avaliaÇÃo da intermodalidade (rodo-ferroviÁria) e do modal rodoviÁrio no transporte de fio...
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Trabalho de Graduação apresentado a FATEC SÃO JOSÉ DOS CAMPOSTRANSCRIPT
I
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
DAVID LUIZ DA SILVA MOURA
ANDERSON RÉGIS PEREIRA
AVALIAÇÃO DA INTERMODALIDADE (RODO-FERROVIÁRIA) E DO MODAL
RODOVIÁRIO NO TRANSPORTE DE FIO MÁQUINA À SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2011
II
DAVID LUIZ DA SILVA MOURA
ANDERSON RÉGIS PEREIRA
AVALIAÇÃO DA INTERMODALIDADE (RODO-FERROVIÁRIA) E DO MODAL
RODOVIÁRIO NO TRANSPORTE DE FIO MÁQUINA À SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Faculdade de Tecnologia de São José dos
Campos, como parte dos requisitos necessários
para obtenção do título de Tecnólogo em
Logística com ênfase em Transportes.
Orientador: Dr. Luiz Antônio Tozi
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2011
III
DAVID LUIZ DA SILVA MOURA
ANDERSON RÉGIS PEREIRA
AVALIAÇÃO DA INTERMODALIDADE (RODO-FERROVIÁRIA) E DO MODAL
RODOVIÁRIO NO TRANSPORTE DE FIO MÁQUINA À SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Faculdade de Tecnologia de São José dos
Campos, como parte dos requisitos necessários
para obtenção do título de Tecnólogo em
Logística com ênfase em Transportes.
________________________________
Professor Doutor Luiz Antônio Tozi
________________________________
Professor Mestre Carlos Miagy
________________________________
Professor Mestre Carlos Eduardo Bastos
________________________________
05/07/2011
DATA DE APROVAÇÃO
IV
Durante este período de 3 anos de estudos e empenho, muitas pessoas contribuíram para que
mantivéssemos nossa determinação e seguíssemos adiante, fazendo dos percalços e
dificuldades que a vida nos impõe uma lição de aprendizado e superação. A elas, amigos,
familiares e todos que de alguma forma contribuíram para vencermos este desafio,
agradecemos profundamente por fazer parte de nossas vidas e dividir conosco a alegria desta
vitória.
Aos nossos pais, amigos e familiares.
Anderson Régis Pereira
David Luiz da Silva Moura
V
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus, por conceder o bem maior, a vida. Por iluminar nossos caminhos e nos
dar a força de vontade para alcançar nossos objetivos.
Aos nossos pais, Onofre e Regina, Itamar e Lucia, pelos conselhos, compreensão, confiança e
amor incondicional.
À Fatec SJC e a todos seus colaboradores, internos e externos; aos amigos de classe e aos
professores do curso de Tecnologia em Logística e Transportes, por nos fornecer o
conhecimento, nosso mais valioso pertence. Em especial ao nosso orientador Luiz Antônio
Tozi, por nos transmitir o aprendizado que nos fez despertar o interesse por esta linha de
pesquisa, tornando-nos apto a desenvolver este trabalho.
Por fim, aos profissionais do Tecons Terminal Vale, pelo companheirismo, aprendizado e
crescimento. Todos foram fundamentais para que nossos sonhos se tornassem tangíveis, nos
preparando para enfrentar com sucesso a carreira de Tecnólogo em Logística e Transportes.
Anderson Régis Pereira
David Luiz da Silva Moura.
VI
“A amizade é o melhor pretexto, até hoje inventado, para que um indivíduo pretenda
tomar parte na felicidade de outro”.
Machado de Assis
VII
RESUMO
Atualmente no cenário global, é de interesse das empresas aumentarem seu diferencial
competitivo através de soluções que permitam visões globais, planejamento estratégico, tático
e operacional para uma eficiente gestão logística de transporte. Neste sentido, a logística
torna-se um importante diferencial na busca de soluções integradas em processos de
distribuição e alocação de cargas. Dentre os modais de transporte, a ferrovia mostra-se uma
alternativa em potencial para melhorar o sistema de transporte de cargas no Brasil.
Sendo assim, o atual estudo apresenta uma avaliação modal entre o transporte rodoviário e o
intermodal (rodo-ferroviário) para o deslocamento de bobinas de aço (fio máquina) de uma
empresa de Ouro Branco/MG a São José dos Campos/SP. Foi realizada uma pesquisa
bibliográfica para o embasamento teórico e por meio de um estudo de caso foram obtidos os
dados reais para avaliação. Nesta avaliação utilizou-se um método AHP (Analytic Hierarchy
Process), uma ferramenta para hierarquizar alternativas de seleção de modal no auxílio à
tomada de decisão e desenvolvido a partir da opinião de especialistas considerando as duas
opções de transporte existentes e suas respectivas variáveis.
Foram identificados os critérios e subcritérios necessários à tomada de decisão. O trabalho
permite visualizar que no momento a intermodalidade (rodo-ferroviária) é a melhor
alternativa para o assunto em questão.
Palavras chave: Fio máquina, transporte rodoviário, intermodalidade rodo-ferroviário, AHP.
VIII
ABSTRACT
In today’s global stage, it’s of a company’s own interest to increase their competitive
advantage by proposing solutions which enable global visions, strategic, tactical and
operational management for an efficient transport logistics. Thus, logistics becomes an
important differentiator in the search for integrated solutions in distribution processes and
allocation of freights. Among the means of transport, the railroad appears to be a potential
alternative to improve the freight system in Brazil. Therefore, this study presents a
comparison between road transports and intermodal (rail and road) for the transport of steel
coils from a company in the state of Minas Gerais to Vale do Paraíba. A literature search for
the theoretical basis has been performed and real data for assessment were obtained through
case study with the adoption of an AHP (Analytic Hierarchy Process) - a method to prioritize
the selection of modal alternatives to assist decision making and developed from the opinion
of experts considering the two transport options available and their respective variables.
Criterions and subcriterions of intermodal and road transport were identified for this
operation. This work allows you to see that the intermodal transport is the best alternative for
the subject matter.
Keywords: Wire Rod, trucking, intermodal road-rail, AHP.
IX
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Movimentação ferroviária de matérias-primas e produtos siderúrgicos ............. 30
FIGURA 2: Transporte rodoviário de matérias-primas e produtos siderúrgicos ..................... 31
FIGURA 3: Molas helicoidais .................................................................................................. 38
FIGURA 4: Clipes para papéis ................................................................................................. 38
FIGURA 5: Parafusos ............................................................................................................... 38
FIGURA 6: Entrada de fio máquina no terminal ..................................................................... 40
FIGURA 7: Descarregamento de vagão no terminal................................................................ 40
FIGURA 8: Armazenagem de fio máquina no terminal........................................................... 41
FIGURA 9: Carregamento rodoviário de fio máquina no terminal ......................................... 42
FIGURA 10: Terminal intermodal de cargas ........................................................................... 42
FIGURA 11: Capacidade do vagão “prancha” ......................................................................... 43
FIGURA 12: Dimensões do vagão prancha ............................................................................. 43
FIGURA 13: Carreta ................................................................................................................ 44
FIGURA 15: Equipamentos da carreta ..................................................................................... 45
FIGURA 16: Estrutura hierárquica do processo....................................................................... 46
FIGURA 19: Modelo resultante da técnica brainstorming ....................................................... 48
FIGURA 20: Estrutura hierárquica com valores resultantes do AHP ...................................... 50
X
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: Matriz de transporte de carga do Brasil - TKM ................................................. 28
GRÁFICO 2: Movimentação de produtos e matérias-primas da siderurgia ............................ 29
GRÁFICO 3: Evolução da siderurgia ....................................................................................... 32
GRÁFICO 4: Dados sobre a evolução da siderurgia ................................................................ 33
GRÁFICO 5: Movimentação total da siderurgia ...................................................................... 33
GRÁFICO 6: Resultado final sobre a melhor alternativa de transportes ................................. 51
GRÁFICO 7: Critério custo limite ........................................................................................... 54
GRÁFICO 8: Critério meio ambiente limite ............................................................................ 54
GRÁFICO 9: Critério ressuprimento limite ............................................................................. 55
XI
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Características operacionais por modal de transporte ......................................... 19
TABELA 2: Participação da siderurgia no transporte de cargas do Brasil-2004 ..................... 34
TABELA 3: Dados referentes ao fio máquina ......................................................................... 37
TABELA 4: Descrição de critérios e sub-critérios definidos para análise modal .................... 49
TABELA 5: Estrutura com valores informados pelo especialista em transportes ................... 52
XII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AHP: Analytic Hierarchy Process
ANTT: Agência Nacional dos Transportes Terrestres
ANTU: Agência Nacional dos Usuários do Transporte de Carga
CLI: Centro de Logística Integrada
IPVA: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
MG: Minas Gerais
PDDT: Plano Diretor de Desenvolvimento de Transporte
PIB: Produto Interno Bruto
RMSP: Região Metropolitana de São Paulo
SJC: São José dos Campos
SP: São Paulo
TKU: Toneladas por Quilômetro Útil
XIII
Sumário
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVO ................................................................................................................... 15
1.3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 16
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 17
2.1 TRANSPORTE DE CARGAS .......................................................................................... 17
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS MODAIS .................................................................................... 19
2.3 MODAL FERROVIÁRIO ............................................................................................... 20
2.4 MODAL RODOVIÁRIO ................................................................................................ 22
2.5 TRANSPORTE INTERMODAL DE CARGAS .................................................................... 24
2.6 TERMINAL INTERMODAL DE CARGAS ....................................................................... 25
2.7 ESCOLHA DO MODAL DE TRANSPORTES .................................................................... 27
2.8 PRODUTOS SIDERURGICOS NO BRASIL ....................................................................... 28
2.9 DESAFIOS LOGÍSTICOS NO SETOR SIDERURGICO ....................................................... 32
3. ESTUDO DE CASO - ESCOAMENTO DE FIO MÁQUINA PARA SJC. .............. 35
3.1 DESCRIÇÃO DO CASO. ............................................................................................... 35
3.2 SISTEMA EM FOCO ..................................................................................................... 35
3.3 DESCRIÇÃO DO FIO MÁQUINA ................................................................................... 36
3.4 PONTO DE ORIGEM/DESTINO DO TRANSPORTE .......................................................... 39
3.5 FREQUENCIA DO TRANSPORTE .................................................................................. 39
3.6 MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM NO TERMINAL ................................................... 40
3.7 COMPOSIÇÃO FERROVIÁRIA ...................................................................................... 43
3.8 COMPOSIÇÃO RODOVIÁRIA ....................................................................................... 44
4. APLICAÇÃO DO FERRAMENTAL DE ANÁLISE MÉTODO AHP ..................... 46
4.1 APRESENTAÇÃO DO AHP .......................................................................................... 46
4.2 DESENVOLVIMENTO DO MODELO. ............................................................................. 47
4.3 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS .............................................................................. 50
4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 52
4.5 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ...................................................................................... 53
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 56
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 58
APÊNDICE......................................................................................................................60
14
1. INTRODUÇÃO
O Brasil vive um momento de potencialidades a serem exploradas no setor de
transportes. O transporte intermodal, a privatização das ferrovias, e a preocupação com os
impactos ambientais certamente contribuirão para reduzir a participação do modo rodoviário
na matriz de transportes. É de extrema importância para uma empresa a procura de matrizes
de transportes que melhor satisfaçam as suas necessidades, seja na questão de custos quanto
no nível de serviço oferecido para seus clientes, pois é desta maneira que a mesma garantirá
êxito nos resultados.
