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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA ÉRIKA MANUELA ASTERIA CLAVIJO Avaliação da força máxima de mordida e da dor pós-operatória em em dentes com periodontite apical crônica tratados com e sem ampliação foraminal PIRACICABA 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

ÉRIKA MANUELA ASTERIA CLAVIJO

Avaliação da força máxima de mordida e da dor pós-operatória em

em dentes com periodontite apical crônica tratados com e sem

ampliação foraminal

PIRACICABA

2017

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ÉRIKA MANUELA ASTERIA CLAVIJO Avaliação da força máxima de mordida e da dor pós-operatória em

em dentes com periodontite apical crônica tratados com e sem

ampliação foraminal

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do Título de Doutora em Clínica Odontológica, na Área de Endodontia.

Orientador: Prof. Dr. José Flávio Affonso de Almeida Coorientador: Prof. Dr. Caio Cezar Randi Ferraz Este exemplar corresponde à versão final da Tese defendida pela aluna Erika Manuela Asteria Clavijo, e orientada pelo Prof. Dr. José Flávio Affonso de Almeida.

PIRACICABA

2017

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Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CNPq, 141323/2015-9

Ficha catalográficaUniversidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Faculdade de Odontologia de PiracicabaMarilene Girello - CRB 8/6159

Clavijo, Érika Manuela Asteria, 1986- C578a ClaAvaliação da forca máxima de mordida e da dor pós operatória em dentes

com periodontite apical crônica tratados com e sem ampliação foraminal / ÉrikaManuela Asteria Clavijo. – Piracicaba, SP : [s.n.], 2017.

ClaOrientador: José Flávio Affonso de Almeida. ClaCoorientador: Caio Cezar Randi Ferraz. ClaTese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de

Odontologia de Piracicaba.

Cla1. Necrose da polpa dentária. 2. Força de mordida. 3. Periodontite. I.

Almeida, José Flávio Affonso de,1979-. II. Ferraz, Caio Cezar Randi,1973-. III.Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba.IV. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Evaluation of maximum bite force and postoperative pain in teethwith cronical apical periodontitis treated with and whithout foraminal enlargementPalavras-chave em inglês:Dental pulp necrosisBite forcePeriodontitisÁrea de concentração: EndodontiaTitulação: Doutora em Clínica OdontológicaBanca examinadora:José Flávio Affonso de Almeida [Orientador]Renato Miotto PaloRogério Heládio Lopes MottaCarlos Eduardo da Silveira BuenoGabriel Rocha CamposData de defesa: 23-02-2017Programa de Pós-Graduação: Clínica Odontológica

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Dedicatória Dedico este trabalho à minha mãe (Eliana) pelo cuidado, carinho, compreensão, paciência, incentivo e apoio incondicional em todos os momentos da minha trajetória.

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Agradecimentos Especiais  À Deus. Obrigada por este presente maravilhoso que é a vida! Agradeço pela minha família e também pelas pessoas que o Senhor colocou em meu caminho. Algumas delas me inspiram, me ajudam, me desafiam e me encorajam a ser cada dia uma pessoa melhor. À Eliana Maria Nunes de Oliveira (mãe), Willy Grover Clavijo Camacho (pai), Gabriela Vieira (vó), José Oliveira (in memorian), Fátima Aparecida Oliveira (tia), Mauro Polli (tio), Victor Grover Rene Clavijo (Vi), Willy Grover Clavijo Camacho Junior (Ju). Só tenho a agradecer todo o apoio, todo o carinho, toda a sinceridade e todas as oportunidades que vocês me proporcionaram. Obrigada por sempre me apoiarem em todos os momentos da minha vida. Obrigada por estarem ao meu lado nos momentos mais difíceis e também por compartilharem da minha alegria. Agradeço a vocês por tudo o que hoje sou. Obrigada por existirem na minha vida e por fazerem parte da minha história. A felicidade não vai chegar em nossa vida de repente, ela é construída diariamente, dia após dia. Ela se encontra nas coisas pequenas e simples da vida. Cabe a nós termos a sabedoria para reconhecê-las e para viver a vida com simplicidade e humildade.

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Agradecimentos À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, nas pessoas do diretor Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henrriques e do diretor associado Prof. Dr. Francisco Haiter Neto

À CNPQ, pelo apoio financeiro em forma de bolsa de estudo para a realização do presente trabalho.

À Profa. Dra. Cínthia Pereira Machado Tabchoury, coordenadora geral dos cursos de Pós-Graduação e ao Prof. Dra. Karina Gonzales Silvério Ruiz, coordenadora do curso de Pós-Graduação em Clínica Odontológica.

A Profa. Dra. Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes, Profa. Dra. Adriana de Jesus Soares, Prof. Dr. Alexandre Augusto Zaia, Prof. Dr. Caio Cezar Randi Ferraz, Prof. Dr. José Flávio Affonso de Almeida e Prof. Dr. Francisco José de Souza-Filho (in memorian), professores da disciplina de Endodontia da FOP-Unicamp, pelos conhecimentos transmitidos e agradável convivência.

A Profa. Dra. Adriana de Jesus Soares, Profa. Dra. Fernanda Graziela Corrêa Signoretti e ao Prof. Dr. Luiz Eduardo Nunes Ferreira componentes da banca examinadora do Exame de Qualificação, pela importante contribuição a este trabalho.

Ao Prof. Dr. Caio Cezar Randi Ferraz, obrigada por todo apoio, incentivo, conhecimentos compartilhados e principalmente por confiar a mim a execução deste trabalho. Obrigada pelo exemplo profissional e por toda orientação acadêmica. Obrigada por fazer do aprendizado não um trabalho, mas um contentamento, por me ajudar a descobrir o que fazer de melhor e, assim, fazê-lo cada vez melhor. Obrigada por tudo o que me ensinou e por tudo o que proporcionou para meu crescimento profissional e pessoal. Obrigada por todo auxílio, paciência e incentivo. Eu só tenho a agradecer por ter tido a oportunidade de ter você como orientador. MUITO OBRIGADA! Ao Prof. Dr. José Flávio Affonso de Almeida, obrigada por todo apoio e conhecimentos compartilhados. Obrigada por ter aceito me orientar e me auxiliar nessa trajetória, você foi muito importante e sempre me auxiliou e me incentivou em todos os momentos. Obrigada por tudo. MUITO OBRIGADA!

Ao Prof. Dr. Anibal Diogenes que forneceu o transdutor de força de mordida e proporcionou a realização deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Carlos Eduardo da Silveira Bueno, obrigada por todo conhecimento compartilhado e também por ter aceito participar da banca de defesa do Doutorado.

Ao Prof. Dr. Gabriel Rocha Campos, que me incentivou a fazer especialização em Endodontia, por ser solícito e disposto a ajudar. Obrigado também por ter aceito participar da banca de defesa do Doutorado.

Ao Prof. Dr. Renato Miotto Palo, obrigado pela disponibilidade e por ter aceito participar da banca de defesa do Doutorado.

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Ao Prof. Dr. Rogério Heládio Motta que me ensinou muito durante a Graduação, obrigado por todo conhecimento compartilhado e por ter aceito participar da banca de Defesa de Doutorado.

Ao Prof. Dr. Marcelo Alves Correa, por toda atenção, disponibilidade e conhecimentos compartilhados.

Às funcionárias da Endodontia, Ana Cristina do Amaral Godoy, Maria Helídia Neves Pereira e Tiffany Abreu, por serem sempre solícitas e dispostas a ajudar. Agradeço pela amizade, carinho e convivência.

À funcionária da pós graduação Ana Paula Carone, por sempre ser solícita e disposta a ajudar.

À Geovania Almeida, por sempre ser solícita e disposta a ajudar.

Aos colegas que passaram pela pós graduação em clínica odontológica área de Endodontia Ana Carolina Pimentel Corrêa, Aniele Carvalho Lacerda, Ariane Cassia Salustiano Marinho, Cimara Barroso Braga Brum, Claudia Leal Sampaio Suzuki, Thais Mageste Duque, Thiago Farias Rocha Lima, Tiago Pereira da Rosa, Ana Carolina Macarenhas Oliveira, Carlos Augusto de Moraes Souto Pantoja, Daniel Rodrigo Herrara Morante, Fernanda Graziela Corrêa Signoretti, Giselle Priscilla Cruz Abi Rached, Letícia Maria Menezes Nóbrega, Maira do Prado, Emanuel João Nogueira Leal da Silva, Marcos Sérgio Endo, Maria Raquel Figueiredo Penalva Monteiro, Juliana Yuri Nagata, Daniela Cristina Myagaki, Frederico Canato Martinho, Ezilmara Leonor Rolim de Souza, Felipe Nogueira Anacleto, Augusto Rodrigues Lima, Marlos Barbosa Ribeiro, Bruna Ueno, Bruna Milaré Angelieri, Diogo Henrique da Silva, Eloá Cristina Pereira, Rafael Casadei Chapola, Flávia Saavedra de Paula, Jaquelina Maffra Lazarri, Priscila Amanda Francisco, Aline Cristine Gomes, Ana Carolina Correia Laurindo de Cerqueira Neto, Andréa Cardoso Pereira, Julio Vargas Neto, Marcelle Louise Bourreau, Mario Luiz Zuolo, pelo companheirismo, amizade, aprendizado e agradável convivêncis durante todo este tempo.

Ao meu amigo Felipe Nogueira Anacleto, obrigada por todo apoio, parceria, auxílio e por sempre estar disposto a ajudar. Você foi essencial nessa trajetória.

Aos meus colegas da pós graduação da FOP-Unicamp Dayane, Oliveira, Ana Paula Ayres, Erick Coppini, Thiago Stape, Maria Jordão, Maria Alice Gatti Palma, Tiago Taiete, Isabel Ferreira Barbosa, Marília Zeckzkowisk pelo apoio, companheirismo e por todos os momentos agradáveis que passamos juntos.

Aos meu amigos Athus Garcia, Lia Saori Murakami, Danielle Elaine Faria, Victor Angello Montalli, Vinícius Motta Palermo, Ana Cláudia Schulz Rodrigues, Daniel Rodrigues de Abreu, Bruna K. Peres, Mariana Ricetto pela amizade, companheirismo e por todos os bons momentos que passamos e passaremos juntos. É um privilégio quando temos ao nosso lado pessoas tão maravilhosas como vocês. Obrigada pela amizade criada e cultivada.

Ás lminhas irmãs Gheisa Clavijo e Bertha Mariel Clavijo Villazon por todo apoio e incentivo e todos bons momentos.

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Ás minhas amigas Mariane Cavaretti Clavijo e Dayane pela amizade e todos bons momentos.

Ás minhas amigas Mayara Bertazzo Pereira e Alessandra Rui pela amizade, confiança e todos os bons momentos.

Á Eliane Celio de Oliveira pela amizade e companheirismo.

Ao amigo Guilherme Noriaki Itikawa, que sempre me apoiou, incentivou e me auxiliou. Obrigada pela convivência, amizade e por todo conhecimento compartilhado.

Aos meus amigos Ana Caetano e Sérgio Gianvechio agradeço pela amizade, por todo o carinho, por terem me acolhido e me recebido tão bem nessa família maravilhosa, sou muito grata por vocês terem entrado na minha vida e nela permanecido. Obrigada simplesmente por tudo!

Aos meus amigos Andréa Melo e Rafael Santana, agradeço pela amizade, carinho e pelas incríveis oportunidades que vocês me proporcionaram no Rio de Janeiro, sou muito grata por vocês terem entrado na minha vida e nela permanecido. Obrigada por tudo!

Ao Paulo Fernando Mesquita de Carvalho, obrigada pela oportunidade de participar na realização de alguns casos clínicos, foram dias intensos e eu aprendi muito com você.

Ao Roberto Maciel, obrigada por todo conhecimento compartilhado, admiro muito seu trabalho.

Ao meu amigo Flávio Farias obrigada por todo apoio, confiança e oportunidades proporcionadas. É um prazer estar em São Paulo.

Aos meus familiares, que sempre torceram por meu sucesso e me apoioram em todos os momentos da minha.

À todas as pessoas que participaram de forma direta e indireta, contribuindo para a realização desse trabalho.

Todos, sem exceção, contribuiram para meu engrandecimento.

Meus sinceros agradecimentos.

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“A determinação e o treinamento árduo são capazes de promover transformações inimagináveis.”

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RESUMO O presente estudo, testou o transdutor de força de mordida para mensurar as medidas de força máxima de mordida (FMM) em dentes com periodontite apical antes e após a anestesia e após a finalização do tratamento endodôntico em dois grupos com 2 técnicas de tratamento diferentes. E mensurou a incidência e intensidade de dor pós-operatória por meio da escala verbal e pelo número de comprimidos tomados. A FMM foi mensurada em 62 pacientes e os valores foram comparados com os dentes contralaterais. 31 pacientes foram tratados com limite de trabalho 1mm aquém do forame apical (G1) e 31 pacientes foram tratados com patência e ampliação foraminal (G2). Todos os pacientes foram atendidos em 2 sessões. Os valores de FMM foram mensurados no dente afetado e no dente contralateral, na 1a sessão, após a anestesia, na 2a sessão, após a anestesia, 48 horas, 7 dias, 3 meses e 1 ano após a obturação. A dor pós-operatória foi avaliada 24 horas, 48 horas, 72 horas, 1 semana, 3 meses e 1 ano após a finalização do tratamento. A média da FMM (N/N) dos valores do dentes experimentais foram na 1a sessão: 0,56; na 2a sessão: 0,71; 48 horas após: 0,57; 7 dias após: 0,76; 3meses: 0,88; 1 ano: 0,90. De De acordo com o teste de Tukey Kramer não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos nos diferentes períodos avaliados. A anestesia foi capaz de reverter a alodinia mecânica . A incidência de dor pós operatória foi baixa e segundo o teste de Tukey Kramer não houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos estudados. Sendo a média 0,79 (24 horas após); 0,68 (48 horas após); 0,40 (72 horas após)e 0 nos demais tempos avaliados. Concluiu-se que dentes com necrose pulpar e periodontite apical apresentam redução na força máxima de mordida em comparação com dentes sadios, a técnica do G1 e do G2 apresentaram força máxima de mordida equivalente nos diferentes períodos avaliados.. A FMM aumentou nos 2 grupos 7 dias após a a primeira sessão, diminuiu 48 horas após a obturação e aumentou 7 dias após a mesma. Ambos os grupos apresentaram baixa incidência de dor pós operatória e necessidade de medicação analgésica. Palavras chave: Necrose da polpa dentária, força de mordida, pericementite.

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ABSTRACT The present study tested the bite force transducer to measure maximum bite force (FMM) measurements in teeth with apical periodontitis before and after anesthesia in two groups with 2 endodontic treatment techniques. Measured the incidence and intensity of postoperative pain through the verbal scale and the number of tablets taken. The FMM was measured in 62 patients and the values were compared with the contralateral teeth. 31 patients were treated with a 1mm work limit below the apical foramen (G1) and 31 patients were treated with patency and foraminal enlargement (G2). All patients were attended in 2 sessions. FMM values were measured in the affected tooth and in the contralateral tooth, in the 1st session, after anesthesia, in the 2nd session, after anesthesia, 48 hours, 7 days, 3 months and 1 year after obturation. The postoperative pain was evaluated 24 hours, 48 hours, 72 hours, 1 week, 3 months and 1 year after the end of the treatment. The mean FMM (N / N) values of the experimental teeth were in the 1st session: 0.56; In the 2nd session: 0.71; 48 hours after: 0.57; 7 days after: 0.76; 3months: 0.88; 1 year: 0,90. According to the Tukey Kramer test there was no statistically significant difference between the groups in the different periods evaluated. Anesthesia was able to reverse mechanical allodynia. The incidence of postoperative pain was low and according to the Tukey Kramer test there was no statistically significant difference between the two groups studied. The mean being 0.79 (24 hours after); 0.68 (48 hours after); 0.40 (72 hours after) and 0 in the other evaluated times. It was concluded that teeth with pulp necrosis and apical periodontitis present a reduction in maximal bite force compared to healthy teeth, the G1 and G2 techniques presented maximum bite force equivalent in the different evaluated periods. FMM increased in the 2 groups 7 Days after the first session, decreased 48 hours after obturation and increased 7 days thereafter. Both groups had low incidence of postoperative pain and need for analgesic medication. Key words: Dental pulp necrosis, bite force, periodontitis.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................14 2 REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................17 2.1 Patologia pulpar e perirradicular.......................................................................17 2.1.2 Patologia pulpar .......................................................................................18

2.1.2 Patologia perirradicular ............................................................................19

2.2 Dor ...................................................................................................................21

2.2.1 Mecanismo da dor.....................................................................................21

2.3 Dor Pós-Operatória.......................................................................................24

2.4 Alodinia Mecânica.........................................................................................29

2.3 Considerações sobre preparo apical.................................................................34 2.3.1 Considerações sobre preparo químico mecânico e substância química

auxiliar........................................................................................................................39 2.3.1 Considerações sobre preparo químico mecânico e o hipoclorito de

sódio...........................................................................................................................39 2.3.1 Considerações sobre preparo químico mecânico e a clorexidina ............42

3 PROPOSIÇÃO........................................................................................................47 4 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................48 4.1 Comitê de ética.................................................................................................48

4.2 Tamanho da amostra........................................................................................48

4.3 Avaliação do paciente.......................................................................................49

4.4 O tratamento endodôntico.................................................................................49

4.5 Acompanhamento dos pacientes......................................................................56

4.6 Análise estatística............................................................................................. 57 5 RESULTADOS........................................................................................................58 5.1 Caracterização da amostra...............................................................................58

5.2 Fluxograma dos pacientes avaliados ..............................................................60

5.3 Análise de variância para efeito de grupo e tempo...........................................61

5.3.1 Análise geral da força de mordida................................................................61

5.3.2 Força de mordida.........................................................................................62

5.3.3 Efeito da anestesia na força de mordida .......................................................64

5.3.4 Escala Verbal (EV) ......................................................................................68

5.3.5 Número de comprimidos...............................................................................69

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6 DISCUSSÃO...........................................................................................................71 7 CONCLUSÃO.........................................................................................................79 REFERÊNCIAS..........................................................................................................80 APÊNDICES..............................................................................................................91 Apêndice 1 – Ficha de anamnese e ficha clínica......................................................91 Apêndice 2 (A,B): Exemplo de molares inferiores G1 e do G2 incluídos na pesquisa. .................................................................................................................................101

Apêndice 3 - Média, desvio padrão, limites de confiança da média (95%) e teste de Tukey-Kramer para comparações múltiplas de médias. Médias com a mesma letra não diferem entre si no nível de significância de 5% (a=0,05).................................101 Apêndice 4 - Média, desvio padrão, limites de confiança da média (95%) e teste de Tukey-Kramer para comparações múltiplas de médias. Médias com a mesma letra não diferem entre si no nível de significância de 5% (a=0,05). ...............................101 Anexo 1 - Certificado do comitê de ética em pesquisa em humano....................102

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1 INTRODUÇÃO

O principal objetivo da endodontia é prevenir e tratar a periodontite apical.

