avaliaÇÃo da disciplina: experiÊncia do sagrado e religiÃo

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Universidade do Sul de Santa Catarina Unisul Campus Virtual Atividade de Avaliação a Distância (AD) Disciplina: Experiência do Sagrado e Religião Curso: FILOSOFIA A DISTÂNCIA - UNISUL Professor: JACI GONÇALVES Nome do aluno: UMBERTO NEVES BALDEZ Data: 17/02/2013 Orientações: Procure o professor sempre que tiver dúvidas. Entregue a atividade no prazo estipulado. Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final. Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA). 1) Faça uma pesquisa livre sobre os mitos na história da humanidade (antiga ou mesmo atual), escolha um mito e o descreva resumidamente. (5,0 pontos) RESPOSTA: Mito Escolhido: Atena. Atena (no grego ático: Αθηνά, transl. Athēnā ou Aθηναία, Athēnaia; ver seção Nome), também conhecida como Palas Atena (Παλλάς Αθηνά) é, na mitologia grega, a deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da estratégia, das artes, da justiça e da habilidade. Uma das principais divindades do panteão grego e um dos doze deuses olímpicos, Atena recebeu culto em toda a Grécia Antiga e em toda a sua área de influência, desde as colônias gregas da Ásia Menor até as da Península Ibérica e norte da África. Sua presença é atestada até nas proximidades da Índia. Por isso seu culto assumiu muitas formas, além de sua figura ter sido sincretizada com várias outras divindades das regiões em torno do Mediterrâneo, ampliando a variedade das formas de culto. A versão mais corrente de seu mito a dá como filha partenogênica de Zeus, nascendo de sua cabeça plenamente armada. Jamais se casou ou tomou amantes, mantendo uma

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Page 1: AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA: EXPERIÊNCIA DO SAGRADO E RELIGIÃO

Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul

Campus Virtual

Atividade de Avaliação a Distância (AD)

Disciplina: Experiência do Sagrado e Religião

Curso: FILOSOFIA A DISTÂNCIA - UNISUL

Professor: JACI GONÇALVES

Nome do aluno: UMBERTO NEVES BALDEZ

Data: 17/02/2013

Orientações:

Procure o professor sempre que tiver dúvidas.

Entregue a atividade no prazo estipulado.

Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final.

Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).

1) Faça uma pesquisa livre sobre os mitos na história da humanidade (antiga ou

mesmo atual), escolha um mito e o descreva resumidamente. (5,0 pontos)

RESPOSTA:

Mito Escolhido: Atena.

“Atena (no grego ático: Αθηνά, transl. Athēnā ou Aθηναία, Athēnaia; ver seção Nome),

também conhecida como Palas Atena (Παλλάς Αθηνά) é, na mitologia grega, a deusa

da guerra, da civilização, da sabedoria, da estratégia, das artes, da justiça e da

habilidade. Uma das principais divindades do panteão grego e um dos doze deuses

olímpicos, Atena recebeu culto em toda a Grécia Antiga e em toda a sua área de

influência, desde as colônias gregas da Ásia Menor até as da Península Ibérica e norte

da África. Sua presença é atestada até nas proximidades da Índia. Por isso seu culto

assumiu muitas formas, além de sua figura ter sido sincretizada com várias outras

divindades das regiões em torno do Mediterrâneo, ampliando a variedade das formas de

culto.

A versão mais corrente de seu mito a dá como filha partenogênica de Zeus, nascendo de

sua cabeça plenamente armada. Jamais se casou ou tomou amantes, mantendo uma

Page 2: AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA: EXPERIÊNCIA DO SAGRADO E RELIGIÃO

virgindade perpétua. Era imbatível na guerra, nem mesmo Ares lhe fazia páreo. Foi

padroeira de várias cidades mas se tornou mais conhecida como a protetora de Atenas e

de toda a Ática. Também protegeu vários heróis e outras figuras míticas, aparecendo em

uma grande quantidade de episódios da mitologia.

Foi uma das deusas mais representadas na arte grega e sua simbologia exerceu profunda

influência sobre o pensamento grego, em especial nos conceitos relativos à justiça, à

sabedoria e à função civilizadora da cultura e das artes, cujos reflexos são perceptíveis

até nos dias de hoje em todo o ocidente. Sua imagem sofreu várias transformações ao

longo dos séculos, incorporando novos atributos, interagindo com novos contextos e

influenciando outras figuras simbólicas; foi usada por vários regimes políticos para

legitimação de seus princípios, penetrou inclusive na cultura popular, sua intrigante

identidade de gênero tem sido de especial apelo para os escritores ligados ao feminismo

e à psicologia e, por fim, algumas correntes religiosas contemporâneas voltaram a lhe

prestar verdadeiro culto.” (fonte: www.pt.wikipedia.org/atena)

Síntese:

A importância de Atena certamente está muito acima da mitologia que carrega outros

mitos igualmente singulares, pois, no caso de Atena, carrega o nome da cidade que foi

berço da Filosofia Ocidental, gerando a dúvida histórica se teria originado o nome da

cidade ou o contrário, seu nome teria se originado da cidade berço de Sócrates e Platão.

