avaliação da aplicação de metodologia de produção mais limpa
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DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITÉCNICA
MESTRADO PROFISSIONAL EMGERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
SALVADOR 2004
ARLINDA CONCEIÇÃO DIAS COELHO
Avaliação da Aplicação da Metodologia de Produçãomais Limpa UNIDO/UNEP no Setor de Saneamento
Estudo de Caso: EMBASA S.A.
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ARLINDA CONCEIÇÃO DIAS COELHO
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AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE PRODUÇÃO
MAIS LIMPA UNIDO/UNEP NO SETOR DE SANEAMENTO
ESTUDO DE CASO: EMBASA S.A.
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Severino Agra Filho
Salvador
2004
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C6725a COELHO, Arlinda Conceição Dias Avaliação da aplicação da metodologia de produção mais limpa UNIDO/UNEP no setor de saneamento – estudo de caso: EMBASA S.A. / Arlinda Conceição Dias Coelho. – Salvador – Ba, 2004.
207 p. il. Orientador: Prof. Dr. Severino Agra Filho Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais
no Processo Produtivo) – Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da Bahia, 2004.
Referência, Apêndice e Anexo. 1. Saneamento Ambiental. 2. Metodologia Produção mais Limpa - UNIDO/UNEP. 3. Ecoeficiência. 4. Inovação Tecnológica – aspecto ambiental. I. EMBASA.II.UNIDO. III.UNEP.IV.Agra Filho, Severino.V.Título.
CDD 628.5
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A Antônio Negreiros, o meu companheiro de todas as horas que me dá paz de
espírito e muito amor.
Ao meu filho Cyro Júnior, a maior realização da minha vida.
A minha mãe (in memorian) pela lição de vida pautada na definição contínua de
metas que sempre se transformaram em realizações.
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Ao SENAI-CETIND, na representação dos gerentes Carlos Roberto Oliveira e
Alex Santiago, por terem viabilizado mais esta oportunidade de crescimento profissional.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Severino Agra Filho, que através de seus
questionamentos constantes contribuiu muito para a definição e desenvolvimento do tema
dessa dissertação.
A toda equipe do TECLIM, na pessoa de minha amiga Lígia França, cuja
principal característica é a solidariedade.
Aos meus colegas do CETIND, o meu muito obrigada pela paciência nos
momentos de maior tensão e por toda ajuda que me deram.
A Wagner Gerber, o consultor de Produção mais Limpa que foi o meu parceiro na
consultoria de Produção mais Limpa na EMBASA.
A liderança da EMBASA e todos os colaboradores da empresa que participaram
desse trabalho de maneira extremamente comprometida, tornando o meu trabalho uma
atividade que me proporcionou muito orgulho.
A todos os meus amigos e a minha família que me fazem feliz e de bem com a
vida para estar sempre buscando novos desafios.
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Esta dissertação tem como objetivo principal avaliar a metodologia de Produção mais Limpa (P+L) desenvolvida pela UNIDO/UNEP, na EMBASA S.A - Empresa Baiana de Águas e Esgoto, que possui unidades operacionais, em 347 municípios da Bahia, representando portanto, o Setor de Saneamento no Estado.
A metodologia (P+L), vem sendo disseminada no Brasil, pelo CNTL – Centro Nacional de Tecnologias Limpas – SENAI/RS, através dos Núcleos de Produção mais Limpa-NPLs. Os dados analisados nessa dissertação, foram gerados através de um trabalho realizado pelo NPL-Bahia, sediado no SENAI-CETIND, de implantação de um Programa P+L na EMBASA, o qual demandou a definição de uma estratégia que considerasse os aspectos característicos da empresa, visando permitir uma maior disseminação e internalização da metodologia de maneira corporativa. Nessa dissertação faz-se uma análise dessa estratégia, assim como também, da contribuição que o Programa trouxe para tornar a empresa mais ecoeficiente.
No desenvolvimento da pesquisa apresenta-se as bases conceituais e instrumentais de Prevenção da Poluição, Produção mais Limpa, faz-se uma análise dos resultados obtidos a partir da aplicação da metodologia nas Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE) da EMBASA e da estratégia, baseada no Ecoprofit, adotada para sua aplicação visando tornar o programa corporativo.
Na avaliação dos resultados considerou-se os tipos de técnicas de redução da poluição utilizadas, os investimento necessários, os benefícios alcançados de acordo com os pilares da ecoeficiência: ambientais, sociais e econômicos, as barreiras para implementação das técnicas e as limitações da metodologia, de maneira a possibilitar a identificação de oportunidades de melhoria na sua aplicação.
Os indicadores de desempenho ambiental sinalizaram redução na geração de resíduos, efluentes, consumo de água, energia etc, a partir da implementação de soluções simples, propostas pelos colaboradores da Embasa e que demandaram, na maioria dos casos, baixo investimento financeiro.
PALAVRAS-CHAVE: 1. Saneamento Ambiental. 2. Metodologia Produção mais
Limpa - UNIDO/UNEP. 3. Ecoeficiência. 4. Inovação Tecnológica – aspecto ambiental.
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The aim of this work was to assess the aplication of the Cleaner Production (CP) methodology developed by UNIDO/UNEP, in EMBASA S.A - Empresa Baiana de Águas e Esgoto, that has branches in 347 Bahia’s municipalities, representing therefore, the sector of sanitation in the Bahia state.
The methodology (CP), has being disseminated all over Brazil by CNTL – National Center of Cleaner Production – SENAI/RS, through Centers of Cleaner Production -NPLs. The analyzed data in this work were generated from the work of implementation of a cleaner production program in EMBASA done by NPL-Bahia, based in SENAI-CETIND. That experience demanded a definition of a particular strategy that considered features of the company, in order to allow more effective dissemination and internalization of methodology. In this work an assessment of this strategy is undertaken as well as the outcome of the CP Program in terms of more ecoefficiency.
This research presents the conceptual and instrumental basis of Pollution Prevention, Cleaner Production (CP), and assess the results obtained from the use of the CP methodology in Water Treatment Stations (ETA) of EMBASA and the strategy based in Ecoprofit, that was chosen in order to make the CP Program more effective.
In the analyses of the results it was taken into account a numbers of issues: types of pollution reduction techniques, the necessary financial investments, the benefits obtained in accordance with the pillars of ecoefficiency (environmental, social and economical). It was also identified barriers during the implementation of the techniques and limitations of the methodology, in order to allow identification of opportunities of improvement in its implementation.
The environmental indicators showed that was reduction of waste generation, effluent,
water consumption, energy etc, as resulted of the implementation of simple solutions, proposed by Embasa’s workers that demanded, in most cases, low financial investment.
KEY-WORDS: 1. Environmental Sanitation, 2. UNIDO/UNEP CP methodology,
3. ecoefficiency, 4. technologic innovation-environmental aspect.
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ABIQUIM Associação Brasileira de Indústria Química
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica
ACV Análise de Ciclo de Vida
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CADCT Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Secretaria de Planejamento do Governo de Estado da Bahia
CEBDS Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
CEMPRE Compromisso Empresarial para Reciclagem
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CETIND Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro
CNI Confederação Nacional das Indústrias
CNPq Centro Nacional de Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia
CNTL Centro Nacional de Tecnologias Limpas da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul
CTGA Comissão Técnica de Garantia Ambiental
ECOPROFIT Ecological Project For Integrated Environmental Technologies
Projeto Ecológico para Tecnologias Ambientais Integradas
EMBASA Empresa Baiana de Água e Esgoto S. A.
EPA Environmental Protection Agency
EQA Equipe de Qualidade Ambiental
ETA Estação de Tratamento de Água
FIEB Federação da Indústria do Estado da Bahia
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
GEMI Global Environmental Management Initiative
IEL Instituto Euvaldo Lodi
MCT Ministério da Ciência e Tecnologia
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MMA Ministério de Meio Ambiente
NPLs Núcleos de Produção mais Limpa
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
P+L Produção mais Limpa
PDCA Plan, Do, Check, Action
PL Produção Limpa
PMSS Programa de Modernização do Setor Saneamento
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PP ou P2 Prevenção da Poluição
PROCOP Programa de Controle da Poluição Industrial de São Paulo
PTL/BA Programa de Tecnologias Limpas na Bahia
RECOPE Rede Cooperativas de Pesquisas
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SGA Sistema de Gestão Ambiental
SP&C Sustainable Production and Consumption
TQEM Total Quality Environmental Management
TURI Instituto para Redução do Uso de Compostos Tóxicos
UFBA Universidade Federal da Bahia
UNEP United Nations Environmental Program
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
UNIDO United Nations for Industrial Development
Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial
WBCSD World Business Council for Sustainable Development Initiative
- Conselho Mundial de Empresas para o Desenvolvimento Sustentável
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FIGURA 1 – PAÍSES “HOSPEDEIROS” DOS CENTROS NACIONAIS DE TECNOLOGIAS LIMPAS ................................... 41
FIGURA 2 – FLUXOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA - METODOLOGIA UNIDO/UNEP ........ 42
FIGURA 3 – DIAGRAMA DE BLOCO......................................................................................................................... 43
FIGURA 4 – ORGANOGRAMA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA ...................................................................................... 47
FIGURA 5 – ORGANOGRAMA MESTRE DAS AÇÕES PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DA POLUIÇÃO .................. 53
FIGURA 6 – CICLO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SGA DA ISO – 14001 ...................................................................... 65
FIGURA 7 - REDUÇÃO E OTIMIZAÇÃO DO USO DE MATERIAIS, INSUMOS E ENERGIA NO PROCESSO PRODUTIVO .... 102
FIGURA 8 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO DE UMA ETA................................................................... 115
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TABELA 1 – DADOS GERAIS: ESTADOS E ÁREA DE CONCESSÃO.......................................................................... 100
TABELA 2 – CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES OPERACIONAIS DA EMBASA ................................................... 113
TABELA 3 – NO. DE MEDIDAS APLICADAS/ TIPOS DE TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA POLUIÇÃO............................... 116
TABELA 4 – NO. DE MEDIDAS/TIPO DE MEDIDAS BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS............................................... 118
TABELA 5 – NO. DE MEDIDAS P+L APLICADAS DE ACORDO COM OS NÍVEIS DE EFICIÊNCIA P+L......................... 123
TABELA 6 – INDICADORES DE MONITORAMENTO DE DESEMPENHO..................................................................... 127
TABELA 7 – AVALIAÇÃO ECONÔMICA DAS MEDIDAS DE P+L ............................................................................. 132
TABELA 8 – DIAGNÓSTICO DE PERCEPÇÃO: P+L É INSTRUMENTO DE FOMENTO DE ECOEFICIÊNCIA NO SETOR
PRODUTIVO ................................................................................................................................................. 139
TABELA 9 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA BARREIRAS .................................................................................................................... 178
TABELA 10 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NAUNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA COBRE............................................................................................................................ 179
TABELA 11 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA VITÓRIA DA CONQUISTA................................................................................................... 180
TABELA 12 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA PRINCIPAL...................................................................................................................... 181
TABELA 13 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA GUANAMBI..................................................................................................................... 182
TABELA 14 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA GUANAMBI (CONT.)........................................................................................................ 183
TABELA 15 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA ILHÉUS ........................................................................................................................... 184
TABELA 16 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA IPIAU .............................................................................................................................. 185
TABELA 17 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA IRECÊ ............................................................................................................................. 186
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TABELA 18 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA ITABERABA .................................................................................................................... 187
TABELA 19 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA ITAMARAJU .................................................................................................................... 188
TABELA 20 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA
EMBASA - ETE JEQUIÉ ........................................................................................................................... 189
TABELA 21– RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA PAULO AFONSO.............................................................................................................. 190
TABELA 22 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA POJUCA .......................................................................................................................... 191
TABELA 23 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA QUEIMADAS .................................................................................................................. 192
TABELA 24 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA - ETA SENHOR DO BONFIM....................................................................................................... 193
TABELA 25 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA -ETA DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS............................................................................................ 194
TABELA 26 – FOLHA DE TRABALHO 1 – PRINCIPAIS PRODUTOS OU SERVIÇOS .................................................... 198
TABELA 27 – FOLHA DE TRABALHO 2 – PRINCIPAIS SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSÕES ........... 198
TABELA 28 – FOLHA DE TRABALHO 3 – PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS, INSUMOS E AUXILIARES ....................... 199
TABELA 29 – FOLHA DE TRABALHO 3 – PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS, INSUMOS E AUXILIARES TOXICOLOGICAMENTE
IMPORTANTES (NÃO INCLUÍDAS NA TABELA ANTERIOR) ................................................................................. 199
TABELA 30 – FOLHA DE TRABALHO 4 – PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES E
EMISSÕES ................................................................................................................................................... 200
TABELA 31 - FOLHA DE TRABALHO 4.1 - PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES
E EMISSÕES COM HOUSEKEEPING ............................................................................................................... 201
TABELA 32 – FOLHA DE TRABALHO 4.2 – PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES
E EMISSÕES COM SUBSTITUIÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS E DE INSUMOS E MUDANÇAS NO PRODUTO ............ 202
TABELA 33 – FOLHA DE TRABALHO 4.3 – PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES
E EMISSÕES COM MODIFICAÇÃO DE PROCESSO, COM AUTOMAÇÃO E COM MODIFICAÇÃO TECNOLÓGICA.... 203
TABELA 34 – FOLHA DE TRABALHO 4.4 – PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES
E EMISSÕES COM A UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE TRATAMENTO................................................................. 204
TABELA 35 – FOLHA DE TRABALHO5 – CATEGORIAS DOS SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSÕES .. 205
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QUADRO 1 – INSTITUIÇÕES QUE ATUAM FOMENTANDO TECNOLOGIAS LIMPAS NO BRASIL – ELABORADO PELA AUTORA
DA DISSERTAÇÃO.......................................................................................................................................................... 32
QUADRO 2 – DIFERENÇAS ENTRE TECNOLOGIAS FIM DE TUBO E PRODUÇÃO MAIS LIMPA ............................................. 35
QUADRO 3 – DECLARAÇÃO DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA ..................................................................................................... 40
QUADRO 4 – EXEMPLOS DE SUBSTITUIÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA/INSUMO E OS IMPACTOS POSITIVOS PARA O MEIO
AMBIENTE ..................................................................................................................................................................... 57
QUADRO 5 – EXEMPLOS DE MEDIDAS DE BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS ........................................................................ 58
QUADRO 6 – EXEMPLOS DE MEDIDAS QUE PODEM SER IMPLEMENTADAS RELACIONADAS COM REUSO E RECICLAGEM DE
RESÍDUOS ...................................................................................................................................................................... 59
QUADRO 7 – RESUMO DA PROPOSTA DE INSERÇÃO DOS CONCEITOS DE P+L NOS REQUISITOS DA ISO 14001 .............. 70
QUADRO 8 – COMPARAÇÃO ENTRE SGA BASEADO NA ISO 14001 E PRODUÇÃO MAIS LIMPA –METODOLOGIA
DESENVOLVIDA PELA UNIDO-UNEP ........................................................................................................................ 71
QUADRO 9 - COMPARAÇÃO DO PARADIGMA DO TREINAMENTO.......................................................................................... 85
QUADRO 10 – FOCOS DE MELHORIA E FATORES DE PERDA.................................................................................................. 95
QUADRO 11 – PARTES INTERESSADAS, SEUS INTERESSES E FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES ............................................. 96
QUADRO 12- CATEGORIAS DE RESÍDUOS........................................................................................................................... 196
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1. INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 15 1.1. JUSTIFICATIVA __________________________________________________________ 15 1.2. OBJETIVOS ______________________________________________________________ 18
1.2.1. Objetivo Principal _____________________________________________________________ 18 1.2.2. Objetivos Específicos___________________________________________________________ 19
1.3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA ___________________________ 19
2. O CONTEXTO DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA ____________________________ 25 2.1. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO/PRODUÇÃO MAIS LIMPA _______________________ 25 2.2. A ECOEFICIÊNCIA E A PRODUÇÃO MAIS LIMPA ____________________________ 27 2.3. HISTÓRICO DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NO BRASIL ________________________ 30 2.4. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO/ P+L E TECNOLOGIA DE FIM DE TUBO ___________ 33 2.5. RESUMO DO CAPÍTULO 2 _________________________________________________ 37
3. A METODOLOGIA DE P+L UNIDO/UNEP ________________________________ 39 3.1. DECLARAÇÃO INTERNACIONAL SOBRE PRODUÇÃO MAIS LIMPA____________ 39 3.2. TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA POLUIÇÃO____________________________________ 52
3.2.1. Mudança do Produto___________________________________________________________ 54 3.2.2. Mudança no Processo __________________________________________________________ 55 3.2.3. Boas Práticas Operacionais (Good Housekeeping Practices) __________________________ 55 3.2.4. Mudança de Matérias-Primas/Insumos ___________________________________________ 56 3.2.5. Mudança da Tecnologia ________________________________________________________ 57 3.2.6. Reuso, Reciclagem Interna e Externa _____________________________________________ 58 3.2.7. Embalagens e Transporte_______________________________________________________ 59
3.3. A METODOLOGIA DE P+L COMO INSTRUMENTO DE MARKETING ____________ 60 3.4. A METODOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA – P+L E O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA BASEADO NA NORMA INTERNACIONAL ISO 14001 ______________ 63 3.5. OUTRAS METODOLOGIAS ________________________________________________ 72 3.6. RESUMO DO CAPÍTULO 3 _________________________________________________ 75
4. AMBIENTE EMPRESARIAL ____________________________________________ 78 4.1. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO ____________________________________________ 78 4.2. ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL __________________________________________ 79 4.3. O GERENCIAMENTO DA ROTINA DE TRABALHO NUMA ORGANIZAÇÃO ______ 79 4.4. A GESTÃO DO CONHECIMENTO ___________________________________________ 81 4.5. OS GRUPOS FUNCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO E O CONHECIMENTO___________ 83 4.6. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA _____________________________________________ 86 4.7. RESUMO DO CAPÍTULO 4 _________________________________________________ 90
5. A ESTRATÉGIA DE APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE P+L NA EMBASA 92 5.1. O CONTEXTO DO SETOR DE SANEAMENTO ________________________________ 93 5.2. O SETOR DE SANEAMENTO E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA _________________ 99 5.3. A EMBASA E O PROGRAMA P+L __________________________________________ 100 5.4. COMO A EMPRESA FOI SENSIBILIZADA A INVESTIR EM P+L ________________ 103 5.5. O PROGRAMA P+L NA EMBASA __________________________________________ 104 5.6. RESUMO DO CAPÍTULO 5 ________________________________________________ 110
6. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLANTAÇÃO DE P+L NA EMBASA ____________________________________ 112 6.1. ELEMENTOS DA METODOLOGIA IDENTIFICADOS NOS RELATÓRIOS DE P+L _ 113
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6.1.1. Técnicas de Redução da Poluição mais utilizadas __________________________________ 116 6.1.2. Classificação do nível eficiência de aplicação de P+L alcançado pelas unidades, de acordo com o organograma de P+L.___________________________________________________________ 123 6.1.3. Potencial de replicabilidade das Técnicas de Redução da Poluição ___________________ 125 6.1.4. Benefícios materiais obtidos pelo programa de P+L. _______________________________ 126 6.1.5. Outros benefícios obtidos ______________________________________________________ 131 6.1.6. Benefícios Econômicos x Investimentos __________________________________________ 132
6.2. AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PROGRAMA P+L NA EMPRESA_______________ 134 6.2.1. Diagnóstico de percepção na esfera operacional ___________________________________ 134 6.2.2. Diagnóstico de Percepção no Nível Gerencial _____________________________________ 139
7. CONCLUSÕES________________________________________________________ 151 7.1. OS RESULTADOS OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA P+L _____ 152 7.2. ESTRATÉGIA DE APLICAÇÃO DA METODOLOGIA P+L NA EMBASA _________ 155 7.3. AS BARREIRAS PARA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA _____________________ 157 7.4. AS LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA ______________________________________ 158 7.5. A INTEGRAÇÃO DA METODOLOGIA P+L COM OUTROS INSTRUMENTOS DE GESTÃO ______________________________________________________________________ 160 7.6. OS PRODUTOS DA DISSERTAÇÃO ________________________________________ 162 7.7. A REDE DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA______________________________________ 163 7.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________________________________ 164
8. RECOMENDAÇÕES___________________________________________________ 166 8.1. PARA A EMPRESA_______________________________________________________ 166 8.2. PARA TRABALHOS FUTUROS ____________________________________________ 167
REFERÊNCIAS _________________________________________________________ 169
APÊNDICE A ___________________________________________________________ 177
Tabelas dos Resultados do Programa de Produção mais Limpa nas Unidades da EMBASA _______________________________________________________________ 177
ANEXO – A_____________________________________________________________ 195
Quadro de Categorias de Resíduo___________________________________________ 195
ANEXO – B_____________________________________________________________ 197
Folhas de Trabalho_______________________________________________________ 197
BREVE CURRICULUM DA AUTORA:_____________________________________ 207
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1.1. JUSTIFICATIVA
A intensificação dos processos produtivos, principalmente após a segunda guerra
mundial, teve como conseqüência uma série de problemas ambientais que afetaram a
qualidade de vida na Terra.
Segundo Hawken e outros (1999), a eliminação do desperdício na indústria pode ter
como conseqüência uma cadeia de eventos e processos que podem vir a formar a base
de uma inovação na esfera empresarial. Essa cadeia pode reconduzir aos sistemas
biológicos, a esfera da vida da qual provém toda prosperidade.
Hawken e outros (1999), afirmam ainda que em toda Revolução Industrial, o capital
manufaturado (equipamentos, máquinas, infra-estrutura física), sempre foi entendido
como o principal fator da produção industrial, o capital natural (os recursos naturais,
sistemas vivos e os serviços do ecossistema: reciclagem do carbono pelas plantas), tidos
como “insumos marginais”, só foram levados em consideração nos períodos de guerra
ou fome, quando a escassez podia se tornar um problema sério.
No entanto, quando vemos os efeitos dessa revolução refletidos na escassez total desses
mesmos recursos, que hoje ameaçam os próprios processos industriais, nos voltamos
para reavaliar a importância do capitalismo natural. Verifica-se que o momento atual
exige um repensar na reestruturação de nações, na criação de blocos regionais, na
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organização de mercados e na criação de requisitos ambientais que sejam cumpridos por
todos, e em favor de todos, para que se possa garantir a sobrevivência das gerações
futuras.
Segundo Almeida (2003), em 2050 teremos mais de 50% da população atual e o planeta
certamente não suportará a demanda por recursos naturais. Este cenário representa
portanto, uma oportunidade de inovação para as empresas de visão que buscam adotar
práticas de redução da poluição visando a ecoeficiência dos seus processos produtivos,
como reciclagem, energia renovável, efluente zero, carros com emissão zero e papel
eletrônico.
Vale ressaltar que os exemplos citados acima representam, na maior parte dos casos,
inovações radicais, mais do que incrementais, e que poderão fazer grande diferença no
futuro. No entanto, algumas práticas gerenciais adotadas pelas organizações também
têm tido grande impacto na gestão ambiental.
Ainda segundo o autor, considerar a dimensão ambiental isoladamente resulta numa
conduta burocrática que acaba por isolar os “verdes” em guetos, tanto nas empresas
quanto nos governos. Desta forma, pode-se entender que há uma necessidade de
desenvolver ações, envolvendo os diversos segmentos da sociedade: governo,
instituições de ensino, organizações não-governamentais, num esforço conjunto visando
o desenvolvimento sustentável, a partir da adoção de práticas de Produção mais Limpa
(P+L).
Segundo Brown e outros (2000), as economias só serão suportáveis se o ambiente natural
que as sustenta também o seja. No entanto, para que o ambiente se suporte é preciso
promover uma relação mútua entre ambientalismo e crescimento econômico, propiciando o
desenvolvimento sustentável, obtido a partir de uma redução dos impactos ambientais
decorrentes principalmente de atividades produtivas (CAPRA, 1997).
Quando analisa-se as inter-relações entre o conceito de desenvolvimento sustentável,
baseado no crescimento sem comprometimento das necessidades das futuras gerações e
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o processo de gestão ambiental, envolvendo um conjunto de ações visando a melhoria
do desempenho ambiental, verifica-se que a transformação dos bens comuns globais
(global commons), constitui a manifestação mais recente e talvez mais incontornável
das questões contemporâneas dos “limites do crescimento“.
As alterações verificadas na atmosfera e biosfera são o resultado cumulativo de padrões
globais de industrialização impostos por modelos ultrapassados de gestão ambiental
(SADLER,1994). Estas tendências têm reflexos em termos da liderança ambiental, em
nível nacional e local, podendo ser encaradas como uma condenação das abordagens
convencionais de gestão ambiental.
A mudança para uma visão de sustentabilidade baseada nos três pilares da Ecoeficiência
(produzir mais com menos recursos): ambiental, econômico e social, para que uma
empresa, ou um processo, seja válido, ou seja ambientalmente compatível,
economicamente rentável e socialmente justo.
Isto implica na adoção de modelos de gestão que possibilitem a definição de alternativas
tecnológicas que sejam viáveis economicamente e que contribuam efetivamente para a
melhoria da qualidade de vida na Terra (SADLER, 1994).
Os modelos de gestão ambiental, propostos atualmente como estratégia para substituir a
abordagem de gestão ambiental de “Fim de Tubo”, que utilizam exclusivamente as
tecnologias de tratamento/disposição de resíduos baseiam-se, fundamentalmente, no
princípio de Prevenção da Poluição – PP ou P2.
A gestão ambiental com foco na Prevenção de Poluição derruba o velho paradigma de
que resíduos são inevitáveis na produção, sendo portanto, inerentes de todo processo
produtivo, para assumir o novo paradigma de que gerar resíduos representa uma
ineficiência do processo produtivo, pois isto significa a transformação de matérias-
primas/insumos, com alto valor agregado, em produtos de baixo, ou nenhum valor, que
podem ainda, adicionar mais custos ao processo produtivo, quando são tratados e
dispostos devidamente (GARDNER, 2001).
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Esses modelos referidos acima pressupõem ainda: transparência, abertura das
informações pelas empresas e organizações do setor público (um estímulo à pratica de
benchmarking) e a publicação de relatórios com o objetivo de contribuir para a elevação
dos padrões ambientais (ANDRADE; MARINHO; KIPERSTOK, 2001).
A aplicação de modelos, ou ainda instrumentos de gestão ambiental, em um processo
produtivo, por sua vez, depende de vários fatores que podem determinar o nível de
impacto provocado pelas ações de intervenção na organização. Torna-se necessário
portanto, a definição de uma estratégia de aplicação desses instrumentos, a partir da
análise dos seus fatores críticos de sucesso e da correlação destes com os objetivos que
se deseja atingir.
Tendo em vista as considerações acima, propõe-se nessa dissertação fazer uma
avaliação da aplicação de um instrumento de gestão ambiental específico, a metodologia
de Produção mais Limpa desenvolvida pela UNIDO/UNEP, em uma organização piloto,
a Embasa.
A pesquisa deve responder as seguintes questões: Quais os resultados obtidos em
termos de ecoeficiëncia com a aplicação da metodologia P+L? Quais as barreiras e
limitações associadas com a metodologia P+L? Quais os indicadores de Monitoramento
de Desempenho Ambiental na Embasa?
1.2. OBJETIVOS
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Avaliar a aplicação da metodologia de Produção mais Limpa UNIDO/UNEP na
EMBASA, empresa do setor de Saneamento.
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• Discutir os resultados obtidos a partir da aplicação da metodologia, enfocando
os aspectos da ecoeficiência: ambientais, econômicos e sociais e os Indicadores
Corporativos de Monitoramento de Desempenho Ambiental
• Analisar a estratégia de implantação da metodologia na empresa
• Analisar as barreiras para implantação da metodologia
• Identificar as limitações da metodologia
• Analisar a integração da metodologia com outros instrumentos de gestão
• Apresentar os produtos da dissertação
• Discutir a importância de Rede de Produção mais Limpa
1.3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA
A investigação proposta para essa dissertação tem como foco a análise dos resultados
obtidos com a aplicação da metodologia de Produção mais Limpa, em unidades
operacionais da EMBASA, empresa do setor de saneamento.
Esta metodologia foi desenvolvida a partir de um esforço conjunto da UNIDO -
Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial/UNEP - Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, e está embasada na gestão de resíduos e
desperdícios energéticos e materiais, tendo como princípio a Prevenção da Poluição
(CNTL, 2000).
O delineamento da dissertação é do tipo estudo de caso, utilizando uma abordagem
qualitativa, com pesquisa documental, onde enfatiza-se a necessidade de reconhecer a
peculiaridade do objeto pesquisado desenvolvendo uma compreensão profunda de
certos aspectos que não são considerados nas pesquisas quantitativas. (MACEDO,
2003)
De acordo com Goldenberg (1977), o estudo de caso detalhado de uma situação
específica, não permite a generalização das conclusões que este possa conduzir, no
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entanto, pode fornecer subsídios para o estabelecimento de comparações com outras
situações similares.
Para Yin (1993), num estudo de caso uma unidade só pode ser estudada profundamente
quando se presencia o fenômeno. Assim é importante que a coleta de dados seja feita de
forma direta, utilizando vários instrumentos de pesquisa com o objetivo de aprender a
totalidade de uma situação e descrever a complexidade de um caso concreto.
Os principais meios para realizar a pesquisa são as entrevistas, observação direta e
documentada, os questionários e a análise de documentos. O estudo de caso EMBASA
utilizou todos esses instrumentos, a exemplo de diagnósticos de percepção e avaliação
de reação.
Ainda segundo Ribeiro (2000), no estudo de caso, o sujeito observado tende a criar
impressões favoráveis, ou não, ao observador, à medida que tem ciência de que está
sendo observado, bloqueando a espontaneidade e dificultando a observação dos fatos,
além disso, o resultado está muito associado ao nível de percepção do observador.
O estudo de caso proposto nessa dissertação desenvolveu-se basicamente através de
pesquisa baseada em fontes secundárias: as informações registradas nos 16 Relatórios
de Produção mais Limpa gerados como produtos do curso de capacitação na
implementação da metodologia de P+L, em 15 (quinze) Estações de Tratamento de
Água e 01 (uma) de Esgoto.
Os dados priorizados para serem pesquisados nessa dissertação foram as 76
oportunidades de melhoria identificadas nas unidades de operação da empresa que
participaram do programa P+L.
A dissertação também inclui dados de pesquisa bibliográfica, onde as informações são
levantadas, interpretadas e sintetizadas, a fim de permitir a produção de um referencial
teórico adequado ao desenvolvimento da pesquisa que visa o melhor entendimento
sobre o conceito e a prática de Produção mais Limpa.
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Analisa-se ainda outros instrumentos de pesquisa, como documentos da empresa e
diagnósticos de percepção aplicados pela coordenação do programa e a gerência de RH
da empresa, junto aos participantes do curso, com a finalidade de avaliar de que maneira
a estratégia adotada na aplicação da metodologia impactou a organização.
No desenvolvimento da pesquisa apresenta-se as bases conceituais e instrumentais de
Produção mais Limpa, faz-se uma análise dos resultados obtidos a partir da aplicação da
metodologia em Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE) da
EMBASA e da estratégia adotada para sua aplicação na empresa.
Na avaliação dos resultados considerou-se os tipos de técnicas de redução da poluição
utilizadas; os investimento financeiros necessários; os benefícios alcançados de acordo
com os pilares da ecoeficiência: ambientais, sociais e econômicos; as barreiras
encontradas para implementação das técnicas e as limitações da metodologia; de
maneira a possibilitar a identificação de oportunidades de melhoria na sua aplicação.
A estratégia adotada para a aplicação da metodologia P+L na EMBASA foi proposta
pela autora dessa dissertação, com base no Programa Ecoprofit, (investiga o processo de
produção e as demais atividades de uma empresa e estuda-os do ponto de vista da
utilização de materiais e energia), tendo como principal característica a participação da
alta direção e da área de recursos humanos da empresa.
A estratégia consistiu basicamente num processo de valorização, motivação e
envolvimento dos colaboradores da empresa, independentemente do nível funcional, no
programa P+L, através de um processo de capacitação direta de cerca de 100 técnicos,
na avaliação do processo produtivo das unidades operacionais da empresa, sob a ótica
ambiental.
Os colaboradores capacitados e os Ecotimes, equipes de trabalho formadas por estes nas
unidades da empresa que participaram do programa, realizaram vários treinamentos
internos de sensibilização, com o desafio de envolver todos os outros colaboradores e
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dar continuidade às atividades, a partir da identificação de novas oportunidades de
melhoria.
Nessa dissertação propõe-se ainda “Indicadores Corporativos de Monitoramento de
Desempenho do Programa P+L”, que consideram aspectos ambientais comuns às
várias unidades operacionais da empresa, tendo sido elaboradas “Tabelas Resumo dos
Resultados do Programa nas Unidades Operacionais da empresa”, no total de 16,
sendo 01 por unidade participante.
A proposta para as Tabelas é que estas venham a constituir as bases do “Manual de
Ecoeficiência Operacional da EMBASA”, estimulando no futuro, a elaboração da
“Matriz de Oportunidades de melhoria P+L do Setor de Saneamento”.
O desenvolvimento desta dissertação está dividido em 08 capítulos:
Capítulo 1 – Corresponde a introdução da dissertação, onde é feita a justificativa e são
definidos os objetivos e o procedimento metodológico.
Capítulo 2 - Esse capítulo compreende: definição de Prevenção da Poluição
(P2)/Produção mais Limpa (P+L) e ecoeficiência; práticas de gestão ambiental
propostas para prevenir e/ou minimizar a geração de resíduos.
Em seguida, é feito um resgate histórico da P+L no Brasil e uma comparação entre
Prevenção de Poluição/Produção mais Limpa e “Fim de Tubo”, com a finalidade de
mostrar as vantagens de implantar modelos de gestão que visam fundamentalmente
identificar as causas da geração de resíduos, ao invés de optar simplesmente pelo
tratamento/disposição destes.
Capítulo 3 - Esse capítulo apresenta a metodologia desenvolvida pela UNIDO -
Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial e a UNEP -
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, discute as alternativas de Técnicas
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de Redução da Poluição e outras metodologias de minimização de resíduos para efeito
comparativo.
Uma análise da Produção mais Limpa como Instrumento de Marketing é feita tendo
como base o principal argumento proposto pela metodologia para ser colocado junto ao
empresário, de que gerar resíduos é transformar matérias-primas/insumos em produtos
de baixo, ou nenhum valor agregado, ou até mesmo, que representem custo devido a
tratamento/disposição, reduzindo os lucros e até mesmo inviabilizando negócios em
empresas.
Uma análise comparativa entre Sistema de Gestão Ambiental (SGA) baseado na norma
ISO 14001 e Produção mais Limpa também é apresentada com o objetivo de mostrar os
pontos de integração e complementaridade entre estes instrumentos de gestão ambiental,
já que algumas unidades da empresa são certificadas pela Norma.
Os capítulos 2 e 3 correspondem ao referencial teórico que fornece os critérios de
análise dessa dissertação quanto à ecoeficiência associados ao conceito de Produção
mais Limpa e os elementos da metodologia P+L UNIDO/UNEP.
Capítulo 4 - Apresenta os elementos que caracterizam o ambiente empresarial: visão
estratégica, gestão do conhecimento, inovação tecnológica, com o objetivo de fornecer o
referencial teórico para embasar a análise da estratégia utilizada na aplicação da
metodologia P+L.
Capítulo 5 - Contextualiza o Setor de Saneamento em relação às demandas ambientais,
introduz a empresa EMBASA, o estudo de caso dessa dissertação e faz uma abordagem
da estratégia adotada na implantação do programa P+L na empresa.
Capítulo 6 - Refere-se a apresentação e análise de dados, estando dividido em 02
partes. A primeira foca os elementos da metodologia registrados nos Relatórios de P+L,
relativos às Técnicas de Redução da Poluição propostas: nível de aplicação P+L
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atingido; potencial de replicabilidade das medidas; benefícios ambientais, econômicos e
outros.
Na segunda parte, faz-se uma avaliação do impacto do Programa P+L na EMBASA,
tendo como base os resultados obtidos com o processo de capacitação, a aplicação da
metodologia no processo produtivo, os diagnósticos de percepção aplicados junto aos
técnicos nas esferas gerencial e operacional, a avaliação do papel de liderança da alta
gestão no programa e a visão do RH-Recursos Humanos da empresa em relação ao
programa.
No Capítulo 7 constam as conclusões, enfatizando-se a importância da estratégia
adotada na aplicação da metodologia, os aspectos da metodologia e a contribuição desta
no processo produtivo e no atendimento das diretrizes focadas na ecoeficiência, de
acordo com a gestão empresarial adotada pela EMBASA. Também são apresentadas as
barreiras e as limitações da metodologia.
No Capítulo 8 recomenda-se algumas linhas de pesquisa, tendo como base o
aprofundamento dos estudos sobre as alternativas de medidas apontadas no programa
que podem ter grande aplicabilidade para o setor produtivo de Saneamento.
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2.1. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO/PRODUÇÃO MAIS LIMPA
A adoção de metodologias de Prevenção da Poluição também conhecidas por Produção
mais Limpa, vêm sendo propostas como instrumentos para minimizar os desperdícios de
matérias-primas e energia, convertidos em resíduos sólidos, líquidos e gasosos,
responsáveis por adicionar custos aos processos produtivos e gerar problemas
ambientais.
Atualmente é possível encontrar várias abordagens concorrentes promovidas por
entidades nacionais e internacionais:
• PP ou P2 – Prevention Pollution, divulgada pela EPA – Environmental
Protection Agency (EPA, 1990);
• P+L - Produção mais Limpa, desenvolvida pela UNIDO – United Nations for
Industrial Development, e UNEP – United Nations Environmental Program
(UNEP, 1994);
• PL – Produção Limpa, defendida por organizações ambientalistas e vários
Centros de P&D – Pesquisa e Desenvolvimento;
• Ecoeficiência, desenvolvida pelo WBCSD – World Business Council for
Sustainable Development (WWI, 1995).
A publicação do WBCSD intitulada “Produção Limpa e Ecoefiência” (WBCSD,1997),
aponta a complementaridade entre os conceitos de ecoeficiência, definida como uma
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orientação gerencial estratégica, cientificamente embasada em Produção Limpa definida
como conjunto de procedimentos de “chão de fábrica”, muito mais integrado ao
processo.
Na literatura, é freqüente encontrar referências em relação a Produção Limpa (PL)
como: “Tecnologias Limpas“, “Tecnologias mais Limpas”, “Produção mais Limpa”,
“Tecnologias de Baixo Desperdícios”, entre outras. Também encontra-se a PL ainda
relacionada a conceitos e metodologias da Qualidade, como Total Quality
Environmental Management – TQEM, terminologia introduzida pela Global
Environmental Management Initiative – GEMI em 1991 (PIO, 2000).
Desta forma, é importante apresentar as características mais importantes principalmente
de Produção Limpa e Produção mais Limpa para facilitar o entendimento do nível de
comprometimento relacionado a cada um destes programas que pode ser adotado por
uma empresa visando uma melhor gestão ambiental.
Segundo Furtado J. (1999), tanto Produção Limpa como Produção mais Limpa são
baseados no princípio da Prevenção da Poluição e ambos defendem a exploração
sustentável de fontes de matérias-primas, a redução no consumo de água e energia, e a
utilização de indicadores de desempenho ambiental. No entanto, vale salientar que a
proposta de Produção Limpa é mais audaciosa, pois:
- baseia-se no princípio da precaução, o qual determina o não uso de
matérias-primas e não geração de produtos com indícios ou suspeitas de
provocar problemas ambientais;
- avalia ciclo de vida do produto/processo considerando visão holística;
- disponibiliza, ao público em geral, informações sobre riscos ambientais de
processo e produtos;
- estabelece critérios para tecnologia limpa, reciclagem atóxica, marketing e
comunicação ambiental;
- limita o uso de aterros sanitários e tem restrições a incineração como
alternativa de tratamento de resíduos.
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Quanto a Produção mais Limpa (P+L), esta proposta representa um processo de melhoria
contínua visando tornar a atividade produtiva cada vez menos danosa ao meio ambiente.
Um outro aspecto a considerar ainda, é que as metodologias propostas com este objetivo
não se baseiam apenas em tecnologia, englobando também a forma de gestão das empresas.
As alternativas apresentadas normalmente, no âmbito de um programa P+L, para atingir
os objetivos propostos, são conhecidas como “Técnicas de Produção mais Limpa” e
consistem em uma série de medidas que podem ser implementadas na empresa,
compreendendo desde uma simples mudança de procedimento operacional, até uma
mudança de processo, ou tecnologia.
Vale salientar, no entanto, que este caráter mais abrangente das metodologias de P+L
atualmente propostas, contemplando inclusive técnicas gerenciais, pode contribuir para que
as empresas tendam a dar mais ênfase a estas últimas, pois normalmente representam menor
custo, fazendo com que seja mais freqüente o uso de alguma engenharia adaptativa,
preservando os projetos e as patentes originais, sem promover uma mudança mais efetiva
no processo produtivo.
2.2. A ECOEFICIÊNCIA E A PRODUÇÃO MAIS LIMPA
A compreensão da realidade e complexidade crescente das atividades produtivas, aliados à
necessidade da garantia da efetividade, eficiência e eficácia dos processos, produtos e
sistemas, conduzem a adoção de instrumentos de gestão ambiental, focados na
ecoeficiência.