Para atingir esse objetivo, um clínico deve confiar em suas habilidades de

diagnóstico. O diagnóstico representa a base para a estruturação do tratamento

odontológico, especialmente quando a queixa principal do paciente relaciona-se a

dor. A dor odontogênica normalmente é o motivo mais frequente que obriga o

indivíduo a procurar o tratamento odontológico. O grande desafio ao se reconhecer o

fator etiológico responsável pela origem do processo de dor nas estruturas bucais,

distingue a etapa de diagnóstico como fundamental no contexto do tratamento

odontológico. O diagnóstico compõe-se de diferentes etapas como a semiogênese

(gênese dos sinais e sintomas), a semiotécnica (recursos para o coleta dos sinais e

sintomas) e a propedêutica (a análise, o estudo e a interpretação dos dados

coletados) (Estrela, 2004).

A metodologia para estruturação de um diagnóstico preciso compreende

etapas fundamentais, como a anamnese, história do paciente, o exame clínico, o

exame de vitalidade pulpar (estimulação por meio de recursos semiotécnicos), o

exame por imagem (aspecto radiográfico) e, quando necessário, a solicitação de

exames complementares (investigação sistêmica) (Estrela, 2004).

A dificuldade em chegar a um diagnóstico preciso é um passo crítico no

planejamento do tratamento(Newton et al., 2009). Historicamente numerosas

técnicas têm sido utilizadas para auxiliar no diagnóstico dental. A maioria destas

técnicas são focadas na resposta pulpar, tais como testes térmicos (por exemplo:

Endo-Ice ®), oximetria de pulso, fluxometria laser Doppler entre outros (Petersson,

et al., 1990; Emshoff et al., 2004).

No entanto, poucas técnicas têm sido desenvolvidas para testar o estado

perirradicular. A maioria dos clínicos utilizam radiografias e realizam o teste de

percussão vertical no dente avaliado com auxílio de um cabo de espelho para a

detecção dos sintomas relacionados com a periodontite apical. Entretanto, a

percussão é um teste subjetivo e bastante incisivo já que a força não é padronizada

ou medida. Para estabelecer uma linha de base para comparação, o teste é também

realizado em dentes adjacentes normais, esta técnica aplica uma quantidade

variável e desconhecida da força, e é muitas vezes marcado simplesmente como

uma resposta positiva ou negativa (bimodal). Uma das principais características

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clínicas da dor perirradicular é a alodinia mecânica presumivelmente devido à

sensibilização de nociceptores que inervam o ligamento periodontal que está

agudamente inflamado. Logo, os ensaios clínicos que avaliam os mecanismos que

medem a dinâmica mecânica ou a eficácia das intervenções terapêuticas podem ter

uma limitação devido à falta de um método reprodutível e paramétrico para aferir a

alodinia mecânica. (Owats et al., 2007).

A periodontite apical é uma doença inflamatória crônica de tecidos

perirradiculares causada por agentes etiológicos de origem endodôntica (Nair,2006).

O desenvolvimento de lesão periapical está relacionado com respostas imunes inata

e adaptativa contra a infecção intrarradicular, na tentativa de conter a propagação da

infecção ao osso alveolar (Tanii –Ishi eta l., 1994; Ricucci et al., 2006). Desta forma,

a finalidade do tratamento endodôntico é manter ou reparar as estruturas do

ligamento periodontal (Kamberi et al., 2011).

A limpeza e modelagem dos sistema de canais radiculares baseados no

conceito de manter a região apical limpa, são consideradas como bases para o

sucesso do tratamento endodôntico (Schilder, 1974). Porém, o limite apical da

instrumentação do canal radicular é um tema controverso na terapia endodôntica

(Ricucci et al., 1998; Coldero et al.,2002; MIckel et al., 2007;Hecker et al.,2010). Nos

casos de periodontite apical, reconhecendo a presença de microrganismos na

porção apical do canal radicular(Ricucci et al.,2010; Subramanian et al., 2009),

existe a aceitação de limpeza, desbridamento e ampliação do forame apical, pois

essa manobra pode melhorar os limites de irrigação na área apical, otimizando a

desinfecção do canal radicular (Albrecht et al.,2004; Lin et al., 2011).

Uma das maiores preocupações para o clínico quando se realiza a

ampliação foraminal apical é a possibilidade de dor, porque a instrumentação

excessiva pode agredir o tecido periapical e causar dor. A dor pós-operatória é uma

sensação indesejada e relativamente comum após o tratamento endodôntico. É

caracterizada como uma sensação desagradável de qualquer grau de dor que pode

ocorrer após o início de um tratamento, e foi relatada em 25%-40% de todos os

pacientes endodônticos (Nekoofar et al., 2003;Pochapisk et al., 2009; ).

No entanto é escasso na literatura estudos clínicos que avaliaram a dor

pós-operatória em dentes com necrose pulpar com tratamento endodôntico

realizados com patência com e sem ampliação foraminal, com um modelo

paramétrico antes e após a terapia endodôntica, com o auxilio de um transdutor de

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força de mordida, instrumento desenvolvido e validado como um método potencial

para aferir a alodinia mecânica em ensaios clínicos endodônticos (Khan et al.,

2007a; Khan et al., 2007b).

Com base nessas considerações, existe a hipótese de que o transdutor de

força de mordida pode ser utilizado como instrumento de diagnóstico periapical em

dentes portadores de periodontite apical assintomática. Da mesma forma, a

mensuração da dor pós-operatória e da força de mordida após o tratamento

endodôntico com dois protocolos diferentes de instrumentação e a utilização de um

método quantificável para medir os limiares de dor mecânica pode substancialmente

melhorar os diagnósticos clínicos das condições endodônticas perirradiculares.

Também pode nos fornecer uma medida da eficácia do tratamento realizado, além

de avaliar eficácia de anestésicos e necessidade de analgésicos na terapia

endodôntica.

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2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Patologia pulpar e perirradicular

Um dos problemas que o cirurgião dentista se depara na clínica

odontológica é a dificuldade de fechar um correto diagnóstico da alterações pulpares

e periapicais, pois o profissional não consegue visualizar diretamente as alterações

que ocorrem nos tecidos e isso pode dificultar o entendimento do processo

inflamatório e sua correlação com os sinais e sintomas clínicos. Apesar desta

dificuldade, é importante entender que o problema mais comum que ocorre na polpa

e no periápice, é a inflamação, que não deve ser considerada uma doença, mas sim

um processo de defesa do tecido conjuntivo contra os microrganismos e seus

subprodutos que alcançam o tecido pulpar, normalmente através do processo de

carie (Souza-Filho et al.,2015).

A intensidade de uma resposta inflamatória pulpar abaixo de uma lesão de

carie dependerá da profundidade da invasão bacteriana e das alterações de

permeabilidade dentinária decorrentes do processo carioso. Os odontoblastos

podem responder à agressão com o aumento de dentina peritubular. E em estágios

mais avançados, a destruição dentinária pode ocorrer devido à proximidade da polpa

com os produtos bacterianos. Logo, as lesões de cárie consistem usualmente em

um processo intermitente, alternando períodos de rápida atividade com os de

quiescência. Por essa razão, a resposta inflamatória pulpar é inicialmente crônica e

de baixa intensidade (Siqueira Jr., 2010).

A agressão de baixa intensidade ocorre, devido a difusão dos produtos

bacterianos (enzimas, toxinas e produtos metabólicos), se tornarem diluídos por

fluido dentinário. Se a espessura da dentina for igual ou maior que um milímetro a

resposta inflamatória pulpar é de baixa intensidade. Entretanto, se a lesão cariosa

está localizada a meio milímetro da polpa, a inflamação pulpar usualmente se torna

aguda. A camada de odontoblastos é destruída e substituída por células

inflamatórias. Os eventos vasculares da inflamação aguda se desenvolvem sendo

induzidos e ampliados por meio de mediadores químicos liberados após a agressão

tecidual (Siqueira Jr., 2010).

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  18  

2.1.2 Patologia pulpar

A pulpite reversível é uma leve alteração inflamatória da polpa em fase

inicial. A reparação tecidual advém, uma vez removido o agente agressor do

processo. Se o agente agressor persiste, a inflamação torna-se moderada a grave, o

que caracteriza a pulpite irreversível com posterior progresso para necrose pulpar.

Geralmente é assintomática, mas pode causar dor aguda, rápida, localizada e fugaz

em resposta a estímulos que normalmente não evocam dor. Devido à sensibilização

das fibras nervosas delta-A responsáveis pela inervação e dor dentinária. O

aumento de pressão sobre as fibras delta-A pode diminuir o limiar de dor e causar

hipersensibilidade. O dente normalmente apresenta lesões cariosas e restaurações

próximas à polpa (Siqueira Jr & Pereira., 2015).

Quando a polpa sofre alterações irreversíveis (pulpite irreversível)

caracterizadas por inflamação grave, a remoção do agente agressor não é suficiente

para reverter o caso. Havendo necessidade de intervenção direta na polpa. A polpa

nesse estado invariavelmente progride para necrose, a qual, pode dar-se lenta ou

rapidamente. A polpa pode permanecer viável por dias a anos. Geralmente é

assintomática, mas pode causar dor aguda, rápida, localizada e fugaz em resposta a

estímulos que normalmente não evocam dor. O aumento de pressão sobre as fibras

delta A pode diminuir o limiar de dor e causar hipersensibilidade, com estímulos

como frio que não causavam dor. Normalmente existe a presença de lesões

cariosas e /ou restaurações extensas próximas a câmara pulpar (Siqueira Jr &

Pereira., 2015).

A necrose pulpar é caracterizada pelo somatório de alterações morfológicas

que acompanham a morte celular em um tecido. Geralmente é assintomática,

podendo relatar episódio prévio de dor. Nesses casos detecta-se a presença de

cáries e/ou restaurações extensas que alcançaram a polpa e o elemento dental pode

apresentar-se escurecido. Com relação ao diagnóstico, nos testes com aplicação de

frio, a resposta é sempre negativa. Não há resposta à corrente elétrica por parte da

polpa e a resposta ao teste de cavidade também apresenta-se negativa. Os testes

de percussão ou palpação podem evocar resposta positiva ou negativa dependendo

do estado perirradicular. Radiograficamente o espaço do ligamento periodontal

pode apresentar-se normal, espessado ou com uma lesão perirradicular (Siqueira Jr

& Pereira., 2015).

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  19  

2.1.2 Patologia perirradicular

A lesão periapical também pode ser denominada como lesão perirradicular

ou periodontite apical. A periodontite apical é uma doença inflamatória crônica de

tecidos perirradiculares causada por agentes etiológicos de origem endodôntica

(Nair,2006). O desenvolvimento de lesão periapical está relacionado com respostas

imunes inata e adaptativa contra a infecção intrarradicular, na tentativa de conter a

propagação da infecção ao osso alveolar (Tanii –Ishi eta l., 1994; Ricucci et al.,

2006).

Se a resposta inflamatória do hospedeiro não conseguir reduzir

significativamente a intensidade da agressão proveniente do canal, o processo

aumenta a intensidade, originando uma inflamação caracterizada por exsudação

purulenta, formando assim o abcesso perirradicular agudo. A resposta aguda é

capaz somente de reduzir a intensidade da agressão, mas não é capaz de eliminar a

infeção dentro dos condutos radiculares e o processo pode virar crônico. A

inflamação crônica (periodontite apical crônica ou assintomática) também contém

elementos da resposta imune adaptativa e do processo de reparação. Caso o

processo continue, à medida que os restos epiteliais de Malassez começam a

proliferar nos granulomas, a lesão torna-se um granuloma epiteliado. Com o passar

do tempo e com a proliferação, uma cavidade revestida por epitélio se forma,

conhecida como cisto perirradicular. Assim o granuloma e o cisto são tipo de

periodontite apical crônica. Sabe-se que a resposta inflamatória, muitas vezes, pode

iniciar sem um episódio agudo, isso normalmente ocorre quando a agressão

bacteriana é de baixa intensidade (Estrela, 2004; Siqueira Jr & Pereira, 2015).

Um estudo avaliou a eficácia do preparo químico mecânico na remoção de

endotoxinas em 21 dentes com necrose pulpar que apresentavam infecções

primárias, todos com evidência radiográfica de periodontite apical. Foram coletadas

amostras após o acesso coronário, e após o preparo químico mecânico. Como

resultado foi observado que as endotoxinas estavam presentes em todas as

amostras do presente estudo antes do PQM e após o PQM, apresentaram uma

redução de 98,06% na concentração de endotoxinas dos canais. Entretanto a

permanência de uma baixa concentração de endotoxinas ainda pode desencadear

uma inflamação periapical (Martinho et al., 2010).

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  20  

A infecção endodôntica primária é uma infecção polimicrobiana causada

predominantemente por bactérias anaeróbias Gram-negativas (Prevotella,

Porphyromonas, Treponema e Fusobacterium spp). Os achados clínicos de infecção

primária correlacionam a presença de endotoxina em canais radiculares e a

presença de periodontite apical. Concentrações mais elevadas de endotoxinas são

associadas com uma maior área de destruição óssea (Martinho et al.,2010; Gomes

et l., 2012).

A endotoxina é o maior constituinte da parede celular externa das bactérias

gram-negativas, sendo composta por polissacarídeos, lipídeos e proteínas e é

referido como um lipolissacarídeo (LPS). O lipídeo A é a região da molécula

responsável por seus efeitos tóxicos. As endotoxinas são liberadas durante a

multiplicação ou morte celular bacteriana, provocando vários efeitos biológicos que

levam a reação inflamatória e reabsorção óssea periapical e estão presentes em

todos os canais infectados, estando em níveis mais elevados em casos clínicos com

a presença de lesão periapical (Jacinto et al., 2005; Viana et al., 2007; Marinho et

al.,2012).

Sabe-se que dentes lesões periapicais crônicas, têm uma maior prevalência

de bactérias anaeróbicas gram-negativas disseminadas por todo o sistema de

canais radiculares. Logo, para um melhor prognóstico do processo de cicatrização

dos tecidos periapicais, a remoção de bactérias e seus subprodutos por meio do

tratamento endodôntico continua a ser o método mais eficaz (Siqueira et al., 2015).

Foi realizado um estudo para determinar a frequência e a incidência de

abscesso, granuloma e cisto radicular entre lesões periapicais humanas obtidas

juntamente com dentes extraídos. O material (n=256) foi obtido através da

exodontia de dentes juntamente com as lesões periapicais humanas, que foram

radiograficamente diagnosticados como apresentando periodontite apical. As lesões

removidas foram identificados como cistos periapicais (15%), como granuloma

(50%) e como abscesso periapical (35%). Duas categorias morfológicas distintas de

cistos foram identificadas; 61% das lesões císticas foram classificadas como cistos

verdadeiros, e 39% foram categorizados como cistos bolsa (Nair et al., 1996).

Ricucci et al. (2006) avaliaram 50 lesões periapicais extraídas do ápice de

dentes humanos sem tratamento endodôntico. Os espécimes foram imersos em

solução a base de formol durante 48 horas. A desmineralização seguiu-se numa

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  21  

solução de ácido fórmico a 22,5% e citrato de sódio a 10% durante um período de 3

a 4 semanas sob agitação constante. Depois de enxaguar durante 24 a 48 horas em

água corrente, os espécimes foram desidratados e processados para a realização

do exame histológico. A colonização bacteriana foi observada nos canais radiculares

de todos os dentes, mas apenas 18 lesões periapicais foram classificadas como

abscessos ou cistos. Das 50 lesões, 21 lesões foram epitelizadas; Havia 20

granulomas, 14 abscessos e 16 cistos. Todos os tipos de células inflamatórias foram

encontrados em todas as lesões, mas suas proporções diferiram. Em 18 espécimes

havia tecido pulpar remanescente na região apical apesar da presença de uma lesão

periapical. O canal radicular terminou em 1 forame em 13 casos. As ramificações no

terço apical foram mais presentes (37 casos).

2.2. Dor 2.2.1 Mecanismo da dor

A dor orofacial é muito comum entre a população em geral, sendo mais

comum a odontalgia. A dor odontogênica pode ser causadas pela ativação dos

nociceptores pulpares ou perirradiculares. Há duas características marcantes de

muitas condições clínicas de dor: Alodinia que é definida como uma redução no

limiar a dor, no qual a dor ocorre em resposta a estímulos mecânicos ou térmicos .

Por outro lado, hiperalgesia é definida como uma resposta exagerada a estímulos

mecânicos ou térmicos que normalmente são inócuos. Ambos os recursos são

avaliados em testes clínicos endodônticos. Alodinia mecânica é geralmente avaliada

por um teste de percussão e uma resposta é considerada positiva se este estímulo

normalmente inócuo produzir uma sensação de dor. A hiperalgesia térmica é

geralmente avaliada por aplicação de um estímulo frio que é suficiente para produzir

uma sensação transitória e ligeira da dor em um dente de controle, mas evoca uma

sensação prolongada ou situação dor intensa quando aplicado a um dente com

pulpite irreversível (Owats et al.,20007).

Qualquer estimulo mecânico que incida sobre os dentes é captado pelos

mecanorreceptores periodontais. Os mecanorreceptores localizados no ligamento de

dentes anteriores são sensíveis a forças muito pequenas e respondem melhor

àquelas que incidem perpendicularmente sobre os dentes, enquanto

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  22  

mecanorreceptores localizados no ligamento de dentes posteriores são mais

sensíveis a forças axiais. Isso se da de acordo com a função de cada grupo dental,

pois dentes anteriores tem a função de incisão e dentes posteriores possuem a

função de trituração. Os mecanorreceptores periodontais conseguem sinalizar os

elementos dentais que estão sendo estimulados, bem como o direcionamento da

força aplicada a um dente especifico (Tambelli et al., 2014 a).

Os mecanorreceptores periodontais apresentam uma nítida correlação entre

a quantidade de disparos e a magnitude das forças aplicadas sobre a superfície

oclusal, o que aumenta a capacidade desses receptores em reconhecer

modificações sutis de intensidade de força sobre os elementos dentais. A

intensidade da força pode ser avaliada pela media da resposta dos receptores

periodontais ativados. A sinalização periodontal apresenta um papel decisivo na

determinação da força no desenvolvimento da mordida e mastigação. Os

mecanorreceptores periodontais são considerados a mais importante fonte de

informação sensorial durante a mastigação. A informação a respeito da mudança na

posição dos dentes e da consistência dos alimentos é transmitida ao sistema

nervoso central, onde é processada e convertida em sinais eferentes para os

músculos da mastigação. Como resultado, o contato dente a dente ocorre na

posição correta com a força apropriada a cada mordida. Esse feedback sensorial

também tem a função de proteção, impedindo que os dentes e seus tecidos de

suporte, os músculos e a ATM sejam expostos a cargas excessivas (Tambelli et al.,

2014 a).

A dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável

associada ao dano tecidual. A dor geralmente ocorre em resposta a um estimulo

nociceptivo que corresponde a um estimulo nocivo ou potencialmente nocivo

detectado pelos órgãos dos sentidos denominados nociceptores, sendo assim uma

experiência complexa. Além do componente sensório-discriminativo também

encontrado em outras sensações e que nos permite discriminar a qualidade, a

localização, a duração e a intensidade do estimulo, a dor possui os componentes

cognitivo, motivacional e afetivo, que podem modificar as respostas e os

comportamentos desencadeados pelo estimulo nociceptivo. Logo, quando um

paciente procura um profissional da saúde, é importante que o profissional saiba que

esta lidando com uma experiência complexa que envolve muitos fatores e

mecanismos que ocorrem dentro e fora do encéfalo do paciente. Às vezes, alguns

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  23  

pacientes relatam sensação de dor, na ausência de danos teciduais, geralmente por

razões psicológicas (Tambelli et al., 2014 b).

A dor pode ser aguda ou crônica. A dor aguda é descrita como um alerta de

que uma lesão ocorreu em uma parte do corpo e de que uma mudança de

comportamento deve ocorrer com o intuito de manter o dano tecidual o mais

controlado possível. A dor crônica é geralmente definida como uma dor que persiste

pelo menos seis meses (Tambelli et al., 2014 b).

Os tecidos orofaciais, como os dentes, a pele facial, a articulação

temporomandibular e a musculatura adjacente são inervados principalmente por

ramificações do nervo trigêmeo. Esse nervo é constituído por fibras nervosas

aferentes primária de grande calibre envolvidas na condução da informação tátil e

proprioceptiva, bem como por fibras de pequeno calibre do tipo delta-A e C

denominadas fibras aferentes nociceptivas primárias. As terminações periféricas

dessas fibras sao ativadas por estímulos nociceptivos e são chamadas de

nociceptores. Os nociceptores estão distribuídos em diferentes tipos de tecidos

orofaciais, tais como a pele da face, a mucosa oral, o ligamento periodontal, os

vasos cranianos e meninges, os músculos mastigatórios, a polpa e a dentina

(Tambelli et al., 2014 b).

As fibras aferentes primarias delta–A são mielinizadas e conduzem os sinais

nociceptivos associados a dor rápida, aguda e bem localizada, são sensíveis a

estímulos térmicos e mecânicos intensos, enquanto as fibras aferentes primarias C

são amielinizadas e associadas à dor lenta, difusa e mal localizada (Tambelli et al.,

2014 b).

Após uma lesão ou inflamação dos tecidos orofaciais, os impulsos

nociceptivos conduzidos pelas fibras delta-A e C a partir dos tecidos periféricos

podem resultar em uma liberação excessiva de substancias neuroquímicas e induzir

uma cascata de eventos intracelulares em neurônios nociceptivos centrais,

provocando o aumento da sua sensibilidade aos impulsos nociceptivos. Esse

processo de hiperexcitabilidade é denominado sensibilização central e é definido

como uma resposta aumentada dos neurônios nociceptivos do sistema nervoso

central a impulsos aferentes normais ou normalmente ineficazes. A sensibilização

central pode levar a alterações neuroplásticas funcionais nos processos nociceptivos

centrais, que contribuem para a dor crônica (Tambelli et al., 2014 b).

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  24  

2.3 Dor pós-operatória

A dor após o tratamento endodôntico ocorre com uma prevalência relatada

altamente variável de 82,9% (Glassman et al., 1989) a 3% (Almeida et al., 2012).

Durante a limpeza e modelagem do sistema de canais radiculares, ou no processo

de obturação, a extrusão de microrganismos e/ou detritos é comum e tem sido

relatada como causa de uma pior resposta inflamatória da região periapical

(Cunningham & Mullaney., 1992).

Os pacientes frequentemente perguntam se terão dor após o tratamento

endodôntico. Se os dentistas soubessem exatamente quais fatores estão envolvidos

na ocorrência de dor pós-operatória entendessem suas complexas interações,

poderiam ser capazes de responder a essa questão racionalmente e assim preparar

os pacientes para possíveis eventos de dor pós tratamento. Seria também útil ter

uma ferramenta para prever outros resultados relevantes que modulassem a dor,

como duração, intensidade, podendo alertar os pacientes e prescrever a terapia

analgésica apropriada (Lobb et al., 1996).

A ocorrência de dor após tratamentos de canal radicular tem sido avaliada

em vários estudos, e essa dor é uma grande preocupação tanto para pacientes

como para profissionais. O desenvolvimento de dor pós-operatória após é

geralmente devido a uma resposta inflamatória aguda nos tecidos perirradiculares.

Vários fatores podem estar envolvidos no desenvolvimento da dor, como lesão

mecânica, irritação química e microorganismos (Siqueira Jr tal., 2002; Silva et al.,

2013). Os microorganismos são os fatores causais mais comuns da dor pós-

operatória, uma menor incidência de dor pode ser esperada após a realização de

procedimentos intracanais com base em estratégias antimicrobianas (Siqueira Jr tal.,

2002).

Quando ocorre um desequilíbrio da relação hospedeiro e bactéria causada

por extrusão de debris contaminados para porção apical pode ocorrer alteração da

microbiota e/ou condições do meio, e, infecções intrarradiculares secundárias

podem resultar em dor. O desenvolvimento da dor provocada por agentes

infecciosos dependem da presença de bactérias patogênicas e de outros fatores

como, a presença de microorganismos virulentos, sinergismo microbiano, número de

células microbianas, estímulos ambientais, resistência do hospedeiro e infecções por

herpes vírus. As espécies bacterianas patogênicas associadas com lesão

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  25  

perirradicular sintomática são: Porphyromonas endodontalis, Porphyromonas

gingivalis,espécie Prevotella, Treponema denticola, Tannerella forsythia, Filifactor

alocis, Dialister pneumosintes, Peptostreptococcus micros, e Finegoldiamagna

(Siqueira & Barnett., 2004). O LPS exerce uma infinidade de efeitos biológicos que

provocam reações inflamatórias e destruição óssea. As bactérias anaeróbias

Porphyromonas e Prevotella desempenham um papel significativo no

desenvolvimento da sintomatologia clínica através da produção de citocinas,

enzimas colagenolíticas e fibrinolíticas e induz a produção de bradicinina, potente

mediador da dor (Seltzer & Farber., 1994).

A dor pós-operatória é uma sensação comum após o tratamento

endodôntico. Vários estudos já avaliaram a prevalência de dor após a terapia

endodôntica (Siqueira Jr tal., 2002; Cruz Junior et al.,2006; Sathorn et al., 2008;

Almeida et al., 2012; Arias et al., 2013; Silva et al.,2013; Saini et al., 2016) Em uma

revisão sistemática, Sathorn et al. (2008) relataram uma taxa de prevalência de 3-

58% para a dor após o tratamento do canal radicular. Diversos estudos avaliaram

associações entre dor pós-operatória e fatores clínicos pré-operatórios. Segundo

Genet & Wesselink (1987), A condição clínica mais predisponente para sua

ocorrência é uma polpa necrótica assintomática com lesão periapical. A etiologia

dessa dor é multifatorial e depende da interação entre a resposta imunológica do

hospedeiro, infecção e danos físicos (Shokrabeh et al., 2016).

As possíveis causas de dor pós-operatória estão relacionadas a lesões

mecânicas, químicas e / ou microbiológicas dos tecidos perirradiculares (Pochapski

et al., 2009, Ince et al., 2009; Attar et al., 2008; Sathorn et al.,2008). Durante o

desbridamento do canal, todas as técnicas de instrumentação com instrumentos

manuais ou rotatórios produzem extrusão apical de detritos mesmo quando a

preparação ocorre no terminal apical (Nair et al., 2005). Isso causa inflamação

periapical conhecida como flare up, que variam entre 1,4% e 16% (Siqueira et al.,

2003). É provável que a extrusão dependa da técnica de instrumentação. Vários

estudos avaliaram a quantidade de detritos extruídos durante diferentes técnicas de

instrumentação do canal radicular (Ferraz et al., 2001; Burklein &Schafer, 2012;

Koçak et al., 2013).

Siqueira Jr et al. (2002) realizaram um estudo prospectivo para avaliar a

incidência de dor pós-operatória. Os dados foram examinados a partir de 627 dentes

de 602 pacientes que tinham dentes com polpas necróticas ou com necessidade

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  26  

retratamento. Foi obtida a informação para cada paciente tratado com relação à

presença de dor pré-operatória, e também foi avaliada a ocorrência de destruição de

osso perirradicular. Os operadores consistiam de estudantes de graduação, em seu

primeiro ano de treinamento clínico. Os canais radiculares foram instrumentados

com técnica coroa-ápice com comprimento de trabalho determinado 1 milímetro

aquém do ápice radiográfico utilizando o hipoclorito de sódio a 2,5% como

substancia química. Os dentes foram medicados com uma pasta a base de

hidróxido de cálcio e nenhum medicamento sistêmico foi prescrito.

Aproximadamente uma semana após a consulta inicial, os pacientes foram

questionados sobre a ocorrência de dor pós-operatória e o nível de desconforto foi

avaliado como nenhuma dor, dor leve, dor moderada ou dor severa. Os dados foram

analisados estatisticamente pelo teste Qui-quadrado. Dor leve ocorreu em 10% dos

casos, moderada em 3,3%, e severa em 1,9% (flare up). A dor pós-operatória foi

significativamente associada ao tratamento de dentes previamente sintomáticos sem

lesões perirradiculares (p <0,01). Também não houve diferença quanto à incidência

de dor pós-operatória entre tratamento e retratamento (p> 0,01). Os procedimentos

intracanais utilizados neste estudo para o controle de infecções do canal radicular

mostraram uma pequena incidência de dor pós-operatória, mesmo sendo realizados

por estudantes inexperientes de graduação em odontologia.

A experiência da dor associada ao canal radicular é uma grande fonte de

medo para os pacientes. O tratamento prévio, o tratamento e a dor pós-tratamento

são lembrados e compartilhados pelos pacientes. Pak & White (2011) realizaram

uma revisão sistemática da literatura para determinar a influência do tratamento do

canal radicular na prevalência e gravidade da dor e estimar a prevalência ea

gravidade do tratamento pré e pós-tratamento em pacientes submetidos ao

tratamento de canal radicular. Foram analisados os dados de prevalência e

gravidade da dor pré-tratamento, tratamento e pós-tratamento. Os achados desse

estudo revelaram que a prevalência e a gravidade da dor diminuíram

substancialmente após o tratamento. As prevalências médias de pré-tratamento,

pós-tratamento 24 horas e pós-tratamento de 1 semana com desvios-padrão

associados foram de 81 (28%), 40 (24%) e 11 (14%), respectivamente. A

prevalência de dor associada ao canal radicular pré-tratamento alta, diminuiu

moderadamente em 1 dia e substancialmente para níveis mínimos em 7 dias. A

gravidade da dor associada ao canal radicular pré-tratamento moderada, diminuiu

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substancialmente no período de 1 dia após o tratamento e continuou a cair para

níveis mínimos em 7 dias.

Arias et al. (2013) realizaram um trabalho clinico prospectivo no qual

avaliaram a incidência, a intensidade e a duração da dor após a terapia endodôntica

com auxilio de questionários. Um total de 500 tratamentos realizados em sessão

única foram avaliados. Todos os tratamentos foram realizados com técnica crouwn-

down e instrumentação manual, a patência foi mantida com uma lima 10. A

substancia química utilizada foi o hipoclorito de sódio a 5% e o canais foram

obturados com a técnica de compactação lateral e com cimento AH –Plus. 316

questionários foram utilizados para os modelos de regressão logística e 58

questionários foram utilizados para testar a validade externa. Dos 374 casos, 177

(47,3%) relataram dor pós-operatória. Destes, 123 (69,5) relataram dor que durou 1

ou 2 dias, e 54 (30,5%) relataram dor que durou mais de 2 dias (intervalo: 3-9 dias).

Em 87 (49,2%) casos, a dor pós tratamento foi desencadeada espontaneamente, em

64 (36,2%) por pressão oclusal e em 26 (14,7%) por ambos os mecanismos. Em 77

casos (43,5%), a dor foi considerada leve, em 81 (45,8%) foi considerada moderada

e em 17 (9,6%) foi relatada como intensa. Foram estabelecidos modelos preditivos

para a incidência, intensidade e duração da dor .Nenhum dos fatores preditivos

registrados influenciou significativamente o modo desencadeante da dor. Foi

observado que o paciente com maior probabilidade de desenvolver dor pós-

endodôntica (0,83) tenha experimentado dor anterior em um molar com tratamento

endodôntico de urgência anterior, sem radioluscência apical. A intensidade da dor foi

maior nos dentes inferiores de pacientes com idade mais avançada. A duração da

dor foi maior em pacientes do gênero masculino idade mais avançada e com dentes

com presença de lesão. Os modelos preditivos demonstraram que a probabilidade

de desenvolver dor pós tratamento endodôntico dependia dos seguintes fatores em

ordem de importância: presença de contatos oclusais, presença de dor pré-

operatória, presença de radioluscência, tipo de dente e presença de tratamento

endodôntico de emergência prévio. A intensidade da dor dependia do tipo de dente e

da idade do paciente. A duração da dor foi predita pelos seguintes fatores: idade,

sexo e presença de radioluscências.

Sistemas de reciprocantes de lima única têm sido utilizados para facilitar a

preparo do canal radicular. No entanto, pouco se sabe sobre a incidência de dor

pós-operatória, para isso Cruz Junior et al. (2016) realizaram um estudo clínico

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  28  

randomizado prospectivo. Para isso 46 voluntários foram divididos aleatoriamente

em 2 grupos de acordo com os diferentes comprimentos de trabalho. O grupo FE

tinha um comprimento de trabalho no zero, e o grupo de controlo tinha um

comprimento de trabalho de 1,0 mm aquém do ápice. Ambos os grupos foram

submetidos ao mesmo protocolo de tratamento, com exceção do comprimento de

trabalho estabelecido, foi utilizado o hipoclorito de sódio a 2,5% como substância

química e o Edta 17% como substancia irrigadora final. Os voluntários foram

instruídos a registar a sua dor (nenhuma, moderada, moderada ou grave) numa

escala analógica visual (VAS) no tempo de 24 horas, 72 horas e 1 semana após o

tratamento. Os pacientes foram orientados a tomar Paracetamol 750mg a cada 6

horas ou Ibuprofenbo 600mg caso houvesse dor. O teste de Kruskal-Wallis foi

utilizado para identificar diferenças significativas. Em geral, 82,22% dos pacientes

não indicaram dor ou dor leve. Uma proporção maior dos pacientes do grupo FE

apresentou dor leve em comparação com os pacientes do grupo controle nas

primeiras 24 horas (p <0,05). Às 72 horas e 1 semana, não houve diferença

estatisticamente significativa entre os grupos (P> 0,05). Os autores concluíram que

após 24 horas, o grupo com ampliação foraminal resultou em mais pacientes

relatando dor leve em comparação com o grupo controle, mas não foram

observadas diferenças em 72 horas ou 1 semana após o tratamento.

Shokraneh et al. (2016) realizaram um estudo prospectivo, randomizado,

duplo-cego, para comparar a dor pós-operatória em pacientes com molares

inferiores assintomáticos com necrose pulpar e lesão periapical, utilizando três

técnicas de instrumentação diferentes: manual (G1), rotatória com limas ProTaper

Universal (G2) , e técnica de instrumentação reciprocante com lima única com

instrumento Wave-One (G3). Noventa e seis pacientes foram atribuídos a três

grupos de acordo com a técnica de instrumentação do canal radicular utilizada.

Todos tratamentos endodônticos foram realizados com hipoclorito de sódio a 5,25%

e foram realizados em sessão única. A gravidade da dor pós-operatória foi avaliada

pela escala analógica visual de Heft-Parker 6, 12, 18, 24, 48 e 72 horas após o

tratamento. Os dados foram analisados por Kruskal-Wallis, χ2, Cochrane Q, ANOVA

e análise de correlação de Spearman (α = 0,05). Não houve diferença significativa

entre sexo e nível de dor pós-operatória nos três grupos (P> 0,05). A análise de

correlação de Spearman não mostrou correlação entre idade e dor pós-operatória

neste estudo (P> 0,05, r = 0,28). O teste Cochrane Q mostrou que em todos os três

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  29  

grupos, os níveis de dor dos pacientes tinham diminuído significativamente em 72 h

(P <0,05) . O teste de Kruskal-Wallis mostrou que os pacientes do grupo 3 relataram

níveis significativamente mais baixos de dor pós-operatória aos 6, 12 e 18 h em

comparação com os pacientes nos outros dois grupos (p <0,05). Além disso, os

pacientes do grupo 2 relataram níveis significativamente menores de dor pós-

operatória às 6 e 12 h em comparação com os pacientes do grupo 1 (p <0,05). Não

houve diferença significativa na dor pós-operatória entre os três grupos nos outros

intervalos de tempo (P> 0,05), embora a tendência mostrada pelos dados brutos

tenha indicado menor dor no grupo 3. O consumo de analgésico dos pacientes nos

grupos 1, 2 e 3 foram 2,43 ± 0,98, 1,22 ± 0,12 e 1,12 ± 0,16 comprimidos

respectivamente. O consumo foi significativamente maior no grupo 1 (P <0,05), sem

diferença entre os outros dois grupos (P> 0,05).

2.4 Alodinia Mecânica Alodinia é definida como uma redução no limiar da dor, no qual a dor ocorre

em resposta a estímulos mecânicos ou térmicos. Por outro lado, hiperalgesia é

definida como uma resposta exagerada a estímulos mecânicos ou térmicos que

normalmente são inócuos. Ambos os recursos são avaliados em testes clínicos

endodônticos. Alodinia mecânica na odontologia é geralmente avaliada por um teste

de percussão e uma resposta é considerada positiva se este estímulo normalmente

inócuo produzir uma sensação de dor. A hiperalgesia térmica é geralmente avaliada

por aplicação de um estímulo frio que é suficiente para produzir uma sensação

transitória e ligeira da dor em um dente de controle, mas evoca uma sensação

prolongada ou situação de dor intensa quando aplicado a um dente com pulpite

irreversível (Owatts et al., 2007).

A alodinia mecânica (AM) tem sido extensivamente avaliada em vários

estudos experimentais em outros locais, tais como a pele ou músculo (Cunha et al.,

2005). AM é definida como dor devida a um estímulo inócuo, que normalmente não

provoca dor. A dor provocada de um dente batendo em outro dente durante a

oclusão é uma medida de AM. Curiosamente, a medição da AM é uma medida do

grau de inflamação periapical na qual, os mediadores inflamatórios locais ativam

nociceptores periapicais, que conduzem a sensibilização periférica ou central (Owats

et al., 2007).

