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AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE FERRO NA ESTABILIZAÇÃO DE DOIS SOLOS PARA CAMADAS DE PAVIMENTO Priscila Nunes Sanchez Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientadora: Laura Maria Goretti da Motta Rio de Janeiro Março de 2015

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AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE FERRO NA

ESTABILIZAÇÃO DE DOIS SOLOS PARA CAMADAS DE PAVIMENTO

Priscila Nunes Sanchez

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Civil da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientadora: Laura Maria Goretti da Motta

Rio de Janeiro

Março de 2015

Page 2: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

ii

AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE FERRO NA

ESTABILIZAÇÃO DE DOIS SOLOS PARA CAMADAS DE PAVIMENTO

Priscila Nunes Sanchez

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

___________________________________

Profª.Laura Maria Goretti da Motta

___________________________________

Prof. Maurício Erhlich

___________________________________

Engª. Mariluce de Oliveira Ubaldo

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

MARÇO DE 2015

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iii

Sanchez, Priscila Nunes

Avaliação da Aplicabilidade de Canga de Minério de Ferro na

Estabilização de dois Solos para Camadas de

Pavimento./Priscila Nunes Sanchez – Rio de Janeiro: UFRJ/

ESCOLA POLITÉCNICA, 2015,

XVI, 107 p.: il.; 29,7 cm.

Orientadora: Laura Maria Goretti da Motta

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Civil, 2015.

Referências Bibliográficas: p.79-85.

1.Canga de Minério de Ferro. 2.Estabilização de solos.

3.Pavimentação. I. Motta, Laura Maria Goretti da. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,

Curso de Engenharia Civil. III. Avaliação da Aplicabilidade de

Canga de Minério de Ferro na Estabilização de dois Solos

para Camadas de Pavimento.

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iv

Aos meus pais David e Claudia

e meu tio João.

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v

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para

glória de Deus.”

I Coríntios 10:31

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vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tudo que tem feito e pelo que ainda irá fazer em

minha vida, me proporcionando a sua paz que excede todo o entendimento.

Aos meus pais, que sempre me apoiaram e consolaram nas dificuldades enfrentadas

ao longo desses seis anos de graduação, apesar da distância.

À Igreja Comunidade Evangélica da Barra da Tijuca, que tenho como família onde

pude encontrar consolo, amor e paz.

Aos familiares e amigos pelo apoio e companheirismo, especialmente minha irmã,

Pâmela Nunes Sanchez, que ajudou diretamente na finalização deste trabalho.

Aos técnicos do Laboratório de Geotecnia da COPPE/UFRJ que sempre estiveram à

disposição na realização dos ensaios, sem os quais não poderia finalizar este trabalho.

À pesquisadora e engenheira Mariluce Ubaldo, por sua disponibilidade e boa vontade

em me ajudar em todos os passos deste trabalho.

À professora Laura Motta, pela orientação para a realização deste trabalho da melhor

forma possível.

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vii

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Avaliação da Aplicabilidade de Canga de Minério de Ferro na Estabilização de dois

solos para Camada de Pavimento

Priscila Nunes Sanchez

Março/2015

Orientador: Laura Maria Goretti da Motta

Curso: Engenharia Civil

A consciência da necessidade de preservação ambiental tem sido cada vez maior.A

geração de grandes volumes de rejeitos provenientes da mineração tem sido fonte de

preocupação em todo o Brasil. Muitos processos de engenharia têm sido implantados

para resolver a questão da disposição de rejeitos. Este estudo visa avaliar a

efetividade da aplicação da canga de minério de ferro, rejeito da mineração, em

camadas de pavimento como um destino mais nobre e lucrativo do que o seu descarte

ou sua dispendiosa utilização como matéria-prima do minério de ferro. Para isto foi

testada a mistura da canga a dois solos finos. Realizaram-se ensaios físicos e

mecânicos. Analisaram-se os solos, a canga de minério e as misturas de canga de

minério (50% de canga) e solo. As misturas de solo e canga apresentaram

comportamento mecânico melhorado ou semelhante ao do solo puro, atuando como

melhoria granulométrica. A inserção de canga de minério influi pouco no

dimensionamento, mas pode ser vista como material apto a compor camadas de sub-

base de pavimentos para baixo volume de tráfego.

Palavras-chave: Canga, Estabilização, Pavimentos.

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viii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

Evaluation of the Applicability of Canga of Iron Ore in two Soil Stabilization on Layers

of Pavements

Priscila Nunes Sanchez

March/2015

Advisor:Laura Maria Goretti da Motta

Course: Civil Engineering

The consciousness of the need for environmental preservation has been increasing.

The generation solid residues coming from the mining companies have been source

concern in Brazil. Many engineering processes have been implemented to solve the

issue of wastes. This research is focused on perform a characterization evaluate the

applicability of canga of iron, residue of mining, on layers of pavements as a nobler and

most lucrative destiny than the disposal or its expensive use as the raw material to

make iron ore. The mixtures of two fine grained soils with the canga of iron were tested

as pavement material foundation to perform it. Physical and mechanical tests were

realized. The fine grained soil, the canga of iron and mixtures of soil and canga of iron

(50% of canga) were analyzed. The mixtures of soil and canga showed mechanical

behavior better or similar to the pure soil, acting as granulometric improvement. The

insertion of canga had little influence on the pavement design, but it can be used as a

material able to compose sub-base layers of pavement for small traffic volume.

Keywords: Canga, Stabilization, Pavements.

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ix

SUMÁRIO

1. Introdução ......................................................................................................... 1

2. Revisão Bibliográfica ......................................................................................... 4

2.1 Minério de Ferro ................................................................................................ 4

2.1.1 Exploração comercial do Minério de Ferro................................................... 4

2.1.2 A Canga de Minério de Ferro....................................................................... 6

2.1.3 O Brasil no mercado de Minério de Ferro .................................................... 7

2.2 Estabilização de solos ....................................................................................... 8

2.2.1 Estabilização mecânica ............................................................................. 10

2.2.2 Estabilização granulométrica ..................................................................... 10

2.2.3 Estabilização química ................................................................................ 11

2.2.3.1 Solo-cimento ............................................................................................. 12

2.2.3.2 Solo-cal ..................................................................................................... 12

2.2.4 Materiais não convencionais...................................................................... 13

3. Programa Experimental ................................................................................... 14

3.1 Materiais utilizados ......................................................................................... 14

3.1.1 Solos ......................................................................................................... 14

3.1.2 Canga ........................................................................................................ 15

3.2 Misturas solo-canga ensaiadas ....................................................................... 16

3.3 Métodos e procedimentos de ensaio ............................................................... 17

3.3.1 Caracterização Física ................................................................................ 17

3.3.1.1 Massa específica dos grãos ...................................................................... 18

3.3.1.2 Análise Granulométrica ............................................................................. 20

3.3.1.3 Limites de Atterberg .................................................................................. 23

3.3.2 Caracterização MC T ................................................................................. 26

3.3.2.1 Compactação ............................................................................................ 27

3.3.2.2 Curvas de Deformabilidade (Mini-MCV) .................................................... 30

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x

3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ..................................... 33

