de 100. Comparando-se os resultados, pode-se

notar que o máximo de interações necessárias foi de 12.

Estas avaliações demonstram a confiabilidade do método de Newton-Raphson para

obtenção da função inversa. O cuidado na sua utilização diz respeito somente ao valor inicial

a ser utilizado para iniciar a pesquisa. Para a geração de valores normais utilizou-se o valor da

média µ, que para a maioria dos casos aparece como uma boa escolha. Para a geração de

valores exponenciais, utilizou-se o próprio valor do parâmetro λ.

É necessário uma avaliação criteriosa, em função da distribuição que se queira gerar,

para a definição do valor inicial de pesquisa.

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58

NewtonRaphson u µ, σ, δ, limite,( )x µ←

int 0←

xnext xpnorm x µ, σ,( ) ui−( )

dnorm x µ, σ,( )−←

x xnext←

int int 1+←

xnext x− δ> int limite<∧if

break otherwise

1while

vni x←

vInti int←

i 0 rows u( ) 1−..∈for

vn vInt( )return

:=

Rotina 3.8 – Método de Newton-Raphson para obtenção do valor da função inversa normal.

NewtonRaphson u λ, δ, limite,( )x λ←

int 0←

xnext xpexp x λ,( ) ui−( )

dexp x λ,( )−←

x xnext←

int int 1+←

xnext x− δ> int limite<∧if

break otherwise

1while

vni x←

vInti int←

i 0 rows u( ) 1−..∈for

vn vInt( )return

:=

Rotina 3.9 - Método de Newton-Raphson para obtenção do valor da função inversa exponencial.

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Tabela 3.3 – Vetores pseudo-aleatórios com distribuição normais

Núm. InteraçõesNewton-Raphson

Newton-Raphson

Mathcadfunçãoqnorm

Box-Mullervetor 1

Box-MullerVetor 2

0 4 33.82042 33.82042 47.5798 47.329021 2 40.34264 40.34264 43.16751 44.686632 2 38.78831 38.78831 40.18669 46.726823 3 36.13279 36.13278 47.16418 35.053774 3 42.23197 42.23197 44.44805 39.746755 3 44.63461 44.63469 41.42536 42.776166 5 30.85856 30.85855 47.80984 29.586527 4 45.10869 45.10869 37.90486 41.98498 6 28.54806 28.54804 48.84813 27.867139 2 38.90504 38.90504 46.32575 42.03976

10 4 46.80173 46.80174 39.72193 37.8867111 4 34.2417 34.2417 43.05656 30.2666812 3 43.60917 43.60918 42.63697 42.5403313 2 40.97535 40.97535 36.48386 36.1136514 2 41.22144 41.22144 43.13107 44.0038215 2 40.39095 40.39095 34.39522 39.53001

Kolmogorov-Smirnov

ok ok ok ok

Valor máximo 12Valor mínimo 1

Média 3.133

Tabela 3.4 - Vetores pseudo-aleatórios com distribuição exponencial

Núm. InteraçõesNewton-Raphson

Newton-Raphson Mathcadfunção qexp

Função inversaexponencial

0 4 142.04215 142.04215 142.042151 5 678.97859 678.9786 678.97862 4 271.57639 271.57639 271.576393 6 1.25584e3 1.25584e3 1.25584e34 3 91.46051 91.46052 91.460525 6 1.0628e3 1.0628e3 1.0628e36 4 292.62933 292.62934 292.629347 7 1411.05799 1411.05799 1411.057998 2 12.7391 12.73912 12.739129 4 198.22079 198.22079 198.22079

10 4 392.74334 392.74337 392.7433711 6 969.97361 969.97361 969.9736112 2 16.48024 16.48032 16.4803213 4 144.65668 144.65668 144.6566814 5 504.45046 504.45046 504.4504615 4 416.23463 416.2347 416.2347

Kolmogorov-Smirnov

ok ok ok

Valor máximo 12Valor mínimo 1

Média 4.418

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3.6 O MÉTODO MONTE CARLO E A CONFIABILIDADE ESTRUTURAL

Para explicar a utilização do método Monte Carlo na determinação da confiabilidade

de uma estrutura pode-se fazer uma analogia com o exemplo de determinação da área S do

quadrado da Figura 3.1. No exemplo gera-se N pares (X,Y) de coordenadas cartesianas,

entendendo-se X e Y como duas variáveis básicas da análise, uniformemente distribuídas no

intervalo [0,1] e conta-se o número de vezes que um ponto caí dentro da área especificada.

Este valor dividido por N fornece a probabilidade de se atingir a área S, que coincide com o

valor da área.

No capítulo 2, a Figura 2.1 e a Figura 2.3 mostram o conceito da superfície de falha e

do ponto de projeto, definido como a menor distância da origem à superfície de falha, e que

define o índice de confiabilidade β, equação ( 2.4 ), e consequentemente a probabilidade de

falha pf, equação ( 2.5 ). De uma forma análoga à determinação da área S do quadrado, se a

função de falha ( )XG for definida, por exemplo, como:

( ) SRXG −=

e se forem gerados os vetores VR e VS , com as respectivas distribuições de probabilidades

das variáveis R e S, pode-se, aplicando os valores iVR e iVS , para todo i, na função ( )XG ,

contar o número de vezes que o resultado cai na área de falha ( ( ) 0≤XG ). Este número

dividido por N, número de simulações, fornecerá a probabilidade de falha pf do elemento

estrutural representado por ( )XG . O índice de confiabilidade β será obtido por:

fp−= 1β ( 3.14 )

Nos itens 10.1 e 10.2 do apêndice deste documento encontra-se a proposta completa

do método Monte Carlo e a reprodução do exemplo proposto por ANG, 1987, p. 369-372. O

resultado proposto por ANG é comparado com o método Monte Carlo e com o método

analítico FORM, descrito no capítulo 2.

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61

A Rotina 3.10 e a Rotina 3.11 mostram a utilização do método Monte Carlo

tradicional para a definição da probabilidade de falha de uma estrutura, dado a função de falha

correspondente. As gerações de vetores normais e testes de aderência seguiram os métodos

mostrados anteriormente e reproduzem o problema proposto por ANG, 1984, p. 361-362.

Distribuições estatísticas Função de falha

µ σ DistY 40 5 normal

Z 50 2.5 normal

M 1000 200 normal

G 1 Y Z, M,( ) Y Z⋅ M−:=

fG1 Y Z, M, nAleat,( ) falha 0←

f f G 1 Yindmc Zindmc, Mindmc,( )←

falha falha 1+( ) f f 0≤if

falha otherwise

indmc 0 nAleat 1−..∈for

falhareturn

:=

Rotina 3.10 – Avaliação da função de falha

MC nAleat α KS,( ) Y vetorNormal 40 5, nAleat, α KS,( )0 0,←

Z vetorNormal 50 2.5, nAleat, α KS,( )0 0,←

M vetorNormal 1000 200, nAleat, α KS,( )0 0,←

fG0 fG1 Y Z, M, nAleat,( )←

p f0

rows fG( ) 1−

i

fGi∑=

nAleat←

p f

:=

Rotina 3.11 – Monte Carlo tradicional

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Tabela 3.5 - Resultados simulação Monte Carlo tradicional

Número de Simulações Pf

1000 0.0010

2000 0.0005

5000 0.0002

10000 0.0008

20000 0.00135

30000 0.00097

40000 0.00075

50000 0.00112

60000 0.00112

ANG chegou ao valor de 0.00114 para a probabilidade de falha, com o método

analítico baseado na teria do Segundo Momento. Apesar de este procedimento ser bastante

simples, a Tabela 3.5 mostra que o número de simulações necessárias à convergência para a

solução real é muito grande. O que torna a utilização do método Monte Carlo tradicional

muito custoso, principalmente face à variáveis básicas correlacionadas ou quando a análise

exige a avaliação de funções de falha não lineares.

Para contornar este problema várias formulações de técnicas de redução de variância

têm sido propostas com o intuito de reduzir o número de simulações (SARAIVA, 1997, p.29-

34; ANG, 1984, p.292-301; SUBIA, 1991, p. 62-77; RUBINSTEIN, 1981, p.114-152;

BRATLEY, 1987, p.44-76 et al.). O inconveniente destes métodos é que eles não são

métodos gerais, exigindo uma avaliação detalhada para cada caso. O método da Esperança

Condicionada, por exemplo, exige que pelo menos uma variável básica possa ser expressa

como estatisticamente independente das demais. O método da amostragem por importância

utiliza-se da definição de uma função densidade de probabilidade auxiliar hx que possua um

maior conteúdo de probabilidade dentro da região de falha. Desta forma, a técnica baseia-se

em uma boa escolha desta função. Segundo SARAIVA, 1997, p. 33:

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“Infelizmente ainda não existe uma técnica que seja ao mesmo tempoprecisa e absolutamente geral para a obtenção da melhor função deimportância e a escolha sempre é feita tomando-se alguns critérios práticosbaseados em experiências anteriores.”

No caminho para definir um método geral que possibilite a redução do número de

simulações SARAIVA, 1997, e PAPADRAKAKIS, 1996, propuseram a utilização do método

Monte Carlo em conjunto com algoritmos neurais. A idéia é utilizar o Monte Carlo em

conjunto com um software de análise estrutural para gerar um conjunto de treinamento da

rede neural. Este conjunto pode ser elaborado com cerca de 100 a 300 simulações. Depois de

treinada, a rede neural fornece uma função que se aproxima do caminho crítico do modelo

estrutural analisado, ou seja, uma função de falha extremamente otimizada. De posse desta

função de falha, utiliza-se o método Monte Carlo para avaliar a confiabilidade do modelo pelo

método tradicional, reduzindo-se o número de simulações para atingir o resultado final.

SARAIVA, 1997, p. 94, mostra um quadro comparativo da utilização de dois métodos

Monte Carlo tradicionais com técnicas de redução de variâncias com o método por ele

denominado de MCRN (Monte Carlo e Redes Neurais) para avaliação da probabilidade de

falha de uma barra de uma treliça isostática sujeita a uma carga concentrada P. A reprodução

da formulação do experimento e a tabela com os resultados comparativos encontram-se no

item 11.3 do anexo deste documento. No experimento de SARAIVA, após a obtenção da

função de falha global pela Rede Neural, a simulação com Monte Carlo tradicional convergiu

para a probabilidade de falha do elemento de barra com 3000 simulações enquanto os demais

métodos, Monte Carlo com técnicas de redução de variância, ainda apresentavam valores bem

acima do esperado.

O método mostrou-se muito eficiente em relação à redução do número de simulações

quando comparado com os métodos tradicionais. É óbvio que todo o problema discutido em

Transformações Isoprobabilísticas, capítulo 2, deve ser levado em conta para a simulação de

variáveis correlacionadas. A utilização dos algoritmos neurais na solução de problemas

diversos tem sido amplamente estudada nos últimos anos e os resultados têm comprovado a

eficiência das redes neurais. A escolha do algoritmo neural e da arquitetura de rede a ser

utilizada passa a ser o objeto de análise para cada caso prático. Este trabalho, porém, pode ser

minimizado com a utilização de algoritmos genéticos que permitem ao software tomar

decisões de acordo com dados históricos. Esta abordagem tem como uma grande vantagem a

utilização dos dados históricos na abordagem de futuros problemas. A rede aprende e evolui

com cada caso analisado.

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4 REDES NEURAIS

O desenvolvimento da teoria das redes neurais artificiais está intimamente ligado ao

estudo do comportamento dos neurônios biológicos. Os neurônios são unidades funcionais de

informação e operam em grandes conjuntos. Os conjuntos de neurônios associados formam os

chamados circuitos ou redes neurais. O que diferencia os neurônios das demais células do

organismo animal é sua morfologia adaptada para o processamento de informações e a

variedade de seus tipos morfológicos (LENT, 2001, p. 14).

O corpo do neurônio, soma, apresenta um grande número de prolongamentos

ramificados denominados dendritos. Através dos dendritos o neurônio recebe as informações

dos demais neurônios a que se associa. Outro prolongamento do neurônio, geralmente na sua

poção terminal, pouco ramificado é o axônio. Um neurônio possui um único axônio e é por

ele que saem as informações destinadas aos outros neurônios do circuito neural. A Figura 4.1

mostra um exemplo de neurônio com seus dendritos e o axônio.

A estrutura de contato entre os neurônios é denominada de sinapse. Esta região está

compreendida entre duas membranas celulares: a membrana pré-sináptica, de onde chegam os

estímulos provenientes de outros neurônios, e a membrana pós-sináptica, que é a do dendrito.

Através desta estrutura dá-se a troca de informação entre dois neurônios. Durante a

transmissão, sinapse, os sinais elétricos nem sempre passam sem alteração podendo ser

bloqueados ou multiplicados, o que significa que este é um local de decisão e é justamente

neste fato que reside a grande flexibilidade funcional do sistema nervoso.

Na região intersináptica, o estímulo nervoso que chega à sinapse é transferido à

membrana dedrital através de substâncias conhecidas como neurotransmissores. O resultado

desta transferência é uma alteração no potencial elétrico da membrana pós-sinaptica.

Dependendo do tipo de neurotransmissor a conexão sináptica será excitatória ou inibitória.

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65

Uma conexão excitatória provoca uma alteração no potencial da membrana que contribui para

a formação de um impulso nervoso no axônio de saída, enquanto que uma conexão inibitória

age no sentido oposto (KOVÁCS, 2002, p. 15).

Para que o impulso de saída se propague através da membrana o potencial elétrico

deve atingir uma determinada magnitude a ponto de despolarizar a membrana. Este valor

limite, abaixo do qual não há transmissão de informação, é denominado de limiar (threshold).

A grande capacidade de processamento de informações da rede provém da integração

entre milhares de sinapses existentes em cada neurônio. Os efeitos inibitórios e excitatórios de

cada uma das sinapses sobre o potencial da membrana do neurônio pós-sinaptico somam-se

algebricamente e o resultado dessa integração é que caracteriza a mensagem que emerge

através do axônio do segundo neurônio, em direção a outras células (LENT, 2001, p. 98).

Figura 4.1 – Exemplo de um dos vários tipos de neurônios encontrados nos mamíferos.

Com base nos conhecimentos do comportamento dos neurônios biológicos iniciaram-

se, a partir de 1943, com a proposta do primeiro neurônio artificial por Warren McCulloch,

médico, filósofo, matemático e poeta, a pesquisa e desenvolvimento das redes neurais

artificiais.

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66

4.1 AS REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

As primeiras informações sobre a neurocomputação datam de 1943, em artigos de

McCulloch e Pitts, que sugeriam a construção de uma máquina baseada no cérebro humano.

Em 1949 Donald Hebb escreveu o livro "The Organization of Behavior". Hebb foi o primeiro

a propor uma lei de aprendizagem especifica para as sinapses dos neurônios.

O primeiro neurocomputador a obter sucesso, o Mark I Perceptron, surgiu entre 1957 e

1958, criado por Frank Rosenblatt, Charles Wightman e outros. Devido à profundidade de

seus estudos muitos consideram Rosenblatt o fundador da neurocomputação na forma em que

a temos hoje.

Em 1962, Bernard Widrow desenvolveu o Adaline, equipado com uma poderosa lei

de aprendizado e que propunha a utilização uma função linear como função de ativação do

neurônio artificial.

Iniciou-se então um período de paralisação nos estudos das redes neurais artificiais

devido à publicação do livro “Perceptrons” de Marvin Minsk e Seymour Papert, que apontou

várias limitações do Perceptron de duas camadas o que desencorajou fortemente a

continuidade das pesquisas sobre o assunto.

A retomada dos estudos aconteceu, especialmente, a partir de 1986 com a publicação

do texto de Rumelhart intitulado “Parallel Distributed Processing”, que marcou o

renascimento do assunto após quase duas décadas de paralisação nas pesquisas. O trabalho de

Rumelhart introduziu novas arquiteturas de rede que não possuíam as limitações apontadas

por Minsk, além de popularizar o mais importante algoritmo das redes neurais, o

Backpropagation.

A Figura 4.2 apresenta uma rede neural multicamada com uma camada de entrada,

uma camada oculta e uma camada de saída. O número de neurônios nas camadas de entrada e

saída depende do tamanho do vetor que contém os sinais de entrada a serem fornecidos à rede

e do vetor que contém os sinais de saída. Na camada oculta o número de neurônios é obtido

através de um dimensionamento experimental.

Os elementos Nj e Ni representam os neurônios j e i respectivamente e Wij o elemento

ij da matriz de pesos ou conexões sinápticas. O vetor X fornece os sinais de entrada na rede e

o vetor Y os sinais de saída. Segundo SARAIVA, 1997, p. 39, esta topologia é uma das mais

utilizadas na resolução de problemas de engenharia. Os vetores X e Y, valores de entrada e

saída, compõem o conjunto de treinamento a ser submetido à rede. Através deste conjunto de

treinamento e de sua capacidade de abstração as redes definitivamente aprendem.

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Um fato a ser observado na comparação entre as redes neurais biológicas e as redes

neurais artificiais é a diferença de velocidade de processamento entre o cérebro humano e as

redes neurais artificiais. Apesar de um neurônio biológico poder processar mil sinais por

segundo enquanto um neurônio artificial pode processar até um bilhão de sinais por segundo,

o tempo de resposta do cérebro humano é infinitamente maior que o de uma rede neural

artificial. Isto é explicado pela incrível arquitetura de processamento paralelo do cérebro, o

que lhe imprime um desempenho ainda muito distante de ser alcançado por métodos

artificiais. Este fato faz com que cada vez mais os projetistas de redes neurais busquem

melhorar o tempo de resposta das redes utilizando arquiteturas de processamento paralelo.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

X1

X2

Xn

Y1

Y2

Yn

.

.

.

Nj NiWij

Camada de entrada

Camada oculta

Camada de saída

.

.

.

Sinal

Figura 4.2 – Rede neural multicamada.

HAYKIN, 1994, p. 2 define as redes neurais artificiais como processadores

distribuídos dotados de massivo paralelismo que têm a propensão natural de armazenar

conhecimentos experimentais e torná-los disponíveis para uso. A semelhança com o cérebro

se dá em dois aspectos básicos: o conhecimento é adquirido pela rede através de um processo

de treinamento e a força das conexões interneurais, pesos sinápticos, são utilizadas para o

armazenamento do conhecimento.

Dentre as várias propriedades das redes neurais, destaca-se a sua não linearidade, o

que a confere extrema eficiência e flexibilidade para avaliação de fenômenos muito

complexos, a sua grande capacidade de adaptação às novas situações perante novos conjuntos

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68

de treinamento, sua elevada tolerância à falhas e sua extrema capacidade de aprendizado, que

lhe permite reconhecer e memorizar padrões.

Na tentativa de projetar redes neurais que cada vez mais reforcem estas propriedades

vários estudos vêm sendo desenvolvidos nos últimos 20 anos. O grande desafio está na

utilização de massiva computação paralela e processamento distribuído, de forma a tentar

aproximar cada vez mais as redes neurais artificiais das redes neurais biológicas.

4.2 O NEURÔNIO ARTIFICIAL

Um neurônio biológico pode ser modelado como um neurônio artificial que consiste

de um módulo de alteração dos sinais que saem de um neurônio e chegam a outro neurônio,

analogamente às sinapses, conexões de entrada, analogamente aos dendritos, um elemento

processador de sinais, analogamente ao corpo do neurônio e uma conexão de saída,

analogamente ao axônio.

O neurônio recebe estímulos dos neurônios a ele conectados ou do meio externo. O

neurônio pode ter múltiplas conexões de entrada, porém somente uma conexão de saída que,

no entanto, distribuí o sinal gerado para todos os neurônios conectados da próxima camada.

Para que o funcionamento de um neurônio artificial se aproxime ao máximo do

funcionamento de um neurônio biológico, alguns requisitos devem ser atendidos:

1. Os sinais de saída de um neurônio devem ser alterados, segundo um peso próprio

da ligação entre o neurônio atual e cada neurônio da camada seguinte, simulando

as transformações que ocorrem com os sinais ao se propagarem pela região

sináptica. Ou seja, um sinal de entrada xj, pela sinapse j conectada ao neurônio k

deve ser multiplicado pelo peso wkj. O valor de wkj será positivo para uma sinapse

excitatória e negativo para uma sinapse inibitória;

2. Os sinais que chegam ao neurônio k devem ser somados, de forma a se combinar

linearmente todas as atividades de saída dos neurônios da camada anterior que o

estão excitando;

3. O neurônio k deve ter um mecanismo que permita processar os sinais de entrada de

forma a simular o aumento do potencial elétrico do neurônio biológico e formular

o sinal de saída, ou seja, uma função de ativação;

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4. A propagação do sinal de saída deve respeitar o valor do limiar de disparo a

exemplo do que acontece com os neurônios biológicos, de forma a se poder

aumentar ou diminuir o nível de atividade da rede.

5. O sinal de saída deve ser propagado a todos os neurônios da camada seguinte.

Em termos matemáticos, um neurônio k pode ser descrito pelo seguinte par de

equações:

∑=

⋅=p

jjkjk xwu

1( 4.1 )

( )kkk uo θϕ −= ( 4.2 )

onde:

x1, x2,..., xn são os sinais de entrada;

w1, w2, ..., wn são os pesos das sinapses do neurônio k;

uk é um combinador linear;

θk é o valor do limiar de disparo (threshold);

ϕ(.) é a função de ativação;

ok é o sinal de saída do neurônio.

A Figura 4.3 mostra de uma maneira esquemática a idealização de um neurônio

artificial.

HAYKIN, 1994, p. 9, propõe que o valor do limiar de disparo seja inserido como o

elemento 0 do vetor de pesos. Assim, para o neurônio k, o valor do limiar de disparo seria

obtido em wk,0 e as equações ( 4.1 ) e ( 4.2 ) seriam rescritas como:

∑=

⋅=p

jjkjk xwv

0( 4.3 )

( )kk vo ϕ= ( 4.4 )

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70

.

.

.

wk1

wk2

wkn

x1

x2

xn

Σ vk ϕ(vk) yk

wk0

Figura 4.3 – Modelo de um neurônio artificial.

Conforme dito anteriormente, a grande capacidade de processamento paralelo do

cérebro humano confere às redes neurais biológicas uma altíssima velocidade de

processamento de informações. Assim, um alto grau de conectividade entre neurônios e de

processamento paralelo, além de uma capacidade de decomposição não linear dos sinais

recebidos e de aprendizado, são os fatores básicos que caracterizam a eficiência

computacional de uma rede neural artificial.

O processamento paralelo dos sinais recebidos pelo neurônio pode ser concebido tanto

sob forma de hardware como software. Sistemas operacionais desenhados para permitir que

diversos processos possam estar ativos ao mesmo tempo, permitem que se desenhe um

neurônio como um processo independente, ou uma classe.

Na geração da “rede”, no lugar de se gerar matrizes e vetores que conterão os valores

dos pesos e dos sinais de ativação de cada neurônio, criam-se vários processos independentes,

objetos, baseados na definição de uma classe “neurônio”. Cada objeto instanciado deve

possuir, além de outras, propriedades que definam o número de neurônios nas camadas

anteriores e posteriores, valores da taxa de aprendizagem, intervalo para geração dos valores

dos pesos sinápticos etc. As conexões entre os neurônios podem ser formadas através da

utilização de pipes, que são listas circulares. Cada vez que uma informação é gravada em um

pipe, o próprio sistema operacional sinaliza o processo “dono” do pipe, avisando-o da

chegada da nova informação.

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71

A rede assim gerada utilizará do conceito de processamento paralelo, sob forma de

software, otimizando o aprendizado da mesma. Obviamente este cenário exige recursos de

memória e capacidade de processamento adequado ao tamanho da rede que será gerada, além

de controles muito mais sofisticados no desenvolvimento do software.

4.3 FUNÇÕES DE ATIVAÇÃO

Um neurônio biológico possui um estado de ativação que indica se o mesmo está ativo

(excitado) ou inativo (não excitado). Os neurônios artificiais também possuem diferentes

estados de ativação. Alguns, analogamente aos neurônios biológicos, possuem somente dois

estados, outros podem tomar qualquer valor dentro de um conjunto determinado.

As funções de ativação de um neurônio artificial reproduzem o ocorrido no corpo do

neurônio biológico onde os sinais de entrada são processados e, quando o valor do limiar de

disparo é atingido, um sinal de saída é gerado para todos os neurônios conectados da camada

seguinte.

Os estados de ativação dos neurônios artificiais são determinados pelas funções de

ativação que transformam a entrada global, resultado da soma de todos os sinais enviados por

neurônios da camada anterior, definido na equação ( 4.3 ), alterada pelo valor de um limiar de

disparo (threshold), em um valor ou estado de ativação cujo intervalo normalmente varia de 0

a 1 ou de –1 a 1. Assim, o valor de ativação determina se um neurônio artificial está

totalmente ativo (1) ou totalmente inativo (0 ou –1).

A escolha da função de ativação a ser utilizada por um neurônio será função:

1. Do tipo de rede;

2. Da função a ser desenvolvida pelo neurônio;

3. Da interpretação dos valores de saída da rede.

A seguir, serão apresentadas as principais funções de ativação utilizadas nas RNA

atuais.

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4.3.1 Função degrau unitário (binary-threshold)

Esta função define, essencialmente, dois estados de ativação: ativou ou inativo. Sendo

o valor de vk definido pela equação ( 4.3 ), então a função assumirá os seguintes valores:

g(vk) = 1 se vk > 0

g(vk) = 0 se vk ≤ 0

Se o valor de ativação for positivo o neurônio produz um sinal de saída ativo (1), caso

contrário o sinal de saída será inibido (0), indicando ausência de suficiente estimulação no

sinal de entrada para romper o limiar de disparo θ (SKAPURA, 1996, p. 12). Esta função é

particularmente utilizada para detecção de padrões no conjunto de entradas utilizado.

0.4 0.2 0 0.2 0.4

0.2

0.4

0.6

0.8

1

Gráfico 4.1 – Representação gráfica da função degrau unitário

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4.3.2 Função linear

A principal utilização da função linear está na obtenção da aproximação linear de uma

determinada função ( )xf . A função linear pode ser descrita como:

( ) 1−=kvg se vk ≤ -1/a

( ) kk vavg ⋅= se -1/a < vk < 1/a

( ) 1=kvg se vk 1/a

Se os valores de vk estiverem compreendidos no intervalo (–1/a, 1/a), a função

fornecerá como saída o valor kva ⋅ . Fora deste intervalo a saída é fixada em –1 e 1

respectivamente. Quando a for fixado em 1, a saída será igual à vk. Sua aplicação está

destinada aos casos em que se deseja distribuir um sinal, sem alterações, para outras unidades

de processamento ou quando se deseja obter uma combinação linear dos sinais de entrada.

1 0.5 0 0.5 1

1

0.5

0.5

1

a = 0.5a = 1a= 2

Gráfico 4.2 – Comportamento de função linear variando-se os valores de a.

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74

4.3.3 Função Sigmóide

A função sigmóide é, atualmente, a função de ativação mais utilizada na construção de

redes neurais artificiais. É definida como uma função crescente com propriedades assintóticas.

Um exemplo de função sigmóide é a função logística, que é definida como:

( ))exp(1

1x

vg⋅−+

=λ ( 4.5 )

sendo λ o parâmetro de inclinação da função. O Gráfico 4.3 mostra a função sigmóide com

diferentes inclinações, variando-se λ. Pode-se notar que quando λ tende a infinito, a função

sigmóide tende a se comportar como a função degrau unitário. A função apresenta as

seguintes características:

1. preserva as características de monotonicidade e saturação;

2. assume valores contínuos entre 0 e 1;

3. é continuamente diferenciável;

4. a região de transição tende a existir perto do valor 0, porém pode ser alterada para

a direita ou para a esquerda variando-se o valor do parâmetro λ.

O elemento com função de ativação dado por ( 4.5 ) é conhecido como neurônio não

linear, sendo utilizado com sucesso em problemas envolvendo reconhecimento de padrões.

Segundo SARAIVA, 1997, p. 50:

[...] em quase todas as aplicações práticas envolvendo o uso do algoritmo“Backpropagation” (BPN), a camada intermediária (ou camada oculta) utilizaa função sigmóide como função de ativação. Um dos motivos para justificaressa preferência está no fato da derivada da função g(v) aproximar-se dezero na faixa de saturação, o que é bastante conveniente, tendo em vistaque no algoritmo BPN a fórmula para o cálculo do erro envolve a derivadade g(v).

Como visto anteriormente, a função degrau unitário possibilita a geração de dois

estados de saída: ativo e não ativo. A função sigmóide, por outro lado, possibilita um terceiro

estado de ativação do neurônio: um estado indefinido, em algum lugar entre o ativo e o

inativo, um estado de transição. Por fim, um sinal zero produz uma saída igual a 0,5 que

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corresponde à metade do caminho entre os estados ativos e inativos. Esta não é uma situação

desejada, já que na maioria dos casos práticos o interessante é reduzir ao máximo a geração de

um estado inativo para o sinal de saída do neurônio.

1 0.5 0 0.5 1

0.2

0.4

0.6

0.8

parâmetro 1parâmetro 0.25parâmetro 0.5parâmetro 355parâmetro 0

Gráfico 4.3 - Comportamento de função sigmóide variando-se os valores de λ.

Em alguns casos práticos, quando for necessário que o sinal de saída esteja entre o

intervalo (-1, 1), pode-se utilizar a função tangente hiperbólica, definida na equação ( 4.6 ).

( ) ( )( )v

vvg−+−−

=exp1exp1

( 4.6 )

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4.3.4 Função Gaussiana

A função gaussiana é muito utilizada quando se deseja classificar as amostras que

compõem o conjunto de treinamento em diferentes classes pré-definidas. Uma função

gaussiana típica assume a seguinte formulação:

( ) 21

σ−

=v

evg ( 4.7 )

O termo σ é o parâmetro de amortização da função. O Gráfico 4.4 mostra o

comportamento da função para valores de σ entre –1 e 1. O gráfico mostra que a função

gaussiana age como um filtro, permitindo que apenas as amostras que produzam ativação

dentro um intervalo muito pequeno passem, cancelando as demais entradas.

1 0.5 0 0.5 1

0.2

0.4

0.6

0.8

Gráfico 4.4 – Comportamento gráfico da função gaussiana.

Segundo SKAPURA, 1996, p. 21, os pesos relativos às conexões entre neurônios

gaussianos agem como seletores. Quando a camada que estiver alimentando um neurônio

gaussiano produzir um sinal de saída que confira com o peso da conexão com o neurônio em

questão, a função detectará esta convergência e gerará um sinal indicando que esta ocorreu.

