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Governo do Estado de Minas Gerais Sistema Estadual de Meio Ambiente Instituto Mineiro de Gestão das Águas Gerência de Monitoramento Hidrometeorológico Fonte: Estado de Minas 15/05/2013 Avaliação da Qualidade das Águas da Bacia da Lagoa da Pampulha Avaliação dos Resultados do Período de 2006 a 2012 Belo Horizonte Belo Horizonte, novembro de 2013

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Governo do Estado de Minas Gerais

Sistema Estadual de Meio Ambiente

Instituto Mineiro de Gestão das Águas

Gerência de Monitoramento Hidrometeorológico

Fonte: Estado de Minas 15/05/2013

Avaliação da Qualidade das Águas da

Bacia da Lagoa da Pampulha

Avaliação dos Resultados do Período de 2006 a 2012

Belo Horizonte

Belo Horizonte, novembro de 2013

SEMAD - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Secretário

Adriano Magalhães

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas

Diretoria Geral

Marília Carvalho de Melo

Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Monitoramento das Águas

Jeane Dantas de Carvalho

Gerência de Monitoramento Hidrometeorológico

Wanderlene Ferreira Nacif, Química

Coordenação do Projeto Águas de Minas

Katiane Cristina de Brito Almeida, Bióloga

I59a Instituto Mineiro de Gestão das Águas.

Avaliação da qualidade das águas da Bacia da Lagoa da Pampulha: relatório / Instituto Mineiro de Gestão das Águas. --- Belo Horizonte: Instituto Mineiro de Gestão das Águas, 2013.

52p. : il.

1. Monitoramento ambiental. 2. Qualidade da água. 3. Bacia da

Lagoa da Pampulha. I. Título.

i

ii

REALIZAÇÃO:

IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas

Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Monitoramento das Águas Jeane Dantas de Carvalho

Gerência de Monitoramento Hidrometeorológico Wanderlene Ferreira Nacif, Química

Coordenação do Projeto Águas de Minas Katiane Cristina de Brito Almeida, Bióloga

Coordenação do Monitoramento de Água Subterrânea Maricene Paixão, Geóloga

Equipe Técnica

Alice Helena dos Santos Alfeu, Engenheira de Minas

Érlon Aide A. de Oliveira, Analista de Sistemas

Fernanda Maia Oliveira, Bióloga

Matheus Duarte Santos, Geógrafo

Nádia Antônia Pinheiro dos Santos, Geógrafa

Paula Pereira de Souza, Meteorologista

Raimundo Nonato Frota Fernandes, Analista de Sistemas

Regina Márcia Pimenta de Mello, Bióloga

Reginaldo Ventura de Sá, Meteorologista

Sérgio Pimenta Costa, Biólogo

Vanessa Kelly Saraiva, Química

Estagiários Átalo Pinto Coelho, estudante de Engenharia Ambiental

Apoio Administrativo

Marina Francisca Nepomuceno

iii

APOIO:

Coletas de Amostras e Análises

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI – CETEC

Gerência de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Ambiental

Marcos Bartasson Tannús - Gerente de P&D Tecnologia Ambiental

Cláudia Lauria Fróes Siúves – Bióloga, Responsável Laboratório

Cláudia Márcia Perrout Cerqueira – Bióloga, Responsável Laboratório

Enrico Sette – Biólogo, Responsável Laboratório

Hanna Duarte Almeida Ferraz – Bióloga, Responsável Laboratório

Jordana de Oliveira Vieira - Bióloga

José Antônio Cardoso, Químico, Coordenador do Projeto

Márcia de Arruda Carneiro - Bióloga

Marina Andrada Maria - Bióloga

Marina Miranda Marques Viana - Responsável Qualidade

Mônica Alves Mamão - Bióloga

Nathália Mara Pedrosa Chedid – Bióloga, Responsável Laboratório

Patrícia Neres dos Santos - Química, Responsável Coleta

Patrícia Pedrosa Marques Guimarães - Química, Responsável Laboratório

Gerência de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Química

Olguita G. Ferreira Rocha, Química e Bioquímica Farmacêutica - Gerente

Andréa Moreira Carvalho Hot de Faria - Química

Renata Vilela Cecílio Dias – Química, Responsável Laboratório

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SUMÁRIO

1  INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 5 

2  CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................................................. 6 2.1  BACIA DA LAGOA DA PAMPULHA ................................................................................................ 6 

3  OBJETIVOS ................................................................................................................................... 7 3.1  OBJETIVO GERAL ...................................................................................................................... 7 

3.2  OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................................... 7 

4  PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................................................... 7 4.1  REDE DE MONITORAMENTO ...................................................................................................... 7 

4.2  COLETAS E ANÁLISES LABORATORIAIS .................................................................................... 11 

4.3  TÉCNICAS AMOSTRAIS ............................................................................................................ 11 

4.4  METODOLOGIA DOS TRATAMENTOS DOS DADOS ....................................................................... 12 

4.4.1  Indicadores de Qualidade das Águas.............................................................................. 12 

Índice de Estado Trófico – IET ..................................................................................................... 14 

5  RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 17 5.1  ÍNDICE DE QUALIDADE DE ÁGUA - IQA ..................................................................................... 17 

5.2  PARÂMETROS QUE INFLUENCIARAM NOS RESULTADOS DE IQA RUIM E/OU MUITO RUIM NA BACIA DA LAGOA DA PAMPULHA ..................................................................................................................... 19 

5.3  CONTAMINAÇÃO POR TÓXICOS – CT ....................................................................................... 24 

5.4  ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO – IET .......................................................................................... 31 

5.5  DENSIDADE DE CIANOBACTÉRIAS ............................................................................................ 32 

6  SITUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DA LAGOA DA PAMPULHA .................................... 35 

7  AVALIAÇÃO AMBIENTAL .......................................................................................................... 35 7.1  ANÁLISE DOS RESULTADOS EM DESACORDO COM OS LIMITES LEGAIS ....................................... 35 

8  CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 48 

9  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 50 

ANEXO A .............................................................................................................................................. 51 

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1 INTRODUÇÃO

O monitoramento da qualidade das águas no Estado de Minas Gerais foi estabelecido como competência do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM na Lei Nº 12.584, de 17 de julho de 1997, que dispõe sobre a criação do IGAM. Trata-se do Projeto "Águas de Minas", que se encontra em curso desde o ano de 1997, implementado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM e cuja coordenação passou a ser de responsabilidade do IGAM a partir de outubro de 2001.

Os dezesseis anos de operação da rede de monitoramento vêm demonstrando a sua importância no fornecimento de informações básicas necessárias para a definição de estratégias e da própria avaliação da efetividade do Sistema de Controle Ambiental, sob responsabilidade da FEAM/COPAM, e para o Planejamento e Gestão Integrada dos Recursos Hídricos, subsidiando a formação e atuação dos Comitês e Agências de Bacias a cargo do IGAM/CERH.

Este trabalho é fundamental para a continuidade do acompanhamento da situação de qualidade das águas do Estado, que vem sendo conduzido pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), uma vez que o conhecimento da situação de qualidade dos corpos de água, seu comportamento, as tendências ao longo do tempo e o comprometimento pela presença de poluentes é ferramenta básica para a gestão integrada dos recursos hídricos.

Nesse sentido, o IGAM vem desenvolvendo diversos projetos e programas cujo objetivo principal é monitorar e classificar qualitativamente e quantitativamente as águas superficiais e subterrâneas visando a sua proteção e o seu uso sustentável. A área de abrangência desse programa inclui as principais bacias dos rios mineiros. O monitoramento básico é realizado em locais estratégicos para acompanhamento da evolução da qualidade das águas, identificação de tendências e apoio a elaboração de diagnósticos. Além disso, os resultados obtidos no monitoramento permitem a identificação de locais onde é necessário um maior detalhamento. Nas regiões em que são dominantes as pressões ambientais decorrentes de atividades industriais, minerárias e de infraestrutura, são operadas redes de monitoramento específicas para cada tipo de pressão antrópica, as quais são denominadas redes dirigidas.

Nesse contexto, o IGAM possui em sua rede básica de monitoramento 82 estações de amostragem localizadas na bacia do rio das Velhas, uma das mais importantes no cenário mineiro por apresentar uma elevada ocupação populacional, com uma expressiva atividade econômica, concentrada principalmente na região metropolitana de Belo Horizonte, onde estão presentes os maiores focos de poluição hídrica. Além da rede básica, existem ainda duas redes dirigidas, totalizando 127 pontos de amostragem distribuídos ao longo dessa bacia hidrográfica, dentre as quais destaca-se a rede de monitoramento da Bacia da Lagoa da Pampulha.

No âmbito do projeto de revitalização da bacia do rio das Velhas (META 2014) foi contemplado o programa de despoluição da bacia da Pampulha como sendo uma das ações para a copa de 2014. Nesse sentido, a prefeitura de Belo Horizonte e a Copasa estão realizando diversas ações. A meta da Copasa para novembro de 2013 é que 97% do esgoto da região da Pampulha em Belo Horizonte e 95% em Contagem sejam coletados e direcionados para a ETE Onça. A prefeitura contratou os serviços de tratamento da água da Pampulha e dragagem o que garantirá 2m de lâmina d’água mínima, com remoção de cerca de 800.000 m3 de sedimentos.

Com o intuito de acompanhar todas as ações para recuperação da bacia da Lagoa da Pampulha o IGAM desenvolve o programa de monitoramento dos corpos de água

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formadores da bacia desde o ano de 2006. A rede em operação foi adequada ao longo da execução dos trabalhos, uma vez que vários pontos de monitoramento foram canalizados ou tiveram o acesso dificultado por motivos diversos. Atualmente a rede de coleta conta com 38 estações de monitoramento.

2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

2.1 Bacia da Lagoa da Pampulha

A Lagoa da Pampulha foi inaugurada em 1938 com o objetivo de abastecer a região norte de Belo Horizonte e amenizar os efeitos das chuvas. Na década de 40, o espaço foi transformado em um centro de lazer e turismo, por sua agradável paisagem, que atraía habitantes de várias regiões da cidade. Em 1970 a captação de água para abastecimento foi interrompida devido ao comprometimento da qualidade das águas.

A bacia da Pampulha integra a bacia do ribeirão da Onça, que deságua no rio das Velhas no município de Santa Luzia. Sua área abrange cerca de 97 km² sendo 45% no município de Belo Horizonte e 55% em Contagem. A região possui 43% de sua área urbanizada, onde residem aproximadamente 330.000 habitantes. A ocupação da região é distinta nos dois municípios. Em Contagem, localizam-se indústrias e áreas urbanas concentradas, embora existam regiões com ocupação esparsa e fazendas. Em Belo Horizonte predominam os espaços urbanizados e o setor econômico de serviços (CPRM, 2001).

O crescimento urbano desordenado acarretou a impermeabilização do solo de diversas áreas e a ocupação de encostas. Além disso, as chuvas carreiam terra de obras e de áreas desmatadas para a Lagoa, ocasionando redução de sua capacidade de armazenamento, processo agravado com o rompimento da barragem em 1958. Os lançamentos de esgotos nas suas águas e o grande acúmulo de lixo nas margens prejudicam a qualidade do corpo lacustre. A capacidade de acumulação de água passou de 18 milhões de m3 para 8,6 milhões de m3, atualmente. A profundidade varia de 0,7 a 14,0 m nas proximidades do vertedouro (ORGANIZAÇÃO AMBIENTAL TERRA VIVA E SOMOS PAMPULHA, 2011). A área atual da superfície da Lagoa é de 196,84 ha, cerca de um terço menor do que na época de sua reinauguração em 1958 (300 ha), (RESCK, 2007).

A rede de drenagem é densa, com oito principais tributários diretos, destacando-se os córregos Ressaca e Água Funda, em Belo Horizonte, e o córrego Bom Jesus e Sarandi em Contagem, responsáveis por 92,8% da vazão afluente da Lagoa da Pampulha. Também são os grandes responsáveis pelo aporte de sólidos e matéria orgânica e podem ser considerados como os tributários de maior poluição. A estação de tratamento de águas fluviais dos córregos Ressaca e Sarandi (ETAF) tem capacidade de tratar parte das águas desses córregos (vazão média dia 733 L/s) (COPASA, 2013), o que diminui parte do aporte da carga orgânica que chega a Lagoa.

Com relação ao enquadramento das águas, o Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM publicou em 24 de junho de 1997 a Deliberação Normativa Nº 020/97, enquadrando as águas da bacia do rio das Velhas, com base em estudos técnicos realizados pela Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM. A Lagoa da Pampulha e seus tributários foram enquadrados na Classe 2.

Como parte do contexto urbano, destacam-se o Centro Industrial de Contagem – CINCO, a Central de Abastecimento de Minas Gerais S.A. - CEASA MG, o conjunto arquitetônico Oscar Niemeyer (igreja de São Francisco, Museu de Arte da Pampulha e Casa do Baile), parte das instalações do campus da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, o complexo esportivo Governador Magalhães Pinto (Mineirão e Mineirinho), além de diversas

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associações e clubes de lazer (Pampulha Iate Cube, Clube Belo Horizonte, Iate Tênis Clube, Cube dos Rodoviários, etc) e centros de treinamento esportivos (América Futebol Clube e Cruzeiro Esporte Clube) (CPRM, 2001).