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  30  

O diagnóstico de periodontite perirradicular aguda é muitas vezes realizado

com testes de diagnóstico com precisão limitada ou desconhecida. A inflamação

aguda dos tecidos perirradiculares (como no abcesso apical agudo, periodontite

perirradicular aguda) é caracterizada por uma redução no limiar da dor mecânica,

presumivelmente por causa dos mecanismos periféricos (por exemplo, a

sensibilização de nociceptores que inervam o ligamento periodontal) ou centrais

(sensibilização, por exemplo, central). Esta redução no limiar de dor mecânica é

denominado "alodinia mecânica" e manifesta-se como a sensibilidade à percussão,

à mordida ou à pressão (Lipton et al., 1993). Os métodos tradicionais utilizados para

detectar a alodinia mecânica em pacientes com odontalgia incluem o teste de

percussão, muitas vezes conduzido usando um cabo de espelho , ou com um objeto

duro, como o Slooth Tooth. No entanto, estes testes não são quantitativos e são

inerentemente variáveis em seus vetores de força e terminais subjetivos (Owatts et

al., 2007).

A alodinia envolve uma mudança na qualidade da sensação, seja tátil,

térmica , ou de qualquer outro tipo. A sensação original normalmente não é

dolorosa, mas a resposta é dolorosa. Existe portanto, uma perda da especificidade

da modalidade sensorial. A alodinia mecânica normalmente ocorre em alguns

estados de dor. Por exemplo, o teste de percussão de um dente suspeito avalia a

possível presença de alodinia mecânica, e um teste positivo é interpretado como

sinal de uma inflamação ativa na região perirradicular do dente suspeito (Tambelli et

al., 2014 b).

Um método para avaliar a alodinia mecânica num dente com periodontite

perirradicular é medir a força de mordida máxima que pode ser exercida antes do

dente apresentar dor e comparar essa força de mordida com o valor exibido por um

dente de controle correspondente (Khan et al., 2007). O uso de um método

quantificável para medir os limiares de dor mecânica pode melhorar

substancialmente o diagnóstico clínico das condições perirradiculares em

endodontia e também proporcionar uma medida da eficácia do tratamento

fornecido.

A pulpite irreversível é um dos motivos mais frequentes que os pacientes

procuram atendimento de urgência odontológica. Os mecanismos para essa dor

pode ser causado pela sensibilização e ativação de nociceptores pulpares por causa

da liberação local de mediadores inflamatórios. No entanto, este modelo não explica

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  31  

por que a aloidinia mecânica perirradicular estaria presente nestes pacientes. Para

identificar mecanismos e sinais resultantes e sintomas de dor odontogênica, foram

caracterizados alodinia térmica e mecânica em um grupo de 993 pacientes que se

apresentam para a extração em um centro de saúde. Os pacientes utilizaram

escalas de intensidade de dor para avaliar a taxa do nível de dor espontânea e nível

"a pior dor.". Os pacientes classificaram a suas dores de acordo com uma escala

visual analógica (EVA). Um examinador determinou os diagnósticos pulpares e

perirradiculares de todos os pacientes. Pacientes com um diagnóstico de necrose

pulpar foram excluídos. A média de dor espontânea e "pior dor" foram calculados

para cada um dos três grupos seguintes: (1) polpa normal e tecidos perirradiculares

normais, (2) pulpite irreversível e tecidos perirradiculares normais, e (3) pulpite

irreversível e periodontite perirradicular aguda. Os dados foram tabulados e

analisados por meio de uma análise de e teste de Tukey com nível de significância

de 5%. Dos 201 pacientes diagnosticados com pulpite irreversível, 57,2% tinham

periodontite perirradicular aguda simultaneamente também tinham alodinia

mecânica. Observou –se que a alodinia mecânica contribui para estágios iniciais de

dor odontogênica por inflamação do tecido pulpar vital (Owatts et al., 2007).

Em busca de um método quantificável par avaliar o estado perirradicular, foi

realizado um ensaio clínico para avaliar a confiabilidade de um modelo transdutor de

força de mordida digital. Esse equipamento era composto de um garfo de mordida

que foi modificado, anexando a cabeça de um Slooth Tooth que agiu como um guia

oclusal. Foram incluídos neste estudo molares inferiores e superiores (40 pacientes).

O estudo clínico consistiu em três sessões. Na primeira sessão, o garfo de mordida

foi colocada entre os primeiros molares superiores e inferiores, de tal modo que o

cone acrílico do garfo de mordida foi posicionado no ápice mesiopalatal de o

primeiro molar superior. O mesmo processo foi então repetido com os dentes

contralaterais. Este processo foi repetido quatro vezes com intervalos de 1 minuto.

As leituras da força máxima de mordida foram então recolhidas por outros dois

examinadores. Um total de 10 leituras foram coletados por cada examinador na

primeira sessão. A força de mordida máxima foi registrada novamente pelo

examinador inicial em duas sessões subsequentes. O tempo entre as sessões foi de

2 a 4 semanas. Semelhante a primeira sessão, o processo foi repetido cinco vezes

em intervalos de 1 minuto. Os autores concluíram que o estabelecimento do uso do

garfo de mordida como uma ferramenta de diagnóstico quantitativo pode melhorar

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  32  

substancialmente os diagnósticos clínicos das condições perirradiculares em

endodontia (Khan et al., 2007a).

Ainda em 2007, foi realizado um estudo para avaliar a capacidade do

transdutor de força de mordida digital para medir quantitativamente a alodinia

mecânica em indivíduos com odontalgia causada por pulpite irreversível e

periodontite apical aguda e também foi avaliada a capacidade deste método para

medir o impacto da anestesia local sobre esses dentes. Os dentes inseridos nesse

estudo foram: pré-molar ou molar com um diagnóstico clínico de pulpite irreversível e

periodontite apical, sem radioluscência perirradicular evidente. Os limiares

mecânicos da dor foram medidos em pacientes (n= 30) com o dente afetado e

comparados com os seus dentes contralaterais. Os resultados mostram que os

limiares de dor mecânica dos dentes com pulpite e periodontite apical aguda foram

reduzidos em 77% em comparação com os dentes de controle contralaterais. A

administração de anestesia local reverteu a alodinia mecânica em 62%. Além disso,

os dentes normais contralaterais aos dentes sintomáticos apresentaram limiares

mecânicos inferiores aos observados em voluntários saudáveis, sugerindo que a

sensibilização central ocorre durante este tipo de odontalgia. Assim, os autores

demonstraram que os limiares de dor mecânica são significativamente reduzidos

nos dentes e que o transdutor de força tem aplicação potencial como um auxílio de

diagnóstico na medição da alodinia mecânica e como medida de resultado em

ensaios clínicos endodônticos como estudos farmacológicos e futuras pesquisas

(Khan et al., 2007b).

A dor neuropática, caracterizada por dor espontânea, alodinia e

hiperalgesia, ainda é um desafio clínico. O dano causado a qualquer parte do

sistema nervoso devido a insultos como trauma, infecção, isquemia ou distúrbio

metabólico pode causar dor neuropática. Os mecanismos da dor neuropática são

parcialmente compreendidos e são considerados como um distúrbio neuro-

inflamatório causado por interações complexas entre neurônios e ativação no

sistema nervoso (Austin & Moalem – Taylor, 2010).

Ferraz et al. (2011) realizaram um estudo que testou a hipótese de que os

neurônios nociceptivos trigeminais são diretamente sensibilizados pelo

lipopolissacarídeo (LPS) isolado de um patógeno endodôntico, Porphyromonas

gingivalis. Foram testadas polpas dentais cuidadosamente removidas de dentes

recém extraídos, que não apresentavam dor espontânea, nem cárie, restauração ou

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  33  

radioluscência periapical. Essas polpas receberam um tratamento específico para

posterior avaliação do teste imuno-histoquímico. A avaliação das amostras de tecido

pulpar em microscopia confocal mostrou a colonização do receptor de LPS (receptor

tipo toll 4, TLR4) com fibras nervosas contendo o gene da calcitoninina (CGRP).

Esses resultados sugerem a sensibilização direta de nociceptivos por LPS em

concentrações encontradas em sistemas de canais infectados como um mecanismo

responsável pela dor associada a infecções bacterianas.

Serras & Manns (2013) realizaram um estudo para comparar a força de

mordida voluntária máxima medida por um medidor de força oclusal digital entre

diferentes dentes adversos, empregando superfícies de mordida semi-dura ou

macia. Foi estudada uma amostra de 34 com dentição natural completa. A superfície

de mordida semi-rígida original foi trocada por uma macia, feita de couro e borracha.

Foram realizadas gravações da força de mordida cada grupo de dentes e para

ambas as superfícies de mordida. Foi observado que, quando utilizado o medidor

com uma superfície macia , os valores de força máxima de mordida eram

superiores, quando comprados com a superfície semi-rígida, pois era mais

confortável para os pacientes. Os autores afirmaram que o aparelho era confiável

para aferir a força máxima de mordida.

Read et al. (2014) realizaram ensaio clínico randomizado duplo-cego

controlado por placebo para medir quantitativamente o efeito do ibuprofeno na

alodinia mecânica em pacientes com odontalgia causada por periodontite apical

sintomática e medir o efeito do ibuprofeno no diagnóstico endodôntico. Para isso, 42

pacientes foram submetidos a testes (frio, percussão, palpação e medidas de força

de mordida) e receberam um comprimido de placebo ou 800 mg de ibuprofeno.

Ambos os grupos de pacientes e operadores foram cegos para a medicação

recebida. Uma hora mais tarde, o teste de diagnóstico foi repetido e comparado com

a primeira avaliação. Os testes de palpação e percussão tiveram seus valores

mascarados (palpação 40% e percusão 25%). Embora os valores de força de

mordida tenham aumentado em pacientes com diagnóstico de periodontite apical

após o tratamento com ibuprofeno, esses valores ainda foram muito menores do que

os valores de força de mordida de dentes de controle, indicando claramente qual

dente apresentava alodinia mecânica. Como conclusão os autores observaram que

analgésicos antes da consulta odontológica podem afetar os resultados dos testes

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  34  

de diagnóstico endodôntico e que as medidas de força de mordida podem auxiliar a

identificar do dente afetado

2.5 Considerações sobre preparo químico mecânico e preparo apical

Souza-Filho et al., em 1987, instrumentaram 32 canais radiculares de

dentes de cães com comprimento de trabalho 2mm além ápice com lima #15 e

deixaram os canais expostos ao meio oral durante 45 dias para induzir o

desenvolvimento da inflamação periapical através da contaminação. Na segunda

sessão, todos os canais foram instrumentados 2mm além ápice até a lima #60. As

obturações dos canais foram realizadas a 2- 3mm aquém do ápice e decorridos 90

dias, os animais foram sacrificados. Os autores observaram histologicamente que a

ampliação foraminal permitiu o crescimento do tecido periodontal no espaço do

canal em 67.8% das raízes.

Em 1997, uma pesquisa foi realizada em 53 Faculdades de Odontologia dos

Estados Unidos. Os autores obtiveram 48 formulários preenchidos (retorno de

91%). Verificaram que 50% das Faculdades adotavam o conceito da patência na

graduação e na pós-graduação, com o objetivo de reduzir a formação de degrau,

perfuração e impedir a formação de um plug de dentina infectada na porção apical

(Cailleteau & Mullaney,1997). Foi investigado resposta histopatológica do tecido pulpar contido na porção

apical do canal, nos canais laterais, nas ramificações apicais e do tecido periapical

após os procedimentos endodônticos, quando realizados aquém ou além da

constrição apical, tanto em polpas vitais assim como nas polpas necrosadas. Foram

estudados 41 dentes humanos, somando 49 raízes, obtidas de 36 pacientes com a

faixa etária de 16 a 65 anos de idade. Os resultados deste estudo histológico,

envolvendo tecidos apical e periodontal após o tratamento endodôntico,

considerando diferentes períodos de observação, demonstraram condições

histológicas mais favoráveis quando as instrumentação e obturação dos canais

permaneceram aquém ou na constrição apical. Todavia, os autores afirmam que a

localização anatômica da constrição apical não é possível de ser determinada com

exatidão, clinicamente (Ricucci & Langeland, 1998).

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  35  

Flanders. (2002) relatou que tratamentos endodônticos no qual a patência

foraminal é realizada, pode ser observado na radiografia final do tratamento um

extravasamento de cimento além do término do ápice radiográfico, confirmando a

manutenção da patência no transoperatório e o selamento do forame apical. Esta

extrusão do cimento endodôntico não causa desconforto para o paciente e em nada

compromete no sucesso do tratamento endodôntico.

A terapia de canal radicular envolve o tratamento de polpas dentárias vitais

e necróticas com o objetivo de manter os dentes naturais em função e estética

adequada. A remoção do biofilme, do tecido pulpar e das bactérias do sistema

radicular é obtida pelo preparo químico-mecânico do sistema de canais radiculares

O objetivo mais importante da terapia endodôntica é minimizar o número de

microrganismos e de detritos patológicos no interior dos sistemas de canais

radiculares para prevenir ou tratar a periodontite apical (Peters et al., 2004).

Embora a terapia bem sucedida dependa de muitos fatores, um dos passos

mais importantes em qualquer tratamento do canal radicular é a preparo do canal

radicular. Isto é essencial porque o preparo determina a eficácia de todos os

procedimentos subsequentes e inclui desbridamento mecânico, criação de espaço

para a inserção de medicamentos e espaço adequado para obturação hermética e

tridimensional. Infelizmente, o preparo do canal é adversamente influenciado pela

anatomia do canal radicular capacidade do operador de visualizar a partir de exames

de imagens e dominar esta anatomia. Portanto, o preparo do canal radicular não é

apenas importante, mas também exigente para o clínico. Três questões principais

são consideradas mais desafiadoras e controversas na formação do canal radicular:

• Identificação, acesso e ampliação dos canais principais sem erros de

procedimento

• Estabelecimento e manutenção de comprimentos de trabalho adequados

durante todo o processo de modelagem

• Seleção de tamanhos de preparo e que permitam uma adequada

desinfecção e posterior obturação (Peters et al., 2003; Peters et al., 2004).

O acúmulo de restos de tecidos moles ou de detritos dentinários na região

apical é um evento comum que pode causar bloqueio do canal radicular,

normalmente em seu terço apical. Isto pode ser evitado se a passagem do forame

apical durante o processo de preparo for mantida desobstruída (patência). Arias et

al. (2009) realizaram um estudo prospectivo para avaliar se a manutenção da

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patência apical pode influenciar a incidência, o grau ou a duração da dor pós-

operatória, considerando diferentes fatores de diagnóstico dentário, como estado

pulpar, dor pré-operatória ou a posição ou grupo de dentes a ser tratado. Este

estudo comparou a dor pós-operatória em 300 dentes endodonticamente tratados,

com e sem patência apical. Observou-se significativamente menor dor pós-

operatória quando a patência apical foi mantida em dentes não vitais. Se surgiu dor,

sua duração foi maior quando a patência apical foi mantida em dentes com dor e

sintomatologia prévias. A manutenção da patência apical não aumenta a incidência,

o grau ou a duração da dor pós-operatória quando se consideram todas as variáveis

em conjunto.

Manter o comprimento de trabalho adequado durante a preparo químico

mecânico é essencial para assegurar a remoção adequada de microrganismos, que

demonstraram desempenhar um papel significativo na falha do tratamento do canal

radicular (Nair 2006). Estudos têm demonstrado que a presença de bactérias na

região do forame apical, formam colônias que se estendem para a região

extrarradicular em alguns casos (Nair et al., 1990, Signoretti et al., 2011). Essas

bactérias, se não eliminadas, têm uma alta probabilidade de sobrevivência devido à

constante de nutrição da área periapical. Isso implica que a limpeza e ampliação da

região foraminal podem ser fundamentais para obter uma desinfecção adequada do

canal radicular e garantir um ambiente favorável para o reparo e para a cicatrização

periapical.

Marinho et al. (2012) avaliaram a influência da ampliação foraminal

utilizando instrumentos rotatórios (Mtwo®) na redução do nível de endotoxina dos

canais radiculares dentários. Foram utilizados 40 canais radiculares de pré-molares

inferiores. A endotoxina de Escherichia coli foi inoculada em trinta canais

radiculares. Dez dentes serviram como o grupo de controle negativo. Após o período

de incubação, as primeiras amostras de endotoxina foram colhidas dos canais

radiculares com um ponto de papel estéril / apirogênico para a análise das unidades

de endotoxina (eU / mL) presentes antes da instrumentação (S1). A instrumentação

de amostra foi realizada com o sistema rotatório na sequência 10 / .04, 15 / .05, 20 /

.06, 25 / .06, 30 / .05, 35 / .04 e 40 / .04. Para monitorar e avaliar a eficácia do

aumento do aumento do preparo apical na remoção de endotoxinas, as segundas

amostras de endotoxinas foram recolhidas de todos os canais radiculares após

instrumentação com os seguintes instrumentos: # 25 / .06- (S2); # 30 /. 05- (S3); #

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35 /. 04- (S4); E # 40 /. 04- (S5). O lisado de amebócito de limulus foi utilizado para

quantificar os níveis de endotoxina. Os resultados foram analisados

estatisticamente. Os níveis crescentes de remoção de endotoxinas foram obtidos por

aumento de tamanho apical de grandes dimensões: S2 (AeS # 25 / .06) - 89.2%, S3

(AeS # 30 / .05) - 95.9%, S4 (AeS # 35 / .04) - 97,8% e S5 (AeS # 40 /. 04) - 98,2%.

A redução substancial do teor de endotoxina foi obtida em S4 e S5 em comparação

com S2 (p <0,05), no entanto, a preparação do canal radicular não foi capaz de

eliminar a endotoxina. Foi observado que nas condições deste estudo, a redução

dos níveis de endotoxina dos canais radiculares dentários poderia ser prevista

aumentando o tamanho da lima anatômica final no preparo apical.

A patência é uma manobra que visa manter o canal cementário

desobstruído durante o preparo químico mecânico, e deve ser mantida durante toda

a instrumentação do canal radicular. Esse procedimento é justificado por motivos

biológicos e mecânicos. Pois a permanência de microrganismos e resíduos na

porção apical não instrumentada pode ser um fator para o fracasso e insucesso da

terapia endodôntica (Siqueira Jr & Pereira, 2015).Com relação preparo apical do

canal radicular, existe alguma controvérsia sobre se a ampliação foraminal é um

procedimento necessário (Ricucci et al., 1998; Coldero et al.,2002; MIckel et al.,

2007;Hecker et al.,2010) Como regra geral, os critérios mais importantes para a

ampliação do canal radicular devem basear se na determinação clínica do tamanho

da lima apical inicial. Uma abordagem recomendada é ampliar o forame até três

tamanhos maiores do que a lima anatômica inicial.

Nos casos de periodontite apical, reconhecendo a presença de

microrganismos na porção apical do canal e até mesmo na própria lesão (Ricucci et

al.,2010; Subramanian et al., 2009) é um fator que contribuiu para a aceitação de

limpeza, desbridamento e ampliação do forame apical durante a instrumentação do

canal radicular, pois pode melhorar os limites de irrigação na área apical, otimizando

a desinfecção do canal radicular (Albrecht et al.,2004; Lin et al., 2011).

Até 2013 ainda não existia um estudo clínico na literatura que afirmasse que

a ampliação foraminal em dentes com lesão periapical proporcionasse dor pós-

operatória, quando comparado com o não alargamento do forame. Então Silva et al.