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4.4 SINAPSES ARTIFICIAIS

A região intersináptica de uma RNA pode ser expressa em termos de uma matriz de

pesos entre os neurônios de duas camadas. A Figura 4.4 mostra de uma maneira esquemática

esta definição. Cada linha da matriz corresponde aos pesos a serem aplicados na propagação

do sinal ao neurônio da camada posterior, correspondente àquela linha. Ou seja, ao neurônio 1

da camada h, N[h1], deverão ser aplicados os pesos correspondentes à linha 1 da matriz de

pesos.

Assumindo que a camada i seja a camada anterior à camada h e que todos os neurônios

da camada i deverão propagar seus sinais para todos os neurônios da camada h, então a matriz

de pesos terá dimensão (número de neurônios da camada i) x (número de neurônios da

camada h).

O valor da função de ativação de cada neurônio (Ni1, Ni2, ..., Nin) deverá ser

multiplicado pelo correspondente peso do neurônio Nh. Os valores resultantes serão somados

e transferidos ao neurônio Nh como seu sinal de entrada de acordo com a equação ( 4.3 ).

.

.

.

.

.

.

.

.

.

...

...

.

.

.

X X X Σ

.

.

.

ΣX X X

w[1][ h1 ] w[1][ h2 ] w[1][ hn ]N[ i1 ]

N[ i2 ]

N[ in ]

N[ h1 ]

N[ hn ]w[n][ h1 ] w[n][ h2 ] w[n][ hn ]

Figura 4.4 – Região intersináptica de uma rede neural artificial.

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78

A geração da matriz de pesos deverá preceder os demais passos do algoritmo de uma

RNA. Alguns autores propõem a geração desta matriz em um módulo separado, passando-a

como parâmetro à rotina de controle principal.

Os valores de cada peso deverão ser compostos por números pseudo-aleatórios

uniformemente distribuídos em um intervalo fixo. O valor do intervalo deverá ser selecionado

de acordo com o tipo de experimento que se deseja avaliar com a RNA. Na literatura,

encontram-se valores sugeridos que variam desde (-1,1) até (-0.1,0.1). A obtenção destes

valores é puramente empírica e é parte do processo de treinamento da RNA.

EBERHART, 1990, p. 53, sugere que para RNA auto-ajustáveis, como as redes

Hopfield, os valores dos pesos gerados sejam normalizados. Apesar de não haver um

consenso a respeito de como esta normalização deve acontecer, CAUDILL10 apud

EBERHART, 1990, p. 54, sugere que sendo w’ij o vetor pseudo-aleatório inicial gerado para

um intervalo (0,1), então os pesos normalizados wij serão obtidos por:

( ) 21

0

2'

'

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡=

∑=

in

iij

ijij

w

ww ( 4.8 )

Durante a fase de treinamento, a matriz de pesos é ajustada de acordo com o algoritmo

utilizado. Ao final do treinamento, a matriz de pesos final será responsável por fornecer os

valores que permitirão à RNA, uma vez fornecidos valores de entrada, convergir para as

saídas equivalentes. Este “caminho” pode ser entendido como uma regra de aprendizado que

pode ser obtida sob forma de uma função dos valores de entrada (itens 4.5.1 e 4.10) através de

algoritmos diversos.

4.5 CONJUNTO DE TREINAMENTO

A principal característica das RNA é de aprender a generalizar um modelo real do

ambiente em que ela se insere de forma a poder, baseada em informações a respeito deste

ambiente, chegar a soluções aproximadas do problema que se estuda. Logo, o treinamento de

uma RNA deve ser conduzido com informações que melhor representem o mundo externo,

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incluindo suas imperfeições, para que sua capacidade de generalização possa estar em perfeita

sintonia com este ambiente externo.

O grupo de informações fornecidas às RNA é denominado de conjunto de treinamento

e é composto por pares de vetores, amostras, que constituem os valores de entrada para o

problema em estudo e suas respectivas saídas. No capítulo 3 estudou-se um exemplo de

determinação da confiabilidade estrutural de um sistema representado pela equação de falha (

4.9 ).

( ) MZYMZYG −⋅=,, ( 4.9 )

Esta equação utiliza três variáveis de entrada e fornece uma única solução para o

problema. Se esta equação for utilizada para geração de um conjunto de treinamento de uma

RNA, cada amostra a ser apresentada à rede será composta de um vetor X, com os valores das

variáveis Y, Z e M, de dimensões 1x3 e um vetor Y, com a solução de ( 4.9 ), de dimensões

1x1.

Como dito anteriormente, os valores devem ser representativos do problema em estudo

e devem ser capazes de fornecer situações em que a estrutura se encontra dentro e fora da

região de falha definida por ( 4.9 ), como apresentado na discussão sobre a definição do índice

de confiabilidade, capítulo 2, item 0.

Na formação do conjunto de treinamento deve-se ter especial atenção em três pontos:

na seleção dos valores de entrada e saída; na sua forma de apresentação e na quantidade de

amostras a ser utilizada.

SARAIVA, 1997, p.109-120, analisa em detalhes estes três pontos e fornece valores

comparativos, entre três diferentes experimentos, que mostram a variação que ocorre nos

resultados finais obtidos dependendo do tamanho do conjunto de treinamento utilizado e da

representatividade dos valores selecionados. A seguir, estes três pontos, cruciais para o

perfeito treinamento de uma RNA, serão discutidos.

10 M. Caudill, Neural networks primer, part IV. AI Expert, 61-67 (August 1988)

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4.5.1 Seleção dos valores de entrada e saída

O conjunto de treinamento deve ser estabelecido baseado na observação do

comportamento do ambiente em que a RNA estará inserida. Para que a representação do

modelo em estudo pela RNA seja coerente com o modelo real, a dispersão entre os diversos

valores fornecidos deve ser coerente com o tipo de estudo que se estiver realizando.

Isto significa que um bom conhecimento do comportamento estatístico das variáveis

envolvidas na análise, comportamento este que pode ser avaliado através de parâmetros como

sua média e variância, e da amplitude dos valores envolvidos no problema analisado é de

suma importância para a elaboração do conjunto de treinamento, pois fornece a dispersão

encontrada no modelo real, seja por meio de conhecimentos anteriores seja por meio de

elaboração de experimentos em laboratório.

Desta forma, para cada experimento deve-se estabelecer um intervalo de confiança que

seja representativo do estudo em questão e remover do conjunto de treinamento os valores

que estejam fora deste intervalo. Este procedimento reduz o tempo de treinamento da rede já

que estes valores extremos não são característicos do domínio do problema.

Um outro ponto a ser considerado diz respeito ao número de variáveis utilizadas na

análise, que influenciará no tamanho da cada amostra do conjunto de treinamento. A

utilização de analises estatísticas e dimensionais permitem combinar o número de variáveis

de forma a ser criar um subconjunto representativo do estudo. SWINGLER11 apud RAFIQ,

2001, p.1547, sugere um método para redução da dimensão do conjunto de treinamento.

O método baseia-se no treinamento de uma RNA com um conjunto de treinamento

grande e poucos neurônios na camada oculta. Se os pesos sinápticos forem inicializados com

valores aleatórios pequenos haverá muito pouca alteração nos pesos das variáveis menos

importantes. Estas variáveis poderão então ser descartadas, se necessário.

No item 4.11 deste documento, será apresentado um método proposto por GOH, 1995,

para determinação, em termos percentuais, da participação de cada variável de entrada no

treinamento da rede.

4.5.2 Apresentação do conjunto de treinamento

Após o processamento do conjunto de entradas, a RNA convergirá para valores de

saída correspondentes.

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Estes valores serão comparados com os valores fornecidos pelo conjunto de saídas

para determinação do erro relativo obtido na tentativa de aprendizado da rede.

O treinamento só será considerado encerrado quando a diferença entre valores obtidos

pela RNA e os valores de saída fornecidos for considerada satisfatória. Isto é, no ponto em

que a rede mantém um nível de abstração que a permite convergir para os valores de saída

dado um conjunto de entrada, sem se tornar extremamente especialista.

As funções de ativação estudadas anteriormente fornecem sua saída dentro de um

determinado intervalo: (-1,1) para as funções Linear e Gaussiana e (0,1) para as funções

Degrau Unitário e Sigmóide.

Desta forma, a saída fornecida por uma RNA após processado todos os valores de

entrada, será compatível com o intervalo fornecido pela função de ativação utilizada, ou seja,

para os casos estudados, (-1,1) ou (0,1).

Torna-se conveniente então, que os valores do conjunto de treinamento estejam dentro

do mesmo intervalo de trabalho da função de ativação utilizada pela RNA. Ou seja, deve

haver uma normalização do conjunto de treinamento antes do processamento do mesmo.

Uma formulação bastante aceita para normalização dos valores de entrada baseia-se

nos valores extremos da variável em estudo, xmax e xmin. Cada valor x da variável X será

normalizado utilizando-se a equação ( 4.10 ).

( )( )minmax

min

xxxxxnomalizado −

−= ( 4.10 )

O problema desta formulação é que ela gera muitos valores próximos de 0 e 1, ou seja,

próximos aos valores extremos da função sigmóide.

Alguns autores preconizam que o treinamento se dará de uma maneira mais rápida se

os valores normalizados estiverem afastados dos extremos 0 e 1. A equação ( 4.11 ) apresenta

uma outra estratégia de normalização que visa atender esta proposta.

11 SWINGLER, K. Applying neural networks: A pratical guide. New York. Academic Press, 1996.

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Cxx nnomalizado +⎟⎠⎞

⎜⎝⎛=

21

10( 4.11 )

onde C é uma constante, geralmente entre –0.25 e 0.25, que garante que os valores

normalizados estejam no intervalo entre 0.2 e 0.8, e a variável n assume o número de dígitos

da parte inteira da variável x. Assim, para um valor de x igual a 234.98, n assumirá o valor 3

(RAFIQ, 2001, p.1547).

Algumas implementações de RNA utilizam como primeira fase a normalização dos

valores do conjunto de treinamento apresentado, outras exigem que o conjunto fornecido já

esteja normalizado.

4.5.3 Quantidade de amostras do conjunto de treinamento

Infelizmente não existe uma regra padrão que defina o tamanho do conjunto de

treinamento. O importante é que ele seja representativo do problema em estudo. Segundo

SARAIVA, 1997, p. 118, o sucesso na obtenção do conjunto de treinamento dependerá em

muito da experiência anterior do analista, que deverá possuir pelo menos uma idéia da

amplitude total dos valores de falha ( )XG .

Em geral, o conjunto de treinamento gerado é dividido em duas partes: uma parte é

utilizada para o treinamento da rede e a segunda para testar a capacidade de convergência da

rede treinada.

O teste realizado com o subconjunto de testes serve para avaliar se o erro relativo entre

os valores esperados e os efetivamente fornecidos pela rede treinada estão dentro de um

padrão admissível para o experimento em questão.

4.6 CLASSIFICAÇÃO DAS REDES NEURAIS

A classificação das redes neurais poderá ser feita da seguinte forma:

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• Quanto ao número de camadasMonocamada

Multicamada

• Quanto ao tipo de algoritmo de treinamentoSupervisionado

Não supervisionado

• Quanto ao tipo de conexão entre os neurôniosRecorrentes

Não recorrentes

• Quanto à conectividadeCompletamente conectada

Parcialmente conectada

4.6.1 Redes monocamada

São redes que não possuem a camada oculta. Os sinais passam diretamente da camada

de entrada para a camada de saída. Em geral o fluxo do sinal segue em uma única direção, ou

seja, não há realimentação da rede. O Perceptron original proposto por Rosemblatt é um

exemplo de Rede Monocamada.

4.6.2 Redes multicamadas

São redes que possuem uma ou mais camadas de neurônios entre a camada de entrada

e a camada de saída. Esta camada intermediária é conhecida como camada oculta. Os

neurônios da camada oculta têm a função de “interferir” no sinal enviado da camada de

entrada para a camada de saída, modificando-os com os pesos correspondentes. Adicionando-

se mais neurônios à camada oculta, a rede passa a extrair estatísticas de alta-ordem, o que é

particularmente interessante quando o tamanho da camada de entrada é grande.

Quando os neurônios recebem sinais da camada anterior e os propagam para a camada

posterior têm-se uma rede não recorrente (“feedforward”). Quando os neurônios de uma

camada também propagarem seus sinais para a camada anterior, diz-se que a rede possui um

fluxo de realimentação. São as chamadas redes recorrentes.

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4.6.3 Redes não recorrentes

Este tipo de rede não possui conexão de realimentação. O fluxo da informação segue

da camada de entrada passando pelas camadas ocultas, caso existam, até atingir a camada de

saída. O encaminhamento do sinal na rede é progressivo ou direto (“feedforward”). A rede é

estável. As redes com função de base radial e as redes Perceptron são exemplos de redes não

recorrentes.

4.6.4 Redes recorrentes

Este tipo de rede possui conexões de realimentação. As conexões de realimentação

originam-se dos neurônios da camada oculta e dos neurônios da camada de saída. De uma

forma geral, se existe uma conexão do neurônio Ni com o neurônio Nj, também existe uma

conexão do neurônio Nj com o neurônio Ni, ambas com o mesmo peso, isto é, wij = wji. As

redes recorrentes são bastante empregadas em problemas de otimização. A rede Hopfield é

um exemplo de RNA recorrente.

4.6.5 Algoritmos de aprendizado

Segundo ROITMAN, 2001, p. 26:

“O algoritmo de aprendizado está associado aos procedimentos bemdefinidos, utilizados no treinamento, para adaptar os parâmetros de umaRNA, de forma que ela possa aprender uma determinada função levandoem consideração também sua arquitetura e sua topologia.”

Os algoritmos de aprendizado podem ser classificados como: treinamento

supervisionado ou auto-associativo e treinamento não supervisionado ou hetero-associativo.

No aprendizado supervisionado a rede aprende com um conjunto de treinamento

composto por entradas e saídas de mesma natureza. A rede aprende a associar padrões, como

é o caso do algoritmo Backpropagation. No aprendizado não supervisionado não se conhece a

saída desejada para um determinado vetor de entrada. As sinapses são ajustadas de tal maneira

a tornar possível o agrupamento das entradas de acordo com as suas principais características

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4.6.6 Conectividade

A conectividade de uma RNA está associada a sua topologia, isto é, diz respeito às

conexões e a disposição dos neurônios (ROITMAN, 2001, p. 26). Quando todos os neurônios

de uma camada comunicam-se com os neurônios da camada seguinte, a rede é dita

completamente conectada, caso contrário, parcialmente conectada. As conexões podem ser:

1. Laterais: entre neurônios da mesma camada;

2. Intercamadas: entre neurônios de camadas diferentes;

3. Auto-excitatórias: partem e atingem o mesmo neurônio.

4.6.7 Combinação das diversas características das Redes Neurais.

A combinação destas características citadas dá origem a vários tipos de RNA.

ROITMAN, 2001, em seu trabalho analisa redes neurais que trabalham com o conceito de

variação de tempo (séries temporais) e avalia as Redes Neurais com Atraso de Tempo, Redes

Neurais com Tempo Adaptável Continuamente, Redes Neurais de Regressão Generalizada e

Redes Neurais com Função de Base Radial.

SKAPURA, 1996, analisa as Redes de Elman e Jordan além das Redes Neurais

Probabilísticas.

HERTZ12, apud SARAIVA, 1997, p. 78, estuda a Rede Recorrente de Hamming,

vantajosa como classificador de padrões, assim como a Rede de Hopfield. Essa rede trabalha

com um critério de proximidade conhecido como distância de Hamming, que nada mais é do

que o número de bits em que um determinado vetor de entrada difere de um vetor armazenado

na memória.

4.7 PERCEPTRON

O Perceptron é uma rede neural simples proposta por Rosemblatt no final da década de

50. O seu objetivo é separar um conjunto de valores de entrada x1, x2, ..., xn, em duas classes:

C1 e C2. Se o valor de saída do Perceptron for +1 o valor de entrada será atribuído à classe

C1. Se o valor de saída do Perceptron for –1 o valor de entrada será atribuído à classe C2.

12 HERTZ, J., KROGH, A. , PALMER,R.G. – “Introduction to the theory of neural computation”,Addison-Wesley Publishing Company, New York, 1991.

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O Perceptron original é uma Rede Neural monocamada com apenas um neurônio na

camada de saída.

O modelo do neurônio utilizado por Rosembleatt assemelha-se ao proposto nas

equações ( 4.1 ) e ( 4.2 ), com a única diferença que não há necessidade da utilização do

índice k, já que a rede possui apenas um neurônio.

Rosemblatt utilizou-se do princípio de treinamento hebbino, proposto por Hebb em

1949, para compor o treinamento do Perceptron.

Hebb propôs um sistema de aprendizado em que a intensidade das conexões sinápticas

é alterada em função de erros detectados localmente. Assim, para o i-ésimo passo, os

parâmetros wi são alterados da seguinte maneira:

www ATERIORi

ATUALi ∆+=

iii xoyw ⋅−⋅=∆ )(η

( 4.12 )

onde:

w - são os pesos das conexões sinápticas;

xi - o i-ésimo valor de entrada;

yi - o i-ésimo valor de saída;

oi - o valor de saída do discriminador linear no i-ésimo passo;

η - a taxa de aprendizado, que indica a taxa com que os pesos são alterados emfunção dos erros (yi – oi).

O discriminador linear proposto por Hebb utiliza um neurônio binário com a função

degrau unitário, analisada no item 4.3.1, também representada pelo uso da função sinal (sgn).

O valor de saída oi é exatamente a saída da função sgn em relação produto do valor xi pelo

peso sináptico correspondente, wi .

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87

( )⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛−⋅= ∑

=

n

i

ANTERIORli

ANTERIORil xwo

1,sgn θ ( 4.13 )

Rosemblatt utilizou o principio de Hebb para alterar os pesos sinápticos de um

discriminador linear. Para explicar o funcionamento do Perceptron de Rosemblatt, deve-se

tomar um conjunto de treinamento X, que possua valores pertencentes a uma classe C1 e

valores pertencentes a uma classe C2. Segundo HAYKIN, 1994, p. 109, se as classes C1 e C2

são linearmente separáveis existe um vetor de pesos w tal que:

0≥⋅ xwT para todos os valores do vetor X pertencentes à classe C1

e

0<⋅ xwT para todos os valores vetor X pertencentes à classe C2

A equação ( 4.12 ) mostra que se o valor do neurônio de saída, na i-ésima classificação

for igual ao valor desejado, nenhuma correção dos pesos é efetuada, já que os valores de ∆w

serão zerados. Se os valores forem diferentes, os pesos serão alterados pela seguinte regra de

atualização:

[ ] ( ) ( ) ( )nxnnwnw ⋅−=+ η1 se ( ) ( ) 0≥⋅ nxnwT e ( )nx pertence à classe C2

e

[ ] ( ) ( ) ( )nxnnwnw ⋅+=+ η1 se ( ) ( ) 0<⋅ nxnwT e ( )nx pertence à classe C1

HAYKIN, 1994, p. 110-112 e KOVÁCS, 2002, p. 44-48 et al, demonstram a

convergência do algoritmo proposto por Rosemblatt. O seu modelo simples proposto foi

duramente criticado, como já dito anteriormente, por Mynsky e Pappert em 1969, que

enfatizaram as limitações do Perceptron como a incapacidade de implementar o OU exclusivo,

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XOR, por não ser este linearmente separável. Este fato praticamente encerrou as pesquisas

sobre redes neurais até a década de 80. O renascimento deu-se especialmente a partir de 1986

com a publicação do texto de Rumelhart intitulado “Parallel Distributed Processing”. O

trabalho de Rumelhart introduziu novas arquiteturas de rede que não possuíam as limitações

apontadas por Minsk, além de popularizar o mais importante algoritmo das redes neurais, o

Backpropagation.

4.8 PERCEPTRONS MULTICAMADAS

A resolução de várias limitações do Perceptron de Rosemblatt, como a resolução da

função XOR, pode ser atribuída à inclusão de uma camada oculta, alterando a topologia do

Perceptron de monocamada para multicamada. DENNIS, 1997, propõe a seguinte discussão

em relação à utilização de camadas ocultas na resolução, principalmente do clássico problema

da função XOR.

A análise do OR, AND e XOR, sob um ponto de vista bidimensional pode ser

representada geometricamente colocando-se os valores de entrada, binários, como vértices de

um quadrado (Figura 4.5).

0

100

0 1

1

11

0

1

0

AND OR XOR

Figura 4.5 – Representação geométrica do AND, OR e XOR.

Fonte: DENNIS, 1997.

Do ponto de vista geométrico, o Perceptron tenta solucionar os problemas AND, OR e

XOR utilizando uma linha reta que separa duas classes de entrada: Classe 1, em um dos lados

da linha e Classe 2, do outro lado da linha. O processo discutido no item 4.7 torna fácil esta

análise para as funções AND e OR, mas não para o XOR.

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Em uma versão tridimensional do problema, Figura 4.6, as duas primeiras entradas

correspondem à função XOR e a terceira entrada é o AND das duas anteriores. Desta forma, a

entrada 3 conterá 1 (verdadeiro), apenas quando as entradas 1 e 2 também possuírem 1. Esta

abordagem torna possível separar as duas classes originalmente projetadas. Uma forma de

tornar o problema linearmente separável com o Perceptron é adicionando uma camada extra

entre a camada de entrada e a de saída, ou seja, uma camada oculta. Com o número suficiente

de camadas ocultas é possível transformar qualquer problema complexo em um problema

linearmente separável.

0000101010010111

321 SaídaEntradaEntradaEntrada

Entrada 1 Entrada 2 Entrada 3

w1 w2 w3

Saída

Figura 4.6 – Versão tridimensional do problema XOR.

Fonte: DENNIS, 1997.

O modelo de treinamento do Perceptron monocamada não se aplica a este novo

modelo. O algoritmo mais utilizado para treinamento de redes Perceptron Multicamadas é o

Backpropagation.

Tudo o que foi discutido neste capítulo a respeito da topologia de uma rede neural

multicamada, Figura 4.2, da formulação do neurônio artificial, da propagação dos sinais

gerados pelos neurônios pela camada intersináptica e da utilização da função sigmóide como

uma função de ativação não linear, encaixa-se no contexto do Perceptron multicamada com

algoritmo de treinamento Backpropagation.

O Backpropagation é o algoritmo implementado neste trabalho para análise de

confiabilidade de sistemas estruturais utilizando-se o método Monte Carlo e redes neurais. O

desenvolvimento do software proposto é discutido em detalhes no capítulo 5.

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4.9 O ALGORITMO BACKPROPAGATION

O algoritmo Backpropagation baseia-se no método do Gradiente Descendente, ou

Regra Delta, estabelecida por Widrow em 1962 no trabalho Generalization and Information

Storage in Networks of Adaline Neurons e mais tarde reavaliada por Rumelhart, Hinton e

Williams, em 1986, que através da utilização de funções de ativação não lineares

generalizaram a Regra Delta de Widrow para ser utilizada em RNA Multicamadas. O ponto

central do algoritmo está na utilização da regra da cadeia para a derivação da função de

ativação que definirá a sensibilidade desta em relação ao estado interno e aos pesos da rede.

Os erros entre a saída estabelecida pela rede e os valores de saída fornecidos pelo conjunto de

treinamento são propagados de volta para cada neurônio da rede, calculando-se os gradientes

de seus pesos. O aprendizado progride alternando-se a propagação dos sinais de ativação e a

retro-propagação dos erros instantâneos obtidos na camada de saída da rede.

4.9.1 A regra delta

A Regra Delta baseia-se na pesquisa do ponto de mínimo utilizando-se o conceito do

gradiente descendente. O conceito de taxa de aprendizado utilizado na análise do Perceptron

será utilizado no desenvolvimento da Regra Delta. Para o perfeito entendimento do processo,

as seguintes padronizações serão utilizadas:

j - Índice do neurônio da camada anterior, que enviou um sinal de ativação.

k - Índice do neurônio da camada que está recebendo um sinal de ativação.

p - Indica o processamento da amostra p, pattern, do conjunto de treinamento.

kg - sinal de entrada para o neurônio k.

ko - sinal de saída do neurônio k.

η - a taxa de aprendizado, definida em ( 4.12 ).

x - vetor com os valores de entrada do conjunto de treinamento.

y - vetor com as respectivas saídas do conjunto de treinamento.

n - número de interações do processo de treinamento

P - número total de amostras do conjunto de treinamento.

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O sinal recebido por um neurônio k, oriundo de um neurônio j, foi definido pela

equação ( 4.3 ) e seu respectivo sinal de saída pela equação ( 4.4 ).

O sinal de erro na saída de um neurônio k na interação n é definido como:

pkpkpk oye −=

O valor instantâneo do erro quadrático do neurônio j é definido como:

2

21

pke⋅

O valor pE correspondente à soma de todos os erros quadráticos dos neurônios da

camada de saída, os únicos neurônios visíveis para os quais os erros podem ser calculados, é

então definido por:

∑⋅=k

pkp eE 2

21

( 4.14 )

O erro quadrático médio será então definido como:

∑∑⋅⋅

=p k

pkeP

E 2

21

( 4.15 )

O objetivo do algoritmo é minimizar o erro quadrado médio para todo o conjunto de

treinamento.

Para a determinação do ponto de mínimo deve-se derivar a função de erro em relação

aos pesos da rede e alterá-los de acordo com ( 4.16 ), que define a regra Delta de Widrow.

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92

O sinal negativo indica a pesquisa pelo gradiente descendente no espaço dos pesos

sinápticos.

kjkj w

Ew∂∂

⋅−=∆ η ( 4.16 )

Pela regra da cadeia, evolui-se a equação ( 4.16 ):

kj

k

kkj wg

gE

wE

∂∂

⋅∂∂

=∂∂

Aplicando-se ( 4.3 ), obtêm-se:

( ) jjkjkjkj

k oowww

g=

∂∂

=∂∂ ∑ ( 4.17 )

Definindo δpk como sendo:

kpk g

E∂∂

−=δ ( 4.18 )

então:

jpkkj o⋅⋅=∆ δη( 4.19 )

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93

Os pesos de cada conexão i, cada linha da matriz de pesos, devem ser alterados por um

valor proporcional ao produto de δk, disponível para o neurônio que recebe os sinais desta

conexão, pelo valor de ativação oj ao longo desta conexão.

A determinação de δk é um processo recursivo. A regra da cadeia pode ser utilizada

para expressar δk em função de dois fatores: a taxa de alteração do erro em relação à saída ok e

a taxa de alteração da saída do neurônio k em relação ao seu sinal de entrada. Assim:

k

k

kkpk g

ooE

gE

∂∂

⋅∂∂

−=∂∂

−=δ ( 4.20 )

Porém:

)( kkk

oyoE

−−=∂∂

( )kkk

k gfgo ′=

∂∂

( 4.21 )

Substituindo-se ( 4.21 ) em ( 4.20 ) vem que:

( ) ( )kkkkpk gfoy ′⋅−=δ( 4.22 )

E para um neurônio k na camada de saída, ∆w será dado por:

( ) ( ) jpkjkkkkji oogfoyw ⋅⋅=⋅′⋅−⋅=∆ δηη( 4.23 )

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De uma forma similar, para um neurônio da camada oculta:

ipjji ow ⋅⋅=∆ δη

( ) ∑ ⋅⋅′=k

kjpkjjpj wgf δδ

( 4.24 )

O algoritmo apresentado envolve duas fases: na primeira fase o conjunto de

treinamento completo é propagado pela rede em direção à camada de saída (feedforward),

fato denominado por época do treinamento, e os erros δ são computados e acumulados; na

segunda fase, os valores de ∆w são calculados e os pesos alterados no sentido inverso da

propagação dos sinais de entrada (backpropagation). Este tipo de algoritmo, em que todo o

conjunto de treinamento é processado, acumulando-se os valores de δ e só então alterando os

pesos das sinapses é denominado de treinamento batch.

A retro-ropagação do ajuste dos pesos pode também ser efetuada após cada amostra

ser propagada até a camada de saída. Este método é conhecido como treinamento online.

Neste caso, ao invés de se utilizar o erro quadrático médio, equação ( 4.15 ), utiliza-se o erro

instantâneo definido por ( 4.14 ). Segundo HAYKIN, 1994, p.152-153, a escolha do método a

ser utilizado depende do problema em questão.

4.9.2 A regra delta generalizada

O algoritmo Backpropagation baseia-se na técnica do gradiente descendente que visa

encontrar o ponto de mínimo global da superfície de erro. Caso esta superfície seja muito

complexa, é possível que existam vários pontos de mínimos locais, e que o algoritmo fique

preso em um destes mínimos locais. Isto provavelmente ocorrerá com a utilização de uma

taxa de aprendizado η muito pequena, pois as alterações aplicadas aos pesos sinápticos são

proporcionais à η. Por outro lado, aumentando o valor de η, a rede poderá oscilar muito se

tornando instável.

Uma maneira de se aumentar à taxa de aprendizado sem causar oscilações é

utilizando-se o conceito de momento, multiplicando-se a variação dos pesos sinápticos da

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interação anterior por um fator denominado α. A constante de momento α pode assumir

valores no intervalo (0,1). Sua função é controlar o ajuste dos pesos sinápticos agindo na

variação da interação anterior. Então a equação ( 4.23 ) pode ser escrita da seguinte forma:

ANTERIORjijpk

NOVOji wow ∆⋅+⋅⋅=∆ αδη

( 4.25 )

A equação ( 4.25 ) representa a regra delta generalizada, que para um caso especial,

com α igual à zero, é a regra delta.

4.9.3 A função sigmóide e o Backpropagation

O termo ( )jj gf ′ que aparece no cálculo dos valores de δ, equações ( 4.22 ) e ( 4.24 ),

refere-se à derivada da função de ativação dos neurônios da rede. Para que esta derivada

exista a função de ativação deverá ser contínua.

A função de ativação mais utilizada nas redes Perceptron Multicamadas é a função

sigmóide, expressa pela equação ( 4.5 ). A utilização desta função faz com que a amplitude

dos sinais de saída de um neurônio oscile no intervalo (0,1). Escrevendo a equação ( 4.5 ) em

função do sinal de ativação do neurônio k, e com o parâmetro λ da função sigmóide fixado em

1, tem-se:

( ))exp(1

1

kk o

o−+

=ϕ ( 4.26 )

A derivada primeira de ( 4.26 ) é:

( ) ( ) ( )kkkkk oogfo −⋅=′=′ 1ϕ( 4.27 )

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A equação ( 4.27 ) mostra que ( )koϕ′ assume o valor máximo para ok = 0.5 e o valor

mínimo para ok = 0 ou ok = 1. Como a alteração dos pesos sinápticos da rede é proporcional

ao valor de ( )koϕ′ , consequentemente com uma função de ativação sigmoidal os pesos

sinápticos terão maior alteração para os neurônios com valor de ativação igual a 0.5. Segundo

HAYKIN, 1994, p.149, esta propriedade contribui para a estabilidade do Backpropagation

como um algoritmo de treinamento.