As atividades industriais, embora estejam distribuídas por toda a região, destacam-se na região de Contagem. Sobressaem-se os ramos industriais metalúrgico, têxtil, alimentício e químico. As águas superficiais da bacia da Lagoa Pampulha são utilizadas principalmente para o abastecimento doméstico e industrial. Outros usos destacados são o de hotelaria, dessedentação de animais e recreação de contato primário.

O monitoramento da qualidade das águas da Lagoa da Pampulha teve início no ano de 2006, com proposta inicial de monitoramento de 34 estações de amostragem de águas superficiais. Atualmente a rede de amostragem conta com 38 estações. Esse monitoramento tem permitido avaliar o processo de contaminação e degradação de alguns corpos de água.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Avaliar a qualidade das águas da bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

3.2 Objetivos específicos

• Apresentar os resultados dos seguintes indicadores: Índice de Qualidade das Águas – IQA, Contaminação por Tóxicos – CT, Índice de Estrado Trófico – IET e Densidade de Cianobactérias dos corpos de água monitorados no período, avaliar a sua evolução temporal e principais parâmetros que influenciaram nos cálculos desses indicadores;

• Analisar e discutir os parâmetros que apresentaram violações dos limites legais na bacia, indicando os constituintes mais críticos na bacia da Lagoa da Pampulha;

• Apontar os fatores de degradação ambiental que podem ser apontados como contribuintes dos resultados observados.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos adotados norteiam-se pelos objetivos principais estabelecidos para os trabalhos de monitoramento da qualidade das águas, que são:

• Diagnóstico - conhecer e avaliar as condições de qualidade das águas;

• Divulgação - divulgar a situação de qualidade das águas para os usuários;

• Planejamento - fornecer subsídios para o planejamento da gestão dos recursos hídricos da bacia da Lagoa da Pampulha, verificar a efetividade das ações de controle ambiental implementadas e propor prioridades de atuação.

4.1 Rede de Monitoramento

A rede de monitoramento da bacia da Pampulha está em operação desde o terceiro trimestre de 2006. A rede em operação foi adequada ao longo da execução dos trabalhos,

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uma vez que vários pontos de monitoramento foram canalizados ou tiveram o acesso dificultado por motivos diversos.

Com o intuito de ampliar a rede amostral inicialmente operada, a partir do quarto trimestre de 2012 foi iniciado o monitoramento em mais 11 estações de coleta, quais sejam: córregos Sarandi antes da confluência com o córrego João Gomes (PV037), Sarandi antes da confluência com o córrego Ressaca (PV110), Ressaca antes da confluência com o córrego Sarandi (PV115), Bom Jesus próximo a sua foz na Lagoa da Pampulha (PV167), Braúnas próximo a sua foz na Lagoa da Pampulha (PV175), AABB antes de sua foz na Lagoa da Pampulha (PV180), Olhos D’Água próximo a sua foz na Lagoa da Pampulha (PV190), no córrego Mergulhão antes de sua foz na lagoa (PV210), Lagoa da Pampulha próximo a Ilha dos Amores (PV230), Lagoa da Pampulha em frente a Igreja São Francisco (PV235) e Próximo ao vertedouro (PV240). Atualmente a rede de coleta conta com 38 estações de amostragem para águas superficiais descritas na Tabela 4.1.

No presente estudo serão apresentados os dados da série histórica de monitoramento de 31 estações de monitoramento, no período de 2006 a 2012. Os resultados preliminares das 3 estações de monitoramento localizadas dentro da Lagoa serão apresentados no capítulo 6 – SITUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DA LAGOA DA PAMPULHA.

A distribuição espacial das estações de amostragem monitoradas na bacia da Lagoa da Pampulha é apresentada na Figura 4.1.

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Tabela 4.1: Descrição e coordenadas geográficas das estações de amostragem de águas superficiais na bacia da Lagoa da Pampulha. Estação Descrição Estabelecimento Latitude Longitude

PV005 Nascente do córrego Sarandi no bairro CINCO 15/03/2006 -19° 56' 23,8'' -44° 0,4' 00,4'' PV010 Córrego do bairro Bernardo Monteiro antes da confluência com o córrego Sarandi 02/02/2006 -19° 55' 46,1'' -44° 4' 43,9'' PV020 Córrego sem nome antes da confluência com o córrego Sarandi no bairro CINCO 02/02/2006 -19° 55' 48'' -44° 3' 33,9'' PV030 Córrego do aterro do Perobas antes da confluência com o córrego Sarandi 02/02/2006 -19° 54' 53,1'' -44° 3' 15,0'' PV037* Córrego Sarandi antes da confluência com o córrego João Gomes. 15/05/2012 -19° 53' 17,9'' -44° 02' 15,4'' PV040 Córrego do bairro Oitis antes da confluência com o córrego João Gomes 03/02/2006 -19° 52' 15'' -44° 3' 6,1'' PV045 Córrego da Avenida 2 a montante de sua foz no córrego João Gomes. 03/02/2006 -19° 52' 13,3'' -44° 2' 4,4'' PV055 Córrego Tapera antes da confluência com o no córrego Cabral 02/02/2006 -19° 52' 34,2'' -44° 3' 5,9'' PV060 Córrego Cabral a jusante da confluência com o córrego Tapera 03/02/2006 -19° 52' 50,4'' -44° 2' 39,5'' PV065 Córrego Cabral antes da confluência com o córrego Sarandi 03/02/2006 -19° 52' 57,3'' -44° 2' 23,5'' PV070 Córrego Sarandi a jusante do córrego Cabral no parque Linear Confisco 30/01/2006 -19° 52' 43,1'' -44° 2' 7'' PV075 Córrego da Luzia antes da confluência com o córrego Sarandi 08/02/2006 -19° 52' 30,3'' -44° 1' 9,6'' PV080 Córrego Gandi antes da confluência com o córrego Sarandi 06/02/2006 -19° 52' 25,7'' -44° 0' 54,1'' PV085 Córrego Flor d'água da Vila São José, antes da confluência com o córrego Ressaca 08/02/2006 -19° 53' 26,2'' -44° 0' 22,8'' PV090 Córrego Ressaca antes da entrada do córrego Flor d'água da Vila São José 08/02/2006 -19° 53' 25,3'' -44° 0' 16,4'' PV105 Córrego da Avenida Tancredo Neves antes da confluência com o córrego Ressaca 08/02/2006 -19° 52' 10,8'' -43° 59' 53,7'' PV110* Córrego Sarandi antes da confluência com o córrego Ressaca 31/03/2006 -19° 51' 39,6'' -43° 59' 49,8'' PV115* Córrego Ressaca antes da confluência com o córrego Sarandi. 31/03/2006 -19° 51' 39,6'' -43° 59' 49,8'' PV125 Córrego Bom Jesus a montante do córrego Banguelo 30/01/2006 -19° 50' 33'' -44° 02' 66'' PV130 Córrego Banguelo no bairro das Amendoeiras, a montante da Lagoa da Pampulha 30/01/2006 -19° 50' 52,3'' -44° 2' 21'' PV135 Córrego da Avenida A antes da confluência com o córrego Bom Jesus 30/01/2006 -19° 51' 2,9'' -44° 1' 56,1'' PV140 Córrego Xangrilá antes de sua foz no córrego da Avenida Nacional 31/01/2006 -19° 50' 16,7'' -44° 1' 36,4'' PV145 Córrego da Avenida Nacional antes da confluência com o córrego Bom Jesus 31/01/2006 -19° 50' 44,8'' -44° 1' 17,2'' PV150 Córrego Munizes a montante de sua foz no córrego Caju do Parque São Mateus 30/01/2006 -19° 51' 39,3'' -44° 2' 14,2'' PV155 Córrego Munizes a montante de sua confluência com o córrego Bom Jesus 31/01/2006 -19° 51' 21,8'' -44° 1' 25,2'' PV160 Córrego Bom Jesus antes de sua confluência com o córrego Água Funda 31/01/2006 -19° 51' 14,5'' -44° 0' 47,8'' PV165 Córrego Bom Jesus após sua confluência com o córrego Água Funda 31/01/2006 -19 51’ 24,8” -44 0’ 38,9” PV167* Córrego Bom Jesus próximo a sua foz na Lagoa da Pampulha 24/05/2012 -19° 51' 15,45'' -44° 00' 19,86'' PV175* Córrego Braúnas em sua foz na Lagoa da Pampulha. 17/05/2012 -19° 51' 02,9'' -44° 00' 18,3'' PV180* Córrego AABB antes de sua foz na Lagoa da Pampulha. 17/05/2012 -19° 50' 26,7'' -44° 00' 04,3'' PV185 Córrego Olhos d'água na entrada da galeria de concreto 15/03/2006 -19° 49' 44,3'' -44° 0' 16,4'' PV190* Córrego Olhos D'Água em sua foz na Lagoa da Pampulha. 17/05/2012 -19° 50' 15,2'' -43° 59' 40,2'' PV200 Córrego Mergulhão próximo a sua nascente 08/02/2006 -19° 53' 25,3'' -43° 58' 58,5'' PV205 Córrego Mergulhão na área da BHTec, a montante da UFMG 08/02/2006 -19° 53' 04,8'' -43° 58' 35,8'' PV210* Córrego Mergulhão antes de sua foz na lagoa. 17/05/2012 -19° 51' 47,9'' -43° 58' 34,1'' PV220 Ribeirão Pampulha a jusante da barragem 15/03/2006 -19° 50' 39'' -43° 57' 44'' PV230* Lagoa da Pampulha próximo a ilha dos Amores 22/10/2012 -19° 50' 45,08'' -43° 59' 29,13'' PV235* Lagoa da Pampulha em frente à Igreja São Francisco 22/10/2012 -19° 51' 21,25'' -43° 58' 43,35'' PV240* Lagoa da Pampulha próximo ao vertedouro 22/10/2012 -19° 50' 44,97'' -43° 58' 07,32''

* Estações implantadas no quarto trimestre de 2012.

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Figura 4.1: Distribuição dos pontos de amostragem na bacia da Lagoa da Pampulha.

4.2 Coletas e Análises Laboratoriais

As amostragens e análises laboratoriais são realizadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI / Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC. Na bacia da Lagoa da Pampulha as campanhas de amostragem são trimestrais, com um total anual de 4 campanhas por estação de monitoramento.

Nas campanhas completas, realizadas em março e em setembro, caracterizando respectivamente os períodos de chuva e estiagem, são analisados 45 parâmetros comuns ao conjunto de pontos de amostragem. Nas campanhas intermediárias, realizadas nos meses junho e dezembro, caracterizando os demais períodos climáticos do ano, são analisados 26 parâmetros. Em alguns pontos de monitoramento é analisado ainda o parâmetro densidade de cianobactérias. No Quadro 1 são apresentados os parâmetros de qualidade de água analisados na bacia da Lagoa da Pampulha.

QUADRO 1 - Variáveis analisadas nas águas da bacia da Lagoa da Pampulha.

Clorofila "a"* Fenóis totais* Sulfato total Coliformes totais e termotolerantes * Fósforo total* Sulfeto Densidade de cianobactérias** Magnésio total Temperatura da água/ar* Feofitina* Nitrato* Turbidez* Fitoplâncton (quali/quanti)** Nitrito** Arsênio total Alcalinidade (total, bicarbonato) Nitrogênio amoniacal* Cádmio total Cálcio total Nitrogênio orgânico* Chumbo total* Cianeto livre* Óleos e graxas* Cobre dissolvido* Cloreto total* Oxigênio dissolvido* Cromo total* Condutividade elétrica* pH* Estanho total Cor verdadeira Sólidos dissolvidos totais* Estrôncio DBO* Sólidos Sedimentáveis Ferro dissolvido* DQO* Sólidos suspensos totais* Manganês total* Durezas (total, Ca, Mg) Sólidos totais* Mercúrio total Substâncias tensoativas Níquel total Zinco total* * Parâmetros comuns a todos os pontos nas campanhas intermediárias. ** Parâmetros analisados em apenas alguns pontos específicos.

4.3 Técnicas amostrais

Nas coletas foram adotadas as técnicas de amostragem e preservação especificadas na NBR 9898, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, ou as Normas do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater APHA-AWWA-WPCF, última edição. As amostras foram do tipo simples e de superfície.

As análises laboratoriais atenderam às normas aprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial ou, na sua ausência, aos métodos indicados no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater APHA-AWWA-WPCF, última edição. Os limites de detecção dos métodos de análise deverão, na medida das possibilidades técnicas, ser pelo menos 10 (dez) vezes inferiores aos padrões definidos para a classe 1 de enquadramento da Deliberação Normativa COPAM/CERH n° 01/08.

