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ASSOCIAÇÃO INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO ITEP OS MESTRADO PROFISSIONAL EM TECNOLOGIA AMBIENTAL AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE CHUMBO EM SOLO, ÁGUA E ALFACE (Lactuca sativa L . ) EM CULTIVO PRÓXIMO ÀS RODOVIAS BR 101 e 232, NO BAIRRO DO CURADO, RECIFE-PE RECIFE 2006

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ASSOCIAÇÃO INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO ITEP OS

MESTRADO PROFISSIONAL EM TECNOLOGIA AMBIENTAL

AV AL I AÇ Ã O D A C O N C E N T RAÇ Ã O D E C H UM BO EM

S O LO, Á G U A E AL F AC E ( L ac t u ca sa t i v a L . ) EM

C U L T I V O P R ÓX IM O ÀS R O DO VI AS B R 1 01 e 2 32 , N O

B AI R R O D O CU R AD O , R E CI F E -P E

RECIFE 2006

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ELZA MARIA MARQUES FREIRE

AV AL I AÇ Ã O D A C O N C E N T RAÇ Ã O D E C H UM BO EM

S O LO, Á G U A E AL F AC E ( L ac t u ca sa t i v a L . ) EM

C U L T I V O P R ÓX IM O ÀS R O DO VI AS B R 1 01 e 2 32 , N O

B AI R R O D O CU R AD O , R E CI F E -P E

Dissertação apresentada pela aluna Elza Maria

Marques Freire ao Curso de Mestrado em

Tecnologia Ambiental da Associação Instituto de

Tecnologia de Pernambuco – ITEP OS, como

requisito final para obtenção de grau de Mestre.

Linha de Pesquisa:

Áreas Degradadas

Orientadora:

Profª. Dra. Sônia Valéria Pereira

Co-orientadora:

Profª.MSc. Hélida Karla Philippini da Silva

RECIFE 2006

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo...

Dedico

A minha família, que cedeu horas de convívio para que

esse trabalho pudesse ser realizado.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida.

Agradeço a minha família – Marcos, Rafaella e Marcos Filho, pelo estímulo ao meu

crescimento profissional e na produção do trabalho.

Agradeço a minha mãe pelo exemplo de vida que me deu e pelo amor que me

dedicou e a memória de meu pai, pelo amor, coragem, dedicação e saudade.

Em particular agradeço a minha irmã Maria José Marques Cavalcanti, por seu

incentivo e força onde busquei o aprimoramento na área profissional, contribuiu na

realização do trabalho.

Fundamental, agradecer a Luiz Castanha, gestor da Unidade Executora Estadual,

integrante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes do

Estado de Pernambuco, da qual faço parte, pelo apoio, compreensão e incentivo.

A todos os amigos de trabalho pelo apoio prestado, em especial a Fernando Jordão

pelas suas informações e conhecimentos os quais me foram muito úteis.

Á minha orientadora Profª. Drª Sônia Pereira, cujos estímulos foram de grande

importância, na medida em que articulou os caminhos para que esse tema ganhasse

destaque.

A minha co-orientadora Profª. MSc Hélida Philippini, que com seus conhecimentos

me ajudaram a conseguir esse feito.

À Dra. Ana Maria Barbosa por disponibilizar o Laboratório de Ensaios e Análises

Inorgânicas – LEAI/ITEP para análise das amostras.

À Dra. Ana Arnaud por disponibilizar o Laboratório de Microbiologia e Físico-Química

dos Alimentos – LMFQA/ITEP para análise das amostras de alface.

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Ao Laboratório de Geoprocessamento – LABGEO/ITEP, na pessoa de Anna Karla

Trajano de Arruda e Ana Mônica Correia, pela confecção do mapa utilizado neste

trabalho.

Ao Laboratório de análises de metais pesados da UFRPE na pessoa de Luciano

Silva.

A agrônoma Cristina Lemos do IPA pela ajuda dispensada.

A amiga Graziela Gatai pela amizade e ajuda dispensada na execução dos

experimentos.

Aos bolsistas do CNPq Flávio Rodrigues e Fábio de Lima, do Laboratório de

Biotecnologia Ambiental - LABTAM/ITEP pela assessoria na coleta e análise de

amostras.

A todos os amigos do mestrado em especial a Edmilson Rodrigues, Joadson Santos

e Eduardo Aguiar pelo convívio e troca de conhecimentos.

Ao meu amigo Luiz Galiza pelas valiosas contribuições num momento importante

deste estudo.

As amigas Leia Lopes e Nancy Lins pelas quais guardarei um grande carinho e

amizade.

Aos funcionários do Mestrado Cristiane Silva e Marcos Maia pela colaboração

durante a realização do trabalho.

O que espero, parece hoje mais provável e próximo e, por isso, tenho que agradecer

a todos que comigo vivenciaram essa batalha, desde aqueles que me são mais

próximos até os que direta ou indiretamente contribuíram cada um na sua maneira

própria, pelo que agradeço, a todos.

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“Quando você se lança numa jornada e o fim parece cada vez mais distante,

então você percebe que o verdadeiro fim é o percurso”.

Emilem Durkheim

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RESUMO

O crescimento populacional associado à expansão da urbanização e do

consumo de alimentos tem motivado a população de baixa renda a utilizar as áreas próximas às rodovias e viadutos, para o cultivo de hortaliças visando à própria subsistência. Essas áreas são vistas como propícias a essa prática por apresentarem topografia plana, fornecimento de energia elétrica, abundância de água, além de acesso ao mercado devido à proximidade aos centros consumidores. Essas facilidades como também as condições dessas áreas, nada sugerem quanto à impropriedade para o cultivo de hortaliças no que diz respeito à contaminação do solo. Um solo contaminado pode afetar diretamente os componentes funcionais dos ecossistemas e atingir a cadeia trófica podendo contaminar homens e animais. O solo atua como filtro, tendo a capacidade de depurar grande parte das impurezas nele depositadas. No entanto, essa capacidade é limitada, podendo ocorrer alteração da qualidade do solo em virtude do efeito cumulativo da deposição de poluentes atmosféricos, da aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes e ainda da deposição de resíduos sólidos industriais, urbanos e materiais tóxicos. Dada a persistência do cultivo de hortaliças em áreas consideradas contaminadas com metais pesados em estudos anteriores, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a presença de chumbo no solo, na água e nas hortaliças especificamente a alface (Lactuca sativa L.,) em área localizada no entroncamento das rodovias federais BR-101 e BR-232, no Curado, na cidade do Recife, Pernambuco. A escolha dessa área ocorreu em função da mesma estar situada sob influência da intensa circulação de veículos e próxima a indústrias com atividades potencialmente poluidoras. Foi escolhido o elemento chumbo (Pb) por ter sido detectado em concentrações significativas em estudos anteriores, possivelmente como resultado da combustão da gasolina automotiva, do desgaste de pneus ou do carreamento das partículas causado pela lixiviação do solo. Visando alcançar os objetivos esperados adotou-se uma metodologia que considerou a delimitação do local do estudo e a análise da concentração de chumbo biodisponível e total nas matrizes solo, água e alface (Lactuca sativa L.). Após análise das amostras verificaram-se valores que indicam alteração da qualidade do solo em uma das áreas de estudo, podendo-se constatar a contaminação do solo por chumbo. Com referência as análises da água e hortaliça, as amostras apresentaram valores abaixo do limite de detecção e quantificação do método empregado, merecendo, portanto, pesquisas futuras. Por tratar-se de área localizada em ambiente estritamente urbano e por haver sido constatado a ocorrência de contaminação do solo por chumbo, recomenda-se a ampliação e aprofundamento de estudos nessas áreas.

PALAVRAS-CHAVE Poluição ambiental; Contaminação; Chumbo; Lactuca

sativa L.

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ABSTRACT

The population growth, together with the expansion of urbanization and food consuming, has motivated the low income population to use areas near highways and viaducts in order to grow vegetables aiming its own subsistent. These areas are considered favourable to this practice not only because they present plane topography, electric energy supply and large quantity of water supply, but also because these areas offer easy market access, as they are near the consuming centres. These facilities, as well as these areas conditions, say nothing about vegetables grow being inappropriate because of ground contamination. Polluted ground may directly affect the functional components of an ecosystem and the trophic chain, and it may contaminate men and animals. The soil acts like a filter, being able to depurate, purify, the majority of impurities deposited in it. However, this is a limited ability, and it may occur alteration in the soil quality due to the cumulative effect of atmospheric pollutant overthrow, the application of agricultural defensives and fertilizers, the deposition of industrial solid, urban residues and toxic materials. Because of the persistence of the vegetables growth in places considered to be contaminated with heavy types of metal, this research had as its main aim, to evaluate the presence of lead in the soil, in water and in vegetables, specifically in lettuce (Lactuca sativa L.,), located in the junctions of the federal roads BR-101 and BR232, in Curado, Recife, Pernambuco. The choice for this area happened because these roads are under the influence of the massive presence of cars and are very near industries, which are potential polluters. The element lead (Pb) was chosen because it was significantly detected in earlier studies, possibly as a result of the combustion of car petrol, the tyres abrasion or the linking of particles caused by the soil leaching. Aiming to reach the expected objectives, a methodology, which considered the delimitation of the place to be studied and the analysis of the bioavailable and total lead concentration in the soil, water and lettuce (Lactuca sativa L.), was adopted. After the sample analysis, numbers which indicate the alteration of the soil quality, in one of the considered areas, were verified, and the evidence of lead contamination in the soil became clear. Referring to the analysis of water and vegetables, the samples presented low numbers, under the limits for detection and quantification of the applied method, what makes future research plausible. Because it is an urban area and because lead contamination in soil was found, it is recommended the extension and deepening of studies in those places.

