avaliação da aplicação de metodologia de produção mais limpa

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DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO SALVADOR 2004 ARLINDA CONCEIÇÃO DIAS COELHO Avaliação da Aplicação da Metodologia de Produção mais Limpa UNIDO/UNEP no Setor de Saneamento Estudo de Caso: EMBASA S.A.

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Page 1: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITÉCNICA

MESTRADO PROFISSIONAL EMGERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS

AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO

SALVADOR 2004

ARLINDA CONCEIÇÃO DIAS COELHO

Avaliação da Aplicação da Metodologia de Produçãomais Limpa UNIDO/UNEP no Setor de Saneamento

Estudo de Caso: EMBASA S.A.

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ARLINDA CONCEIÇÃO DIAS COELHO

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AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE PRODUÇÃO

MAIS LIMPA UNIDO/UNEP NO SETOR DE SANEAMENTO

ESTUDO DE CASO: EMBASA S.A.

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Severino Agra Filho

Salvador

2004

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C6725a COELHO, Arlinda Conceição Dias Avaliação da aplicação da metodologia de produção mais limpa UNIDO/UNEP no setor de saneamento – estudo de caso: EMBASA S.A. / Arlinda Conceição Dias Coelho. – Salvador – Ba, 2004.

207 p. il. Orientador: Prof. Dr. Severino Agra Filho Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais

no Processo Produtivo) – Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da Bahia, 2004.

Referência, Apêndice e Anexo. 1. Saneamento Ambiental. 2. Metodologia Produção mais Limpa - UNIDO/UNEP. 3. Ecoeficiência. 4. Inovação Tecnológica – aspecto ambiental. I. EMBASA.II.UNIDO. III.UNEP.IV.Agra Filho, Severino.V.Título.

CDD 628.5

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A Antônio Negreiros, o meu companheiro de todas as horas que me dá paz de

espírito e muito amor.

Ao meu filho Cyro Júnior, a maior realização da minha vida.

A minha mãe (in memorian) pela lição de vida pautada na definição contínua de

metas que sempre se transformaram em realizações.

Page 6: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Ao SENAI-CETIND, na representação dos gerentes Carlos Roberto Oliveira e

Alex Santiago, por terem viabilizado mais esta oportunidade de crescimento profissional.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Severino Agra Filho, que através de seus

questionamentos constantes contribuiu muito para a definição e desenvolvimento do tema

dessa dissertação.

A toda equipe do TECLIM, na pessoa de minha amiga Lígia França, cuja

principal característica é a solidariedade.

Aos meus colegas do CETIND, o meu muito obrigada pela paciência nos

momentos de maior tensão e por toda ajuda que me deram.

A Wagner Gerber, o consultor de Produção mais Limpa que foi o meu parceiro na

consultoria de Produção mais Limpa na EMBASA.

A liderança da EMBASA e todos os colaboradores da empresa que participaram

desse trabalho de maneira extremamente comprometida, tornando o meu trabalho uma

atividade que me proporcionou muito orgulho.

A todos os meus amigos e a minha família que me fazem feliz e de bem com a

vida para estar sempre buscando novos desafios.

Page 7: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Esta dissertação tem como objetivo principal avaliar a metodologia de Produção mais Limpa (P+L) desenvolvida pela UNIDO/UNEP, na EMBASA S.A - Empresa Baiana de Águas e Esgoto, que possui unidades operacionais, em 347 municípios da Bahia, representando portanto, o Setor de Saneamento no Estado.

A metodologia (P+L), vem sendo disseminada no Brasil, pelo CNTL – Centro Nacional de Tecnologias Limpas – SENAI/RS, através dos Núcleos de Produção mais Limpa-NPLs. Os dados analisados nessa dissertação, foram gerados através de um trabalho realizado pelo NPL-Bahia, sediado no SENAI-CETIND, de implantação de um Programa P+L na EMBASA, o qual demandou a definição de uma estratégia que considerasse os aspectos característicos da empresa, visando permitir uma maior disseminação e internalização da metodologia de maneira corporativa. Nessa dissertação faz-se uma análise dessa estratégia, assim como também, da contribuição que o Programa trouxe para tornar a empresa mais ecoeficiente.

No desenvolvimento da pesquisa apresenta-se as bases conceituais e instrumentais de Prevenção da Poluição, Produção mais Limpa, faz-se uma análise dos resultados obtidos a partir da aplicação da metodologia nas Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE) da EMBASA e da estratégia, baseada no Ecoprofit, adotada para sua aplicação visando tornar o programa corporativo.

Na avaliação dos resultados considerou-se os tipos de técnicas de redução da poluição utilizadas, os investimento necessários, os benefícios alcançados de acordo com os pilares da ecoeficiência: ambientais, sociais e econômicos, as barreiras para implementação das técnicas e as limitações da metodologia, de maneira a possibilitar a identificação de oportunidades de melhoria na sua aplicação.

Os indicadores de desempenho ambiental sinalizaram redução na geração de resíduos, efluentes, consumo de água, energia etc, a partir da implementação de soluções simples, propostas pelos colaboradores da Embasa e que demandaram, na maioria dos casos, baixo investimento financeiro.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Saneamento Ambiental. 2. Metodologia Produção mais

Limpa - UNIDO/UNEP. 3. Ecoeficiência. 4. Inovação Tecnológica – aspecto ambiental.

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The aim of this work was to assess the aplication of the Cleaner Production (CP) methodology developed by UNIDO/UNEP, in EMBASA S.A - Empresa Baiana de Águas e Esgoto, that has branches in 347 Bahia’s municipalities, representing therefore, the sector of sanitation in the Bahia state.

The methodology (CP), has being disseminated all over Brazil by CNTL – National Center of Cleaner Production – SENAI/RS, through Centers of Cleaner Production -NPLs. The analyzed data in this work were generated from the work of implementation of a cleaner production program in EMBASA done by NPL-Bahia, based in SENAI-CETIND. That experience demanded a definition of a particular strategy that considered features of the company, in order to allow more effective dissemination and internalization of methodology. In this work an assessment of this strategy is undertaken as well as the outcome of the CP Program in terms of more ecoefficiency.

This research presents the conceptual and instrumental basis of Pollution Prevention, Cleaner Production (CP), and assess the results obtained from the use of the CP methodology in Water Treatment Stations (ETA) of EMBASA and the strategy based in Ecoprofit, that was chosen in order to make the CP Program more effective.

In the analyses of the results it was taken into account a numbers of issues: types of pollution reduction techniques, the necessary financial investments, the benefits obtained in accordance with the pillars of ecoefficiency (environmental, social and economical). It was also identified barriers during the implementation of the techniques and limitations of the methodology, in order to allow identification of opportunities of improvement in its implementation.

The environmental indicators showed that was reduction of waste generation, effluent,

water consumption, energy etc, as resulted of the implementation of simple solutions, proposed by Embasa’s workers that demanded, in most cases, low financial investment.

KEY-WORDS: 1. Environmental Sanitation, 2. UNIDO/UNEP CP methodology,

3. ecoefficiency, 4. technologic innovation-environmental aspect.

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ABIQUIM Associação Brasileira de Indústria Química

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica

ACV Análise de Ciclo de Vida

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CADCT Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Secretaria de Planejamento do Governo de Estado da Bahia

CEBDS Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável

CEMPRE Compromisso Empresarial para Reciclagem

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CETIND Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro

CNI Confederação Nacional das Indústrias

CNPq Centro Nacional de Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia

CNTL Centro Nacional de Tecnologias Limpas da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul

CTGA Comissão Técnica de Garantia Ambiental

ECOPROFIT Ecological Project For Integrated Environmental Technologies

Projeto Ecológico para Tecnologias Ambientais Integradas

EMBASA Empresa Baiana de Água e Esgoto S. A.

EPA Environmental Protection Agency

EQA Equipe de Qualidade Ambiental

ETA Estação de Tratamento de Água

FIEB Federação da Indústria do Estado da Bahia

FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

GEMI Global Environmental Management Initiative

IEL Instituto Euvaldo Lodi

MCT Ministério da Ciência e Tecnologia

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MMA Ministério de Meio Ambiente

NPLs Núcleos de Produção mais Limpa

P&D Pesquisa e Desenvolvimento

P+L Produção mais Limpa

PDCA Plan, Do, Check, Action

PL Produção Limpa

PMSS Programa de Modernização do Setor Saneamento

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PP ou P2 Prevenção da Poluição

PROCOP Programa de Controle da Poluição Industrial de São Paulo

PTL/BA Programa de Tecnologias Limpas na Bahia

RECOPE Rede Cooperativas de Pesquisas

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SGA Sistema de Gestão Ambiental

SP&C Sustainable Production and Consumption

TQEM Total Quality Environmental Management

TURI Instituto para Redução do Uso de Compostos Tóxicos

UFBA Universidade Federal da Bahia

UNEP United Nations Environmental Program

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

UNIDO United Nations for Industrial Development

Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial

WBCSD World Business Council for Sustainable Development Initiative

- Conselho Mundial de Empresas para o Desenvolvimento Sustentável

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FIGURA 1 – PAÍSES “HOSPEDEIROS” DOS CENTROS NACIONAIS DE TECNOLOGIAS LIMPAS ................................... 41

FIGURA 2 – FLUXOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA - METODOLOGIA UNIDO/UNEP ........ 42

FIGURA 3 – DIAGRAMA DE BLOCO......................................................................................................................... 43

FIGURA 4 – ORGANOGRAMA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA ...................................................................................... 47

FIGURA 5 – ORGANOGRAMA MESTRE DAS AÇÕES PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DA POLUIÇÃO .................. 53

FIGURA 6 – CICLO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SGA DA ISO – 14001 ...................................................................... 65

FIGURA 7 - REDUÇÃO E OTIMIZAÇÃO DO USO DE MATERIAIS, INSUMOS E ENERGIA NO PROCESSO PRODUTIVO .... 102

FIGURA 8 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO DE UMA ETA................................................................... 115

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TABELA 1 – DADOS GERAIS: ESTADOS E ÁREA DE CONCESSÃO.......................................................................... 100

TABELA 2 – CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES OPERACIONAIS DA EMBASA ................................................... 113

TABELA 3 – NO. DE MEDIDAS APLICADAS/ TIPOS DE TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA POLUIÇÃO............................... 116

TABELA 4 – NO. DE MEDIDAS/TIPO DE MEDIDAS BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS............................................... 118

TABELA 5 – NO. DE MEDIDAS P+L APLICADAS DE ACORDO COM OS NÍVEIS DE EFICIÊNCIA P+L......................... 123

TABELA 6 – INDICADORES DE MONITORAMENTO DE DESEMPENHO..................................................................... 127

TABELA 7 – AVALIAÇÃO ECONÔMICA DAS MEDIDAS DE P+L ............................................................................. 132

TABELA 8 – DIAGNÓSTICO DE PERCEPÇÃO: P+L É INSTRUMENTO DE FOMENTO DE ECOEFICIÊNCIA NO SETOR

PRODUTIVO ................................................................................................................................................. 139

TABELA 9 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA BARREIRAS .................................................................................................................... 178

TABELA 10 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NAUNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA COBRE............................................................................................................................ 179

TABELA 11 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA VITÓRIA DA CONQUISTA................................................................................................... 180

TABELA 12 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA PRINCIPAL...................................................................................................................... 181

TABELA 13 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA GUANAMBI..................................................................................................................... 182

TABELA 14 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA GUANAMBI (CONT.)........................................................................................................ 183

TABELA 15 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA ILHÉUS ........................................................................................................................... 184

TABELA 16 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA IPIAU .............................................................................................................................. 185

TABELA 17 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA IRECÊ ............................................................................................................................. 186

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TABELA 18 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA ITABERABA .................................................................................................................... 187

TABELA 19 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA ITAMARAJU .................................................................................................................... 188

TABELA 20 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA

EMBASA - ETE JEQUIÉ ........................................................................................................................... 189

TABELA 21– RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA PAULO AFONSO.............................................................................................................. 190

TABELA 22 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA POJUCA .......................................................................................................................... 191

TABELA 23 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA QUEIMADAS .................................................................................................................. 192

TABELA 24 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA - ETA SENHOR DO BONFIM....................................................................................................... 193

TABELA 25 – RESULTADOS DO PROGRAMA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA UNIDADE DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA

EMBASA -ETA DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS............................................................................................ 194

TABELA 26 – FOLHA DE TRABALHO 1 – PRINCIPAIS PRODUTOS OU SERVIÇOS .................................................... 198

TABELA 27 – FOLHA DE TRABALHO 2 – PRINCIPAIS SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSÕES ........... 198

TABELA 28 – FOLHA DE TRABALHO 3 – PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS, INSUMOS E AUXILIARES ....................... 199

TABELA 29 – FOLHA DE TRABALHO 3 – PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS, INSUMOS E AUXILIARES TOXICOLOGICAMENTE

IMPORTANTES (NÃO INCLUÍDAS NA TABELA ANTERIOR) ................................................................................. 199

TABELA 30 – FOLHA DE TRABALHO 4 – PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES E

EMISSÕES ................................................................................................................................................... 200

TABELA 31 - FOLHA DE TRABALHO 4.1 - PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES

E EMISSÕES COM HOUSEKEEPING ............................................................................................................... 201

TABELA 32 – FOLHA DE TRABALHO 4.2 – PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES

E EMISSÕES COM SUBSTITUIÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS E DE INSUMOS E MUDANÇAS NO PRODUTO ............ 202

TABELA 33 – FOLHA DE TRABALHO 4.3 – PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES

E EMISSÕES COM MODIFICAÇÃO DE PROCESSO, COM AUTOMAÇÃO E COM MODIFICAÇÃO TECNOLÓGICA.... 203

TABELA 34 – FOLHA DE TRABALHO 4.4 – PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES

E EMISSÕES COM A UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE TRATAMENTO................................................................. 204

TABELA 35 – FOLHA DE TRABALHO5 – CATEGORIAS DOS SUBPRODUTOS, RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSÕES .. 205

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QUADRO 1 – INSTITUIÇÕES QUE ATUAM FOMENTANDO TECNOLOGIAS LIMPAS NO BRASIL – ELABORADO PELA AUTORA

DA DISSERTAÇÃO.......................................................................................................................................................... 32

QUADRO 2 – DIFERENÇAS ENTRE TECNOLOGIAS FIM DE TUBO E PRODUÇÃO MAIS LIMPA ............................................. 35

QUADRO 3 – DECLARAÇÃO DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA ..................................................................................................... 40

QUADRO 4 – EXEMPLOS DE SUBSTITUIÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA/INSUMO E OS IMPACTOS POSITIVOS PARA O MEIO

AMBIENTE ..................................................................................................................................................................... 57

QUADRO 5 – EXEMPLOS DE MEDIDAS DE BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS ........................................................................ 58

QUADRO 6 – EXEMPLOS DE MEDIDAS QUE PODEM SER IMPLEMENTADAS RELACIONADAS COM REUSO E RECICLAGEM DE

RESÍDUOS ...................................................................................................................................................................... 59

QUADRO 7 – RESUMO DA PROPOSTA DE INSERÇÃO DOS CONCEITOS DE P+L NOS REQUISITOS DA ISO 14001 .............. 70

QUADRO 8 – COMPARAÇÃO ENTRE SGA BASEADO NA ISO 14001 E PRODUÇÃO MAIS LIMPA –METODOLOGIA

DESENVOLVIDA PELA UNIDO-UNEP ........................................................................................................................ 71

QUADRO 9 - COMPARAÇÃO DO PARADIGMA DO TREINAMENTO.......................................................................................... 85

QUADRO 10 – FOCOS DE MELHORIA E FATORES DE PERDA.................................................................................................. 95

QUADRO 11 – PARTES INTERESSADAS, SEUS INTERESSES E FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES ............................................. 96

QUADRO 12- CATEGORIAS DE RESÍDUOS........................................................................................................................... 196

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1. INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 15 1.1. JUSTIFICATIVA __________________________________________________________ 15 1.2. OBJETIVOS ______________________________________________________________ 18

1.2.1. Objetivo Principal _____________________________________________________________ 18 1.2.2. Objetivos Específicos___________________________________________________________ 19

1.3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA ___________________________ 19

2. O CONTEXTO DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA ____________________________ 25 2.1. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO/PRODUÇÃO MAIS LIMPA _______________________ 25 2.2. A ECOEFICIÊNCIA E A PRODUÇÃO MAIS LIMPA ____________________________ 27 2.3. HISTÓRICO DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NO BRASIL ________________________ 30 2.4. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO/ P+L E TECNOLOGIA DE FIM DE TUBO ___________ 33 2.5. RESUMO DO CAPÍTULO 2 _________________________________________________ 37

3. A METODOLOGIA DE P+L UNIDO/UNEP ________________________________ 39 3.1. DECLARAÇÃO INTERNACIONAL SOBRE PRODUÇÃO MAIS LIMPA____________ 39 3.2. TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA POLUIÇÃO____________________________________ 52

3.2.1. Mudança do Produto___________________________________________________________ 54 3.2.2. Mudança no Processo __________________________________________________________ 55 3.2.3. Boas Práticas Operacionais (Good Housekeeping Practices) __________________________ 55 3.2.4. Mudança de Matérias-Primas/Insumos ___________________________________________ 56 3.2.5. Mudança da Tecnologia ________________________________________________________ 57 3.2.6. Reuso, Reciclagem Interna e Externa _____________________________________________ 58 3.2.7. Embalagens e Transporte_______________________________________________________ 59

3.3. A METODOLOGIA DE P+L COMO INSTRUMENTO DE MARKETING ____________ 60 3.4. A METODOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA – P+L E O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA BASEADO NA NORMA INTERNACIONAL ISO 14001 ______________ 63 3.5. OUTRAS METODOLOGIAS ________________________________________________ 72 3.6. RESUMO DO CAPÍTULO 3 _________________________________________________ 75

4. AMBIENTE EMPRESARIAL ____________________________________________ 78 4.1. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO ____________________________________________ 78 4.2. ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL __________________________________________ 79 4.3. O GERENCIAMENTO DA ROTINA DE TRABALHO NUMA ORGANIZAÇÃO ______ 79 4.4. A GESTÃO DO CONHECIMENTO ___________________________________________ 81 4.5. OS GRUPOS FUNCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO E O CONHECIMENTO___________ 83 4.6. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA _____________________________________________ 86 4.7. RESUMO DO CAPÍTULO 4 _________________________________________________ 90

5. A ESTRATÉGIA DE APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE P+L NA EMBASA 92 5.1. O CONTEXTO DO SETOR DE SANEAMENTO ________________________________ 93 5.2. O SETOR DE SANEAMENTO E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA _________________ 99 5.3. A EMBASA E O PROGRAMA P+L __________________________________________ 100 5.4. COMO A EMPRESA FOI SENSIBILIZADA A INVESTIR EM P+L ________________ 103 5.5. O PROGRAMA P+L NA EMBASA __________________________________________ 104 5.6. RESUMO DO CAPÍTULO 5 ________________________________________________ 110

6. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS COM A IMPLANTAÇÃO DE P+L NA EMBASA ____________________________________ 112 6.1. ELEMENTOS DA METODOLOGIA IDENTIFICADOS NOS RELATÓRIOS DE P+L _ 113

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6.1.1. Técnicas de Redução da Poluição mais utilizadas __________________________________ 116 6.1.2. Classificação do nível eficiência de aplicação de P+L alcançado pelas unidades, de acordo com o organograma de P+L.___________________________________________________________ 123 6.1.3. Potencial de replicabilidade das Técnicas de Redução da Poluição ___________________ 125 6.1.4. Benefícios materiais obtidos pelo programa de P+L. _______________________________ 126 6.1.5. Outros benefícios obtidos ______________________________________________________ 131 6.1.6. Benefícios Econômicos x Investimentos __________________________________________ 132

6.2. AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PROGRAMA P+L NA EMPRESA_______________ 134 6.2.1. Diagnóstico de percepção na esfera operacional ___________________________________ 134 6.2.2. Diagnóstico de Percepção no Nível Gerencial _____________________________________ 139

7. CONCLUSÕES________________________________________________________ 151 7.1. OS RESULTADOS OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA P+L _____ 152 7.2. ESTRATÉGIA DE APLICAÇÃO DA METODOLOGIA P+L NA EMBASA _________ 155 7.3. AS BARREIRAS PARA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA _____________________ 157 7.4. AS LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA ______________________________________ 158 7.5. A INTEGRAÇÃO DA METODOLOGIA P+L COM OUTROS INSTRUMENTOS DE GESTÃO ______________________________________________________________________ 160 7.6. OS PRODUTOS DA DISSERTAÇÃO ________________________________________ 162 7.7. A REDE DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA______________________________________ 163 7.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________________________________ 164

8. RECOMENDAÇÕES___________________________________________________ 166 8.1. PARA A EMPRESA_______________________________________________________ 166 8.2. PARA TRABALHOS FUTUROS ____________________________________________ 167

REFERÊNCIAS _________________________________________________________ 169

APÊNDICE A ___________________________________________________________ 177

Tabelas dos Resultados do Programa de Produção mais Limpa nas Unidades da EMBASA _______________________________________________________________ 177

ANEXO – A_____________________________________________________________ 195

Quadro de Categorias de Resíduo___________________________________________ 195

ANEXO – B_____________________________________________________________ 197

Folhas de Trabalho_______________________________________________________ 197

BREVE CURRICULUM DA AUTORA:_____________________________________ 207

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1.1. JUSTIFICATIVA

A intensificação dos processos produtivos, principalmente após a segunda guerra

mundial, teve como conseqüência uma série de problemas ambientais que afetaram a

qualidade de vida na Terra.

Segundo Hawken e outros (1999), a eliminação do desperdício na indústria pode ter

como conseqüência uma cadeia de eventos e processos que podem vir a formar a base

de uma inovação na esfera empresarial. Essa cadeia pode reconduzir aos sistemas

biológicos, a esfera da vida da qual provém toda prosperidade.

Hawken e outros (1999), afirmam ainda que em toda Revolução Industrial, o capital

manufaturado (equipamentos, máquinas, infra-estrutura física), sempre foi entendido

como o principal fator da produção industrial, o capital natural (os recursos naturais,

sistemas vivos e os serviços do ecossistema: reciclagem do carbono pelas plantas), tidos

como “insumos marginais”, só foram levados em consideração nos períodos de guerra

ou fome, quando a escassez podia se tornar um problema sério.

No entanto, quando vemos os efeitos dessa revolução refletidos na escassez total desses

mesmos recursos, que hoje ameaçam os próprios processos industriais, nos voltamos

para reavaliar a importância do capitalismo natural. Verifica-se que o momento atual

exige um repensar na reestruturação de nações, na criação de blocos regionais, na

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organização de mercados e na criação de requisitos ambientais que sejam cumpridos por

todos, e em favor de todos, para que se possa garantir a sobrevivência das gerações

futuras.

Segundo Almeida (2003), em 2050 teremos mais de 50% da população atual e o planeta

certamente não suportará a demanda por recursos naturais. Este cenário representa

portanto, uma oportunidade de inovação para as empresas de visão que buscam adotar

práticas de redução da poluição visando a ecoeficiência dos seus processos produtivos,

como reciclagem, energia renovável, efluente zero, carros com emissão zero e papel

eletrônico.

Vale ressaltar que os exemplos citados acima representam, na maior parte dos casos,

inovações radicais, mais do que incrementais, e que poderão fazer grande diferença no

futuro. No entanto, algumas práticas gerenciais adotadas pelas organizações também

têm tido grande impacto na gestão ambiental.

Ainda segundo o autor, considerar a dimensão ambiental isoladamente resulta numa

conduta burocrática que acaba por isolar os “verdes” em guetos, tanto nas empresas

quanto nos governos. Desta forma, pode-se entender que há uma necessidade de

desenvolver ações, envolvendo os diversos segmentos da sociedade: governo,

instituições de ensino, organizações não-governamentais, num esforço conjunto visando

o desenvolvimento sustentável, a partir da adoção de práticas de Produção mais Limpa

(P+L).

Segundo Brown e outros (2000), as economias só serão suportáveis se o ambiente natural

que as sustenta também o seja. No entanto, para que o ambiente se suporte é preciso

promover uma relação mútua entre ambientalismo e crescimento econômico, propiciando o

desenvolvimento sustentável, obtido a partir de uma redução dos impactos ambientais

decorrentes principalmente de atividades produtivas (CAPRA, 1997).

Quando analisa-se as inter-relações entre o conceito de desenvolvimento sustentável,

baseado no crescimento sem comprometimento das necessidades das futuras gerações e

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o processo de gestão ambiental, envolvendo um conjunto de ações visando a melhoria

do desempenho ambiental, verifica-se que a transformação dos bens comuns globais

(global commons), constitui a manifestação mais recente e talvez mais incontornável

das questões contemporâneas dos “limites do crescimento“.

As alterações verificadas na atmosfera e biosfera são o resultado cumulativo de padrões

globais de industrialização impostos por modelos ultrapassados de gestão ambiental

(SADLER,1994). Estas tendências têm reflexos em termos da liderança ambiental, em

nível nacional e local, podendo ser encaradas como uma condenação das abordagens

convencionais de gestão ambiental.

A mudança para uma visão de sustentabilidade baseada nos três pilares da Ecoeficiência

(produzir mais com menos recursos): ambiental, econômico e social, para que uma

empresa, ou um processo, seja válido, ou seja ambientalmente compatível,

economicamente rentável e socialmente justo.

Isto implica na adoção de modelos de gestão que possibilitem a definição de alternativas

tecnológicas que sejam viáveis economicamente e que contribuam efetivamente para a

melhoria da qualidade de vida na Terra (SADLER, 1994).

Os modelos de gestão ambiental, propostos atualmente como estratégia para substituir a

abordagem de gestão ambiental de “Fim de Tubo”, que utilizam exclusivamente as

tecnologias de tratamento/disposição de resíduos baseiam-se, fundamentalmente, no

princípio de Prevenção da Poluição – PP ou P2.

A gestão ambiental com foco na Prevenção de Poluição derruba o velho paradigma de

que resíduos são inevitáveis na produção, sendo portanto, inerentes de todo processo

produtivo, para assumir o novo paradigma de que gerar resíduos representa uma

ineficiência do processo produtivo, pois isto significa a transformação de matérias-

primas/insumos, com alto valor agregado, em produtos de baixo, ou nenhum valor, que

podem ainda, adicionar mais custos ao processo produtivo, quando são tratados e

dispostos devidamente (GARDNER, 2001).

Page 19: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Esses modelos referidos acima pressupõem ainda: transparência, abertura das

informações pelas empresas e organizações do setor público (um estímulo à pratica de

benchmarking) e a publicação de relatórios com o objetivo de contribuir para a elevação

dos padrões ambientais (ANDRADE; MARINHO; KIPERSTOK, 2001).

A aplicação de modelos, ou ainda instrumentos de gestão ambiental, em um processo

produtivo, por sua vez, depende de vários fatores que podem determinar o nível de

impacto provocado pelas ações de intervenção na organização. Torna-se necessário

portanto, a definição de uma estratégia de aplicação desses instrumentos, a partir da

análise dos seus fatores críticos de sucesso e da correlação destes com os objetivos que

se deseja atingir.

Tendo em vista as considerações acima, propõe-se nessa dissertação fazer uma

avaliação da aplicação de um instrumento de gestão ambiental específico, a metodologia

de Produção mais Limpa desenvolvida pela UNIDO/UNEP, em uma organização piloto,

a Embasa.

A pesquisa deve responder as seguintes questões: Quais os resultados obtidos em

termos de ecoeficiëncia com a aplicação da metodologia P+L? Quais as barreiras e

limitações associadas com a metodologia P+L? Quais os indicadores de Monitoramento

de Desempenho Ambiental na Embasa?

1.2. OBJETIVOS

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Avaliar a aplicação da metodologia de Produção mais Limpa UNIDO/UNEP na

EMBASA, empresa do setor de Saneamento.

Page 20: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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• Discutir os resultados obtidos a partir da aplicação da metodologia, enfocando

os aspectos da ecoeficiência: ambientais, econômicos e sociais e os Indicadores

Corporativos de Monitoramento de Desempenho Ambiental

• Analisar a estratégia de implantação da metodologia na empresa

• Analisar as barreiras para implantação da metodologia

• Identificar as limitações da metodologia

• Analisar a integração da metodologia com outros instrumentos de gestão

• Apresentar os produtos da dissertação

• Discutir a importância de Rede de Produção mais Limpa

1.3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA

A investigação proposta para essa dissertação tem como foco a análise dos resultados

obtidos com a aplicação da metodologia de Produção mais Limpa, em unidades

operacionais da EMBASA, empresa do setor de saneamento.

Esta metodologia foi desenvolvida a partir de um esforço conjunto da UNIDO -

Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial/UNEP - Programa

das Nações Unidas para o Meio Ambiente, e está embasada na gestão de resíduos e

desperdícios energéticos e materiais, tendo como princípio a Prevenção da Poluição

(CNTL, 2000).

O delineamento da dissertação é do tipo estudo de caso, utilizando uma abordagem

qualitativa, com pesquisa documental, onde enfatiza-se a necessidade de reconhecer a

peculiaridade do objeto pesquisado desenvolvendo uma compreensão profunda de

certos aspectos que não são considerados nas pesquisas quantitativas. (MACEDO,

2003)

De acordo com Goldenberg (1977), o estudo de caso detalhado de uma situação

específica, não permite a generalização das conclusões que este possa conduzir, no

Page 21: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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entanto, pode fornecer subsídios para o estabelecimento de comparações com outras

situações similares.

Para Yin (1993), num estudo de caso uma unidade só pode ser estudada profundamente

quando se presencia o fenômeno. Assim é importante que a coleta de dados seja feita de

forma direta, utilizando vários instrumentos de pesquisa com o objetivo de aprender a

totalidade de uma situação e descrever a complexidade de um caso concreto.

Os principais meios para realizar a pesquisa são as entrevistas, observação direta e

documentada, os questionários e a análise de documentos. O estudo de caso EMBASA

utilizou todos esses instrumentos, a exemplo de diagnósticos de percepção e avaliação

de reação.

Ainda segundo Ribeiro (2000), no estudo de caso, o sujeito observado tende a criar

impressões favoráveis, ou não, ao observador, à medida que tem ciência de que está

sendo observado, bloqueando a espontaneidade e dificultando a observação dos fatos,

além disso, o resultado está muito associado ao nível de percepção do observador.

O estudo de caso proposto nessa dissertação desenvolveu-se basicamente através de

pesquisa baseada em fontes secundárias: as informações registradas nos 16 Relatórios

de Produção mais Limpa gerados como produtos do curso de capacitação na

implementação da metodologia de P+L, em 15 (quinze) Estações de Tratamento de

Água e 01 (uma) de Esgoto.

Os dados priorizados para serem pesquisados nessa dissertação foram as 76

oportunidades de melhoria identificadas nas unidades de operação da empresa que

participaram do programa P+L.

A dissertação também inclui dados de pesquisa bibliográfica, onde as informações são

levantadas, interpretadas e sintetizadas, a fim de permitir a produção de um referencial

teórico adequado ao desenvolvimento da pesquisa que visa o melhor entendimento

sobre o conceito e a prática de Produção mais Limpa.

Page 22: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Analisa-se ainda outros instrumentos de pesquisa, como documentos da empresa e

diagnósticos de percepção aplicados pela coordenação do programa e a gerência de RH

da empresa, junto aos participantes do curso, com a finalidade de avaliar de que maneira

a estratégia adotada na aplicação da metodologia impactou a organização.

No desenvolvimento da pesquisa apresenta-se as bases conceituais e instrumentais de

Produção mais Limpa, faz-se uma análise dos resultados obtidos a partir da aplicação da

metodologia em Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE) da

EMBASA e da estratégia adotada para sua aplicação na empresa.

Na avaliação dos resultados considerou-se os tipos de técnicas de redução da poluição

utilizadas; os investimento financeiros necessários; os benefícios alcançados de acordo

com os pilares da ecoeficiência: ambientais, sociais e econômicos; as barreiras

encontradas para implementação das técnicas e as limitações da metodologia; de

maneira a possibilitar a identificação de oportunidades de melhoria na sua aplicação.

A estratégia adotada para a aplicação da metodologia P+L na EMBASA foi proposta

pela autora dessa dissertação, com base no Programa Ecoprofit, (investiga o processo de

produção e as demais atividades de uma empresa e estuda-os do ponto de vista da

utilização de materiais e energia), tendo como principal característica a participação da

alta direção e da área de recursos humanos da empresa.

A estratégia consistiu basicamente num processo de valorização, motivação e

envolvimento dos colaboradores da empresa, independentemente do nível funcional, no

programa P+L, através de um processo de capacitação direta de cerca de 100 técnicos,

na avaliação do processo produtivo das unidades operacionais da empresa, sob a ótica

ambiental.

Os colaboradores capacitados e os Ecotimes, equipes de trabalho formadas por estes nas

unidades da empresa que participaram do programa, realizaram vários treinamentos

internos de sensibilização, com o desafio de envolver todos os outros colaboradores e

Page 23: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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dar continuidade às atividades, a partir da identificação de novas oportunidades de

melhoria.

Nessa dissertação propõe-se ainda “Indicadores Corporativos de Monitoramento de

Desempenho do Programa P+L”, que consideram aspectos ambientais comuns às

várias unidades operacionais da empresa, tendo sido elaboradas “Tabelas Resumo dos

Resultados do Programa nas Unidades Operacionais da empresa”, no total de 16,

sendo 01 por unidade participante.

A proposta para as Tabelas é que estas venham a constituir as bases do “Manual de

Ecoeficiência Operacional da EMBASA”, estimulando no futuro, a elaboração da

“Matriz de Oportunidades de melhoria P+L do Setor de Saneamento”.

O desenvolvimento desta dissertação está dividido em 08 capítulos:

Capítulo 1 – Corresponde a introdução da dissertação, onde é feita a justificativa e são

definidos os objetivos e o procedimento metodológico.

Capítulo 2 - Esse capítulo compreende: definição de Prevenção da Poluição

(P2)/Produção mais Limpa (P+L) e ecoeficiência; práticas de gestão ambiental

propostas para prevenir e/ou minimizar a geração de resíduos.

Em seguida, é feito um resgate histórico da P+L no Brasil e uma comparação entre

Prevenção de Poluição/Produção mais Limpa e “Fim de Tubo”, com a finalidade de

mostrar as vantagens de implantar modelos de gestão que visam fundamentalmente

identificar as causas da geração de resíduos, ao invés de optar simplesmente pelo

tratamento/disposição destes.

Capítulo 3 - Esse capítulo apresenta a metodologia desenvolvida pela UNIDO -

Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial e a UNEP -

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, discute as alternativas de Técnicas

Page 24: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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de Redução da Poluição e outras metodologias de minimização de resíduos para efeito

comparativo.

Uma análise da Produção mais Limpa como Instrumento de Marketing é feita tendo

como base o principal argumento proposto pela metodologia para ser colocado junto ao

empresário, de que gerar resíduos é transformar matérias-primas/insumos em produtos

de baixo, ou nenhum valor agregado, ou até mesmo, que representem custo devido a

tratamento/disposição, reduzindo os lucros e até mesmo inviabilizando negócios em

empresas.

Uma análise comparativa entre Sistema de Gestão Ambiental (SGA) baseado na norma

ISO 14001 e Produção mais Limpa também é apresentada com o objetivo de mostrar os

pontos de integração e complementaridade entre estes instrumentos de gestão ambiental,

já que algumas unidades da empresa são certificadas pela Norma.

Os capítulos 2 e 3 correspondem ao referencial teórico que fornece os critérios de

análise dessa dissertação quanto à ecoeficiência associados ao conceito de Produção

mais Limpa e os elementos da metodologia P+L UNIDO/UNEP.

Capítulo 4 - Apresenta os elementos que caracterizam o ambiente empresarial: visão

estratégica, gestão do conhecimento, inovação tecnológica, com o objetivo de fornecer o

referencial teórico para embasar a análise da estratégia utilizada na aplicação da

metodologia P+L.

Capítulo 5 - Contextualiza o Setor de Saneamento em relação às demandas ambientais,

introduz a empresa EMBASA, o estudo de caso dessa dissertação e faz uma abordagem

da estratégia adotada na implantação do programa P+L na empresa.

Capítulo 6 - Refere-se a apresentação e análise de dados, estando dividido em 02

partes. A primeira foca os elementos da metodologia registrados nos Relatórios de P+L,

relativos às Técnicas de Redução da Poluição propostas: nível de aplicação P+L

Page 25: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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atingido; potencial de replicabilidade das medidas; benefícios ambientais, econômicos e

outros.

Na segunda parte, faz-se uma avaliação do impacto do Programa P+L na EMBASA,

tendo como base os resultados obtidos com o processo de capacitação, a aplicação da

metodologia no processo produtivo, os diagnósticos de percepção aplicados junto aos

técnicos nas esferas gerencial e operacional, a avaliação do papel de liderança da alta

gestão no programa e a visão do RH-Recursos Humanos da empresa em relação ao

programa.

No Capítulo 7 constam as conclusões, enfatizando-se a importância da estratégia

adotada na aplicação da metodologia, os aspectos da metodologia e a contribuição desta

no processo produtivo e no atendimento das diretrizes focadas na ecoeficiência, de

acordo com a gestão empresarial adotada pela EMBASA. Também são apresentadas as

barreiras e as limitações da metodologia.

No Capítulo 8 recomenda-se algumas linhas de pesquisa, tendo como base o

aprofundamento dos estudos sobre as alternativas de medidas apontadas no programa

que podem ter grande aplicabilidade para o setor produtivo de Saneamento.

Page 26: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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2.1. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO/PRODUÇÃO MAIS LIMPA

A adoção de metodologias de Prevenção da Poluição também conhecidas por Produção

mais Limpa, vêm sendo propostas como instrumentos para minimizar os desperdícios de

matérias-primas e energia, convertidos em resíduos sólidos, líquidos e gasosos,

responsáveis por adicionar custos aos processos produtivos e gerar problemas

ambientais.

Atualmente é possível encontrar várias abordagens concorrentes promovidas por

entidades nacionais e internacionais:

• PP ou P2 – Prevention Pollution, divulgada pela EPA – Environmental

Protection Agency (EPA, 1990);

• P+L - Produção mais Limpa, desenvolvida pela UNIDO – United Nations for

Industrial Development, e UNEP – United Nations Environmental Program

(UNEP, 1994);

• PL – Produção Limpa, defendida por organizações ambientalistas e vários

Centros de P&D – Pesquisa e Desenvolvimento;

• Ecoeficiência, desenvolvida pelo WBCSD – World Business Council for

Sustainable Development (WWI, 1995).

A publicação do WBCSD intitulada “Produção Limpa e Ecoefiência” (WBCSD,1997),

aponta a complementaridade entre os conceitos de ecoeficiência, definida como uma

Page 27: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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orientação gerencial estratégica, cientificamente embasada em Produção Limpa definida

como conjunto de procedimentos de “chão de fábrica”, muito mais integrado ao

processo.

Na literatura, é freqüente encontrar referências em relação a Produção Limpa (PL)

como: “Tecnologias Limpas“, “Tecnologias mais Limpas”, “Produção mais Limpa”,

“Tecnologias de Baixo Desperdícios”, entre outras. Também encontra-se a PL ainda

relacionada a conceitos e metodologias da Qualidade, como Total Quality

Environmental Management – TQEM, terminologia introduzida pela Global

Environmental Management Initiative – GEMI em 1991 (PIO, 2000).

Desta forma, é importante apresentar as características mais importantes principalmente

de Produção Limpa e Produção mais Limpa para facilitar o entendimento do nível de

comprometimento relacionado a cada um destes programas que pode ser adotado por

uma empresa visando uma melhor gestão ambiental.

Segundo Furtado J. (1999), tanto Produção Limpa como Produção mais Limpa são

baseados no princípio da Prevenção da Poluição e ambos defendem a exploração

sustentável de fontes de matérias-primas, a redução no consumo de água e energia, e a

utilização de indicadores de desempenho ambiental. No entanto, vale salientar que a

proposta de Produção Limpa é mais audaciosa, pois:

- baseia-se no princípio da precaução, o qual determina o não uso de

matérias-primas e não geração de produtos com indícios ou suspeitas de

provocar problemas ambientais;

- avalia ciclo de vida do produto/processo considerando visão holística;

- disponibiliza, ao público em geral, informações sobre riscos ambientais de

processo e produtos;

- estabelece critérios para tecnologia limpa, reciclagem atóxica, marketing e

comunicação ambiental;

- limita o uso de aterros sanitários e tem restrições a incineração como

alternativa de tratamento de resíduos.

Page 28: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Quanto a Produção mais Limpa (P+L), esta proposta representa um processo de melhoria

contínua visando tornar a atividade produtiva cada vez menos danosa ao meio ambiente.

Um outro aspecto a considerar ainda, é que as metodologias propostas com este objetivo

não se baseiam apenas em tecnologia, englobando também a forma de gestão das empresas.

As alternativas apresentadas normalmente, no âmbito de um programa P+L, para atingir

os objetivos propostos, são conhecidas como “Técnicas de Produção mais Limpa” e

consistem em uma série de medidas que podem ser implementadas na empresa,

compreendendo desde uma simples mudança de procedimento operacional, até uma

mudança de processo, ou tecnologia.

Vale salientar, no entanto, que este caráter mais abrangente das metodologias de P+L

atualmente propostas, contemplando inclusive técnicas gerenciais, pode contribuir para que

as empresas tendam a dar mais ênfase a estas últimas, pois normalmente representam menor

custo, fazendo com que seja mais freqüente o uso de alguma engenharia adaptativa,

preservando os projetos e as patentes originais, sem promover uma mudança mais efetiva

no processo produtivo.

