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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA CURSO DE AGRONOMIA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA EM SEMENTES DE SOJA NA PRÉ COLHEITA PRODUZIDAS NA REGIÃO DO MATO GROSSO Lucas Santos Rodrigues MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA Brasília-DF Julho/2017

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

CURSO DE AGRONOMIA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA EM SEMENTES DE SOJA

NA PRÉ COLHEITA PRODUZIDAS NA REGIÃO DO MATO GROSSO

Lucas Santos Rodrigues

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Brasília-DF

Julho/2017

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

CURSO DE AGRONOMIA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA EM SEMENTES DE SOJA

NA PRÉ COLHEITA PRODUZIDAS NA REGIÃO DO MATO GROSSO

LUCAS SANTOS RODRIGUES

Orientador: Dr. MARCELO FAGIOLI

Trabalho de conclusão de curso de graduação

apresentadas à Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária da Universidade de Brasília,

como requerimento parcial para obtenção do grau

de Engenheiro Agrônomo.

Brasília-DF

Julho/2017

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Universidade de Brasília – UnB

Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – FAV

Curso de Agronomia

Avaliação da qualidade fisiológica em sementes de soja na pré colheita produzidas na

região do Mato Grosso.

Lucas Santos Rodrigues

Matrícula: 12/0016974

Projeto final de Estágio Supervisionado, submetido à Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária da Universidade de Brasília, como requisito parcial para a

obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo.

APROVADO PELA BANCA EXAMINADORA:

______________________________

Professor Dr. Marcelo Fagioli Universidade de Brasília - UnB Orientador ______________________________ M.Sc. Nayara Carvalho Engenheira Agrônoma, Mestre em Agronomia – UnB, Doutoranda em Agronomia - UnB (Examinadora) ______________________________ M.Sc. Eder Stolben Moscon Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia – UnB, Doutorando em Agronomia - UnB (Examinador)

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FICHA CATALOGRÁFICA

RODRIGUES, L.S. Avaliação da qualidade fisiológica em sementes de soja na pré colheita

produzidas na região do Mato Grosso/ Lucas Santos Rodrigues; orientação de

Marcelo Fagioli – Brasília, 2017.

Monografia - Universidade de Brasília/Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária, 2017. 1. Soja – Qualidade Fisiológica 2. Soja – vigor de sementes I. Fagioli. M. de II. Título

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA RODRIGUES, L.S. Avaliação da qualidade fisiológica em sementes de soja na

pré colheita produzidas na região do Mato Grosso. 2017. 32f. Monografia

(Graduação em Agronomia) – Universidade de Brasília – UnB, Brasília, 2017.

CESSÃO DE DIREITOS Nome dos Autores: Lucas Santos Rodrigues

Título da Monografia de Conclusão de Curso: Avaliação da qualidade fisiológica

em sementes de soja na pré colheita produzidas na região do Mato Grosso.

Grau: 3º Ano: 2017 É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta monografia e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. Os autores reservam-se a outros direitos de publicação e nenhuma parte desta monografia pode ser reproduzida sem a autorização por escrito dos autores.

_______________________________

Lucas Santos Rodrigues Matrícula: 12/0016974 End.: Setor Habitacional Vicente Pires, chácara 34/1, Rua 7, Vicente Pires- DF. CEP: 72.006-630 Tel.: (61) 982845062/E-mail: [email protected]

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DEDICATÓRIA

A minha família que sempre esteve ao meu lado, me apoiando e incentivando a

cada nova etapa da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, sendo responsável por mais essa

conquista, certamente sem Ele ao meu lado não teria concluído com meu

objetivo.

Aos meus pais Wilton Candido Rodrigues e Sabrina Ferreira Santos

Rodrigues, que são pessoas maravilhosas e que sempre me deram todo o amor,

apoio, educação que eu precisei, sendo assim o combustível de todos os meus

sonhos. Pessoas que moldaram meu caráter e são responsáveis por todas as

minhas conquistas. Pessoas que inspiram gratidão, o carinho e o amor mais

sincero que eu já senti na minha vida.

Meus irmãos Diogo Gonçalves Rodrigues e Brenda Santos Rodrigues,

que sempre me acompanharam nessa caminhada.

Ao meu orientador e amigo Professor Dr. Marcelo Fagioli, pelo apoio e

dedicação, para que este trabalho fosse concluído com êxito espera.

A minha namorada Mayara Andressa Medeiros Lisboa e seus familiares,

pelo apoio e confiança no meu potencial.

As empresas envolvidas na obtenção das cultivares para a realização do

trabalho, mas principalmente a Agrológica que me deu oportunidade de adquirir

novos conhecimento e ter contato direto com todas as etapas de produção, me

proporcionando uma grande experiência profissional.

À Universidade de Brasília e todos os professores da Faculdade de

Agronomia e Veterinária.

À todos os meus colegas de curso.

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SUMÁRIO

Página

RESUMO.............................................................................................................iv

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2. OBJETIVO ...................................................................................................... 2

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 3

3.1. A importância da cultura soja no sistema agrícola ................................... 3

3.2. Situação econômica da cultura da soja no mundo ................................... 4

3.3. Situação econômica da cultura da soja no Brasil ..................................... 5

3.4. Produção de sementes de soja ................................................................ 6

3.5. Qualidade fisiológica das sementes de soja ............................................ 8

4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 10

4.1. Local do experimento ............................................................................. 10

4.2. Obtenção das Sementes ........................................................................ 10

4.3. Genótipos utilizados ............................................................................... 10

4.4. Avaliações experimentais ...................................................................... 11

4.4.1. Determinação do teor de água (TA) ................................................. 11

4.4.2. Teste padrão de germinação (TPG) ................................................ 11

4.4.3. Peso de matéria verde (PMV) e peso de matéria seca (PMS) ........ 12

4.4.4. Teste envelhecimento acelerado (EA) ............................................. 12

4.4.5. Teste de tetrazólio (TZ) .................................................................... 12

4.4.6. Teste de condutividade elétrica ....................................................... 13

4.4.7. Lixiviação por potássio (LIXK) ......................................................... 13

4.4.8. Emergência de plântulas em campo (EC) ....................................... 13

4.4.9. Índice de velocidade de emergência (IVE) ...................................... 13

4.4.10. Delineamento e análise estatística ................................................ 14

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 15

6. CONCLUSÕES ............................................................................................ 20

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 20

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE SOJA EM PRÉ-COLHEITA PRODUZIDAS NA REGIAO DO MATO GROSSO. RODRIGUES, L.S.¹; FAGIOLI, M. 2017. 37f. Monografia (Graduação em Agronomia) – Universidade de Brasília – UnB, Brasília, 2017.