KEY WORDS: Environmental pollution; Contamination ; Lead ; Lactuca sativa L.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Propagação dos efeitos da poluição no meio físico e na biota (Adaptada por Valle, 1995)

17

Figura 02 – Dinâmica dos metais pesados no solo (Adaptada por Anta, 1996 apud Garcia e Dorronsoro, 2002)

22

Figura 03 – Imagem do satélite Quick Bird da localização da região estudada

(Fonte: GPS modelo e-trex da Garmin pelas coordenadas UTM (Unidade

Transversa de Mercado) 285.965 e 9.107.808 Norte e Leste e 285.668 e

9.107.589 Sul e Oeste).

29

Figura 04 – Delimitação das áreas selecionadas para estudo. Área 1: região

cultivada por hortaliças próxima a área considerada contaminada. Área 2:

região considerada contaminada por metais pesados e cultivada com Bredo

(Amaranthus sp.)

30

Figura 05 – carta de nucleação da área de estudo

32

Figura 06 - Representação dos pontos de coleta das amostras de água (O), solo (X) e alface (X) e suas respectivas coordenadas geográficas nas áreas estudadas. (Fonte: GPS modelo e-trex da Garmin pelas coordenadas UTM - Unidades Transversa de Mercado)

33

Figura 07 – Área 1 - Coleta de alface (Lactuca sativa L.) na área 1 em cultivo

próximo as Rodovias BR 101 e 232. Local: Curado Recife-PE.

34

Figura 08 – Área 2 - Região considerada contaminada por metais pesados e

cultivada com Bredo (Amaranthus sp.).

34

Figura 09– Ponto de coleta das amostras de água (poço) para irrigação das

hortaliças cultivadas na área 1.

35

Figura 10 – Fluxograma do procedimento para determinação do chumbo por lixiviação ácida no solo da área 1.

36

Figura 11 – Fluxograma do procedimento para determinação do chumbo total no solo da área 2 – Método de Extração de metais pesados

37

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Figura 12 – Fluxograma do procedimento para determinação do chumbo na água.

38

Figura 13 – Fluxograma do procedimento para determinação do chumbo na alface.

40

Figura 14 - Representação gráfica da média do chumbo total nas profundidades de 0-25 e 25-50 cm nos três pontos de coleta da área 2, médias pelo teste de Tukey (5%).Médias seguidas das mesmas letras minúscula não diferem entre os pontos (1, 2, e 3) e com a mesma letra maiúscula não diferem significativamente entre as profundidades, pelo teste de Tukey (5%).

43

Figura 15- Representação gráfica da média do chumbo total nas profundidades de 0-25 e 25-50 cm da área 2, médias pelo teste de Tukey (5%).

43

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Valores médios dos teores de chumbo (expresso em mg/kg) nas amostras de solo da área 1 região cultivadas com alface (Lactuca sativa L.), segundo a sua distribuição espacial em relação à rodovia.

42

Tabela 02 – Valores médios dos teores de chumbo nas amostras de solo da área 2 - região considerada contaminada por metais pesados nas profundidades de (0-25cm e 25-50cm), expressado em mg/kg.

42

Tabela 03 – Resultados do potencial hidrogeniônico - pH Amostra de solo da área 1.

45

Tabela 04 – Resultados do potencial hidrogeniônico – pH da amostra de solo da área 2.

45

Tabela 05 – Resultados do potencial hidrogeniônico – pH da amostra de água dos poços das áreas 1 e 2 .

46

Tabela 06 – Valores de chumbo nas amostras de alface da área 1, segundo 46 a sua distribuição espacial, expressado em mg/kg.

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SUMÁRIO DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS EPÍGRAFE RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS 1. INTRODUÇÃO 12 2. OBJETIVOS 14

2.1. Objetivo geral 14 2.2. Objetivos específicos 14

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15

3.1. Poluição Ambiental 15 3.2. Qualidade do solo 17 3.3. Metais pesados 21 3.4. Chumbo 24 3.5. Alface – Lactuca sativa L. 26

4. ÁREA DE ESTUDO 29 5. MATERIAL E MÉTODOS 31

5.1. Coleta de material 31 5.2. Procedimentos Analíticos 35 5.2.1. Análise de solo 35

5.2.2. Análise da água 38 5.2.3. Análise da alface (Lactuca sativa L) 39

5.3. Valores de Referência 41 5.4. Tratamento Estatístico de Dados

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES 42 7. CONCLUSOES 48 8. RECOMENDAÇÕES 49 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 50 10. APÊNDICE 56

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1. INTRODUÇÃO

Durante milhões de anos os homens viveram da caça e coleta dos frutos,

sempre procurando novos espaços quando os recursos tornavam-se escassos,

numa relação harmoniosa com o meio natural. As intervenções sobre o meio

ambiente se intensificaram conforme as comunidades foram se formando e a

população aumentando sobre uma mesma localidade. Com o surgimento das

cidades e o aumento populacional, aumentava a demanda por bens de consumo. O

atendimento a essas demandas pressupunha mudanças na forma de produção,

determinando uma maior intervenção na natureza. Desde muito cedo, observou-se o

surgimento de problemas ambientais, como a poluição das águas e o acúmulo de

lixo (Carvalho e Tella, 1997).

Os séculos XIX e XX foram marcados pela divisão social e técnica do

trabalho, que aumentou a produtividade, desenvolveu tecnologias de produção e,

conseqüentemente, gerou um aumento gradativo de consumo. Houve mudanças

mais profundas no comportamento dos indivíduos devido ao rápido desenvolvimento

capitalista, que trouxe como modelo de qualidade de vida uma sociedade com altos

padrões de consumo (Muñoz, 2002).

O crescimento populacional associado à expansão da urbanização e do

consumo de alimentos tem estimulado a prática de utilização de áreas próximas às

rodovias e viadutos para cultivo de hortaliças. Essas áreas se tornam propícias por

apresentar terrenos com topografia plana de fácil cultivo, acesso à energia elétrica e

água de poço, além da facilidade de comercialização dos produtos em função da

proximidade aos centros consumidores.

Medeiros (1999), realizou um estudo para verificar a presença de cobre (Cu),

zinco (Zn) e chumbo (Pb) no solo, planta e água em uma área de aterro localizada

próximo do entroncamento da BR 232, no município de Recife/PE. Na ocasião do

estudo, os resultados revelaram que a maior concentração destes metais foi

encontrada próxima à rodovia, sendo verificado presença de chumbo. Segundo a

autora esta contaminação ambiental poderia estar parcialmente relacionada com a

combustão de gasolina, desgaste de pneus e deposição de material para aterro

ocorrido durante a construção desta via.

O solo contaminado por metais pesados, compostos orgânicos, defensivos

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agrícolas, elementos radioativos e resíduos sólidos industriais e urbanos, pode afetar

diretamente os componentes funcionais dos ecossistemas e atingir a cadeia trófica

devido ao fenômeno da absorção pelas plantas, adsorção e contaminação através

do processo de lixiviação ao poluir os mananciais hídricos podendo contaminar

homens e animais. Os metais pesados são considerados um potencial contaminante

para a água, solo e plantas e, em concentrações elevadas, podem exercer efeitos

tóxicos no meio ambiente e afetar negativamente a ciclagem de nutrientes do solo

mediados pelos processos biológicos. No entanto reações de complexação,

precipitação e adsorção podem reduzir naturalmente a mobilidades e

biodisponibilidade destes elementos em áreas contaminadas.

A pesquisa surge, entretanto, da necessidade de avaliar a presença de

chumbo no solo, na hortaliça alface (Lactuca sativa L) e na água, avaliando as

mudanças relativas ao solo e as interferências de maneira a distinguir e qualificar a

análise da área. Nesse sentido, este estudo avalia se o solo desta área, considerada

contaminada por metais pesados em estudos anteriores, permanece impróprio para

o cultivo de hortaliças.

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2. OBJETIVOS

2.1. GERAL

Avaliar a presença de chumbo no solo, água para irrigação e em alface

(Lactuca sativa L.,) cultivada em área próxima as rodovias – BR 101 e 232, no bairro

do Curado, Recife- PE.

2.2. ESPECÍFICOS

• Avaliar a persistência do chumbo no solo de uma área previamente

considerada contaminada por metais pesados;

• Analisar a presença de chumbo em alface cultivada em solo de uma área

próxima àquela considerada contaminada;

• Pesquisar chumbo na água de poço utilizada para irrigação e;

• Avaliar possibilidade de uso das áreas investigadas para plantio de

hortaliças.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Poluição Ambiental

A poluição ambiental pode ser definida como toda ação ou omissão do

homem que, através da descarga de material ou energia nas águas, solo e ar

causem um desequilíbrio nocivo no meio ambiente (VALLE, 1995).

O crescimento populacional está associado ao fenômeno da urbanização, do

consumismo e dos impactos negativos levando a degradação e a poluição

ambiental. No entanto, a conservação ambiental e o aumento do conforto individual

é o ponto de equilíbrio entre objetivos conflitantes quando analisados globalmente.

Níveis de degradação começaram a causar impactos negativos significantes,

comprometendo a qualidade dos ecossistemas e a saúde humana. A poluição gera

alterações nas características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera

ou hidrosfera e pode causar prejuízo à saúde, à sobrevivência e as atividades dos

seres humanos. Dessa maneira, a poluição está ligada à concentração ou

quantidade, de resíduos presentes no ar, na água ou no solo. (CARVALHO e

TELLA, 1997).