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4.4 Metodologia dos tratamentos dos dados

Para avaliar a situação da qualidade dos recursos hídricos na bacia da Lagoa daPampulha, o Projeto Águas de Minas utiliza, além dos parâmetros monitorados, os indicadores: Índice de Qualidade das Águas – IQA, Contaminação por Tóxicos – CT, Índice de Estado Trófico- IET e Densidade de Cianobactérias, sendo que o último é realizado apenas alguns pontos específicos.

Para a caracterização da qualidade das águas, os resultados analíticos referentes às águas superficiais foram confrontados com os limites de Classe definidos na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº01/2008.

Os dados da série histórica de monitoramento para este estudo, que compreendeu o período de 2006 a 2012, foram apresentados em gráficos box-plot, que permitem observar a tendência central e a variabilidade dos dados amostrais. Nesses gráficos foram incluídos a mediana (percentil 50%), os quartis inferior (percentil 25%) e superior (percentil 75%) e alguma outra medida da dispersão dos dados, como os valores mínimos e máximos. Optou-se por não considerar os resultados das estações implantadas no ano de 2012, devido ao pequeno número de dados. Exceção apenas para as estações localizadas de dentro da Lagoa em que foram avaliados os resultados obtidos no 4º trimestre de 2012 e discutidos no capítulo 6.

Inseriram-se neste tipo de gráfico os limites estabelecidos pela Deliberação Normativa COPAM/CERH nº 01/08 como forma de identificar as estações que apresentaram resultados em desconformidade.

Em relação aos corpos de água avaliados no presente estudo, todos os pontos amostrados pertencem bacia do rio das Velhas, sub-bacia do ribeirão Pampulha, enquadrada como Classe 2 conforme Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) nº 20, datada de 24 de junho de 1997.

4.4.1 Indicadores de Qualidade das Águas

Índice de Qualidade das Águas – IQA

O IQA foi desenvolvido pela National Sanitation Foundation dos Estados Unidos, através de pesquisa de opinião junto a vários especialistas da área ambiental, quando cada técnico selecionou, a seu critério, os parâmetros relevantes para avaliar a qualidade das águas e estipulou, para cada um deles, um peso relativo na série de parâmetros especificados.

O tratamento dos dados da mencionada pesquisa definiu um conjunto de nove parâmetros considerados mais representativos para a caracterização da qualidade das águas: oxigênio dissolvido, coliformes termotolerantes, pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitrato, fosfato total, variação da temperatura da água, turbidez e sólidos totais. A cada parâmetro foi atribuído um peso, conforme apresentado na Tabela 4.2, de acordo com a sua importância relativa no cálculo do IQA, e traçadas curvas médias de variação da qualidade das águas em função da concentração do mesmo.

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Tabela 4.2: Pesos atribuídos aos parâmetros para o cálculo do IQA Parâmetro Peso – wi Oxigênio dissolvido – OD (%ODSat) 0,17 Coliformes termotolerantes (NMP/100mL) 0,15 pH 0,12 Demanda bioquímica de oxigênio – DBO (mg/L) 0,10 Nitratos (mg/L NO3

-) 0,10 Fosfato total (mg/L PO4

-2) 0,10 Variação da temperatura (°C) 0,10 Turbidez (UNT) 0,08 Resíduos totais (mg/L) 0,08

Para o cálculo do IQA adota-se o IQA multiplicativo, que é calculado pela seguinte equação:

∏=

=9

1i

wi

iqIQA

Onde:

IQA = Índice de Qualidade de Água, variando de 0 a 100;

qi = qualidade do parâmetro i obtido através da curva média específica de qualidade;

wi = peso atribuído ao parâmetro, em função de sua importância na qualidade, entre 0 e 1.

No Projeto Águas de Minas, os resultados laboratoriais gerados, alguns deles utilizados no cálculo do IQA, são armazenados em um banco de dados em Access, que também efetua comparações entre os valores obtidos.

Na ausência de resultado do parâmetro oxigênio dissolvido e/ou coliformes termotolerantes, o IQA não é calculado. Em relação à ausência dos demais parâmetros, redefine os pesos correspondentes, de modo a ser obtido um resultado final compatível, ou seja, o peso é repartido igualmente entre os demais parâmetros.

Ressalta-se que no âmbito do Projeto Águas de Minas, para o cálculo do IQA considera-se o qs da variação de temperatura constante e igual a 92. Os valores do índice variam entre 0 e 100, conforme a Tabela 4.3.

Tabela 4.3: Classificação do Índice de Qualidade das Águas – IQA

Nível de Qualidade FaixaExcelente 90 < IQA < 100

70 < IQA <Bom 90Médio 50 < IQA < 70Ruim 25 < IQA < 50

Muito Ruim 0 < IQA < 25

Assim definido, o IQA reflete a interferência por esgotos domésticos e outros materiais orgânicos, nutrientes e sólidos.

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Contaminação por Tóxicos – CT

Em função das concentrações observadas dos parâmetros tóxicos: arsênio total, bário total, cádmio total, chumbo total, cianeto livre e cianeto total, cobre dissolvido, cromo total, fenóis totais, mercúrio total, nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total e zinco total, a Contaminação por Tóxicos é caracterizada como Baixa, Média ou Alta. Comparam-se os valores analisados com os limites definidos nas classes de enquadramento dos corpos de água na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 01/2008.

A denominação Baixa refere-se à ocorrência de substâncias tóxicas em concentrações que excedam em até 20% o limite de classe de enquadramento do trecho do corpo de água onde se localiza a estação de amostragem. A contaminação Média refere-se à faixa de concentração que ultrapasse os limites mencionados no intervalo de 20% a 100%, enquanto a contaminação Alta refere-se às concentrações que excedam em mais de 100% os limites, como mostrado na Tabela 5.3. A pior situação identificada no conjunto total de resultados das campanhas de amostragem, para qualquer parâmetro tóxico, define a faixa de contaminação do período em consideração. Portanto, se apenas um dos parâmetros tóxicos em uma dada estação de amostragem mostrar-se com valor acima de 100%, isto é, o dobro da sua concentração limite apontada na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 01/2008, em pelo menos uma das campanhas do ano, a Contaminação por Tóxicos naquela estação de amostragem será considerada Alta no ano em análise.

Tabela 4.4: Classificação da Contaminação por Tóxico – CT

Contaminação Concentração em relação à classe de enquadramentoBaixa concentração < 1,2.P Média 1,2. P < concentração < 2.PAlta concentração > 2.P

P = Limite de Classe definido na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 01/2008

Índice de Estado Trófico – IET

A eutrofização é o aumento da concentração de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, nos ecossistemas aquáticos, que tem como consequência o aumento de suas produtividades. Como decorrência deste processo, o ecossistema aquático passa da condição de oligotrófico e mesotrófico para eutrófico ou mesmo hipereutrófico (Esteves, 1998).

O Índice de Estado Trófico (IET) tem por finalidade classificar corpos de água em diferentes graus de trofia, ou seja, avaliar a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo do fitoplâncton. Os resultados correspondentes ao fósforo, IET(P), devem ser entendidos como uma medida do potencial de eutrofização, já que este nutriente atua como o agente causador do processo. A parte correspondente à clorofila-a, IET(CL), por sua vez, deve ser considerada como uma medida da resposta do corpo hídrico ao agente causador, indicando de forma adequada o nível de crescimento do fitoplâncton devido ao enriquecimento de nutrientes (CETESB, 2008).

Segundo Lamparelli (2004), inicialmente foi utilizado no Brasil o IET de Carlson (1977) modificado por Toledo et al. (1983 e 1984). Entretanto, esse índice não se mostrou eficiente para a classificação de ambientes lóticos, sendo necessária uma nova adaptação. Através de correlações estatísticas entre as variáveis selecionadas, chegou-se a diferentes equações para se avaliar os resultados do fósforo total e da clorofila-a nos ambientes lênticos e lóticos.

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O crescente aumento dos níveis de clorofila-a e nutrientes, especialmente de fósforo total, nos corpos de água monitorados no Estado tem alertado para o desenvolvimento de estudos que contribuam para um melhor entendimento da relação causa-efeito entre os processos produtivos e seu impacto ambiental em ecossistemas aquáticos. Portanto, a partir do ano de 2008, o Projeto Águas de Minas passou a utilizar o IET de Carlson (1977) modificado por Toledo et al. (1983 e 1984) e Lamparelli (2004) para aprimorar a avaliação da qualidade das águas.

Segundo a CETESB (2008), para o cálculo do Índice do Estado Trófico, foram aplicadas apenas a clorofila-a e o fósforo total, uma vez que os valores de transparência muitas vezes não são representativos do estado de trofia, pois esta pode ser afetada pela elevada turbidez decorrente de material mineral em suspensão e não apenas pela densidade de organismos planctônicos, além de muitas vezes não se dispor desses dados. Desse modo, a transparência foi desconsiderada no cálculo do IET adotado pelo Projeto Águas de Minas, assim como na CETESB.

As equações para o cálculo do IET(P) e IET(CL) em ambientes lóticos são apresentadas a seguir:

IET(CL) = 10 { 6 – [ (–0,7 – 0,6 (ln(CL)) / ln 2 ] } – 20,

IET(P) = 10 { 6 – [ (0,42 – 0,36 (ln(P)) / ln 2 ] } – 20,

onde, P = concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µg/L, CL = concentração de clorofila-a medida à superfície da água, em µg/L e ln = logaritmo natural.

As equações para ambientes lênticos são apresentadas abaixo:

IET(CL) = 10 { 6 – [ (0,92 – 0,34 (ln(CL)) / ln 2 ] }

IET(P) = 10 { 6 – [ (1,77 – 0,42 (ln(P)) / ln 2 ] }

onde, P = concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µg/L, CL = concentração de clorofila-a medida à superfície da água, em µg/L e ln = logaritmo natural.

Os resultados apresentados de IET serão a média aritmética simples dos índices relativos ao fósforo total e à clorofila-a, segundo a equação:

IET = [IET ( P ) + IET ( CL)] / 2,

Como o processo de eutrofização envolve dois momentos distintos, causa e conseqüência, foi adotado no Projeto Águas de Minas a utilização do índice apenas quando os dois valores de IET, fósforo e clorofila-a, estiverem presentes.

Para a classificação deste índice serão adotados os seguintes estados de trofia: ultraoligotrófico, oligotrófico, mesotrófico, eutrófico, supereutrófico e hipereutrófico (Lamparelli, 2004), cujos limites e características estão descritos nas Tabelas a seguir:

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Tabela 4.5: Classificação do Estado Trófico – Rios

Categoria Estado Trófico Ponderação P-Total - P(µg/L) Clorofila-a (µg/L)

Ultraoligotrófico IET < 47 P < 13 CL < 0,74

Oligotrófico 47 < IET < 52 13 < P < 35 0,74 < CL < 1,31

Mesotrófico 52 < IET < 59 35 < P < 137 1,31 < CL < 2,96

Eutrófico 59 < IET < 63 137 < P < 296 2,96 < CL < 4,70

Supereutrófico 63 < IET < 67 296 < P < 640 4,70 < CL < 7,46

Hipereutrófico IET > 67 P > 640 CL > 7,46

Tabela 4.6: Classificação do Estado Trófico – Reservatórios

Categoria Estado Trófico Ponderação P-Total - P(µg/L) Clorofila-a (µg/L)

Ultraoligotrófico IET < 47 P < 8 CL < 1,17

Oligotrófico 47 < IET < 52 8 < P < 19 1,17 < CL < 3,24

Mesotrófico 52 < IET < 59 19 < P < 52 3,24 < CL < 11,03

Eutrófico 59 < IET < 63 52 < P < 120 11,03 < CL < 30.55

Supereutrófico 63 < IET < 67 120 < P < 233 30,55 < CL < 69,05

Hipereutrófico IET > 67 P > 233 CL > 69,05

Densidade de Cianobactérias

As cianobactérias são microorganismos presentes em ambientes aquáticos e algumas espécies são capazes de produzir toxinas que podem ser prejudiciais à saúde humana e animal. Frente à sua importância para a qualidade de água e saúde pública e ao objetivo de manter a consonância entre os parâmetros monitorados e a legislação vigente, a avaliação da densidade de cianobactérias foi incluída no monitoramento da qualidade das águas do estado de Minas Gerais a partir de janeiro de 2007.

Para tanto, foi definida uma rede de monitoramento que priorizasse locais em que predominam condições potencialmente propícias ao desenvolvimento de florações de cianobactérias. A análise de densidade de cianobactérias foi iniciada na bacia da Lagoa da Pampulha no quarto trimestre de 2011 em 2 estações de monitoramento, quais sejam: córrego da Avenida Tancredo Neves antes da confluência com o córrego Ressaca (PV105) e ribeirão Pampulha a jusante da barragem (PV220). A partir da quarta campanha de 2012 foi implementado o monitoramento de cianobactérias em mais três estações, localizadas dentro da Lagoa, quais sejam: próximo à Ilha dos Amores (PV230), em frente à Igreja São Francisco (PV235) e próximo ao vertedouro (PV240).