(2013) realizaram um estudo clínico prospectivo, randomizado e controlado para

determinar se a ampliação foraminal durante o tratamento endodôntico está

associada a mais dor pós-operatória quando comparada com a instrumentação

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padrão (não alargamento do forame). Para esse estudo, foram selecionados 40

pacientes (maiores de 18 anos) com dentes unirradiculares com diagnóstico de

necrose e periodontite apical. Esses voluntários foram divididos aleatoriamente em 2

grupos experimentais (com ampliação e sem ampliação foraminal). Todos

tratamentos foram realizados em sessão única e os pacientes foram orientados a

classificar a dor pós-operatória em : nenhuma, leve, moderada e grave. Os scores

de 1 a 4 foram atribuídas a cada tipo de dor após 12, 24 e 48 horas da obturação.

Os testes t de Kolmogorov-Smirnov e Student foram utilizados para determinar

diferenças significativas em P <0,05. Não foi encontrada diferença estatisticamente

significante entre os grupos (P> 0,05, teste t de Student). A dor pós-operatória não

mostrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos em qualquer período

de observação (P> 0,05). Além disso, não houve diferença significativa no número

de comprimidos analgésicos utilizados entre os grupos (P> 0,05). Os autores

concluíram que as técnicas de ampliação foraminal e não ampliação foraminal

resultaram na mesma intensidade dor pós-operatória e necessidade de medicação

analgésica. Isso pode sugerir que o uso da ampliação foraminal deve ser realizado

para a previsibilidade do tratamento endodôntico sem aumentar o índice dor pós-

operatória.

Saini et al. (2016) realizaram um estudo clínico randomizado controlado que

foi conduzido para avaliar a incidência e a intensidade da dor após a ampliação

foraminal em primeiros molares inferiores necrosados. Os autores além de avaliar a

dor pós-operatória também determinaram o uso pós-operatório de analgésicos.

Setenta molares com periodontite apical crônica foram distribuídos aleatoriamente

em 2 grupos, com ampliação foraminal e sem ampliação foraminal. O tratamento

endodôntico foi realizado com limas manuais, a substância química utilizada foi

hipoclorito de sódio 3% e medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio por 7

dias. Os pacientes receberam a orientação de tomar analgésicos caso houvesse

necessidade. Uma escala visual de 0 a 10 foi usada para avaliar os níveis de dor. Os

dados foram analisados utilizando teste U de Mann-Whitney e testes de qui-

quadrado. Nesse estudo, a experiência de dor foi maior com o alargamento

foraminal. Observou-se diferença significativa na dor pós-operatória nos primeiros 4

dias e no sexto dia (P <0,05). Não houve diferença significativa na prevalência de

ingestão de analgésicos e no número de doses entre os grupos experimentais (P>

0,05).

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  39  

2.5.1 Considerações sobre preparo químico mecânico e substância química auxiliar

O desbridamento completo e a desinfecção dos canais radiculares são

considerados essenciais para o sucesso longo prazo em endodontia. Tecidos

pulpares residuais, bactérias e detritos dentinários podem persistir nas

irregularidades dos sistemas radiculares, mesmo após meticulosa preparação

mecânica. São recomendadas várias substâncias químicas para utilização em

combinação com a preparação do canal, incluindo o hipoclorito de sódio (NaOCl), e

o digluconato de clorexidina ou apenas a clorexidina (CHX). As substância químicas

devem ser empregadas no preparo dos canais radiculares como auxiliares na

instrumentação e como solução irrigadora. As soluções irrigadoras devem possuir

pequeno coeficiente de viscosidade e pequena tensão superficial, para a formação

de uma turbulência e refluxo do irrigante na direção coronária (Abou-Rass &

Piccinino, 1982; Gomes et al., 2001).

As substâncias químicas são utilizadas para a redução máxima possível de

microorganismos, para lubrificação, quelação de íons cálcio e também para

suspensão de detritos oriundos da instrumentação. Devem apresentar propriedades

físicas e químicas que seja possível alcançar esses objetivos. São utilizadas

concomitantemente a ação de instrumentos endodônticos, e também após a

instrumentação do canal para a remoção dos restos de dentina (smear layer).

Podem ser encontradas em forma de solução líquida, creme ou gel (Siqueira Jr &

Pereira, 2015).

2.5.2 Considerações sobre preparo químico mecânico e o hipoclorito de sódio O cloro existe em combinação com sódio, potássio, cálcio e magnésio. O

hipoclorito de potássio foi primeiramente quimicamente produzido em França por

Claude Louis Berthollet como uma solução aquosa de cloro. Esta solução foi

produzida industrialmente por Percy em Javel, perto de Paris, daí o nome de "Eau

de Javel" . As soluções de hipoclorito foram primeiro utilizadas como agentes

branqueadores. Posteriormente, o hipoclorito de sódio foi recomendado por

Labarraque para prevenir a febre infantil e outras doenças infecciosas Com base nos

estudos laboratoriais controlados por Koch e Pasteur, o hipoclorito obteve uma

ampla aceitação como desinfetante até o final do século XIX (Zender, 2006). Na

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  40  

Primeira Guerra Mundial, o químico Henry Drysdale Dakin e o cirurgião Alexis Carrel

estendiam o uso de uma solução de hipoclorito de sódio 0,5% tamponada para a

irrigação de feridas infectadas, com base nos meticulosos estudos de Dakin sobre a

eficácia de diferentes soluções no tecido necrótico infectado. Além de seus efeitos

de maturação e amplo espectro de ação, as soluções de hipoclorito são esporicidas,

viricidas e apresentam efeitos de dissolução tecidual. Estas características levaram

ao uso de hipoclorito de sódio (NaOCl) na endodontia como irrigante desde 1919.

Além disso, as soluções de hipoclorito de sódio são facilmente disponíveis

(Mohammadi, 2008).

Bystrom & Sundqvist (1983) avaliaram o efeito antibacteriano do NaOCl a

0,5% em quinze dentes unirradiculares. Cada dente foi tratado em cinco consultas e

a presença de bactérias no canal radicular foi estudada em cada atendimento.

Nenhuma medicação intracanal foi utilizada entre as sessões. Quando o hipoclorito

foi usado, nenhuma bactéria pode ser recuperada de doze canais na quinta

consulta. Estes resultados sugeriram que a solução de hipoclorito de sódio a 0,5% é

mais eficaz do que a solução salina como irrigante do canal radicular.

O hipoclorito de sódio apresenta propriedade como: atividade

antimicrobiana, solvente de matéria orgânicas, ação desodorizante, ação clareadora,

lubrificante e baixa tensão superficial, além de detergente por promover a

saponificação de lipídios. Essa substância é encontrada em diversas concentrações:

0,5% (Líquido de Daquin), 1%(Solução de Milton), 2,5% (Licor de Labarraque), 4

e6% (Soda clorada). Cabe ressaltar que dependendo do pH do meio, HOCL (ácido

hipocloroso) pode encontrar-se ionizado (meio alclino pH maior que 9) ou não

ionizado (meio ácido, pH menor ou igual a 5,5). O hipoclorito de sódio é um

composto instável e acredita-se que a sua atividade antimicrobiana em pH ácido é

potencializada (Siqueira Jr & Pereira, 2015).

Ercan et al. (2004) compararam a eficácia antibacteriana da CHX 2% e do

NaOCl 5,25% como irrigadores do canal radicular. Comparou-se a atividade

antibacteriana das diferentes soluções antibacterianas em dentes com necrose

pulpar. Foram utilizados 30 canais radiculares (incisivos e pré-molares) de 20

pacientes. Antes e após o preparo do canal radicular, duas amostras de cada canal

foram obtidas por um método de coleta usando um cone papel estéril na primeira

consulta. Durante o preparo, foram utilizadas as 2 soluções irrigantes, que foram

divididas aleatoriamente para cada grupo. Também foram obtidas amostras antes da

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  41  

obturação dos canais radiculares. As amostras obtidas dos canais radiculares foram

submetidas a processamento microbiológico, incluindo incubação anaeróbia. Após a

contagem de unidades formadoras de colônia nas placas, os autores concluíram que

tanto o gluconato de clorexidina como o hipoclorito de sódio foram eficazes para

reduzir os microrganismos nos dentes com polpa necrótica e patologias periapicais e

que ambos e poderiam ser usados com sucesso como uma solução.

Em outro estudo clínico, Siqueira et al (2007a) investigaram a redução

bacteriana após a instrumentação utilizando NaOCl a 2,5% e um curativo a base de

hidróxido de cálcio e paramonoclorofenol canforado. Onze dentes com infecções

primárias e periodontite apical crônica foram selecionados. As amostras de bactérias

foram colhidas antes do tratamento (S1), após o preparo com limas manuais e

auxílio de NaOCl 2,5% (S2), e após 7 dias de medicação. Em S1, todos os casos

abrigaram bactérias, com um número médio de 2,8 taxa por canal (intervalo, 1-6).

Em S2, 6 de 11 (54,5%) dos casos apresentaram culturas positivas, com uma a três

espécies por canal. Em S3, apenas um caso (9,1%) foi positivo para a presença de

bactérias, sendo. Observou-se uma redução significativa na contagem de bactérias

entre S1 e S2 e S1 e S3. Concluiu-se que o preparo químico-mecânico com NaOCl

a 2,5% reduziu significativamente o número de bactérias no interior canal, mas não

conseguiu do tornar o canal livre de bactérias cultiváveis em mais da metade dos

casos. O curativo intracanal aumentou significativamente o número de casos de

cultura negativos. Esses achados foram confirmados em outro estudo (Siqueira et

al., 2007b). Em geral, pode concluir-se que o NaOCl, tanto em condições in vitro

como in vivo, exibe excelente atividade antimicrobiana.

Existem vários fatores que interferem na capacidade solvente de matéria

orgânica. Como: relação entre o volume da solução e a massa de tecido orgânico;

superfície de contato entre o tecido e a solução do hipoclorito; tempo de ação;

temperatura da solução e frequência da renovação da substanciado interior dos

canais radiculares. Logo quanto maior for todos esse fatores, maior será a

capacidade de dissolução tecidual proporcionada pelo hipoclorito de sódio (Stojicic

et al., 2010).

Como consequência destas propriedades, o NaOCl é altamente tóxico a

concentrações elevadas e tende a induzir irritação do tecido quando em contato. A

maioria das complicações do uso do hipoclorito de sódio parecem ser o resultado de

sua injeção acidental além do ápice radicular, que pode causar reações violentas

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  42  

nos tecidos, caracterizadas por dor, inchaço, hemorragia e, em alguns casos,

desenvolvimento de parestesia. Portanto, deve-se ter um grande cuidado ao usar

hipoclorito de sódio em altas concentrações durante a irrigação (Gernhardt et al.,

2004; Mohammadi, 2008).

O hipoclorito de sódio (NaOCl) é o padrão como irrigante, limpeza e

desinfecção dos canais. Tem ação antimicrobiana e histolítica, entre outras

propriedades. No entanto, NaOCl pode ser citotóxico para os tecidos periapicais,

particularmente em altas concentrações. Alguns pesquisadores sugeriram o uso de

clorexidina gel 2% (CLX) como alternativa, por causa de sua ação antimicrobiana,

alta substantividade e baixo toxicidade. Almeida et al., 2012 avaliaram a dor pós

operatória em pacientes que foram atendidos por profissionais que possuíam 10

anos de experiência que realizaram tratamentos em sessão única utilizando 2

substâncias químicas auxiliares diferentes. Foram incluídos no presente estudo 126

pacientes com necessidade de tratamento endodôntico, com diagnóstico de

periodontite perirradicular crônica e ausência de dor pré operatória. Os pacientes

foram divididos em 2 grupos experimentais de acordo com a substância química

auxiliar utilizada: CLX gel 2% e NaoOCL 5,25%. O tratamento endodôntico foi

realizado com o auxílio de limas rotatórias Protaper. A patência apical foi

estabelecida com limas #10 ou #15. E o comprimento de trabalho adotado foi 1mm

aquém do ápice definido por localizador apical. Para avaliar a dor pós-operatória,

uma escala de intensidade de dor e um questionário foi realizado 24, 48 e 72 horas

e 7 dias após o tratamento. Foi observado que nenhum dos pacientes relataram dor

intensa em qualquer tempo analisado. A dor moderada foi referida por 3% dos

pacientes após 24 horas, e por nenhum dos pacientes 24 horas após o tratamento,

independentemente do irrigante utilizado. A dor leve foi mais frequente mas diminuiu

rapidamente. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na dor

pós-operatória entre os 2 grupos, a qualquer tempo avaliado (p> 0,05). A incidência

de dor pós-operatória após tratamento realizado em sessão única foi baixo,

independentemente do irrigante utilizado.

2.5.3 Considerações sobre preparo químico mecânico e o clorexidina

Em 1957, 3 anos após a entrada da clorexidina (CHX) no mercado, o amplo

espectro antimicrobiano dessa substância levou a uma extensão de suas indicações

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  43  

para incluir não só a desinfecção superficial da pele, mas também nos campos de

oftalmologia, urologia, ginecologia e otorrinolaringologia. Embora essa substância

tenha começado a ser utilizada para controlar a placa bacteriana em 1959, o seu

uso tornou-se generalizado na odontologia na década de 1970 (Schiott, 1970;

Schiottet al., 1976).

Além de seus efeitos sobre a placa dentária e gengivite, a CHX é eficaz na

prevenção e tratamento da cárie (Clark et al., 1991). E é utilizada na Endodontia

como uma substância irrigadora (Gomes et al., 2001; Viana et a., 2004; Gomes et

al., 2013; Siqueira Jr, 2015; ) ou medicamento intracanal isolado ou em combinação

com hidróxido de cálcio (Gomes et al., 2013), entre outros usos.

O digluconato de clorexidina é um agente antibacteriano de amplo espectro,

muito utilizado na no tratamento de doenças periodontais e pode ser aplicado

clinicamente como agente antimicrobiano durante todas as fases do preparo do

canal radicular, incluindo a desinfecção do campo operatório e também pode ser

usada como medicação intracanal isolado ou combinado com outras substâncias,

também pode ser usada na desinfecção de cones de obturação; Para modelagem

do cone de guta-percha e também na remoção de cones de guta-percha durante o

retratamento e na desinfecção do espaço protético (Gomes et al., 2013).

A CHX é uma substância quase incolor, inodora ou quase inodora. Existe

uma variedade de produtos que contêm CHX utilizados em odontologia, medicina,

veterinária e alimentos. As concentrações mais utilizadas em enxaguatórios de boca

CHX comercialmente disponíveis são 0,12 e 0,20%. A concentração utilizada em

endodontia de 2% pode ser manipulada em farmácia com uma prescrição (Ferraz et

al., 2001; Viana et al., 2004. Gomes et al., 2013)

Para fins endodônticos, a CHX pode ser usada em solução líquida ou em

gel. O gel de CHX é constituído por uma base de gel (1% de natrosol, pH 6-9) e

gluconato de clorexidina com pH ótimo variando entre 5,5 a 7,0. O Natrosol gel é

uma substância solúvel em água e, é facilmente removido do canal radicular com

uma solução irrigadora, como a água destilada estéril. A CHX gel (2%) tem várias

vantagens sobre a solução líquida, mesmo tendo propriedades antimicrobianas, e

biocompatibilidade semelhantes. O gel lubrifica as paredes do canal radicular, o que

reduz o atrito entre a lima e a superfície da dentina, facilitando a instrumentação e

diminuindo os riscos de fratura do instrumento dentro do canal. Além disso, ao

facilitar a instrumentação. Melhora a eliminação dos tecidos orgânicos, o que

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compensa a sua incapacidade de dissolvê-los (Ferraz et., 2001; Gomes et al., 2013).

O formato em gel é a redução da formação da camada de esfregaço (Ferraz et al.,

2001), que não ocorre com na forma líquida. O gel também mantém quase todos os

túbulos dentinários abertos porque sua viscosidade mantém os detritos em

suspensão (ação reológica). Além disso, a formulação em gel pode manter o

"princípio ativo" de CHX em contato com os microrganismos durante mais tempo,

inibindo o seu crescimento (Viana et al., 2007).

A formulação em gel possui estabilidade, podendo manter seu pH e

atividade antimicrobiana satisfatória por aproximadamente 10 meses após a data de

fabricação. Recomenda-se que durante o preparo químico mecânico seja utilizada

um seringa de 5ml com agulha de irrigação (calibre 24 ou menor) com agua

destilada, para irrigação a cada troca de instrumento e também a irrigação

abundante (10ml) antes da utilização do EDTA, para remover traços de CHX de

dentro dos canais radiculares. (Gomes et al., 2013).

A CHX é mais estável dentro do intervalo de pH de 5 a 8. A atividade

antimicrobiana de é dependente do pH, sendo ótimo de 5,5 a 7,0, dentro do qual

está o pH das superfícies e tecidos corporais (Gomes et al., 2013). Dissocia-se

prontamente ao pH fisiológico, libertando a componente CH positivamente

carregada. O efeito bactericida é devido à ligação da molécula catiônica a

complexos extra microbianos e paredes de células microbianas carregadas

negativamente, alterando assim o equilíbrio osmótico das células. Em baixas

concentrações, substâncias de baixo peso molecular vazam, especificamente

potássio e fósforo, resultando em um efeito bacteriostático. Em concentrações mais

elevadas, o CHX tem um efeito bactericida devido à precipitação e / ou coagulação

do citoplasma de células bacterianas, provavelmente causado por reticulação de

proteínas, resultando em morte celular e deixando restos celulares nos canais

radiculares (Viana et l., 2007), que pode ser retirado do canal com rigorosa irrigação

com água destilada.

Ensaios in vitro demonstraram que 2,0% de CHX (em ambas as formas de

apresentação) e 5,25% de NaOCl têm desempenho antimicrobiano semelhante a

todos os microrganismos testados (Gomes et al., 2001,Ferraz at al., 2001,Viana et

al., 2004, Gomes et al., 2005), enquanto outros mostraram a superioridade de Gel

de CHX a 2% ou líquido sobre NaOCl a 5,25% (Ferraz et al., 2007) utilizando o

método de difusão em ágar.

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Vianna et ai. (2004), em um estudo clínico, avaliaram o grau de redução

microbiana após o preparo químico-mecânico de canais radiculares humanos

contendo tecido de polpa necrótica ao usar A carga bacteriana foi reduzida

substancialmente em ambos os grupos (mais de 96%). A redução bacteriana no

grupo NaOCl (99,63%) foi significativamente maior (p <0,01) do que no grupo CHX

(96,60%), provavelmente devido às diferenças entre os grupos Mecanismos de ação

de NaOCl e CHX.

Em um estudo clínico (Endo et al., 2012) quantificaram bactérias cultiváveis

e endotoxinas de canais radiculares com periodontite apical pós-tratamento,

correlacionando seus níveis com características clínicas e avaliaram o efeito do

preparo químico mecânico com gel de clorexidina a 2% + EDTA a 17% na

eliminação de bactérias e endotoxinas. Quinze dentes com periodontite apical pós-

tratamento foram utilizados para as coletas antes (s1) e após (s2) o preparo. As

técnicas de cultura determinaram o número de unidades formadoras de colônias

(CFU). Foram utilizados o ensaio de PCR (16S rDNA) e lisado de amebócito de

limulus (LAL) para a detecção de bactérias e endotoxinas, respectivamente.