2.2. A ECOEFICIÊNCIA E A PRODUÇÃO MAIS LIMPA

A compreensão da realidade e complexidade crescente das atividades produtivas, aliados à

necessidade da garantia da efetividade, eficiência e eficácia dos processos, produtos e

sistemas, conduzem a adoção de instrumentos de gestão ambiental, focados na

ecoeficiência.

O prefixo “Eco”, do termo ecoeficiência, refere-se à ecologia e à economia, para

traduzir eficiência ambiental e econômica. Significa adicionar valor a partir da

maximização da eficiência econômica, minimizando-se o impacto ambiental através da

redução do consumo de recursos naturais e das emissões. (LEHNI; SCHNITZER apud

MARINHO, 2001)

Page 29: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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O conceito de ecoeficiência foi cunhado em 1992 pelo Conselho Mundial de Empresas

para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), adotando como diretriz a distribuição

de produtos e serviços a preços competitivos, de maneira a satisfazer às necessidades

humanas, ampliando a qualidade de vida, ao mesmo tempo que, progressivamente,

reduzindo os impactos ambientais e a demanda por recursos naturais por todo o ciclo de

vida, respeitando a capacidade de suporte da Terra. O WBCSD identificou sete fatores

de sucesso da Ecoeficiência:

• reduzir a demanda de materiais por unidade de bem ou serviço;

• reduzir a demanda de energia;

• reduzir a dispersão de tóxicos;

• aumentar a reciclabilidade de materiais;

• maximizar o uso sustentável de recursos renováveis;

• aumentar a durabilidade dos materiais;

• aumentar a carga de serviço nos bens e serviços.

O WBCSD (1997), acrescenta ainda que o Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente (UNEP) e o Conselho Mundial de Empresas para o Desenvolvimento

Sustentável (WBCSD) têm desenvolvido e promovido conceitos similares, Produção

mais Limpa e Ecoeficiência.

Ambos os conceitos são partes integrantes da macro visão da Produção e Consumo

Sustentáveis (SP&C – Sustainable Production and Consumption), a qual abrange todo o

sistema comercial e suas inter-relações.

Produção e consumo sustentáveis foram definidos na mesa redonda ministerial da União

Européia, em Oslo, em fevereiro de 1995, como a produção e uso de bens e serviços que

atendem às necessidades básicas do homem, melhorando a qualidade de vida, e ao

mesmo tempo minimizando o uso dos recursos naturais, os materiais tóxicos e as

emissões de resíduos por todo o ciclo de vida, sem comprometer as necessidades das

gerações futuras.

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A publicação “Ecoeficiência e Produção mais Limpa – Traçando o Curso para a

Sustentabilidade” define Ecoeficiência como parte de questões de eficiência econômica

que têm benefícios ambientais, enquanto que a Produção mais Limpa é definida como

parte de questões ambientais que têm benefícios econômicos.

Tanto a Produção mais Limpa como Ecoeficiência pretendem consolidar um novo modo

de produzir, aproveitando da melhor forma possível os recursos naturais, evitando a

poluição, ao invés de admitir a geração desta para tentar controlá-la posteriormente.

Segundo Marinho (2001), a opção pela Produção mais Limpa torna a empresa mais

competitiva, pois orienta para a inovação, proporciona um aumento da qualidade de

produtos, identifica alternativas que melhoram a performance ambiental, ao mesmo

tempo, reduz custos e identifica novas oportunidades de negócios. Possibilita ainda,

ultrapassar as exigências da legislação, desenvolver estratégias de longo prazo e não

ficam sujeitas a sobressaltos por pressões externas.

Para Saenz e outros (2002), do ponto de vista de uma empresa, a aquisição de uma

tecnologia, mesmo já conhecida, significa uma inovação, pois exige para sua adoção,

muitos trabalhos de assimilação e adaptação. Dessa forma, ter uma Produção mais

Limpa ou Ecoeficiência, é um diferencial competitivo em relação às empresas estáticas

que não buscam inovar. O que tradicionalmente é visto como “constrangimento

ambiental” pode ser transformado em novas “oportunidades de negócios” por uma

empresa inovadora.

Segundo Porter e Van der Linde (1995), os conflitos existentes entre desenvolvimento e

ecologia estão focados num comportamento estático que não considera a necessidade de

inovar. O paradigma da competitividade é dinâmico, baseado na inovação de entender a

redução da poluição como oportunidade para fazer uso racional dos recursos, promover

a melhoria ambiental e aumentar a produtividade.

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2.3. HISTÓRICO DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA NO BRASIL

Nesse momento, faz-se um breve histórico da Produção mais Limpa no Brasil com o

objetivo de melhor contextualizar o cenário. Em 1992, ocorreu a Conferência das Nações

Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio-92 onde o foco, segundo o

Greenpeace, foi erroneamente voltado para discussão sobre Tecnologias Limpas,

apresentando estas como solução para os problemas ambientais, estimulando muito

mais o aspecto mercadológico, do que o de discussão propriamente dita dos danos

ambientais e sociais, causados pelas mudanças tecnológicas ocorridas em todo o mundo

(PIO, 2000).

Em 1995, o SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Departamento

Regional do Rio Grande do Sul foi escolhido pela UNIDO e UNEP, para sediar um

Centro Nacional de Tecnologias Limpas - CNTL, visando atuar como agente

disseminador das técnicas de Produção mais Limpa, no seio da Confederação Nacional

das Indústrias – CNI.

Desde então, o CNTL vem realizando no Brasil e em outros países como Paraguai,

Equador e Moçambique, cursos de capacitação de consultores em P+L para atuar na

melhoria do desempenho ambiental dos processos produtivos.

Em 1997, realizou-se a Conferência Latino-Americana para o Desenvolvimento

Sustentável e Competitividade, onde o então, presidente do Brasil, Fernando Henrique

Cardoso, deu um depoimento estimulando as empresas a aderirem a programas de

Produção mais Limpa como alternativa de aumento de competitividade e

sustentabilidade.

A CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental vem atuando

também como um agente disseminador do programa Pollution Prevention – P2 do EPA

– Environmental Protection Agency, reestruturando em 1997, o programa Controle da

Poluição Industrial de São Paulo-PROCOP com base nos conceitos de Prevenção da

Poluição/Produção mais Limpa. Em outubro de 1998, a CETESB promoveu a

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“Conferência das Américas sobre Produção Limpa“ onde foi assinada a Carta de São

Paulo, pelos governos: EUA, Chile, Brasil, Costa Rica e Jamaica.

Esta Conferência instituiu como primeira recomendação considerar Produção mais

Limpa (P+L) e Prevenção da Poluição como elementos norteadores para a política e

legislação ambiental em nível do governo federal, estadual e municipal, bem como para o

planejamento estratégico das empresas e organizações não governamentais (PIO, 2000).

A partir de 1998, o CNTL-SENAI/RS e o CEBDS- Conselho Empresarial para o

Desenvolvimento Sustentável, numa ação conjunta com o SEBRAE nacional e outras

instituições, promoveu a formalização da Rede Brasileira de Produção mais Limpa,

através da formação de 04 Núcleos de Produção mais Limpa no Brasil-NPLs, sediados

nas Federações das Indústrias dos Estados da Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso do

Sul e Minas Gerais.

O objetivo dos Núcleos de Produção mais Limpa –NPLs, deve ser de repensar a relação

entre o processo produtivo (focado para as micro e pequenas empresas) e meio

ambiente, dentro da ótica do aumento da Ecoeficiência e da produtividade.

Esses Núcleos atualmente fomentam o processo de aplicação da metodologia P+L em

empresas de diferentes portes e segmentos industriais focando no entanto, mais

especificamente em micro e pequenas empresas, com resultados, na maioria das vezes,

muito diluidos. Assim sendo, existe uma carência de experiências de aplicação desta

metodologia em setores produtivos, o que poderia dar mais representatividade aos

resultados, contribuindo para uma maior mobilização setorial.

O estudo de caso dessa dissertação foi gerado a partir de uma ação do Núcleo da Bahia,

junto à EMBASA S.A - Empresa Baiana de Saneamento de Água e Esgoto, que pelo

seu porte, representa o setor produtivo de saneamento na Bahia. O programa demandou

a definição de uma estratégia de aplicação da metodologia desenvolvida pela

UNIDO/UNEP, que considerasse as características específicas da empresa, visando

Page 33: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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permitir uma maior disseminação e internalização da metodologia de maneira

corporativa.

Faz parte da estratégia utilizada pela Rede Brasileira de Produção mais Limpa no Brasil,

promover a internalização de conceitos e práticas de P+L, a partir da realização de cursos de

capacitação, consultorias às empresas, fóruns, seminários (LEMOS H., 2002).

O SEBRAE Nacional visando ampliar a Rede de P+L, criou o Programa SEBRAE de

Econegócios com a implantação de 11 novos Núcleos, os quais também estão sendo

capacitados através do CNTL. (GAISI, 2004)

Esta Rede visa uma mudança de mentalidade em relação ao enfoque de Fim de Tubo

(tratamento e disposição de resíduos), que vem ainda sendo dado pelas empresas à

gestão ambiental, estimulando a prática de Prevenção a Poluição, balizadora dos

programas de Produção mais Limpa.

Atualmente no Brasil várias instituições envolvendo órgãos de governo, centros de

pesquisa, universidades, bancos etc, estão desenvolvendo ou financiando ações de P+L,

de maneira independente, voltadas também para definição de políticas e realização de

pesquisas aplicadas, algumas delas encontram-se relacionadas no Quadro 1 a seguir.

ABIPTI – Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNB – Banco do Nordeste BID – Banco Mundial CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável CNI - Confederação Nacional das Indústrias CETESB – Centro Tecnológico de Saneamento Básico - S. Paulo CNTL- SENAI/RS - Centro Nacional de Tecnologias Limpas FINEP- Financiadora de Estudos e Projetos MMA - Ministério de Meio Ambiente NPLs - Núcleos de Produção mais Limpa (BA, MG, RS, SC, PE, CE, RJ, MG) Núcleos de Econegócios do SEBRAE: Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, Amazonas, Brasília, Sergipe, Pará, Mato Grosso do Sul, Amapá, Rio de Janeiro, e Espírito Santo SEBRAE – Nacional - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI/SP – Centro de Tecnologias Limpas UFBA - Universidade Federal da Bahia/TECLIM

Quadro 1 – Instituições que atuam fomentando Tecnologias Limpas no Brasil – Elaborado pela autora da dissertação

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Espera-se que a investigação proposta nesta dissertação possa contribuir para a melhor

aplicabilidade da metodologia P+L nas empresas e/ou setores produtivos que serão

atendidos pelos NPLs, ou por outras instituições que fazem parte da Rede Brasileira de

Tecnologias Limpas.

2.4. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO/ P+L E TECNOLOGIA DE FIM DE TUBO

O Ministério do Meio-Ambiente e de Energia da Província de Ontário - Canadá, definiu

a Prevenção da Poluição como qualquer ação que reduza ou elimine a geração de

poluentes ou resíduos na fonte, provocando mudanças nos padrões de comportamento

industrial, comercial e geradores institucionais ou individuais. (SENAI, 1997)

A lei americana de Prevenção da Poluição de 1990- Pollution Prevention Act 1990

define a Prevenção de Poluição (P2) como quaisquer práticas que eliminem ou reduzam

a quantidade e/ou toxicidade de poluentes, substâncias perigosas ou contaminantes em

sua fonte de geração, prioritariamente à reciclagem, tratamento ou disposição final.

Segundo CNTL1 (2000), a Prevenção da Poluição inclui práticas que eliminam ou

reduzem o uso de materiais (nocivos ou inofensivos), energia, água ou outros recursos,

bem como privilegia aqueles procedimentos que protegem os recursos naturais através

da conservação e do uso mais eficiente.

Um programa de Prevenção da Poluição industrial é dirigido a todos os tipos de

resíduos e representa uma revisão abrangente e contínua das operações numa instalação,

visando a minimização dos resíduos.

Para que a implementação de um programa de Prevenção da Poluição numa empresa

seja eficaz, este deve:

• proteger o funcionário, a saúde pública e o meio ambiente;

• melhorar o moral e a participação dos funcionários;

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• reduzir os custos operacionais;

• melhorar a imagem da empresa;

• reduzir o risco de responsabilidade criminosa ou civil.

A definição oficial da Produção mais Limpa dada pela UNIDO é a aplicação contínua

de uma estratégia preventiva, econômica, ambiental e tecnológica integrada aos

processos e produtos, visando o aumento da eficiência no uso das matérias-primas, água

e energia, através da não geração, minimização, ou reciclagem de resíduos gerados nos

processos produtivos (CNTL1, 2000).

Para processos produtivos, a Produção mais Limpa inclui, o uso mais eficiente das

matérias-primas, insumos e energia, a redução dos materiais tóxicos e perigosos e a

minimização na fonte de resíduos sólidos, efluentes e emissões.

Para produtos, mais especificamente, a busca é pela redução dos impactos ambientais

associados a estes e a estratégia adotada é baseada em 02 instrumentos:

• ACV – Análise de Ciclo de Vida, instrumento de gestão que avalia o ciclo de

vida completo de um produto, desde a extração e processamento de matérias-

primas, fabricação, transporte e distribuição, uso e reuso, manutenção,

reciclagem e disposição final.

• Projeto para o meio Ambiente, DfE – Design for Environment, ou Ecodesign

que consiste no processo de desenhar, projetar um produto, de maneira que

este seja menos danoso ao meio ambiente. Pode ser considerado a parte do

ACV que objetiva a melhoria do produto. As bases conceituais desse

instrumento também podem ser utilizadas para pensar novos processos.

No nível da gestão, P+L implica em mudança de atitudes e comportamentos, de todos

os envolvidos no processo, propiciando uma nova prática de gestão empresarial,

impactando diretamente na melhoria do desempenho ambiental.

Pode-se entender, a partir das definições acima, que tanto a Prevenção da Poluição

como a Produção mais Limpa, pretendem integrar os objetivos ambientais ao processo

Page 36: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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de produção, a fim de reduzir os resíduos e as emissões em termos de quantidade e

toxicidade e desta maneira, reduzir custos num processo de melhoria contínua.

Segundo CNTL1 (2000), numa análise mais direta, pode-se assumir que a gestão

convencional de resíduos questiona: O que se pode fazer com os resíduos sólidos,

efluentes e as emissões existentes? Enquanto que, a Produção mais Limpa, proteção

ambiental integrada à produção, pergunta: De onde vem nossos resíduos sólidos,

efluentes e emissões e por que afinal, se transformaram em resíduos?

O Quadro 2 relaciona diferenças entre Tecnologias Fim de Tubo e Produção mais

Limpa.

TECNOLOGIAS FIM DE TUBO PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Como se pode tratar os resíduos e as emissões existentes?

De onde vem os resíduos e as emissões?

... pretende reação. ... pretende ação.

... geralmente leva a custos adicionais. ... pode ajudar a reduzir custos. Os resíduos e emissões limitados através de filtros e técnicas de tratamento; Soluções de Fim de Tubo; Tecnologia de reparo; Estocagem de resíduos.

Prevenção de resíduos e emissões na fonte; Evita processos e materiais potencialmente tóxicos.

Proteção ambiental entra depois do desenvolvimento de produtos e processos

Proteção ambiental entra como parte integral do design do produto e da engenharia de processo.

Problemas ambientais resolvidos a partir de um ponto de vista tecnológico.

Tenta - se resolver os problemas ambientais em todos os níveis / em todos os campos.

Proteção ambiental é um assunto para especialistas competentes.

Proteção ambiental é tarefa de todos.

... é trazida de fora. ... é uma inovação desenvolvida na empresa.

... aumenta o consumo de material e energia. ... reduz o consumo de material e energia. Complexidade e riscos aumentados. Riscos reduzidos e transparência aumentada. Proteção ambiental desce para preenchimento de prescrições legais.

Riscos reduzidos e transparência aumentada.

... resultado de um paradigma de produção do tempo em que os problemas ambientais não eram conhecidos.

... abordagem que pretende criar técnicas de produção para um desenvolvimento sustentável.

Quadro 2 – Diferenças entre Tecnologias Fim de Tubo e Produção mais Limpa Fonte: CNTL5, 2000

Segundo CNTL5 pode-se considerar ainda que a Prevenção da Poluição/Produção mais

Limpa, quando comparada às tecnologias de Fim de Tubo (focadas no tratamento e/ou

disposição de resíduos) apresenta várias vantagens:

• potencial para soluções econômicas na redução da quantidade de materiais

e energia usados;

Page 37: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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• indução a um processo de inovação dentro da empresa, devido a uma

intensa avaliação do processo de produção, a minimização de resíduos,

efluentes e emissões;

• redução dos riscos no campo das obrigações ambientais e da disposição de

resíduos devido ao fato de que a responsabilidade pode ser assumida para o

processo de produção como um todo;

• facilitação do caminho em direção a um desenvolvimento econômico mais

sustentado.

É importante salientar que o conceito de Produção mais Limpa, adotado pela

UNIDO/UNEP, tem como base o programa Ecoprofit - Projeto Ecológico para

Tecnologias Ambientais Integradas (Ecological Project for Integrated Environmental

Technologies) que visa fortalecer economicamente a indústria, através da Prevenção da

Poluição, inspirado pelo desejo de contribuir com a melhoria da situação ambiental de

uma região.

Baseado em problemas ambientais conhecidos, o Ecoprofit investiga o processo de

produção e as demais atividades de uma empresa e estuda-os do ponto de vista da

utilização de materiais e energia. Esta abordagem ajuda a induzir inovação dentro das

próprias empresas.

A partir dessa visão, são criteriosamente estudados os produtos, as tecnologias e os

materiais, a fim de minimizar as emissões e os resíduos e encontrar modos de reutilizar

os resíduos inevitáveis. Neste sentido, o Ecoprofit não representa uma solução para um

problema isolado, mas uma ferramenta lucrativa para estabelecer um conceito holístico,

ou seja, de visão do processo como todo de maneira integrada.

O prefixo “eco” da palavra Ecoprofit tem um significado triplo, nomeadamente:

• benefício ecológico;

• benefício econômico;

Page 38: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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• em alusão ao significado etimológico da palavra grega oikos – casa (evoca

a proposta de encontrar soluções para a manutenção da casa –

“housekeeping- Boas Práticas Operacionais”.

Nesse contexto, o sucesso da implantação de um programa baseado no Ecoprofit,

depende do nível de comprometimento dos empregados, tendo em vista que o know-

how, ou seja, conhecimento que estes detém sobre o processo produtivo, é essencial

para identificar as situações-problema e propor alternativas que resultem numa melhoria

do desempenho ambiental da empresa. Deste ponto de vista, o Ecoprofit tem, acima de

tudo, o propósito de ser um auxílio em direção à auto-ajuda.

2.5.RESUMO DO CAPÍTULO 2

A intensificação dos processos produtivos levou a degradação ambiental e

consequentemente a necessidade de se adotar práticas de gestão ambiental como

Produção mais Limpa e Prevenção da Poluição baseadas nos três pilares da

Ecoeficiência: ambiental, econômico e social.

Com o objetivo de promover a internalização dessas práticas de gestão, foi criada a

Rede Brasileira de Produção mais Limpa pelo CEBDS, formada pelos Núcleos de

Produção mais Limpa, que atuam para melhorar o desempenho ambiental do setor

produtivo, a exemplo do trabalho que foi feito com a EMBASA, estudo de caso dessa

dissertação.

O princípio diretivo da Produção mais Limpa, determina que a gestão ambiental focada

na Prevenção de Poluição baseia-se no novo paradigma de que gerar resíduos representa

uma ineficiência do processo produtivo, pois isto significa transformar matérias-

primas/insumos, com alto valor agregado, em produtos de baixo, ou nenhum valor, (os

resíduos), que podem ainda, adicionar mais custos ao processo produtivo quando são

tratados/dispostos, através da tecnologias de Fim de Tubo.

A diferença essencial entre a gestão convencional de resíduos focada em Fim de Tubo e

a Produção mais Limpa (P+L), está no fato de que esta última, não trata simplesmente

Page 39: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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dos sintomas, tentando atingir a raiz do problema ambiental. Uma característica adicional

que pode ser salientada é que P+L propõe uma visão integrada da empresa, o que significa

dizer que, na avaliação do processo produtivo, buscando as causas dos problemas

ambientais, todos os aspectos são considerados, matérias-primas, energia, produtos,

resíduos sólidos, emissões, assim como também, as interações entre eles.

O conceito de Produção mais Limpa, adotado pela UNIDO/UNEP, objeto de estudo dessa

dissertação, tem como base o programa Ecoprofit - Projeto Ecológico para Tecnologias

Ambientais Integradas (Ecological Project For Integrated Environmental Technologies)

que visa fortalecer economicamente a indústria através da Prevenção da Poluição.

O sucesso da implantação de um programa baseado no Ecoprofit, depende

principalmente, do nível de comprometimento dos empregados, tendo em vista que o

know-how, ou seja, conhecimento que estes detém sobre o processo produtivo, é

essencial para identificar as situações-problema e propor alternativas que resultem numa

melhoria do desempenho ambiental da empresa.

A avaliação dos dados gerados no trabalho junto à EMBASA, deverá checar se a

metodologia P+L é um instrumento eficaz para tornar os conceitos referidos

anteriormente, aplicáveis de maneira prática, num processo produtivo, tornando-o mais

ecoeficiente.

Page 40: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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A metodologia de Produção mais Limpa é o resultado de um esforço conjunto da UNIDO -

Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial e a UNEP - Programa

das Nações Unidas para o Meio Ambiente, visando uma melhor gestão de resíduos, a partir

da minimização dos desperdícios energéticos e de materiais.

Para reforçar o comprometimento público dos órgãos de governo e das empresas com a

prática de Produção mais Limpa, a UNEP lançou em 1998, a Declaração Internacional

Sobre Produção mais Limpa. Segundo Prestrelo e outros (2000), “a declaração é um

conjunto de princípios que, uma vez implementados, promove aumento da

conscientização, compreensão e consequentemente uma maior demanda por Produção

mais Limpa”.

3.1. DECLARAÇÃO INTERNACIONAL SOBRE PRODUÇÃO MAIS LIMPA

A Declaração prioriza 06 linhas mestres: Liderança, Conscientização, Educação e

Treinamento, Integração, Pesquisa e Desenvolvimento, Comunicação e Implementação.

Esta ainda orienta as ações a serem tomadas relacionadas a cada linha mestre para que a

Produção mais Limpa seja colocada em prática.

O Quadro 3 a seguir apresenta os comprometimentos que compõem a Declaração de

Produção mais Limpa.

Page 41: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Liderança

Usar nossa influência: • Para encorajar a adoção de práticas de produção e consumo

sustentáveis, através do nosso relacionamento com as partes interessadas.

Conscientização, Educação e Treinamento

Construir capacidades/capacitações: • Pelo desenvolvimento e condução de programas de

conscientização, educação e treinamento dentro da nossa organização;

• Pelo encorajamento da inclusão dos conceitos e princípios nos currículos educacionais em todos os níveis.

Integração

Encorajar a integração de estratégias preventivas: • Em todos os níveis da organização;

• Dentro dos sistemas de gestão ambientais;

• Pelo uso de ferramentas tais como avaliação de desempenho ambiental, contabilidade ambiental, impacto ambiental, ciclo de vida e avaliações de Produção mais Limpa.

Pesquisa e Desenvolvimento

Criar soluções inovadoras: • Pela promoção de uma mudança de prioridade da estratégia

de “Fim de Tubo” para preventiva, em nossas políticas e atividades de pesquisa e desenvolvimento;

• Pelo apoio ao desenvolvimento de produtos e serviços que são ambientalmente eficientes e atendimento às necessidades dos consumidores.

Comunicação

Compartilhar nossas experiências: • Pelo reforço ao diálogo sobre a implementação de

estratégias preventivas e informação às partes interessadas externas sobre os seus benefícios.

Implementação

Tomar ações para adotar a Produção mais Limpa: • Pelo estabelecimento de metas desafiadoras e o relato

regular do progresso através de sistemas de gestão existentes;

• Pelo encorajamento de novos e adicionais financiamentos e investimentos em opções por tecnologias preventivas, e promoção de cooperação e transferência de tecnologias ambientalmente adequadas entre países;

• Através da cooperação com a UNEP e outros parceiros e partes interessadas no apoio a esta declaração e na análise crítica do sucesso de sua implementação.”

Quadro 3 – Declaração de Produção mais Limpa Fonte: Prestrelo et al. (2000) traduzido do site da UNEP (2001).

Para disseminar a metodologia no mundo, a estratégia adotada pela UNEP foi implantar

Centros Nacionais de Tecnologias Limpas – CNTL, envolvendo como parceiros um

país chamado “donante” (Holanda, Alemanha, Suíça e Áustria) responsável pelo suporte

Page 42: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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técnico/financeiro e um “hospedeiro” (países sub e semidesenvolvidos no mundo) a

serem beneficiados pelo programa. (vide Figura 1)

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Figura 1 – Países “Hospedeiros” dos Centros Nacionais de Tecnologias Limpas Fonte: CNTL1, 2000

A instalação de um CNTL no Brasil, no entanto, não contou com a parceria de um país

“donante”, tendo esta iniciativa obtido o suporte técnico/financeiro do SENAI, com o

compromisso de atuar como agente disseminador da metodologia, junto ao parque

industrial brasileiro. Atualmente, o CNTL-SENAI/RS desenvolve programas de P+L

também em instituições e empresas de outros países como Paraguai, Equador e

Moçambique.

A implantação do Programa de Produção mais Limpa (P+L) numa empresa, baseada na

metodologia desenvolvida pela UNIDO/UNEP, consiste na avaliação do processo

produtivo, seja qual for a natureza, e na aplicação de técnicas que podem envolver desde a

mudança de matéria-prima/insumo, consumo de água e de energia, tecnologia/processo,

procedimento operacional, até a mudança do próprio produto que pode ser considerado

ambientalmente incorreto.

O processo de implantação de P+L, segundo a metodologia da UNIDO/UNEP, segue o

fluxo apresentado na Figura 2 a seguir.

Page 43: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Figura 2 – Fluxograma de Implantação de Produção mais Limpa - Metodologia UNIDO/UNEP Fonte: CNTL1, 2000

Na sequência faz-se uma descrição das etapas constantes no fluxograma de implantação

de P+L representado na Figura 2 acima.

��Processo de Sensibilização

O processo ocorre a partir da apresentação, aos funcionários, de conceitos de P+L e das

vantagens de sua implantação na empresa. É importante colocar que o processo de

sensibilização, juntamente com os resultados gerados, deve fazer com que a empresa

que adota o programa, perceba claramente que este torna o processo produtivo mais

eficiente no emprego de matérias-primas e insumos, gerando mais produtos e menos

resíduos, trazendo benefícios tecnológicos, ambientais, econômicos e outros,

contribuindo para a sustentabilidade e o aumento de competitividade.

Page 44: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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��Elaboração de diagnóstico ambiental

Este processo funciona como um Raio X da empresa em relação aos aspectos

ambientais relacionados com o processo produtivo, sinalizando os pontos críticos que

deverão constituir as oportunidades de P+L. Todos os dados são coletados e registrados

num modelo padrão de Relatório.

��Construção de um diagrama de bloco do fluxo do processo produtivo

Na fase do diagnóstico, a orientação é no sentido de elaborar um fluxograma do

processo produtivo com todas as etapas e principais fluxos de materiais dentro da

empresa. A coleta de dados deve ter como foco os inputs (entradas: matérias-

primas/insumos) e outputs (saídas: produtos, resíduos sólidos, líquidos e emissões

atmosféricas) relacionados com cada etapa do processo. A representação do processo

produtivo pode ser feita através de um diagrama de bloco semelhante ao apresentado na

Figura 3.

Figura 3 – Diagrama de Bloco Fonte: CNTL5 , 2000

��Identificação das fontes geradoras de resíduos que podem ser tratadas

como oportunidades de Produção mais Limpa

Há uma infinidade de campos que devem ser levados em conta no levantamento de

dados priorizando os principais aspectos que podem indicar a origem dos resíduos e

Entradas Etapas Saídas

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Page 45: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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emissões e sinalizar as oportunidades de Produção mais Limpa. A seguir apresenta-se

alguns aspectos:

• pessoal (falta de pessoal qualificado);

• tecnologias (uso de tecnologias ultrapassadas);

• matérias-primas (uso de recursos não renováveis e compostos tóxicos);

• produtos (de difícil degradabilidade – pós uso);

• capital (escassez de recursos financeiros);

• know-how do processo (resistência a mudança);

• fornecedores/parceiros comerciais (falta de alinhamento com os princípios de

gestão ambiental adotados).

��Levantamento quali-quantitativo dos resíduos;

Ressalta-se que a coleta de dados é a base da Produção mais Limpa. Portanto, para

assegurar informações que possam representar a realidade do processo, é preciso:

• ter como referência geral o fluxograma do processo (diagrama de bloco);

• determinar onde serão coletados os dados (o ideal é considerar a empresa

como todo);

• usar uma base de dados atualizada;

• determinar os limites do balanço de massa e energia (o princípio de

conservação de massa e energia estabelece que tudo que entra em um

processo deve deixá-lo: ou é estocado, ou é transformado em outro material);

• observar os pontos de monitoramento dos recursos materiais (entrada, ou seja,

no momento em que foram adquiridos; no ponto de uso (na máquina), na

unidade de produção e no ponto de saída - isto é, no momento em que deixam o

processo.

Os dados coletados, devem responder às seguintes questões:

• Quanta matéria-prima e auxiliares de processo e quanta energia usamos?

• Quantos resíduos e emissões são produzidos?

• De qual/quais parte(s) do processo eles vêm?

• Que resíduos são prejudiciais/precisam ser controlados e por quê?

Page 46: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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• Que porção das matérias-primas e auxiliares de processo se torna resíduo?

• Que porção das matérias-primas e auxiliares de processo se perde na forma

de emissões voláteis?

• Quais são os custos incorridos devido à disposição de resíduos e a perda de

matérias-primas?

Para facilitar a tarefa de sistematização de informações são apresentados no anexo desta

dissertação, exemplos de folhas de trabalho que compõem o modelo de Relatório de

Implantação de Produção mais Limpa:

Folha de trabalho 1: registro quali-quantitativo dos principais produtos/serviços produzidos.

É interessante trabalhar sempre com uma única unidade de medida .

Folha de trabalho 2: registro dos resíduos e emissões mais importantes incluindo-se

resíduos de água e de ar. Além das quantidades produzidas, há também perguntas sobre

custos unitários com compra e disposição, os quais devem ser indicados em unidade

monetária por unidade quantitativa. A despesa total em unidades monetárias é calculada do

custo unitário multiplicado pela quantidade.

Folha de trabalho 3: registro das quantidades de matérias-primas e auxiliares mais

importantes do processo. Os custos unitários e totais são de grande interesse, assim como

também o objetivo de uso. Recomenda-se determinar o percentual, de qualquer matéria-

prima usada para a produção. Se não houver dados de medidas disponíveis, deve-se estimar

da melhor maneira possível. A matéria-prima/auxiliar considerada como tóxica, deve ser

identificada.

Folha de trabalho 4: Registro das Técnicas de Redução da Poluição, utilizadas para

minimizar ou prevenir, cada resíduo do processo produtivo. Pode-se gerar folhas

separadas para diferentes tipos de resíduos e emissões.

Folha de trabalho 5: Registro dos resíduos por categoria. Resíduos e emissões podem ter

origem em diferentes matérias-primas por diferentes razões. Se for estabelecida uma

Page 47: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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lista de origens possíveis, os resíduos e emissões poderão ser classificados de acordo

com estas.

O Quadro 12, incluído no anexo desta dissertação, contém 11 categorias, para as quais

podem ser aplicadas várias estratégias com o objetivo de evitar ou minimizar resíduos e

emissões. Este quadro pode ser usado para ajudar no preenchimento da folha de trabalho

5, referida anteriormente.

��Identificação das técnicas aplicáveis.

Este processo pressupõe uma análise das oportunidades de Produção mais Limpa

identificadas no levantamento de informações sobre o processo produtivo e um estudo

de alternativas de técnicas de redução de poluição passíveis de serem implementadas.

Quando perguntado sobre os fatores que influenciam na geração de resíduos e emissões,

pode-se pensar primeiro na tecnologia usada na empresa. Certamente esta desempenha

um papel importante neste contexto, mas isto não deve levar à conclusão, de que a única

alternativa a ser proposta, refere-se a possibilidade de utilizar uma nova tecnologia.

Outras possibilidades podem e devem ser avaliadas, em conjunto, ou isoladamente,

inclusive levando em consideração a relação custo/benefício, a disponibilidade de

recursos, grau de complexidade etc.

A implementação das medidas deve ser feita a partir do estabelecimento de um plano de

ação, com as ações a serem tomadas a curto, médio e longo prazo, os responsáveis pela

implementação, os recursos necessários e outros itens considerados importantes.

Recomenda-se que as intervenções sejam gradativas e contínua, tendo como princípio

diretivo a Produção mais Limpa.

Com base nas considerações apresentadas acima, é possível utilizar técnicas, ou

medidas entendidas como de Produção mais Limpa, visando a minimização de resíduos.

Apresenta-se estas alternativas na Figura 4 a seguir.

Page 48: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Figura 4 – Organograma de Produção mais Limpa Fonte: CNTL5, 2000

Esse organograma tem a sua origem no Manual de Minimização de Resíduos EPA,

atrelado ao Waste Minimization Program (WMP), Programa de Minimização de

Resíduos, proposto pela EPA – Environmental Protection Agency - Agência de Proteção

Ambiental dos Estados Unidos, em 1984, com o objetivo de empreender ações para

reduzir o volume e toxicidade de resíduos gerados nos processos produtivos.

O programa WMP, forneceu toda a base conceitual da metodologia P+L desenvolvida

pela UNIDO/UNEP, a qual classificou as medidas relacionadas na Figura 4 –

Organograma de Produção mais Limpa, em níveis de eficiência de P+L, de acordo com

os critérios apresentados a seguir.

��Nível 1- quando são priorizadas medidas para resolver o problema na sua fonte

geradora podem consistir: modificações tanto no próprio produto (projeto

ecológico, ou ecodesign), como no processo de produção (uso cuidadoso de

matérias-primas, mudanças organizacionais), substituição de matérias-

primas/insumos tóxicos.

��Nível 2 (reciclagem interna) - quando não é possível evitar os resíduos com a ajuda

das medidas classificadas como de nível 1, estes podem ser reintegrados ao processo

Page 49: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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de produção da empresa: dentro do próprio processo original de produção, em outro

processo, ou através da recuperação parcial de uma substância residual.

��Nível 3 (reciclagem de resíduos e emissões fora da empresa) - através de reciclagem

externa ou de uma reintegração ao ciclo biogênico (compostagem).

Assim, verifica-se que as opções de técnicas P+L, devem ser analisadas e selecionadas,

priorizando, sempre que possível, as alternativas do nível 1 (redução na fonte), seguida

das do nível 2 e posteriormente do nível 3.

��Definição de indicadores e elaboração do plano de monitoramento

Uma vez identificadas as oportunidades e técnicas aplicáveis, define-se metas de

redução e indicadores que permitam uma verificação quanto ao cumprimento destas.

Segundo Baptista e outros (2001), indicadores ambientais são instrumentos destinados

ao planejamento, controle e monitoramento de uma organização, tendo como base os

aspectos mais significativos. Além disso, servem para a determinação de potenciais de

minimização da poluição e para o incremento da comunicação com partes interessadas

internas e externas.

Segundo os autores, existem vários tipos de indicadores e a escolha desses deve ser

criteriosa, de maneira que os mesmos contribuam efetivamente para embasar o plano de

monitoramento dos aspectos considerados críticos na organização. Os indicadores

podem ser:

��Indicadores de desempenho, os associados ao aspectos ambientais de uma

organização:

- Indicadores absolutos, os que representam uma medição fixa. Ex:

Quantidade de resíduo gerado.

- Indicadores relativos, os que definem o desempenho ambiental em relação

a uma segunda medição (ao tempo ou desempenho da produção). Exs.:

Page 50: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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consumo de água/tonelada de produto produzido/ano; consumo de energia

kWh/tonelada de produto produzido/ano; tonelada de um resíduo X

gerada/tonelada de produto produzido/ano.

��Indicadores de gestão, os relacionados com o controle e informação interna: Ex:

percentagem de unidades da organização certificadas.

��Indicadores de condição ambiental, os quais descrevem a qualidade ambiental da

circunvizinhança da empresa e depende normalmente de fatores que extrapolam os

limites da área de sua influência. Ex: nível de ruído na circuvizinhança à empresa

��Indicadores de custos, os relativos: a aquisição de matéria-prima, transporte,

manuseio e tratamento de resíduos.

Para elaborar um Plano de Monitoramento é necessário determinar o objetivo da

medida, responsável pela medição, intervalos, estratégia de medição e freqüência de

medição dos indicadores, a qual deve ser avaliada em função dos fatores que impactam

no nível de variação da medida.

A partir do monitoramento dos indicadores, pode-se avaliar o atingimento das metas de

redução a serem atingidas (desempenho), podendo haver demandas para ações

corretivas com o objetivo de melhoria contínua.

��Avaliação técnica, ambiental e econômica

Segundo CEBDS (2003) na avaliação técnica são consideradas as propriedades e

requisitos que as matérias-primas e outros materiais devem apresentar para o produto

que se deseja fabricar, de maneira que se possa propor alterações.

Nesse processo leva-se em conta o impacto das medidas em relação ao meio ambiente e

a avaliação econômica que consiste no levantamento do custo atual com uma

determinada operação e o custo (esperado) após a implementação da medida de P+L,

Page 51: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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para em seguida, verificar o investimento necessário para implementar as medidas

propostas e calcular em quanto tempo o investimento se pagará, ou seja, o tempo de

retorno (em número de meses), a partir da fórmula a seguir:

Período de retorno = investimento/ 12 x (custo atual – custo esperado)

��Avaliação dos resultados obtidos: benefícios econômicos, ambientais

tecnológicos e outros

No fechamento do Relatório de Implantação de Produção mais Limpa é fundamental

também, fazer a análise quali-quantitativa dos benefícios obtidos com o programa. A

exemplo de:

• Benefícios ambientais - % redução de: resíduos sólidos, emissões

atmosféricas e efluentes líquidos.

• Benefícios econômicos - % redução de custos com tratamento de: resíduos

sólidos, efluentes líquidos; emissões atmosféricas, consumo de energia elétrica e

água.

• Benefícios tecnológicos - adoção de tecnologias limpas, upgrade de

equipamentos diversos.

• Benefícios na saúde ocupacional - % redução no índice de doenças

ocupacionais.

• Benefícios sociais - melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e de

comunidades circunvizinhas.

Vale ressaltar a importância de se manter um registro fotográfico de situações na

empresa, antes da Produção mais Limpa, e depois, para efeitos comparativos e

estimuladores no processo de implantação de P+L.

Todas as fases da implantação do Programa só podem ser realizadas com o total

envolvimento e comprometimento principalmente da alta direção, a fim de garantir a

introdução e internalização do conceito e prática de Produção mais Limpa na empresa,

impactando diretamente no gerenciamento ambiental.

Page 52: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Neste sentido, a metodologia orienta para que seja formada uma equipe (Ecotime) para

coordenar as ações de implementação envolvendo trabalhadores da empresa com as

seguintes características:

• liderança • motivação • representatividade • envolvimento com a equipe de trabalho • responsabilidade • autoridade

O papel do Ecotime deve ser:

• coletar e analisar as informações de consumo e geração de resíduos

• levantar as atuais práticas e procedimentos da planta industrial

• estabelecer e avaliar novas oportunidades

• implementar e dar continuidade às ações

• multiplicar os conhecimentos adquiridos

��Considerações Finais sobre a metodologia

Verifica-se que o fluxograma da metodologia P+L desenvolvida pela UNIDO/UNEP,

apresenta praticamente o mesmo fluxograma do Manual de Minimização de Resíduos -

EPA,1988. No entanto, a ênfase dada na aplicação do Manual P+L, adaptado pela

UNIDO/UNEP, não é para a minimização de resíduos perigosos, como acontece com o

Manual da EPA.

A metodologia P+L UNIDO/UNEP sinaliza para a necessidade de reduzir material

tóxico, mas seu maior foco está em reforçar a identificação de causas de desperdícios,

deficiência de operação e na minimização da geração de resíduos em geral, orientando

para uma intervenção mais ampla no processo produtivo (COELHO, 1999).

Algumas iniciativas estão sendo tomadas visando reduzir a toxicidade na linha de

processo, requisito básico do princípio da Prevenção da Poluição. O Instituto para a

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Redução do Uso de Compostos Tóxicos (TURI), da Universidade de Massachusetts, em

Lowell (http://turi.uml.edu/), vem desenvolvendo estudos nas áreas de solventes

alternativos, métodos para limpeza de superfícies e tratamento de metais.

Segundo Greenpeace (2003), nos Estados Unidos a melhor estratégia proposta para

eliminar as substâncias tóxicas de processos de produção foi a introdução de

proibições e reduções progressivas em âmbito nacional e regional.

São exemplos: chumbo, PCBS (bifenilas policloradas), DDT (dicloro-difenil-

tricloroetano) e mercúrio. Outros materiais tóxicos marcados para eliminação gradativa

constam da lista preparada pela Inspetoria Nacional de Substâncias Químicas da Suécia

(KEMI).

3.2. TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA POLUIÇÃO

A técnicas apresentadas na Figura 4 – Organograma de Produção mais Limpa

representam na verdade, categorias de medidas que podem envolver diferentes tipos de

intervenção no processo, produto, ou até mesmo, nos princípios diretivos que

caracterizam a gestão da empresa, visando a minimização de resíduos.