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial fisiológico das sementes de soja na pré-colheita produzidas na região do Mato Grosso, na safra de 2016/2017. Foram coletadas amostras das cultivares produzidas ou multiplicadas pelas empresas Monsoy, TMG, Riber KWS. As cultivares analisadas foram a MSOY 7739, MSOY 6972, TMG 1180, RIBER KWS 7814. Para avaliar a qualidade fisiológica desses materiais foram aplicados os seguintes testes: determinação do teor de água das sementes (TA); teste padrão de germinação (TPG); peso de matéria seca e verde (MS/MV); envelhecimento acelerado (EA); teste de condutividade elétrica de embebição das sementes (CE); teste de lixiviação de potássio (LIXK); emergência em campo (EC); índice de velocidade de emergência (IVE) e teste de tetrazólio (TZ). O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Os valores de germinação pelo (TPG) não apresentaram diferenças significativa, no teste de tetrazólio para germinação (TZ-G) e vigor (TZ-V), foi possível verificar diferença entre as cultivares. No envelhecimento acelerado foi possível verificar diferença significativa entre as variedades. Nos resultados do teste de condutividade elétrica (CE) de embebição de sementes, verificou-se que existiram diferenças estatísticas. Foram realizadas duas emergências em campo entre períodos diferentes, obtendo valores distintos. Pode-se concluir que os genótipos amostrados na fase de pré-colheita apresentam qualidade fisiológica suficiente para serem recebidas no processo de beneficiamento de sementes, as análises de controle de qualidade das empresas produtoras de sementes de soja na fase de pré-colheita devem levar em conta um maior número de testes de qualidade, os testes que aferem a qualidade das sementes são de suma importância, aumentando a confiabilidade do produto e mostrando que são eficientes para o diagnóstico de possíveis problemas.

Palavras-chave: Glycine max L. Merrill, qualidade de sementes, vigor de sementes

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1. INTRODUÇÃO

O aumento da produção de soja tem mostrado o potencial da cultura a cada

ano no país, na qual sempre esteve sempre associado aos avanços científicos e a

disponibilização de tecnologias ao setor produtivo. A implementação de modernos

maquinários e a criação de cultivares altamente produtivas adaptadas às diversas

regiões, o desenvolvimento de pacotes tecnológicos relacionados ao manejo de solo,

ao manejo de adubação, manejo de pragas e doenças, além da identificação e solução

para os principais fatores responsáveis por perdas no processo da colheita, fazem

parte de um avanço significativo na produção nacional.

A qualidade das sementes reflete diretamente no desenvolvimento da cultura,

gerando plantas de elevado vigor e uniformidade de população. Para que se tenha

boa qualidade, é necessário correlacionar o vigor da semente a um conjunto de

características que determinam o potencial fisiológico delas, sendo este influenciado

pelas condições de ambiente, genética, manejos durante as etapas de pré e pós-

colheita, entre outros. Dessa forma, o controle de qualidade assume importância

fundamental para assegurar a obtenção de sementes de alta qualidade, sendo

realizados testes que asseguram essa qualidade do material produzido antes da

comercialização.

Um dos fatores crucias para obtenção de materiais de alto vigor e qualidade

são as análises em pré-colheita, que possibilita ao produtor um direcionamento antes

da colheita. Essa análise é feita para conhecer a qualidade do campo e a partir desse

momento saber se a colheita será realizada como semente ou como grão, ou seja,

apresentara um indicativo de qualidade, pois o modo de colheita para a semente é

diferenciado, já o grão não requer grandes cuidados na captação. Se as análises de

pré-colheita não forem realizadas e o produtor confiar apenas no resultado de análises

do lote pronto, promovendo, a colheita, o beneficiamento e o ensacamento, ele pode

correr o risco de não obter uma análise positiva, ou seja, todo o processo será inviável.

Este trabalho avaliou diversas características relacionadas a qualidades

fisiológicas de sementes, mostrando que a análise em pré-colheita é de suma

importância, podendo ser utilizada para assegurar a qualidade do lote, viabilidade e

vigor das sementes a ser colhida.

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2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica de sementes de

soja em pré-colheita nas condições de produção no Mato Grosso.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. A importância da cultura soja no sistema agrícola

A soja (Glycine max (L.) Merrill) é considerada uma das culturas mais

importantes da economia mundial. A grande valorização dos grãos tem como maior

destino a agroindústria (produção de óleo vegetal e rações para alimentação animal),

a indústria química e de alimentos. A crescente demanda por fontes alternativas de

biocombustível são procuras recentes (COSTA-NETO; ROSSI, 2000).

Segundo Brum et al. (2005), a soja é um dos principais fatores responsáveis

pela introdução do conceito de agronegócio no país, não só pelo volume físico e

financeiro, pois requer também necessidades empresariais e de administração da

atividade por parte dos produtores, negociantes, processadores de matéria-prima e

fornecedores de insumos.

De acordo com Roessing et al. (2005), um dos fatores primordiais para que o

Brasil aumentasse a sua produção de soja foi à geração de tecnologias, ocupando o

segundo lugar entre os maiores produtores mundiais.

Segundo Ávila e Albrecht (2010), a importância da soja também vem sendo

enfatizada como alternativa na prevenção de doenças e na alimentação humana

podendo ser transformada em diversos alimentos proteicos tais como, farinha, leite,

proteína texturizada e creme e ainda para uso industrial na fabricação de derivados

não tradicionais, como biodiesel, tintas e vernizes, entre outros.