3.3.2.4 Grupos MCT de Solos ............................................................................... 36

3.3.3 Curva de Compactação Proctor ................................................................. 39

3.3.4 Ensaio Triaxial de Módulo de Resiliência................................................... 40

3.3.4.1 Conceitos .................................................................................................. 41

3.3.4.2 Compactação do corpo de prova ............................................................... 43

3.3.4.3 Condicionamento e Ensaio ........................................................................ 44

3.4 Dimensionamento de pavimento típico ............................................................ 50

4. Apresentação dos resultados .......................................................................... 55

4.1 Caracterização Física ...................................................................................... 55

4.1.1 Massa Específica Real dos Grãos ............................................................. 55

4.1.2 Limites de Atterberg .................................................................................. 56

4.1.3 Análise Granulométrica ............................................................................. 56

4.1.4 Classificação SUCS .................................................................................. 57

4.1.5 Classificação TRB ..................................................................................... 58

4.2 Caracterização MCT ....................................................................................... 59

4.3 Compactação Proctor ...................................................................................... 65

4.4 Ensaio de Módulo de Resiliência (MR) ........................................................... 66

4.5 Dimensionamento de Pavimento Típico .......................................................... 72

5. Considerações Finais ...................................................................................... 76

5.1 Conclusões ..................................................................................................... 76

5.2 Sugestões para pesquisas futuras .................................................................. 78

Referências Bibliográficas........................................................................................... 79

Anexo A ...................................................................................................................... 86

Anexo B ...................................................................................................................... 89

Anexo C .................................................................................................................... 103

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xi

Índice de Figuras

Figura 2.01: Imagem de satélite do Quadrilátero ferrífero (CHAVES, 2009) ................ 4

Figura 2.02: Serra dos Carajás (POLONI, 2010) .......................................................... 5

Figura 2.03: Exemplo de canga: a) detrítica; b) canga estruturada (ALMEIDA, 2011) .. 7

Figura 3.01: Amostras dos solos utilizados neste trabalho: a) s-1324 (material fino e

médio) e b) s-1313. .................................................................................................... 15

Figura 3.02: Amostra da Canga de minério (s-1333) utilizada neste trabalho ............. 16

Figura 3.03: Picnômetros amostras secas utilizadas neste trabalho ........................... 19

Figura 3.04: Picnômetros com solo e água destilada aquecidos ................................. 20

Figura 3.05: Picnômetros esfriando após ferver .......................................................... 20

Figura 3.06: Material passante na peneira #10, solo s-1313 e s-1324 (finos) ............. 21

Figura 3.07: Material não passante na peneira #10, solo s-1313 e s-1324(finos) ....... 21

Figura 3.08: Dispersão mecânica do material (s-1324 finos) com defloculante ........... 22

Figura 3.09: Medição com densímetro (solo s-1324) ................................................. 22

Figura 3.10: Peneiras #20, #30, #40, #60, #100 e #200 fixadas em suporte vibratório.

................................................................................................................................... 23

Figura 3.11: Aparelho de Casagrande. ...................................................................... 24

Figura 3.12: Calibração do aparelho de Casagrande utilizado neste trabalho. ........... 24

Figura 3.13: Sequência da realização do ensaio de Casagrande, solo s-1324(finos): a)

homogeneização do material; b) colocação do material na concha; c) ranhura no

material; d)fechamento da ranhura após golpes; e) corte na faixa do fechamento; f)

retirada de amostra para medir a umidade ................................................................. 25

Figura 3.14: Sequência de procedimentos para determinação do LP, solo s-1324(finos)

................................................................................................................................... 26

Figura 3.15: Porções dos solos 1313 e 1324(finos) homogeneizados e ensacados.... 28

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xii

Figura 3.16: Compactação do ensaio Mini-MCV, solo s-1324(finos): a) compactador; b)

colocação do solo no cilindro com auxílio de um funil; c) o primeiro golpe do

compactador utilizando o disco espaçador. ................................................................ 29

Figura 3.17: Compactadores dos ensaios MCV, Mini-MCV e Sub-miniatura (NOGAMI e

VILLIBOR, 1995) ....................................................................................................... 29

Figura 3.18: Família de Curvas de Compactação obtidas através do ensaio de Mini-

MCV (BERNUCCI,1992) ............................................................................................ 30

Figura 3.19: Curvas de Deformabilidade, Perda de Massa por Imersão e Mini-MCV, de

um solo ensaiado pela compactação Mini-MCV (NOGAMI e VILLIBOR, 1995) ......... 32

Figura 3.20: Ábaco da Classificação MCT (NOGAMI e VILLIBOR, 1995) .................. 33

Figura 3.21: Macaco hidráulico utilizado neste trabalho para extração do corpo de

prova compactado no procedimento Mini-MCV. ......................................................... 34

Figura 3.22: Ensaio de Perda de Massa por Imersão (NOGAMI e VILLIBOR, 1995) . 34

Figura 3.23: Ensaio de perda de massa por imersão deste trabalho: a) solo s-1313 no

início do ensaio; b) solo s-1324 no final do ensaio ...................................................... 35

Figura 3.24: Resposta típica do corpo de prova em um ensaio triaxial de carga repetida

(MALYSZ, 2009) ........................................................................................................ 42

Figura 3.25: Tela do ensaio triaxial de MR em um ensaio do presente trabalho ......... 43

Figura 3.26: Compactador mecânico do Laboratório de Geotecnia da COPPE/UFRJ 44

Figura 3.27: Corpo de prova da mistura 1 compactado para o ensaio triaxial deste

trabalho....................................................................................................................... 44

Figura 3.28: Corpo de prova da mistura 1deste trabalho: a) desmoldado; b)

posicionado no equipamento triaxial para ensaio de MR ............................................ 45

Figura 3.29: Esquema do equipamento de ensaios triaxiais de carga repetida (MEDINA

e MOTTA, 2005) ........................................................................................................ 45

Figura 3.30: Posicionamento dos medidores (LVDT) sobre o corpo de prova em um

ensaio deste trabalho .................................................................................................. 46

Figura 3.31: Ensaio triaxial da mistura 1 em andamento ............................................. 46

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xiii

Figura 3.32: Modelos clássicos de comportamento resiliente de solos (BERNUCCI et

al., 2008) .................................................................................................................... 49

Figura 3.33: Outros comportamentos de solos quanto à resiliência (BERNUCCI et al.,

2008) ......................................................................................................................... 49

Figura 3.34: Fluxograma de Desenvolvimento do SisPav (Fonte: FRANCO, 2007) .. .51

Figura 3.35: Valores de tráfego e estrutura adotados no SisPavBr para este trabalho 52

Figura 3.36: Dados climáticos adotados no SisPavBr neste trabalho. ........................ 53

Figura 3.37: Características do tráfego adotado no SisPavBr neste trabalho ............. .53

Figura 4.01: Curvas granulométricas dos solos S-1313 e S-1324 e da canga deste

trabalho...................................................................................................................... .57

Figura 4.02: Esquema para classificação pelo Sistema Unificado (PINTO, 2006) ...... 58

Figura 4.03: Esquema para classificação de solos pelo sistema rodoviário TRB

(PINTO, 2006). .......................................................................................................... 59

Figura 4.04: Determinação do coeficiente c’ (solo s-1313) deste trabalho .................. 61

Figura 4.05: Determinação do coeficiente d’ (solo s-1313) deste trabalho .................. 61

Figura 4.06: Determinação da perda de massa por imersão (solo s-1313) deste

trabalho....................................................................................................................... 62

Figura 4.07: Classificação MCT (solo s-1313) deste trabalho ..................................... 62

Figura 4.08: Determinação do coeficiente c’ (solo s-1324) deste trabalho .................. 63

Figura 4.09: Determinação do coeficiente d’ (solo s-1324) deste trabalho .................. 63

Figura 4.10: Determinação da perda de massa por imersão (solo s-1324) deste

trabalho....................................................................................................................... 64

Figura 4.11: Classificação MCT (solo s-1324) deste trabalho ..................................... 64

Figura 4.12: Módulo Resiliente x Tensão confinante (s-1313, canga e mistura 1) deste

trabalho....................................................................................................................... 68

Figura 4.13: Módulo Resiliente x Tensão confinante (s-1324, s-1324 finos, canga e

mistura 2) deste trabalho ............................................................................................ 68

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xiv

Figura 4.14: Módulo Resiliente x Tensão desvio (s-1313, canga e mistura 1) deste

trabalho....................................................................................................................... 70

Figura 4.15: Módulo Resiliente x Tensão desvio (s-1324, s-1324 finos, canga e mistura

2)deste trabalho .......................................................................................................... 70

Figura 4.16: Esquema dos pavimentos típicos analisados para cada solo neste

trabalho. ..................................................................................................................... 73

Figura 4.17: Valores de tráfego e estrutura adotados no SisPavBr para este trabalho ....