No entanto, LaGrega (1994) propõe um Organograma mestre das ações para prevenção

e controle da poluição, apresentado na Figura 5, que inclui as tecnologias de Fim de

Tubo, entendendo que apesar destas não focarem na identificação da causa do problema,

conforme o conceito de Prevenção da Poluição/Produção mais Limpa, estas também

contribuem para a redução da poluição.

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Figura 5 – Organograma mestre das ações para prevenção e controle da poluição Fonte: La GREGA, 1994

Vale salientar que esse organograma, assim como o da Figura 4 – Organograma de

Produção mais Limpa apresentado anteriormente, também tem sua base no Programa

de Minimização de Resíduos proposto pela EPA.

Entende-se que o organograma de LaGrega pode ajudar bastante na etapa de definição

das técnicas P+L a serem adotadas quando da aplicação da metodologia no processo

produtivo, pois este apresenta exemplos de medidas e ainda um indicativo de ordem de

priorização das técnicas, (da esquerda para direita), portanto a opção mais desejável é

adotar as técnicas de redução na fonte seguida de reciclagem interna; reciclagem externa

e por último, a opção das tecnologias de Fim de Tubo, situadas na última coluna à

direita (tratamento de resíduos).

Na prática, o processo de definição da medida a ser adotada, deve considerar também as

características do processo produtivo, custos de implementação das propostas, retorno

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financeiro e o benefício que decorrerá da implementação da medida, para avaliar melhor

a relação custo/benefício.

A seguir, apresenta-se as medidas que compõem o organograma, para facilitar o processo

de decisão na seleção da alternativa mais adequada visando, prioritariamente, evitar e/ou

minimizar a geração de resíduos na linha do processo produtivo.

3.2.1. Mudança do Produto

A modificação de um produto para evitar a geração de resíduos depende de uma

avaliação de mercado e requer uma visão de longo prazo por parte do produtor.

Contudo, oportunidades de menor complexidade podem surgir se esta opção for

considerada. Shen (1999), sugere os seguintes critérios para o projeto de novos produtos

(ecodesign) ou Design for Environment ( DfE):

• usar recursos naturais renováveis;

• usar material reciclado;

• usar menos solventes tóxicos ou substituí-los por produtos menos tóxicos;

• reutilizar sucatas e materiais em excesso;

• usar tintas com base de água em vez de solventes orgânicos;

• reduzir o uso de embalagem;

• produzir produtos com mais partes substituíveis, ou que possam ser

consertadas;

• produzir bens mais duráveis;

• produzir bens e embalagens que possam ser reutilizados pelos consumidores;

• fabricar produtos recicláveis.

Esta é uma tendência futura, considerada pelos ecologistas industriais, que exige uma

mudança profunda na forma como se produz atualmente (KIPERSTOK et al 2002). A

tendência que os autores referem-se é sustentada pelos conceitos de Ecologia Industrial

(EI), Projeto para o Meio Ambiente (DfE) e Análise de Ciclo de Vida (ACV). A seguir, vê-

se exemplos de Medidas de Controle na Fonte.

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3.2.2. Mudança no Processo

O uso de vapor de água na indústria para controlar reações químicas é muito comum. A

água retirada do produto, através de processos de separação como o de destilação, fica

normalmente contaminada com hidrocarbonetos e outros compostos, sendo descartada

como efluente, indo para tratamentos que normalmente retiram os contaminantes da fase

líquida convertendo-os em borras, ou lodos, sem valor econômico e que, por sua vez,

demandam também serem tratados e ou dispostos adequadamente.

Modificações no processo podem permitir o reciclo da água e, em alguns casos, até a

recuperação de matérias-primas, transformando perdas em ganhos econômicos e

ambientais. De acordo com o organograma de LaGrega, as medidas/técnicas de Produção

mais Limpa que possibilitam modificação dos processos de produção visando Controle na

Fonte, podem consistir em:

• mudança de matérias-primas/insumos

• adoção de boas práticas operacionais (housekeeping)

• mudança de tecnologia

No entanto, muitas modificações podem ser introduzidas de forma simples e a partir do

bom senso, quando se observa o processo, no qual se trabalha durante anos, com novos

olhos. Exemplos: uso de linhas de efluentes, a depender da característica, para make-up

de uma torre de refrigeração; retorno de condensados para uso como água

desmineralizada em outros processos; uso dos equipamentos, conforme recomendado

pelo fabricante. (KIPERSTOK et al., 2002)

3.2.3. Boas Práticas Operacionais (Good Housekeeping Practices)

Boas práticas operacionais são medidas consideradas simples, que não demandam

grandes investimentos, em alguns casos nenhum investimento, e têm impacto positivo

no processo. A adoção dessas medidas depende de uma gestão que priorize a

minimização de resíduos, a partir de uma avaliação crítica do processo produtivo, no

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âmbito da organização. O programa 33/50 da EPA, agência ambiental dos EUA, apresenta

uma extensa lista de experiências neste sentido.

As medidas de Boas Práticas Operacionais podem ser de 03 Tipos:

• Substituição/adequação de equipamentos – utilização de equipamentos mais

eficientes que reduzam consumo de energia. A depender da importância do

equipamento no processo produtivo, esta medida pode ser classificada como

de modificação tecnológica.

• Mudança de procedimento - treinamentos e conscientização das pessoas,

adoção de práticas ambientalmente corretas, padronização de procedimentos

(implantação de sistemas de qualidade), estabelecimento de critérios na

escolha de terceiros, melhor especificação final dos produtos.

• Mudança de condições operacionais - vazão, temperatura, pressão, tempo de

funcionamento, layout das instalações, condições de iluminação, ventilação,

meios de transporte e distribuição, redução na produção de resíduos e de

produtos secundários de menor valor.

3.2.4. Mudança de Matérias-Primas/Insumos

Segundo Kiperstok, et al (2002) a substituição de insumos e produtos, em geral, mas

não sempre, envolve processos de decisão que podem ser complexos e extremamente

dependentes de cada processo e das condições externas.

A utilização de Análise de Ciclo de Vida auxilia na identificação de oportunidades e na

escolha das alternativas de menor impacto. A seguir, apresenta-se no Quadro 4 alguns

exemplos de substituição de Matéria-Prima/Insumo e os impactos positivos para o meio

ambiente.

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MATÉRIAS-PRIMAS/INSUMOS ALTERNATIVAS BENEFÍCIOS AMBIENTAIS

DDT e outros pesticidas organoclorados usados no controle de pragas

Substituição por organofosforados e piretróides

Reduz a quantidade de substâncias tóxicas na cadeia alimentar

Produtos químicos em pó Substituição por produtos químicos em pellets

Evita emissão atm. e perdas de embalagens

Tintas à base de óleo Substituição por tintas à base de água

Reduz compostos orgânicos voláteis

Catalisadores Desenvolvimento ou uso de Catalisadores que sejam de fácil recuperação, tenham maior tempo de vida e sejam recicláveis.

Reduz a geração de resíduos tóxicos e o impacto decorrente do descarte.

Papel branqueado com cloro Substituição por papel reciclado

Reduz o uso de agentes tóxicos ao meio ambiente

Quadro 4 – Exemplos de substituição de Matéria-Prima/Insumo e os impactos positivos para o meio ambiente Fonte: KIPERSTOK et al. 2002

3.2.5. Mudança da Tecnologia

Uma série de medidas consideradas de cunho tecnológico podem ser aplicadas visando

evitar perdas, reduzir consumo de energia e quantidade de resíduos gerados num processo

de produção. Estas medidas podem consistir em alterações do próprio processo,

reconstruções relativamente simples ou instalação de equipamentos mais sofisticados que

podem inclusive, mudar as condições operacionais.

Vale salientar que freqüentemente estas medidas precisam ser combinadas com Boas

Práticas Operacionais, também conhecidas como “housekeeping” – melhoria na

manutenção da casa, e/ou com o uso de matérias-primas/insumos modificadas.

(CNTL1,2000). No Quadro 5, a seguir temos exemplos de medidas que podem ser

adotadas:

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MEDIDAS BENEFÍCIOS

• Utilização de novas técnicas de extração e separação

Eliminação do uso de solventes orgânicos e maior eficiência no retorno de subprodutos a processo

• Instalação de detectores de movimento para ligar/desligar sistema de iluminação e aquecimento no local de trabalho.

• Uso de maquinário com controle de velocidade: bombas alimentadoras, ventilação, exaustores de gás combustível, etc.

Redução de consumo de energia

Quadro 5 – Exemplos de medidas de Boas Práticas Operacionais Fonte: KIPERSTOK et al. 2002

3.2.6. Reuso, Reciclagem Interna e Externa

Reuso é o aproveitamento de um resíduo, ou efluente, diretamente em um outro processo,

sem qualquer adequação das características. Na reciclagem, o resíduo é modificado para

atender aos requisitos de um outro processo. De acordo com o Organograma de LaGrega, as

medidas de reuso, reciclagem interna e externa de resíduos, só devem ser consideradas,

depois de esgotadas as opções de redução e controle na fonte.

Graedel e Allenby (1995) apontam para algumas práticas interessantes para minimizar

perdas materiais e energéticas e facilitar a reciclagem de materiais:

• minimizar o número de componentes e materiais diferentes nos produtos a

serem reciclados;

• evitar usar compostos tóxicos e, quando isto não é possível, facilitar sua

identificação e remoção;

• evitar montar peças de materiais diferentes, de forma que sua separação seja

difícil.

Ainda de acordo com o organograma LaGrega, a reciclagem interna tem prioridade em

relação à externa. A seguir, no Quadro 6, alguns exemplos de medidas que podem ser

implementadas relacionadas com reuso e reciclagem de resíduos.

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MEDIDAS BENEFÍCIOS • Uso de mistura de óleos contaminados com combustível para queima em caldeiras.

Redução de resíduos a partir do reaproveitamento de óleos contaminados.

• Reuso da água que sai como efluente a partir da segregação e caracterização das correntes e uso em processos menos exigentes.

Redução o consumo de água, na geração de efluentes líquidos, podendo alterar a carga final do poluente na saída para tratamento final. Uso Racional de Recurso natural.

• Segregação dos resíduos tóxicos, dos resíduos convencionais: (administrativo, refeitórios, etc.)

Redução de custos de tratamento e de riscos ocupacionais.

Quadro 6 – Exemplos de medidas que podem ser implementadas relacionadas com reuso e reciclagem1 de resíduos Fonte: KIPERSTOK et al. 2002

3.2.7. Embalagens e Transporte

Um outro aspecto que deve ser considerado de maneira transversal, na aplicação de

medidas/Técnicas de Redução da Poluição, em processos produtivos, é o relacionado

com embalagens e transportes. No EUA, cerca de 40% das embalagens são utilizadas

para transferir produtos entre corporações com o objetivo de reduzir a geração de

resíduos. Graedel e Allenby (1995) priorizam as práticas relacionadas com as

embalagens da seguinte forma:

1. Não usar;

2. Reduzir a quantidade;

3. Optar por embalagens consumíveis, retornáveis, que possam ser reenchidas

ou reutilizadas;

4. Usar embalagens recicláveis.

Quanto ao transporte, recomenda-se a adoção de procedimentos como: escolha de

fornecedores alinhados com os princípios de Prevenção da Poluição, armazenamento

adequado para evitar derramamentos, atendimentos a requisitos legais e normas

técnicas de transporte de materiais etc.

1 No site do CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem: http://www.cempre.org.br/index2.htm

podem ser encontrados vários estudos de casos de reciclagem.

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3.3. A METODOLOGIA DE P+L COMO INSTRUMENTO DE MARKETING

Pode-se dizer que a Produção mais Limpa provoca uma mudança de comportamento

organizacional, pois leva a repensar o processo produtivo, de forma a atender aos

requisitos ambientais e de mercado, no sentido da minimização de resíduos. Trata-se

portanto, de um programa que contempla os aspectos qualitativos e quantitativos de

melhoria dos produtos, serviços e seus efeitos ao meio ambiente e à qualidade de vida

das pessoas.

Como foi visto anteriormente, a implantação de um programa de Produção mais Limpa

numa empresa, é reconhecido como uma prática de gestão ambiental de grande eficácia,

no entanto, não visa a certificação. O grande diferencial deste programa está no fato de

que o mesmo, tem foco na melhoria do desempenho ambiental e normalmente requer

menos investimentos que outros instrumentos de gestão ambiental pois não demanda,

por exemplo, custos com processos de certificação.

Os resultados obtidos pelo CNTL-SENAI/RS na implantação de P+L em várias

empresas no Brasil, encontram-se disponíveis no site: http://www.rs.senai.br/cntl.

A implantação de programa P+L pode ser também uma opção bastante interessante para

as micro, pequenas e médias empresas que normalmente dispõem de poucos recursos,

principalmente financeiros e humanos. Segundo CNTL5 (2000), existem no entanto,

algumas barreiras para implantação de P+L que precisam ser vencidas:

• Parâmetros legais: a empresa pode limitar o seu desempenho ambiental em

função do atendimento ao requisito legal, consolidando uma ação reativa,

impedindo assim, o processo de melhoria contínua.

• Barreiras econômicas: algumas medidas para solucionar problemas

ambientais podem requerer investimentos financeiros e a empresa pode não

dispor destes.

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• Falta de informações sobre as vantagens da Produção mais Limpa: as

empresas não têm a prática de quantificar os custos ambientais associados

ao processo produtivo para determinar quanto isto representa no preço do

produto.

• Barreiras comportamentais: a metodologia P+L, desenvolvida pela UNIDO é

baseada na coleta de dados através de medições e há muita resistência na

realização desta tarefa, pois muitas vezes a empresa não dispõe de

equipamentos adequados.

• Falta de integração entre os diversos setores de uma empresa, em relação aos

seus problemas ambientais e de produção: os setores das empresas atuam

normalmente de forma dissociada, o que dificulta a visão integrada do

processo produtivo.

• Busca de qualidade sem passar pela Produção mais Limpa: as empresas

ainda não têm a prática de associar o conceito de qualidade do

produto/processo ao impacto causado no meio ambiente.

• Busca da Tecnologia Limpa diretamente, sem passar pela Produção mais

Limpa: a Tecnologia Limpa é uma alternativa de Produção mais Limpa que

exige normalmente investimentos financeiros maiores. Quando temos a

oportunidade de avaliar melhor o processo produtivo, sob a ótica de P+L,

podemos identificar outras alternativas que podem contribuir para a melhoria

do desempenho ambiental com menores investimentos, ou até mesmo

nenhum.

O CNTL5 (2000), apresenta ainda as vantagens de implantar programa de Produção

mais Limpa numa empresa utilizando esta metodologia, que são:

• disponibiliza uma metodologia que representa um passo a passo para a

implementação de P+L;

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• não requer custos adicionais com certificações e desenvolvimento de

modelos mais sofisticados de sistematização de informações;

• aumenta a eficiência do processo produtivo;

• minimiza o impacto ambiental decorrente da atividade produtiva;

• orienta na adoção de medidas, que mesmo envolvendo custos, normalmente

apresentam o período de retorno baixo;

• facilita o processo de decisão em relação a quanto a empresa deseja investir

na gestão ambiental, pois fornece dados para avaliação;

• proporciona melhoria de imagem da empresa diante da sociedade e aumento

da competitividade;

• evita custos crescentes devido ao tratamento de resíduos;

• apresenta menor suscetibilidade às condições que impactam no desempenho

da empresa: necessidade crescente de espaço para disposição de resíduos,

dificuldades na obtenção de licenças para exportação, passivos ambientais,

produtos/processos considerados ambientalmente incorretos etc.

É importante nesse momento, também fazer uma referência às limitações da

metodologia. Segundo Luken e Navratil (2002), a aplicação da metodologia P+L não

fornece elementos que possa minimizar a dificuldade de medir os aspectos intangíveis

associados as várias áreas de uma empresa: melhoria de imagem, facilitação de relações

com a comunidade e órgãos ambientais.

O cálculo dos benefícios econômicos ficam portanto, limitados a considerar os custos

tangíveis (pagamento de multas, custos com tratamento e disposição dos resíduos etc).

Desta forma, no caso de PMEs (Pequenas e Micro Empresas), onde as pressões por

atendimentos a requisitos legais, até então, são menores, esses benefícios só são

percebidos quando estão associados por exemplo, a matérias-primas e insumos como

água e energia.

Verifica-se no entanto, que resultados mais significativos são encontrados quando a

metodologia é implementada em empresas de médio e grande porte, ou em grupos de

empresas de um mesmo setor produtivo, levando em conta principalmente, a

identificação dos problemas ambientais e causas mais representativas do setor e a

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possibilidade de replicagem das alternativas de soluções tecnológicas, otimizando

recursos humanos e financeiros.

Quanto a dificuldade de recursos financeiros para implementação das alternativas de

P+L propostas, segundo os autores, estas ficam mais fáceis de serem resolvidas quando

uma empresa tem um sistema de gestão ambiental formal e as alternativas estão

associadas a indicadores de desempenho do sistema.

Essa situação é mais comum nas médias e grandes empresas, apesar que com a

disseminação do conceito de cadeias produtivas, as PMEs já estão se mobilizando para

adotarem SGA formal e certificado, de maneira a atender aos requisitos de mercado e de

seus clientes: as médias e grandes empresas tercerizadoras de serviços.

As barreiras e as vantagens apontadas pelo CNTL, serão aferidas no estudo de caso

EMBASA, assim como também, as limitações da metodologia.

3.4. A METODOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA – P+L E O SISTEMA

DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA BASEADO NA NORMA

INTERNACIONAL ISO 14001

Atualmente, as empresas estão sendo mobilizadas a uma corrida em busca da

certificação de Sistema de Gestão Ambiental - SGA, com o objetivo de demonstrar que

seus processos, produtos e serviços, estão em conformidade com normas ambientais

internacionalmente aceitas.

A adoção destes instrumentos é voluntária, mas talvez o grande elemento motivador da

busca pela certificação, seja a existência de barreiras mercadológicas não tarifárias,

impostas por países desenvolvidos, à aceitação de produtos/processos considerados

ambientalmente inadequados. (BAPTISTA et al., 2001)

A série ISO 14000, da Organização Internacional de Padronização, é uma resposta a

esta demanda e consiste num conjunto de normas técnicas que orienta como implantar

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um SGA numa empresa, de maneira a obter um certificado que ateste a conformidade

do sistema à norma. O importante no entanto, é considerar este instrumento, como um

mecanismo para melhorar efetivamente o desempenho ambiental das empresas.

Para que uma empresa tenha um SGA, segundo a norma ISO 14001, que é a norma da

série ISO 14000 que orienta especificamente como implantar um SGA, esta precisa ter

realizado as seguintes etapas:

1. Definição da Política Ambiental, onde a alta direção da empresa expressa e

formaliza o pensamento, a visão e o seu comprometimento com o meio

ambiente. Segundo a norma, a política ambiental constitui "declaração dos

princípios e intenções da empresa em relação ao seu desempenho ambiental

que devem nortear o planejamento de ações e o estabelecimento de seus

objetivos e metas ambientais" (ABNT,1996).

2. Planejamento constando dos procedimentos de identificação dos principais

impactos ambientais causados pela atividade produtiva da empresa e do

estabelecimento de objetivos e metas a serem alcançados, de maneira a

solucionar os problemas ambientais levantados.

3. Implementação e Operação consistindo da definição de toda a estrutura

básica necessária para alcançar os objetivos e metas ambientais, tais como:

recursos físicos, materiais e humanos; levantamentos de necessidades de

treinamentos; estabelecimento de responsabilidades, procedimentos de

documentação, comunicação, controle e operação para situações de

emergências.

4. Verificação e Ações Corretivas, com a finalidade de checar e adequar o SGA

implantado, com a política ambiental da empresa e também com os objetivos e

metas ambientais definidos. O mecanismo empregado é a auditoria interna, a

qual consiste na avaliação sistemática documentada, periódica e objetiva, do

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desempenho ambiental da empresa, através do seu SGA. Esta é realizada pelos

próprios empregados, devidamente treinados.

5. Análise Crítica pela Alta Administração, com a finalidade de identificar

novos objetivos e metas ambientais a serem alcançados, visando a melhoria

contínua do sistema.

Apresenta-se as etapas de implantação da norma ISO 14001 de forma sucinta, pois não

é objeto desta dissertação detalhar SGA, mas sim exercitar a capacidade crítica dos

instrumentos de gestão ambiental disponíveis. A seguir na Figura 6, o Ciclo de

implantação de um SGA, baseado na Norma ISO 14001.

Figura 6 – Ciclo de implantação de um SGA da ISO – 14001 Fonte: Adaptação da ABNT, 1996

Ao realizar todas estas etapas, a empresa pode solicitar de uma instituição credenciada,

uma auditoria externa para verificar se todos os itens exigidos pela norma foram

cumpridos e assim sendo, obter a certificação ambiental do sistema.

É interessante colocar mais uma vez, que os certificados ambientais apenas significam

que estas têm um sistema que possibilita o gerenciamento de informações sobre os

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impactos ambientais provocados pela atividade produtiva e que há uma gestão sobre

estes. Assim sendo, pode-se dizer que o fato de uma empresa ter um sistema de gestão

formal, não quer dizer que ela é ambientalmente mais correta que outra que não tem o

certificado.

Existem alguns pontos no entanto, que podem gerar interpretações errôneas quanto ao

objeto de certificação e ao significado do certificado propriamente dito, são eles:

• Princípios norteadores mal definidos e que podem orientar a empresa a adotar uma

postura de “Fim de Tubo” não ambientalmente correta. A Norma ISO 14001 no seu

item 3.13 define a Prevenção da Poluição como:

3.13. Prevenção de poluição: uso de processos, práticas, materiais ou produtos que evitem, reduzam ou controlem a poluição, os quais podem incluir reciclagem, tratamento, mudanças no processo, mecanismos de controle, uso eficiente de recursos e substituição de materiais. (ABNT, 1996) NOTA: Os benefícios potenciais da Prevenção da Poluição incluem a redução de impactos ambientais adversos, a melhoria da eficiência e a redução de custos. (ABNT, 1996)

Pode-se verificar que este conceito de Prevenção da Poluição definido pela ISO não

incentiva a mudança da estratégia de tratamento e controle (Fim de Tubo) para a

preventiva (atuação na fonte de geração).

• Escopo do sistema pode ser limitado apenas a uma unidade do processo produtivo,

ou ainda, a um setor da organização (na divulgação da certificação esta informação pode

não ficar clara, gerando um marketing enganoso)

• O desempenho ambiental das empresas não é o foco da certificação. Quanto a este

último ponto, segundo a ABNT (1996), é possível que 2 empresas que desenvolvem

atividades similares obtenham o certificado de conformidade emitido pelo mesmo

organismo certificador, tendo no entanto, níveis de adequação e/ou desempenho

ambiental bastante diferentes. (FERREIRA; MAGNANI; SOUZA, 1999)

Para entender melhor esta questão, é preciso perceber como a dimensão ambiental é

vista pelas empresas e qual a estratégia de gestão adotada. A proposta de minimização

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de resíduos em processos produtivos, por exemplo, está diretamente associada a

tecnologia do processo e a forma como as operações são executadas.

Espera-se que estes condicionantes evoluam continuamente para opções cada vez mais

adequadas, em termos ambientais, as chamadas técnicas de redução da poluição,

também conhecidas como Tecnologias Limpas.

As técnicas de redução da poluição, vistas na Figura 4 – Organograma de Produção

mais Limpa, utilizadas num processo produtivo, podem por sua vez, traduzir o tipo de

estratégia ambiental adotada (reativa, ofensiva ou inovativa).

A evolução progressiva de uma organização, através da adoção das estratégias ambientais

referidas acima, exige em nível operacional, que as mesmas sejam traduzidas em

procedimentos compatíveis com os princípios básicos de cada estratégia.

Voltando a norma ISO 14001 de implantação de SGA, segundo Fernandes e outros

(2001), o seu aspecto crítico, é exatamente o processo de padronização de

procedimentos. Os autores colocam que muitas vezes, a ânsia de estruturar o sistema

impede a análise preliminar destes com a finalidade de verificar a coerência com a

estratégia de gestão adotada pela empresa, para a partir daí então, decidir se há

necessidade ou não, de adequação dos mesmos antes da padronização.

O enfoque normalmente dado no processo de implantação da norma, visando a

certificação, é priorizar tecnologias de Fim de Tubo já dominadas, assim como também

atender à legislação, o que caracteriza o sistema como reativo, mesmo que a atitude de

implantar a norma de SGA seja considerada pró-ativa.

Esta situação pode ser amenizada, quando consideramos que o processo pressupõe uma

melhoria contínua. Entretanto, quanto mais lento esta ocorrer, pior será o problema, pois

estes procedimentos inadequados, uma vez padronizados, continuarão a ser adotados

porque foram atestados como certos, no sistema.

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O papel dos consultores e de auditores de sistema de gestão ambiental é muito

importante para contornar esta situação, pois quando estes têm entendimento das

práticas de gestão e tecnologias, baseadas no princípio da Prevenção da Poluição,

podem contribuir para orientar a empresa a contemplá-las no sistema de gestão

ambiental.

Além disso, Prestrelo e Azevedo (2000), reforçam a importância de estimular as empresas

que adotam a estratégia de certificação a incorporarem outros compromissos, a exemplo

de Atuação Responsável, programa disseminado nas indústrias pela Associação Brasileira

das Indústrias Químicas - ABIQUIM, e Declaração Internacional sobre P+L

(WBCSD;UNEP,1996), que uma vez assinados, tornam-se objeto de avaliação/verificação

do seu cumprimento nas auditorias, pois tornam-se “outros requisitos legais” (itens 4.3.2 e

4.5.1 da norma).

Quando faz-se uma análise comparativa do SGA baseado na norma ISO 14001 com a

Produção mais Limpa – P+L, pode-se salientar, que esta última estabelece o princípio

de Prevenção da Poluição claramente, e além disso, concentra esforços na identificação

das causas geradoras dos problemas ambientais, priorizando a identificação de medidas

que efetivamente resultem na minimização de resíduos e consequentemente na melhoria

do desempenho ambiental.

Dessa forma, P+L é um instrumento de gestão que pode ser aplicável, de maneira

complementar, em empresas que já são certificadas pela norma ISO 14001 e que têm a

intenção de reforçar as ações de minimização de resíduos, como também nas que não têm

interesse pela certificação ISO 14001, mas que desejam melhorar o desempenho ambiental.

Vale salientar no entanto, que segundo Prestrelo e Azevedo, (2000), alguns aspectos da

Produção mais Limpa podem ser entendidos como pontos fracos, a exemplo de:

��falta de uma diretriz para definição da estrutura organizacional com as devidas

responsabilidades;

Page 70: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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��a estratégia adotada de formação de Ecotime para implantar P+L que pode não

estimular o envolvimento de toda a empresa;

��não contempla o plano de atendimento a emergências/contingências, para os casos

derramamentos e vazamentos; incêndios/explosões, etc;

��falta de mecanismo que divulgue os compromissos do programa P+L;

��não avaliação periódica dos resultados do programa por instituições auditoras, para

manter o estímulo à continuidade e melhoria.

Pode-se dizer que o importante neste processo de avaliação de instrumentos de gestão, é

entender as limitações de cada um e identificar alternativas para cobrir as lacunas

existentes, de maneira a se atingir o objetivo maior de um programa de gestão ambiental

que deve ser o de melhoria do desempenho ambiental, com enfoque em ações integradas

de Prevenção da Poluição, visando uma Produção mais Limpa.

Isto quer dizer que na verdade, pode-se adotar vários instrumentos de forma

complementar num sistema de Gestão Ambiental, desde que estes não sejam

conflitantes.

Tendo em vista as considerações feitas anteriormente, acredita-se que a utilização de

instrumentos de gestão, de maneira geral, traz benefícios para os processos produtivos, pois

normalmente estes estão embasados em metodologias conhecidas internacionalmente.

Estas metodologias sistematizam as informações e facilitam o levantamento, a leitura e

interpretação de dados, subsidiando a tomada de decisão quanto a postura a ser adotada

diante das questões ambientais.

O Quadro 7 a seguir, pode contribuir para orientar o processo de inserção de P+L em

Sistema de Gestão Ambiental-SGA baseado na norma ISO 14001.

Page 71: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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REQUISITO DA NORMA ISO 14001

ÊNFASE/ABORDAGEM PRINCIPAL

4.2- Política ambiental Compromisso com a P+L na forma de Prevenção da Poluição.

4.3.1- Aspectos ambientais Levantamento de aspectos e avaliação de impactos usando a oportunidade de P+L como um filtro de significância.

4.3.1- Objetivos e Metas 4.3.2- Programas de gestão ambiental

Objetivos e metas viabilizados com projetos com enfoque em P+L.

4.4.1- Estrutura e responsabilidade Recursos para implantação de tais projetos 4.4.2- Treinamento, conscientização e competência

Conscientização, capacitação em metodologias, conceito e tecnologia para levar a cabo projetos de P+L.

4.4.6- Controle operacional Atividades envolvidas identificadas como oportunidades de P+L, devem ser planejadas e procedimentadas para dar sustentação às atividades dos projetos implantados.

4.5.1- Monitoramento e medição Criação de indicadores e monitoramento dos resultados e parâmetros relativos aos projetos e como conseqüência dos objetivos e metas a serem atingidos.

4.5.4- Auditorias internas do SGA Verificação independente sobre o andamento das providências de P+L.

4.6- Análise crítica pela administração Balanço semestral/anual com a Inclusão dos resultados e proposição de melhorias, tendo os projetos de P+L como importante input.

Quadro 7 – Resumo da Proposta de inserção dos Conceitos de P+L nos Requisitos da ISO 14001 Fonte: Prestrelo e Azevedo. (2000)

Atualmente, as empresas estão caminhando na direção da adoção de um Sistema de

Gestão Integrado que possibilite tratar da gestão de forma mais abrangente, envolvendo

as questões de qualidade, ambientais, de segurança dos processos e da saúde e bem estar

dos trabalhadores e utilizando conceitos/estratégias e técnicas da Produção mais Limpa,

ou Prevenção da Poluição e ferramentas como avaliação de desempenho e Análise de

Ciclo de Vida. (BAPTISTA et al, 2001).

Para facilitar ainda mais o entendimento das limitações dos instrumentos de gestão

ambiental acima referidos construiu-se o Quadro 8, a seguir, que apresenta um estudo

comparativo entre SGA baseado na norma ISO 14001 e Produção mais Limpa –

Metodologia UNIDO/UNEP.

Page 72: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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PARÂMETROS/ INSTRUMENTO DE GESTÃO

SGA BASEADO NA NORMA ISO 14001 PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Princípio Não definido. Prevenção da Poluição. Enfoque Sistematização de informações referentes aos

aspectos do processo produtivo: uso de técnicas em geral que podem minimizar/tratar resíduos.

Identificação da fonte geradora e aplicação de técnicas para a minimização de resíduos. Pode fazer uso de técnicas de “Fim de Tubo” tratamento/disposição, mas não é prioridade.

Objeto de Certificação

Sistema de Gestão Ambiental e não o desempenho ambiental.

Não é ainda certificável.

Custos

Associados principalmente à: - elaboração de procedimentos e geração de toda a documentação exigida pela norma ISO 14001; - aplicação de técnicas de minimização / tratamento de resíduos.

Associados na aplicação de medidas de minimização de resíduos.

Inst. Marketing Reconhecido. Em reconhecimento. Abrangência Medidas de caráter sistêmico referentes a:

Política ambiental, Comunicação com as partes interessadas, Planos de emergências ambientais etc. Obs: O Levantamento dos aspectos e impactos ambientais foca nos resíduos mas com uma abrangência menor do que P+L.

Medidas de Redução do consumo de energia, matérias-primas / insumos e minimização da geração de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas.

Visão Integrada e de melhoria contínua Integrada e de melhoria incremental e contínua.

Mecanismo de Revisão

Através de Controles operacionais, auditorias e análise crítica utilizando indicadores na maior parte, de caráter administrativo.

Através do acompanhamento dos indicadores ambientais.

Aplicabilidade Maior em empresas de médio e grande porte.

Todas as empresas incluindo as pequenas e micros.

Quadro 8 – Comparação entre SGA baseado na ISO 14001 e Produção mais Limpa –Metodologia desenvolvida pela UNIDO-UNEP Fonte: KIPERSTOK, et al. 2002

Pode-se observar no Quadro 8, o forte enfoque do SGA baseado na norma ISO 14001

para a sistematização de informações com o objetivo de identificar os mecanismos

utilizados para gerir os aspectos/impactos ambientais, sem no entanto, haver uma

preocupação para o princípio diretivo a ser adotado.

O SGA é mais aplicável pelas empresas de médio/grande porte, pois em função da

complexidade dos seus processos estas normalmente demandam um instrumento que

contribua para a sistematização de informações. No caso de micro e pequenas empresas,

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a necessidade é maior na identificação de ações práticas que possam trazer benefícios

mais diretos e a curto prazo e que não demandem, de preferência, investimentos

financeiros.

3.5. OUTRAS METODOLOGIAS

É importante colocar que além da metodologia da UNIDO/UNEP, outras foram

desenvolvidas com foco na minimização de resíduos e na Prevenção da Poluição,

visando dar suporte no processo de melhoria de desempenho ambiental nas empresas.

Como exemplo, pode-se citar o Programa de Prevenção da Poluição (PP) do Ministério

do Meio Ambiente e de Energia da Província de Ontário - Canadá (SENAI, 1997), cujo

escopo é muito semelhante ao de SGA baseado na norma ISO 14001, incluindo:

��Definição de Política Ambiental baseada no princípio de Prevenção da Poluição.

��Elaboração de Plano de Ação adequado com os objetivos propostos na Política

Ambiental.

��Formação de EQA – Equipe de Qualidade Ambiental.

��Avaliação Preliminar para coleta de informações: regulamentação, processos,

matérias-primas/insumos, problemas ambientais etc.

��Levantamento quali-quantitativos dos problemas ambientais e priorização.

Os métodos propostos para realização desta etapa do programa são:

��Descrição semi-quantitativa do processo: avaliação focada em dados qualitativos,

não indicando quantidade de resíduo gerado e matéria-prima/ insumo.

��Análise de um processo: exame do processo de produção antes de PP e comparação

com as mudanças ocorridas depois de PP.

��Análise de projeto: foco nos resultados obtidos de cada atividade proposta no

Programa PP: mudança de quantidades de compostos tóxicos, na toxicidade das

substâncias, resultados econômicos etc.

��Estabelecimento de procedimentos de comunicação com as partes interessadas.

Page 74: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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��Identificação de barreiras potenciais técnicas, econômicas, regulamentares e

institucionais.

��Desenvolvimento de Plano de Emergência.

Verifica-se que esta metodologia tem praticamente a mesma seqüência da metodologia

de P+L, incluindo apenas as etapas de definição de plano de Emergência,

procedimentos de comunicação com as partes interessadas e da Política Ambiental, que

fazem parte da norma ISO 14001 SGA. Desta forma, a metodologia PP pode ser tomada

como exemplo de instrumento que considera a integração com SGA.

O SGA, contribui de forma bastante significante na sistematização de informações, a

metodologia de Prevenção da Poluição, apresenta uma sequência de etapas mais ou

menos semelhante ao da P+L, incluindo alguns aspectos do SGA como Política

Ambiental, Comunicação com as partes interessadas, Procedimentos de emergência.

A metodologia P+L concentra esforços na identificação e monitoramento de

desempenho de medidas de P+L que visam prioritariamente prevenir e/ou evitar. Além

disso, é importante ressaltar que a metodologia ainda orienta para o levantamento de

dados quantitativos, estabelecendo uma linguagem de números, característica no meio

empresarial.

Em P+L, tudo é quantificado, os resíduos não são tratados apenas sob a ótica ambiental,

mas também sob a ótica econômica, tendo em vista que estes, são matérias-primas e

insumos que foram transformados em produtos de baixo valor agregado e que podem

ainda representar custos, comprometendo a competitividade da empresa.

Apesar dos instrumentos de gestão ambiental normalmente se complementarem,

segundo Campos e Selig (2001), existe ainda uma lacuna a ser preenchida no que se

refere a integração desses no plano estratégico, a qual pode ser suprida pelo SGADA -

Sistema de Gestão e Avaliação de Desempenho Ambiental.

Page 75: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Este instrumento tem como principal característica integrar as estratégias, objetivos e

metas ambientais no plano estratégico da organização, fazendo com que os indicadores

ambientais estejam alinhados com as necessidades e visão da organização.

Para isso, o SGADA utiliza uma metodologia de avaliação de desempenho denominada

Balanced Scorecard (BSC) no seu processo de implementação, de maneira a inserir as

questões ambientais no conjunto de questões críticas e estratégicas da organização.

Ë importante ressaltar que neste processo das empresas de definir qual ou quais

instrumentos de gestão a adotar, para atingir o objetivo de tornar o desenvolvimento

compatível com o meio ambiente, (sustentável), a ética das organizações, associada aos

valores morais, deve ser considerada um fator crítico para assegurar a credibilidade do

princípio e da prática de gestão ambiental adotada.

Não se pretende nessa dissertação promover uma discussão detalhada sobre este tema,

no entanto, considerando-se que os instrumentos de gestão vêm sendo muito utilizados

como marketing pelas empresas faz-se a seguir algumas considerações sobre o tema.

Admite-se que utilizar ferramentas de gestão como instrumentos de marketing é parte da

regra do jogo no mundo da competitividade dos negócios e portanto, da busca da

sustentabilidade. O importante entretanto, é fazer isto de forma ética, sem manipular e

divulgar informações enganosas.

Segundo Almeida (2002), o discurso da ecoeficiência e da responsabilidade social,

mesmo que bem trabalhado por peças publicitárias, pouco adianta se isso não for

colocado em prática, pois na era “tripolar”, onde a licença para operar é dada por todas

as partes interessadas (empresas, sociedade, órgãos governamentais) é preciso entender

que gerenciar reputação é uma tarefa mais ampla do que apenas utilizar recursos de

marketing para melhorar imagem.

Em questão de meio ambiente, não se pode fugir por muito tempo do impacto de uma

postura que não seja responsável, pois isto está diretamente relacionado com a garantia

Page 76: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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da nossa sobrevivência na Terra. Na prática, no entanto, verifica-se que essa postura

varia de acordo com o grau de desenvolvimento das nações.

Segundo Ferreira, Magnani e Souza (1999), tem-se que em países socialmente mais

equilibrados e democráticos, o grau de conscientização, de mobilização e participação

popular nas discussões sobre as questões ambientais, são superiores em relação aos

países subdesenvolvidos, predominando nestes últimos, um estado crônico de

ignorância da população, em geral, que se reflete em uma postura apática e facilmente

manejável pelas mídias de comunicação.

Isto leva a concluir que, nos países desenvolvidos as empresas, em razão de demandas

da própria sociedade junto à estas, sejam pressionadas a dar mais atenção à questão da

ética.

Vale a pena frisar, que apesar de se reconhecer as dificuldades associadas a fatores

históricos e estruturais vivenciados nos países subdesenvolvidos, incluindo-se neste

contexto o Brasil, é preciso entender que todo o esforço deve ser empreendido por

instituições de ensino, governamentais, entre outras, na divulgação de informações que

possam fundamentar o poder de crítica da sociedade, para que o exercício da cidadania

ambiental ocorra de maneira mais efetiva, contribuindo como elemento de pressão na

defesa do meio ambiente.

3.6. RESUMO DO CAPÍTULO 3

A Produção mais Limpa tem a proposta de provocar uma mudança de comportamento

organizacional, pois leva a repensar o processo produtivo, de forma a atender aos

requisitos ambientais e de mercado, no sentido da Prevenção da Poluição visando a

minimização de resíduos.

Trata-se de um programa que contempla os aspectos qualitativos e quantitativos de

melhoria dos produtos, serviços e seus efeitos ao meio ambiente e à qualidade de vida

das pessoas.

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A metodologia de Produção mais Limpa (P+L) desenvolvida pela UNIDO/UNEP,

consiste numa avaliação do processo produtivo, seja qual for a natureza, e na aplicação

prioritariamente de técnicas de redução da poluição, na sua fonte geradora.

Estas técnicas podem envolver desde a mudança de matéria-prima/insumo, de

tecnologia, adoção de boas práticas operacionais (mudança de condições operacionais,

adequação de equipamentos e mudança de procedimentos), a até mesmo, a mudança do

próprio produto que pode ser considerado ambientalmente incorreto.

Existem outras alternativas de medidas que também podem ser utilizadas

adicionalmente: reciclagem interna e externa, ciclos biogênicos (compostagem), sendo

que a última opção a ser considerada deve ser as tecnologias de Fim de Tubo

(tratamento e disposição de resíduos).

Na prática, o processo de definição da medida de redução da poluição a ser adotada,

deve considerar também as características do processo produtivo, custos de

implementação das propostas, retorno financeiro e o benefício que decorrerá da

implementação da medida, para avaliar melhor a relação custo/benefício.

As principais barreiras para a implementação da metodologia são: falta de informações

sistematizadas nas empresas, e de integração entre os setores da empresa; resistência ao

levantamento quantitativo etc.

Entende-se que as questões ambientais são também objeto de conflitos mercadológicos

internacionais, resultando muitas vezes, no desenvolvimento de instrumentos, a

exemplo do SGA baseado na norma ISO 14001, que apesar de contribuir para a

sistematização de informações ambientais nas empresas, pode constituir barreiras não

tarifárias de exportação.