O grande crescimento na produção mundial de soja é resultado de múltiplos

fatores, dentre eles os que merecem destaque são: o elevado teor de óleo (ao redor

de 20%) e proteínas (em torno de 40%) de excelentes qualidades fornecidas pelo

grão. A soja é uma commodity com grande padronização e uniformidade, de forma

em que, pode ser produzida e negociada por produtores de diversos países,

apresentando alta liquidez e procura principalmente nas últimas décadas, havendo

expressivo aumento de novas tecnologias de produção, que possibilitaram expansões

consideráveis das áreas cultivadas e da produtividade das oleaginosas

(LAZZAROTTO; HIRAKURI, 2010).

Entre os fatores que contribuem para o crescente consumo mundial de soja

está, principalmente, o maior poder aquisitivo da população nos países em

desenvolvimento, mudando gradativamente o hábito alimentar. Tendo a mudança

cada vez mais frequente do consumo de cereais por carne bovina, suína e de frango.

Resultando em uma maior demanda da produção de soja, sendo que o principal

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ingrediente da ração dos animais é derivado deste cereal, que compõe 70% da dieta

(VENCATO et al., 2010).

A implantação de programas de melhoramento de soja no Brasil possibilitou o

avanço da cultura para as regiões de baixas latitudes. Foram desenvolvidas cultivares

mais adaptadas através da incorporação de genes que atrasam o florescimento,

mesmo em condições de fotoperíodo indutor, conferindo a característica de período

juvenil longo (KIIHL; GARCIA, 1989).

Dentre os grandes produtores mundiais de soja, os Estados Unidos ocupam o

primeiro lugar, seguido do Brasil e da Argentina. O Brasil apresenta a maior

capacidade de multiplicar a atual produção, tanto pelo aumento da produtividade,

quanto pelo potencial de expansão da área cultiva. Até 2020, a produção brasileira

deve superar a barreira dos 100 milhões de toneladas, podendo assumir a liderança

mundial na produção do grão (VENCATO et al., 2010).

3.2. Situação econômica da cultura da soja no mundo

A produção mundial de soja poderá chegar a 333 milhões de toneladas

segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA. Quando

comparado à safra 2015/2016 cuja produção foi de um pouco mais de 313 milhões de

toneladas, é possível constatar um aumento na produção de 6,4% (USDA, 2017).

Os números referentes ao tamanho da área apontam um acréscimo de 10,9%

nas últimas cinco safras. Na safra 2012/2013 a área mundial plantada foi de 109,91

milhões de hectares. Segundo a última estimativa do USDA, a área plantada poderá

atingir cerca de 121,95 milhões de hectares no ciclo atual (USDA, 2017).

A produtividade também teve resultado positivo na safra 2016/2017. Os

avanços tecnológicos têm proporcionado aos produtores facilidade no acesso de

cultivares mais resistentes, cujos principais objetivos são evitar a queda de

produtividade e da qualidade causadas por problemas climáticos e fitossanitários. Na

safra 2012/2013 a produtividade média mundial foi de 2.444 kg/ha, a previsão de

produtividade no ciclo 2016/2017 é que sejam colhidos cerca de 2.732 kg/ha, um

incremento de 11,8% na produtividade do período (USDA, 2017).

Os Estados Unidos produzirão cerca de 107 milhões de toneladas e serão os

maiores produtores mundiais na safra 2016/17, seguidos de Brasil, Argentina, China

e Índia, completando o grupo dos cinco maiores produtores da oleaginosa. O relatório

aponta que o Brasil produzirá cerca de 97 milhões de toneladas, a Argentina será

responsável por cerca de 57 milhões de toneladas, e a China e a Índia por cerca de

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11,5 milhões de toneladas cada. A produção dos cinco maiores produtores, quando

somadas, ultrapassam 85% do total da produção mundial (USDA, 2017).

Quando se refere à exportação, a expectativa para a safra 2016/17 é de que

serão exportadas cerca de 138,8 milhões de toneladas da oleaginosa. O Brasil seguirá

como o maior exportador mundial da commodity na safra 2016/17 e comercializará

com outros países 58,4 milhões de toneladas. Os Estados Unidos exportarão cerca

de 55 milhões de toneladas, ocupando a posição de segundo maior exportador. A

Argentina, Paraguai e Canadá virão na sequência e exportarão juntos cerca de 19

milhões de toneladas de soja em grão (USDA, 2017).

Em relação aos panoramas de importação na safra 2016/17, prevê que os

valores serão 3,5% maior do que no ciclo anterior. O maior importador mundial será a

China, que deverá importar cerca de 86 milhões de toneladas, cerca de 63% do total

previsto, seguida da União Europeia com 13 milhões de toneladas, México com 4,2

milhões, Japão com 3,1 milhões, Tailândia com 2,7 e Taiwan com 2,6 milhões de

toneladas (USDA, 2017).

Nos últimos cinco anos a produção de soja cresceu cerca de 24%. No mesmo

período o consumo teve um acréscimo de 25%. Uma variável importante para a

questão dos preços é a relação estoque e consumo, pois via de regra quanto maior

essa relação, menores serão os preços. Na safra 2016/17 esta relação será de 23,5%

e se confirmada, será inferior ao valor da safra anterior que foi de 23,9%. O valor

médio das últimas cinco safras foi de 23,4% (USDA, 2017).

3.3. Situação econômica da cultura da soja no Brasil

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2017,

a expectativa de faturamento para a agricultura é de R$ 354,9 bilhões, sendo 3,4% a

mais que em 2016 (CNA, 2017).

No oitavo levantamento da safra de soja realizado pela Companhia Nacional

de Abastecimento no ano de 2017, o crescimento na área plantada foi contabilizado

em 1,8%, quando comparado ao plantio da safra anterior. O aumento no plantio da

oleaginosa foi favorecido pelo bom comportamento do clima nos diversos estágios de

desenvolvimento das lavouras, no exercício 2016/17. A produção nacional de soja em

grãos para safra 2016/2017 será de 113,01 milhões de toneladas. O consumo interno

deve ter aumento de aproximadamente 781 mil toneladas, passado a atingir o valor

de 47,28 milhões de toneladas (CONAB, 2017).

Durante o mês de maio de 2017, as exportações devem ficar acima de 12

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milhões de toneladas para atingir o valor final esperado para o quadrimestre.