O desenvolvimento tecnológico e o crescimento demográfico intensificaram as

atividades industriais e agrícolas, acarretando considerável aumento dos níveis de

contaminantes no meio ambiente, especialmente no solo. Nos últimos anos tem se

verificado crescente aumento na contaminação do solo por agentes como metais

pesados, compostos orgânicos, elementos radioativos, provocando impactos na

vegetação, nos organismos do solo e nas águas superficiais e subterrâneas.

(BRAGA et al., 2002).

O controle e a minimização das fontes de poluição e o encaminhamento

correto dos resíduos gerados pelas indústrias e pela sociedade são as duas

soluções mais efetivas e concretas utilizadas para assegurar a qualidade do meio

ambiente, uma vez que simplesmente dispor resíduos industriais em aterros não

elimina o risco ambiental (NUNES, 1993; apud DUARTE, 2001).

Os efeitos da poluição ambiental são complexos e difusos e suas

conseqüências, além de disseminadas, podem ser cumulativas e crônicas, tornando

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complexa a ação de despoluir. Uma fonte poluidora exerce efeitos de diferentes

dimensões sobre a biosfera e a biota, atingindo, conseqüentemente, o solo, o ar e as

águas (Figura 01) (DALMEIDA e VILHENA,2000).

Braga et al.(2002), citam que a poluição do solo é proveniente dos resíduos

gerados pelas atividades econômicas que são típicas das cidades grandes, como a

indústria, o comércio, além dos resíduos provenientes do grande número de

residências presentes em áreas relativamente restritas. Os efeitos da poluição

podem ter caráter localizado, regional ou global. Os mais conhecidos e perceptíveis

são os efeitos locais, e em geral ocorrem em áreas de grande densidade

populacional que produzem resíduos sólidos com características de imobilidade em

relação à poluição gerada por gases, impondo grandes dificuldades ao seu

transporte no meio ambiente. É exatamente a grande mobilidade dos gases

propiciada pela circulação atmosférica com a redução das concentrações de

poluentes relativamente rápidas que torna de menor significado o efeito poluidor dos

resíduos gasosos sobre o solo.

A crescente degradação ambiental, marcadamente presente neste último

século, tem originado muitos questionamentos acerca dos problemas que a poluição

urbana poderia desencadear sobre a saúde da população. Nesse contexto, o

aumento na quantidade e variedade dos resíduos sólidos gerados pelas atividades

domésticas, sociais e industriais emerge como um dos problemas prioritários da

sociedade atual (BRUNNER e BROWN, 1988; CETESB, 1990; TAKAYANAGUI,

1993, DALMEIDA e VILHENA, 2000).

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3.2. Qualidade do Solo

O termo saúde do solo também é aplicado como qualidade do solo, mas

segundo Bruggen e Semenov (2000), a qualidade está relacionada com as

propriedades físicas, químicas e biológicas, enquanto a saúde do solo é

determinada pelas características ecológicas. Assim, a qualidade de solo pode ser

definida como “a capacidade de um solo funcionar dentro dos limites de um

ecossistema para sustentar a produtividade biológica, manter a qualidade ambiental

e promover a saúde das plantas e animais” (DORAN e PARKIN, 1996).

Historicamente, quando a qualidade do solo é discutida, a idéia principal está

relacionada com produtividade, no entanto, o significado do termo numa abordagem

ecológica é mais amplo, englobando aspectos ambientais e de sustentabilidade do

solo (KAREN et al., 1997).

ÁGUA

SOLO

ATMOSFERA

FONTE

POLUIDORA

VEGETAÇÃO

MICRORGANISMOS

RESPIRAÇÃO ANIMAL

VIDA ANIMAL

ABSORÇÃO FOLIAR

INFILTRAÇÃO

EMISSÃO

DESPEJO DEPOSIÇÃO

LIXIVIAÇÃO

Figura 01 - Propagação dos efeitos da poluição no meio físico e na biota (Adaptada por Valle, 1995)

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O solo atua como filtro, tendo a capacidade de depurar grande parte das

impurezas nele depositadas. No entanto, essa capacidade é limitada, podendo

ocorrer alteração da qualidade do solo em virtude do efeito cumulativo da deposição

de poluentes atmosféricos, da aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes e da

deposição de resíduos sólidos industriais, urbanos, materiais tóxicos e radioativos.

O solo é um recurso natural indispensável para a produção de alimentos e

outros produtos necessários para o bem estar da humanidade e desempenha três

funções fundamentais para o meio ambiente: filtração – capacidade de reduzir a

presença de contaminante contidos na água; produção – capacidade para produzir

colheitas de qualidade e abundância; degradação – capacidade para funcionar como

ecossistema auto-sustentável e com aptidão para degradar os substratos orgânicos

(TRASAR-CEPEDA et al., 2000). Entretanto, existe uma diferença entre solo

contaminado e solo poluído: solo contaminado é aquele que apresenta

concentrações de determinada espécie química acima do limite permissível em

condições naturais, não existindo, até o presente, definição clara para

concentrações que determinam ser um solo considerado contaminado ou não. A

contaminação é oriunda de atividade antrópica ou de acumulação resultante de

processos biogeoquímicos ocorridos na natureza e solo poluído é aquele que afeta

os componentes biológicos, comprometendo a funcionalidade e sustentabilidade do

ecossistema, não sendo, portanto, um solo contaminado necessariamente poluído

(MCBRIDE,1989;ACCIOLY e SIQUEIRA, 2000).

Melo et al.,(1989), citam, por exemplo, que o lodo de esgoto é particularmente

importante para uso agrícola, quer como condicionante das propriedades físicas,

químicas e biológicas do solo, pelo seu conteúdo em matéria orgânica, quer como

fonte de nutrientes para as plantas cultivadas, tendo em vista a sua composição

química. Neste sentido, torna-se importante o monitoramento das transformações

temporais deste elemento em solos tratados com lodo de esgoto.

Miyazawa et al., (1996) avaliando a lixiviação de metais pesados em solo de

textura argilosa, que receberam lodo de esgoto, por um período de um ano,

constataram que os teores dos metais bário (Ba), cádmio (Cd), cobalto (Co), cobre

(Cu), níquel (Ni), chumbo (Pb), zinco (Zn) não apresentaram diferenças significativas

no perfil do solo, indicando, portanto, pouca lixiviação destes no solo estudado,

sendo por esta razão analisados somente amostras das camadas de 0 a 2,5 cm e de

2,5 a 5,0 cm. Segundo os autores, a definição do grau de comprometimento dos

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 19

componentes do ecossistema é uma dificuldade encontrada para estabelecer

consenso do que é poluente e qual a concentração permissível do contaminante no

solo. Metais pesados como bário (Ba), cádmio (Cd), cobalto (Co), cromo (Cr), cobre

(Cu), níquel (Ni), chumbo (Pb), zinco (Zn) e outros, presentes no lodo de esgoto,

sofrem várias reações químicas e bioquímicas no solo, como a adsorção na

superfície da argila, complexação, precipitação, volatilização e bioassimilação. O

equilíbrio químico destas reações define a disponibilidade e toxicidade para as

plantas, a solubilidade e a lixiviação do metal no solo (MIYAZAWA et al., 1996).

A aplicação de resíduos ao solo, poderá implicar em uma série de

conseqüências sob o ponto de vista ambiental, devido à introdução de elementos

nocivos como elementos químicos potencialmente tóxicos, pois afeta o

agroecossistema local e pode atingir os consumidores dos produtos ali cultivados

(LEITE, 1982; DOWDY e VOLK, 1983). Pesquisas realizadas têm apontado sérias

restrições ao uso de resíduos urbanos na agricultura, tais restrições se devem ao

seu alto teor de metais pesados, podendo levar à contaminação da cadeia alimentar.

Entretanto, Pombo e Klamt (1986) afirmam que a incorporação aos solos de

resíduos industriais, pode ser prática viável, desde que se conheça a constituição

dos resíduos, as propriedades físicas e químicas dos solos e sua capacidade em

adsorvê-los. Para receber resíduo o solo deve ser profundo, possuir tendência

argilosa, bem drenada e com elevada capacidade de adsorver metais pesados, o

que depende de teores de argila, óxidos e matéria orgânica.

O acúmulo do chumbo no solo ocorre principalmente em função da taxa de

deposição da atmosfera. Na maior parte, o chumbo é retido fortemente no solo, e

muito pouco é transportado para águas superficiais ou profundas. São vários os

fatores que interferem no transporte do chumbo no solo e na disponibilidade do

metal, tais como pH, disponibilidade e teor de matéria orgânica, microrganismos, tipo

de planta e a concentração do elemento no solo. Os níveis naturais de chumbo nos

solos rurais apresentam-se, normalmente, com concentrações menores de 30

mg/kg. Em estudos realizados nos arredores de áreas próximas a fundições ou a

rodovias com alto tráfego, as concentrações do metal podem exceder esse valor

segundo Chaney (1984) e Reagan e Silbergeld (1989).

Toda e qualquer discussão envolvendo uso de materiais contendo elementos

tóxicos deve ser embasada em pesquisa com procedimentos específicos, para

definir o grau de comprometimento desses elementos, de forma a permitir o

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 20

conhecimento dos possíveis efeitos no solo, a partir da biodisponibilidade. Conhecer

as quantidades totais e formas biodisponíveis do metal no solo é essencial no

diagnóstico da contaminação. Assim é importante buscar ferramentas que permitam

interpretar o efeito da ocorrência dos metais dentro de uma perspectiva racional.

Considerando-se que há disponibilização do contaminante, é interessante que se

conheçam os possíveis caminhos a serem percorridos pelo mesmo, a intensidade e

a extensão da contaminação (PAGE,1986).