No estudo comparativo entre as metodologias fica evidenciado que a metodologia de

P+L da UNIDO/UNEP, assim como a metodologia do Programa de Prevenção da

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Poluição do Ministério do Meio Ambiente e de Energia da Província de Ontário -

Canadá, não visam a certificação ambiental.

A implantação de SGA, baseado na norma internacional ISO 14001, no entanto, tem seu

foco principal na certificação, que pode ser considerada como um fator limitante das

metodologias de Prevenção, em relação ao marketing ambiental, mas que pode ser também

uma vantagem em relação ao SGA, pois não adiciona custos com certificação para a

empresa.

Conclui-se que o importante no entanto, seja qual for a metodologia adotada, é assegurar

que a ética organizacional seja praticada pelas empresas para que estas não utilizem os

instrumentos de gestão como marketing enganoso de melhoria do desempenho

ambiental.

Este referencial teórico teve como objetivo fornecer a base para o entendimento da

metodologia P+L, para que se possa avaliar os tipos de medidas adotadas no estudo de caso

EMBASA, o nível de eficiência destas, os benefícios ambientais, econômicos, sociais e

outros que a aplicação da metodologia pode trazer a um processo produtivo. Além das

barreiras, limitações e possibilidades de integração com outras metodologias com a

finalidade de suprir as lacunas existentes.

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O processo de definição da estratégia de aplicação da metodologia P+L, desenvolvida

pela UNIDO/UNEP, na empresa EMBASA, demandou compreender alguns dos

elementos que caracterizam o ambiente empresarial, para identificar os atores a serem

envolvidos no processo e o papel a ser desempenhado por cada um deles, de maneira a

assegurar que o processo de capacitação pudesse ser desenhado e implementado visando

contribuir efetivamente para a internalização do conceito e prática de P+L na

organização.

4.1. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO

O conceito de uma Organização moldada a partir de princípios mecânicos, vem sendo

substituído pelo de organização vista como organismo vivo. Segundo Morgan (1996), as

organizações são sistemas abertos que necessitam de administração para satisfazer as

necessidades internas, assim como promover formas de adaptação às circunstâncias

ambientais.

O autor, a partir dessa definição, compara uma organização como um sistema orgânico,

semelhante ao de uma célula do organismo, ou de um população de organismos, onde

há um processo contínuo e portanto dinâmico, de trocas com os seus ambientes,

caracterizando os sistemas como “abertos”.

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Segundo Falconi (1998), uma empresa é uma organização de seres humanos que

trabalham para facilitar a luta pela sobrevivência de outros seres humanos. Essa

definição vem ao encontro do enfoque dado no conceito de desenvolvimento sustentável

relacionado com a necessidade de assegurar a sobrevivência das gerações futuras.

4.2. ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL

Segundo Wright e outros (apud GAVRONSKI, 2003) historicamente a estratégia

organizacional tem sido estabelecida a partir da análise de fatores associados ao

ambiente externo à empresa e ao ambiente interno. Os fatores associados ao ambiente

externo à empresa incluem:

- fatores sistêmicos do macro ambiente: macroeconômicos, internacionais,

tecnológicos.

- fatores estruturais do ambiente setorial: mercado, configuração e concorrência

Os fatores internos à empresa, por sua vez, estão relacionados com: capacitação

produtiva e para inovação, recursos humanos, infra-estrutura física.

A partir da análise de informações relacionadas com esses fatores, a empresa define o

seu cenário, avalia suas forças (Strength) e fraquezas (Weakness) para atender às novas

demandas (ambiente interno), assim como também, identifica as oportunidades

(Opportunities) e ameaças (Threaten) para o seu negócio (ambiente externo). Esta

análise é conhecida pela sigla de SWOT . (ANDREWS apud GAVRONSKI 2003).

4.3. O GERENCIAMENTO DA ROTINA DE TRABALHO NUMA

ORGANIZAÇÃO

Falconi (1998), define o Gerenciamento de rotina do trabalho como a condução de

ações e verificações diárias que cada indivíduo de uma organização tem sob sua

responsabilidade. O autor coloca ainda que uma organização só será competitiva se

todas as suas gerências forem competitivas. É por isto que o gerente deve procurar

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valores de referência, “benchmarking”, para seus itens de controle, ou seja, aspectos

importantes que devem ser medidos.

Estes valores subsidiam o estabelecimento de metas que, por sua vez, tem como origem

as necessidades da empresa para se manter viva, devendo portanto, serem atingidas se a

empresa deseja sobreviver. Segundo o autor, não existe gerenciamento sem metas e

quanto mais audaciosas estas forem, mais mudanças revolucionárias na organização

demandarão.

O que há de mais importante na área gerencial neste novo mundo, afirma Falconi, é

medir e eliminar todo tipo de inconsistência, insuficiência e desperdício, ou seja, todo

tipo de “perdas”. Pode-se dizer que o desafio de evitar “Perdas”, visto pelo lado da

vertente ambiental, está bem alinhado com o conceito de Produção mais Limpa

discutido até agora.

A Inconsistência significa falta de uniformidade, ou seja, cada hora é de um jeito

(MURA); insuficiência é por exemplo, usar uma matéria-prima de segunda para fabricar

um produto de primeira (MURI); desperdício, é o contrário, usar uma matéria-prima de

primeira para fabricar um produto de segunda (MUDA). Estas definições correspondem

ao conceito 3-MU, dos sistemas de qualidade que se encontra completamente alinhado

com ótica de P+L.

A essência do trabalho de um Gerente, portanto, é melhorar os seus resultados de tal

forma, que o somatório do seu trabalho assegure ganho de produtividade e, portanto, de

competitividade. Logo o seu papel na organização é definir e é claro, atingir METAS

visando resolver problemas.

No entanto, o gerente pode atuar na solução dos problemas, a partir de ações corretivas,

optando por manter o processo atual, apenas melhorando-o, ou através de ações

preventivas, podendo vir a optar por um processo inteiramente novo, com nova

tecnologia. O balanço destas ações caracteriza a gestão, podendo indicar a postura

voltada para a inovação tecnológica. (FALCONI,1998)

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4.4. A GESTÃO DO CONHECIMENTO

Segundo Terra (2001), é evidente que estamos vivendo num ambiente cada vez mais

turbulento, em que vantagens competitivas precisam ser, permanentemente,

reinventadas e setores de baixa intensidade em tecnologia e conhecimento perdem,

inexoravelmente, participação econômica.

Nesse contexto, o desafio de produzir mais e melhor, vai sendo suplantado pelo desafio,

permanente, de criar novos produtos, serviços, processos e sistemas gerenciais. Já a

velocidade das transformações e a complexidade crescente dos desafios não permitem

mais concentrar esforços em alguns poucos indivíduos, ou áreas das organizações.

A gestão da inovação e do conhecimento organizacional caminham, portanto, lado a

lado e as empresas “mais avançadas” são aquelas que estão derrubando as paredes

funcionais e criando uma “teia impecável” entre invenção, projeto, fabricação, vendas,

logística e serviços, permitindo que as decisões, assim como a criação, captação e

codificação do conhecimento estejam ocorrendo nos níveis mais baixos da organização.

Em decorrência disso, as expectativas nestas empresas, em relação à qualificação dos

empregados mais baixos da hierarquia e com relação ao papel da gerência, também são

revistas. Espera-se que os empregados sejam muito mais bem qualificados e que a

gerência, principalmente a situada no topo das organizações, seja capaz de comunicar as

estratégias da empresa, de forma que aqueles que estão nos níveis hierárquicos

inferiores possam tomar decisões alinhadas com estas estratégias.

Em paralelo, a esse movimento das empresas, observa-se que os trabalhadores vêm

aumentando, de forma considerável, seus patamares de educação e aspirações, ao

mesmo tempo que o trabalho passa a ter um papel central em suas vidas. De fato,

verifica-se que os “indivíduos organizacionais”, de forma crescente, realizam-se sendo

criativos e aprendendo constantemente.

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Essa coincidência aponta, de um lado, para uma grande oportunidade de se criar

círculos virtuosos de geração de conhecimento. Estes ocorrem no momento em que as

empresas, cientes na necessidade de se reinventarem, de desenvolverem suas

competências, de testarem diferentes idéias, de aprenderem com o ambiente e de

estarem sempre buscando grandes desafios, adotam estilos, estruturas e processos

gerenciais que desencadeiam a criatividade, tanto no plano individual como no coletivo.

Os estudos realizados por Amabile (apud TERRA, 2001) sobre criatividade profissional

no ambiente de trabalho apontam para a conjunção de três elementos:

- Expertise – conhecimento teórico ou intelectual que define o campo de exploração.

- Habilidades de pensamento crítico - capacidade de analisar uma situação.

- Motivação – emoção dedicada ao tema, desafio ou problema.

Os dois primeiros elementos segundo a autora, referem-se à matéria-prima” que cada

indivíduo possui, enquanto que o terceiro é o que o indivíduo realiza. As organizações

interessadas em aumentar a criatividade deveriam focar sua atenção no terceiro

elemento.

Os dois primeiros podem ainda serem melhorados mediante treinamentos específicos.

Ex. seminários técnicos, cursos sobre metodologias de resolução de problemas para o

primeiro aspecto e brainstorming, no segundo aspecto. O terceiro aspecto está

relacionado com a questão da autorealização.

Um trabalho apresentado na linha de modelos de aprendizado realizado por David.

Kolb, junto a 800 gerentes de empresas, gerou o Learning Style Inventory – LSI

(inventário de estilos de aprendizagem), o qual aponta que os diferentes grupos

funcionais das empresas apresentam estilos de aprendizagem semelhantes ao de seu

grupo e bem diferentes do de outros grupos funcionais.

Isso reforça a importância dos grupos multidisciplinares e da perspectiva sistêmica para

o aprendizado e inovação organizacional. (TERRA, 2001)

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4.5. OS GRUPOS FUNCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO E O CONHECIMENTO

Segundo Falconi (1998), as funções gerenciais demandam conhecimento. Quanto maior

o conhecimento de um indivíduo maiores são as possibilidades de definir e atingir metas

nunca antes imaginadas. Por outro lado, quanto mais bem treinado estiver o operador e

quanto menos anomalias houver, menos trabalhos haverá para a função supervisão e

consequentemente para a função gerencial. A reação portanto, tem um efeito cadeia na

estrutura organizacional.

Dessa forma, entende-se que quando se pensa em um processo de capacitação visando

atingir metas da organização é preciso avaliar como o conhecimento a ser adquirido no

processo de aprendizagem vai impactar nas várias esferas profissionais da organização

para subsidiar o levantamento de demanda e a definição do alinhamento necessário

entre os atores a serem envolvidos para que o aprendizado possa ser aplicado na prática

na empresa visando atingir a meta ao qual está atrelado.

Falconi (1998) coloca ainda que uma das pré-condições para o aprendizado é a

motivação. Se o colaborador imediato não estiver motivado para aprender não existirá

crescimento do ser humano, o que representa numa empresa, o aumento do valor

agregado no trabalho indivíduo. Uma processo de aprendizagem deve ser planejado

considerando aspectos que afetam a moral dos indivíduos:

- Fisiológico – Enfoca que o caminho é o aumento de produtividade: “Produzir mais,

melhor e ao menor custo”

- Segurança – Cria condições para que a pessoa queira permanecer na empresa, a

partir da sua valorização, da apresentação de novos desafios e de oportunidades para

mostrar competência.

- Sociais - Promove o trabalho em grupo sob todas as formas para aproximar as

pessoas e unir esforços. A organização vista como uma família.

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- Auto-estima – Reconhece a necessidade das pessoas de terem suas competências

reconhecidas. Promove eventos onde as pessoas possam mostrar suas realizações.

- Auto-realização – Crescimento contínuo através da promoção de educação e

treinamento da equipe. Estímulo à criatividade, ao auto aprendizado e mútuo

aprendizado.

Baseado na hipótese de que o conhecimento é criado a partir de vários processos de

conversão entre o conhecimento implícito e o explícito Nonato e Takeuchi (apud

TERRA, 2001), aponta 04 formas de conversão do conhecimento:

- Externalização – criação de conceitos, modelos para facilitar a comunicação dos

conhecimentos tácitos (práticos) que normalmente são difíceis de verbalizar.

- Combinação - baseia-se na troca de informações explícitas. Envolve o uso de

diferentes mídias (documentos, reuniões formais), redes computadorizadas etc.

- Socialização - processo pelo qual as experiências são compartilhadas e o

conhecimento tácito, ou modelos mentais e habilidades técnicas, são criados.

- Internalização - semelhante ao “learning by doing” – aprendendo fazendo, em que

os membros da organização passariam a vivenciar o resultado prático do novo

“conhecimento”, ou seja, desenvolveriam um conhecimento operacional.

Os autores, ainda colocam que as empresas líderes estão migrando do paradigma do

treinamento para o paradigma do aprendizado. O quadro a seguir apresenta alguns

elementos diferenciais entre os dois paradigmas.

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VARIÁVEIS PARADIGMAS DO TREINAMENTO

PARADIGMAS DO APRENDIZADO

Visão do processo

de aprendizado

- É um processo estritamente racional e depende, em grande medida, da metodologia adotada;

- Instrutor desempenha um papel fundamental;

- Ocorre, freqüentemente desconectado da realidade e

- Ocorre, principalmente pela absorção de conhecimento explícito;

- É um processo ativo e laborioso, que envolve todos os sentidos do corpo;

- Envolve um indissociável processo mental e emocional; - Processa-se, em grande medida no subconsciente; daí a

importância da intuição e do conhecimento tácito; - Resulta da resolução de tensões e liberação de

angústias, principalmente quando envolve avanços importantes;

- Depende das experiências, tentativas e erros de cada indivíduo; é um processo social que depende da interação com outros;

- Inclui a capacidade de combinar diferentes inputs e perspectivas e compreender relações complexas por um permanente processo de reformulação dos modelos mentais e mapas cognitivos;

- Está associado a mudanças de comportamento.

Método utilizado

pelas empresas

- Programas formais de treinamento;

- Treinamento individual por meio de diferentes mídias (inclusive computador).

Os mesmos do paradigma anterior e mais: - Aconselhamento; - Aprendizado em equipe; benchmarking; - Compartilhamento de idéias e conhecimentos por meio

de contatos informais etc. Conteúdo dos

programas

- Especialidades funcionais e técnicas gerenciais.

- Especialidades funcionais e técnicas gerenciais; - Estratégias de trabalho.

Fontes de

aprendiado

- Instrutores; - Profissionais internos e

externos.

- Todos os funcionários da empresa; - Várias fontes detentoras de conhecimento internas ou

externas às empresas.

Responsabilidade - Primordialmente da empresa. - Compartilhada entre funcionário e empresa mas,

claramente depende das iniciativas e atitudes dos funcionários.

Avaliação dos

resultados

- Pré-testes e pós-testes; - Satisfação dos alunos; - Avaliação formal e do grau de

aprendizado do conteúdo ensinado.

- Melhoria dos resultados do trabalho.

Quadro 9 - Comparação do paradigma do treinamento Fonte: Terra (2001)

A análise do Quadro 9 possibilita concluir que o processo de aprendizagem envolve um

conjunto de fatores vistos de maneira integrada e completamente conectados com a

realidade da empresa. Enfatiza fortemente a componente comportamental, valorizando e

estimulando o compartilhamento de experiências individuais; motivando o

comprometimento com atingimento de metas organizacionais.

Page 87: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Segundo Sveiby (1998), as grandes empresas normalmente têm dificuldades para

orientar uma estratégia voltada para o conhecimento e a criatividade, em função da

burocracia. No entanto, o autor sugere para lidar com esse problema, a formação de

pequenas equipes criativas, “pró-equipes”, dentro das grandes unidades, utilizando de

forma construtiva a energia gerada entre eles e a organização principal, que passa a ser

identificada como a “Organização das pró-equipes”.

Segundo Terra (2001), algumas diretrizes devem ser observadas para a formação das

“pró-equipes” responsáveis pela implementação das ações, definidas no plano

estratégico da organização.

Os membros não devem ser selecionados pelo nível hierárquico e sim pelas

competências específicas necessárias no desenvolvimento da tarefa enfocada. As

decisões devem ser democráticas e os conflitos compreendidos como oportunidades de

novas idéias e percebidos como contributivos. A comunicação deve ser ampla e as

relações podem romper a esfera profissional (abertas e de amizade).

Vale salientar que os Ecotimes, referidos na metodologia de P+L, desenvolvida pela

UNIDO/UNEP, desempenham papel semelhante aos das “pró-equipes”.

As “ ilhas de especialistas”, isto é, profissionais que formam “clubes” e criam suas

próprias culturas, podem causar problemas nas grandes empresas. O autor coloca ainda

que é uma boa idéia criar “duplas sincronizadas” formadas por um especialista e um

gerente, entre os quais, exista uma boa sinergia. Nesse processo é preciso identificar as

lideranças para que as ações tenham continuidade. Essas lideranças devem possuir

competência profissional para que despertem nos “atores” envolvidos, o que eles têm de

melhor.

4.6. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

O conceito de inovação tecnológica é, segundo Nicholas Ashford (apud Kiperstok,

2003), a primeira aplicação comercial bem sucedida de uma nova idéia técnica.

Page 88: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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No entanto, segundo Saenz e outros (2002) o processo inovativo, no nível das empresas,

pode considerar um outro conceito. Entendendo que a empresa é o centro da gravidade

da inovação, pois é onde ela se processa em locus, o autor define inovação tecnológica

como o processo pelo qual as empresas adotam modelos de produção de bens e serviços

que são novos para elas, independentemente de serem novos para seus competidores,

nacionais ou estrangeiros.

Portanto, pode-se dizer que inovação tecnológica é adoção, pela primeira vez na

empresa, de uma técnica que não precisa ser necessariamente nova, mas que traga

resultados antes não alcançados.

Segundo Kiperstok (2003), a inovação pode ser técnica, de mercado ou organizacional,

podendo ainda ser radical, ou incremental, dirigindo-se à busca por uma maior

competitividade das empresas. No entanto, depende de fatores internos e externos sobre

os quais, as empresas podem ter maior ou menor grau de influência.

Ainda segundo o autor, as inovações são induzidas na perspectiva da competitividade,

que por sua vez, é definida como a capacidade da empresa de formular e implementar

estratégias concorrenciais, que lhes permitam ampliar, ou conservar, de forma

duradoura, uma posição sustentável no mercado.

Para atingir padrões de produção e consumo sustentáveis, as empresas precisam ter

vontade, oportunidade e capacidade para mudar. A vontade depende tanto da atitude

como do conhecimento. A oportunidade pode advir de aspectos referentes à oferta e a

demanda. A capacidade de mudar tecnologicamente depende do crescimento do

conhecimento, ou de informação sobre por exemplo, tecnologias mais limpas. A gestão

adequada desse conhecimento pode levar a empresa à inovação tecnológica ambiental.

O desenvolvimento de tecnologias limpas, ou ainda, de instrumentos corporativos nessa

área, está condicionado a habilidade das empresas de associar desempenho ambiental

com ganhos de produtividade. Este argumento é apresentado por Porter e Van der Linde

Page 89: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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(apud BERGOUIGNAN; OLTRA; SAINT JEAN, 2003), com a denominação de

“inovation offsets”.

De acordo com os autores, a inovação está associada a 02 categorias: inovação de

processo que permite aumento de produtividade “process offset”, ou inovação de

produto “product offset”, relacionada com a alta qualidade do produto, ou com o seu

desempenho.

Kiperstok (2003) considera ainda outra categoria, a qual refere-se a inovação gerencial

que pode considerar adoção de práticas de gestão, princípios, estratégias de

desenvolvimento de programas de capacitação, a exemplo do objeto dessa dissertação.

No que se refere às inovações ambientais, o autor aponta ainda que as estratégias

competitivas atreladas ao princípio da P+L são: diminuir os custos de produção das

organizações para conquistar liderança de baixo custo e alimentar o valor agregado aos

produtos/processos para obter diferenciação.

O papel da norma ISO 14001 é enfatizado quanto a capacidade de alavancagem da

inovação tecnológica, a partir da cobrança de articulação entre pequenas e grandes

empresas definindo arranjos produtivos, visando um alinhamento de princípios de

gestão ambiental entre clientes, fornecedores e distribuidores, num esforço conjunto

para reduzir os riscos ambientais.

Os instrumentos de regulação também são destacados na indução à inovação mas, um

ambiente de estabilidade econômica e uma legislação ambiental estável, acabam

exercendo um papel de maior importância para a inovação ambiental.

É feita ainda a recomendação que a regulamentação ambiental deve ser exigente mas, ao

mesmo tempo, flexível, de forma a pressionar os agentes produtivos na busca de uma

maior ecoeficiência, aliando ganhos ambientais e econômicos. É recomendado que haja

uma mudança de uma simples posição de apreciação de práticas de Comando &

Controle – C&C, para o uso de instrumentos econômicos e de incentivo.

Page 90: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Segundo Hillary e Thorsen (1988) a combinação entre instrumentos voluntários e os

regulatórios (legislação) podem trazer grande contribuição para melhoria do

desempenho ambiental das empresas e consequentemente para o desenvolvimento

sustentável. Para tal, torna-se necessário simultâneas ações envolvendo as empresas e as

autoridades dos órgãos ambientais, fazendo com que estes instrumentos voluntários e

regulatórios funcionem de maneira integrada.

Assim entende-se que a legislação ambiental, por exemplo, pode ser constantemente

revisada para adequação de diretrizes baseadas em novos princípios e práticas de gestão,

induzindo as empresas a uma postura semelhante caracterizada por uma busca contínua

na melhoria das condições ambientais.

Por sua vez, os instrumentos voluntários, a exemplo das Normas ISO 14001 e ISO

9000, metodologias de P+L, podem ser adotados de maneira integrada e complementar,

com a finalidade de contribuir para tornar as empresas mais ecoeficientes.

Segundo Daroit e Nascimento (2000) a produção de inovações ambientais ou “eco-

inovações” requer um acúmulo de conhecimentos sobre o mercado, tecnologias

disponíveis e pesquisas científicas que permitam o desenvolvimento de soluções

ambientais que representem vantagens competitivas. Dessa forma, os autores colocam

que atender às demandas ambientais pode aumentar a fatia de mercado, ou descobrir

novos nichos que elevem os lucros da empresa.

Segundo Pupim (2003), para reforçar o processo de indução à inovação nas empresas,

torna-se necessário a criação de linhas de créditos que suportem projetos focados na

melhoria ambiental, com retorno de qualidade de vida e redução de custos futuros para

as empresas e sociedade em geral, sendo necessário entretanto, que haja transparência

na gestão dos projetos para gerar legitimidade do mecanismo.

Segundo Almeida (2003) algumas iniciativas estão sendo adotadas pelos Conselhos

empresariais mundiais visando direcionar as empresas para melhoria do desempenho

social, ambiental e econômico. Como exemplo, cita o “Índice de Sustentabilidade Dow

Page 91: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Jones”, índice bolsista, criado em 1999, para ajudar investidores internacionais a

identificar ações diferenciadas no mercado e privilegiar empreendimentos que aliem

solidez e rentabilidade financeira a uma postura comprometida com o desenvolvimento

sustentável.

O “Índice de Sustentabilidade Dow Jones” inclui critérios de avaliação de aspectos das

empresas classificados como intangíveis a exemplo de: reputação, marca, diálogo com

os stakeholders e capacidade de estabelecer parcerias com governos e organismos da

sociedade civil.

As ações de empresas incluídas nesta lista chegam a valer em média 20 % mais que as

do Índice Dow Jones tradicional. Pode-se citar 04 empresas brasileiras que já passaram

pela rigorosa seleção e fazem parte dessa lista do “Índice de Sustentabilidade Dow

Jones”: Embraer, Cemig, Itaú e Unibanco.

4.7. RESUMO DO CAPÍTULO 4

A definição de uma estratégia organizacional baseia-se na análise de fatores externos e

internos que definem um cenário e as prioridades a serem consideradas. No atingimento

das metas torna-se necessário um alinhamento de conceitos, obtidos a partir de

processos de aprendizagem que devem contemplar todos os níveis funcionais das

empresas.

De acordo com o conceito de organização, como organismo vivo, a principal vantagem

competitiva desta, baseia-se no capital humano, ou ainda no conhecimento tácito que

seus funcionários possuem, tendo em vista que este é difícil de ser imitado, copiado e

“reengenheirado”. É, ao mesmo tempo, individual e coletivo, levando tempo para ser

construído, sendo de certa forma, invisível, pois reside na “cabeça das pessoas”.

A gestão do conhecimento está, dessa maneira, intrinsecamente ligada à capacidade das

empresas em utilizarem e combinarem as várias fontes e tipos de conhecimento

organizacional para desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora

Page 92: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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que se traduzam, principalmente, em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e

liderança de mercado.

O processo de aprendizagem deve, no entanto, considerar um conjunto de fatores vistos

de maneira integrada e completamente conectados com a realidade da empresa,

enfatizando fortemente a componente comportamental, valorizando e estimulando o

compartilhamento de experiências individuais; motivando o comprometimento com

atingimento de metas organizacionais.

Para atingir padrões de produção e consumo sustentáveis as empresas, por sua vez,

precisam ter vontade, oportunidade e capacidade para mudar e inovar. A inovação

tecnológica é o processo pelo qual as empresas adotam modelos de produção de bens e

serviços que são novos para elas, independentemente de serem novos para seus

competidores, nacionais ou estrangeiros.

Portanto, pode-se dizer que inovação tecnológica é adoção, pela primeira vez na

empresa, de uma técnica que não precisa ser necessariamente nova, mas que traga

resultados antes não alcançados.

A capacidade de mudar tecnologicamente depende do crescimento do conhecimento, ou

de informação sobre por exemplo, Tecnologias mais Limpas. A gestão adequada desse

conhecimento pode levar a empresa à inovação tecnológica ambiental, com ganhos de

produtividade.

Outros mecanismos contribuem nesse processo, a exemplo da norma ISO 14001, que

tem um papel importante na definição de arranjos produtivos, visando alinhamento de

princípios de gestão ambiental. Os instrumentos de regulação como políticas estaduais

de meio ambiente, também podem ser citados, pois definem as diretrizes que devem ser

adotadas pelas empresas visando a melhoria do desempenho ambiental.

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A aplicação da metodologia P+L na EMBASA – Empresa Baiana de Saneamento, fez

parte de um Programa P+L mais amplo que demandou a definição de uma estratégia

que envolveu um processo de capacitação alicerçado na gestão do conhecimento, tendo

sido, por tanto, considerado aspectos de gestão estratégica, porte e localização das

unidades da empresa, com o objetivo de dar um caráter corporativo ao programa.

Os aspectos referidos foram analisados de maneira a fornecer inputs para a estratégia, a

qual foi construída com a participação direta da alta gestão da empresa. Esse capítulo

inclui o contexto do Setor de Saneamento em relação aos focos de melhoria que

determinam o valor das organizações e os interesses das partes interessadas e as inter-

relações destes elementos de gestão com os pilares da ecoeficiência:

��Social

��Econômico

��Ambiental

Além disso, foi feita uma análise das diretrizes gerenciais adotadas pela EMBASA, em

relação aos pressupostos da metodologia P+L, para apontar os aspectos que motivaram

a empresa a aplicar a metodologia em seus processos produtivos.

Page 94: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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5.1. O CONTEXTO DO SETOR DE SANEAMENTO

No Brasil, um dos principais problemas que afetam a eficiência dos serviços de

abastecimento de água está relacionado à elevada perda de água que ocorre nos

sistemas. Em 2000, a média nacional das perdas de faturamento (englobando perdas

reais e aparentes) foi de 40 %, com os maiores valores alcançados de 70 % e os menores

valores de 20 %. (PMSS, 2001)

Essas perdas produzem impactos negativos em relação a diversos aspectos: no meio

ambiente (maior demanda de água); nos custos (maior necessidade de investimentos em

novas instalações de produção e de distribuição de água, maiores custos operacionais no

tratamento); nas receitas (redução do faturamento, diminuindo geração de caixa das

empresas); na distribuição regional relacionada com disponibilidade hídrica (por

exemplo, no Nordeste, onde há escassez de recursos hídricos e no Sudeste, onde se

concentra a maior parte da população). (PMSS, 2001)

Nos últimos anos, ações importantes vêm sendo desenvolvidas visando o combate às

perdas, o que tem contribuído para a sua redução gradual. Em 1995, a média nacional

era de cerca de 50%. Alguns Programas do Governo Federal têm reforçado a

importância das ações focadas na redução das perdas de água e na conservação dos

recursos hídricos, através do uso racional da água.

Como exemplo cita-se o PNCDA – Programa de Combate ao Desperdício de Água e o

PMSS – Programa de Modernização do Setor de Saneamento. Os Programas financiam

investimentos em estudos e pesquisas nesta área. Além disso, outros mecanismos

importantes de estímulo à eficiência vêm sendo propostos, como por exemplo, a outorga

e a cobrança da água, a regulação tarifária e de prestação de serviços. (PMSS, 2001)

Para se ter idéia da importância de atuar no Setor de Saneamento objetivando uma

melhor ecoeficiência dos processos, segundo Gonçalves (apud FERREIRA A., 2001)

até mesmo em países com água em abundância, as perdas são motivos de preocupação,

Page 95: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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visto que este bem, antes de ser utilizado pelo consumidor, normalmente deve ser

tratado, armazenado e distribuído.

Todas essas operações, por sua vez, exigem equipamentos e instalações onerosas,

produtos químicos, energia elétrica, concentração de recursos humanos e outros custos

diretos e indiretos, impactando toda uma cadeia produtiva.

Pesquisa realizada pela Secretaria de Política Urbana (SEPURB), do Ministério do

Planejamento e Orçamento, aponta como um dos fatores para a ineficiência na prestação

de serviços das empresas do setor de saneamento, o elevado índice de perda de

faturamento. Os Relatórios do PMSS, apesar de contribuírem para diagnosticar a

problemática, não apresentam informações suficientes para identificar as causas das

perdas físicas, ou não físicas. (SILVA et al apud FERREIRA A., 2001)

As perdas físicas representam a parcela de água não consumida e estão associadas a

vazamentos no sistema, que compreende a captação, a adução, o tratamento, a

reservação e a distribuição da água. As perdas não físicas, por sua vez, representam o

volume de água consumido e não registrado, tendo origem nas ligações clandestinas, ou

não cadastradas, nos hidrômetros parados, ou que fazem submedição, nas fraudes em

hidrômetros, entre outras. (SILVA et al apud FERREIRA A., 2001)

Apesar do elevado índice de perdas e desperdícios constatado no Setor de Saneamento,

as demonstrações contáveis não evidenciam, em termos monetários, o montante relativo

a essas perdas. A prática normalmente é escriturar despesas e perdas em rubricas

diferentes e apresentá-las de forma globalizada, perdendo-se preciosas informações

relacionadas com a operação dos sistemas.

Considerando a probabilidade de privatização das empresas brasileiras de saneamento

básico, a identificação das causas das perdas pode representar uma oportunidade para

tornar as empresas do setor mais eficientes e rentáveis contribuindo para chamar a

atenção de investidores.

Page 96: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Segundo Oliveira R. (2001), verifica-se na prática da gestão do Saneamento, variáveis

emergentes de influências, tais como: nova abrangência da consciência social, das

demandas de clientes, e em especial da abrangência das oportunidades de ganho, onde

as próprias organizações e seus acionistas, passam a reconhecer e a explorar as

oportunidades de ganhos trazidas por todas as partes, bem como suas demandas,

desenvolvendo meios para otimizar o desempenho de processos e suas produtividades, a

partir da apropriação, de forma interdependente, dos fatores relacionados com a

qualidade, com o conhecimento, a tecnologia, o meio ambiente, o ocupacional e com o

sócio-econômico amplo.

Neste entendimento, o conceito de perdas no processo, que ameaçam a competitividade

das empresas, expande-se para considerar novos elementos que merecem prevenção e

controle, além dos tradicionalmente tratados na dimensão restrita da qualidade. O

Quadro 10 resume os focos de melhoria destes elementos que hoje determinam o valor

de uma Organização e que são reconhecidos pela EMBASA.

FOCOS DE MELHORIA E FATORES DE PERDA DE VALOR EM VÁRIAS DIMENSÕES DA GESTÃO

FOCO DE MELHORIA

FATORES DE PERDA DE VALOR

QUALIDADE Tempo de ciclos de desenvolvimento e de produção Produtos e serviços não conformes Retrabalhos, Reclamações e insatisfações de clientes

CONHECIMENTO E TECNOLOGIA

Obsolescência do conhecimento. Obsolescência tecnológica, incluindo da tecnologia da informação.

MEIO AMBIENTE

Poluição e desperdícios em geral. Consumo de recursos naturais e de energia. Acúmulo de passivos ambientais. Degradação de recursos ambientais.

SAÚDE E SEGURANÇA

Lesões e doenças ocupacionais, Invalidez ou mortes Perdas patrimoniais devido a acidentes Acúmulo de passivos ocupacionais Absenteísmo ocupacional

SOCIAL INTERNO Rotatividade da mão-de-obra Acúmulo de passivos trabalhistas em geral Disputas e pendências, Desconfiança e desmotivação

SÓCIO- ECONÔMICO AMPLO

Danos à propriedade e aos bens culturais e ambientais externos. Desqualificação de cidadãos para o trabalho. Perda da renda per capita regional ou local. Degradação da imagem e da credibilidade. Doenças e lesões em populações. Endividamento financeiro geral.

Quadro 10 – Focos de melhoria e fatores de perda Fonte: Carvalho, 2000

Page 97: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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É possível verificar no Quadro 10, que os 03 pilares da ecoeficiência: social,

econômico e ambiental, discutidos nos capítulos anteriores dessa pesquisa, estão

representados também, nos focos identificados como de melhoria na gestão das

empresas.

Visando o entendimento da prática organizacional da EMBASA, discute-se a seguir,

um pouco mais, sobre um outro aspecto da gestão a ser considerado no contexto das

Organizações, o qual diz respeito ao conceito de Cadeias Produtivas.

Segundo Oliveira R. (2001), o conceito de empresa individual deixa de ser a

preocupação maior dos modernos sistemas de gestão, sendo, cada vez, mais substituído

pelo conceito de Cadeias Produtivas, onde acionistas, fornecedores e clientes (definidos

como partes interessadas) fazem parte das preocupações estratégicas de médio e longo

prazos da empresa.

As partes interessadas, atualmente, têm a capacidade de dirigirem o foco das

Organizações, conforme demonstra de forma condensada, o Quadro 11 a seguir.

PARTES INTERESSADAS

PRINCIPAIS INTERESSES

FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES

Cliente Qualidade e preços justos Satisfação e fidelidade

Acionistas, Gestores e membros

Retorno ao investimento e rentabilidade Segurança das informações.

Resultados operacionais e financeiros: produtividade e lucro. Atualização tecnológica.

Força de trabalho e sindicatos

Qualidade de vida, empregabilidade, horas de trabalho, condições de trabalho, ética no trabalho, remuneração, segurança, saúde, reconhecimento, etc.

Demonstração das responsabilidades ocupacional e social interna.

Governo e seus Órgãos Impostos e cumprimento aos requisitos legais aplicáveis.

Demonstração das responsabilidades legais, tributárias, trabalhistas, ocupacionais, sociais e ambientais.

Comunidades e populações afetadas ONGs em geral

Qualidade de vida: geração de empregos, benefícios prática e socioeconômicos, Meio ambiente sadio, promoção da saúde, etc.

Demonstração das responsabilidades ambiental e socioeconômica ampla.

Quadro 11 – Partes interessadas, seus interesses e foco para as organizações Fonte: Carvalho, 2000

Page 98: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Quando analisa-se as informações no Quadro 11, em relação aos interesses das partes

interessadas, percebe-se que mais uma vez, encontram-se presentes os pilares da

ecoeficiência, e que, o foco das organizações está, principalmente, na demonstração das

responsabilidades socioambientais e nos resultados econômicos.

Dessa forma, fecha-se o ciclo: a sociedade pressiona as organizações, estas respondem

às pressões e pressionam os parceiros (fornecedores) a estarem alinhados com seus

princípios de gestão, estendendo a toda Cadeia Produtiva o compromisso com o

desenvolvimento sustentável.

Neste cenário, onde também existe uma forte tendência de globalização do mercado e

de muita competitividade, vê-se que as empresas estão cada vez mais implantando

modernas estratégias de produção.

A esses novos princípios de gestão, está associado um conjunto de técnicas com eles

compatíveis e que as organizações começam a dominar, fazendo com que os seus

dirigentes obriguem-se a repensar o processo produtivo de uma maneira mais integrada,

reavaliando constantemente as estratégias empresariais, de forma a obter incrementos

contínuos nos índices de produtividade e qualidade, com responsabilidade social e

ambiental crescentes.

A instalação desse novo paradigma sócio-econômico e ambiental vem provocando

enormes transformações em todos os setores produtivos, em especial no setor de

saneamento, em função dos processos de privatização que vêm sendo efetivados.

Dentre as transformações referidas anteriormente, destacam-se a intensificação da

competitividade entre empresas, setores industriais e países; a aceleração no ritmo de

mudanças no ambiente empresarial e; a consolidação da informação e do conhecimento,

com recursos fundamentais de produção. (CASSIOLATO, 1998)

Para sobreviverem no novo ambiente de negócios, onde as vantagens competitivas são

cada vez mais circunstanciais, ou seja, de acordo com as demandas emergentes, as

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empresas passam a gerar, em ritmo cada vez mais rápido, inovações tecnológicas

visando a geração de novos produtos e processos, a redução de custos e desperdícios

etc. (KIPERSTOK, 2003).

Os avanços nas tecnologias organizacionais vêm sendo portanto, implementados de uma

forma tópica e localizada, exigindo uma visão mais integrada e holística. Além disso,

nota-se que as ferramentas de avaliação e controle, indispensáveis para assegurar a

continuidade dos processos de gestão implementados, são frágeis e muitas vezes

inconsistentes com os objetivos estratégicos definidos pelas empresas. (MORGAN,

1996)

Desta forma, verifica-se a necessidade de um sistema de monitoramento que identifique

os desperdícios e priorize corretamente o ataque a eles. A alteração da forma de

gerenciamento impõe uma coerente alteração no modelo de controle das atividades

associadas ao sistema de gestão, em especial, à gestão de pessoas, processos e

resultados.

Neste contexto, a metodologia de Produção mais Limpa, baseada no conceito de

Prevenção da Poluição, apresenta-se como um instrumento de gestão ambiental capaz

de promover intervenções no processo tornando-o mais ecoeficiente, adequando-o às

novas necessidades de mercado.

A estratégia de aplicação da metodologia P+L na EMBASA considerou o diagnóstico

de percepção realizado junto aos técnicos que participaram do Programa P+L como

instrumento de pesquisa para analisar os resultados obtidos, nas unidades operacionais

da empresa, e para verificar a maneira que P+L impactou sobre os elementos

identificados como focos de melhoria dos fatores de perda de valor, nas várias

dimensões da gestão da empresa, referidos no Quadro 10.

Esta análise deverá contribuir no processo de avaliação do grau de internalização do

conceito e práticas de Produção mais Limpa, por parte dos participantes do programa, e

no alinhamento da metodologia P+L com os elementos considerados pela EMBASA e

Page 100: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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outras organizações modernas, como focos de melhoria dos fatores de perda de valor,

nas várias dimensões de gestão empresarial.

5.2. O SETOR DE SANEAMENTO E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Segundo Kiperstok, (2003) o Setor de Saneamento, identificado como Setor Industrial

de Utilidade Pública (Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE), do

ponto de vista da inovação ambiental e do desenvolvimento sustentável, detém um

posicionamento estratégico por gerir a água, um dos principais recursos naturais,

constituindo-se portanto, em um canal direto e prioritário de contato com a grande

maioria da população do estado.

A análise de dados de produção de água x consumo (Bahia), correspondente ao período

de 1990-2000, feita pelo autor, demonstra uma diferença bem significante entre

produção e consumo de água potável, e que as perdas de água, mesmo tendo diminuído

ao longo dos anos, ainda se apresentam muito elevadas, denotando uma grande

ineficiência dos sistemas públicos de abastecimento. (KIPERSTOK, 2003)

O autor entende que a inovação tecnológica tem de ser gerada para aumentar a

ecoeficiência dos sistemas hídricos urbanos, sugerindo para tal, o desenvolvimento de

pesquisas que considerem, entre outras alternativas, tecnologias mais limpas de

tratamento de águas e efluentes líquidos e formas de adequação da qualidade de água

aos diversos usos. (KIPERSTOK, 2003)

Dessa forma, a percepção do caminho de P+L é fundamental, para que a empresa possa

gerar inovação ambiental e garantir o duplo dividendo, a qual pode se dar a partir da

inserção em redes de informação onde ocorrem a troca de conhecimentos necessários,

sejam tecnológicos, gerenciais ou comerciais.

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5.3. A EMBASA E O PROGRAMA P+L

A EMBASA é a empresa de saneamento da Bahia que atua na área de sistema de água

e esgoto em mais de 80 % dos municípios do estado, conforme pode ser observado na

Tabela 1.