Entretanto, caso as exportações continuem no mesmo ritmo diário de abril, as chances

são de que as exportações para este mês cheguem ao valor de 12,75 milhões de

toneladas. Porém, a média diária tem recuado nas últimas semanas. Na primeira

semana de abril as exportações médias diárias eram estimadas em 602,45 mil

toneladas, já na primeira semana de maio esta média diminuiu para 579,56 mil

toneladas (CONAB, 2017).

Caso não ocorra nenhum aumento nas exportações e no consumo para 2017,

os estoques de passagem para safra 2016/17 devem ser de 4,50 milhões de

toneladas, o segundo valor mais alto dos últimos dez anos. Entretanto, este valor

equivale apenas há um pouco mais de um mês de consumo interno, por isso, ainda

está dentro da normalidade (CONAB, 2017).

3.4. Produção de sementes de soja

A produção de sementes de soja de elevada qualidade é um grande desafio

principalmente para regiões tropicais e subtropicais. Nestas regiões, é necessária a

adoção de técnicas específicas para a produção de sementes. A falta de utilização

dessas práticas poderá resultar no decrescimento da qualidade, que, caso a sementes

seja utilizada, resultará em uma produtividade muito abaixo da esperada (FRANÇA-

NETO et al., 2007).

Fatores que influenciam diretamente na qualidade de sementes são mudanças

climáticas bruscas, baixa disponibilidade nutricional injuria causada por insetos e por

microrganismos, sendo estas as principais causas de deterioração de sementes no

campo. A deterioração por umidade ocorre após a maturação fisiológica da semente,

antes da etapa de colheita (FRANÇA-NETO et al., 2007).

Em regiões tropicais e subtropicais, são estabelecidas datas de semeaduras

diferentes para a produção de grão e para a produção de semente. Para a produção

de grão, a data recomentada para semeadura deve ser utilizada para a máxima

obtenção de produtividade. Porém, na produção de semente o fator qualidade tem

prioridade sobre o fator produtividade. A época de semeadura deve ser estimada de

forma em que a maturação da semente aconteça sob condições de temperaturas

amenas associadas a menores índices de chuva (FRANÇA-NETO et al., 2007).

De maneira geral, para os estados do Paraná, de São Paulo, Mato Grosso do

Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, as melhores produtividades são atingidas

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quando a semeadura ocorre até o final de outubro a meados de novembro. No entanto,

quando se refere à produção de semente de alta qualidade, os melhores períodos de

semeadura ocorrem entre meados de novembro a meados de dezembro. Quando a

semeadura ocorre antes dessa época, a fase de maturação provavelmente ocorrera

com o período de umidade elevada, devido à intensa presença de chuvas, combinado

a altas temperaturas, provocando problemas de baixa germinação, altas percentagem

de deterioração por umidade e de elevada incidência de patógenos. Plantios após

meados de dezembro podem ocasionar em sementes de baixa qualidade devido,

principalmente, ao ataque de percevejos sugadores (FRANÇA-NETO et al., 1984).

Um programa de produção de soja depende da utilização de cultivares

adequadas. Além de possuir bons potenciais de produtividade, as cultivares deve

produzir semente de alta qualidade, o que assegurará a obtenção de estandes

adequados de plantas. No Brasil, existem diversos programas de melhoramento

genético que produzem cultivares com melhor qualidade genética de semente

(FRANÇA-NETO; KRZYZANOWSKI, 2004).

Estresses ambientais, que resultam na morte prematura da planta ou em

maturação forçada da mesma, podem ocasionar severa redução da produtividade da

lavoura, além da produção de semente esverdeada, doenças de raiz, como

fusarioses, de colmo, como o cancro da haste, e de folhas, como a ferrugem asiática,

intenso ataque de insetos, principalmente percevejos sugadores, deficit hídrico (seca

ou veranico) durante as fases finais de enchimento de grãos e de maturação,

principalmente se associado com elevadas temperaturas; e ocorrência de geada

intensa, que pode resultar na morte prematura da planta (FRANÇA-NETO et al.,

2005).

Um sistema confiável de controle de qualidade permite acompanhar a

qualidade da semente. Para a soja, o DIACOM – Diagnostico completo da qualidade

da Semente de Soja é um procedimento que envolve o controle de qualidade

associado a todas as etapas do processo de produção de semente de soja (FRANÇA-

NETO; HENNING, 1992).

Um dos tipos de amostragem a ser realizada é a pré-colheita que ocorre quando

plantas são coletadas ao acaso no campo, diariamente a partir de cinco a sete dias

antes da colheita. As vagens são trilhadas manualmente e a semente é avaliada pelo

teste de tetrazólio (FRANÇA-NETO et al., 1998).

Este método fornece uma estimativa dos danos causados por percevejos e pela

deterioração por umidade, com ênfase especial no nível de vigor. Campos de semente

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com vigor acima de 90% são aceitáveis. A determinação do percentual de semente

esverdeada em pré-colheita é também importante. Campos com mais de 9% de

semente verde devem ser descartados (FRANÇA-NETO et al., 2005; PÁDUA, 2006).

Na colheita a amostragem da semente deve ser realizada pelo menos três

vezes ao dia por colhedora, feito na metade da manhã, ao meio dia e na metade da

tarde. Cada amostra deve ser avaliada quanto ao nível de dano mecânico, pelo teste

de hipoclorito de sódio, ou pelo método de copo medidor de semente partida. Segundo

Ryzanowski et al. (2004), amostras com mais de 10% de sementes rompidas no teste

de hipoclorito de sódio, ou com mais de 3% de semente quebrada no teste do copo

medidor, podem estar com sua qualidade fisiológica comprometida (MESQUITA et al.,

2003).

3.5. Qualidade fisiológica das sementes de soja

A qualidade fisiológica da semente pode ser influenciada por fatores genéticos,

problemas durante o desenvolvimento da semente, adversidades após a maturação

fisiológica e antes da colheita, grau de umidade, tamanho e densidade da semente,

dano mecânico na colheita e beneficiamento, danos térmicos na secagem, condições

ambientais de armazenamento e incidência de insetos e fungos (VIEIRA; CARVALHO,

1994).