Os resultados das análises laboratoriais são comparados aos limites estabelecidos na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº 01/08 para cada classe de uso da água: 20.000 cel/mL para corpos de água de classe 1, 50.000 cel/mL para os de classe 2 e 100.000 cel/mL para classe 3. No caso de uso para recreação de contato primário o valor máximo é de 10.000 cel/mL.

16

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Índice de Qualidade de Água - IQA

Na Figura 5.1 observa-se a evolução temporal da frequência de ocorrência do IQA nas estações monitoradas na bacia da Lagoa da Pampulha, no período de 2006 a 2012. Pode-se verificar o predomínio de águas com qualidade Ruim ou Muito Ruim ao longo do período de monitoramento. De modo geral não se observa variações expressivas ao longo dos anos. Em 2012 as ocorrências de águas com qualidade Ruim ou Muito Ruim foram registradas em 73% dos resultados, apresentando uma melhoria em relação a 2011, quando essas condições foram observadas em 79% dos resultados.

Ao contrário dos anos anteriores, em 2012, não foram registradas águas com IQA Bom. Em 2011 essa faixa de IQA esteve presente em 3% dos resultados. Destaca-se que o IQA Excelente não foi observado em nenhuma estação durante o período avaliado.

Figura 5.1: Evolução temporal do Índice de Qualidade das Águas – IQA na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

0%

100%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

4% 4% 1% 4% 2% 3%

21%

22%

28%

25%

19%

18%

26%

44%

38%

27%

28%

42%

46%

36%

32%

36%

44%

44% 37

%

33%

37%

IQA - MUITO RUIM IQA - RUIM IQA - MÉDIO IQA - BOM IQA - EXCELENTE

Na Figura 5.2 é apresentado o gráfico box-plot das ocorrências de IQA durante o período analisado, considerando individualmente as estações de monitoramento. Verifica-se que 43% das medianas se apresentaram na faixa de IQA Muito Ruim.

As melhores condições de qualidade foram observadas nas estações de amostragem localizadas na nascente do córrego Sarandi (PV005), nos córregos Tapera antes da confluência com o córrego do Cabral (PV055) e Olhos d’Água na entrada da galeria de concreto (PV185) e no ribeirão Pampulha a jusante da barragem (PV220), uma vez que essas estações apresentaram mais de 75% dos resultados de IQA no nível Médio. Ressalta-se que a estação de monitoramento localizada no ribeirão Pampulha reflete a capacidade que o corpo da Lagoa possui em depurar parte da carga orgânica que chegam aos corpos de água de seus formadores. É importante salientar que ainda existem trechos que recebem pouca carga de esgotos domésticos e industriais em áreas de fazendas e próximos às nascentes.

As piores condições de IQA foram verificadas nos córregos do bairro Bernardo Monteiro (PV010), da Avenida 2 (PV045), do Cabral a montante de sua foz no córrego Sarandi (PV065), Sarandi a jusante do córrego do Cabral (PV070), da Luzia a montante de sua foz no córrego Sarandi (PV075), Ressaca a montante da entrada do

17

córrego Flor d’Água (PV090) e no córrego Munizes a montante de sua confluência com o córrego Bom Jesus (PV155), uma vez que esses córregos apresentaram pelo menos 75% dos resultados na faixa de IQA Muito Ruim. A estação de monitoramento localizada no córrego da Luzia a montante de sua foz no córrego Sarandi (PV075) apresentou o menor valor de mediana (15,6). Esses resultados refletem as condições de qualidade dos corpos de água que recebem os lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento e efluentes industriais dos municípios de Contagem e Belo Horizonte.

A estação de amostragem localizada no córrego Gandi (PV080) apresentou a maior variabilidade dos dados, variando de IQA Ruim a Médio, com valor de 1º quartil igual a 19,7 e de 3º quartil igual a 54,9.

Figura 5.2 – Box-plot dos valores de IQA nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período 2006 a 2012.

0

20

40

60

80

100

IQA

IQA Muito Ruim IQA Ruim IQA Médio IQA Bom IQA Excelente

Na Figura 5.3 é apresentado o percentual dos parâmetros que mais influenciaram nos resultados de IQA Ruim e/ou Muito Ruim por estação de monitoramento na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012. Observa-se que na maioria das estações os parâmetros coliformes termotolerantes, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e fósforo total foram os que mais contribuíram para a diminuição dos valores de IQA.

18

Figura 5.3 – Percentual dos parâmetros que mais influenciaram nos resultados de IQA Ruim e/ou Muito Ruim por estação de monitoramento na bacia da Lagoa da Pampulha no período de

2006 a 2012.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

20% 29

% 33%

25%

21%

18% 25

%

24%

50%

14% 25

%

18%

20%

29% 33

%

25%

29%

24% 25

%

24%

50%

29%

25%

36%

20%

29%

33%

25%

21%

24%

25%

24%

29% 25

%

18%6%

7% 6%

20%

14%

19%

21%

24%

19%

18%

21%

19%

27%20

%

6% 7% 6% 6% 12%

OD Coliformes Termotolerantes DBO Nitrato Fósforo Turbidez

0%

20%

40%

60%

80%

100%

50%

50%

8%

22%

24%

18%

15%

18%

11%

50%

50%

33% 22

%

24%

40%

27%

31%

27%

50%

50% 44

%

50%

25%

22% 24

%

20%

27%

23%

27% 11%

50%

8%50% 11%

8% 22%

18% 18%

23%

18% 22

%17% 11

%

12%

40%

9% 8% 9%

50%

OD Coliformes Termotolerantes DBO Nitrato Fósforo Turbidez

No Anexo A é apresentado o mapa com a distribuição espacial das estações de amostragem monitoradas na bacia da Lagoa da Pampulha e os resultados da média anual de 2012 para Índice de Qualidade das Águas – IQA para cada uma das estações.

5.2 Parâmetros que influenciaram nos resultados de IQA Ruim e/ou Muito Ruim na bacia da Lagoa da Pampulha

A seguir serão discutidos os parâmetros que mais influenciaram nos resultados de IQA Ruim e/ou Muito Ruim observados na bacia da Lagoa da Pampulha para cada um dos pontos de monitoramento, sendo esses: coliformes termotolerantes, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e fósforo total, além do parâmetro demanda química de oxigênio, apesar deste não entrar no cálculo do IQA é importante na avaliação da matéria orgânica de difícil degradação. Todos os parâmetros foram avaliados quanto às suas concentrações e ao seu atendimento aos padrões previstos na legislação estadual, a Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº01/2008.

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COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Na Figura 5.4 encontra-se o gráfico box-plot dos resultados de coliformes termotolerantes para todas as estações de monitoramento no período de 2006 a 2012.

As bactérias do grupo coliformes são uns dos principais indicadores de contaminações fecais originadas do trato intestinal do homem e de outros animais. Os resultados encontrados para esse parâmetro indicaram que as águas, na grande maioria das estações avaliadas, apresentam condições sanitárias ruins, uma vez que as medianas das contagens de coliformes termotolerantes foram superiores ao limite preconizado na legislação para rios de classe 2 (1.000 NMP/100 mL) em 96% das estações monitoradas. Esses resultados refletem o grande impacto dos lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento nos tributários da bacia da Pampulha, tanto dos bairros do município de Belo Horizonte quanto de Contagem que drenam para essa bacia.

Somente na estação de amostragem localizada no córrego do aterro Perobas antes da confluência com o córrego Sarandi (PV030) apresentou valor de mediana abaixo do limite estabelecido na legislação, com um valor de mediana de 600 NMP/100mL. Essa estação de amostragem drena a área do aterro Perobas.

Figura 5.4 - Box-plot dos valores de coliformes termotolerantes (em escala logarítmica) nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período 2006 a 2012.

1,0E+00

1,0E+01

1,0E+02

1,0E+03

1,0E+04

1,0E+05

1,0E+06

Log

(NM

P/10

0 m

L)

Box-Plot - Coliformes Termotolerantes

Limite DN 01/08

FÓSFORO TOTAL

Os resultados para o parâmetro fósforo total são apresentados na Figura 5.5. O fósforo aparece nos cursos de água devido, principalmente, à descarga de esgoto sanitário.

Observa-se que 68% das estações de amostragem apresentaram valores de mediana acima do valor limite estabelecido na legislação que é de 0,1 mg/L. Esses resultados refletem o grande impacto dos lançamentos de esgoto doméstico sem tratamento nos tributários da bacia da Pampulha, provenientes dos municípios de Belo Horizonte e Contagem. O aporte de fósforo total para a Lagoa da Pampulha é um fator preocupante, uma vez que esse fato contribui com melhores condições para o crescimento da comunidade algal, responsável pelo processo de eutrofização das águas.

As estações de monitoramento localizadas nos córregos do bairro Bernardo Monteiro (PV010), da Avenida 2 (PV0045), Ressaca antes da entrada do córrego Flor d'água da Vila São José (PV 090), Flor d'Água da Vila São José, antes da confluência com o córrego Ressaca (PV085) e no córrego da Luzia antes da confluência com o córrego

20

Sarandi (PV075), apresentaram os maiores valores de mediana, com concentrações acima de 1mg/L, o que representa valores 10 vezes superiores ao limite legal.

Figura 5.5 – Box-plot dos valores de fósforo total nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

0,0

0,8

1,6

2,4

3,2

4,0

Fósf

oro

(mg/

L P)

Box-Plot - Fósforo Total

Limite DN 01/08

Demanda Bioquímica de Oxigênio

Na Figura 5.6 é apresentado o gráfico box-plot para os resultados do parâmetro demanda bioquímica de oxigênio (DBO) do período de 2006 a 2012. A DBO é a medida indireta da matéria orgânica na água através do cálculo do consumo de oxigênio por microorganismos, e tem sua presença limitada em até 5,0 mg/L em águas de classe 2.

Os resultados de DBO indicaram que 54% dos corpos de água monitorados apresentam valores de mediana acima do limite legal, demonstrando a elevada quantidade de matéria orgânica presente na maioria dos trechos estudados. Destaque para as estações localizadas no córrego do bairro Bernardo Monteiro antes da confluência com o córrego Sarandi (PV010), no córrego da Avenida 2 antes da confluência com o córrego Sarandi (PV045) e córrego da Luzia antes da confluência com o córrego Sarandi (PV075), as quais obtiveram as maiores medianas com valores de 232 mg/L O2, 121 mg/L O2 e 142 mg/L O2, respectivamente. Esses resultados corroboram a elevada carga orgânica que chegam aos corpos de água da bacia da Lagoa da Pampulha proveniente dos lançamentos de esgotos domésticos e efluentes industriais, particularmente de indústrias que apresentam elevada carga orgânica nos efluentes como alimentícia, têxteis e de papel. Destaca-se a estação de amostragem localizada no córrego do bairro Bernardo Monteiro, que apresentou valor máximo registrado de 921 mg/L O2, estando esse resultado relacionado ao recebimento de efluentes de indústrias têxteis presentes da região.

A melhor condição foi verificada na estação de amostragem localizada no córrego Bom Jesus a montante do córrego Banguelo (PV125), uma vez que todos os resultados da série histórica do monitoramento estiveram abaixo do limite estabelecido na legislação. Esse ponto se localiza em uma área que ainda predominam pastagens e cerrado degradado.

21

Figura 5.6 – Box-plot dos valores de DBO nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

1,0E+00

1,0E+01

1,0E+02

1,0E+03LO

G D

BO

(mg/

L O

2)Box-Plot - DBO

Limite DN 01/08

Demanda Química de Oxigênio

Na Figura 5.7 é apresentado o gráfico box-plot dos resultados de demanda química de oxigênio (DQO) no período de monitoramento. A DQO representa a matéria orgânica quimicamente oxidável e não é limitada em águas de classe 2 pela legislação ambiental. Apesar de não haver limite na DN conjunta COPAM/CERH para este parâmetro e o mesmo não entrar no cálculo do IQA, a avaliação da relação DQO/DBO é importante para caracterizar o tipo de efluente gerado e assim direcionar o melhor tipo de tratamento. Quando a relação DQO/DBO se enquadra na faixa entre 1,7 a 2,4 o tratamento biológico possibilita a redução da matéria orgânica presente nos corpos de água, e a maior parte do aporte é proveniente de esgotos domésticos. Entretanto, quando a relação ultrapassa 2,4, grande parte do aporte de matéria orgânica é proveniente de efluentes industriais e para a redução da matéria orgânica nos corpos de água o tratamento físico-químico é recomendado.

Desta forma, avaliou-se a relação DBO/DQO na série histórica de monitoramento para as estações de amostragem que apresentaram resultados de DBO acima do limite legal. Na Figura 5.8 são mostradas as medianas dos resultados da relação DQO/DBO. Observa que 62% dos resultados apresentaram como mediana valores acima de 2,4, indicando que a fração não biodegradável é alta. Sendo assim, apenas o tratamento biológico dos esgotos não é suficiente para a redução dos níveis de matéria orgânica presentes na maioria dos corpos de água da bacia da Lagoa da Pampulha.