Tabela 1 – Dados Gerais: Estados e Área de Concessão

ÁREA DE CONCESSÃO ATENDIMENTO ITEM ESTADO

DA BAHIA TOTAIS ÁGUA ESGOTO ÁGUA % ESGOTO%

Número de Municípios 417 347 347 42(*1) 100 12,1

População Urbana 8.980.629 7.541.604(*3) 7.541.604 1.649.010 97,76(*2) 21

(*1) Nestes municípios são operados 25 sistemas convencionais e 17 com apenas sistemas de conjuntos habitacionais. (*2) Percentual do atendimento com relação à população urbana total das localidades atendidas em relação à população urbana total de área de concessão o atendimento é cerca de 96,1%. (*3) Corresponde à população urbana total de todos os municípios da área de concessão. A população urbana de todas as localidades atendidas é 7.541.604 hab. OBS: Além das sedes municipais a EMBASA atende com água 106 sedes distritais, 79 áreas urbanas isoladas, 266 aglomerados rurais e 365 pontos rurais dispersos. Fonte: Machado, 2002

Com o ingresso no Programa de Modernização do Setor Saneamento - PMSS, em 1995,

a EMBASA elaborou, e vem reformulando, o seu planejamento estratégico, definindo,

dentre outros valores norteadores de suas políticas e ações, a Responsabilidade Social e

Ambiental. Também foi definida a Política Ambiental da empresa e a Comissão Técnica

de Garantia Ambiental – CTGA, para auto-avaliações de seus empreendimentos e efeito

de licenciamento ambiental.

Segundo Oliveira R. (2001), a EMBASA vem desenvolvendo esforços para se tornar

mais competitiva, e o entendimento de que instrumentos de gestão ambiental são

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necessários para dar suporte a busca de um desenvolvimento sustentável é fundamental

neste processo.

O mecanismo de aplicação de instrumentos de gestão ambiental, no entanto, deve ser

analisado visando a obtenção de melhores resultados para a empresa, requerendo

portanto, uma análise no plano estratégico. A tarefa de se formar profissionais capazes

de usar eficientemente tecnologias de Produção mais Limpa e, através deste uso,

criarem organizações mais competitivas, é uma atividade de longo prazo, que envolve,

por exemplo, as lentas mudanças comportamentais.

Foi a partir das premissas acima que o Programa de P+L na Empresa Baiana de Águas e

Saneamento S.A. – EMBASA foi estruturado pela autora dessa dissertação, em conjunto

com a Gerência de RH – Recursos Humanos, a Diretoria de Operação e as

Superintendências Regionais, com total apoio da Diretoria Administrativa e da

Presidência da empresa.

O Programa na sua 1ª fase, envolveu 16 unidades de negócios da empresa, sendo 15

unidades de tratamento de água e 01 de esgoto, de modo a fomentar uma prática de

gestão empresarial apoiada nos pilares da ecoeficiência, como fator de competitividade

e de sobrevivência.

O Programa P+L na empresa teve um caráter “orgânico”, ou seja, não mecânico e

dinâmico, relacionando às questões práticas e reais de maneira integrada. Essa linha

adotada visou tornar o Programa estrategicamente consistente, ou seja, efetivamente

incorporado ao dia-a-dia das operações e às diretrizes gerenciais da empresa. A

metodologia P+L desenvolvida pela UNIDO/UNEP foi o instrumento de gestão adotado

para atingir os objetivos propostos pelo Programa.

De acordo com referencial teórico, a metodologia P+L propõe uma interpretação do

processo produtivo como um todo, e não de suas partes componentes isoladas, na busca

de melhorias globais do processo da empresa, em detrimento de melhorias localizadas,

Page 103: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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através, principalmente, da redução e otimização do uso de materiais, insumos e

energia.

A Figura 7, representa este modelo de processo produtivo, onde a energia e os materiais

são recuperados, ou recicláveis, os efluentes líquidos e as emissões de gases são

tratados, os resíduos sólidos são dispostos adequadamente e os subprodutos são

comercializados.

Figura 7 - Redução e otimização do uso de materiais, insumos e energia no processo produtivo Fonte: Kliemann, 2000

A metodologia P+L implica portanto, no estudo criterioso da cadeia de causas e efeitos

nos processos de produção e de gestão, de modo a reduzir, minimizar eventos

indesejáveis, ou efeitos adversos de impacto negativo para o meio ambiente. Segundo

Oliveira R. (2001), esta proposta está alinhada com as diretrizes gerenciais da empresa.

Além disso, de acordo com a análise feita no item 0, vê-se que a metodologia de

Produção mais Limpa pode ser correlacionada com os diversos aspectos que fazem

parte de uma organização e que são consideradas como diretrizes gerenciais da

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Page 104: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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EMBASA: os focos de melhoria, os fatores de perda de valor e de interesse em várias

dimensões da gestão.

Dessa forma, a EMBASA considerou a metodologia P+L, um instrumento de gestão

alinhado com a prática de gestão empresarial da empresa, entendendo que o mesmo

contribuiria para o atingimento de suas metas focadas na busca de melhoria de

desempenho econômico, socioambiental e de imagem junto às partes interessadas.

5.4. COMO A EMPRESA FOI SENSIBILIZADA A INVESTIR EM P+L

No ano de 2000, a área de meio ambiente do SENAI-CETIND coordenou um curso de

capacitação em P+L, ministrado pelo CNTL e custeado por um grupo de empresas

locais, do qual a EMBASA fez parte. Essa iniciativa envolveu ações de articulação

institucional em conjunto com o IEL – Instituto Euvaldo Lodi e a Universidade Federal

da Bahia com o objetivo de conhecer e avaliar a metodologia de P+L para assim definir

estratégias de disseminação desta no setor produtivo baiano.

Nesse primeiro momento, várias instituições de ensino participaram do curso através de

seus representantes, que trabalharam junto com os técnicos das empresas financiadoras

do curso e, que também, atuaram como pilotos na aplicação da metodologia nos seus

processos produtivos.

A EMBASA foi uma das empresas parceira na realização desse curso. O técnico da

empresa que participou do curso e aplicou a metodologia em uma das unidades de

tratamento de água, recomendou junto às diretorias de Meio Ambiente e de Operações

que a metodologia fosse aplicada em outras unidades, resultando numa solicitação ao

NPL-BA de um curso de P+L desenvolvido para atender a necessidade da EMBASA,

de acordo com a sua realidade.

A área de operação priorizada pela empresa foi a de tratamento de água, com 15

unidades, sendo que foi incluída uma unidade de tratamento de esgoto como piloto. Na

primeira fase do programa, o investimento foi focado na realização do curso de

Page 105: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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capacitação de 32 profissionais da empresa com o objetivo de formar consultores

internos na aplicação da metodologia, constituindo assim, as bases do Programa de

Produção mais Limpa da EMBASA.

5.5. O PROGRAMA P+L NA EMBASA

O Programa P+L na EMBASA foi desenhado tendo como foco principal um processo

de capacitação na aplicação da metodologia de Produção mais Limpa UNIDO/UNEP,

visando:

• promover o entendimento do conceito de Produção mais Limpa;

• capacitar técnicos na implementação da metodologia na empresa;

• melhorar o desempenho socioambiental e financeiro da empresa, através da

redução de perdas, desperdícios e de adoção de práticas ambientalmente

corretas.

A estratégia utilizada para a implantação do programa P+L na EMBASA considerou

como aspectos críticos a sensibilização, capacitação e comprometimento da alta direção

das 16 unidades operacionais que participaram do programa com o compromisso de

considerar P+L no plano estratégico da empresa. O programa considerou o

desenvolvimento de um conjunto de ações em 03 fases bem definidas:

1ª fase - Curso de capacitação na metodologia de P+L, no nível gerencial;

2ª fase - Aplicação e avaliação do diagnóstico de percepção para avaliar P+L como

fomento de ecoeficiência na empresa;

3ª fase - Massificação do conceito e da metodologia P+L na empresa, junto a área de

operação.

Page 106: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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O planejamento e implementação dessas ações representou um diferencial em relação a

outras experiências de aplicação da metodologia realizadas pelos NPLs, dada a

amplitude do trabalho que utilizou a metodologia P+L como parte do Programa P+L,

suportada por outras estratégias corporativas.

Na 1ª fase do Programa formatou-se o conteúdo do curso, priorizando os temas de

acordo com os objetivos a serem atingidos pelo programa P+L e realizou-se um curso

de capacitação com carga horária de 120 horas. A finalidade do curso foi conhecer,

discutir e aplicar a metodologia de Produção mais Limpa nas unidades operacionais,

gerando 16 Relatórios, elaborados sob a orientação do consultor de Produção mais

Limpa do NPL/BA, também docente do curso Wagner Gerber.

O perfil dos participantes do curso para a 1ª fase do programa foi gerencial para

assegurar o comprometimento da alta direção na adoção ao programa. No entanto, foi

considerado importante ter a participação de técnicos na esfera operacional. Sendo

assim, a composição da turma foi de 02 representantes/unidade operacional participante

do programa (01 gerente da unidade e 01 técnico operacional).

Participaram da abertura do curso a alta direção da empresa: Diretor de Operação,

Administrativo, Gerente de Recursos Humanos e outros convidados com a finalidade de

mostrar para os participantes o grau de comprometimento e expectativas da empresa em

relação aos resultados esperados. Como parte do escopo do programa P+L, foi realizada

uma palestra de abertura do curso visando:

• apresentar o objetivo geral do programa e os benefícios que poderiam

decorrer deste para a empresa;

• fazer uma introdução sobre a metodologia P+L como base para elaboração

do diagnóstico preliminar do processo produtivo;

• dar orientações para o cumprimento da 1ª etapa da metodologia de P+L,

correspondente à elaboração do Diagnóstico Preliminar do Processo

Produtivo, a partir do levantamento de informações nas áreas de trabalho. Os

Diagnósticos, corresponderam a primeira tarefa do programa, tendo sido

apresentado durante o Módulo I do curso de capacitação;

Page 107: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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• demonstrar o comprometimento, em especial, da Diretoria de Operação no

suporte às unidades para levantamento de dados e realização dos trabalhos de

campo;

O curso de capacitação ocorreu ao longo de 07 meses, tendo sido dividido em 03

módulos de 40 horas de atividades em sala de aula, realizados a cada 2 meses,

intercalados com atividades de campo e atendimentos individualizados. As atividades

do curso consistiram em aulas expositivas, debates, resolução de problemas, elaboração

de relatórios e visita técnica a unidade de tratamento de água piloto com o objetivo de

orientar os participantes, in loco, de como realizar um diagnóstico para levantamento de

oportunidades de Produção mais Limpa.

Os atendimentos individualizados às unidades de operação foram realizados com a

finalidade de acompanhar e orientar a execução das tarefas de campo que

corresponderam a etapas do Projeto P+L. Cada unidade teve 04 atendimentos com

duração de 04 horas, sendo estes realizados quinzenalmente nos intervalos de um

módulo para o outro.

Os resultados obtidos especificamente do curso de P+L foram 16 Relatórios de Produção

mais Limpa (01/unidade), cujo conteúdo contemplou oportunidades de melhorias

identificadas no processo, as alternativas de Técnicas de Redução da Poluição propostas

para reduzir poluição com seus estudos de viabilidade técnica e econômica, indicadores de

monitoramento para medir desempenho, levantamento de barreiras para implantação das

Técnicas de Redução da Poluição e um plano de ação com ações, prazos, responsáveis,

recursos necessários, investimento financeiro.

Para fins de aprendizado da metodologia, foram registrados nos Relatórios apenas 05

oportunidades de melhoria/unidade de operação, tendo em vista a limitação de tempo para o

acompanhamento e avaliação destes, por parte dos consultores de P+L, com o objetivo de

checar o entendimento de conceitos e da própria metodologia.

Page 108: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Segundo depoimento dos participantes do curso, várias ações de melhoria foram tomadas

nas unidades, a partir do curso de capacitação, independentemente de serem, ou não,

registradas nos Relatórios.

Os Relatórios de P+L sinalizaram aspectos críticos das unidades com a finalidade de

subsidiar as ações da Diretoria de Operações na busca da ecoeficiência do processo

produtivo.

Ao final do curso de capacitação, os trabalhos foram apresentados num seminário

interno na EMBASA. Nesta apresentação estiveram presentes o Presidente da empresa,

os Diretores Administrativo, Financeiro, de Meio Ambiente e de Operações, Gerência

de recursos humanos, outras lideranças e técnicos, a fim de divulgar os esforços da

empresa envidados na busca da ecoeficiência, e de demonstrar que o programa era

prioridade da alta direção, abrindo espaço para a adoção deste, por parte de outras

unidades.

Pode-se afirmar que o conjunto de ações complementares adotadas durante o programa, a

exemplo: definição de critérios para a composição da turma (gerente apoiado por um

supervisor), o processo de sensibilização e as atividades de acompanhamento da alta

direção da empresa caracterizou o programa P+L, como uma iniciativa de abrangência

corporativa .

O processo de capacitação provocou um repensar do processo produtivo, quebrando antigos

paradigmas, instrumentalizando a gerência para atuar na liderança do processo de

replicagem do conceito e da prática de P+L, junto aos seus liderados. Essa estratégia ainda

promoveu um alinhamento de conceitos e práticas na esfera gerencial e estimulou uma

integração e troca de experiências muito grande, principalmente durante o curso.

A 2ª fase do programa P+L na EMBASA consistiu na avaliação do impacto da

Produção mais Limpa como mecanismo de ecoeficiência empresarial, a partir da

identificação das possíveis relações do Programa P+L com as diretrizes e estratégias

Page 109: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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empresariais da EMBASA, tendo como base os focos de melhoria dos fatores de perda

de valor, nas várias dimensões da gestão da empresa.

A Gerência de Recursos Humanos da empresa desenvolveu um questionário,

Diagnóstico de Percepção, tendo como objeto de questão: Produção mais Limpa é

mecanismo estratégico de ecoeficiência empresarial? Este questionário foi aplicado

junto aos gerentes/técnicos de cada unidade operacional participante do curso de P+L.

A estratégia de fazer com que o corpo gerencial avaliasse a metodologia de P+L,

enquanto instrumento de gestão, estabelecendo uma correlação com as diretrizes

estratégicas da empresa, agregou valor ao processo de aprendizagem, favoreceu uma

constatação pelos próprios participantes sobre a importância do programa P+L para a

empresa, levando a uma motivação para a replicagem da metodologia na esfera

operacional, com o comprometimento de apoio por parte das gerências diretas das

unidades.

A 3ª fase do Programa decorreu em atendimento às sugestões apresentadas pelos

Gerentes das Unidades de Negócios que participaram da 1ª fase do programa. A

empresa promoveu um curso de P+L (40 hs), cujo público-alvo foi 60 supervisores de

várias unidades de operação de ETA – Estação de Tratamento de Água, ETE – Estação

de Tratamento de Esgotos e outras áreas da empresa. O curso teve 02 turmas e a docente

deste foi a autora dessa dissertação.

O objetivo do curso, nessa fase do programa, foi massificar a prática de P+L através da

inclusão dos supervisores e operadores no processo de capacitação, para que estes,

pudessem reforçar e dar continuidade, com o suporte das suas gerências diretas, ao

Programa P+L na EMBASA.

Como parte do processo de aprendizagem, assim como foi feito no 1º curso de P+L,

definiu-se atividades de campo, para que os conhecimentos adquiridos em sala de aula,

tivessem um caráter prático.

Page 110: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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A estratégia adotada nessa fase do programa, foi fazer o movimento contrário ao da 1ª

fase, onde a sensibilização para aplicação da metodologia nas unidades da empresa se

deu de cima (alta direção) para baixo (operacional). Os supervisores foram capacitados

para retornarem aos seus postos de trabalho, alinhados com os princípios de P+L e

assim desenvolverem atividades visando retroalimentar o Programa de P+L da empresa,

num processo contínuo, a partir da participação e comprometimento de todos.

O conteúdo do curso e a condução dos trabalhos foram definidos de maneira a

contextualizar os supervisores sobre a visão da empresa em relação ao programa P+L

(plano estratégico), definir conceitos, explicar a metodologia de P+L, exercitar a

capacidade de análise crítica das oportunidades de P+L propostas na 1ª fase do

programa, promover integração das equipes de trabalho, levantar a autoestima dos

participantes do curso, a partir da valorização do papel do profissional da área de

operação, no programa P+L na empresa, de acordo com os princípios do Ecoprofit, base

da metodologia P+L, referidos no item 2.4 dessa dissertação. Desta forma, o Curso de

Capacitação foi estruturado em 04 partes:

��Apresentação e discussão de conceitos e da metodologia P+L – Os conceitos

associados a P+L (Fim de Tubo, Prevenção da Poluição, Ecoeficiência, Projeto para

o Meio Ambiente, Análise de Ciclo de Vida e outros) foram discutidos à luz da

prática de gestão da empresa. A explicação das etapas da metodologia teve como

base a apresentação das oportunidades de melhoria identificadas na 1ª Fase do

programa – curso 120 horas.

��Análise crítica das oportunidades de melhoria - O processo de aprendizagem e

internalização da metodologia ocorreram a partir da discussão das oportunidades de

melhoria e Técnicas de Redução da Poluição propostas e adotadas na 1ª fase do

programa e da possibilidade de aplicação destas, em outras unidades da empresa

(replicabilidade).

��Aplicação de Pesquisa de Percepção – Foi realizada junto aos participantes do

curso, em relação ao caráter inovador das técnicas propostas, tipos de técnicas mais

adotadas, principais dificuldades/barreiras, e sugestões de melhoria.

Page 111: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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��Realização de atividade de campo - Consistiu no levantamento de informações

visando a atualização do estágio de implementação das medidas propostas na 1a.

fase do programa e o comprometimento, por parte dos participantes do curso, em

identificar novas oportunidades de melhoria, tornando o processo interativo e

dinâmico. Esta atividade teve como objetivo reforçar a aplicabilidade prática do

conhecimento adquirido no curso e promover uma integração dos supervisores com

os participantes do 1a curso P+L.

O Programa P+L da EMBASA foi desenhado numa parceria que envolveu a autora

dessa dissertação (coordenadora do NPL/BA), o consultor em P+L, a Gerente de

Recursos Humanos, o Diretor de Operações da empresa e os Superintendentes

Regionais.

A construção conjunta do programa foi um esforço no sentido de definir a melhor forma

de capacitar e comprometer as lideranças das unidades de operação para que, uma vez

internalizados os conceitos, a prática da aplicação da metodologia P+L fosse

incorporada na rotina de trabalho como diretriz da empresa.

5.6. RESUMO DO CAPÍTULO 5

O Setor de Saneamento caracteriza-se pelo alto grau de perdas e pela eminência de

privatização. Em função desse cenário, a EMBASA identificou que precisava ter seus

profissionais preparados para uma reavaliação de seus processos, sob a ótica da

Produção mais Limpa, visando principalmente a redução de perdas, com impacto direto

no seu valor de mercado.

O Programa de Produção mais Limpa na EMBASA considerou como instrumento de

gestão ambiental a metodologia P+L desenvolvida pela UNIDO/UNEP, alinhada com as

práticas de gestão adotadas pela organização, tendo envolvido as várias esferas

funcionais da empresa, a exemplo, da alta direção, operação, supervisão, recursos

Page 112: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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humanos, num esforço conjunto, para que o comprometimento com os resultados fosse

o maior possível.

Todas as etapas do Programa foram pensadas cuidadosamente considerando os aspectos

da gestão da empresa: diferentes realidades das unidades operacionais situadas nas

várias regiões do estado da Bahia, fatores motivacionais dos profissionais, prioridades

da empresa, ferramentas de qualidade, diretrizes corporativas e instrumentos de gestão

adotados (diagnósticos de percepção, relatórios 3 gerações etc).

A definição da estratégia de aplicação da metodologia de P+L na EMBASA teve sua

base na proposição que a alta administração tem um papel fundamental na gestão do

conhecimento, a partir da definição dos campos de conhecimento, no qual os

funcionários da organização devem focalizar seus esforços de aprendizado na

clarificação da estratégia empresarial e na definição de metas desafiadoras e motivantes.

O papel da área de Recursos Humanos foi fundamental no planejamento e

desenvolvimento das atividades. A autora dessa dissertação foi a responsável pela

definição da estratégia de aplicação da metodologia P+L, tendo atuado ainda como

docente dos cursos e como coordenadora do programa P+L na EMBASA.

As características apresentadas da estratégia de aplicação da metodologia P+L

UNIDO/UNEP utilizada na EMBASA representam um diferencial em relação a outras

experiências com a metodologia realizadas em empresas ou setores produtivos, e portanto, a

discussão dos resultados obtidos deverão trazer uma contribuição significativa na

identificação de aspectos que devem ser levados em consideração para assegurar que a P+L

seja considerada no plano estratégico da empresa, assumindo um caráter corporativo.

Page 113: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Esse capítulo está dividido em 02 partes, sendo que na primeira parte, apresenta-se e

analisa-se os elementos da metodologia UNIDO/UNEP, identificados nos Relatórios

P+L das unidades operacionais da EMBASA, com o objetivo de verificar a contribuição

que esse processo trouxe para tornar a empresa mais ecoeficiente.

Na segunda parte, avalia-se o impacto do programa P+L na empresa, de acordo com a

percepção de técnicos da esfera gerencial e operacional, assim como também, a

estratégia utilizada para disseminar a metodologia de maneira corporativa.

A Embasa possui 15 Unidades de Negócios situadas em municípios no estado da Bahia

e cada uma delas, por sua vez, opera várias Estações de Tratamento de Água-ETA. A

metodologia foi aplicada em 01 ETA piloto de cada unidade de negócio e em apenas 01

Estação de Tratamento de Esgoto- ETE.

As Estações variam muito em relação ao porte e a que tem maior capacidade de

produção é a ETA Principal que abastece a RMS – Região Metropolitana de Salvador.

O faturamento das unidades por volume de água tratada produzido (m3) também varia

muito.

Com a finalidade de caracterizar as Unidades operacionais da EMBASA onde a

metodologia foi aplicada, apresenta-se a Tabela 2 a seguir.

Page 114: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 2 – Caracterização das Unidades Operacionais da EMBASA

UNS ETA'S / ETE

N.º EMPREGADOS

CAP. PROD. ANUAL

(X 1000m³)

FATURAMENTO ANUAL (R$X1000)

FATURAMENTO VOL. PROD.

(R$/m³)

1. USU ETA Itamaraju 6 5.964,00 1.898,97 0,32

2. UNI ETA Irecê 10 8.400,00 7.000,00 0,83

3. UNB ETA Barreiras 9 10.300,00 5.000,00 0,49

4. UNF ETA Queimadas 6 1.363,91 705,87 0,52

5. USA ETA Sto. Antonio de Jesus 13 3.800,00 2.850,00 0,75

6. USC ETA Guanambi 10 4.294,85 1.617,18 0,38

7. USV ETA V. da Conquista 21 19.500,00 14.300,00 0,73

8. UNE ETA Itaberaba 11 5.361,12 2.955,00 0,55

9. USI ETA Ilhéus 4 1.720,00 940,00 0,55

10. UNA ETA Pojuca 5 2.522,88 720,00 0,29

11. USJ ETA Ipiaú 11 6.222,80 1.552,54 0,25

12. UNP ETA Paulo Afonso 11 5.249,32 3.615,49 0,69

13. UMB ETA Cobre 7 4.942,55 1.220,81 0,25

14. UNS ETA Sr. do Bonfim 5 2.940,76 1.945,08 0,66

15. RMS ETA Principal 77 284.984,00 51.236,22 0,18

16. USJ ETE Jequié 12 2.177,28 2.082,14 0,96

TOTAIS 218 369.743,47 99.639,30 0,27 *ETA - Estação de Tratamento de Água *ETE - Estação de Tratamento de Esgoto Fonte: Relatórios de P+L da EMBASA retirado de Oliveira R.(2001)

Os dados gerados com a aplicação da metodologia P+L nas unidades operacionais da

EMBASA foram analisados nos subitens, apresentados a seguir.

6.1. ELEMENTOS DA METODOLOGIA IDENTIFICADOS NOS

RELATÓRIOS DE P+L

As informações que foram extraídas, sistematizadas e analisadas dos 16 Relatórios de

P+L, contendo 76 oportunidades de melhoria, resultantes da aplicação da metodologia

Page 115: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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nas unidades operacionais da EMBASA, referem-se aos elementos da metodologia que

correspondem aos critérios de análise de ecoeficiência:

��Técnicas de Redução da Poluição mais utilizadas (quantidade e tipo), de

acordo com o organograma de P+L;

��Nível de aplicação de P+L alcançado pelas unidades, de acordo com o

organograma de P+L;

��Potencial de replicabilidade das medidas;

��Benefícios ambientais, a partir do percentual de redução de: água, energia,

resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas;

��Outros benefícios obtidos: saúde ocupacional, melhoria de imagem, aumento

de competitividade;

��Benefícios econômicos X Investimento financeiro total para implementar as

técnicas de Produção mais Limpa propostas nos relatórios.

De acordo com a metodologia, cada unidade operacional realizou um diagnóstico para

identificar as oportunidades de melhoria, elaborando um fluxograma do processo

produtivo, com suas etapas, entradas (matérias–prima e insumos) e saídas (produtos,

resíduos e subprodutos).

Como apenas uma ETE participou do programa, a ênfase desse estudo é o processo

produtivo das estações de tratamento de água, portanto, apresenta-se a seguir como

modelo a Figura 8 – Fluxograma do Processo Produtivo de uma ETA.

Page 116: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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ENTRADAS OPERAÇÕES – ETAPAS SAÍDAS

Água Bruta Energia Elétrica →

1. CAPTAÇÃO

→ Perda de Água Bruta

↓ Solução de Sulfato de Alumínio

(Base Úmida 12%)

2. COGULAÇÃO

→ Não se aplica

Não se aplica →

3. FLOCULAÇÃO

Água de descarga dos floculadores

Lodo dos floculadores Perda de água floculada

Água para lavagem de decantador →

4. DECANTAÇÃO

Água de descarga dos decantadores

Lodo dos decantadores ↓

Água para lavagem de filtro →

5. FILTRAÇÃO

→ Água de lavagem de filtro Água de descarga de fundo

Lodo dos filtros ↓

Energia elétrica - água para lavagem de decantador e filtro

Clorogás Flúorsilicato de sódio

Saco Plástico Cilindro de clorogás

6. RESERVAÇÃO

Emissões atmosférica – Pó de Flúor e Clorogás

Água para lavagem de decantador e filtro

Água para preparação de solução de sulfato

Água tratada para distribuição Água para consumo na ETA Perda por extravasamento

Clorogás Flúorsilicato de sódio

Saco Plástico Cilindro de clorogás

Fluxograma da Preparação da Solução de Sulfato de Alumínio Energia Elétrica

Saco Plástico Sulfato de Alumínio

( Base Úmida 12 % ) Água para preparação de solução Água para preparação de solução

de sulfato

7. Tina de solução

Água (vapor) Emissões Atmosféricas

Borra de Sulfato (Base Úmida 12%)

Saco Plástico Pó de Sulfato no saco Solução de Sulfato (Base úmida 12%)

Figura 8 – Fluxograma do Processo Produtivo de uma ETA Fonte: Relatórios P+L (2001)

A avaliação dos dados dos Relatórios ocorreu na 3ª Fase do Programa P+L, tendo sido

feita pelos participantes do curso, sob a orientação da autora dessa dissertação,

coordenadora técnica do Programa P+L na EMBASA e também docente do curso de

capacitação.

Page 117: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Os técnicos analisaram as 76 oportunidades de melhoria, identificaram as Técnicas de

Redução da Poluição propostas e o nível de eficiência destas, à luz da metodologia P+L,

verificaram ainda a possibilidade de replicabilidade, ou seja, de aplicação das Técnicas

de Redução da Poluição propostas, em outras ETAs/ETEs da empresa.

Além disso, foi feita uma análise dos investimentos necessários que foram levantados

para implementação das medidas, os benefícios econômicos e o tempo de retorno dos

investimentos, com a finalidade de avaliar a contribuição de P+L em relação ao pilar

econômico da ecoeficiência.

A análise crítica teve como produto 16 tabelas representando de maneira resumida os

Resultados do Programa nas Unidades Operacionais da EMBASA (vide apêndice A).

Nos itens a seguir, apresenta-se considerações sobre a análise dos dados constantes nas

tabelas referidas anteriormente.

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A análise das Técnicas de Redução da Poluição mais utilizadas (quantidade e tipo) foi

feita de acordo com o Organograma de Redução da Poluição baseado em LaGrega -

Figura 5. A compatibilização dos dados registrados nas tabelas resumo, encontra-se na

Tabela 3.

Tabela 3 – No. de medidas Aplicadas/ Tipos de Técnicas de Redução da Poluição

TIPOS DE TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA POLUIÇÃO

NO. DE MEDIDAS APLICADAS

Modificação Produto 0 Modificação Matéria-prima/Insumo 09 Modificação Tecnologia 08 Boas Práticas Operacionais – BPOs 43 Reciclagem Interna 20 Reciclagem Externa 04 * Fim de Tubo 13

Total 97 Fonte: Relatórios P+L (2001) – contribuição própria

Page 118: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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De acordo com a Tabela 3, vê-se que não foi proposta nenhuma medida de Modificação

de Produto, identificada no organograma de LaGrega como de redução na fonte

geradora. Esse resultado não representou uma novidade, pois segundo referencial

teórico, normalmente a adoção desse tipo de medida exige um estudo mais aprofundado

que pode inclusive, considerar uma ACV-Análise de Ciclo de Vida do produto.

A ACV tem o objetivo de verificar os aspectos relacionados desde a fase de extração de

matéria-prima, até o destino final pós consumo, ou seja, findo a vida útil do produto.

Outro instrumento de gestão ambiental que pode ainda ser considerado é o Projeto para

o Ambiente, o qual fornece as bases para especificação de um produto mais

ambientalmente correto.

No caso específico da EMBASA, o produto principal do processo é água tratada, que ao

contrário de muitos produtos decorrentes de atividades produtivas, não causa nenhum

impacto negativo ao meio ambiente, muito pelo contrário, representa um recurso

necessário à nossa sobrevivência.

A alternativa de mudança no produto, portanto, não é aplicável ao caso EMBASA, no

entanto, outras medidas P+L foram adotadas de maneira a melhorar a qualidade do

produto final água tratada, a exemplo de Boas Práticas Operacionais - BPOs.

De acordo com a Tabela 3, verifica-se ainda que o maior número de técnicas de redução

da poluição adotadas (43) foi do tipo Boas Práticas Operacionais, o que pode indicar

Produção mais Limpa como um instrumento de grande aplicabilidade em processos

produtivos, pois segundo sua própria definição, descrita no item 3.2.3, dessa

dissertação, essas medidas correspondem a alternativas de simples operacionalização

que normalmente demandam poucos recursos financeiros.

A análise dos investimentos necessários para implementação das medidas, registrados

na coluna “Investimento”, das Tabelas Resumo dos Resultados do Programa P+L,

também indicam que essas medidas foram as que demandaram os menores

investimentos.

Page 119: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Vale salientar que de acordo com depoimentos dos participantes do 1o curso, foram

identificadas e implementadas durante a fase de implementação do programa, várias

medidas de Boas Práticas Operacionais que não demandaram investimentos

significativos.

Algumas destas medidas no entanto, não foram registradas nos Relatórios P+L como

oportunidades de melhoria, pois para fins de aprendizagem da metodologia, foi feito o

registro e detalhamento nos Relatórios de no máximo 05 oportunidades de

melhoria/unidade de operação.

Como exemplo de medidas BPOs, que foram utilizadas pelas unidades, pode-se citar a

substituição de rotores das bombas de captação com impacto direto na redução do

volume de água de captação e no consumo de energia; a automação da captação e; a

instalação de comporta e registro no canal de água floculada, permitindo reduzir o

volume de descarga de água floculada. (Ex: Oportunidades 02, 03, 04 e 05 - Tabela 19).

Outro ponto observado em relação às medidas de Boas Práticas Operacionais, é que

normalmente elas estão sempre associadas a outros tipos de medidas de maneira

complementar. (Ex: Oportunidade 03 - Tabela 20).

Os principais tipos de medidas de Boas Práticas Operacionais adotadas pelas unidades

estão na Tabela 4.

Tabela 4 – No. de medidas/Tipo de Medidas Boas Práticas Operacionais

TIPOS DE MEDIDAS DE BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS

NO. DE MEDIDAS

Mudança de Procedimento 17

Mudança de Condições de Operação 19

Substituição/Adequação de Equipamentos 7

6.1.1.1.1.1.Total 43 Fonte: Relatórios P+L (2001) – contribuição própria

Vê-se na Tabela 4, que as medidas de mudança de condição de operação foram as mais

comuns nas unidades. Estas compreenderam medidas de manutenção de equipamentos,

Page 120: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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treinamento e conscientização. As medidas de mudança de procedimento foram o

segundo tipo que as unidades mais optaram. (Ex: Oportunidade 02 - Tabela 13).

A alternativa menos adotada de Boas Práticas Operacionais foi a de

substituição/adequação de equipamentos. Este resultado pode está associado à falta de

informações sobre outras opções de equipamentos, falta de recursos financeiros,

argumentos muito comuns por parte do setor produtivo. Ex: Oportunidade 05 - Tabela

15.

Vale salientar que o enquadramento das medidas, como sendo de

substituição/adequação de equipamentos, ou de modificação tecnológica, gerou muita

polêmica entre os técnicos da EMBASA. De acordo com o entendimento da maioria, a

simples mudança de um equipamento por um outro mais avançado representava uma

modificação tecnológica, daí a dúvida na classificação da medida de corresponder a

modificação tecnológica, ou Boas Práticas Operacionais (substituição/adequação de

equipamentos). Ex: Oportunidade 02 - Tabela 22.

O critério adotado na classificação, levou em consideração o grau de complexidade na

implementação da medida, a exemplo de nível de sofisticação do equipamento, recursos

financeiros necessários, necessidade de treinamento, nível de impacto provocado pela

medida no processo. Dessa forma, foram identificadas nas tabelas resumo, 06 medidas

de modificação tecnológica que foram:

1. Automação do conjunto elevatório - oportunidade 03 - Tabela 15

2. Instalação de soprador de ar na tina de preparação - oportunidade 04 - Tabela 15

3. Instalação de soprador, equipado com motor para produção de o ar - oportunidade 01 -

Tabela 16

4. Automação da captação através do NA do RAD - oportunidade 03 - Tabela 19

5. Substituição do sistema manual de remoção de sólidos, por processo mecanizado.

oportunidade 02 -Tabela 20

6. Substituição das hélices dos misturadores, instalação de compressores, para inserção

de ar no processo de mistura - oportunidade 01 - Tabela 21

Page 121: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Quanto ao aspecto econômico, quando analisa-se os investimentos associados às

medidas classificadas como de modificação tecnológica, ex: Oportunidade 03 - Tabela

15, pode-se constatar que os investimentos levantados nem sempre são muito altos (R$

1.500,00).

Com relação às medidas do tipo substituição de matéria-prima/insumos foram

identificadas 09, sendo 02 delas, relativas a alteração na característica da matéria-prima,

no caso água bruta, obtida a partir de uma simples mudança no ponto de captação (Ex:

Oportunidade 03 - Tabela 13 e Oportunidade 04 - Tabela 9).

As outras 07 medidas foram de mudanças de insumos e estavam associadas, na sua

maioria, ao agente coagulante sulfato de alumínio sólido, apontado como gerador de

resíduos sólidos, em função muitas vezes, de dosagens excessivas (Ex: Oportunidade 02

- Tabela 23).

Houve também uma medida de adoção do peróxido de hidrogênio (água oxigenada) em

substituição ao cloro como agente oxidante, responsável pela geração de trihalometano

na água, substância tóxica para os seres vivos em geral, formada a partir da reação do

cloro com matéria orgânica (Ex: Oportunidade 01- Tabela 12).

Em relação à reciclagem interna, foram identificadas 21 medidas, todas elas

relacionadas ao reaproveitamento de águas de lavagem e de descarga de filtros,

floculadores e decantadores (Ex: Oportunidade 01 - Tabela 12). A maioria das ETAs

adotaram essa medida associada a outras que incluíram opções de Boas Práticas

Operacionais (Elaboração de POPs – Procedimentos Operacionais Ex: Oportunidade 02

- Tabela 24).

Quanto a reciclagem externa, 04 medidas foram identificadas: a incorporação do lodo

desidratado no tijolo, em olaria (Ex: Oportunidade 01 - Tabela 16); aplicação do lodo

tratado, através de leito de secagem, na prática de gestão (Ex: Oportunidade 04-Tabela

20); aplicação do efluente líquido tratado na irrigação do cinturão verde no entorno da

ETE (Ex: Oportunidade 05-Tabela 20) e a parceria com usina de reciclagem de lixo para

Page 122: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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reciclagem dos sacos e embalagens dos insumos usados nas ETAs (Ex: Oportunidade 03

- Tabela 21).

Pode-se verificar que apesar da Prevenção da Poluição, base conceitual da metodologia

de P+L, não recomendar o uso de medidas de Fim de Tubo, (tecnologias de tratamento e

disposição de resíduos), estimulando a busca pela identificação da causa geradora do

resíduo e não simplesmente o tratamento deste, algumas unidades de operação optaram

por essas medidas (13).

Segundo depoimento dos técnicos, não houve tempo hábil para uma análise mais

detalhada de outras alternativas que minimizassem os problemas identificados na suas

fontes geradoras, tendo sido colocado que estes problemas seriam reavaliados no futuro.

A alternativa de Fim de Tubo mais proposta foi a de tratamento do lodo das estações, a

partir de leito de secagem. Ex: Oportunidade 02 - Tabela 15. Esse aspecto foi

considerado o mais crítico nas Estações de Tratamento, pois a maioria das estações não

tinha gestão alguma sobre o problema.

É importante registrar que, a situação da gestão ambiental nas unidades da empresa

apresenta-se de forma muito diferenciada de uma unidade para outra. O foco na questão

ambiental nas grandes unidades é maior, e algumas delas, encontram-se em estágios

mais avançados em função de diferentes tipos de pressões, a exemplo de requisitos

legais, demandas da sociedade etc.

Dessa forma, pode-se entender o fato de muitas unidades de operação considerarem

ainda a opção de Fim de Tubo, por si só, ou complementares às de P+L, um grande

avanço na gestão das questões ambientais. (Ex: Oportunidade 03 - Tabela 10).

Vale salientar que a metodologia de P+L não recomenda a adoção de alternativas Fim

de Tubo, mas também não a descarta (vide organograma de La Grega - Figura 5). O

proposto pela metodologia P+L, é tentar fazer a combinação de medidas visando o

abatimento da carga poluidora.

Page 123: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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No caso das unidades da EMBASA, a alternativa de P+L mais proposta em associação

com medidas de Fim de Tubo (construção de ETE - Estação de Tratamento de Efluentes

Líquidos/leito de secagem) foi a de reaproveitamento de água de lavagem dos filtros,

floculadores e decantadores (reutilização interna) (Ex: Oportunidade 01- Tabela 13)

Dessa forma, as medidas de Fim de Tubo mais adotadas nas unidades da EMBASA

corresponderam a: leito de secagem para tratamento de lodo; estações de tratamento de

efluentes líquidos e; armazenamento/acondicionamento para tratamento de resíduos

sólidos.

Na análise das medidas, leva-se em conta ainda os aspectos de transporte e embalagens,

considerados como transversais em P+L. Em relação a transportes, não foi registrada

nenhuma oportunidade de melhoria que focasse esse aspecto, embora tenha sido

entendido como um fator muito importante a ser observado no processo de decisão da

medida a ser adotada.

Este aspecto foi levantado durante as discussões sobre a alternativa de mudança de

insumo (sulfato de alumínio sólido para líquido), considerada por todas as unidades

como uma medida de alto potencial de replicabilidade em termos técnicos, tornando-se,

no entanto, inviável economicamente para algumas unidades, devido a questão de

custos associados à logística de transporte.

Em relação ao aspecto embalagens, verifica-se que foi proposta uma medida de

reaproveitamento dos sacos de insumos, utilizando-os na construção de ensecadeiras nas

barragens, medida essa de grande replicabilidade em várias unidades da empresa (Ex:

Oportunidade 04 - Tabela 24)

De maneira geral, pode-se afirmar que a classificação dessas medidas foi bastante

discutida pelos participantes dos cursos, gerando muitas dúvidas quanto ao

entendimento do que é, por exemplo, uma mudança ou adequação de equipamento ou

uma modificação tecnológica, como já foi comentado anteriormente.

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O que se nota, entretanto, como mais importante na aprendizagem, não é enquadrar as

medidas e sim entender o impacto destas no processo produtivo, tendo como base o

conceito de P+L de priorizar ações que foquem a identificação da causa do problema e

evitem, ou pelo menos reduzam, a poluição na sua fonte geradora.

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Na análise do nível de eficiência em P+L atingido pelas unidades da Embasa, a partir

das 76 oportunidades de melhoria identificadas, contabilizou-se o número de medidas

aplicadas de acordo com a classificação proposta na Figura 4 – Organograma de

Produção mais Limpa. Estes dados estão representados na Tabela 5 – No. de

medidas P+L aplicadas de acordo com os Níveis de eficiência P+L apresentada a

seguir.

Tabela 5 – No. de medidas P+L aplicadas de acordo com os Níveis de eficiência P+L

NÍVEIS DE EFICIÊNCIA P+L

NO. DE MEDIDAS APLICADAS

1 60

2 20

3 04

Total 84 Fonte: Relatórios P+L (2001) – contribuição própria

Pode-se verificar na Tabela 5 que a maioria das medidas adotadas em todo o programa,

(60) corresponderam ao nível 1, o que pode indicar um esforço das unidades da

EMBASA no sentido de avaliar as causas da geração de resíduos, atendendo o princípio

diretivo da Produção mais Limpa de buscar a raiz do problema.

No nível 2 – Reciclagem Interna registra-se 20 medidas, as quais tiveram foco no

reaproveitamento da água de lavagem de filtro, floculadores e decantadores. Essas

medidas visaram promover a prática de assumir a responsabilidade de gerenciar

internamente os rejeitos, matéria-prima e insumos relacionados ao processo produtivo.