Resíduos urbanos, como compostos de lixo e lodo de esgoto, são rejeitos

com altas concentrações de diversos metais. O impacto desses elementos no solo

depende principalmente da quantidade e das formas químicas em que se encontram

esses metais: solúvel, trocável, precipitado com outros compostos, na biomassa e

complexado na matéria orgânica (MCBRIDE, 1995).

Ribeiro Filho (1997) cita que metais pesados no solo associam-se aos

diversos compostos orgânicos e inorgânicos, apresentando-se em diversas formas

químicas que regulam a solubilidade e mobilidade destes metais no solo, assim

como a sua disponibilidade aos sistemas biológicos.

O solo como filtro de substâncias químicas tóxicas pode absorver e reter

metais pesados das águas residuais, mas quando a capacidade do solo de reter

metais pesados é reduzida, devido a descargas contínuas de poluentes o solo pode

liberar metais pesados para subsolo ou disponibilizar na absorção da planta.

(KIMBERLY e WILLIAM, 1999). A intensidade dos processos e o comportamento de

um elemento no solo são definidos em função de sua ocorrência em diferentes

fatores. Em se tratando de metais pesados o conhecimento das relações de

equilíbrio é de fundamental importância para avaliar a sua biodisponibilidade.

Elementos químicos potencialmente tóxicos assumem destaques em diversos

ecossistemas, pois, devido às características de bioacumulação ao longo da cadeia

alimentar, podem chegar ao homem e animais em teores acima do tolerável. A

preocupação com o nível de metais pesados advém da sua capacidade de retenção

pelo solo, da sua movimentação pelo perfil com a possibilidade de atingir o lençol

freático e, sobretudo, da absorção pelas plantas (COSTA, 1996).

Machado et al., (2003) estudaram a contaminação do solo por metais

pesados na cidade de Santo Amaro-Bahia, e verificaram que a concentração de

chumbo nas amostras superficiais do solo decresce com a profundidade devido à

baixa permeabilidade do solo local. Valores de referência podem ser estabelecidos

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 21

em função das suas concentrações naturais, levando-se em consideração a variação

das propriedades do solo.

Segundo Singh e Steinnes (1994), os metais pesados presentes no solo são

derivados tanto do intemperismo como de fontes externas naturais ou antrópicas.

Devido à natureza argilosa do solo local, algumas rotas de contaminação, como o

transporte em subsuperfície dos poluentes, têm baixa probabilidade de ocorrer. No

entanto, valores muito altos de chumbo e cádmio foram encontrados em solo

superficial, o que torna mais prováveis outras rotas de contaminação, como por

exemplo, a poeira. Brady (1989), afirma que partículas de poeira tipo aerosol,

poderão também ser transportadas à grande distância e depositadas na vegetação e

no solo.

3.3. Metais Pesados

A expressão metal pesado é comumente utilizada para designar metais

classificados como poluentes, englobando um grupo muito heterogêneo de metais,

semimetais e mesmo não metais como o selênio (Se). Na lista de metais pesados

estão com maior freqüência os seguintes elementos: cobre (Cu), ferro (Fe),

manganês (Mn), molibdênio (Mo), zinco (Zn), cobalto (Co), níquel (Ni), vanádio (V),

alumínio (Al), prata (Ag), cádmio (Cd), cromo (Cr), mercúrio (Hg) e chumbo (Pb)

(CETESB, 2001).

De acordo com Alloway (1990) e Malavolta (1994), o termo metal pesado é

comumente adotado a um grupo de metais e metalóides, os quais estão associados

com a poluição e a toxicidade, entretanto é particularmente aplicável apenas para

elementos não essenciais como chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), arsênio

(As), titânio (Ti) e urânio (U), não sendo apropriado para elementos biologicamente

essenciais como cobalto (Co), cobre (Cu), manganês (Mn), selênio (Se) e zinco (Zn).

Souza (2000) afirma que o cobre (Cu), zinco (Zn), manganês (Mn) e ferro (Fe) são

biologicamente essenciais e desempenham papel importante como cofatores em

processos enzimáticos.

Cerca de 75% dos elementos químicos são conhecidos como metais e alguns

participam como nutrientes essenciais ao metabolismo dos organismos vivos;

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 22

porém, quando em excesso, podem causar toxicidade aos mesmos (NOGUEIRA,

1996)

De acordo com a atividade biológica, os metais podem ser divididos em três

grupos: metais essenciais, aqueles com funções biológicas conhecidas e

específicas; metais tóxicos; e metais eventualmente presentes nas células, sem

funções definidas, podendo ser um indicador de funcionamento das mesmas

(BEVERIDGE et al., 1997 apud ANDRADE et al., 1999). Os metais pesados

incorporados no solo podem seguir diferentes vias de fixação, liberação ou

transporte (Figura 02). Os metais podem ser encontrados no solo, dissolvidos em

solução, fixados por processos de adsorção, complexados e precipitados. Quando

absorvido pelas plantas podem ser incorporados às cadeias tróficas, ou também

podem passar para a atmosfera por volatilização ou mover-se para águas

superficiais ou subterrâneas.

Os metais pesados não são biodegradáveis e em determinados ecossistemas

VOLATILIZAÇÃO

TRANSFORMAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

COPRECIPITAÇÃO

PRECIPITAÇÃO

COMPLEXAÇÃO

ABSORÇÃO

SOLO

Com compostos orgânicos e outros anions

Superfície de argila e húmus

Formação de minerais

Para outro contaminante Com outros elementos

Água de drenagem de rios

AR METAIS PESADOS

VEGETAÇÃO

CADEIAS TRÓFICAS

Figura 02 – Dinâmica dos metais pesados no solo (Adaptada por Anta, 1996 apud Garcia e Dorronsoro, 2002)

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 23

são naturalmente incorporados, dependendo de suas concentrações e dos fatores

bióticos e abióticos atuantes no ecossistema. Alguns desses metais podem ser

acumulados através da teia trófica e podem resultar em concentrações consideradas

perigosas atingindo o homem. Nesse, o metal pesado pode atingir níveis capazes de

afetar o sistema nervoso central resultando em deformações físicas em larga escala

e até na morte, através do processo de bioacumulação (VAN DER MOLEN, 1982;

GONÇALVES, 1995; VOLESKY,2001, apud DUARTE, 2001). O chumbo, por

exemplo, é considerado um contaminante que possui efeitos tóxicos sobre os

homens e animais, e sem nenhuma função no organismo, é um dos metais pesados

de utilização industrial mais variada, presente, sobretudo em baterias. Como todo

metal pesado, degrada-se muito lentamente no meio ambiente, não é metabolizado

pelos animais e sofre o processo de bioacumulação, afetando mais os animais do

topo da cadeia alimentar, entre os quais está o homem.

Os metais tóxicos têm contribuído de forma significativa para a poluição do ar,

da água e do solo, transformando-se numa nova e perigosa classe de

contaminantes, visto que a intervenção humana na sua geração e utilização vem

criando graves problemas em escala local e global. Estes podem ser bioacumulados

nos processos metabólicos dos organismos, tendendo a retê-los formando reservas

podendo assim causar danos à saúde humana (BRAYNER, 1998).

Segundo ALLOWAY (1990), metais pesados quando ocorrem em

concentrações abaixo de 0,01% são classificados como elementos-traço, entretanto,

o comportamento do metal pesado no solo depende de uma série de reações

complexas e da sua localização nas diferentes fases do solo: sólido, líquido e

gasoso.

Em ecossistemas naturais, deficiências de elementos-traço podem estar

relacionadas com teores reduzidos de micronutrientes nas rochas matrizes ou nos

materiais originários. Da mesma maneira, as quantidades tóxicas estão, via de regra,

ligadas às quantidades excessivas nos minerais das rochas de formação do solo,

bem como em função da atividade humana: como na aplicação de fertilizantes e

pesticidas, água de irrigação contaminada, gases emitidos pela combustão em

veículos, incineração de resíduos urbanos e industriais (BRADY, 1989; MELO et al.,

1989).

Mapanda et al., (2005) verificaram aumento da concentração de metais

pesados no solo cultivado com hortaliças e irrigados com água residual. O despejo

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 24

de escória ou água residual contaminados pode acumular metais pesados no solo a

concentrações tóxicas para o crescimento de plantas (CHANG et al, 1992).

Decomposição de resíduos orgânicos pode liberar metais pesados no solo,

entretanto, em função da baixa solubilidade e o limite de absorção das plantas,

esses elementos tendem a se acumular na superfície e se tornar parte da matriz do

solo (MCGRATH et al., 1994).

Medeiros (1999) verificou concentrações elevadas de cobre (Cu), zinco (Zn) e

chumbo (Pb) no solo, planta e água em uma área de aterro na cidade do Recife-PE

onde a prática agrícola é próxima à rodovia. Segundo a autora, esta contaminação

ambiental pode estar parcialmente relacionada pelo fato de serem circunvizinhas às

vias de alta transição e resultam em riscos de contaminação por resíduos da

combustão do petróleo e desgaste de pneus.

Viard et al. (2003) avaliaram a contaminação de metais pesados tais como;

chumbo (Pb), cádmio (Cd) e zinco (Zn) no solo e em plantas a margem da rodovia

na cidade de Nancy – França e constataram que o nível de metal pesado na

superfície do solo e plantas aumenta com a proximidade da rodovia, sendo

detectado contaminação até 320 m da rodovia.

A preocupação com a ameaça da contaminação por metais pesados no

cultivo de hortaliças em solo próximo à rodovia tem levado nos últimos anos no

Brasil um interesse crescente nas formas de diminuição dos aditivos poluentes da

combustão da gasolina, uma vez que é fato comprovado as alterações no solo, água

e planta que estes geram.