Os produtos siderúrgicos têm considerável importância na economia de um país e
colaboram significativamente para o seu crescimento O transporte ferroviário e a
intermodalidade rodo-ferroviária, com suas características de transporte para grandes volumes
e pesos, buscam uma participação mais efetiva e apresentam-se como uma solução cada vez
mais promissora para o transporte de cargas e por assim ser, questiona-se: Qual a melhor
opção para o transporte de fio máquina à São José dos Campos/SP, considerando as opções de
transporte intermodal rodo-ferroviário e transporte rodoviário?
Realizou-se uma pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórica e após essa
etapa, estudou-se um caso, avaliando e classificando as alternativas de transporte intermodal e
rodoviário existente no atual sistema de transportes da empresa. Na realização da análise dos
dados aplicou-se uma ferramenta de apoio a decisão multicritério, o AHP (Analitic Hierarchy
Process) e considerou-se a opinião de um especialista para definir quais critérios e subcritérios
são levados para determinar a escolha modal. Está análise compreende o escoamento de fio
máquina de uma siderúrgica através do transporte intermodal e rodoviário, de origem em
Ouro Branco/MG e com destino à SJC, utilizando o terminal intermodal Tecons Vale de
Caçapava/SP no modo rodo-ferroviário.
15
1.1 Justificativa
A escolha do tema deve-se ao interesse em aprofundar o conhecimento sobre o
processo já existente a respeito do transporte intermodal e rodoviário para escoamento de fio
máquina à São José dos Campos.
1.2 Objetivo
Este estudo avalia dois modos de transporte, o intermodal e rodoviário para o
escoamento de fio máquina de Ouro Branco à SJC. Assim, o modelo aqui apresentado
identifica qual a melhor opção modal para esta linha de transporte, com base em informações
quantitativas e também na avaliação qualitativa de um especialista, utilizando-se a tecnologia
AHP para identificar a opção mais viável. Na análise realizada, o modelo indica a alternativa
de transporte intermodal como a mais efetiva para o transporte de fio máquina frente à
alternativa exclusivamente rodoviária.
16
1.3 Metodologia
Para o desenvolvimento do estudo, foi utilizada documentação direta e coleta de dados
no terminal intermodal de cargas, como fonte de consulta. Conforme Silva (2004 apud
SILVA, GONÇALVES & JUNIOR, 2009), o estudo de caso envolve o aprofundamento de
um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.
Esta pesquisa constrói-se em torno de um estudo de caso utilizando-se de um
ferramental metodológico. O método AHP (Analytic Hierarchy Process) estuda fatos
contemporâneos dentro de um contexto social, faz uma comparação par a par de cada critério
escolhido à avaliação proposta. A coleta de dados foi obtida através de documentação direta,
fornecida pelo terminal intermodal de cargas Tecons Vale e documentação indireta através de
pesquisas bibliográficas, trabalhos acadêmicos e artigos. Além de entrevista com um
especialista da área para avaliar os critérios de escolha modal.
17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Na literatura foram analisados trabalhos referentes ao transporte intermodal,
rodoviário e seus componentes, além de ferramentas de auxílio multicritério à tomada de
decisão (AHP). Logo após, foram identificados os processos e utilidades do fio-máquina,
além do objetivo principal que consiste em avaliar o transporte intermodal em relação ao
transporte unimodal (rodoviário) de fio máquina.
2.1 Transporte de Cargas
De acordo com Bowersox (2002 apud CHRISPIM, 2007), o transporte é a área
operacional da logística que movimenta geograficamente o estoque. A relevância dos
transportes se dá pelo fato dos recursos estarem distribuídos de maneira desigual, obrigando
que ocorra a circulação de um ponto para o outro. Além de representar a maior parcela dos
custos logísticos na maioria das organizações, cerca de 60% o transporte tem papel
fundamental no desempenho de diversas dimensões do serviço ao cliente.
Desta forma, iniciativas como a intermodalidade (integração de vários modais de
transporte) e o surgimento de operadores logísticos, isto é, de prestadores de serviços
logísticos integrados, apresentam relevante importância para redução dos custos de transporte,
pois geram economia de escala ao compartilhar sua capacidade e seus recursos de
movimentação com vários clientes (RIBEIRO & FERREIRA, 2002).
As principais funções do transporte na logística estão ligadas basicamente às
dimensões de tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdios, o transporte de mercadorias
tem sido utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda potencial, dentro do
prazo adequado às necessidades do comprador. Mesmo com o avanço de tecnologias que
permitem a troca de informações em tempo real, o transporte continua sendo fundamental
para que seja atingido o objetivo logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na hora
certa, no lugar certo ao menor custo possível (CHRISPIM, 2007).
A atividade de transporte, a mais importante entre os diversos componentes logísticos,
vem aumentando sua participação no Produto Interno Bruto (PIB), crescendo de 3,7% para
4,3% entre 1985 e 1999. Em 30 anos, ou seja, entre 1970 e 2000, o setor de transportes
cresceu cerca de 400%, enquanto o crescimento do PIB foi de 250%. Este crescimento foi
fortemente influenciado pela desconcentração geográfica da economia brasileira nas últimas
18
décadas, na direção das regiões Centro-Oeste e Nordeste (FLEURY, 2003). Conforme
Alvarenga e Novaes (2000 apud, RIBEIRO & FERREIRA, 2002), para se organizar um
sistema de transporte é preciso ter uma visão sistêmica, que envolve planejamento, mas para
isso é preciso que se conheça: os fluxos nas diversas ligações da rede; o nível de serviço atual;
o nível de serviço desejado; as características ou parâmetros sobre a carga; os tipos de
equipamentos disponíveis e suas características (capacidade, fabricante, etc.).
Ainda as mesmas autoras ressaltam os principais elementos de parametrização de
carga: peso e volume, densidade média; dimensão da carga; dimensão do veículo; grau de
fragilidade da carga; grau de perecibilidade; estado físico; assimetria; e compatibilidade entre
cargas diversas. Portanto, pode-se analisar que no transporte de produtos, diversos fatores
precisam ser verificados para que se possa obter um nível de serviço desejável pelo cliente.