O prefixo “Eco”, do termo ecoeficiência, refere-se à ecologia e à economia, para
traduzir eficiência ambiental e econômica. Significa adicionar valor a partir da
maximização da eficiência econômica, minimizando-se o impacto ambiental através da
redução do consumo de recursos naturais e das emissões. (LEHNI; SCHNITZER apud
MARINHO, 2001)
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O conceito de ecoeficiência foi cunhado em 1992 pelo Conselho Mundial de Empresas
para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), adotando como diretriz a distribuição
de produtos e serviços a preços competitivos, de maneira a satisfazer às necessidades
humanas, ampliando a qualidade de vida, ao mesmo tempo que, progressivamente,
reduzindo os impactos ambientais e a demanda por recursos naturais por todo o ciclo de
vida, respeitando a capacidade de suporte da Terra. O WBCSD identificou sete fatores
de sucesso da Ecoeficiência:
• reduzir a demanda de materiais por unidade de bem ou serviço;
• reduzir a demanda de energia;
• reduzir a dispersão de tóxicos;
• aumentar a reciclabilidade de materiais;
• maximizar o uso sustentável de recursos renováveis;
• aumentar a durabilidade dos materiais;
• aumentar a carga de serviço nos bens e serviços.
O WBCSD (1997), acrescenta ainda que o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (UNEP) e o Conselho Mundial de Empresas para o Desenvolvimento
Sustentável (WBCSD) têm desenvolvido e promovido conceitos similares, Produção
mais Limpa e Ecoeficiência.
Ambos os conceitos são partes integrantes da macro visão da Produção e Consumo
Sustentáveis (SP&C – Sustainable Production and Consumption), a qual abrange todo o
sistema comercial e suas inter-relações.
Produção e consumo sustentáveis foram definidos na mesa redonda ministerial da União
Européia, em Oslo, em fevereiro de 1995, como a produção e uso de bens e serviços que
atendem às necessidades básicas do homem, melhorando a qualidade de vida, e ao
mesmo tempo minimizando o uso dos recursos naturais, os materiais tóxicos e as
emissões de resíduos por todo o ciclo de vida, sem comprometer as necessidades das
gerações futuras.
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A publicação “Ecoeficiência e Produção mais Limpa – Traçando o Curso para a
Sustentabilidade” define Ecoeficiência como parte de questões de eficiência econômica
que têm benefícios ambientais, enquanto que a Produção mais Limpa é definida como
parte de questões ambientais que têm benefícios econômicos.
Tanto a Produção mais Limpa como Ecoeficiência pretendem consolidar um novo modo
de produzir, aproveitando da melhor forma possível os recursos naturais, evitando a
poluição, ao invés de admitir a geração desta para tentar controlá-la posteriormente.
Segundo Marinho (2001), a opção pela Produção mais Limpa torna a empresa mais
competitiva, pois orienta para a inovação, proporciona um aumento da qualidade de
produtos, identifica alternativas que melhoram a performance ambiental, ao mesmo
tempo, reduz custos e identifica novas oportunidades de negócios. Possibilita ainda,
ultrapassar as exigências da legislação, desenvolver estratégias de longo prazo e não
ficam sujeitas a sobressaltos por pressões externas.
Para Saenz e outros (2002), do ponto de vista de uma empresa, a aquisição de uma
tecnologia, mesmo já conhecida, significa uma inovação, pois exige para sua adoção,
muitos trabalhos de assimilação e adaptação. Dessa forma, ter uma Produção mais
Limpa ou Ecoeficiência, é um diferencial competitivo em relação às empresas estáticas
que não buscam inovar. O que tradicionalmente é visto como “constrangimento
ambiental” pode ser transformado em novas “oportunidades de negócios” por uma
empresa inovadora.
Segundo Porter e Van der Linde (1995), os conflitos existentes entre desenvolvimento e
ecologia estão focados num comportamento estático que não considera a necessidade de
inovar. O paradigma da competitividade é dinâmico, baseado na inovação de entender a
redução da poluição como oportunidade para fazer uso racional dos recursos, promover
a melhoria ambiental e aumentar a produtividade.
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2.3. HISTÓRICO DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NO BRASIL
Nesse momento, faz-se um breve histórico da Produção mais Limpa no Brasil com o
objetivo de melhor contextualizar o cenário. Em 1992, ocorreu a Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio-92 onde o foco, segundo o
Greenpeace, foi erroneamente voltado para discussão sobre Tecnologias Limpas,
apresentando estas como solução para os problemas ambientais, estimulando muito
mais o aspecto mercadológico, do que o de discussão propriamente dita dos danos
ambientais e sociais, causados pelas mudanças tecnológicas ocorridas em todo o mundo
(PIO, 2000).
Em 1995, o SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Departamento
Regional do Rio Grande do Sul foi escolhido pela UNIDO e UNEP, para sediar um
Centro Nacional de Tecnologias Limpas - CNTL, visando atuar como agente
disseminador das técnicas de Produção mais Limpa, no seio da Confederação Nacional
das Indústrias – CNI.
Desde então, o CNTL vem realizando no Brasil e em outros países como Paraguai,
Equador e Moçambique, cursos de capacitação de consultores em P+L para atuar na
melhoria do desempenho ambiental dos processos produtivos.
Em 1997, realizou-se a Conferência Latino-Americana para o Desenvolvimento
Sustentável e Competitividade, onde o então, presidente do Brasil, Fernando Henrique
Cardoso, deu um depoimento estimulando as empresas a aderirem a programas de
Produção mais Limpa como alternativa de aumento de competitividade e
sustentabilidade.
A CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental vem atuando
também como um agente disseminador do programa Pollution Prevention – P2 do EPA
– Environmental Protection Agency, reestruturando em 1997, o programa Controle da
Poluição Industrial de São Paulo-PROCOP com base nos conceitos de Prevenção da
Poluição/Produção mais Limpa. Em outubro de 1998, a CETESB promoveu a
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“Conferência das Américas sobre Produção Limpa“ onde foi assinada a Carta de São
Paulo, pelos governos: EUA, Chile, Brasil, Costa Rica e Jamaica.
Esta Conferência instituiu como primeira recomendação considerar Produção mais
Limpa (P+L) e Prevenção da Poluição como elementos norteadores para a política e
legislação ambiental em nível do governo federal, estadual e municipal, bem como para o
planejamento estratégico das empresas e organizações não governamentais (PIO, 2000).
A partir de 1998, o CNTL-SENAI/RS e o CEBDS- Conselho Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável, numa ação conjunta com o SEBRAE nacional e outras
instituições, promoveu a formalização da Rede Brasileira de Produção mais Limpa,
através da formação de 04 Núcleos de Produção mais Limpa no Brasil-NPLs, sediados
nas Federações das Indústrias dos Estados da Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso do
Sul e Minas Gerais.
O objetivo dos Núcleos de Produção mais Limpa –NPLs, deve ser de repensar a relação
entre o processo produtivo (focado para as micro e pequenas empresas) e meio
ambiente, dentro da ótica do aumento da Ecoeficiência e da produtividade.
Esses Núcleos atualmente fomentam o processo de aplicação da metodologia P+L em
empresas de diferentes portes e segmentos industriais focando no entanto, mais
especificamente em micro e pequenas empresas, com resultados, na maioria das vezes,
muito diluidos. Assim sendo, existe uma carência de experiências de aplicação desta
metodologia em setores produtivos, o que poderia dar mais representatividade aos
resultados, contribuindo para uma maior mobilização setorial.
O estudo de caso dessa dissertação foi gerado a partir de uma ação do Núcleo da Bahia,
junto à EMBASA S.A - Empresa Baiana de Saneamento de Água e Esgoto, que pelo
seu porte, representa o setor produtivo de saneamento na Bahia. O programa demandou
a definição de uma estratégia de aplicação da metodologia desenvolvida pela
UNIDO/UNEP, que considerasse as características específicas da empresa, visando
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permitir uma maior disseminação e internalização da metodologia de maneira
corporativa.
Faz parte da estratégia utilizada pela Rede Brasileira de Produção mais Limpa no Brasil,
promover a internalização de conceitos e práticas de P+L, a partir da realização de cursos de
capacitação, consultorias às empresas, fóruns, seminários (LEMOS H., 2002).
O SEBRAE Nacional visando ampliar a Rede de P+L, criou o Programa SEBRAE de
Econegócios com a implantação de 11 novos Núcleos, os quais também estão sendo
capacitados através do CNTL. (GAISI, 2004)
Esta Rede visa uma mudança de mentalidade em relação ao enfoque de Fim de Tubo
(tratamento e disposição de resíduos), que vem ainda sendo dado pelas empresas à
gestão ambiental, estimulando a prática de Prevenção a Poluição, balizadora dos
programas de Produção mais Limpa.
Atualmente no Brasil várias instituições envolvendo órgãos de governo, centros de
pesquisa, universidades, bancos etc, estão desenvolvendo ou financiando ações de P+L,
de maneira independente, voltadas também para definição de políticas e realização de
pesquisas aplicadas, algumas delas encontram-se relacionadas no Quadro 1 a seguir.
ABIPTI – Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNB – Banco do Nordeste BID – Banco Mundial CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável CNI - Confederação Nacional das Indústrias CETESB – Centro Tecnológico de Saneamento Básico - S. Paulo CNTL- SENAI/RS - Centro Nacional de Tecnologias Limpas FINEP- Financiadora de Estudos e Projetos MMA - Ministério de Meio Ambiente NPLs - Núcleos de Produção mais Limpa (BA, MG, RS, SC, PE, CE, RJ, MG) Núcleos de Econegócios do SEBRAE: Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, Amazonas, Brasília, Sergipe, Pará, Mato Grosso do Sul, Amapá, Rio de Janeiro, e Espírito Santo SEBRAE – Nacional - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI/SP – Centro de Tecnologias Limpas UFBA - Universidade Federal da Bahia/TECLIM
Quadro 1 – Instituições que atuam fomentando Tecnologias Limpas no Brasil – Elaborado pela autora da dissertação
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Espera-se que a investigação proposta nesta dissertação possa contribuir para a melhor
aplicabilidade da metodologia P+L nas empresas e/ou setores produtivos que serão
atendidos pelos NPLs, ou por outras instituições que fazem parte da Rede Brasileira de
Tecnologias Limpas.
2.4. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO/ P+L E TECNOLOGIA DE FIM DE TUBO
O Ministério do Meio-Ambiente e de Energia da Província de Ontário - Canadá, definiu
a Prevenção da Poluição como qualquer ação que reduza ou elimine a geração de
poluentes ou resíduos na fonte, provocando mudanças nos padrões de comportamento
industrial, comercial e geradores institucionais ou individuais. (SENAI, 1997)
A lei americana de Prevenção da Poluição de 1990- Pollution Prevention Act 1990
define a Prevenção de Poluição (P2) como quaisquer práticas que eliminem ou reduzam
a quantidade e/ou toxicidade de poluentes, substâncias perigosas ou contaminantes em
sua fonte de geração, prioritariamente à reciclagem, tratamento ou disposição final.
Segundo CNTL1 (2000), a Prevenção da Poluição inclui práticas que eliminam ou
reduzem o uso de materiais (nocivos ou inofensivos), energia, água ou outros recursos,
bem como privilegia aqueles procedimentos que protegem os recursos naturais através
da conservação e do uso mais eficiente.
Um programa de Prevenção da Poluição industrial é dirigido a todos os tipos de
resíduos e representa uma revisão abrangente e contínua das operações numa instalação,
visando a minimização dos resíduos.
Para que a implementação de um programa de Prevenção da Poluição numa empresa
seja eficaz, este deve:
• proteger o funcionário, a saúde pública e o meio ambiente;
• melhorar o moral e a participação dos funcionários;
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• reduzir os custos operacionais;
• melhorar a imagem da empresa;
• reduzir o risco de responsabilidade criminosa ou civil.
A definição oficial da Produção mais Limpa dada pela UNIDO é a aplicação contínua
de uma estratégia preventiva, econômica, ambiental e tecnológica integrada aos
processos e produtos, visando o aumento da eficiência no uso das matérias-primas, água
e energia, através da não geração, minimização, ou reciclagem de resíduos gerados nos
processos produtivos (CNTL1, 2000).
Para processos produtivos, a Produção mais Limpa inclui, o uso mais eficiente das
matérias-primas, insumos e energia, a redução dos materiais tóxicos e perigosos e a
minimização na fonte de resíduos sólidos, efluentes e emissões.
Para produtos, mais especificamente, a busca é pela redução dos impactos ambientais
associados a estes e a estratégia adotada é baseada em 02 instrumentos:
• ACV – Análise de Ciclo de Vida, instrumento de gestão que avalia o ciclo de
vida completo de um produto, desde a extração e processamento de matérias-
primas, fabricação, transporte e distribuição, uso e reuso, manutenção,
reciclagem e disposição final.
• Projeto para o meio Ambiente, DfE – Design for Environment, ou Ecodesign
que consiste no processo de desenhar, projetar um produto, de maneira que
este seja menos danoso ao meio ambiente. Pode ser considerado a parte do
ACV que objetiva a melhoria do produto. As bases conceituais desse
instrumento também podem ser utilizadas para pensar novos processos.
No nível da gestão, P+L implica em mudança de atitudes e comportamentos, de todos
os envolvidos no processo, propiciando uma nova prática de gestão empresarial,
impactando diretamente na melhoria do desempenho ambiental.
Pode-se entender, a partir das definições acima, que tanto a Prevenção da Poluição
como a Produção mais Limpa, pretendem integrar os objetivos ambientais ao processo
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de produção, a fim de reduzir os resíduos e as emissões em termos de quantidade e
toxicidade e desta maneira, reduzir custos num processo de melhoria contínua.
Segundo CNTL1 (2000), numa análise mais direta, pode-se assumir que a gestão
convencional de resíduos questiona: O que se pode fazer com os resíduos sólidos,
efluentes e as emissões existentes? Enquanto que, a Produção mais Limpa, proteção
ambiental integrada à produção, pergunta: De onde vem nossos resíduos sólidos,
efluentes e emissões e por que afinal, se transformaram em resíduos?
O Quadro 2 relaciona diferenças entre Tecnologias Fim de Tubo e Produção mais
Limpa.
TECNOLOGIAS FIM DE TUBO PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Como se pode tratar os resíduos e as emissões existentes?
De onde vem os resíduos e as emissões?
... pretende reação. ... pretende ação.
... geralmente leva a custos adicionais. ... pode ajudar a reduzir custos. Os resíduos e emissões limitados através de filtros e técnicas de tratamento; Soluções de Fim de Tubo; Tecnologia de reparo; Estocagem de resíduos.
Prevenção de resíduos e emissões na fonte; Evita processos e materiais potencialmente tóxicos.
Proteção ambiental entra depois do desenvolvimento de produtos e processos
Proteção ambiental entra como parte integral do design do produto e da engenharia de processo.
Problemas ambientais resolvidos a partir de um ponto de vista tecnológico.
Tenta - se resolver os problemas ambientais em todos os níveis / em todos os campos.
Proteção ambiental é um assunto para especialistas competentes.
Proteção ambiental é tarefa de todos.
... é trazida de fora. ... é uma inovação desenvolvida na empresa.
... aumenta o consumo de material e energia. ... reduz o consumo de material e energia. Complexidade e riscos aumentados. Riscos reduzidos e transparência aumentada. Proteção ambiental desce para preenchimento de prescrições legais.
Riscos reduzidos e transparência aumentada.
... resultado de um paradigma de produção do tempo em que os problemas ambientais não eram conhecidos.
... abordagem que pretende criar técnicas de produção para um desenvolvimento sustentável.
Quadro 2 – Diferenças entre Tecnologias Fim de Tubo e Produção mais Limpa Fonte: CNTL5, 2000
Segundo CNTL5 pode-se considerar ainda que a Prevenção da Poluição/Produção mais
Limpa, quando comparada às tecnologias de Fim de Tubo (focadas no tratamento e/ou
disposição de resíduos) apresenta várias vantagens:
• potencial para soluções econômicas na redução da quantidade de materiais
e energia usados;
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• indução a um processo de inovação dentro da empresa, devido a uma
intensa avaliação do processo de produção, a minimização de resíduos,
efluentes e emissões;
• redução dos riscos no campo das obrigações ambientais e da disposição de
resíduos devido ao fato de que a responsabilidade pode ser assumida para o
processo de produção como um todo;
• facilitação do caminho em direção a um desenvolvimento econômico mais
sustentado.
É importante salientar que o conceito de Produção mais Limpa, adotado pela
UNIDO/UNEP, tem como base o programa Ecoprofit - Projeto Ecológico para
Tecnologias Ambientais Integradas (Ecological Project for Integrated Environmental
Technologies) que visa fortalecer economicamente a indústria, através da Prevenção da
Poluição, inspirado pelo desejo de contribuir com a melhoria da situação ambiental de
uma região.
Baseado em problemas ambientais conhecidos, o Ecoprofit investiga o processo de
produção e as demais atividades de uma empresa e estuda-os do ponto de vista da
utilização de materiais e energia. Esta abordagem ajuda a induzir inovação dentro das
próprias empresas.
A partir dessa visão, são criteriosamente estudados os produtos, as tecnologias e os
materiais, a fim de minimizar as emissões e os resíduos e encontrar modos de reutilizar
os resíduos inevitáveis. Neste sentido, o Ecoprofit não representa uma solução para um
problema isolado, mas uma ferramenta lucrativa para estabelecer um conceito holístico,
ou seja, de visão do processo como todo de maneira integrada.
O prefixo “eco” da palavra Ecoprofit tem um significado triplo, nomeadamente:
• benefício ecológico;
• benefício econômico;
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• em alusão ao significado etimológico da palavra grega oikos – casa (evoca
a proposta de encontrar soluções para a manutenção da casa –
“housekeeping- Boas Práticas Operacionais”.
Nesse contexto, o sucesso da implantação de um programa baseado no Ecoprofit,
depende do nível de comprometimento dos empregados, tendo em vista que o know-
how, ou seja, conhecimento que estes detém sobre o processo produtivo, é essencial
para identificar as situações-problema e propor alternativas que resultem numa melhoria
do desempenho ambiental da empresa. Deste ponto de vista, o Ecoprofit tem, acima de
tudo, o propósito de ser um auxílio em direção à auto-ajuda.
2.5.RESUMO DO CAPÍTULO 2
A intensificação dos processos produtivos levou a degradação ambiental e
consequentemente a necessidade de se adotar práticas de gestão ambiental como
Produção mais Limpa e Prevenção da Poluição baseadas nos três pilares da
Ecoeficiência: ambiental, econômico e social.
Com o objetivo de promover a internalização dessas práticas de gestão, foi criada a
Rede Brasileira de Produção mais Limpa pelo CEBDS, formada pelos Núcleos de
Produção mais Limpa, que atuam para melhorar o desempenho ambiental do setor
produtivo, a exemplo do trabalho que foi feito com a EMBASA, estudo de caso dessa
dissertação.
O princípio diretivo da Produção mais Limpa, determina que a gestão ambiental focada
na Prevenção de Poluição baseia-se no novo paradigma de que gerar resíduos representa
uma ineficiência do processo produtivo, pois isto significa transformar matérias-
primas/insumos, com alto valor agregado, em produtos de baixo, ou nenhum valor, (os
resíduos), que podem ainda, adicionar mais custos ao processo produtivo quando são
tratados/dispostos, através da tecnologias de Fim de Tubo.
A diferença essencial entre a gestão convencional de resíduos focada em Fim de Tubo e
a Produção mais Limpa (P+L), está no fato de que esta última, não trata simplesmente
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dos sintomas, tentando atingir a raiz do problema ambiental. Uma característica adicional
que pode ser salientada é que P+L propõe uma visão integrada da empresa, o que significa
dizer que, na avaliação do processo produtivo, buscando as causas dos problemas
ambientais, todos os aspectos são considerados, matérias-primas, energia, produtos,
resíduos sólidos, emissões, assim como também, as interações entre eles.
O conceito de Produção mais Limpa, adotado pela UNIDO/UNEP, objeto de estudo dessa
dissertação, tem como base o programa Ecoprofit - Projeto Ecológico para Tecnologias
Ambientais Integradas (Ecological Project For Integrated Environmental Technologies)
que visa fortalecer economicamente a indústria através da Prevenção da Poluição.
O sucesso da implantação de um programa baseado no Ecoprofit, depende
principalmente, do nível de comprometimento dos empregados, tendo em vista que o
know-how, ou seja, conhecimento que estes detém sobre o processo produtivo, é
essencial para identificar as situações-problema e propor alternativas que resultem numa
melhoria do desempenho ambiental da empresa.
A avaliação dos dados gerados no trabalho junto à EMBASA, deverá checar se a
metodologia P+L é um instrumento eficaz para tornar os conceitos referidos
anteriormente, aplicáveis de maneira prática, num processo produtivo, tornando-o mais
ecoeficiente.
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A metodologia de Produção mais Limpa é o resultado de um esforço conjunto da UNIDO -
Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial e a UNEP - Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente, visando uma melhor gestão de resíduos, a partir
da minimização dos desperdícios energéticos e de materiais.
Para reforçar o comprometimento público dos órgãos de governo e das empresas com a
prática de Produção mais Limpa, a UNEP lançou em 1998, a Declaração Internacional
Sobre Produção mais Limpa. Segundo Prestrelo e outros (2000), “a declaração é um
conjunto de princípios que, uma vez implementados, promove aumento da
conscientização, compreensão e consequentemente uma maior demanda por Produção
mais Limpa”.
3.1. DECLARAÇÃO INTERNACIONAL SOBRE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
A Declaração prioriza 06 linhas mestres: Liderança, Conscientização, Educação e
Treinamento, Integração, Pesquisa e Desenvolvimento, Comunicação e Implementação.
Esta ainda orienta as ações a serem tomadas relacionadas a cada linha mestre para que a
Produção mais Limpa seja colocada em prática.
O Quadro 3 a seguir apresenta os comprometimentos que compõem a Declaração de
Produção mais Limpa.
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Liderança
Usar nossa influência: • Para encorajar a adoção de práticas de produção e consumo
sustentáveis, através do nosso relacionamento com as partes interessadas.
Conscientização, Educação e Treinamento
Construir capacidades/capacitações: • Pelo desenvolvimento e condução de programas de
conscientização, educação e treinamento dentro da nossa organização;
• Pelo encorajamento da inclusão dos conceitos e princípios nos currículos educacionais em todos os níveis.
Integração
Encorajar a integração de estratégias preventivas: • Em todos os níveis da organização;
• Dentro dos sistemas de gestão ambientais;
• Pelo uso de ferramentas tais como avaliação de desempenho ambiental, contabilidade ambiental, impacto ambiental, ciclo de vida e avaliações de Produção mais Limpa.
Pesquisa e Desenvolvimento
Criar soluções inovadoras: • Pela promoção de uma mudança de prioridade da estratégia
de “Fim de Tubo” para preventiva, em nossas políticas e atividades de pesquisa e desenvolvimento;
• Pelo apoio ao desenvolvimento de produtos e serviços que são ambientalmente eficientes e atendimento às necessidades dos consumidores.
Comunicação
Compartilhar nossas experiências: • Pelo reforço ao diálogo sobre a implementação de
estratégias preventivas e informação às partes interessadas externas sobre os seus benefícios.
Implementação
Tomar ações para adotar a Produção mais Limpa: • Pelo estabelecimento de metas desafiadoras e o relato
regular do progresso através de sistemas de gestão existentes;
• Pelo encorajamento de novos e adicionais financiamentos e investimentos em opções por tecnologias preventivas, e promoção de cooperação e transferência de tecnologias ambientalmente adequadas entre países;
• Através da cooperação com a UNEP e outros parceiros e partes interessadas no apoio a esta declaração e na análise crítica do sucesso de sua implementação.”
Quadro 3 – Declaração de Produção mais Limpa Fonte: Prestrelo et al. (2000) traduzido do site da UNEP (2001).
Para disseminar a metodologia no mundo, a estratégia adotada pela UNEP foi implantar
Centros Nacionais de Tecnologias Limpas – CNTL, envolvendo como parceiros um
país chamado “donante” (Holanda, Alemanha, Suíça e Áustria) responsável pelo suporte
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técnico/financeiro e um “hospedeiro” (países sub e semidesenvolvidos no mundo) a
serem beneficiados pelo programa. (vide Figura 1)
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Figura 1 – Países “Hospedeiros” dos Centros Nacionais de Tecnologias Limpas Fonte: CNTL1, 2000
A instalação de um CNTL no Brasil, no entanto, não contou com a parceria de um país
“donante”, tendo esta iniciativa obtido o suporte técnico/financeiro do SENAI, com o
compromisso de atuar como agente disseminador da metodologia, junto ao parque
industrial brasileiro. Atualmente, o CNTL-SENAI/RS desenvolve programas de P+L
também em instituições e empresas de outros países como Paraguai, Equador e
Moçambique.
A implantação do Programa de Produção mais Limpa (P+L) numa empresa, baseada na
metodologia desenvolvida pela UNIDO/UNEP, consiste na avaliação do processo
produtivo, seja qual for a natureza, e na aplicação de técnicas que podem envolver desde a
mudança de matéria-prima/insumo, consumo de água e de energia, tecnologia/processo,
procedimento operacional, até a mudança do próprio produto que pode ser considerado
ambientalmente incorreto.
O processo de implantação de P+L, segundo a metodologia da UNIDO/UNEP, segue o
fluxo apresentado na Figura 2 a seguir.
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Figura 2 – Fluxograma de Implantação de Produção mais Limpa - Metodologia UNIDO/UNEP Fonte: CNTL1, 2000
Na sequência faz-se uma descrição das etapas constantes no fluxograma de implantação
de P+L representado na Figura 2 acima.
��Processo de Sensibilização
O processo ocorre a partir da apresentação, aos funcionários, de conceitos de P+L e das
vantagens de sua implantação na empresa. É importante colocar que o processo de
sensibilização, juntamente com os resultados gerados, deve fazer com que a empresa
que adota o programa, perceba claramente que este torna o processo produtivo mais
eficiente no emprego de matérias-primas e insumos, gerando mais produtos e menos
resíduos, trazendo benefícios tecnológicos, ambientais, econômicos e outros,
contribuindo para a sustentabilidade e o aumento de competitividade.
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��Elaboração de diagnóstico ambiental
Este processo funciona como um Raio X da empresa em relação aos aspectos
ambientais relacionados com o processo produtivo, sinalizando os pontos críticos que
deverão constituir as oportunidades de P+L. Todos os dados são coletados e registrados
num modelo padrão de Relatório.
��Construção de um diagrama de bloco do fluxo do processo produtivo
Na fase do diagnóstico, a orientação é no sentido de elaborar um fluxograma do
processo produtivo com todas as etapas e principais fluxos de materiais dentro da
empresa. A coleta de dados deve ter como foco os inputs (entradas: matérias-
primas/insumos) e outputs (saídas: produtos, resíduos sólidos, líquidos e emissões
atmosféricas) relacionados com cada etapa do processo. A representação do processo
produtivo pode ser feita através de um diagrama de bloco semelhante ao apresentado na
Figura 3.
Figura 3 – Diagrama de Bloco Fonte: CNTL5 , 2000
��Identificação das fontes geradoras de resíduos que podem ser tratadas
como oportunidades de Produção mais Limpa
Há uma infinidade de campos que devem ser levados em conta no levantamento de
dados priorizando os principais aspectos que podem indicar a origem dos resíduos e
Entradas Etapas Saídas
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emissões e sinalizar as oportunidades de Produção mais Limpa. A seguir apresenta-se
alguns aspectos:
• pessoal (falta de pessoal qualificado);
• tecnologias (uso de tecnologias ultrapassadas);
• matérias-primas (uso de recursos não renováveis e compostos tóxicos);
• produtos (de difícil degradabilidade – pós uso);
• capital (escassez de recursos financeiros);
• know-how do processo (resistência a mudança);
• fornecedores/parceiros comerciais (falta de alinhamento com os princípios de
gestão ambiental adotados).
��Levantamento quali-quantitativo dos resíduos;
Ressalta-se que a coleta de dados é a base da Produção mais Limpa. Portanto, para
assegurar informações que possam representar a realidade do processo, é preciso:
• ter como referência geral o fluxograma do processo (diagrama de bloco);
• determinar onde serão coletados os dados (o ideal é considerar a empresa
como todo);
• usar uma base de dados atualizada;
• determinar os limites do balanço de massa e energia (o princípio de
conservação de massa e energia estabelece que tudo que entra em um
processo deve deixá-lo: ou é estocado, ou é transformado em outro material);
• observar os pontos de monitoramento dos recursos materiais (entrada, ou seja,
no momento em que foram adquiridos; no ponto de uso (na máquina), na
unidade de produção e no ponto de saída - isto é, no momento em que deixam o
processo.
Os dados coletados, devem responder às seguintes questões:
• Quanta matéria-prima e auxiliares de processo e quanta energia usamos?
• Quantos resíduos e emissões são produzidos?
• De qual/quais parte(s) do processo eles vêm?
• Que resíduos são prejudiciais/precisam ser controlados e por quê?
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• Que porção das matérias-primas e auxiliares de processo se torna resíduo?
• Que porção das matérias-primas e auxiliares de processo se perde na forma
de emissões voláteis?
• Quais são os custos incorridos devido à disposição de resíduos e a perda de
matérias-primas?
Para facilitar a tarefa de sistematização de informações são apresentados no anexo desta
dissertação, exemplos de folhas de trabalho que compõem o modelo de Relatório de
Implantação de Produção mais Limpa:
Folha de trabalho 1: registro quali-quantitativo dos principais produtos/serviços produzidos.
É interessante trabalhar sempre com uma única unidade de medida .
Folha de trabalho 2: registro dos resíduos e emissões mais importantes incluindo-se
resíduos de água e de ar. Além das quantidades produzidas, há também perguntas sobre
custos unitários com compra e disposição, os quais devem ser indicados em unidade
monetária por unidade quantitativa. A despesa total em unidades monetárias é calculada do
custo unitário multiplicado pela quantidade.
Folha de trabalho 3: registro das quantidades de matérias-primas e auxiliares mais
importantes do processo. Os custos unitários e totais são de grande interesse, assim como
também o objetivo de uso. Recomenda-se determinar o percentual, de qualquer matéria-
prima usada para a produção. Se não houver dados de medidas disponíveis, deve-se estimar
da melhor maneira possível. A matéria-prima/auxiliar considerada como tóxica, deve ser
identificada.
Folha de trabalho 4: Registro das Técnicas de Redução da Poluição, utilizadas para
minimizar ou prevenir, cada resíduo do processo produtivo. Pode-se gerar folhas
separadas para diferentes tipos de resíduos e emissões.
Folha de trabalho 5: Registro dos resíduos por categoria. Resíduos e emissões podem ter
origem em diferentes matérias-primas por diferentes razões. Se for estabelecida uma
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lista de origens possíveis, os resíduos e emissões poderão ser classificados de acordo
com estas.
O Quadro 12, incluído no anexo desta dissertação, contém 11 categorias, para as quais
podem ser aplicadas várias estratégias com o objetivo de evitar ou minimizar resíduos e
emissões. Este quadro pode ser usado para ajudar no preenchimento da folha de trabalho
5, referida anteriormente.
��Identificação das técnicas aplicáveis.
Este processo pressupõe uma análise das oportunidades de Produção mais Limpa
identificadas no levantamento de informações sobre o processo produtivo e um estudo
de alternativas de técnicas de redução de poluição passíveis de serem implementadas.
Quando perguntado sobre os fatores que influenciam na geração de resíduos e emissões,
pode-se pensar primeiro na tecnologia usada na empresa. Certamente esta desempenha
um papel importante neste contexto, mas isto não deve levar à conclusão, de que a única
alternativa a ser proposta, refere-se a possibilidade de utilizar uma nova tecnologia.
Outras possibilidades podem e devem ser avaliadas, em conjunto, ou isoladamente,
inclusive levando em consideração a relação custo/benefício, a disponibilidade de
recursos, grau de complexidade etc.
A implementação das medidas deve ser feita a partir do estabelecimento de um plano de
ação, com as ações a serem tomadas a curto, médio e longo prazo, os responsáveis pela
implementação, os recursos necessários e outros itens considerados importantes.
Recomenda-se que as intervenções sejam gradativas e contínua, tendo como princípio
diretivo a Produção mais Limpa.
Com base nas considerações apresentadas acima, é possível utilizar técnicas, ou
medidas entendidas como de Produção mais Limpa, visando a minimização de resíduos.
Apresenta-se estas alternativas na Figura 4 a seguir.
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Figura 4 – Organograma de Produção mais Limpa Fonte: CNTL5, 2000
Esse organograma tem a sua origem no Manual de Minimização de Resíduos EPA,
atrelado ao Waste Minimization Program (WMP), Programa de Minimização de
Resíduos, proposto pela EPA – Environmental Protection Agency - Agência de Proteção
Ambiental dos Estados Unidos, em 1984, com o objetivo de empreender ações para
reduzir o volume e toxicidade de resíduos gerados nos processos produtivos.
O programa WMP, forneceu toda a base conceitual da metodologia P+L desenvolvida
pela UNIDO/UNEP, a qual classificou as medidas relacionadas na Figura 4 –
Organograma de Produção mais Limpa, em níveis de eficiência de P+L, de acordo com
os critérios apresentados a seguir.
��Nível 1- quando são priorizadas medidas para resolver o problema na sua fonte
geradora podem consistir: modificações tanto no próprio produto (projeto
ecológico, ou ecodesign), como no processo de produção (uso cuidadoso de
matérias-primas, mudanças organizacionais), substituição de matérias-
primas/insumos tóxicos.
��Nível 2 (reciclagem interna) - quando não é possível evitar os resíduos com a ajuda
das medidas classificadas como de nível 1, estes podem ser reintegrados ao processo
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de produção da empresa: dentro do próprio processo original de produção, em outro
processo, ou através da recuperação parcial de uma substância residual.
��Nível 3 (reciclagem de resíduos e emissões fora da empresa) - através de reciclagem
externa ou de uma reintegração ao ciclo biogênico (compostagem).
Assim, verifica-se que as opções de técnicas P+L, devem ser analisadas e selecionadas,
priorizando, sempre que possível, as alternativas do nível 1 (redução na fonte), seguida
das do nível 2 e posteriormente do nível 3.
��Definição de indicadores e elaboração do plano de monitoramento
Uma vez identificadas as oportunidades e técnicas aplicáveis, define-se metas de
redução e indicadores que permitam uma verificação quanto ao cumprimento destas.
Segundo Baptista e outros (2001), indicadores ambientais são instrumentos destinados
ao planejamento, controle e monitoramento de uma organização, tendo como base os
aspectos mais significativos. Além disso, servem para a determinação de potenciais de
minimização da poluição e para o incremento da comunicação com partes interessadas
internas e externas.
Segundo os autores, existem vários tipos de indicadores e a escolha desses deve ser
criteriosa, de maneira que os mesmos contribuam efetivamente para embasar o plano de
monitoramento dos aspectos considerados críticos na organização. Os indicadores
podem ser:
��Indicadores de desempenho, os associados ao aspectos ambientais de uma
organização:
- Indicadores absolutos, os que representam uma medição fixa. Ex:
Quantidade de resíduo gerado.
- Indicadores relativos, os que definem o desempenho ambiental em relação
a uma segunda medição (ao tempo ou desempenho da produção). Exs.:
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consumo de água/tonelada de produto produzido/ano; consumo de energia
kWh/tonelada de produto produzido/ano; tonelada de um resíduo X
gerada/tonelada de produto produzido/ano.
��Indicadores de gestão, os relacionados com o controle e informação interna: Ex:
percentagem de unidades da organização certificadas.
��Indicadores de condição ambiental, os quais descrevem a qualidade ambiental da
circunvizinhança da empresa e depende normalmente de fatores que extrapolam os
limites da área de sua influência. Ex: nível de ruído na circuvizinhança à empresa
��Indicadores de custos, os relativos: a aquisição de matéria-prima, transporte,
manuseio e tratamento de resíduos.
Para elaborar um Plano de Monitoramento é necessário determinar o objetivo da
medida, responsável pela medição, intervalos, estratégia de medição e freqüência de
medição dos indicadores, a qual deve ser avaliada em função dos fatores que impactam
no nível de variação da medida.
A partir do monitoramento dos indicadores, pode-se avaliar o atingimento das metas de
redução a serem atingidas (desempenho), podendo haver demandas para ações
corretivas com o objetivo de melhoria contínua.
��Avaliação técnica, ambiental e econômica
Segundo CEBDS (2003) na avaliação técnica são consideradas as propriedades e
requisitos que as matérias-primas e outros materiais devem apresentar para o produto
que se deseja fabricar, de maneira que se possa propor alterações.
Nesse processo leva-se em conta o impacto das medidas em relação ao meio ambiente e
a avaliação econômica que consiste no levantamento do custo atual com uma
determinada operação e o custo (esperado) após a implementação da medida de P+L,
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para em seguida, verificar o investimento necessário para implementar as medidas
propostas e calcular em quanto tempo o investimento se pagará, ou seja, o tempo de
retorno (em número de meses), a partir da fórmula a seguir:
Período de retorno = investimento/ 12 x (custo atual – custo esperado)
��Avaliação dos resultados obtidos: benefícios econômicos, ambientais
tecnológicos e outros
No fechamento do Relatório de Implantação de Produção mais Limpa é fundamental
também, fazer a análise quali-quantitativa dos benefícios obtidos com o programa. A
exemplo de:
• Benefícios ambientais - % redução de: resíduos sólidos, emissões
atmosféricas e efluentes líquidos.
• Benefícios econômicos - % redução de custos com tratamento de: resíduos
sólidos, efluentes líquidos; emissões atmosféricas, consumo de energia elétrica e
água.
• Benefícios tecnológicos - adoção de tecnologias limpas, upgrade de
equipamentos diversos.
• Benefícios na saúde ocupacional - % redução no índice de doenças
ocupacionais.
• Benefícios sociais - melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e de
comunidades circunvizinhas.
Vale ressaltar a importância de se manter um registro fotográfico de situações na
empresa, antes da Produção mais Limpa, e depois, para efeitos comparativos e
estimuladores no processo de implantação de P+L.
Todas as fases da implantação do Programa só podem ser realizadas com o total
envolvimento e comprometimento principalmente da alta direção, a fim de garantir a
introdução e internalização do conceito e prática de Produção mais Limpa na empresa,
impactando diretamente no gerenciamento ambiental.
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Neste sentido, a metodologia orienta para que seja formada uma equipe (Ecotime) para
coordenar as ações de implementação envolvendo trabalhadores da empresa com as
seguintes características:
• liderança • motivação • representatividade • envolvimento com a equipe de trabalho • responsabilidade • autoridade
O papel do Ecotime deve ser:
• coletar e analisar as informações de consumo e geração de resíduos
• levantar as atuais práticas e procedimentos da planta industrial
• estabelecer e avaliar novas oportunidades
• implementar e dar continuidade às ações
• multiplicar os conhecimentos adquiridos
��Considerações Finais sobre a metodologia
Verifica-se que o fluxograma da metodologia P+L desenvolvida pela UNIDO/UNEP,
apresenta praticamente o mesmo fluxograma do Manual de Minimização de Resíduos -
EPA,1988. No entanto, a ênfase dada na aplicação do Manual P+L, adaptado pela
UNIDO/UNEP, não é para a minimização de resíduos perigosos, como acontece com o
Manual da EPA.
A metodologia P+L UNIDO/UNEP sinaliza para a necessidade de reduzir material
tóxico, mas seu maior foco está em reforçar a identificação de causas de desperdícios,
deficiência de operação e na minimização da geração de resíduos em geral, orientando
para uma intervenção mais ampla no processo produtivo (COELHO, 1999).
Algumas iniciativas estão sendo tomadas visando reduzir a toxicidade na linha de
processo, requisito básico do princípio da Prevenção da Poluição. O Instituto para a
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Redução do Uso de Compostos Tóxicos (TURI), da Universidade de Massachusetts, em
Lowell (http://turi.uml.edu/), vem desenvolvendo estudos nas áreas de solventes
alternativos, métodos para limpeza de superfícies e tratamento de metais.
Segundo Greenpeace (2003), nos Estados Unidos a melhor estratégia proposta para
eliminar as substâncias tóxicas de processos de produção foi a introdução de
proibições e reduções progressivas em âmbito nacional e regional.
São exemplos: chumbo, PCBS (bifenilas policloradas), DDT (dicloro-difenil-
tricloroetano) e mercúrio. Outros materiais tóxicos marcados para eliminação gradativa
constam da lista preparada pela Inspetoria Nacional de Substâncias Químicas da Suécia
(KEMI).
3.2. TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA POLUIÇÃO
A técnicas apresentadas na Figura 4 – Organograma de Produção mais Limpa
representam na verdade, categorias de medidas que podem envolver diferentes tipos de
intervenção no processo, produto, ou até mesmo, nos princípios diretivos que
caracterizam a gestão da empresa, visando a minimização de resíduos.
No entanto, LaGrega (1994) propõe um Organograma mestre das ações para prevenção
e controle da poluição, apresentado na Figura 5, que inclui as tecnologias de Fim de
Tubo, entendendo que apesar destas não focarem na identificação da causa do problema,
conforme o conceito de Prevenção da Poluição/Produção mais Limpa, estas também
contribuem para a redução da poluição.