3.4. Chumbo

Historicamente, o chumbo é reconhecido como um dos mais antigos e

nocivos metais (CORONA, 1998).

O chumbo é um elemento encontrado naturalmente na forma de sulfeto e é

registrado em compartimentos da biosfera e em diversas formas químicas. Ocorre

na crosta terrestre com concentração média entre 10 e 20 mg/kg, sendo as

emissões vulcânicas e intemperismo geoquímico as principais fontes desse metal,

podendo, segundo Azevedo (2003), os níveis naturalmente presentes no solo se

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encontram no intervalo de 10 -70 mg/kg. Seus efeitos nocivos são conhecidos desde

os tempos antigos, já que este metal afeta órgãos e sistemas do corpo humano. Os

primeiros efeitos adversos são vistos no sistema nervoso central e, ocasionalmente,

na medula óssea, que são os órgãos críticos para este metal (MOREIRA e

MOREIRA, 2004). O chumbo pode ser encontrado em diferentes estados de

oxidação Pb0, Pb+2 e Pb+4; porém, a forma Pb+2 representa a maior causa de

problemas biológicos (CEHN, 1999).

O chumbo é um elemento presente em ambientes de solo ocorrendo

naturalmente e antropicamente sendo altamente tóxico para plantas, animais e seres

humanos. Assim, estudos avaliando a quantidade e disponibilidade desse metal,

considerando os diversos tipos de ecossistema e condições de uso da terra, tornam-

se relevante na avaliação do comportamento e riscos de contaminação que eles

podem representar. O chumbo ocorre naturalmente em plantas e resulta de

processos de captação e incorporação. Existe uma relação positiva entre as

concentrações de chumbo nas plantas e no solo, e o metal afeta as plantas em

locais onde suas concentrações ambientais são muito elevadas (LAPERCHE et al.,

1997).

O teor de chumbo no solo é muito influenciado por atividades antrópicas e

pelo transporte do metal através do ar, oriundo de várias fontes, ocorrendo na

atmosfera na forma particulada. Tanto a deposição seca quanto úmida é importante

vias de contaminação. Essas partículas, quando lançadas ao ar, podem ser

removidas da atmosfera e transferidas para superfícies e compartimentos ambientais

por deposição seca e úmida. Cerca de 40 -70 % da deposição do chumbo ocorrem

por precipitação úmida, dependendo de fatores como localização geográfica e nível

de emissão na área. (BARROS, 2002).

Das emissões de chumbo particulado lançado por automóveis, 20-60 % são

depositados próximos à fonte. O tamanho da partícula constitui um fator importante

na determinação do transporte atmosférico do metal. Partículas grandes precipitam

rapidamente e são depositadas relativamente próximas à fonte de emissão,

enquanto as partículas pequenas podem ser transportadas a muitos quilômetros de

distância, sendo as partículas de chumbo provenientes das emissões de automóveis

pequenas e o maior volume dos compostos orgânicos do chumbo lançados na

atmosfera resulta de processos industriais como o refinamento do chumbo. Mais de

90% em peso da emissão automotiva do chumbo estão na forma de matéria

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 26

inorgânica particulada e menos de 10% em peso estão na forma de vapores

orgânicos. Os vapores orgânicos do chumbo são mais comumente encontrados nos

ambientes de trabalho e áreas com tráfego intenso, porém, até 1970 quase toda a

gasolina utilizada no mundo continha chumbo e, em muitos casos, em

concentrações acima de 0,4 g/L. Desde então, tem havido uma contínua diminuição

do chumbo na gasolina, gerado pelas preocupações relacionadas a efeitos sobre a

saúde humana. (AZEVEDO, 2003).

No Brasil, ainda que não haja legislação específica que proíba o chumbo

tetraetila como aditivo na gasolina, a partir de 1993 seu emprego tornou-se

totalmente dispensável, quando, através da Lei nº 7.823/93, ficou estabelecida a

obrigatoriedade de se utilizar 22% de etanol como aditivo na gasolina.

Com o objetivo de avaliar a contaminação de chumbo em hortaliças cultivadas ao

longo das rodovias de alta transição de veículos, foi selecionada a alface (Lactuca

sativa L.) para avaliação da contaminação de chumbo se biodisponibiliza.

3.5. Alface – Lactuca sativa L.

A alface (Lactuca sativa L.) é uma hortaliça oriunda provavelmente do Sul da

Europa, de onde se difundiu para todo o mundo, chegando ao Brasil por volta de

1647 (FILGUEIRA, 2002). É uma planta herbácea, delicada, com caule diminuto, ao

qual se prendem as folhas, estas são amplas e crescem em roseta em volta do

caule, podendo ser lisa ou crespa com coloração em vários tons de verde ou roxo,

conforme a cultivar. O sistema radicular é bastante ramificado, considerada como

uma planta de propriedades tranqüilizantes e que, devido ao fato de ser consumida

crua, conserva todas as suas propriedades nutritivas.

Entre as hortaliças folhosas cultivadas, a alface se destaca como a de maior

aceitação, sendo considerada a mais importante na alimentação do brasileiro

(ALONSO FILHO et al., 1998; CAETANO et al., 2001). Em virtude de sua alta

perecibilidade e baixa resistência ao transporte, a alface é cultivada geralmente

próxima aos centros consumidores, nos chamados “cinturões verdes” (SILVA et al.,

2000).

Mantovani et al., (2002) avaliaram o efeito da adição de um vermicomposto

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 27

oriundo de lixo urbano e da calagem na matéria seca e na concentração de metais

pesados na parte aérea da alface e concluíram que aplicação de vermicomposto de

lixo urbano limitou a produção de alface nos solos, mas não a tornou imprópria para

consumo humano do ponto de vista da concentração de metais pesados. O acúmulo

de metais pesados em plantas depende de fatores como espécie, o cultivo e parte

estudada.

Melo et al., (1989) realizaram estudos do crescimento e teor de metais de

mudas de alface cultivadas em solo contaminado com metais pesados. Verificou-se

comportamento diferenciado da espécie quanto à inibição de crescimento e aos

teores de metais na raiz e na parte aérea em decorrência da contaminação,

apresentaram elevada capacidade de reter esses metais nas raízes, evitando sua

translocação para a parte aérea.

Pombo (1995) comenta que metais pesados, adicionados aos solos em

condições e quantidades inadequadas, podem ser absorvidos pelas plantas

prejudicando o seu desenvolvimento ou causando danos aos homens e animais que

delas se utilizam. Cultura de legumes, cujo sistema de exploração se baseia no

cultivo intensivo e contínuo, possui grande capacidade de extração de elementos do

solo (FURLANI et al., 1978). Dessa forma, tais espécies se revelam como

potencialmente acumuladoras de metais pesados quando cultivadas em solos,

constituindo um sério problema à saúde humana. Segundo Simeoni et al., (1984),

gramíneas e legumes tendem a acumular menos metais do que plantas folhosas de

crescimento rápido, como a alface.

De acordo com Melo et al., (1989), a absorção dos metais pesados e

micronutrientes podem ocorrer tanto pelas raízes, como na área foliar, translocando-

se daí para outras partes da planta. De uma maneira geral, a sua distribuição na

planta varia com o elemento. Os elementos Mn, Zn e Ni têm distribuição mais ou

menos uniforme nas raízes e na parte aérea. Os elementos Co, Cu, Mo e Cd

apresentam maiores concentrações, nas raízes, mas podem ser encontrados na

parte aérea. Os elementos Cr, Pb, Ag ocorrem, principalmente, nas raízes e em

quantidades muito pequenas na parte aérea.

Metais pesados provenientes da atmosfera em regiões poluídas podem ser

levados pelo vento às regiões não poluídas. Pela ação da chuva, deposita-se sobre

as folhas podendo ser absorvidos ou chegar ao solo com a queda das folhas e, com

o tempo, tornarem-se disponíveis para a absorção radical. Isto, aparentemente,

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acontece com o Pb, que se deposita nas folhas, cujas partículas são muito

insolúveis, de tal forma que a absorção foliar parece ser muito baixa, a absorção

foliar dos solutos depende da espécie da planta, seu estado nutricional, idade e tipo

de elemento (MELO et al., 1989).

Segundo Cravo (1979), a maior parte do Cr e uma parte razoável de Ni e Pb

acumulam-se nas raízes, ficando a parte comestível praticamente isenta desses

metais. No entanto, Santos et al., (1994) observando o comportamento de dez

cultivares de alfaces adubadas com composto urbano, constataram que a

concentração média de Pb na matéria fresca das folhas foi de 73 mg/kg sendo

superior ao limite de tolerância que é de 0,50 mg/kg, em hortaliças frescas.

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4. ÁREA DE ESTUDO

As áreas de estudo estão inseridas no Complexo Rodoviário do Curado, na

cidade do Recife, especificamente no trevo formado pelas rodovias federais - BR

101 e BR 232 (Figura 03).

Caracterizadas como várzea, com deposição de material transportado pelo rio

Capibaribe, onde o relevo se prolonga além dos limites da Estação do Curado. Os

solos apresentam drenagem muito lenta, apresentando lugares completamente

encharcados nos períodos de chuva intensa e sua vegetação é caracterizada como

secundária, ou seja, resultante de processos naturais de sucessão, após supressão

total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais.

Figura 03 – Imagem do satélite Quick Bird da localização da região estudada (Fonte: GPS

modelo e-trex da Garmin pelas coordenadas UTM (Unidade Transversa de Mercado)

285.965 e 9.107.808 Norte e Leste e 285.668 e 9.107.589 Sul e Oeste).