4.9.4 Implementação

Diversas propostas para melhoria do algoritmo básico do Backpropagation podem ser

encontradas na literatura. HAYKIN, 1994, p. 192-220, propõe, entre outras, a utilização da

regra Delta-Bar-Delta, na qual a taxa de aprendizado é alterada durante a fase de treinamento,

e a utilização de lógica fuzzy no auxílio a melhoria da convergência da rede aos valores de

saída.

WERBOS, 1990, propõe uma alteração no algoritmo para que este possa reconhecer

padrões de valores que variam com o tempo, permitindo a rede trabalhar com processos

estocásticos.

O item 10.3 do apêndice deste documento mostra o desenvolvimento do

Backpropagation no Mathcad. A base do algoritmo está de acordo com a proposta de

EBERHART, 1990, p. 331-344, e reproduz fielmente a teoria básica apresentada do BPN.

4.10 EXTRAÇÃO DE REGRAS

A extração das regras de uma rede neural treinada desempenha um papel importante

na representação de funções complexas como elementos de fácil compreensão. As regras

podem ser utilizadas em sistemas especialistas permitindo conclusões valiosas a respeito de

uma determinada investigação.

HENCKEL estudou o algoritmo para extração de regras de uma rede Backpropagation

baseado nos pesos sinápticos e nos valores dos limiares de ativação, thresholds, obtidos após

o treinamento da rede.

O algoritmo converte a função desempenhada por um simples neurônio BP em um

conjunto de regras que permitem avaliar se o conhecimento adquirido pela rede está realmente

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de acordo com o esperado, além de permitir uma explicação a respeito de como a solução

final foi encontrada, para cada conjunto de testes submetido à rede após o seu treinamento.

O desenvolvimento proposto baseia-se nas três seguintes premissas:

1. A função desempenhada por um neurônio BPN depende inteiramente de seus

pesos sinápticos e de seus limiares de ativação, portanto estas serão as únicas

informações utilizadas;

2. As entradas com pesos com maiores valores absolutos têm maior responsabilidade

no sinal de saída do neurônio;

3. A função de ativação sigmóide tende a 1 para grandes valores de ativação

positivos e tende a 0 para valores de ativação negativos.

As regras geradas assumirão duas formas distintas:

altaésaídaaentãose 1exp

baixaésaídaaentãose 1exp( 4.28 )

Onde exp1 e exp2 representam um conjunto de declarações a respeito das variáveis de entrada.

Os pesos associados a cada variável de entrada são denominados por wi e o valor do

limiar de ativação por θ. Partindo-se do princípio que a rede utiliza a função de ativação

sigmóide logística, sua saída estará no intervalo (0,1). Uma saída acima de 0.9 é geralmente

interpretada como 1, verdadeiro, e uma saída abaixo de 0.1 como 0, ou falso. Outros valores

são interpretados como ambíguos. Supondo que para um neurônio i, os pesos associados

sejam w = (5,4,-3,-2), convenientemente colocados em ordem decrescente, e θ = 2, então

avaliando os extremos, verifica-se que se i1 = 1 (maior que 0.9) e i4 = 0 (menor que 0.1) então

a rede será pelo menos (at least) 4 e as regras a seguir serão válidas:

altaésaídaaentãoieise 01 41 == Regra 4.1

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baixaésaídaaentãoise 11 = Regra 4.2

A Regra 4.2 é uma regra de mínimo. Denominando por px uma declaração que pode

tornar a saída alta, então:

01 ≥= xxx wquandoiquesignificap

00 <= xxx wquandoiquesignificap

Sendo assim, a Regra 4.1 pode ser rescrita como:

altaésaídaaentãoppse 41 Regra 4.3

Definindo o termo mintotal como sendo a soma de todos os pesos negativos mais o

limiar de ativação (threshold), pode-se escrever uma função f como sendo:

( ) mintotalf =φ

( ) xx wtotalpf += min

( ) yxyx wwtotalppf ++= min

A função f é chamada função at least. No exemplo anterior, f(p1p4):

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322323min −=+−−=+−−= θtotal

( ) 425341 =−++−=ppf

o que condiz com o resultado apresentado anteriormente. Quando f se aproxima de 0, a saída

pode ser ambígua. Quando f for maior que 2 a saída estará acima de 0.9. Sendo m o número

de sinapses de um neurônio na camada oculta e n o número de variáveis de entrada, as regras

podem ser definidas como combinações de:

nmondeppp xmxx ≤≤0,...,, 21

Para a extração das regras pesquisam-se as possíveis expressões da menor, ( )φf ,

quando 0=m , para a maior, ( )xmxx pppf ,...,, 21 . Como a totalidade de expressões da rede

forma uma árvore, de dimensão 2n, pesquisar as possíveis expressões significa percorrer a

árvore testando cada expressão. Se ( ) 2>xipf a expressão será bem sucedida, caso contrário

terá falhado. Dependendo do número de variáveis de entrada a árvore pode se tornar muito

grande para ser pesquisada sequencialmente. Logo, a utilização de métodos como Success

Pruning (poda por sucesso), Failure Pruning (poda por falha) ou uma combinação destes

agilizará o processo. Estes métodos estão descritos em detalhe por HENCKEL. Estudos

interessantes sobre extração de regras podem ser obtidos em ALEXANDRA, 1998, que

introduz uma abordagem teórica e comenta os algoritmos M-of-N e Subset e em GONZÁLEZ,

2002, que estuda a extração de regras baseado em algoritmos fuzzy.

4.11 IMPORTÂNCIA RELATIVA DAS VARIÁVEIS DE ENTRADA

Conforme discutido no item 4.5.1, um conjunto de treinamento deve se representativo

do problema a ser estudado, não deve conter valores que extrapolem os domínios das

variáveis de entrada e deve ter a dimensão suficiente para que a rede possa ser treinada a obter

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100

soluções para o ambiente considerado. A última proposição diz respeito à utilização de

variáveis que não influenciam, ou influenciam muito pouco, no treinamento da rede. Estas

variáveis devem ser retiradas do conjunto de treinamento de forma a se obter um treinamento

menos custoso e menos sujeito às oscilações. GARSON13 apud GOH, 1995, p.150-151,

apresenta o método proposto para determinação da importância relativa de cada variável de

entrada, baseado no percentual de contribuição de cada variável nos valores finais dos pesos

sinápticos. O método baseia-se no particionamento dos pesos da camada de saída de cada

neurônio oculto em componentes associados com cada neurônio de entrada. O exemplo a

seguir foi extraído de GOH, 1995, p.150. A Tabela 4.1 mostra os pesos sinápticos de uma

rede treinada com três neurônios na camada de entrada, quatro neurônios ocultos e um

neurônio de saída.

Tabela 4.1 – determinação da importância de cada variável de entrada.

Pesos sinápticos

Neurônios ocultos Entrada 1 Entrada 2 Entrada 3 Saída

Neurônio 1 -1,67624 3,29022 1,32466 4,57857

Neurônio 2 -0,51874 -0,22921 -0,25526 -0,48815

Neurônio 3 -4,01764 2,12486 -0,08168 -5,73901

Neurônio 4 -1,75691 -1,44702 0,58286 -2,65221

O método resume-se aos seguintes passos:

1. Para cada neurônio i, multiplicar o valor absoluto dos pesos da camada de saída

pelo valor absoluto do peso sináptico da camada oculta. Repetindo-se este passo

para cada variável j de entrada, os seguintes produtos pij são obtidos:

Entrada 1 Entrada 2 Entrada 3

Neurônio 1 p11 = -1,67624 * 4,57857 p12 = 3,29022 * 4,57857 p13 = 1,32466 * 4,57857

Neurônio 2 P21 = -0,51874 * 0,48815 P22 = -0,22921 * 0,48815 P23 = -0,25526 * 0,48815

Neurônio 3 P31 = -4,01764 * 5,73901 P32 = 2,12486 * 5,73901 P33 = -0,08168 * 5,73901

Neurônio 4 P41 = -1,75691 * 2,65221 P42 = -1,44702 * 2,65221 P43 = 0,58286 * 2,65221

13 GARSON, G.D. Interpreting neural-network connection weights. AI Expert, 6(7) (1991) 47-51.

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Entrada 1 Entrada 2 Entrada 3

Neurônio 1 p11 = 7,674782 p12 = 15,064503 p13 = 6,065049

Neurônio 2 P21 = 0,253223 P22 = 0,111889 P23 = 0,124605

Neurônio 3 P31 = 23,057276 P32 = 12,194593 P33 = 0,468762

Neurônio 4 P41 = 4,659694 P42 = 3,837801 P43 = 1,545867

2. Para cada neurônio oculto, dividir pij pela soma de todas as variáveis de entrada,

obtendo qij.

Entrada 1 Entrada 2 Entrada 3

Neurônio 1 q11 = p11/( p11+ p12+ p13) q12 = p12/( p11+ p12+ p13) q13 = p13/( p11+ p12+ p13)

Neurônio 2 q21 = p21/( p11+ p12+ p13) q22 = p22/( p11+ p12+ p13) q23 = p23/( p11+ p12+ p13)

Neurônio 3 q31 = p31/( p31+ p32+ p33) q32 = p32/( p31+ p32+ p33) q33 = p33/( p31+ p32+ p33)

Neurônio 4 q41 = p41/( p41+ p42+ p43) q42 = p42/( p41+ p42+ p43) q43 = p43/( p41+ p42+ p43)

Entrada 1 Entrada 2 Entrada 3

Neurônio 1 q11 = 0,266445 q12 = 0,522994 q13 = 0,210560

Neurônio 2 q21 = 0,517080 q22 = 0,228477 q23 = 0,254443

Neurônio 3 q31 = 0,645489 q32 = 0,341388 q33 = 0,013123

Neurônio 4 q41 = 0,463958 q42 = 0,382123 q43 = 0,153919

3. Para cada neurônio de entrada obter sj, formado pelo somatório dos valores de qij

anteriores.

Entrada 1 Entrada 2 Entrada 3

Neurônio 1 q11 = 0,266445 q12 = 0,522994 q13 = 0,210560

Neurônio 2 q21 = 0,517080 q22 = 0,228477 q23 = 0,254443

Neurônio 3 q31 = 0,645489 q32 = 0,341388 q33 = 0,013123

Neurônio 4 q41 = 0,463958 q42 = 0,382123 q43 = 0,153919

Soma s1=1,892972 s2 =1,474982 s3 = 0,632046

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4. Dividir sj pela soma de todas as variáveis de entrada. Expresso como um valor

percentual, este número fornece a importância relativa ou distribuição de todos os

pesos de saída em relação às correspondentes variáveis de entrada.

Entrada 1 Entrada 2 Entrada 3

Importância relativa (%) (s1 * 100) / (s1 + s2 + s3) (s2 * 100) / (s1 + s2 + s3) (s1 * 100) / (s1 + s2 + s3)

Entrada 1 Entrada 2 Entrada 3

Importância relativa 47,32 % 36,87 % 15,80 %

4.12 UTILIZAÇÃO DAS REDES NEURAIS

A utilização das redes neurais em pesquisas de diversas áreas cresceu muito nas duas

últimas décadas. Neste item, destacam-se algumas pesquisas desenvolvidas na engenharia

civil, mais precisamente aquelas voltadas para a área de estruturas.

Os dois primeiros trabalhos serão detalhados de forma a mostrar como se dá a

elaboração das pesquisas envolvendo a utilização de redes neurais.

As demais pesquisas serão resumidas em um único item, provendo uma boa referência

bibliográfica da utilização de redes neurais na engenharia civil.

4.12.1 Detecção de danos em estruturas de pontes

PANDEY, 1995, propôs a utilização de um Perceptron multicamada com

backpropagation para identificação de elementos estruturalmente danificados em uma

estrutura de ponte formada por uma treliça metálica.

A Figura 4.7 mostra a estrutura proposta por PANDEY e as três áreas onde foram

simuladas alterações na rigidez das peças. O exercício proposto visou identificar os membros

das áreas danificadas e a alteração de sua rigidez como uma função da seção transversal de

cada peça. Com a ajuda de um software de elementos finitos, foi gerado um conjunto de

treinamento com 40 amostras de valores de entrada, correspondentes aos deslocamentos nos

nós 7, 8, 9, 10 e 11, onde foram aplicadas cargas concentradas, estáticas, de 100 Kg, e 40

saídas, correspondentes às áreas das seções transversais de cada barra da estrutura (21 barras).

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Cada amostra era composta de 5 valores de entrada com 21 valores correspondentes de saída.

Além destes, outros 10 conjuntos foram gerados para testes da rede treinada.

PANDEY pesquisou duas arquiteturas de rede: uma rede com apenas uma camada

oculta, composta de 21 neurônios e outra com duas camadas ocultas, cada uma com 21

neurônios. Para ambas as redes PANDEY utilizou um fator de treinamento η de 0.9, um fator

de momento α de 0.9 e um erro percentual de 0.01.

Em sua conclusão, PANDEY constata que as redes foram capazes de determinar as

áreas danificadas da estrutura proposta e que a rede composta por duas camadas ocultas teve

melhor desempenho, destacando que dados obtidos de apenas alguns pontos de medição na

estrutura foram suficientes para o treinamento da rede.

7 8 9 10 11

Figura 4.7 – Estrutura estudada por PANDEY.

4.12.2 Análise de vigas de concreto reforçadas com fibra de carbono

IAN, 2001, propôs a utilização de redes neurais para a determinação do esforço

máximo admitido para vigas de concreto reforçadas com fibras de carbono, baseados em

dados experimentais. A idéia foi provar que a utilização das redes neurais na determinação

dos deslocamentos provocados pelos carregamentos aplicados às vigas reforçadas, é muito

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mais rápida do que com a utilização de softwares de elementos finitos, dado o trabalho

exigido por estes softwares na elaboração do modelo gráfico dos elementos estruturais a

serem analisados.

Para a elaboração do conjunto de treinamento, IAN utilizou 10 vigas de dimensão

20x20 cm, com diferentes seções de armaduras de tração, reforçadas com fibra de carbono nas

laterais e na parte inferior. Um carregamento gradual foi aplicado às vigas, até a sua ruptura,

A carga aplicada foi sendo anotada a cada 5,08mm no incremento das deflexões das vigas,

obtendo um total de 254 observações, das quais 229 foram utilizadas para o conjunto de

treinamento e 25 (aproximadamente 10% das observações de cada viga) para o conjunto de

testes. A Figura 4.8 mostra o modelo das vigas utilizadas por IAN.

IAN utilizou uma rede neural com funções de base radial na sua análise com 50

neurônios na camada oculta. Após o treinamento, a rede conseguiu prever as deflexões das

vigas, para um dado carregamento, com um erro relativo de 0,9956% em relação ao modelo

real.

Em sua conclusão, IAN sugere que, dado a maior precisão dos valores fornecidos

pelos softwares de elementos finitos, uma solução híbrida pode ser definida: a utilização de

redes neurais para pesquisar a melhor configuração de reforço para as vigas e a utilização de

softwares de elementos finitos para avaliação do desempenho do sistema reforçado, utilizando

a rede, neste caso, como um elemento de tomada de decisão.

20 cm

20 c

m

Reforço comfibra de carbono

Figura 4.8 – Modelo de viga utilizada por IAN.

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105

4.12.3 Outros trabalhos

A seguir, serão apresentadas, de uma forma mais resumida, outras pesquisas

envolvendo a utilização de Redes Neurais na engenharia civil.

• HADI, 2003, utilizou uma rede Backpropagation para determinação da seção

transversal, ótima, de vigas de concreto biapoiadas, visando redução de custos de

construção. Para o conjunto de treinamento utilizou-se o valor do momento fletor

máximo da viga, o fck do concreto, resistência do aço fyk, as dimensões máximas

da viga, o custo do concreto e do aço por metro quadrado e o custo das formas por

metro quadrado. Os valores correspondentes de saída foram: a taxa de armadura de

tração ótima, a área da seção transversal da armadura de tração ótima, a largura

ótima da viga e o custo ótimo por metro quadrado da viga. A rede utilizada possuía

5 neurônios na camada de entrada, 1 neurônio na camada oculta e quatro na

camada de saída. A taxa de aprendizado η, utilizada foi de 0.01 e o erro quadrático

máximo admitido foi de 0.0001. Foram utilizadas 50 amostras para o conjunto de

treinamento e o erro médio percentual encontrado foi de 2.71%. O maior problema

relatado foi a grande variância dos valores de saída do conjunto de treinamento

utilizado que determinou um grande trabalho nos ajustes das variáveis da rede de

forma a se obter os valores de saída da rede no domínio esperado.

• GOMES, 2005, estudou a detecção de danos em estruturas com redes neurais de

função de base radial. A montagem do conjunto de treinamento foi efetuada em

cima de uma viga de 2.4m de comprimento, módulo de elasticidade E=2.5x1010

N/m2, de seção retangular com altura h=0.24m e base b=0.14m. A viga foi

discretizada em 24 elementos. Um programa de elementos finitos foi utilizado para

simular os estados de danos induzidos na viga através da redução de sua inércia e

posterior avaliação das variações nas frequências naturais, simulando vários

cenários de danos. Utilizando o conceito de análise de sensibilidade modal,

GOMES gerou os conjuntos de treinamento e teste, cujas entradas foram as

variações dos quadrados das frequência naturais e as saídas os índices de danos em

cada elemento da estrutura, perfazendo um total de 433 amostras. Depois de

treinada a rede foi capaz de permitir a avaliação da redução de inércia em cada

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elemento discretizado da viga. Em sua conclusão, GOMES atesta que, para

grandes estruturas, definido a grande variedade de combinação de elementos

danificados pode tornar inviável o treinamento da rede para avaliar a estrutura

como um todo. O processo mostrou-se mais eficaz em determinar a região onde

ocorrem danos e, com pouca precisão, a intensidade destes danos.

• GOH, 1995, propôs a utilização do Backpropagation para identificação da

capacidade de carga de estacas cravadas em solos arenosos. O conjunto de

treinamento utilizado baseou-se em um banco de dados de estacas reais, ou seja,

dados práticos foram utilizados na análise. O conjunto de entradas inicialmente

contou com o módulo de elasticidade da estaca, o seu peso, a área de sua seção

transversal, seu tamanho, a altura de queda do martelo, o peso do martelo e o tipo

de martelo. Para o conjunto de saída utilizou a capacidade de carga para cada

estaca apresentada. O conjunto de treinamento contou com 59 amostras e o de

testes com 35. Depois de encerrado o primeiro treinamento, GOH observou a

pequena variação nos pesos sinápticos relativos à variável tipo do martelo, o que

indicou a pouca importância desta variável no contexto do problema, como

discutido no item 4.5.1 deste documento. Os resultados fornecidos pela rede

treinada foram comparados com resultados obtidos por formulações matemáticas

fornecidas por métodos como o Engineering News, Hiley e Janbu. A rede neural

apresentou um menor espalhamento dos valores finais de capacidade de carga das

estacas, mostrando que o método é bastante confiável.

Os trabalhos aqui apresentados representam apenas um pequeno universo das

pesquisas que vêm sendo realizadas na utilização de redes neurais na engenharia civil. A

continuidade dos estudos tende a aumentar as opções que a utilização das redes neurais

artificiais pode prover no aprimoramento da análise e formulação dos processos de

engenharia.

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5 O ALGORITMO MCRN INTEGRADO

Pelo exposto nos capítulos 2 e 3 fica claro que uma das questões fundamentais no

estudo da confiabilidade estrutural é a avaliação da probabilidade de falha de um sistema ou

componentes de um sistema. Para que seja possível avaliar esta probabilidade é necessário

estabelecer uma equação que defina o caminho crítico de falha do sistema ou componente.

Para sistemas simples, do tipo resistência esforço, as equações de falha são

praticamente instantâneas e de definição bastante imediata. Avaliando a equação ( 5.1 ), onde

R representa a resistência do elemento estrutural e S o esforço nele aplicado, percebe-se

claramente que quando esforço é maior que a resistência o elemento entra em um ambiente de

falha. Com os métodos propostos nos capítulos 2 e 3 avalia-se com extrema facilidade a

probabilidade de falha deste elemento.

SRp f −= ( 5.1 )

O problema aparece para sistemas complexos, onde nem sempre é possível explicitar a

equação de falha ou mesmo quando esta assume uma complexidade elevada.

Para o segundo caso mostrou-se que os métodos analíticos tradicionais como FORM e

SORM podem encontrar enormes dificuldades na obtenção do ponto de projeto,

principalmente nos casos mais complexos envolvendo um grande número de variáveis

básicas, onde nem sempre conseguem convergir para uma solução válida.

O método Monte Carlo fornece uma alternativa bastante interessante para este

problema, porém mostrou-se que o esforço computacional inerente ao método é grande, dado

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o número de simulações exigidas para obter-se um resultado com precisão aceitável. Além

disto, ainda depende da correta explicitação da equação de falha do problema a ser analisado

(o número de simulações para o método clássico é aproximadamente igual a 102/pf ).

As técnicas de redução de variância reduzem bastante o número de simulações

exigidas pelo método Monte Carlo clássico, porém ainda as mantém em um número elevado,

além do fato de não serem universais, necessitando cada caso de um estudo. Em SUBIA,

1991, p. 91 encontra-se um estudo bastante completo da utilização das técnicas de redução de

variância além de diversos exemplos numéricos em que o Monte Carlo clássico é comparado

com os métodos que utilizam técnicas de RV, conjugados com uma engenhosa discretização

do domínio de falha.

O método de Monte Carlo, mesmo com a utilização de técnicas de RV, ainda pode

exigir um razoável esforço computacional, principalmente quando aplicado em problemas de

confiabilidade em que o valor de pf é da ordem de 10-3 a 10-5.

Os fatos expostos não têm a intenção de classificar os métodos citados como

ineficientes. Ao contrário, vêm sendo explorados em diversas pesquisas, utilizados em

trabalhos práticos ao longo de 3 décadas e têm sido responsáveis pela enorme evolução da

avaliação da confiabilidade de sistemas neste período. Técnicas como o método da superfície

de resposta, SAGRILO, 1994 e a utilização de curvas do tipo SPLINE por OLIVEIRA14, 1997

apud SARAIVA, 1997, p.34, têm sido propostos com resultados bastante significativos. O

intuito, na realidade, é mostrar que estes métodos são trabalhosos e totalmente dependentes da

explicitação de uma equação de falha do sistema e que sua complexidade aumenta na medida

em que a equação de falha torna-se altamente complexa e não linear.

Estes fatos motivaram SARAIVA, 1997, a propor a utilização das redes neurais como

um elemento facilitador do processo fazendo uso de sua habilidade em aproximar funções

contínuas e limitadas (no caso específico de confiabilidade, a função ( )XG ), em um

algoritmo híbrido que conjuga o método Monte Carlo e redes neurais.

A idéia básica é a de se utilizar três ambientes distintos na avaliação do problema: Um

software de simulação de variáveis aleatórias (Monte Carlo); um software de análise

estrutural, calcado em métodos de análise não linear de estruturas e um software de Redes

Neurais.

14 OLIVEIRA, R.A. - “Confiabilidade de Sistemas Estruturais pelo Método de Integração Monte Carlocom Amostragem por Importância” - D.Sc.Thesis, Programa de Engenharia Civil, COPPE/UFRJ,Brasil, 1997.

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Uma vez definida todas as variáveis aleatórias, suas distribuições estatística e o

relacionamento entre elas, vetores pseuso-aleatórios são gerados com o método Monte Carlo.

Em seguida o software de análise estrutural é utilizado para estudar o comportamento da

estrutura, segundo as condições simuladas (carregamentos, deslocamentos, efeitos de

temperatura, efeitos de marés, efeitos de ventos etc. ).

Após a análise da estrutura, obtêm-se um conjunto de entradas (valores simulados) e

saídas (resultado da análise estrutural) que constituirão a base de informações para o

treinamento da Rede Neural.

Depois de encerrado o treinamento da rede, obtêm-se um panorama do ambiente de

falha desejado. O resultado da avaliação dos algoritmos neurais é, de uma maneira básica, o

caminho necessário para se chegar ao conjunto de valores de saída, dado o conjunto de

valores de entrada. Através de algoritmos específicos é possível extrair a equação que traduz

esta transformação, denominada equação de falha no estudo da confiabilidade. Esta extração

baseia-se na utilização de algoritmos fuzzy e não será alvo desta dissertação. Os estudos de

caso propostos permitirão explicitar a equação de falha em função da análise do problema e

das condições normativas aplicáveis a cada caso.

De posse da equação de falha, o método Monte Carlo é novamente utilizado para

avaliação da frequência com que a estrutura entra no ambiente de falha, o que fornecerá,

então, a probabilidade de falha da estrutura. Segundo SARAIVA, 1997, p.30, com este

algoritmo, acelerara-se todo o processo de simulação evitando-se as desvantagens do

algoritmo Monte Carlo tradicional, ao mesmo tempo fazendo uso da habilidade das redes

neurais multicamadas em aproximar funções contínuas e limitadas (no caso específico de

confiabilidade, a função ( )XG ).

Trabalhar com três ambientes de softwares distintos ainda é bastante custoso para o

engenheiro. A transferência de informações entre cada ambiente é bastante demorada devido

ao seu volume, cerca de 100 simulações de cada variável envolvida, o que continua sendo um

ponto desestimulante para que a avaliação de confiabilidade de estruturas torne-se uma

constante na Engenharia Civil.

Na tentativa de provar que a criação de um ambiente integrado de software, que

englobe os três ambientes citados, minimizará bastante o custo de se avaliar a probabilidade

de falha de uma estrutura, este trabalho dá continuidade à pesquisa de SARAIVA, 1997, e

propõe o desenvolvimento deste ambiente integrado de software, que é discutido em detalhes

neste capítulo.

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5.1 AMBIENTE DE DESENVOLVIMENTO

Para o desenvolvimento do software proposto optou-se pela utilização do Visual Basic

por ser uma ferramenta de fácil manipulação e que reduz extremamente o tempo de

desenvolvimento, por ser indicada para o desenvolvimento de interfaces simples e por ter

poder de processamento adequado ao porte do software proposto: uma aplicação simples que

se destina a demonstrar de forma clara a integração entre os ambientes Monte Carlo, análise

estrutural e redes neurais. O projeto utilizou os conceitos de orientação à objetos permitidos

pelo Visual Basic. O desenvolvimento em classes permite a modularização do software de

forma que um módulo possa ser substituído ou mesmo agregado, bastando para isto utilizar-se

os padrões de desenvolvimento proposto.

O ambiente demonstrou-se bastante estável, porém para que o produto possa ser

utilizado como um software de mercado, novas linguagens de programação devem ser

utilizadas, como C++ ou Java. O Visual Basic demonstrou-se um pouco lento nas rotinas de

cálculo numérico e manipulação de matrizes. O principal ponto negativo verificado foi o

tempo necessário à inversão de matrizes.

Um modelo possível para o desenvolvimento de um software comercial, pode utilizar

o próprio Visual Basic como a ferramenta para interface com o usuário, devido às facilidades

já expostas, implementando as classes voltadas aos processamento matemático em C, C++ ou

Java, sob a forma de DLLs (dynamic link libraries). Este modelo permite a futura expansão do

software para um ambiente Web, bastando substituir a interface com o usuário por

codificação ASP, mantendo-se a plataforma Windows. Para a migração para a plataforma

Unix ou Linux, as mudanças seriam bem mairoes, exigindo uma restruturação total do projeto

do software.

5.2 ESTRUTURA GERAL DO PROJETO

A Figura 5.1 mostra de uma forma bem compacta a estrutura funcional do software

desenvolvido. Os quatro módulos compõem a espinha dorsal do sistema. Todos os algoritmos

implementados, com exceção dos algoritmos do módulo de análise estrutural, já foram citados

nos capítulos anteriores ou encontram-se no apêndice deste trabalho.

Em linhas gerais o software comporta-se como um software de “workflow”, onde as

informações disponibilizadas por um módulo são mantidas em memória, disponíveis para os

próximos módulos que compõem o fluxo do processo. Neste caso específico o módulo Monte

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111

Carlo é responsável por gerar, para cada variável aleatória, vetores com valores pseudo-

aleatórios de acordo com sua distribuição estatística e vetores com suas respectivas

probabilidades acumuladas e densidade de probabilidade.

Os valores gerados estarão disponíveis para serem utilizados com parâmetros de

entrada para o módulo de análise estrutural. Desta forma, se o módulo Monte Carlo gerar

amostras de tamanho N, e se pelo menos uma destas variáveis simuladas for utilizada como

entrada para o módulo de análise estrutural, automaticamente a estrutura em questão será

avaliada N vezes.

Os valores pseudo-aleatórios gerados pelo módulo Monte Carlo e os valores de saída

oriundos das N avaliações da estrutura poderão ser combinados para formar o conjunto de

treinamento da rede neural. Após o treinamento a rede estará disponível para ser consultada e

fornecer as saídas correspondentes às esntrada recebidas.

O módulo Confiabilidade utiliza os módulos Monte Carlo, para gerar novamente os

valores pseudo-aleatórios das variáveis utilizadas na função de falha a ser avaliada, com

amostras de tamanho maior do que as utilizadas para treinar a rede e suficientemente grandes

para que seja possível atingir um índice de confiabilidade confiável, e Rede Neural que

fornece os valores das variáveis correspondentes à saída da análise estrutural.

Após coletada todas estas informações, as funções de falha fornecidas serão avaliadas

para determinação da probabilidade de falha da estrutura e seu índice de confiabilidade.

Monte Carlo Análise estrutural

Rede Neural

Confiabilidade

Figura 5.1 – Estrutura global do software.

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5.3 ESTRUTURA GLOBAL DE NAVEGAÇÃO

A Figura 5.2 fornece um esquema simplificado da estrutura de navegação do software.

Todos os módulos propostos são compostos de duas telas de interface com o usuário: uma tela

de entrada de parâmetros e uma tela com a saída do processamento correspondente ao

módulo. Estas telas serão detalhadas nos itens correspondentes a cada módulo.

«interface»Principal

«interface»Monte Carlo

«interface»Estruturas

«interface»Rede Neural

«interface»Confiabilidade

«interface»Saída Monte Carlo

«interface»Saída Estruturas

«interface»Saída Rede Neural

«interface»Saída Confiabilidade

Figura 5.2 – Detalhe simplificado da navegação do sistema.

5.4 MÓDULO MONTE CARLO

O módulo Monte Carlo foi desenvolvido de acordo com os estudos elaborados nos

capítulos 2 e 3.

A Figura 5.3 mostra o diagrama de classes simplificado do módulo. O diagrama

mostra o fluxo das principais informações do processo além das suas principais propriedades

e métodos. A Figura 5.4 e a Figura 5.5 mostram os fluxogramas da entrada de dados e do

processamento do módulo.