Através das características do serviço, será feita a seleção de um modal de transporte ou do
serviço oferecido dentro de um modal. Para Rodrigues (2004) as redes de transporte mais
eficientes serão aquelas que permitam tirar partido, de uma forma integrada, das vantagens
que cada modo de transporte apresenta, reduzindo, assim, os custos econômicos, os
ambientais, e devendo simultaneamente, ser conjugadas com políticas que invistam num
correto ordenamento do território.
19
2.2 Classificação dos Modais
De acordo com Fleury (2002 apud, CHRISPIM, 2007), os modais podem ser
classificados quanto às seguintes dimensões: velocidade, disponibilidade, confiabilidade,
capacidade e freqüência.
Tabela 1. – Características operacionais por modal de transporte
Fonte: Fleury (2010)
Em termos de velocidade, é bom lembrar que, na prática, os tempos do modal
rodoviário e do ferroviário, dependem fundamentalmente do estado de conservação das vias
rodoviárias e ferroviárias e varia muito de região para região e trecho para trecho, o que pode
modificar em muito o desempenho dos modais.
A dimensão disponibilidade refere-se ao número de localidades onde o modal se
encontra presente. Aqui, aparece à grande vantagem do rodoviário, que quase não tem limites
de onde chegar. No Brasil, nossa malha ferroviária de apenas 29 mil quilômetros, tem baixa
disponibilidade fora das regiões Sul e Sudeste, que torna o modal pouco disponível em muitas
regiões.
A confiabilidade, que representa a capacidade de cumprir os tempos previstos. Assim
como no caso da velocidade, o desempenho do rodoviário e do ferroviário dependem
fortemente do estado de conservação das vias e do nível de congestionamento do trânsito.
A dimensão capacidade está relacionada à possibilidade de um determinado modal
trabalhar com diferentes volumes e variedades de produtos. Nesta dimensão, o destaque de
desempenho é o modal rodoviário. Mas a combinação de modais (rodo-ferroviário) gera uma
vantagem de preço/custo, logo o desempenho operacional nestas dimensões de serviços
resulta na escolha da intermodalidade como a mais adequada para uma dada situação de
origem, destino e tipo de produto.
20
Quanto à freqüência, isto é, quantas vezes um modal pode ser utilizado em certa
medida de tempo, o duto é o que apresenta o melhor resultado. Entretanto, na comparação
entre rodoviário e ferroviário, o primeiro leva vantagem por oferecer maior disponibilidade. A
combinação de preço/custo com o desempenho operacional nestas cinco dimensões de
serviços resulta na escolha do modal mais vantajoso para uma dada situação de origem,
destino e tipo de produto.
Para Ribeiro e Ferreira (2002), velocidade é o tempo decorrido em dada rota,
disponibilidade é a capacidade que cada modal tem de atender as entregas. A confiabilidade
reflete a habilidade de entregar consistentemente no tempo declarado em uma condição
satisfatória. A possibilidade de o modal lidar com qualquer requisito de transporte denonima-
se capacidade e, por ultimo, a freqüência que se caracteriza pela quantidade de
movimentações programadas. Cada um possui estrutura de custos e características
operacionais específicas que os tornam mais adequados para determinados tipos de produtos e
de operações.
2.3 Modal Ferroviário
De acordo com Ribeiro e Ferreira (2002), o transporte ferroviário no Brasil é utilizado
principalmente no deslocamento de grandes tonelagens de produtos homogêneos, ao longo de
distâncias relativamente longas. Exemplo de produtos são os minérios (de ferro, de manganês,
carvões), derivados de petróleo e cereais em grão, que são transportados a granel.
Segundo Ballou (1993 apud, RIBEIRO & FERREIRA, 2002), existem duas formas de
serviço ferroviário, o transportador regular e o privado. Um transportador regular presta
serviços para qualquer usuário, sendo regulamentado em termos econômicos e de segurança
pelo governo. Já o transportador privado pertence a um usuário particular, que o utiliza em
exclusividade. Com relação aos custos, o modo ferroviário apresenta altos custos fixos em
equipamentos, terminais e vias férreas entre outros, porém seu custo variável é baixo. Embora
o custo total do transporte ferroviário seja inferior ao rodoviário, este ainda não é amplamente
utilizado no Brasil, como o modo de transporte rodoviário, devido aos problemas de infra-
estrutura e falta de investimentos nas ferrovias (RIBEIRO & FERREIRA, 2002).
No transporte ferroviário, os terminais são pontos de acessibilidade ao modal, onde os
trens são compostos, manobrados, carregados ou descarregados, revisados ou simplesmente
parados por razões operacionais como em cruzamentos entre trens de sentidos opostos. Podem
ser extremos ou intermediários, conforme sua situação em relação ao trecho da via. Os
21
terminais passaram a ser considerados a partir do desenvolvimento das ferrovias no século
XIX e com a obtenção de um status de monopólio prático das cargas de média e longa
distância. Desta forma, os terminais eram pontos que viabilizavam o atendimento aos clientes
nas operações de carga e descarga ao longo da malha (CHRISPIM, 2007).
Com o crescimento expressivo da concorrência de outras modalidades de transporte, o
aspecto monopolístico das ferrovias acabou e as rodovias começaram a ganhar força com o
transporte “porta a porta”. De acordo com Bertaglia (2005, apud CHRISPIM, 2007), a
indústria ferroviária não tem recebido, nos últimos anos, inovações tecnológicas na mesma
velocidade que a indústria da aviação e o transporte rodoviário. Tal fato pode ser justificado
pela característica própria do setor ferroviário em transportar produtos que são commodities, a
baixo custo e não apresenta muita flexibilidade de operação. No caso brasileiro, a
concentração de investimentos nas rodovias como principal modal de transporte, provocou
um efeito tão devastador que somos hoje o único país de dimensões continentais que tem no
transporte rodoviário seu principal modal de captação e distribuição de cargas.
Teoricamente, o segundo modal em disponibilidade é o ferroviário, mas isso depende
da extensão da malha ferroviária de um determinado país ou de uma determinada região. Nas
ferrovias, a má conservação das vias reflete nas baixas velocidades médias praticadas,
reduzindo de forma significativa a produtividade dos ativos ferroviários (WANKE &
FLEURY 2003).
Segundo Pasin, Lacerda & Laplante (2009), para o modal ferroviário cumprir sua
função de promover a competitividade sistêmica da economia brasileira, a necessidade mais
premente no segmento envolve a diversificação das cargas transportadas, o que significa um
afastamento do modelo de linhas ferroviárias dedicadas a projetos exportadores de
commodities. Esse movimento depende, necessariamente, do crescimento da intermodalidade.
No tocante à infra-estrutura, seria interessante a realização de investimentos para aumentar a
velocidade de tráfego, de forma a possibilitar a competição por cargas com o modal
rodoviário nas principais rotas entre as regiões metropolitanas do Sul-Sudeste. As quebras de
bitola no trecho entre Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo também prejudicam o
aproveitamento da redução de custos nas longas distâncias. De toda forma, o crescimento da
intermodalidade não está condicionado somente ao desenvolvimento da infra-estrutura. Para
se tornar uma alternativa viável às rodovias, é fundamental que a intermodalidade seja
realizada de forma rápida e ágil, o que exige a simplificação na regulamentação atual sobre a
emissão dos manifestos de carga.
22
2.4 Modal Rodoviário
Segundo Ribeiro e Ferreira (2002), o modal rodoviário é o mais expressivo no
transporte de cargas no Brasil, atingindo praticamente todos os pontos do território nacional,
pois desde a década de 50, com a implantação da indústria automobilística e a pavimentação
das rodovias, esse modo se expandiu de tal forma que hoje é o mais disponível. Difere do
ferroviário, pois se destina principalmente ao transporte de curtas distâncias de produtos
acabados e semi-acabados, é o mais flexível dos modais quanto à entrega para o cliente (porta
a porta). As vantagens deste modal estão na possibilidade de transporte porta a porta e de
adequação aos tempos pedidos, assim como freqüência e disponibilidade dos serviços.
Apresenta como desvantagem a possibilidade de transportar somente pequenas cargas.
O modal rodoviário, por sua vez, apresenta pequenos custos fixos, uma vez que a
construção e a manutenção de rodovias dependem do poder público e seus custos variáveis
(por exemplo, combustível, óleo e manutenção) são medianos. Em relação à disponibilidade,
que representa a quantidade de localidades em que o modal se encontra presente, o modal
rodoviário é a melhor opção, pois quase não apresenta limites de onde chegar. O modal possui
limitação na quantidade carregada, não só pelo alto peso próprio (tara), mas também por leis
que regulam o limite de peso nas estradas (WANKE & FLEURY, 2006).
Conforme ANTT (2007, apud OLIVEIRA, LEAL JR & BALESTIERI, 2010) no setor
siderúrgico, 70% do transporte realizado são feitos pelo modo rodoviário. Porém, na escolha
dos transportadores essa indústria vem ignorando um aspecto muito importante, o ambiental,
que é muito relevante, já que seus processos produtivos e seu principal modo de transporte
impactam de forma negativa no meio ambiente. Sendo responsável por diversos impactos
ambientais, dentre eles a emissão de CO2 e consumo de energia (óleo diesel) se destacam.