Em soja, Kolchinski et al. (2005) mostraram que plantas provenientes de

sementes de alto vigor apresentam maior índice de área foliar, produção de matéria

seca e aumentos superiores a 35% no rendimento de sementes, em relação ao uso

das sementes de baixo vigor.

Assim, para avaliação da qualidade de um lote de sementes deve-se observar

que este contenha uma série de atributos que determinam seu valor para semeadura,

envolvendo componentes de uma origem genética, física, fisiológica e sanitária

(CARVALHO; NAKAGAWA, 2012). Estes quatro atributos básicos que determinam a

qualidade das sementes têm importância similar, entretanto o componente fisiológico,

geralmente desperta a atenção da pesquisa, para elucidar os vários aspectos relativos

à viabilidade e vigor das sementes (MARCOS-FILHO, 2005).

Tekrony e Egli (1991) também comprovaram que o efeito do vigor de sementes

sobre o rendimento de produto econômico, é dependente do estádio em que a cultura

é colhida. Culturas colhidas durante crescimento vegetativo ou crescimento

reprodutivo precoce, usualmente tem mostrado um relacionamento positivo entre vigor

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de sementes e rendimento. Entretanto, para culturas colhidas na maturidade,

geralmente não tem apresentado relação entre vigor de sementes e rendimento, sob

condições normais de cultivo. Então, vigor de sementes pode afetar o crescimento

inicial das culturas, sendo que o efeito tende a se reduzir com a evolução do

crescimento (TEKRONY et al., 1989).

Para Delouche e Baskin (1973) apud Marcos-Filho (2015). Ainda que as

melhores condições de armazenamentos sejam fornecidas, a qualidade da semente

não pode ser melhorada, sendo apenas mantida. A velocidade das transformações

degenerativas depende das condições às quais a semente é apresentada no campo,

antes e durante a colheita, no método de colheita, de secagem, de beneficiamento e

nas condições de armazenagem. De forma que estas aumentam seus danos,

afastando-se do ideal desejado, a velocidade de deterioração aumenta.

Para Shuch; Lin, (1982), na maioria das avaliações onde são mostrados efeitos

significativos de vigor em sementes sobre rendimento de sementes em culturas

anuais, as causas então associadas com densidade populacional em níveis

adequados, ou em sementes mais tardias do que o normal (KHAH et al., 1989).

Marcos-Filho e Kikuti (2006) afirmam que a utilização de sementes vigorosas é

justificável para assegurar a formação adequada do estande, mesmo que mostre

resposta consistente em termos de produção final das plantas.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Local do experimento

O trabalho foi conduzido no Laboratório de Análise e Tecnologia de Sementes

da Faculdade de Agronomia e Veterinária (FAV), da Universidade de Brasília - UnB e

os testes de campo na Fazenda Água Limpa - FAL, no primeiro semestre de 2017.

4.2. Obtenção das Sementes

As sementes de soja utilizadas nesse estudo foram obtidas na Empresa Bom

Jesus localizada no município de Alto Garça-MT, sendo que foram produzidas em

campos de sementes em Rondonópolis-MT na Fazenda Malvina, da safra 2016/17.

4.3. Genótipos utilizados

Para avaliar a qualidade fisiológica de sementes de soja, foram utilizadas 4

cultivares de soja com diferentes genótipos de 3 empresas distintas: Monsoy, TMG e

Riber KWS. As cultivares selecionadas de cada empresa foram: MONSOY 7739

IPRO, MONSOY 6972 IPRO, TMG 1180 RR e RK 7814 IPRO.

MONSOY 7739 IPRO: é uma variedade contendo a tecnologia IPRO e Roundup

Ready®, para o controle das principais lagartas que atacam a cultura da soja e a

resistência à herbicida glifosato, ainda possui resistência ao Nematoide de Cisto raça

1, 3 e 10. Características de precocidade para 2° safra com grupo de maturação

fisiológica 7.7, cor da flor roxa, cor da pubescência marrom, resistente ao

acamamento, hábito de crescimento semideterminado, cor do hilo preto, altura média

da planta de 72 cm (MONSOY, 2017)

MONSOY 6972 IPRO: é uma variedade contendo a tecnologia IPRO e Roundup

Ready®, para o controle das principais lagartas que atacam a cultura da oja e a

resistência à herbicida glifosato, resistência ao Nematoide de Cisto raça 1, 3 e 6.

Características de precocidade para 2° safra com grupo de maturação fisiológica 6.9,

cor da flor roxa, cor da pubescência marrom-claro, resistente ao acamamento, hábito

de crescimento indeterminado, cor do hilo marrom médio, altura média da planta de

90 cm (MONSOY, 2017).

TMG 1180 RR: é uma variedade transgênica com tecnologia Roundup Ready®

resistência à herbicida Glifosato, ainda possui resistência ao Nematoide de Cisto raça

3. Características com grupo de maturação fisiológica 8.0, tipo de crescimento

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semideterminado, cor da flor branca, cor da pubescência cinza, cor do hilo marrom

clara, moderadamente resistente ao acamamento (TMG, 2017)

RK 7814 IPRO: é uma variedade contendo a tecnologia IPRO e Roundup

Ready®, para o controle das principais lagartas que atacam a cultura da soja e a

resistência à herbicida glifosato, resistência ao Nematoide de Cisto raça 1 e 3.

Característica com grupo de maturação 7.8, hábito de crescimento semideterminado,

boa resistência ao acamamento, cor da pubescência fulva, cor da flor branca, cor do

hilo preto (RIBER KWS, 2017).

4.4. Avaliações experimentais

As avaliações realizadas para atestar a qualidade das sementes, foram as

seguintes: determinação do teor de água (TA), antes e depois do envelhecimento

acelerado, teste padrão de germinação (TPG), peso de matéria verde (PMV) e peso

de matéria seca (PMS), teste de envelhecimento acelerado (EA), teste de tetrazólio

(TZ), teste de condutividade elétrica (CE), lixiviação de potássio (LIXK), Emergência

de plântulas em campo (EC), Índice de velocidade de emergência (IVE).

4.4.1. Determinação do teor de água (TA)

Determinado pelo método de estufa a 105±3 °C, por 24 horas, antes e depois

do envelhecimento acelerado. Foram utilizadas duas amostras de 50 sementes para

cada variedade, pesando em balança de precisão de 0,001 g, conforme as Regras

para Análise de Sementes (BRASIL, 2009), com resultado obtido em porcentagem.