Page 125: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Com a adoção dessas medidas a EMBASA teve como benefício o uso mais racional do

recurso natural água (matéria-prima do processo produtivo); redução na geração de

efluentes líquidos a serem descartados nos corpos d'água receptores; no número de

horas trabalhadas e no consumo de energia elétrica.

No nível 3 – Reciclagem externa e ciclos biogênicos verifica-se 04 medidas: utilização

do lodo da ETA em olarias (coprocessamento); uso do efluente líquido tratado da ETE –

Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos para irrigação de cinturão verde;

aplicação do lodo na agricultura; estabelecimento de parceria para reciclagem de

resíduo.

O Nível 3 representa um estágio inferior ao de reciclagem interna, pois os rejeitos não

são reaproveitados no próprio processo produtivo, envolvendo terceiros. No entanto,

considera-se a co-responsabilidade sob o uso adequado desses, visando um

reaproveitamento e/ou reincorporação na natureza sem causar impacto negativo.

Vale observar na Tabela 5 que o somatório de técnicas de P+L empregadas (84) não

corresponde ao total de oportunidades de P+L (76). A justificativa é que algumas

oportunidades de melhoria aplicaram mais de uma técnica, o que reforça o fato de que

na busca pela solução de um problema pode-se lançar mão de várias alternativas, de

maneira complementar.

Essa análise do nível de eficiência de P+L teve o objetivo de sinalizar as práticas de

gestão ambiental que estão sendo priorizadas pelas unidades operacionais da empresa,

em função do tipo de medida adotada por esta. Os resultados, analisados acima,

demonstram uma postura mais focada no controle e redução na fonte geradora dos

problemas ambientais, a partir da adoção de medidas, na maioria, de Boas Práticas

Operacionais (43).

A classificação do nível de eficiência foi baseada no organograma de Produção mais

Limpa, Figura 4, adotado pela UNIDO/UNEP, o qual não inclui as tecnologias de Fim

de Tubo, como técnicas de P+L. O organograma de LaGrega - Figura 5, todavia, não

Page 126: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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enfatiza essa diferença e denomina todas as opções apresentadas como Técnicas de

Redução da Poluição, orientando a ordem de priorização, sem especificar níveis de

aplicação.

É importante colocar que a análise para avaliar a postura de gestão ambiental das

unidades operacionais, baseada apenas no organograma de P+L pode não indicar

aspectos importantes que são verificados quando se utiliza o organograma de LaGrega

como referência, o qual inclui as tecnologias de Fim de Tubo, assim como outras

alternativas consideradas na mesma linha de redução da poluição.

No caso da EMBASA, para 03 oportunidades de melhoria foram propostas apenas

alternativas de Tecnologias de Fim de Tubo (Ex: Oportunidade de melhoria 03 - Tabela

21; Oportunidade de melhoria 03 - Tabela 18, Oportunidade de melhoria 04 - Tabela

20).

Além disso, as tecnologias de Fim de Tubo também foram utilizadas como medidas

complementares para outras 10 oportunidades de melhoria. Isto pode indicar um esforço

menor para a adoção de técnicas de redução da poluição.

Desta forma, pode-se dizer que para obter um resultado menos questionável em relação

a postura adotada na gestão ambiental, é preciso fazer a análise à luz do organograma de

LaGrega, o qual considera as tecnologias de Fim de Tubo.

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Como a EMBASA possui unidades operacionais espalhadas em vários municípios do

estado da Bahia (347), fez-se uma análise do potencial de replicabilidade das medidas

propostas em mais de uma unidade de operação e verificou-se que todas as

oportunidades de melhoria apresentaram potencial de serem replicadas.

Segundo avaliação feita pelos supervisores de operação (3ª fase do programa), no

diagnóstico de percepção, os problemas nas unidades de operação, são comuns, com

Page 127: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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algumas variações de uma unidade para outra, a depender do porte da unidade, tipos de

equipamentos, qualidade de água bruta etc.

A estratégia adotada no programa P+L da EMBASA de aplicar a metodologia em

unidades piloto foi percebida, na visão dos técnicos, como uma alternativa muito boa

para otimização dos recursos humanos e financeiros, desde que na avaliação do

potencial de replicabilidade das medidas propostas para os pilotos, como solução de

problemas comuns em outras unidades, fossem observadas as especificidades de cada

caso.

Além disso, foi colocado pelos supervisores que a prática de compartilhar as

experiências vivenciadas nos cursos de capacitação deveria ser estimulada e

internalizada na empresa. Foi dada ainda a sugestão, a partir dos dados gerados no

programa com a contribuição de todos, de elaborar um “Manual de Operação com foco

na Ecoeficiência”, visando consolidar de maneira prática esta estratégia na empresa.

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A metodologia UNIDO/UNEP prioriza o levantamento de dados quantitativos no

processo produtivo visando fazer um balanço de massa que contribua para medir o nível

de perdas. Além disso, a metodologia orienta o uso de Indicadores de Monitoramento de

Desempenho associados às medidas propostas, os quais expressam os valores de

redução obtidos.

A Tabela 6 apresenta o total de redução obtido em relação aos indicadores de

desempenho resultantes da compatibilização feita pela autora da dissertação. Os

indicadores levaram em consideração os aspectos ambientais mais priorizados pelas

unidades operacionais da EMBASA que participaram do Programa.

A compatibilização desses resultados teve o objetivo de criar elementos para

sensibilizar a empresa a dar continuidade ao Programa P+L, estendendo as ações a

outras unidades da empresa. Recomenda-se, a análise e validação dos aspectos críticos

Page 128: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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apontados neste programa, com a finalidade de definir indicadores relativos

corporativos (em relação a quantidade de água tratada – produto principal do processo

produtivo), que possam contribuir para o estabelecimento de metas baseadas em valores

de referência (melhores resultados obtidos pelas unidades).

Pode-se observar na Tabela 6 que os aspectos relacionados com produtividade, foram

os mais considerados para serem monitorados: consumo de matéria-prima (água bruta);

perda de produto final (água tratada); insumos (produtos químicos utilizados no

tratamento da água) e energia.

Tabela 6 – Indicadores de Monitoramento de Desempenho

INDICADOR DE DESEMPENHO TOTAL DE REDUÇÃO 1 – consumo de água bruta (m3/ano) 1.832.803,70 2 – consumo de água tratada (m3/ano) 960.154,68 3 – consumo de insumos (t/ano): 361.552

3.1 – sulfato de alumínio sólido 345,13 3.2 – cal hidratada 0,206 3.3 – flúorsilicato 0,686 3.4 – polímero 0,36 3.5 – cloro gás 14,05

4 – consumo de energia (kwh/ano) 3.799.345,00 5 – redução na geração de resíduo sólido ( lodo) (t/ano) 106.488,43 6 – redução na geração de efluente líquido (m3/ano) 313.412,50 7 – redução na geração de resíduo de embalagem de sacos (no. de sacos/ano)

6275

8 – redução na geração de substâncias tóxicas ( t/ano) 11,7 Fonte: Relatórios P+L (2001) – contribuição própria

Várias oportunidades de melhoria foram identificadas para reduzir o consumo de água

bruta e de água tratada que também implicaram em benefícios econômicos para a

empresa:

Redução no consumo de água bruta - Foi alcançado uma redução de 1.832.803,70

(m3/ano) em função de medidas de correção de vazamentos, a exemplo de substituição

de sistema de programador de horário por um sistema de nível de água armazenado no

reservatório de distribuição de água (automação) e o redimensionamento de

componentes do sistema (medidas de boas práticas operacionais complementares).

Page 129: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Redução no consumo de água tratada – De acordo com os dados da Tabela 6, as

medidas de P+L geraram uma redução de 960.154,68 (m3/ano) no consumo de água

tratada nas unidades operacionais.

As principais fontes de redução de perdas de água tratada de consumo interno

identificadas foram: na preparação de soluções (cloro, flúor e sulfato); na lavagem e

descarga de filtros, decantadores e floculadores; nos vazamentos; no extravasamento de

reservatório associado com erros no Macromedidor e; na água fora do padrão por má

operação.

A reutilização interna das águas de lavagem de filtros, decantadores e floculadores,

através da construção de reservatórios, ou elevatórias, reduzindo o lançamento de

efluentes nos rios, é um exemplo de medida adotada nas unidades.

O consumo de água tratada foi o aspecto mais enfatizado em todas as unidades de

operação e para o monitoramento desses indicadores foi estabelecida a prática de

elaborar relatórios de controle de volume de água consumida na descarga de

floculadores, decantadores, filtros e relatórios de macromedição (entrada de água bruta

na ETA e de água tratada distribuída).

Quanto ao indicador Consumo de Insumos, a redução mais significativa foi de 345,13

(t/ano) e está relacionada com o sulfato de alumínio sólido, o qual é utilizado na etapa

de floculação e é considerado como o maior responsável pela geração de lodo. No

entanto, é possível observar que outros insumos também foram apontados no

monitoramento, em função de fazem parte da composição do lodo.

Uma medida P+L adotada foi o estabelecimento de procedimentos para especificar o

grau de pureza dos insumos. Vale lembrar que resíduos representam materiais,

normalmente de alto custo, que foram transformados em subprodutos de baixo valor,

reduzindo a quantidade de produto principal e inserindo custos relacionados com as

alternativas de tratamento e disposição de resíduos.

Page 130: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Em relação ao aspecto energia, também monitorado, as principais medidas adotadas

que impactaram na redução do consumo no total de 3.799.345,00 (kwh/ano) foram:

reavaliação dos procedimentos operacionais adotados nas unidades no horário de pico;

substituição do agente oxidante peróxido de hidrogênio com redução de 100% do

consumo de energia relacionada com a etapa de pré-oxidação; mudança nas condições

de operação dos equipamentos (conjunto motor-bomba), tendo sido adotada inclusive

medidas de desligamento de equipamentos (misturadores).

Quanto aos aspectos mais diretamente relacionados aos impactos negativos ao meio

ambiente foram priorizados:

Redução na geração de resíduos sólidos – O valor total obtido de 3.799.345,00

(t/ano), está associado de maneira mais significativa, à substituição do sulfato de

alumínio sólido pelo líquido. Os principais resíduos das ETAs são o lodo oriundo das

etapas de floculação, decantação e filtração, e a borra de sulfato de alumínio gerada na

etapa de preparação.

Vale lembrar que de acordo com P+L, os resíduos sólidos nas empresas estão presentes

na maioria das atividades produtivas, são mais facilmente detectáveis, provêm de fontes

variadas e são identificados como passivo ambiental, comprometendo o valor de

mercado da empresa.

Redução de efluentes líquidos – Estes provenientes de águas de lavagem e de descarga

dos filtros, decantadores e floculadores que, quando descartados nos corpos d’água, são

responsáveis por acelerar o processo de erosão provocando o assoreamento dos rios e,

além disso, aumentando os índices de poluição.

Em conseqüência desse problema, a empresa deve empreender medidas corretivas como

recuperação de taludes que incorrem nos custos de produção. A redução de 313.412,50

(m3/ano) está associada principalmente às medidas adotadas nas unidades de redução de

consumo de água bruta e tratada.

Page 131: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Redução de embalagens - O total obtido foi cerca de 6275 sacos/ano. É possível

afirmar que esse valor pode ser muito maior, se for considerado que esta medida tem

um potencial de replicabilidade muito grande nas unidades operacionais, pois estão

relacionados aos insumos utilizados em todas elas.

Redução da formação de agentes tóxicos na água tratada – O valor de redução foi de

11,7 t/ano de trihalometanos, a qual se deu a partir da substituição de cloro na mistura

rápida pelo agente oxidante, água oxigenada.

Outra medida que merece ser ressaltada, apesar de não ter sido mensurada, é a de

substituição de sulfato de alumínio pelo sulfato férrico (ETA Principal), pois, também

reduz a quantidade de metais pesados nos corpos d’água. Esse aspecto é muito

enfatizado em P+L, pois, segundo referencial teórico apresentado nessa dissertação, um

programa para ser considerado eficiente deve reduzir também a quantidade de agentes

tóxicos.

De maneira conclusiva em relação aos aspectos monitorados no programa, nota-se que

as emissões atmosféricas não foram consideradas como indicador de desempenho pelas

unidades de operação. As principais fontes de emissões foram identificadas nos

fluxogramas de processo nas etapas de reservação (flúor e clorogás) e de preparação de

sulfato de alumínio (pó gerado na dosagem).

A análise das tabelas resumo apontou algumas medidas que contribuíram também para

redução de emissões: a substituição do sulfato de alumínio sólido pelo líquido e

construção de novas instalações dos dosadores de cloro associadas a mudanças de

procedimentos de dosagem.

O aspecto de emissões de ruído foi levantado no diagnóstico do processo produtivo e

associado aos equipamentos (bomba, reator, compressor, ventilador, aerador,

misturador, britador, jato de areia, correia transportadora), no entanto, esse aspecto não

foi priorizado por nenhuma unidade de operação.

Page 132: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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A metodologia de P+L orienta a definição de indicadores associados a todas as

oportunidades de melhoria propostas, entretanto, o conjunto de indicadores, discutidos

anteriormente, foi o resultado de uma compatibilização dos aspectos mais priorizados pelas

unidades, representando uma contribuição dessa pesquisa, no sentido de identificar

indicadores de ecoeficiência corporativos.

Esta contribuição não apresenta nenhuma restrição aos indicadores específicos de cada

unidade, recomenda-se apenas que estes sejam os mais significativos possíveis no papel de

nortear ações práticas visando a ecoeficiência associada à quantidade de produto produzido.

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A dimensão ergonômica associada ao fator produtividade, tendo como foco os aspectos

de saúde e segurança do trabalhador, gerenciamento de rotina, ambiente de

trabalho, foram muito pouco evidenciados. Apenas a ETA de Santo Antônio de Jesus

apresentou indicadores relacionados com redução dos níveis de risco à saúde da força

de trabalho com diminuição de 10 % de emissão de ruído e 51% do tempo de exposição

ao ruído.

Outros benefícios não quantificados foram apontados, a exemplo de Redução do tempo

de contato com agentes insalubres resíduos químicos não inertes, medidas de prevenção

de acidentes no manuseio dos cilindros de cloro gás.

Pode-se dizer que, de acordo com os dados avaliados nesse capítulo, todos os

indicadores ambientais relacionados com as medidas de P+L aplicadas, apresentaram

dados de redução que contemplaram os aspectos de ecoeficiência, o que implica dizer

que houve uma melhoria de desempenho do processo produtivo.

Page 133: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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O estudo de viabilidade econômica considera o investimento necessário para

implementar uma medida de redução da poluição que cobre todos os custos

relacionados com esta: equipamentos, obras civis, materiais envolvidos, treinamento

etc. Na avaliação dos resultados obtidos em relação à dimensão econômica, foi

observado que:

• Redução de custos com desperdício de matéria-prima e insumos

• Redução de custos com mão de obra devido à automação de processos

• Redução de custos com perda de produto (água tratada)

• Aumento de produtividade

A Tabela 7 apresenta o percentual de medidas aguardando recursos financeiros para

implementação; de medidas implementadas e em implementação (situação jul/01 –

jan/02); o investimento necessário; retorno do investimento anual e tempo médio de

retorno do investimento. Além disso, foram calculados também os percentuais em

relação aos totais.

Tabela 7 – Avaliação Econômica das Medidas de P+L

ESTUDOS

DE CASO

INVESTIMENTO

PREVISTO

(TOTAL)

RETORNO

PREVISTO (ANUAL)

TEMPO MÉDIO

DE RETORNO SITUAÇÃO

jul/01 – jan/02 Nº % R$ % R$ % anos/meses

IMPLEMENTADOS 30 39 90.108,28 2 410.756,88 21 3 meses

EM

IMPLEMENTAÇÃO 28 37 764.917,19 13 645.151,04 33 1 ano e 3 meses

AGUARDANDO

RECURSOS 18 24 5.048.172,45 85 955.723,38 46

5 anos e 10

meses

TOTAIS 76 100 5.903.197,90 100 2.011.631,30 100 3 anos e 2 meses

Fonte: Oliveira R. (2001)

Page 134: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Na análise dos dados apresentados na Tabela 7, nota-se que a maior parte das medidas

propostas foram implementadas, ou estavam em implementação, na data de referência dos

dados, representando um total de 58 medidas, ou seja, 76 % do total de medidas propostas.

Do total apresentado anteriormente, apenas 18 medidas, ou 24 %, não tinham definição, por

estarem aguardando recursos financeiros na ordem de R$ 5.048.172,45. Sendo que

desse valor, cerca de R$ 3.606.000,00 (vide Tabela 12), ou seja, 71% do investimento

total que aguardavam recursos correspondiam a intervenções na ETA principal, a maior

Estação de Tratamento da EMBASA, com capacidade de produção de 284.984,00

(x1000 m3/ano).

Os valores da coluna, “tempo médio de retorno”, Tabela 7 foram calculados a partir da

fórmula: investimento/benefício econômico. Investimento é o total de recursos

financeiros necessários para implantar a medida. Benefício econômico é o custo da

situação atual, menos o custo da situação após a implementação da medida e representa

o ganho permanente da empresa, depois do tempo de retorno.

Se o valor do benefício é negativo, significa que o custo para a empresa associado à

situação atual é menor do que o que será após a implementação da medida. No entanto,

isto não quer dizer que a medida não deva ser implementada.

Nesse processo de decisão, será necessário fazer uma análise de todos os outros

benefícios que a medida vai trazer para a empresa, por exemplo: melhoria de imagem,

atendimento a requisitos legais, ou seja, da necessidade que esta tem de implementá-la

(Ex: Oportunidades de P+L 03 e 04 - Tabela 20 e Oportunidade 02 - Tabela 15).

Ainda segundo dados da Tabela 7, pode-se dizer que o montante maior do investimento

do programa está na posição de aguardando recursos. O tempo de retorno do

investimento para estas medidas a serem implementadas junto às 16 unidades é de 5,28

anos.

Page 135: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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O tempo médio de retorno de investimento das medidas implementadas, ou em

implementação, é de no máximo 1 ano e 6 meses, isto leva a concluir que prevalece a

visão empresarial de priorizar investimentos de curto prazo de retorno.

6.2. AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PROGRAMA P+L NA EMPRESA

A base de dados para avaliar de que maneira o programa P+L impactou a organização,

na visão dos colaboradores diretamente envolvidos no programa, foi constituída a partir

de dados de observação, documentos da empresa e Diagnósticos de Percepção aplicados

junto à esfera operacional, à gerencial e de Recursos Humanos - RH da empresa.

A finalidade dessa avaliação foi checar o entendimento sobre o conceito e a prática de

Produção mais Limpa, através da metodologia P+L, e assim, validar o programa no

plano estratégico da empresa.

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Essa pesquisa de percepção foi um outro produto do programa e teve como base a

análise crítica das oportunidades de P+L levantadas na 1ª fase do programa feita junto

aos participantes do curso P+L (40 horas) – 3ª Fase do Programa P+L. Os aspectos

enfocados foram:

��caráter de inovação dos estudos de casos;

��tipo de medidas mais aplicadas;

��critérios adotados para priorização das Técnicas de Redução da Poluição;

��dificuldades encontradas para implementar as medidas e ações para minimizar as

dificuldades.

Em função do curso para área de supervisão e operação ter tido uma carga horária

reduzida foi necessária a definição de uma estratégia que possibilitasse um processo de

aprendizagem bem prático. A aplicação do diagnóstico teve como objetivos: apresentar

Page 136: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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o resultado da aplicação da metodologia nas unidades de operação, exercitar a

capacidade de análise crítica das oportunidades identificadas, esclarecer as dúvidas em

relação aos elementos da metodologia, compartilhar as medidas técnicas sugeridas

passíveis de serem replicadas em outras unidades. A consolidação dos resultados

encontra-se no item a seguir.

6.2.1.1. Medidas de P+L Consideradas mais Inovadoras.

Na análise e identificação das medidas, o significado adotado para a palavra inovadora

foi o adotado por Saenz e outros (2002) no referencial teórico dessa dissertação, o qual

reconhece o caráter inovador da medida no fato desta já ter sido, ou não implementada

antes na empresa. Desta forma, as oportunidades apontadas foram:

- Eliminação da perda de sulfato de alumínio pela maximização da utilização do

volume das tinas de preparo de solução, com substituição do sistema de mistura

convencional por ar injetado (Oportunidade de P+L 02 - Tabela 25).

Esta medida implicou ainda numa redução no consumo de energia, tendo em vista

que o processo de injeção de ar, além de permitir uma mistura mais homogênea,

leva em conta que um soprador de ½.CV substitui três misturadores de 2CV do

sistema de mistura convencional.

- Instalação de soprador de ar na tina de preparo de solução de sulfato de alumínio

visando aumentar a sua homogeneização. (Oportunidade de P+L 04 - Tabela 15)

- Implantação de Piezômetros para determinação do tempo ideal de lavagem de

filtros, nos casos de filtro russo. (Oportunidade de P+L 02 - Tabela 22).

- Redução do volume de água de lavagem, através da introdução de drenos na

interface areia/seixo do leito filtrante da ETA. (Oportunidade de P+L 04 – Tabela

23)

Page 137: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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- Recirculação da água de lavagem dos floculadores e decantadores, através da

construção de ETE e outras medidas de Boas Práticas Operacionais. (Oportunidade de

P+L 02 - Tabela 24).

- Reutilização dos sacos trançados de propileno de sulfato de alumínio sólido na

construção de ensecadeiras, a partir da implementação de medidas de boas práticas

operacionais: lavagem dos sacos, adaptação do sistema de esvaziamento dos sacos,

aumento da área de circulação do operador no estrado das tinas etc. (Oportunidade de

P+L 04 - Tabela 24)

- Substituição na pré-cloração do insumo cloro gasoso como agente oxidante da matéria

orgânica por água oxigenada para redução de trihalometanos. (Oportunidade de P+L 01

Tabela 12)

- Recirculação das águas de descarga de decantador, lavagem de filtros e vazamentos,

a partir da construção de ETE para tratamento de efluentes das descargas, evitando

assim, perdas de água e lançamento de efluentes contendo resíduos químicos no

corpo receptor. (Oportunidade de P+L 02 - Tabela 12)

6.2.1.2. Medidas de P+L mais aplicadas

Os participantes do programa consideraram 02 medidas como as mais aplicadas nas

unidades:

- Reuso e reciclagem interna, a partir da construção de reservatório de

reaproveitamento de água de lavagem. Esta medida foi proposta com o

objetivo de contribuir para redução das perdas e conseqüente redução de

custos, além de assegurar a perenidade dos mananciais. As perdas de água e

consumo excessivo de energia apresentaram-se como aspectos críticos na

empresa.

- As boas práticas operacionais também foram indicadas por serem

consideradas medidas que geralmente não demandam grandes investimentos,

Page 138: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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sendo, na sua maioria, de fácil implementação, dependendo apenas de

mudanças nos procedimentos operacionais. (Ex. Oportunidade de P+L – 02 -

Tabela 23). Esse tipo de medida, foi bastante proposta de maneira

complementar a outras Técnicas de Redução da Poluição adotadas.

6.2.1.3. Critérios adotados para priorização das oportunidades de P+L

De acordo com a percepção da maior parte dos técnicos, priorizou-se as medidas que

reduziam perdas (ex: água, energia, sulfato de alumínio), representavam baixo

investimento e retorno econômico, a curto ou médio prazo.

O critério adotado, em seguida, considerou as medidas que reduziam diretamente os

impactos ambientais decorrentes dos processos operacionais, que acarretavam

penalidades legais e danos a imagem da Empresa. Esta percepção permite a

interpretação da predominância de uma visão empresarial focada no aspecto econômico,

visando uma maior lucratividade.

6.2.1.4. Dificuldades para implantação das medidas, no nível operacional, e as ações propostas para minimizar as dificuldades.

A disponibilidade de recursos financeiros foi apontada como a maior dificuldade para

implantação de soluções dos problemas nas ETAs. A ação proposta foi priorizar, no

planejamento estratégico, alocação de recursos financeiros para a implementação de

medidas que contribuíssem para a melhoria do desempenho ambiental da empresa.

A falta de prática de definir metas, e ao mesmo tempo monitorar os resultados, foi

considerada um grande dificultador das ações. A aplicação da metodologia P+L na

empresa e a sensibilização de todos foram indicadas como soluções para minimizar essa

dificuldade.

Também foi salientado o baixo nível de escolaridade dos operadores da maioria das

ETAs, assim como a alta rotatividade, principalmente nas unidades situadas no interior do

estado, propondo-se: sensibilizações e treinamentos práticos, maior intercâmbio com

Page 139: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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outras ETAs, revisão ou elaboração de POPs – Procedimentos Operacionais, com enfoque

em P+L.

Foi evidenciada a dificuldade na troca de experiências entre os técnicos das ETAs,

sendo considerado importante o desenvolvimento de pesquisas aplicadas para

proposição de medidas aplicáveis na solução de problemas comuns entre as ETAs.

A elaboração de estudos de viabilidade técnica e econômica das medidas foram

colocadas ações essenciais para subsidiar a tomada de decisão e o planejamento

estratégico da empresa.

Os colaboradores sugeriram ainda, como já foi dito anteriormente, a elaboração de um

“Manual de Operações de ETAs com foco na Ecoeficiência” constando as alternativas

de medidas de P+L aplicáveis na solução de problemas comuns nas ETAs e ETEs da

empresa.

Como parte da estratégia de consolidação do Programa P+L, os participantes

propuseram a realização de um seminário anual para compartilhamento de ações P+L na

empresa, visando promover a visão sistêmica da organização, o trabalho conjunto, a

integração entre as unidades de operação.

Além disso, estimular a criatividade, capacidade de inovação, a busca de soluções

conjunta, otimização dos recursos humanos e financeiros da empresa, uso racional de

recursos naturais e redução do impacto ambiental decorrente da atividade produtiva.

A partir dos resultados do diagnóstico de percepção, observou-se que o envolvimento da

alta direção foi considerado fator essencial para reforçar o comprometimento de todos

os colaboradores, a internalização do princípio metodológico da Produção mais Limpa e

o alinhamento com as diretrizes corporativas da empresa.

Page 140: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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O modelo aplicado para avaliar o programa P+L, na esfera gerencial, foi elaborado

tomando como base os elementos considerados no planejamento estratégico da empresa

(eficiência empresarial, qualidade de serviços, medidas corporativas, prática

organizacional, gestão de pessoas), levando em consideração questões relacionadas com

os focos de melhoria dos fatores de perda de valor, nas várias dimensões da gestão.

O Diagnóstico foi aplicado pelo RH da empresa, junto aos 32 participantes do 1º curso

(120 horas) - 2ª Fase do Programa P+L, representantes de unidades de operação. Os

aspectos avaliados e os resultados obtidos foram tabulados e encontram-se na Tabela 8.

Tabela 8 – Diagnóstico de percepção: P+L é instrumento de fomento de ecoeficiência no setor produtivo

ITENS AVALIADOS CONCORDÂN-CIA (%)

Eficiência Empresarial • P+L aumenta o faturamento, • P+L aumenta a arrecadação • P+L reduz despesas e perdas

77 65 100

Qualidade de Serviços • P+L expande a política de gestão ambiental • P+L auxilia a política de gestão de fornecedores • P+L Auxilia o desenvolvimento e sistematização de práticas de benchmarking

100 100 100

Medidas Corporativas • P+L ajuda a rever a estrutura tarifária e preços de serviços • P+L ajuda a sistematizar projetos para captação de recursos • P+L ajuda a dinamizar parcerias e melhorar relacionamentos

68 100 97

Prática de gestão Organizacional • A alta administração está consciente da importância de P+L como vantagem competitiva • P+L fortalece a cultura organizacional (missão, visão, valores e políticas) • P+L melhora o gerenciamento da rotina

90

100

94 Gestão de Pessoas • P+L demonstra a preocupação em desenvolver competências • (organizacionais, técnicas e interpessoais) • P+L estimula os gerentes e líderes a se responsabilizarem pelo processo de aprendizagem das pessoas (Ecotimes) • P+L demonstra uma forte preocupação em avaliar os resultados obtidos com os investimentos feitos em treinamento • P+L cria oportunidades de aprendizagem favoráveis para que sejam atingidos seus objetivos de negócio

94

100

97

100

Fonte: Oliveira R., 2001

Page 141: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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De acordo com o resultado da pesquisa, vê-se que os aspectos avaliados apresentam

percentual superior a 68% de concordância, o que sinaliza uma percepção muito

positiva em relação ao impacto de P+L no plano estratégico da empresa. Pode-se

salientar alguns aspectos que obtiveram 100 % de concordância:

��P+L reduz despesas e custos (Eficiência Empresarial) – Este item é fortemente

enfocado na metodologia P+L (UNIDO/UNEP) como benefício econômico e está

relacionado com o novo paradigma, o qual determina que investir no meio ambiente

pode ser uma excelente oportunidade de negócio.

��P+L expande a política de gestão ambiental (Qualidade de Serviços) – A

unanimidade obtida leva a entender que a metodologia P+L foi reconhecida como

instrumento eficaz para disseminar uma prática empresarial que considera a vertente

ambiental em seus processos.

��P+L auxilia a política de gestão de fornecedores (Qualidade de Serviços) – O

aspecto fornecedor tem sido muito enfatizado, principalmente no SGA, como forma

de estender a responsabilidade socioambiental fora dos muros da empresa,

considerando que parceiros devem ter suas políticas ambientais alinhadas.

��P+L auxilia o desenvolvimento e sistematização de práticas de benchmarking

(Qualidade de Serviços) – O investimento na área de meio ambiente pode ter seu

retorno garantido através de práticas de benchmarking que promovem uma melhoria

de imagem da empresa, melhorando as relações com os clientes.

��P+L ajuda a sistematizar projetos para captação de recursos (Medidas Corporativas)

– O reconhecimento da metodologia como instrumento para captação de recursos

deve estar relacionado com o fato desta gerar e sistematizar dados que contribuem

para o melhor conhecimento do problema, facilitando a elaboração de projetos

corporativos.

Page 142: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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��P+L fortalece os elementos da organização (missão, visão, valores e políticas)

(Cultura Organizacional) – A base conceitual de P+L promove um repensar de todas

as partes de um processo produtivo, gerando a necessidade de reavaliar,

fortalecendo ou derrubando, paradigmas que norteiam a prática organizacional.

��P+L estimula os gerentes e líderes a se responsabilizarem pelo processo de

aprendizagem das pessoas (Ecotimes) (Gestão de Pessoas) - A estratégia de

aplicação da metodologia teve como base o envolvimento e comprometimento das

lideranças em tornar o processo orgânico e dinâmico.

��P+L cria oportunidades de aprendizagem favoráveis para que sejam atingidos seus

objetivos de negócio (Gestão de Pessoas) – Pode-se entender que esta percepção

está relacionada com a forma como foi desenhado o programa, ou seja, de maneira

corporativa focando, na primeira fase do programa na empresa, a área de operação.

Todos os participantes eram técnicos da empresa com conhecimentos específicos

do processo produtivo, o que possibilitou uma troca de informações muito rica para

o aprendizado de cada um, favorecendo a formação de um ”grupo de técnicos“ na

busca de soluções construídas de maneira participativa, possíveis de serem

replicadas em mais de uma unidade operacional.

O resultado da pesquisa também apontou, de maneira qualitativa, alguns benefícios

obtidos através da aplicação da metodologia P+L na empresa, os quais estão

relacionados a seguir:

Benefícios Tecnológicos:

- Nova visão do processo

- Conhecimento/análise do processo

- Inovação tecnológica/housekeeping (boas práticas operacionais)

Page 143: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Benefícios Ambientais:

- Prevenção/preservação ambiental

- Redução de passivos e impactos ambientais

- Eficiência no uso de insumos

- Menor consumo de água e energia

- Uma visão geral das possibilidades de se trabalhar com tecnologias mais

limpas

- Melhoria de práticas de gestão, sobretudo nos seus aspectos ambientais,

mostrando soluções simples para velhos problemas, permitindo a

visualização da aplicação em todas as áreas e não somente a produção e

operação.

Benefícios Econômicos:

- Redução de custos, perdas/desperdícios

- Viabilidade econômica e ambiental

- Melhorias operacionais e ambientais

Benefícios relacionados com a dimensão humana, interpessoal, os quais não são

normalmente enfatizados na metodologia de P+L, mas que foram apontados na

pesquisa:

- Maior conscientização ambiental e comprometimento

- Maior contato com operadores

- Agregação de novos valores aos conhecimentos profissionais

- Realização de processo de aprendizagem contínua

- Desenvolvimento da capacidade de abstração, reflexão e crítica

- Estabelecimento de interdependência funcional na realização das atividades

- Desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe

- Motivação e entusiasmo e das equipes para vencer novos desafios

- Aprimoramento do olhar crítico, senso de observação e do saber ouvir

- Maior visão estratégica

- Maior integração entre as áreas da empresa com a troca de experiências

Page 144: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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- Maior sensibilidade às irregularidades e desperdícios

- Adoção de uma postura mais crítica e pró-ativa com relação aos processos da

produção

- Melhoria no clima organizacional

- Maior eficiência para fazer o marketing ambiental da empresa

Também foram identificados na pesquisa os agentes facilitadores e dificultadores da

prática de expansão do conceito de P+L na empresa:

Agentes Facilitadores:

- Comprometimento da alta direção com a implantação do programa

- O nível de qualificação técnica dos profissionais participantes do curso

- Integração das equipes de trabalho

- Uso da Metodologia P+L possibilitou a sistematização de informações e o

processo de decisão

- Identificação de procedimentos de fácil aplicação (boas práticas

operacionais)

- Enfoque em resultados práticos

- Obtenção de benefícios econômicos, tecnológicos e socioambientais

- Enfoque das práticas de P+L voltadas para o desenvolvimento sustentável

- Otimização dos processos de redução de custos de disposição de resíduos

- Redução de custos no tratamento de efluentes líquidos

- Economia no consumo de água e energia

- Exigências da legislação e dos órgãos ambientais

Agentes Dificultadores:

- Desenvolvimento de atividades de rotina em paralelo ao processo de

capacitação

- Recursos financeiros escassos

- Necessidade de investimentos elevados para solucionar problemas de passivo

ambiental

Page 145: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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- Visão distorcida na aplicação de recursos em obras com benefícios

ambientais

- Desconhecimento de fontes de financiamento para implementar projetos de

P+L

- O entendimento da metodologia está relacionado com requisitos de

escolaridade

- Resistência à mudança

- Realização das medições e preenchimento dos manuais

- Dificuldade de atendimento ao cronograma de curso, em face da falta

comprometimento de alguns funcionários ou sobrecarga de trabalho

Foram apontadas ainda, na pesquisa de percepção, as sugestões de ações a serem

tomadas de maneira a dar continuidade e expandir o Programa P+L na empresa:

- Criação do Comitê Gerencial P+L

- Definição de critérios para premiação dos trabalhos P+L

- Monitoramento de resultados

- Expansão do programa para outras áreas e setores

- Promoção de auditorias internas

- Programação de cursos para novas turmas

- Realização de encontros técnicos semestrais de P+L

- Fortalecimento dos Ecotimes

- A Inclusão no Plano de Ação da empresa as ações para expansão de P+L

- Alocação de recursos para a implementação das ações

Em relação a internalização do conceito, a ponto de integrá-lo à prática organizacional e

às rotinas gerenciais e operacionais, a pesquisa sinalizou ainda que:

- Existem muitas dificuldades de medição e controle de processos nas

unidades da empresa.

- O acúmulo de tarefas e a redução do quadro funcional dificultam o processo

de levantamento de dados e medições necessárias para a avaliação dos

ganhos econômicos e administrativos obtidos com a implementação de P+L.

Page 146: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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- A prevenção de geração de resíduos, minimização de resíduos na fonte e

reciclagem aplicam-se facilmente à prática da empresa, quando

acompanhadas de alternativas Técnicas de Redução da Poluição e do

comprometimento da alta administração da empresa.

A análise dos resultados da pesquisa apresentada acima, leva a concluir que, de acordo

com a percepção dos participantes do programa, houve uma validação da importância

da implantação da metodologia P+L na empresa e a percepção de que Produção mais

Limpa pode ser compreendida como instrumento de fomento de ecoeficiência

empresarial.

Um outro aspecto a salientar é a validade de aplicar instrumentos como este que

exercitam a capacidade de correlação de P+L com os aspectos dos elementos de gestão

da empresa, a análise crítica dos benefícios, os elementos facilitadores e dificultadores e

a capacidade de participar com sugestões para fortalecer o programa P+L.

6.2.2.1. O papel da alta gestão da empresa no programa P+L

De maneira a contribuir no processo de análise do impacto do programa P+L na

EMBASA, considerou-se outros instrumentos de pesquisa (observação direta e pesquisa

documental), nessa dissertação, que tiveram como foco as ações que foram adotadas

pela alta gestão visando tornar P+L um instrumento de fomento da ecoeficiência na

empresa. A partir dessa pesquisa de dados, foram identificadas as seguintes ações:

- Participação da alta gestão da empresa, desde a fase de construção do

programa P+L da EMBASA.

- Participação da alta gestão da empresa na aula inaugural, com depoimento de

total comprometimento com o programa.

- Acompanhamento de todas as etapas do Programa, através de reuniões de

alinhamento.

Page 147: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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- Participação no seminário de apresentação e discussão dos Relatórios de

P+L, resultado do curso de capacitação (agosto/2001).

- Solicitação aos gerentes de unidades de elaboração de Plano de Ação, tendo

como base os Relatórios de P+L.

- Priorização de Ações e liberação de recursos financeiros para implementação

de ações.

- Solicitação de relatórios de acompanhamento dos Planos de continuidade

(metas futuras) na forma de Relatório das 3 Gerações (R3G), instrumento de

gestão adotado pela empresa que consiste no registro de metas a serem

atingidas, itens de controle, ações planejadas para atingir as metas,

acompanhamento do status das ações executadas, identificação dos pontos

problemáticos para a implementação das ações e os recursos necessários.

- Estabelecimento de mecanismos de motivação e reconhecimento pelos

esforços dos participantes do programa, a exemplo de concurso para

identificar e premiar os melhores trabalhos em P+L.

Com relação a esse concurso, foi nomeada uma comissão técnica P+L para

julgamento dos trabalhos, composta de representante do RH, autora dessa

dissertação, como consultor de P+L do NPL-BA, gerentes das

superintendências regionais da empresa.

A análise das alternativas de Técnicas de Redução da Poluição propostas nos

Relatórios P+L foi feita pelos superintendentes regionais, obedecendo aos

critérios estabelecidos pela comissão julgadora.

Para cada critério foi estabelecido um peso, de acordo com que representou a

importância deste na visão da empresa:

��Capacidade de replicabilidade – Peso 10

��Melhor relação custo/benefício – Peso 30

Page 148: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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��Benefício ambiental – Peso 20

��Caráter inovador – Peso 20

��Adoção de Práticas de “Housekeeping” - boas práticas operacionais –

Peso 20

Analisando os dados acima, nota-se que o critério, a melhor relação custo/benefício, foi

o que a empresa atribuiu o maior peso (30), constatando o foco da sustentabilidade em

detrimento de outras questões, o que é comum nas empresas.

Atribuiu-se o mesmo peso (20) para os critérios relacionados com benefícios

ambientais, inovação e as boas práticas operacionais. Quanto às boas práticas

operacionais, entende-se que estas poderiam estar sendo consideradas no critério melhor

relação custo/benefício, tendo em vista que estas normalmente têm esta característica.

No entanto, a empresa considerou esse critério separadamente com a intenção de

reforçar a priorização desse tipo de medida.

Quanto ao critério inovação, foi definido como incentivo à criatividade. No caso do

benefício ambiental, o peso atribuído a esse critério, induz a pensar que essa questão

ainda não é bem entendida como prioridade pela empresa.

O fato de ter sido atribuído o menor peso (10) ao critério da replicabilidade, pode

significar que a visão corporativa/sistêmica em relação às questões ambientais não foi

enfocada.

Entende-se que não foi percebido que no caso específico desse trabalho, em que foram

analisadas 15 ETAs ao mesmo tempo, a priorização de medidas replicáveis para solução

de problemas comuns pouparia muitos esforços na redução de custos, tempo etc, cujos

resultados somados poderiam se tornar extremamente representativos para a empresa.

A seguir, outras ações que foram adotadas pela alta gestão da empresa visando reforçar

o programa P+L:

Page 149: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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- Incentivo para apresentação dos trabalhos de P+L da empresa em vários

eventos: congressos, seminários, Conferência de Produção mais Limpa,

Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na

Indústria – UFBA.

- Solicitação de relatórios com índice de Perdas no processo de tratamento

(água bruta e tratada) nas ETAs – Estações de Tratamento de Água que

participaram do curso P+L com finalidade de aferir o nível de contribuição

do Programa P+L.

- Solicitação junto às unidades participantes do programa da formalização dos

Ecotimes. De acordo com dados da empresa, foram formados 16 Ecotimes,

um para cada unidade de operação que participou do Programa, no total de

121 técnicos, envolvendo engenheiros, técnicos, operadores, auxiliares de

operação, leituristas, desenhistas, serventes, biólogos, técnicos

administrativos etc.

As diferentes áreas de qualificações dos técnicos demonstraram que a

estratégia de aplicação da metodologia não apresentou restrições quanto a

área de qualificação profissional. No entanto, o questionário de Diagnóstico

de percepção apontou o baixo grau de escolaridade do profissional como

agente dificultador do entendimento da metodologia P+L.

Pode-se concluir, a partir da análise dos dados acima apresentados, que o Programa P+L

na EMBASA caracteriza-se pelo alto nível de envolvimento e comprometimento dos

gestores da empresa: Superintendentes Regionais, Gerente de Recursos Humanos,

Gerentes de Unidades Operacionais, liderados pela Diretoria de Operação com o total

apoio da Presidência da empresa.