Neste estudo foram selecionadas duas áreas:

Área 1 – Região cultivada por hortaliças próxima a área considerada contaminada.

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Área 2 – Região considerada contaminada por metais pesados e cultivada com

Bredo (Amaranthus sp.)

Ambas as áreas são constituídas por material de origem heterogêneo,

caracterizando-se por ser uma região de solo misto, decorrente do aterro realizado,

quando da execução das obras das rodovias. Grande parte da área 1 está sendo

cultivada com alface (Lactuca sativa L.) e irrigada com água de poço (Figura 04).

Figura 04 – Delimitação das áreas selecionadas para estudo. Área 1: região cultivada por

hortaliças próxima a área considerada contaminada. Área 2: região considerada

contaminada por metais pesados e cultivada com Bredo (Amaranthus sp.)

As áreas situam-se no interior do trevo rodoviário tratado acima, sendo,

portanto envolvida por rodovias e viadutos, que constituem um complexo rodoviário

de acesso e passagem à cidade do Recife/PE, onde o perfil de tráfego no entorno é

intenso. No local está presente o canal de Torrões, atualmente bastante

contaminado por receber dejetos urbanos, podendo comprometer a qualidade da

água dos poços usados para irrigação das culturas.

ÁREA 1

ÁREA 2

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5. MATERIAL E MÉTODOS

Esta pesquisa constitui-se num estudo investigativo sobre a

permanência de contaminação por chumbo no solo. Esta contaminação foi

previamente constatada por Medeiros (1999) e atualmente esta área se encontra

cultivada por hortaliças diversas.

Visando o alcance dos objetivos traçados para esta avaliação foi

elaborada uma metodologia que envolveu um conjunto de procedimentos que se

iniciaram com delimitação do local do estudo, preparação e análises do material

(água, solo e hortaliças).

5.1. COLETA DE MATERIAL

Na área 1 foram coletadas, em dezembro de 2005, 04 amostras de solo

(compostas de 02 subamostras) na profundidade de 0-25 cm e 04 amostras de

alface (duplicatas), após 60 dias do plantio, em linha, em pontos à 1, 5, 25 e 50m de

distância da rodovia (Figura 05 e 06).

Na área 2 foram coletadas, em março de 2006, 12 amostras de solo

(compostas de 02 subamostras),em linha, nas profundidades de 0 -25cm e 25-50cm,

em três pontos localizados a 1,0m de distância da rodovia (BR) e em três pontos

localizados no centro da área (CT) (Figura 05 e 06).

As amostras de água utilizadas para irrigação foram coletadas no poço

artesanal da área 1, em dezembro de 2005 e no poço da área 2, em março de 2006

(Figura 08).

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 32

Figura 05 – Carta de nucleação da área de estudo

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 33

ÁREA 2

ÁREA 1

Figura 06 - Representação dos pontos de coleta das amostras de água (O), solo (X) e alface (X) e suas respectivas coordenadas geográficas nas áreas estudadas. (Fonte: GPS modelo e-trex da Garmin pelas coordenadas UTM - Unidades Transversa de Mercado)

285.755 9.107.658 X X 285.854 285.869 9.107.685 9.107.697 X X 285.867 285.887 9.107.668 9.107.680 X X 285.887 285.903 9.107.646 9.107.661 X X 285.902 285.919 9.107.633 9.107.647

286.028

9.108.030

X X X 286.006 285.996 285.987 9.107.999 9.107.976 9.107.950 X X X 286.025 286.016 286.007 9.107.984 9.107.957 9.107.932 X X X 286.095 286.123 286.153 9.107.992 9.107.993 9.107.993 X X X 286.092 286.121 286.150

9.107.966 9.107.966 9.107.969

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 34

Fonte: autor

Figura 07 – Área 1 - Coleta de alface (Lactuca sativa L.) na área 1 em cultivo próximo as

Rodovias BR 101 e 232. Local: Curado Recife-PE.

Fonte: autor

Figura 08 – Área 2 - Região considerada contaminada por metais pesados e cultivada com

Bredo (Amaranthus sp.).

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 35

Fonte: autor

Figura 09 – Ponto de coleta das amostras de água (poço) para irrigação das hortaliças

cultivadas na área 1.

Após coleta, as amostras de solo foram acondicionadas em saco plástico,

transportadas para Laboratório de Biotecnologia Ambiental - LABTAM/ITEP e as

amostras de alface e água foram armazenadas imediatamente, após coleta, e

levadas para os Laboratórios de Microbiologia e Físico-Química dos Alimentos –

LMFQA/ITEP e Laboratório de Qualidade de Água – LQA/ITEP em seguida

armazenadas em geladeira até o momento das análises.

5.2. PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS

5.2.1. ANÁLISE DE SOLO

Foram analisadas a concentração de chumbo biodisponível em amostras de

solo coletadas na área 1, segundo o método de extração por lixiviação ácida (Figura

09), as leituras das amostras foram realizadas em um Espectrômetro de Emissão

Atômica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-AES) da SPECTRO modelo

Spectroflame. Para determinação do pH do solo as amostras foram levadas para o

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Laboratório de Biotecnologia Ambiental - LABTAM/ITEP, o pH foi determinado

utilizando um pHmetro modelo QUIMIS 400A seguindo a técnica descrita na

American Public Health Association – APHA (1998).

Nas amostras de solo oriundas da área 2, a quantificação do chumbo total foi

realizada pelo método de Extração de Metais com ataque ácido utilizando ácido

nítrico (HNO3), ácido perclórico (HCLO4) e ácido fluorídrico (HF) (Figura 10). As

Pesar 1g do solo

Figura 10 - Fluxograma do procedimento para determinação do chumbo por lixiviação ácida no solo da área 1.

Adicionar 16mL de H2O

Agitar por 15 minutos

Fazer leitura do pH (mantendo abaixo de 5,0)

Agitar por 30 minutos

Realizar leitura do pH

Agitar por 1 hora

Fazer leitura do pH

Agitar por 24 horas

Realizar leitura do pH

Filtrar em papel de filtro 0,45mm diâmetro

Adicionar 4mL de H2O ultra pura para completar o volume de 20mL

Ler em espectrômetro de emissão atômica em plasma indutivamente

acoplado (ICP – AES) da SPECTRO model

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 37

leituras das amostras foram realizadas em um Espectrofotômetro de Absorção

Atômica, duplo feixe, Modelo CG-AA 7000-ABC.

Secar a amostra

Calcinar (300ºC) por 2 horas

Pesar 0,25g de solo no cadinho de teflon

Adicionar 4mL de HNO3 e 1 mL de HCLO4

Vedar os cadinhos e por 32 minutos no microondas

Adicionar 4mL de HF

Após resfriar adicionar 10mL de HNO31N

Vedar os cadinhos e por 32 minutos no microondas

Adicionar 10mL de HNO3 1N

Evaporar excesso do HNO3 em chapa quente

Completar volume com HNO3. 1N

Evaporar em chapa quente até secura

Esfriar. Dissolver o resíduo c/ HNO3. Transferir para balão de 100mL

Ler em espectrôfotômetro de absorção atômica duplo feixe

Figura 11 - Fluxograma do procedimento para determinação do chumbo total no solo da área 2 – Método de Extração de metais pesados

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 38

5.2.2. ANÁLISE DA ÁGUA

As amostras de água foram coletadas nos poços existente na área 1 e outro

na área 2 em funcionamento, que abastece toda a área de cultivo. As amostras de

água após serem coletadas em garrafas de polietileno, foram levadas para o

Laboratório de Qualidade de água – LQA/ITEP, o pH foi determinado utilizando um

pHmetro modelo QUIMIS 400A seguindo a técnica descrita na American Public

Health Association – APHA (1998) e para determinação da concentração de Pb

(Figura 11) as leituras das amostras foram realizadas no Plasma, ICP – AES.

Figura 12 – Fluxograma do procedimento para determinação do chumbo na água.

Acidificar a amostra

Transferir a amostra para balão de 250mL

Adicionar 5mL de HNO3 concentrado

Completar volume com H2O ultra pura

Transferir o conteúdo do balão para bequer de 400mL

Reduzir volume da amostra até 25mL em chapa elétrica

Ler em espectrômetro de emissão atômica em plasma indutivamente acoplado (ICP – AES)

Esfriar

Transferir o material digerido para balão de 50 mL

Aferir com H2O ultra pura em sistema de

Milli-Q.

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 39

5.2.3. ANÁLISE DA ALFACE (Lactuca Sativa L.)

As amostras de alface, depois de coletadas, foram levadas em bandejas ao

Laboratório de Microbiologia e Físico-Química de Alimentos – LMFQA e

acondicionadas em sacos plástico guardados na geladeira, para ser realizada a

Digestão de metais - Via Seca (AOAC 1990) (Figura 12) e as leituras das amostras

foram realizadas no ICP-AES.

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 40

Pesar 10g de alface

estufa (105ºC) até peso constante

Esfriar (dessecador)

Carbonizar em chapa

Calcinar (500ºC) por 2 horas. Esfriar

Adicionar H2O ultra pura e HNO3(1+1)

Adicionar 10mL de HCl

Evaporar excesso de HNO3(1+1)

Calcinar (500ºC) por 1hora

Esfriar (dessecador)

Filtrar

Transferir o material dissolvido para balão de 50 mL

Aferir com H2O ultra-pura pelo sistema Milli-Q

Ler em espectrômetro de emissão atômica em plasma indutivamente

acoplado (ICP – AES)

Figura 13 - Fluxograma do procedimento para determinação do chumbo na alface.