22

Figura 5.7 – Box-plot dos valores de DQO nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

1,0E+00

1,0E+01

1,0E+02

1,0E+03

1,0E+04LO

G D

QO

(mg/

L O

2)

Box-Plot - DQO

Figura 5.8 – Relação DQO/DBO valores de DQO nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

PV

005

PV

010

PV

020

PV

030

PV

040

PV

045

PV

050

PV

060

PV

065

PV

070

PV

075

PV

080

PV

085

PV

090

PV

105

PV

130

PV

135

PV

140

PV

145

PV

150

PV

155

PV

160

PV

165

PV

200

PV

205

PV

220

Mediana da Razão DQO/DBO

Mediana DQO/DBO

Oxigênio Dissolvido (OD)

Os elevados valores de DBO acabaram comprometendo os níveis de oxigênio dissolvido nos corpos de água da bacia da Lagoa da Pampulha, como pode ser verificado na Figura 5.9. Os resultados de concentração de oxigênio dissolvido indicaram que, de maneira geral, os trechos estudados apresentam baixos níveis de oxigenação, uma vez que 79% das estações de monitoramento apresentaram valores de mediana em desconformidade com o limite estabelecido na legislação de, no mínimo, 5 mg/L de O2. Os piores resultados para esse parâmetro foram encontrados nas estações localizadas nos córregos do bairro Bernardo Monteiro (PV010), Sem Nome (PV020), do aterro do Perobas antes da confluência com o córrego Sarandi (PV030), da Avenida 2 antes da confluência com o córrego Sarandi (PV045) e no córrego da Luzia antes da confluência com o córrego Sarandi (PV075). Nessas estações de amostragem todos os resultados de OD estiveram abaixo do limite estabelecido na legislação.

Esses resultados indicam o elevado consumo de oxigênio dissolvido resultante da decomposição da matéria orgânica advinda de despejos domésticos e industriais provenientes dos municípios de Belo Horizonte e Contagem nesses corpos de água.

23

Figura 5.9 - Box-plot dos valores de OD nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

0

2

4

6

8

10(m

g/L)

Box-Plot - OD

Limite DN 01/08

Máx. 15 mg/L

5.3 Contaminação por Tóxicos – CT

Na Figura 5.10 é apresentada a evolução da freqüência de ocorrência da Contaminação por Tóxicos – CT na bacia da Lagoa da Pampulha. Observa-se que a prevalência de ocorrências de CT Baixa e Alta vem se alternando no período monitorado, sendo que em 2012 foi observado o maior percentual (51%) de ocorrência de CT Alta dos 7 anos de monitoramento.

Figura 5.10 – Evolução da freqüência de ocorrência da Contaminação por Tóxicos – CT na bacia da Lagoa da Pampulha de 2006 a 2012.

0%

100%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

45% 49%

44%

42% 49

%

48%

30%

8%10% 13%

10%8% 8%

19%

47% 41

%

43%

49% 43

%

44%

51%

Alta Média Baixa

Os parâmetros que foram responsáveis pelas ocorrências de CT Média e/ou Alta na bacia da Pampulha no período de 2006 a 2012 são apresentados na Figura 5.11. Observa-se que em 2012 os parâmetros responsáveis pelas ocorrências de CT foram: nitrogênio amoniacal total (55%), cianeto (22%), fenóis totais (9%), zinco total (8%), chumbo total (4%) e cobre dissolvido (2%). De maneira geral o nitrogênio amoniacal predomina ao longo da série histórica de monitoramento como o parâmetro que apresenta as maiores porcentagens de ocorrências de CT, seguido de chumbo e zinco. Destaca-se que os parâmetros cianeto livre e fenóis totais passaram a ser

24

analisados nas estações de monitoramento da Lagoa da Pampulha a partir do ano de 2012, por isso as suas ocorrências só passaram a ser registradas a partir desse ano.

Figura 5.11 – Parâmetros responsáveis pelas ocorrências de CT Média e/ou Alta por estação de monitoramento na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

0%

100%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

70% 67%78% 83% 79% 83%

64%

3%

8% 12%

5% 3%6%

11%

3%

21%8% 4%

2%

8% 4% 6% 5% 2%

2%

4%2%8% 9% 8% 9% 10%

2% 6%

Zinco Total Nitrato Fenóis TotaisCromo Cobre CianetoChumbo Total Cádmio Total Nitrogênio Amoniacal

A presença de nitrogênio amoniacal está associada aos lançamentos de efluentes domésticos e industriais dos municípios de Contagem e Belo Horizonte. As ocorrências de cianeto, fenóis, chumbo e zinco podem ser associados às atividades realizadas no diversificado parque industrial, principalmente de Contagem, como das indústrias dos ramos têxteis, mecânicas, siderúrgicas, metalúrgicas, galvanoplastia, dentre outras.

A freqüência de ocorrência de CT por estação de monitoramento da bacia da Lagoa da Pampulha é mostrada na Figura 5.12. Observa-se que as piores condições de CT foram observadas nos pontos localizados nos córregos do aterro do Perobas (PV030), Ressaca antes da entrada do córrego Flor D'água da Vila São José (PV090), da Luzia antes da confluência com o córrego Sarandi (PV075), da Avenida 2 antes da confluência com o córrego Sarandi (PV045), Sarandi a jusante do córrego Cabral no parque Linear Confisco (PV070), Flor d'água da Vila São José, antes da confluência com o córrego Ressaca (PV085) e no córrego da Avenida Tancredo Neves antes da confluência com o córrego Ressaca (PV105), onde foi verificada CT Alta em mais de 80% das amostragens realizadas no período de 2006 a 2012.

Contudo, as melhores condições de CT foram verificadas na nascente do córrego Sarandi (PV005), e nos córregos do bairro Oitis (PV040), Tapera (PV055), Bom Jesus (PV125), Banguelo (PV130), Xangrilá (PV140), Munizes (PV150) e Olhos d'Água (PV185), uma vez que mais de 80% dos resultados da série histórica de monitoramento apresentaram CT Baixa. Destaca-se que essas estações estão localizadas em áreas de pastagens, fazendas ou em áreas protegidas, como é o caso da estação localizada na nascente do Sarandi (PV005).

25

Figura 5.12 – Freqüência de ocorrência da Contaminação por Tóxicos – CT nas estações de amostragem localizadas na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

88%

6%

67%

100%

92%

70%

15%

8% 8%

73%

4%

6%

18%

7%

12%

8%

22%

31%

8%

12%

12%

4%

6%

76%

27%

100% 88

%

9%

54%

85%

92%

15%

85%

96%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

CT BAIXA CT MÉDIA CT ALTA

8%

92%

81%

77% 88

%

24%

85%

10%

12%

8%

92%

67%

54%

31%

8%

8%

19%

8%

8%

14% 15

%

16%

8%

17%

27%

38%85

%

15%

12%

76%

8%

76%

73%

76%

17%

19%

31%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

CT BAIXA CT MÉDIA CT ALTA

No Anexo A é apresentado o mapa com a distribuição espacial das estações de amostragem monitoradas na bacia da Lagoa da Pampulha e os resultados da CT anual de 2012 para cada uma das estações.

PARÂMETROS RESPONSÁVEIS PELAS OCORRÊNCIAS DE CT MÉDIA E/OU ALTA

A seguir serão discutidos os parâmetros responsáveis pelas ocorrências de CT Média e/ou Alta na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

NITROGÊNIO AMONIACAL

Na Figura 5.13 é apresentado o percentual de violação de nitrogênio amoniacal total para cada uma das estações de amostragem da bacia da Lagoa da Pampulha, no período de 2006 a 2012. Além dos coliformes fecais, DBO e OD, os resultados de nitrogênio amoniacal total também fornecem um indicativo da poluição orgânica na água. Destaca-se, que o nitrogênio amoniacal apresenta limites máximos variáveis de acordo com o resultado do pH de cada amostra (DN COPAM/CERH nº 01/08).

Observa-se na Figura 5.13 que 12 das 28 estações de amostragem apresentaram mais de 75% dos resultados em desconformidade com a legislação, quais sejam: córrego do Aterro Perobas (PV030), da Avenida 2 (PV045), Sarandi (PV070), da Luzia 26

(PV075), Flor d'Água (PV085), Ressaca (PV090), da Avenida Tancredo Neves (PV105), da Avenida Nacional (PV145), Munizes (PV155), córrego Bom Jesus (PV160 e PV165) e ribeirão Pampulha a jusante do barramento (PV220). Esses resultados estão associados aos lançamentos dos esgotos domésticos dos municípios de Belo Horizonte e Contagem, além dos efluentes industriais, particularmente de indústrias que apresentam elevada carga orgânica nos efluentes como alimentícia, têxteis e de papel. O nitrogênio contribui para a fertilização da água tendo em vista que é um nutriente essencial para as plantas e em grandes quantidades pode levar ao processo de eutrofização de rios e lagos.

Figura 5.13 – Percentual de violação de nitrogênio amoniacal total para as estações de amostragem da bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

0%

71%

33%

100%

0%

100%

0%

35%

73%

92%96%

27%

92%96%

85%

0%

15%23%

12%

76%

0%

95%

85%

96%

4%

17%

42%

77%

% V

iola

ção

de N

H3

% Violação Nitrogênio Amoniacal Total

Na Figura 5.14 é apresentado o gráfico box-plot dos resultados do parâmetro nitrogênio amoniacal total nas estações monitoradas.

Figura 5.14 - Box-plot dos valores de nitrogênio amoniacal total nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

1

10

100

LOG

NH

3(m

g/L

N)

Box-Plot - Nitrogênio Amoniacal

CHUMBO TOTAL

Na Figura 5.15 é apresentado o gráfico box-plot dos resultados de chumbo total para estações de amostragem da bacia da Lagoa da Pampulha. Observa-se que a única estação de amostragem que apresentou valor de mediana acima do limite preconizado na legislação foi do córrego do bairro Bernardo Monteiro (PV010), que registrou um valor máximo 36 vezes acima do limite legal que é de 0,01 mg/L Pb. Esses resultados

27

refletem os impactos dos lançamentos de efluentes das indústrias localizadas no bairro Bernardo Monteiro na estação PV010.

As estações de amostragem localizadas nos córregos do Cabral (PV065) e Sarandi a jusante do córrego do Cabral (PV070) apresentaram valores de percentil 75 acima do limite legal, o que significa que pelo menos 25% dos resultados dessas estações apresentaram-se em desconformidade com a legislação ao longo do período de monitoramento. Os lançamentos de efluentes das indústrias localizadas nos bairros Novo Boa Vista e Kennedy, do município de Contagem, contribuíram para os resultados observados nas águas do córrego Cabral (PV075), e, no caso do córrego Sarandi, destaca-se o diversificado parque industrial do bairro CINCO no município de Contagem, além da entrada do próprio córrego Cabral nesse ponto.

Figura 5.15 - Box-plot dos valores de chumbo total nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

0,000

0,015

0,030

0,045

0,060

0,075

Chu

mbo

(mg/

L Pb

)

Box-Plot - Chumbo Total

Limite DN 01/08

Máx: 0,36 Máx: 0,08 Máx: 0,19

ZINCO TOTAL

Na Figura 5.16 é apresentado o gráfico box-plot para os resultados de zinco total por ponto de monitoramento da bacia da Pampulha no período avaliado. Destaque para a estação de amostragem localizada no córrego Sarandi a jusante do córrego do Cabral (PV070), uma vez que mais de 75% dos resultados estiveram acima do limite estabelecido na legislação que é de 0,18 mg/L Zn. Essa estação apresentou um valor máximo 61 vezes acima do limite legal, registrando o valor de 11 mg/L Zn na quarta campanha do ano de 2012. Outra estação que apresentou valores bastante expressivos no período avaliado está localizada no córrego do Cabral próximo a sua foz no córrego Sarandi (PV065), uma vez que a mediana apresentou valor de 0,15 mg/L Zn e 42% dos resultados ultrapassaram o limite legal. Esses resultados confirmam os impactos industriais provenientes dos bairros Novo Boa Vista, Kennedy e CINCO em Contagem, sobre as águas desses corpos de água.

28

Figura 5.16 - Box-plot dos valores de zinco total nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

Zinc

o (m

g/L

Zn)

Box-Plot - Zinco Total

Limite DN 01/08

Máx: 0,8Máx: 0,8 Máx11,3

COBRE DISSOLVIDO

Com relação ao parâmetro cobre dissolvido observou-se valores acima do limite legal somente na estação de amostragem localizada no córrego do bairro Bernardo Monteiro (PV010) ao longo do período de monitoramento, como mostrado na Figura 5.17. Os valores mais expressivos foram obtidos no início do monitoramento, e um registro acima do limite legal na quarta campanha de 2012. Destaca-se que no período de setembro de 2010 a setembro de 2012 não foram coletadas amostras nessa estação, em função da dificuldade de acesso ao ponto de amostragem, sendo reativada em dezembro de 2012.

Figura 5.17 – Resultados de cobre dissolvido na estação de amostragem PV010 ao longo do período de monitoramento.