4.4.2. Teste padrão de germinação (TPG)

Na avaliação do teste de geminação cada variedade foi submetida por quatro

repetições de 50 sementes, distribuídas equidistantes sobre duas folhas de papel-filtro

Germitest, foram umedecidas com água, na proporção de 2,5 vezes o peso do

substrato seco, e coberto com uma folha de papel na parte superior. Os rolos foram

colocados dentro de sacos plásticos e colocados em germinador na posição vertical e

mantidos em câmera de germinação regulada a 25 °C. A contagem das plantas

normais foi realizada no quinto dia, seguindo os parâmetros estabelecidos nas Regras

para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).

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4.4.3. Peso de matéria verde (PMV) e peso de matéria seca (PMS)

A. PMV: depois da condução da avaliação de TPG as plântulas consideradas

normais, foram pesadas em balança com precisão de 0,001 g. O peso obtido

foi dividido pelo número de plantas da repetição, calculando-se, então, o peso

médio por planta. A média das quatro repetições foi o peso médio da matéria

verde da planta do lote (NAKAGAWA, 1994; 1999).

B. PMS: após a condução do TPG no germinador as plântulas normais de cada

repetição foram retiras do substrato e contadas. Estas foram colocadas em

recipientes anteriormente tratados, separados por repetição, e depois

colocados para secar em uma estufa regulada a 70 °C, durante 48 horas. Após

este período, as amostras foram retiradas da estufa e colocadas para esfriar

em dessecador. As repetições, uma vez esfriadas, foram pesadas em balança

com precisão de 0,001 g, e determinando o peso da matéria seca total das

plântulas normais, que divido pelo número de plantas componentes, resultou

no peso de matéria seca por plântula dado em mg plântula-¹ (NAKAGAWA,

1994; 1999).

4.4.4. Teste envelhecimento acelerado (EA)

As sementes foram distribuídas em uma única camada sobre uma tela inteira

de alumínio da caixa plástica para germinação (11,0 x 11,0 x 3,0 cm) com

compartimento individual. Cada caixa recebeu 40 ml de água destilada e foi mantida

em câmera de germinação tipo BOD, a 41 °C, por 48 horas (MARCOS-FILHO, 1994).

Após o período de envelhecimento, as sementes foram submetidas ao teste de

germinação, sendo realizada a contagem de plântulas normais no quinto dia (BRASIL,

2009).

4.4.5. Teste de tetrazólio (TZ)

Foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes para cada variedade, as

quais foram colocadas para embeber em papel Germitest por 16 horas e em estufas

reguladas a 25 °C. Após esse período, as sementes foram transferidas para copos

plásticos, totalmente imersos em solução de tetrazólio (2,3,5-trifenil-cloreto de

tetrazólio) na concentração de 0,075% e acondicionadas em câmeras BOD a 40 °C

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por três horas, no escuro. Após este período as sementes foram lavadas em água

corrente e avaliadas individualmente, seccionando-se longitudinalmente através do

centro do eixo embrionário com auxílio de bisturi. As estruturas foram observadas com

auxílio de uma lupa estereoscópica, com relação aos níveis de vigor (classe TZ 1-3),

a viabilidade (classes TZ 1-5). Os resultados foram expressos em porcentagem

(FRANÇA-NETO et al., 1998; 1999).

4.4.6. Teste de condutividade elétrica (CE)

O teste de condutividade elétrica foi realizado de acordo com a metodologia

recomendada por Vieira e Krzyzanowski (1999), utilizando-se quatro repetições de 50

sementes de soja para cada cultivar, previamente pesadas em balança com precisão

de 0,001 g, colocadas em copos plásticos (200 ml), adicionando 75 ml de água

deionizada, em seguida as amostras foram deixadas dentro de um germinador

regulado a 25 °C por 24 horas. Após este período os recipientes foram retirados do

germinador, agitados levemente, e procedeu-se a medição da condutividade elétrica

das soluções de embebição. Os valores foram expressos por µS cm-¹g-¹.

4.4.7. Lixiviação por potássio (LIXK)

Após a leitura de condutividade elétrica, o líquido proveniente de cada um dos

copos plásticos, contendo anteriormente água e sementes, foi submetido à leitura para

avaliação específica de lixiviados de potássio pelo fotômetro de chamas B 462

Micronal. Os resultados finais foram expressos em mg g-1. A metodologia seguiu as

prescrições de Custódio e Marcos-Filho (1997) e Marcos-Filho (2015).

4.4.8. Emergência de plântulas em campo (EC)

A semeadura foi realizada manualmente, em duas épocas diferentes, com

quatro repetições de 50 sementes por cultivar, sendo as parcelas distribuídas ao

acaso no canteiro espaçadas 50 cm entrelinhas, as contagens das plântulas foram

realizadas no quinto dia após a semeadura, sendo o resultado expresso em

porcentagem (NAKAGAWA, 1994).

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4.4.9. Índice de velocidade de emergência (IVE)

O IVE foi obtido combinado a condução da emergência das plântulas em

campo, seguindo-se as recomendações de Nakagawa (1994); as contagens das

plântulas foram realizadas a partir do quarto dia de implantação do campo e depois

com intervalos de dois dias até o 12o dia após a semeadura até a contagem tornar-se

constante, esses valores foram aplicados para se obter à média dentro de cada

repetição.

4.4.10. Delineamento e análise estatística

O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, com quatro

repetições, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, em nível de 5% de

probabilidade. Os dados foram analisados pelo software “AgroEstat” (BARBOSA;

MALDONADO, 2015).

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os teores de água (TA) na pré-colheita variaram de 14 a 15% e no início dos

testes de qualidade determinou-se o valor de 12%. Após o teste de envelhecimento

acelerado (EA) os TA variaram de 22,1 a 22,6%. Em ambas condições, inicial e após

EA, os TA, encontraram-se dentro das exigências conforme Marcos-Filho (1986) e

Silva et al. (2013) na pré-colheita e Marcos-Filho (1999; 2015) após o EA, confirmando

que as condições de envelhecimento do teste foram uniformes para todas as

repetições das cultivares.