As seguintes distribuições estão disponíveis para simulação de variáveis aleatórias:

• Uniforme

• Normal

• Lognormal

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113

• Exponencial

• Weibull

• Extremo tipo I largest

+Gerar valores pseudo aleatórios()+Gerar CDF()+Gerar PDF()

-Nome Variável-Distribuição-Média-Desvio Padrao-Vetor Pseudo aleatório-PDF-CDF-Nível de significância-Tamanho da amostra

Distribuição

+Avaliação da função de falha()

-Nome Função-Função-Variáveis : Distribuição

Funções

+Geraçao de valores Pseudo aleatórios()+Avaliação da confiabilidade do Sistema()

-Variáveis : Distribuição-Tamanh da amostra-Nível de significância-Funções de Falha : Funções

Monte Carlo

+Testar aderência()

-Vetor Pseudo aleatório-CDF-Nível de Significância-Tamanho da amostra

Kologorov-Smirnov

-Aderência*

-CDF*

Propriedades estatísticas

Propriedades da função de falha

Nome da variável Valores Pseudo Aleatórios

Figura 5.3 – Diagrama de classes do módulo de Simulação Monte Carlo

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114

Definição do modode operação

Recuperacaracterísticas

gerais

SimulaçãoEstatística

Recuperar funçãode falha

Recuperar variáveisda função de falha

Recupera variáveisavulças

Para cadavariável

Próximavariável

Recupera parâmtrosestastísticos da

variável

Controlerede

neural

Sim

Sim

Não

Não

Recuperadistribuição estatística

da variável

Reciperarelacionamento

entre as variáveis

Início

Fim

Figura 5.4 – Fluxograma de entrada de dados – Módulo Monte Carlo

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115

Início

VariáveisRelacionadas

Não SimVariáveis

IndependentesVariáveis

dependentes

Disponibilizaas variáveis

Fim

VariáveisRelacionadas

Não

SimAnálise de

Confiabilidade

Montar matrizde relacionamento

RecuperarMédias e Desv.

Pdrãonormal equivalente

Recuperarcoeficiente

de correlaçãoequivalente

Transformadade NAtaf

Variáveisdependentes

Variáveisindependentes

Para cada variávelgerar valores comdistribuição N{0,1}

Próximavariável

Resolve o sistemade equações

J 1− Z⋅ µ norm+

Fim

Para cadavariável

Gerar númerospseudo-aleatórios

uniformes entre 0 e1

Gerar valoresde acordo com adistribuição da

variável

Executarteste de aderênciaKologorov-Smirnov

AderênciaConfirmada

Não

Sim

Próximavariável

VariáveisIndependentes

Fim

Figura 5.5 – Fluxograma de processamento – módulo Monte Carlo

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116

O módulo apresenta 3 funcionalidades distintas:

• Simulação estatística

• Avaliação de confiabilidade pelo método tradicional

• Simulação estatística com interface para redes neurais (MCRN)

No modo de Simulação Estatística são fornecidos os valores gerados para cada

variável fornecida de acordo com suas características estatísticas.

No modo Monte Carlo Tradicional deve-se fornecer uma equação de falha que, ao

final da simulação das variáveis fornecidas, será avaliada para definição da probabilidade de

falha. Durante a fase de avaliação da confiabilidade, o conjunto de valores simulados para as

variáveis será utilizado para a avaliação da função.

De acordo com o que foi dito no capítulo 3, item 3.6, cada vez que a função avaliada

retornar um valor menor ou igual à zero será adicionada uma unidade ao total de falhas do

processo (superfície de falha). Ao final da avaliação de todos os valores simulados, o número

total de falhas será dividido pelo número total de valores simulados, obtendo-se assim a

probabilidade de falha da estrutura avaliada. Aplicando-se a equação ( 3.14 ) obtem-se seu

índice de confiabilidade.

No modo MCRN as variáveis simuladas estarão disponíveis, em memória, para serem

utilizadas durante as fases de verificação estrutural e redes neurais.

Está prevista também a possibilidade de se gerar valores levando-se em conta a

dependência entre as variáveis. Esta funcionalidade baseia-se na transformação de NATAF,

discutida no capítulo 2, item 2.2.

Para cada distribuição simulada, é efetuado o teste de aderência de Kolmogorov-

Smirnov, discutido no capítulo 3, item 3.4.2.

Após a geração de todas as variáveis, o resultado é mostrado ao usuário e

disponibilizada a opção de exportação dos valores simulados para arquivos compatíveis com

o formato de planilhas Excel. São fornecidos também gráficos do controle de aderência, da

probabilidade acumulada e da densidade de probabilidade para cada variável simulada.

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117

5.4.1 Simulação estatística

Os algoritmos de simulação seguem as propostas apresentadas no capítulo 3 e as

rotinas disponíveis nos itens 7.1 e 7.2 do anexo.

Para cada variável definida é instanciado um objeto da classe distribuição que herda da

classe principal as propriedades definidas no formulário geral. O objeto é identificado pelo

nome da variável. As demais propriedades inerentes a cada variável são informadas nos

passos seguintes.

O software prevê que mais de uma função de falha seja fornecida. Assim como no

caso das variáveis, para cada função fornecida é instanciado um objeto da classe Funções. A

principal propriedade deste objeto é a coleção de variáveis associadas à função.

Para geração de números pseudo-aleatórios, com distribuição U{0,1} disponibilizou-se

as duas opções analisadas no capítulo 3: o método congruencial, equações ( 3.3 ), ( 3.4 ) e

( 3.5 ) e o algoritmo proposto por SUBIA, 1991, p.23. A partir dos números pseudo-

aleatórios, procede-se então a geração dos valores para as variáveis aleatórias com suas

respectivas distribuições de probabilidade.

A Tabela 5.1 mostra as formulações utilizadas para a geração dos valores das

distribuições e a Tabela 5.2 as regras utilizadas para obtenção dos parâmetros das

distribuições baseados na média µ e no desvio padrão σ .

Além destes métodos disponibilizou-se, também, o algoritmo de Newton-Raphson,

proposto por DEVROYE, 1986, p.27-34, para simulação numérica das funções inversas

(capítulo 3, item 3.5).

Para simulação de valores com distribuição Lognormal, o método de Newton-Raphson

tem a vantagem sobre o método tradicional pois evita a geraração de números com

distribuição Normal, o que agiliza em muito o processo.

Após a simulação de cada variável é efetuado o teste de aderência de Kolmogorov-

Smirnov, capítulo 3, item 3.4.2.

Para a realização do teste de Kolmogorov-Smirnov é necessário obter-se os valores da

distribuição acumulada, CDF, do modelo probabilístico a ser verifico. A Tabela 5.3 mostra as

funções acumuladas das distribuições contempladas.

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118

Tabela 5.1 – Métodos para simulação de variáveis aleatórias.

Distribuição Método Função Inversa Observações

Normal Box-Muller -

Exponencial Inversa ( )x−⋅− 1lnβ

Lognormal Xe - ( )ζλ,NX =

Weibull Inversa( )( ) βθ

1

ln x−⋅

Extremo I largest InversaU

x+⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎠⎞

⎜⎝⎛⋅−

1lnln1α

Tabela 5.2 – Obtenção dos parâmetros das distribuições.

Distribuição Parâmetros

Exponencial µβ =

Lognormal ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+= 2

2

1lnµσζ ( ) 2

21ln ζλ ⋅−= u

Extremo I largest2

2

*6 σπα = α

µ 577216.0+=U

A geração da FDA das distribuições Normal e Lognormal exige a integração das

funções no intervalo (- ∞ , x). O algoritmo de integração utilizado foi o proposto por CONTE,

1981, p.319-327, que utiliza a composição entre o método dos trapézios e o da quadratura de

Gauss. O método consiste na subdivisão do intervalo de integração em um número finito de

intervalos, aplicando-se a cada intervalo o método da quadratura de Gauss.

De acordo com PACITTI, 1976, p. 446, as quadraturas podem ser escritas na forma

geral:

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119

( )∑=

⋅=N

iii xfWI

1

( 5.2 )

Os valores xi são igualmente espaçados no intervalo base nij xxx ≥≤ que é

justamente o intervalo de integração (a,b). A amplitude de cada intervalo é dada por:

( )( )11 −

−==−+ n

abhxx ii ( 5.3 )

sendo n o número de pontos de integração escolhidos dentro do intervalo (a,b). O grau de

interpolação é então definido como o número de pontos de integração definidos menos 1.

Para cada grau de interpolação n tem-se o mesmo número de incógnitas n, que são os

pesos W. Assim para 3=n , tem-se 3/131 == WW e 3/42 =W . Ou seja, para quantas n

incógnitas W especifica-se, integra-se a função através de um polinômio de grau 1−n .

De forma a minimizar o erro de integração introduz-se uma nova incógnita na análise:

a localização dos pontos de integração, P. A integração terá, então, a precisão de um

polinômio de grau 12 −⋅ n . A obtenção das abscissas e pesos da quadratura de Gauss é

bastante complexa, mas encontram-se tabeladas e disponíveis na literatura específica.

A Rotina 5.1 mostra o método da quadratura de Gauss, com 4 pontos de integração

para cada um dos N intervalos, trapézios, que se queira dividir o intervalo original (a,b). Caso

a amostra simulada não seja aprovada no teste de aderência, todo o processo, a partir da

geração dos números pseudo-aleatórios U{0,1} é repetido até o limite estabelecido nas opções

padrões do software. Se depois de ultrapassado este limite não for possível obter uma amostra

que seja aprovada pelo teste de aderência o processamento é interrompido.

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120

Tabela 5.3 – Funções de probabilidade acumulada.

Distribuição Função Distribuição Acumulada

Normal( )

∫∞−

−−

⋅⋅⋅

x x

e 2

2

2

21 σ

µ

πσ

Lognormal( )( )

∫∞−

−−

⋅⋅⋅⋅

x x

ex

2

2

2ln

21 σ

µ

πσ

Exponencial βx

e−

−1

Weibullβ

θ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−

−t

e1

Extremo I largest ( )[ ]uxe −⋅−− αexp

QG_RT a b, n,( ) point0.339981043584856

0.861136311594053⎛⎜⎝

⎞⎠

weight0.652145154862546

0.347854845137454⎛⎜⎝

⎞⎠

hb a−( )

n←

hover2h2

p1 point 0 hover2⋅←

p2 point 1 hover2⋅←

s1 0←

s2 0←

x a i h⋅+ hover2−←

s1 s1 FUNCAO p1− x+( )+ FUNCAO p1 x+( )+←

s2 s2 FUNCAO p2− x+( )+ FUNCAO p2 x+( )+←

i 0 n 1−..∈for

s hover2 weight 0 s1⋅ weight 1 s2⋅+( )⋅←

s

:=

Rotina 5.1 – Integração – Quadratura de Gauss.

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121

Se as variáveis a serem simuladas apresentarem algum grau de relacionamento entre

si, o processo de simulação de variáveis correlacionadas, capítulo 2, item 2.2, é aplicado. O

método usa a transformada de NATAF para efetuar a transformação de variáveis

correlacionadas em variáveis independentes. A transformada de NATAF utiliza uma matriz

triangular inferior, obtida da transformação de Cholesky, a partir da matriz de correlação entre

as variáveis aleatórias, equação ( 2.10 ). Na Rotina 5.2 encontra-se método proposto por

RALSTON, 1965. p. 320 para obtenção da matriz triangular inferior.

A média e o desvio padrão de cada variável deverão ser transformados para uma

média e um desvio padrão equivalentes a uma distribuição normal, equações ( 2.8 ) e ( 2.9 ).

O próximo passo é definir uma matriz de correlação entre as variáveis envolvidas. Para que

esta matriz possa expressar, para as variáveis não normais uma correlação normal equivalente,

utiliza-se as equações definidas por KIUREGHIAN, 1986, aplicando-se para cada valor

obtido a equação ( 2.10 ). A simulação das variáveis, neste caso, restringe-se à geração de

variáveis com distribuição N{0,1}. Finalmente, aplicando-se a equação ( 2.13 ), para cada

valor simulado de cada variável, obtêm-se os valores finais da simulação desejada, mantendo-

se a correlação especificada entre as variáveis analisadas.mCholeski A( ) n rows A( )←

Ln n, 0←

sum 0←

sum if j 0> sum Li j,( )2+, sum,⎡

⎣⎤⎦←

j 1 i 1−..∈for

Li i, Ai i, sum−( )1

2←

sum 0←

sum if j 0> sum Li j, Lk j,⋅+, sum,( )←

j 1 i 1−..∈for

Lk i,1

Li i,Ak i, sum−( )⋅←

k i 1+ n..∈for

o 0←

i n<if

i 1 n..∈for

Lreturn

:=

Rotina 5.2 – Implementação de Cholesky.

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122

5.5 MÓDULO ANÁLISE ESTRUTURAL

O desenvolvimento do módulo baseou-se no método da rigidez de acordo com os

algoritmos propostos por GERE, 1981, p. 286-309. Disponibilizou-se a avaliação de vigas

contínuas, pórticos planos e estruturas em grelha. A descrição a seguir é baseada na avaliação

de vigas contínuas. Os processos de pórticos planos e grelhas seguem, fielmente, o mesmo

conceito especificado para as vigas.

A Figura 5.6 mostra o diagrama de classes simplificado. A Figura 5.4 e a Figura 5.5

mostram os fluxogramas da entrada de dados e do processamento do módulo.

+Calcular a estrutura()+Disponibilizar valores calculados()

-Parâmetros da estruturaViga

+Gerar valores pseudo aleatórios()+Gerar CDF()+Gerar PDF()

-Nome Variável-Distribuição-Média-Desvio Padrao-Vetor Pseudo aleatório-PDF-CDF-Nível de significância-Tamanho da amostra-Saida RNA : bool

Distribuição

Valores pseudo aleatórios

Nome da variável

Figura 5.6 – Diagrama de classe do módulo estrutural (viga)

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123

Recuperarnúmero demembros

Variáveissimuladas

Sim

Não

Início

Para cadamembro

Próximomembro

Recuperarcomprimento

Recuperaraltura

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Variáveissimuladas

SimRecuperar

largura

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Não

Variáveissimuladas

SimRecuperarvalor do

carregamento

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Não

Recuperartipo de

carregamento

Recuperardistância á esquerda

e tamanho

Variáveissimuladas

SimRecuperarMódulo de

Elasticidade

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Não

Calcularnúmero de

nós

Variáveissimuladas

Sim

Não

Para cadanó

Recuperarrestrições

nos eixos Z e Y

Recuperarcarregamento

no eixo Y

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Variáveissimuladas

SimRecuperarcarregamento

no eixo Z

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Próximonó

Fim Não

Figura 5.7 – Fluxograma de entrada de dados – Módulo Vigas

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124

Início

Monta vetorcom comprimentode cada menbro

Fim

Para cadamembro

Próximavariável

Monta vetormomento de inércia

IZde cada menbro

Monta vetorMódulo deelasticidade

de cada menbro

Monta vetorAções de extrmidade

de membrosrestringidos

Recuperarestrições de nós

Monta matrizde cargas nodais

equivalentes

Monta vetorAções de extrmidade

de membrosrestringidos

Calculadeslocamentos

nodais e reações deapoio

Monta matriz derigidez membro

Monta matriz derigidez global

Calcula ações deextremidade de

membro

Disponibilizavalores finais

Figura 5.8 – Fluxograma de processamento – Módulo Vigas

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125

A modelagem de um sistema estrutural para sua resolução através do método da

rigidez deve apresentar um número de coordenadas globais igual ao grau de indeterminação

cinemática da estrutura. Em princípio haverá coordenadas globais onde houver cargas

externas aplicadas, deslocamentos nodais impostos (recalques), deslocamentos de interesse e

reações a calcular.

No método da rigidez, não há necessidade de redução do número de coordenadas

locais. Como os esforços finais são obtidos em termos das coordenadas locais, deve-se utilizar

uma discretização da estrutura em elementos que possuam tantos graus de liberdade quantos

sejam necessários para se definir as linhas de estado do sistema estrutural.

Classificando-se os deslocamentos segundo as coordenados globais em impostos

(prescritos, restringidos ou de índice 0) e desconhecidos (incógnitos ou de índice 1), o vetor

dos deslocamentos locais pode ser escrito da seguinte forma:

{ } [ ] [ ][ ]{ }

{ }⎪⎭

⎪⎬

⎪⎩

⎪⎨

⎧⋅=

x

rAAs 10 , onde

{ }

{ } ⎪⎭

⎪⎬

⎪⎩

⎪⎨

⎧=

⎪⎭

⎪⎬

⎪⎩

⎪⎨

U

U

x

r r

( 5.4 )

A matriz de incidência cinemática [ ]A é decomposta em duas submatrizes:

• [ ]0A que transforma os deslocamentos globais impostos { }r ou rU em

deformações locais { }s ;

• [ ]1A que transforma os deslocamentos globais livres { }x ou U em deformações

locais { }s ;

A partir da equação de equilíbrio, os graus de liberdade globais podem ser separados

em prescritos e indeterminados, obtendo-se:

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126

{ }

{ }

[ ] [ ]

[ ] [ ]

[ ]

[ ]⎪⎭

⎪⎬

⎪⎩

⎪⎨

⎧⋅

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

⎡=

⎪⎭

⎪⎬

⎪⎩

⎪⎨

x

r

kk

kk

x

r

1110

0100( 5.5 )

A matriz de rigidez da estrutura integrada pode ser representada através das

submatrizes:

• [ ]00k ou [ ]RRk é a matriz de rigidez (quadrada e simétrica), referente aos graus de

liberdade prescritos da estrutura, que fornece as reações { }r associadas aos

deslocamentos globais;

• [ ]10k ou [ ]LRk e [ ]01k ou [ ]RLk são submatrizes de rigidez cruzadas que

relacionam as forças externas com deslocamentos prescritos e as reações nodais

com a configuração deformada;

• [ ]11k ou [ ]LLk é a matriz de rigidez (quadrada e simétrica), que relaciona as ações

externas { }X aos deslocamentos globais.

As submatrizes podem ser obtidas algebricamente pela aplicação da equação da matriz

de rigidez da estrutura integrada:

[ ] [ ] [ ] [ ]AkAK T ⋅⋅= ( 5.6 )

Se forem conhecidos os deslocamentos impostos { }r e as ações aplicadas { }X , os

valores dos deslocamentos globais podem ser obtidos através da equação:

[ ] { } [ ] { }( )rKXK ⋅−⋅−10

111

( 5.7 )

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127

Para o caso dos deslocamentos prescritos serem nulos (estrutura plana fixada em

apoios do 1º, 2º ou 3º gênero), tem-se:

{ } [ ] { }XKx ⋅= −111

( 5.8 )

Conhecidos os deslocamentos globais, pode-se então achar os valores das reações:

{ } [ ] { } [ ] { }xKrKR ⋅+⋅= 0100( 5.9 )

Os esforços são:

{ } { } [ ] { }skSS ⋅+= 0( 5.10 )

Mais uma vez, para o caso dos deslocamentos prescritos serem nulos (estrutura plana

fixada em apoios do 1º, 2º ou 3º gênero), tem-se:

{ } { } [ ] [ ] [ ] { }XKAkSS ⋅⋅⋅+= −11110

( 5.11 )

A matriz de rigidez global [ ]K é formada pela sobreposição das matrizes de rigidez de

membro, Figura 5.10.

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128

Y

X

Z

Figura 5.9 – Membro de viga prismática.

⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥

⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢

−−−

=

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

LEI

S

ZZZZ

ZZZZ

ZZZZ

ZZZZ

M

4626

612612

2646

612612

22

2323

22

2323

Figura 5.10 – Matriz de rigidez de membro de viga prismática.

5.5.1 Cálculo da Viga

Para que se possa definir a estrutura a ser avaliada deve-se fornecer os dados na

seguinte ordem:

• Definição dos membros

• Carregamento dos membros

• Atributo dos nós

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129

Durante a definição dos membros deve-se fornecer, primeiramente, o número de

membros que compõem a viga. Em seguida fornece-se o comprimento, o momento de inércia

em relação ao eixo X e o módulo de elasticidade de cada membro. Para estes últimos pode-se

optar por fornecer um valor fixo, ou fornecer o nome de uma das variáveis simuladas com o

módulo Monte Carlo.

Como para cada variável simulada é instanciado um objeto da classe Distribuição, as

propriedades das variáveis estão disponíveis para serem associadas a qualquer um dos

elementos anteriores.

O mesmo ocorre com a definição dos carregamentos de cada membro. É preciso

fornecer, para cada membro carregado, os tipos de carregamento (concentrado, distribuído

retangular ou distribuído triangular), o seu valor, a distância de aplicação ao nó à esquerda do

membro e o seu tamanho. Neste caso, para o valor do carregamento pode-se optar por

fornecer um valor fixo, ou também associar este valor a uma variável simulada anteriormente.

Ao fornecer os valores dos atributos de cada nó, deve-se informar se existem restrições

na direção Y e Z e o valor da carga concentrada (carregamento no eixo Y) e da carga

momento (eixo Z), caso existam. Novamente, os valores destes carregamentos podem ser

explícitos ou associados a uma variável simulada.

Basta que apenas um dos itens anteriores esteja associado a uma variável simulada

para que o módulo entenda que deve avaliar a viga tantas vezes quanto for o tamanho da

amostra simulada.

Para cada resolução, um objeto da classe Viga é instanciado e todos os valores de

deslocamentos e reações em cada nó da estrutura são mantidos em memória, disponíveis para

serem utilizados, em conjunto com as variáveis simuladas, pelo Módulo de Redes Neurais.

Segundo o conceito de “WorkFlow”, cada passo executado estará disponível ao passo

seguinte. Assim como na associação de variáveis do Módulo de Viga, é possível associar os

valores gerados pelo cálculo estrutural ao módulo de Redes Neurais e ao Módulo de

Confiabilidade.

A associação de valores pseudo-aleatórios, gerados a partir do comportamento

estatístico da variável correspondente, a itens como momento de inércia e módulo de

elasticidade do concreto para um membro da viga, sugere ser possível utilizar o algoritmo

MCRN para avaliação de peças avariadas, sujeitas a perda de seção de concreto seja por

motivos de carbonatação ou por corrosão de armaduras. Em um trabalho para avaliar a

urgência na recuperação estrutural de tais peças, o conhecimento do seu índice de

confiabilidade será de suma importância em termos de tomada de decisão.

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130

A avaliação da estrutura por meio de análise não linear e elementos finitos,

possibilitará considerar os efeitos da corrosão das armaduras, o que trará uma maior precisão

nos resultados analisados.

O algoritmo MCRN, baseia-se na utilização conjunta dos valores das variáveis

simuladas com os valores obtidos pelas várias resoluções da estrutura para que seja formado o

conjunto de treinamento da Rede Neural. A montagem deste conjunto de treinamento será

discutida no módulo Rede Neural.

5.6 MÓDULO MANUTENÇÃO

O módulo Manutenção é um módulo bastante simples e destina-se a implementar uma

simulação estocástica do avanço da carbonatação em uma estrutura de concreto, baseado em

variáveis aleatórias que refletem a agressividade ambiental aonde se insere a estrutura. Sua

função é simplesmente determinar em que idade da estrutura a profundidade carbonatada

atingirá um determinado valor fornecido ao módulo. A Figura 5.11 mostra o diagrama de

classes simplificado. A Figura 5.12 e a Figura 5.13 mostram os fluxogramas da entrada de

dados e do processamento do módulo.

+Avaliação da profundidade de carbonatação()

-Profundiade de Carbonatação : Double-Taxa de CO2 : Double-Temperatura : double-Umidade relativa : double-Fator água cimento : Double

Manutenção

+Geraçao de valores Pseudo aleatórios()+Avaliação da confiabilidade do Sistema()

-Variáveis : Distribuição-Tamanh da amostra-Nível de significância-Funções de Falha : Funções

Monte Carlo

Vetor valores simulados

Variáveis aleatórias

Figura 5.11 – Diagrama de classes do módulo de manutenção

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131

Recuperar tempoinicial para pesquisa

de carbonatação

Início

Recuperarincrementodo tempo

Recuperarprofundiade

de carbonatação aser pesquisada

Variáveissimuladas

Sim

Não

RecuperarTaxa de CO2

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Variáveissimuladas

SimRecuperar

Temperatura

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Não

Variáveissimuladas

SimRecuperar

Umidade Relativa

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Não

Variáveissimuladas

SimRecuperar

fator água/cimento

Mostrar listade variáveissimuladas

Recuperarvariávelda lista

Não

Fim

Figura 5.12 – Fluxograma Entrada de Dados – Módulo Manutenção.

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132

Início

Para cadavalor simulado

Próximovalor

Recupera variáveisaleatórias da

simulação atual

Calculaprofundidade de

carbonatação

Atingiuprofundiadeespecificada

Sim

Não

Simular variáveisMonte Carlo

Próximasimulação

Início

Mostra valoresda última simulação

Calculaprofundidade

média decarbonatação

Figura 5.13 – Fluxograma de processo – Módulo Manutenção.

A teoria proposta por SILVA, 1997, para formulação de uma metodologia que

possibilite a avaliação da vida útil de estruturas de concreto armado, que fundamenta o

funcionamento deste módulo, está descrita no item 0.

Partindo do ano inicial, simulam-se as variáveis aleatórias taxa de CO2, temperatura,

umidade relativa e fator água/cimento. Após a simulação, evoluem-se as equações

determinação da profundidade de carbonatação em função do tempo, para cada um dos

valores simulados. Se a profundidade média obtida na simulação for maior ou igual à

profundidade limite especificada, o módulo encerra a execução, mostrando os valores obtidos

em cada simulação e um gráfico de evolução da carbonatação por ano de vida da estrutura.

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133

5.7 MÓDULO REDE NEURAL

O módulo Rede Neural foi desenvolvido de acordo com os estudos elaborados no

capítulo 4.

A Figura 5.14 mostra o diagrama de classes simplificado do módulo. O diagrama

mostra o fluxo das principais informações e suas principais propriedades e métodos. A Figura

5.15 e a Figura 5.16 mostram os fluxogramas da entrada de dados e do processamento do

módulo.

Os valores básicos necessários para o processamento do módulo são:

• Número máximo de interações;

• Número de neurônios da camada oculta;

• Tamanho do conjunto de treinamento;

• Função de ativação;

• Tolerância ao erro quadrático;

• Taxa de treinamento;

• Taxa de momento;

• Intervalo para geração dos pesos sinápticos;

• Rotina de normalização.

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134

+Monta conjunto de entrada()+Monta conjunto de saída()+Gera pesos sinápticos()+Normaliza conjunto de entrada()+Treinamento Backpropagation()+Teste Backpropagation()+Disponibilizar valores de saída ()

-Taxa de aprendizado-Taxa de momento-Neurônios camada oculta-Intervalo para geração de pesos sinápticos-Máximo de interações-Erro tolerável-Tamanho do conjunto de treinamento-Normalizar valores de entrada : boolean(idl)-Função de ativação-Variáveis de entrada : Distribuição-Variáveis de saída : Distribuição-Modo de execução

Rede Neural

+Calcular a estrutura()+Disponibilizar valores calculados()

-Parâmetros da estruturaViga

Deformações deslocamentos e reações

Nome do nó

+Gerar valores pseudo aleatórios()+Gerar CDF()+Gerar PDF()

-Nome Variável-Distribuição-Média-Desvio Padrao-Vetor Pseudo aleatório-PDF-CDF-Nível de significância-Tamanho da amostra-Saida RNA : bool

Distribuição

+Avaliação da função de falha()

-Nome Função-Função-Variáveis : Distribuição

Funções

+Geraçao de valores Pseudo aleatórios()+Avaliação da confiabilidade do Sistema()

-Variáveis : Distribuição-Tamanh da amostra-Nível de significância-Funções de Falha : Funções

Monte Carlo

+Testar aderência()

-Vetor Pseudo aleatório-CDF-Nível de Significância-Tamanho da amostra

Kologorov-Smirnov

-Aderência*

-CDF*

Propriedades estatísticas

Propriedades da função de falha

Nome da variável Valores Pseudo Aleatórios

Valores pseudo aleatórios com distribuição Unifrme

Intervalo para geração de pesos sinápticos

Figura 5.14 – Diagrama de classes do módulo de redes neurais.

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135

Informaçõesbásicas

para execução

Início

Fim

Informaçõesbásicas

da regra Delta

Informaçõesbásicas

normalização

Informaçõesbásicas geraçãopesos Sinápticos

Para cadavariável doconjunto de

entrada

Mostrar listade variáveisdisponíveis

Recuperarvariávelda lista

Próximavariável

Para cadavariável do

conjunto de saída

Mostrar listade variáveisdisponíveis

Recuperarvariávelda lista

Próximavariável

Figura 5.15 – Fluxograma entrada de dados – Módulo Rede Neural.

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136

Início

Instanciar ObjetoRede NeuralTreinamento

Fim

Para cada variávelselecionada

conjunto de entrada

Próximavariável

Inicializarpropriedades

básicas(tela de entrada)

Recupera pesossinápticos da fase de

trienamento

Gera matriz pesossonápticos

Oculta e saída

Verifica erroquadrático

Monta matrizentrada conjuntode treinamento

Propagar conjuntotreinamento à

camada de saída

Retropropagaerros acumulados

Tamanhoconjunto

treinamento

Monta matrizentrada conjunto

de teste

Não

Sim

Para cada variávelselecionada

conjunto de saída

Próximavariável

Monta matrizsaída conjuntode treinamento

NormalizarconjuntoEntrada

Não

SimUtilizar variáveis

simuladas

Utilizar distribuiçãoacuulada das

variáveis simuladas

Execuçãotreinamento

Sim

Não

Para cada época dotreinamento

Execuçãoteste

Não

Sim

Erro menorque tolerância

Não SimPróximaépoca

Disponibiliza Saída eerro quadrático

Figura 5.16 – Fluxograma de processamento – Módulo Rede Neural

O próximo passo é selecionar as variáveis que comporão os conjuntos de entrada e

saída para o treinamento da rede.

Para a formação do conjunto de entrada estarão disponíveis todas as variáveis

simuladas pelo método Monte Carlo e para o conjunto de saída todos os valores obtidos como

saída do módulo de análise estrutural, como: deformações, ações e reações nos nós da

estrutura.

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137

Após a seleção das variáveis, os valores gerados para cada variável serão

concatenados, formando-se duas matrizes distintas: uma para o conjunto de entrada e outra

para o conjunto de saída.

Caso opte-se por não selecionar uma rotina de normalização para as variáveis de

entrada o módulo utilizará a distribuição acumulada das variáveis para formar o conjunto de

entrada do treinamento.