O transporte rodoviário também é responsável por diversos impactos ambientais, entre
eles se destacam:
Poluição atmosférica por meio da emissão de gases (CO²) pela queima de
combustíveis;
Poluição sonora;
Poluição térmica através da liberação de calor pelos veículos em funcionamento;
Descarte de resíduos sólidos e líquidos como óleo, pneus, sucatas etc.;
Extinção de recursos naturais com os derivados de petróleo;
Maior consumo de energia.
23
O consumo de energia é um dos mais relevantes ao transporte rodoviário, porque
representa de 30% a 40% dos custos variáveis e de 10% a 15% dos custos totais desta
atividade. Além disso, o uso de energia representa uma preocupação ambiental, tanto em
função do comprometimento dos recursos naturais esgotáveis quanto em função dos impactos
ambientais relacionados à emissão de poluentes atmosféricos locais, regionais e globais
(D´AGOSTO & RIBEIRO, 2002, apud OLIVEIRA, LEAL JR & BALESTIERI, 2010).
Considerando exclusivamente à distância percorrida como único direcionador de
custos relevante, Lima (2003, apud WANKE & FLEURY, 2006) propõe a seguinte
classificação de itens entre custos fixos e variáveis no transporte rodoviário de cargas. Os
custos fixos são: depreciação dos veículos, remuneração do capital, custos administrativos,
IPVA/seguro obrigatório dos veículos (não inclui prêmios pagos por seguro da carga) e
pessoal. Os custos variáveis são: pneus, óleo, lavagem/lubrificação, combustível, manutenção
e pedágio.
De acordo com Pasin, Lacerda & Laplante (2009), o modal rodoviário é o principal
componente da matriz de transporte do Brasil, respondendo por volta de 60% do total de
cargas movimentadas no país. A malha de rodovias tem uma extensão total de 1,6 milhões de
quilômetros. Destes, cerca de 200 mil, ou 12%, são de estradas pavimentadas, dos quais a
iniciativa privada administra pouco mais de 12 mil quilômetros, por meio de concessões
localizadas nas áreas de maior renda per capita e de maior densidade de tráfego. O maior
desafio para o modal encontra-se nas estradas de menor densidade de tráfego: essas rodovias
são incapazes de gerar receitas tarifárias suficientes para cobrir seus custos de manutenção,
sendo assim, pouco atrativas a investidores privados. A tributação de bens complementares às
rodovias, como os combustíveis e a propriedade de veículos, é uma estratégia adotada em
diversos países do mundo para prover uma conservação rodoviária adequada.
A concessão de uma estrada somente é viável se a operação da rodovia gerar um fluxo
de caixa atraente ao capital privado. Nas estradas com menos densidade de tráfego, os custos
operacionais, de cobrança de pedágio e de remuneração do capital investido tornam muitas
vezes desinteressante a realização da concessão. Em alguns desses casos, seria possível trazer
a rodovia de volta para a linha de atratividade por meio do aperfeiçoamento dos mecanismos
de mensuração, cobrança e pagamento pelo uso da rodovia. A aplicação de tecnologia da
informação permitiria, por meio da identificação dos veículos, a aplicação de cobrança no
quilômetro rodado e, dessa maneira, distribuir os custos da rodovia por número maior de
usuários. (PASIN, LACERDA & LAPLANE, 2009).
24
2.5 Transporte Intermodal de Cargas
Entende-se por transporte intermodal o processo de utilização de no mínimo dois
modais de transporte, sendo que a mercadoria permanece em sua totalidade durante toda a
jornada nestes modais. (TSAMBOULAS, 2002 apud DUBKE, FERREIRA & PIZZOLATO,
2004). Segundo Rodrigues (2004), o transporte intermodal representa o movimento de
mercadorias que utiliza dois ou mais modos de transporte, sem manipular a mercadoria nos
intercâmbios de modo. O termo intermodalidade corresponde a um sistema em que dois ou
mais modos de transporte intervêm no movimento de mercadorias de uma forma integrada.
No Brasil, a operação de transporte intermodal é aquela que ocorre através de dois ou
mais modais, desde a origem até o destino do produto, usando-se um ou vários contratos de
transporte com seu respectivo e específico documento para cada trecho percorrido (DUBKE,
FERREIRA & PIZZOLATO, 2004). O transporte combinado é um conceito utilizado para
designar o transporte intermodal de mercadorias onde a maioria do itinerário percorrido se
efetua de comboio, ou por via marítima e, o menos possível, por rodovia, sendo esta utilizada
só na etapa inicial e final. As empresas procuram novas soluções que lhes reduzam os custos,
combinando as possibilidades: caminhão-comboio, barco-comboio, avião-comboio-caminhão,
etc. O transporte intermodal permite coordenar os meios de transporte por estrada, ferrovia,
mar e, recentemente, aéreo, facilitando a sua intermodalidade (RODRIGUES, 2004).
Existe hoje na Europa uma mobilização para integrar o transporte rodo-ferroviário e
conforme Boudouin (1996, apud DUBKE, FERREIRA & PIZZOLATO, 2004), este interesse
vem das várias vantagens que a integração proporciona, destacando-se, dentre outras, o
descongestionameto dos principais eixos de comércio com o tráfego de caminhões pesados,
questões ambientais como poluição do ar, sonora, e riscos de acidentes. Além disso, o dilema
entre rodovia e ferrovia não é mais a tônica entre os usuários clientes. Numerosos são os
clientes, tanto empresas agro-industriais quanto transportadores, que vêem na intermodalidade
uma possibilidade de aumentar a eficiência global de seus produtos e o sistema global de
circulação de mercadorias. Entretanto, a intermodalidade dos transportes não é a solução para
todos os problemas de circulação de mercadorias, pois é preciso satisfazer a demanda no
tempo e no espaço.
De acordo com Rodrigues (2004), a principal vantagem do transporte intermodal
consiste em combinar as potencialidades dos diferentes modos de transporte. Desta
combinação podem resultar importantes reduções dos custos econômicos, segurança
rodoviária, poluição, consumo de energia, redução do tráfego rodoviário. O transporte
25
intermodal só poderá ser uma realidade se for competitivo perante o transporte rodoviário
(unimodal) e, para que tal aconteça, será decisivo que, no processo de mudança de modo de
transporte, este seja eficaz e de baixo custo; caso contrário, este sistema poderá ser inviável.
2.6 Terminal Intermodal de Cargas
Conforme Nièrat (1997, apud MASS, 2001), que trata especificamente dos terminais
intermodais rodo-ferroviário, considera-os como “um serviço no qual os modos rodoviário e
ferroviário são combinados para transportar produtos de um local a outro”. Segundo Caldas,
Mello, Meza & Azevedo (2009), diz que os terminais logísticos de cargas podem ser
classificados, quanto ao modo de transporte (rodoviário, intermodal, aéreo, ferroviário,
portuário); quanto à sua abrangência (urbano, regional, intermunicipal, interestadual,
internacional) e quanto aos serviços oferecidos (embarque/desembarque, transbordo,
armazenagem, beneficiamento, atividades logísticas, serviços aduaneiros). Para Zimmer
(1996, apud MASS, 2001), o terminal intermodal tem como função receber a carga dos
transportadores, identificar as rotas por eles pretendidas, planejar o padrão de carregamento
dos vagões e a configuração dos vagões no trem, verificar a conveniência dos vagões para o
serviço requerido, realizar pequenos reparos, carregar e descarregar os vagões e preparar os
vagões carregados para a partida.
A tipologia de centros logísticos em terminais de transporte apresentada por Rosa e
Ratton Neto (2005, apud CALDAS, MELLO, MEZA & AZEVEDO, 2009), propõe uma base
de agregação de funções a um terminal, de modo que se possa, em cada uma destas funções,
atribuir valor aos serviços logísticos que o compõem. Nesse sentido, empregou-se uma escala
de serviços logísticos agregados para classificar os terminais conforme os níveis em que se
enquadrarem nessa escala. Em linhas gerais, esta tipologia propõe distinguir as funções
exercidas no terminal e estabelecer categorias que possam apresentar, em sequência,
possibilidades de agregação de valor. A princípio, buscou-se uma pré-definição destas
categorias, apresentadas a seguir:
Terminal de Recebimento/Despacho de Mercadoria - a mercadoria é despachada e
retirada diretamente no terminal quer por carregadores, quer pelo cliente final;
Terminal de Transbordo de Carga – a mercadoria muda de veículo no mesmo modo de
transporte;
Terminal Intermodal de Transbordo de Carga – a mercadoria muda de modo de
transporte, mas sem ruptura de carga;
26
Transporte Intermodal com Serviços de Nível I – há ruptura da carga, sua
movimentação e armazenagem no terminal, utilização de serviços de diferentes meios
de transporte;
Transporte Intermodal com Serviços de Nível II – há ruptura da carga, sua
movimentação e armazenagem no terminal, utilização de serviços de diferentes meios
de transporte e serviços de gestão;
Transporte Intermodal com Serviços de Nível III – há ruptura da carga, sua
movimentação e armazenagem no terminal, utilização de serviços de diferentes meios
de transporte, serviço de gestão e acabamento de produção;
Terminal Intermodal com Serviços de Nível IV – há ruptura da carga, sua
movimentação e armazenagem no terminal, utilização de serviços de diferentes meios
de transporte, serviços de gestão, acabamento de produção e serviços de informação.