................................................................................................................................... 74

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xv

Índice de Tabelas

Tabela 3.01: Misturas solo-canga ensaiadas neste trabalho ....................................... 17

Tabela 3.02: Valores típicos do coeficiente d’ (NOGAMI e VILLIBOR, 1995) ............. 31

Tabela 3.03: Valores típicos do coeficiente c’ para solos argilosos e siltosos (NOGAMI

e VILLIBOR, 1995) ..................................................................................................... 32

Tabela 3.04: Níveis de tensões para fase de condicionamento do ensaio triaxial

(Medina e Motta, 2005) .............................................................................................. 47

Tabela 3.05: Sequência de tensões para determinação do módulo de resiliência (DNIT

134/2010) .................................................................................................................. 48

Tabela 4.01: Quantidade de ensaios realizados neste trabalho .................................. 55

Tabela 4.02: Massa específica real dos grãos dos materiais deste trabalho ............... 55

Tabela 4.03: Limites de Atterberg das duas amostras de solo deste estudo ............... 56

Tabela 4.04: Composição granulométrica dos materiais deste estudo ........................ 57

Tabela 4.05: Classificação SUCS dos solos deste estudo .......................................... 58

Tabela 4.06: Classificação TRB dos solos deste estudo ............................................. 59

Tabela 4.07: Classificação MCT dos dois solos deste estudo ..................................... 60

Tabela 4.08: Umidades e Massa específica máxima seca dos materiais deste estudo

................................................................................................................................... 65

Tabela 4.09: Coeficientes do modelo de MR em função da tensão confinante para os

materiais deste estudo ................................................................................................ 67

Tabela 4.10: Coeficientes do modelo de análise do MR com tensão desvio para os

materiais deste estudo ................................................................................................ 69

Tabela 4.11: Coeficientes do modelo composto para cada ensaio triaxial deste estudo

................................................................................................................................... 71

Tabela 4.12: Coeficientes do modelo composto de MR dos materiais deste trabalho . 72

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xvi

Tabela 4.15: Valores obtidos pelas análises com SisPavBr nas condições deste

trabalho. ..................................................................................................................... 75

Tabela 4.16: Valores adotados para espessura da base nas configurações das

estruturas analisadas neste trabalho .......................................................................... 75

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1

1. Introdução

O minério de ferro é um componente fundamental para a industrialização

de qualquer país, por ser a matéria-prima básica na composição do aço. O aço está

presente na fabricação de máquinas e equipamentos, na construção civil e na indústria

de bens de consumo, sendo também largamente empregado nos processos

siderúrgicos (LAMOSO, 2001).

Ao longo dos últimos anos, o mercado de minério de ferro tem recebido

forte influência do acelerado crescimento mundial, impulsionado pela China, passando

a ser um produto altamente demandado.

A indústria da mineração do ferro tem grande importância na economia

mineral brasileira. O Brasil se destaca no mercado mundial de minério de ferro com

reservas abundantes e de ótima qualidade. A mineração do ferro representa a mais

importante atividade mineral do país pelos recursos financeiros envolvidos, desde a

prospecção mineral para definir as jazidas minerais até a comercialização dos

produtos de minério de ferro. Participa com destaque dos investimentos prospectivos,

na mão de obra envolvida, na arrecadação de impostos e na arrecadação da

compensação financeira pela exploração de recursos minerais. Também é importante

no comércio exterior gerando importantes divisas, e envolvendo a atividade logística

de transporte rodoviário, ferroviário e marítimo (QUARESMA, 1987).

A atividade de extração mineral está intimamente ligada ao meio ambiente

devido ao grande volume de material que é extraído e, em sequência, transportado,

causando impactos ambientais significativos, caracterizado principalmente pelo grande

volume de resíduos. O Brasil é reconhecido como detentor de uma das maiores

biodiversidades do planeta (LEWINSOHN & PRADO, 2005), e os ecossistemas

encontrados em afloramentos ferruginosos estão entre os menos conhecidos e mais

ameaçados do país (JACOBI & CARMO, 2008). Sendo assim, torna-se de extrema

importância encontrar formas de extração do minério de ferro e descarte dos resíduos

que venham a causar o menor impacto ambiental possível e perda de capital.

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2

A canga de minério de ferro é um material limonítico pobre em fragmentos

detríticos, formada nas camadas mais superficiais dos depósitos de ferro, é explorada

comercialmente em alguns locais. Porém, por ser dispendiosa a obtenção de ferro a

partir da canga de minério e geralmente a canga recobrir camadas de material de

melhor aproveitamento comercial, a canga de minério é em muitos casos despejada

como um rejeito.

Outra questão de grande importância na sociedade moderna proveniente

do aumento populacional e do desenvolvimento industrial no mundo é a necessidade

de investimentos cada vez maiores em infraestrutura logística para escoamento de

pessoas e de produção para abastecimento, tanto do mercado interno quanto do

externo.

De acordo com FARIA (2001), o rodoviarismo, consolidado no Brasil na

década de 1950, trouxe a necessidade de se implantar uma malha rodoviária, algo

novo para o país, comparado com os países desenvolvidos. Assim, as regiões com

maior industrialização estariam conectadas, atendendo o aumento na quantidade de

automóveis e veículos comerciais gerado pelo crescimento da indústria

automobilística.

Em razão disso, é importante que as tecnologias sejam desenvolvidas de

forma eficaz para construir pavimentos que visem minimizar os custos de transportes,

mantendo a qualidade de forma adequada. Contudo, para que a técnica de

pavimentação seja aceita pelo público em geral, não bastam os fatores de custo e

qualidade. Recentemente, as tecnologias relacionadas ao meio ambiente vêm

ganhando força em todos os setores, quanto mais combinarem custo, qualidade e

desempenho com a consciência ambiental, melhor será a sua aceitação no mercado e

maior será o lucro obtido pelos desenvolvedores.

Neste contexto, o desenvolvimento de tecnologias mais baratas e de

menor impacto ambiental para pavimentos e a utilização de possíveis rejeitos da

mineração podem ser tratados em conjunto. O presente trabalho visa atuar nas duas

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frentes, obtendo melhor compreensão de como a canga de minério de ferro pode ser

empregada diretamente como camada de pavimento ou como componente de

misturas com solos, para que as obras de pavimentação possam se tornar um destino

mais usual para a canga de minério, fazendo com que esta deixe de ser um material

de baixo valor na obtenção de ferro residual para se tornar uma alternativa na

pavimentação e na melhoria de solos para a construção de pavimentos mais

econômicos e duráveis. Já existem especificações técnicas, como DNER (2006), que

aceitam a aplicação da canga de minério em pavimentação.