6.2.2.2. A visão do RH (Recursos Humanos) em relação ao programa de P+L na EMBASA

Como parte da estratégia de implementação da metodologia P+L na EMBASA, foi

realizado também um diagnóstico de percepção do programa junto à gerente de RH da

Page 150: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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empresa, Rita Couto, responsável direta pela definição de estratégias para tornar o

“Programa P+L um Instrumento de Fomento da Gestão Empresarial Focado na

Ecoeficiência”. A seguir os itens avaliados com as considerações feitas pela gerente de

RH:

��Produção mais Limpa como instrumento de fomento da Ecoeficiência

Foi colocado pela Gerente que o Planejamento Estratégico na EMBASA definiu valores

norteadores e suas Políticas, a exemplo da Ambiental e de Responsabilidade Social e

que a diretriz relativa a aumento da Eficiência Empresarial pressupõe a redução de

custos, com os principais insumos dos sistemas de produção de água, energia elétrica e

produtos químicos. Assim sendo, o Programa P+L foi identificado como um

instrumento alinhado com as estratégias e políticas da EMBASA.

��Em relação aos benefícios que a empresa teve com a implantação do Programa

P+L:

A partir da avaliação dos resultados do Programa, foi um consenso que houve uma

maior interação entre os técnicos de tratamento e os operadores de ETA, permitindo

identificação de soluções simples, possíveis de implementação imediata, com pequeno

investimento.

A estratégia de sensibilização e envolvimento dos gerentes, técnicos e operadores na

tomada de consciência dos impactos ambientais relacionados aos sistemas de produção

de água, teve como conseqüência ações pró-ativas para minimização da geração de

resíduos e preservação dos recursos hídricos.

A análise dos indicadores de desempenho também apontou para um aumento da

eficiência dos sistemas de produção, através da redução de desperdícios de água de

processo, produtos químicos e energia elétrica. As apresentações feitas dos Relatórios

de P+L contribuíram para a troca de experiências entre as diversas áreas de operação da

empresa.

Page 151: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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De acordo com o RH, o processo de capacitação na metodologia de P+L conseguiu

atingir o objetivo de envolver todas as esferas da organização, promovendo um

alinhamento de conceitos e a valorização do capital intelectual da empresa.

Além disso, implementação das medidas que comprovaram a possibilidade de retorno

de investimento funcionou como fator motivacional e para mostrar também que meio

ambiente pode ser uma excelente oportunidade de negócio.

��Em relação às dificuldades encontradas para implantar o programa P+L na

empresa:

Foi colocado que a grande dimensão da empresa (unidades espalhadas em vários

municípios) é um fator dificultador para a rápida disseminação da metodologia, assim

como também a necessidade de elevados investimentos (com fontes de recursos não

equacionadas), principalmente nos casos de retorno econômico de mais longo prazo.

Foi citado como exemplo, o caso da ETA principal, unidade de maior porte da empresa,

que demandou uma ordem de investimento bastante significante para implementação de

medidas P+L. Este exemplo, contribuiu para mostrar a importância de incluir no

planejamento estratégico da empresa investimentos na área ambiental.

De acordo com as colocações acima, é possível concluir que a visão do RH é de que a

metodologia fomenta os aspectos relacionados com os pilares da Ecoeficiência. É

importante salientar que o impacto na gestão de pessoas (capacitação, motivação,

integração) foi enfatizado e avaliado como muito positivo. Desta forma, pode-se

entender que a metodologia, ou de uma forma mais ampla, o mecanismo utilizado para

sua aplicação, foi validada pela área de RH.

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Essa pesquisa utilizou a metodologia de estudo de caso, orientando as conclusões

relacionadas com a aplicação da metodologia de P+L UNIDO/UNEP no setor de

saneamento, mais especificamente na empresa EMBASA.

As questões norteadoras do estudo foram: Quais os resultados obtidos em termos de

ecoeficiëncia com a aplicação da metodologia P+L? Quais as barreiras e limitações

associadas com a metodologia P+L? Quais os indicadores de Monitoramento de

Desempenho Ambiental?

O material de pesquisa utilizado para o levantamento de informações teve como base 16

Relatórios de P+L elaborados pelas unidades operacionais que participaram do

programa P+L da EMBASA, contendo informações detalhadas dos processos

produtivos.

Tendo em vista, a grande quantidade de informações geradas nos Relatórios de P+L,

referidos acima, a maior dificuldade nesse trabalho foi selecionar as informações que

pudessem fornecer uma visão sistêmica do impacto de P+L na empresa, sinalizar

contribuições para o setor de saneamento relacionadas com oportunidades de melhoria

do processo produtivo focadas nos 03 pilares da Ecoeficiência, base do

desenvolvimento sustentável: social, econômico e ambiental.

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As conclusões desse trabalho foram sintetizadas em itens macro a seguir, os quais estão

correlacionados com os objetivos específicos desta dissertação.

• Os resultados obtidos com a aplicação da metodologia P+L

• A estratégia de aplicação da metodologia P+L na Embasa

• As barreiras para implantação da metodologia na empresa

• As limitações da metodologia

• A integração de outros instrumentos de gestão com a metodologia P+L

• Os produtos da dissertação

• A rede de produção mais limpa

7.1. OS RESULTADOS OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA

P+L

A metodologia de P+L avalia o processo produtivo a partir de um levantamento de

dados qualiquantitativos relacionados com os seus aspectos críticos visando identificar

oportunidades de melhoria e orientar na definição de alternativas tecnológicas com base

no estudo de viabilidade técnica econômica. A metodologia portanto, está alinhada com

a visão empresarial de sustentabilidade, contribuindo assim, para a inserção da

componente ambiental no planejamento estratégico da empresa.

Análise do nível de eficiência

Com o objetivo de avaliar o nível de eficiência do programa foi feita uma análise das

alternativas tecnológicas/medidas adotadas, à luz dos organogramas de P+L e de

LaGrega. Para tal, tornou-se necessário classificar as medidas, o que gerou muita

discussão conceitual, a exemplo se uma medida devia ser classificada como

modificação tecnológica, ou simplesmente como mudança de equipamento.

O importante no entanto, na internalização da metodologia é avaliar o impacto que a

medida proposta trouxe ao processo produtivo, tendo como base o conceito de P+L de

priorizar ações que foquem na identificação da causa do problema.

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De acordo com organograma de P+L, a maior parte das medidas adotadas pela Embasa

foi enquadrada no nível de eficiência 1, apontando para uma postura da empresa de

gestão mais focada no controle e redução na fonte geradora dos problemas ambientais

que representam as oportunidades de melhoria no processo.

Entretanto, essa análise baseada apenas no organograma de P+L não sinaliza aspectos

importantes verificados quando utiliza-se o organograma de LaGrega como referência,

o qual inclui as tecnologias de Fim de Tubo. Daí a importância de se analisar as

alternativas em relação aos dois organogramas.

Vale salientar que o uso de Tecnologias de Fim de Tubo normalmente está associado a

um comportamento de resistência à mudança para uma postura baseada na Prevenção da

Poluição, que por sua vez, pode ter sua causa no desconhecimento de outras

alternativas.

Pode-se verificar que esta opção foi bastante utilizada pelas unidades da Embasa com o

objetivo de reduzir a poluição, a curto prazo, sob a alegação de desconhecimento de

outras alternativas. No entanto, percebe-se um avanço na direção da prevenção de

poluição, em função de que estas foram propostas para serem implementadas em

conjunto com outras técnicas P+L.

Vale ressaltar portanto, que a metodologia de P+L, além de apontar alternativas de

medidas que buscam a solução do problema na sua fonte geradora, também não descarta

a adoção de alternativas de Fim de Tubo na busca da redução da poluição, considerando

que o uso apenas das Técnicas de Redução da Poluição ainda representa, de maneira

geral, um desafio a ser atingido, a longo prazo, nos processos produtivos atuais.

Indicadores de Desempenho Ambiental

No que se refere a análise do conjunto de indicadores de desempenho, apresentados

nessa dissertação, resultantes da compatibilização dos indicadores propostos pelas

unidades da empresa, estes refletem os aspectos críticos do processo produtivo de

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tratamento de água, que são: consumo de matéria-prima (água tratada), insumos

químicos e energia; redução de resíduos sólidos, efluentes líquidos e toxicidade.

O aspecto de emissões atmosféricas não foi considerado crítico pela maioria das

unidades, logo não foi proposto nenhum indicador de monitoramento.

É importante salientar que os indicadores apresentados representam valores relativos,

(em função do volume em m3 de água tratada produzida) sendo portanto, possível adotá-

los como indicadores corporativo, caso os mesmos venham a ser validados pela

empresa.

Os indicadores corporativos podem contribuir para monitorar o desempenho das

unidades operacionais e auxiliar na definição de metas a serem atingidas, tendo como

base os melhores resultados já alcançados pela empresa, vinculados aos aspectos

críticos do processo produtivo relacionados com Ecoeficiência.

Benefícios proporcionados pela aplicação da metodologia

Ambiental - Pode-se verificar que, todos indicadores ambientais relacionados com as

medidas de P+L aplicadas na EMBASA, apresentaram dados de redução. Isso implica

dizer que, de acordo com a análise de dados realizada, houve uma melhoria de

desempenho ambiental no processo das unidades.

Econômico - Conforme Tabela 7 – Avaliação Econômica das Medidas de P+L, foram

investidos recursos financeiros para implementação de cerca de 76% das medidas

propostas, que na sua maioria, foram identificadas como boas práticas operacionais. O

prazo médio de retorno de investimento das medidas implementadas, ou em

implementação, foi de no máximo 1 ano e 3 meses, o que leva a concluir que prevalece

a visão empresarial de priorizar investimentos de curto prazo de retorno.

Social – Em relação a este aspecto, de acordo com depoimentos dos empregados que

participaram do programa, a aplicação da metodologia na empresa, proporcionou:

melhoria do clima organizacional, maior interação entre os técnicos das unidades,

Page 156: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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valorização o conhecimento tácito, tomada de consciência do impacto provocado pela

atividade produtiva da empresa junto às comunidades situadas no entorno das unidades

operacionais.

Tecnológico – No que se refere a este aspecto o maior benefício foi o compartilhamento

de experiências na solução de problemas comuns às unidades, o que levou à otimização

de tempo e recursos financeiros e a uma melhoria em termos de atualização tecnológica,

propiciando um nivelamento entre as unidades.

De maneira conclusiva, pode-se dizer que, a análise dos benefícios obtidos a partir da

aplicação da metodologia, os quais foram apontados no Diagnóstico de Percepção,

aplicado junto aos participantes do programa, indica que houve a consenso que a

metodologia de Produção mais Limpa pode ser compreendida como instrumento de

fomento de Ecoeficiência empresarial.

7.2. ESTRATÉGIA DE APLICAÇÃO DA METODOLOGIA P+L NA EMBASA

Observa-se que a estratégia adotada no programa P+L da EMBASA de aplicar a

metodologia em unidades pilotos de operação das unidades de negócios, apresentou-se

como uma alternativa muito boa para otimização dos recursos humanos, financeiros etc.

Entende-se que a experiência do compartilhamento do conhecimento técnico do

processo produtivo, vivenciada nos cursos de capacitação, deveria ser estimulada e

internalizada na empresa.

A estratégia, adotada na aplicação da metodologia P+L na EMBASA, que teve como

base as diretrizes do Ecoprofit, tornou o programa P+L muito interativo, o que justifica

o alto percentual de aprovação no aspecto de gestão de pessoas, considerado nos

Diagnósticos de Percepção, aplicados junto aos participantes do programa na esfera

gerencial e operacional.

Pode-se verificar que todos os participantes do Programa deram contribuições, através

de sugestões, ou da análise crítica das oportunidades de P+L, de acordo com a

Page 157: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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experiência e o conhecimento individual de cada um, e se sentiram valorizados por isto,

gerando um clima motivacional muito expressivo, o que pode ser comprovado também

pelos dados obtidos a partir do Diagnóstico de Percepção.

O estudo de caso EMBASA contemplou ações nos diferentes níveis funcionais da

empresa, comprovando que a metodologia pode ser aplicada com mais ou menos

complexidade, a depender do nível de conhecimento das pessoas que a utilizam e dos

recursos disponíveis para a solução dos problemas.

Na primeira fase do programa na EMBASA, por exemplo, o público alvo foi os gerentes

e técnicos das unidades operacionais mais experientes, gerando Relatórios de P+L,

detalhados com o objetivo de balizar as decisões em nível estratégico da empresa.

Na 3a. fase do programa, não foi priorizado esse nível de detalhamento e sim, a

internalização do conceito e a sua aplicação de maneira massificada, ou seja, em vários

níveis operacionais, para que todos exercitassem o olhar crítico do processo produtivo,

identificando oportunidades de melhoria, dando a sua contribuição e fazendo parte do

programa de implantação de P+L na empresa.

Um outro ponto que deve ser salientado nessa conclusão é a importância da aplicação

do diagnóstico de percepção como mecanismo de validação, o que trouxe contribuições

significativas para a empresa e para o processo de aplicação da metodologia.

A partir das considerações feitas, em termos de elementos facilitadores, dificultadores

(barreiras), foi possível ainda extrair dos participantes dos cursos, sugestões de melhoria

no processo de aplicação da metodologia que poderão balizar as ações de continuidade

do programa na empresa.

A estratégia de aplicação utilizada na EMBASA, foi considerada um diferencial

importante no processo de internalização da metodologia de maneira corporativa, pois

levou em consideração as características, porte etc da empresa.

Page 158: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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7.3. AS BARREIRAS PARA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA

O aspecto mais crítico apontado nos diagnósticos de percepção, aplicados junto aos

envolvidos no Programa, foi a dificuldade de implementar as medidas P+L que exigiam

um aporte financeiro maior e com retorno a longo prazo.

Esta percepção confirmou-se pelos resultados da Tabela 7 – Avaliação Econômica das

Medidas de P+L, onde verifica-se que cerca 18% do total de medidas não foram

implementadas e que ficaram aguardando recursos que representaram cerca de 85% do

valor total do investimento de todas as medidas P+L propostas.

A maior parte das medidas que demandaram alto investimento foram alternativas

tecnológicas de Fim de Tubo e referem-se basicamente a tratamento do lodo e

tratamento de efluentes líquidos (águas de descarga dos filtros, decantadores e

floculadores).

Vale salientar que existem linhas de crédito especiais criadas por organismos

financiadores para projetos que visam a redução de poluição em geral, e que portanto,

contemplam medidas como esta que podem agregar também outras medidas de P+L.

Além dessa alternativa de financiamento, torna-se necessário investigar algum tipo de

benefício fiscal dado pelo governo, que estimule as empresas a investirem na melhoria

ambiental e da qualidade de vida, com redução de custos futuros para os setores

produtivos e sociedade em geral.

Alguns bancos também já começam a levar em conta a conduta socioambiental de seus

clientes, entendendo que não é suficiente considerar apenas o risco financeiro das

operações, pois o passivo ambiental não se encontra em balancetes da empresa.

De maneira geral, verifica-se que o investimento em meio ambiente, pode representar

para as empresas, no primeiro momento, uma ameaça ao negócio. No entanto, esta

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percepção pode mudar quando estas entendem que a gestão ambiental traz outros

benefícios.

O investimento em meio ambiente pode tornar o processo produtivo mais eficiente e

mais competitivo no mercado, podendo ser usado, inclusive, de maneira ética como

instrumento de marketing.

Para tal, a gestão ambiental deve ser incorporada no planejamento estratégico, com

alocação de recursos financeiros para ações que visem a melhoria do desempenho

ambiental da empresa.

Acredita-se que os resultados, aqui apresentados, poderão contribuir para que a

EMBASA amplie os esforços de contemplar, cada vez mais, na fase do planejamento

estratégico, recursos financeiros para as ações de P+L e além disso, possa ampliar as

possibilidades de desenvolvimento de projetos, em parceria com instituições de

pesquisa e extensão, centros de tecnologia, visando captação de recursos para

implementação de medidas de P+L que demandem maiores investimentos.

7.4. AS LIMITAÇÕES DA METODOLOGIA

Visando identificar os pontos de melhoria no processo de aplicação foi feita uma

avaliação dos aspectos limitantes da metodologia P+L verificando-se que quando a

integração de instrumentos de gestão é considerada, pode-se encontrar alternativas para

neutralizar as limitações.

Entretanto, é importante ressaltar a necessidade de definir estratégias de aplicação que

levem em conta o porte, formação profissional dos técnicos e principalmente os

elementos da gestão da empresa. A seguir apresenta-se as limitações da metodologia na

busca da melhoria da Ecoeficiência:

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��As oportunidades de melhoria são focadas para dentro de um processo produtivo já

existente, sendo portanto, preciso ter conhecimento deste. Esse processo dificulta a

abertura de informações que podem ser consideradas como ameaça ao negócio.

��A orientação para o levantamento quantitativo leva a tomada de consciência da

dimensão do problema, o que muitas vezes assusta a empresa por medo à exposição.

��O preenchimento das planilhas e do modelo do relatório proposto pela metodologia

exige que as pessoas tenham um grau de formação escolar de nível superior, ou pelo

menos, técnico especializado.

��Para que a metodologia seja aplicada em micro e pequenas empresas precisa de uma

adaptação em termos de estratégia de aplicação.

��A avaliação econômica completa demanda conhecimentos financeiros que envolvem

cálculos mais complexos de taxa interna de retorno, valor líquido presente etc.

��O detalhamento de informações para o preenchimento das folhas de trabalho cria

resistência à metodologia.

��Apesar do aspecto comunicação com as partes interessadas constar na “Declaração

Internacional sobre Produção mais Limpa”, a metodologia não enfatiza o reforço ao

diálogo sobre a implementação de estratégias preventivas e informação às partes

interessadas externas sobre os seus benefícios.

��Falta de uma diretriz para definição da estrutura organizacional com as devidas

responsabilidades. A estratégia adotada de formação de Ecotime para implantar P+L

pode não estimular o envolvimento de toda a empresa. No caso da EMBASA, essa

limitação foi neutralizada através do diferencial em relação ao mecanismo de

aplicação adotado para promover o envolvimento corporativo.

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��Não contempla o plano de atendimento a emergências/contingências, para os casos

derramamentos e vazamentos, incêndios/explosões etc. O referencial teórico da

metodologia, não enfatiza o aspecto de segurança do trabalhador.

De uma certa forma, os resultados (pouco significativos) obtidos com o programa,

em relação a esse aspecto, comprovam que este não foi considerado prioridade.

Pode-se sugerir que haja uma maior integração entre os instrumentos de PPRA –

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais exigidos por lei, que algumas

unidades operacionais da empresa já implementam na área de Saúde, Higiene e

Segurança do Trabalhador.

��A metodologia não fornece mecanismos que divulguem os compromissos do

programa P+L. Nas unidades da empresa que já implantaram o SGA, a Política

Ambiental representa o mecanismo de comunicação das intenções, em relação ao

meio ambiente. Pode-se contudo, agregar o conceito de P+L a essa ferramenta e

ainda utilizar os indicadores ambientais definidos no programa P+L, de uma forma

mais ampla, nos Relatórios de Qualidade Ambiental, para divulgar e comprovar os

compromissos da empresa na busca da Ecoeficiência.

��A metodologia de P+L não é certificável, não havendo portanto avaliação periódica

dos resultados do programa por instituições auditoras, para manter o estímulo à

continuidade e melhoria. As auditorias internas focadas nos indicadores de

desempenho podem motivar a definição de novos desafios. No caso da EMBASA,

foi sugerido a formação de um comitê interno avaliador das ações de P+L.

7.5. A INTEGRAÇÃO DA METODOLOGIA P+L COM OUTROS

INSTRUMENTOS DE GESTÃO

Conforme vimos ao longo deste trabalho, em P+L, o foco é sempre levantar as causas

dos problemas, a exemplo do que foi feito na EMBASA, e buscar as soluções mais

adequadas para a melhoria do desempenho ambiental.

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O SGA-Sistema de Gestão Ambiental, baseado na norma ISO 14001, por sua vez,

considera mais importante, pelo menos na primeira rodada do ciclo, sistematizar as

informações existentes, padronizar procedimentos e estabelecer um programa de

melhoria gradativa e contínua, sem necessariamente empreender uma análise mais

profunda das causas dos possíveis problemas, sob a ótica de um princípio diretivo.

No entanto, vale salientar que as diferenças, apresentadas acima, não tornam esses

instrumentos de gestão incompatíveis. Segundo depoimentos de técnicos oriundos de

unidade de operação da empresa, certificada pela ISO 14001 – Unidade de Santo

Antônio de Jesus, o processo de implantação de P+L só fez contribuir principalmente

com a etapa do SGA, de definição das medidas para minimizar os impactos ambientais,

agregando valor e orientando o processo para a adoção de Técnicas de Redução da

Poluição.

Desta forma, pode-se dizer que o importante no processo de adoção de instrumentos de

gestão, é identificar as opções existentes que podem ser utilizadas de maneira

complementar contribuindo para o atingimento das metas que visam a melhoria do

desempenho da empresa.

Vale salientar que o estudo de caso EMBASA desenvolveu-se em unidades já

instaladas e em operação, assim sendo, não houve uma exploração de instrumentos

preventivos a exemplo de Projeto para o Meio Ambiente e Análise de Ciclo de Vida de

produtos ou processos.

No entanto, considerando o porte da empresa e a necessidade crescente de ampliação no

atendimento das demandas de saneamento básico, esses instrumentos podem vir a ser

utilizados, principalmente na fase de elaboração de projetos de novas unidades de

operação, evitando custos com ações corretivas de problemas já conhecidos, portanto,

facilmente previsíveis.

A EMBASA já tem experiências na implantação de Sistema de Qualidade e de Gestão

Ambiental visando a Certificação e em Produção mais Limpa, como pode ser verificado

Page 163: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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neste estudo. Reforça-se apenas neste momento, a necessidade de ampliar essas

experiências a todas as suas unidades e, se possível, de maneira integrada e preventiva.

7.6. OS PRODUTOS DA DISSERTAÇÃO

Acredita-se que essa pesquisa apontou algumas ações que podem vir a ter uma

aplicabilidade prática para a EMBASA e para o Setor de Saneamento:

• A estratégia de aplicação da metodologia – O grande desafio da área de Recursos

Humanos das empresa tem sido validar processos de aprendizagem, principalmente

quando o objetivo é trazer retorno direto, mensurável, seja no plano operacional, ou

no estratégico.

O processo de definição da estratégia de aplicação da metodologia na EMBASA

envolveu uma parceria muito grande com a área de RH, em especial a gerente,

engenheira, com longa experiência de atuação nos sistemas de operação da empresa.

Essa combinação de perfil técnico, juntamente com outras características, inclusive

pessoais, como forte motivação para vencer novos desafios, influenciaram

positivamente em todas as ações desenvolvidas no âmbito do programa P+L.

A análise dos Diagnósticos de percepção indicou que a estratégia trouxe muito bons

resultados. Dessa forma, entende-se que essa experiência pode vir a contribuir

como exemplo, para a EMBASA e outras empresas, de mecanismos de validação de

treinamentos profissionais.

• Tabela 6 – Indicadores de Monitoramento de Desempenho do Programa P+L –

Os indicadores de desempenho representam os valores numéricos de redução de

consumo, perda, geração de resíduos etc e passíveis de serem monitorados para

atestar de maneira mensurável o nível de ecoeficiência da empresa.

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Os indicadores apresentados nesse estudo podem representar o primeiro passo na

definição de indicadores corporativos, e porque não dizer, no futuro do Setor de

Saneamento.

• Tabelas Resumo - Resultados do Programa de Produção mais Limpa na

EMBASA – Estas apresentam uma relação de situações, na sua maioria, comuns às

unidades de operação, podendo constituir as bases do “Manual de Ecoeficiência das

Operações da EMBASA”, proposto pelos técnicos da empresa e que pode servir de

estímulo para a elaboração, no futuro, da “Matriz de Oportunidades de Melhoria

P+L no Setor de Saneamento”.

1. Este portanto, é o principal produto do programa, pois acredita-se que as medidas

adotadas nas unidades operacionais da EMBASA têm potencial para serem

replicadas em outras unidades de operação de empresas de saneamento em geral.

2. Este processo pode considerar todas as partes do sistema produtivo, ou seja,

desde a captação até a distribuição, podendo manifestar-se nos hábitos dos

consumidores (sistema intradomiciliar), contribuindo muito para que o setor esteja

alinhado com as bases do desenvolvimento sustentável.

7.7. A REDE DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA

A aplicação da metodologia P+L na EMBASA é um exemplo de um conjunto de ações

que foram empreendidas em nível local, pela Rede TECLIM/UFBA e NPL-BA, sediado

no SENAI-CETIND que atuam com o apoio de parcerias com o órgão ambiental do

Estado - CRA, SEBRAE, GTZ – órgão alemão de cooperação e as empresas do setor

produtivo baiano.

Em nível nacional e internacional, esse processo de internalização de P+L envolveu

ainda várias outras instituições: CEBDS, CNTL, NPLs, CNI, SENAI - Nacional,

Bancos Financiadores, setor produtivo, UNEP (Programa das Nações Unidas para o

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Desenvolvimento Sustentável), que têm papéis muito importantes na disseminação do

conceito e prática da Produção mais Limpa no setor produtivo.

Dessa forma, verifica-se cada vez mais um esforço envolvendo empresários, governos e

sociedade civil organizada, visando a integração dos pilares da Ecoeficiência: economia,

ambiente e sociedade, base do desenvolvimento sustentável, o qual exige uma

combinação equilibrada dos mecanismos de comando-controle, auto-regulação e

instrumentos de mercado.

7.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De maneira geral, pode-se dizer que a análise das oportunidades de Produção mais

Limpa aqui relatadas, teve o objetivo de apresentar o impacto da implementação da

metodologia de Produção mais Limpa UNIDO/UNEP nas unidades pilotos da

EMBASA.

As medidas adotadas (gerenciais e operacionais), sinalizaram um retorno econômico e

benefícios socioambientais que representam um alerta às demais organizações,

principalmente do setor de saneamento, aqui enfatizado, para a importância de se

considerar a vertente ambiental no planejamento estratégico das empresas, alocando

recursos financeiros, entendendo que a Prevenção da Poluição não é investimento a

fundo perdido.

O Programa P+L consistiu na definição de uma estratégia de aplicação da metodologia

que considerou um conjunto de ações empreendidas pelo corpo gerencial da empresa; o

acompanhamento de um processo de capacitação direta de cerca de 100 técnicos de

uma mesma empresa que participaram, trocando experiências profissionais de forma

interativa.

Além disso, os Ecotimes, equipes formadas nas unidades, já realizaram vários

treinamentos de sensibilização em P+L e estão com o desafio de dar continuidade ao

programa, a partir do processo contínuo de identificação de novas oportunidades de P+L

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nas unidades que já participam do programa e de outras que venham a aderí-lo na

empresa.

Enfim, pretendeu-se demonstrar com esse trabalho que é possível definir estratégias de

aplicação da metodologia P+L que considerem as especificidades das empresas

produzindo resultados que impactem positivamente de forma corporativa.

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8.1. PARA A EMPRESA

Recomenda-se que a EMBASA consolide a prática de elaborar o instrumento de

planejamento de gestão já utilizado pela empresa, o relatório 3 Gerações, pautado nos

princípios e na metodologia de P+L.

Além disso, entende-se como mister estender o Programa P+L a outras áreas da

empresa, a exemplo de sistema de distribuição, estações de Tratamento de água,

manutenção, área administrativa e outras, utilizando os resultados, já alcançados com o

programa, como elementos sensibilizadores e motivadores na adesão de seus

colaboradores.

Aproveita-se ainda para fazer algumas sugestões de maneira a dar continuidade ao

programa na empresa:

��Inserir o princípio de P+L na Política Ambiental da empresa e nos

Programas de Educação Ambiental.

��Formalizar P+L no planejamento estratégico da empresa.

��Integrar os instrumentos de gestão e as áreas de qualidade, saúde, segurança

do trabalho e meio ambiente.

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��Estimular a implantação de sistema de gestão ambiental, se possível

certificando-os.

��Realizar Auditorias periódicas de P+L.

��Elaborar Manuais de operação com foco em P+L

��Incorporar os princípios de P+L na área de manutenção de equipamentos.

��Promover encontros técnicos em P+L para exercitar a visão sistêmica através

do compartilhamento de experiências e integração das ações.

��Estabelecer a prática de elaborar o Relatório Anual de Desempenho

Socioambiental da empresa.

8.2. PARA TRABALHOS FUTUROS

Entende-se que os resultados de Produção mais Limpa tornam-se mais representativos

quando referem-se a um setor produtivo, principalmente pela possibilidade de

replicagem das experiências bem sucedidas, favorecendo as empresas que fazem parte

do setor, pois otimiza custos, principalmente com levantamento de alternativas

tecnológicas, que já foram identificadas e testadas anteriormente.

Recomenda-se portanto, para trabalhos futuros, algumas linhas de pesquisa tendo como

base o aprofundamento dos estudos sobres as alternativas de medidas apontadas no

programa P+L que podem ter grande aplicabilidade no setor produtivo:

��Definição de indicadores de ecoeficiência do setor de saneamento.

��Uso da água oxigenada como agente oxidante em substituição ao cloro nas

ETAs.

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��Reciclagem de metais pesados no lodo das Estações de Tratamento de Água.

��Utilização de sulfato férrico como agente coagulante em substituição ao

sulfato de alumínio.

��Uso do sulfato de alumínio líquido em substituição ao sólido.

Esses trabalhos podem dar um novo rumo à gestão ambiental nesse ramo de atividade,

atualmente tão em evidência por motivos diversos, a exemplo da necessidade de

adequação aos requisitos legais, novos padrões exigidos pela lei 9.433 da Política

Nacional de Recursos Hídricos, pendências no licenciamento ambiental e atendimento

às exigências de organismos financiadores, responsáveis pela liberação de recursos

financeiros destinados a ampliar a capacidade de atendimento das empresas do setor

visando melhorar as condições de saneamento básico que afetam diretamente a

qualidade de vida de todos os segmentos da sociedade.

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Tabela 9 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Barreiras

OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS

DE P+L NÍVEL INVESTIMENTO ( R$ ) BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/ANO (R$)

TEMPO DE RETORNO

(AN0) REPLICABILIDADE

1 – Reaproveitamento dos efluentes através da redução do consumo de água na lavagem dos filtros e descarga dos decantadores

Através de reciclagem interna dos efluentes tratados construção de tanque de decantação e leito de secagem do lodo gerado

Reutilização Interna e Fim de Tubo

2 R$ 86.500,00 R$ 4.366,00 19,8 Aplicável na maioria das ETAs desde que haja descarga de decantadores, lavagem e descargas de filtro , levando-se em conta as questões climáticas e disponibilidade de área

2 - Racionalização do uso de água para lavagem dos filtros, descarga dos decantadores e preparo de soluções

Elaboração de procedimentos operacionais para otimização dos processos (POPs) para padronizar as tarefas

Boas Práticas Operacionais: Mudança de Procedimento

1 Sem investimento R$ 3.162,00 Aplicável em todas as etas que não tenham ainda os POPs p/ lavagem de filtros e descargas de decantadores e preparo de soluções

3 - Minimização ou eliminação de resíduos na preparação de coagulante através da substituição do sulfato sólido pelo sulfato líquido a 50%

Aquisição de tanques de fibra de vidro para armazenamento do sulfato líquido e instalação de conjunto motor-bomba para recalque da solução

Mudança de Insumo

1 R$ 8.000,00 R$ 2.938,00 2,7 Aplicável a todas as ETAs de médio e grande porte que utilizam sulfato sólido, observando a relação custo/benefício.

4 - Aumento da eficiência do tratamento na ETA com a construção de caixa de areia na captação

Instalação de elevatória flutuante na captação para recalque até caixa de areia

Mudança de Matéria-Prima

1 R$ 150.000,00 Avaliação altamente complexa, pois exige a realização de simulações no tratamento

Aplicável em captações que haja possibilidade de arraste de areia. Deve-se observar a qualidade do manancial, local da tomada d´água e topografia

TOTAL R$ 244.500,00 R$ 10.466,00 11,3 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

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Tabela 10 – Resultados do Programa Produção mais Limpa naUnidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Cobre TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA

POLUIÇÃO NÍVEL BENEFÍCIOS REPLICABILIDADE OPORTUNIDADE DE

P+L TIPO DE

INTERVENÇÃO

INVESTIMENTO ( R$ )

ECONÔMICOS/ANO

TEMPO DE RETORNO

(ANO) 1 - Redução do consumo de energia elétrica a partir de adução de água por gravidade.

Construção de uma nova adutora.

Boas Práticas Operacionais: Mudança das condições operacionais, adequação de equipamentos

Nível 1 R$ 100.000,00 R$ 147.200,00 0,68 Aplicável em todas as Unidades de tratamento, dependendo das características de cada localidade, observando-se a topografia local.

2 - Reaproveitamento de água de lavagem de floculadores e decantadores

Ligação do dreno dos floculadores aos decantadores. Construção de elevatória.

Reuso Interno Nível 2 R$ 5.000,00 R$ 1.010,00 4,95 Aplicável em todas as ETA´s

3 - Reaproveitamento de água de lavagem de decantadores e floculadores com destino final adequado.

Construção de tanque. de reaproveitamento e estação elevatória. Construção de leito de secagem do lodo.

Reuso Interno e Fim de Tubo

Nível 2 R$ 12.000,00 R$ 9.930,00 1,21 Aplicável em todas as ETA´s. Observar restrições em relação ao clima, área disponível, topografia e possibilidade de utilizar filtro-prensa.

4 – Minimização ou eliminação de resíduos na preparação da solução coagulante através da substituição de coagulante sólido por líquido (Sulfato de alumínio)

Construção de sistema para recebimento e estocagem do sulfato de alumínio líquido. Construção de sistema de dosagem

Mudança de Insumo Nível 1 R$ 8.400,00 R$ 840,00 10,00 Aplicável em todas as ETA s

5 - Substituição de alcalinizante sólido (cal hidratada) por líquido (soda ).

Construção de sistema para recebimento e estocagem da soda 50%. Construção de sistema de dosagem

Mudança de Insumo Nível 1 R$ 5.700,00 R$ 545,00 10,46 Aplicável em todas as ETA´s, com restrições para o manuseio do produto, atrelado ao PPRA.

TOTAL R$ 131.100,00 R$ 159.525,00 5,46 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

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Tabela 11 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Vitória da Conquista OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TIPO DE TÉCNICA

P+L APLICADA NÍVEL INVESTIMENTO

(R$) BENEFÍCIOS

ECONÔMICOS/ANO (R$)

TEMPO DE RETORNO

(ANO)

REPLICABILIDADE

1 – Ajuste da concentração para redução de perda da solução de sulfato de alumínio através de sua utilização.

Rebaixamento da tubulação de sucção e concretagem do fundo da tina.

Boas Práticas Operacionais: Mudança de Condições operacionais

1 213,00 3.404,75 0,06 Aplicável em todas unidades

2 – Melhor aproveitamento da água disponível para lavagem dos filtros eliminando as perdas no processo e tornando a lavagem mais eficiente.

Substituição ou recuperação de registros, eliminação de infiltrações e implantação do sistema de lavagem superficial dos filtros.

Boas Práticas Operacionais:: mudança de condições operacionais, adequação de equipamentos

1 21.304,29 8.205,11 2,60 Aplicável em todas as unidades

3 – Reaproveitamento da água de descarga dos decantadores e floculadores.

Utilização de reservatório existente com instalação de Estação Elevatória para reaproveitamento da água de descarga dos decantadores e floculadores.

Reciclagem Interna 2 20.420,46 1.881,37 10,85 Aplicável em todas as Unidades

4 – Redução no consumo de energia elétrica no processo de floculação.

Retirada de operação de floculadores mecânicos em excesso

Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais

1 sem investimento 3.266,85 Aplicável em todas as unidades onde possuam floculadores mecânicos

5 – Otimização do processo de abastecimento do reservatório elevado de lavagem dos filtros.

Recuperação do conjunto motor-bomba que é específico para o processo.

Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais e adequação de equipamentos

1 50,00 2.974,22 0,02 Aplicável em todas as unidades

TOTAL 41.987,75 19.732,30 3,38 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

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Tabela 12 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Principal OPORTUNIDADE DE

P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA

POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO

(R$)

BENEFICIOS ECONÓMICOS ANO

(R$)

TEMPO DE RETORNO

(ANO)

REPLICABI-LIDADE

1 –Substituição do cloro na mistura rápida como oxidante da matéria orgânica por água oxigenada para redução de precursores de trihalometanos.

1-Aquisição de tq’s de PVC. Aquisição de água oxigenada. 2-Aquisição de dosadores de nível constante e orifício variável. 3-Exposição de motivos para alocação de recursos.

Mudança de Insumos 1 R$ 8.000,00 R$ 186.810,00 0,04 Aplicável nas ETA`s em que a água bruta tenha

alto índice de matéria orgânica

2 – Substituição do sulfato de alumínio 50% por sulfato férrico 42,5% para eliminar a presença de alumínio residual na água distribuída e nas descargas de decantadores e floculadores

1-Aquisição de tanques, equipamentos e produtos para o caso específico. 2-Exposição de motivos para alocação de recursos. 3- Adequação do fornecedor para atendimento às novas exigências

Mudança de Insumos 1 R$ 383.250,00 R$ 142.870,00 2,68 Aplicável em ETA`s que

utilizam sulfato de alumínio para

redução de metais pesados

no manacial

3 – Reaproveitamemto das águas de descarga de decantador, lavagem de filtros e vazamentos após construção de ETE e estação elevatória

1-Construção de ETE e aquisição de equipamentos 2-Exposição de motivos para alocação de recursos e projetos

Reciclagem Interna

E Fim de Tubo

2 R$ 3.606.000,00 R$ 590.480,00 6,11 Aplicável nas ETA`s de grande

porte

4 - Minimização de vazamento de adufas dos floculadores, descarga e adufas de decantadores e descarga dos filtros, com aquisição de válvulas, comportas e adufas

1-Substituição e ou manutenção de comportas, adufas e válvulas. 2-Programação de manutenção e ou aquisição de equipamentos novos

Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos

1 R$ 40.000,00 R$ 156.950,00 0,25 Aplicável em todas as ETA`s como prática de

manutenção periódica

TOTAL R$ 4.037.250,00 R$ 1.077.110,00 2,27 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 183: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 13 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Guanambi OPORTUNIDADE

DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA

POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO

( R$)

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/

ANO

TEMPO DE RETORNO

(ANO) REPLICABILIDADE

1- Reaproveitamento de efluentes da ETA através de tanque de decantação e secagem do lodo

Construção de um tanque de reaproveitamento de água de lavagem com aplicação de conjunto motor bomba para recirculação ao processo inicial. Aquisição do conjunto motor bomba.

Reciclagem Interna e Fim de Tubo

2 R$ 46.572,00 R$ 1.161,00 40,11 Aplicável em todas as ETAS localizadas em regiões com baixo índice pluviométrico

2 – Redução do consumo de energia elétrica no bombeamento, melhorando o rendimento dos equipamentos e reduzindo o tempo de operação.

1-Modificação do regime operacional, dimensionando equipamentos com melhores rendimentos, instalação de bancos de capacitores, revisão os contratos de energia, treinamento e capacitação da força de trabalho. 2-Utilização dos equipamentos em sua capacidade nominal, melhorando o rendimento e adequando a operação dos sistemas, permitindo a redução do regime operacional, sem prejudicar o abastecimento.

Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais, adequação de equipamentos, mudança de procedimentos

1 sem investimento R$ 7.313,00 Aplicável em todas as ETAS em que o conjunto motor bomba (CMB) esteja mal dimensionado

3 – Melhoria da qualidade da água bruta através do prolongamento da sucção no ponto de captação com vistas a reduzir a pré- cloração e a dosagem de sulfato de alumínio

1-Captação da água bruta de melhor qualidade a uma profundidade maior no ponto de captação e mais distante das margens. 2-Prolongamento do barrilete de sucção da elevatória de água bruta.

Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais, adequação de equipamentos e Mudança da Matéria-Prima

1 R$ 1.474 ,00 R$ 11.628,00 0,13 Aplicáveis nos mananciais cujo ponto de captação da água não esteja adequado específicos

4. Reaproveitamento no volume de água de lavagem expurgado

1-Aproveitamento da água expurgada nos filtros no início da operação de lavagem. 2-Alteração no procedimento da operação de lavagem dos filtros.

Reciclagem Interna. 2 sem investimento R$ 87, 00 Em todas as ETA's

Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 184: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 14 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Guanambi (cont.) OPORTUNIDADE

DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA

POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO

( R$)

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/AN

O

TEMPO DE RETORNO

(ANO ) REPLICABILIDADE

5. Redução de perdas de solução de sulfato de alumínio na lavagem das tinas através de modificações no barriletes.

Aproveitamento do volume de solução de sulfato de alumínio expurgado das tinas no final da utilização. Modificação dos barriletes de saída das tinas.

Boas Práticas Operacionais: modificação de procedimento, adequação de equipamentos.