Segundo Dubke, Ferreira & Pizzolato (2004), foi idealizada pela Secretaria Estadual
de Transportes do Estado de São Paulo, dentro do Plano Diretor de Desenvolvimento de
Transportes (PDDT), para o período de 2000/2020, uma área dimensionada para abrigar um
terminal intermodal rodo-ferroviário e uma plataforma logística capazes de realizar operações
de estocagem, distribuição, consolidação e desconsolidação de contêineres, serviços de apoio
e áreas alfandegadas. Há um mercado potencial de carga intermodal dentro do Estado de São
Paulo estimado em 56 milhões de toneladas em 2000, tendo como pólo de origem e destino a
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Demonstrou-se que o desenvolvimento da
ferrovia e a exploração deste mercado dependem, dentre outros fatores, da implantação de um
conjunto de instalações que foram denominadas Centros de Logística Integrada ou CLI’s.
O PDDT situa o CLI como elemento vital do complexo de transportes que atende a
vários objetivos públicos, como facilitar as transferências rodoviário-ferroviário,
impulsionando a intermodalidade. Objetiva-se realizar neste centro operações de consolidação
e desconsolidação de contêineres, racionalização da coleta e distribuição de cargas na RMSP,
através do uso de caminhões menores trafegando a distâncias também menores; prover
serviços logísticos, especialmente espaços de estocagem rápida que aperfeiçoem as funções
de concentração/distribuição para empresas industriais, inclusive de transporte de
encomendas.
27
2.7 Escolha do Modal de Transporte de Cargas
A escolha modal no transporte de cargas pode ser definida como a atividade de
planejamento de transportes que determina qual modo (ou modos) deve ser utilizado durante o
transporte de insumos e bens acabados, sendo necessária a definição das características
pertinentes ao processo de movimentação das cargas. Na escolha modal devem-se considerar
diversas variáveis qualitativas e quantitativas intervenientes nesse processo, tais como as
características de mercado, a infra-estrutura de transporte e as tecnologias disponíveis.
(RODRIGUES, 2001 apud CURY-OLIVEIRA, 2004). Wanke (2003), afirma que, de modo
mais amplo, as decisões de transporte afetam significativamente a relação entre custos fixos e
variáveis no transporte de cargas, o que seria fator determinante para a formulação de
estratégias pelas empresas que contratam e que prestam os serviços de transporte.
Conforme Wanke e Fleury (2003), seja no cenário das políticas públicas de
investimento em infra-estrutura quanto no cenário gerencial de empresas privadas e estatais, a
principal decisão relativa ao transporte de cargas é a escolha dos modais de transporte
(FIGUEIREDO; FLEURY; WANKE, 2003). São cinco os modais de transporte de cargas:
rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo. Cada um possui estrutura de custos e
características operacionais específicas que os tornam mais adequados para determinados
tipos de produtos e de operações. Nos critérios para a escolha do modal de transporte, por um
lado, devem ser observados aspectos relativos a custos, e, por outro, questões relacionadas à
prestação do serviço de transporte. Em relação aos aspectos de custos cabe destacar o nível de
imobilização de capital em ativos fixos, a existência de economias de escala associadas ao seu
uso (medidas em tonelada/quilômetro transportado, isto é, através do produto do peso
transportado pela quilometragem percorrida) e a presença de rendimentos crescentes ou
decrescentes de escala no consumo de combustíveis, de lubrificantes e de materiais de
reposição.
28
No gráfico 1, podemos observar o predomínio do modal rodoviário de cargas no
Brasil.
Gráfico 1. – Matriz de transportes de carga do Brasil - Tkm
Fonte: Oliveira, Leal Jr e Balestieri (2010)
Ao escolher o melhor modal de transporte para determinada mercadoria deve-se
observar as características operacionais relativas por modal de transporte. Segundo Fleury
(2000, apud RIBEIRO & FERREIRA, 2002), em relação aos modais, há cinco pontos
importantes para se classificar o melhor transporte: velocidade, disponibilidade,
confiabilidade, capacidade e freqüência. Esses pontos já foram citados e definidos
anteriormente neste trabalho.
2.8 Produtos Siderúrgicos no Brasil
Segundo Fonseca, Alecrim & Silva (2007), as principais matérias-primas utilizadas na
indústria siderúrgica são o minério de ferro, abundante e de ótima qualidade no Brasil, e o
carvão mineral, escasso e de baixa qualidade no país, o que obriga as empresas siderúrgicas
nacionais a importarem praticamente todo o carvão que consomem. Embora no país os
diversos setores consumam diferentes tipos de aço, a indústria siderúrgica nacional consegue
atender a quase totalidade da demanda do mercado doméstico, produzindo uma ampla gama
29
de produtos, classificados em planos e longos, semi-acabados e acabados, conforme
discriminado abaixo:
• Semi-acabados: Placas, blocos e tarugos;
• Produtos planos: Não revestido em aço carbono – Bobinas e chapas grossas, bobinas e
chapas laminadas a quente, bobinas e chapas laminadas a frio;
• Revestidos em aço carbono: Folhas metálicas, bobinas e chapas zincadas.
• Produtos longos: Em aço carbono – Perfis leves, médios e pesados, trilhos e acessórios,
vergalhões, fio-máquina e barras;
• Em aço ligado/especiais: Fio-máquina, barras em aço para construção mecânica, barras em
aço ferramenta, barras em aços inoxidáveis e válvulas e tubos sem costura.
De acordo com a Agência Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (ANTU),
houve uma forte retomada no crescimento da movimentação de matérias- primas e produtos
da siderurgia brasileira, acima de 50% em curto período, ou seja, 50,3 milhões a mais. No
gráfico 2 podemos observar este crescimento:
Gráfico 2. – Movimentação de produtos e matérias-primas da siderurgia
Fonte: ANTU – Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (2010)
30
Na figura 1, podemos identificar a movimentação ferroviária de matérias-primas e
produtos siderúrgicos, além de observar novas instalações de siderúrgicas.
Figura 1. – Movimentação ferroviária de matérias-primas e produtos siderúrgicos
Fonte: ANTU – Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (2010)
31
Na figura 2, conseguimos detalhar a movimentação rodoviária de matérias-primas e
produtos siderúrgicos e perceber o acréscimo da movimentação nas rodovias.
Figura 2. – Transporte rodoviário de matérias-primas e produtos siderúrgicos
Fonte: ANTU – Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (2010)
Conforme Carvalho (2007), a indústria siderúrgica é importante fornecedora de
insumos para produtos industriais e para a construção civil. É formada por grandes empresas,
em geral verticalizadas, que operam as diversas fases do processo produtivo, desde a
transformação do minério em ferro-gusa até a produção de bobinas a frio ou galvanizadas. Por
ser intensiva em capital, necessita de investimentos em ativos destinados a projetos de longo
prazo de maturação, que implicam elevado aporte de recursos.
32
2.9 Desafios Logísticos no Setor Siderúrgico
De acordo com Gomes, Aidar & Videira (2006), o desempenho do aço brasileiro no
comércio internacional melhorou após reestruturação da indústria siderúrgica nacional. E o
momento atual é de crescimento do setor tanto em vendas diretas quanto em vendas indiretas
ao mercado externo. No ano de 2004, o mercado interno mostrou certa reação frente às
turbulências de anos anteriores. A produção de aço bruto situou-se em cerca de 33 milhões de
toneladas (aumento de 5,7% sobre 2003).
Para Araujo (2010), a logística é fator primordial para a sobrevivência e crescimento
da siderurgia brasileira: no recebimento de matéria-prima, escoamento da produção voltada ao
mercado doméstico e no acesso aos portos e embarque de produtos para exportação. A maior
preocupação do setor reside na questão da indisponibilidade de adequada infra-estrutura de
transportes, tendo em vista condições precárias das rodovias, concentração econômica, portos
com serviços caros e projeção de oferta portuária insuficiente, além de cabotagem
insuficiente. Os gráficos 3 e 4, apresentam a evolução da siderurgia, das vendas, produção e
consumo de aço .
Gráfico 3. – Evolução da siderurgia
Fonte: ANTU – Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (2010)
33
Gráfico 4. – Dados sobre a evolução da siderurgia
Fonte: ANTU – Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (2010)
A movimentação total da siderurgia em 2004 é apresentada pelo gráfico 5. A seguir, na
tabela 2 podemos observar a participação da siderurgia no transporte de cargas do Brasil no
mesmo ano.