Em suma, este trabalho tem por objetivo avaliar a viabilidade da aplicação

de uma canga de minério pura ou sua introdução em mistura com dois solos finos para

uso nas camadas inferiores do pavimento. Essa avaliação foi feita através da

realização e interpretação de ensaios físicos e mecânicos e da utilização destes

resultados no dimensionamento mecanístico-empírico de estruturas típicas de

pavimento asfáltico com estes materiais.

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2. Revisão Bibliográfica

2.1 Minério de Ferro

O ferro (Fe) é o quarto elemento mais abundante da crosta terrestre, 4,5%

em massa, superado apenas pelo oxigênio, o silício e o alumínio. Embora esteja

presente na composição de vários minerais, apenas alguns podem ser

economicamente explorados para a obtenção do ferro, seja pela quantidade de ferro

nesses minerais, seja pela concentração ou distribuição desses minerais nas rochas

que constituem os corpos de minério (CARVALHO et. al, 2014).

Por suas propriedades químicas e físicas, o minério de ferro tem 99% do

seu uso nas indústrias siderúrgicas e o restante como carga na indústria de ferro-liga,

cimento e eventualmente na construção de estradas (BALANÇO MINERAL

BRASILEIRO, 2001).

2.1.1 Exploração comercial do Minério de Ferro

No Brasil, as principais regiões produtoras de minério de ferro atualmente

são o Quadrilátero Ferrífero (MG), a Província Mineral de Carajás e a região de

Corumbá. As formas de minério de ferro exploradas para fins comerciais são itabirito,

hematita e canga de minério (CARVALHO et. al, 2014). Nas Figuras 2.01 e 2.02

mostram-se imagens destes locais.

Figura 2.01: Imagem de satélite do Quadrilátero ferrífero (CHAVES, 2009)

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Figura 2.02: Serra dos Carajás (POLONI, 2010)

Os principais minérios de ferro explorados comercialmente no Brasil são o

minério itabirítico e o minério hematítico, que têm teores elevados de ferro e

quantidades pequenas de elementos indesejados nos processos siderúrgicos, como o

enxofre, o alumínio, o fósforo e os carbonatos.

Esses minérios são classificados de acordo com o conteúdo mineral e a

textura. O minério itabirítico é definido pela alternância entre bandas constituídas de

óxidos de ferro e bandas constituídas de sílica, e com teores de ferro variando entre

20% e 55% de Fe total. O minério itabirítico compacto contém elevados teores de

ferro, laminado e ligeiramente alterado por intemperismo, sendo muito utilizado nas

usinas siderúrgicas a carvão vegetal (CARVALHO et. al, 2014).

Os corpos de minério hematítico são mais homogêneos, constituídos

basicamente de hematita – portanto, ricos em ferro (teores superiores a 64%). Pode

ser encontrado com as seguintes características físicas e texturais: (i) minério

compacto, apresenta-se maciço; (ii) minério pulverulento, apresenta-se foliado, lineado

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ou granular; e (iii) minério composto por hematita de granulometria fina e sem

estrutura interna (também chamado blue dust). Por seu elevado teor de ferro, o

minério hematítico é o mais apropriado ao uso em aciarias.

2.1.2 A Canga de Minério de Ferro

A canga de minério de ferro, material limonítico pobre em fragmentos

detríticos, é formada nas camadas mais superficiais dos depósitos de ferro e

explorada comercialmente em alguns locais, porém seu valor econômico é reduzido

(ALMEIDA, 2011).

Segundo CARVALHO et. al (2014), a canga é um minério secundário,

constituído de brecha de hematita cimentada por limonita, originado por processo de

lixiviação e intemperismo passado pelos corpos de minério. É encontrada capeando

afloramentos ou cobrindo encostas de morros com espessura de 2 a 3 metros, quase

todas as montanhas de itabiritos estão cobertas por canga. Contém de 50% a 60% de

ferro e é poroso. Apesar de seu teor de ferro mais baixo e teor de fósforo elevado, tem

sido utilizado pelas usinas a carvão vegetal em razão de sua porosidade, que torna

sua redução mais fácil.

Topograficamente, a canga ocorre como capeamento da formação ferrífera

“in situ”, podendo ser classificada em três tipos (ALMEIDA, 2011): laterítica, detrítica e

estruturada.

A canga laterítica é formada por processos de intemperismo químico de

rochas ferruginosas, não sendo observados fragmentos cimentados a parcialmente

cimentados. A canga detrítica é formada por quantidade variável de fragmentos

detríticos, geralmente de formação ferrífera como hematitas cimentados por limonita e

goethita. A canga estruturada é um estágio avançado de alteração pela hidratação dos

minerais de ferro e lixiviação da sílica e as estruturas da rocha sã encontram-se

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preservadas. Nas Figuras 2.03 e 2.04 pode-se observar um exemplo de canga

detrítica e canga estruturada, respectivamente.

a) b)

Figura 2.03: Exemplo de canga: a) detrítica; b) canga estruturada (ALMEIDA, 2011)

Os tipos lateríticos e detríticos de canga costumam ser encontrados nas

áreas mais baixas, onde predomina a infiltração de água e o acúmulo de material. A

canga estruturada é típica de regiões de topografia inclinada, onde predomina o

escoamento superficial da água e saída de material.

2.1.3 O Brasil no mercado de Minério de Ferro

O Brasil, além de contar com uma das maiores reservas minerais de ferro

do mundo, dispõe de diferentes tipos de minérios, como descrito, que apresentam

teores elevados de ferro e quantidades pequenas de elementos indesejados nos

processos siderúrgicos (como o enxofre, o alumínio, o fósforo e os carbonatos), o que

insere o país entre os maiores e mais competitivos produtores desse bem mineral.

Segundo CARVALHO et. al (2014), nos últimos anos o mercado de minério

de ferro recebeu uma forte influência do acelerado crescimento mundial puxado pela

China, passando a ser um produto altamente demandado e despertando o interesse

de diversos novos produtores, muitos deles em minas de maiores custos operacionais

e de capital.

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A demanda por minério de ferro deverá continuar aquecida nos próximos

anos (CARVALHO et. al ,2014). Mesmo com a desaceleração econômica chinesa

mais recentemente, entende-se que ainda haverá uma atividade econômica intensa,

nesse país, devido à taxa de urbanização, que poderá chegar à casa de 70% a 80%

da população, sustentando o crescimento da demanda por aço e, consequentemente,

por minério de ferro.

De acordo com CARVALHO et. al (2014), apesar de a competitividade do

Brasil ter diminuído (de 32% em 2007, sua participação no mercado mundial caiu para

28% em 2012), ele continua sendo o país com o menor custo médio de mineração

(41,10 c/dmtu –centavos de dólar por tonelada métrica seca), seguido pela Austrália e

pela África do Sul, o que deverá permitir, nos próximos anos, um aumento na

participação do mercado transoceânico, com o aumento de capacidade previsto.

2.2 Estabilização de solos

Na engenharia, ao se projetar uma estrutura ou obra de terra em solo de

má qualidade, pode-se adotar quatro atitudes distintas em relação ao solo ruim,

(MEDINA e MOTTA, 2004):

a) Evitar, por exemplo, ajustar o traçado de uma estrada para que

esta não passe sobre uma camada de solo expansivo;

b) Remover, substituindo a camada de solo ruim por um solo de

melhor qualidade;

c) Conviver, projetando a estrutura ou obra de terra para situação de

terreno de má fundação; ou

d) Tratar o solo de forma que suas propriedades mecânicas sejam

melhoradas, sendo esta a estabilização de solos.