Os valores de germinação pelo TPG não diferiram estatisticamente entre os

cultivares (P>0,05) (Tabela 1). Com base na germinação mínima exigida para

comercialização de sementes de soja (BRASIL, 2013), que é de 80%, notou-se que

todos as cultivares apresentaram valores superiores a essa marca.

Tabela 1. Valores médios de germinação pelos testes padrão de germinação (TPG) e de tetrazólio (TZ-G), e de vigor pelos testes de tetrazólio (TZ-V) e envelhecimento acelerado (EA), dados em %, na fase de pré-colheita de sementes de cultivares de soja.

CULTIVAR TPG TZ-G TZ-V EA

-------------------------------------- % -------------------------------------

MSOY 7739 97 a¹ 99 a 88 ab 86 a

MSOY 6972 95 a 95 ab 90 ab 68 b

TMG 1180 98 a 96 ab 95 a 77 ab

RK 7814 98 a 94 b 87 b 86 a

Teste F 1,40NS 4,31* 4,00* 8,44**

DMS (5% Tukey) 5,87 4,37 7,47 12,33

CV (%) 2,89 2,17 3,95 7,43 ¹Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de

probabilidade. *Valor significativo ao nível de 5% e **valor significativo ao nível de 1% pelo teste F

No teste de tetrazólio (TZ) para germinação (TZ-G) os valores foram diferentes

estatisticamente entre as cultivares (P<0,05) (Tabela 1). Contudo, a germinação pelo

TPG e TZ-G apresentaram valores muito próximos e com diferenças abaixo de 5%

entre os testes, mesmo para o cultivar RK 7814 no TZ-G que ficou com a germinação

mais baixa logo a diferença encontra-se dentro do aceitável entre os mesmos com

base em França-Neto (1998; 1999).

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No teste de tetrazólio para vigor (TZ-V) verificou-se que existiram diferenças

significativas entre as cultivares (P<0,05) (Tabela 1). Os valores obtidos de TZ-V

podem ser classificados no nível de - vigor muito alto - quando igual ou superior a 85%

conforme França-Neto (1998; 1999).

No envelhecimento acelerado (EA) existiu diferença significativa estatística

entre as cultivares (P<0,05), sendo que as cultivares MSOY 7739 e RK 7814

mostraram maiores valores de germinação após as condições estressantes, a TMG

1180 situou-se intermediária e a cultivar MSOY 6972 ficou com o valor mais baixo

(Tabela 1). Como a resposta mostrando diferentes níveis de vigor pelo EA foi obtido

com as condições de 41 oC/48 horas, recomendada por Marcos-Filho (1994; 1999;

2015) não existe a necessidade de impor condições mais estressantes uma vez que

as diferenças entre os cultivares ficou evidenciada, como explicaram Marcos-Filho

(1999) e Delouche e Baskin (1973) apud Marcos-Filho (2015).

De acordo com Nakagawa (1994; 1999) amostras que apresentam os maiores

PMV e PMS são oriundas de sementes mais vigorosas, proporcionando maior

transferência de matéria seca de seus tecidos de reserva para o eixo embrionário na

fase de germinação, consequentemente, maior acúmulo de matéria final. Ao verificar

os resultados dos testes baseados na avaliação das plântulas, peso de matéria verde

(PMV) e seca (PMS), foi observado que ambos apresentaram diferença significativa

(P<0,05), a cultivar MSOY 6972 apresentou o maior valor em ambos testes, no PMV

os outros três cultivares ficaram com os valores menores e no PMS as cultivares

MSOY 7739 e TMG 1180 foram intermediárias e a RK 7814 teve o menor valor (Tabela

2).

Nos resultados do teste de condutividade elétrica (CE) de embebição de

sementes verificou-se que existiram diferenças significativas estatísticas (P<0,05)

entre as cultivares (Tabela 2). A cultivar MSOY 6972 apresentou o maior valor,

seguida da cultivar RK 7814 que não diferiu da TMG 1180 e a cultivar MSOY 7739

ficou com o menor valor de CE. A interpretação dos resultados da CE se dá de forma

contrária de outros testes de vigor, como EA, que é expresso em porcentagem e o

maior valor representa o lote também com maior vigor de sementes, na CE quanto

maior o valor menor será o vigor do lote de sementes (VIEIRA; KRZYZANOWSKI,

1999). Portanto, a cultivar MSOY 6972 apresentou o vigor mais baixo das sementes,

seguido da cultivar RK 7814, ficando com nível de vigor intermediário a TMG 1180 e

com vigor mais alto a cultivar MSOY 7739.

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Tabela 2. Valores médios de vigor pelos pesos de matéria verde e seca (PMV e PMS), testes de condutividade elétrica (CE) e de lixiviação de potássio (LIXK), dados em mg/plântula, µS/cm/g e mg/g, respectivamente, na fase de pré-colheita de sementes de cultivares de soja.

PM

CULTIVAR VERDE SECA CE LIXK

------ mg/plântula ------ µS/cm/g mg/g

MSOY 7739 0,82 b¹ 0,14 ab 82,36 c 18,40 a

MSOY 6972 1,09 a 0,18 a 113,07 a 18,83 a

TMG 1180 0,85 b 0,15 ab 95,32 b 19,10 a

RK 7814 0,82 b 0,11 b 102,36 ab 18,45 a

Teste F 11,50** 3,30NS 18,07* 0,22NS

DMS (5% Tukey) 0,16 0,06 12,72 2,94

CV (%) 8,58 22,13 6,16 7,49 ¹Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de

probabilidade. NSValor não significativo, *valor significativo ao nível de 5% e **valor significativo ao nível de 1% pelo teste F

Por ser um teste bioquímico a CE que avalia os lixiviados perdidos pelas

sementes na água de embebição, identificando os primeiros sinais da deterioração

das membranas celulares das sementes (Delouche; Baskin, 1973 apud VIEIRA,

1994); faz com que a CE seja um teste sensível na determinação da perda do vigor

das sementes nos estádios iniciais de deterioração. Neste trabalho a CE mostrou

condições em classificar os lotes em qualidades diferentes de vigor, mesmo quando

os resultados da germinação apontarem para a igualdade da qualidade dos lotes. Por

isso a importância do uso do teste de germinação por lei e de testes diversos de vigor

para aferir a qualidade fisiológica das sementes como explicado por Carvalho e

Nakagawa (2012).