Gráfico 5. – Movimentação total da siderurgia
Fonte: ANTU – Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (2010)
34
Tabela 2. – Participação da siderurgia no transporte de cargas do Brasil – (2004)
Fonte: ANTU – Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (2010)
Para vencer os desafios do futuro, a indústria siderúrgica brasileira precisa ganhar escala
de produção em nível mundial. Mesmo sendo detentor de minério de ferro em abundância e de
excelente qualidade, possuir um parque siderúrgico moderno, excelente infra-estrutura logística,
melhor configuração mundial do conjunto “mina-planta-porto-mercado” e capacidade de atrair
talentos, o setor apresenta-se minúsculo ante a demanda mundial. As empresas siderúrgicas
brasileiras precisam desenvolver parcerias no sentido de obter recursos que lhes permitam investir
para acompanhar a demanda. Esse será, sem sombra de dúvidas, o grande desafio a ser enfrentado
nos próximos anos. A depender da análise dos números das empresas brasileiras e do potencial de
mercado que apresenta, este desafio poderá ser facilmente vencido. (CARVALHO, 2007).
35
3. ESTUDO DE CASO – ESCOAMENTO DE FIO MÁQUINA PARA SJC
3.1 Descrição do Caso
Neste cenário global, as empresas buscam reduzir os custos e agregar valor aos seus
produtos e elevar seu nível de serviço, a intermodalidade (rodo-ferroviária) é uma alternativa
viável para o transporte de fio máquina com origem em Ouro Branco/MG e destino em São
José dos Campos/SP. Portanto, o modelo tem por objetivo fundamentar a escolha modal no
transporte de cargas, com base em informações quantitativas e também nas avaliações
qualitativas de um especialista, utilizou-se a tecnologia AHP para se identificar qual a melhor
opção modal neste caso.
3.2 Sistema em Foco
Este estudo compara duas possibilidades de transporte no escoamento de fio máquina
que se origina em Ouro Branco e destina-se à SJC. Serão apresentados os fluxos de
escoamento e os possíveis fluxos utilizando-se de transporte intermodal e rodoviário para o
mesmo par de origem e destino. Utilizou-se a siderúrgica de Ouro Branco como ponto de
origem, o Tecons Terminal em Caçapava/SP para avaliar o transporte intermodal (rodo-
ferroviário) durante o percurso e como ponto de destino a empresa “Log2zero8” em SJC.
Este caso foi escolhido por possibilitar a análise de duas importantes modalidades de
transportes e pela facilidade de acesso aos dados pelos autores. Para auxiliar essa decisão, foi
aplicada os conceitos de análise hierárquica através do modelo (AHP). Os critérios adotados
para a avaliação das alternativas neste estudo foram: custo, meio ambiente e ressuprimento.
Para o escoamento das bobinas de aço com destino a SJC, a empresa utiliza os modos
ferroviários, rodoviário, além da combinação entre eles, rodo-ferroviário. No ano de 2010
foram embarcadas 102 mil toneladas de bobinas no modo rodo-ferroviário e 20 mil toneladas
no modo rodoviário para este itinerário, confirmando que o transporte intermodal é
predominante nesta matriz de transportes.
Desta forma, podemos avaliar quais as vantagens de cada meio de transporte e qual a
melhor opção para este processo. Para o desenvolvimento do estudo foram consideradas
algumas premissas que serão apresentadas a seguir. Os cálculos dos custos de transporte
foram segmentados da seguinte forma: Nos fluxos que envolvem o modo rodoviário foi
considerado: transporte em caminhão trator com semi-reboque prancha, com capacidade de
36
(vinte e cinco) toneladas e frete R$/t, incluso outras despesas como, seguro e pedágio.
Enquanto no transporte intermodal inclui todas as premissas do rodoviário e agrega as do
modal ferroviário, a bitola larga (sudeste) foi considerada: transporte em vagões com
capacidade de 75 (setenta e cinco) toneladas, frete R$/t e incluso outras despesas como
seguro, transbordo e armazenagem. Os prazos de entrega foram obtidos por meio de contratos
de transporte que contemplam os fluxos atuais. Com o auxilio do gerente de logística da
empresa analisada foi possível estabelecer os atributos determinantes na decisão do modo a
ser praticado.
Para a “Log2zero8” é fundamental obter um meio de transporte, com segurança,
rapidez e baixo custo, desta forma, considera a utilização do modal ferroviário e rodoviário,
desde que programado com antecedência, uma combinação perfeita à satisfação de seus
clientes. O modal ferroviário proporciona perenidade e cadência no ciclo, contratos de longo
prazo, bem como reduz fluxo rodoviário em fábricas e terminais oferecendo maior segurança,
e em comparação com o modal rodoviário é menos poluente.
3.3 Descrição do Fio Máquina
O fio máquina é um aço laminado a quente, elaborado com alto, médio e baixo teor de
carbono e de baixa liga. Produto intermediário, longo, de seção circular, utilizado na
fabricação de arames, parafusos, molas, rebites, telas, cabos de aço obtido pela laminação a
quente de tarugos. É destinado à fabricação de elementos fixadores: como porcas, parafusos,
prisioneiros e rebites. É sempre fornecido em bobinas. Consiste em matéria-prima para outros
produtos de aço, tais como: arames para lã de aço, fixadores, molas, eletrodos e solda MIG, e,
ainda aplicações em agropecuária, construção civil, eletrificação, cabos, linha branca, barras
para construção em mecânica, molas helicoidais para amortecedores e muitos outros.
37
PRODUTO APLICAÇÃO BITOLA DIAMETRO
INTERNO
DIAMETRO
EXTERNO ALTURA PESO
Fio Máq. 17,5
mm – 1020X
BLCC
Estampagem a
frio – CHQ
comum
17,5 850 1300 1700 2000
Kg
Fio Máq. 5,5
mm – SAE
1405
Mola 5,5 850 1300 1700 2000
Kg
Fio Máq. 5,5
mm – 1508
MIG
Eletrodo MIG 5,5 850 1300 1700 2000
Kg
Fio Máq. 5,5
mm – 1045E
Galvanized
Wire 5,5 850 1300 1700
2000
Kg
Fio Máq. 5,5
mm – 1045E
Arame para
uso industrial 5,5 850 1300 1700
2000
Kg
Tabela 3. – Dados referentes ao fio máquina
Fonte: Empresa “Log2zero8”
38
A seguir podemos observar as figuras 3, 4 e 5 que são algumas aplicações através do
fio máquina.
Figura 3. – Molas helicoidais
Fonte: Tecons Terminal Vale
Figura 4. – Clipes para papéis
Fonte: Tecons Terminal Vale
Figura 5. – Parafusos
Fonte: Tecons Terminal Vale
39
3.4 Ponto de Origem/Destino do Transporte
Quando é utilizada a intermodalidade, parte-se de Ouro Branco no modo ferroviário e
em Caçapava/SP, é descarregado o vagão em um terminal de transbordo, o Tecons Terminal
vale. Em seguida, o material é embarcado novamente em um caminhão até o cliente
localizado em SJC. O modo ferroviário possui 532 quilômetros e o rodoviário utiliza-se de 32
quilômetros.
A segunda rota é realizada exclusivamente por modal rodoviário possui 604
quilômetros, de Ouro Branco, MG à “Log2zero8” em SJC. A grande vantagem é a
velocidade, facilitando o tempo de entrega.
.
3.5 Freqüência do Transporte
Quanto à freqüência, o transporte intermodal (rodo-ferroviário) possui a maior parte
do atendimento. Em média para atender a necessidade da empresa “Log2zero8” por este meio
de transporte é necessário em média 30 vagões prancha (36 bobinas/vagão) e 90 carretas (12
bobinas/carreta) semanais. Enquanto o modal rodoviário responde por aproximadamente 18
carretas (12 bobinas/carreta) por semana. O tempo de entrega do rodoviário consiste em 10
horas, enquanto no rodo-ferroviário o tempo é de 20 horas.
40
3.6 Movimentação e Armazenagem no Terminal
A seguir podemos observar passo a passo o processo de movimentação e
armazenagem no terminal através das figuras 6, 7, 8 e 9. Na armazenagem deste material não
há necessidade de cobertura, somente deve-se tomar a precaução com relação ao
amassamento das bobinas. Portanto é necessário o uso de berço de madeira para
condicionamento e no máximo uma pilha de três rolos para não danificá-las. Além de
sinalizar o pátio para evitar a colisão de veículos equipamentos com o material. O material
pode ser exposto aos efeitos do tempo como chuva e raios solares.
Figura 6. – Entrada de fio máquina no terminal
Fonte: Tecons Terminal Vale
41
Figura 7. – Descarregamento de vagão no terminal
Fonte: Tecons Terminal Vale
Figura 8. – Armazenagem de fio máquina no terminal
Fonte: Tecons Terminal Vale
42
Figura 9. – Carregamento rodoviário de fio máquina no terminal
Fonte: Tecons Terminal Vale
A seguir a Figura 10 apresentada a localização do terminal intermodal, o pátio de
armazenagem de material (1), a linha férrea (2), o escritório de operações (3) e cabines de
transportadoras (4).