ARAÚJO e MEDINA (1949) definem o conceito de estabilização da

seguinte forma: no seu significado mais geral, estabilização dos solos é o nome que se

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dá a qualquer método físico, químico ou de outra natureza, destinado a melhorar os

solos, a fim de que eles possam melhor servir aos fins de engenharia a que se

destinam.

As propriedades do solo que a estabilização tem por objetivo melhorar,

segundo MEDINA e MOTTA (2004) são:

Resistência ao Cisalhamento, de forma a ser compatível com a carga

que o solo será submetido e diminuindo sua sensibilidade quanto a

mudanças de umidade;

Permeabilidade, dependendo de cada caso pode ser favorável

aumentá-la ou diminuí-la;

Compressibilidade, tornando-a menor;

Suscetibilidade ao gelo, diminuindo-a, sendo relevante apenas em

regiões de clima frio.

A estabilização de solos é de suma importância nas obras de engenharia

civil, tendo em vista que a expansão demográfica torna cada vez mais difícil encontrar

solos de boa qualidade em áreas densamente habitadas, e inevitável a construção em

áreas antes contornadas ou desprezadas, como baixadas, mangues, areias (MEDINA

e MOTTA, 2004).

A consciência ecológica e condições econômicas favoráveis também

agregam importância à estabilização de solos, graças ao aperfeiçoamento dos

métodos de dimensionamento, observação de campo e técnicas que permitem a

utilização de rejeitos industriais ou minerários em camadas de pavimentos.

A estabilização pode ser dividida em três principais tipos: a granulométrica,

onde os vazios entre partículas maiores são preenchidos por partículas menores; a

estabilização química, onde um produto químico confere ao solo uma ação de

cimentação das partículas; e a estabilização mecânica, onde a compactação aplicada

diminui os vazios do solo.

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2.2.1 Estabilização mecânica

Trata-se do método mais utilizado e mais antigo nas construções das

estradas. Por aplicação de uma energia externa de compactação aplicada ao solo

diminuem-se os vazios tornando-os mais resistentes aos esforços externos, alterando-

se a compressibilidade e a permeabilidade do solo. É usada também em conjunto com

os outros dois métodos de estabilização (MEDINA e MOTTA, 2004).

2.2.2 Estabilização granulométrica

Consiste na mistura íntima de dois ou mais solos e sua posterior

compactação. Procura-se obter mistura densamente graduada e de fração fina plástica

limitada. No entanto, existem materiais naturais que podem ser utilizados sem mistura

ou adição, e mesmo assim, as especificações de materiais para base ou sub-base

recebem o nome de “base estabilizada granulometricamente”. (MEDINA e MOTTA,

2004).

As propriedades dos solos são convencionalmente medidas por ensaios

básicos tais como plasticidade e CBR. Mas, para atender o aspecto da melhor

tecnologia, a estabilização granulométrica deve ser avaliada pelos ensaios triaxiais de

carga repetida, tanto para determinação do módulo se resiliência quanto para

avaliação da deformação permanente.

2.2.3 Estabilização química

A estabilização química consiste na adição de um ou mais produtos

químicos (agente estabilizador) que, ao se solidificarem ou reagirem com as partículas

de solo aglomeram-nas, vedam os poros ou tornam o solo repelente à água. As

reações físico-químicas podem resultar na formação de novos materiais (OLIVEIRA,

1994).

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As formas de estabilização química mais empregadas na pavimentação

são: solo-cal, brita graduada tratada com cimento (BGTC), solo-cimento e solo

melhorado com cimento (BERNUCCI et. al, 2008). Quando se utiliza a cal o efeito

químico é mais importante; quando se utiliza o cimento portland e a emulsão asfáltica

existe tanto efeito químico quanto físico (MEDINA e MOTTA, 2004).

2.2.3.1 Solo-cimento

De acordo com a Norma DNIT 143/2010-ES (DNIT, 2010), define-se solo-

cimento como material proveniente da mistura de solo, cimento e água, em proporções

previamente determinadas por processo próprio de dosagem em laboratório, de forma

a apresentar determinadas características de resistência e durabilidade.

A estabilização de solos com adição de cimento é um dos processos de

estabilização química de solos mais conhecidos no mundo e no Brasil. É dividida em

categorias de acordo com o modo como a mistura é feita (KEZDI, 1979; MEDINA e

MOTTA, 2004):

“a) Solo-cimento: é um material endurecido pela cura de uma mistura

íntima compactada mecanicamente de solo pulverizado, cimento portland e água,

sendo esse endurecimento avaliado por critérios de durabilidade e resistência à

compressão simples de corpos de prova. Normalmente é utilizado como base ou sub-

base;

b) Solo modificado: é um material não endurecido ou semi-endurecido que

é julgado pela alteração dos índices físicos e ou capacidade de suporte do solo.

Utiliza-se um teor baixo de cimento que não deve ser maior que 5%. Pode ser utilizado

como base, sub-base ou subleito;

c) Solo-cimento plástico: difere do solo-cimento por ser utilizada uma

quantidade maior de água durante a mistura de forma a produzir uma consistência de

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argamassa no momento da colocação. Não é usado na pavimentação, mas sim como

revestimentos de taludes e canais.”

De acordo com MACÊDO (2004), os principais fatores que afetam a

resistência no solo-cimento são: tipo de solo; teor de cimento; densidade seca máxima

e umidade ótima; tempo e temperatura de cura; e demora na compactação.

O tratamento com o cimento faz a plasticidade cair bastante com

quantidades crescentes de cimento. Quanto à densidade máxima e teor ótimo de

umidade não há grandes variações em relação ao solo puro. Para que a estabilização

com cimento seja viável economicamente, o solo deve ser mais arenoso que argiloso.

(YODER e WITCZAK, 1975; MEDINA e MOTTA, 2004)

O professor Francisco Casanova desenvolveu um método de estimativa

deste valor de estabilização com cimento chamado método físico-químico. Consiste

em se verificar qual é o teor de cimento que conduz à maior variação de volume,

dentro de provetas padronizadas, em relação ao solo puro (CASANOVA et al1992).

O método de dosagem convencional é por resistência à compressão

simples (RCS), mas é importante avaliar a deformabilidade por ensaios triaxiais de

cargas repetidas, para seu uso em pavimentos.

2.2.3.2 Solo-cal

A cal é produto da calcinação de calcário britado a uma temperatura

inferior a de início de fusão (850º a 900º C) gerando a chamada cal viva ou virgem

(CaO), a qual, combinada com a água, produz a cal extinta ou hidratada (Ca(OH)2).

Esta é comumente utilizada em argamassa e revestimentos na construção civil

(MICELI, 2006). Segundo NARDI (1975), o óxido de cálcio (CaO) geralmente produz

melhores resistências no solo estabilizado, porém quase não é utilizado devido à sua

causticidade, e portanto periculosidade no manuseio.

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De acordo com MEDINA e MOTTA (2004), há vários aspectos do efeito da

cal nas propriedades do solo: distribuição granulométrica, plasticidade, resistência e

compactação. No entanto, para referenciar o controle da compactação no campo, a

idade de cura deve ser fixada e geralmente é maior que a do solo-cimento.

Dentre os fatores que influenciam na resistência estão: teor de cal, tipo de

cal, tipo de solo, densidade, tempo de cura e durabilidade.