Outros mitos também são de semelhante importância, sejam representações masculinas,

como Hélio, Apolo, Dionísio, ou femininos como Afrodite, Vênus, Íris, e mesmo

representações de animais aves, como Harpia e Fênix, mas no caso de Atena existe um

aspecto tanto simbólico, mitológico quanto realista, por contraditório que possa parecer,

não é, pois a associação com a cidade berço da Filosofia confere esse realismo a esse

personagem da mitologia, Atena. É como imaginar que a cidade berço da filosofia

ocidental tivesse o nome do primeiro grande filósofo existido, ainda que nas palavras de

Platão, é como imaginar que não existiria Atenas, mas uma polis chamada Sócrates.

Pois bem, talvez assim Sócrates nos legaria uma imagem demasiadamente mítica.

Atena, da guerra, da sabedoria e da justiça representa um mito que se estendeu à África

e à Índia, e continua venerada tão fortemente no tempo contemporâneo: pode-se

conceber, ainda que estusiasmadamente, se Sócrates nunca escreveu uma letra, que foi o

“primeiro grande pensador” que existiu.

2) A partir do mito que você descreveu, responda as questões abaixo:

a) Identifique e explique pelo menos três características que são próprias do

pensamento mítico contidas no mito que você escolheu, embasando-se nas

explicações e definições dos autores que estudamos no livro didático. (2,5

pontos)

RESPOSTA:

No mito especificado, estão presentes as 3 características mitológicas exigidas

para que se defina um mito, quais sejam: relação com o sobrenatural e divino; ausência

de base real, científica, ou natural; e representação referencial imponente.

Page 3: AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA: EXPERIÊNCIA DO SAGRADO E RELIGIÃO

Imponência, ou grande exaltação, é exigência para todo mito principalmente da

era grega, pois, pela falta das estruturas sociais que existem contemporaneamente, esses

eram as únicas referências para esses povos, que pouco sabiam do mundo em que

viviam, relegando a um plano divino e mitológico as explicações elementares. Por

imponência, incorporavam a força e a coragem para a guerra, assim como a segurança

da liderança referencial. E a relação com o sobrenatural, com o divino, conferia uma

adoração ainda maior.

A ausência de base científica é o seguinte: nessa época os registros eram raros

ou inexistentes, por isso um mito se formava com uma imagem ou vaga, ou

demasiadamente venerada. Quem realmente escreveu, dessa época, foi Platão, depois

Aristóteles e a partir daí as representações escritas e artísticas puderam ser reconhecidas

como base científica e confiável. Então se pode concluir que, ou os mitos foram

criações inventivas da mente humana, em grande parte, sendo que alguns podem mesmo

ter existido, ou muitos desses mitos eram representações reais, mas que, pela ausência

de registro, sobreviveram mitologicamente. Finalmente, alguns mitos, os já citados, e

sobretudo Atena, pela veneração que tiveram e pelo tempo que sobrevivem, pela

influência no mundo e pelas bases sólidas que mantém, têm uma representação

praticamente real, não por terem sido associados literária-filosoficamente e por

personalidades da arte, do esporte e da política até os tempos atuais, mas porque eles

próprios podem ter sido, assim se imagina, tão representativos quanto as associações

que a eles se originaram. Pois que, ainda, não havia a abundância das referências a essas

lideranças da sociedade, como existe hoje, e confusas e duvidosas. Para ilustrar essas definições, disponho alguns conceitos estudados: Mito é “uma forma

simbólica de expressão. Caracteriza-se por falta de coerência lógica, falta de observação

sistemática e cientifica; pelo caráter cósmico, politeísta e meta-histórico de sua trama; por certo

aspecto vital e soteriológico que o liga ao culto e as praticas religiosas.” (LD, pag 56). Para

Everardo Rocha, “Não possui verdade eterna e é como uma construção que não repousa no solo.

O mito flutua. Seu registro é o do imaginário. Seu poder é a sensação, a emoção, a dádiva. Sua

possibilidade intelectual é o prazer da interpretação. E interpretação é jogo e não certeza.” (LD,

pag 57). Para Lévi-Strauss o mito tem uma relação com a linguagem e desperta pensamentos

que são desconhecidos para o homem. Para Karl Jaspers, ‘os mitos formam uma linguagem de

imagens, ideias, figuras e acontecimentos que apontam para o sobrenatural. Quando traduzida

em meras ideias, os seus significados acabam por se perder.’ ( LD, pag 58).