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5.3. Valores de Referência.

Para a análise dos níveis de chumbo em solo, foram considerados os valores

orientados pela CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

(CETESB, 2001).

Teores de referência indicam o limite de qualidade do solo e devem ser

utilizados em ações de prevenção da poluição no controle de áreas contaminadas.

Estes foram estabelecidos com base em análises químicas dos diversos tipos de

solos do Estado de São Paulo, sendo recomendado como referência concentrações

inferiores a 17mg/kg para o chumbo.

Como valor de alerta de uma possível alteração da qualidade dos solos é

estabelecido valores acima de 17mg/kg e inferior a 100mg/kg para o chumbo.

Valores de intervenção indicam o limite de contaminação do solo, acima do

qual, existe risco potencial à saúde humana e é utilizado em caráter corretivo no

gerenciamento de áreas contaminadas. Quando excedido, requer alguma forma de

intervenção na área avaliada, de forma a interceptar as vias de exposição. Para o

chumbo este valor é superior a 100mg/kg, ressaltando que não existem valores de

referência para Pernambuco.

Para análise dos resultados da água de poço, consideraram-se os valores da

Portaria Resolução 357 de 2005 do CONAMA.

Para a comparação das concentrações de chumbo em hortaliças foram

consideradas informações existentes na literatura científica, dada à inexistência de

parâmetros nacionais que ofereçam algum valor de referência.

5.4. Tratamento Estatístico de Dados

Os dados obtidos das amostras de solo da área 2 foram submetidos a

análises de variância, os tratamentos avaliados pelo teste F (P<0,05) e as médias

comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância usando o programa

STATÍSTICA.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos das análises do solo cultivado com hortaliças na área 1

indicaram que o nível de chumbo biodisponível apresentou valores abaixo do limite

de detecção e quantificação do equipamento ICP-AES (Tabela 1).

Tabela 01 – Valores médios dos teores de chumbo (expresso em mg/kg) nas amostras de solo da área 1 região cultivadas com alface (Lactuca sativa L.), segundo a sua distribuição espacial em relação à rodovia.

SOLO

(Distância da rodovia)

CHUMBO (mg/kg)

Solo 1m <10*

Solo 5m <10

Solo 25m <10

Solo 50m <10

* Concentração de chumbo abaixo do limite de detecção e quantificação do método

Com relação aos resultados da área 2 – região considerada contaminada por

metais pesados segundo Medeiros (1999), foi detectado presença de chumbo no

solo nas diferentes profundidades estudadas (0-25cm e 25-50cm) (Tabela 2).

Tabela 02 – Valores médios dos teores de chumbo nas amostras de solo da área 2 - região considerada contaminada por metais pesados nas profundidades de (0-25cm e 25-50cm), expressado em mg/kg.

SOLO

(Profundidade em cm)

CHUMBO (mg/kg)

Solo BR (0-25cm) 76,8

Solo BR (25-50cm) 90,13

Solo CT (0-25cm) 68,0

Solo CT(25-50cm) 110,2

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 43

Os dados obtidos das amostras de solo da área 2 foram submetidos a

análises de variância, o tratamento estatístico foi avaliado e as médias comparadas

pelo teste de Tukey a 5% de significância.

0

20

40

60

80

100

120

Méd

ia P

b to

tal (

mg.

kg-1

)

0-25 25-50

profundidade (cm)

ponto 1

ponto 2

ponto 3

Figura 14 - Representação gráfica da média do chumbo total no solo nas profundidades de 0-25 e 25-50 cm nos três pontos de coleta da área 2, médias pelo teste de Tukey (5%). Médias seguidas das mesmas letras minúscula não diferem entre os pontos (1, 2, e 3) e com a mesma letra maiúscula não diferem significativamente entre as profundidades, pelo teste de Tukey (5%).

Pb total nas profundidades de 0-25 e 25-50cm na área 2

F=4,81; p<0,0487

Profundidade (cm)

Pb

Tot

al (

mg.

kg-1

)

65

70

75

80

85

90

95

100

105

0-25 25-50

Figura 15 - Representação gráfica da média do chumbo total nas profundidades de 0-25 e 25-50 cm da área 2, médias pelo teste de Tukey (5%).

Bb

Aa

Bb

Aa

Aa

Aa

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 44

Os resultados obtidos para chumbo analisado no solo da área 2 apresentaram

valores com nível de contaminação do solo, acima do qual existe risco potencial à

saúde humana, segundo os valores orientados pela CETESB – Companhia de

Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB, 2001). Nesta área foram

verificadas a presença de dejetos urbanos e ausência de culturas, diferentemente do

observado na ocasião do estudo por Medeiros (1999).

De acordo com Chester e Voutsinou (1981) e Salomons e Forstner (1984)

apud Silva, 2004, é necessário estabelecer alguns critérios para interpretação de

metais pesados, sugerindo a necessidade de se avaliar as variações espaciais dos

elementos em uma determinada área.

Calado (2004) apud Silva, 2004, relatou que os metais podem ser originados

diretamente de diversas fontes de poluição difusa, tal como a deposição atmosférica

e que a seleção do compartimento apropriado de um determinado ecossistema para

se desenvolver uma avaliação ambiental, constitui de elevada importância na

determinação do seu grau de impacto.

Neste sentido é importante observar que a contaminação do solo poderá ser

decorrente da persistência dos metais pesados no ambiente, oriundos da circulação

dos veículos na rodovia, da combustão da gasolina e desgaste dos pneus e

acentuado por práticas de manejos inadequadas.

Como explica Han et al., (2003), a redistribuição de metais em solos é

caracterizada por uma retenção inicial rápida seguida de reações lentas,

dependendo das propriedades do solo, do tipo e teor dos metais.

A característica do solo pode fazer com que a mobilidade dos metais seja

baixa ou alta, dependendo do solo, ficando acumulados nos primeiros centímetros

do solo ou sendo lixiviados aos horizontes subsuperficiais. (Garcia e Dorronsoro,

2002).

Neste sentido, Parveen et al (1994) defende que a biodisponibilidade de

chumbo diminui com o aumento do pH, devido a forte adsorção deste elemento,

ficando fortemente ligado aos silicatos; em contrapartida, essa biodisponibilidade é

acrescida em dez vezes com a diminuição de apenas uma unidade de pH, como

afirma FORSTNER (1991).

MCBride (1995), por sua vez, ressalta que a Agência de Proteção Ambiental

dos Estados Unidos – USEPA admite limites mais elevados de metais em solos

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 45

agrícolas tratados com lodo de esgoto, considerando que a presença de fosfatos,

silicatos e óxidos presentes no lodo contribuem para a retenção desses metais,

evitando contaminação de solos e fitotoxidade em cultivos prolongados.

Os valores encontrados do pH das amostras de solo da área 1 (Tabela 03),

estiveram próximos da neutralidade e o pH das amostras de solo da área 2 (Tabela

04) é neutro tendendo a se elevar um pouco nas camadas (0-20cm) de solo, o que é

possivelmente associado à prática de tratamento do solo feita pelo agricultor ou

presença de matéria orgânica não decomposta.

Tabela 03 - Resultados do potencial hidrogeniônico - pH Amostra de solo da área 1.

SOLO

(Distância da rodovia) pH

Solo 1m 6,6

Solo 5m 6,1

Solo 25m 6,7

Solo 50m 6,8

Tabela 04 - Resultados do potencial hidrogeniônico – pH da amostra de solo da área 2.

SOLO pH

Solo BR (0-25cm) 7,7

Solo BR (25-50cm) 7,7

Solo CT (0-25cm) 7,8

Solo CT (25-50cm) 7,8

Os valores de chumbo obtidos nas amostras de alface, quando analisados, na

área 1 (Tabela 06), indicam que o chumbo (Pb) não representa um fator de risco de

contaminação. De modo geral, os níveis de chumbo (Pb) considerados normais para

plantas estão compreendidos entre 1 e 12 mg/kg (FLEMING e PARLE, 1977;

TÜRKAN et al., 1995), não significando necessariamente que no solo contaminado

os vegetais estejam contaminados. Segundo Brown et al. (1994) e Steinbörn e

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Breen (1999) a capacidade de absorção de metais nos vegetais difere segundo a

espécie.

Os resultados da análise das amostras de água apresentaram valores de

concentração de chumbo menores que 0,5 mg/L e pH quase neutro. A Resolução

CONAMA N° 357, de 17 de março de 2005, estabelece o valor máximo de 0,01 mg/L,

que classifica o padrão de qualidade de água salobra como sendo classe I para

irrigação de hortaliças que são consumidas cruas.

Tabela 05 - Resultados do potencial hidrogeniônico – pH da amostra de água dos poços das áreas 1 e 2 .

ÁGUA pH

Poço da área 1 6,3

Poço da área 2 6,5

Tabela 06 - Valores de chumbo nas amostras de alface da área 1, segundo a sua distribuição espacial, expressado em mg/kg.

ALFACE

(Distância da rodovia)

CHUMBO (mg/kg)

Solo 1m <10*

Solo 5m <10

Solo 25m <10

Solo 50m <10

*Concentração de chumbo abaixo do limite de quantificação do método.

Alguns estudos sobre contaminação ambiental nas imediações das rodovias

têm apresentado presença de metais, como chumbo (Pb), cádmio (Cd) e zinco (Zn),

podendo as concentrações de metais no solo à margem da estrada serem

influenciadas pela intensidade do tráfego através da combustão da gasolina,

material oriundo do aterro e de parâmetros do solo.