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Figura 5 – Organograma mestre das ações para prevenção e controle da poluição Fonte: La GREGA, 1994
Vale salientar que esse organograma, assim como o da Figura 4 – Organograma de
Produção mais Limpa apresentado anteriormente, também tem sua base no Programa
de Minimização de Resíduos proposto pela EPA.
Entende-se que o organograma de LaGrega pode ajudar bastante na etapa de definição
das técnicas P+L a serem adotadas quando da aplicação da metodologia no processo
produtivo, pois este apresenta exemplos de medidas e ainda um indicativo de ordem de
priorização das técnicas, (da esquerda para direita), portanto a opção mais desejável é
adotar as técnicas de redução na fonte seguida de reciclagem interna; reciclagem externa
e por último, a opção das tecnologias de Fim de Tubo, situadas na última coluna à
direita (tratamento de resíduos).
Na prática, o processo de definição da medida a ser adotada, deve considerar também as
características do processo produtivo, custos de implementação das propostas, retorno
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financeiro e o benefício que decorrerá da implementação da medida, para avaliar melhor
a relação custo/benefício.
A seguir, apresenta-se as medidas que compõem o organograma, para facilitar o processo
de decisão na seleção da alternativa mais adequada visando, prioritariamente, evitar e/ou
minimizar a geração de resíduos na linha do processo produtivo.
3.2.1. Mudança do Produto
A modificação de um produto para evitar a geração de resíduos depende de uma
avaliação de mercado e requer uma visão de longo prazo por parte do produtor.
Contudo, oportunidades de menor complexidade podem surgir se esta opção for
considerada. Shen (1999), sugere os seguintes critérios para o projeto de novos produtos
(ecodesign) ou Design for Environment ( DfE):
• usar recursos naturais renováveis;
• usar material reciclado;
• usar menos solventes tóxicos ou substituí-los por produtos menos tóxicos;
• reutilizar sucatas e materiais em excesso;
• usar tintas com base de água em vez de solventes orgânicos;
• reduzir o uso de embalagem;
• produzir produtos com mais partes substituíveis, ou que possam ser
consertadas;
• produzir bens mais duráveis;
• produzir bens e embalagens que possam ser reutilizados pelos consumidores;
• fabricar produtos recicláveis.
Esta é uma tendência futura, considerada pelos ecologistas industriais, que exige uma
mudança profunda na forma como se produz atualmente (KIPERSTOK et al 2002). A
tendência que os autores referem-se é sustentada pelos conceitos de Ecologia Industrial
(EI), Projeto para o Meio Ambiente (DfE) e Análise de Ciclo de Vida (ACV). A seguir, vê-
se exemplos de Medidas de Controle na Fonte.
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3.2.2. Mudança no Processo
O uso de vapor de água na indústria para controlar reações químicas é muito comum. A
água retirada do produto, através de processos de separação como o de destilação, fica
normalmente contaminada com hidrocarbonetos e outros compostos, sendo descartada
como efluente, indo para tratamentos que normalmente retiram os contaminantes da fase
líquida convertendo-os em borras, ou lodos, sem valor econômico e que, por sua vez,
demandam também serem tratados e ou dispostos adequadamente.
Modificações no processo podem permitir o reciclo da água e, em alguns casos, até a
recuperação de matérias-primas, transformando perdas em ganhos econômicos e
ambientais. De acordo com o organograma de LaGrega, as medidas/técnicas de Produção
mais Limpa que possibilitam modificação dos processos de produção visando Controle na
Fonte, podem consistir em:
• mudança de matérias-primas/insumos
• adoção de boas práticas operacionais (housekeeping)
• mudança de tecnologia
No entanto, muitas modificações podem ser introduzidas de forma simples e a partir do
bom senso, quando se observa o processo, no qual se trabalha durante anos, com novos
olhos. Exemplos: uso de linhas de efluentes, a depender da característica, para make-up
de uma torre de refrigeração; retorno de condensados para uso como água
desmineralizada em outros processos; uso dos equipamentos, conforme recomendado
pelo fabricante. (KIPERSTOK et al., 2002)
3.2.3. Boas Práticas Operacionais (Good Housekeeping Practices)
Boas práticas operacionais são medidas consideradas simples, que não demandam
grandes investimentos, em alguns casos nenhum investimento, e têm impacto positivo
no processo. A adoção dessas medidas depende de uma gestão que priorize a
minimização de resíduos, a partir de uma avaliação crítica do processo produtivo, no
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âmbito da organização. O programa 33/50 da EPA, agência ambiental dos EUA, apresenta
uma extensa lista de experiências neste sentido.
As medidas de Boas Práticas Operacionais podem ser de 03 Tipos:
• Substituição/adequação de equipamentos – utilização de equipamentos mais
eficientes que reduzam consumo de energia. A depender da importância do
equipamento no processo produtivo, esta medida pode ser classificada como
de modificação tecnológica.
• Mudança de procedimento - treinamentos e conscientização das pessoas,
adoção de práticas ambientalmente corretas, padronização de procedimentos
(implantação de sistemas de qualidade), estabelecimento de critérios na
escolha de terceiros, melhor especificação final dos produtos.
• Mudança de condições operacionais - vazão, temperatura, pressão, tempo de
funcionamento, layout das instalações, condições de iluminação, ventilação,
meios de transporte e distribuição, redução na produção de resíduos e de
produtos secundários de menor valor.
3.2.4. Mudança de Matérias-Primas/Insumos
Segundo Kiperstok, et al (2002) a substituição de insumos e produtos, em geral, mas
não sempre, envolve processos de decisão que podem ser complexos e extremamente
dependentes de cada processo e das condições externas.
A utilização de Análise de Ciclo de Vida auxilia na identificação de oportunidades e na
escolha das alternativas de menor impacto. A seguir, apresenta-se no Quadro 4 alguns
exemplos de substituição de Matéria-Prima/Insumo e os impactos positivos para o meio
ambiente.
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MATÉRIAS-PRIMAS/INSUMOS ALTERNATIVAS BENEFÍCIOS AMBIENTAIS
DDT e outros pesticidas organoclorados usados no controle de pragas
Substituição por organofosforados e piretróides
Reduz a quantidade de substâncias tóxicas na cadeia alimentar
Produtos químicos em pó Substituição por produtos químicos em pellets
Evita emissão atm. e perdas de embalagens
Tintas à base de óleo Substituição por tintas à base de água
Reduz compostos orgânicos voláteis
Catalisadores Desenvolvimento ou uso de Catalisadores que sejam de fácil recuperação, tenham maior tempo de vida e sejam recicláveis.
Reduz a geração de resíduos tóxicos e o impacto decorrente do descarte.
Papel branqueado com cloro Substituição por papel reciclado
Reduz o uso de agentes tóxicos ao meio ambiente
Quadro 4 – Exemplos de substituição de Matéria-Prima/Insumo e os impactos positivos para o meio ambiente Fonte: KIPERSTOK et al. 2002
3.2.5. Mudança da Tecnologia
Uma série de medidas consideradas de cunho tecnológico podem ser aplicadas visando
evitar perdas, reduzir consumo de energia e quantidade de resíduos gerados num processo
de produção. Estas medidas podem consistir em alterações do próprio processo,
reconstruções relativamente simples ou instalação de equipamentos mais sofisticados que
podem inclusive, mudar as condições operacionais.
Vale salientar que freqüentemente estas medidas precisam ser combinadas com Boas
Práticas Operacionais, também conhecidas como “housekeeping” – melhoria na
manutenção da casa, e/ou com o uso de matérias-primas/insumos modificadas.
(CNTL1,2000). No Quadro 5, a seguir temos exemplos de medidas que podem ser
adotadas:
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MEDIDAS BENEFÍCIOS
• Utilização de novas técnicas de extração e separação
Eliminação do uso de solventes orgânicos e maior eficiência no retorno de subprodutos a processo
• Instalação de detectores de movimento para ligar/desligar sistema de iluminação e aquecimento no local de trabalho.
• Uso de maquinário com controle de velocidade: bombas alimentadoras, ventilação, exaustores de gás combustível, etc.
Redução de consumo de energia
Quadro 5 – Exemplos de medidas de Boas Práticas Operacionais Fonte: KIPERSTOK et al. 2002
3.2.6. Reuso, Reciclagem Interna e Externa
Reuso é o aproveitamento de um resíduo, ou efluente, diretamente em um outro processo,
sem qualquer adequação das características. Na reciclagem, o resíduo é modificado para
atender aos requisitos de um outro processo. De acordo com o Organograma de LaGrega, as
medidas de reuso, reciclagem interna e externa de resíduos, só devem ser consideradas,
depois de esgotadas as opções de redução e controle na fonte.
Graedel e Allenby (1995) apontam para algumas práticas interessantes para minimizar
perdas materiais e energéticas e facilitar a reciclagem de materiais:
• minimizar o número de componentes e materiais diferentes nos produtos a
serem reciclados;
• evitar usar compostos tóxicos e, quando isto não é possível, facilitar sua
identificação e remoção;
• evitar montar peças de materiais diferentes, de forma que sua separação seja
difícil.
Ainda de acordo com o organograma LaGrega, a reciclagem interna tem prioridade em
relação à externa. A seguir, no Quadro 6, alguns exemplos de medidas que podem ser
implementadas relacionadas com reuso e reciclagem de resíduos.
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MEDIDAS BENEFÍCIOS • Uso de mistura de óleos contaminados com combustível para queima em caldeiras.
Redução de resíduos a partir do reaproveitamento de óleos contaminados.
• Reuso da água que sai como efluente a partir da segregação e caracterização das correntes e uso em processos menos exigentes.
Redução o consumo de água, na geração de efluentes líquidos, podendo alterar a carga final do poluente na saída para tratamento final. Uso Racional de Recurso natural.
• Segregação dos resíduos tóxicos, dos resíduos convencionais: (administrativo, refeitórios, etc.)
Redução de custos de tratamento e de riscos ocupacionais.
Quadro 6 – Exemplos de medidas que podem ser implementadas relacionadas com reuso e reciclagem1 de resíduos Fonte: KIPERSTOK et al. 2002
3.2.7. Embalagens e Transporte
Um outro aspecto que deve ser considerado de maneira transversal, na aplicação de
medidas/Técnicas de Redução da Poluição, em processos produtivos, é o relacionado
com embalagens e transportes. No EUA, cerca de 40% das embalagens são utilizadas
para transferir produtos entre corporações com o objetivo de reduzir a geração de
resíduos. Graedel e Allenby (1995) priorizam as práticas relacionadas com as
embalagens da seguinte forma:
1. Não usar;
2. Reduzir a quantidade;
3. Optar por embalagens consumíveis, retornáveis, que possam ser reenchidas
ou reutilizadas;
4. Usar embalagens recicláveis.
Quanto ao transporte, recomenda-se a adoção de procedimentos como: escolha de
fornecedores alinhados com os princípios de Prevenção da Poluição, armazenamento
adequado para evitar derramamentos, atendimentos a requisitos legais e normas
técnicas de transporte de materiais etc.
1 No site do CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem: http://www.cempre.org.br/index2.htm
podem ser encontrados vários estudos de casos de reciclagem.
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3.3. A METODOLOGIA DE P+L COMO INSTRUMENTO DE MARKETING
Pode-se dizer que a Produção mais Limpa provoca uma mudança de comportamento
organizacional, pois leva a repensar o processo produtivo, de forma a atender aos
requisitos ambientais e de mercado, no sentido da minimização de resíduos. Trata-se
portanto, de um programa que contempla os aspectos qualitativos e quantitativos de
melhoria dos produtos, serviços e seus efeitos ao meio ambiente e à qualidade de vida
das pessoas.
Como foi visto anteriormente, a implantação de um programa de Produção mais Limpa
numa empresa, é reconhecido como uma prática de gestão ambiental de grande eficácia,
no entanto, não visa a certificação. O grande diferencial deste programa está no fato de
que o mesmo, tem foco na melhoria do desempenho ambiental e normalmente requer
menos investimentos que outros instrumentos de gestão ambiental pois não demanda,
por exemplo, custos com processos de certificação.
Os resultados obtidos pelo CNTL-SENAI/RS na implantação de P+L em várias
empresas no Brasil, encontram-se disponíveis no site: http://www.rs.senai.br/cntl.
A implantação de programa P+L pode ser também uma opção bastante interessante para
as micro, pequenas e médias empresas que normalmente dispõem de poucos recursos,
principalmente financeiros e humanos. Segundo CNTL5 (2000), existem no entanto,
algumas barreiras para implantação de P+L que precisam ser vencidas:
• Parâmetros legais: a empresa pode limitar o seu desempenho ambiental em
função do atendimento ao requisito legal, consolidando uma ação reativa,
impedindo assim, o processo de melhoria contínua.
• Barreiras econômicas: algumas medidas para solucionar problemas
ambientais podem requerer investimentos financeiros e a empresa pode não
dispor destes.
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• Falta de informações sobre as vantagens da Produção mais Limpa: as
empresas não têm a prática de quantificar os custos ambientais associados
ao processo produtivo para determinar quanto isto representa no preço do
produto.
• Barreiras comportamentais: a metodologia P+L, desenvolvida pela UNIDO é
baseada na coleta de dados através de medições e há muita resistência na
realização desta tarefa, pois muitas vezes a empresa não dispõe de
equipamentos adequados.
• Falta de integração entre os diversos setores de uma empresa, em relação aos
seus problemas ambientais e de produção: os setores das empresas atuam
normalmente de forma dissociada, o que dificulta a visão integrada do
processo produtivo.
• Busca de qualidade sem passar pela Produção mais Limpa: as empresas
ainda não têm a prática de associar o conceito de qualidade do
produto/processo ao impacto causado no meio ambiente.
• Busca da Tecnologia Limpa diretamente, sem passar pela Produção mais
Limpa: a Tecnologia Limpa é uma alternativa de Produção mais Limpa que
exige normalmente investimentos financeiros maiores. Quando temos a
oportunidade de avaliar melhor o processo produtivo, sob a ótica de P+L,
podemos identificar outras alternativas que podem contribuir para a melhoria
do desempenho ambiental com menores investimentos, ou até mesmo
nenhum.
O CNTL5 (2000), apresenta ainda as vantagens de implantar programa de Produção
mais Limpa numa empresa utilizando esta metodologia, que são:
• disponibiliza uma metodologia que representa um passo a passo para a
implementação de P+L;
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• não requer custos adicionais com certificações e desenvolvimento de
modelos mais sofisticados de sistematização de informações;
• aumenta a eficiência do processo produtivo;
• minimiza o impacto ambiental decorrente da atividade produtiva;
• orienta na adoção de medidas, que mesmo envolvendo custos, normalmente
apresentam o período de retorno baixo;
• facilita o processo de decisão em relação a quanto a empresa deseja investir
na gestão ambiental, pois fornece dados para avaliação;
• proporciona melhoria de imagem da empresa diante da sociedade e aumento
da competitividade;
• evita custos crescentes devido ao tratamento de resíduos;
• apresenta menor suscetibilidade às condições que impactam no desempenho
da empresa: necessidade crescente de espaço para disposição de resíduos,
dificuldades na obtenção de licenças para exportação, passivos ambientais,
produtos/processos considerados ambientalmente incorretos etc.
É importante nesse momento, também fazer uma referência às limitações da
metodologia. Segundo Luken e Navratil (2002), a aplicação da metodologia P+L não
fornece elementos que possa minimizar a dificuldade de medir os aspectos intangíveis
associados as várias áreas de uma empresa: melhoria de imagem, facilitação de relações
com a comunidade e órgãos ambientais.
O cálculo dos benefícios econômicos ficam portanto, limitados a considerar os custos
tangíveis (pagamento de multas, custos com tratamento e disposição dos resíduos etc).
Desta forma, no caso de PMEs (Pequenas e Micro Empresas), onde as pressões por
atendimentos a requisitos legais, até então, são menores, esses benefícios só são
percebidos quando estão associados por exemplo, a matérias-primas e insumos como
água e energia.
Verifica-se no entanto, que resultados mais significativos são encontrados quando a
metodologia é implementada em empresas de médio e grande porte, ou em grupos de
empresas de um mesmo setor produtivo, levando em conta principalmente, a
identificação dos problemas ambientais e causas mais representativas do setor e a
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possibilidade de replicagem das alternativas de soluções tecnológicas, otimizando
recursos humanos e financeiros.
Quanto a dificuldade de recursos financeiros para implementação das alternativas de
P+L propostas, segundo os autores, estas ficam mais fáceis de serem resolvidas quando
uma empresa tem um sistema de gestão ambiental formal e as alternativas estão
associadas a indicadores de desempenho do sistema.
Essa situação é mais comum nas médias e grandes empresas, apesar que com a
disseminação do conceito de cadeias produtivas, as PMEs já estão se mobilizando para
adotarem SGA formal e certificado, de maneira a atender aos requisitos de mercado e de
seus clientes: as médias e grandes empresas tercerizadoras de serviços.
As barreiras e as vantagens apontadas pelo CNTL, serão aferidas no estudo de caso
EMBASA, assim como também, as limitações da metodologia.
3.4. A METODOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA – P+L E O SISTEMA
DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA BASEADO NA NORMA
INTERNACIONAL ISO 14001
Atualmente, as empresas estão sendo mobilizadas a uma corrida em busca da
certificação de Sistema de Gestão Ambiental - SGA, com o objetivo de demonstrar que
seus processos, produtos e serviços, estão em conformidade com normas ambientais
internacionalmente aceitas.
A adoção destes instrumentos é voluntária, mas talvez o grande elemento motivador da
busca pela certificação, seja a existência de barreiras mercadológicas não tarifárias,
impostas por países desenvolvidos, à aceitação de produtos/processos considerados
ambientalmente inadequados. (BAPTISTA et al., 2001)
A série ISO 14000, da Organização Internacional de Padronização, é uma resposta a
esta demanda e consiste num conjunto de normas técnicas que orienta como implantar
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um SGA numa empresa, de maneira a obter um certificado que ateste a conformidade
do sistema à norma. O importante no entanto, é considerar este instrumento, como um
mecanismo para melhorar efetivamente o desempenho ambiental das empresas.
Para que uma empresa tenha um SGA, segundo a norma ISO 14001, que é a norma da
série ISO 14000 que orienta especificamente como implantar um SGA, esta precisa ter
realizado as seguintes etapas:
1. Definição da Política Ambiental, onde a alta direção da empresa expressa e
formaliza o pensamento, a visão e o seu comprometimento com o meio
ambiente. Segundo a norma, a política ambiental constitui "declaração dos
princípios e intenções da empresa em relação ao seu desempenho ambiental
que devem nortear o planejamento de ações e o estabelecimento de seus
objetivos e metas ambientais" (ABNT,1996).
2. Planejamento constando dos procedimentos de identificação dos principais
impactos ambientais causados pela atividade produtiva da empresa e do
estabelecimento de objetivos e metas a serem alcançados, de maneira a
solucionar os problemas ambientais levantados.
3. Implementação e Operação consistindo da definição de toda a estrutura
básica necessária para alcançar os objetivos e metas ambientais, tais como:
recursos físicos, materiais e humanos; levantamentos de necessidades de
treinamentos; estabelecimento de responsabilidades, procedimentos de
documentação, comunicação, controle e operação para situações de
emergências.
4. Verificação e Ações Corretivas, com a finalidade de checar e adequar o SGA
implantado, com a política ambiental da empresa e também com os objetivos e
metas ambientais definidos. O mecanismo empregado é a auditoria interna, a
qual consiste na avaliação sistemática documentada, periódica e objetiva, do
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desempenho ambiental da empresa, através do seu SGA. Esta é realizada pelos
próprios empregados, devidamente treinados.
5. Análise Crítica pela Alta Administração, com a finalidade de identificar
novos objetivos e metas ambientais a serem alcançados, visando a melhoria
contínua do sistema.
Apresenta-se as etapas de implantação da norma ISO 14001 de forma sucinta, pois não
é objeto desta dissertação detalhar SGA, mas sim exercitar a capacidade crítica dos
instrumentos de gestão ambiental disponíveis. A seguir na Figura 6, o Ciclo de
implantação de um SGA, baseado na Norma ISO 14001.
Figura 6 – Ciclo de implantação de um SGA da ISO – 14001 Fonte: Adaptação da ABNT, 1996
Ao realizar todas estas etapas, a empresa pode solicitar de uma instituição credenciada,
uma auditoria externa para verificar se todos os itens exigidos pela norma foram
cumpridos e assim sendo, obter a certificação ambiental do sistema.
É interessante colocar mais uma vez, que os certificados ambientais apenas significam
que estas têm um sistema que possibilita o gerenciamento de informações sobre os
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impactos ambientais provocados pela atividade produtiva e que há uma gestão sobre
estes. Assim sendo, pode-se dizer que o fato de uma empresa ter um sistema de gestão
formal, não quer dizer que ela é ambientalmente mais correta que outra que não tem o
certificado.
Existem alguns pontos no entanto, que podem gerar interpretações errôneas quanto ao
objeto de certificação e ao significado do certificado propriamente dito, são eles:
• Princípios norteadores mal definidos e que podem orientar a empresa a adotar uma
postura de “Fim de Tubo” não ambientalmente correta. A Norma ISO 14001 no seu
item 3.13 define a Prevenção da Poluição como:
3.13. Prevenção de poluição: uso de processos, práticas, materiais ou produtos que evitem, reduzam ou controlem a poluição, os quais podem incluir reciclagem, tratamento, mudanças no processo, mecanismos de controle, uso eficiente de recursos e substituição de materiais. (ABNT, 1996) NOTA: Os benefícios potenciais da Prevenção da Poluição incluem a redução de impactos ambientais adversos, a melhoria da eficiência e a redução de custos. (ABNT, 1996)
Pode-se verificar que este conceito de Prevenção da Poluição definido pela ISO não
incentiva a mudança da estratégia de tratamento e controle (Fim de Tubo) para a
preventiva (atuação na fonte de geração).
• Escopo do sistema pode ser limitado apenas a uma unidade do processo produtivo,
ou ainda, a um setor da organização (na divulgação da certificação esta informação pode
não ficar clara, gerando um marketing enganoso)
• O desempenho ambiental das empresas não é o foco da certificação. Quanto a este
último ponto, segundo a ABNT (1996), é possível que 2 empresas que desenvolvem
atividades similares obtenham o certificado de conformidade emitido pelo mesmo
organismo certificador, tendo no entanto, níveis de adequação e/ou desempenho
ambiental bastante diferentes. (FERREIRA; MAGNANI; SOUZA, 1999)
Para entender melhor esta questão, é preciso perceber como a dimensão ambiental é
vista pelas empresas e qual a estratégia de gestão adotada. A proposta de minimização
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de resíduos em processos produtivos, por exemplo, está diretamente associada a
tecnologia do processo e a forma como as operações são executadas.
Espera-se que estes condicionantes evoluam continuamente para opções cada vez mais
adequadas, em termos ambientais, as chamadas técnicas de redução da poluição,
também conhecidas como Tecnologias Limpas.
As técnicas de redução da poluição, vistas na Figura 4 – Organograma de Produção
mais Limpa, utilizadas num processo produtivo, podem por sua vez, traduzir o tipo de
estratégia ambiental adotada (reativa, ofensiva ou inovativa).
A evolução progressiva de uma organização, através da adoção das estratégias ambientais
referidas acima, exige em nível operacional, que as mesmas sejam traduzidas em
procedimentos compatíveis com os princípios básicos de cada estratégia.
Voltando a norma ISO 14001 de implantação de SGA, segundo Fernandes e outros
(2001), o seu aspecto crítico, é exatamente o processo de padronização de
procedimentos. Os autores colocam que muitas vezes, a ânsia de estruturar o sistema
impede a análise preliminar destes com a finalidade de verificar a coerência com a
estratégia de gestão adotada pela empresa, para a partir daí então, decidir se há
necessidade ou não, de adequação dos mesmos antes da padronização.
O enfoque normalmente dado no processo de implantação da norma, visando a
certificação, é priorizar tecnologias de Fim de Tubo já dominadas, assim como também
atender à legislação, o que caracteriza o sistema como reativo, mesmo que a atitude de
implantar a norma de SGA seja considerada pró-ativa.
Esta situação pode ser amenizada, quando consideramos que o processo pressupõe uma
melhoria contínua. Entretanto, quanto mais lento esta ocorrer, pior será o problema, pois
estes procedimentos inadequados, uma vez padronizados, continuarão a ser adotados
porque foram atestados como certos, no sistema.
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O papel dos consultores e de auditores de sistema de gestão ambiental é muito
importante para contornar esta situação, pois quando estes têm entendimento das
práticas de gestão e tecnologias, baseadas no princípio da Prevenção da Poluição,
podem contribuir para orientar a empresa a contemplá-las no sistema de gestão
ambiental.
Além disso, Prestrelo e Azevedo (2000), reforçam a importância de estimular as empresas
que adotam a estratégia de certificação a incorporarem outros compromissos, a exemplo
de Atuação Responsável, programa disseminado nas indústrias pela Associação Brasileira
das Indústrias Químicas - ABIQUIM, e Declaração Internacional sobre P+L
(WBCSD;UNEP,1996), que uma vez assinados, tornam-se objeto de avaliação/verificação
do seu cumprimento nas auditorias, pois tornam-se “outros requisitos legais” (itens 4.3.2 e
4.5.1 da norma).
Quando faz-se uma análise comparativa do SGA baseado na norma ISO 14001 com a
Produção mais Limpa – P+L, pode-se salientar, que esta última estabelece o princípio
de Prevenção da Poluição claramente, e além disso, concentra esforços na identificação
das causas geradoras dos problemas ambientais, priorizando a identificação de medidas
que efetivamente resultem na minimização de resíduos e consequentemente na melhoria
do desempenho ambiental.
Dessa forma, P+L é um instrumento de gestão que pode ser aplicável, de maneira
complementar, em empresas que já são certificadas pela norma ISO 14001 e que têm a
intenção de reforçar as ações de minimização de resíduos, como também nas que não têm
interesse pela certificação ISO 14001, mas que desejam melhorar o desempenho ambiental.
Vale salientar no entanto, que segundo Prestrelo e Azevedo, (2000), alguns aspectos da
Produção mais Limpa podem ser entendidos como pontos fracos, a exemplo de:
��falta de uma diretriz para definição da estrutura organizacional com as devidas
responsabilidades;
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��a estratégia adotada de formação de Ecotime para implantar P+L que pode não
estimular o envolvimento de toda a empresa;
��não contempla o plano de atendimento a emergências/contingências, para os casos
derramamentos e vazamentos; incêndios/explosões, etc;
��falta de mecanismo que divulgue os compromissos do programa P+L;
��não avaliação periódica dos resultados do programa por instituições auditoras, para
manter o estímulo à continuidade e melhoria.
Pode-se dizer que o importante neste processo de avaliação de instrumentos de gestão, é
entender as limitações de cada um e identificar alternativas para cobrir as lacunas
existentes, de maneira a se atingir o objetivo maior de um programa de gestão ambiental
que deve ser o de melhoria do desempenho ambiental, com enfoque em ações integradas
de Prevenção da Poluição, visando uma Produção mais Limpa.
Isto quer dizer que na verdade, pode-se adotar vários instrumentos de forma
complementar num sistema de Gestão Ambiental, desde que estes não sejam
conflitantes.
Tendo em vista as considerações feitas anteriormente, acredita-se que a utilização de
instrumentos de gestão, de maneira geral, traz benefícios para os processos produtivos, pois
normalmente estes estão embasados em metodologias conhecidas internacionalmente.
Estas metodologias sistematizam as informações e facilitam o levantamento, a leitura e
interpretação de dados, subsidiando a tomada de decisão quanto a postura a ser adotada
diante das questões ambientais.
O Quadro 7 a seguir, pode contribuir para orientar o processo de inserção de P+L em
Sistema de Gestão Ambiental-SGA baseado na norma ISO 14001.
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REQUISITO DA NORMA ISO 14001
ÊNFASE/ABORDAGEM PRINCIPAL
4.2- Política ambiental Compromisso com a P+L na forma de Prevenção da Poluição.
4.3.1- Aspectos ambientais Levantamento de aspectos e avaliação de impactos usando a oportunidade de P+L como um filtro de significância.
4.3.1- Objetivos e Metas 4.3.2- Programas de gestão ambiental
Objetivos e metas viabilizados com projetos com enfoque em P+L.
4.4.1- Estrutura e responsabilidade Recursos para implantação de tais projetos 4.4.2- Treinamento, conscientização e competência
Conscientização, capacitação em metodologias, conceito e tecnologia para levar a cabo projetos de P+L.
4.4.6- Controle operacional Atividades envolvidas identificadas como oportunidades de P+L, devem ser planejadas e procedimentadas para dar sustentação às atividades dos projetos implantados.
4.5.1- Monitoramento e medição Criação de indicadores e monitoramento dos resultados e parâmetros relativos aos projetos e como conseqüência dos objetivos e metas a serem atingidos.
4.5.4- Auditorias internas do SGA Verificação independente sobre o andamento das providências de P+L.
4.6- Análise crítica pela administração Balanço semestral/anual com a Inclusão dos resultados e proposição de melhorias, tendo os projetos de P+L como importante input.
Quadro 7 – Resumo da Proposta de inserção dos Conceitos de P+L nos Requisitos da ISO 14001 Fonte: Prestrelo e Azevedo. (2000)
Atualmente, as empresas estão caminhando na direção da adoção de um Sistema de
Gestão Integrado que possibilite tratar da gestão de forma mais abrangente, envolvendo
as questões de qualidade, ambientais, de segurança dos processos e da saúde e bem estar
dos trabalhadores e utilizando conceitos/estratégias e técnicas da Produção mais Limpa,
ou Prevenção da Poluição e ferramentas como avaliação de desempenho e Análise de
Ciclo de Vida. (BAPTISTA et al, 2001).
Para facilitar ainda mais o entendimento das limitações dos instrumentos de gestão
ambiental acima referidos construiu-se o Quadro 8, a seguir, que apresenta um estudo
comparativo entre SGA baseado na norma ISO 14001 e Produção mais Limpa –
Metodologia UNIDO/UNEP.
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PARÂMETROS/ INSTRUMENTO DE GESTÃO
SGA BASEADO NA NORMA ISO 14001 PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Princípio Não definido. Prevenção da Poluição. Enfoque Sistematização de informações referentes aos
aspectos do processo produtivo: uso de técnicas em geral que podem minimizar/tratar resíduos.
Identificação da fonte geradora e aplicação de técnicas para a minimização de resíduos. Pode fazer uso de técnicas de “Fim de Tubo” tratamento/disposição, mas não é prioridade.
Objeto de Certificação
Sistema de Gestão Ambiental e não o desempenho ambiental.
Não é ainda certificável.
Custos
Associados principalmente à: - elaboração de procedimentos e geração de toda a documentação exigida pela norma ISO 14001; - aplicação de técnicas de minimização / tratamento de resíduos.
Associados na aplicação de medidas de minimização de resíduos.
Inst. Marketing Reconhecido. Em reconhecimento. Abrangência Medidas de caráter sistêmico referentes a:
Política ambiental, Comunicação com as partes interessadas, Planos de emergências ambientais etc. Obs: O Levantamento dos aspectos e impactos ambientais foca nos resíduos mas com uma abrangência menor do que P+L.
Medidas de Redução do consumo de energia, matérias-primas / insumos e minimização da geração de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas.
Visão Integrada e de melhoria contínua Integrada e de melhoria incremental e contínua.
Mecanismo de Revisão
Através de Controles operacionais, auditorias e análise crítica utilizando indicadores na maior parte, de caráter administrativo.
Através do acompanhamento dos indicadores ambientais.
Aplicabilidade Maior em empresas de médio e grande porte.
Todas as empresas incluindo as pequenas e micros.
Quadro 8 – Comparação entre SGA baseado na ISO 14001 e Produção mais Limpa –Metodologia desenvolvida pela UNIDO-UNEP Fonte: KIPERSTOK, et al. 2002
Pode-se observar no Quadro 8, o forte enfoque do SGA baseado na norma ISO 14001
para a sistematização de informações com o objetivo de identificar os mecanismos
utilizados para gerir os aspectos/impactos ambientais, sem no entanto, haver uma
preocupação para o princípio diretivo a ser adotado.
O SGA é mais aplicável pelas empresas de médio/grande porte, pois em função da
complexidade dos seus processos estas normalmente demandam um instrumento que
contribua para a sistematização de informações. No caso de micro e pequenas empresas,
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a necessidade é maior na identificação de ações práticas que possam trazer benefícios
mais diretos e a curto prazo e que não demandem, de preferência, investimentos
financeiros.
3.5. OUTRAS METODOLOGIAS
É importante colocar que além da metodologia da UNIDO/UNEP, outras foram
desenvolvidas com foco na minimização de resíduos e na Prevenção da Poluição,
visando dar suporte no processo de melhoria de desempenho ambiental nas empresas.
Como exemplo, pode-se citar o Programa de Prevenção da Poluição (PP) do Ministério
do Meio Ambiente e de Energia da Província de Ontário - Canadá (SENAI, 1997), cujo
escopo é muito semelhante ao de SGA baseado na norma ISO 14001, incluindo:
��Definição de Política Ambiental baseada no princípio de Prevenção da Poluição.
��Elaboração de Plano de Ação adequado com os objetivos propostos na Política
Ambiental.
��Formação de EQA – Equipe de Qualidade Ambiental.
��Avaliação Preliminar para coleta de informações: regulamentação, processos,
matérias-primas/insumos, problemas ambientais etc.
��Levantamento quali-quantitativos dos problemas ambientais e priorização.
Os métodos propostos para realização desta etapa do programa são:
��Descrição semi-quantitativa do processo: avaliação focada em dados qualitativos,
não indicando quantidade de resíduo gerado e matéria-prima/ insumo.
��Análise de um processo: exame do processo de produção antes de PP e comparação
com as mudanças ocorridas depois de PP.
��Análise de projeto: foco nos resultados obtidos de cada atividade proposta no
Programa PP: mudança de quantidades de compostos tóxicos, na toxicidade das
substâncias, resultados econômicos etc.
��Estabelecimento de procedimentos de comunicação com as partes interessadas.
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��Identificação de barreiras potenciais técnicas, econômicas, regulamentares e
institucionais.
��Desenvolvimento de Plano de Emergência.
Verifica-se que esta metodologia tem praticamente a mesma seqüência da metodologia
de P+L, incluindo apenas as etapas de definição de plano de Emergência,
procedimentos de comunicação com as partes interessadas e da Política Ambiental, que
fazem parte da norma ISO 14001 SGA. Desta forma, a metodologia PP pode ser tomada
como exemplo de instrumento que considera a integração com SGA.
O SGA, contribui de forma bastante significante na sistematização de informações, a
metodologia de Prevenção da Poluição, apresenta uma sequência de etapas mais ou
menos semelhante ao da P+L, incluindo alguns aspectos do SGA como Política
Ambiental, Comunicação com as partes interessadas, Procedimentos de emergência.
A metodologia P+L concentra esforços na identificação e monitoramento de
desempenho de medidas de P+L que visam prioritariamente prevenir e/ou evitar. Além
disso, é importante ressaltar que a metodologia ainda orienta para o levantamento de
dados quantitativos, estabelecendo uma linguagem de números, característica no meio
empresarial.
Em P+L, tudo é quantificado, os resíduos não são tratados apenas sob a ótica ambiental,
mas também sob a ótica econômica, tendo em vista que estes, são matérias-primas e
insumos que foram transformados em produtos de baixo valor agregado e que podem
ainda representar custos, comprometendo a competitividade da empresa.
Apesar dos instrumentos de gestão ambiental normalmente se complementarem,
segundo Campos e Selig (2001), existe ainda uma lacuna a ser preenchida no que se
refere a integração desses no plano estratégico, a qual pode ser suprida pelo SGADA -
Sistema de Gestão e Avaliação de Desempenho Ambiental.
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Este instrumento tem como principal característica integrar as estratégias, objetivos e
metas ambientais no plano estratégico da organização, fazendo com que os indicadores
ambientais estejam alinhados com as necessidades e visão da organização.
Para isso, o SGADA utiliza uma metodologia de avaliação de desempenho denominada
Balanced Scorecard (BSC) no seu processo de implementação, de maneira a inserir as
questões ambientais no conjunto de questões críticas e estratégicas da organização.
Ë importante ressaltar que neste processo das empresas de definir qual ou quais
instrumentos de gestão a adotar, para atingir o objetivo de tornar o desenvolvimento
compatível com o meio ambiente, (sustentável), a ética das organizações, associada aos
valores morais, deve ser considerada um fator crítico para assegurar a credibilidade do
princípio e da prática de gestão ambiental adotada.
Não se pretende nessa dissertação promover uma discussão detalhada sobre este tema,
no entanto, considerando-se que os instrumentos de gestão vêm sendo muito utilizados
como marketing pelas empresas faz-se a seguir algumas considerações sobre o tema.
Admite-se que utilizar ferramentas de gestão como instrumentos de marketing é parte da
regra do jogo no mundo da competitividade dos negócios e portanto, da busca da
sustentabilidade. O importante entretanto, é fazer isto de forma ética, sem manipular e
divulgar informações enganosas.
Segundo Almeida (2002), o discurso da ecoeficiência e da responsabilidade social,
mesmo que bem trabalhado por peças publicitárias, pouco adianta se isso não for
colocado em prática, pois na era “tripolar”, onde a licença para operar é dada por todas
as partes interessadas (empresas, sociedade, órgãos governamentais) é preciso entender
que gerenciar reputação é uma tarefa mais ampla do que apenas utilizar recursos de
marketing para melhorar imagem.
Em questão de meio ambiente, não se pode fugir por muito tempo do impacto de uma
postura que não seja responsável, pois isto está diretamente relacionado com a garantia
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da nossa sobrevivência na Terra. Na prática, no entanto, verifica-se que essa postura
varia de acordo com o grau de desenvolvimento das nações.
Segundo Ferreira, Magnani e Souza (1999), tem-se que em países socialmente mais
equilibrados e democráticos, o grau de conscientização, de mobilização e participação
popular nas discussões sobre as questões ambientais, são superiores em relação aos
países subdesenvolvidos, predominando nestes últimos, um estado crônico de
ignorância da população, em geral, que se reflete em uma postura apática e facilmente
manejável pelas mídias de comunicação.
Isto leva a concluir que, nos países desenvolvidos as empresas, em razão de demandas
da própria sociedade junto à estas, sejam pressionadas a dar mais atenção à questão da
ética.
Vale a pena frisar, que apesar de se reconhecer as dificuldades associadas a fatores
históricos e estruturais vivenciados nos países subdesenvolvidos, incluindo-se neste
contexto o Brasil, é preciso entender que todo o esforço deve ser empreendido por
instituições de ensino, governamentais, entre outras, na divulgação de informações que
possam fundamentar o poder de crítica da sociedade, para que o exercício da cidadania
ambiental ocorra de maneira mais efetiva, contribuindo como elemento de pressão na
defesa do meio ambiente.
3.6. RESUMO DO CAPÍTULO 3
A Produção mais Limpa tem a proposta de provocar uma mudança de comportamento
organizacional, pois leva a repensar o processo produtivo, de forma a atender aos
requisitos ambientais e de mercado, no sentido da Prevenção da Poluição visando a
minimização de resíduos.
Trata-se de um programa que contempla os aspectos qualitativos e quantitativos de
melhoria dos produtos, serviços e seus efeitos ao meio ambiente e à qualidade de vida
das pessoas.
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A metodologia de Produção mais Limpa (P+L) desenvolvida pela UNIDO/UNEP,
consiste numa avaliação do processo produtivo, seja qual for a natureza, e na aplicação
prioritariamente de técnicas de redução da poluição, na sua fonte geradora.
Estas técnicas podem envolver desde a mudança de matéria-prima/insumo, de
tecnologia, adoção de boas práticas operacionais (mudança de condições operacionais,
adequação de equipamentos e mudança de procedimentos), a até mesmo, a mudança do
próprio produto que pode ser considerado ambientalmente incorreto.
Existem outras alternativas de medidas que também podem ser utilizadas
adicionalmente: reciclagem interna e externa, ciclos biogênicos (compostagem), sendo
que a última opção a ser considerada deve ser as tecnologias de Fim de Tubo
(tratamento e disposição de resíduos).
Na prática, o processo de definição da medida de redução da poluição a ser adotada,
deve considerar também as características do processo produtivo, custos de
implementação das propostas, retorno financeiro e o benefício que decorrerá da
implementação da medida, para avaliar melhor a relação custo/benefício.
As principais barreiras para a implementação da metodologia são: falta de informações
sistematizadas nas empresas, e de integração entre os setores da empresa; resistência ao
levantamento quantitativo etc.
Entende-se que as questões ambientais são também objeto de conflitos mercadológicos
internacionais, resultando muitas vezes, no desenvolvimento de instrumentos, a
exemplo do SGA baseado na norma ISO 14001, que apesar de contribuir para a
sistematização de informações ambientais nas empresas, pode constituir barreiras não
tarifárias de exportação.
No estudo comparativo entre as metodologias fica evidenciado que a metodologia de
P+L da UNIDO/UNEP, assim como a metodologia do Programa de Prevenção da
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Poluição do Ministério do Meio Ambiente e de Energia da Província de Ontário -
Canadá, não visam a certificação ambiental.