Fica definido, assim, nas palavras desses conceituados estudiosos, que o mito não existe sem

uma associação forte com a realidade do mundo em que vive, tendo uma importância histórica

muito maior quando essa associação transcende aos limites do território venerado, para os

lugares mais distantes do mundo. Por isso a importância singular de Atena.

b) Como a reflexão sobre o mito e suas características contribui em nossa postura

ou atitude filosófica diante da experiência do sagrado e a religião? (2,5 pontos)

RESPOSTA:

Os tempos atuais, como já foi destacado nesse trabalho, têm uma característica

muito própria, esse tempo é duvidoso e também perigoso, pelo excesso do que existe, e

pela efemeridade do que se venera. Os mitos estão associados a personalidades da

cultura, a personalidades do esporte e a personalidades políticas, dentre outras

representações da sociedade. O problema está em que, pelo tempo característico, não

existe uma associação com bases sólidas e confiáveis, assim como a própria

personalidade desse líder muitas vezes em pouco tempo se esfarela. É o ídolo que cai no

álcool, nas drogas e decepciona todo o seu povo. É o ídolo que, quando associado a um

Page 4: AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA: EXPERIÊNCIA DO SAGRADO E RELIGIÃO

personagem da mitologia histórica, decepciona e descaracteriza esse personagem, ou

mesmo é conhecido apenas pela vinculação que faz. É o lado triste da história que se

vive. Por outro lado, quando existe uma boa associação, esse ídolo ajuda a divulgar esse

legado histórico, e isso é bastante positivo. Quando um escritor descreve, trabalha

literária e/ou filosoficamente, ou artisticamente um personagem bem antigo da

mitologia, potencializando suas características e contextualizando num grande marco de

uma sociedade, ele está fazendo um trabalho de muita importância, que sobreviverá aos

tempos, assim como, ainda mais, aquele legado da história antiga. É o exemplo de

Nietzsche, para ilustrar, com Zaratustra, personalidade iraniana, e com os mitos antigos,

Apolíneo – da razão, do equilíbrio, da sabedoria –, e Dionísio – da embriagues, do

desregramento -.

É importante não esquecer que os mitos tiveram diferentes tipos de

representações ao longo da história. Na Grécia eram abundantes, politeístas, e tinham

um caráter bastante metafísico. Antes de Sócrates, era o “homem” que havia a ser

venerado, pois com Sócrates o homem se distanciou dessa metafísica e se centrou no

homem e na polis. Platão não quis saber de mito algum e concebeu o mundo sensível

como cópia do mundo das ideias, mas, já no tempo romano, esse mundo das ideias

virou uma constelação de deuses e mitos, na concepção desses novos pensadores. Assim

os personagens bíblicos foram ganhando importância com o tempo, e como não

relacionar os personagens bíblicos com esses mitos gregos? Mas, sobretudo, é

fundamental a distinção da mitologia grega com a mitologia, ou arte abrangente,

egípcia, pois enquanto os gregos representavam deuses, que na maioria das vezes não

existiam, os egípcios construíam as pirâmides, para cultuar na morte a sua gente, com

grande veneração aos Faraós.

Depois os tempos foram se distanciando dos mitos, embora a existência dos

artistas do renascimento, que de uma forma bem diferente se referiam a essa mitologia,

pois surgiram pensadores preocupados mais com o mundo prático, e/ou racional, nos

exemplos de Descartes, Pascal, Bacon, Immanuel Kant e outros. Os mitos foram

praticamente relegados. E surgem, no tempo atual, como destacado, de forma muito

complexa de se dimensionar um desfecho futuro, pois existe um excesso e um efeito

muito efêmero. Não se sabe bem o que sobreviverá como representação real e sólida da

sociedade, ou apenas, aí sim, como mitos, ou menos que isso. Também, existem os

líderes da sociedade que, embora com bases de alguma forma sólidas, carecem de uma

associação tão forte como tiveram alguns mitos e destacadamente a Deusa Atena. Esses

líderes de agora têm tendido a um desvio virtual, como se um mundo novo e melhor

fosse possível daí, e, assim, relegam a cidade onde nasceram, relegam materialidade que

o tempo pode acentuar ou, ao menos, preservar. Por isso a importância de Atena é

fundamental, pois é um exemplo que falta para o mundo atual, e aos líderes atuais.

REFERÊNCIAS:

http://www.youtube.com/watch?v=yuFxT8PAYRg – acesso em 17-02-2013

http://www.youtube.com/watch?v=52x1veAdYMo – acesso em 17-02-2013

http://www.youtube.com/vaticanit - acesso em 17-02-2013

http://pt.wikipedia.org/wiki/Atena - acesso em 17-02-2013

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia acesso em 17-02-2013

www.vatican.va – acesso em 17-02-2013