Prevotella nigrescens (4/15), Prevotella intermedia (2/15) e Tannerella forsythia

(2/15) foram as espécies mais freqüentemente detectadas. Foi recuperada

endotoxina em 100% das amostras. Em s1, bactérias e endotoxinas foram

detectadas a um valor médio de 5,14 × 103 CFU / mL e 3,96 EU / mL,

respectivamente. Níveis mais altos de endotoxina foram relacionados a um tamanho

maior de área radiolúcida (> 5 mm) (p <0,05). O preparo químico mecânico foi mais

eficaz na redução de bactérias (99,61%) do que na redução de endotoxina (60,6%)

(p <0,05). Os achados desse estudo indicaram que os níveis de endotoxina

encontrados em canais radiculares infectados estavam relacionados a um maior

tamanho de área radiolúcida na região periapical. Além disso os autores concluíram

que o preparo foi eficaz na redução dos conteúdos bacterianos e de endotoxinas

em casos de periodontite apical pós-tratamento.

Bourreau et al. (2015) realizaram um estudo clínico prospectivo

randomizado no qual analisaram a influência de duas substâncias químicas

auxiliares, na dor pós-operatória em 301 tratamentos endodônticos concluídos em

uma sessão única, com ampliação do forame apical e extravazamento de cimento.

As substância químicas utilizadas foram o gel de clorexidina a 2% (CHX 2% gel; n =

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145) e o hipoclorito de sódio a 5,25% (NaOCl 5,25%; n = 156). A incidência de dor

pós-operatória e desconforto foram avaliadas após 24 horas. Nos dentes com dor

prévia e instrumentados com CHX 2% gel, a incidência de dor pós-operatória foi

22.22% (6/27), contra 11.11% (3/22) nos dentes instrumentados com NaOCl 5,25%.

Nos dentes sem dor prévia e instrumentados com CHX 2% gel, a incidência de dor

pós-operatória foi 5.08% (6/118), contra 2.33% (3/129) nos dentes instrumentados

com NaOCl 5,25%, sem diferenças estatisticamente significante entre os grupos. Os

resultados mostraram que a dor prévia exerceu uma influência significativa no

estado pós-operatório (p < 0,001). Após 24 horas, 93,7% (282/301) dos dentes não

apresentaram dor, ao passo que 6,3% (19/301) tiveram algum nível de dor pós-

operatória e fizeram uso de uma ou duas doses de medicação. Foi observado que a

substância química auxiliar, a sobreintrumentação e o extravasamento de cimento

não tiveram influência na dor pós-operatória.

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3 PROPOSIÇÃO

1. Mensurar a força de mordida de molares inferiores com periodontite apical

assintomática com o dente contralateral em diferentes períodos em 2 grupos

tratados com duas técnicas de preparo químico mecânico diferentes, com e

sem ampliação foraminal.

2. Mensurar a força de mordida de molares inferiores com periodontite apical

assintomática em comparação ao dente contralateral antes e após a

anestesia.

3. Mensurar a incidência e intensidade de dor pós-operatória em dois grupos de

pacientes que receberam tratamento endodôntico com duas técnicas de

preparo químico mecânico diferentes, com e sem ampliação foraminal por

meio da escala verbal e pelo número de comprimidos tomados.

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4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Comitê de ética

Esta pesquisa foi realizada em parceria com The University of Texas

Healtyh Science Center (UTHCSA), foi aprovada pelo Comitê de ética em Pesquisa

da FOP-UNICAMP, sob protocolo número 013/2014, satisfazendo as exigências do

Conselho Nacional de Saúde – Ministério da Saúde para pesquisa envolvendo seres

humanos (Anexo 1).

4.2 Tamanho da amostra

Este estudo incluiu pacientes do plantão, da Clínica de Graduação e da

Clínica de Pós-Graduação em Endodontia com indicação de tratamento não-

cirúrgico do canal radicular. Foram avaliados 668 pacientes dos quais foram

incluídos 70 pacientes com diagnóstico pré-operatório de necrose pulpar e

periodontite apical com radiolucidez perirradicular sem dor espontânea. Desses 70

pacientes, 8 pacientes não completaram o tratamento ou não retornaram para os

primeiros controles (2 por motivo de cárie extensa e indicação para exodontia, 2

pacientes não retornaram após a primeira consulta e 4 pacientes não retornaram

nas primeiras consultas de controle: 48 horas e 1 semana), 62 pacientes foram

incluídos na pesquisa.

Sessenta e dois pacientes foram divididos aleatoriamente em 2 grupos de

acordo com a técnica de preparo químico-mecânico: Grupo I (n=31) - Técnica com

patência e comprimento de trabalho realizado 1mm aquém do forame apical

(substância química auxiliar hipoclorito de sódio 6%) e Grupo II (n=31) - Técnica com

patência e ampliação foraminal (substância química auxiliar clorexidina gel 2%),

sem ampliação foraminal.

Os critérios de inclusão deste estudo foram: 1) Molares inferiores. 2)

Diagnóstico de necrose pulpar e diagnóstico perirradicular de periodontite apical

assintomática com uma lesão periapical radiograficamente visível. 3) Paciente ASA

1-2. 4) Presença do dente antagonista ao dente a ser tratado. 5) Presença de dente

contra-lateral com dente antagonista. 6)Rizogênese completa. 7) Sondagem

periodontal <5mm. 8) Pacientes que não consumiram analgésicos nas últimas 6

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horas. 9) Dentes com coroas restauradas, restauradas provisoriamente, com cárie,

destruídas e hígidas.

4.3 Avaliação do paciente

Foi realizada anamnese com verificação da história do paciente (Apêndice

1). Exame clínico composto por teste de sensibilidade pulpar ao frio, testes de

palpação e percussão no dente a ser tratado e, dentes circunvizinhos e

contralaterais. Após a avaliação para inclusão no estudo, um consentimento

informado foi apresentado ao paciente. Caso o paciente apresentasse dor

espontânea e/ou dor a percussão, o paciente era excluído da pesquisa.

Foi realizada a avaliação do estado da coroa e uma radiografia periapical do

dente a ser tratado endodonticamente utilizando-se posicionador radiográfico

personalizado e individualizado para padronizar as radiografias para posterior

controle do tratamento endodôntico. Para isso, a arcada a ser estudada foi moldada

com silicone de adição (Zhermack – BadioPolinese–Rovigo–Itália). Os excessos do

molde foram recortados com lâmina de bisturi e o molde foi acomodado no

posicionador radiográfico (Figura 1) e este conjunto foi levado em posição na

cavidade oral para a tomada radiográfica. Após a tomada radiográfica inicial o molde

foi desinfetado, armazenado e identificado com os dados do paciente. Figura 1: Posicionador radigráfico individualizado

4.4 O tratamento endodôntico Primeiro atendimento

Logo após realização da anamnese detalhada e exames para inclusão do

paciente, foi realizada a aferição da força máxima de mordida do dente a ser tratado

(dente experimental). Os pacientes receberam orientação de como proceder à

aferição, a qual foi obtida em quilo-Newtons (kN).

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Os pacientes receberam as seguintes instruções: "Eu estou colocando este

garfo de mordida entre os seus dentes superiores e inferiores para medir o quão

forte você é capaz de morder. Vou colocar o garfo de mordida (Figura 2) contra o

dente superior e então eu gostaria que você fechasse delicadamente os dentes no

garfo de mordida. Quando eu sinalizar, você deve aumentar a pressão e morder

lentamente até a força máxima possível e libere imediatamente quando você sentir

desconforto ou dor” (Khan et al., 2007)(Figura 3). O mesmo processo foi repetido no

dente contralateral sadio. Os dados foram anotados na ficha clínica.

Figura 2: Medidor de força de mordida oclusaL

Figura 3: Medidor de força de mordida oclusal posicionado

4.3.1Grupo I: Técnica de Preparo Químico-Mecânico com comprimento de trabalho realizado 1mm aquém do ápice radicular (n=31).

Trinta e um pacientes com molares inferiores necrosados e periodontite

apical assintomática (Figura 4), foram designados aleatoriamente, participaram

deste grupo. Inicialmente, anestesia local (2% de lidocaína com adrenalina

1:100.000) (Nova DFL/RJ/Brasil) foi realizada através da técnica de bloqueio do

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nervo alveolar inferior. Após a injeção lenta com de 2 tubetes anestésicos, os

pacientes foram avaliados para verificação da eficácia anestésica. Dez minutos após

a anestesia, a força de mordida foi realizada novamente. O acesso endodôntico foi

realizado com pontas diamantadas esféricas # 1014 HL/ # 1016 HL (KG

Sorensen,Brasil), que foram selecionadas de acordo com o volume da câmara

pulpar observado na radiografia inicial e, posteriormente, foi realizada forma de

contorno e conveniência com ponta diamantada tronco-cônica de ponta inativa

#3082 (KG Sorensen,Brasil). O dente foi isolado com grampo apropriado

(IvoryHeraeusKulzer, Alemanha), arco de Ostby (Indusbello, Brasil) e lençol de

borracha (Icone, DentalDam, Brasil). Complementação do isolamento absoluto foi

realizada com auxílio de Top Dam (FGM, Brasil) e de cianoacrilato

(SuperbonderLoctite, Brasil), quando necessário. Posteriormente foi realizada

desinfecção do dente e do lençol de borracha com hipoclorito de sódio 6% (Drogal,

Farmácia de manipulação, Piracibaca, Brasil) e água destilada estéril.

A substância química auxiliar utilizada durante o preparo foi o hipoclorito de

sódio 6% (Drogal Farmácia de Manipulação, Piracicaba, Brasil) o qual foi inserido no

canal radicular com auxílio de uma seringa descartável de 5 ml (Injex, Indústrias

cirúrgicas Ltda., Brasil) e agulha hipodérmica descartável 20x5.5 (Injex, Indústrias

cirúrgicas Ltda., Brasil). O hipoclorito de sódio 6% foi inserido no canal radicular a

cada troca de instrumento e antes de cada renovação, foi feita lavagem com 5 ml de

água destilada estéril e aspiração com sugador endodôntico.

Foi realizada verificação da patência dos canais radiculares com lima tipo K

#10 (Dentsply Maillefer, Suíça) com movimentos de cateterismo. Posteriormente, foi

realizada ampliação do terço cervical e início do terço médio (coroa- ápice) com a

lima SX do sistema Protaper® Universal (Dentsply Maillefer, Suíça).

Na sequência foi realizada a odontometria com localizador apical RomiApex

(Romidan, Israel). O comprimento de trabalho adotado foi de 1 mm aquém do

forame apical (ponto zero do localizador apical). A modelagem do canal radicular foi

feita usando-se limas rotatórias Protaper® Universal (Dentsply Maillefer, Suíça) pela

sequência preconizada do fabricante (Sx, S1, S2, F1, F2 e F3), sendo que apenas a

lima Sx não atuou no comprimento de trabalho. S1 e S2 modelaram o terço médio e

as limas F1, F2 e F3 foram utilizadas para modelagem da porção apical.

Após o PQM, os canais radiculares foram secos com cones de papel

absorvente (Dentsply Maillefer, Suíça) e foi inserida a medicação à base de

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  52  

hidróxido de cálcio (Biodinâmica Química e Farmacêutica Ltda., Brasil) e soro

fisiológico estéril com o auxílio de uma broca lentulo (Dentsply Maillefer, Suíça)

acionada por motor de baixa rotação. O dente foi selado com resina composta

(Figura:5) E o paciente foi remarcado para próxima consulta após 07 dias.

Na segunda consulta foi realizada a aferição da forca de mordida antes e

após a anestesia. Foram adotados os mesmos procedimentos da primeira consulta

(anestesia, acesso e isolamento absoluto). Os canais radiculares foram irrigados

com água destilada estéril para remoção da medicação de hidróxido de cálcio. A

odontometria foi novamente confirmada com lima Kerr n°10 (Dentsply Maillefer,

Suíça). Os canais radiculares foram instrumentados a 1 mm aquém do forame

apical, novamente na presença de hipoclorito de sódio 6% (Drogal Farmácia de

Manipulação, Brasil) apenas com as limas de preparo apical (F1, F2 ou F3) do

sistema de limas rotatórias Protaper® Universal (Dentsply Maillefer, Suíça). Os

canais foram irrigados com água destilada estéril e secos usando sistema de

aspiração Capillary Tips (Ultradent Products Inc., USA). Uma lavagem final com 3 ml

de EDTA 17% que foi renovado a cada 1 minuto, por 3 minutos. Os canais foram

irrigados com hipoclorito de sódio e posteriormente 5 ml de água destilada estéril e

secos com cones de papel absorvente (Dentsply Maillefer, Suíça) respeitando o

comprimento de trabalho.

Cones de guta percha do sistema Protaper® Universal (Dentsply Maillefer,

Suíça) foram selecionados conforme o preparo apical (F1, F2 ou F3) realizado no

final do PQM, provados por canal e desinfetados com hipoclorito de sódio 6%

(Drogal Farmácia de Manipulação Piracicaba/SP/Brasil) por 01 minuto. Uma porção

de cimento endodôntico AH Plus® (Dentsply Maillefer, Suíça) foi manipulada

conforme instrução do fabricante, os cones foram envoltos pelo cimento endodôntico

e levados nos canais radiculares respectivamente. Foi utilizada a técnica de

obturação por onda contínua de condensação com o auxílio do Easy Termo (Easy

Equipamentos Odontológicos, Brasil). As embocaduras dos canais radiculares foram

seladas com Coltosol® (Vigodent-Coltene, Brasil).

A câmara pulpar foi limpa, condicionada com ácido fosfórico Condac 37

(FGM Produtos Odontológicos, Brasil), lavada com água corrente, seca com papel

absorvente de forma a ficar levemente úmida e aplicado o adesivo Single Bond®

(3M ESPE, Brasil) com auxílio de um pincel microbrush (KG Sorensen Indústria e

Comércio Ltda., Brasil) em todas as paredes da câmara pulpar, com leves jatos de

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  53  

ar e então realizada fotoativacão por 20 segundos e confecção do núcleo de

preenchimento em resina composta Filtek™ Z250 (3M ESPE, Brasil) através da

técnica incremental (Figura: 6). Quando necessário, foi realizada a cimentação de

um retentor intrarradicular de fibra de vidro (Exacto Translúcido, Angellus, Brasil).

Após a confecção da restauraçãoo foi realizado o ajuste oclusal.

4.3.2Grupo II: Técnica de Preparo Químico-Mecânico com patência e ampliação foraminal (n=31).

Para os voluntários do Grupo II foram adotados os mesmos procedimentos

realizados para o Grupo I (Figuras: 5 e 6), porém o comprimento de trabalho

adotado foi de 1 mm além do ápice radicular que foi marcado como 1 mm além do

ponto zero do localizador apical, e a substância química auxiliar utilizada foi a

Clorexidina gel 2% (Drogal, Farmácia de manipulação).

Figura 4 (A,B,C,D,E,F): Exemplo de molares inferiores selecionados para pesquisa

A:coroa cariada, B: cora restaurada provisoriamente, C: coroa restaurada provisoriamente, D,EeF:

radiografia de exemplos molares inferiores com lesão periapical selecionados.

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  54  

Figura 5 (A,B,C,D,E,F,G,H,I): Procedimentos realizados na primeira consulta.  

A:acesso; B: irrigação/aspiração; C: exploração inicial com lima 10; D: substância química auxiliar

sendo inserida; E: preparo químico mecânico com sistema rotatório; F: preparo químico mecânico

com a lima S1; G:inserção da medicação intracanal com lentulo, H: medicação inserida nos condutos

radiculares e I: dente com medicação selado com resina composta.

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  55  

Figura 6 (A,B,C,D,E,F,G,H,I,J,K,L): Procedimentos realizados na segunda consulta.

A: irrigação com água destilada; B: preparo químico mecânico com instrumentação rotatória; C:

irrigação e aspiração, D: secagem com cones de papel absorvente, E: cones de guta-percha com

cimento; F: corte dos cones de guta-percha; G: coltosol na embocadura dos canais radiculares; H:

qualificação dentinária; I: condicionamento ácido; J: dente com matriz para a realização do

selamento; k: selamento com resina composta e L: ajuste oclusal.

Após a obturação endodôntica e selamento com resina composta (figura

6K). Foi realizado uma radiografia padronizada final. Essa imagem foi analisada e foi

anotado se houve extravasamento de cimento (Apêndice 2).

Todos pacientes foram orientados e foi prescrito o uso de analgésico caso

o paciente sinta dor e ou desconforto. O medicamento selecionado foi o Ibuprofeno

400 mg. O paciente foi orientado a tomar 1 cápsula e se houver necessidade repetir

a dose a cada 4 horas no caso de dor. Os pacientes receberam uma escala de 11

pontos em caixa (figura 7).

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  56  

4.5 Acompanhamento dos pacientes Os pacientes foram avaliados quanto a dor pós-operatória com auxílio de

uma Escala Verbal (EV) de 11 pontos em caixa, numerada de 0 a 10 no qual zero

corresponde ao valor sem dor e dez ao valor de máxima dor (Figura: 7). Também foi

verificado a quantidade de comprimidos que os pacientes ingeriram para verificação

da dor pós-operatória.

Figura 7: Escala Verbal

Foi realizada a verificação da força máxima de mordida com auxilio do

medidor de força oclusal modificado. Foram repetidos os mesmos procedimentos

conforme descrito acima no primeiro atendimento.

O acompanhamento dos pacientes foi realizado da seguinte forma:

1. Avaliação de 24 horas da dor pós-tratamento através do contato

telefônico, foi perguntado ao paciente a quantidade de analgésicos consumidos. A

dor pós-operatória foi avaliada de acordo com a escala verbal (EV).

2. Avaliação de 48 horas da dor pós tratamento através de uma escala

verbal (EV) e de acordo com o número de comprimidos tomados. Verificação da

força máxima de mordida com medidor de força oclusal modificado. Esta consulta

foi presencial.

3. Avaliação de 72 horas da dor pós-operatória, através do contato

telefônico de acordo com a escala verbal (EV) e de acordo com o número de

comprimidos tomados.

4. Avaliação de uma semana (7 dias) da dor pós tratamento através de uma

escala verbal (EV) e de acordo com o número de comprimidos tomados. Verificação

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  57  

da força máxima de mordida com medidor de força oclusal modificado. Esta

consulta foi presencial.

5. Avaliação três meses após o tratamento. Verificação da alodinia

mecânica com medidor de força oclusal modificado e avaliação da dor.

6. Avaliação 12 meses após o tratamento endodôntico: Verificação da força

máxima de mordida com medidor de força oclusal modificado e avaliação da dor. Foi

realizada a radiografia periapical com o posicionador radiográfico individualizado.