Figura 10. – Terminal intermodal de cargas
Fonte: Tecons Terminal Vale
43
3.7 Composição Ferroviária
São utilizados os vagões tipo prancha, a lotação limite é de 72 toneladas, a tara de 28
toneladas e peso bruto máximo de 100 toneladas. Este vagão possui 18,3 metros de
comprimento e 3,2 metros de largura. As figuras 11 e 12 apresentam esses dados no próprio
vagão.
Figura 11. – Capacidade do vagão “prancha”
Fonte: Tecons Terminal Vale
Figura 12. – Dimensões do vagão “prancha”
Fonte: Tecons Terminal Vale
44
3.8 Composição Rodoviária
As carretas utilizadas no transporte de fio máquina são especializadas para este fim, os
berços removíveis, propiciam o devido travamento dos rolos. Seu sistema de amarração
permite a fixação individual de cada rolo. Esta importante característica garante a segurança
integral do transporte mantendo a versatilidade da carreta. Na figura 13 apresenta uma carreta
utilizada no transporte de bobinas de aço.
Figura 13. – Carreta
Fonte: Tecons Terminal Vale
45
Na figura 14, podemos ver detalhes dos berços de madeira sobre a carreta, as cintas de
nylon, as catracas e ganchos utilizados para amarração do fio máquina.
Figura 14. – Equipamentos da carreta
Fonte: Tecons Terminal Vale
46
4. APLICAÇÃO DO FERRAMENTAL DE ANÁLISE MÉTODO AHP
4.1 Apresentação do AHP
Conforme Oliveira, Leal Jr e Balestieri (2010), o método AHP foi desenvolvido por
Thomas Saaty em meados da década de 70. Ele é um método eficaz para a tomada de decisão,
pois identifica a melhor opção dentro das alternativas possíveis e auxilia na determinação de
prioridades, considerando aspectos quantitativos e qualitativos.
Segundo Leite e Nogueira (2009) a aplicação do método AHP, assim como a
exposição de seus resultados está dividida em etapas: montagem da estrutura hieráquica,
identificação e avaliação do especialista para obtenção de dados, síntese dos valores obtidos,
comparação paritária dos elementos em cada nível do sistema e obtenção dos resultados.
Na parte de montagem de estrutura hierárquica serão classificados os elementos que
farão parte do problema proposto. Os critérios foram divididos em dois níveis conforme suas
importâncias. No nível hierárquico principal se encontram os critérios que serão os primeiros
avaliados, logo abaixo no nível hierárquico secundário são visualizados os subcritérios. Em
seguida cada alternativa está ligada a um subcritério, na figura 15 podemos observar esta
estrutura.
HIERARQUIA
A B C D
Critérios
Subcritérios
Alternativas
Nível Principal
Nível Secundário
Alternativas
Figura 15. – Estrutura hierárquica do processo
Fonte: Leite e Nogueira (2009)
Os critérios situados no nível principal terão um grande impacto sobre o objetivo,
sendo representado pelo custo, meio ambiente e ressuprimento segundo a avaliação que o
especialista considera importante neste estudo de caso. Cada um desses critérios foi
47
fragmentado em: a) sub-critérios do custo: frete, armazenagem, movimentação; b) meio
ambiente: emissão de poluentes, consumo energético, e c) ressuprimento: confiabilidade,
tempo em trânsito e freqüência. Na etapa de avaliação do especialista foi realizada uma
entrevista pessoal em junho de 2011, o decisor analisou par a par cada elemento da estrutura,
conforme os seus conhecimentos. Em seguida, anota-se a avaliação nas matrizes de
comparação. Segundo Costa (2002 apud LEITE & NOGUEIRA, 2009), o avaliador é
responsável pela análise de desempenho. Portanto a qualidade de todo o método até o
resultado final repousa sobre a capacidade de o avaliador pontuar as comparações.
O entrevistado foi um gerente de logística e transportes da empresa pesquisada, que
pediu para não ser citado por motivos pessoais, mediante uma visita ao terminal de cargas
Tecons Terminal Vale, situado na cidade de Caçapava onde o avaliador atua periodicamente.
Nesta entrevista foram verificados os pontos mais relevantes à tomada de decisão na escolha
modal, segundo o conhecimento do especialista. A síntese dos valores foi obtida através da
aplicação da escala fundamental criada por Saaty e segue as quatro etapas: a) Normalização
das matrizes; b) Encontro das médias locais; c) Obtenção do valor da razão de consistência; d)
Encontro das médias globais. E por último a obtenção de resultados por meio das análises
realizadas com o especialista em logística e transportes da empresa pesquisada.
4.2 Desenvolvimento do Modelo
O desenvolvimento do modelo tem como propósito verificar quais critérios influi, nas
decisões de escolhas de transporte deste estudo de caso. Foi utilizado o ferramental AHP, que
permite encontrar por meio de uma seleção a melhor escolha. Entre as alternativas a serem
avaliadas empregou-se uma técnica de Brainstorming.
A seleção dos critérios, utilizados no método AHP à escolha da melhor técnica a ser
aplicada na decisão de modo de transporte para fio-máquina em uma determinada linha, foi
realizada através da Técnica Brainstorming realizada com o especialista no assunto. De
acordo com Minicucci (2001, apud, Leite e Nogueira, 2009), a técnica Brainstorming foi
criada em 1945, por Alex Osborn, e uma vez praticada, incentiva o trabalho em grupo e a
criatividade. A técnica Brainstorming pode ser realizada por um indivíduo ou por um grupo
de indivíduos, tendo como característica a reunião de uma grande quantidade de idéias para se
chegar à resolução de um problema.
48
Na aplicação da técnica de Brainstorming foram elaboradas prioritariamente, as
categorias principais que deveriam ser expostas. Após a escolha das categorias, foram
selecionados três critérios, cada um referente a cada categoria. Em seguida cada critério foi
amplamente estudado levando em consideração os sub-critérios. O modelo resultante da
aplicação da Técnica Brainstorming está ilustrado na figura 16.
Figura 16. – Modelo resultante da técnica brainstorming
Fonte: Autores
49
Critérios e Subcritérios Descrição
Custo (critério)
São medidas monetárias dos sacrifícios financeiros com as quais uma
organização, têm que arcar a fim de atingir seus objetivos neste caso como parte
do plano necessário para decidir o melhor modo de transporte para fio máquina.
Meio Ambiente (critério)
O meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e
sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou
longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas. Logo a atividade de
transporte precisa ser otimizada para reduzir os impactos ambientais.
Ressuprimento (critério)
Trata do tempo decorrido desde a colocação de um pedido de ressuprimento até
que o material esteja disponível para utilização. O tempo de transporte desde a
origem até o destino final.
Frete
(subcritério de custo)
Valor expresso em moeda referente à aquisição ou iniciação de um processo
como parte dos custos de transporte.
Armazenagem (sub-
critério de custo)
A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem a nível econômico,
sendo esta, muito utilizada para material de ferragens e essencialmente material
pesado.
Manuseio
(sub-critério de custo)
Trata dos custos relacionados a movimentação de material no transbordo entre
modais de transportes.
Demurrage
(sub-critério de custo)
Consiste em uma multa que o afretador paga ao fretador se os vagões
permanecerem com ele por mais tempo do que o acordado.
Emissão de Poluentes
(sub-critério de Meio
Ambiente)
Verificar a relação de poluição por cada veículo de transporte.
Consumo Energético
(sub-critério de Meio
Ambiente)
Refere-se a quantidade de energia necessária para locomover os veículos
utilizados no processo de transporte.
Confiabilidade (sub-
critério de
Ressuprimento)
É a capacidade do modal de transporte realizar e manter seu funcionamento em
circunstâncias de rotina, bem como em circunstâncias hostis e inesperadas.
Capacidade (sub-critério
de Ressuprimento)
Volume que cada modal consegue transportar, relativo à quantidade.
Tempo em Trânsito
(subcritério de Ress-
uprimento)
È o período necessário para o material ser transporte do ponto de origem até o
destino final.
Freqüência (sub-critério
de Ressuprimento)
Trata da quantidade de vezes que o modal atende seu cliente em um determinado
período de tempo.
Tabela 4. – Descrição de critérios e sub-critérios definidos para análise modal
Fonte: Autores
50
4.3 Apresentação de Resultados
Neste capítulo, foram obtidos os resultados das análises realizadas através de
entrevista com o especialista em gerenciamento de transporte. A Figura 17 apresenta de forma
sintética o resultado das avaliações referente aos valores locais, realizado pelo entrevistado.
Figura 17. – Estrutura hierárquica com valores resultantes da análise
Fonte: Autores
51
Por meio da análise de decisão realizada no AHP, utilizando-se de informações fornecidas
pelo especialista entrevistado, chegou-se a seguinte conclusão que o transporte intermodal é
mais vantajoso. No gráfico 6 podemos observar este resultado final sobre a melhor alternativa
de transportes.