A implantação de SGA, baseado na norma internacional ISO 14001, no entanto, tem seu
foco principal na certificação, que pode ser considerada como um fator limitante das
metodologias de Prevenção, em relação ao marketing ambiental, mas que pode ser também
uma vantagem em relação ao SGA, pois não adiciona custos com certificação para a
empresa.
Conclui-se que o importante no entanto, seja qual for a metodologia adotada, é assegurar
que a ética organizacional seja praticada pelas empresas para que estas não utilizem os
instrumentos de gestão como marketing enganoso de melhoria do desempenho
ambiental.
Este referencial teórico teve como objetivo fornecer a base para o entendimento da
metodologia P+L, para que se possa avaliar os tipos de medidas adotadas no estudo de caso
EMBASA, o nível de eficiência destas, os benefícios ambientais, econômicos, sociais e
outros que a aplicação da metodologia pode trazer a um processo produtivo. Além das
barreiras, limitações e possibilidades de integração com outras metodologias com a
finalidade de suprir as lacunas existentes.
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O processo de definição da estratégia de aplicação da metodologia P+L, desenvolvida
pela UNIDO/UNEP, na empresa EMBASA, demandou compreender alguns dos
elementos que caracterizam o ambiente empresarial, para identificar os atores a serem
envolvidos no processo e o papel a ser desempenhado por cada um deles, de maneira a
assegurar que o processo de capacitação pudesse ser desenhado e implementado visando
contribuir efetivamente para a internalização do conceito e prática de P+L na
organização.
4.1. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO
O conceito de uma Organização moldada a partir de princípios mecânicos, vem sendo
substituído pelo de organização vista como organismo vivo. Segundo Morgan (1996), as
organizações são sistemas abertos que necessitam de administração para satisfazer as
necessidades internas, assim como promover formas de adaptação às circunstâncias
ambientais.
O autor, a partir dessa definição, compara uma organização como um sistema orgânico,
semelhante ao de uma célula do organismo, ou de um população de organismos, onde
há um processo contínuo e portanto dinâmico, de trocas com os seus ambientes,
caracterizando os sistemas como “abertos”.
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Segundo Falconi (1998), uma empresa é uma organização de seres humanos que
trabalham para facilitar a luta pela sobrevivência de outros seres humanos. Essa
definição vem ao encontro do enfoque dado no conceito de desenvolvimento sustentável
relacionado com a necessidade de assegurar a sobrevivência das gerações futuras.
4.2. ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
Segundo Wright e outros (apud GAVRONSKI, 2003) historicamente a estratégia
organizacional tem sido estabelecida a partir da análise de fatores associados ao
ambiente externo à empresa e ao ambiente interno. Os fatores associados ao ambiente
externo à empresa incluem:
- fatores sistêmicos do macro ambiente: macroeconômicos, internacionais,
tecnológicos.
- fatores estruturais do ambiente setorial: mercado, configuração e concorrência
Os fatores internos à empresa, por sua vez, estão relacionados com: capacitação
produtiva e para inovação, recursos humanos, infra-estrutura física.
A partir da análise de informações relacionadas com esses fatores, a empresa define o
seu cenário, avalia suas forças (Strength) e fraquezas (Weakness) para atender às novas
demandas (ambiente interno), assim como também, identifica as oportunidades
(Opportunities) e ameaças (Threaten) para o seu negócio (ambiente externo). Esta
análise é conhecida pela sigla de SWOT . (ANDREWS apud GAVRONSKI 2003).
4.3. O GERENCIAMENTO DA ROTINA DE TRABALHO NUMA
ORGANIZAÇÃO
Falconi (1998), define o Gerenciamento de rotina do trabalho como a condução de
ações e verificações diárias que cada indivíduo de uma organização tem sob sua
responsabilidade. O autor coloca ainda que uma organização só será competitiva se
todas as suas gerências forem competitivas. É por isto que o gerente deve procurar
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valores de referência, “benchmarking”, para seus itens de controle, ou seja, aspectos
importantes que devem ser medidos.
Estes valores subsidiam o estabelecimento de metas que, por sua vez, tem como origem
as necessidades da empresa para se manter viva, devendo portanto, serem atingidas se a
empresa deseja sobreviver. Segundo o autor, não existe gerenciamento sem metas e
quanto mais audaciosas estas forem, mais mudanças revolucionárias na organização
demandarão.
O que há de mais importante na área gerencial neste novo mundo, afirma Falconi, é
medir e eliminar todo tipo de inconsistência, insuficiência e desperdício, ou seja, todo
tipo de “perdas”. Pode-se dizer que o desafio de evitar “Perdas”, visto pelo lado da
vertente ambiental, está bem alinhado com o conceito de Produção mais Limpa
discutido até agora.
A Inconsistência significa falta de uniformidade, ou seja, cada hora é de um jeito
(MURA); insuficiência é por exemplo, usar uma matéria-prima de segunda para fabricar
um produto de primeira (MURI); desperdício, é o contrário, usar uma matéria-prima de
primeira para fabricar um produto de segunda (MUDA). Estas definições correspondem
ao conceito 3-MU, dos sistemas de qualidade que se encontra completamente alinhado
com ótica de P+L.
A essência do trabalho de um Gerente, portanto, é melhorar os seus resultados de tal
forma, que o somatório do seu trabalho assegure ganho de produtividade e, portanto, de
competitividade. Logo o seu papel na organização é definir e é claro, atingir METAS
visando resolver problemas.
No entanto, o gerente pode atuar na solução dos problemas, a partir de ações corretivas,
optando por manter o processo atual, apenas melhorando-o, ou através de ações
preventivas, podendo vir a optar por um processo inteiramente novo, com nova
tecnologia. O balanço destas ações caracteriza a gestão, podendo indicar a postura
voltada para a inovação tecnológica. (FALCONI,1998)
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4.4. A GESTÃO DO CONHECIMENTO
Segundo Terra (2001), é evidente que estamos vivendo num ambiente cada vez mais
turbulento, em que vantagens competitivas precisam ser, permanentemente,
reinventadas e setores de baixa intensidade em tecnologia e conhecimento perdem,
inexoravelmente, participação econômica.
Nesse contexto, o desafio de produzir mais e melhor, vai sendo suplantado pelo desafio,
permanente, de criar novos produtos, serviços, processos e sistemas gerenciais. Já a
velocidade das transformações e a complexidade crescente dos desafios não permitem
mais concentrar esforços em alguns poucos indivíduos, ou áreas das organizações.
A gestão da inovação e do conhecimento organizacional caminham, portanto, lado a
lado e as empresas “mais avançadas” são aquelas que estão derrubando as paredes
funcionais e criando uma “teia impecável” entre invenção, projeto, fabricação, vendas,
logística e serviços, permitindo que as decisões, assim como a criação, captação e
codificação do conhecimento estejam ocorrendo nos níveis mais baixos da organização.
Em decorrência disso, as expectativas nestas empresas, em relação à qualificação dos
empregados mais baixos da hierarquia e com relação ao papel da gerência, também são
revistas. Espera-se que os empregados sejam muito mais bem qualificados e que a
gerência, principalmente a situada no topo das organizações, seja capaz de comunicar as
estratégias da empresa, de forma que aqueles que estão nos níveis hierárquicos
inferiores possam tomar decisões alinhadas com estas estratégias.
Em paralelo, a esse movimento das empresas, observa-se que os trabalhadores vêm
aumentando, de forma considerável, seus patamares de educação e aspirações, ao
mesmo tempo que o trabalho passa a ter um papel central em suas vidas. De fato,
verifica-se que os “indivíduos organizacionais”, de forma crescente, realizam-se sendo
criativos e aprendendo constantemente.
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Essa coincidência aponta, de um lado, para uma grande oportunidade de se criar
círculos virtuosos de geração de conhecimento. Estes ocorrem no momento em que as
empresas, cientes na necessidade de se reinventarem, de desenvolverem suas
competências, de testarem diferentes idéias, de aprenderem com o ambiente e de
estarem sempre buscando grandes desafios, adotam estilos, estruturas e processos
gerenciais que desencadeiam a criatividade, tanto no plano individual como no coletivo.
Os estudos realizados por Amabile (apud TERRA, 2001) sobre criatividade profissional
no ambiente de trabalho apontam para a conjunção de três elementos:
- Expertise – conhecimento teórico ou intelectual que define o campo de exploração.
- Habilidades de pensamento crítico - capacidade de analisar uma situação.
- Motivação – emoção dedicada ao tema, desafio ou problema.
Os dois primeiros elementos segundo a autora, referem-se à matéria-prima” que cada
indivíduo possui, enquanto que o terceiro é o que o indivíduo realiza. As organizações
interessadas em aumentar a criatividade deveriam focar sua atenção no terceiro
elemento.
Os dois primeiros podem ainda serem melhorados mediante treinamentos específicos.
Ex. seminários técnicos, cursos sobre metodologias de resolução de problemas para o
primeiro aspecto e brainstorming, no segundo aspecto. O terceiro aspecto está
relacionado com a questão da autorealização.
Um trabalho apresentado na linha de modelos de aprendizado realizado por David.
Kolb, junto a 800 gerentes de empresas, gerou o Learning Style Inventory – LSI
(inventário de estilos de aprendizagem), o qual aponta que os diferentes grupos
funcionais das empresas apresentam estilos de aprendizagem semelhantes ao de seu
grupo e bem diferentes do de outros grupos funcionais.
Isso reforça a importância dos grupos multidisciplinares e da perspectiva sistêmica para
o aprendizado e inovação organizacional. (TERRA, 2001)
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4.5. OS GRUPOS FUNCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO E O CONHECIMENTO
Segundo Falconi (1998), as funções gerenciais demandam conhecimento. Quanto maior
o conhecimento de um indivíduo maiores são as possibilidades de definir e atingir metas
nunca antes imaginadas. Por outro lado, quanto mais bem treinado estiver o operador e
quanto menos anomalias houver, menos trabalhos haverá para a função supervisão e
consequentemente para a função gerencial. A reação portanto, tem um efeito cadeia na
estrutura organizacional.
Dessa forma, entende-se que quando se pensa em um processo de capacitação visando
atingir metas da organização é preciso avaliar como o conhecimento a ser adquirido no
processo de aprendizagem vai impactar nas várias esferas profissionais da organização
para subsidiar o levantamento de demanda e a definição do alinhamento necessário
entre os atores a serem envolvidos para que o aprendizado possa ser aplicado na prática
na empresa visando atingir a meta ao qual está atrelado.
Falconi (1998) coloca ainda que uma das pré-condições para o aprendizado é a
motivação. Se o colaborador imediato não estiver motivado para aprender não existirá
crescimento do ser humano, o que representa numa empresa, o aumento do valor
agregado no trabalho indivíduo. Uma processo de aprendizagem deve ser planejado
considerando aspectos que afetam a moral dos indivíduos:
- Fisiológico – Enfoca que o caminho é o aumento de produtividade: “Produzir mais,
melhor e ao menor custo”
- Segurança – Cria condições para que a pessoa queira permanecer na empresa, a
partir da sua valorização, da apresentação de novos desafios e de oportunidades para
mostrar competência.
- Sociais - Promove o trabalho em grupo sob todas as formas para aproximar as
pessoas e unir esforços. A organização vista como uma família.
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- Auto-estima – Reconhece a necessidade das pessoas de terem suas competências
reconhecidas. Promove eventos onde as pessoas possam mostrar suas realizações.
- Auto-realização – Crescimento contínuo através da promoção de educação e
treinamento da equipe. Estímulo à criatividade, ao auto aprendizado e mútuo
aprendizado.
Baseado na hipótese de que o conhecimento é criado a partir de vários processos de
conversão entre o conhecimento implícito e o explícito Nonato e Takeuchi (apud
TERRA, 2001), aponta 04 formas de conversão do conhecimento:
- Externalização – criação de conceitos, modelos para facilitar a comunicação dos
conhecimentos tácitos (práticos) que normalmente são difíceis de verbalizar.
- Combinação - baseia-se na troca de informações explícitas. Envolve o uso de
diferentes mídias (documentos, reuniões formais), redes computadorizadas etc.
- Socialização - processo pelo qual as experiências são compartilhadas e o
conhecimento tácito, ou modelos mentais e habilidades técnicas, são criados.
- Internalização - semelhante ao “learning by doing” – aprendendo fazendo, em que
os membros da organização passariam a vivenciar o resultado prático do novo
“conhecimento”, ou seja, desenvolveriam um conhecimento operacional.
Os autores, ainda colocam que as empresas líderes estão migrando do paradigma do
treinamento para o paradigma do aprendizado. O quadro a seguir apresenta alguns
elementos diferenciais entre os dois paradigmas.
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VARIÁVEIS PARADIGMAS DO TREINAMENTO
PARADIGMAS DO APRENDIZADO
Visão do processo
de aprendizado
- É um processo estritamente racional e depende, em grande medida, da metodologia adotada;
- Instrutor desempenha um papel fundamental;
- Ocorre, freqüentemente desconectado da realidade e
- Ocorre, principalmente pela absorção de conhecimento explícito;
- É um processo ativo e laborioso, que envolve todos os sentidos do corpo;
- Envolve um indissociável processo mental e emocional; - Processa-se, em grande medida no subconsciente; daí a
importância da intuição e do conhecimento tácito; - Resulta da resolução de tensões e liberação de
angústias, principalmente quando envolve avanços importantes;
- Depende das experiências, tentativas e erros de cada indivíduo; é um processo social que depende da interação com outros;
- Inclui a capacidade de combinar diferentes inputs e perspectivas e compreender relações complexas por um permanente processo de reformulação dos modelos mentais e mapas cognitivos;
- Está associado a mudanças de comportamento.
Método utilizado
pelas empresas
- Programas formais de treinamento;
- Treinamento individual por meio de diferentes mídias (inclusive computador).
Os mesmos do paradigma anterior e mais: - Aconselhamento; - Aprendizado em equipe; benchmarking; - Compartilhamento de idéias e conhecimentos por meio
de contatos informais etc. Conteúdo dos
programas
- Especialidades funcionais e técnicas gerenciais.
- Especialidades funcionais e técnicas gerenciais; - Estratégias de trabalho.
Fontes de
aprendiado
- Instrutores; - Profissionais internos e
externos.
- Todos os funcionários da empresa; - Várias fontes detentoras de conhecimento internas ou
externas às empresas.
Responsabilidade - Primordialmente da empresa. - Compartilhada entre funcionário e empresa mas,
claramente depende das iniciativas e atitudes dos funcionários.
Avaliação dos
resultados
- Pré-testes e pós-testes; - Satisfação dos alunos; - Avaliação formal e do grau de
aprendizado do conteúdo ensinado.
- Melhoria dos resultados do trabalho.
Quadro 9 - Comparação do paradigma do treinamento Fonte: Terra (2001)
A análise do Quadro 9 possibilita concluir que o processo de aprendizagem envolve um
conjunto de fatores vistos de maneira integrada e completamente conectados com a
realidade da empresa. Enfatiza fortemente a componente comportamental, valorizando e
estimulando o compartilhamento de experiências individuais; motivando o
comprometimento com atingimento de metas organizacionais.
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Segundo Sveiby (1998), as grandes empresas normalmente têm dificuldades para
orientar uma estratégia voltada para o conhecimento e a criatividade, em função da
burocracia. No entanto, o autor sugere para lidar com esse problema, a formação de
pequenas equipes criativas, “pró-equipes”, dentro das grandes unidades, utilizando de
forma construtiva a energia gerada entre eles e a organização principal, que passa a ser
identificada como a “Organização das pró-equipes”.
Segundo Terra (2001), algumas diretrizes devem ser observadas para a formação das
“pró-equipes” responsáveis pela implementação das ações, definidas no plano
estratégico da organização.
Os membros não devem ser selecionados pelo nível hierárquico e sim pelas
competências específicas necessárias no desenvolvimento da tarefa enfocada. As
decisões devem ser democráticas e os conflitos compreendidos como oportunidades de
novas idéias e percebidos como contributivos. A comunicação deve ser ampla e as
relações podem romper a esfera profissional (abertas e de amizade).
Vale salientar que os Ecotimes, referidos na metodologia de P+L, desenvolvida pela
UNIDO/UNEP, desempenham papel semelhante aos das “pró-equipes”.
As “ ilhas de especialistas”, isto é, profissionais que formam “clubes” e criam suas
próprias culturas, podem causar problemas nas grandes empresas. O autor coloca ainda
que é uma boa idéia criar “duplas sincronizadas” formadas por um especialista e um
gerente, entre os quais, exista uma boa sinergia. Nesse processo é preciso identificar as
lideranças para que as ações tenham continuidade. Essas lideranças devem possuir
competência profissional para que despertem nos “atores” envolvidos, o que eles têm de
melhor.
4.6. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
O conceito de inovação tecnológica é, segundo Nicholas Ashford (apud Kiperstok,
2003), a primeira aplicação comercial bem sucedida de uma nova idéia técnica.
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No entanto, segundo Saenz e outros (2002) o processo inovativo, no nível das empresas,
pode considerar um outro conceito. Entendendo que a empresa é o centro da gravidade
da inovação, pois é onde ela se processa em locus, o autor define inovação tecnológica
como o processo pelo qual as empresas adotam modelos de produção de bens e serviços
que são novos para elas, independentemente de serem novos para seus competidores,
nacionais ou estrangeiros.
Portanto, pode-se dizer que inovação tecnológica é adoção, pela primeira vez na
empresa, de uma técnica que não precisa ser necessariamente nova, mas que traga
resultados antes não alcançados.
Segundo Kiperstok (2003), a inovação pode ser técnica, de mercado ou organizacional,
podendo ainda ser radical, ou incremental, dirigindo-se à busca por uma maior
competitividade das empresas. No entanto, depende de fatores internos e externos sobre
os quais, as empresas podem ter maior ou menor grau de influência.
Ainda segundo o autor, as inovações são induzidas na perspectiva da competitividade,
que por sua vez, é definida como a capacidade da empresa de formular e implementar
estratégias concorrenciais, que lhes permitam ampliar, ou conservar, de forma
duradoura, uma posição sustentável no mercado.
Para atingir padrões de produção e consumo sustentáveis, as empresas precisam ter
vontade, oportunidade e capacidade para mudar. A vontade depende tanto da atitude
como do conhecimento. A oportunidade pode advir de aspectos referentes à oferta e a
demanda. A capacidade de mudar tecnologicamente depende do crescimento do
conhecimento, ou de informação sobre por exemplo, tecnologias mais limpas. A gestão
adequada desse conhecimento pode levar a empresa à inovação tecnológica ambiental.
O desenvolvimento de tecnologias limpas, ou ainda, de instrumentos corporativos nessa
área, está condicionado a habilidade das empresas de associar desempenho ambiental
com ganhos de produtividade. Este argumento é apresentado por Porter e Van der Linde
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(apud BERGOUIGNAN; OLTRA; SAINT JEAN, 2003), com a denominação de
“inovation offsets”.
De acordo com os autores, a inovação está associada a 02 categorias: inovação de
processo que permite aumento de produtividade “process offset”, ou inovação de
produto “product offset”, relacionada com a alta qualidade do produto, ou com o seu
desempenho.
Kiperstok (2003) considera ainda outra categoria, a qual refere-se a inovação gerencial
que pode considerar adoção de práticas de gestão, princípios, estratégias de
desenvolvimento de programas de capacitação, a exemplo do objeto dessa dissertação.
No que se refere às inovações ambientais, o autor aponta ainda que as estratégias
competitivas atreladas ao princípio da P+L são: diminuir os custos de produção das
organizações para conquistar liderança de baixo custo e alimentar o valor agregado aos
produtos/processos para obter diferenciação.
O papel da norma ISO 14001 é enfatizado quanto a capacidade de alavancagem da
inovação tecnológica, a partir da cobrança de articulação entre pequenas e grandes
empresas definindo arranjos produtivos, visando um alinhamento de princípios de
gestão ambiental entre clientes, fornecedores e distribuidores, num esforço conjunto
para reduzir os riscos ambientais.
Os instrumentos de regulação também são destacados na indução à inovação mas, um
ambiente de estabilidade econômica e uma legislação ambiental estável, acabam
exercendo um papel de maior importância para a inovação ambiental.
É feita ainda a recomendação que a regulamentação ambiental deve ser exigente mas, ao
mesmo tempo, flexível, de forma a pressionar os agentes produtivos na busca de uma
maior ecoeficiência, aliando ganhos ambientais e econômicos. É recomendado que haja
uma mudança de uma simples posição de apreciação de práticas de Comando &
Controle – C&C, para o uso de instrumentos econômicos e de incentivo.
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Segundo Hillary e Thorsen (1988) a combinação entre instrumentos voluntários e os
regulatórios (legislação) podem trazer grande contribuição para melhoria do
desempenho ambiental das empresas e consequentemente para o desenvolvimento
sustentável. Para tal, torna-se necessário simultâneas ações envolvendo as empresas e as
autoridades dos órgãos ambientais, fazendo com que estes instrumentos voluntários e
regulatórios funcionem de maneira integrada.
Assim entende-se que a legislação ambiental, por exemplo, pode ser constantemente
revisada para adequação de diretrizes baseadas em novos princípios e práticas de gestão,
induzindo as empresas a uma postura semelhante caracterizada por uma busca contínua
na melhoria das condições ambientais.
Por sua vez, os instrumentos voluntários, a exemplo das Normas ISO 14001 e ISO
9000, metodologias de P+L, podem ser adotados de maneira integrada e complementar,
com a finalidade de contribuir para tornar as empresas mais ecoeficientes.
Segundo Daroit e Nascimento (2000) a produção de inovações ambientais ou “eco-
inovações” requer um acúmulo de conhecimentos sobre o mercado, tecnologias
disponíveis e pesquisas científicas que permitam o desenvolvimento de soluções
ambientais que representem vantagens competitivas. Dessa forma, os autores colocam
que atender às demandas ambientais pode aumentar a fatia de mercado, ou descobrir
novos nichos que elevem os lucros da empresa.
Segundo Pupim (2003), para reforçar o processo de indução à inovação nas empresas,
torna-se necessário a criação de linhas de créditos que suportem projetos focados na
melhoria ambiental, com retorno de qualidade de vida e redução de custos futuros para
as empresas e sociedade em geral, sendo necessário entretanto, que haja transparência
na gestão dos projetos para gerar legitimidade do mecanismo.
Segundo Almeida (2003) algumas iniciativas estão sendo adotadas pelos Conselhos
empresariais mundiais visando direcionar as empresas para melhoria do desempenho
social, ambiental e econômico. Como exemplo, cita o “Índice de Sustentabilidade Dow
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Jones”, índice bolsista, criado em 1999, para ajudar investidores internacionais a
identificar ações diferenciadas no mercado e privilegiar empreendimentos que aliem
solidez e rentabilidade financeira a uma postura comprometida com o desenvolvimento
sustentável.
O “Índice de Sustentabilidade Dow Jones” inclui critérios de avaliação de aspectos das
empresas classificados como intangíveis a exemplo de: reputação, marca, diálogo com
os stakeholders e capacidade de estabelecer parcerias com governos e organismos da
sociedade civil.
As ações de empresas incluídas nesta lista chegam a valer em média 20 % mais que as
do Índice Dow Jones tradicional. Pode-se citar 04 empresas brasileiras que já passaram
pela rigorosa seleção e fazem parte dessa lista do “Índice de Sustentabilidade Dow
Jones”: Embraer, Cemig, Itaú e Unibanco.
4.7. RESUMO DO CAPÍTULO 4
A definição de uma estratégia organizacional baseia-se na análise de fatores externos e
internos que definem um cenário e as prioridades a serem consideradas. No atingimento
das metas torna-se necessário um alinhamento de conceitos, obtidos a partir de
processos de aprendizagem que devem contemplar todos os níveis funcionais das
empresas.
De acordo com o conceito de organização, como organismo vivo, a principal vantagem
competitiva desta, baseia-se no capital humano, ou ainda no conhecimento tácito que
seus funcionários possuem, tendo em vista que este é difícil de ser imitado, copiado e
“reengenheirado”. É, ao mesmo tempo, individual e coletivo, levando tempo para ser
construído, sendo de certa forma, invisível, pois reside na “cabeça das pessoas”.
A gestão do conhecimento está, dessa maneira, intrinsecamente ligada à capacidade das
empresas em utilizarem e combinarem as várias fontes e tipos de conhecimento
organizacional para desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora
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que se traduzam, principalmente, em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e
liderança de mercado.
O processo de aprendizagem deve, no entanto, considerar um conjunto de fatores vistos
de maneira integrada e completamente conectados com a realidade da empresa,
enfatizando fortemente a componente comportamental, valorizando e estimulando o
compartilhamento de experiências individuais; motivando o comprometimento com
atingimento de metas organizacionais.
Para atingir padrões de produção e consumo sustentáveis as empresas, por sua vez,
precisam ter vontade, oportunidade e capacidade para mudar e inovar. A inovação
tecnológica é o processo pelo qual as empresas adotam modelos de produção de bens e
serviços que são novos para elas, independentemente de serem novos para seus
competidores, nacionais ou estrangeiros.
Portanto, pode-se dizer que inovação tecnológica é adoção, pela primeira vez na
empresa, de uma técnica que não precisa ser necessariamente nova, mas que traga
resultados antes não alcançados.
A capacidade de mudar tecnologicamente depende do crescimento do conhecimento, ou
de informação sobre por exemplo, Tecnologias mais Limpas. A gestão adequada desse
conhecimento pode levar a empresa à inovação tecnológica ambiental, com ganhos de
produtividade.
Outros mecanismos contribuem nesse processo, a exemplo da norma ISO 14001, que
tem um papel importante na definição de arranjos produtivos, visando alinhamento de
princípios de gestão ambiental. Os instrumentos de regulação como políticas estaduais
de meio ambiente, também podem ser citados, pois definem as diretrizes que devem ser
adotadas pelas empresas visando a melhoria do desempenho ambiental.
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A aplicação da metodologia P+L na EMBASA – Empresa Baiana de Saneamento, fez
parte de um Programa P+L mais amplo que demandou a definição de uma estratégia
que envolveu um processo de capacitação alicerçado na gestão do conhecimento, tendo
sido, por tanto, considerado aspectos de gestão estratégica, porte e localização das
unidades da empresa, com o objetivo de dar um caráter corporativo ao programa.
Os aspectos referidos foram analisados de maneira a fornecer inputs para a estratégia, a
qual foi construída com a participação direta da alta gestão da empresa. Esse capítulo
inclui o contexto do Setor de Saneamento em relação aos focos de melhoria que
determinam o valor das organizações e os interesses das partes interessadas e as inter-
relações destes elementos de gestão com os pilares da ecoeficiência:
��Social
��Econômico
��Ambiental
Além disso, foi feita uma análise das diretrizes gerenciais adotadas pela EMBASA, em
relação aos pressupostos da metodologia P+L, para apontar os aspectos que motivaram
a empresa a aplicar a metodologia em seus processos produtivos.
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5.1. O CONTEXTO DO SETOR DE SANEAMENTO
No Brasil, um dos principais problemas que afetam a eficiência dos serviços de
abastecimento de água está relacionado à elevada perda de água que ocorre nos
sistemas. Em 2000, a média nacional das perdas de faturamento (englobando perdas
reais e aparentes) foi de 40 %, com os maiores valores alcançados de 70 % e os menores
valores de 20 %. (PMSS, 2001)
Essas perdas produzem impactos negativos em relação a diversos aspectos: no meio
ambiente (maior demanda de água); nos custos (maior necessidade de investimentos em
novas instalações de produção e de distribuição de água, maiores custos operacionais no
tratamento); nas receitas (redução do faturamento, diminuindo geração de caixa das
empresas); na distribuição regional relacionada com disponibilidade hídrica (por
exemplo, no Nordeste, onde há escassez de recursos hídricos e no Sudeste, onde se
concentra a maior parte da população). (PMSS, 2001)
Nos últimos anos, ações importantes vêm sendo desenvolvidas visando o combate às
perdas, o que tem contribuído para a sua redução gradual. Em 1995, a média nacional
era de cerca de 50%. Alguns Programas do Governo Federal têm reforçado a
importância das ações focadas na redução das perdas de água e na conservação dos
recursos hídricos, através do uso racional da água.
Como exemplo cita-se o PNCDA – Programa de Combate ao Desperdício de Água e o
PMSS – Programa de Modernização do Setor de Saneamento. Os Programas financiam
investimentos em estudos e pesquisas nesta área. Além disso, outros mecanismos
importantes de estímulo à eficiência vêm sendo propostos, como por exemplo, a outorga
e a cobrança da água, a regulação tarifária e de prestação de serviços. (PMSS, 2001)
Para se ter idéia da importância de atuar no Setor de Saneamento objetivando uma
melhor ecoeficiência dos processos, segundo Gonçalves (apud FERREIRA A., 2001)
até mesmo em países com água em abundância, as perdas são motivos de preocupação,
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visto que este bem, antes de ser utilizado pelo consumidor, normalmente deve ser
tratado, armazenado e distribuído.
Todas essas operações, por sua vez, exigem equipamentos e instalações onerosas,
produtos químicos, energia elétrica, concentração de recursos humanos e outros custos
diretos e indiretos, impactando toda uma cadeia produtiva.
Pesquisa realizada pela Secretaria de Política Urbana (SEPURB), do Ministério do
Planejamento e Orçamento, aponta como um dos fatores para a ineficiência na prestação
de serviços das empresas do setor de saneamento, o elevado índice de perda de
faturamento. Os Relatórios do PMSS, apesar de contribuírem para diagnosticar a
problemática, não apresentam informações suficientes para identificar as causas das
perdas físicas, ou não físicas. (SILVA et al apud FERREIRA A., 2001)
As perdas físicas representam a parcela de água não consumida e estão associadas a
vazamentos no sistema, que compreende a captação, a adução, o tratamento, a
reservação e a distribuição da água. As perdas não físicas, por sua vez, representam o
volume de água consumido e não registrado, tendo origem nas ligações clandestinas, ou
não cadastradas, nos hidrômetros parados, ou que fazem submedição, nas fraudes em
hidrômetros, entre outras. (SILVA et al apud FERREIRA A., 2001)
Apesar do elevado índice de perdas e desperdícios constatado no Setor de Saneamento,
as demonstrações contáveis não evidenciam, em termos monetários, o montante relativo
a essas perdas. A prática normalmente é escriturar despesas e perdas em rubricas
diferentes e apresentá-las de forma globalizada, perdendo-se preciosas informações
relacionadas com a operação dos sistemas.
Considerando a probabilidade de privatização das empresas brasileiras de saneamento
básico, a identificação das causas das perdas pode representar uma oportunidade para
tornar as empresas do setor mais eficientes e rentáveis contribuindo para chamar a
atenção de investidores.
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Segundo Oliveira R. (2001), verifica-se na prática da gestão do Saneamento, variáveis
emergentes de influências, tais como: nova abrangência da consciência social, das
demandas de clientes, e em especial da abrangência das oportunidades de ganho, onde
as próprias organizações e seus acionistas, passam a reconhecer e a explorar as
oportunidades de ganhos trazidas por todas as partes, bem como suas demandas,
desenvolvendo meios para otimizar o desempenho de processos e suas produtividades, a
partir da apropriação, de forma interdependente, dos fatores relacionados com a
qualidade, com o conhecimento, a tecnologia, o meio ambiente, o ocupacional e com o
sócio-econômico amplo.
Neste entendimento, o conceito de perdas no processo, que ameaçam a competitividade
das empresas, expande-se para considerar novos elementos que merecem prevenção e
controle, além dos tradicionalmente tratados na dimensão restrita da qualidade. O
Quadro 10 resume os focos de melhoria destes elementos que hoje determinam o valor
de uma Organização e que são reconhecidos pela EMBASA.
FOCOS DE MELHORIA E FATORES DE PERDA DE VALOR EM VÁRIAS DIMENSÕES DA GESTÃO
FOCO DE MELHORIA
FATORES DE PERDA DE VALOR
QUALIDADE Tempo de ciclos de desenvolvimento e de produção Produtos e serviços não conformes Retrabalhos, Reclamações e insatisfações de clientes
CONHECIMENTO E TECNOLOGIA
Obsolescência do conhecimento. Obsolescência tecnológica, incluindo da tecnologia da informação.
MEIO AMBIENTE
Poluição e desperdícios em geral. Consumo de recursos naturais e de energia. Acúmulo de passivos ambientais. Degradação de recursos ambientais.
SAÚDE E SEGURANÇA
Lesões e doenças ocupacionais, Invalidez ou mortes Perdas patrimoniais devido a acidentes Acúmulo de passivos ocupacionais Absenteísmo ocupacional
SOCIAL INTERNO Rotatividade da mão-de-obra Acúmulo de passivos trabalhistas em geral Disputas e pendências, Desconfiança e desmotivação
SÓCIO- ECONÔMICO AMPLO
Danos à propriedade e aos bens culturais e ambientais externos. Desqualificação de cidadãos para o trabalho. Perda da renda per capita regional ou local. Degradação da imagem e da credibilidade. Doenças e lesões em populações. Endividamento financeiro geral.
Quadro 10 – Focos de melhoria e fatores de perda Fonte: Carvalho, 2000
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É possível verificar no Quadro 10, que os 03 pilares da ecoeficiência: social,
econômico e ambiental, discutidos nos capítulos anteriores dessa pesquisa, estão
representados também, nos focos identificados como de melhoria na gestão das
empresas.
Visando o entendimento da prática organizacional da EMBASA, discute-se a seguir,
um pouco mais, sobre um outro aspecto da gestão a ser considerado no contexto das
Organizações, o qual diz respeito ao conceito de Cadeias Produtivas.
Segundo Oliveira R. (2001), o conceito de empresa individual deixa de ser a
preocupação maior dos modernos sistemas de gestão, sendo, cada vez, mais substituído
pelo conceito de Cadeias Produtivas, onde acionistas, fornecedores e clientes (definidos
como partes interessadas) fazem parte das preocupações estratégicas de médio e longo
prazos da empresa.
As partes interessadas, atualmente, têm a capacidade de dirigirem o foco das
Organizações, conforme demonstra de forma condensada, o Quadro 11 a seguir.
PARTES INTERESSADAS
PRINCIPAIS INTERESSES
FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES
Cliente Qualidade e preços justos Satisfação e fidelidade
Acionistas, Gestores e membros
Retorno ao investimento e rentabilidade Segurança das informações.
Resultados operacionais e financeiros: produtividade e lucro. Atualização tecnológica.
Força de trabalho e sindicatos
Qualidade de vida, empregabilidade, horas de trabalho, condições de trabalho, ética no trabalho, remuneração, segurança, saúde, reconhecimento, etc.
Demonstração das responsabilidades ocupacional e social interna.
Governo e seus Órgãos Impostos e cumprimento aos requisitos legais aplicáveis.
Demonstração das responsabilidades legais, tributárias, trabalhistas, ocupacionais, sociais e ambientais.
Comunidades e populações afetadas ONGs em geral
Qualidade de vida: geração de empregos, benefícios prática e socioeconômicos, Meio ambiente sadio, promoção da saúde, etc.
Demonstração das responsabilidades ambiental e socioeconômica ampla.
Quadro 11 – Partes interessadas, seus interesses e foco para as organizações Fonte: Carvalho, 2000
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Quando analisa-se as informações no Quadro 11, em relação aos interesses das partes
interessadas, percebe-se que mais uma vez, encontram-se presentes os pilares da
ecoeficiência, e que, o foco das organizações está, principalmente, na demonstração das
responsabilidades socioambientais e nos resultados econômicos.
Dessa forma, fecha-se o ciclo: a sociedade pressiona as organizações, estas respondem
às pressões e pressionam os parceiros (fornecedores) a estarem alinhados com seus
princípios de gestão, estendendo a toda Cadeia Produtiva o compromisso com o
desenvolvimento sustentável.
Neste cenário, onde também existe uma forte tendência de globalização do mercado e
de muita competitividade, vê-se que as empresas estão cada vez mais implantando
modernas estratégias de produção.
A esses novos princípios de gestão, está associado um conjunto de técnicas com eles
compatíveis e que as organizações começam a dominar, fazendo com que os seus
dirigentes obriguem-se a repensar o processo produtivo de uma maneira mais integrada,
reavaliando constantemente as estratégias empresariais, de forma a obter incrementos
contínuos nos índices de produtividade e qualidade, com responsabilidade social e
ambiental crescentes.
A instalação desse novo paradigma sócio-econômico e ambiental vem provocando
enormes transformações em todos os setores produtivos, em especial no setor de
saneamento, em função dos processos de privatização que vêm sendo efetivados.
Dentre as transformações referidas anteriormente, destacam-se a intensificação da
competitividade entre empresas, setores industriais e países; a aceleração no ritmo de
mudanças no ambiente empresarial e; a consolidação da informação e do conhecimento,
com recursos fundamentais de produção. (CASSIOLATO, 1998)
Para sobreviverem no novo ambiente de negócios, onde as vantagens competitivas são
cada vez mais circunstanciais, ou seja, de acordo com as demandas emergentes, as
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empresas passam a gerar, em ritmo cada vez mais rápido, inovações tecnológicas
visando a geração de novos produtos e processos, a redução de custos e desperdícios
etc. (KIPERSTOK, 2003).
Os avanços nas tecnologias organizacionais vêm sendo portanto, implementados de uma
forma tópica e localizada, exigindo uma visão mais integrada e holística. Além disso,
nota-se que as ferramentas de avaliação e controle, indispensáveis para assegurar a
continuidade dos processos de gestão implementados, são frágeis e muitas vezes
inconsistentes com os objetivos estratégicos definidos pelas empresas. (MORGAN,
1996)
Desta forma, verifica-se a necessidade de um sistema de monitoramento que identifique
os desperdícios e priorize corretamente o ataque a eles. A alteração da forma de
gerenciamento impõe uma coerente alteração no modelo de controle das atividades
associadas ao sistema de gestão, em especial, à gestão de pessoas, processos e
resultados.
Neste contexto, a metodologia de Produção mais Limpa, baseada no conceito de
Prevenção da Poluição, apresenta-se como um instrumento de gestão ambiental capaz
de promover intervenções no processo tornando-o mais ecoeficiente, adequando-o às
novas necessidades de mercado.
A estratégia de aplicação da metodologia P+L na EMBASA considerou o diagnóstico
de percepção realizado junto aos técnicos que participaram do Programa P+L como
instrumento de pesquisa para analisar os resultados obtidos, nas unidades operacionais
da empresa, e para verificar a maneira que P+L impactou sobre os elementos
identificados como focos de melhoria dos fatores de perda de valor, nas várias
dimensões da gestão da empresa, referidos no Quadro 10.
Esta análise deverá contribuir no processo de avaliação do grau de internalização do
conceito e práticas de Produção mais Limpa, por parte dos participantes do programa, e
no alinhamento da metodologia P+L com os elementos considerados pela EMBASA e
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outras organizações modernas, como focos de melhoria dos fatores de perda de valor,
nas várias dimensões de gestão empresarial.
5.2. O SETOR DE SANEAMENTO E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Segundo Kiperstok, (2003) o Setor de Saneamento, identificado como Setor Industrial
de Utilidade Pública (Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE), do
ponto de vista da inovação ambiental e do desenvolvimento sustentável, detém um
posicionamento estratégico por gerir a água, um dos principais recursos naturais,
constituindo-se portanto, em um canal direto e prioritário de contato com a grande
maioria da população do estado.
A análise de dados de produção de água x consumo (Bahia), correspondente ao período
de 1990-2000, feita pelo autor, demonstra uma diferença bem significante entre
produção e consumo de água potável, e que as perdas de água, mesmo tendo diminuído
ao longo dos anos, ainda se apresentam muito elevadas, denotando uma grande
ineficiência dos sistemas públicos de abastecimento. (KIPERSTOK, 2003)
O autor entende que a inovação tecnológica tem de ser gerada para aumentar a
ecoeficiência dos sistemas hídricos urbanos, sugerindo para tal, o desenvolvimento de
pesquisas que considerem, entre outras alternativas, tecnologias mais limpas de
tratamento de águas e efluentes líquidos e formas de adequação da qualidade de água
aos diversos usos. (KIPERSTOK, 2003)
Dessa forma, a percepção do caminho de P+L é fundamental, para que a empresa possa
gerar inovação ambiental e garantir o duplo dividendo, a qual pode se dar a partir da
inserção em redes de informação onde ocorrem a troca de conhecimentos necessários,
sejam tecnológicos, gerenciais ou comerciais.
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5.3. A EMBASA E O PROGRAMA P+L
A EMBASA é a empresa de saneamento da Bahia que atua na área de sistema de água
e esgoto em mais de 80 % dos municípios do estado, conforme pode ser observado na
Tabela 1.