Este procedimento foi proposto por este trabalho como forma de pesquisar a acuidade

dos resultados obtidos formando-se o conjunto de entrada desta forma. A motivação veio

baseada nas discussões sobre montagem do conjunto de treinamento efetuadas no capítulo 4,

item 4.5. Vários autores citam os problemas encontrados na adoção de uma boa política de

normalização dos valores de entrada. EBERHART, 1990, p.39-4 e p.215-229 e HAYKIN,

1994, p. 160-192, citam a grande influência que a política de normalização exerce no tempo

de convergência da rede, na sua capacidade de generalização e no problema de saturação dos

neurônios da camada oculta.

A maior dificuldade está em escolher os canais, ou agrupamentos de variáveis, para a

normalização. EBERHART, 1990, p.39-4 cita que variáveis com algum nível de

relacionamento devem ser normalizadas em conjunto, de forma a não se perder o grau de

relação entre elas.

A proposta de se utilizar a função de distribuição acumulada partiu das seguintes

premissas: o módulo Monte Carlo efetua a simulação das variáveis levando em conta o

relacionamento entre elas, caso exista, além destes valores já estarem distribuídos no intervalo

entre 0 e 1.

O principal ponto a ser ressaltado é exatamente a simulação de variáveis

correlacionadas. O conjunto de entrada, assim montado, mantém todas as características

estatísticas das variáveis aleatórias, o que parecer ser um ganho extraordinário na capacidade

da rede neural em generalizar valores de saída baseado em entradas aleatórias. Os resultados

comparativos entre análises de confiabilidade com um conjunto de entrada normalizado por

alguma das formulações propostas no capítulo 4, item 4.5, e a utilização da distribuição

acumulada das variáveis será analisado no estudo de caso proposto no capítulo 6.

Os conjuntos de treinamento e teste são montados simultaneamente a partir do

tamanho do conjunto de treinamento fornecido no formulário de entrada de dados. Após a

convergência no treinamento da rede, um novo objeto da classe Rede Neural é instanciado

para que a capacidade de generalização da rede possa ser validada.

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138

Neste passo, as matrizes dos pesos sinápticos das camadas oculta e saída são

disponibilizadas para serem utilizadas no processo de teste da rede. Estas matrizes são

passadas ao novo objeto instanciado como propriedades públicas.

O conjunto de testes montado anteriormete é submetido à rede para que se possa

avaliar sua capacidade de convergir para os valores de sáida esperados.

Caso os valores de saída fornecidos pela rede não estejam de acordo com que pede o

experimento, novas arquiteturas podem ser testadas até que se conclua que a rede proposta

converge corretamente, de forma a poder-se utilizá-la, definitivamente, para a avaliação final

da confiabilidade da estrutura proposta.

A nova fase que se segue, apesar de chamada de Módulo de Confiabilidade, na

realidade é uma visita a todo o processo citado anteriormente, a partir do Módulo Monte

Carlo, com novo valor para o tamanho dos vetores de variáveis simuladas, tamanho este que

deverá ser suficiente para que uma boa estimativa da confiabilidade seja atingida (de um

modo geral entre 2000 e 10000 simulações).

A grande diferença está no fato de que, no lugar de executar o módulo de análise

estrutural, o processo utiliza-se simplesmente da resposta da rede neural para obter as saídas

(deslocamentos e reações nodais) da avaliação da estrutura.

5.8 MÓDULO CONFIABILIDADE

O módulo Confiabilidade utiliza todas as informações geradas pela execução da

simulação das variáveis aleatórias e pelo treinamento da rede neural, baseado nas saídas dos

processamentos do módulo de análise estrutural, para determinar a probabilidade de falha e,

consequentemente, a confiabilidade da estrutura analisada.

A Figura 5.17 mostra o diagrama de classes simplificado. O diagrama mostra o fluxo

das principais informações além das suas principais propriedades e métodos. A Figura 5.18 e

a Figura 5.19 mostram os fluxogramas da entrada de dados e do processamento do módulo.

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139

+Avaliação da confiabilidade do sistema()

-Funções de falha : Funções-Variáveis-Tamanho da amostra

Confiabilidade

+Monta conjunto de entrada()+Monta conjunto de saída()+Gera pesos sinápticos()+Normaliza conjunto de entrada()+Treinamento Backpropagation()+Teste Backpropagation()+Disponibilizar valores de saída ()

-Taxa de aprendizado-Taxa de momento-Neurônios camada oculta-Intervalo para geração de pesos sinápticos-Máximo de interações-Erro tolerável-Tamanho do conjunto de treinamento-Normalizar valores de entrada : boolean(idl)-Função de ativação-Variáveis de entrada : Distribuição-Variáveis de saída : Distribuição-Modo de execução

Rede Neural

Saída Rede neural

Conjunto de entrada

+Gerar valores pseudo aleatórios()+Gerar CDF()+Gerar PDF()

-Nome Variável-Distribuição-Média-Desvio Padrao-Vetor Pseudo aleatório-PDF-CDF-Nível de significância-Tamanho da amostra-Saida RNA : bool

Distribuição

+Avaliação da função de falha()

-Nome Função-Função-Variáveis : Distribuição

Funções

+Geraçao de valores Pseudo aleatórios()+Avaliação da confiabilidade do Sistema()

-Variáveis : Distribuição-Tamanh da amostra-Nível de significância-Funções de Falha : Funções

Monte Carlo

+Testar aderência()

-Vetor Pseudo aleatório-CDF-Nível de Significância-Tamanho da amostra

Kologorov-Smirnov

-Aderência*

-CDF*

Propriedades estatísticas

Propriedades da função de falha

Nome da variável Valores Pseudo Aleatórios

End1

End2

Figura 5.17 – Diagrama de classes do módulo de confiabilidade

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140

Recuperarnúmero desimulações

Início

Para cadavariáveis da equação

de falha

Próximavariável

Fim

Mostrar listade variáveis

de saída da redeneural

Recuperarvariávelda lista

Recuperarequaçõesde falha

Figura 5.18 – Fluxograma Entrada de Dados – Módulo Confiabilidade.

Início

Fim

Simular variáveisaleatórias

novo número desimulações

Consultar rede neuralcom os novos

valores simulados

Avaliarfunções de falha

- Probabilidade defalha -

Figura 5.19 – Fluxograma de processo – Módulo Confiabilidade.

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141

De uma forma geral, o que se sucede neste módulo é apenas uma execução do módulo

Monte Carlo e do Módulo Rede Neural, sem a necessidade de interação com o usuário, já que

neste ponto o software já conhece as características estatísticas de todas as variáveis, já possui

uma rede neural treinada que o possibilitará recuperar o comportamento da estrutura em

questão sem a necessidade de se executar novamente o módulo de análise estrutural, já

conhece a equação de falha que será avaliada e, finalmente, já sabe qual variável utilizar em

qual situação (simulação estatística, formação do conjunto de entradas para a rede neural e

quais destas variáveis são utilizadas na equação de falha).

O que falta ser informado é o novo número de simulações desejado para a avaliação da

probabilidade de falha da estrutura. Após a alteração deste valor, todo o processo discutido no

item 5.4 é novamente executado.

Com os novos valores simulados, gera-se o novo conjunto de entradas para a rede

neural. Neste ponto, não há necessidade de gerar um conjunto de saída. A própria rede

fornece os valores de saída desejados.

O passo final é substituir na equação de falha as variáveis correspondentes, para cada

valor simulado ou fornecido pela rede neural. Para cada substituição avalia-se se a função

retornou um valor menor ou igual à zero computando-se, neste caso, uma falha. A

probabilidade de falha fp será, então, fornecida pela seguinte equação:

simulaçõesdetotalnúmerofalhasdetotalnúmerop f = ( 5.12 )

Consequentemente, a confiabilidade da estrutura virá de:

fp−= 1β ( 5.13 )

Encerra-se, assim, o ciclo que compõe o algoritmo integrado MCRN. Suas vantagens

em relação ao método Monte Carlo Tradicional, Monte Carlo com redução de variância e aos

métodos FORM, SORM e similares já foram amplamente discutidas neste trabalho.

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142

5.9 MODULARIZAÇÃO E FUTURAS IMPLEMENTAÇÕES

O algoritmo MCRN não está limitado à utilização na avaliação de estruturas de

concreto armado. Na realidade, sua utilização abrange uma gama enorme de aplicações.

Dentre todo este escopo destas aplicações pode-se citar algumas:

• Avaliação de riscos de investimentos;

• Avaliação de riscos ambientais;

• Elaboração de planos de manutenção de parques industriais;

• Avaliação da confiabilidade de projetos logísticos;

• Avaliação da evolução e da confiabilidade de projetos de controle de poluição.

O projeto apresentado pode ser alterado de forma a se adaptar a todas estas propostas

de pesquisa, bastando para isto que novos módulos intermediários, no caso deste trabalho o de

avaliação estrutural, sejam agregados ao projeto.

Esta facilidade se dá devido a modularidade do projeto desenvolvido. A finalidade

deste tópico é informar que padrões de desenvolvimento um novo módulo deverá seguir para

se adaptar à estrutura global do projeto.

5.9.1 Classe projeto

A classe clsProjeto controla o módulo de simulação estatística. Ela é instanciada junto

com o módulo Monte Carlo e o objeto global modGlobal.objProjeto guarda o handle de

acesso à classe.

O objeto público collVariaveis é uma coleção de handles para cada variável simulada

pelo módulo Monte Carlo.

5.9.2 Classe Distribuição

Cada instância da classe clsDistribuição corresponde a uma variável simulada pelo

módulo Monte Carlo. Como dito no item 5.9.1, os handles de acesso a cada um destes objetos

encontram-se empilhados na coleção pública collVariaveis da classe clsProjeto.

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143

O acesso às variáveis pode ser executado sequencialmente, até o limite de objetos

fornecido pela propriedade count de collVariáveis, ou diretamente pelo nome da variável

desejada. O trecho de código seguinte recupera o nome da terceira variável da coleção:

modGlobal.objProjeto.collVariaveis.item(3).variavel

5.9.3 Lista de variáveis disponíveis

Por padrão, o formulário formListaVariaveis é responsável por fornecer as listas de

variáveis disponíveis em memória, sejam elas variáveis simuladas pelo módulo Monte Carlo

ou resultado da execução do módulo intermediário.

A lógica de recuperação da lista das diversas variáveis disponíveis deve ser incluída

neste formulário. Isto cria uma flexibilidade enorme, pois independente de como um módulo

intermediário seja implementado, a lógica de recuperação do nome das variáveis

disponibilizadas estará encapsulada neste módulo. O padrão adotado é que o usuário sempre

escolherá a variável com a qual deseja trabalhar selecionando um célula de um objeto grid e

selecionando um botão de ação que cotém o texto “variáveis simuladas”. O rotina

correspondente ao evento click do botão é a responsável por inicializar o formulário

formListaVariaveis.

Após carregado, as propriedades públicas activeCol e activeRow deverão ser setadas

para a coluna e linha da célula do grid selecionada pelo usuário, respectivamente e em

seguida, a rotina desenvolvida para carregar a lista desejada deve ser chamada, recebendo

como parâmetros o ponteiro para o objeto de grid a ser preenchido e para o o bjeto form que o

contém. Desta forma criou-se o padrão global para o fornecimento da lista das variáveis

disponíveis.

A Rotina 5.3, mostra como foi implementado a lista das variáveis simuladas pelo

módulo Monte Carlo em formListaVariaveis e a Rotina 5.4 mostra a chamada à este método

efetuada a partir do formulário formBackPropagation.

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144

Public Sub fillGrid(ByRef gridV As fpSpread, ByRef parentV As Form)

On Error GoTo errVariables

Set gridP = gridV

Set parentForm = parentV

With Me.grdVariaveis

.maxRows = modGlobal.objProjeto.collVariaveis.count

configuraGrid

' Se não foi simulado nenhuma variável a rotina será automaticamente

' desviada para o controle de erro.

.col = 1

For i = 0 To modGlobal.objProjeto.collVariaveis.count - 1

.row = i + 1

.TypeCheckText = modGlobal.objProjeto.collVariaveis.item(i + 1).variavel

Next i

.ReDraw = True

End With

Exit Sub

ErrVariables:

modGlobal.myMsgBox "Não existem variáveis simuladas. Por favor verifique.", , "

Exit Sub

End Sub

Rotina 5.3 – Lista de variáveis simuladas pelo módulo Monte Carlo.

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145

Private Sub btnVariavelEntradaSimulada_Click()

With formListaVariaveis

Load formListaVariaveis

.activeCol = 1

.activeRow = 1

.fillGrid Me.grdConjuntoEntrada, Me

.Show 1

End With

Exit Sub

End Sub

Rotina 5.4 – Chamado formListaVariaveis para mostrar as variáveis simuladas por Monte Carlo

5.9.4 Definindo o módulo intermediário utilizado

A propriedade global modGlobal.moduloCentral deve conter a indicação do módulo

intermediário que se está utilizando. Esta indicação tem formato livre em forma de uma string

de caracteres. Por padrão a variável deve ser inicializada quando o formulário correspondente

for carregado em memória. Os formulários do projeto possuem um método privado

configuraForm, chamado a partir do evento form.load que inicializa todas as variáveis

necessárias à execução do formulário.

No módulo Rede Neural, no método privado montaConjuntoSaidaSimulado, será

necessário conhecer com qual módulo intermediário se está trabalhando para definir a

montagem do conjunto de treinamento da rede backpropagation.

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5.9.5 Conjunto de saída da Rede Neural

Quando o botão “variáveis simuladas” é acionado pelo usuário para seleção das

variáveis que irão compor o conjunto de saída alvo da rede backpropagation, o método

privado montaConjuntoSaidaSimulado de formBackPropagation é invocado para a montagem

do conjunto baseado nas variáveis disponibilizadas pela execução do módulo intermediário

em questão.

O método é responsável pelo cálculo da média e desvio padrão das variáveis

selecionadas, pela obtenção de sua função de distribuição acumulada e pelo preenchimento

das matrizes conjuntoSaidaTreino e conjuntoSaidaTeste que conterão os valores utilizados

durante o treinamento e o teste da rede treinada, respectivamente, com os valores gerados para

a FDA de cada variável selecionada.

Para implementação de um novo módulo intermediário, este método deverá ser

alterado para recuperar os valores gerados de acordo com o padrão utilizado.

5.10 INSTALAÇÃO

O arquivo setup.exe, no diretório Package do CD fornecido com o projeto, executará a

instalação do aplicativo. Após a instalação, o diretório “icons” deverá ser copiado para o

diretório de instalação do aplicativo.

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6 ESTUDOS DE CASO

Neste capítulo serão apresentados alguns exemplos que procurarão demonstrar a

utilização prática do software proposto. A idéia é mostrar sua aplicabilidade em termos de

validação de condições normativas e em termos da avaliação da confiabilidade de estruturas

que apresentem danos patológicos. O método proposto poderá evoluir, em futuras pesquisas,

para a elaboração de sistemas especialistas de controle de manutenção corretiva e preventiva

de estruturas.

6.1 FLECHAS EM VIGAS

6.1.1 Cálculo de flechas segundo a NBR 6118

O cálculo dos deslocamentos em vigas é efetuado pelo princípio dos trabalhos virtuais,

a partir da função ( )xM 0 do momento fletor devido ao carregamento atuante, da função

( )xM 1 do momento devido a uma carga concentrada unitária aplicada no ponto que se quer

determinar a deformação, do valor do módulo de elasticidade do concreto e do valor do

momento de inércia da seção transversal. A flecha corresponde à deformação no ponto de

maior deslocamento.

∫=

=

⋅⋅

=lx

x

dxMMIE

flecha0

101

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148

Para vigas de concreto armado, além da não homogeneidade do material, deve-se

considerar a possibilidade de existência de fissura, no concreto tracionado, que diminui a

rigidez da seção nestas regiões.

σs - tensão no aço

σcs - tensão no concreto na altura do aço

εcc - Deformação concreto comprimido

εct - Deformação concreto tracionado

εst - Deformação armadura tração

εcc

εctεst σs

σcs

bf

hfx xd

d h

bz

M(z)

k

kεccx

εstd x−( )

Kr Ky Ku

u

Curvatura (tangente K)

I - trecho estádio III - trecho estádio IIIII - trecho estádio III

Mu

Momento

My

Mr

III

I

II

r

y

εyk εslim

fyk

εs

σs σc

εc2.0 3.5

fcm = fck + 3.5

ponto associado ao εykestádio I

entre as fissurasestádio II

nas fissuras

Figura 6.1 – Considerações sobre fissura do concreto tracionado.

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149

Verifica-se nas vigas de concreto armado que os trechos onde aparecem as fissuras

comportam-se como no estádio II e os trechos entre fissuras comportam-se como no estádio I.

No estádio I o concreto resiste às tensões de tração junto com a armadura. Para valores acima

do momento de fissuração rM toda a tensão de tração passa a ser resistida pela armadura,

tendo a seção um comportamento do estádio II. O concreto armado fissurado, sob flexão,

produz uma não linearidade entre ações e deslocamentos que deve ser levado em conta para o

cálculo rigoroso das deformações em vigas de concreto armado. Há de se considerar também

um efeito não linear produzido pela fluência do concreto, provocada pelas ações de longa

duração. Para o cálculo de flechas em vigas a NBR 6118, 2003, permite adotar o processo

simplificado, baseado no modelo proposto por BRANSON15 apud CARVALHO, 2004, p.182,

que toma a variação da tensão ao longo da seção transversal e ao longo do comprimento de

uma maneira simplificada, permitindo obter um valor de inércia intermediário ao valor no

estádio I e no final do estádio II. A adaptação do modelo proposto por BRANSON, para

avaliação da flecha imediata em viga, sugerido pela NBR 6118 é dada pela equação:

ccsr

cr

cseq IEIMM

IMM

EI ⋅≤⎪⎭

⎪⎬⎫

⎪⎩

⎪⎨⎧

⋅⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

⎡⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−+⋅⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛⋅= 2

33

1 ( 6.1 )

onde:

• cI é o momento de inércia da seção de concreto homogeneizada, Estádio I;

• 2I é o momento de inércia da seção de concreto armado no estádio II puro;

• M é o momento fletor solicitante;

• rM é o momento de fissuração.

• csE é o Módulo de elasticidade secante do concreto igual à ckf⋅4760

15 BRANSON, D.E. (1968). Procedures for computing deflections. ACI Journal, 65. New York,setember.

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150

De acordo com a NBR-6118, o momento de fissuração é dado por:

t

ctcr y

fIM inf,⋅⋅

( 6.2 )

onde:

• ty é a distância do centróide da seção à fibra mais tracionada;

• inf,ctf é a resistência à tração direta do concreto, igual a 3/221,0 ckf⋅

• α é igual a 1,2 para seções T e 1,5 para seções retangulares.

A flecha imediata pode ser obtida a partir da equação da resistência dos materiais:

( )eq

c

Ilp

tW4

0⋅⋅

( 6.3 )

onde:

• pé a carga definida por uma combinação de carregamento;

• l corresponde ao vão da viga;

• cα é o coeficiente obtido da resistência dos materiais que depende da

condição estática do sistema considerado e do tipo de ações atuantes.

A flecha adicional ∆W, incluindo os efeitos fluência do concreto, é dada por:

( ) ( ) ( )0´0

501tW

tftfW ⋅⎥

⎤⎢⎣

⎡⋅+

−=∆

ρ( 6.4 )

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151

onde:

• ´ρ é a taxa de armadura de compressão na seção crítica, igual a db

As

´

;

• ( )tf é igual a 32,0996,068,0 tt ⋅⋅ ;

• t equivale ao tempo em meses para o qual se deseja o valor da flecha;

• ( ) 2=tf para t maior que 70 meses;

• 0t equivale à idade, em meses, relativa à data de aplicação da carga de

longa duração.

Para a aplicação do método é necessário o cálculo das características da seção nos

estádios I e II. Para tanto, define-se a relação entre os módulos de deformação longitudinal do

aço e do concreto eα :

c

se E

E=α

As equações ( 6.5 ), ( 6.6 ) e ( 6.7 ) fornecem a área da seção homogeneizada, o centro

de gravidade e o momento de inércia à flexão, no estádio I, respectivamente.

( ) ( )1−⋅+⋅+⋅−= eswfwfh AhbhbbA α ( 6.5 )

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152

( ) ( )

h

eswf

wf

h A

dAhbh

bb

y

⋅−⋅+⋅+⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⋅−

=

122

22

α ( 6.6 )

( ) ( )

( ) ( )2

2233

1

221212

dyA

hyhbh

yhbbhbhbb

I

hes

hwf

hfwfwfwf

h

−⋅−⋅

+⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −⋅⋅+⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛−⋅⋅−+

⋅+

⋅−=

α

( 6.7 )

Para o cálculo do momento de inércia no estádio II puro deve-se conhecer a altura da

linha neutra, que pode ser obtida pela equação 02 =+⋅+⋅ cxbxa IIII , sendo a, b e c

fornecidos pelas equações ( 6.8 ), ( 6.9 ) e ( 6.10 ) respectivamente.

2wb

a = ( 6.8 )

( ) ( ) sesewff AAbbhb ⋅+⋅−+−⋅= αα '1 ( 6.9 )

( ) ( )wff

sese bbh

AdAdc −⋅−⋅⋅−⋅−⋅−=2

12

'' αα ( 6.10 )

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153

sendo 'd a distância do centro de gravidade de 'sA até a borda comprimida de concreto. O

momento de inércia é calculado pelas equações ( 6.11 ) e ( 6.12 ), para fII hx < e fII hx >

respectivamente.

( ) ( ) ( )2''23

13

dxAdxAxb

I IIseIIseIIf

II −⋅⋅−+−⋅⋅+⋅

= αα( 6.11 )

( ) ( ) ( )

( ) ( )2''

2233

1

2312

dxA

dxAh

xbbxbhbb

I

IIse

IIsef

IIwfIIwfwf

II

−⋅⋅−

+−⋅⋅+⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−⋅−+

⋅+

⋅−=

α

α( 6.12 )

Para vigas com seção retangular e sem armadura negativa deve-se utilizar fw bb = ,

0=fh e 0' =sA .

6.1.2 Comportamento estatístico da variável aleatória Flecha

O módulo de rede Neural utiliza a distribuição de probabilidades das variáveis que

compõem o conjunto de saída para converter os valores normalizados entre 0 e 1, fornecidos

pela função de ativação dos neurônios da camada de saída, em valores reais. Como na

literatura encontram-se autores que tratam as flechas tanto com distribuição normal como com

distribuição lognormal, foi necessário estabelecer um estudo comparativo para determinar a

melhor opção. Utilizou-se no estudo a viga detalhada no item 6.1.3 e a viga proposta por

SARAIVA, 1997, p 109. Foram executas para cada viga 4 simulações com 500, 1000, 2000 e

5000 valores, utilizando-se os módulos Monte Carlo e Análise Estrutural detalhados no

capítulo 5. Para cada simulação testou-se a aderência dos valores gerados para as distribuições

exponencial, normal e lognormal. Apesar de não se encontrar referências à utilização da

distribuição exponencial para efeito de análise de flechas na literatura, esta distribuição foi

testada para efeitos comparativos. Os valores obtidos podem ser verificados na Tabela 6.1.

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154

Uma análise criteriosa demonstra que a distribuição lognormal é a mais se encaixou na

maioria das simulações realizadas. Baseado neste estudo, adotou-se para este trabalho a

distribuição lognormal como sendo a distribuição da variável aleatória Flecha. As curvas de

aderência das distribuições lognormal são mostradas do Gráfico 6.1 ao Gráfico 6.8.

Tabela 6.1 – Testes de aderência para a variável aleatória Flecha.

Distribuição VigaQtd.

SimulaçõesMax

(Dist.Empírica – FDA)Kolmogorov

Smirnov Aderência

Exponencial Viga 1 500 0.5123026 0.03162278 Não

1000 0.02701612 0.02236068 Não

2000 0.02274727 0.02236068 Não

5000 0.5030734 0.01 Não

Viga 2 500 0.57179212 0.03162278 Não

1000 0.56818346 0.02236068 Não

2000 0.56848838 0.02236068 Não

5000 0.57060128 0.01 Não

Normal Viga 1 500 0.04833739 0.03162278 Não

1000 0.15695298 0.02236068 Sim

2000 0.16650105 0.02236068 Sim

5000 0.03141351 0.01 Não

Viga 2 500 0.04277806 0.03162278 Não

1000 0.02571302 0.02236068 Não

2000 0.02258205 0.02236068 Não

5000 0.01685081 0.01 Não

Lognormal Viga 1 500 0.04077104 0.03162278 Não

1000 0.11783064 0.02236068 Sim

2000 0.12698896 0.02236068 Sim

5000 0.00536518 0.01 Sim

Viga 2 500 0.03177873 0.03162278 Não

1000 0.02147993 0.02236068 Sim

2000 0.01231219 0.02236068 Sim

5000 0.00869573 0.01 Sim

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155

0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045 0,050,

0,2

0,4

0,6

0,8

0, 0,05 0,1 0,15 0,2 0,20,

0,2

0,4

0,6

0,8

Gráfico 6.1 –aderência lognormal - viga 1 - 500 Gráfico 6.2 –aderência lognormal - viga 1 - 1000

0, 0,1 0,2 0,3 0,0,

0,2

0,4

0,6

0,8

0,02 0,03 0,04 0,05 0,060,

0,2

0,4

0,6

0,8

Gráfico 6.3 –aderência lognormal - viga 1 - 2000 Gráfico 6.4 –aderência lognormal - viga 1 - 5000

0,9 1, 1,1 1,2 1,3 1,40,

0,2

0,4

0,6

0,8

0,8 0,9 1, 1,1 1,2 1,30,

0,2

0,4

0,6

0,8

Gráfico 6.5 –aderência lognormal - viga 2 - 500 Gráfico 6.6 –aderência lognormal - viga 2 - 1000

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156

0,8 0,9 1, 1,1 1,2 1,3 1,40,

0,2

0,4

0,6

0,8

0,8 0,9 1, 1,1 1,2 1,3 1,40,

0,2

0,4

0,6

0,8

Gráfico 6.7 –aderência lognormal - viga 2 - 2000 Gráfico 6.8 –aderência lognormal - viga 2 - 5000

6.1.3 Avaliação da confiabilidade da viga

Para a aplicação do algoritmo MCRN propõe-se a viga da Figura 6.2. A confiabilidade

da viga será avaliada em função da flecha, verificada segundo as considerações do item 6.1.1.

O dimensionamento seguiu as orientações da norma NBR 6118, de 2003. As

características da viga e as condições de carregamento estão mostradas na Tabela 6.2 e na

Tabela 6.3 respectivamente.

g1 g1g2

q1

P1 P1

300 300200

Figura 6.2 – Viga isostática.

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157

Tabela 6.2 – Dados da viga.

Classe de

Agressividade

fck

(Mpa)

Cobrimento

(mm) Aço

Base

(cm)

Altura

(cm)

Módulo Elasticidade

Concreto

(kN/cm2)

I 20 25 CA-50 20 70 2504.4

Tabela 6.3 – Dados da viga.

q1

(kN/cm)

g1

(kN/cm)

g2

(kN/cm)

P1

(kN)

0,05 0,29 0,17 14

A resolução da viga levou à seguinte taxa de armadura:

2'

2

1.2

54.16

cmA

cmA

s

s

=

=

A flecha imediata verificada para a combinação de carregamentos quase permanente

foi de 1,37 cm. Segundo a NBR 6118, 2003, o critério para verificação da flecha imediata é:

350lflechaimediata < ( 6.13 )

Para o vão de 800 cm da viga, tem-se a valor da flecha imediata máxima em 2,29 cm,

que é maior que os 1,37 cm verificados, estando a viga de acordo com as limitações de

deformações impostas pela norma.

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A flecha total no tempo infinito aponta para um valor de 2,58 cm. Segundo a NBR

6118, 2003, o critério para verificação da flecha imediata é:

250lflechamáxima < ( 6.14 )

Para o vão de 800 cm da viga, tem-se a valor da flecha máxima em 3,20 cm, que é

maior que os 2,58 cm previstos para a flecha no infinito, estando a viga de acordo com as

limitações de deformações impostas pela norma.

Posto que a flecha imediata esteja verificada, assume-se que o problema passa a ser a

variação da flecha no infinito, sendo este o parâmetro para determinação da confiabilidade da

estrutura.

A equação virá em função das equações ( 6.4 ) e ( 6.14 ). A taxa de armação 'ρ é

obtida em função da armadura de compressão igual a 1,8 cm2, de acordo com a formulação da

equação ( 6.15 ).

001547.02' =⋅

=db

Asρ ( 6.15 )

O tempo 0t , idade em meses relativa à aplicação da carga longa, será de 28 dias. Logo:

93.03028

30arg

0 === alongacidadet ( 6.16 )

A equação ( 6.17 ) mostra a equação de falha final, levando-se em consideração a

flecha verificada em 70 dias:

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( ) 342,241326862,3501

)28()70(1250800

' ⋅−=⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⋅−

−+⋅− imediataimediata flechaffflecha

ρ( 6.17 )

Para a simulação dos carregamentos será utilizado um desvio padrão igual a µ⋅1,0 . A

distribuição de probabilidades dos carregamentos será considerada lognormal. A Tabela 6.4

resume as variáveis aleatórias utilizadas.

Tabela 6.4 – Variáveis aleatórias

Variável Distribuição µ σ

W1 Lognormal 0.30 0.030

W2 Lognormal 0.19 0.019

P Lognormal 14 1.4

I Lognormal 571666.67 57166.667

A Figura 6.3 mostra a proposta de discretização da viga. A parte central será

subdividida em dois membros de forma a obter-se o deslocamento no nó 3. Os membros 1 e 4

são carregados de acordo com a variável aleatória W1, os membros 2 e 3 com a variável

aleatória W2 e nos nós 2 e 4 será aplicada o carregamento simulado pela variável aleatória P.

A estimativa dos valores dos parâmetros para execução do módulo de rede neural seguiu os

estudos realizados no capítulo 4. Para o tamanho do conjunto de treinamento utilizou-se a

proposta de HAYKIN, 1994, p.179, de que este deve ser diretamente proporcional ao número

de pesos sinápticos da rede, W, e inversamente proporcional ao erro padrão desejado ente os

valores alvo e os gerados pela rede, ε .

εWN > ( 6.18 )

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160

300 300100 100

Membro 1 Membro 2 Membro 3 Membro 4

Nó1 Nó2 Nó3 Nó4 Nó5

Figura 6.3 - Discretização da viga

A Tabela 6.5 descreve todos os valores utilizados para o treinamento da rede.