Em complemento aos métodos de dosagem de cal para estabilização de

solos (citados por LOVATO,2004), deve-se avaliar o comportamento mecânico da

mistura solo-cal, através de ensaio triaxial de cargas repetidas ou outro ensaio

mecânico, que serão os fatores decisivos na escolha do teor de cal.

Os solos mais aplicáveis a estabilização solo-cal são os argilosos.

2.2.4 Materiais não convencionais

O avanço das técnicas e da pesquisa, motivados pela necessidade

ambiental e econômica, tem permitido que muitos materiais não convencionais sejam

utilizados na estabilização de solos. Dentre estes materiais podem ser citados:

Rejeitos industriais, como a escória de alto forno, a cinza volante,

escória de aciaria e rejeitos de construção civil (FERNANDES,

2004; LEITE et al. 2006)

Produtos químicos diversos, entre eles o sulfonato de lignina, ácido

fosfóricos ou estabilizantes comerciais (KEZDI, 1979)

Lodo de estação de tratamento de esgoto (KELM, 2014)

Cinza de fundo de resíduo sólido urbano (DOURADO, 2013)

Canga de minério de ferro (SUDECAP, 2011)

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3. Programa Experimental

Neste trabalho, os ensaios de laboratório para determinação das

características físicas e mecânicas foram realizados nas dependências do Laboratório

de Geotecnia e Pavimentação Profº Jacques de Medina, localizado na UFRJ - Ilha do

Fundão. Foram utilizados três materiais: dois solos e uma canga de minério de ferro. A

análise foi feita através da comparação de resultados entre a canga de minério pura,

os solos puros e as misturas solo-canga, com a finalidade de compor camadas de

base ou sub-base de um pavimento. A canga de minério de ferro foi adicionada com a

intenção de melhorar as propriedades dos solos, para analisar a possibilidade de o

resultado da composição ser um material adequado para fins de pavimentação.

3.1 Materiais utilizados

3.1.1 Solos

Foram utilizadas amostras de solo coletadas pela empresa Betomix às

margens da BR-381, próximo a Caeté (MG), destinados ao projeto de uma rodovia

real. Dois solos foram escolhidos para este trabalho, sendo, de acordo com

classificação do fornecedor, um solo considerado uma argila vermelha e outro

cascalho laterítico argiloso, identificados como s-1313, recebido no laboratório em

14/08/2014, e s-1324, recebido em 09/09/2014, respectivamente.

Em condições naturais, os solos argilosos lateríticos, podem apresentar

baixa massa específica aparente seca, baixa capacidade de suporte e podem ser

colapsíveis1·.

1Solos colapsíveis: Solos não saturados que sofrem uma reorganização de partículas e grande

redução de volume quando submetidos ao umedecimento, com ou sem adição de carregamento, (JENNINGS e BURLAND, 1968)

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O solo s-1313 é composto apenas por material fino (passante na peneira

de 4,75 mm), jáo solo s-1324 é composto por 45,2% de finos, 24,9% de material médio

(passante na peneira 25,4mm e retido na peneira de 4,75mm) e 29,9% de material

graúdo (retido na peneira 25,4). Para este trabalho, todo o material graúdo do solo s-

1324 foi substituído por material médio do próprio solo, mantendo a porcentagem de

finos, para possibilitar a realização dos ensaios mecânicos em dimensões menores

(10cm x 20cm). Foi também analisado apenas o material fino do solo s-1324, que será

chamado de solo s-1324 (finos) no decorrer deste trabalho.

A Figura 3.01 mostra a textura e a cor dos solos utilizados neste trabalho.

a) b)

Figura 3.01: Amostras dos solos utilizados neste trabalho: a) s-1324 (material fino e médio) e

b) s-1313.

3.1.2 Canga

A canga utilizada neste trabalho foi coletada pela empresa Betomix às

margens da BR-381, próximo a Caeté, à profundidade de 1,5 a 2metros da superfície.

Devido à grande variedade de materiais recebidos pela COPPE/UFRJ, a canga de

minério foi identificada como material S-1333.A canga é composta por 73,3% de finos,

21,3% de material médio (passante na peneira 25,4mm e retido na peneira de

4,75mm) e 5,4% de material graúdo (retido na peneira 25,4mm). Para este trabalho,

assim como foi feito para o solo s-1324, todo o material graúdo da canga foi

substituído por material médio da mesma, mantendo a porcentagem de finos,

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possibilitando a realização dos ensaios mecânicos em dimensões menores (10cm x

20cm). A Figura 3.02 mostra a textura e a cor da canga de minério utilizada neste

trabalho.

Figura 3.02: Amostra da Canga de minério (s-1333) utilizada neste trabalho

3.2 Misturas solo-canga ensaiadas

Os solos e a canga estiveram armazenados individualmente no laboratório

em sacos plásticos com aproximadamente 20 kg, tendo sido fornecidos 64 kg do solo

s-1313, 69 kg do solo s-1324 e 122 kg de canga. Do material fornecido, ensaios foram

realizados para a empresa Betomix, coordenados pela pesquisadora Mariluce de

Oliveira Ubaldo, sendo utilizado o remanescente para o presente trabalho. Os

materiais foram misturados e homogeneizados com umidade ótima considerada. As

misturas foram, então, armazenadas e seladas em sacos plásticos com a devida

identificação, sendo guardadas por pelo menos 24 horas na câmara úmida do

laboratório, com o objetivo de promover a homogeneização da umidade em todo o

material.

As misturas realizadas foram duas: uma para o solo s-1313 e outra para o

solo s-1324 (finos), ambas na proporção de 50% de solo e 50% de canga (Tabela

3.01).

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Tabela 3.01: Misturas solo-canga ensaiadas neste trabalho

3.3 Métodos e procedimentos de ensaio

As metodologias, procedimentos e demais informações necessárias para a

realização dos ensaios de caracterização física e mecânica dos materiais utilizados

neste trabalho serão descritas neste item. Os ensaios de caracterização realizados

foram:

I. Caracterização física e classificação:

i. Massa específica real dos grãos

ii. Análise granulométrica

iii. Limites de Atterberg

II. Caracterização MCT:

III. Caracterização mecânica:

i. Ensaio de Compactação

ii. Ensaio triaxial de módulo de resiliência

Através do ensaio triaxial de cargas repetidas determinou-se o Módulo de

Resiliência dos corpos de prova. O Módulo de Resiliência é um parâmetro aceito,

nacional e internacionalmente, para caracterizar materiais para o projeto de

dimensionamento de pavimentos pelo método mecanístico e para a avaliação de seu

desempenho.

3.3.1 Caracterização Física

A caracterização física se dá através de uma série de ensaios com objetivo

de determinar as propriedades do material. As amostras foram submetidas aos

1 1313 50% 50%

2 1324 (finos) 50% 50%

porcentagem

de solo

porcentagem

de cangaMistura Solo

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ensaios de análise granulométrica, limites de Atterberg e massa específica real dos

grãos. As propriedades físicas do solo estão diretamente relacionadas com o seu

comportamento mecânico

Foram caracterizados os dois solos utilizados neste trabalho, s-1313 e s-

1324 (finos) e a canga de minério.

3.3.1.1 Massa específica dos grãos

A determinação da massa específica dos grãos dos materiais utilizados foi

feita seguindo os procedimentos da norma DNER-ME 093/1994 (DNER, 1994) –

massa específica real dos grãos.