Tabela 1 – Dados Gerais: Estados e Área de Concessão
ÁREA DE CONCESSÃO ATENDIMENTO ITEM ESTADO
DA BAHIA TOTAIS ÁGUA ESGOTO ÁGUA % ESGOTO%
Número de Municípios 417 347 347 42(*1) 100 12,1
População Urbana 8.980.629 7.541.604(*3) 7.541.604 1.649.010 97,76(*2) 21
(*1) Nestes municípios são operados 25 sistemas convencionais e 17 com apenas sistemas de conjuntos habitacionais. (*2) Percentual do atendimento com relação à população urbana total das localidades atendidas em relação à população urbana total de área de concessão o atendimento é cerca de 96,1%. (*3) Corresponde à população urbana total de todos os municípios da área de concessão. A população urbana de todas as localidades atendidas é 7.541.604 hab. OBS: Além das sedes municipais a EMBASA atende com água 106 sedes distritais, 79 áreas urbanas isoladas, 266 aglomerados rurais e 365 pontos rurais dispersos. Fonte: Machado, 2002
Com o ingresso no Programa de Modernização do Setor Saneamento - PMSS, em 1995,
a EMBASA elaborou, e vem reformulando, o seu planejamento estratégico, definindo,
dentre outros valores norteadores de suas políticas e ações, a Responsabilidade Social e
Ambiental. Também foi definida a Política Ambiental da empresa e a Comissão Técnica
de Garantia Ambiental – CTGA, para auto-avaliações de seus empreendimentos e efeito
de licenciamento ambiental.
Segundo Oliveira R. (2001), a EMBASA vem desenvolvendo esforços para se tornar
mais competitiva, e o entendimento de que instrumentos de gestão ambiental são
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necessários para dar suporte a busca de um desenvolvimento sustentável é fundamental
neste processo.
O mecanismo de aplicação de instrumentos de gestão ambiental, no entanto, deve ser
analisado visando a obtenção de melhores resultados para a empresa, requerendo
portanto, uma análise no plano estratégico. A tarefa de se formar profissionais capazes
de usar eficientemente tecnologias de Produção mais Limpa e, através deste uso,
criarem organizações mais competitivas, é uma atividade de longo prazo, que envolve,
por exemplo, as lentas mudanças comportamentais.
Foi a partir das premissas acima que o Programa de P+L na Empresa Baiana de Águas e
Saneamento S.A. – EMBASA foi estruturado pela autora dessa dissertação, em conjunto
com a Gerência de RH – Recursos Humanos, a Diretoria de Operação e as
Superintendências Regionais, com total apoio da Diretoria Administrativa e da
Presidência da empresa.
O Programa na sua 1ª fase, envolveu 16 unidades de negócios da empresa, sendo 15
unidades de tratamento de água e 01 de esgoto, de modo a fomentar uma prática de
gestão empresarial apoiada nos pilares da ecoeficiência, como fator de competitividade
e de sobrevivência.
O Programa P+L na empresa teve um caráter “orgânico”, ou seja, não mecânico e
dinâmico, relacionando às questões práticas e reais de maneira integrada. Essa linha
adotada visou tornar o Programa estrategicamente consistente, ou seja, efetivamente
incorporado ao dia-a-dia das operações e às diretrizes gerenciais da empresa. A
metodologia P+L desenvolvida pela UNIDO/UNEP foi o instrumento de gestão adotado
para atingir os objetivos propostos pelo Programa.
De acordo com referencial teórico, a metodologia P+L propõe uma interpretação do
processo produtivo como um todo, e não de suas partes componentes isoladas, na busca
de melhorias globais do processo da empresa, em detrimento de melhorias localizadas,
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através, principalmente, da redução e otimização do uso de materiais, insumos e
energia.
A Figura 7, representa este modelo de processo produtivo, onde a energia e os materiais
são recuperados, ou recicláveis, os efluentes líquidos e as emissões de gases são
tratados, os resíduos sólidos são dispostos adequadamente e os subprodutos são
comercializados.
Figura 7 - Redução e otimização do uso de materiais, insumos e energia no processo produtivo Fonte: Kliemann, 2000
A metodologia P+L implica portanto, no estudo criterioso da cadeia de causas e efeitos
nos processos de produção e de gestão, de modo a reduzir, minimizar eventos
indesejáveis, ou efeitos adversos de impacto negativo para o meio ambiente. Segundo
Oliveira R. (2001), esta proposta está alinhada com as diretrizes gerenciais da empresa.
Além disso, de acordo com a análise feita no item 0, vê-se que a metodologia de
Produção mais Limpa pode ser correlacionada com os diversos aspectos que fazem
parte de uma organização e que são consideradas como diretrizes gerenciais da
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EMBASA: os focos de melhoria, os fatores de perda de valor e de interesse em várias
dimensões da gestão.
Dessa forma, a EMBASA considerou a metodologia P+L, um instrumento de gestão
alinhado com a prática de gestão empresarial da empresa, entendendo que o mesmo
contribuiria para o atingimento de suas metas focadas na busca de melhoria de
desempenho econômico, socioambiental e de imagem junto às partes interessadas.
5.4. COMO A EMPRESA FOI SENSIBILIZADA A INVESTIR EM P+L
No ano de 2000, a área de meio ambiente do SENAI-CETIND coordenou um curso de
capacitação em P+L, ministrado pelo CNTL e custeado por um grupo de empresas
locais, do qual a EMBASA fez parte. Essa iniciativa envolveu ações de articulação
institucional em conjunto com o IEL – Instituto Euvaldo Lodi e a Universidade Federal
da Bahia com o objetivo de conhecer e avaliar a metodologia de P+L para assim definir
estratégias de disseminação desta no setor produtivo baiano.
Nesse primeiro momento, várias instituições de ensino participaram do curso através de
seus representantes, que trabalharam junto com os técnicos das empresas financiadoras
do curso e, que também, atuaram como pilotos na aplicação da metodologia nos seus
processos produtivos.
A EMBASA foi uma das empresas parceira na realização desse curso. O técnico da
empresa que participou do curso e aplicou a metodologia em uma das unidades de
tratamento de água, recomendou junto às diretorias de Meio Ambiente e de Operações
que a metodologia fosse aplicada em outras unidades, resultando numa solicitação ao
NPL-BA de um curso de P+L desenvolvido para atender a necessidade da EMBASA,
de acordo com a sua realidade.
A área de operação priorizada pela empresa foi a de tratamento de água, com 15
unidades, sendo que foi incluída uma unidade de tratamento de esgoto como piloto. Na
primeira fase do programa, o investimento foi focado na realização do curso de
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capacitação de 32 profissionais da empresa com o objetivo de formar consultores
internos na aplicação da metodologia, constituindo assim, as bases do Programa de
Produção mais Limpa da EMBASA.
5.5. O PROGRAMA P+L NA EMBASA
O Programa P+L na EMBASA foi desenhado tendo como foco principal um processo
de capacitação na aplicação da metodologia de Produção mais Limpa UNIDO/UNEP,
visando:
• promover o entendimento do conceito de Produção mais Limpa;
• capacitar técnicos na implementação da metodologia na empresa;
• melhorar o desempenho socioambiental e financeiro da empresa, através da
redução de perdas, desperdícios e de adoção de práticas ambientalmente
corretas.
A estratégia utilizada para a implantação do programa P+L na EMBASA considerou
como aspectos críticos a sensibilização, capacitação e comprometimento da alta direção
das 16 unidades operacionais que participaram do programa com o compromisso de
considerar P+L no plano estratégico da empresa. O programa considerou o
desenvolvimento de um conjunto de ações em 03 fases bem definidas:
1ª fase - Curso de capacitação na metodologia de P+L, no nível gerencial;
2ª fase - Aplicação e avaliação do diagnóstico de percepção para avaliar P+L como
fomento de ecoeficiência na empresa;
3ª fase - Massificação do conceito e da metodologia P+L na empresa, junto a área de
operação.
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O planejamento e implementação dessas ações representou um diferencial em relação a
outras experiências de aplicação da metodologia realizadas pelos NPLs, dada a
amplitude do trabalho que utilizou a metodologia P+L como parte do Programa P+L,
suportada por outras estratégias corporativas.
Na 1ª fase do Programa formatou-se o conteúdo do curso, priorizando os temas de
acordo com os objetivos a serem atingidos pelo programa P+L e realizou-se um curso
de capacitação com carga horária de 120 horas. A finalidade do curso foi conhecer,
discutir e aplicar a metodologia de Produção mais Limpa nas unidades operacionais,
gerando 16 Relatórios, elaborados sob a orientação do consultor de Produção mais
Limpa do NPL/BA, também docente do curso Wagner Gerber.
O perfil dos participantes do curso para a 1ª fase do programa foi gerencial para
assegurar o comprometimento da alta direção na adoção ao programa. No entanto, foi
considerado importante ter a participação de técnicos na esfera operacional. Sendo
assim, a composição da turma foi de 02 representantes/unidade operacional participante
do programa (01 gerente da unidade e 01 técnico operacional).
Participaram da abertura do curso a alta direção da empresa: Diretor de Operação,
Administrativo, Gerente de Recursos Humanos e outros convidados com a finalidade de
mostrar para os participantes o grau de comprometimento e expectativas da empresa em
relação aos resultados esperados. Como parte do escopo do programa P+L, foi realizada
uma palestra de abertura do curso visando:
• apresentar o objetivo geral do programa e os benefícios que poderiam
decorrer deste para a empresa;
• fazer uma introdução sobre a metodologia P+L como base para elaboração
do diagnóstico preliminar do processo produtivo;
• dar orientações para o cumprimento da 1ª etapa da metodologia de P+L,
correspondente à elaboração do Diagnóstico Preliminar do Processo
Produtivo, a partir do levantamento de informações nas áreas de trabalho. Os
Diagnósticos, corresponderam a primeira tarefa do programa, tendo sido
apresentado durante o Módulo I do curso de capacitação;
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• demonstrar o comprometimento, em especial, da Diretoria de Operação no
suporte às unidades para levantamento de dados e realização dos trabalhos de
campo;
O curso de capacitação ocorreu ao longo de 07 meses, tendo sido dividido em 03
módulos de 40 horas de atividades em sala de aula, realizados a cada 2 meses,
intercalados com atividades de campo e atendimentos individualizados. As atividades
do curso consistiram em aulas expositivas, debates, resolução de problemas, elaboração
de relatórios e visita técnica a unidade de tratamento de água piloto com o objetivo de
orientar os participantes, in loco, de como realizar um diagnóstico para levantamento de
oportunidades de Produção mais Limpa.
Os atendimentos individualizados às unidades de operação foram realizados com a
finalidade de acompanhar e orientar a execução das tarefas de campo que
corresponderam a etapas do Projeto P+L. Cada unidade teve 04 atendimentos com
duração de 04 horas, sendo estes realizados quinzenalmente nos intervalos de um
módulo para o outro.
Os resultados obtidos especificamente do curso de P+L foram 16 Relatórios de Produção
mais Limpa (01/unidade), cujo conteúdo contemplou oportunidades de melhorias
identificadas no processo, as alternativas de Técnicas de Redução da Poluição propostas
para reduzir poluição com seus estudos de viabilidade técnica e econômica, indicadores de
monitoramento para medir desempenho, levantamento de barreiras para implantação das
Técnicas de Redução da Poluição e um plano de ação com ações, prazos, responsáveis,
recursos necessários, investimento financeiro.
Para fins de aprendizado da metodologia, foram registrados nos Relatórios apenas 05
oportunidades de melhoria/unidade de operação, tendo em vista a limitação de tempo para o
acompanhamento e avaliação destes, por parte dos consultores de P+L, com o objetivo de
checar o entendimento de conceitos e da própria metodologia.
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Segundo depoimento dos participantes do curso, várias ações de melhoria foram tomadas
nas unidades, a partir do curso de capacitação, independentemente de serem, ou não,
registradas nos Relatórios.
Os Relatórios de P+L sinalizaram aspectos críticos das unidades com a finalidade de
subsidiar as ações da Diretoria de Operações na busca da ecoeficiência do processo
produtivo.
Ao final do curso de capacitação, os trabalhos foram apresentados num seminário
interno na EMBASA. Nesta apresentação estiveram presentes o Presidente da empresa,
os Diretores Administrativo, Financeiro, de Meio Ambiente e de Operações, Gerência
de recursos humanos, outras lideranças e técnicos, a fim de divulgar os esforços da
empresa envidados na busca da ecoeficiência, e de demonstrar que o programa era
prioridade da alta direção, abrindo espaço para a adoção deste, por parte de outras
unidades.
Pode-se afirmar que o conjunto de ações complementares adotadas durante o programa, a
exemplo: definição de critérios para a composição da turma (gerente apoiado por um
supervisor), o processo de sensibilização e as atividades de acompanhamento da alta
direção da empresa caracterizou o programa P+L, como uma iniciativa de abrangência
corporativa .
O processo de capacitação provocou um repensar do processo produtivo, quebrando antigos
paradigmas, instrumentalizando a gerência para atuar na liderança do processo de
replicagem do conceito e da prática de P+L, junto aos seus liderados. Essa estratégia ainda
promoveu um alinhamento de conceitos e práticas na esfera gerencial e estimulou uma
integração e troca de experiências muito grande, principalmente durante o curso.
A 2ª fase do programa P+L na EMBASA consistiu na avaliação do impacto da
Produção mais Limpa como mecanismo de ecoeficiência empresarial, a partir da
identificação das possíveis relações do Programa P+L com as diretrizes e estratégias
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empresariais da EMBASA, tendo como base os focos de melhoria dos fatores de perda
de valor, nas várias dimensões da gestão da empresa.
A Gerência de Recursos Humanos da empresa desenvolveu um questionário,
Diagnóstico de Percepção, tendo como objeto de questão: Produção mais Limpa é
mecanismo estratégico de ecoeficiência empresarial? Este questionário foi aplicado
junto aos gerentes/técnicos de cada unidade operacional participante do curso de P+L.
A estratégia de fazer com que o corpo gerencial avaliasse a metodologia de P+L,
enquanto instrumento de gestão, estabelecendo uma correlação com as diretrizes
estratégicas da empresa, agregou valor ao processo de aprendizagem, favoreceu uma
constatação pelos próprios participantes sobre a importância do programa P+L para a
empresa, levando a uma motivação para a replicagem da metodologia na esfera
operacional, com o comprometimento de apoio por parte das gerências diretas das
unidades.
A 3ª fase do Programa decorreu em atendimento às sugestões apresentadas pelos
Gerentes das Unidades de Negócios que participaram da 1ª fase do programa. A
empresa promoveu um curso de P+L (40 hs), cujo público-alvo foi 60 supervisores de
várias unidades de operação de ETA – Estação de Tratamento de Água, ETE – Estação
de Tratamento de Esgotos e outras áreas da empresa. O curso teve 02 turmas e a docente
deste foi a autora dessa dissertação.
O objetivo do curso, nessa fase do programa, foi massificar a prática de P+L através da
inclusão dos supervisores e operadores no processo de capacitação, para que estes,
pudessem reforçar e dar continuidade, com o suporte das suas gerências diretas, ao
Programa P+L na EMBASA.
Como parte do processo de aprendizagem, assim como foi feito no 1º curso de P+L,
definiu-se atividades de campo, para que os conhecimentos adquiridos em sala de aula,
tivessem um caráter prático.
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A estratégia adotada nessa fase do programa, foi fazer o movimento contrário ao da 1ª
fase, onde a sensibilização para aplicação da metodologia nas unidades da empresa se
deu de cima (alta direção) para baixo (operacional). Os supervisores foram capacitados
para retornarem aos seus postos de trabalho, alinhados com os princípios de P+L e
assim desenvolverem atividades visando retroalimentar o Programa de P+L da empresa,
num processo contínuo, a partir da participação e comprometimento de todos.
O conteúdo do curso e a condução dos trabalhos foram definidos de maneira a
contextualizar os supervisores sobre a visão da empresa em relação ao programa P+L
(plano estratégico), definir conceitos, explicar a metodologia de P+L, exercitar a
capacidade de análise crítica das oportunidades de P+L propostas na 1ª fase do
programa, promover integração das equipes de trabalho, levantar a autoestima dos
participantes do curso, a partir da valorização do papel do profissional da área de
operação, no programa P+L na empresa, de acordo com os princípios do Ecoprofit, base
da metodologia P+L, referidos no item 2.4 dessa dissertação. Desta forma, o Curso de
Capacitação foi estruturado em 04 partes:
��Apresentação e discussão de conceitos e da metodologia P+L – Os conceitos
associados a P+L (Fim de Tubo, Prevenção da Poluição, Ecoeficiência, Projeto para
o Meio Ambiente, Análise de Ciclo de Vida e outros) foram discutidos à luz da
prática de gestão da empresa. A explicação das etapas da metodologia teve como
base a apresentação das oportunidades de melhoria identificadas na 1ª Fase do
programa – curso 120 horas.
��Análise crítica das oportunidades de melhoria - O processo de aprendizagem e
internalização da metodologia ocorreram a partir da discussão das oportunidades de
melhoria e Técnicas de Redução da Poluição propostas e adotadas na 1ª fase do
programa e da possibilidade de aplicação destas, em outras unidades da empresa
(replicabilidade).
��Aplicação de Pesquisa de Percepção – Foi realizada junto aos participantes do
curso, em relação ao caráter inovador das técnicas propostas, tipos de técnicas mais
adotadas, principais dificuldades/barreiras, e sugestões de melhoria.
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��Realização de atividade de campo - Consistiu no levantamento de informações
visando a atualização do estágio de implementação das medidas propostas na 1a.
fase do programa e o comprometimento, por parte dos participantes do curso, em
identificar novas oportunidades de melhoria, tornando o processo interativo e
dinâmico. Esta atividade teve como objetivo reforçar a aplicabilidade prática do
conhecimento adquirido no curso e promover uma integração dos supervisores com
os participantes do 1a curso P+L.
O Programa P+L da EMBASA foi desenhado numa parceria que envolveu a autora
dessa dissertação (coordenadora do NPL/BA), o consultor em P+L, a Gerente de
Recursos Humanos, o Diretor de Operações da empresa e os Superintendentes
Regionais.
A construção conjunta do programa foi um esforço no sentido de definir a melhor forma
de capacitar e comprometer as lideranças das unidades de operação para que, uma vez
internalizados os conceitos, a prática da aplicação da metodologia P+L fosse
incorporada na rotina de trabalho como diretriz da empresa.
5.6. RESUMO DO CAPÍTULO 5
O Setor de Saneamento caracteriza-se pelo alto grau de perdas e pela eminência de
privatização. Em função desse cenário, a EMBASA identificou que precisava ter seus
profissionais preparados para uma reavaliação de seus processos, sob a ótica da
Produção mais Limpa, visando principalmente a redução de perdas, com impacto direto
no seu valor de mercado.
O Programa de Produção mais Limpa na EMBASA considerou como instrumento de
gestão ambiental a metodologia P+L desenvolvida pela UNIDO/UNEP, alinhada com as
práticas de gestão adotadas pela organização, tendo envolvido as várias esferas
funcionais da empresa, a exemplo, da alta direção, operação, supervisão, recursos
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humanos, num esforço conjunto, para que o comprometimento com os resultados fosse
o maior possível.
Todas as etapas do Programa foram pensadas cuidadosamente considerando os aspectos
da gestão da empresa: diferentes realidades das unidades operacionais situadas nas
várias regiões do estado da Bahia, fatores motivacionais dos profissionais, prioridades
da empresa, ferramentas de qualidade, diretrizes corporativas e instrumentos de gestão
adotados (diagnósticos de percepção, relatórios 3 gerações etc).
A definição da estratégia de aplicação da metodologia de P+L na EMBASA teve sua
base na proposição que a alta administração tem um papel fundamental na gestão do
conhecimento, a partir da definição dos campos de conhecimento, no qual os
funcionários da organização devem focalizar seus esforços de aprendizado na
clarificação da estratégia empresarial e na definição de metas desafiadoras e motivantes.
O papel da área de Recursos Humanos foi fundamental no planejamento e
desenvolvimento das atividades. A autora dessa dissertação foi a responsável pela
definição da estratégia de aplicação da metodologia P+L, tendo atuado ainda como
docente dos cursos e como coordenadora do programa P+L na EMBASA.
As características apresentadas da estratégia de aplicação da metodologia P+L
UNIDO/UNEP utilizada na EMBASA representam um diferencial em relação a outras
experiências com a metodologia realizadas em empresas ou setores produtivos, e portanto, a
discussão dos resultados obtidos deverão trazer uma contribuição significativa na
identificação de aspectos que devem ser levados em consideração para assegurar que a P+L
seja considerada no plano estratégico da empresa, assumindo um caráter corporativo.
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Esse capítulo está dividido em 02 partes, sendo que na primeira parte, apresenta-se e
analisa-se os elementos da metodologia UNIDO/UNEP, identificados nos Relatórios
P+L das unidades operacionais da EMBASA, com o objetivo de verificar a contribuição
que esse processo trouxe para tornar a empresa mais ecoeficiente.
Na segunda parte, avalia-se o impacto do programa P+L na empresa, de acordo com a
percepção de técnicos da esfera gerencial e operacional, assim como também, a
estratégia utilizada para disseminar a metodologia de maneira corporativa.
A Embasa possui 15 Unidades de Negócios situadas em municípios no estado da Bahia
e cada uma delas, por sua vez, opera várias Estações de Tratamento de Água-ETA. A
metodologia foi aplicada em 01 ETA piloto de cada unidade de negócio e em apenas 01
Estação de Tratamento de Esgoto- ETE.
As Estações variam muito em relação ao porte e a que tem maior capacidade de
produção é a ETA Principal que abastece a RMS – Região Metropolitana de Salvador.
O faturamento das unidades por volume de água tratada produzido (m3) também varia
muito.
Com a finalidade de caracterizar as Unidades operacionais da EMBASA onde a
metodologia foi aplicada, apresenta-se a Tabela 2 a seguir.
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Tabela 2 – Caracterização das Unidades Operacionais da EMBASA
UNS ETA'S / ETE
N.º EMPREGADOS
CAP. PROD. ANUAL
(X 1000m³)
FATURAMENTO ANUAL (R$X1000)
FATURAMENTO VOL. PROD.
(R$/m³)
1. USU ETA Itamaraju 6 5.964,00 1.898,97 0,32
2. UNI ETA Irecê 10 8.400,00 7.000,00 0,83
3. UNB ETA Barreiras 9 10.300,00 5.000,00 0,49
4. UNF ETA Queimadas 6 1.363,91 705,87 0,52
5. USA ETA Sto. Antonio de Jesus 13 3.800,00 2.850,00 0,75
6. USC ETA Guanambi 10 4.294,85 1.617,18 0,38
7. USV ETA V. da Conquista 21 19.500,00 14.300,00 0,73
8. UNE ETA Itaberaba 11 5.361,12 2.955,00 0,55
9. USI ETA Ilhéus 4 1.720,00 940,00 0,55
10. UNA ETA Pojuca 5 2.522,88 720,00 0,29
11. USJ ETA Ipiaú 11 6.222,80 1.552,54 0,25
12. UNP ETA Paulo Afonso 11 5.249,32 3.615,49 0,69
13. UMB ETA Cobre 7 4.942,55 1.220,81 0,25
14. UNS ETA Sr. do Bonfim 5 2.940,76 1.945,08 0,66
15. RMS ETA Principal 77 284.984,00 51.236,22 0,18
16. USJ ETE Jequié 12 2.177,28 2.082,14 0,96
TOTAIS 218 369.743,47 99.639,30 0,27 *ETA - Estação de Tratamento de Água *ETE - Estação de Tratamento de Esgoto Fonte: Relatórios de P+L da EMBASA retirado de Oliveira R.(2001)
Os dados gerados com a aplicação da metodologia P+L nas unidades operacionais da
EMBASA foram analisados nos subitens, apresentados a seguir.
6.1. ELEMENTOS DA METODOLOGIA IDENTIFICADOS NOS
RELATÓRIOS DE P+L
As informações que foram extraídas, sistematizadas e analisadas dos 16 Relatórios de
P+L, contendo 76 oportunidades de melhoria, resultantes da aplicação da metodologia
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nas unidades operacionais da EMBASA, referem-se aos elementos da metodologia que
correspondem aos critérios de análise de ecoeficiência:
��Técnicas de Redução da Poluição mais utilizadas (quantidade e tipo), de
acordo com o organograma de P+L;
��Nível de aplicação de P+L alcançado pelas unidades, de acordo com o
organograma de P+L;
��Potencial de replicabilidade das medidas;
��Benefícios ambientais, a partir do percentual de redução de: água, energia,
resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas;
��Outros benefícios obtidos: saúde ocupacional, melhoria de imagem, aumento
de competitividade;
��Benefícios econômicos X Investimento financeiro total para implementar as
técnicas de Produção mais Limpa propostas nos relatórios.
De acordo com a metodologia, cada unidade operacional realizou um diagnóstico para
identificar as oportunidades de melhoria, elaborando um fluxograma do processo
produtivo, com suas etapas, entradas (matérias–prima e insumos) e saídas (produtos,
resíduos e subprodutos).
Como apenas uma ETE participou do programa, a ênfase desse estudo é o processo
produtivo das estações de tratamento de água, portanto, apresenta-se a seguir como
modelo a Figura 8 – Fluxograma do Processo Produtivo de uma ETA.
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ENTRADAS OPERAÇÕES – ETAPAS SAÍDAS
Água Bruta Energia Elétrica →
1. CAPTAÇÃO
→ Perda de Água Bruta
↓ Solução de Sulfato de Alumínio
(Base Úmida 12%)
→
2. COGULAÇÃO
→ Não se aplica
↓
Não se aplica →
3. FLOCULAÇÃO
→
Água de descarga dos floculadores
Lodo dos floculadores Perda de água floculada
↓
Água para lavagem de decantador →
4. DECANTAÇÃO
→
Água de descarga dos decantadores
Lodo dos decantadores ↓
Água para lavagem de filtro →
5. FILTRAÇÃO
→ Água de lavagem de filtro Água de descarga de fundo
Lodo dos filtros ↓
Energia elétrica - água para lavagem de decantador e filtro
Clorogás Flúorsilicato de sódio
Saco Plástico Cilindro de clorogás
→
6. RESERVAÇÃO
→
Emissões atmosférica – Pó de Flúor e Clorogás
Água para lavagem de decantador e filtro
Água para preparação de solução de sulfato
Água tratada para distribuição Água para consumo na ETA Perda por extravasamento
Clorogás Flúorsilicato de sódio
Saco Plástico Cilindro de clorogás
Fluxograma da Preparação da Solução de Sulfato de Alumínio Energia Elétrica
Saco Plástico Sulfato de Alumínio
( Base Úmida 12 % ) Água para preparação de solução Água para preparação de solução
de sulfato
→
7. Tina de solução
→
Água (vapor) Emissões Atmosféricas
Borra de Sulfato (Base Úmida 12%)
Saco Plástico Pó de Sulfato no saco Solução de Sulfato (Base úmida 12%)
Figura 8 – Fluxograma do Processo Produtivo de uma ETA Fonte: Relatórios P+L (2001)
A avaliação dos dados dos Relatórios ocorreu na 3ª Fase do Programa P+L, tendo sido
feita pelos participantes do curso, sob a orientação da autora dessa dissertação,
coordenadora técnica do Programa P+L na EMBASA e também docente do curso de
capacitação.
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Os técnicos analisaram as 76 oportunidades de melhoria, identificaram as Técnicas de
Redução da Poluição propostas e o nível de eficiência destas, à luz da metodologia P+L,
verificaram ainda a possibilidade de replicabilidade, ou seja, de aplicação das Técnicas
de Redução da Poluição propostas, em outras ETAs/ETEs da empresa.
Além disso, foi feita uma análise dos investimentos necessários que foram levantados
para implementação das medidas, os benefícios econômicos e o tempo de retorno dos
investimentos, com a finalidade de avaliar a contribuição de P+L em relação ao pilar
econômico da ecoeficiência.
A análise crítica teve como produto 16 tabelas representando de maneira resumida os
Resultados do Programa nas Unidades Operacionais da EMBASA (vide apêndice A).
Nos itens a seguir, apresenta-se considerações sobre a análise dos dados constantes nas
tabelas referidas anteriormente.
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A análise das Técnicas de Redução da Poluição mais utilizadas (quantidade e tipo) foi
feita de acordo com o Organograma de Redução da Poluição baseado em LaGrega -
Figura 5. A compatibilização dos dados registrados nas tabelas resumo, encontra-se na
Tabela 3.
Tabela 3 – No. de medidas Aplicadas/ Tipos de Técnicas de Redução da Poluição
TIPOS DE TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA POLUIÇÃO
NO. DE MEDIDAS APLICADAS
Modificação Produto 0 Modificação Matéria-prima/Insumo 09 Modificação Tecnologia 08 Boas Práticas Operacionais – BPOs 43 Reciclagem Interna 20 Reciclagem Externa 04 * Fim de Tubo 13
Total 97 Fonte: Relatórios P+L (2001) – contribuição própria
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De acordo com a Tabela 3, vê-se que não foi proposta nenhuma medida de Modificação
de Produto, identificada no organograma de LaGrega como de redução na fonte
geradora. Esse resultado não representou uma novidade, pois segundo referencial
teórico, normalmente a adoção desse tipo de medida exige um estudo mais aprofundado
que pode inclusive, considerar uma ACV-Análise de Ciclo de Vida do produto.
A ACV tem o objetivo de verificar os aspectos relacionados desde a fase de extração de
matéria-prima, até o destino final pós consumo, ou seja, findo a vida útil do produto.
Outro instrumento de gestão ambiental que pode ainda ser considerado é o Projeto para
o Ambiente, o qual fornece as bases para especificação de um produto mais
ambientalmente correto.
No caso específico da EMBASA, o produto principal do processo é água tratada, que ao
contrário de muitos produtos decorrentes de atividades produtivas, não causa nenhum
impacto negativo ao meio ambiente, muito pelo contrário, representa um recurso
necessário à nossa sobrevivência.
A alternativa de mudança no produto, portanto, não é aplicável ao caso EMBASA, no
entanto, outras medidas P+L foram adotadas de maneira a melhorar a qualidade do
produto final água tratada, a exemplo de Boas Práticas Operacionais - BPOs.
De acordo com a Tabela 3, verifica-se ainda que o maior número de técnicas de redução
da poluição adotadas (43) foi do tipo Boas Práticas Operacionais, o que pode indicar
Produção mais Limpa como um instrumento de grande aplicabilidade em processos
produtivos, pois segundo sua própria definição, descrita no item 3.2.3, dessa
dissertação, essas medidas correspondem a alternativas de simples operacionalização
que normalmente demandam poucos recursos financeiros.
A análise dos investimentos necessários para implementação das medidas, registrados
na coluna “Investimento”, das Tabelas Resumo dos Resultados do Programa P+L,
também indicam que essas medidas foram as que demandaram os menores
investimentos.
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Vale salientar que de acordo com depoimentos dos participantes do 1o curso, foram
identificadas e implementadas durante a fase de implementação do programa, várias
medidas de Boas Práticas Operacionais que não demandaram investimentos
significativos.
Algumas destas medidas no entanto, não foram registradas nos Relatórios P+L como
oportunidades de melhoria, pois para fins de aprendizagem da metodologia, foi feito o
registro e detalhamento nos Relatórios de no máximo 05 oportunidades de
melhoria/unidade de operação.
Como exemplo de medidas BPOs, que foram utilizadas pelas unidades, pode-se citar a
substituição de rotores das bombas de captação com impacto direto na redução do
volume de água de captação e no consumo de energia; a automação da captação e; a
instalação de comporta e registro no canal de água floculada, permitindo reduzir o
volume de descarga de água floculada. (Ex: Oportunidades 02, 03, 04 e 05 - Tabela 19).
Outro ponto observado em relação às medidas de Boas Práticas Operacionais, é que
normalmente elas estão sempre associadas a outros tipos de medidas de maneira
complementar. (Ex: Oportunidade 03 - Tabela 20).
Os principais tipos de medidas de Boas Práticas Operacionais adotadas pelas unidades
estão na Tabela 4.
Tabela 4 – No. de medidas/Tipo de Medidas Boas Práticas Operacionais
TIPOS DE MEDIDAS DE BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS
NO. DE MEDIDAS
Mudança de Procedimento 17
Mudança de Condições de Operação 19
Substituição/Adequação de Equipamentos 7
6.1.1.1.1.1.Total 43 Fonte: Relatórios P+L (2001) – contribuição própria
Vê-se na Tabela 4, que as medidas de mudança de condição de operação foram as mais
comuns nas unidades. Estas compreenderam medidas de manutenção de equipamentos,
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treinamento e conscientização. As medidas de mudança de procedimento foram o
segundo tipo que as unidades mais optaram. (Ex: Oportunidade 02 - Tabela 13).
A alternativa menos adotada de Boas Práticas Operacionais foi a de
substituição/adequação de equipamentos. Este resultado pode está associado à falta de
informações sobre outras opções de equipamentos, falta de recursos financeiros,
argumentos muito comuns por parte do setor produtivo. Ex: Oportunidade 05 - Tabela
15.
Vale salientar que o enquadramento das medidas, como sendo de
substituição/adequação de equipamentos, ou de modificação tecnológica, gerou muita
polêmica entre os técnicos da EMBASA. De acordo com o entendimento da maioria, a
simples mudança de um equipamento por um outro mais avançado representava uma
modificação tecnológica, daí a dúvida na classificação da medida de corresponder a
modificação tecnológica, ou Boas Práticas Operacionais (substituição/adequação de
equipamentos). Ex: Oportunidade 02 - Tabela 22.
O critério adotado na classificação, levou em consideração o grau de complexidade na
implementação da medida, a exemplo de nível de sofisticação do equipamento, recursos
financeiros necessários, necessidade de treinamento, nível de impacto provocado pela
medida no processo. Dessa forma, foram identificadas nas tabelas resumo, 06 medidas
de modificação tecnológica que foram:
1. Automação do conjunto elevatório - oportunidade 03 - Tabela 15
2. Instalação de soprador de ar na tina de preparação - oportunidade 04 - Tabela 15
3. Instalação de soprador, equipado com motor para produção de o ar - oportunidade 01 -
Tabela 16
4. Automação da captação através do NA do RAD - oportunidade 03 - Tabela 19
5. Substituição do sistema manual de remoção de sólidos, por processo mecanizado.
oportunidade 02 -Tabela 20
6. Substituição das hélices dos misturadores, instalação de compressores, para inserção
de ar no processo de mistura - oportunidade 01 - Tabela 21
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Quanto ao aspecto econômico, quando analisa-se os investimentos associados às
medidas classificadas como de modificação tecnológica, ex: Oportunidade 03 - Tabela
15, pode-se constatar que os investimentos levantados nem sempre são muito altos (R$
1.500,00).
Com relação às medidas do tipo substituição de matéria-prima/insumos foram
identificadas 09, sendo 02 delas, relativas a alteração na característica da matéria-prima,
no caso água bruta, obtida a partir de uma simples mudança no ponto de captação (Ex:
Oportunidade 03 - Tabela 13 e Oportunidade 04 - Tabela 9).
As outras 07 medidas foram de mudanças de insumos e estavam associadas, na sua
maioria, ao agente coagulante sulfato de alumínio sólido, apontado como gerador de
resíduos sólidos, em função muitas vezes, de dosagens excessivas (Ex: Oportunidade 02
- Tabela 23).
Houve também uma medida de adoção do peróxido de hidrogênio (água oxigenada) em
substituição ao cloro como agente oxidante, responsável pela geração de trihalometano
na água, substância tóxica para os seres vivos em geral, formada a partir da reação do
cloro com matéria orgânica (Ex: Oportunidade 01- Tabela 12).
Em relação à reciclagem interna, foram identificadas 21 medidas, todas elas
relacionadas ao reaproveitamento de águas de lavagem e de descarga de filtros,
floculadores e decantadores (Ex: Oportunidade 01 - Tabela 12). A maioria das ETAs
adotaram essa medida associada a outras que incluíram opções de Boas Práticas
Operacionais (Elaboração de POPs – Procedimentos Operacionais Ex: Oportunidade 02
- Tabela 24).
Quanto a reciclagem externa, 04 medidas foram identificadas: a incorporação do lodo
desidratado no tijolo, em olaria (Ex: Oportunidade 01 - Tabela 16); aplicação do lodo
tratado, através de leito de secagem, na prática de gestão (Ex: Oportunidade 04-Tabela
20); aplicação do efluente líquido tratado na irrigação do cinturão verde no entorno da
ETE (Ex: Oportunidade 05-Tabela 20) e a parceria com usina de reciclagem de lixo para
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reciclagem dos sacos e embalagens dos insumos usados nas ETAs (Ex: Oportunidade 03
- Tabela 21).
Pode-se verificar que apesar da Prevenção da Poluição, base conceitual da metodologia
de P+L, não recomendar o uso de medidas de Fim de Tubo, (tecnologias de tratamento e
disposição de resíduos), estimulando a busca pela identificação da causa geradora do
resíduo e não simplesmente o tratamento deste, algumas unidades de operação optaram
por essas medidas (13).
Segundo depoimento dos técnicos, não houve tempo hábil para uma análise mais
detalhada de outras alternativas que minimizassem os problemas identificados na suas
fontes geradoras, tendo sido colocado que estes problemas seriam reavaliados no futuro.
A alternativa de Fim de Tubo mais proposta foi a de tratamento do lodo das estações, a
partir de leito de secagem. Ex: Oportunidade 02 - Tabela 15. Esse aspecto foi
considerado o mais crítico nas Estações de Tratamento, pois a maioria das estações não
tinha gestão alguma sobre o problema.
É importante registrar que, a situação da gestão ambiental nas unidades da empresa
apresenta-se de forma muito diferenciada de uma unidade para outra. O foco na questão
ambiental nas grandes unidades é maior, e algumas delas, encontram-se em estágios
mais avançados em função de diferentes tipos de pressões, a exemplo de requisitos
legais, demandas da sociedade etc.
Dessa forma, pode-se entender o fato de muitas unidades de operação considerarem
ainda a opção de Fim de Tubo, por si só, ou complementares às de P+L, um grande
avanço na gestão das questões ambientais. (Ex: Oportunidade 03 - Tabela 10).
Vale salientar que a metodologia de P+L não recomenda a adoção de alternativas Fim
de Tubo, mas também não a descarta (vide organograma de La Grega - Figura 5). O
proposto pela metodologia P+L, é tentar fazer a combinação de medidas visando o
abatimento da carga poluidora.
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No caso das unidades da EMBASA, a alternativa de P+L mais proposta em associação
com medidas de Fim de Tubo (construção de ETE - Estação de Tratamento de Efluentes
Líquidos/leito de secagem) foi a de reaproveitamento de água de lavagem dos filtros,
floculadores e decantadores (reutilização interna) (Ex: Oportunidade 01- Tabela 13)
Dessa forma, as medidas de Fim de Tubo mais adotadas nas unidades da EMBASA
corresponderam a: leito de secagem para tratamento de lodo; estações de tratamento de
efluentes líquidos e; armazenamento/acondicionamento para tratamento de resíduos
sólidos.
Na análise das medidas, leva-se em conta ainda os aspectos de transporte e embalagens,
considerados como transversais em P+L. Em relação a transportes, não foi registrada
nenhuma oportunidade de melhoria que focasse esse aspecto, embora tenha sido
entendido como um fator muito importante a ser observado no processo de decisão da
medida a ser adotada.
Este aspecto foi levantado durante as discussões sobre a alternativa de mudança de
insumo (sulfato de alumínio sólido para líquido), considerada por todas as unidades
como uma medida de alto potencial de replicabilidade em termos técnicos, tornando-se,
no entanto, inviável economicamente para algumas unidades, devido a questão de
custos associados à logística de transporte.
Em relação ao aspecto embalagens, verifica-se que foi proposta uma medida de
reaproveitamento dos sacos de insumos, utilizando-os na construção de ensecadeiras nas
barragens, medida essa de grande replicabilidade em várias unidades da empresa (Ex:
Oportunidade 04 - Tabela 24)
De maneira geral, pode-se afirmar que a classificação dessas medidas foi bastante
discutida pelos participantes dos cursos, gerando muitas dúvidas quanto ao
entendimento do que é, por exemplo, uma mudança ou adequação de equipamento ou
uma modificação tecnológica, como já foi comentado anteriormente.
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O que se nota, entretanto, como mais importante na aprendizagem, não é enquadrar as
medidas e sim entender o impacto destas no processo produtivo, tendo como base o
conceito de P+L de priorizar ações que foquem a identificação da causa do problema e
evitem, ou pelo menos reduzam, a poluição na sua fonte geradora.
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Na análise do nível de eficiência em P+L atingido pelas unidades da Embasa, a partir
das 76 oportunidades de melhoria identificadas, contabilizou-se o número de medidas
aplicadas de acordo com a classificação proposta na Figura 4 – Organograma de
Produção mais Limpa. Estes dados estão representados na Tabela 5 – No. de
medidas P+L aplicadas de acordo com os Níveis de eficiência P+L apresentada a
seguir.
Tabela 5 – No. de medidas P+L aplicadas de acordo com os Níveis de eficiência P+L
NÍVEIS DE EFICIÊNCIA P+L
NO. DE MEDIDAS APLICADAS
1 60
2 20
3 04
Total 84 Fonte: Relatórios P+L (2001) – contribuição própria
Pode-se verificar na Tabela 5 que a maioria das medidas adotadas em todo o programa,
(60) corresponderam ao nível 1, o que pode indicar um esforço das unidades da
EMBASA no sentido de avaliar as causas da geração de resíduos, atendendo o princípio
diretivo da Produção mais Limpa de buscar a raiz do problema.
No nível 2 – Reciclagem Interna registra-se 20 medidas, as quais tiveram foco no
reaproveitamento da água de lavagem de filtro, floculadores e decantadores. Essas
medidas visaram promover a prática de assumir a responsabilidade de gerenciar
internamente os rejeitos, matéria-prima e insumos relacionados ao processo produtivo.