Tabela 6.5 – Parâmetros da rede neural

Número máximo de interações 500

Número de neurônios na camada oculta 6

Tamanho do conjunto de treinamento 240

Tolerância ao erro 0.001

Taxa de treinamento 0.075

Taxa de momento 0.1

Intervalo para geração dos pesos sinápticos ]-0.5, 0.5[

Função de ativação logística

A Tabela 6.6 mostra os 40 primeiros valores do conjunto de treinamento gerado após a

execução dos módulos Monte Carlo (variáveis W1, W2, P e I) e análise estrutural (variável

Flecha nó 3).A Tabela 6.7 mostra os 40 primeiros resultados da aplicação do conjunto de teste

depois de treinada a rede, com 500 interações (épocas de treinamento). Pode-se perceber que

a rede adquiriu uma excelente capacidade de convergir para os valores desejados sem perder

sua capacidade de generalização; a rede não se mostra especialista.

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Tabela 6.6 – 40 primeiros valores do conjunto de treinamento.

Entrada Saída

W1 W2 P I Flecha nó 3

1 0,2968 0,1836 26,7071 601440,3703 1,24102 0,2632 0,1834 6,6505 555468,3380 0,98353 0,3257 0,1607 5,0516 522021,0608 1,14274 0,3628 0,2076 19,3449 599064,3618 1,32715 0,2938 0,1457 21,6564 596419,4763 1,12646 0,2786 0,1766 6,2329 503368,2064 1,10777 0,3610 0,2000 9,1753 609244,3211 1,16078 0,2860 0,2267 3,8963 472296,5068 1,25009 0,3484 0,1575 13,9519 656205,6710 1,0557

10 0,2599 0,1725 9,2494 590131,4836 0,937511 0,3401 0,1543 13,5049 561534,0271 1,203412 0,2934 0,2088 5,3727 534307,8829 1,116713 0,3353 0,1836 6,4068 499211,6537 1,279014 0,2966 0,1589 7,9170 590951,9265 0,980315 0,2564 0,1666 16,4946 497041,1698 1,207716 0,3036 0,1934 5,7156 486265,4012 1,233817 0,2776 0,1778 16,1160 473730,8179 1,338618 0,3355 0,1784 10,1980 670221,0773 0,990819 0,2959 0,1583 2,8209 565636,9080 0,951820 0,3014 0,1770 9,2592 549412,9259 1,112221 0,3025 0,1764 11,7621 616515,3017 1,024422 0,3090 0,1806 1,1300 595781,8500 0,941123 0,2815 0,1786 16,7802 527307,3600 1,223324 0,3032 0,2289 16,8316 565461,5639 1,265125 0,3170 0,1940 4,1219 497675,1493 1,216526 0,2289 0,1921 11,4136 556499,1013 0,981027 0,2493 0,1826 12,1195 571611,1713 0,997428 0,2793 0,1694 31,2848 608257,9983 1,229129 0,3678 0,1634 10,5930 472238,5555 1,475330 0,3511 0,1900 22,5308 618707,4363 1,276731 0,3089 0,1928 3,6518 557478,9182 1,058832 0,3091 0,1898 2,2731 549091,0457 1,051533 0,2652 0,1799 9,7703 699013,9248 0,815934 0,3121 0,1670 70,4405 571983,4773 1,911035 0,2959 0,1794 3,3665 508237,4251 1,102036 0,3307 0,1590 10,3046 544275,3292 1,180537 0,3365 0,2071 8,6920 515564,3293 1,313738 0,2637 0,1637 25,4530 510343,3093 1,326639 0,2874 0,1936 21,7515 594620,8300 1,183840 0,2607 0,1770 4,2734 504772,9410 1,0287

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162

Tabela 6.7 – Resultado do teste da rede neural treinada.

Saída Rede Neural Valor Alvo Erro relativo

1,0743 1,0621 1,13431,0034 0,9090 9,40371,1389 1,1458 0,60251,2736 1,2405 2,59761,1777 1,1808 0,25741,2203 1,2717 4,21091,0497 1,0697 1,91091,0535 1,0723 1,78541,0261 1,0449 1,83221,1186 1,1430 2,17701,3557 1,3695 1,01901,2937 1,3173 1,82230,9684 0,9118 5,84611,3405 1,3221 1,37811,1554 1,1523 0,26401,1779 1,1522 2,18641,0093 0,9835 2,55091,2347 1,2185 1,31561,2818 1,3400 4,53991,3044 1,3186 1,09161,1128 1,0910 1,95111,1246 1,1207 0,35080,9901 0,9805 0,96461,0499 1,0617 1,12911,0622 1,0760 1,29521,1508 1,1623 0,99901,1090 1,1164 0,67401,2012 1,1832 1,50091,1250 1,1186 0,57251,3521 1,3870 2,58001,1900 1,1825 0,62841,0417 1,0473 0,54351,1513 1,1300 1,85061,2928 1,2643 2,20401,1039 1,1464 3,84971,1684 1,1778 0,81190,9752 0,8667 11,12961,2638 1,2442 1,54871,2861 1,2712 1,15660,9650 0,8911 7,6618

Erro quadrático 2,2758.10-3

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163

O módulo de confiabilidade foi executado com 5000 simulações do cenário elaborado

anteriormente. A confiabilidade obtida foi de 100 %, o que significa que a viga está atendendo

os requisitos normativos.

Foi executada uma simulação com 5 neurônios na camada de saída. Para este caso a

rede neural mostrou-se instável, apresentando erros relativos de 26% e 43%, valores atípicos

quando comparados com os demais. Para esta simulação, a confiabilidade obtida foi de

99,62%. O teste anterior, com a rede apresentando uma maior estabilidade nos resultados

testados foi considerado o teste válido para a avaliação da viga proposta. A Tabela 6.8 mostra

a saída da rede neural para a simulação com 6 neurônios na camada oculta.

6.1.4 Patologia e recuperação de estruturas

Um dos grandes problemas na engenharia civil, atualmente, é o número crescente de

estruturas deterioradas. Os motivos para este número crescente vão desde a busca por

estruturas mais arrojadas, encorrendo-se em maiores riscos, até a utilização de materiais não

apropriados. Segundo SOUZA, 2001, p. 13:

“[...]Este complexo conjunto de fatores gera o que é chamado dedeterioração estrutural. Objetivamente, as causas da deterioração podemser as mais diversas, desde o envelhecimento natural da estrutura até osacidentes, e até mesmo a irresponsabilidade de alguns profissionais queoptam por materiais fora da especificação, na maioria das vezes poralegadas razões econômicas.”

O fato é que a necessidade de estabelecer critérios básicos para a análise do nível de

deterioração de uma estrutura e a padronização de ações e métodos a serem utilizados na sua

recuperação, fez nascer o estudo da patologia, recuperação e reforço das estruturas de

concreto que, além de se preocupar com o caráter corretivo das anomalias encontradas,

também prevê métodos preventivos na tentativa de amenizar o aparecimento de danos

estruturais provocados por corrosão de armaduras, carbonatação do concreto etc. O estudo

sobre o nível de deterioração de uma estrutura inicia-se por uma avaliação minuciosa da

mesma, detectando-se todos os pontos aonde possa haver comprometimento da segurança. De

forma semelhante, o estudo a respeito do nível de agressividade que o ambiente no qual a

estrutura será inserida provocará, também depende de uma análise detalhada das condições

ambientais, níveis de substâncias agressivas no ar, nível de umidade, presença de agentes

químicos corrosivos etc.

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164

Tabela 6.8 – Resultado do teste da rede neural treinada.

Saída Rede Neural Valor Alvo Erro relativo

1,0665 1,0978 2,94001,1029 1,1649 5,62081,1719 1,1496 1,90371,0064 1,0156 0,91941,0720 1,1750 9,60480,9521 0,9820 3,13421,1412 1,1149 2,30041,2494 1,3781 10,29401,1675 1,1404 2,31941,0689 1,0841 1,42070,8696 0,8937 2,76921,2208 1,2313 0,86120,9991 0,9750 2,41150,9279 0,9639 3,87021,0332 1,0718 3,73751,2331 1,2835 4,08760,8562 0,8734 2,01041,0987 1,0884 0,93671,3152 1,8903 43,72480,8555 0,8612 0,66981,0409 1,0516 1,02881,2512 1,2878 2,92941,0836 1,1445 5,62681,1552 1,1834 2,44060,8094 0,7403 8,53690,9983 0,9839 1,44670,9550 0,9695 1,51440,9867 1,0150 2,86861,0066 1,0153 0,86651,2848 1,6210 26,16321,1443 1,1689 2,14561,0584 1,1487 8,52611,2260 1,3343 8,83270,9522 0,9703 1,89800,9159 0,9505 3,77821,2268 1,2756 3,98361,2619 1,3685 8,44451,2339 1,2408 0,55730,9298 0,9390 0,98621,1959 1,1774 1,5493

Erro quadrático 4,92.10-3

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165

Após a análise minuciosa dos fatos citados, o engenheiro deverá tomar uma decisão a

respeito dos métodos de recuperação ou prevenção a serem adotados baseados na criticidade

encontrada. O fluxograma da Figura 6.4 foi proposto por SOUZA, 2001, p. 80, como um guia

para orientar o trabalho de detecção de danos e análise de impacto. Os primeiros passos

propostos são: o exame visual da estrutura e a análise do meio ambiente, seguidos se uma

decisão a respeito da tomada ou não de medidas urgentes.

Neste ponto de tomada de decisão, a análise da confiabilidade da estrutura avaliada

pode ser um diferencial extraordinário para o engenheiro. O ambiente integrado, proposto por

este trabalho, pode se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio desta análise.

A avaliação da confiabilidade de uma estrutura danificada raramente é executada

durante o processo inicial que, na maioria dos casos, envolve um exame superficial baseado

em critérios puramente subjetivos, que levam em consideração, muitas das vezes, apenas o

comportamento dos aspectos estéticos. Na tomada de decisão observa-se em geral que essa

avaliação apressada, superficial e inconsequente, pode levar a dois extremos igualmente

danosos: simples reparos superficiais ou demolições injustificadas de grandes estruturas, que

causam enormes danos materiais, morais e sociais. Tendo em vista que as cargas atuantes nas

peças de uma estrutura são majoradas com a utilização de coeficientes determinísticos

exagerados, principalmente nas peças de menor importância, a idéia é a de utilizar a

confiabilidade do elemento que apresenta o problema patológico como uma medida auxiliar,

mais consistente, na tomada de decisão.

Para demonstrar de uma maneira simples esta proposta, será imposto à viga analisada

anteriormente um ponto de perda de área de concreto, que pode ser provocado por corrosão

das armaduras, carbonatação do concreto, estado de fissuração excessivo, corrosão química

do concreto etc. A confiabilidade da estrutura reavaliada neste exemplo.

A Figura 6.5 mostra a proposta de dano a ser analisada. Será simulado um

desplacamento do concreto na seção correspondentes aos membros 2 e 3, afetando,

basicamente, a camada de cobrimento das armaduras da parte superior da viga. Vale ressaltar

que esse tipo de patologia ocorre com bastante frequência, tendo em vista a má execução das

obras e a ausência de planos de manutenção preventiva.

Para a simulação serão introduzidas duas novas variáveis aleatórias: o momento de

inércia da seção comprometida e o módulo de elasticidade do concreto. A Tabela 6.9 mostra a

nova configuração de variáveis aleatórias. A Tabela 6.10 mostra o resultado das simulações

efetuadas para o cenário proposto.

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166

Exame visual da estrutura Análise do meio ambiente

Medidasurgentes

Providênciasemergenciais

Histórico

Mapeamentode

Anomalias

Identificaçãode Erros

Análise do projeto Instrumentação eensaios laboratoriais

Novosdados Coleta de dados

Análise dos dados

Diagnóstico

Fim

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Figura 6.4 – Fluxograma genérico para a diagnose de uma estrutura convencional.

Fonte: SOUZA, 2001, p. 80

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167

Tabela 6.9 – Variáveis aleatórias

Variável Distribuição µ σ

W1 Lognormal 0.30 0.030

W2 Lognormal 0.19 0.019

P Lognormal 14 1.4

I1 Lognormal 571666.67 57166.667

I2 Lognormal 501271.67 50127.167

E2 Lognormal 2504.4 250.44

Tabela 6.10 – Confiabilidade da viga danificada.

Número de Simulações Confiabilidade Probabilidade de Falha

1000 91,2000 0,0880

2000 91,4001 0,0860

3000 92,0667 0,0793

4000 92,3500 0,0765

5000 92,0800 0,0792

10.000 91,4700 0,0853

15.000 91,7600 0,0824

20.000 91,6150 0,0838

25.000 91,6760 0,0832

30.000 91,3900 0,0861

300 300100 100

Membro 1 Membro 2 Membro 3 Membro 4

Nó1 Nó2 Nó3 Nó4 Nó5

I1 = 571666.67 m4E = 2504.4 kN/cm2

I1 = 571666.67 m4E = 2504.4 kN/cm2

I2 = 501271.67 m4E2 = 2504.4 kN/cm2

Figura 6.5 – Viga com desplacamento do concreto.

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168

6.2 PLANOS DE MANUTENÇÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Este estudo de caso destina-se a demonstrar como o software desenvolvido pode

auxiliar na elaboração de um plano de manutenção preventiva para estruturas de concreto

armado. O exemplo baseia-se no estudo efetuado por SILVA, 1997, que propôs um método

para previsão da vida útil de uma laje pré-moldada sujeita a um processo de corrosão das

armaduras. O método proposto avalia duas fases distintas do processo de degradação

estrutura: uma fase de iniciação e uma fase de propagação.

Na fase de iniciação estima-se o tempo para o início do processo de corrosão, em

função da degradação do concreto por motivo de penetração de cloretos ou CO2. Na fase de

propagação, onde a corrosão já é considerada ativa, avalia-se sua evolução até que esta atinja

um estado limite. Para a avaliação da fase de iniciação, SILVA utiliza as equações propostas

por MORINAGA16, apud SILVA, 1997, p. 3:

( ) ( ) ( ) ( ) 5.05.0 76,16,40217,0174,0391,144,25/ tWTURRCx ⋅−⋅⋅⋅+⋅−⋅⋅⋅= ( 6.19 )

( ) ( ) ( )( ) ( ) 5.0

5.05.0

315,125,09,40217,0174,0391,144,25/ t

WWTURRCx ⋅⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛⋅+

−⋅⋅⋅+⋅−⋅⋅⋅= ( 6.20 )

onde:

t Profundidade da carbonatação;

C Concentração de CO2;

R Razão da velocidade de carbonatação em função do material de revestimento;

T Temperatura;

UR Umidade relativa;

16 Morinaga, S.;(1990).Prediction of service lives of reinforced concrete buildings based on thecorrosion rate of reinforcing steal. Proceedings 5th International Conference – Durability of BuildingsMaterials and Components, Brighton, Reino Unido, 5-16.

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169

W Fator água cimento e

t Tempo em dias.

Para a avaliação da fase de propagação, SILVA propõe que a redução da seção das

armaduras seja obtida segundo a lei de Faraday:

ticorrit ⋅⋅−= 0232,0φφ ( 6.21 )

onde:

tφ Diâmetro da armadura no tempo t, em milímetros;

iφ Diâmetro inicial;

corri Intensidade da corrosão e

t Tempo em anos.

Nos casos em que a corrosão ocorre pela carbonatação do concreto a seguinte equação,

proposta por MORINAGA, é utilizada:

6543211 55,25042,433,276,23443,3535,184,21 XXXXXXq ⋅+⋅+⋅+⋅−⋅−⋅−= ( 6.22 )

onde:

1q Taxa de corrosão;

1X Temperatura;

2X Umidade relativa;

3X Concentração de oxigênio;

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170

4X Interação entre 1X e 2X ;

5X Interação entre 1X e 3X e

6X Interação entre 2X e 3X

A seguir, a equação proposta para estudar o efeito da fissuração no concreto causada

pela corrosão:

ddcQcr ⋅⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛ ⋅+⋅=

85,0

21602,0 ( 6.23 )

onde:

1q Taxa de corrosão quando o concreto fissura;

c Cobrimento das armaduras e

d Diâmetro das armaduras.

O tempo para o início da fissuração é determinado com os valores da taxa de corrosão,

obtido pela equação ( 6.22 ), para o caso de carbonatação, e pelo total de corrosão obtido pela

equação ( 6.23 ):

1qQcrtp = ( 6.24 )

SILVA utilizou intervalos de tempo constantes, que chamou de idades da edificação,

ied . Para cada idade, estimou o tempo de iniciação, iti e o tempo de propagação, itp , como

sendo:

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171

iii tiedtp −= ( 6.25 )

Os valores de iti e de itp foram estimados para cada barra e seção da laje, permitindo

calcular o momento resistente de cada seção crítica. Considerando a redistribuição de

esforços, SILVA determinou a carga máxima resistente da laje nervurada para cada

simulação. Ao final das simulações determinou os parâmetros estatísticos da carga máxima

resistente, variável aleatória PRESIS, cuja função de distribuição que melhor se ajustou foi a

Lognormal. Durante o processo de simulação, duas outras variáveis aleatórias foram

simuladas: carga permanente, PSOLPP, com função de distribuição normal e sobrecarga,

PSOLSL, com função de distribuição extremo tipo I. Utilizando a equação de falha definida

em ( 6.26 ) e o método FORM, SILVA estimou a probabilidade de falha da laje, para cada

período de tempo, de forma progressiva, determinando quais as partes da laje que devem ser

recuperadas e a que nível deve ser esta recuperação. Os cenários de falha produzidos

basearam-se na fissuração produzida pela corrosão e pela perda da capacidade resistente à

flexão

)0( ≤−−= PSOLSCPSOLPPPRESSISPpfi ( 6.26 )

Os valores das variáveis aleatórias foram calibrados após várias inspeções em

estruturas da região de Barcelona, Espanha. O caso real avaliado, utilizou uma laje de

dimensões 5,95 x 3,80, com uma profundidade de carbonatação medida igual a 18mm e uma

idade de 38 anos. SILVA concluiu que, para uma probabilidade de falha de 5x10-4, a corrosão

iniciou-se no sexto ano, prazo onde a viga deveria ter sofrido uma manutenção preventiva

para evitar que o processo se alastrasse, comprometendo a estrutura. Para esta mesma

probabilidade de falha, o tempo estimado para perda da capacidade resistente à flexão foi de

51 anos. Ou seja, entre a data da inspeção e os 13 anos seguintes, a laje deverá sofrer uma

manutenção corretiva.

O método demonstra claramente a possibilidade de se criar planos de manutenção para

estruturas de concreto armado utilizando-se processos estocásticos e os conceitos de

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confiabilidade discutidos neste trabalho. De forma a utilizar o software desenvolvido para

demonstrar a possibilidade de se criar o controle de manutenções em um ambiente integrado,

propôs-se a avaliação de uma laje pré-moldada, Figura 6.6, similar à laje avaliada por SILVA.

Para efeito de simplificação, propôs-se uma área definida, afetada pela carbonatação.

Paredes

500

300

Figura 6.6 – Laje proposta para avaliação da probabilidade de falha.

50

Camada de concreto

Camada de regularização

5

Figura 6.7 – Disposição das vigotas.

A Tabela 6.11 mostra as variáveis aleatórias que definem as condições ambientais

encontradas por SILVA. Estas variáveis foram simuladas para a pesquisa do avanço do

processo de carbonatação com o tempo. Pelo Módulo de Manutenção desenvolvido, que

utiliza as equações ( 6.19 ) e ( 6.20 ), e calculando-se a laje como uma grelha, pelo método da

rigidez descrito no item 5.5, simulou-se o tempo que a carbonatação levou para atingir as

armaduras da vigotas da laje pré-moldada, 13 mm.

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Tabela 6.11 – Variáveis aleatórias

Variável Descrição Distribuição µ σ

C Concentração de CO2 Normal 0.055 0.0088

W Fator água/cimento Lognormal 0.59 0.059

T Temperatura Normal 19 3,42

UR Umidade relativa Lognormal 0.6 0,1035

Para cada intervalo de tempo, definido de um em um ano, utilizou-se o módulo de

Monte Carlo, para simular as variáveis aleatórias definidas seguindo os parâmetros

estatísticos levantados por SILVA Após cada simulação, as equações propostas foram

avaliadas para definição da profundidade de carbonatação. O método prosseguiu,

automaticamente, até que a profundidade média da última simulação fosse igual ou maior que

a camada de cobrimento das armaduras, 13 mm. O valor obtido foi de 6 anos para que a

carbonatação atingisse as armadura, fato que coincide com o início do processo de corrosão,

visto que o concreto estará poroso a ponto de permitir o aumento da umidade e da taxa de

oxigênio junto às armaduras, fator determinante para dar início ao processo eletrolítico de

corrosão.

O valor de 6 anos obtido coincide com o valor obtido por SILVA para inicio da

fissuração provocada pelo corrosão na sua laje avaliada. Adotou-se, por simplificação, que

neste ponto a camada de concreto do cobrimento já não contribui para a resistência à flexão

do conjunto. Assim, os momentos de inércia dos membros afetados pelo processo de

carbonatação foram recalculados, levando-se em consideração a perda da camada de

cobrimento. As mesmas premissas da viga estudada no item anterior foram utilizadas para a

avaliação da probabilidade de falha da laje. Ou seja, decidiu-se avaliar a probabilidade de

falha em relação ao não atendimento das condições normativas de flecha limite no infinito. O

deslocamento vertical do nó 37 foi utilizado como o valor da flecha da laje.

Os nós e os membros utilizados na discretização da laje são mostrados na Figura 6.8 e

na Figura 6.9, respectivamente. Os membros de 1 a 54 são formados pelas vigotas da laje pré-

moldada. Os membros de 55 a 104 são formados pela capa de concreto da laje, que contribui

para a rigidez do conjunto.

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1 2 3

17

5 6 7 8 9

1210 11

4

13 15 16 18 19 20

2521 22 23 24

35

26 27 28 29 30 31

32 33 34

14

36 37 38 39 40 41 42

43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53

54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64

65 66 67 68 69 70 71 72 73

Figura 6.8 – Nós da laje discretizada.

1 2 3

17

5 6 7 8 9

1210 11

4

13 15 16 18

19 20 2521 22 23 24

35

26 27

28 29 30 31 32 33 34

14

36

37 38 39 40 41 42 43 44 45

46 47 48 49 50 51 52 53 54

55 56 57 58 59 60 61 62 63 64

65 66 67 68 69 70 71 72 73 74

75 76 77 78 79 80 81 82 83 84

85 86 87 88 89 90 91 92 93 94

95 96 97 98 99 100 101 102 103 104

Figura 6.9 – Membros da laje discretizada.

.

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175

A Figura 6.10 mostra a região considerada carbonatada e os membros afetados e a

Tabela 6.12 as características das variáveis aleatórias utilizadas na avaliação da laje.

Tabela 6.12 – Variáveis aleatórias

Variável Descrição Distribuição µ σ

MELONG M. Elasticidade longitudinal concreto Lognormal 3031,25 303,125

METRANS M. Elasticidade transversal concreto Lognormal 1485,91 148,591

IXVIGOTA Mom. Inércia X das vigotas Lognormal 3441,67 344,167

IYVIGOTA Mom. Inércia Y das vigotas Lognormal 2442,92 244,292

IXVIGOTAC M. Inércia X das vigotas carbonatadas Lognormal 2733,51 273,351

IYVIGOTAC M. Inércia Y das vigotas carbonatadas Lognormal 2334,58 233,458

IXCAPA M. Inércia X da camada de concreto Lognormal 56,36 5,636

IYCAPA M. Inércia Y da camada de concreto Lognormal 59,98 5,998

QM1-54 Carregamento nos membros de 1 a 54 Lognormal 0,2714 0,02714

QM55-104 Carregamento nos membros de 55 a 104 Lognormal 0,1629 0,01629

12 13

21 22 23

31

Figura 6.10 – Região afetada pela carbonatação.

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Os momentos de inércia dos membros afetados pela carbonatação (membros 12, 13,

21, 22, 23 e 31) foram associados às variáveis IXVIGOTAC e IYVIGOTAC e seus módulos

de elasticidade transversal e longitudinal associados à MELONG e METRANS,

respectivamente. Os momentos de inércia dos demais membros foram associados às variáveis

IXVIGOTA e IYVIGOTA, e seus e seus módulos de elasticidade transversal e longitudinal

fixados em 3031,35 e 1485,91, respectivamente.

Os membros formados pela camada de concreto superior da laje, membros 55 à 104,

tiveram seus momentos de inércia atribuídos às variáveis IXCAPA e IYCAPA.

As variáveis QM1-54 e QM55-104, simularam os carregamentos nos membros

formados pelas vigotas e nos membros formados pela capa de concreto, respectivamente.

A Tabela 6.13 mostra os parâmetros utilizados para o treinamento da rede neural. O

conjunto de treinamento foi montado com as variáveis aleatórias simuladas e com os

respectivos deslocamnetos verticais no nó 37 da laje, obtidos após 300 simulações.

Tabela 6.13 – parâmetros da rede neural

Número máximo de interações 500

Número de neurônios na camada oculta 6

Tamanho do conjunto de treinamento 240

Tolerância ao erro 0.001

Taxa de treinamento 0.075

Taxa de momento 0.1

Intervalo para geração dos pesos sinápticos ]-0.5, 0.5[

Função de ativação Logística

A Tabela 6.14 mostra o resultado do treinamento da rede neural. Pode-se verificar que

a rede demonstrou uma capaciade bastante confiável de responder à deformação vertical do

nó 37 em presença das variáveis simuladas. A confiabilidade e as respectivas probabilidades

de falha, obtidas após o treinamento da rede neural, estão mostradas na Tabela 6.15.

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Tabela 6.14 – Resultado do teste da rede neural treinada.

Saída Rede NeuralValor Alvo

Flecha Nó 37 Erro relativo

1,0840 1,0828 0,10731,1899 1,2027 1,07411,1903 1,1988 0,71651,1251 1,1402 1,33941,2370 1,2277 0,75141,3679 1,3707 0,19971,3409 1,3887 3,56191,0857 1,0995 1,27861,1165 1,1290 1,11361,1465 1,1486 0,18551,3322 1,3230 0,68761,2090 1,1875 1,77841,2433 1,2570 1,09901,3174 1,3053 0,92151,1199 1,1247 0,43191,2967 1,2868 0,75831,3196 1,3949 5,70311,2082 1,2128 0,38121,3428 1,3670 1,80281,1109 1,1214 0,94961,2465 1,2719 2,03951,3381 1,3238 1,07211,1749 1,1869 1,01411,2677 1,2187 3,86231,2842 1,3078 1,83791,2147 1,2221 0,60911,2674 1,3349 5,32331,0321 0,9041 12,40391,3761 1,4408 4,70601,3421 1,3276 1,08081,0616 0,9771 7,95621,4063 1,4424 2,57171,3245 1,3119 0,95101,3145 1,2904 1,83771,3244 1,3570 2,45731,1646 1,1913 2,28991,1613 1,1908 2,53681,2030 1,1969 0,50941,1778 1,1849 0,6065

Erro quadrático 4,98865.10-3

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Tabela 6.15 – Confiabilidade da laje carbonatada.

Número de Simulações Confiabilidade Probabilidade de Falha

1000 99,6000 0,00402000 98,0500 0,01953000 98,8000 0,01174000 98,4250 0,01585000 98,5200 0,0148

10000 98,4400 0,015615000 98,7100 0,012920000 98,5950 0,014125000 98,6360 0,013630000 98,6500 0,0135

6.3 CONCLUSÕES

Os ambientes de softwares atuais, destinados a avaliar a confiabilidade e a elaborar

planos de manutenção de determinados elementos estruturais e industriais, como filtros de

óleo, vasos de pressão etc, vêm se proliferando a cada ano. Métodos como a Manutenção

Baseada na Confiabilidade, que visam identificar os Modos de Falha de sistemas produtivos,

utilizam técnicas como FMEA e FMECA, aliadas a algoritmos de decisão, que permitem

identificar gargalos não só em elementos estruturais ou máquinas, mas também em processos,

reduzindo perdas de produção nas Unidades avaliadas. De uma forma geral, o trabalho de

identificação segue as seguintes fases:

• Levantamento e estratificação de dados;

• Análise de Falhas (FMEA);

• Avaliação da criticidade das falhas e

• Geração de tarefas preventivas, através de diagramas de decisões, específicos.

Se levado para o lado da administração de uma obra civil, estes métodos por si só já

atendem às necessidades das construtoras e empreendedoras. Porém, na medida em que os

problemas se voltam para o acompanhamento das estruturas ao longo de sua vida útil, além do

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estabelecimento de metodologias de acompanhamento de processos, necessita-se de métodos

que auxiliem no conhecimento do comportamento destas estruturas em relação ao meio

ambiente em que estão inseridas. Diversos são os livros, artigos e tese que descrevem

minuciosamente os processos de degradação do concreto armado devido a estes fatores

agressivos. A evolução dos softwares atuais incorporando métodos de avaliação estocásticos

que levem em conta algoritmos de degradação das estruturas de concreto armado, a enorme

capacidade das redes neurais em aprender a reconhecer padrões e a integração entre sistemas

da análise não linear de estruturas em geral, fornecerá uma ferramenta completa para que os

engenheiros possam prever, com razoável antecedência, a necessidade de uma intervenção em

uma estrutura, evitando danos posteriores, e possam determinar com segurança o quanto é

confiável uma estrutura já danificada.

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7 CONCLUSÕES

A proposta desta pesquisa, em mostrar que a criação um ambiente integrado de

software que implemente o algoritmo MCRN, proposto por SARAIVA, 1997, além de contar

com todas as vantagens extensivamente citadas por SARAIVA e por este trabalho em relação

aos métodos tradicionais para determinação da confiabilidade estrutural, dá ao engenheiro

uma poderosa arma para análise de estruturas comprometidas, foi alcançado.

A validade do método já foi devidamente demonstrada por SARAIVA, 1997 e por

PAPADRAKAKIS, 1996 et al. O que restava superar era o intenso trabalho demandado pela

necessidade de convivência com 3 ambientes de softwares diferente. O produto desenvolvido

demonstra que a análise em um ambiente integrado torna o trabalho bem mais ameno,

permitindo que diversas situações possam ser simuladas dando maior credibilidade ao produto

final.

A proposta de utilização da probabilidade acumulada das variáveis aleatórias para

normalizar os valores do conjunto de treinamento da rede neural mostrou-se eficiente, para

um número de épocas de treinamento em torno de 500, e abre um amplo campo de pesquisa já

que permite que se tire proveito da correlação estatística entre as variáveis simuladas.

O estudo de caso mostrou que o método pode trazer um diferencial muito grande se

utilizado em conjunto com os estudos de patologia, recuperação e reforço de estruturas, dando

ao engenheiro uma ferramenta para tomada de decisões a respeito da criticidade do caso em

estudo.