0,000

0,010

0,020

0,030

0,040

0,050

set-0

6de

z-06

mar

-07

jun-

07se

t-07

dez-

07m

ar-0

8ju

n-08

set-0

8de

z-08

mar

-09

jun-

09se

t-09

dez-

09m

ar-1

0ju

n-10

set-1

0de

z-10

mar

-11

jun-

11se

t-11

dez-

11m

ar-1

2ju

n-12

set-1

2de

z-12

Cu

Dis

solv

ido

(mg/

L C

u)

Cobre Dissolvido - PV010

Cobre dissolvido Limite DN 01/08

CROMO TOTAL

Para o parâmetro cromo total observou-se violações ao longo do período de monitoramento somente na estação de amostragem localizada no córrego Sarandi a jusante do córrego do Cabral (PV070). As violações de cromo total nesse corpo de água ocorreram durante os anos de 2008, 2009 e 2010 (Figura 5.18). A partir de 2011 não foram registradas concentrações acima do limite estabelecido na legislação. Esses resultados refletem os impactos dos lançamentos dos efluentes industriais, especialmente do Centro Industrial de Contagem – CINCO.

29

Figura 5.18 – Resultados de cromo total na estação de amostragem PV070 ao longo do período de monitoramento.

0,00

0,04

0,08

0,12

0,16

0,20

set-0

6de

z-06

mar

-07

jun-

07se

t-07

dez-

07m

ar-0

8ju

n-08

set-0

8de

z-08

mar

-09

jun-

09se

t-09

dez-

09m

ar-1

0ju

n-10

set-1

0de

z-10

mar

-11

jun-

11se

t-11

dez-

11m

ar-1

2ju

n-12

set-1

2

Cr

tota

l (m

g/L

Cr)

Cromo Total - PV070

Cromo total Limite DN 01/08

máx: 1,04

FENÓIS TOTAIS E CIANETO LIVRE

Com relação aos resultados de fenóis totais e cianeto livre destaca-se que a análise desses parâmetros se iniciou no ano de 2012. Nas Figuras 5.19 e 5.20 são apresentados os resultados de cianeto livre fenóis totais obtidos no ano de 2012, respectivamente.

Verificou-se que as ocorrências de violação do limite legal foram verificadas de forma aleatória na bacia, sendo que o cianeto livre apresentou 53% dos resultados acima do limite legal e o parâmetro fenóis totais apresentou 11% dos resultados em desconformidade com a legislação na bacia da Lagoa da Pampulha.

Esses resultados refletem os impactos dos lançamentos de efluentes industriais do diversificado parque industrial, principalmente do município de Contagem, dos ramos têxteis, mecânicas, siderúrgicas, metalúrgicas, galvanoplastia, dentre outras.

Figura 5.19 – Resultados de cianeto livre nas estações de amostragem da bacia da Lagoa da Pampulha no ano de 2012.

0

0,012

0,024

0,036

0,048

0,06

Cia

neto

Liv

re (m

g/L

CN

)

Cianeto Livre

mar-12 set-12 Limite DN 01/08

0,3 mg/L 0,5 mg/L

30

Figura 5.20 – Resultados de fenóis totais nas estações de amostragem da bacia da Lagoa da Pampulha no ano de 2012.

0

0,002

0,004

0,006

0,008

0,01Fe

nóis

tota

is (m

g/L

C6H

5OH

)Fenóis Totais

mar/12 set/12 dez/12 Limite DN 01/08

Destaque para as estações de amostragem localizadas nos córregos do bairro Bernardo Monteiro (PV010), do Cabral (PV065) e Sarandi (PV070), as quais apresentaram violações de parâmetros como chumbo total, cromo total, zinco total e/ou cobre dissolvido. Salienta-se que essas estações recebem os impactos das indústrias localizadas nos bairros Bernardo Monteiro, Novo Boa Vista e Kennedy e no Centro Industrial de Contagem (CINCO), todos no município de Contagem.

5.4 Índice de Estado Trófico – IET

Considerando os resultados de IET das estações de monitoramento da bacia da Pampulha, verificou-se que durante a série histórica de monitoramento (2006 a 2012) houve predomínio das condições mais favoráveis ao crescimento da biomassa algal, representadas pelas categorias mais altas do IET (Eutrófico, Supereutrófico e Hipereutrófico), como pode ser verificado na Figura 5.21.

Figura 5.21: Frequência de ocorrência do Índice de Estado Trófico (IET) na bacia da Lagoa da Pampulha durante a série histórica de monitoramento (2006 a 2012).

0%

100%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

5% 3% 1% 2% 2% 2% 6%3% 2% 2% 5% 1% 2%

5%

20%

12% 12%17% 21% 21%

20%

16%

17%9%

10% 11%16%

17%

20%

25%

19%

10% 14% 16

% 18%

36%

42%

57%

56% 51

% 43% 33

%

Hipereutrófico Supereutrófico Eutrófico Mesotrófico Oligotrófico Ultraoligotrófico

Na Figura 5.22 é apresentado o gráfico box-plot dos resultados de IET por estação de amostragem no período de 2006 a 2012. Observa-se que 64% dos córregos avaliados apresentam mais de 75% dos resultados de IET nos graus de eutrofização mais

31

avançados (Hipereutrófica, Supereutrófica e Eutrófica), que são um indicativo de condições favoráveis ao processo de eutrofização nesses corpos de água.

Salienta-se que as melhores condições para o crescimento da biomassa algal que a Lagoa da Pampulha propicia são refletidas nos resultados encontrados na estação de monitoramento localizada no ribeirão Pampulha a jusante do vertedouro (PV220). Essa estação apresentou o maior valor de percentil 25 para os resultados de IET (74), o que significa que mais de 75% dos resultados da estação PV220 se apresentaram

V125), Xangrilá (PV140) e Olhos d'Água (PV185), uma vez que apresentaram valores de m , Oligotrófica e Mesotró rau de trofia.

Figura 5.22 - Box-plot dos resultados de IET nos corpos de água monitorados na bacia da Lagoa da Pampulha no período de 2006 a 2012.

no grau de eutrofização mais avançado (IET Hipereutrófico). Esses resultados corroboram o avançado processo de eutrofização da lagoa e de seus afluentes.

As estações de amostragem que apresentaram as melhores condições em relação ao IET foram verificadas nos córregos da nascente do córrego Sarandi (PV005), do Aterro Perobas (PV030), do bairro Oitis (PV040), Tapera (PV055), Bom Jesus (P

ediana na faixa que representa baixos graus de eutrofização (Ultraoligotróficafica) indicando corpos de água com menor g

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Box-plot IET

Baixo Grau de Eutrof ização Alto Grau de Eutrof ização

m: córrego da Avenida Tancredo Neves antes da confluência com o córrego Ressaca (PV105) e

tas realizadas, contagens superiores a 10.000 cél/mL, que é o valor máximo permitido no caso de uso para recreação de contato primário. A estação de amostragem localizada no córrego Tancredo Neves apresentou todos os valores abaixo de 10.000 cél/mL.

5.5 Densidade de Cianobactérias

A análise de densidade de cianobactérias foi iniciado na bacia da Lagoa da Pampulha no quarto trimestre de 2011 em 2 estações de monitoramento, quais seja

ribeirão Pampulha a jusante da barragem (PV220). Na Figura 5.23 são apresentados os resultados desse parâmetro ao longo do período de monitoramento.

Observa-se que a estação de amostragem localizada no ribeirão Pampulha (PV220) apresentou resultados acima do limite legal (50.000 cél/mL) nos primeiro, terceiro e quarto trimestres de 2012, chegando a registrar o valor de 379.000 cél/mL no mês de setembro de 2012. Essa estação também apresentou, em todas as cole

32

Figura 5.23 – Resultados de densidade de cianobactérias nas estações PV105 e PV220 ao longo do período de monitoramento.

1,0E+00

1,0E+01

1,0E+02

1,0E+03

1,0E+04

1,0E+05

1,0E+06

4º Trim. 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim.

2011 2012

Densidade de Cianobactérias

PV105 PV220 Limite DN 01/08

Em relação à presença de espécies tóxicas destaca-se que foi observada a ocorrência de pelo menos uma das espécies incluídas na lista de cianobactérias potencialmente tóxicas (Sant’Anna et al, 2008), quais sejam: Planktothrix sp. Aphanocapsa sp., Microcystis sp, Raphidiopsis sp, Sphaerocavum sp e Cylindrospermopsis raciborskii, nas três campanhas em que ocorreram densidades superiores a 50.000 cél/mL na estação de amostragem do ribeirão Pampulha (PV220) (Tabela 5.1).

No entanto, é necessário lembrar que a presença desses organismos, mesmo que em altas densidades, não acarreta, necessariamente, toxicidade da água. Conforme ressaltam Tsukamoto & Takahashi (2007), a produção de toxina em cada espécie de cianobactéria varia em função da interação de diversos fatores, como a genética, o estado fisiológico do organismo e os parâmetros ambientais. Assim, uma mesma espécie pode produzir toxinas em um ambiente e não produzi-las em outro.

Dentre os principais fatores de pressão que podem ter contribuído para as densidades de cianobactérias registradas nessa região destacam-se o aporte de nutrientes para a Lagoa da Pampulha proveniente principalmente dos esgotos sanitários dos municípios de Belo Horizonte e Contagem e o lançamento de efluentes de indústrias dos ramos têxtil, de papel e papelão e alimentícia presentes na região.

33

Tabela 5.1 - Descrição das espécies dominantes e do resultado da densidade de cianobactérias na estação de amostragem PV220 no período avaliado.

DESCRIÇÃO ESTAÇÕES DATA DA COLETA

DENSIDADE CIANOBACTÉRIA

(cél/mL) ESPÉCIE PREDOMINANTE

Ribeirão Pampulha a jusante da barragem

PV 220

15/12/2011 24.373,32 Merismopedia tenuissima (8.688)

Planktothrix sp.* ; (4.826) Nostocacea N.I.* (10.859)

30/03/2012 102.215,20

Aphanocapsa sp.* (3.752) Merismopedia tenuissima (63.891)

Microcystis sp.* (11256) Planktothrix sp.* (5360)

Nostocaceae N.I.* (17.420) Pseudoanabaenaceae N.I. (536)

29/06/2012 42.807,10 Planktothrix sp.* (9291)

Nostocaceae N.I.* (33516)

28/09/2012 379.401,45

Microcystis sp.* (20.9058) Planktothrix sp.* (95.127) Raphidiopsis sp.* (5.531)

Sphaerocavum sp.* (28.759) Chroococcales N.I. (34.290) Nostocaceae N.I.* (5.531)

Pseudoanabaenaceae N.I. (11061)

13/12/2012 131.597,47

Cylindrospermopsis raciborskii* (21617)

Merismopedia sp. (1972) Microcystis sp.* (11377) Planktothrix sp.* (96631)

* Espécie incluída na lista de cianobactérias potencialmente tóxicas, segundo Sant’Anna et al, 2008.

34

6 SITUAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DA LAGOA DA PAMPULHA

A partir da 4º campanha de 2012 foi iniciado o monitoramento da qualidade das águas dentro da Lagoa da Pampulha em três locais, quais sejam: próximo à Ilha dos Amores (PV230), no braço da igreja São Francisco (PV235) e próximo ao vertedouro (PV240). Foram registradas violações dos seguintes parâmetros: coliformes termotolerantes, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo total e nitrogênio amoniacal total em todas as estações de amostragem localizadas dentro da Lagoa, além de cor verdadeira nas estações de amostragem próximas à Ilha dos Amores (PV230) e à igreja São Francisco (PV235), e manganês total também próximo à ilha dos Amores.

Ressalta-se que o IQA se apresentou na condição Ruim nos três pontos de monitoramento. Os parâmetros que mais influenciaram no cálculo do IQA foram coliformes termotolerantes, demanda bioquímica de oxigênio e oxigênio dissolvido.

Com relação à CT as estações de amostragem localizadas no braço da Igreja São Francisco (PV235) e próximo ao vertedouro (PV240) apresentaram CT Alta em decorrência da violação de nitrogênio amoniacal total. Na estação de amostragem localizada próximo à Ilha dos Amores (PV230) a CT foi considerada Baixa.

O IET se apresentou na faixa Supereutrófico nas três estações de amostragem, indicando o avançado processo de eutrofização em que a Lagoa se encontra.

Esses resultados refletem os impactos dos lançamentos de efluentes domésticos, bem como o lançamento de efluentes industriais, principalmente dos ramos de alimentos e têxteis presentes nos municípios de Contagem e Belo Horizonte.