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Com a adoção dessas medidas a EMBASA teve como benefício o uso mais racional do
recurso natural água (matéria-prima do processo produtivo); redução na geração de
efluentes líquidos a serem descartados nos corpos d'água receptores; no número de
horas trabalhadas e no consumo de energia elétrica.
No nível 3 – Reciclagem externa e ciclos biogênicos verifica-se 04 medidas: utilização
do lodo da ETA em olarias (coprocessamento); uso do efluente líquido tratado da ETE –
Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos para irrigação de cinturão verde;
aplicação do lodo na agricultura; estabelecimento de parceria para reciclagem de
resíduo.
O Nível 3 representa um estágio inferior ao de reciclagem interna, pois os rejeitos não
são reaproveitados no próprio processo produtivo, envolvendo terceiros. No entanto,
considera-se a co-responsabilidade sob o uso adequado desses, visando um
reaproveitamento e/ou reincorporação na natureza sem causar impacto negativo.
Vale observar na Tabela 5 que o somatório de técnicas de P+L empregadas (84) não
corresponde ao total de oportunidades de P+L (76). A justificativa é que algumas
oportunidades de melhoria aplicaram mais de uma técnica, o que reforça o fato de que
na busca pela solução de um problema pode-se lançar mão de várias alternativas, de
maneira complementar.
Essa análise do nível de eficiência de P+L teve o objetivo de sinalizar as práticas de
gestão ambiental que estão sendo priorizadas pelas unidades operacionais da empresa,
em função do tipo de medida adotada por esta. Os resultados, analisados acima,
demonstram uma postura mais focada no controle e redução na fonte geradora dos
problemas ambientais, a partir da adoção de medidas, na maioria, de Boas Práticas
Operacionais (43).
A classificação do nível de eficiência foi baseada no organograma de Produção mais
Limpa, Figura 4, adotado pela UNIDO/UNEP, o qual não inclui as tecnologias de Fim
de Tubo, como técnicas de P+L. O organograma de LaGrega - Figura 5, todavia, não
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enfatiza essa diferença e denomina todas as opções apresentadas como Técnicas de
Redução da Poluição, orientando a ordem de priorização, sem especificar níveis de
aplicação.
É importante colocar que a análise para avaliar a postura de gestão ambiental das
unidades operacionais, baseada apenas no organograma de P+L pode não indicar
aspectos importantes que são verificados quando se utiliza o organograma de LaGrega
como referência, o qual inclui as tecnologias de Fim de Tubo, assim como outras
alternativas consideradas na mesma linha de redução da poluição.
No caso da EMBASA, para 03 oportunidades de melhoria foram propostas apenas
alternativas de Tecnologias de Fim de Tubo (Ex: Oportunidade de melhoria 03 - Tabela
21; Oportunidade de melhoria 03 - Tabela 18, Oportunidade de melhoria 04 - Tabela
20).
Além disso, as tecnologias de Fim de Tubo também foram utilizadas como medidas
complementares para outras 10 oportunidades de melhoria. Isto pode indicar um esforço
menor para a adoção de técnicas de redução da poluição.
Desta forma, pode-se dizer que para obter um resultado menos questionável em relação
a postura adotada na gestão ambiental, é preciso fazer a análise à luz do organograma de
LaGrega, o qual considera as tecnologias de Fim de Tubo.
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Como a EMBASA possui unidades operacionais espalhadas em vários municípios do
estado da Bahia (347), fez-se uma análise do potencial de replicabilidade das medidas
propostas em mais de uma unidade de operação e verificou-se que todas as
oportunidades de melhoria apresentaram potencial de serem replicadas.
Segundo avaliação feita pelos supervisores de operação (3ª fase do programa), no
diagnóstico de percepção, os problemas nas unidades de operação, são comuns, com
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algumas variações de uma unidade para outra, a depender do porte da unidade, tipos de
equipamentos, qualidade de água bruta etc.
A estratégia adotada no programa P+L da EMBASA de aplicar a metodologia em
unidades piloto foi percebida, na visão dos técnicos, como uma alternativa muito boa
para otimização dos recursos humanos e financeiros, desde que na avaliação do
potencial de replicabilidade das medidas propostas para os pilotos, como solução de
problemas comuns em outras unidades, fossem observadas as especificidades de cada
caso.
Além disso, foi colocado pelos supervisores que a prática de compartilhar as
experiências vivenciadas nos cursos de capacitação deveria ser estimulada e
internalizada na empresa. Foi dada ainda a sugestão, a partir dos dados gerados no
programa com a contribuição de todos, de elaborar um “Manual de Operação com foco
na Ecoeficiência”, visando consolidar de maneira prática esta estratégia na empresa.
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A metodologia UNIDO/UNEP prioriza o levantamento de dados quantitativos no
processo produtivo visando fazer um balanço de massa que contribua para medir o nível
de perdas. Além disso, a metodologia orienta o uso de Indicadores de Monitoramento de
Desempenho associados às medidas propostas, os quais expressam os valores de
redução obtidos.
A Tabela 6 apresenta o total de redução obtido em relação aos indicadores de
desempenho resultantes da compatibilização feita pela autora da dissertação. Os
indicadores levaram em consideração os aspectos ambientais mais priorizados pelas
unidades operacionais da EMBASA que participaram do Programa.
A compatibilização desses resultados teve o objetivo de criar elementos para
sensibilizar a empresa a dar continuidade ao Programa P+L, estendendo as ações a
outras unidades da empresa. Recomenda-se, a análise e validação dos aspectos críticos
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apontados neste programa, com a finalidade de definir indicadores relativos
corporativos (em relação a quantidade de água tratada – produto principal do processo
produtivo), que possam contribuir para o estabelecimento de metas baseadas em valores
de referência (melhores resultados obtidos pelas unidades).
Pode-se observar na Tabela 6 que os aspectos relacionados com produtividade, foram
os mais considerados para serem monitorados: consumo de matéria-prima (água bruta);
perda de produto final (água tratada); insumos (produtos químicos utilizados no
tratamento da água) e energia.
Tabela 6 – Indicadores de Monitoramento de Desempenho
INDICADOR DE DESEMPENHO TOTAL DE REDUÇÃO 1 – consumo de água bruta (m3/ano) 1.832.803,70 2 – consumo de água tratada (m3/ano) 960.154,68 3 – consumo de insumos (t/ano): 361.552
3.1 – sulfato de alumínio sólido 345,13 3.2 – cal hidratada 0,206 3.3 – flúorsilicato 0,686 3.4 – polímero 0,36 3.5 – cloro gás 14,05
4 – consumo de energia (kwh/ano) 3.799.345,00 5 – redução na geração de resíduo sólido ( lodo) (t/ano) 106.488,43 6 – redução na geração de efluente líquido (m3/ano) 313.412,50 7 – redução na geração de resíduo de embalagem de sacos (no. de sacos/ano)
6275
8 – redução na geração de substâncias tóxicas ( t/ano) 11,7 Fonte: Relatórios P+L (2001) – contribuição própria
Várias oportunidades de melhoria foram identificadas para reduzir o consumo de água
bruta e de água tratada que também implicaram em benefícios econômicos para a
empresa:
Redução no consumo de água bruta - Foi alcançado uma redução de 1.832.803,70
(m3/ano) em função de medidas de correção de vazamentos, a exemplo de substituição
de sistema de programador de horário por um sistema de nível de água armazenado no
reservatório de distribuição de água (automação) e o redimensionamento de
componentes do sistema (medidas de boas práticas operacionais complementares).
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Redução no consumo de água tratada – De acordo com os dados da Tabela 6, as
medidas de P+L geraram uma redução de 960.154,68 (m3/ano) no consumo de água
tratada nas unidades operacionais.
As principais fontes de redução de perdas de água tratada de consumo interno
identificadas foram: na preparação de soluções (cloro, flúor e sulfato); na lavagem e
descarga de filtros, decantadores e floculadores; nos vazamentos; no extravasamento de
reservatório associado com erros no Macromedidor e; na água fora do padrão por má
operação.
A reutilização interna das águas de lavagem de filtros, decantadores e floculadores,
através da construção de reservatórios, ou elevatórias, reduzindo o lançamento de
efluentes nos rios, é um exemplo de medida adotada nas unidades.
O consumo de água tratada foi o aspecto mais enfatizado em todas as unidades de
operação e para o monitoramento desses indicadores foi estabelecida a prática de
elaborar relatórios de controle de volume de água consumida na descarga de
floculadores, decantadores, filtros e relatórios de macromedição (entrada de água bruta
na ETA e de água tratada distribuída).
Quanto ao indicador Consumo de Insumos, a redução mais significativa foi de 345,13
(t/ano) e está relacionada com o sulfato de alumínio sólido, o qual é utilizado na etapa
de floculação e é considerado como o maior responsável pela geração de lodo. No
entanto, é possível observar que outros insumos também foram apontados no
monitoramento, em função de fazem parte da composição do lodo.
Uma medida P+L adotada foi o estabelecimento de procedimentos para especificar o
grau de pureza dos insumos. Vale lembrar que resíduos representam materiais,
normalmente de alto custo, que foram transformados em subprodutos de baixo valor,
reduzindo a quantidade de produto principal e inserindo custos relacionados com as
alternativas de tratamento e disposição de resíduos.
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Em relação ao aspecto energia, também monitorado, as principais medidas adotadas
que impactaram na redução do consumo no total de 3.799.345,00 (kwh/ano) foram:
reavaliação dos procedimentos operacionais adotados nas unidades no horário de pico;
substituição do agente oxidante peróxido de hidrogênio com redução de 100% do
consumo de energia relacionada com a etapa de pré-oxidação; mudança nas condições
de operação dos equipamentos (conjunto motor-bomba), tendo sido adotada inclusive
medidas de desligamento de equipamentos (misturadores).
Quanto aos aspectos mais diretamente relacionados aos impactos negativos ao meio
ambiente foram priorizados:
Redução na geração de resíduos sólidos – O valor total obtido de 3.799.345,00
(t/ano), está associado de maneira mais significativa, à substituição do sulfato de
alumínio sólido pelo líquido. Os principais resíduos das ETAs são o lodo oriundo das
etapas de floculação, decantação e filtração, e a borra de sulfato de alumínio gerada na
etapa de preparação.
Vale lembrar que de acordo com P+L, os resíduos sólidos nas empresas estão presentes
na maioria das atividades produtivas, são mais facilmente detectáveis, provêm de fontes
variadas e são identificados como passivo ambiental, comprometendo o valor de
mercado da empresa.
Redução de efluentes líquidos – Estes provenientes de águas de lavagem e de descarga
dos filtros, decantadores e floculadores que, quando descartados nos corpos d’água, são
responsáveis por acelerar o processo de erosão provocando o assoreamento dos rios e,
além disso, aumentando os índices de poluição.
Em conseqüência desse problema, a empresa deve empreender medidas corretivas como
recuperação de taludes que incorrem nos custos de produção. A redução de 313.412,50
(m3/ano) está associada principalmente às medidas adotadas nas unidades de redução de
consumo de água bruta e tratada.
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Redução de embalagens - O total obtido foi cerca de 6275 sacos/ano. É possível
afirmar que esse valor pode ser muito maior, se for considerado que esta medida tem
um potencial de replicabilidade muito grande nas unidades operacionais, pois estão
relacionados aos insumos utilizados em todas elas.
Redução da formação de agentes tóxicos na água tratada – O valor de redução foi de
11,7 t/ano de trihalometanos, a qual se deu a partir da substituição de cloro na mistura
rápida pelo agente oxidante, água oxigenada.
Outra medida que merece ser ressaltada, apesar de não ter sido mensurada, é a de
substituição de sulfato de alumínio pelo sulfato férrico (ETA Principal), pois, também
reduz a quantidade de metais pesados nos corpos d’água. Esse aspecto é muito
enfatizado em P+L, pois, segundo referencial teórico apresentado nessa dissertação, um
programa para ser considerado eficiente deve reduzir também a quantidade de agentes
tóxicos.
De maneira conclusiva em relação aos aspectos monitorados no programa, nota-se que
as emissões atmosféricas não foram consideradas como indicador de desempenho pelas
unidades de operação. As principais fontes de emissões foram identificadas nos
fluxogramas de processo nas etapas de reservação (flúor e clorogás) e de preparação de
sulfato de alumínio (pó gerado na dosagem).
A análise das tabelas resumo apontou algumas medidas que contribuíram também para
redução de emissões: a substituição do sulfato de alumínio sólido pelo líquido e
construção de novas instalações dos dosadores de cloro associadas a mudanças de
procedimentos de dosagem.
O aspecto de emissões de ruído foi levantado no diagnóstico do processo produtivo e
associado aos equipamentos (bomba, reator, compressor, ventilador, aerador,
misturador, britador, jato de areia, correia transportadora), no entanto, esse aspecto não
foi priorizado por nenhuma unidade de operação.
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A metodologia de P+L orienta a definição de indicadores associados a todas as
oportunidades de melhoria propostas, entretanto, o conjunto de indicadores, discutidos
anteriormente, foi o resultado de uma compatibilização dos aspectos mais priorizados pelas
unidades, representando uma contribuição dessa pesquisa, no sentido de identificar
indicadores de ecoeficiência corporativos.
Esta contribuição não apresenta nenhuma restrição aos indicadores específicos de cada
unidade, recomenda-se apenas que estes sejam os mais significativos possíveis no papel de
nortear ações práticas visando a ecoeficiência associada à quantidade de produto produzido.
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A dimensão ergonômica associada ao fator produtividade, tendo como foco os aspectos
de saúde e segurança do trabalhador, gerenciamento de rotina, ambiente de
trabalho, foram muito pouco evidenciados. Apenas a ETA de Santo Antônio de Jesus
apresentou indicadores relacionados com redução dos níveis de risco à saúde da força
de trabalho com diminuição de 10 % de emissão de ruído e 51% do tempo de exposição
ao ruído.
Outros benefícios não quantificados foram apontados, a exemplo de Redução do tempo
de contato com agentes insalubres resíduos químicos não inertes, medidas de prevenção
de acidentes no manuseio dos cilindros de cloro gás.
Pode-se dizer que, de acordo com os dados avaliados nesse capítulo, todos os
indicadores ambientais relacionados com as medidas de P+L aplicadas, apresentaram
dados de redução que contemplaram os aspectos de ecoeficiência, o que implica dizer
que houve uma melhoria de desempenho do processo produtivo.
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O estudo de viabilidade econômica considera o investimento necessário para
implementar uma medida de redução da poluição que cobre todos os custos
relacionados com esta: equipamentos, obras civis, materiais envolvidos, treinamento
etc. Na avaliação dos resultados obtidos em relação à dimensão econômica, foi
observado que:
• Redução de custos com desperdício de matéria-prima e insumos
• Redução de custos com mão de obra devido à automação de processos
• Redução de custos com perda de produto (água tratada)
• Aumento de produtividade
A Tabela 7 apresenta o percentual de medidas aguardando recursos financeiros para
implementação; de medidas implementadas e em implementação (situação jul/01 –
jan/02); o investimento necessário; retorno do investimento anual e tempo médio de
retorno do investimento. Além disso, foram calculados também os percentuais em
relação aos totais.
Tabela 7 – Avaliação Econômica das Medidas de P+L
ESTUDOS
DE CASO
INVESTIMENTO
PREVISTO
(TOTAL)
RETORNO
PREVISTO (ANUAL)
TEMPO MÉDIO
DE RETORNO SITUAÇÃO
jul/01 – jan/02 Nº % R$ % R$ % anos/meses
IMPLEMENTADOS 30 39 90.108,28 2 410.756,88 21 3 meses
EM
IMPLEMENTAÇÃO 28 37 764.917,19 13 645.151,04 33 1 ano e 3 meses
AGUARDANDO
RECURSOS 18 24 5.048.172,45 85 955.723,38 46
5 anos e 10
meses
TOTAIS 76 100 5.903.197,90 100 2.011.631,30 100 3 anos e 2 meses
Fonte: Oliveira R. (2001)
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Na análise dos dados apresentados na Tabela 7, nota-se que a maior parte das medidas
propostas foram implementadas, ou estavam em implementação, na data de referência dos
dados, representando um total de 58 medidas, ou seja, 76 % do total de medidas propostas.
Do total apresentado anteriormente, apenas 18 medidas, ou 24 %, não tinham definição, por
estarem aguardando recursos financeiros na ordem de R$ 5.048.172,45. Sendo que
desse valor, cerca de R$ 3.606.000,00 (vide Tabela 12), ou seja, 71% do investimento
total que aguardavam recursos correspondiam a intervenções na ETA principal, a maior
Estação de Tratamento da EMBASA, com capacidade de produção de 284.984,00
(x1000 m3/ano).
Os valores da coluna, “tempo médio de retorno”, Tabela 7 foram calculados a partir da
fórmula: investimento/benefício econômico. Investimento é o total de recursos
financeiros necessários para implantar a medida. Benefício econômico é o custo da
situação atual, menos o custo da situação após a implementação da medida e representa
o ganho permanente da empresa, depois do tempo de retorno.
Se o valor do benefício é negativo, significa que o custo para a empresa associado à
situação atual é menor do que o que será após a implementação da medida. No entanto,
isto não quer dizer que a medida não deva ser implementada.
Nesse processo de decisão, será necessário fazer uma análise de todos os outros
benefícios que a medida vai trazer para a empresa, por exemplo: melhoria de imagem,
atendimento a requisitos legais, ou seja, da necessidade que esta tem de implementá-la
(Ex: Oportunidades de P+L 03 e 04 - Tabela 20 e Oportunidade 02 - Tabela 15).
Ainda segundo dados da Tabela 7, pode-se dizer que o montante maior do investimento
do programa está na posição de aguardando recursos. O tempo de retorno do
investimento para estas medidas a serem implementadas junto às 16 unidades é de 5,28
anos.
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O tempo médio de retorno de investimento das medidas implementadas, ou em
implementação, é de no máximo 1 ano e 6 meses, isto leva a concluir que prevalece a
visão empresarial de priorizar investimentos de curto prazo de retorno.
6.2. AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PROGRAMA P+L NA EMPRESA
A base de dados para avaliar de que maneira o programa P+L impactou a organização,
na visão dos colaboradores diretamente envolvidos no programa, foi constituída a partir
de dados de observação, documentos da empresa e Diagnósticos de Percepção aplicados
junto à esfera operacional, à gerencial e de Recursos Humanos - RH da empresa.
A finalidade dessa avaliação foi checar o entendimento sobre o conceito e a prática de
Produção mais Limpa, através da metodologia P+L, e assim, validar o programa no
plano estratégico da empresa.
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Essa pesquisa de percepção foi um outro produto do programa e teve como base a
análise crítica das oportunidades de P+L levantadas na 1ª fase do programa feita junto
aos participantes do curso P+L (40 horas) – 3ª Fase do Programa P+L. Os aspectos
enfocados foram:
��caráter de inovação dos estudos de casos;
��tipo de medidas mais aplicadas;
��critérios adotados para priorização das Técnicas de Redução da Poluição;
��dificuldades encontradas para implementar as medidas e ações para minimizar as
dificuldades.
Em função do curso para área de supervisão e operação ter tido uma carga horária
reduzida foi necessária a definição de uma estratégia que possibilitasse um processo de
aprendizagem bem prático. A aplicação do diagnóstico teve como objetivos: apresentar
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o resultado da aplicação da metodologia nas unidades de operação, exercitar a
capacidade de análise crítica das oportunidades identificadas, esclarecer as dúvidas em
relação aos elementos da metodologia, compartilhar as medidas técnicas sugeridas
passíveis de serem replicadas em outras unidades. A consolidação dos resultados
encontra-se no item a seguir.
6.2.1.1. Medidas de P+L Consideradas mais Inovadoras.
Na análise e identificação das medidas, o significado adotado para a palavra inovadora
foi o adotado por Saenz e outros (2002) no referencial teórico dessa dissertação, o qual
reconhece o caráter inovador da medida no fato desta já ter sido, ou não implementada
antes na empresa. Desta forma, as oportunidades apontadas foram:
- Eliminação da perda de sulfato de alumínio pela maximização da utilização do
volume das tinas de preparo de solução, com substituição do sistema de mistura
convencional por ar injetado (Oportunidade de P+L 02 - Tabela 25).
Esta medida implicou ainda numa redução no consumo de energia, tendo em vista
que o processo de injeção de ar, além de permitir uma mistura mais homogênea,
leva em conta que um soprador de ½.CV substitui três misturadores de 2CV do
sistema de mistura convencional.
- Instalação de soprador de ar na tina de preparo de solução de sulfato de alumínio
visando aumentar a sua homogeneização. (Oportunidade de P+L 04 - Tabela 15)
- Implantação de Piezômetros para determinação do tempo ideal de lavagem de
filtros, nos casos de filtro russo. (Oportunidade de P+L 02 - Tabela 22).
- Redução do volume de água de lavagem, através da introdução de drenos na
interface areia/seixo do leito filtrante da ETA. (Oportunidade de P+L 04 – Tabela
23)
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- Recirculação da água de lavagem dos floculadores e decantadores, através da
construção de ETE e outras medidas de Boas Práticas Operacionais. (Oportunidade de
P+L 02 - Tabela 24).
- Reutilização dos sacos trançados de propileno de sulfato de alumínio sólido na
construção de ensecadeiras, a partir da implementação de medidas de boas práticas
operacionais: lavagem dos sacos, adaptação do sistema de esvaziamento dos sacos,
aumento da área de circulação do operador no estrado das tinas etc. (Oportunidade de
P+L 04 - Tabela 24)
- Substituição na pré-cloração do insumo cloro gasoso como agente oxidante da matéria
orgânica por água oxigenada para redução de trihalometanos. (Oportunidade de P+L 01
Tabela 12)
- Recirculação das águas de descarga de decantador, lavagem de filtros e vazamentos,
a partir da construção de ETE para tratamento de efluentes das descargas, evitando
assim, perdas de água e lançamento de efluentes contendo resíduos químicos no
corpo receptor. (Oportunidade de P+L 02 - Tabela 12)
6.2.1.2. Medidas de P+L mais aplicadas
Os participantes do programa consideraram 02 medidas como as mais aplicadas nas
unidades:
- Reuso e reciclagem interna, a partir da construção de reservatório de
reaproveitamento de água de lavagem. Esta medida foi proposta com o
objetivo de contribuir para redução das perdas e conseqüente redução de
custos, além de assegurar a perenidade dos mananciais. As perdas de água e
consumo excessivo de energia apresentaram-se como aspectos críticos na
empresa.
- As boas práticas operacionais também foram indicadas por serem
consideradas medidas que geralmente não demandam grandes investimentos,
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sendo, na sua maioria, de fácil implementação, dependendo apenas de
mudanças nos procedimentos operacionais. (Ex. Oportunidade de P+L – 02 -
Tabela 23). Esse tipo de medida, foi bastante proposta de maneira
complementar a outras Técnicas de Redução da Poluição adotadas.
6.2.1.3. Critérios adotados para priorização das oportunidades de P+L
De acordo com a percepção da maior parte dos técnicos, priorizou-se as medidas que
reduziam perdas (ex: água, energia, sulfato de alumínio), representavam baixo
investimento e retorno econômico, a curto ou médio prazo.
O critério adotado, em seguida, considerou as medidas que reduziam diretamente os
impactos ambientais decorrentes dos processos operacionais, que acarretavam
penalidades legais e danos a imagem da Empresa. Esta percepção permite a
interpretação da predominância de uma visão empresarial focada no aspecto econômico,
visando uma maior lucratividade.
6.2.1.4. Dificuldades para implantação das medidas, no nível operacional, e as ações propostas para minimizar as dificuldades.
A disponibilidade de recursos financeiros foi apontada como a maior dificuldade para
implantação de soluções dos problemas nas ETAs. A ação proposta foi priorizar, no
planejamento estratégico, alocação de recursos financeiros para a implementação de
medidas que contribuíssem para a melhoria do desempenho ambiental da empresa.
A falta de prática de definir metas, e ao mesmo tempo monitorar os resultados, foi
considerada um grande dificultador das ações. A aplicação da metodologia P+L na
empresa e a sensibilização de todos foram indicadas como soluções para minimizar essa
dificuldade.
Também foi salientado o baixo nível de escolaridade dos operadores da maioria das
ETAs, assim como a alta rotatividade, principalmente nas unidades situadas no interior do
estado, propondo-se: sensibilizações e treinamentos práticos, maior intercâmbio com
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outras ETAs, revisão ou elaboração de POPs – Procedimentos Operacionais, com enfoque
em P+L.
Foi evidenciada a dificuldade na troca de experiências entre os técnicos das ETAs,
sendo considerado importante o desenvolvimento de pesquisas aplicadas para
proposição de medidas aplicáveis na solução de problemas comuns entre as ETAs.
A elaboração de estudos de viabilidade técnica e econômica das medidas foram
colocadas ações essenciais para subsidiar a tomada de decisão e o planejamento
estratégico da empresa.
Os colaboradores sugeriram ainda, como já foi dito anteriormente, a elaboração de um
“Manual de Operações de ETAs com foco na Ecoeficiência” constando as alternativas
de medidas de P+L aplicáveis na solução de problemas comuns nas ETAs e ETEs da
empresa.
Como parte da estratégia de consolidação do Programa P+L, os participantes
propuseram a realização de um seminário anual para compartilhamento de ações P+L na
empresa, visando promover a visão sistêmica da organização, o trabalho conjunto, a
integração entre as unidades de operação.
Além disso, estimular a criatividade, capacidade de inovação, a busca de soluções
conjunta, otimização dos recursos humanos e financeiros da empresa, uso racional de
recursos naturais e redução do impacto ambiental decorrente da atividade produtiva.
A partir dos resultados do diagnóstico de percepção, observou-se que o envolvimento da
alta direção foi considerado fator essencial para reforçar o comprometimento de todos
os colaboradores, a internalização do princípio metodológico da Produção mais Limpa e
o alinhamento com as diretrizes corporativas da empresa.
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O modelo aplicado para avaliar o programa P+L, na esfera gerencial, foi elaborado
tomando como base os elementos considerados no planejamento estratégico da empresa
(eficiência empresarial, qualidade de serviços, medidas corporativas, prática
organizacional, gestão de pessoas), levando em consideração questões relacionadas com
os focos de melhoria dos fatores de perda de valor, nas várias dimensões da gestão.
O Diagnóstico foi aplicado pelo RH da empresa, junto aos 32 participantes do 1º curso
(120 horas) - 2ª Fase do Programa P+L, representantes de unidades de operação. Os
aspectos avaliados e os resultados obtidos foram tabulados e encontram-se na Tabela 8.
Tabela 8 – Diagnóstico de percepção: P+L é instrumento de fomento de ecoeficiência no setor produtivo
ITENS AVALIADOS CONCORDÂN-CIA (%)
Eficiência Empresarial • P+L aumenta o faturamento, • P+L aumenta a arrecadação • P+L reduz despesas e perdas
77 65 100
Qualidade de Serviços • P+L expande a política de gestão ambiental • P+L auxilia a política de gestão de fornecedores • P+L Auxilia o desenvolvimento e sistematização de práticas de benchmarking
100 100 100
Medidas Corporativas • P+L ajuda a rever a estrutura tarifária e preços de serviços • P+L ajuda a sistematizar projetos para captação de recursos • P+L ajuda a dinamizar parcerias e melhorar relacionamentos
68 100 97
Prática de gestão Organizacional • A alta administração está consciente da importância de P+L como vantagem competitiva • P+L fortalece a cultura organizacional (missão, visão, valores e políticas) • P+L melhora o gerenciamento da rotina
90
100
94 Gestão de Pessoas • P+L demonstra a preocupação em desenvolver competências • (organizacionais, técnicas e interpessoais) • P+L estimula os gerentes e líderes a se responsabilizarem pelo processo de aprendizagem das pessoas (Ecotimes) • P+L demonstra uma forte preocupação em avaliar os resultados obtidos com os investimentos feitos em treinamento • P+L cria oportunidades de aprendizagem favoráveis para que sejam atingidos seus objetivos de negócio
94
100
97
100
Fonte: Oliveira R., 2001
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De acordo com o resultado da pesquisa, vê-se que os aspectos avaliados apresentam
percentual superior a 68% de concordância, o que sinaliza uma percepção muito
positiva em relação ao impacto de P+L no plano estratégico da empresa. Pode-se
salientar alguns aspectos que obtiveram 100 % de concordância:
��P+L reduz despesas e custos (Eficiência Empresarial) – Este item é fortemente
enfocado na metodologia P+L (UNIDO/UNEP) como benefício econômico e está
relacionado com o novo paradigma, o qual determina que investir no meio ambiente
pode ser uma excelente oportunidade de negócio.
��P+L expande a política de gestão ambiental (Qualidade de Serviços) – A
unanimidade obtida leva a entender que a metodologia P+L foi reconhecida como
instrumento eficaz para disseminar uma prática empresarial que considera a vertente
ambiental em seus processos.
��P+L auxilia a política de gestão de fornecedores (Qualidade de Serviços) – O
aspecto fornecedor tem sido muito enfatizado, principalmente no SGA, como forma
de estender a responsabilidade socioambiental fora dos muros da empresa,
considerando que parceiros devem ter suas políticas ambientais alinhadas.
��P+L auxilia o desenvolvimento e sistematização de práticas de benchmarking
(Qualidade de Serviços) – O investimento na área de meio ambiente pode ter seu
retorno garantido através de práticas de benchmarking que promovem uma melhoria
de imagem da empresa, melhorando as relações com os clientes.
��P+L ajuda a sistematizar projetos para captação de recursos (Medidas Corporativas)
– O reconhecimento da metodologia como instrumento para captação de recursos
deve estar relacionado com o fato desta gerar e sistematizar dados que contribuem
para o melhor conhecimento do problema, facilitando a elaboração de projetos
corporativos.
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��P+L fortalece os elementos da organização (missão, visão, valores e políticas)
(Cultura Organizacional) – A base conceitual de P+L promove um repensar de todas
as partes de um processo produtivo, gerando a necessidade de reavaliar,
fortalecendo ou derrubando, paradigmas que norteiam a prática organizacional.
��P+L estimula os gerentes e líderes a se responsabilizarem pelo processo de
aprendizagem das pessoas (Ecotimes) (Gestão de Pessoas) - A estratégia de
aplicação da metodologia teve como base o envolvimento e comprometimento das
lideranças em tornar o processo orgânico e dinâmico.
��P+L cria oportunidades de aprendizagem favoráveis para que sejam atingidos seus
objetivos de negócio (Gestão de Pessoas) – Pode-se entender que esta percepção
está relacionada com a forma como foi desenhado o programa, ou seja, de maneira
corporativa focando, na primeira fase do programa na empresa, a área de operação.
Todos os participantes eram técnicos da empresa com conhecimentos específicos
do processo produtivo, o que possibilitou uma troca de informações muito rica para
o aprendizado de cada um, favorecendo a formação de um ”grupo de técnicos“ na
busca de soluções construídas de maneira participativa, possíveis de serem
replicadas em mais de uma unidade operacional.
O resultado da pesquisa também apontou, de maneira qualitativa, alguns benefícios
obtidos através da aplicação da metodologia P+L na empresa, os quais estão
relacionados a seguir:
Benefícios Tecnológicos:
- Nova visão do processo
- Conhecimento/análise do processo
- Inovação tecnológica/housekeeping (boas práticas operacionais)
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Benefícios Ambientais:
- Prevenção/preservação ambiental
- Redução de passivos e impactos ambientais
- Eficiência no uso de insumos
- Menor consumo de água e energia
- Uma visão geral das possibilidades de se trabalhar com tecnologias mais
limpas
- Melhoria de práticas de gestão, sobretudo nos seus aspectos ambientais,
mostrando soluções simples para velhos problemas, permitindo a
visualização da aplicação em todas as áreas e não somente a produção e
operação.
Benefícios Econômicos:
- Redução de custos, perdas/desperdícios
- Viabilidade econômica e ambiental
- Melhorias operacionais e ambientais
Benefícios relacionados com a dimensão humana, interpessoal, os quais não são
normalmente enfatizados na metodologia de P+L, mas que foram apontados na
pesquisa:
- Maior conscientização ambiental e comprometimento
- Maior contato com operadores
- Agregação de novos valores aos conhecimentos profissionais
- Realização de processo de aprendizagem contínua
- Desenvolvimento da capacidade de abstração, reflexão e crítica
- Estabelecimento de interdependência funcional na realização das atividades
- Desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe
- Motivação e entusiasmo e das equipes para vencer novos desafios
- Aprimoramento do olhar crítico, senso de observação e do saber ouvir
- Maior visão estratégica
- Maior integração entre as áreas da empresa com a troca de experiências
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- Maior sensibilidade às irregularidades e desperdícios
- Adoção de uma postura mais crítica e pró-ativa com relação aos processos da
produção
- Melhoria no clima organizacional
- Maior eficiência para fazer o marketing ambiental da empresa
Também foram identificados na pesquisa os agentes facilitadores e dificultadores da
prática de expansão do conceito de P+L na empresa:
Agentes Facilitadores:
- Comprometimento da alta direção com a implantação do programa
- O nível de qualificação técnica dos profissionais participantes do curso
- Integração das equipes de trabalho
- Uso da Metodologia P+L possibilitou a sistematização de informações e o
processo de decisão
- Identificação de procedimentos de fácil aplicação (boas práticas
operacionais)
- Enfoque em resultados práticos
- Obtenção de benefícios econômicos, tecnológicos e socioambientais
- Enfoque das práticas de P+L voltadas para o desenvolvimento sustentável
- Otimização dos processos de redução de custos de disposição de resíduos
- Redução de custos no tratamento de efluentes líquidos
- Economia no consumo de água e energia
- Exigências da legislação e dos órgãos ambientais
Agentes Dificultadores:
- Desenvolvimento de atividades de rotina em paralelo ao processo de
capacitação
- Recursos financeiros escassos
- Necessidade de investimentos elevados para solucionar problemas de passivo
ambiental
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- Visão distorcida na aplicação de recursos em obras com benefícios
ambientais
- Desconhecimento de fontes de financiamento para implementar projetos de
P+L
- O entendimento da metodologia está relacionado com requisitos de
escolaridade
- Resistência à mudança
- Realização das medições e preenchimento dos manuais
- Dificuldade de atendimento ao cronograma de curso, em face da falta
comprometimento de alguns funcionários ou sobrecarga de trabalho
Foram apontadas ainda, na pesquisa de percepção, as sugestões de ações a serem
tomadas de maneira a dar continuidade e expandir o Programa P+L na empresa:
- Criação do Comitê Gerencial P+L
- Definição de critérios para premiação dos trabalhos P+L
- Monitoramento de resultados
- Expansão do programa para outras áreas e setores
- Promoção de auditorias internas
- Programação de cursos para novas turmas
- Realização de encontros técnicos semestrais de P+L
- Fortalecimento dos Ecotimes
- A Inclusão no Plano de Ação da empresa as ações para expansão de P+L
- Alocação de recursos para a implementação das ações
Em relação a internalização do conceito, a ponto de integrá-lo à prática organizacional e
às rotinas gerenciais e operacionais, a pesquisa sinalizou ainda que:
- Existem muitas dificuldades de medição e controle de processos nas
unidades da empresa.
- O acúmulo de tarefas e a redução do quadro funcional dificultam o processo
de levantamento de dados e medições necessárias para a avaliação dos
ganhos econômicos e administrativos obtidos com a implementação de P+L.
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- A prevenção de geração de resíduos, minimização de resíduos na fonte e
reciclagem aplicam-se facilmente à prática da empresa, quando
acompanhadas de alternativas Técnicas de Redução da Poluição e do
comprometimento da alta administração da empresa.
A análise dos resultados da pesquisa apresentada acima, leva a concluir que, de acordo
com a percepção dos participantes do programa, houve uma validação da importância
da implantação da metodologia P+L na empresa e a percepção de que Produção mais
Limpa pode ser compreendida como instrumento de fomento de ecoeficiência
empresarial.
Um outro aspecto a salientar é a validade de aplicar instrumentos como este que
exercitam a capacidade de correlação de P+L com os aspectos dos elementos de gestão
da empresa, a análise crítica dos benefícios, os elementos facilitadores e dificultadores e
a capacidade de participar com sugestões para fortalecer o programa P+L.
6.2.2.1. O papel da alta gestão da empresa no programa P+L
De maneira a contribuir no processo de análise do impacto do programa P+L na
EMBASA, considerou-se outros instrumentos de pesquisa (observação direta e pesquisa
documental), nessa dissertação, que tiveram como foco as ações que foram adotadas
pela alta gestão visando tornar P+L um instrumento de fomento da ecoeficiência na
empresa. A partir dessa pesquisa de dados, foram identificadas as seguintes ações:
- Participação da alta gestão da empresa, desde a fase de construção do
programa P+L da EMBASA.
- Participação da alta gestão da empresa na aula inaugural, com depoimento de
total comprometimento com o programa.
- Acompanhamento de todas as etapas do Programa, através de reuniões de
alinhamento.
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- Participação no seminário de apresentação e discussão dos Relatórios de
P+L, resultado do curso de capacitação (agosto/2001).
- Solicitação aos gerentes de unidades de elaboração de Plano de Ação, tendo
como base os Relatórios de P+L.
- Priorização de Ações e liberação de recursos financeiros para implementação
de ações.
- Solicitação de relatórios de acompanhamento dos Planos de continuidade
(metas futuras) na forma de Relatório das 3 Gerações (R3G), instrumento de
gestão adotado pela empresa que consiste no registro de metas a serem
atingidas, itens de controle, ações planejadas para atingir as metas,
acompanhamento do status das ações executadas, identificação dos pontos
problemáticos para a implementação das ações e os recursos necessários.
- Estabelecimento de mecanismos de motivação e reconhecimento pelos
esforços dos participantes do programa, a exemplo de concurso para
identificar e premiar os melhores trabalhos em P+L.
Com relação a esse concurso, foi nomeada uma comissão técnica P+L para
julgamento dos trabalhos, composta de representante do RH, autora dessa
dissertação, como consultor de P+L do NPL-BA, gerentes das
superintendências regionais da empresa.
A análise das alternativas de Técnicas de Redução da Poluição propostas nos
Relatórios P+L foi feita pelos superintendentes regionais, obedecendo aos
critérios estabelecidos pela comissão julgadora.
Para cada critério foi estabelecido um peso, de acordo com que representou a
importância deste na visão da empresa:
��Capacidade de replicabilidade – Peso 10
��Melhor relação custo/benefício – Peso 30
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��Benefício ambiental – Peso 20
��Caráter inovador – Peso 20
��Adoção de Práticas de “Housekeeping” - boas práticas operacionais –
Peso 20
Analisando os dados acima, nota-se que o critério, a melhor relação custo/benefício, foi
o que a empresa atribuiu o maior peso (30), constatando o foco da sustentabilidade em
detrimento de outras questões, o que é comum nas empresas.
Atribuiu-se o mesmo peso (20) para os critérios relacionados com benefícios
ambientais, inovação e as boas práticas operacionais. Quanto às boas práticas
operacionais, entende-se que estas poderiam estar sendo consideradas no critério melhor
relação custo/benefício, tendo em vista que estas normalmente têm esta característica.
No entanto, a empresa considerou esse critério separadamente com a intenção de
reforçar a priorização desse tipo de medida.
Quanto ao critério inovação, foi definido como incentivo à criatividade. No caso do
benefício ambiental, o peso atribuído a esse critério, induz a pensar que essa questão
ainda não é bem entendida como prioridade pela empresa.
O fato de ter sido atribuído o menor peso (10) ao critério da replicabilidade, pode
significar que a visão corporativa/sistêmica em relação às questões ambientais não foi
enfocada.
Entende-se que não foi percebido que no caso específico desse trabalho, em que foram
analisadas 15 ETAs ao mesmo tempo, a priorização de medidas replicáveis para solução
de problemas comuns pouparia muitos esforços na redução de custos, tempo etc, cujos
resultados somados poderiam se tornar extremamente representativos para a empresa.
A seguir, outras ações que foram adotadas pela alta gestão da empresa visando reforçar
o programa P+L:
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- Incentivo para apresentação dos trabalhos de P+L da empresa em vários
eventos: congressos, seminários, Conferência de Produção mais Limpa,
Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na
Indústria – UFBA.
- Solicitação de relatórios com índice de Perdas no processo de tratamento
(água bruta e tratada) nas ETAs – Estações de Tratamento de Água que
participaram do curso P+L com finalidade de aferir o nível de contribuição
do Programa P+L.
- Solicitação junto às unidades participantes do programa da formalização dos
Ecotimes. De acordo com dados da empresa, foram formados 16 Ecotimes,
um para cada unidade de operação que participou do Programa, no total de
121 técnicos, envolvendo engenheiros, técnicos, operadores, auxiliares de
operação, leituristas, desenhistas, serventes, biólogos, técnicos
administrativos etc.
As diferentes áreas de qualificações dos técnicos demonstraram que a
estratégia de aplicação da metodologia não apresentou restrições quanto a
área de qualificação profissional. No entanto, o questionário de Diagnóstico
de percepção apontou o baixo grau de escolaridade do profissional como
agente dificultador do entendimento da metodologia P+L.