Gráfico 6 – Resultado final sobre a melhor alternativa de transportes
Fonte: Autores
Esta análise permite a avaliação par a par dos critérios que possuem maior nível
hierárquico. A seguir, serão avaliadas as pontuações dos sub-critérios de cada critério
principal, que representam o nível secundário da hierarquia. E por fim, são apresentados os
resultados referentes à avaliação de cada uma das alternativas frente a todos os sub-critérios.
Serão detalhados passo a passo todos os componentes comparativos a seguir na tabela 5. A
cor rosa significa a opção de transporte rodoviário, enquanto a cor azul representa o transporte
intermodal.
52
Tabela 5. – Estrutura com valores informados pelo especialista em transportes
Fonte: Autores
4.4 Análise de Resultados
Numa análise geral para a avaliação para transporte de fio máquina as alternativas são
diferenciadas através de cores. Entre os critérios principais, o entrevistado considerou de
maior importância o ressuprimento em suas atividades com 50 % e logo a seguir o custo com
42,7% e em ultima opção o meio ambiente representando 7,3%. Quanto às alternativas, o
entrevistado considerou o transporte intermodal como mais preferível que o rodoviário, numa
relação de 65,3 % a 34,7% respectivamente.
Com relação ao critério custo, a preferência verificada para cada alternativa aponta que
o transporte intermodal é mais preferível que o transporte rodoviário, na proporção de 60,1%
do intermodal para 39,9% do transporte rodoviário
Com relação ao critério meio ambiente o transporte intermodal também se mostrou
preferível ao rodoviário, marcando 87,5% da preferência contra 12,5% ao rodoviário.
Também com relação ao critério ressuprimento, o entrevistado prefere o transporte
intermodal. A relação é de 33,4% para o rodoviário frente a 66,6 % do intermodal.
Na avaliação dos componentes do critério custo, o entrevistado indicou o sub-critério
frete como o mais importante, representando 63,6% na composição do critério. Isto se
53
justifica porque este compõe grande parte dos custos gerados no processo de transporte. O
sub-critério manuseio ficou na segunda posição com 20,9% da importância, pois requer o uso
de equipamento para movimentação, em seguida a armazenagem representa 12% e demurrage
3,5% na composição do custo.
Na avaliação dos sub-critérios do meio ambiente foi considerado com 87,5% o
consumo energético como o fator mais relevante e deve ser otimizado para evitar
desperdícios, a emissão de poluentes consiste em 12,5%.
O critério ressuprimento compõe o peso mais importante na decisão de transporte
segundo a visão do especialista entrevistado. Neste caso, o sub-critério principal é a
confiabilidade que representa 68,5% da composição do critério. Assim, a garantia de que o
veículo chegará com a carga no destino final é um fator estratégico no ramo siderúrgico. Os
sub-critérios freqüência e o tempo em trânsito obtiveram o mesmo peso na escolha das
alternativas 13,6% cada. O sub-critério capacidade foi considerado o menos importante com
4,3%.
A preferência de cada alternativa em cada sub-critério pode ser vista na última coluna
da tabela 5. É importante observar que a alternativa de transporte intermodal obteve a
preferência do entrevistado em todos os sub-critérios considerados mias importantes, como:
confiabilidade, frete e consumo energético.
4.5 Análise de Sensibilidade
A fim de verificar o efeito da variação do peso de cada critério na seleção das
alternativas foi desenvolvido um conjunto de análises de sensibilidade. O gráfico 7 simula a
situação, em que o critério custo tivesse seu peso aumentado. Nessa situação observa-se que o
transporte intermodal (vermelho) aumenta sua vantagem sobre o rodoviário (azul).
54
Gráfico 7. – Critério custo limite
Fonte: Autores
O gráfico 8 apresenta a simulação da situação onde o critério meio ambiente tivesse
seu peso majorado. Como resultado observa-se que há uma queda acentuada no interesse pela
alternativa exclusivamente rodoviária.
Gráfico 8. – Critério meio ambiente limite
Fonte: Autores
Por fim, simulando o cenário onde o critério ressuprimento tenha um peso maior,
verifica-se que há uma estabilidade nos valores das preferências das alternativas, conforme
gráfico 9.
55
Gráfico 9. – Critério ressuprimento limite
Fonte: Autores
Assim, conclui-se que o especialista entrevistado entende que o transporte intermodal
é a melhor alternativa na relação custo/benefício e possui maior confiabilidade de
atendimento aos prazos, menor índice de poluição do que o modal rodoviário, quando voltado
para o transporte de produtos siderúrgicos, notadamente o fio máquina.
56
5. CONCLUSÃO
O presente estudo avaliou as necessidades atuais de transporte, os impactos do
ressuprimento e os custos de frete no resultado final como atividades de suma importância.
Ao desenvolver um planejamento em longo prazo considerando crescimento de mercado e a
situação da atual matriz de transportes, devem-se considerar aspectos como: aumento de
combustível, pedágios, situação das estradas, roubos, avarias, entre outros. Assim, em geral as
mercadorias de baixo valor agregado e grandes volumes se beneficiam do modo intermodal.
A técnica Brainstorming foi eficiente na definição dos critérios na análise das
alternativas de transporte de fio máquina. Os critérios encontrados, custo, meio ambiente e
ressuprimento, permitiram descrever os valores intrínsecos à percepção do profissional
entrevistado.
Foi aplicada a metodologia de auxilio a decisão sob múltiplos critérios, Método de
Análise Hierárquica (AHP), com intuito de verificar qual a melhor opção de transporte para
uma determinada linha de transportes. Esse ferramental metodológico proporcionou encontrar
resultados satisfatórios nesta pesquisa.
Conforme Rodrigues (2004, apud XAVIER, 2009), a característica do modal
ferroviário se destina a transportar um maior volume de cargas a longas distâncias, porém
absorve um custo elevado em implantação e manutenção. A intermodalidade é uma
ferramenta estratégica no transporte de produtos siderúrgicos, por que oferece redução nos
custos logísticos e maior confiabilidade nos serviços prestados. A mesma utiliza-se dos
benefícios e vantagens de cada modal para melhorar eficiência neste setor.
Com a aplicação do método AHP percebeu-se que a intermodalidade é bastante
vantajosa neste caso pesquisado. Essa alternativa de transporte foi o meio de transporte
preferido pelo entrevistado nos três critérios avaliados
Verificou-se que o transporte intermodal é a melhor alternativa na relação
custo/benefício e possui maior confiabilidade de atendimento aos prazos, menor índice de
poluição do que o modal rodoviário, quando voltado para o transporte de produtos
siderúrgicos, notadamente o fio máquina
A meta inicial vai além do escopo da análise e dos resultados práticos alcançados; ela
tange o aspecto da formação acadêmica e científica. A pesquisa, busca por conhecimentos
aprofundados e contextualização prática que são fatores cruciais na formação acadêmica e
profissional. Avaliando este aspecto, o trabalho atingiu seu objetivo plenamente, pois foi
57
realizada uma revisão detalhada de diversas bibliografias altamente atualizadas e alinhadas
com o que é praticado no mercado global a fim de obter o estado da arte do que está sendo
desenvolvido.
Este trabalho, também, proporcionou uma aproximação bastante proveitosa com a área
operacional do transporte, ou seja, toda teoria pode ser observada na prática, contextualizando
o conhecimento adquirido, e proporcionando a vivência no campo de atuação de um
tecnólogo em logística.
Além dos objetivos acadêmicos, os objetivos práticos também foram atingidos. Os
modelos desenvolvidos tiveram um comportamento coerente com a realidade e foram capazes
de apresentar resultados que ficaria inviável de ser garantidos sem a aplicação de uma
ferramenta de análise desta natureza.
58
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60
APÊNDICE
Nesta etapa é realizada a identificação e avaliação de um especialista. Por meio de
entrevistadas em maio de 2011, o gestor analisa par a par cada característica da estrutura, de
acordo com sua capacidade técnica. Em seguida, anotam-se as avaliações nas matrizes de
comparação. Segundo Costa (2002, Leite e Nogueira, 2009), o avaliador será o responsável
pela análise de desempenho, portanto, a qualidade de todo o método até a obtenção dos
resultados repousa sobre a capacidade do avaliador pontuar as comparações.
O entrevistado foi um especialista em transportes siderúrgicos e atual gerente de
logística da “Log2zero8” nas dependências do Tecons Terminal Vale, na cidade de Caçapava.
O profissional é formado em administração de empresas, pela Universidade Paulista (UNIP)
desde 2000, possui sete anos de experiência em transporte de produtos siderúrgicos e há 4
anos é o gerente de operações logísticos de uma conceituada empresa siderúrgica no Vale do
Paraíba. Nesta entrevista, detectou-se a grande importância de um terminal intermodal de
cargas no Vale do Paraíba como forma de incentivar a concorrência de transporte para
produtos siderúrgicos. Além de avaliar quais critérios mais importantes na escolha do meio de
transporte para fio-máquina à “Log2zero8”.