1 R$ 312,00 R$ 3.605,00 0,09 Em todas as ETA's que utilizam como insumo o sulfato de alumínio sólido onde a aplicação seja feita por gotejamento por gravidade (nível constante)

TOTAL R$ 48.358,00 R$ 23.795,00 26,81 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 185: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 15 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Ilhéus

OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO

TÉCNICAS DE REDUÇÃO

DA POLUIÇÃO

NÍVEL INVESTIMENTO(R$)

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/A

NO (R$)

TEMPO DE RETORNO

( ANO) REPLICABILIDADE

1 – Reaproveitamento de água de lavagens, descargas de filtros e decantadores

Construção de reservatório de reaproveitamento e instalação de conjunto elevatório

Reuso Interno 2 R$ 23.000,00 R$ 865,00 26,58 Viável p/ todas as ETA's. Sugere-se a construção de reservatórios enterrados para redução de custos

2 – Desidratação do lodo de lavagens e descargas de filtros

Construção de leito de secagem

Tratamento de resíduo - Separação e concentração de resíduo (Fim de Tubo)

- R$ 6.800,00 R$ 690,00 ( - ) * 9,86 Viável para todos os sistemas observando-se as condições operacionais (outras opções : filtro prensa, centrífuga, etc)

3 – Eliminação das perdas de água tratada por extravasamento do reservatório elevado (águas de processos), através da automação do conjunto elevatório

Automação do conjunto elevatório

Modificação Tecnológica

1 R$ 1.500,00 R$ 1.476,00 1,02 Válido para todos os sistemas que tiverem resevatório de água sem controle de nível

4 – Minimização ou eliminação de resíduos na preparação da solução coagulante

Instalação de soprador de ar na tina de preparação

Modificação Tecnológica

1 R$ 2.500,00 R$ 2.242,00 1,12 É necessário avaliar os custos pela necessidade de instalação de central pneumática (2 compressores), custo de manutenção, operadores etc. Avaliar a utilização de sulfato de alumínio líquido ou metodologia mais eficiente para utilização do produto.

5 – Eliminação do escape de cloro gasoso para o rel- provedor de água do sistema de dosagem, com construção de elevatória e novas instalações dosadoras

Construção de nova base para o cilindro e instalação de moto-bomba para mistura da solução de cloro gasoso

Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamento

1 R$ 4.500,00 R$ 2.884,00 1,56 Aplicável onde houver necessidade de correção de projeto, instalando manômetro na linha quando for o caso.

TOTAL R$ 38.300,00 R$ 8.157,00 8,03 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 186: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 16 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Ipiau OPORTUNIDADE DE

P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE P+ L NÍVEL INVESTIMENTO

( R$ )

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS

ANO ( R$)

TEMPO DE RETORNO

(ANO) REPLICABILIDADE

1 - 'Implantação da lavagem mista nos filtros com injeção de ar para melhorar a eficiência na lavagem e redução de perdas de água.

Instalação de soprador, equipado com motor para produzir o ar necessário. Este ar é encaminhado aos filtros através de um barrilete em tubos de PVC rígido e válvulas tipo esfera. Nos fundos dos filtros o ar é distribuído através de uma malha de difusores também em tubos PVC soldável com furos distribuídos em toda área filtrante.

Modificação Tecnológica

1 R$ 11.850,00 R$ 22.663,00 0,52 Aplicável nas ETAs onde existe sistema de filtração. O dimensionamento dos sopradores deve ser em função do leito filtrante, para que haja expansão eficiente.

2 – Reaproveitamento de água de lavagem de filtros e decantadores através da construção de reservatório e elevatória flutuante

Armazenamento do efluente líquido de lavagem dos filtros, decantação e retorno ao processo como matéria - prima de boa qualidade. Encaminhamento do lodo produzido para um leito de secagem.

Reuso Interno e Fim de Tubo

2 R$ 11.000,00 R$ 5.969,00 1,84 Viável p/ todas as ETA's. Sugere-se a construção de reservatórios enterrados para redução de custos. Depende de disponibilidade de área e topografia

3 – Desidratação do lodo de lavagens e descargas de filtros

Construção de leito de secagem para o lodo. Encaminhamento do lodo desidratado ao aterro sanitário e a olaria para utilização na confecção de tijolos. Este lodo, por ser rico em hidróxido de alumínio, poderá também ser reprocessado utilizando ácido sulfúrico e retornando ao processo como sulfato de alumínio.

Reuso Interno, Reciclagem Externa e Tratamento de resíduo - Separação e concentração de resíduo – (Fim de Tubo )

2 e 3 R$ 50.000,00 R$ 1.500,00 33,33 Viável para todos as ETAs que utilizam sistemas de lavagem de filtros e de decantadores. A tecnologia depende das condições operacionais, disponibilidade de área, índice pluviométrico, (Outras opções: filtro prensa, centrífuga, etc)

4 – Minimização de resíduos na preparação da solução coagulante

Substituição do sulfato de alumínio sólido pelo líquido reduzindo resíduo sólido, obtenção de solução coagulante com concentração mais definida evitando erros de dosagens no momento da aplicação. Redução do consumo de energia devido ao não uso de misturadores.

Substituição de Insumos

1 R$ 12.000,00 R$ 5.015,00 2,39 Viável principalmente em ETAs de médio e grande porte , observando-se dificuldades de transporte do insumo. O uso da alternativa depende da vazão e qualidade da água bruta

TOTAL R$ 84.850,00 R$ 35.147,00 9,52 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 187: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 17 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Irecê OPORTUNIDADE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TIPO DE TÉCNICA

DE P+L APLICADA NÍVEL INVESTIMENTO BENEFÍCIOS TEMPO DE

RETORNO (ANO)

REPLICABILIDADE

ADOTADA ( R$ ) ECONÔMICOS/ANO ( R$) 1 – Reaproveitamento das Águas Oriundas dos Processos

Construção de reservatório de reaproveitamento e leito de secagem

Reuso Interno e Fim de Tubo

2 R$ 26.550,00 R$ 12.862,00 2,06 Aplicável observando-se: variações climáticas, área para construção de reservatório de reaproveitamento e leito de secagem, custo com destinação final de residuos

2 – Sistematização de procedimentos para descargas de fundo dos decantadores e lavagem dos filtros.

Treinamento de operadores e padronização de procedimentos (POP's).

Boas Práticas Operacionais: Mudança de Procedimentos

1 R$ 500,00 R$ 897,00 0,56 Aplicável em todas unidades

3 – Correção na aplicação excessiva de cloro na saída da ETA

Aumento do número de pontos de aplicação de cloro na saída da ETA com construção de linha de recalque para aplicação de dosagens distintas.

Boas Práticas Operacionais: Mudança de Procedimentos

1 R$ 1.200,00 R$ 169,00 7,10 Aplicável em Sistemas Integrados

4 – Otimização no preparo da solução de sulfato de alumínio através de injeção de ar, objetivando a redução do consumo.

Instalação de sopradores e adaptação de dutos para distribuição de ar na tinas de preparo.

Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições de operação

1 R$ 5.200,00 R$ 9.529,00 0,55 Aplicável em todas unidades

5 – Correção de deficiência nos decantadores.

Construção de canais de distribuição nos decantadores .Substituição dos canais de fibra de vidro por tubos em RPVC.

Boas Práticas Operacionais: Adequação de equipamentos

1 R$ 30.398,00 R$ 21.922,00 1,39 Aplicável em todas unidades

TOTAL R$ 63.848,00 R$ 45.379,00 2,33 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 188: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 18 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Itaberaba

OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE NTERVENÇÃO TÉCNICA P+L NÍVEL

P+L INVESTIMENTO

( R$ )

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/

ANO

TEMPO DE RETORNO

(ANO) REPLICABILIDADE

1 –Minimização das perdas de água filtrada do Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Itaberaba

Substituição das adufas de fundo por registros de gaveta FºFº.

Boas Práticas Operacionais: Adequação de equipamentos

1 R$ 7.316,00 R$ 2.248,00 3,25 Recomendável para todas as ETAs como prática de manutenção periódica

2 –Eliminação de perdas por extravasamento e eliminação de etapa de bombeamento para reservação, objetivando regulação da operação no horário de ponta no S.I..

Construção de reservatório de argamassa armada, para aumento do volume no reservatório de contato e caixa de reunião da 1.ª EEAT.

Boas Práticas Operacionais: mudança de procedimento e condições operacionais, adequação de equipamentos

1 R$ 43.513,00 R$ 7.260,00 5,99 Apicável em ETAs com deficiência de reservação

3 –Minimização da infiltração em solos, de resíduos químicos do laboratório regional da Unidade de Negócios de Itaberaba

Construção de um reservatório impermeável para acondicionamento adequado dos resíduos.

Fim de Tubo R$ 3.527,00 não calculado Aplicável em ETAs que geram resíduos

4-Minimização dos efluentes de lavagem dos filtros da ETA do Sistema Integrado de Itaberaba.

Construção de um tanque de reaproveitamento de água de lavagem.

Reuso Interno 2 R$ 18.419,00 R$ 3.059,00 6,02 Aplicável em ETAs para reduzir perda de matéria-prima

5 –Destinação adequada do lodo proveniente das lavagens e descargas dos filtros, floculadores e decantadores da ETA Itaberaba.

Construção de um leito de secagem.

Fim de Tubo 1 R$ 14.200,00 não calculado Aplicável em ETAs que geram resíduos

TOTAL R$ 86.97,00 R$ 12.56,00 5,09 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 189: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 19 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Itamaraju

INVESTIMENTO BENEFÍCIOS TEMPO DE RETORNO

(ANO) OPORTUNIDDE DE

P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA

POLUIÇÃO NÍVEL

( R$ ) ECONÔMICOS/ANO

REPLICABILIDADE

1 – Reaproveitamento da água residual através de construção de tanque de decantação e leito de secagem

Construção de reservatório de recuperação de água de lavagem e descargas de decantadores e floculadores. Construção de EEA Decantada e leito de secagem para o lodo. Aproveitamento do lodo em olaria

Reciclagem Interna Reciclagem Externa

Nível 2 Nível 3

R$ 30.000,00 R$ 2.100,00 14,28 Aplicável em todos as ETA´s.

2 – Redução de perda do volume de água bruta captada no rio, substituindo rotores do CMB da captação

Aquisição e instalação de rotores nos CMB da primeira Elevatória (flutuante) para equilibrar vazões entre elevatórias e desligamento do CMB reserva.

Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos

Nível 1 R$ 750,00 R$ 7.047,00 0,11 Aplicável com restrições quanto a alteração do ponto de trabalho do equipamento

3 - Automação da captação através do NA do RAD

Instalação de registro na AAB (chegada) e componentes no quadro de comando da Captação.

Modificação Tecnológica Nível 1 R$ 1.500,00 R$ 4.298,00 0,35 Aplicável em todos os SAA´s.

4 – Redução do volume de descarga do canal de água floculada

Aquisição e instalação de comporta permitindo separar o NA do floculador e do canal de água floculada.

Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos

Nível 1 R$ 550,00 R$ 607,00 0,91 Aplicável dependendo da situação operacional

5 – Redução do consumo de água tratada na lavagem dos filtros

Aquisição e instalação de registros no barrilete dos filtros.

Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos

Nível 1 R$ 10.431,00 R$ 3.194,00 3,27 Aplicável dependendo da situação operacional

TOTAL R$ 43.231,00 R$ 17.246,00 3,78 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 190: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 20 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Esgoto da EMBASA - ETE Jequié BENEFÍCIOS

OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE P+L NÍVEL INVESTIMENTO

( R$ ) ECONÔMICOS/ANO

TEMPO DE RETORNO

MÊS REPLICABILIDADE

1 – Otimização do consumo de energia elétrica e redução da geração de lodo nas lagoas aeradas facultativas através de redução das cargas orgânicas resultantes de contribuições não domésticas.

Elaboração de projeto para construção de Laboratório de Controle Sanitário. – Levantamento das possíveis contribuições não domésticas à ETE.- Elaboração de Procedimento Operacional Padrão para recebimento de efluentes não domésticos e posterior desligamento de contribuições não conformes (Decreto nº 7765/00).

Boas Práticas Operacionais: Mudança de

Procedimento

1 R$ 132.160,00 R$ 25.365,00 5,21 Recomendável para todas as ETEs

2 – Remoção de resíduos sólidos e areia através da substituição do sistema manual por processo mecanizado visando a otimização do tratamento preliminar, redução de custos e benefícios a saúde ocupacional.

Elaboração de projeto para aquisição e instalação de equipamentos para remoção mecânica de resíduos sólidos e areia.- instalação de grades com menor espaçamento entre barras.- Dimensionamento de equipamentos mecanizados para retenção de resíduos sólidos e areia.

Modificação Tecnológica

1 R$ 120.000,00 R$ 12.474,00 9,62 Recomendável para todas as ETEs

3 – Remoção e desidratação de lodo das lagoas aeradas facultativas com utilização de removedor elétrico e centrífuga para aumento da eficiência do processo de tratamento.

- Estudo para definição de alternativa para aquisição de equipamentos para remoção e desidratação do lodo.- Construção de leito de secagem para desidratação de lodo e algas em suspensão nas lagoas.- Desativação temporária da Lagoa 3.

Fim de Tubo R$ 373.700,00 R$ 38.800,00 ( - ) * 9,63 Recomendável para todas as ETEs

4 – Aplicação do lodo das lagoas em agricultura e/ou disposição em aterro sanitário através da caracterização dos componentes do lodo

Identificação dos componentes do lodo para aplicação na agricultura.- Solicitação de recursos para construção de Laboratório Sanitário. - Encaminhamento de amostras para o Laboratório Central da EMBASA.- Elaboração de Procedimento Operacional Padrão para recebimento de efluentes não domésticos (Decreto nº 7765/00).

Reciclagem Externa e

Fim de Tubo

3 R$ 12.000,00 R$ 3.906,00 ( - ) * 3,07 Recomendável para todas as ETEs

5 - Reuso do efluente final para irrigação do cinturão verde no entorno da ETE através de bombeamento.

Elaboração de projeto hidráulico para irrigação do cinturão verde.- Irrigação do cinturão verde com água tratada (Lagoas aeradas facultativas). Irrigação provisória do cinturão verde (lagoas de decantação/maturação) com utilização do efluente final através de equipamento hight velocity e conjunto motor-bomba (gasolina).

Reciclagem externa

3 R$ 22.000 R$ 98.694,00 0,22 Recomendável para todas as ETAs

TOTAL R$ 659.860,00 R$ 179.239,00 5,55 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 191: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 21– Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Paulo Afonso

OPORTUNIDADE DE P+L

TIPO DE INTERVENÇÃO

TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA

POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO

( R$ )

BENEFICIOS ECONOMICOS/ANO

( R$ )

TEMPO DE RETORNO

(ANO) REPLICABILIDADE

1 – Minimização ou eliminação de resíduos na preparação da solução coagulante

Substituição das hélices dos misturadores. - Instalação na base da tina de malha de PVC perfurada acoplada a compressores, para inserção de ar no processo de mistura.

Modificação Tecnológica

1 R$ 1.900,00 R$ 8.643,00 0,22 É necessário avaliar os custos pela necessidade de instalação de central pneumática (compressores), custo de manutenção, operadores etc. Avaliar a utilização de sulfato de alumínio líquido ou procedimento mais eficiente para utilização do produto.

2 – Redução de perdas de água por vazamentos no processo de tratamento da água

- Impermeabilização dos decantadores e calhas com fibra de vidro. - Substituição dos fusos dos registros. - Recuperação das comportas dos filtros.

Boas Práticas Operacionais: Substituição e adequação de equipamentos

1 R$ 5.000,00 R$ 79.042,00 0,06 Viável para todas as ETA's. Condicionada a consulta prévia às UN's ou oficina central da EMBASA

3 – Tratamento adequado dos resíduos sólidos, sacos e embalagens, remanescentes das soluções químicas.

- Estabelecimento de parceria com Usina de Reciclagem de Lixo, para coletar, prensar e fornecer destino final adequado, conforme Lei ambiental.

Reciclagem Externa e Fim de Tubo

3 sem investimento 350,00

Viável para as cidades que possuem usinas de reciclagem.

4 - Reaproveitamento de água de lavagem de filtros e decantadores

Construção de reservatório e elevatória flutuante

Reuso Interno 2 R$ 73.000,00 R$ 59.156,00 1,23 Viável p/ todas as ETA's. Sugere-se a construção de reservatórios enterrados para redução de custos

5 - Reaproveitamento de água de descarga dos decantadores

Construção de reservatório e elevatória flutuante

Reuso Interno 2 R$ 21.760,00 R$ 8.864,00 2,45 Viável p/ todas as ETA's. Sugere-se a construção de reservatórios enterrados para redução de custos

TOTAL R$ 101.660,00 R$ 155.755,00 0,99 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 192: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 22 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Pojuca

OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA

POLUIÇÃO NÍVEL INVESTIMENTO

( R$ )

BENEFICIOS ECONOMICOS/ANO

( R$ )

TEMPODE RETORNO

(ANO) REPLICABILIDADE

1 - Reaproveitamento de água de lavagem de filtros através de tanques de decantação

Construção de tanques de decantação e estação elevatória para reaproveitamento da água de lavagem

Reutilização Interna 2 R$ 19.500,00 R$ 5.770,00 3,38 Aplicável, observando-se as questões topográficas (cotas) e disponibilidade de área

2 – Determinação do tempo ideal de lavagem de filtros com o uso de piezômetros.

Implantação de piezômetro Boas Práticas Operacionais: Substituição de equipamento

1 R$ 500,00 R$ 575,00 0,87 Aplicável em todas as unidades que não tenham chaminé de equilíbrio

3 – Redução do custo de energia elétrica através de mudança de grupamento tarifário e redução de perdas de água bruta e no sistema distribuidor

Mudança no contrato de fornecimento de energia elétrica, com redução no contrato de demanda , redução do tempo de operação com diminuição do consumo de energia elétrica

Boas Práticas Operacionais: Mudança de procedimento e condições operacionais

1 R$ 19.000,00 R$ 35.185,00 0,54 Aplicável, observando-se as questões relacionadas aos custos e benefícios

4 – Recuperação de água filtrada perdida através de substituição de comportas

Substituição das comportas existentes, por onde havia perda de água filtrada, por stop log de alumínio.

Boas Práticas Operacionais: Substituição/ adequação de equipamentos

1 R$ 1.500,00 R$ 591,00 2,54 Aplicável em todas as unidades que tenham equipamentos similares

5 – Redução do consumo de produtos químicos através da substituição dos dosadores de nível constante

Aquisição e instalação de dosadores de sulfato de alumínio mais eficientes para permitir um melhor controle de dosagens

Boas Práticas Operacionais: Substituição/ adequação de equipamentos

1 R$ 3.200,00 R$ 782 ,00 4,09 Aplicável em todas as unidades

TOTAL R$ 43.700,00 R$ 42.903,00 2,28 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 193: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 23 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Queimadas

OPORTUNIDADE DE P+L INTERVENÇÃO TIPO DE TÉCNICA P+L APLICADA NÍVEL INVESTIMENTO

(R$)

BENEFÍCIOS ECONÔMICO

S/ANO (R$)

TEMPO DE RETORNO

(ANO) REPLICABILIDADE

1 – Recuperação da água de lavagem e descarga de fundo dos filtros

1- Construção de reservatório para reaproveitamento de água de lavagem e descarga de filtros. 2 - Construção de elevatória de água reciclada

Reciclagem Interna 2 R$ 45.434,00 R$ 76.304,00 0,60 Aplicável em todas as Unidades

2 - Redução dos resíduos sólidos gerados no tratamento de água (sulfato de alumínio), pela substituição do produto sólido por líquido com baixo teor de insolúveis.

Construção de reservatório para sulfato líquido.

Mudança de Insumos 1 R$ 18.456,00 R$ 7.458,00 2,47 Aplicável a depender do estudo de viabilidade econômica

3 - Redução dos resíduos sólidos gerados na recloração de água tratada na elevatória de Santa Luz (borra de cal clorada), com a implantação de sistema de mistura e dissolução prolongada da cal clorada.

Instalação de misturadores. Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais e equipamentos

1 R$ 2.300,00 R$ 2.614,00 0,88 Aplicável devendo-se observar outras alternativas como: inserção de ar através de soprador de ar

4 - Redução do volume de água de lavagem de filtros

Através da introdução de drenos na interface areia/seixo do leito filtrante nas unidades de filtração da ETA.

Boas Práticas Operacionais: mudança de condições operacionais e equipamentos

1 R$ 2.315,00 R$ 21.565,00 0,11 Aplicável em filtros Russos

5 - Elevação da capacidade de reservação para água de lavagem dos filtros com aproveitamento de reservatório existente.

Execução de rede para relocar o conjunto motor bomba para lavagem dos filtros e adequação da subestação da ETA

Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais

1 R$ 21.000,00 não calculado Aplicável em ETAs sob as mesmas condições

TOTAL R$ 89.506 ,00 R$ 107.941,00 1,01 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 194: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 24 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA - ETA Senhor do Bonfim

OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO

TÉCNICAS DE REDUÇÃO DA

POLUIÇÃO

NÍVEL

INVESTIMENTO (R$)

BENEFICIOS ECONÓMICOS

ANO (R$)

TEMPO DE RETORNO

(ANO) REPLICABILIDADE

1- Redução no consumo de água de lavagem dos filtros

1- Instalação da pré-cloração na câmara tranquilizadora de água bruta. 2- Instalação do ponto de aplicação do sulfato no ponto de mistura rápida, na Calha Parshall

Boas Práticas Operacionais: Mudança das condições operacionais.

Nível 1

R$ 8.000,00 R$ 9.104,00 0,88 Aplicável, a depender das características de cada ETA, com restrições para a formação de THM

2- Reaproveitamento de água de lavagem de floculadores e decantadores

1- Instalação de pré - cloração na Câmara tranquilizadora de água bruta. 2- Lavagem alternada e redução do intervalo de lavagens decantadores. Elaboração de POP's

Reciclagem Interna Nível 2 R$ 97.200,00 R$ 4.623,00 21,03 Aplicável em todos as ETA´s, observando-se a qualidade da água bruta

3- Otimização do processo de preparo da solução de sulfato de alumínio sólido

1- Concretagem do fundo das tinas de fibra de vidro. 2- Modificação do barrilete instalando a saída da solução e da descarga no mesmo nível 3- Instalação de chuveiros para dissolução do sulfato nos cochos das tinas. 4- Implantação de procedimento operacional

Boas Práticas Operacionais: Mudança das condições operacionais.

Nível 1 R$ 270,00 R$ 4.085,00 0,07 Aplicável em todos as ETA`s.

4- Reutilização dos sacos de propileno trançado de sulfato de alumínio

1- Reutilização dos sacos através da introdução de POP: descosturar o saco, lavagem dos sacos na Calha Parshall, secar os sacos ao sol, acondicionar e reutilização. 2- Campanha educativa com operadores e equipe de limpeza e Uso em ensecadeira.

Reutilização Interna Nível 2 R$ 183,00 R$ 523,00 0,35 Aplicável em todos as ETA´s.

Construção de modulo para acondicionamento de cilindros cloro-gás

1- Construção de um abrigo coberto para armazenamento dos cilindros de cloro - gás cheios e vazios e aquisição de Kit's de emergência e autônomos. 2- Elaboração de plano de ação emergencial para ocorrência de vazamento e PPRA 3- Instalação de berços de apoio para cilindros e Kit's para caminhão 4- Instalação de guarda - corpo na ETA etc.

Boas Práticas Operacionais: Mudança das condições operacionais.

Nível 1 R$ 35.950,00 não calculado Aplicável em todosas ETA´s se o sistema de dosagem for com utilização de cloro gasoso.

TOTAL R$ 141.603,00 R$ 18.335,00 5,58 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 195: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 25 – Resultados do Programa Produção mais Limpa na Unidade de Tratamento de Água da EMBASA -ETA de Santo Antônio de Jesus

OPORTUNIDADE DE P+L TIPO DE INTERVENÇÃO

TÉCNICAS DE REDUÇÃO

DA POLUIÇÃO

NÍVEL INVESTIMENTO R$

BENEFÍCIOS ECONÔMICOS/ANO

(R$)

TEMPO DE RETORNO

(AN0) REPLICABILIDADE

1 -Reaproveitamento de água de lavagem dos floculadores decantadores e filtros.

Construção de Reservatório. Implantação de EE. Implantação de adutora PVC. Instalação de hidrômetros, horímetro, régua de nível.

Reutilização Interna

2 R$ 31.510,00 R$ 91.,00 0,34 Aplicável em todas as unidades observando disponibilidade de área e topografia (cota)

2 - Eliminação da perda de sulfato de alumínio pela maximização da utilização do volume das tinas de preparo de solução, com substituição do sistema de mistura convencional por ar injetado.

Concretagem do fundo das tinas Substituição dos misturadores convencionais por soprador de ar Modificação da concentração da Solução Aquisição de compressor radial Aquisição de balança

Boas Práticas Operacionais: Substituição/ adequação de equipamentos

1 R$ 4.739,00 R$ 2.248,00 2,11 Aplicável em todas as unidades que possuem misturador mecânico

3 – Racionalização do consumo de energia elétrica no sistema de dosagem de polieletrólito através da utilização de bomba dosadora eletromagnética de baixo consumo energético.

Substituição do dosador tipo canecas por bomba dosadora eletromagnética.

Boas Práticas Operacionais: Mudança de equipamento

1 R$ 3.275,00 R$ 780,00 4,20 Aplicável em ETAs que possuem dosador tipo caneca. Depende da qualidade da água bruta para aplicação do polímero e bomba dosadora em todas as unidades

4 – Otimização da remoção dos sólidos sedimentados na lagoa de (retenção) através da implantação de sistemas de drenagem para os leitos de secagem.

Concretagem do fundo da lagoa com construção de calha de drenagem. Construção de barrilete em FºFº transferindo o lodo da lagoa ao leito de secagem.

Boas Práticas Operacionais: Mudança de condições operacionais, adequação de equipamentos e Fim de Tubo

1 R$ 6.946,00 R$ 3.480,00 2,00 Aplicável nas ETAs observando características do sistema, área e topografia (cotas)

TOTAL R$ 46.469,00 R$ 98.333,00 2,16 Fonte: Relatório de P+L - Curso de Capacitação em P+L / NPL-Ba – SENAI/CETIND e Universidade Corporativa EMBASA. (2001)

Page 196: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Page 197: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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C*

CATEGORIA DE RESÍDUOS EXEMPLOS SOLUÇÕES TÍPICAS

A Matérias-primas não utilizadas Aparas de metal, papéis em branco, resíduos de verniz, agentes de tingimento de

produtos têxteis, raspa de couro, cavacos e serragem de madeira, finos de minério,

perdas nas operações florestais e perdas em geral de matérias primas

Mudanças tecnológicas, automação, melhor controle operacional, treinamento do pessoal,

uso de diferentes matérias-primas, realização de macro e micro medição, melhoria na

estocagem, melhoramento na logística

B Impurezas, substâncias secundárias nas

matérias-primas ou subprodutos inevitáveis

Cinzas de combustíveis, óleos e graxas de lâminas de metal, cascas e sementes de frutas,

cascas de cereais, areia, enxofre no petróleo, acetileno no propeno, sangue de animais,

ossos

Uso de diferentes matérias-primas quanto a fonte e procedência , buscar alternativas de

aproveitamento, substituição de fornecedores, buscar redução e segregação na fonte

C Resíduos e subprodutos não desejados Lodo de ETA e de ETE, gases de combustão, resíduos asfálticos, borras de fundo de

tanque

Reutilização como um nova matéria-prima, melhoria tecnológica, mudanças no processo,

mudanças de insumos

D Materiais auxiliares usados Produtos químicos em geral, óleos, solventes, catalisadores Reciclagem interna e externa, limpeza e manutenção, checagem de dosagens,

modificação do processo

E Substâncias produzidas na partida ou parada

de equipamentos e sistemas Produtos não comerciais, produtos fora de especificação, recipientes apenas

parcialmente enchidos, misturas de produtos sem qualidade definida e não uniformes

Programação das operações melhorada, treinamento de pessoal, mudança de tecnologia,

lotes de produção maiores, reciclagem interna

F Lotes mal produzidos e refugos Produtos não comerciais e fora de especificação Tecnologia melhorada, treinamento de pessoal, automação, melhoria no sistema de

qualidade

G Resíduos e materiais da manutenção Elementos filtrantes, óleos lubrificantes, estopas de limpeza, solventes, produtos de

limpeza, isolantes de tubulação, material refratário

Programação de manutenção, substituição de agentes de limpeza, modificação dos

sistemas de lubrificação, reciclagem interna e externa

H Materiais de manuseio, estocagem,

amostragem, análise, transporte Resíduos da limpeza de laboratório ou dos recipientes, frascos de amostragem,

mercadorias danificadas Logísticas de controle, controle de fontes externas, melhoria de sistema s de amostragem

I Perdas devido à evaporação Perda de solventes devido a tanques e recipientes abertos, evaporação durante o

envernizamento, perdas por arraste eólico, perdas de agentes de limpeza

Treinamento de pessoal, uso cuidadoso, busca de diferentes matérias-primas, modificação

de tanques e sistemas, modificação da forma de recepção

J Materiais de distúrbios e vazamentos Agentes de fixação de óleo, impurezas em matérias-primas ou produtos devido a

problemas de manuseio, perdas de calor, vazamentos de modo geral Garantia de qualidade, manutenção melhorada, automação, treinamento de pessoal

K Material de embalagem Papelão, filmes plásticos, lâminas, caixas, madeiras, pallets, bombonas, tambores, peças

de isopor

Orientações de compra, redução do número de embalagens e de componentes em

embalagens, embalagens retornáveis, reciclagem, reutilização

Quadro 12- Categorias de Resíduos

Fonte : CNTL5. Manual 05: Implantação de produção mais limpa – metodologia. Rio Grande do Sul: UNIDO/UNEP/CNTL/SENAI-RS, 2000.

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Page 199: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 26 – Folha de Trabalho 1 – Principais produtos ou serviços

No Produto ou Serviço Quantidade Anual Unidade*

1. Água Tratada para distribuição 2.603.910 m3 Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001

7.8.1.

7.8.2.

7.8.3.

Tabela 27 – Folha de Trabalho 2 – Principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões

No Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões

Quantidade anual*

Custo da matéria-prima

Custo do resíduo associado a

matéria-prima

Custo armazenagem

Custo tratamento

Custo transporte

Valor de venda

Custo Disposição

Custo total (R$) Destino

1. Perda de água Bruta na captação

677.857 m3 R$ 0,0104 R$ 7.046,06 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 7.046,06 Rio do Ouro

2. Perda por extravasamento / Erro no macromedidor de

água tratada

54.400,99 m3

R$ 0,079

R$ 4.297,67

-----

-----

-----

-----

-----

R$ 4.297,67

Rua

3. Água de lavagem dos filtros 44.358 m3 R$ 0,079 R$ 3.504,28 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 3.504,28 Nascente Pedreira 4. Lodo do decantador 225 t R$ 5,53 R$ 1.245,36 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 1.245,36 Nascente Pedreira 5. Umidade no sulfato de

alumínio 6,80 t R$ 292,90 R$ 1.993,00 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 1.993,00 Tina de Solução

6. Borra de sulfato de alumínio 6,677 t R$ 292,90 R$ 1.955,70 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 1.955,70 Nascente Pedreira 7. Lodo do floculador 1,61 t R$ 424,43 R$ 683,33 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 683,33 Nascente Pedreira 8. Resíduos de produtos mal

estocados 0,25 t R$ 292,90 R$ 73,23 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 73,23 Lixo

9. Perdas por manuseio e transporte inadequado

0,25 t R$ 292,90 R$ 73,23 ----- ----- ----- ----- ----- R$ 73,23 Lixo

10. Água fora do padrão por má operação

------- ------- ------ ----- ----- ----- ----- ----- ------ Reservatório de Distribuição

* Balanço realizado em 14 dias e projetado para 01 ano; Período de Medição de 17/05/2001 a 30/05/2001 • Utilizar preferencialmente kg ou t, listando em ordem quantitativa decrescente.

Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 20001

Page 200: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 28 – Folha de Trabalho 3 – Principais matérias-primas, insumos e auxiliares

No Matérias-primas, insumos e auxiliares Quantidade anual* Custo Unitário (R$) Custo Total Anual

(R$) Finalidade da utilização Tipo de embalagem

1. Água Bruta 3.414.601 m3 0,04838 165.209,00 Abastecimento ----- 2. Sulfato de Alumínio (Base úmida 12%) 56,7 t 292,90 16.607,00 Coagulação Saco plástico 3. Flúorsilicato de Sódio 3,475 t 980,00 3.405,00 Fluoretação Saco plástico

• Utilizar preferencialmente kg ou t, listando em ordem quantitativa decrescente. Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 20001

Tabela 29 – Folha de Trabalho 3 – Principais matérias-primas, insumos e auxiliares toxicologicamente importantes (não incluídas na tabela anterior)

No Matérias-primas, insumos e auxiliares Quantidade anual* Custo Unitário (R$) Custo Total Anual

(R$) Finalidade da utilização Tipo de embalagem

1. Clorogás 12,4 t 1.756,00 21.774,40 Desinfecção Cilindros de 0,9 t

• Utilizar preferencialmente kg ou t, listando em ordem quantitativa decrescente. Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001

Page 201: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 30 – Folha de Trabalho 4 – Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões

Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Modificação de tecnologia

1 Modifi. no processo envolvendo a inclusão ou exclusão de etapas ou sistemas X X X X

2 Ajustes de lay out de processo X X X

3

PRO

CE

SSO

E

TE

CN

OL

OG

IA

Automação de processos X X X X X

4 Otimização de parâmetros operacionais X X X X X X X X X X

5 Padronização de procedimentos X X

Melhoria do sistema de compras

HO

USE

KE

EPI

NG

Melhoria no sistema de informações

6 Substituição de matéria-prima ou de fornecedor X

7 Melhoria no preparo da matéria-prima X X

Substituição de embalagens

MA

RIA

S-PR

IMA

S,

INSU

MO

S E

PR

OD

UT

S

Modificação no produto

8 Logística associada a subprodutos e resíduos X X X X X

9 Reuso e reciclagem interna X X X X X X

10 Reuso e reciclagem externa X X X X

CN

ICA

S D

E

TR

AT

AM

EN

TO

Técnicas de Fim de Tubo

Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões.

1 Perda de água Bruta na captação 6 Borra de sulfato de alumínio

2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 7 Lodo do floculador

3 Água de lavagem dos filtros 8 Resíduos de produtos mal estocados

4 Lodo do decantador 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado

5 Umidade no sulfato de alumínio 10 Água fora do padrão por má operação

Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju,2001

Page 202: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 31 - Folha de Trabalho 4.1 - Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões com Housekeeping

Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

4.1 Equilibrar vazões entre elevatórias (EEAB flutuante e Casa de Bombas) X

4.2 Equilibrar a Oferta X Demanda X X X X X

4.3 Preparar corretamente solução de sulfato na Tina X X X X

4.4 Dosar corretamente solução de sulfato na calha X X X X

4.5 Analisar umidade no sulfato de alumínio por lote recebido X

4.6 Especificar por embalagem o peso contido de sulfato de alumínio X

4.7 Especificar teor máximo de umidade permitida no Sulfato d alumínio X

5.1 Treinamento de operadores no preparo das soluções e na operação da ETA X X X X

5.2 Determinar umidade por lote de sulfato X

5.3 Padronização da preparação da solução de sulfato de alumínio X

Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões. 1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador

2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados

3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado

4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação

5 Umidade no sulfato de alumínio 11

6 Borra de sulfato de alumínio 12

Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001

Page 203: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 32 – Folha de Trabalho 4.2 – Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões com substituição de matérias-primas e de insumos e mudanças no produto

Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

6.1 Identificar fornecedores de sulfato com maior teor de pureza. X X

7.1 Pesar sulfato de alumínio na preparação da solução X X

Observação: a substituição de fornecedores, de tipo de matéria-prima e insumos, de qualidade de matéria-prima e insumos, entre outras, estão incluídas nesta avaliação Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões. 1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador

2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados

3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado

4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação

5 Umidade no sulfato de alumínio 11

6 Borra de sulfato de alumínio 12 Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001

Page 204: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 33 – Folha de Trabalho 4.3 – Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões com modificação de processo, com automação e com modificação tecnológica

Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1.1 Aquisição de rotores para elevatória de Água Bruta X

1.2 Construção de reservatório de reaproveitamento de água de lavagem de filtros e descargas de decantador X X X X

1.3 Construção de leito de secagem X X X X

1.4 Construção de descarga de fundo na canaleta de distribuição de água floculada X

2.1 Inclusão de reservatório de reaproveitamento X X X

2.2 Inclusão de leito de secagem X X X

3.1 Aquisição de C.M.B. para reaproveitamento da água de lavagem de filtro e descargas de decantador X X X

3.2 Automação da captação através do nível do reservatório de distribuição X

Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões. 1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador

2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados

3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado

4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação

5 Umidade no sulfato de alumínio 11

6 Borra de sulfato de alumínio 12 Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001

Page 205: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 34 – Folha de Trabalho 4.4 – Prevenção e Minimização de Subprodutos, Resíduos, Efluentes e Emissões com a utilização de técnicas de tratamento

Subprodutos, resíduos, efluentes e emissões No Alternativas para minimização

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

8.1 Elaborar projeto para reciclar resíduo X X X

8.2 Solicitar recursos para implantar projetos X X X

8.3 Implantar análise de umidade por lote X

8.4 Elaborar estudo para reaproveitamento da borra de Sulfato X

9.1 Reciclagem da água de lavagem de filtro X

9.2 Reciclagem da água de descarga do floculador e decantador X X

9.3 Reciclagem da borra de Sulfato X

9.4 Reciclar resíduos de Sulfato do depósito X X

10.1 Venda e/ou doação do lodo seco X X X X

Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões.

1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador

2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados

3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado

4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação

5 Umidade no sulfato de alumínio 11

6 Borra de sulfato de alumínio 12

Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001

Page 206: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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Tabela 35 – Folha de Trabalho5 – Categorias dos subprodutos, resíduos, efluentes e emissões

No Categorias 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Matéria-prima não utilizada X

Produtos não comercializados X

Impurezas e substâncias secundárias nas matérias-primas X X X

Impurezas nos insumos X

Subprodutos e resíduos inevitáveis

Resíduos e subprodutos não desejados X X X X

Materiais auxiliares utilizados X

Substâncias produzida na partida ou parada de equipamentos e sistemas

Lotes mal produzidos e refugos X

Resíduos e materiais de manutenção

Materiais de manuseio, amostragem, análises e transporte. X X

Perdas devido a evaporação

Materiais de distúrbios e vazamentos X

Material de embalagem

Listagem dos principais subprodutos, resíduos, efluentes e emissões.

1 Perda de água Bruta na captação 7 Lodo do floculador

2 Perda por extravasamento/Erro no macromedidor de água tratada 8 Resíduos de produtos mal estocados

3 Água de lavagem dos filtros 9 Perdas por manuseio e transporte inadequado

4 Lodo do decantador 10 Água fora do padrão por má operação

5 Umidade no sulfato de alumínio 11

6 Borra de sulfato de alumínio 12 Fonte: Relatório de P+L – ETA Itamaraju, 2001

Page 207: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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COELHO, Arlinda Conceição Dias Coelho. Avaliação da aplicação da metodologia de Produção mais Limpa UNIDO/UNEP no setor de Saneamento - estudo de caso: EMBASA S.A 2004. 207 p. il. Dissertação (Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo) – Escola Politécnica-MEPLIM, Universidade Federal da Bahia, Salvador.

Autorizo a reprodução gráfica (parcial ou total) deste trabalho para fins de comutação gráfica.

Salvador, 26 de setembro de 2004.

------------------------------------------------------ Arlinda Conceição Dias Coelho

Page 208: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

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ARLINDA CONCEIÇÃO DIAS COELHO

Mestre e especialista em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo

Produtivo (UFBA), aperfeiçoamento profissional em Gerenciamento e Tecnologia

Ambiental na Indústria (Ryerson University Politechnic- Toronto-Canadá), auditora

ambiental pela MCG Qualidade e PE – Batalas, consultora em Produção mais Limpa

pelo CNTL – Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS.

Coautora do Livro Prevenção da Poluição. Brasília: SENAI/DN, 2002. 290p., il. ISBN

85-7519-071-7 .

Gerente da Área de Meio Ambiente - AMA e coordenadora do Núcleo de Produção

mais Limpa da Bahia sediado no SENAI-CETIND.

Experiência em Docência em Cursos de Graduação e Pós graduação:

• Docente na graduação no curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFBA,

disciplina Ciências do Ambiente.

• Docente na graduação na Faculdade de Tecnologia e Ciência – FTC nos cursos de

Engenharia Ambiental e Engenharia de Produção

• Docência (pós-graduação) no Curso de Extensão: Gestão e Planejamento Ambiental

em Empreendimentos – UFBA/DHS, 2000.

• Docência (pós-graduação) Curso de Especialização em Auditor Público UFBA,

2001

• Docente na pós-graduação no Curso de Especialização Gerenciamento e

Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo (UFBA)

• Docente na pós-graduação no Curso de Gestão Ambiental Municipal

(UNEB/CRA/SENAI-CETIND)

• Docente na Pós Graduação no Curso em Gestão de Ativos e Passivos Ambientais -

Fundação de Fomento à Tecnologia e à Ciência (FTC), Faculdade de Tecnologia e

Ciências (FTC) e o Instituto Alexandre Rodrigues Ferreira (IAF)

• Docente na pós-graduação no Curso de Educação Ambiental (UFBA)

Contatos com a autora: [email protected]

Page 209: Avaliação da Aplicação de Metodologia de Produção Mais Limpa

UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA

MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS

AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO

Rua Aristides Novis, 02, 4º andar, Federação, Salvador BA CEP: 40.210-630

Tels: (71) 235-4436 / 203-9798 Fax: (71) 203-9892

E-mail: [email protected] Home page: http://www.teclim.ufba.br