Pode-se concluir, a partir da análise dos dados acima apresentados, que o Programa P+L
na EMBASA caracteriza-se pelo alto nível de envolvimento e comprometimento dos
gestores da empresa: Superintendentes Regionais, Gerente de Recursos Humanos,
Gerentes de Unidades Operacionais, liderados pela Diretoria de Operação com o total
apoio da Presidência da empresa.
6.2.2.2. A visão do RH (Recursos Humanos) em relação ao programa de P+L na EMBASA
Como parte da estratégia de implementação da metodologia P+L na EMBASA, foi
realizado também um diagnóstico de percepção do programa junto à gerente de RH da
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empresa, Rita Couto, responsável direta pela definição de estratégias para tornar o
“Programa P+L um Instrumento de Fomento da Gestão Empresarial Focado na
Ecoeficiência”. A seguir os itens avaliados com as considerações feitas pela gerente de
RH:
��Produção mais Limpa como instrumento de fomento da Ecoeficiência
Foi colocado pela Gerente que o Planejamento Estratégico na EMBASA definiu valores
norteadores e suas Políticas, a exemplo da Ambiental e de Responsabilidade Social e
que a diretriz relativa a aumento da Eficiência Empresarial pressupõe a redução de
custos, com os principais insumos dos sistemas de produção de água, energia elétrica e
produtos químicos. Assim sendo, o Programa P+L foi identificado como um
instrumento alinhado com as estratégias e políticas da EMBASA.
��Em relação aos benefícios que a empresa teve com a implantação do Programa
P+L:
A partir da avaliação dos resultados do Programa, foi um consenso que houve uma
maior interação entre os técnicos de tratamento e os operadores de ETA, permitindo
identificação de soluções simples, possíveis de implementação imediata, com pequeno
investimento.
A estratégia de sensibilização e envolvimento dos gerentes, técnicos e operadores na
tomada de consciência dos impactos ambientais relacionados aos sistemas de produção
de água, teve como conseqüência ações pró-ativas para minimização da geração de
resíduos e preservação dos recursos hídricos.
A análise dos indicadores de desempenho também apontou para um aumento da
eficiência dos sistemas de produção, através da redução de desperdícios de água de
processo, produtos químicos e energia elétrica. As apresentações feitas dos Relatórios
de P+L contribuíram para a troca de experiências entre as diversas áreas de operação da
empresa.
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De acordo com o RH, o processo de capacitação na metodologia de P+L conseguiu
atingir o objetivo de envolver todas as esferas da organização, promovendo um
alinhamento de conceitos e a valorização do capital intelectual da empresa.
Além disso, implementação das medidas que comprovaram a possibilidade de retorno
de investimento funcionou como fator motivacional e para mostrar também que meio
ambiente pode ser uma excelente oportunidade de negócio.
��Em relação às dificuldades encontradas para implantar o programa P+L na
empresa:
Foi colocado que a grande dimensão da empresa (unidades espalhadas em vários
municípios) é um fator dificultador para a rápida disseminação da metodologia, assim
como também a necessidade de elevados investimentos (com fontes de recursos não
equacionadas), principalmente nos casos de retorno econômico de mais longo prazo.
Foi citado como exemplo, o caso da ETA principal, unidade de maior porte da empresa,
que demandou uma ordem de investimento bastante significante para implementação de
medidas P+L. Este exemplo, contribuiu para mostrar a importância de incluir no
planejamento estratégico da empresa investimentos na área ambiental.
De acordo com as colocações acima, é possível concluir que a visão do RH é de que a
metodologia fomenta os aspectos relacionados com os pilares da Ecoeficiência. É
importante salientar que o impacto na gestão de pessoas (capacitação, motivação,
integração) foi enfatizado e avaliado como muito positivo. Desta forma, pode-se
entender que a metodologia, ou de uma forma mais ampla, o mecanismo utilizado para
sua aplicação, foi validada pela área de RH.
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Essa pesquisa utilizou a metodologia de estudo de caso, orientando as conclusões
relacionadas com a aplicação da metodologia de P+L UNIDO/UNEP no setor de
saneamento, mais especificamente na empresa EMBASA.
As questões norteadoras do estudo foram: Quais os resultados obtidos em termos de
ecoeficiëncia com a aplicação da metodologia P+L? Quais as barreiras e limitações
associadas com a metodologia P+L? Quais os indicadores de Monitoramento de
Desempenho Ambiental?
O material de pesquisa utilizado para o levantamento de informações teve como base 16
Relatórios de P+L elaborados pelas unidades operacionais que participaram do
programa P+L da EMBASA, contendo informações detalhadas dos processos
produtivos.
Tendo em vista, a grande quantidade de informações geradas nos Relatórios de P+L,
referidos acima, a maior dificuldade nesse trabalho foi selecionar as informações que
pudessem fornecer uma visão sistêmica do impacto de P+L na empresa, sinalizar
contribuições para o setor de saneamento relacionadas com oportunidades de melhoria
do processo produtivo focadas nos 03 pilares da Ecoeficiência, base do
desenvolvimento sustentável: social, econômico e ambiental.
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As conclusões desse trabalho foram sintetizadas em itens macro a seguir, os quais estão
correlacionados com os objetivos específicos desta dissertação.
• Os resultados obtidos com a aplicação da metodologia P+L
• A estratégia de aplicação da metodologia P+L na Embasa
• As barreiras para implantação da metodologia na empresa
• As limitações da metodologia
• A integração de outros instrumentos de gestão com a metodologia P+L
• Os produtos da dissertação
• A rede de produção mais limpa
7.1. OS RESULTADOS OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
P+L
A metodologia de P+L avalia o processo produtivo a partir de um levantamento de
dados qualiquantitativos relacionados com os seus aspectos críticos visando identificar
oportunidades de melhoria e orientar na definição de alternativas tecnológicas com base
no estudo de viabilidade técnica econômica. A metodologia portanto, está alinhada com
a visão empresarial de sustentabilidade, contribuindo assim, para a inserção da
componente ambiental no planejamento estratégico da empresa.
Análise do nível de eficiência
Com o objetivo de avaliar o nível de eficiência do programa foi feita uma análise das
alternativas tecnológicas/medidas adotadas, à luz dos organogramas de P+L e de
LaGrega. Para tal, tornou-se necessário classificar as medidas, o que gerou muita
discussão conceitual, a exemplo se uma medida devia ser classificada como
modificação tecnológica, ou simplesmente como mudança de equipamento.
O importante no entanto, na internalização da metodologia é avaliar o impacto que a
medida proposta trouxe ao processo produtivo, tendo como base o conceito de P+L de
priorizar ações que foquem na identificação da causa do problema.
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De acordo com organograma de P+L, a maior parte das medidas adotadas pela Embasa
foi enquadrada no nível de eficiência 1, apontando para uma postura da empresa de
gestão mais focada no controle e redução na fonte geradora dos problemas ambientais
que representam as oportunidades de melhoria no processo.
Entretanto, essa análise baseada apenas no organograma de P+L não sinaliza aspectos
importantes verificados quando utiliza-se o organograma de LaGrega como referência,
o qual inclui as tecnologias de Fim de Tubo. Daí a importância de se analisar as
alternativas em relação aos dois organogramas.
Vale salientar que o uso de Tecnologias de Fim de Tubo normalmente está associado a
um comportamento de resistência à mudança para uma postura baseada na Prevenção da
Poluição, que por sua vez, pode ter sua causa no desconhecimento de outras
alternativas.
Pode-se verificar que esta opção foi bastante utilizada pelas unidades da Embasa com o
objetivo de reduzir a poluição, a curto prazo, sob a alegação de desconhecimento de
outras alternativas. No entanto, percebe-se um avanço na direção da prevenção de
poluição, em função de que estas foram propostas para serem implementadas em
conjunto com outras técnicas P+L.
Vale ressaltar portanto, que a metodologia de P+L, além de apontar alternativas de
medidas que buscam a solução do problema na sua fonte geradora, também não descarta
a adoção de alternativas de Fim de Tubo na busca da redução da poluição, considerando
que o uso apenas das Técnicas de Redução da Poluição ainda representa, de maneira
geral, um desafio a ser atingido, a longo prazo, nos processos produtivos atuais.
Indicadores de Desempenho Ambiental
No que se refere a análise do conjunto de indicadores de desempenho, apresentados
nessa dissertação, resultantes da compatibilização dos indicadores propostos pelas
unidades da empresa, estes refletem os aspectos críticos do processo produtivo de
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tratamento de água, que são: consumo de matéria-prima (água tratada), insumos
químicos e energia; redução de resíduos sólidos, efluentes líquidos e toxicidade.
O aspecto de emissões atmosféricas não foi considerado crítico pela maioria das
unidades, logo não foi proposto nenhum indicador de monitoramento.
É importante salientar que os indicadores apresentados representam valores relativos,
(em função do volume em m3 de água tratada produzida) sendo portanto, possível adotá-
los como indicadores corporativo, caso os mesmos venham a ser validados pela
empresa.
Os indicadores corporativos podem contribuir para monitorar o desempenho das
unidades operacionais e auxiliar na definição de metas a serem atingidas, tendo como
base os melhores resultados já alcançados pela empresa, vinculados aos aspectos
críticos do processo produtivo relacionados com Ecoeficiência.
Benefícios proporcionados pela aplicação da metodologia
Ambiental - Pode-se verificar que, todos indicadores ambientais relacionados com as
medidas de P+L aplicadas na EMBASA, apresentaram dados de redução. Isso implica
dizer que, de acordo com a análise de dados realizada, houve uma melhoria de
desempenho ambiental no processo das unidades.
Econômico - Conforme Tabela 7 – Avaliação Econômica das Medidas de P+L, foram
investidos recursos financeiros para implementação de cerca de 76% das medidas
propostas, que na sua maioria, foram identificadas como boas práticas operacionais. O
prazo médio de retorno de investimento das medidas implementadas, ou em
implementação, foi de no máximo 1 ano e 3 meses, o que leva a concluir que prevalece
a visão empresarial de priorizar investimentos de curto prazo de retorno.
Social – Em relação a este aspecto, de acordo com depoimentos dos empregados que
participaram do programa, a aplicação da metodologia na empresa, proporcionou:
melhoria do clima organizacional, maior interação entre os técnicos das unidades,
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valorização o conhecimento tácito, tomada de consciência do impacto provocado pela
atividade produtiva da empresa junto às comunidades situadas no entorno das unidades
operacionais.
Tecnológico – No que se refere a este aspecto o maior benefício foi o compartilhamento
de experiências na solução de problemas comuns às unidades, o que levou à otimização
de tempo e recursos financeiros e a uma melhoria em termos de atualização tecnológica,
propiciando um nivelamento entre as unidades.
De maneira conclusiva, pode-se dizer que, a análise dos benefícios obtidos a partir da
aplicação da metodologia, os quais foram apontados no Diagnóstico de Percepção,
aplicado junto aos participantes do programa, indica que houve a consenso que a
metodologia de Produção mais Limpa pode ser compreendida como instrumento de
fomento de Ecoeficiência empresarial.
7.2. ESTRATÉGIA DE APLICAÇÃO DA METODOLOGIA P+L NA EMBASA
Observa-se que a estratégia adotada no programa P+L da EMBASA de aplicar a
metodologia em unidades pilotos de operação das unidades de negócios, apresentou-se
como uma alternativa muito boa para otimização dos recursos humanos, financeiros etc.
Entende-se que a experiência do compartilhamento do conhecimento técnico do
processo produtivo, vivenciada nos cursos de capacitação, deveria ser estimulada e
internalizada na empresa.
A estratégia, adotada na aplicação da metodologia P+L na EMBASA, que teve como
base as diretrizes do Ecoprofit, tornou o programa P+L muito interativo, o que justifica
o alto percentual de aprovação no aspecto de gestão de pessoas, considerado nos
Diagnósticos de Percepção, aplicados junto aos participantes do programa na esfera
gerencial e operacional.
Pode-se verificar que todos os participantes do Programa deram contribuições, através
de sugestões, ou da análise crítica das oportunidades de P+L, de acordo com a
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experiência e o conhecimento individual de cada um, e se sentiram valorizados por isto,
gerando um clima motivacional muito expressivo, o que pode ser comprovado também
pelos dados obtidos a partir do Diagnóstico de Percepção.
O estudo de caso EMBASA contemplou ações nos diferentes níveis funcionais da
empresa, comprovando que a metodologia pode ser aplicada com mais ou menos
complexidade, a depender do nível de conhecimento das pessoas que a utilizam e dos
recursos disponíveis para a solução dos problemas.
Na primeira fase do programa na EMBASA, por exemplo, o público alvo foi os gerentes
e técnicos das unidades operacionais mais experientes, gerando Relatórios de P+L,
detalhados com o objetivo de balizar as decisões em nível estratégico da empresa.
Na 3a. fase do programa, não foi priorizado esse nível de detalhamento e sim, a
internalização do conceito e a sua aplicação de maneira massificada, ou seja, em vários
níveis operacionais, para que todos exercitassem o olhar crítico do processo produtivo,
identificando oportunidades de melhoria, dando a sua contribuição e fazendo parte do
programa de implantação de P+L na empresa.
Um outro ponto que deve ser salientado nessa conclusão é a importância da aplicação
do diagnóstico de percepção como mecanismo de validação, o que trouxe contribuições
significativas para a empresa e para o processo de aplicação da metodologia.
A partir das considerações feitas, em termos de elementos facilitadores, dificultadores
(barreiras), foi possível ainda extrair dos participantes dos cursos, sugestões de melhoria
no processo de aplicação da metodologia que poderão balizar as ações de continuidade
do programa na empresa.
A estratégia de aplicação utilizada na EMBASA, foi considerada um diferencial
importante no processo de internalização da metodologia de maneira corporativa, pois
levou em consideração as características, porte etc da empresa.
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7.3. AS BARREIRAS PARA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
O aspecto mais crítico apontado nos diagnósticos de percepção, aplicados junto aos
envolvidos no Programa, foi a dificuldade de implementar as medidas P+L que exigiam
um aporte financeiro maior e com retorno a longo prazo.
Esta percepção confirmou-se pelos resultados da Tabela 7 – Avaliação Econômica das
Medidas de P+L, onde verifica-se que cerca 18% do total de medidas não foram
implementadas e que ficaram aguardando recursos que representaram cerca de 85% do
valor total do investimento de todas as medidas P+L propostas.
A maior parte das medidas que demandaram alto investimento foram alternativas
tecnológicas de Fim de Tubo e referem-se basicamente a tratamento do lodo e
tratamento de efluentes líquidos (águas de descarga dos filtros, decantadores e
floculadores).
Vale salientar que existem linhas de crédito especiais criadas por organismos
financiadores para projetos que visam a redução de poluição em geral, e que portanto,
contemplam medidas como esta que podem agregar também outras medidas de P+L.
Além dessa alternativa de financiamento, torna-se necessário investigar algum tipo de
benefício fiscal dado pelo governo, que estimule as empresas a investirem na melhoria
ambiental e da qualidade de vida, com redução de custos futuros para os setores
produtivos e sociedade em geral.
Alguns bancos também já começam a levar em conta a conduta socioambiental de seus
clientes, entendendo que não é suficiente considerar apenas o risco financeiro das
operações, pois o passivo ambiental não se encontra em balancetes da empresa.
De maneira geral, verifica-se que o investimento em meio ambiente, pode representar
para as empresas, no primeiro momento, uma ameaça ao negócio. No entanto, esta
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percepção pode mudar quando estas entendem que a gestão ambiental traz outros
benefícios.
O investimento em meio ambiente pode tornar o processo produtivo mais eficiente e
mais competitivo no mercado, podendo ser usado, inclusive, de maneira ética como
instrumento de marketing.
Para tal, a gestão ambiental deve ser incorporada no planejamento estratégico, com
alocação de recursos financeiros para ações que visem a melhoria do desempenho
ambiental da empresa.
Acredita-se que os resultados, aqui apresentados, poderão contribuir para que a
EMBASA amplie os esforços de contemplar, cada vez mais, na fase do planejamento
estratégico, recursos financeiros para as ações de P+L e além disso, possa ampliar as
possibilidades de desenvolvimento de projetos, em parceria com instituições de
pesquisa e extensão, centros de tecnologia, visando captação de recursos para
implementação de medidas de P+L que demandem maiores investimentos.
7.4. AS LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA
Visando identificar os pontos de melhoria no processo de aplicação foi feita uma
avaliação dos aspectos limitantes da metodologia P+L verificando-se que quando a
integração de instrumentos de gestão é considerada, pode-se encontrar alternativas para
neutralizar as limitações.
Entretanto, é importante ressaltar a necessidade de definir estratégias de aplicação que
levem em conta o porte, formação profissional dos técnicos e principalmente os
elementos da gestão da empresa. A seguir apresenta-se as limitações da metodologia na
busca da melhoria da Ecoeficiência:
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��As oportunidades de melhoria são focadas para dentro de um processo produtivo já
existente, sendo portanto, preciso ter conhecimento deste. Esse processo dificulta a
abertura de informações que podem ser consideradas como ameaça ao negócio.
��A orientação para o levantamento quantitativo leva a tomada de consciência da
dimensão do problema, o que muitas vezes assusta a empresa por medo à exposição.
��O preenchimento das planilhas e do modelo do relatório proposto pela metodologia
exige que as pessoas tenham um grau de formação escolar de nível superior, ou pelo
menos, técnico especializado.
��Para que a metodologia seja aplicada em micro e pequenas empresas precisa de uma
adaptação em termos de estratégia de aplicação.
��A avaliação econômica completa demanda conhecimentos financeiros que envolvem
cálculos mais complexos de taxa interna de retorno, valor líquido presente etc.
��O detalhamento de informações para o preenchimento das folhas de trabalho cria
resistência à metodologia.
��Apesar do aspecto comunicação com as partes interessadas constar na “Declaração
Internacional sobre Produção mais Limpa”, a metodologia não enfatiza o reforço ao
diálogo sobre a implementação de estratégias preventivas e informação às partes
interessadas externas sobre os seus benefícios.
��Falta de uma diretriz para definição da estrutura organizacional com as devidas
responsabilidades. A estratégia adotada de formação de Ecotime para implantar P+L
pode não estimular o envolvimento de toda a empresa. No caso da EMBASA, essa
limitação foi neutralizada através do diferencial em relação ao mecanismo de
aplicação adotado para promover o envolvimento corporativo.
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��Não contempla o plano de atendimento a emergências/contingências, para os casos
derramamentos e vazamentos, incêndios/explosões etc. O referencial teórico da
metodologia, não enfatiza o aspecto de segurança do trabalhador.
De uma certa forma, os resultados (pouco significativos) obtidos com o programa,
em relação a esse aspecto, comprovam que este não foi considerado prioridade.
Pode-se sugerir que haja uma maior integração entre os instrumentos de PPRA –
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais exigidos por lei, que algumas
unidades operacionais da empresa já implementam na área de Saúde, Higiene e
Segurança do Trabalhador.
��A metodologia não fornece mecanismos que divulguem os compromissos do
programa P+L. Nas unidades da empresa que já implantaram o SGA, a Política
Ambiental representa o mecanismo de comunicação das intenções, em relação ao
meio ambiente. Pode-se contudo, agregar o conceito de P+L a essa ferramenta e
ainda utilizar os indicadores ambientais definidos no programa P+L, de uma forma
mais ampla, nos Relatórios de Qualidade Ambiental, para divulgar e comprovar os
compromissos da empresa na busca da Ecoeficiência.
��A metodologia de P+L não é certificável, não havendo portanto avaliação periódica
dos resultados do programa por instituições auditoras, para manter o estímulo à
continuidade e melhoria. As auditorias internas focadas nos indicadores de
desempenho podem motivar a definição de novos desafios. No caso da EMBASA,
foi sugerido a formação de um comitê interno avaliador das ações de P+L.
7.5. A INTEGRAÇÃO DA METODOLOGIA P+L COM OUTROS
INSTRUMENTOS DE GESTÃO
Conforme vimos ao longo deste trabalho, em P+L, o foco é sempre levantar as causas
dos problemas, a exemplo do que foi feito na EMBASA, e buscar as soluções mais
adequadas para a melhoria do desempenho ambiental.
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O SGA-Sistema de Gestão Ambiental, baseado na norma ISO 14001, por sua vez,
considera mais importante, pelo menos na primeira rodada do ciclo, sistematizar as
informações existentes, padronizar procedimentos e estabelecer um programa de
melhoria gradativa e contínua, sem necessariamente empreender uma análise mais
profunda das causas dos possíveis problemas, sob a ótica de um princípio diretivo.
No entanto, vale salientar que as diferenças, apresentadas acima, não tornam esses
instrumentos de gestão incompatíveis. Segundo depoimentos de técnicos oriundos de
unidade de operação da empresa, certificada pela ISO 14001 – Unidade de Santo
Antônio de Jesus, o processo de implantação de P+L só fez contribuir principalmente
com a etapa do SGA, de definição das medidas para minimizar os impactos ambientais,
agregando valor e orientando o processo para a adoção de Técnicas de Redução da
Poluição.
Desta forma, pode-se dizer que o importante no processo de adoção de instrumentos de
gestão, é identificar as opções existentes que podem ser utilizadas de maneira
complementar contribuindo para o atingimento das metas que visam a melhoria do
desempenho da empresa.
Vale salientar que o estudo de caso EMBASA desenvolveu-se em unidades já
instaladas e em operação, assim sendo, não houve uma exploração de instrumentos
preventivos a exemplo de Projeto para o Meio Ambiente e Análise de Ciclo de Vida de
produtos ou processos.
No entanto, considerando o porte da empresa e a necessidade crescente de ampliação no
atendimento das demandas de saneamento básico, esses instrumentos podem vir a ser
utilizados, principalmente na fase de elaboração de projetos de novas unidades de
operação, evitando custos com ações corretivas de problemas já conhecidos, portanto,
facilmente previsíveis.
A EMBASA já tem experiências na implantação de Sistema de Qualidade e de Gestão
Ambiental visando a Certificação e em Produção mais Limpa, como pode ser verificado
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neste estudo. Reforça-se apenas neste momento, a necessidade de ampliar essas
experiências a todas as suas unidades e, se possível, de maneira integrada e preventiva.
7.6. OS PRODUTOS DA DISSERTAÇÃO
Acredita-se que essa pesquisa apontou algumas ações que podem vir a ter uma
aplicabilidade prática para a EMBASA e para o Setor de Saneamento:
• A estratégia de aplicação da metodologia – O grande desafio da área de Recursos
Humanos das empresa tem sido validar processos de aprendizagem, principalmente
quando o objetivo é trazer retorno direto, mensurável, seja no plano operacional, ou
no estratégico.
O processo de definição da estratégia de aplicação da metodologia na EMBASA
envolveu uma parceria muito grande com a área de RH, em especial a gerente,
engenheira, com longa experiência de atuação nos sistemas de operação da empresa.
Essa combinação de perfil técnico, juntamente com outras características, inclusive
pessoais, como forte motivação para vencer novos desafios, influenciaram
positivamente em todas as ações desenvolvidas no âmbito do programa P+L.
A análise dos Diagnósticos de percepção indicou que a estratégia trouxe muito bons
resultados. Dessa forma, entende-se que essa experiência pode vir a contribuir
como exemplo, para a EMBASA e outras empresas, de mecanismos de validação de
treinamentos profissionais.
• Tabela 6 – Indicadores de Monitoramento de Desempenho do Programa P+L –
Os indicadores de desempenho representam os valores numéricos de redução de
consumo, perda, geração de resíduos etc e passíveis de serem monitorados para
atestar de maneira mensurável o nível de ecoeficiência da empresa.
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Os indicadores apresentados nesse estudo podem representar o primeiro passo na
definição de indicadores corporativos, e porque não dizer, no futuro do Setor de
Saneamento.
• Tabelas Resumo - Resultados do Programa de Produção mais Limpa na
EMBASA – Estas apresentam uma relação de situações, na sua maioria, comuns às
unidades de operação, podendo constituir as bases do “Manual de Ecoeficiência das
Operações da EMBASA”, proposto pelos técnicos da empresa e que pode servir de
estímulo para a elaboração, no futuro, da “Matriz de Oportunidades de Melhoria
P+L no Setor de Saneamento”.
1. Este portanto, é o principal produto do programa, pois acredita-se que as medidas
adotadas nas unidades operacionais da EMBASA têm potencial para serem
replicadas em outras unidades de operação de empresas de saneamento em geral.
2. Este processo pode considerar todas as partes do sistema produtivo, ou seja,
desde a captação até a distribuição, podendo manifestar-se nos hábitos dos
consumidores (sistema intradomiciliar), contribuindo muito para que o setor esteja
alinhado com as bases do desenvolvimento sustentável.
7.7. A REDE DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
A aplicação da metodologia P+L na EMBASA é um exemplo de um conjunto de ações
que foram empreendidas em nível local, pela Rede TECLIM/UFBA e NPL-BA, sediado
no SENAI-CETIND que atuam com o apoio de parcerias com o órgão ambiental do
Estado - CRA, SEBRAE, GTZ – órgão alemão de cooperação e as empresas do setor
produtivo baiano.
Em nível nacional e internacional, esse processo de internalização de P+L envolveu
ainda várias outras instituições: CEBDS, CNTL, NPLs, CNI, SENAI - Nacional,
Bancos Financiadores, setor produtivo, UNEP (Programa das Nações Unidas para o
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Desenvolvimento Sustentável), que têm papéis muito importantes na disseminação do
conceito e prática da Produção mais Limpa no setor produtivo.
Dessa forma, verifica-se cada vez mais um esforço envolvendo empresários, governos e
sociedade civil organizada, visando a integração dos pilares da Ecoeficiência: economia,
ambiente e sociedade, base do desenvolvimento sustentável, o qual exige uma
combinação equilibrada dos mecanismos de comando-controle, auto-regulação e
instrumentos de mercado.
7.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De maneira geral, pode-se dizer que a análise das oportunidades de Produção mais
Limpa aqui relatadas, teve o objetivo de apresentar o impacto da implementação da
metodologia de Produção mais Limpa UNIDO/UNEP nas unidades pilotos da
EMBASA.
As medidas adotadas (gerenciais e operacionais), sinalizaram um retorno econômico e
benefícios socioambientais que representam um alerta às demais organizações,
principalmente do setor de saneamento, aqui enfatizado, para a importância de se
considerar a vertente ambiental no planejamento estratégico das empresas, alocando
recursos financeiros, entendendo que a Prevenção da Poluição não é investimento a
fundo perdido.
O Programa P+L consistiu na definição de uma estratégia de aplicação da metodologia
que considerou um conjunto de ações empreendidas pelo corpo gerencial da empresa; o
acompanhamento de um processo de capacitação direta de cerca de 100 técnicos de
uma mesma empresa que participaram, trocando experiências profissionais de forma
interativa.
Além disso, os Ecotimes, equipes formadas nas unidades, já realizaram vários
treinamentos de sensibilização em P+L e estão com o desafio de dar continuidade ao
programa, a partir do processo contínuo de identificação de novas oportunidades de P+L
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nas unidades que já participam do programa e de outras que venham a aderí-lo na
empresa.
Enfim, pretendeu-se demonstrar com esse trabalho que é possível definir estratégias de
aplicação da metodologia P+L que considerem as especificidades das empresas
produzindo resultados que impactem positivamente de forma corporativa.
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8.1. PARA A EMPRESA
Recomenda-se que a EMBASA consolide a prática de elaborar o instrumento de
planejamento de gestão já utilizado pela empresa, o relatório 3 Gerações, pautado nos
princípios e na metodologia de P+L.
Além disso, entende-se como mister estender o Programa P+L a outras áreas da
empresa, a exemplo de sistema de distribuição, estações de Tratamento de água,
manutenção, área administrativa e outras, utilizando os resultados, já alcançados com o
programa, como elementos sensibilizadores e motivadores na adesão de seus
colaboradores.
Aproveita-se ainda para fazer algumas sugestões de maneira a dar continuidade ao
programa na empresa:
��Inserir o princípio de P+L na Política Ambiental da empresa e nos
Programas de Educação Ambiental.
��Formalizar P+L no planejamento estratégico da empresa.
��Integrar os instrumentos de gestão e as áreas de qualidade, saúde, segurança
do trabalho e meio ambiente.
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��Estimular a implantação de sistema de gestão ambiental, se possível
certificando-os.
��Realizar Auditorias periódicas de P+L.
��Elaborar Manuais de operação com foco em P+L
��Incorporar os princípios de P+L na área de manutenção de equipamentos.
��Promover encontros técnicos em P+L para exercitar a visão sistêmica através
do compartilhamento de experiências e integração das ações.
��Estabelecer a prática de elaborar o Relatório Anual de Desempenho
Socioambiental da empresa.
8.2. PARA TRABALHOS FUTUROS
Entende-se que os resultados de Produção mais Limpa tornam-se mais representativos
quando referem-se a um setor produtivo, principalmente pela possibilidade de
replicagem das experiências bem sucedidas, favorecendo as empresas que fazem parte
do setor, pois otimiza custos, principalmente com levantamento de alternativas
tecnológicas, que já foram identificadas e testadas anteriormente.
Recomenda-se portanto, para trabalhos futuros, algumas linhas de pesquisa tendo como
base o aprofundamento dos estudos sobres as alternativas de medidas apontadas no
programa P+L que podem ter grande aplicabilidade no setor produtivo:
��Definição de indicadores de ecoeficiência do setor de saneamento.
��Uso da água oxigenada como agente oxidante em substituição ao cloro nas
ETAs.
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��Reciclagem de metais pesados no lodo das Estações de Tratamento de Água.
��Utilização de sulfato férrico como agente coagulante em substituição ao
sulfato de alumínio.
��Uso do sulfato de alumínio líquido em substituição ao sólido.
Esses trabalhos podem dar um novo rumo à gestão ambiental nesse ramo de atividade,
atualmente tão em evidência por motivos diversos, a exemplo da necessidade de
adequação aos requisitos legais, novos padrões exigidos pela lei 9.433 da Política
Nacional de Recursos Hídricos, pendências no licenciamento ambiental e atendimento
às exigências de organismos financiadores, responsáveis pela liberação de recursos
financeiros destinados a ampliar a capacidade de atendimento das empresas do setor
visando melhorar as condições de saneamento básico que afetam diretamente a
qualidade de vida de todos os segmentos da sociedade.
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SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Guanambi. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Ilhéus. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Ipiaú. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Irecê. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Itaberaba. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Itamaraju. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Jequié. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Paulo Afonso. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
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SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Pojuca. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Queimadas. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Senhor do Bonfim. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI-CETIND. Núcleo de Produção mais Limpa da Bahia. Relatório de Produção mais Limpa - Santo Antônio de Jesus. Salvador. SENAI-CETIND/Universidade Corporativa EMBASA, 2001.
SENAI. Curso de gestão ambiental. Curitiba, 1997. 188p. Apostila.de curso.
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SVEIBY, K. E. A nova riqueza das organizações. Tradução de Luiz Euclydes Trindade Frazão Filho. Rio de Janeiro: Campus, 1998. Título original: The new organizational wealth. ISBN 85-352-0277-3.
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Tabela 9 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Barreiras
OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS
DE P+L NÍVEL INVESTIMENTO ( R$ ) BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/ANO (R$)
TEMPO DE RETORNO
(AN0) REPLICABILIDADE
1 – Reaproveitamento dos efluentes através da redução do consumo de água na lavagem dos filtros e descarga dos decantadores
Através de reciclagem interna dos efluentes tratados construção de tanque de decantação e leito de secagem do lodo gerado
Reutilização Interna e Fim de Tubo
2 R$ 86.500,00 R$ 4.366,00 19,8 Aplicável na maioria das ETAs desde que haja descarga de decantadores, lavagem e descargas de filtro , levando-se em conta as questões climáticas e disponibilidade de área
2 - Racionalização do uso de água para lavagem dos filtros, descarga dos decantadores e preparo de soluções
Elaboração de procedimentos operacionais para otimização dos processos (POPs) para padronizar as tarefas
Boas Práticas Operacionais: Mudança de Procedimento
1 Sem investimento R$ 3.162,00 Aplicável em todas as etas que não tenham ainda os POPs p/ lavagem de filtros e descargas de decantadores e preparo de soluções
3 - Minimização ou eliminação de resíduos na preparação de coagulante através da substituição do sulfato sólido pelo sulfato líquido a 50%
Aquisição de tanques de fibra de vidro para armazenamento do sulfato líquido e instalação de conjunto motor-bomba para recalque da solução
Mudança de Insumo
1 R$ 8.000,00 R$ 2.938,00 2,7 Aplicável a todas as ETAs de médio e grande porte que utilizam sulfato sólido, observando a relação custo/benefício.
4 - Aumento da eficiência do tratamento na ETA com a construção de caixa de areia na captação
Instalação de elevatória flutuante na captação para recalque até caixa de areia
Mudança de Matéria-Prima
1 R$ 150.000,00 Avaliação altamente complexa, pois exige a realização de simulações no tratamento
Aplicável em captações que haja possibilidade de arraste de areia. Deve-se observar a qualidade do manancial, local da tomada d´água e topografia
TOTAL R$ 244.500,00 R$ 10.466,00 11,3 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 10 – Resultados do Programa Produção mais Limpa naUnidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Cobre TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA
POLUIÇÃO NÍVEL BENEFÍCIOS REPLICABILIDADE OPORTUNIDADE DE
P+L TIPO DE
INTERVENÇÃO
INVESTIMENTO ( R$ )
ECONÔMICOS/ANO
TEMPO DE RETORNO
(ANO) 1 - Redução do consumo de energia elétrica a partir de adução de água por gravidade.
Construção de uma nova adutora.
Boas Práticas Operacionais: Mudança das condições operacionais, adequação de equipamentos
Nível 1 R$ 100.000,00 R$ 147.200,00 0,68 Aplicável em todas as Unidades de tratamento, dependendo das características de cada localidade, observando-se a topografia local.
2 - Reaproveitamento de água de lavagem de floculadores e decantadores
Ligação do dreno dos floculadores aos decantadores. Construção de elevatória.
Reuso Interno Nível 2 R$ 5.000,00 R$ 1.010,00 4,95 Aplicável em todas as ETA´s
3 - Reaproveitamento de água de lavagem de decantadores e floculadores com destino final adequado.
Construção de tanque. de reaproveitamento e estação elevatória. Construção de leito de secagem do lodo.
Reuso Interno e Fim de Tubo
Nível 2 R$ 12.000,00 R$ 9.930,00 1,21 Aplicável em todas as ETA´s. Observar restrições em relação ao clima, área disponível, topografia e possibilidade de utilizar filtro-prensa.
4 – Minimização ou eliminação de resíduos na preparação da solução coagulante através da substituição de coagulante sólido por líquido (Sulfato de alumínio)
Construção de sistema para recebimento e estocagem do sulfato de alumínio líquido. Construção de sistema de dosagem
Mudança de Insumo Nível 1 R$ 8.400,00 R$ 840,00 10,00 Aplicável em todas as ETA s
5 - Substituição de alcalinizante sólido (cal hidratada) por líquido (soda ).
Construção de sistema para recebimento e estocagem da soda 50%. Construção de sistema de dosagem
Mudança de Insumo Nível 1 R$ 5.700,00 R$ 545,00 10,46 Aplicável em todas as ETA´s, com restrições para o manuseio do produto, atrelado ao PPRA.
TOTAL R$ 131.100,00 R$ 159.525,00 5,46 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 11 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Vitória da Conquista OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TIPO DE TÉCNICA
P+L APLICADA NÍVEL INVESTIMENTO
(R$) BENEFÍCIOS
ECONÔMICOS/ANO (R$)
TEMPO DE RETORNO
(ANO)
REPLICABILIDADE
1 – Ajuste da concentração para redução de perda da solução de sulfato de alumínio através de sua utilização.
Rebaixamento da tubulação de sucção e concretagem do fundo da tina.
Boas Práticas Operacionais: Mudança de Condições operacionais
1 213,00 3.404,75 0,06 Aplicável em todas unidades
2 – Melhor aproveitamento da água disponível para lavagem dos filtros eliminando as perdas no processo e tornando a lavagem mais eficiente.
Substituição ou recuperação de registros, eliminação de infiltrações e implantação do sistema de lavagem superficial dos filtros.
Boas Práticas Operacionais:: mudança de condições operacionais, adequação de equipamentos
1 21.304,29 8.205,11 2,60 Aplicável em todas as unidades
3 – Reaproveitamento da água de descarga dos decantadores e floculadores.
Utilização de reservatório existente com instalação de Estação Elevatória para reaproveitamento da água de descarga dos decantadores e floculadores.
Reciclagem Interna 2 20.420,46 1.881,37 10,85 Aplicável em todas as Unidades
4 – Redução no consumo de energia elétrica no processo de floculação.
Retirada de operação de floculadores mecânicos em excesso
Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais
1 sem investimento 3.266,85 Aplicável em todas as unidades onde possuam floculadores mecânicos
5 – Otimização do processo de abastecimento do reservatório elevado de lavagem dos filtros.
Recuperação do conjunto motor-bomba que é específico para o processo.
Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais e adequação de equipamentos
1 50,00 2.974,22 0,02 Aplicável em todas as unidades
TOTAL 41.987,75 19.732,30 3,38 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 12 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Principal OPORTUNIDADE DE
P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA
POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO
(R$)
BENEFICIOS ECONÓMICOS ANO
(R$)
TEMPO DE RETORNO
(ANO)
REPLICABI-LIDADE
1 –Substituição do cloro na mistura rápida como oxidante da matéria orgânica por água oxigenada para redução de precursores de trihalometanos.
1-Aquisição de tq’s de PVC. Aquisição de água oxigenada. 2-Aquisição de dosadores de nível constante e orifício variável. 3-Exposição de motivos para alocação de recursos.
Mudança de Insumos 1 R$ 8.000,00 R$ 186.810,00 0,04 Aplicável nas ETA`s em que a água bruta tenha
alto índice de matéria orgânica
2 – Substituição do sulfato de alumínio 50% por sulfato férrico 42,5% para eliminar a presença de alumínio residual na água distribuída e nas descargas de decantadores e floculadores
1-Aquisição de tanques, equipamentos e produtos para o caso específico. 2-Exposição de motivos para alocação de recursos. 3- Adequação do fornecedor para atendimento às novas exigências
Mudança de Insumos 1 R$ 383.250,00 R$ 142.870,00 2,68 Aplicável em ETA`s que
utilizam sulfato de alumínio para
redução de metais pesados
no manacial
3 – Reaproveitamemto das águas de descarga de decantador, lavagem de filtros e vazamentos após construção de ETE e estação elevatória
1-Construção de ETE e aquisição de equipamentos 2-Exposição de motivos para alocação de recursos e projetos
Reciclagem Interna
E Fim de Tubo
2 R$ 3.606.000,00 R$ 590.480,00 6,11 Aplicável nas ETA`s de grande
porte
4 - Minimização de vazamento de adufas dos floculadores, descarga e adufas de decantadores e descarga dos filtros, com aquisição de válvulas, comportas e adufas
1-Substituição e ou manutenção de comportas, adufas e válvulas. 2-Programação de manutenção e ou aquisição de equipamentos novos
Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos
1 R$ 40.000,00 R$ 156.950,00 0,25 Aplicável em todas as ETA`s como prática de
manutenção periódica
TOTAL R$ 4.037.250,00 R$ 1.077.110,00 2,27 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 13 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Guanambi OPORTUNIDADE
DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA
POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO
( R$)
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/
ANO
TEMPO DE RETORNO
(ANO) REPLICABILIDADE
1- Reaproveitamento de efluentes da ETA através de tanque de decantação e secagem do lodo
Construção de um tanque de reaproveitamento de água de lavagem com aplicação de conjunto motor bomba para recirculação ao processo inicial. Aquisição do conjunto motor bomba.
Reciclagem Interna e Fim de Tubo
2 R$ 46.572,00 R$ 1.161,00 40,11 Aplicável em todas as ETAS localizadas em regiões com baixo índice pluviométrico
2 – Redução do consumo de energia elétrica no bombeamento, melhorando o rendimento dos equipamentos e reduzindo o tempo de operação.
1-Modificação do regime operacional, dimensionando equipamentos com melhores rendimentos, instalação de bancos de capacitores, revisão os contratos de energia, treinamento e capacitação da força de trabalho. 2-Utilização dos equipamentos em sua capacidade nominal, melhorando o rendimento e adequando a operação dos sistemas, permitindo a redução do regime operacional, sem prejudicar o abastecimento.
Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais, adequação de equipamentos, mudança de procedimentos
1 sem investimento R$ 7.313,00 Aplicável em todas as ETAS em que o conjunto motor bomba (CMB) esteja mal dimensionado
3 – Melhoria da qualidade da água bruta através do prolongamento da sucção no ponto de captação com vistas a reduzir a pré- cloração e a dosagem de sulfato de alumínio
1-Captação da água bruta de melhor qualidade a uma profundidade maior no ponto de captação e mais distante das margens. 2-Prolongamento do barrilete de sucção da elevatória de água bruta.
Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais, adequação de equipamentos e Mudança da Matéria-Prima
1 R$ 1.474 ,00 R$ 11.628,00 0,13 Aplicáveis nos mananciais cujo ponto de captação da água não esteja adequado específicos
4. Reaproveitamento no volume de água de lavagem expurgado
1-Aproveitamento da água expurgada nos filtros no início da operação de lavagem. 2-Alteração no procedimento da operação de lavagem dos filtros.