O teste de lixiviação de potássio (LIXK) não diferiu estatisticamente entre as

cultivares (P>0,05) (Tabela 2). Pesquisa de Lott et al. (1991) informa que o íon

potássio é o elemento acumulado em maiores quantidades pela semente,

independente da espécie. Segundo Vieira et al. (2013) o teste de LIXK pode ser usado

para avaliar o potencial fisiológico de sementes, com confiabilidade e rapidez,

apresentando resultados comparáveis aos obtidos no teste de CE. Contudo, neste

trabalho os resultados foram discordantes da CE devido não indicarem diferenças

entre as cultivares.

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A avaliação em duas épocas diferentes da emergência de plântulas em campo

(EC1 e EC2) apresentaram respostas diferentes, na primeira época (EC1) não

ocorreram diferenças estatísticas (P>0,05) e na segunda época (EC2) diferenças

significativas foram observadas (P<0,05) (Tabela 3). Na EC2 as três cultivares MSOY

7739, TMG 1180 e RK 7814 tiveram os maiores valores de emergência em campo e

a cultivar MSOY 6972 teve o menor valor. A ideia de se fazer duas épocas de

emergências em campos das sementes das cultivares avaliadas foi justamente

proporcionar que em momentos diferentes condições ambientais diferentes entre as

épocas viessem contribuir com uma resposta diferente das sementes, fato que

ocorreu na segunda época e evidenciou um possível problema para as sementes da

cultivar MSOY 6972.

Como existiram duas épocas de EC, consequentemente, também foram

obtidos dois índices de velocidade de emergência (IVE1 e IVE2), sendo que ambos

apresentaram diferenças estatísticas significativas (P<0,05) (Tabela 3). Pelo IVE de

acordo com Maguire (1962) apud Nakagawa (1994) quanto maior o valor obtido,

subtende-se maior velocidade de emergência das plântulas e, consequentemente,

maior vigor das sementes, pois o índice calculado estima o número médio de plântulas

emergidas por dia. No IVE1 a cultivar TMG 1180 mostrou-se a mais vigorosa, as

cultivares MSOY 6972 e RK 7814 ficaram intermediárias e a MSOY 7739 foi a menos

vigorosa. No IVE2 o resultado foi um reflexo da EC2 mostrando que as sementes da

cultivar MSOY 6972 foi a menos vigorosa entre as quatro cultivares.

As sementes das cultivares deste trabalho são oriundas de campos de

produção na fase de pré-colheita, amostradas manualmente, apresentando um

mínimo de danificação mecânica, encaminhadas para procedimentos laboratoriais de

testes de qualidade, os quais definem se o campo se enquadra dentro dos padrões

mínimos exigidos para serem recebidas como sementes ou, então, serem

direcionadas para a indústria como grão comercial, como relatado por Silva et al.

(2013).

Estes altos valores de germinação e vigor das sementes das cultivares

avaliadas encontrados ao longo do trabalho mostraram que mesmo sendo

considerada a região central do Brasil, no caso o Mato Grosso, local de origem das

sementes, onde predominam altas temperaturas e umidades relativas no período de

pré-colheita e colheita, deixando a produção de sementes de soja um grande desafio

na obtenção de produtos de alta qualidade conforme argumentaram Silva et al. (2013)

é possível produzir sementes de alta qualidade.

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Tabela 3. Valores médios das emergências de plântulas em campo (EC1 e EC2), dados em %, e dos índices de velocidade de emergência obtido em cada EC (IVE1 e IVE2), na fase de pré-colheita de sementes de cultivares de soja.

CULTIVAR EC1 EC2 IVE1 IVE2

---------------- % ---------------

MSOY 7739 85 a1 85 a 17,18 b 30,85 a

MSOY 6972 80 a 71 b 18,73 ab 22,29 b

TMG 1180 87 a 85 a 20,80 a 29,37 a

RK 7814 85 a 87 a 18,56 ab 29,37 a

Teste F 1,78NS 22,08** 7,31** 7,08**

DMS (5% Tukey) 9,29 6,07 2,32 6,07

CV (%) 5,26 4,03 5,87 10,34 ¹Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de

probabilidade. NSValor não significativo e **valor significativo ao nível de 1% pelo teste F

Corroborando com isso os resultados deste trabalho indicaram que os

processos de produção adotados nos campos foram cuidadosos na obtenção de

sementes com alto potencial fisiológico segundo explica Vieira et al. (2013).

Deve-se ressaltar que todos os campos de produção de sementes das

cultivares avaliadas apresentaram condições de serem liberadas para o recebimento

como sementes, mas, dentre as quatro cultivares avaliadas no momento da pré-

colheita os resultados da cultivar MSOY 6972 indica que deve ser submetida a um

maior controle das etapas da colheita e dos testes laboratoriais para a verificação do

comportamento da qualidade fisiológica das suas sementes ao longo do processo de

beneficiamento e armazenamento. Claro que o cuidado se estende às demais

sementes das cultivares produzidas.

A importância da utilização conjunta dos resultados de vários testes na

avaliação do potencial fisiológico de sementes deve ser destacada conforme

abordada em Vieira (1994), Vieira e Krzyzanowski (1999), Carvalho e Nakagawa

(2012) e Marcos-Filho (1999; 2015). O objetivo disto é dar ao produtor a garantia de

adquirir um insumo com qualidade alta e confiável, o qual poderá contribuir para

alcançar produtividades sempre superior safra a safra.

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6. CONCLUSÕES Pela interpretação dos resultados pode-se concluir que:

1. As sementes amostradas na fase de pré-colheita apresentam qualidade

fisiológica suficiente para serem recebidas no processo de beneficiamento de

sementes;

2. As análises de controle de qualidade das empresas produtoras de sementes

de soja na fase de pré-colheita devem levar em conta um maior número de testes de

qualidade;

3. Os testes que aferem a qualidade das sementes são de suma importância,

aumentando a confiabilidade do produto e mostrando que são eficientes para o diagnóstico

de possíveis problemas.

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