7 AVALIAÇÃO AMBIENTAL

7.1 Análise dos Resultados em Desacordo com os Limites Legais

Considerando os resultados do período de 2006 a 2012, para as estações de amostragem da bacia da Lagoa da Pampulha, avaliaram-se os parâmetros monitorados em relação ao percentual de amostras cujos valores violaram os limites legais da Deliberação Normativa COPAM/CERH Nº01/08 para rios de Classe 2. A Figura 7.1 apresenta o percentual de violações em ordem decrescente do valor obtido para cada parâmetro, indicando os constituintes mais críticos na bacia da Lagoa da Pampulha. Esses resultados permitiram o conhecimento das principais interferências das atividades predominantes nessa bacia, como os lançamentos de esgotos domésticos, as atividades industriais, além de outras formas de uso do solo da bacia de drenagem que podem afetar a qualidade da água na área de estudo.

O parâmetro coliformes termotolerantes apresentou o maior percentual de registros em desconformidade com o limite estabelecido na legislação (89% das análises), como mostrado na Figura 7.1. A ocorrência das bactérias do grupo coliformes constitui uns dos principais indicadores de contaminação que tem como principal origem os lançamentos de esgotos sanitários nos corpos de água.

As ocorrências das concentrações de manganês total também se destacaram na bacia, uma vez que foi o metal que apresentou o maior percentual de desconformidade, ultrapassando o limite legal em 79,1% das análises realizadas no período de 2006 a 2012. Os teores mais acentuados deste metal foram observados no período de chuvas, estando associado ao carreamento de materiais oriundos da própria bacia de drenagem, ao mau uso e má preservação do solo nesta região.

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36

Os níveis de oxigênio dissolvido estiveram abaixo do preconizado na legislação em 70,8% dos resultados. Esses resultados indicam o elevado consumo de oxigênio dissolvido resultante da decomposição da matéria orgânica advinda de despejos domésticos e industriais provenientes dos municípios de Belo Horizonte e Contagem nesses corpos de água. Essa depleção do oxigênio é um fator preocupante, uma vez que esse fato pode conferir restrições a manutenção da biota aquática, sobretudo de peixes.

Os resultados do parâmetro fósforo total apresentaram desconformidade em 66,7% das análises em relação ao limite estabelecido na legislação. O fósforo está presente, sobretudo, nas descargas de esgotos e nas águas provenientes do escoamento superficial de terras cultivadas. Esse elemento é o nutriente mais importante para o processo de eutrofização do corpo hídrico, ou seja, o enriquecimento de nutrientes minerais e orgânicos pode promover o crescimento excessivo de algas e de plantas aquáticas.

Os principais fatores de degradação ambiental que podem ser apontados como contribuintes dos resultados observados são os lançamentos de esgotos domésticos e industriais nos corpos de água, além do manejo inadequado do solo.

Figura 7.1 – Frequência de ocorrência de parâmetros fora dos limites estabelecidos na legislação DN Copam/CERH nº01/08 na bacia da Pampulha no período de 2006 a 2012.

89%79,1%

70,8%66,7%

59,7%58%

53,1%53,1%53%

40,5%30%

22,7%18,4%18,2%17,6%

16,1%11,5%

8%7,3%

3,4%3%2,9%

1,3%1,1%0,8%0,7%0,6%0,4%0,4%0,3%0%

Colif. termotolerantesManganês total

Oxigênio dissolvidoFósforo total

DBOFerro dissolvido

Cianeto LivreSubstâncias tensoativas

Nitrogênio amoniacal totalÓleos e graxas

Densidade de cianobactériasSólidos em suspensão totais

SulfetoClorofila aTurbidez

Cor verdadeiraFenóis totaisZinco total

Chumbo totalSólidos dissolvidos totais

Cobre dissolvidoCromo totalNíquel total

NitritopH in loco

Cádmio totalArsênio total

Mercúrio totalNitrato

Cloreto totalSulfato total

Os quadros a seguir apresentam os mais importantes fatores de PRESSÃO associados aos indicadores de degradação no período de 2006 a 2012 e os parâmetros que apresentaram maior número de resultados em desacordo com os limites da DN Conjunta COPAM/CERH 01/08 no período de monitoramento, para cada ponto de amostragem, caracterizando o ESTADO da qualidade das águas da bacia da Lagoa da Pampulha.

Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV005 Córrego do Bairro CINCO

Coliformes termotolerantes (71%) Ferro dissolvido (63%) Manganês total (31%) Fósforo total (25%) Oxigênio dissolvido (25%) Predomínio: IQA Médio (71%) e CT Baixa (88%)

O ponto encontra-se dentro da propriedade de empresa de fabricação de parafusos.

PV010

Córrego do Bairro Bernardo Monteiro

DBO (100%), OD (100%) Fósforo total (100%) Óleos e graxas (94%) Coliformes termotolerantes (94%) Manganês (82%), Ferro (71%) Nitrogênio amoniacal total (71%) Turbidez (65%) Chumbo total (59%) Predomínio: IQA Muito Ruim (71%) e CT Alta (76%)

Lançamento de esgoto sanitário e efluentes industriais do bairro Bernardo Monteiro (Contagem).

PV020 Córrego Sem Nome

Oxigênio dissolvido (100%) Manganês total (93%) Coliformes termotolerantes (85%) Ferro dissolvido (73%) Fósforo total (47%) Predomínio: IQA Ruim (69%) e CT Alta (67%)

Lançamento de esgoto sanitário e efluentes industriais do bairro CINCO (Contagem).

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Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV030 Córrego do Aterro Perobas

Ferro dissolvido (100%) Manganês total (100%) Nitrogênio amoniacal total (100%) Oxigênio dissolvido (100%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (59%) Fósforo total (55%) Predomínio: IQA Ruim (80%) e CT Alta (100%)

Ponto dentro do aterro sanitário do Perobas.

PV040 Córrego do Bairro Oitis

Ferro dissolvido (100%) Coliformes termotolerantes (95%) Manganês total (88%) Oxigênio dissolvido (75%) Fósforo total (25%) Predomínio: IQA Ruim (50%) e Médio (50%) e CT Baixa (100%)

Lançamento de esgoto doméstico dos bairros Oitis e Colorado (Contagem).

PV045 Córrego da Avenida 2

Coliformes termotolerantes (100%) DBO (100%), Manganês total (100%) Nitrogênio amoniacal total (100%) OD (100%), Fósforo total (96%) Ferro dissolvido (92%) Óleos e graxas (88%) Sólidos em suspensão totais (62%) Predomínio: IQA Muito Ruim (96%) e CT Alta (88%)

Lançamento de esgotos domésticos do bairro Milanêz (Contagem).

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Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV055 Córrego Tapera

Coliformes termotolerantes (88%) Ferro dissolvido (69%) Manganês total (62%) Oxigênio dissolvido (27%) Óleos e graxas (16%) Predomínio: IQA Médio (64%) e CT Baixa (92%)

Lançamento de esgotos domésticos.

PV060 Córrego Cabral

Manganês total (100%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (96%) Oxigênio dissolvido (96%) Ferro dissolvido (91%) Fósforo total (91%) Coliformes termotolerantes (91%) Predomínio: IQA Muito Ruim (55%) e CT Baixa (70%)

Lançamento de esgotos domésticos e efluentes industriais do bairro Novo Boa Vista e Cabral (Contagem).

PV065 Córrego Cabral

Manganês total (100%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (96%) Fósforo total (96%) Coliformes termotolerantes (96%) Oxigênio dissolvido (92%) Ferro dissolvido (88%) Nitrogênio amoniacal total (73%) Óleos e graxas (52%) Predomínio: IQA Muito Ruim (80%) e CT Alta (54%)

Lançamento de esgotos domésticos e efluentes industriais dos bairros Novo Boa Vista, Kennedy e Cabral (Contagem).

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Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV070 Córrego Sarandi

DBO (100%), Manganês total (100%) Fósforo total (96%) Nitrogênio amoniacal total (92%) OD (92%), Coliformes termot. (92%) Ferro dissolvido (69%) Zinco total (69%) Óleos e graxas (60%) Sólidos em suspensão totais (54%) Predomínio: IQA Muito Ruim (80%) e CT Alta (85%)

Lançamento de esgotos domésticos e efluentes industriais dos bairros CINCO, Cincão, Morada Nova, Jardim Laguna, Guanabara, Milanêz, Cabral, e demais da região (Contagem).

PV075 Córrego da Luzia

Coliformes termotolerantes (100%) DBO (100%), OD (100%) Fósforo total (96%) Nitrogênio amoniacal total (96%) Manganês total (88%) Óleos e graxas (88%) Sólidos em suspensão totais (75%) Turbidez (65%) Predomínio: IQA Muito Ruim (100%) e CT Alta (92%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros Jardim Balneário, Ressaca, São Joaquim e Parque Turistas (Contagem); Lançamento de efluentes industriais.

PV080 Córrego Gandi

Coliformes termotolerantes (88%) Oxigênio dissolvido (62%) Manganês total (58%) Fósforo total (50%) Óleos e graxas (44%) Predomínio: IQA Médio (42%) e CT Baixa (73%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros Parque Recreio, São Gotardo e Parque Turistas (Contagem); Lançamento de efluentes industriais.

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Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV085 Córrego Flor d’Água

Manganês total (100%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (96%) Fósforo total (96%) Nitrogênio amoniacal total (92%) Oxigênio dissolvido (92%) Coliformes termotolerantes (92%) Óleos e graxas (56%) Predomínio: IQA Muito Ruim (75%) e CT Alta (85%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros Alípio de Melo, Manacás e São José (Belo Horizonte).

PV090 Córrego Ressaca

Demanda Bioquímica de Oxigênio (100%) Manganês total (100%) Fósforo total (96%) Nitrogênio amoniacal total (96%) Oxigênio dissolvido (96%) Coliformes termotolerantes (92%) Óleos e graxas (52%) Predomínio: IQA Muito Ruim (88%) e CT Alta (96%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros São Salvador, Glória, Coqueiros (Belo Horizonte); Lançamento de efluentes industriais (alimentícias).

PV105 Córrego da Av. Tancredo Neves

Fósforo total (96%) Coliformes termotolerantes (96%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (88%) Nitrogênio amoniacal total (85%) Manganês total (62%) Clorofila a (56%) Predomínio: IQA Ruim (92%) e CT Alta (85%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros Ouro Preto, Castelo e Paquetá (Belo Horizonte). Efluentes industriais.

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Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV125 Córrego Bom Jesus

Ferro dissolvido (96%) Coliformes termotolerantes (88%) Oxigênio dissolvido (50%) Manganês total (19%) Óleos e graxas (16%) Predomínio: IQA Médio (56%) e CT Baixa (92%)

Lançamento de esgotos domésticos e presença de animais de pastagens.

PV130 Córrego Banguelo

Oxigênio dissolvido (96%) Coliformes termotolerantes (92%) Ferro dissolvido (77%) Manganês total (65%) Fósforo total (35%) Predomínio: IQA Ruim (76%) e CT Baixa (81%)

Lançamento de esgotos domésticos e presença de animais de pastagens.

PV135 Córrego da Avenida A

Coliformes termotolerantes (88%) Manganês total (65%) Oxigênio dissolvido (62%) Fósforo total (58%) Clorofila a (42%) Predomínio: IQA Ruim (52%) e CT Baixa (77%)

Lançamento de esgotos domésticos do Vale das Amendoeiras e Nacional (Contagem).

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Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV140

Córrego Xangrilá

Ferro dissolvido (85%) Coliformes termotolerantes (76%) Manganês total (65%) Oxigênio dissolvido (62%) Fósforo total (19%) Predomínio: IQA Médio (64%) e CT Baixa (88%)

Lançamento de esgotos domésticos do bairro Xangrilá (Contagem).

PV145

Córrego da Avenida Nacional

Coliformes termotolerantes (100%) Manganês total (96%) Oxigênio dissolvido (96%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (92%) Fósforo total (88%) Nitrogênio amoniacal total (76%) Ferro dissolvido (68%) Óleos e graxas (63%) Predomínio: IQA Muito Ruim (71%) e CT Alta (76%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros Bom Jesus, Xangrilá e Nacional (Contagem).

PV150

Córrego Munizes

Manganês total (96%) Coliformes termotolerantes (88%) Oxigênio dissolvido (50%) Ferro dissolvido (46%) Fósforo total (35%) Predomínio: IQA Ruim (52%) e CT Alta (76%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros Pedra Azul, Estrela Dalva, Carajás e São Mateus (Contagem).

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Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV155

Córrego Munizes

Coliformes termotolerantes (100%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (100%) Fósforo total (100%) Nitrogênio amoniacal total (95%) Oxigênio dissolvido (90%) Manganês total (86%) Óleos e graxas (80%) Ferro dissolvido (71%) Predomínio: IQA Muito Ruim (90%) e CT Alta (76%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros Pedra Azul, Estrela Dalva, Carajás e São Mateus (Contagem).

PV160

Córrego Bom Jesus

Coliformes termotolerantes (100%) Manganês total (100%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (96%) Fósforo total (96%) Oxigênio dissolvido (92%) Nitrogênio amoniacal total (85%) Ferro dissolvido (69%) Óleos e graxas (56%) Predomínio: IQA Muito Ruim (68%) e CT Alta (73%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros São Mateus, Carajás, Pedra Azul e Estrela Dalva (Contagem).