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7.1 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

Como considerações para futuras pesquisas destacam-se:

• Pesquisas de novas distribuições de probabilidade para incremento do módulo

Monte Carlo;

• Utilização de algoritmos numéricos de integração mais eficientes de forma a

melhorar a acuidade da geração das distribuições de probabilidade acumuladas;

• Utilização de simulações com variações temporais;

• Pesquisa de novos métodos numéricos para geração da função inversa além do

método de Newton Raphson como sugerido por DEVROYE, 1986;

• Implementação de um módulo de análise não linear de estruturas de forma a se

obter valores mais precisos para as deformações e esforços resistentes das

estruturas analisadas, além de prover uma maior diversificação de estruturas a

serem analisadas;

• Adoção de algoritmos para melhoria da eficiência da rede neural, como análise de

variação temporal, WERBOS, 1990 e ROITMAN, 2001, alteração da taxa de

treinamento durante o treinamento, HAYKIN, 1994, validação do fenômeno de

treinamento excessivo com consequente perda de generalização, TZAFESTAS,

1996.

• Estudos de novos modelos de redes neurais, como redes auto-organizáveis, redes

recorrentes, Hopfield;

• Utilização de modelos matemáticos de deterioração de materiais como concreto e

aço, ao longo do tempo, que em conjunto com as redes neurais temporais

fornecerão um método excelente de previsão de perda de confiabilidade de

estruturas sujeitas a determinados ambientes impróprios. Desta forma, o algoritmo

proposto poderá ser utilizado de forma bem eficiente para o planejamento de um

plano de manutenção preventiva de estruturas. A pesquisas de FARAGE, 2000,

que propõe um método numérico para determinação do efeito da reação alcalis-

agregado no concreto, de SILVA, 2002, que propõe um modelo para simular o

crescimento do problema de corrosão das armaduras e NEAL, 1993, que fornece

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um estudo detalhado para utilização das cadeias de Markov são documentos que

poderão auxiliar a pesquisa;

• Utilização de algoritmos genéticos para controle da escolha dos parâmetros da rede

neural baseado no histórico das estruturas analisadas;

• Utilização de algoritmos fuzzy para extração das funções de falha da rede treinada,

para atender aos casos em que estas funções não podem ser explicitadas, além da

extração das regras, que podem vir a ser utilizadas em sistemas especialistas no

controle e planejamento de manutenções corretivas e preventivas das estruturas em

estudo.

• Implementar novos módulos intermediários, seguindo o padrão descrito no item

5.9, para evolução do algoritmo na exploração de novas áreas, como análise de

risco, meio ambiente, manutenção industrial etc.

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10 APÊNDICES

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193

10.1 IMPLEMENTAÇÃO COMPLETA DO MÉTODO MONTE CARLO TRADICIONAL

O programa a seguir, desenvolvido em Mathcad, apresenta as rotinas básicas do

método Monte Carlo tradicional. Por questões de simplificação só foi previsto a correlação

entre duas variáveis com distribuição LogNormal.

O teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para verificação de aderência dos

variáveis pseudo-aleatórias geradas.

As distribuições previstas são:

• Normal;

• LogNormal

• Extremo tipo I largest values (Gumbel).

O item 10.2 deste apêndice mostra a utilização do algoritmo proposto para verificação

da probabilidade de falha com variáveis LogNormal correlacionadas.

Os resultados obtidos foram comparados com os resultados obtidos utilizando-se o

método FORM e os resultados obtidos serão mostrados para comparação dos resultados.

A teoria utilizada no desenvolvimento deste programa foi amplamente discutida nos

capítulos 2 e 3. Sua confecção foi a base para o desenvolvimento do módulo Monte Carlo do

software integrado proposto no capítulo 5.

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194

Definições

Distribuições Implementadas

dNormal 1:= Distribução Normal

dLogNormal 2:= Distribuição LogNormal

dGumbel 3:= Distribuição Extremo Tipo 1 (Gumbel)

Geração de números pseudo-aleatórios

M1 259200:= M2 134456:= M3 243000:=

IA1 7141:= IA2 8121:= IA3 4561:=

IC1 54773:= IC2 28411:= IC3 51349:=

pseudoAleat numAleat seed,( ) RM11

M1←

RM21

M2←

IX1 mod IC1 seed− M1,( )←

IX1 mod IA1 IX1⋅ IC1+ M1,( )←

IX2 mod IX1 M2,( )←

IX3 mod IX1 M3,( )←

IX1 mod IA1 IX1⋅ IC1+ M1,( )←

IX2 mod IA2 IX2⋅ IC2+ M2,( )←

Rj IX1 IX2 RM2⋅+( ) RM1⋅←

j 0 96..∈for

IX1 mod IA1 IX1⋅ IC1+ M1,( )←

IX2 mod IA2 IX2⋅ IC2+ M2,( )←

IX3 mod IA3 IX3⋅ IC3+ M3,( )←

j trunc96 IX3⋅( )

M3

⎡⎢⎢⎣

⎤⎥⎥⎦

pRani Rj←

Rj IX1 IX2 RM2⋅+( ) RM1⋅←

i 0 numAleat 1−..∈for

pRanreturn

:=

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195

DIstribuições

Distribuição Normal

função densidade :

fdpNormal x µ, σ,( )1

σ 2 π⋅⋅e

x µ−( )2−

2 σ2

⋅⋅:=

função distribuição acumulada:

fdaNormal x µ, σ,( )∞−

xxfdpNormal x µ, σ,( )

⌠⎮⌡

d:=

Distribuição Logormal

função densidade :

fdpLogNormal x µ, σ,( )1

σ x⋅ 2 π⋅⋅e

ln x( ) µ−( )2−

2 σ2

⋅⋅

⎡⎢⎢⎢⎣

⎤⎥⎥⎥⎦

x 0>if

0 x 0≤if

:=

função distribuição acumulada:

fdaLogNormal x µ, σ,( )0

xxfdpLogNormal x µ, σ,( )

⌠⎮⌡

d:=

geração de variáveis randômicas:

rndLNormal x( ) ex:= Tendo x uma distribuição normal

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196

Distribuição Gumble - Type I largest value

função densidade :

fdpGumble x α, u,( ) α e α− x u−( )⋅⋅ exp e α− x u−( )⋅

−⎡⎣ ⎤⎦⋅:=

função probabilidade acumulada:

fdaGumble x α, u,( ) exp e α− x u−( )⋅−⎡⎣ ⎤⎦:=

inversa distribuição acumulada:

rndTypeI X α, u,( ) u1α

ln ln1X

⎛⎜⎝

⎞⎠

⎛⎜⎝

⎞⎠

⋅−:=

Distribuição Uniforme

função densidade :

fdpUnif x α, β,( )1

β α−α x≤ β≤if

0 otherwise

:=

função probabilidade acumulada:

fdaUnif x α, β,( ) 0 x α<if

x α−

β α−α x≤ β<if

1 x β≥if

:=

inversa distribuição acumulada:

invFDAUnif x α, β,( ) x β α−( )⋅ α+:=

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197

Kolmogorov-Smirnov

αKS05 0:= αKS02 1:= αKS01 2:=

TABks

975

519

391

327

287

259

238

221

208

196

990

577

437

366

321

290

266

247

232

219

995

617

468

392

344

311

285

265

249

235

842

483

375

318

281

254

234

218

205

194

900

538

419

355

314

284

262

244

229

217

929

576

449

381

337

305

281

262

246

233

708

454

361

309

275

250

231

215

203

192

785

507

404

346

307

279

258

241

227

215

829

542

432

371

330

300

277

258

243

231

624

430

349

301

269

246

227

213

201

190

689

480

390

337

301

275

254

238

224

213

734

513

418

361

323

295

273

255

241

228

563

409

338

294

264

242

224

210

198

188

627

457

377

329

295

270

251

235

222

211

669

489

404

352

317

290

269

252

238

226

⎛⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎝

⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟

:=

densidadeEmpirica vetor( )

vDEii 1+

rows vetor( )←

i 0 rows vetor( ) 1−..∈for

vDEreturn

:=

KS n α,( )

lks if mod n 5,( ) 0> truncn5

⎛⎜⎝

⎞⎠

, truncn5

⎛⎜⎝

⎞⎠

1−,⎛⎜⎝

⎞⎠

cks if mod n 5,( ) 0> 3 mod n 5,( ) 1−( )⋅ α+, 3 5 1−( )⋅ α+,[ ]←

KS

TABkslks cks,

1000←

n 50≤if

num 1.358 α αKS05if

1.517 α αKS02if

1.628 α αKS01if

KSnum

2 n⋅⎛⎜⎝

⎞⎠

otherwise

KSreturn

:=

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198

NormalKS vetor αKS, de, µ, σ,( ) vetors sort vetor( )←

Dtempi fdaNormal vetorsiµ, σ,⎛

⎝⎞⎠

dei−←

i 0 rows vetor( ) 1−..∈for

D max Dtemp( )←

ks KS rows vetor( ) αKS,( )←

RC 1 D ks<if

1−( ) otherwise

RCreturn

:=

LogNormalKS vetor αKS, de, µ, σ,( ) vetors sort vetor( )←

Dtempi fdaLogNormal vetorsiµ, σ,⎛

⎝⎞⎠

dei−←

i 0 rows vetor( ) 1−..∈for

D max Dtemp( )←

ks KS rows vetor( ) αKS,( )←

RC 1 D ks<if

1−( ) otherwise

RCreturn

:=

GumbleKS vetor αKS, de, α, u,( ) vetors sort vetor( )←

Dtempi fdaGumble vetorsiα, u,⎛

⎝⎞⎠

dei−←

i 0 rows vetor( ) 1−..∈for

D max Dtemp( )←

ks KS rows vetor( ) αKS,( )←

RC 1 D ks<if

1−( ) otherwise

RCreturn

:=

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199

Geração de Vetores Pseudo-Aleatórios

Vetor Uniforme

vUnif nAleat( ) seed rnd 1( )←

vUnif pseudoAleat nAleat seed,( )←

vUnifreturn

:=

Vetor Normal

vNormal µ σ, nAleat, αKS, t, de,( ) VN 1−←

u1 vUnif nAleat( )←

u2 vUnif nAleat( )←

x1i µ σ 2− ln u1i( )⋅⋅ cos 2 π⋅ u2i⋅( )⋅+←

x2i µ σ 2− ln u1i( )⋅⋅ sin 2 π⋅ u2i⋅( )⋅+←

i 0 rows u1( ) 1−..∈for

KS1 NormalKS x1 αKS, de, µ, σ,( )←

KS2 NormalKS x2 αKS, de, µ, σ,( )←

break( ) KS1 0> KS2 0>∨if

t 1if

break otherwise

VN 0<while

VN x1 KS1 0>if

x2 otherwise

VNreturn

:=

Vetor LogNormal

vLNormal µ σ, nAleat, αKS, de,( ) VN 1−←

ζ ln 1σ

2

µ2

+⎛⎜⎜⎝

⎠←

λ ln µ( )12

ζ2

⋅−←

vLN rndLNormal vNormal λ ζ, nAleat, αKS, 0,( )( )←

KS LogNormalKS vLN αKS, de, λ, ζ,( )←

break( ) KS 0>if

VN 0<while

vLNreturn

:=

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200

Vetor Gumble - Extremo tipo I largest values

vGumbel µ σ, nAleat, αKS, de,( ) VN 1−←

γ 0.577216←

απ

2

σ2 6⋅

u µγ

α−←

vTI rndTypeI vUnif nAleat( ) α, u,( )←

KS GumbleKS vTI αKS, de, α, u,( )←

break( ) KS 0>if

VN 0<while

vTIreturn

:=

Funções de Correlação normal equivalente ( NATAF)

LOGNORMAL - LOGNORMAL

FcorrLogNormal ρ δ1, δ2,( )ln 1 ρ δ1⋅ δ2⋅+( )

ρ ln 1 δ22+⎛

⎝⎞⎠ ln 1 δ1

2+⎛⎝

⎞⎠⋅⋅

:=

Correlação equivalente

cEquiv mVar mCorr,( ) cEq identity cols mCorr( )( )←

cEqii jj, mCorrii jj, FcLN mCorrii jj, mVarii 1,, mVarjj 1,,( )⋅←

cEq jj ii, cEqii jj,←

mVarii 2, dLogNormalif

cEqii jj, mCorrii jj,←

cEq jj ii, cEqii jj,←

otherwise

jj ii 1+ cols mCorr( ) 1−..∈for

ii 0 rows mCorr( ) 2−..∈for

cEqreturn

:=

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201

Definindo as funções Normais equivalentes

σNx µ σ, Fx, fx,( )dnorm qnorm Fx 0, 1,( ) 0, 1,( )

fx:=

µNx x µ, σ, Fx, σN,( ) x σN qnorm Fx 0, 1,( )⋅−:=

LOGNORMAL

nequLN µ σ, x,( ) ζ ln 1σ

2

µ2

+⎛⎜⎜⎝

⎠←

λ ln µ( )12

ζ2

⋅−←

σNx x ζ⋅←

µNx x 1 ln x( )− λ+( )⋅←

µNx σNx λ ε( )

:=

GUMBEL

nequGb µ σ, x,( ) γ 0.577216←

α1π2

σ2 6⋅

U1 µγ

α1−←

S α1 x U1−( )⋅←

fx α1 e S−⋅ e e S−

−( )⋅←

Fx e e S−−( )

σN σNx µ σ, Fx, fx,( )←

µN µNx x µ, σ, Fx, σN,( )←

µN σN α1 U1 Fx fx( )

:=

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202

Sub Rotinas Gerais

Montagem das matrizes µ e σ normalizadas

normEq mVar m,( )

norm mVari 0, mVari 1,( )( ) mVari 2, dNormalif

nequLN mVari 0, mVari 1,, mi,( ) mVari 2, dLogNormalif

nequGb mVari 0, mVari 1,, mi,( ) mVari 2, dGumbelif

µnorminorm0 0,←

σnormi i,norm0 1,←

i 0 rows mVar( ) 1−..∈for

µnorm σnorm( )return

:=

Transformada de NATAF

transformadaNATAF mVar mCorr, σnorm,( ) Γ cholesky cEquiv mVar mCorr,( )( ) 1−←

J Γ σnorm1−

⋅←

Γ J( )return

:=

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203

10.2 PROBABILIDADE DE FALHA – VARIÁVEIS CORRELACIONADAS

Utilizando-se do algoritmo do item anterior, este exemplo avalia a probabilidade de

falha de um elemento estrutural, com a função de falha definida por ( ) MWYWMYG −⋅=,, .

Variável Média Coef. De Variação Distribuição

Y 40 0.125 LogNormal

W 50 0.050 LogNormal

M 1000 0.200 Estremo I largest

Função de falha: ( ) MWYWMYG −⋅=,,

Relacionamento entre Y e W: ρyw = 0.400

Dados da Análise

Matriz com a definição das variáveis aleatórias do problema.LayOut :

i,1 Médiai,2 Coeficiente de Variação δi,3 Tipo de distribuição de probabilidades

mVariaveis

40

50

1000

.125

.05

.2

2

2

3

⎛⎜⎜⎜⎝

⎞⎟

:= m

40

50

1000

⎛⎜⎜⎜⎝

⎞⎟

:=

mVariaveisσ

40

50

1000

mVariaveis0 0, mVariaveis0 1,⋅

mVariaveis1 0, mVariaveis1 1,⋅

mVariaveis2 0, mVariaveis2 1,⋅

2

2

3

⎛⎜⎜⎜⎝

:= * mVariaveisσ

40

50

1000

5

2.5

200

2

2

3

⎛⎜⎜⎜⎝

⎞⎟

=

Matriz dos Coeficientes Correlação : mCorr

1

.4

0

.4

1

0

0

0

1

⎛⎜⎜⎜⎝

⎞⎟

:=

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204

Definição da função de acumulo de falha

fG Y W, M, nAleat,( ) falha 0←

ff G Yindmc Windmc, Mindmc,( )←

falha falha 1+( ) ff 0≤if

falha otherwise

indmc 0 nAleat 1−..∈for

falhareturn

:=

MC nAleat αKS,( ) de densidadeEmpirica nAleat( )←

varNorm normEq mVariaveisσ m,( )←

µnorm varNorm0 0,←

σnorm varNorm0 1,←

NATAF transformadaNATAF mVariaveis mCorr, σnorm,( )←

J NATAF0 1,←

M vNormal 0 1, nAleat, αKS, 1, de,( )←

Y vNormal 0 1, nAleat, αKS, 1, de,( )←

W vNormal 0 1, nAleat, αKS, 1, de,( )←

Z

Yj

W j

Mj

⎛⎜⎜⎜⎝

X J 1− Z⋅ µnorm+←

y j X0←

wj X1←

mj X2←

j 0 nAleat 1−..∈for

fG0 fG y w, m, nAleat,( )←

pf0

rows fG( ) 1−

i

fGi∑=

nAleat←

pf

:=

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205

Tabela 10.1 – Resultados da simulação

Número de Simulações pf

1000 0.0010

2000 0.0035

5000 0.0030

10000 0.0039

15000 0.00327

A seguir, o resultado obtido utilizando-se o método FORM, descrito no capítulo 2,

com uma tolerância de erro de 0.001.

"passo"

1

2

3

4

5

6

7

"pf"

0.0048

0.003

0.0031

0.0031

0.0031

0.0031

0.0031

"B"

2.5932

2.7425

2.742

2.742

2.742

2.742

2.742

"modGgV"

330.2664

305.346

294.7604

295.2533

296.1274

296.1733

296.1089

"GgV"

289.137

91.5373

130.754−

⎛⎜⎜⎝

⎠268.5746

63.3028

130.754−

⎛⎜⎜⎝

⎠256.9888

61.1872

130.754−

⎛⎜⎜⎝

⎠257.0204

63.3913

130.754−

⎛⎜⎜⎝

⎠257.9303

63.7716

130.754−

⎛⎜⎜⎝

⎠258.0166

63.635

130.754−

⎛⎜⎜⎝

⎠257.9534

63.5918

130.754−

⎛⎜⎜⎝

"alpha"

0.8755

0.2772

0.3959−

⎛⎜⎜⎝

⎠0.8796

0.2073

0.4282−

⎛⎜⎜⎝

⎠0.8719

0.2076

0.4436−

⎛⎜⎜⎝

⎠0.8705

0.2147

0.4429−

⎛⎜⎜⎝

⎠0.871

0.2154

0.4415−

⎛⎜⎜⎝

⎠0.8712

0.2149

0.4415−

⎛⎜⎜⎝

⎠0.8711

0.2148

0.4416−

⎛⎜⎜⎝

"gV"

1000

77.8075

43.4347−

9.6042−

2.4723

0.9987

0.0963−

"Vnext"

2.2702−

0.7187−

1.0266

⎛⎜⎜⎝

⎠2.4123−

0.5686−

1.1744

⎛⎜⎜⎝

⎠2.3907−

0.5692−

1.2164

⎛⎜⎜⎝

⎠2.3869−

0.5887−

1.2143

⎛⎜⎜⎝

⎠2.3884−

0.5905−

1.2107

⎛⎜⎜⎝

⎠2.3888−

0.5891−

1.2106

⎛⎜⎜⎝

⎠2.3887−

0.5889−

1.2108

⎛⎜⎜⎝

"erro"

0.6289

0.0339

0.0557−

0.0121−

0.003

0.0012

0.0001−

"Unext"

40

50

1000

⎛⎜⎜⎝

⎠27.6621

48.3552

1259.7988

⎛⎜⎜⎝

⎠26.7376

46.2152

1279.118

⎛⎜⎜⎝

⎠27.7007

46.0276

1284.6031

⎛⎜⎜⎝

⎠27.8669

46.1769

1284.3347

⎛⎜⎜⎝

⎠27.8073

46.2062

1283.8694

⎛⎜⎜⎝

⎠27.7884

46.1973

1283.8446

⎛⎜⎜⎝

⎡⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎢⎣

⎤⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎥⎦

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206

Com 7 interações chegou-se a uma probabilidade de falha de 0.0031. ANG, 1984, p.

369-372 apresenta a probabilidade de falha de 0.00394 para este exemplo.

10.3 O ALGORITMO BACKPROPAGATION

O módulo de rede neural do software integrado proposto por este trabalho e

apresentado em detalhes no capítulo 5 seguiu exatamente o algoritmo demonstrado a seguir.

A base do algoritmo está de acordo com a proposta de EBERHART, 1990, p. 331-344.

Os critérios de normalização, geração da matriz de pesos sinápticos e a escolha dos

parâmetros seguem o exposto no capítulo 4.

Inicialização

Constantes

η 0.075:= taxa de treinamento (learnong rate)

α 0.1:= momento (momentum)

wintervalo 0.5− 0.5( ):= intervalo para geração dos pesos sinápticos

tolerancia 0.0001:= Tolerância ao erro

Funções de apoio

fAtivacao v( )1

1 exp v−( )+( ):= Função de ativação sigmóide

novaMatriz ii jj,( ) 0:= Criação de novas matrizes zeradas

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207

Normalização do conjunto de treinamento

As variáveis xN e yN deverão ser inicializadas com o conjunto completo, treinamento e teste, dos valores de entrada e saída respectivamente.

Cn 0.005:=

i 0 cols xN( ) 1−..:=

x0 i,

xN0 i,( )1

2

10strlen num2str trunc xN0 i,( )( )( )

Cn+:= y0 i,

yN0 i,( )1

2

10strlen num2str trunc yN0 i,( )( )( )

Cn+:=

x1 i,

xN1 i,( )1

2

10strlen num2str trunc xN1 i,( )( )( )

Cn+:= y1 i,

yN1 i,( )1

2

10strlen num2str trunc yN1 i,( )( )( )

Cn+:=

Geração conjuntos de teste e de treinamento

tamCTrein 100:=

treino

out0i 0, xT( )i 0,←

out0i 1, xT( )i 1,←

target i 0, yT( )i 0,←

target i 1, yT( )i 1,←

i 0 tamCTrein 1−..∈for

out0 target( )

:= teste

out0i tamCTrein− 0, xT( )i 0,←

out0i tamCTrein− 1, xT( )i 1,←

target i tamCTrein− 0, yT( )i 0,←

target i tamCTrein− 1, yT( )i 1,←

i tamCTrein rows xT( ) 1−..∈for

out0 target( )

:=

out0 treino0 0,:= target treino0 1,:=

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208

weight linhas colunas,( ) w matrix linhas colunas 1+, novaMatriz,( )←

wi j, runif 1 wintervalo0 0,, wintervalo0 1,

,⎛⎝

⎞⎠

0←

j 0 colunas..∈for

i 0 linhas 1−..∈for

wreturn

:=

Geração da matriz de pesos

Algoritimo backpropagation

w2 matrix nOutputNodes nHiddenNodes 1+, novaMatriz,( ):=

w1 matrix nHiddenNodes nInputNodes 1+, novaMatriz,( ):=

delta1 matrix nPatterns nHiddenNodes, novaMatriz,( ):=

delta2 matrix nPatterns nOutputNodes, novaMatriz,( ):=

out2 matrix nPatterns nOutputNodes, novaMatriz,( ):=

out1 matrix nPatterns nHiddenNodes, novaMatriz,( ):=

Número de amostras para treinamentonPatterns rows out0( ):=

nOutputNodes cols target( ):=neurônios na camada de saída

neurônios na camada de entradanInputNodes cols out0( ):=

neurônios na camada ocultanHiddenNodes 5:=

Definição das matrizes e vetores do processo

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209

RNA bp int teste, wI, wO,( ) interacoes 0←

w1 wI teste "S"if

weight nHiddenNodes nInputNodes 1+,( ) otherwise

delw1 w1←

w2 wO teste "S"if

weight nOutputNodes nHiddenNodes 1+,( ) otherwise

delw2 w2←

somatorio w1h nInputNodes,←

somatorio somatorio w1h i, out0p i,⋅+←

i 0 nInputNodes 1−..∈for

out1p h, fAtivacao somatorio( )←

h 0 nHiddenNodes 1−..∈for

somatorio w2j nHiddenNodes,←

somatorio somatorio w2j h, out1p h,⋅+←

h 0 nHiddenNodes 1−..∈for

out2p j, fAtivacao somatorio( )←

j 0 nOutputNodes 1−..∈for

delta2p j, target p j, out2p j,−( ) out2p j,⋅ 1 out2p j,−( )⋅←

j 0 nOutputNodes 1−..∈for

somatorio 0←

somatorio somatorio delta2p j, w2j h,⋅( )+←

j 0 nOutputNodes 1−..∈for

delta1p h, somatorio out1p h,⋅ 1 out1p h,−( )⋅←

h 0 nHiddenNodes 1−..∈for

p 0 nPatterns 1−..∈for

break teste "S"if

y 0 int 1−..∈for

:=

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210

somatorio 0←

somatorio somatorio delta2p j,+←

p 0 nPatterns 1−..∈for

dw η somatorio⋅ α delw2j nHiddenNodes,⋅+←

w2j nHiddenNodes, w2j nHiddenNodes, dw+←

delw2j nHiddenNodes, dw←

somatorio 0←

somatorio somatorio delta2p j, out1p h,⋅+←

p 0 nPatterns 1−..∈for

dw η somatorio⋅ α delw2j h,⋅+←

w2j h, w2j h, dw+←

delw2j h, dw←

h 0 nHiddenNodes 1−..∈for

j 0 nOutputNodes 1−..∈for

somatorio 0←

somatorio somatorio delta1p h,+←

p 0 nPatterns 1−..∈for

dw η somatorio⋅ α delw1h nInputNodes,⋅+←

w1h nInputNodes, w1h nInputNodes, dw+←

delw1h nInputNodes, dw←

somatorio 0←

somatorio somatorio delta1p h, out0p i,⋅+←

p 0 nPatterns 1−..∈for

dw η somatorio⋅ α delw1h i,⋅+←

w1h i, w1h i, dw+←

delw1h i, dw←

i 0 nInputNodes 1−..∈for

h 0 nHiddenNodes 1−..∈for

erro 0←

erro erro target p j, out2p j,−( )2+←

j 0 nOutputNodes 1−..∈for

p 0 nPatterns 1−..∈for

erroerro

nPatterns nOutputNodes⋅←

break erro tolerancia<if

interacoes interacoes 1+←

out1 out2 w1 w2 delw1 delw2 erro interacoes( )return

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10.4 UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE INTEGRADO MCRN

No capítulo 5 foi demonstrado com detalhes o algoritmo MCRN sob a forma de um

software integrando os módulos de Monte Carlo, Análise Estrutural, Redes Neurais e

Confiabilidade. Este item mostra a utilização do software proposto. Para a explicação da

utilização de suas funcionalidades será executada a avaliação da viga proposta no estudo de

caso do capítulo 6.

10.4.1 Barra de navegação principal

A Figura 10.1 mostra a barra de navegação principal do software. Por esta barra tem-

se acesso a todos os módulos desenvolvidos. Para a análise de confiabilidade de uma

determinada estrutura pelo algoritmo integrado MCRN deve-se seguir a ordem:

• Simulação Monte Carlo;

• Análise estrutural;

• Redes Neurais;

• Confiabilidade

Os módulos Simulação Monte Carlo e Análise Estrutural podem ser executados

independente do algoritmo integrado. Assim, pode-se utilizar o software somente para simular

variáveis aleatórias, exportando o conteúdo simulado para arquivos texto de forma a utilizar

os resultados em outra plataforma de estudos estatísticos ou para resolução e recuperação de

deslocamentos e esforços em estruturas de vigas contínuas, pórticos planos ou grelhas.

O módulo manutenção, cuja função é verificar o tempo em que a carbonatação em

uma peça de concreto leva para atingir uma determinada profundidade, baseado em variáveis

aleatórias que espelham as condições de agressividade ambiental, trabalha em conjunto com o

Módulo Monte Carlo.

Os módulos de Rede Neural e Confiabilidade só funcionam dentro do conceito do

fluxo da informação do ambiente integrado, ou seja, não podem ser executados independentes

dos demais módulos.

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212

Na Tabela 10.2 são descritos os ícones da barra de navegação principal. As

funcionalidades de salva, impressão e ajuda, não foram contempladas na versão atual do

software.

Figura 10.1 – Barra de Ferramentas principal.

Tabela 10.2 – Descrição dos ícones da barra de navegação principal.

Ícone Descrição

Permite salvar as definições do usuário para o módulo ativo de forma a se poder,

posteriormente, recuperar um experimento anterior. Ainda não nesta versão.

Permite a impressão dos valores das telas de saída de cada módulo. Ainda não

contemplado nesta versão.

Permite acesso ao módulo de simulação Monte Carlo.

Permite acesso ao módulo de análise estrutural.

Permite acesso ao módulo de redes neurais.

Permite acesso ao módulo de confiabilidade MCRN.

Permite acesso ao módulo de Controle de Manutenção.

Executa a saída do sistema.

Entra no módulo de ajuda. Não contemplado nesta versão.

.

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A sequência proposta utilizará todos os parâmetros da viga e da rede neural definidos

no capítulo 6, item 6.1.4. A Figura 10.2 mostra a tela inicial do módulo. A sequência de

apresentação seguirá a ordem:

• Monte Carlo

• Análise Estrutural

• Rede Neural

• Confiabilidade

Figura 10.2 – Tela inicial.

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10.5 MÓDULO MONTE CARLO

A seleção do ícone ou a sequência de menu arquivo/monte carlo, dá acesso ao

módulo de simulação estatística. O módulo permite ao usuário simular variáveis aleatórias

independentes ou relacionadas. O resultado pode ser exportado para arquivos texto para ser

utilizado em outros ambientes computacionais. A Figura 10.3 mostra a tela inicial do módulo.

O módulo permite executar três funcionalidades independentes:

• Simulação de estatísticas

• Monte Carlo tradicional

• Monte Carlo com rede neural

Figura 10.3 – Tela inicial - Módulo Monte Carlo.

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215

A definição do funcionamento de cada modalidade está explicada, em detalhes, no

capítulo 5, item 5.4.1. Para dar prosseguimento ao módulo deve-se informar o nome do

projeto e o tipo de funcionalidade pretendida.

A seguir é apresentado o formulário “Geral”, Figura 10.4. Neste formulário são

fornecidas as informações básicas do módulo, definidas a seguir:

• Tamanho do vetor Informa o número de valores que serão gerados para cada

variável simulada;

• Garantir aderência Informa se após a simulação de cada variável será

aplicado o teste de aderência de Kolmogorov-Smirnov.

Na tela de Opções é possível fornecer o número máximo

de tentativas de aderência, após o qual a geração será

suspensa;

• Nível de significância Informa ao módulo o nível de significância que deve ser

adotado para o teste de aderência de Kolmogorov-

Smirnov;

• Valor inicial Informa se o próprio aplicativo gerará os valores iniciais,

seeds, necessários à geração dos números pseudo-

aleatórios com distribuição uniforme, de acordo com o

discutido no capítulo 3, item 3.3. Caso contrário, o

usuário deverá fornecer os valores, possibilitando repetir

um experimento anterior.