Para a realização do ensaio, o material foi destorroado e passado pela

peneira 0,42 mm (#40). Foi, então, misturado com água destilada cerca de 25g do

material e deixado em repouso por 24 horas. ALMEIDA (2005) descreveu o ensaio na

seguinte ordem:

“1 - Pesar o picnômetro vazio, seco e limpo. Anotar o valor aferido (M1);

2 - Colocar a amostra no picnômetro e pesar (M2) (Figura 3.03);

3 - Colocar água destilada no picnômetro até cobrir, com excesso, a

amostra;

4 - Aquecer o picnômetro, deixando-o ferver pelo menos 15 minutos, para

expulsar todo o ar existente entre as partículas do solo, efetuando sua deaeração, e

agitando-o para evitar superaquecimento. Usar tela entre a chama e o picnômetro, ou

banho-maria. (Figura 3.04);

5 - Deixar o picnômetro esfriar ao ar ambiente (Figura 3.05);

6 - Completar o volume do picnômetro com água destilada e repousá-lo em

banho de água à temperatura ambiente por quinze minutos, colocar a rolha perfurada

de modo que a água aflore à sua parte superior. Anotar a temperatura do banho (T);

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7 - Retirar o picnômetro do banho, enxugar e secar com pano limpo e

seco. Pesar o picnômetro e conteúdo (M3);

8 - Retirar todo o material de dentro do picnômetro, lavar e encher

completamente com água destilada. Colocá-lo no banho de água à temperatura

ambiente por quinze minutos, colocar a rolha perfurada, deixando a água aflorar à sua

parte superior. Verificar a temperatura do banho (T), retirar o picnômetro do banho,

enxugar com pano limpo e seco e pesar, obtendo (M4).”

A massa específica dos grãos ou densidade real dos grãos é dada por:

𝛿𝑇 =𝑀2 − 𝑀1

𝑀4 − 𝑀1 − 𝑀3 − 𝑀2

Onde:

𝛿𝑇 =densidade real do solo à temperatura T;

𝑀1 =massa do picnômetro vazio e seco, em g;

𝑀2 =massa do picnômetro mais amostra, em g;

𝑀3 =massa do picnômetro mais amostra, mais água, em g;

𝑀4 =massa do picnômetro mais água, em g.

Figura 3.03: Picnômetros amostras secas utilizadas neste trabalho

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20

Figura 3.04: Picnômetros com solo e água destilada aquecidos

Figura 3.05: Picnômetros esfriando após ferver

3.3.1.2 Análise Granulométrica

A análise granulométrica dos materiais utilizados foi realizada de acordo

com a NBR 7181/1984 (ABNT,1984). Primeiramente, todo o material foi peneirado

passando pelas peneiras de 3/4”, 3/8”, #4, #8 e #10, anotando as massas retidas

acumuladas em cada peneira. O material passante na peneira #10 foi utilizado para

fazer a sedimentação e o peneiramento fino. A Figura 3.06 mostra o material passante

pela peneira #10 dos solos s-1313 e s-1324, e a Figura 3.07 mostra o material retido

na peneira #10 dos solos s-1313 e s-1324.

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21

Figura 3.06: Material passante na peneira #10, solo s-1313 e s-1324 (finos)

Figura 3.07: Material não passante na peneira #10, solo s-1313 e s-1324(finos)

O ensaio de sedimentação foi realizado com 70 g do material passante na

peneira #10 colocado em 125 ml de defloculante (Hexametafosfato de sódio,

𝑁𝑎16𝑃14𝑂43). Após ser deixado em repouso por 24 horas, o material foi submetido à

dispersão mecânica (Figura 3.08) e em seguida colocado em uma proveta de 1000 ml,

completando o volume da proveta com água destilada. A proveta foi, então, deixada

em um tanque em banho-maria para serem realizadas, através de um densímetro, as

devidas leituras nos tempos determinados. A Figura 3.09 mostra uma das medições

no densímetro.

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22

Figura 3.08: Dispersão mecânica do material (s-1324 finos) com defloculante

Figura 3.09: Medição com densímetro (solo s-1324)

Após todas as leituras, o material foi colocado na peneira 0,075 (#200) e

lavado com movimentos suaves e circulares. Em seguida, o material foi levado à

estufa para secagem e, após a secagem, submetido ao peneiramento fino, passando

pelas peneiras #20, #30, #40, #60, #100 e #200 (Figura 3.10), anotando as massas

retidas acumuladas em cada peneira.

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23

Figura 3.10: Peneiras #20, #30, #40, #60, #100 e #200 fixadas em suporte vibratório.

3.3.1.3 Limites de Atterberg

ALMEIDA (2005) afirma que quando um solo coesivo apresenta umidade

muito elevada, suficiente para o solo apresentar aparência de um fluido denso, se diz

que o solo se encontra em Estado Líquido, estado no qual o solo praticamente não

apresenta resistência ao cisalhamento.

Quando o solo coesivo em estado líquido começa a perder água sua

viscosidade aumenta até que o solo atinge certo teor de umidade 𝑕1 = 𝐿𝐿 (Limite de

Liquidez) onde perde sua capacidade de fluir, no entanto sua umidade permite que o

solo seja moldado facilmente e conserve sua forma. Nessas condições, o solo se

encontra no Estado Plástico.

Conforme o solo coesivo no estado plástico perde umidade, sua

capacidade de ser moldado diminui até o ponto em que a amostra se fratura ao se

tentar moldá-la. A umidade deste ponto é chamada de Limite de Plasticidade (𝑕2 =

𝐿𝑃). Este é chamado de Estado semi-sólido, onde o solo apresenta aparência sólida,

porém sofre reduções de volume conforme perde umidade.

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24

Para a determinação do LL utilizou-se o aparelho de Casagrande (Figura

3.11). A preparação do ensaio se dá passando o material na peneira #10,

homogeneizando com teores de umidade distintos e deixados por 24 horas na câmara

úmida. Após a preparação do material e calibração do equipamento (Figura 3.12), para

cada umidade, o solo é colocado na concha do aparelho de Casagrande e uma

ranhura é feita no material (Figura 3.13). A quantidade de golpes necessária para o

fechamento da ranhura é anotada e retirada amostras para determinação da umidade.

O LL é definido como o teor de umidade do solo com o qual a ranhura requer 25

golpes para fechar, e é obtido por interpolação dos resultados. Esse procedimento é

padronizado pela norma NBR 56 6459/1984 – Solo – Determinação do Limite de

Liquidez (ABNT, 1984).

Figura 3.11: Aparelho de Casagrande.

Figura 3.12: Calibração do aparelho de Casagrande utilizado neste trabalho.

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25

a) b) c)

e) e) f)

Figura 3.13: Sequência da realização do ensaio de Casagrande, solo s-1324(finos): a)

homogeneização do material; b) colocação do material na concha; c) ranhura no material;

d)fechamento da ranhura após golpes; e) corte na faixa do fechamento; f) retirada de amostra

para medir a umidade

O procedimento para a determinação do LP é padronizado pela norma

NBR 7180/1984 – Solo – Determinação do Limite de Plasticidade (ABNT, 1984). É

determinado o menor teor de umidade para o qual se consegue moldar um cilindro

com 3 mm de diâmetro, rolando-se o solo com a palma da mão sobre um vidro

biselado (Figura 3.14).

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26

Figura 3.14: Sequência de procedimentos para determinação do LP, solo s-1324(finos)

Através dos dados obtidos por meio desses ensaios, foi determinado o Índice

de plasticidade (IP, em %), obtido através da diferença entre o limite de liquidez (LL,

em %) e o limite de plasticidade (LP, em %): IP=LL– LP.