Os valores orientados para avaliação da qualidade do solo, elaborados pelo

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CETESB, trazem uma valiosa contribuição e avanço nessa área, pelo cuidado em se

obter valores baseados no conceito de limite de exposição para a saúde humana.

O fato de que os referenciais consultados neste trabalho apontarem à

questão da poluição provocada pela combustão da gasolina dos veículos serem

relevante, porém sabe-se que a gasolina dos veículos foi modificada do ponto de

vista de chumbo desde 1993, não impede de trabalhos sejam estudados para

descobrir de onde advém o chumbo presente na área 2 em estudo.

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 48

7. CONCLUSÕES

Nesta avaliação, foi possível alcançar os objetivos traçados inicialmente,

sendo caracterizado o nível de chumbo na matriz solo.

Com os resultados obtidos pode-se concluir que:

Baseado na lixiviação ácida, que tratou dos metais disponíveis na área 1 as

amostras de solo apresentaram valores abaixo do valor de referência, apresentando

valores menores que o limite de detecção e quantificação do ICP-AES;

Os valores das concentrações de chumbo na água dos poços foram inferior a

0,5mg/L, não indicando contaminação;

Os níveis de chumbo na alface foram considerados normais para plantas;

As concentrações de chumbo total analisado no solo da área 2 apresentaram

valores de alerta, indicando a persistência de contaminação por chumbo no solo;

As concentrações de chumbo total no solo da área 2 foram superiores na

profundidade de 25-50cm, sugerindo processo de lixiviação do contaminante nesse

ambiente;

Baseado nos estudos realizados, não é recomendado o plantio de hortaliças

nas áreas estudadas sem o prévio tratamento e monitoramento desses ambientes.

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 49

8. RECOMENDAÇÕES

Mesmo considerando uma área estritamente urbana a constatação da

contaminação por chumbo reforça a necessidade de ampliar os estudos nestas

áreas;

Com relação aos extratores a quantidade de amostras foi suficiente apenas

para determinação de chumbo total na área 2. As demais é necessário uma

amostragem mais intensa. Para tanto um estudo específico, em complementação a

esta pesquisa, considerando-se que a abordagem aqui tratada pressupõe a

continuidade de uma investigação mais profunda sobre a questão da contaminação

por metais pesados, em termos dos diversos fatores que incidem direta e

indiretamente na área;

A questão da segurança de trânsito versus as atividades desenvolvidas no

local precisa de um tratamento mais adequado, ou mesmo de um estudo específico

que aborde as questões da sustentabilidade e a segurança dos produtores e

consumidores, de um lado a confiabilidade do produto cultivado e de outro lado o

estado de abandono em que essas áreas se encontravam, sem qualquer tratamento,

sendo necessário avaliar as condições de saúde dos agricultores e meio de vida;

É importante trabalhos de avaliação e recuperação da área em estudo, uma

vez que famílias se alimentam dos produtos cultivados e agricultores sobrevivem da

agricultura de subsistência.

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 50

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ALONSO FILHO, M.; GUIMARÃES, G. N.; MALUF, W. R. Cultivo hidropônico, uma alternativa para a produção de alface com eficiência e rentabilidade. Lavras: UFLA, 1998.7p. (Boletim Técnico, 15).

ALLOWAY, B.J. Heavy metals in soils. London: Blackie, 1990. 339p.

ANDRADE, L.: PFEIFFER, W. C. Metais pesados: características e interações com o meio ambiente. Rio de Janeiro. 1999.46p.

AZEVEDO, F.A.; CHASIN, A.A. M.(Org.). Metais gerenciamento da toxicidade. São Paulo. Ed. Atheneu, 2003.554p.

BARROS, M. T. L.; HESPANHOL. et al. Introdução à engenharia ambiental, São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2002. 305p.

BEVERIDGE, T.J. et al. Metal-microbe interactions: contmpory approaches. In: R. K. Poole (ed.), Advances in Micibial Physiology, Academic Press, vol. 38, p: 178-243, 1997.

BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos: solos e poluição química, 7. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1989, cap.20, p.749-789.

BRAGA, Benedito; HESPANHOL. et al. Introdução à engenharia ambiental, São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2002. 305p.

BRAYNER, F. M.M.; Determinação de taxas de retenção de metais-traço por sedimentos orgânicos em um viveiro de piscicultura em área estuarina e urbana. São Carlos: USP/EESC, 1998. Originalmente apresentada como tese de doutorado, Universidade de São Paulo, 1998.

BROWN, S.L.; CHANEY, R.L.; ANGLE, J.S.; BAKER, A.J.M.Phitoremediation potencial of Thalspi caerulescens and bladder campion for zinc and lead contaminated soil J. Environ. Qual, v.23, p.1151-1157, 1994.

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 56

10. APÊNDICE

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 57

10. APÊNDICE

VALORES DOS TEORES DE CHUMBO NAS AMOSTRAS DE ALFACE

DA ÁREA 1

AMOSTRAS DE ALFACE (EM DUPLICATAS) PONTO DE COLETA1 RESULTADOS

(mg/Kg) Amostra 1 BR 1 <10* Amostra 2 BR 1 <10 Amostra 1 BR 5 <10 Amostra 2 BR 5 <10 Amostra 1 BR 25 <10 Amostra 2 BR 25 <10 Amostra 1 BR 50 <10 Amostra 2 BR 50 <10 1. Amostras coletadas a 1metro, 5metros, 25metros e 50metros da BR. *Concentração de chumbo abaixo do limite de detecção e quantificação do método VALORES DOS TEORES DE CHUMBO NAS AMOSTRAS DE SOLO

ÁREA 1 (PROFUNDIDADE 0-25CM)

AMOSTRAS DE SOLO (EM DUPLICATAS)

PONTO DE COLETA1 RESULTADOS (mg/Kg)

Amostra 1 BR 1 <10* Amostra 2 BR 1 <10 Amostra 1 BR 5 <10 Amostra 2 BR 5 <10 Amostra 1 BR 25 <10 Amostra 2 BR 25 <10 Amostra 1 BR 50 <10 Amostra 2 BR 50 <10 1. Amostra coletadas a 1metro, 5metros, 25metros e 50metros da BR. * Concentração de chumbo abaixo do limite de detecção e quantificação do método.

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 58

ÁREA 2 (PROFUNDIDADES 0-25CM E 25-50CM)

AMOSTRAS DE SOLO (EM DUPLICATAS) PONTO DE COLETA1 RESULTADOS

(mg/Kg)

Amostra 1 BR1 (0-25cm) 55,2 Amostra 1 BR2 (0-25cm) 86,8 Amostra 1 BR1 (25-50cm) 97,6 Amostra 1 BR2 (25-50cm) 98,0 Amostra 2 BR1 (0-25cm) 113,2 Amostra 2 BR2 (0-25cm) 100,0 Amostra 2 BR1 (25-50cm) 69,6 Amostra 2 BR2 (25-50cm) 70,4 Amostra 3 BR1 (0-25cm) 51,6 Amostra 3 BR2 (0-25cm) 43,2 Amostra 3 BR1 (25-50cm) 82,0 Amostra 3 BR2 (25-50cm) 134,0 Amostra 1 CT1 (0-25cm) 0 Amostra 1 CT2 (0-25cm) 17,2 Amostra 1 CT1 (25-50cm) 124,4 Amostra 1 CT2 (25-50cm) 124,0 Amostra 2 CT1 (0-25cm) 113,6 Amostra 2 CT2 (0-25cm) 135,6 Amostra 2 CT1 (25-50cm) 125,2 Amostra 2 CT2 (25-50cm) 53,6 Amostra 3 CT1 (0-25cm) 21,6 Amostra 3 CT2 (0-25cm) 130,0 Amostra 3 CT1 (25-50cm) 117,2 Amostra 3 CT2 (25-50cm) 116,8 1. Coletadas a 1metro da rodovia (BR) e no centro da área (CT) - segundo sua distribuição espacial em relação a rodovia

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Freire, Elza M. M. – Avaliação da concentração de chumbo... 59

VALORES DO POTENCIAL HIDROGENIÔNICO – pH DAS AMOSTRAS DE SOLO

ÁREA 1 (PROFUNDIDADE 0-25CM)

AMOSTRAS DE SOLO (EM DUPLICATAS) PONTO DE COLETA1 RESULTADOS

Amostra 1 BR 1 6,51 Amostra 2 BR 1 6,66 Amostra 1 BR 5 6,08 Amostra 2 BR 5 6,12 Amostra 1 BR 25 6,72 Amostra 2 BR 25 3,70* Amostra 1 BR 50 6,91 Amostra 2 BR 50 6,97 1. Amostras coletadas a 1metro, 5metros, 25metros e 50metros da BR. *desconsiderado

ÁREA 2 (PROFUNDIDADES 0-25CM E 25-50CM)

AMOSTRAS DE SOLO PONTO DE COLETA1 RESULTADOS

Amostra 1 BR1 (0-25cm) 7,56 Amostra 1 BR1 ( 25-50cm) 7,70 Amostra 2 BR1 (0-25cm) 7,75 Amostra 2 BR1 (25-50cm) 7,79 Amostra 3 BR1 (0-25cm) 7,78 Amostra 3 BR1( 25-50cm) 7,78 Amostra 1 CT1 (0-25cm) 7,85 Amostra 1 CT1 ( 25-50cm) 7,54 Amostra 2 CT1 (0-25cm) 7,73 Amostra 2 CT1 (25-50cm) 7,97 Amostra 3 CT1 (0-25cm) 7,80 Amostra 3 CT1( 25-50cm) 7,88 1. coletadas a 1metro da rodovia (BR) e no centro da área (CT) - segundo sua distribuição espacial em relação a rodovia.

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