Figura 8: Acompanhamento e testes realizados nos pacientes

Os valores obtidos de todas as consultas e avaliações (Figura 8) foram

tabulados e submetidos à análise estatística.

4.6 Análise estatística

Iniciou-se o estudo com a aplicação de estatísticas descritivas que

objetivam caracterizar a amostra. Em seguida, foram estimados modelos lineares

generalizados mistos de análise de variância e, com base neles, foram efetuados

testes de hipótese para avaliação do efeito dos fatores sobre as variáveis de

resposta que foram obtidas em condições de medidas repetidas já que os mesmos

voluntários foram avaliados ao longo do tempo. Efeitos significativos, de acordo com

a análise de variância, tiveram as médias comparadas por meio do teste de Tukey-

Kramer. A aderência dos resíduos à distribuição gaussiana foi avaliada por meio do

teste de Shapiro-Wilk, pelos coeficientes de assimetria a de curtose e por gráficos de

quantis (Q-Q plot). Em todos os testes estatísticos foram adotados o nível de

significância de 5% e os cálculos foram efetuados por meio do sistema SAS.

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  58  

5 RESULTADOS 5.1 Caracterização da amostra

De acordo com a tabela 1, foram avaliados 62 pacientes. Observa-se que

os grupos são equilibrados em relação ao número de tratamentos feitos no grupo 1

(31) e no grupo 2 (31) o que corresponde a 50% da amostra em cada grupo. Em

relação ao sexo, houve uma ligeira maior prevalência feminina (61,29%), mas não

houve diferença estatisticamente significante entre a proporção de homens e

mulheres. A faixa etária destes pacientes oscilou de 18 a 61 anos, com uma média

de 33,2 anos (tabela 2).

Os elementos dentais predominantes neste estudo foram os primeiros

molares inferiores (46 dentes). 23 dentes o elemento 46 (37,10%) e 23 dentes o

elemento 36 (37,10%), o segundo elemento dental mais recorrente foi segundo

molar inferior (10 dentes), o elemento 37 (16,13%), seguido do elemento 47 que

esteve presente em 6 casos (9,68%).

Os dentes encontravam-se na maioria das vezes com as coroas

restauradas ou restauradas provisoriamente (20 casos – 32,26% e 18 casos –

29,03% respectivamente). Houve a presença de dentes com cárie extensa (17 casos

27,42%). Essas três condições totalizavam 88,71% da amostra. Foi observado

apenas 6 casos de coroas destruídas (9,68%) e um único caso (1,61%) de coroa

íntegra.

Foi observado em ambas as técnicas (p<0,01) que a ocorrência de

extravasamento de cimento foi maior (88,71%) que a não ocorrência, observada em

apenas 7 casos (11,29%).

A amostra foi composta por pessoas que, em média, tiveram pelo menos 1

tratamento de canal já realizado em outro elemento dental, como pessoas com

nenhum tratamento ou até no máximo 5 tratamentos já realizados.

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  59  

Tabela 1. Descrição da amostra.

Variáveis/Categorias Frequência Porcentagem

Grupo 1 31 50,00 2 31 50,00

(x²: 0,00 – GL: 1 – Valor-p: 1,0000) Sexo Feminino 38 61,29

Masculino 24 38,71 (x²: 3,16 – GL: 1 – Valor-p: 0,0754)

Dente

46 23 37,10 36 23 37,10 37 10 16,13 47 6 9,68

(x²: 15,03 – GL: 3 – Valor-p: 0,0018)

Nº de tratamentos

0 24 38,71 1 17 27,42 2 11 17,74 3 6 9,68 4 2 3,23 5 2 3,23

(x²: 37,68 – GL: 5 – Valor-p: 0,0001)

Coroa

Restaurada 20 32,26 Rest. provisória 18 29,03 Cárie extensa 17 27,42 Destruída 6 9,68 Íntegra 1 1,61

(x²: 22,68 – GL: 4 – Valor-p: 0,0001)

Extravasamento Sim 55 88,71 Não 7 11,29

(x²: 37,16 – GL: 1 – Valor-p: 0,0001) x²: Estatística qui-quadrado; GL: Grau de liberdade.

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  60  

Tabela 2. Média da idade dos pacientes e do tratamento de canais já realizados.

Variáveis Média Desvio padrão Mínimo Máximo

Número de tratamentos 1,21 1,32 0,00 5,00

Idade (anos) 33,92 11,60 18,00 61,00

5.2 Fluxograma dos pacientes avaliados

Foram avaliados 668 pacientes, 70 foram inseridos no presente estudo de

acordo com os critérios de inclusão. Oito pacientes não foram inseridos porque não

completaram o tratamento ou não retornaram para os primeiros controles ( 2 por

motivo de cárie extensa e indicação para exodontia, 2 pacientes não retornaram

após a primeira consulta e 4 pacientes não retornaram nos primeiros controles

presenciais). Sessenta e dois pacientes foram divididos aletoriamente em dois

grupos (G1: = 31, G2=31). No controle presencial realizado três meses após o

término do tratamento, 15 pacientes do grupo 1 retornaram e 25 pacientes do grupo

2 retornaram. Já no controle realizado após um ano da finalização do tratamento

endodôntico, 12 pacientes do grupo 1 retornaram e 14 pacientes do grupo 2

retornaram. Figura 9: Fluxograma dos pacientes nos diferente períodos avaliados

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  61  

5.2 Análise de variância para efeito de grupo e tempo Inicialmente foi realizada a comparação do efeito dos grupos e do Tempo

relativo ao tratamento, sobre as variáveis de resposta: Força de mordida (FM), Dor

avaliada por meio de Escala Verbal (EV), Dor avaliada por meio do consumo de

medicamentos para dor (NComprimido).

5.2.1 Análise geral da força de mordida

A análise comparou os valores absolutos de Força de Mordida (N) do dente

experimental (EX) afetado com o do dente contra lateral (CL) sadio, como

demonstra a figura 10.

Figura 10: Comparação da força de mordida do dente experimental com o dente

contra lateral.

A média da força de mordida é maior no dente contra lateral (CL), quando

comprado com o dente afetado (EX), tanto no grupo 1 como no grupo 2, como

observado na Figura 11.

193,73(116,90)B

296,08(133,88)A

0

50

100

150

200

250

300

350

EX CL

Forç

a de

mor

dida

(N)

Dente

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  62  

Figura 11: Comparação da média de força de mordida de cada grupo com o contra lateral

5.2.2 Força de mordida

A força de mordida é individual e não é possível isolar esse fator, então o

dente contra lateral foi utilizado como controle e o valor obtido da força de mordida

do dente afetado (Ex) foi utilizado para calcular uma porcentagem com relação ao

dente contra lateral sadio.

A análise de variância não demonstrou diferença estatisticamente

significante entre os 2 grupos estudados, não houve qualquer indício que teve

qualquer efeito dos grupos e da interação entre tempos e grupos (tabela 3).

Tabela 3. Análise de variância da força de mordida com dois fatores (Grupo e Tempo). .

Efeitos Graus de liberdade Estatística

Numerador Denominador F Valor-p

Grupo 1 60 0,13 0,7198

Tempo 5 224 8,34 0,0001

Grupo*Tempo 5 224 0,86 0,5075

209,72    (126,13)  

B  

317,49  (141,19)  

A  

178,83  (105,81)  

B  

277,06  (124,39)  

A  0  

50  

100  

150  

200  

250  

300  

350  

EX   CL   EX   CL  

Grupo  1   Grupo  2  

Força  de  Mordida  (N)  

Dente  /Gupo  

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  63  

O tempo teve efeito significativo (p<0,01) sobre a Força de Mordida. Não foi

observado diferença estatisticamente significante entres os dois grupos estudados

nos diferentes períodos de avaliação. Houve, pelo menos, dois dentre os tempos

estudados que diferem entre si (Tabela 4). Tabela 4. Média, desvio padrão, limites de confiança da média (95%) e teste de Tukey-Kramer

para comparações múltiplas de médias das forças de mordida.

Tempo (Dias) Média Desvio

padrão

Limites de confiança (95%) Grupo de

Tukey (α=0,05) Superior Inferior

360 0,90 0,29 1,02 0,79 A

180 0,88 0,42 1,02 0,75 A

14 0,76 0,37 0,85 0,66 A

7 0,71 0,38 0,81 0,62 AB

9 0,57 0,36 0,67 0,48 BC

0 0,56 0,39 0,66 0,46 C

*médias com a mesma letra não diferem entre si no nível de significância de 5% (α =0,05).

Foram observadas diferenças significativas entre as médias dos tempos 360

(1 ano após o tratamento), 180 (3 meses após o tratamento) e 14 (1 semana após a

obturação) que se mostram significativamente maiores que as médias dos tempo 0

(inicial) e 9 (48 horas após a obturação). Também são observados indícios de que a

média de força de mordida do tempo 7 (aferição da força máxima de mordida no

início da segunda sessão) é significativamente maior que a do tempo 9 (48 horas

após a obturação). Observa-se que a média do tempo 7 se mostrou superior à do

tempo 9 voltando a subir nos tempos seguintes (Figura: 12).

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Figura 12: Média da força de mordida (desvios padrão) e teste de Tukey para comparações múltiplas

de médias de Força de Mordida nos diferentes tempos avaliados

*Médias com letras iguais indicam tempo que não diferem significativamente entre si

5.2.3 Efeito da anestesia na força de mordida.

Nesse estudo, foram observados três efeitos significativos: o efeito do

tempo (p:0,0378), o efeito da anestesia (p:0,0001) e o efeito da interação entre

tempo e anestesia (p:0,0222). Nessa situação, os efeitos principais (Tempo e

Anestesia) deixam de ser interessantes pois, a combinação de níveis geram efeitos

diferentes dos efeitos individuais. Foi aplicado o teste de Tukey-Kramer para a

comparação das médias de Força de Mordida observadas nas combinações,

conforme apresentado na tabela 5.

0,56 (0,39)

C

0,71 (0,38)

AB

0,57 (0,36)

BC

0,76 (0,37)

A

0,88 (0,42)

A

0,90 (0,29)

A 0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

0 7 9 14 180 360

Forç

a de

mor

dida

(N/N

)

Tempo (dias)

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Tabela 5. Análise de variância da Força de Mordida para: Grupo, Tempo e Anestesia.

Efeitos Graus de liberdade Estatística

Numerador Denominador F Valor-p

Grupo 1 60 3,42 0,0693

Tempo 1 59 4,51 0,0378

Anestesia 2 120 70,75 0,0001

Grupo*Tempo 1 59 3,01 0,0881

Grupo*Anestesia 2 120 1,44 0,2406

Tempo*Anestesia 2 95 3,97 0,0222

Grupo*Tempo*Anestesia 2 95 0,20 0,8186

Na tabela 6 observa-se que em cada uma das fases avaliadas do dente

afetado experimental e do dente contra lateral (Ex inicial, Ex Pós anestesia e Contra

Lateral) não foram observadas diferenças significativas entre os tempos. Na fase

Experimental ambas as médias apresentam a letra D, indicando não haver

diferença na força de mordida do tempo 0 (inicial) e do tempo 7 nesse nível do fator

anestesia.

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  66  

Tabela 6. Média, desvio padrão, limites de confiança da média (95%) e teste de Tukey-

Kramer para comparações múltiplas de médias das forças de mordida

Anestesia Tempo

0 7 Experimental 138,37 (97,39)

D 180,10 (100,83)

CD Experimental Pós Anestesia 194,11 (123,75)

BC 228,00 (120,60)

AB Contra Lateral 271,23 (117,81)

A 264,03 (117,65)

A *Médias com a mesma letra não diferem entre si no nível de significância de 5% (a=0,05).

O dente experimental (Ex Pós) avaliado após a anestesia, não demonstrou

diferença estatisticamente significante entre os tempos 0 e 7. Por fim, o dente

contra lateral também não demonstrou diferença entre as médias de força de

mordida dos tempo 0 e 7. A comparação de médias, pode ser observada na figura

13.

Figura 13. Médias (desvios padrão) e teste de Tukey-Kramer da força de mordida antes e

após anestesia nos diferentes períodos avaliados.

*Médias com letras iguais indicam tempo que não diferem significativamente entre si de

138,37(97,39)

D

180,10(100,83)

CD

194,11(123,75)

BC

228,00(120,60)

AB

271,23(117,81)

A

264,03(117,65)

A0.0

50.0

100.0

150.0

200.0

250.0

300.0

350.0

0 7 0 7 0 7

EX EX POS CL

Forç

a de

mor

dida

Tempo (dias) / Anestesia

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  67  

Observa-se que em todos os níveis do fator anestesia não foram

encontradas diferenças significativas entre as médias de Força de mordida dos

tempos 0 e 7. Por outro lado, quando foram comparadas as médias dos níveis da

anestesia, observou-se que, no tempo 0, todos os níveis diferem significativamente

entre si já que a média de mordida do Contra lateral é significativamente maior que a

do Experimental Pós anestesia que por sua vez também é significativamente maior

que o Experimental. A interação se evidencia quando se observa que no tempo 7

apenas se conclui pela existência de diferença do Experimental, significativamente

menor que o Experimental Pós anestesia e do Contra Lateral, que, diferentemente

do tempo 0, não diferem significativamente entre si, conforme ilustra a figura 14.

Figura 14. Comparação das médias (desvios padrão) da força de mordida e teste de Tukey dentro

dos tempos avaliados.

*Médias com letras iguais indicam tempo que não diferem significativamente entre si

138,37(97,39)

D

194,11(123,75)

BC

271,23(117,81)

A

180,10(100,83)

CD

228,00(120,60)

AB

264,03(117,65)

A0.0

50.0

100.0

150.0

200.0

250.0

300.0

350.0

EX EX POS CL EX EX POS CL

0 7

Forç

a de

mor

dida

Anestesia / Tempo (dias)

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  68  

5.2.4 Escala Verbal (EV) A análise de variância demonstrou (p<0,01) a existência de efeito

significativo do tempo sobre a dor (EV). Não foi observado diferença

estatisticamente significante entre os grupos de acordo com a tabela 7. Foi

observado que 2 tempos estudados diferem entre si. Como observado na figura 2.

Tabela 7. Análise de variância da Dor (EV) com dois fatores (Grupo e Tempo).

Efeitos Graus de liberdade Estatística

Numerador Denominador F Valor-p

Grupo 1 60 0,42 0,5171

Tempo 5 240 6,71 0,0001

Grupo*Tempo 5 240 1,20 0,3094

A avaliação do teste demonstrou que média dos escores de dor decresce

ao longo do tempo, havendo diferença significativa entre os níveis de dor

observados nos tempos 8 (24 horas após a obturação) e 9 (48 horas após a

obturação), maiores que os níveis de dor nos demais tempos, conforme ilustra a

figura 15 e apêndice 3. Figura 15. Médias (desvios padrão), e teste de Tukey para avaliação da dor (EV) nos

diferentes tempos.

*Médias com letras iguais indicam tempo que não diferem significativamente entre si

0,79 (1,6)

A

0,68 (1,86)

A

0,48 (0,69)

B

0,00 (0,00)

B

0,00 (0,00)

B

0,00 (0,00)

B 0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

8 9 10 14 180 360

Dor

(EV

)

Tempo (dias)

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  69  

5.2.5 Número de comprimidos Similarmente à quantificação da dor por meio da escala verbal, o teste

demonstrou (p<0,01) a existência de efeito significativo do tempo sobre a dor

(Número de comprimidos tomados). Não são observados diferença estatisticamente

significante entre os grupos estudados com relação ao número de comprimidos nos

diferentes tempos avaliados(tabela 8).

Foi divido o número de comprimidos, pelo numero de pacientes avaliados,

para ter um número que representasse a amostra total. A ingestão de comprimidos

foi muito baixa no presente estudo. A avaliação do teste evidenciou que a média dos

escores de dor decresce ao longo do tempo, havendo diferença significativa entre o

número de comprimidos tomados nos tempos 8 e 9, maiores que nos demais

tempos (Figura 16) e apêndice 4.

Tabela 8. Análise de variância do Número de comprimidos baseada em postos com modelo

apropriado para experimento com dois fatores (Grupo e Tempo)

Efeitos Graus de liberdade Estatística

Numerador Denominador F Valor-p

Grupo 1 60 0,45 0,5063

Tempo 3 180 4,07 0,0079

Grupo*Tempo 3 180 0,70 0,5520

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  70  

Figura 16: Médias (desvios padrão), e teste de Tukey para avaliação da dor (Número de comprimidos).

*Médias com letras iguais indicam tempo que não diferem significativamente entre si

0,34(0,56)

A

0,10(0,35)

B

0,08(0,42)

B

0,06(0,14)

B0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

8 9 10 14

Dor

(Núm

ero

de C

ompr

imid

os)

Tempo (dias)

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  71  

6 DISCUSSÃO

Uma das principais características clínicas da dor perirradicular é a alodinia

mecânica presumivelmente devido à sensibilização de nociceptores que inervam o

ligamento periodontal que está agudamente inflamado. No entanto, os ensaios

clínicos que avaliam os mecanismos que medem a dinâmica mecânica ou a eficácia

das intervenções terapêuticas podem ter uma limitação devido à falta de um método

reprodutível e paramétrico para aferir a alodinia mecânica. Até então sabe-se, que

este estudo é o primeiro estudo clínico a avaliar a força de mordida com um modelo

paramétrico antes e após a terapia com o auxilio de um transdutor de força de

mordida. Esse foi desenvolvido como um método potencial para medir a alodinia

mecânica em ensaios clínicos endodônticos por Khan et al. (2007a) , método qual foi

validade por Khan et al. (2007b) que demonstraram que os limiares de dor

mecânica são significativamente reduzidos nos dentes afetados e que o transdutor

de força tem aplicação potencial como um auxílio de diagnóstico na medição da

alodinia mecânica e como medida de resultado em ensaios clínicos endodônticos.

Embora em 2007 tenha sido realizado um estudo pioneiro no qual Owats e al. (2007)

utilizaram o transdutor de força de mordida como instrumento de diagnóstico e

observaram que dentes com pulpite irreversível apresentavam alodinia mecânica,

fator que contribuiu para estágios iniciais de dor odontogênica por inflamação do

tecido pulpar vital.

Este estudo de acordo com Arias et al. (2013) demonstrou que pacientes

com necrose pulpar associada a lesão periapical crônica apresentam alodínia

mecânica, a qual é eliminada com a terapia endodôntica. Desta forma, a presença

de alodinia, bem como sua aferição por meio do dispositivo, podem ser fatores

relevantes na fase de diagnóstico e planejamento do tratamento endodôntico.

Os resultados do presente estudo também estão de acordo com Read et al.

(2014) que também observaram que o transdutor de força de mordida tem potencial

uso para o diagnóstico de periodontite apical no diagnóstico em endodontia.