Reciclagem Interna. 2 sem investimento R$ 87, 00 Em todas as ETA's
Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 14 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Guanambi (cont.) OPORTUNIDADE
DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA
POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO
( R$)
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/AN
O
TEMPO DE RETORNO
(ANO ) REPLICABILIDADE
5. Redução de perdas de solução de sulfato de alumínio na lavagem das tinas através de modificações no barriletes.
Aproveitamento do volume de solução de sulfato de alumínio expurgado das tinas no final da utilização. Modificação dos barriletes de saída das tinas.
Boas Práticas Operacionais: modificação de procedimento, adequação de equipamentos.
1 R$ 312,00 R$ 3.605,00 0,09 Em todas as ETA's que utilizam como insumo o sulfato de alumínio sólido onde a aplicação seja feita por gotejamento por gravidade (nível constante)
TOTAL R$ 48.358,00 R$ 23.795,00 26,81 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 15 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Ilhéus
OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO
TÉCNICAS DE REDUÇÃO
DA POLUIÇÃO
NÍVEL INVESTIMENTO(R$)
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/A
NO (R$)
TEMPO DE RETORNO
( ANO) REPLICABILIDADE
1 – Reaproveitamento de água de lavagens, descargas de filtros e decantadores
Construção de reservatório de reaproveitamento e instalação de conjunto elevatório
Reuso Interno 2 R$ 23.000,00 R$ 865,00 26,58 Viável p/ todas as ETA's. Sugere-se a construção de reservatórios enterrados para redução de custos
2 – Desidratação do lodo de lavagens e descargas de filtros
Construção de leito de secagem
Tratamento de resíduo - Separação e concentração de resíduo (Fim de Tubo)
- R$ 6.800,00 R$ 690,00 ( - ) * 9,86 Viável para todos os sistemas observando-se as condições operacionais (outras opções : filtro prensa, centrífuga, etc)
3 – Eliminação das perdas de água tratada por extravasamento do reservatório elevado (águas de processos), através da automação do conjunto elevatório
Automação do conjunto elevatório
Modificação Tecnológica
1 R$ 1.500,00 R$ 1.476,00 1,02 Válido para todos os sistemas que tiverem resevatório de água sem controle de nível
4 – Minimização ou eliminação de resíduos na preparação da solução coagulante
Instalação de soprador de ar na tina de preparação
Modificação Tecnológica
1 R$ 2.500,00 R$ 2.242,00 1,12 É necessário avaliar os custos pela necessidade de instalação de central pneumática (2 compressores), custo de manutenção, operadores etc. Avaliar a utilização de sulfato de alumínio líquido ou metodologia mais eficiente para utilização do produto.
5 – Eliminação do escape de cloro gasoso para o rel- provedor de água do sistema de dosagem, com construção de elevatória e novas instalações dosadoras
Construção de nova base para o cilindro e instalação de moto-bomba para mistura da solução de cloro gasoso
Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamento
1 R$ 4.500,00 R$ 2.884,00 1,56 Aplicável onde houver necessidade de correção de projeto, instalando manômetro na linha quando for o caso.
TOTAL R$ 38.300,00 R$ 8.157,00 8,03 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 16 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Ipiau OPORTUNIDADE DE
P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE P+ L NÍVEL INVESTIMENTO
( R$ )
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS
ANO ( R$)
TEMPO DE RETORNO
(ANO) REPLICABILIDADE
1 - 'Implantação da lavagem mista nos filtros com injeção de ar para melhorar a eficiência na lavagem e redução de perdas de água.
Instalação de soprador, equipado com motor para produzir o ar necessário. Este ar é encaminhado aos filtros através de um barrilete em tubos de PVC rígido e válvulas tipo esfera. Nos fundos dos filtros o ar é distribuído através de uma malha de difusores também em tubos PVC soldável com furos distribuídos em toda área filtrante.
Modificação Tecnológica
1 R$ 11.850,00 R$ 22.663,00 0,52 Aplicável nas ETAs onde existe sistema de filtração. O dimensionamento dos sopradores deve ser em função do leito filtrante, para que haja expansão eficiente.
2 – Reaproveitamento de água de lavagem de filtros e decantadores através da construção de reservatório e elevatória flutuante
Armazenamento do efluente líquido de lavagem dos filtros, decantação e retorno ao processo como matéria - prima de boa qualidade. Encaminhamento do lodo produzido para um leito de secagem.
Reuso Interno e Fim de Tubo
2 R$ 11.000,00 R$ 5.969,00 1,84 Viável p/ todas as ETA's. Sugere-se a construção de reservatórios enterrados para redução de custos. Depende de disponibilidade de área e topografia
3 – Desidratação do lodo de lavagens e descargas de filtros
Construção de leito de secagem para o lodo. Encaminhamento do lodo desidratado ao aterro sanitário e a olaria para utilização na confecção de tijolos. Este lodo, por ser rico em hidróxido de alumínio, poderá também ser reprocessado utilizando ácido sulfúrico e retornando ao processo como sulfato de alumínio.
Reuso Interno, Reciclagem Externa e Tratamento de resíduo - Separação e concentração de resíduo – (Fim de Tubo )
2 e 3 R$ 50.000,00 R$ 1.500,00 33,33 Viável para todos as ETAs que utilizam sistemas de lavagem de filtros e de decantadores. A tecnologia depende das condições operacionais, disponibilidade de área, índice pluviométrico, (Outras opções: filtro prensa, centrífuga, etc)
4 – Minimização de resíduos na preparação da solução coagulante
Substituição do sulfato de alumínio sólido pelo líquido reduzindo resíduo sólido, obtenção de solução coagulante com concentração mais definida evitando erros de dosagens no momento da aplicação. Redução do consumo de energia devido ao não uso de misturadores.
Substituição de Insumos
1 R$ 12.000,00 R$ 5.015,00 2,39 Viável principalmente em ETAs de médio e grande porte , observando-se dificuldades de transporte do insumo. O uso da alternativa depende da vazão e qualidade da água bruta
TOTAL R$ 84.850,00 R$ 35.147,00 9,52 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 17 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Irecê OPORTUNIDADE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TIPO DE TÉCNICA
DE P+L APLICADA NÍVEL INVESTIMENTO BENEFÍCIOS TEMPO DE
RETORNO (ANO)
REPLICABILIDADE
ADOTADA ( R$ ) ECONÔMICOS/ANO ( R$) 1 – Reaproveitamento das Águas Oriundas dos Processos
Construção de reservatório de reaproveitamento e leito de secagem
Reuso Interno e Fim de Tubo
2 R$ 26.550,00 R$ 12.862,00 2,06 Aplicável observando-se: variações climáticas, área para construção de reservatório de reaproveitamento e leito de secagem, custo com destinação final de residuos
2 – Sistematização de procedimentos para descargas de fundo dos decantadores e lavagem dos filtros.
Treinamento de operadores e padronização de procedimentos (POP's).
Boas Práticas Operacionais: Mudança de Procedimentos
1 R$ 500,00 R$ 897,00 0,56 Aplicável em todas unidades
3 – Correção na aplicação excessiva de cloro na saída da ETA
Aumento do número de pontos de aplicação de cloro na saída da ETA com construção de linha de recalque para aplicação de dosagens distintas.
Boas Práticas Operacionais: Mudança de Procedimentos
1 R$ 1.200,00 R$ 169,00 7,10 Aplicável em Sistemas Integrados
4 – Otimização no preparo da solução de sulfato de alumínio através de injeção de ar, objetivando a redução do consumo.
Instalação de sopradores e adaptação de dutos para distribuição de ar na tinas de preparo.
Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições de operação
1 R$ 5.200,00 R$ 9.529,00 0,55 Aplicável em todas unidades
5 – Correção de deficiência nos decantadores.
Construção de canais de distribuição nos decantadores .Substituição dos canais de fibra de vidro por tubos em RPVC.
Boas Práticas Operacionais: Adequação de equipamentos
1 R$ 30.398,00 R$ 21.922,00 1,39 Aplicável em todas unidades
TOTAL R$ 63.848,00 R$ 45.379,00 2,33 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 18 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Itaberaba
OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE NTERVENÇÃO TÉCNICA P+L NÍVEL
P+L INVESTIMENTO
( R$ )
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/
ANO
TEMPO DE RETORNO
(ANO) REPLICABILIDADE
1 –Minimização das perdas de água filtrada do Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Itaberaba
Substituição das adufas de fundo por registros de gaveta FºFº.
Boas Práticas Operacionais: Adequação de equipamentos
1 R$ 7.316,00 R$ 2.248,00 3,25 Recomendável para todas as ETAs como prática de manutenção periódica
2 –Eliminação de perdas por extravasamento e eliminação de etapa de bombeamento para reservação, objetivando regulação da operação no horário de ponta no S.I..
Construção de reservatório de argamassa armada, para aumento do volume no reservatório de contato e caixa de reunião da 1.ª EEAT.
Boas Práticas Operacionais: mudança de procedimento e condições operacionais, adequação de equipamentos
1 R$ 43.513,00 R$ 7.260,00 5,99 Apicável em ETAs com deficiência de reservação
3 –Minimização da infiltração em solos, de resíduos químicos do laboratório regional da Unidade de Negócios de Itaberaba
Construção de um reservatório impermeável para acondicionamento adequado dos resíduos.
Fim de Tubo R$ 3.527,00 não calculado Aplicável em ETAs que geram resíduos
4-Minimização dos efluentes de lavagem dos filtros da ETA do Sistema Integrado de Itaberaba.
Construção de um tanque de reaproveitamento de água de lavagem.
Reuso Interno 2 R$ 18.419,00 R$ 3.059,00 6,02 Aplicável em ETAs para reduzir perda de matéria-prima
5 –Destinação adequada do lodo proveniente das lavagens e descargas dos filtros, floculadores e decantadores da ETA Itaberaba.
Construção de um leito de secagem.
Fim de Tubo 1 R$ 14.200,00 não calculado Aplicável em ETAs que geram resíduos
TOTAL R$ 86.97,00 R$ 12.56,00 5,09 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 19 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Itamaraju
INVESTIMENTO BENEFÍCIOS TEMPO DE RETORNO
(ANO) OPORTUNIDDE DE
P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA
POLUIÇÃO NÍVEL
( R$ ) ECONÔMICOS/ANO
REPLICABILIDADE
1 – Reaproveitamento da água residual através de construção de tanque de decantação e leito de secagem
Construção de reservatório de recuperação de água de lavagem e descargas de decantadores e floculadores. Construção de EEA Decantada e leito de secagem para o lodo. Aproveitamento do lodo em olaria
Reciclagem Interna Reciclagem Externa
Nível 2 Nível 3
R$ 30.000,00 R$ 2.100,00 14,28 Aplicável em todos as ETA´s.
2 – Redução de perda do volume de água bruta captada no rio, substituindo rotores do CMB da captação
Aquisição e instalação de rotores nos CMB da primeira Elevatória (flutuante) para equilibrar vazões entre elevatórias e desligamento do CMB reserva.
Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos
Nível 1 R$ 750,00 R$ 7.047,00 0,11 Aplicável com restrições quanto a alteração do ponto de trabalho do equipamento
3 - Automação da captação através do NA do RAD
Instalação de registro na AAB (chegada) e componentes no quadro de comando da Captação.
Modificação Tecnológica Nível 1 R$ 1.500,00 R$ 4.298,00 0,35 Aplicável em todos os SAA´s.
4 – Redução do volume de descarga do canal de água floculada
Aquisição e instalação de comporta permitindo separar o NA do floculador e do canal de água floculada.
Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos
Nível 1 R$ 550,00 R$ 607,00 0,91 Aplicável dependendo da situação operacional
5 – Redução do consumo de água tratada na lavagem dos filtros
Aquisição e instalação de registros no barrilete dos filtros.
Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos
Nível 1 R$ 10.431,00 R$ 3.194,00 3,27 Aplicável dependendo da situação operacional
TOTAL R$ 43.231,00 R$ 17.246,00 3,78 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 20 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Esgoto da EMBASA - ETE Jequié BENEFÍCIOS
OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE P+L NÍVEL INVESTIMENTO
( R$ ) ECONÔMICOS/ANO
TEMPO DE RETORNO
MÊS REPLICABILIDADE
1 – Otimização do consumo de energia elétrica e redução da geração de lodo nas lagoas aeradas facultativas através de redução das cargas orgânicas resultantes de contribuições não domésticas.
Elaboração de projeto para construção de Laboratório de Controle Sanitário. – Levantamento das possíveis contribuições não domésticas à ETE.- Elaboração de Procedimento Operacional Padrão para recebimento de efluentes não domésticos e posterior desligamento de contribuições não conformes (Decreto nº 7765/00).
Boas Práticas Operacionais: Mudança de
Procedimento
1 R$ 132.160,00 R$ 25.365,00 5,21 Recomendável para todas as ETEs
2 – Remoção de resíduos sólidos e areia através da substituição do sistema manual por processo mecanizado visando a otimização do tratamento preliminar, redução de custos e benefícios a saúde ocupacional.
Elaboração de projeto para aquisição e instalação de equipamentos para remoção mecânica de resíduos sólidos e areia.- instalação de grades com menor espaçamento entre barras.- Dimensionamento de equipamentos mecanizados para retenção de resíduos sólidos e areia.
Modificação Tecnológica
1 R$ 120.000,00 R$ 12.474,00 9,62 Recomendável para todas as ETEs
3 – Remoção e desidratação de lodo das lagoas aeradas facultativas com utilização de removedor elétrico e centrífuga para aumento da eficiência do processo de tratamento.
- Estudo para definição de alternativa para aquisição de equipamentos para remoção e desidratação do lodo.- Construção de leito de secagem para desidratação de lodo e algas em suspensão nas lagoas.- Desativação temporária da Lagoa 3.
Fim de Tubo R$ 373.700,00 R$ 38.800,00 ( - ) * 9,63 Recomendável para todas as ETEs
4 – Aplicação do lodo das lagoas em agricultura e/ou disposição em aterro sanitário através da caracterização dos componentes do lodo
Identificação dos componentes do lodo para aplicação na agricultura.- Solicitação de recursos para construção de Laboratório Sanitário. - Encaminhamento de amostras para o Laboratório Central da EMBASA.- Elaboração de Procedimento Operacional Padrão para recebimento de efluentes não domésticos (Decreto nº 7765/00).
Reciclagem Externa e
Fim de Tubo
3 R$ 12.000,00 R$ 3.906,00 ( - ) * 3,07 Recomendável para todas as ETEs
5 - Reuso do efluente final para irrigação do cinturão verde no entorno da ETE através de bombeamento.
Elaboração de projeto hidráulico para irrigação do cinturão verde.- Irrigação do cinturão verde com água tratada (Lagoas aeradas facultativas). Irrigação provisória do cinturão verde (lagoas de decantação/maturação) com utilização do efluente final através de equipamento hight velocity e conjunto motor-bomba (gasolina).
Reciclagem externa
3 R$ 22.000 R$ 98.694,00 0,22 Recomendável para todas as ETAs
TOTAL R$ 659.860,00 R$ 179.239,00 5,55 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 21– Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Paulo Afonso
OPORTUNIDADE DE P+L
TIPO DE INTERVENÇÃO
TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA
POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO
( R$ )
BENEFICIOS ECONOMICOS/ANO
( R$ )
TEMPO DE RETORNO
(ANO) REPLICABILIDADE
1 – Minimização ou eliminação de resíduos na preparação da solução coagulante
Substituição das hélices dos misturadores. - Instalação na base da tina de malha de PVC perfurada acoplada a compressores, para inserção de ar no processo de mistura.
Modificação Tecnológica
1 R$ 1.900,00 R$ 8.643,00 0,22 É necessário avaliar os custos pela necessidade de instalação de central pneumática (compressores), custo de manutenção, operadores etc. Avaliar a utilização de sulfato de alumínio líquido ou procedimento mais eficiente para utilização do produto.
2 – Redução de perdas de água por vazamentos no processo de tratamento da água
- Impermeabilização dos decantadores e calhas com fibra de vidro. - Substituição dos fusos dos registros. - Recuperação das comportas dos filtros.
Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos
1 R$ 5.000,00 R$ 79.042,00 0,06 Viável para todas as ETA's. Condicionada a consulta prévia às UN's ou oficina central da EMBASA
3 – Tratamento adequado dos resíduos sólidos, sacos e embalagens, remanescentes das soluções químicas.
- Estabelecimento de parceria com Usina de Reciclagem de Lixo, para coletar, prensar e fornecer destino final adequado, conforme Lei ambiental.
Reciclagem Externa e Fim de Tubo
3 sem investimento 350,00
Viável para as cidades que possuem usinas de reciclagem.
4 - Reaproveitamento de água de lavagem de filtros e decantadores
Construção de reservatório e elevatória flutuante
Reuso Interno 2 R$ 73.000,00 R$ 59.156,00 1,23 Viável p/ todas as ETA's. Sugere-se a construção de reservatórios enterrados para redução de custos
5 - Reaproveitamento de água de descarga dos decantadores
Construção de reservatório e elevatória flutuante
Reuso Interno 2 R$ 21.760,00 R$ 8.864,00 2,45 Viável p/ todas as ETA's. Sugere-se a construção de reservatórios enterrados para redução de custos
TOTAL R$ 101.660,00 R$ 155.755,00 0,99 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 22 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Pojuca
OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA
POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO
( R$ )
BENEFICIOS ECONOMICOS/ANO
( R$ )
TEMPODE RETORNO
(ANO) REPLICABILIDADE
1 - Reaproveitamento de água de lavagem de filtros através de tanques de decantação
Construção de tanques de decantação e estação elevatória para reaproveitamento da água de lavagem
Reutilização Interna 2 R$ 19.500,00 R$ 5.770,00 3,38 Aplicável, observando-se as questões topográficas (cotas) e disponibilidade de área
2 – Determinação do tempo ideal de lavagem de filtros com o uso de piezômetros.
Implantação de piezômetro Boas Práticas Operacionais: Substituição de equipamento
1 R$ 500,00 R$ 575,00 0,87 Aplicável em todas as unidades que não tenham chaminé de equilíbrio
3 – Redução do custo de energia elétrica através de mudança de grupamento tarifário e redução de perdas de água bruta e no sistema distribuidor
Mudança no contrato de fornecimento de energia elétrica, com redução no contrato de demanda , redução do tempo de operação com diminuição do consumo de energia elétrica
Boas Práticas Operacionais: Mudança de procedimento e condições operacionais
1 R$ 19.000,00 R$ 35.185,00 0,54 Aplicável, observando-se as questões relacionadas aos custos e benefícios
4 – Recuperação de água filtrada perdida através de substituição de comportas
Substituição das comportas existentes, por onde havia perda de água filtrada, por stop log de alumínio.
Boas Práticas Operacionais: Substituição/ adequação de equipamentos
1 R$ 1.500,00 R$ 591,00 2,54 Aplicável em todas as unidades que tenham equipamentos similares
5 – Redução do consumo de produtos químicos através da substituição dos dosadores de nível constante
Aquisição e instalação de dosadores de sulfato de alumínio mais eficientes para permitir um melhor controle de dosagens
Boas Práticas Operacionais: Substituição/ adequação de equipamentos
1 R$ 3.200,00 R$ 782 ,00 4,09 Aplicável em todas as unidades
TOTAL R$ 43.700,00 R$ 42.903,00 2,28 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 23 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Queimadas
OPORTUNIDADE DE P+L INTERVENÇÃO TIPO DE TÉCNICA P+L APLICADA NÍVEL INVESTIMENTO
(R$)
BENEFÍCIOS ECONÔMICO
S/ANO (R$)
TEMPO DE RETORNO
(ANO) REPLICABILIDADE
1 – Recuperação da água de lavagem e descarga de fundo dos filtros
1- Construção de reservatório para reaproveitamento de água de lavagem e descarga de filtros. 2 - Construção de elevatória de água reciclada
Reciclagem Interna 2 R$ 45.434,00 R$ 76.304,00 0,60 Aplicável em todas as Unidades
2 - Redução dos resíduos sólidos gerados no tratamento de água (sulfato de alumínio), pela substituição do produto sólido por líquido com baixo teor de insolúveis.
Construção de reservatório para sulfato líquido.
Mudança de Insumos 1 R$ 18.456,00 R$ 7.458,00 2,47 Aplicável a depender do estudo de viabilidade econômica
3 - Redução dos resíduos sólidos gerados na recloração de água tratada na elevatória de Santa Luz (borra de cal clorada), com a implantação de sistema de mistura e dissolução prolongada da cal clorada.
Instalação de misturadores. Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais e equipamentos
1 R$ 2.300,00 R$ 2.614,00 0,88 Aplicável devendo-se observar outras alternativas como: inserção de ar através de soprador de ar
4 - Redução do volume de água de lavagem de filtros
Através da introdução de drenos na interface areia/seixo do leito filtrante nas unidades de filtração da ETA.
Boas Práticas Operacionais: mudança de condições operacionais e equipamentos
1 R$ 2.315,00 R$ 21.565,00 0,11 Aplicável em filtros Russos
5 - Elevação da capacidade de reservação para água de lavagem dos filtros com aproveitamento de reservatório existente.
Execução de rede para relocar o conjunto motor bomba para lavagem dos filtros e adequação da subestação da ETA
Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais
1 R$ 21.000,00 não calculado Aplicável em ETAs sob as mesmas condições
TOTAL R$ 89.506 ,00 R$ 107.941,00 1,01 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 24 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Senhor do Bonfim
OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO
TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA
POLUIÇÃO
NÍVEL
INVESTIMENTO (R$)
BENEFICIOS ECONÓMICOS
ANO (R$)
TEMPO DE RETORNO
(ANO) REPLICABILIDADE
1- Redução no consumo de água de lavagem dos filtros
1- Instalação da pré-cloração na câmara tranquilizadora de água bruta. 2- Instalação do ponto de aplicação do sulfato no ponto de mistura rápida, na Calha Parshall
Boas Práticas Operacionais: Mudança das condições operacionais.
Nível 1
R$ 8.000,00 R$ 9.104,00 0,88 Aplicável, a depender das características de cada ETA, com restrições para a formação de THM
2- Reaproveitamento de água de lavagem de floculadores e decantadores
1- Instalação de pré - cloração na Câmara tranquilizadora de água bruta. 2- Lavagem alternada e redução do intervalo de lavagens decantadores. Elaboração de POP's
Reciclagem Interna Nível 2 R$ 97.200,00 R$ 4.623,00 21,03 Aplicável em todos as ETA´s, observando-se a qualidade da água bruta
3- Otimização do processo de preparo da solução de sulfato de alumínio sólido
1- Concretagem do fundo das tinas de fibra de vidro. 2- Modificação do barrilete instalando a saída da solução e da descarga no mesmo nível 3- Instalação de chuveiros para dissolução do sulfato nos cochos das tinas. 4- Implantação de procedimento operacional
Boas Práticas Operacionais: Mudança das condições operacionais.
Nível 1 R$ 270,00 R$ 4.085,00 0,07 Aplicável em todos as ETA`s.
4- Reutilização dos sacos de propileno trançado de sulfato de alumínio
1- Reutilização dos sacos através da introdução de POP: descosturar o saco, lavagem dos sacos na Calha Parshall, secar os sacos ao sol, acondicionar e reutilização. 2- Campanha educativa com operadores e equipe de limpeza e Uso em ensecadeira.
Reutilização Interna Nível 2 R$ 183,00 R$ 523,00 0,35 Aplicável em todos as ETA´s.
Construção de modulo para acondicionamento de cilindros cloro-gás
1- Construção de um abrigo coberto para armazenamento dos cilindros de cloro - gás cheios e vazios e aquisição de Kit's de emergência e autônomos. 2- Elaboração de plano de ação emergencial para ocorrência de vazamento e PPRA 3- Instalação de berços de apoio para cilindros e Kit's para caminhão 4- Instalação de guarda - corpo na ETA etc.
Boas Práticas Operacionais: Mudança das condições operacionais.
Nível 1 R$ 35.950,00 não calculado Aplicável em todosas ETA´s se o sistema de dosagem for com utilização de cloro gasoso.
TOTAL R$ 141.603,00 R$ 18.335,00 5,58 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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Tabela 25 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA -ETA de Santo Antônio de Jesus
OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO
TÉCNICAS DE REDUÇÃO
DA POLUIÇÃO
NÍVEL INVESTIMENTO R$
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/ANO
(R$)
TEMPO DE RETORNO
(AN0) REPLICABILIDADE
1 -Reaproveitamento de água de lavagem dos floculadores decantadores e filtros.
Construção de Reservatório. Implantação de EE. Implantação de adutora PVC. Instalação de hidrômetros, horímetro, régua de nível.
Reutilização Interna
2 R$ 31.510,00 R$ 91.,00 0,34 Aplicável em todas as unidades observando disponibilidade de área e topografia (cota)
2 - Eliminação da perda de sulfato de alumínio pela maximização da utilização do volume das tinas de preparo de solução, com substituição do sistema de mistura convencional por ar injetado.
Concretagem do fundo das tinas Substituição dos misturadores convencionais por soprador de ar Modificação da concentração da Solução Aquisição de compressor radial Aquisição de balança
Boas Práticas Operacionais: Substituição/ adequação de equipamentos
1 R$ 4.739,00 R$ 2.248,00 2,11 Aplicável em todas as unidades que possuem misturador mecânico
3 – Racionalização do consumo de energia elétrica no sistema de dosagem de polieletrólito através da utilização de bomba dosadora eletromagnética de baixo consumo energético.
Substituição do dosador tipo canecas por bomba dosadora eletromagnética.
Boas Práticas Operacionais: Mudança de equipamento
1 R$ 3.275,00 R$ 780,00 4,20 Aplicável em ETAs que possuem dosador tipo caneca. Depende da qualidade da água bruta para aplicação do polímero e bomba dosadora em todas as unidades
4 – Otimização da remoção dos sólidos sedimentados na lagoa de (retenção) através da implantação de sistemas de drenagem para os leitos de secagem.
Concretagem do fundo da lagoa com construção de calha de drenagem. Construção de barrilete em FºFº transferindo o lodo da lagoa ao leito de secagem.
Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais, adequação de equipamentos e Fim de Tubo
1 R$ 6.946,00 R$ 3.480,00 2,00 Aplicável nas ETAs observando características do sistema, área e topografia (cotas)
TOTAL R$ 46.469,00 R$ 98.333,00 2,16 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)
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C*
CATEGORIA DE RESÍDUOS EXEMPLOS SOLUÇÕES TÍPICAS
A Matérias-primas não utilizadas Aparas de metal, papéis em branco, resíduos de verniz, agentes de tingimento de
produtos têxteis, raspa de couro, cavacos e serragem de madeira, finos de minério,
perdas nas operações florestais e perdas em geral de matérias primas
Mudanças tecnológicas, automação, melhor controle operacional, treinamento do pessoal,
uso de diferentes matérias-primas, realização de macro e micro medição, melhoria na
estocagem, melhoramento na logística
B Impurezas, substâncias secundárias nas
matérias-primas ou subprodutos inevitáveis
Cinzas de combustíveis, óleos e graxas de lâminas de metal, cascas e sementes de frutas,
cascas de cereais, areia, enxofre no petróleo, acetileno no propeno, sangue de animais,
ossos
Uso de diferentes matérias-primas quanto a fonte e procedência , buscar alternativas de
aproveitamento, substituição de fornecedores, buscar redução e segregação na fonte
C Resíduos e subprodutos não desejados Lodo de ETA e de ETE, gases de combustão, resíduos asfálticos, borras de fundo de
tanque
Reutilização como um nova matéria-prima, melhoria tecnológica, mudanças no processo,
mudanças de insumos
D Materiais auxiliares usados Produtos químicos em geral, óleos, solventes, catalisadores Reciclagem interna e externa, limpeza e manutenção, checagem de dosagens,
modificação do processo
E Substâncias produzidas na partida ou parada
de equipamentos e sistemas Produtos não comerciais, produtos fora de especificação, recipientes apenas
parcialmente enchidos, misturas de produtos sem qualidade definida e não uniformes
Programação das operações melhorada, treinamento de pessoal, mudança de tecnologia,
lotes de produção maiores, reciclagem interna
F Lotes mal produzidos e refugos Produtos não comerciais e fora de especificação Tecnologia melhorada, treinamento de pessoal, automação, melhoria no sistema de
qualidade
G Resíduos e materiais da manutenção Elementos filtrantes, óleos lubrificantes, estopas de limpeza, solventes, produtos de
limpeza, isolantes de tubulação, material refratário
Programação de manutenção, substituição de agentes de limpeza, modificação dos
sistemas de lubrificação, reciclagem interna e externa
H Materiais de manuseio, estocagem,
amostragem, análise, transporte Resíduos da limpeza de laboratório ou dos recipientes, frascos de amostragem,
mercadorias danificadas Logísticas de controle, controle de fontes externas, melhoria de sistema s de amostragem
I Perdas devido à evaporação Perda de solventes devido a tanques e recipientes abertos, evaporação durante o
envernizamento, perdas por arraste eólico, perdas de agentes de limpeza
Treinamento de pessoal, uso cuidadoso, busca de diferentes matérias-primas, modificação
de tanques e sistemas, modificação da forma de recepção
J Materiais de distúrbios e vazamentos Agentes de fixação de óleo, impurezas em matérias-primas ou produtos devido a
problemas de manuseio, perdas de calor, vazamentos de modo geral Garantia de qualidade, manutenção melhorada, automação, treinamento de pessoal
K Material de embalagem Papelão, filmes plásticos, lâminas, caixas, madeiras, pallets, bombonas, tambores, peças
de isopor
Orientações de compra, redução do número de embalagens e de componentes em
embalagens, embalagens retornáveis, reciclagem, reutilização
Quadro 12- Categorias de Resíduos
Fonte : CNTL5. Manual 05: Implantação de produção mais limpa – metodologia. Rio Grande do Sul: UNIDO/UNEP/CNTL/SENAI-RS, 2000.
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Tabela 26 – Folha de Trabalho 1 – Principais produtos ou serviços
No Produto ou Serviço Quantidade Anual Unidade*
1. Água Tratada para distribuição 2.603.910 m3 Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001
7.8.1.
7.8.2.
7.8.3.
Tabela 27 – Folha de Trabalho 2 – Principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões
No Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões
Quantidade anual*
Custo da matéria-prima
Custo do resíduo associado a
matéria-prima
Custo armazenagem
Custo tratamento
Custo transporte
Valor de venda
Custo Disposição
Custo total (R$) Destino
1. Perda de água Bruta na captação
677.857 m3 R$ 0,0104 R$ 7.046,06 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 7.046,06 Rio do Ouro
2. Perda por extravasamento / Erro no macromedidor de
água tratada
54.400,99 m3
R$ 0,079
R$ 4.297,67
-----
-----
-----
-----
-----
R$ 4.297,67
Rua
3. Água de lavagem dos filtros 44.358 m3 R$ 0,079 R$ 3.504,28 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 3.504,28 Nascente Pedreira 4. Lodo do decantador 225 t R$ 5,53 R$ 1.245,36 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 1.245,36 Nascente Pedreira 5. Umidade no sulfato de
alumínio 6,80 t R$ 292,90 R$ 1.993,00 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 1.993,00 Tina de Solução
6. Borra de sulfato de alumínio 6,677 t R$ 292,90 R$ 1.955,70 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 1.955,70 Nascente Pedreira 7. Lodo do floculador 1,61 t R$ 424,43 R$ 683,33 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 683,33 Nascente Pedreira 8. Resíduos de produtos mal
estocados 0,25 t R$ 292,90 R$ 73,23 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 73,23 Lixo
9. Perdas por manuseio e transporte inadequado
0,25 t R$ 292,90 R$ 73,23 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 73,23 Lixo
10. Água fora do padrão por má operação
------- ------- ------ ----- ----- ----- ----- ----- ------ Reservatório de Distribuição
* Balanço realizado em 14 dias e projetado para 01 ano; Período de Medição de 17/05/2001 a 30/05/2001 • Utilizar preferencialmente kg ou t, listando em ordem quantitativa decrescente.
Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 20001
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Tabela 28 – Folha de Trabalho 3 – Principais matérias-primas, insumos e auxiliares
No Matérias-primas, insumos e auxiliares Quantidade anual* Custo Unitário (R$) Custo Total Anual
(R$) Finalidade da utilização Tipo de embalagem
1. Água Bruta 3.414.601 m3 0,04838 165.209,00 Abastecimento ----- 2. Sulfato de Alumínio (Base úmida 12%) 56,7 t 292,90 16.607,00 Coagulação Saco plástico 3. Flúorsilicato de Sódio 3,475 t 980,00 3.405,00 Fluoretação Saco plástico
• Utilizar preferencialmente kg ou t, listando em ordem quantitativa decrescente. Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 20001
Tabela 29 – Folha de Trabalho 3 – Principais matérias-primas, insumos e auxiliares toxicologicamente importantes (não incluídas na tabela anterior)
No Matérias-primas, insumos e auxiliares Quantidade anual* Custo Unitário (R$) Custo Total Anual
(R$) Finalidade da utilização Tipo de embalagem
1. Clorogás 12,4 t 1.756,00 21.774,40 Desinfecção Cilindros de 0,9 t
• Utilizar preferencialmente kg ou t, listando em ordem quantitativa decrescente. Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001
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Tabela 30 – Folha de Trabalho 4 – Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões
Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Modificação de tecnologia
1 Modifi. no processo envolvendo a inclusão ou exclusão de etapas ou sistemas X X X X
2 Ajustes de lay out de processo X X X
3
PRO
CE
SSO
E
TE
CN
OL
OG
IA
Automação de processos X X X X X
4 Otimização de parâmetros operacionais X X X X X X X X X X
5 Padronização de procedimentos X X
Melhoria do sistema de compras
HO
USE
KE
EPI
NG
Melhoria no sistema de informações
6 Substituição de matéria-prima ou de fornecedor X
7 Melhoria no preparo da matéria-prima X X
Substituição de embalagens
MA
TÉ
RIA
S-PR
IMA
S,
INSU
MO
S E
PR
OD
UT
S
Modificação no produto
8 Logística associada a subprodutos e resíduos X X X X X
9 Reuso e reciclagem interna X X X X X X
10 Reuso e reciclagem externa X X X X
TÉ
CN
ICA
S D
E
TR
AT
AM
EN
TO
Técnicas de Fim de Tubo
Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões.
1 Perda de água Bruta na captação 6 Borra de sulfato de alumínio
2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 7 Lodo do floculador
3 Água de lavagem dos filtros 8 Resíduos de produtos mal estocados
4 Lodo do decantador 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado
5 Umidade no sulfato de alumínio 10 Água fora do padrão por má operação
Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju,2001
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Tabela 31 - Folha de Trabalho 4.1 - Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões com Housekeeping
Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
4.1 Equilibrar vazões entre elevatórias (EEAB flutuante e Casa de Bombas) X
4.2 Equilibrar a Oferta X Demanda X X X X X
4.3 Preparar corretamente solução de sulfato na Tina X X X X
4.4 Dosar corretamente solução de sulfato na calha X X X X
4.5 Analisar umidade no sulfato de alumínio por lote recebido X
4.6 Especificar por embalagem o peso contido de sulfato de alumínio X
4.7 Especificar teor máximo de umidade permitida no Sulfato d alumínio X
5.1 Treinamento de operadores no preparo das soluções e na operação da ETA X X X X
5.2 Determinar umidade por lote de sulfato X
5.3 Padronização da preparação da solução de sulfato de alumínio X
Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões. 1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador
2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados
3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado
4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação
5 Umidade no sulfato de alumínio 11
6 Borra de sulfato de alumínio 12
Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001
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Tabela 32 – Folha de Trabalho 4.2 – Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões com substituição de matérias-primas e de insumos e mudanças no produto
Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
6.1 Identificar fornecedores de sulfato com maior teor de pureza. X X
7.1 Pesar sulfato de alumínio na preparação da solução X X
Observação: a substituição de fornecedores, de tipo de matéria-prima e insumos, de qualidade de matéria-prima e insumos, entre outras, estão incluídas nesta avaliação Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões. 1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador
2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados
3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado
4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação
5 Umidade no sulfato de alumínio 11
6 Borra de sulfato de alumínio 12 Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001
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Tabela 33 – Folha de Trabalho 4.3 – Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões com modificação de processo, com automação e com modificação tecnológica
Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1.1 Aquisição de rotores para elevatória de Água Bruta X
1.2 Construção de reservatório de reaproveitamento de água de lavagem de filtros e descargas de decantador X X X X
1.3 Construção de leito de secagem X X X X
1.4 Construção de descarga de fundo na canaleta de distribuição de água floculada X
2.1 Inclusão de reservatório de reaproveitamento X X X
2.2 Inclusão de leito de secagem X X X
3.1 Aquisição de C.M.B. para reaproveitamento da água de lavagem de filtro e descargas de decantador X X X
3.2 Automação da captação através do nível do reservatório de distribuição X
Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões. 1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador
2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados
3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado
4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação
5 Umidade no sulfato de alumínio 11
6 Borra de sulfato de alumínio 12 Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001
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Tabela 34 – Folha de Trabalho 4.4 – Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões com a utilização de técnicas de tratamento
Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
8.1 Elaborar projeto para reciclar resíduo X X X
8.2 Solicitar recursos para implantar projetos X X X
8.3 Implantar análise de umidade por lote X
8.4 Elaborar estudo para reaproveitamento da borra de Sulfato X
9.1 Reciclagem da água de lavagem de filtro X
9.2 Reciclagem da água de descarga do floculador e decantador X X
9.3 Reciclagem da borra de Sulfato X
9.4 Reciclar resíduos de Sulfato do depósito X X
10.1 Venda e/ou doação do lodo seco X X X X
Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões.
1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador
2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados
3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado
4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação
5 Umidade no sulfato de alumínio 11
6 Borra de sulfato de alumínio 12
Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001
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Tabela 35 – Folha de Trabalho5 – Categorias dos subprodutos, resíduos, efluentes e emissões
No Categorias 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Matéria-prima não utilizada X
Produtos não comercializados X
Impurezas e substâncias secundárias nas matérias-primas X X X
Impurezas nos insumos X
Subprodutos e resíduos inevitáveis
Resíduos e subprodutos não desejados X X X X
Materiais auxiliares utilizados X
Substâncias produzida na partida ou parada de equipamentos e sistemas
Lotes mal produzidos e refugos X
Resíduos e materiais de manutenção
Materiais de manuseio, amostragem, análises e transporte. X X
Perdas devido a evaporação
Materiais de distúrbios e vazamentos X
Material de embalagem
Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões.
1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador
2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados
3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado
4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação
5 Umidade no sulfato de alumínio 11
6 Borra de sulfato de alumínio 12 Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001
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COELHO, Arlinda Conceição Dias Coelho. Avaliação da aplicação da metodologia de Produção mais Limpa UNIDO/UNEP no setor de Saneamento - estudo de caso: EMBASA S.A 2004. 207 p. il. Dissertação (Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo) – Escola Politécnica-MEPLIM, Universidade Federal da Bahia, Salvador.
Autorizo a reprodução gráfica (parcial ou total) deste trabalho para fins de comutação gráfica.
Salvador, 26 de setembro de 2004.
------------------------------------------------------ Arlinda Conceição Dias Coelho
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ARLINDA CONCEIÇÃO DIAS COELHO
Mestre e especialista em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo
Produtivo (UFBA), aperfeiçoamento profissional em Gerenciamento e Tecnologia
Ambiental na Indústria (Ryerson University Politechnic- Toronto-Canadá), auditora
ambiental pela MCG Qualidade e PE – Batalas, consultora em Produção mais Limpa
pelo CNTL – Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS.
Coautora do Livro Prevenção da Poluição. Brasília: SENAI/DN, 2002. 290p., il. ISBN
85-7519-071-7 .
Gerente da Área de Meio Ambiente - AMA e coordenadora do Núcleo de Produção
mais Limpa da Bahia sediado no SENAI-CETIND.
Experiência em Docência em Cursos de Graduação e Pós graduação:
• Docente na graduação no curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFBA,
disciplina Ciências do Ambiente.
• Docente na graduação na Faculdade de Tecnologia e Ciência – FTC nos cursos de
Engenharia Ambiental e Engenharia de Produção
• Docência (pós-graduação) no Curso de Extensão: Gestão e Planejamento Ambiental
em Empreendimentos – UFBA/DHS, 2000.
• Docência (pós-graduação) Curso de Especialização em Auditor Público UFBA,
2001
• Docente na pós-graduação no Curso de Especialização Gerenciamento e
Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo (UFBA)
• Docente na pós-graduação no Curso de Gestão Ambiental Municipal
(UNEB/CRA/SENAI-CETIND)
• Docente na Pós Graduação no Curso em Gestão de Ativos e Passivos Ambientais -
Fundação de Fomento à Tecnologia e à Ciência (FTC), Faculdade de Tecnologia e
Ciências (FTC) e o Instituto Alexandre Rodrigues Ferreira (IAF)
• Docente na pós-graduação no Curso de Educação Ambiental (UFBA)
Contatos com a autora: [email protected]
UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA
MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO
Rua Aristides Novis, 02, 4º andar, Federação, Salvador BA CEP: 40.210-630
Tels: (71) 235-4436 / 203-9798 Fax: (71) 203-9892
E-mail: [email protected] Home page: http://www.teclim.ufba.br