O botão de opções permite fornecer valores padrões para cada um destes itens. Os

valores são salvos no arquivo de inicialização do aplicativo e estarão disponíveis na sua

próxima execução.

O próximo formulário é o de funções de falha, onde será fornecida a função a ser

avaliada para definição do índice de confiabilidade da estrutura Figura 10.5.

Este formulário não será apresentado caso a funcionalidade selecionada seja de

simulação estatística, onde não há avaliação de nível de confiabilidade, mas apenas geração

de valores com uma distribuição específica.

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216

Figura 10.4 – Informações gerais - Módulo Monte Carlo.

Para iniciar a edição de uma função de falha deve-se selecionar o botão Adicionar. Os

botões Remover e Alterar podem ser utilizados para excluir um função de falha fornecida ou

para alterar seu conteúdo, respectivamente.

Durante a fase de avaliação da confiabilidade, cada valor simulado para as variáveis

serão utilizados para a avaliação da função. De acordo com o que foi dito no capítulo 3, item

3.6, cada vez que a função avaliada retornar um valor menor ou igual à zero será adicionada

uma unidade ao total de falhas do processo. Poderão ser fornecidas várias funções de falha. A

confiabilidade final será fornecida em cima da avaliação da probabilidade de falha de todas as

funções fornecidas. Ao final da avaliação de todos os valores simulados, o número total de

falhas será dividido pelo número total de valores simulados, obtendo-se assim a probabilidade

de falha da estrutura avaliada. Aplicando-se a equação ( 3.14 ) será obtido então o índice de

confiabilidade da estrutura.

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217

Figura 10.5 – Funções de falha - Módulo Monte Carlo.

A Figura 10.6 mostra a tela de edição de função de falha. Após a digitação, o botão

“Sintaxe” deverá ser selecionado para que seja efetuada a validação da equação fornecida.

Durante a validação serão extraídas as variáveis fornecidas. Estas variáveis estarão

disponíveis no próximo formulário para que sejam fornecidas as características estatísticas de

cada uma.

O editor de equações é bastante simples e efetua um validação básica da sintaxe,

fornecendo uma mensagem detalhada sobre o problema encontrado, posicionando o cursor

sobre a área onde o conflito foi encontrado. Os botões do lado superior esquerdo mostram os

operadores matemáticos e as funções implementadas nesta versão. Após a validação, a

equação poderá ser testada, bastando para isso que sejam fornecidos valores para cada

variável identificada na tabela posicionada no lado direito do formulário e selecionando-se o

botão testar.

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218

Figura 10.6 – Edição de Função de falha – Módulo Monte Carlo.

Após o fornecimento da equação de falha o formulário seguinte, Estatística, será

habilitado, Figura 10.7.

Inicialmente todas as variáveis fornecidas na função de falha estarão automaticamente

disponibilizadas para suas características estatísticas sejam fornecidas.

Um ponto importante a ser abordado é que para as variáveis que forem ser utilizadas

como saída da rede neural, como é o caso da maioria das variáveis associadas às funções de

falha, deve-se selecionar a caixa de seleção Rede Neural. Desta forma, as caixas de texto de

entrada dos parâmetros estatísticos da variável serão desabilitadas e o usuário deverá fornecer

apenas a sua distribuição de probabilidades.

O próprio módulo de rede neural pesquisará os parâmetros destas variáveis baseado na

amostra fornecida após a execução do módulo de análise estrutural.

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Figura 10.7 – Características estatísticas das variáveis – Módulo Monte Carlo.

Utilizando o botão será possível fornecer novas variáveis aleatórias. Para que os

parâmetros estatísticos de cada variável possam ser fornecidos, a caixa de seleção Rede

Neural deverá ser desmarcada. A Figura 10.8 mostra a relação completa das variáveis a serem

simuladas para o estudo da viga proposta. Deve-se reparar que, como no formulário geral

optou-se pela geração automática dos seeds, a lista destinada a sua digitação aparece

desabilitada. No caso de optar-se por fornecer os seeds, seus valores deverão ser relacionados

a cada variável fornecida.

No caso da distribuições Normal, como o método utilizado para geração dos valores

simulados é o de Box-Muller e como este método necessariamente gera sempre dois vetores

com valores simulados para cada variável, é necessário fornecer dois valores de seeds. O

mesmo acontece para a distribuição LogNormal, já que o método utilizado para geração de

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valores simulados é a utilização da função Xe , tendo X uma distribuição normal (capítulo 5,

item 5.4.1).

Figura 10.8 – Características estatísticas das variáveis – Módulo Monte Carlo.

Na sequência, aparece o formulário de digitação dos relacionamentos entre as

variáveis fornecidas. No exemplo atual não há relacionamento entre alguma variável, porém,

o formulário respectivo está mostrado na Figura 10.9.

A figura mostra uma simulação do que seria a geração de 4 variáveis aleatórias: A, B,

C, D e E. No exemplo, as variáveis A e B têm uma correlação de 0,4 entre si, e as variáveis C

e D uma correlação de 0,3. Para fornecer as correlações, deve-se selecionar a variável na lista

vertical esquerda e fornecer o valor à variável correlacionada na lista horizontal superior.

Automaticamente a matriz de correlação é montada na planilha central.

O exemplo atual seguirá sem que tenha sido fornecido nenhum valore de correlação

entre as variáveis da análise.

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Figura 10.9 – Relacionamento entre variáveis – Módulo Monte Carlo.

Neste ponto, todos os dados necessários ao inicio da simulação das variáveis aleatórias

já foram fornecidos. Para dar início à simulação o botão Executar deverá ser pressionado.

A Figura 10.10 mostra a tela de resultados da simulação efetuada. No controle Lista de

variáveis simuladas pode-se selecionar qual a variável a ser consultada. O painel da esquerda

mostra um resumo das características fornecidas para a simulação da variável e os valores

obtidos durante a sua simulação, a saber:

• Elapsed Time O tempo de CPU consumido para a simulação;

• Tentativas aderência Uniforme Número de tentativas de aderência para a

geração dos valores pseudo-aleatórios

uniformemente distribuídos entre 0 e 1;

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• Tentativas aderência distribuição Número de tentativas de aderência para a

geração dos valores da variável;

• Seed 1 e seed 2 Os valores automáticos gerados para as seeds,

necessárias para a geração dos números

pseudo-aleatórios com distribuição uniforme.

Na lista da direita tem-se os 100 primeiros valores gerados para a variável, os valores

da sua função de densidade de probabilidade e da sua função de distribuição acumulada. O

botão Visualizar permite alternar o conteúdo do quadro da direita, alternando entre os valores

gerados e os gráficos de aderência, da FDP e da FPA. A Figura 10.11 mostra o gráfico da

função de densidade de probabilidade da variável aleatória I2.

Figura 10.10 – Variáveis simuladas – Módulo Monte Carlo.

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Figura 10.11 – Gráfico das variáveis simuladas – Módulo Monte Carlo.

O botão Gráfico permite alternar entre os três gráficos citados anteriormente.

O botão Exportar permite que os valores gerados, para a variável aleatórias atual

sejam exportados para arquivos do tipo texto. Estes arquivos podem ser importados para uma

planilha Excel ou para qualquer outro software que permita a entrada de informações a partir

destes tipos de arquivo.

Se a modalidade de execução do módulo Monte Carlo for Monte Carlo Tradicional, na

parte inferior já seria mostrada a probabilidade de falha e o índice de confiabilidade do

experimento.

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224

10.6 MÓDULO ANÁLISE ESTRUTURAL

A seleção do ícone ou a sequência de menu arquivo/análise estrutural, dá acesso

ao módulo de Análise Estrutural.

O módulo permite resolver uma viga contínua, um pórtico plano ou uma estrutura em

grelha, com carregamentos concentrados e distribuídos obtendo as reações de apoio, os

deslocamentos e as ações de extremidades no nós. Como dito anteriormente este módulo pode

ser executado independentemente dos demais.

Como as três funcionalidades deste módulo operam de maneira exatamente igual, será

apresentado somente a sequência para a resolução da viga contínua proposta.

No exemplo utilizado será mostrado como associar as variáveis simuladas a valores de

carregamentos, momentos de inércia e módulos de elasticidade do concreto.

A primeira ação a ser tomada é a seleção do tipo de estrutura que irá ser resolvida. A

Figura 10.12 mostra a tela de seleção. A seleção mostra que uma estrutura de viga contínua

será apresentada.

O primeiro passo para efetuar a análise da viga é fornecer a definição de cada membro

da estrutura. Após informar o número de membros a lista será atualizada com uma entrada

para cada membro. Os valores a serem fornecidos são os seguintes:

• Comprimento Comprimento do membro;

• Momento de inércia Momento de inércia, em relação ao eixo X, do membro;

• Módulo de elasticidade Módulo de elasticidade do concreto no membro.

Com exceção do comprimento, os demais itens poderão ter seus valores fornecidos

explicitamente, digitados, ou associados às variáveis aleatórias simuladas pelo método Monte

Carlo.

Para associar o valor a uma variável aleatória o usuário deve selecionar a célula da

lista e clicar no botão Variáveis Simuladas. Neste momento será aberta uma janela com todas

as variáveis simuladas. O usuário deverá selecionar a variável desejada e clicar em Confirmar.

O controle voltará para o formulário de Definição de Membros com a variável aleatória

associada.

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225

Figura 10.12 – Seleção do tipo de estrutura.

A Figura 10.13 mostra esta versatilidade. Para o primeiro valor do módulo de

elasticidade forneceu-se um valor explícito, 2504.4, para o segundo associou-se a variável

aleatória E2.

A figura mostra a tela de variáveis simuladas com a variável E2 selecionada. Ela será

associada ao terceiro membro da viga. Para o quarto membro será também fornecido o valor

explícito de 2504.4. O valores dos momentos de inércia dos membros 1 e 4 e dos membros 2

e 3 foram associados, de forma idêntica, às variáveis I1 e I2 respectivamente.

O próximo passo é preencher o formulário de carregamento nos membros.

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226

Figura 10.13 – Definição de membros – Módulo Análise Estrutural.

No formulário de Carregamento nos Membros, Figura 10.14, o botão Nova Linha

dever ser utilizado para a cxraição de uma nova linha para cada membro carregado da viga.

Os valores a serem fornecidos são os seguintes:

• Membro Número do membro cujo carregamento será especificado;

• Tipo de carga Tipo de carregamento no membro: concentrado; distribuído

retangular ou distribuído triangular;

• Distância á esquerda Distância do nó da esquerda ao início do carregamento;

• Tamanho Comprimento total do carregamento (somente para

carregamentos distribuídos).

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227

O valor do carregamento poderá ser fornecido explicitamente, digitado, ou associado

às variáveis aleatórias simuladas pelo método Monte Carlo da mesma forma as variáveis do

formulário de Definição de Membros foram associadas.

A Figura 10.14 mostra que o tipo de carregamento deve ser fornecido a partir de uma

lista pré-definida.

Figura 10.14 – Carregamento nos membros – Módulo Análise Estrutural.

Um detalhe importante a ser observado é em relação ao sinal do carregamento. Os

ícones e informam se a seleção é para um carregamento positivo ou negativo,

respectivamente. O botão permite alternar entre uma definição e outra.

A Figura 10.15 mostra o formulário de carregamento nos membros completo com os

valores utilizados para a análise da viga.

O próximo passo é preencher o formulário de atributos dos nós.

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228

Figura 10.15 – Carregamento nos membros completo – Módulo Análise Estrutural.

No formulário de Atributos dos Nós, Figura 10.16, deve-se fornecer as características

de cada nó da viga, definidas a seguir:

• Restrição Y 1 se o nó tiver restrição vertical, 0 caso contrário;

• Restrição Z 1 se o nó tiver restrição de rotação, 0 caso contrário;

• Carreg. Y Valor do carregamento vertical, concentrado, no nó;

• Carreg. Z Valor da carga momento no nó.

O valor dos carregamentos Y e Z poderão ser fornecidos explicitamente, ou associados

às variáveis aleatórias simuladas pelo método Monte Carlo, assim como no formulário de

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229

Carregamento de Membros. O sinal do carregamento Z deverá seguir a orientação das figuras

e que definem o carregamento positivo ou negativo respectivamente.

Figura 10.16 – Carregamento nos nós – Módulo Análise Estrutural.

Neste ponto todos os dados necessários ao inicio da resolução da viga já foram

fornecidos. O botão Executar dá início ao processo de análise da estrutura fornecida. O

número de vezes que a estrutura proposta será avaliada dependerá do número de valores

simulados pelo Módulo Monte Carlo.

A Figura 10.17 mostra a tela da saída com os valores dos deslocamentos e reações de

apoio da viga resolvida. A lista inferior mostra a definição de cada membro da viga.

Os botões permitem que se navegue pelas várias

resoluções da viga, selecionando a primeira solução, a anterior, a próxima e a última

respectivamente.

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230

Figura 10.17 – Solução da viga – Módulo Análise Estrutural.

Neste ponto, além das variáveis simuladas, todos os conjuntos de valores de

deslocamentos nodais e reações de apoio estarão disponíveis para serem utilizados pelo

módulo de rede neural.

10.7 MÓDULO REDE NEURAL

A seleção do ícone ou a sequência de menu arquivo/rede neural, dá acesso ao

módulo de Rede Neural. O módulo permite ao usuário treinar a rede backpropagation

utilizando os valores simulados pelo método Monte Carlo e disponibilizados pelo método

Análise Estrutural para formar o conjunto de entrada e de saída respectivamente.

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231

A Figura 10.18 mostra o formulário inicial com os parâmetros que devem ser

fornecidos para o treinamento da rede, a saber:

• Núm. Máx. de Interações Limite de épocas a serem utilizadas para o

treinamento caso a tolerância ao erro especificada

não seja atingida;

• Neurônios camada oculta Momento de inércia, em relação ao eixo X, do

membro;

• Tam. conjunto treinamento Baseado neste parâmetro será definido o tamanho

do conjunto de treinamento e o tamanho do

conjunto de teste da rede, por diferença entre este

valor e o número de simulações efetuadas pelo

método Monte Carlo;

• Função de ativação Define se será utilizada a função logística ou a

tangente hiperbólica como função de ativação dos

neurônios da camada oculta;

• Tolerância ao erro Define qual o valor tolerável para a diferença entre

os valores fornecidos à rede e os valores da

camada de saída. Quando atingido o treinamento é

encerrado;

• Taxa de treinamento Define o valor da taxa de treinamento (ver item

4.9.1);

• Taxa de momento Define o valor da taxa de momento (ver item

4.9.1);

• Intervalo superior Valor máximo para geração dos pesos sinápticos

(ver item 4.4);

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232

• Intervalo inferior Valor mínimo para geração dos pesos sinápticos

(ver item 4.4);

• Normalização Define a forma de normalizar os valores do

conjunto de entrada (ver itens 4.5 e 5.6).

A seguir os parâmetros necessários para que sejam montados os conjuntos de entrada e

saída para o treinamento da rede devem ser fornecidos.

O formulário é dividido em duas partes: na da esquerda, fornece-se os valores para

formação do conjunto de entrada e na da direita, os valores para formação da conjunto de

saída.

Figura 10.18 – Parâmetros do backpropagation – Módulo Rede Neural.

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233

A Figura 10.19 mostra a tela que fornece as opções de variáveis para formação do

conjunto de entrada. Não aparecem nesta lista os valores disponibilizados pelo módulo

Análise Estrutural. Para o exemplo atual, o conjunto de entrada será formado pelas variáveis

W1, W2, P, I1, I2 e E2.

Figura 10.19 – Conjunto de entrada – Módulo Rede Neural.

A Figura 10.20 mostra a tela que fornece as opções de variáveis para formação do

conjunto de saída. Só aparecem nesta lista as variáveis que, no módulo Monte Carlo, foram

marcadas como Rede Neural, no formulário Estatística, e os valores disponibilizados pelo

módulo Análise Estrutural. Para o exemplo atual, o conjunto saída será composto pela

variável Deslocamento Y nó 3, que corresponde a variável FLECHA definida na equação de

falha fornecida ao módulo Monte Carlo.

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234

Neste ponto todos as informações necessárias ao prosseguimento do módulo Rede

Neural já terão sido fornecidas. O botão Executar dará início ao processo de treinamento da

Rede Neural.

Figura 10.20 – Conjunto de saída – Módulo Rede Neural.

A Figura 10.21 mostra a tela da saída com a comparação entre os valores alvo,

fornecidos pela porção dos valores disponibilizados pelo módulo Análise Estrutural que

compuseram o conjunto de teste, e o valores fornecidos pela camada de saída da rede treinada.

Na coluna da direita é apresentado o erro relativo entre estes dois valores, na parte

inferior o erro médio quadrático e o número de interações necessárias para treinar a rede. Se

os valores apresentados não estiverem de acordo com o esperado, pode-se voltar a tela de

entrada de dados da rede neural, alterar os valores do algoritmo backpropagation e executar o

treinamento novamente. Somente quando o treinamento for dado por encerrado é que o

processo estará pronto para iniciar a avaliação da confiabilidade da estrutura proposta.

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235

Figura 10.21 – Saída do teste da rede – Módulo Rede Neural.

10.8 MÓDULO CONFIABILIDADE

A seleção do ícone ou a sequência de menu arquivo/confiabilidade, dá acesso ao

módulo de Confiabilidade. O módulo permite ao usuário simular novamente as variáveis

fornecidas ao módulo Monte Carlo, com um número superior simulações, e utilizar estes

novos valores para questionar a rede neural a respeito da saída correspondente. Neste ponto a

rede neural treinada substitui o módulo de análise estrutural.

No exemplo atual, a saída da rede corresponderá ao deslocamento vertical no nó 3 da

viga analisada, que será associado à variável aleatória FLECHA, definida na equação de falha

do módulo Monte Carlo. Para cada consulta à rede, a equação de falha será avaliada

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236

computando-se falha para valores menores ou iguais a zero. A divisão do número de falhas

pela quantidade de valores simulados fornecerá a probabilidade de falha da estrutura.

A Figura 10.22 mostra a tela onde o usuário deverá fornecer o novo número de valores

a serem simulados e associar às variáveis que compõem as funções de falha fornecidas os

valores disponibilizados pelo processo, até este ponto.

No exemplo atual, de todas as variáveis disponibilizadas, somente a variável

Deslocamento Y nó 3 não foi associada a nenhum processo anterior. Por este motivo, ela é a

única que aparece na lista da Figura 10.22.

Neste ponto o usuário já terá fornecido todos os dados para que se inicie a busca pela

confiabilidade da estrutura proposta. Para dar início ao processo o botão Executar deverá ser

pressionado.

Figura 10.22 – Parâmetro para definição da confiabilidade da estrutura – Módulo Confiabilidade.

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237

O resultado final é fornecido com o mesmo formulário de saída do módulo Monte

Carlo. As diferenças as serem salientadas são: o número de simulações passa a ser o definido

no módulo Confiabilidade e na parte inferior disponibiliza-se a confiabilidade e a

probabilidade de falha da estrutura.

A Figura 10.23 mostra o resultado obtido para a confiabilidade após 5000 simulações

das variáveis W1, W2, P, I1, I2 e E2. O gráfico mostrado é o gráfico de aderência, teste de

Kolmogorov-Smirnov, para a variável I1.

Figura 10.23 –Confiabilidade da estrutura.

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238

10.9 MÓDULO DE MANUTENÇÃO

A seleção do ícone ou a sequência de menu arquivo/Manutenção, dará acesso ao

módulo de Manutenção. O módulo permite determinar a idade de uma edificação quando

carbonatação no concreto atingir uma determinada profundidade.

A teoria completa em que se baseou a confecção do módulo está explicada no item 0.

Apesar de não estar inserido no processo de determinação da confiabilidade de um elemento

estrutural, sua função de avaliar a deterioração de uma estrutura com o tempo é de suma

importância para a avaliação de estruturas de concreto armado.

Inicialmente, deve-se utilizar o Módulo Monte Carlo para geração das variáveis

aleatórias que refletem as condições ambientais nas quais a estrutura a ser analisada está

inserida. As variáveis a serem simuladas são as seguintes:

• CO2 Concentração de CO2, em %.

• T Temperatura, em ºC;

• UR Umidade relativa, em %/100 e

• W Fator água cimento.

Após a simulação inicial, os valores de entrada devem ser associados às variáveis

simuladas ou ter um valor explícito fornecido. A Figura 10.24 mostra a tela inicial do módulo

já com as variáveis aleatória, simuladas por Monte Carlo, associadas.

Pode-se verificar na lista superior a opção por pesquisar a partir do ano 1, de um em

um ano, até a profundidade de carbonatação atingir 13 mm. Após a execução o gráfico

posicionado do lado direito inferior será preenchido mostrando a variação do processo de

carbonatação com o tempo.

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239

Figura 10.24 –Tela inicial – Módulo Manutenção.

Após a associação, o botão confirmar deverá ser selecionado para dar início ao

processamento. Serão efetuadas contínuas simulações até que a profundidade média atingida

em uma simulação se iguale ou supere a fornecida.

A Figura 10.25 mostra o resultado do módulo. A lista da esquerda fornece as variáveis

da última simulação, que gerou a profundidade média final. Ao lado, os valores da média, do

desvio padrão e o tempo em anos final. No lado direito o gráfico preenchido.

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Figura 10.25 – Final da execução – Módulo Manutenção.

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11 ANEXOS

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242

11.1 RELACIONAMENTO NORMAL EQUIVALENTE – DER KIUREGHIAN

As tabelas abaixo fornecem o valor do coeficiente F utilizado na transformada de

NATAF, para a obtenção da matriz de relacionamento normal equivalente, item 2.2.3

equações ( 2.10 ) e ( 2.11 ).

As distribuições são divididas em dois grupos distintos: o grupo 1 representa as

distribuições com dois parâmetros com redução à forma padrão e o grupo 2 representa as

distribuições com dois parâmetros sem redução à forma padrão. Baseando-se nas

combinações entre as distribuições propostas, cinco categorias de fórmulas foram definidas

por KIUREGHIAN apresentadas nas tabelas a seguir.

Tabela 11.1 – Distribuições marginais

Grupo 1 Grupo 2

Nome Símbolo Nome Símbolo

Uniform UN Lognormal LN

Exponencial SE Gamma GM

Rayleigh SR Type II Largest values T2L

Type I largest values T1L Type III Smallest values T3S

Type I Smallest values T1S

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243

Tabela 11.2 – iX com distribuição normal e jX pertencente ao grupo 1.

X F (constante)

UN 1.023

SE 1.107

SR 1.014

T1L 1.031

T1S 1.031

Tabela 11.3 – iX com distribuição normal e jX pertencente ao grupo 1.

X F (δj)

LN( )21ln j

j

δ

δ

+

GM 2118.0007.0001.1 jj δδ +−

T2L 2364.0238.0030.1 jj δδ +−

T3S 2328.0195.0031.1 jj δδ +−

Tabela 11.4 – iX e jX pertencente ao grupo 1 e ( )ijFF ρ= .

UN SE SR T1L T1S

UN 2047.0047.1 ρ−

SE 2029.0133.1 ρ+ 2153.0367.0229.1 ρρ +−

SR 2008.0038.1 ρ− 2021.0100.0123.1 ρρ +− ρ029.0028.1 −

T1L 2015.0055.1 ρ+ 2031.0154.0142.1 ρρ +− 2006.0045.0046.1 ρρ +− 2005.0069.0064.1 ρρ +−

T1S 2015.0055.1 ρ+ 2031.0154.0142.1 ρρ ++ 2006.0045.0046.1 ρρ ++ 2005.0069.0064.1 ρρ ++ 2005.0069.0064.1 ρρ +−

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244

Tabela 11.5 – iX pertence ao grupo 1, jX pertencente ao grupo 2 e ( )jijFF δρ ,= .

UN SE SR T1L T1S

LN22 249.0010.0

014.0019.1

j

j

δρ

δ

+

++

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

437.0

303.0025.0

019.0003.0098.122 −+

+++

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

130.0

231.0004.0

014.0001.0011.122 −+

+++

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

197.0

233.0004.0

014.0001.0029.122 −+

+++

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

197.0

233.0004.0

014.0001.0029.122 ++

++−

GM22 127.0002.0

007.0023.1

j

j

δρ

δ

+

+−

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

296.0

173.0014.0

009.0003.0104.122 −+

+−+

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

090.0

126.0002.0

007.0001.0014.122 −+

+−+

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

132.0

131.0003.0

007.0001.0031.122 −+

+−+

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

132.0

131.0003.0

007.0001.0031.122 ++

+−−

T2L22 405.0074.0

305.0033.1

j

j

δρ

δ

+

++

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

728.0

455.0130.0

361.0145.0109.122 −+

+++

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

229.0

383.0028.0

066.0038.0036.122 −+

++−

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

332.0

383.0020.0

263.0060.0056.122 −+

++−

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

332.0

383.0020.0

263.0060.0056.122 ++

+++

T3S22 379.0005.0

237.0061.1

j

j

δρ

δ

+

−−

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

467.0

459.0010.0

271.0145.0147.122 −+

+−+

jj

j

ρδδ

δρ

136.0353.0

012.0042.0047.12 −

+−+

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

211.0

356.0003.0

210.0065.0064.122 −+

+−+

j

j

j

ρδ

δρ

δρ

211.0

356.0003.0

210.0065.0064.122 ++

+−−

Tabela 11.6 – iX e jX pertencente ao grupo 2 e ( )iiijFF δδρ ,,= .

LN GM T2L T3S

LN ( )( ) ( )22 1ln1ln

1ln

ji

ji

δδρ

δρδ

++

+

GM

j

jii

ji

j

i

ρδ

δδρδ

δδ

ρδ

δρ

119.0

029.0104.0

130.0223.0

002.0016.0

004.0033.0001.1

22

2

+−

++

+−

++

( )( )

( )ji

ji

ji

ji

δδ

δδρ

δδ

ρδδ

ρ

014.0

077.0

125.0

001.0012.0

022.0002.1

22

2

+

+−

++

++−

+

T2L

j

jii

ji

j

i

ρδ

δδρδ

δδ

ρδ

δρ

277.0

126.0441.0

379.0288.0

018.0222.0

019.0082.0026.1

22

2

+−

++

++

−+

j

jii

ji

j

i

ρδ

δδρδ

δδ

ρδ

δρ

182.0

075.0313.0

379.0174.0

012.0225.0

030.0056.0029.1

22

2

+−

++

++

−+ ( )( )

( )( )

( )( ) ( )jijiji

ji

ji

jiji

ji

ji

δδδδδδρ

δδδ

δδρ

δδδδρ

δδρ

δδρ

++++

+−

+−−

++−

++−

+++

141.0257.0

371.0

218.0020.0

203.0570.0

662.0055.0

104.0054.0086.1

2

22

333

222

T3S

j

jii

ji

j

i

ρδ

δδρδ

δδ

ρδ

δρ

174.0

009.0005.0

350.0220.0

002.0210.0

011.0052.0031.1

22

2

++

++

+−

++

jji

ij

ij

i

ρδδδ

ρδδ

δδ

δρ

011.0003.0

006.0339.0

121.0202.0

007.0034.0032.1

2

2

−+

−+

+−

−+

j

jii

ji

j

i

ρδ

δδρδ

δδ

ρδ

δρ

481.0

034.0005.0

435.0372.0

013.0259.0

241.0146.0065.1

22

2

−+

++

++

−++( )

( )( )

ji

ji

ji

ji

δδ

δδρ

δδρ

δδρ

007.0

007.0

337.0001.0

200.0004.0063.1

222

++

++−

+−−

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11.2 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS NA ENGENHARIA

Todo trabalho estatístico exige um conhecimento prévio das características estatísticas

das variáveis aleatórias envolvidas. A constatação destes parâmetros pode vir através de

pesquisa, baseada em amostras colhidas de experimentos aleatórios, ou através da

bibliografia. SOARES, 2001, pg. 24-27, coletou vários experimentos em diversas publicações

e forneceu um resumo das características estatísticas das principais variáveis aleatórias

envolvidas em estudos de engenharia. A Tabela 11.7 resume a sua pesquisa.

Tabela 11.7 – Características estatísticas das variáveis aleatórias mais utilizadas na engenharia.

Variável Aleatória Características estatísticas µσ

=cv

Permanente: Log-normal ou Normal 8% a 15%

Acidental: Gumbel ou Weibull 0% a 30%

Ações externas

Onda (oceano ou mar): Gumbel ou Weibull 40%

Tensão: Log-normal ou Normal 10% a 25%Concreto

Módulo de elasticidade: Log-normal ou Normal 15%

Tensão: Log-normal ou Normal 6% a 12%Aço

Módulo de elasticidade: Log-normal ou Normal 8% a 15%

Tamanho ou abertura entre fissuras: Exponencial -Fissura

Homogeneidade: Weibull -

Deterioração Exponencial -

Erro Modelo: Normal (0,σ ) -

Base: Log-normal ou Normal cmµ/5,0

Altura: Log-normal ou Normal cmµ/5,0

Geometria

Cobrimento da armadura: Uniforme cmµ/0,2≅

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11.3 PROBABILIDADE DE FALHA DE UM ELEMENTO DE TRELIÇA

Este anexo reproduz a proposta e os resultados obtidos por SARAIVA, 1997, p 87-95,

para avaliação da probabilidade de falha da barra 1 da treliça isostática da Figura 11.1 com o

algorítimo MCRN (Monte Carlo com Redes Neurais) por ele proposto.

A Tabela 11.9 mostra o resultado comparativo do método com os algorítimos MCC,

Monte Carlo tradicional e MCRV, Monte Carlo com redução de variância esperança

condicionada.

P

A

B C

Barra 1 Barra 2

Barra 3

L

60º

60º 60º

Figura 11.1 – Treliça isostática analisada por SARAIVA, 1997, p. 87.

Tabela 11.8 – Características das variáveis. SARAIVA, 1997, p. 88.

Variável Distribuição Média Desvio Padrão

Carga P Normal 14 1.25

Resistência R Normal 11 1.50

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Tabela 11.9 – Resultado comparativo. SARAIVA, 1997, p. 94.

Nsim MCC erel% MCRV erel% MCRN1 erel%

100 0.0300 25.0 0.0404 1.5 0.0376 5.5

200 0.0350 12.1 0.0411 3.3 0.0413 3.8

300 0.0333 16.3 0.0408 2.5 0.0425 6.8

400 0.0300 25.0 0.0410 3.0 0.0441 10.8

500 0.0300 25.0 0.0409 2.8 0.0413 3.8

1000 0.0430 8.0 0.0408 2.5 0.0404 1.5

2000 0.0420 5.5 0.0402 1.0 0.0393 1.2

3000 0.0410 3.0 0.0402 1.0 0.0392 1.5

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