A sensibilidade de dentes com periodontite apical normalmente é avaliada

por testes bimodais, testes no quais não é possível quantificar a força utilizada para

realizar o teste e os resultados obtidos, além de ser de difícil validação através da

percussão vertical e palpação apical. Segundo Khan et al. (2007 a,b), o medidor de

força oclusal utilizado no presente estudo, é um método quantificável para mensurar

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  72  

o limiar de dor mecânica, tornando o diagnóstico mais preciso. De acordo com Khan

et al. (2007), os resultados indicam que a mordida usada neste ensaio tem uma

confiabilidade substancial de teste. Os resultados do presente estudo também

indicam que este dispositivo tem potencial de utilização para aferições repetidas em

ensaios clínicos, no qual os indivíduos foram proservados, por um longo período de

tempo. Entretanto, a confiabilidade justa e substancial entre avaliadores sugere que

os projetos de ensaios clínicos devem incorporar apenas um examinador para

coletar valores de limiar mecânicos (Khan et al., 2007a). No presente estudo, as

aferições de força máxima de mordida, foram realizadas por um único examinador.

Read et al. (2014) avaliaram o efeito da medicação analgésica e anti-

inflamatória no diagnóstico. Neste estudo foram testados molares e pré-molares com

periodontite apical. Todos os dentes foram avaliados clinicamente e também com o

medidor de força oclusal como proposto por Khan et al. (2007 a,b). Foi observado

que altas doses de medicação, possuem um forte potencial para mascaram o

diagnóstico de periodontite apical. Motivo pelo qual foi abordado o critério de

inclusão deste estudo, de pacientes que não tivessem feito o uso de medicação

analgésica ou anti-inflamatória 6 horas antes da primeira consulta. Consulta na qual

foi realizada a primeira aferição da força máxima de mordida.

No presente estudo foi observado que os dentes afetados com necrose e

lesão periapical apresentavam força de mordida reduzida em relação ao dente

contralateral, motivo pelo qual o dente contralateral foi utilizado como um controle

para verificar a porcentagem de força de mordida do dente afetado, utilizando em

cada paciente o próprio dente contralateral como controle. Read et al (2014) também

observaram que os dentes com periodontite apical também apresentavam força

reduzida quando comparado com o dente contralateral saudável. Resultado

também observado em 2007 por Khan et al, em casos de pulpite irreversível. O

estabelecimento do uso do transdutor de força de mordida como ferramenta de

diagnóstico quantitativo pode melhorar substancialmente os diagnósticos clínicos

precisos das condições perirradiculares em endodontia. Usar um método

quantificável para medir os limiares de dor mecânica não só pode melhorar o

diagnóstico, como também nos proporcionar uma medida da eficácia do tratamento

fornecido. O conhecimento de que o dente com lesão periapical crônica apresenta

força de mordida diminuída, além de indicar uma patologia periapical mesmo que

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  73  

clinicamente assintomática, ainda poderia auxiliar o diagnóstico da presença de uma

patologia mesmo que não visível radiograficamente.

No presente estudo comparou-se a força máxima de mordida dos dentes

controle contralaterais sadios e dos dentes afetados com periodontite apical dos

mesmos voluntários. Também foi realizada a aferição da força máxima de mordida

após a anestesia e foi observado que a anestesia foi capaz de reverter a alodinia

mecânica parcialmente na primeira e segunda sessão. Observando na figura 13 que

o valores da força máxima de mordida aumentaram apos a administração de

anestésico local. Resultado semelhante a Khan et al. (2007) que observou que a

administração de anestésicos locais reduziu a alodinia mecânica em 62% em casos

de pulpite irreversível. Interessante notar também que na primeira consulta, os

valores de força de mordida foram diferentes após anestesia quando comparado

com o contralateral. Entretanto, na segunda consulta os valores pós-anestesia do

dente experimental são semelhantes aos valores do contralateral. Esse fato poderia

indicar que houve uma certa melhora na força de mordida do dente experimental

após 07 dias e, em conjunto com anestesia, os valores igualam-se aos do

contralateral.

Estudos mostraram a relação entre a concentração de LPS presente em

dentes com necrose pulpar e sinais e sintomas em pacientes com necessidade de

tratamento (Endo et al., 2004 Jacinto et al.,2005). Segundo Jacinto et al. (2005)

existe uma correlação positiva entre a concentração de endotoxinas dentro do canal

radicular e a presença de sinais e sintomas endodônticos, que está de acordo com

as hipóteses de Ferraz et al. (2011), de que o LPS, em infecções clínicas está

relacionado com a produção de dor espontânea e alodinia mecânica. Em geral, é

possível que os subprodutos bacterianos ativem indiretamente nociceptores através

da liberação de fatores hospedeiros (por exemplo, prostaglandinas, leucotrienos,

citocinas) desencadeados pela ativação de vias tais como os receptores do sistema

imune inato expressos por células próximas como macrófagos e neutrófilos.

Também é possível que os subprodutos bacterianos, ou mesmo as bactérias, ativem

diretamente os nociceptores.

Observou-se que redução da concentração de LPS do sistema de canais

radiculares, ocorre logo após o preparo químico mecânico (Martinho et al., 2010;

Marinho et al., 2012). Segundo Martinho et al. (2010) a instrumentação dos canais

radiculares com podem reduzir em 98,06% os níveis de endotoxinas de canais que

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  74  

com infecção primária. Desta forma podemos explicar o aumento significativo da

força máxima de mordida após a primeira sessão do tratamento endodôntico , na

qual, foi realizada preparo químico mecânico dos dentes avaliados nesse estudo.

Esse aumento pode ser justificado devido a redução da carga microbiana e dos

níveis de endotoxinas do sistema de canais radiculares obtido pela completa

instrumentação e inserção de uma medicação a base de hidróxido de cálcio.

Também foi observado um discreto aumento na força de mordida desde a primeira

sessão, este resultado também pode ser atribuído pela familiarização do paciente

com o dispositivo (Serra & Manns, 2013).

No presente estudo foram avaliadas 2 técnicas de preparo qúimico

mecânico. Sabe - se que esse o preparo durante a tríade endodôntica, visa prevenir

ou eliminar a periodontite apical, contribuindo para maior previsibilidade endodôntica

(Peters et al., 2004). Sabe-se que a porção apical de um canal radicular é um nicho

para colonização de bactérias (Ricucci et al., 2010). Em pacientes com diagnóstico

de necrose e periodontite apical, espera-se maior contaminação no terço apical, e o

tratamento recomendado é a remoção da causa da doença. A redução da carga

microbiana e a ruptura dos biofilmes são conseguidas através de uma combinação

de irrigação abundante com solução bactericida para auxiliar a instrumentação

mecânica (Silva et al., 2013).

A realização da patência durante o tratamento endodôntico pode resultar na

extrusão de debris e extravasamento de cimento obturador na região apical

(Flanders et al., 2002). Arias et al. (2009) observaram que a realização da patência

e sua manutenção durante todo o preparo químico mecânico pode reduzir a dor pós

operatória, e que a sintomatologia prévia ao tratamento está relacionada com a dor

pós tratamento. No presente estudo no grupo em que não foi realizado a ampliação

foraminal a patência foi mantida em todo o procedimento e não foi observado

maior incidência de dor, mesmo no grupo em que foi realizado ampliação foraminal.

Foi observado que a proporção de ocorrência de extravasamento de

cimento foi maior (88,71%) que a não ocorrência foi observado em apenas 7 casos

(11,29%). Fator comum que é uma consequência do tratamento, quando é

empregada a patência ou ampliação foraminal durante a instrumentação do canal

radicular. Foi observado que 48 horas após a obturação dos canais radiculares dos

dois grupos houve uma diminuição da força de mordida quando comparada com a

força de mordida realizada após a primeira intervenção. Esses resultados

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  75  

corroboram com os resultados de Arias et al. (2009) que relatou que o tempo de 48

horas após o tratamento é um período considerado critico. Esses resultados podem

ser justificados em resposta a agressões trans-operatórias, tais como, extrusão de

debris contaminados, contato dos tecidos periapicais com substância química

auxiliar e trauma da instrumentação (Siqueira & Barnett 2004) e ou extravasamento

de cimento para região periapical, diminuindo os limiares de dor na região periapical.

Porém, essa alteração é transitória e 1 semana após a obturação do canal radicular

os valores de força máxima do mordida já estavam normalizados. E a incidência de

dor pós-operatória e / ou uso de analgésicos foi baixa nos 2 grupos estudados e não

houve casos de flare up em nenhum caso do presente estudo. Esses dados

corroboram com os resultados de (Pak & White, 2011) de que a sensibilidade pós

tratamento atinge valores mínimos após 7 dias e com os de Bourreau et al. (2015)

que observaram que o extravasamento de cimento não teve influência na dor-pós

operatória.

Acredita-se que a ampliação foraminal não só permita uma maior redução

das bactérias remanescentes e de detritos de dentina infectados, mas também

resulte em uma ação mais efetiva da solução irrigadora (Albrecht et al.,2004; Lin et

al., 2011). Souza-Filho et al. (1987) observaram que a ampliação foraminal pode

contribuir para um melhor desinfecção e, portanto, proporcionar melhores condições

para o reparo tecidual e previsibilidade do tratamento realizado. Apesar de todas

essas vantagens, uma desvantagem que é comumente relatada é a possibilidade de

dor pós-operatória relacionada ao trauma físico na região periapical. Sugere-se que

mesmo o uso de limas de pequeno calibre para manutenção da patência através do

ápice, possa pode causar uma resposta inflamatória aguda e dor pós-operatória

(Cailleteau & Mullaney, 1997). No entanto, no presente estudo foi observado que

não houve diferença estatisticamente significante entre os 2 grupos estudos com

ampliação foraminal e comprimento de trabalho 1mm além do ápice e com a técnica

com comprimento de trabalho determinado 1mm aquém do forame apical com

relação a dor pós-operatória verificada pela escala analógica e também não são

observados indícios de efeitos significativos do grupo e da interação dos grupos com

tempo. A ampliação foraminal no presente estudo não causou mais dor ou a

presença de menor força de mordida (alodinia mecânica) quando comparada com a

técnica de instrumentação realizada 1mm aquém do forame. Foi apenas observado

que o tempo possui efeito significativo sobre a dor e sobre a força máxima de

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  76  

mordida. As técnicas de ampliação foraminal e não ampliação foraminal resultaram

na mesma dor pós-operatória e necessidade de medicação analgésica de acordo

com os resultados obtidos por Silva et al. (2013). Isso sugere que o uso do

alargamento foraminal pode ser realizado para a previsibilidade do tratamento

endodôntico sem aumentar o índice dor pós-operatória.

A CHX gel 2% tem sido recomendada como uma alternativa ao NaOCl,

especialmente em casos de ápice aberto, reabsorção radicular, perfuração radicular

e durante a ampliação foraminal, devido à sua biocompatibilidade, ou em casos de

alergia ao NaOCl. (Siqueira et al., 2015; Gomes et al., 2013). No presente estudo

essa substância foi utilizado no grupo 2, porque nestes pacientes foi realizada

ampliação foraminal. Foi observado que a dor pós-operatória não mostrou diferença

estatisticamente significativa entre os grupos em qualquer período de observação.

Além disso, não houve diferença significativa no número médio de comprimidos

analgésicos utilizados entre os grupos. A incidência de dor pós-operatória após

tratamento foi baixa, independentemente do irrigante e técnica utilizada de acordo

com os resultados de Bourreau et al. (2015) no qual observaram que a substância

química auxiliar, a sobreintrumentação não tiveram influência na dor pós-operatória.

O gluconato de clorexidina é tão eficaz quanto o hipoclorito de sódio. Uma

possível vantagem clínica do gluconato de clorexidina sobre hipoclorito de sódio

(Gomes et al., 2001,Ferraz at al., 2001,Viana et al., 2004, Gomes et al., 2005;

Gomes et al., 2013) é que o gluconato de clorexidina é relativamente não tóxico

(Gomes et al., 2013). A principal desvantagem relatada na literatura do gluconato de

clorexidina como substância química auxiliar é que ele não possui a capacidade de

dissolver o tecido necrótico da polpa (Ercan et al.,2004; Siqueira Jr & Pereira, 2015),

fator que é compensado pela sua capacidade de lubrificação as paredes do canal

radicular, o que reduz o atrito entre a lima e a superfície da dentina, facilitando a

instrumentação e diminuindo os riscos de fratura do instrumento dentro do canal.

Além disso, ao facilitar a instrumentação, melhora a eliminação dos tecidos

orgânicos, o que compensa a sua incapacidade de dissolvê-los (Ferraz et., 2001;

Gomes et al., 2013).

Porém sabe –se que a capacidade de dissolução tecidual do hipoclorito de

sódio está intimamente ligada a sua elevada concentração e o tempo de contato

com o tecido (Stojicic et al., 2010; Siqueira Jr & Pereira, 2015). Como consequência

destas propriedades, o NaOCl é altamente tóxico em concentrações elevadas e

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  77  

tende a induzir irritação do tecido quando em contato. A maioria das complicações

do uso do hipoclorito de sódio parecem ser o resultado de sua injeção acidental

além do ápice radicular, que pode causar reações violentas nos tecidos,

caracterizadas por dor, inchaço, hemorragia (Gernhardt et al., 2004; Mohammadi,

2008). Fator que justifica o uso da Clorexidina gel 2% para a realização de

ampliação foraminal para prevenir acidentes de injeção acidental do hipoclorito de

sódio além do forame. Como no presente estudo a substância química (NaOCl a

6%) foi diferente da substância irrigadora (água destilada estéril), o risco de injeção

acidental do hipoclorito de sódio foi minimizado e não houve nenhum acidente,

mesmo sendo feita a patência foraminal e mantida durante toda instrumentação.

Ressalta-se ele foi utilizado como substância química auxiliar, somente para

preencher o conduto durante a instrumentação e não foi realizado irrigação

abundante com essa substância, uma vez que foi utilizada uma concentração

elevada (6%) sendo realizada essa função com a água destilada. Sugere-se que o

hipoclorito de sódio poderia ser usado com cautela para ampliação foraminal,

quando a substância irrigadora for uma substância não tóxica como a água

destilada.

Estudos prospectivos que comparam técnicas de tratamento endodôntico

diferentes (Cruz Junior et al. 2006; Silva et al., 2013; Arias et al., 2013 ; Bourreau et

al., 2015; Shokraneh et al. 2016) registraram uma pequena incidência de dor pós-

operatória e não observaram diferenças estatísticas significantes entre as técnicas,

irrigantes e /ou comprimento de trabalho utilizado. Resultados que estão de acordo

com o presente estudo. No qual foram comparados 2 técnicas, com 2 comprimentos

de trabalho diferentes e devido a técnica foram utilizadas duas substâncias químicas

auxiliares diferentes. Esses resultados podem ser justificados por quê em todos

estudos foi aplicado uma técnica segura no sentido coroa- ápice, respeitando

princípios de descontaminação, e princípios biológicos de limpeza e desinfeção

para diminuir a concentração de bactérias e seus subprodutos (Peters et al., 2003;

Peters et al., 2004; Nair, 2006; Arias et al., 2009) diminuindo assim a intensidade dor

pós tratamento independente da técnica e ou substância química utilizada.

Este estudo, portanto, demonstrou que todos os pacientes incluídos nessa

pesquisa com necrose pulpar e periodontite apical assintomática apresentavam

alodinia mecânica, quando comparado com o dente contra lateral sadio. Fator que

foi eliminado com a terapia endodôntica, independente da técnica utilizada. A

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  78  

proservação de todos pacientes devem ser feitas a longo prazo para verificar se os

valores de alodinia mecânica inicial podem ser usados como fator de prognóstico.

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  79  

7 Conclusão

De acordo com os resultados obtidos e a metodologia empregada no

presente estudo, é possível concluir que:

1. Dentes com necrose pulpar e periodontite apical apresentam redução na força

máxima de mordida em comparação com dentes sadios e o transdutor de força

de mordida é um método confiável para medir limiares de dor mecânica em

pacientes endodônticos. Assim, é um instrumento que pode ser utilizado no

diagnóstico de dentes com periodontite apical .

2. A anestesia foi capaz de reverter a alodinia mecânica parcialmente em dentes

com periodontite apical assintomática.

3. A técnica com ampliação foraminal apresentou força máxima de mordida

equivalente a técnica tratamento realizada 1mm aquém do ápice.

4. O tempo foi mais relevante que a técnica empregada. Quarenta e oito horas

após a obturação a força de mordida tem sua capacidade reduzida nos 2 grupos

estudados, em relação aos dentes contralaterais sadios. Sete dias após a

obturação, a força de mordida é maior que 48 horas, não havendo diferença em

3 meses e 1 ano após o tratamento realizado.

5. Ambas técnicas de instrumentação resultaram e dor pós operatória equivalente

e baixa necessidade de medicação analgésica nos períodos estudados.

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Apêndice 1 – Ficha de anamnese e ficha clínica

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Apêndice 2 (A,B): Exemplo de molares inferiores G1 e do G2 incluídos na pesquisa.

A: G1, B: G2. Apêndice 3 - Média, desvio padrão, limites de confiança da média (95%) e teste de Tukey-Kramer para comparações múltiplas de médias. Médias com a mesma letra não diferem entre si no nível de significância de 5% (a=0,05).

Apêndice 4 - Média, desvio padrão, limites de confiança da média (95%) e teste de Tukey-Kramer para comparações múltiplas de médias. Médias com a mesma letra não diferem entre si no nível de significância de 5% (a=0,05).

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Anexo 1 - Certificado do comitê de ética em pesquisa em humanos

30/07/14 14:35Comitê de Ética em Pesquisa - Certificado

Página 1 de 1http://www.fop.unicamp.br/cep/sistema/certificado.php?Protocolo=013/2014&Id=1734&Passo=2&DataPar=2014-05-07

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISAFACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

CERTIFICADO

O Comitê de Ética em Pesquisa da FOP-UNICAMP certifica que o projeto de pesquisa "Correlação entre alodiniamecânica periapical pré-operatória com dor pós operatória e sucesso do tratamento endodôntico nãocirúrgico através de 2 técnicas de preparo químico-mecânico", protocolo nº 013/2014, dos pesquisadores ErikaManuela Asteria Clavijo, Caio Cesar Randi Ferraz e Felipe Nogueira Anacleto, satisfaz as exigências do Conselho Nacional deSaúde - Ministério da Saúde para as pesquisas em seres humanos e foi aprovado por este comitê em 07/05/2014.

The Ethics Committee in Research of the Piracicaba Dental School - University of Campinas, certify that the project"Correlation between preoperative periapical mechanical allodynia with postoperative pain and success ofnonsurgical endodontic treatment using 2 differents techniques of endodontic treatment", register number013/2014, of Erika Manuela Asteria Clavijo, Caio Cesar Randi Ferraz and Felipe Nogueira Anacleto, comply with therecommendations of the National Health Council - Ministry of Health of Brazil for research in human subjects and thereforewas approved by this committee on May 07, 2014.

Prof. Dr. Felippe Bevilacqua PradoSecretário

CEP/FOP/UNICAMP

Profa. Dra. Lívia Maria Andaló TenutaCoordenadora

CEP/FOP/UNICAMP

Nota: O título do protocolo aparece como fornecido pelos pesquisadores, sem qualquer edição.Notice: The title of the project appears as provided by the authors, without editing.