PV165 Córrego Bom Jesus

Demanda Bioquímica de Oxigênio (100%) Fósforo total (100%) Coliformes termotolerantes (96%) Manganês total (96%) Nitrogênio amoniacal total (96%) Oxigênio dissolvido (96%) Ferro dissolvido (68%) Predomínio: IQA Muito Ruim (68%) e CT Alta (76%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros São Mateus, Carajás, Pedra Azul e Estrela Dalva (Contagem); Lançamento de efluentes industriais (Usina de produção de concreto)

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Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV185 Córrego Olhos D’Água

Coliformes termotolerantes (76%) Oxigênio dissolvido (73%) Ferro dissolvido (50%) Manganês total (50%) Predomínio: IQA Médio (72%) e CT Baixa (92%)

Lançamento de esgotos domésticos dos bairros Céu Azul e Nova Pampulha (Contagem)

PV200 Córrego Mergulhão

Coliformes termotolerantes (95%) Fósforo total (54%) Clorofila a (17%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (17%) Nitrogênio amoniacal total (17%) Predomínio: IQA Ruim (64%) e CT Baixa (67%)

Lançamento de esgotos domésticos do bairro Engenho Nogueira (Belo Horizonte

PV205 Córrego Mergulhão

Coliformes termotolerantes (96%) Fósforo total (88%) Manganês total (81%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (46%) Nitrogênio amoniacal total (42%) Predomínio: IQA Muito Ruim (68%) e CT Alta (76%)

Lançamento de esgotos domésticos do bairro Engenho Nogueira (Belo Horizonte) e Garagem de ônibus

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Bacia da Lagoa da Pampulha

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO - 2006 A 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV220 Ribeirão Pampulha

Clorofila a (100%) Manganês total (100%) Nitrogênio amoniacal total (77%) Coliformes termotolerantes (75%) Demanda Bioquímica de Oxigênio (65%) Fósforo total (62%) Predomínio: IQA Médio (71%) e CT Média (38%)

Lançamento de efluentes domésticos e industriais de Belo Horizonte e

Contagem

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FATORES DE PRESSÃO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO – 4º TRI 2012 FONTES DE POLUIÇÃO

PV230 Lagoa da Pampulha

Coliformes termotolerantes Cor verdadeira Demanda Bioquímica de Oxigênio Fósforo total Manganês total Nitrogênio amoniacal total Oxigênio dissolvido Predomínio: IQA Ruim e CT Baixa

Dentro da Lagoa da Pampulha próximo a Ilha dos Amores. Lançamento de efluentes domésticos e industriais de Belo Horizonte e Contagem

PV235 Lagoa da Pampulha

Coliformes termotolerantes Cor verdadeira Demanda Bioquímica de Oxigênio Fósforo total Nitrogênio amoniacal total Predomínio: IQA Ruim e CT Alta

Dentro da Lagoa da Pampulha próximo a foz dos córregos Mergulhão e Tejuco. Lançamento de efluentes domésticos e industriais de Belo Horizonte e Contagem

PV240 Lagoa da Pampulha

Coliformes termotolerantes Demanda Bioquímica de Oxigênio Fósforo total Nitrogênio amoniacal total Predomínio: IQA Ruim e CT Alta

Dentro da Lagoa da Pampulha próximo ao Vertedouro. Lançamento de efluentes domésticos e industriais de Belo Horizonte e Contagem

Lagoa da Pampulha

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos resultados do monitoramento na bacia da Pampulha mostrou que a Lagoa e seus afluentes vêm sofrendo ao longo dos anos uma série de problemas que afetam a qualidade de suas águas e também os organismos que neles se encontram. Os impactos gerados pelos lançamentos de esgotos sanitários e efluentes industriais são os principais responsáveis pelo aporte de matéria orgânica, sólidos e nutrientes que chegam a este reservatório onde grande parte se deposita. A contribuição de fósforo e nitrogênio favorece a eutrofização dos corpos de água e episódios de florações de algas. Também se destacam o assoreamento e o acúmulo de lixo doméstico como fatores que influenciam a degradação desta bacia.

Com relação aos resultados dos indicadores verificou-se o predomínio de águas nas faixas de IQA Ruim ou Muito Ruim ao longo do período de monitoramento. Observou-se ainda alternância de CT Baixa e Alta ao longo dos anos, sendo o nitrogênio amoniacal o contaminante tóxico com valores mais expressivos em toda a bacia. As condições mais favoráveis ao crescimento da biomassa algal predominaram ao longo dos anos, sendo registradas porcentagens de categorias mais altas do IET (Eutrófico, Supereutrófico e Hipereutrófico) no período avaliado.

As melhores condições de qualidade foram observadas nas estações de amostragem localizadas na nascente do córrego Sarandi (PV005), nos córregos Tapera antes da confluência com o córrego do Cabral (PV055) e Olhos d’Água na entrada da galeria de concreto (PV185), uma vez que essas estações apresentaram mais de 75% dos resultados de IQA no nível Médio e mais de 80% dos resultados da série histórica de monitoramento apresentaram CT Baixa. Destaca-se que essas estações estão localizadas em áreas de pastagens, fazendas ou próximo a nascentes.

Já os corpos de água que apresentaram as piores condições de qualidade foram os córregos do bairro Bernardo Monteiro (PV010), do Cabral a montante de sua foz no córrego Sarandi (PV065) e Sarandi a jusante do córrego do Cabral (PV070), uma vez que esses córregos apresentaram pelo menos 75% dos resultados na faixa de IQA Muito Ruim e apresentaram o maior número de parâmetros tóxicos (parâmetros que compõe a CT) violados. Os parâmetros nitrogênio amoniacal total e chumbo total apresentaram violação nessas três estações de amostragem e zinco, cianeto livre e fenóis totais também nas estações PV065 e PV070. Salienta-se que essas estações recebem os impactos das indústrias localizadas nos bairros Bernardo Monteiro, Novo Boa Vista e Kennedy e no Centro Industrial de Contagem (CINCO), todos no município de Contagem.

Com relação à qualidade das águas das estações localizadas dentro da Lagoa da Pampulha, cujo monitoramento iniciou-se em dezembro de 2012, verificou-se que o IQA se apresentou na condição Ruim nos três pontos de monitoramento. Já a CT foi considerada Alta nas estações de amostragem localizadas no braço da Igreja São Francisco (PV235) e próximo ao vertedouro (PV240) em decorrência da violação do nitrogênio amoniacal total. Na estação de amostragem localizada próximo à Ilha dos Amores (PV230) a CT foi considerada Baixa.

Os resultados da avaliação de cianobactérias no córrego da Avenida Tancredo Neves (PV105) e ribeirão Pampulha a jusante da barragem (PV220) no ano 2012 mostraram a presença dos gêneros das espécies potencialmente tóxicas Microcystis sp., Aphanocapsa sp, Sphaerocavum sp, Cylindrospermopsis raciborskii e Planktothrix sp.,

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na estação de amostragem localizada no ribeirão Pampulha a jusante da barragem (PV220).

Esses resultados indicam que as águas da bacia da lagoa da Pampulha, na grande maioria das estações avaliadas, apresentam condições sanitárias ruins, o que reflete o grande impacto dos lançamentos de esgotos domésticos e industriais nos tributários da bacia da lagoa da Pampulha, o que corroboraram para o avançado processo de eutrofização da lagoa e de seus afluentes.

Para a melhoria da qualidade das águas da Lagoa a principal ação a ser tomada é a retida dos esgotos domésticos que chegam aos corpos de água da bacia. Tal ação trará benefício em longo prazo. Outra alternativa seria promover o tratamento da água da Lagoa, após a retirada dos esgotos e a remoção dos sedimentos contaminados de maneira controlada, o que demanda estudos para a avaliar a melhor metodologia de forma a minimizar os impactos.

Ressalta-se que a prefeitura de Belo Horizonte e a Copasa estão realizando diversas ações com o objetivo de melhorar a condição ambiental da Lagoa. Nesse sentido, é importante lembrar que meta da Copasa é que 97% do esgoto da região da Pampulha em Belo Horizonte e 95% em Contagem sejam coletados e sejam direcionados para a ETE Onça. Contudo, é importante que a população seja conscientizada da sua responsabilidade em fazer a ligação da rede de esgotos de sua residência na rede da Copasa. A prefeitura de Belo Horizonte também iniciou no final de 2013 a dragagem da Lagoa, que garantirá 2m de lâmina d’água mínima, com remoção de cerca de 800.000m3 de sedimentos. Vale lembrar que outra importante etapa para revitalização da Lagoa da Pampulha contemplará os serviços de tratamento das suas águas.

50

9 REFERÊNCIAS

ALKMIM, Aline Ribeiro. Avaliação da Qualidade das Águas Superficiais da Sub-Bacia da Lagoa da Pampulha. 2009. 47 fls. Especialista em Saneamento e Meio Ambiente. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CETESB. Águas Superficiais. Disponível em < http://www.cetesb.sp.gov.br>.

COMPANHIA DE PESQUISAS DE RECURSOS MINERAIS – CPRM; PREFEITURA DE BELO HORIZONTE – PBH; PREFEITURA DE CONTAGEM. Projeto Pampulha: Estudo Hidrogeológico da Bacia da Pampulha. Belo Horizonte: CPRM, 2001, 215 fls. Volume 1.

BANDEIRA, Jefferson Vianna. Desenvolvimento de Técnicas Nucleares e Correlatas para estudos em Hidrologia Urbana - aplicações na Bacia Hidrográfica da Pampulha e no Rio das Velhas –MG. 2004. 316 fls. Doutorado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.

INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS - IGAM. Relatório de Implantação da rede dirigida de monitoramento das Águas Superficiais da Sub-bacia da Lagoa da Pampulha na Região Metropolitana de Contagem e Belo Horizonte. Belo Horizonte, 2006.

______. Indicadores da Qualidade da Água. Projeto Águas de Minas. Disponível em <http://aguas.igam.mg.gov.br>.

______. Relatório Trimestral da sub-bacia da lagoa da Pampulha- 1º trimestre 2011. Disponível em <http://www.igam.mg.gov.br>.

ORGANIZAÇÃO AMBIENTAL TERRA VIVA E SOMOS PAMPULHA, 2011. Seis Pilares de Resgate e Preservação da Vida na Lagoa da Pampulha. Disponível em: <http://somospampulha.org/os-seis-pilares/desassorear/>

RESCK, Rafael Pereira. Avaliação Morfológica e Estudo da Variação Horizontal de Parâmetros Limnológicos do Reservatório da Pampulha (Belo Horizonte – Mg). 2007. 87 fls. Dissertação Mestrado em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.

VON SPERLING, Marcos. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Estudos e modelagem da qualidade da água de rios. 1. ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental - UFMG, 2007. 588 p. Volume 7.

ANEXO A

Mapa da Qualidade das Águas Superficiais da

Bacia da Lagoa da Pampulha no Ano de 2012

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PV240PV235

PV230

PV167

PV037

PV005

PV045

PV020

PV185

PV180

PV175PV160PV155

PV150

PV145

PV140

PV135PV125

PV115PV110

PV105

PV090

PV085

PV070

PV065PV060

PV055

PV010

PV220

PV210

PV205

PV200

PV190

Córrego

São Joã

o

Córrego da Ressaca

Córre

go M

ergulh

ão

43°55'0"W

43°55'0"W

44°0'0"W

44°0'0"W

44°5'0"W

44°5'0"W19

°50'0

"S

19°5

0'0"S

19°5

5'0"S

19°5

5'0"S

0 2 41 3 Km1:90.000

Projeção: Latitude/LongitudeDatum SAD69

Fonte: Bases Digitais Ottocodificadas, IGAM - 2010 -Base Digital GeoMINAS / Prodemge, 1996

Dados de qualidade das águas: 2012 - IGAM - CETECExecução: Projeto Águas de Minas

º

43°30'W

43°30'W

45°0'W

45°0'W

17°30

'S

17°30

'S

19°0'

S

19°0'

S

20°30

'S

20°30

'S

LOCALIZAÇÃO

BACIA DO RIO DAS VELHAS - REDE DIRIGIDA DA BACIA DO RIBEIRÃO DA PAMPULHAQualidade das Águas Superficiais - Média Anual de 2012

Ribeirão do Cabral

Córrego

São Joã

oRib. do Cabral

PV130

LegendaCONTAMINAÇÃO POR TÓXICOS!( Baixa!( Média!( Alta

INDICE DE QUALIDADE DA ÁGUASem Estação de AmostragemExcelente 90 < IQA ≤ 100Bom 70 < IQA ≤ 90Médio 50 < IQA ≤ 70Ruim 25 < IQA ≤ 50Muito Ruim 00 < IQA ≤ 25Bacia do Ribeirão da Pampulha

(Estações de monitoramento implantadasna 4ª campanha de 2012.

Córrego Bom Jesus

Córrego da Glória

Ribeirão da Cachoeirinha

Ribeirão da Pampulha

Córrego do Nado

Córrego do Isidoro

PV030

PV075PV080

PV040

PV165