3.3.2 Caracterização MCT

No Brasil, em se tratando de obras de pavimentação, um dos sistemas de

classificação de solos mais utilizado é o MCT (Miniatura, Compactado, Tropical). A

metodologia do ensaio MCT foi proposta inicialmente em 1980 por Nogami e Villibor,

pesquisadores da USP, com fins de determinação das propriedades dos solos visando

sua aplicação em camadas de pavimentos, classificando os solos tropicais

diferenciando solos de comportamento laterítico com não lateríticos.

Nogami efetuou mudanças na técnica geral proposta em 1972 na

determinação do IBV (Iowa Bearing Value), em Iowa/EUA, com o objetivo de obter

correlações entre os resultados do ensaio de CBR e os resultados obtidos pela nova

metodologia então proposta, o Ensaio de Mini-CBR. O desenvolvimento e adoção do

ensaio miniaturizado na determinação do CBR trouxe vantagens práticas,

principalmente por exigir quantidade de material significativamente menor do que o

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27

ensaio convencional e, sobretudo, pela redução do tempo total de ensaio, diminuindo

de 96 para 20 horas o tempo de imersão do corpo de prova em água.

Em complementação à metodologia do Mini-CBR e visando uma nova

proposta de classificação de solos específica para solos tropicais, Nogami e colegas

desenvolveram o método de classificação de solos MCT (NOGAMI e VILLIBOR,1980,

1981). Sua normalização foi regulamentada em 1994 e 1996 pelo Departamento

Nacional de Estradas e Rodagem (DNER, 1994b, 1994c e 1996) e utiliza dois ensaios

para obtenção de dados para a classificação de solos finos (passantes na peneira 10):

o ensaio de compactação e o ensaio de perda de massa por imersão.

Na metodologia MCT utiliza-se ainda o ensaio de mini-CBR para

determinar a capacidade de suporte e expansão do solo. A metodologia ainda

contempla ensaios de contração, infiltrabilidade e permeabilidade. Todavia estes

ensaios não foram utilizados nesta pesquisa e não serão detalhados.

3.3.2.1 Compactação

Os procedimentos de compactação do MCT são descritos neste item.

Utiliza-se corpos de prova moldados em cilindros de 50 mm de diâmetro interno e

compactados segundo o ensaio de compactação Mini-MCV, adaptado do original

inglês MCV.

Para iniciar a compactação, da amostra seca ao ar e passada na peneira

de 2 mm,separam-se cinco porções de 500g, homogeneizando cada porção com

umidades diferentes, de forma a obter uma porção com umidade próxima à umidade

ótima, duas porções com umidade superior e duas com umidade inferior. As porções

são ensacadas, seladas, devidamente identificadas e postas na câmara úmida por 24

horas (Figura 3.15).

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Figura 3.15: Porções dos solos 1313 e 1324(finos) homogeneizados e ensacados

É pesado 200g de uma porção com determinada umidade introduzindo-a

no molde devidamente posicionado no equipamento de compactação (Figura 3.16),

sendo utilizado junto ao cilindro de compactação um espaçador. Dá-se o primeiro

golpe (n=1) e mede-se a altura A1. Retira-se o espaçador e repetem-se as medidas de

altura após o primeiro golpe, para n=2, 3, 4, 6, 8, 12, 16,..., n,... 4n, finalizando a

compactação quando:

A diferença de altura entre leituras sucessivas for menor que 0,1 mm ou

a diferença entre leituras An – A4nfor menor que 2,0 mm;

Atingir 256 golpes;

Houver nítida expulsão de água no corpo de prova.

Repetem-se as operações para os demais teores de umidade.

A Figura 3.17 mostra esquematicamente o compactador utilizado nos

ensaios Mini-MCV.

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a) b) c)

Figura 3.16: Compactação do ensaio Mini-MCV, solo s-1324(finos): a) compactador; b)

colocação do solo no cilindro com auxílio de um funil; c) o primeiro golpe do compactador

utilizando o disco espaçador.

Figura 3.17: Compactadores dos ensaios MCV, Mini-MCV e Sub-miniatura (NOGAMI e

VILLIBOR, 1995)

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30

3.3.2.2 Curvas de Deformabilidade (Mini-MCV)

O procedimento de compactação descrito permite a plotagem da família de

curvas de compactação de um mesmo solo, ou seja, o comportamento de sua massa

específica aparente seca máxima, em função da umidade, para os diversos níveis de

energia representados pela série de golpes aplicados. A inclinação da parte retilínea

do ramo seco da curva de compactação correspondente à energia aplicada por 12

golpes na compactação Mini-MCV, medida nas adjacências da massa específica

aparente seca máxima, é o coeficiente d’, um dos parâmetros utilizados na

classificação MCT de solos. Valores típicos de d’ estão apresentados na Tabela 3.02.

A determinação deste coeficiente é realizada no segmento da curva de compactação

que se apresenta reto, nas proximidades do ponto de máxima massa aparente

específica seca. A Figura 3.18 mostra um exemplo de uma família de curvas de

compactação obtidas durante o ensaio de Mini-MCV.

Figura 3.18: Família de Curvas de Compactação obtidas através do ensaio de Mini-MCV

(BERNUCCI,1992)

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31

Tabela 3.02: Valores típicos do coeficiente d’ (NOGAMI e VILLIBOR, 1995)

Para cada teor de umidade traça-se um gráfico de escala semi-logarítmica

onde se representa as diferenças de altura dos corpos de prova (an= An– A4n) em

função do número de golpes aplicados, formando as chamadas curvas de

deformabilidade ou curvas Mini-MCV (Figura 3.19). A partir destas curvas pode-se

determinar o valor da condição de umidade, tomando-se a curva correspondente a um

determinado teor de umidade e procurando-se a sua interseção com a reta de

equação a = 2 mm, que foi adotada como referência para os corpos de prova do

método, determinando assim o valor de golpes Bi correspondente. O valor do Mini-

MCV para a curva que representa o solo em um estado particular de umidade é obtido

pela seguinte expressão:

Mini MCV = 10 × log10(Bi)

Para cada corpo de prova moldado em uma condição de umidade distinta,

obtém-se um valor de Mini-MCV. A inclinação da curva de deformabilidade cujo Mini-

MCV é igual a 10, ou mais próximo de 10, é chamada de coeficiente c’. Para argilas ou

solos argilosos, o coeficiente c’ varia pouco em função da umidade. Nos solos s iltoso

ou arenosos o valor de c’ apresenta significativas variações (Tabela 3.03). Para efeito

classificatório, na obtenção do coeficiente c’ fixa-se a curva cujo Mini-MCV = 10.

Como, na prática, os resultados dos ensaios dificilmente permitem o cálculo de c’

Argilas lateríticas geralmente d'>20

Argilas não lateríticas geralmente d'<10

Areias puras d' baixo

Areias finas argilosasd' muito elevado

(pode ultrapassar 100)

Siltosos, Micáceos e/ou

Caoliníticos

d' muito pequeno,

geralmente d'<5

coeficiente d'Tipo de Solo

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diretamente, torna-se necessária a interpolação gráfica para obter esse valor

(NOGAMI e VILLIBOR, 1995).

Figura 3.19: Curvas de Deformabilidade, Perda de Massa por Imersão e Mini-MCV, de um solo

ensaiado pela compactação Mini-MCV (NOGAMI e VILLIBOR, 1995)

Tabela 3.03: Valores típicos do coeficiente c’ para solos argilosos e siltosos (NOGAMI e

VILLIBOR, 1995)

Para a caracterização de um solo segundo o método MCT é necessário a

determinação dos coeficientes classificatórios c’ e e’, representados respectivamente

Siltosos, Micáceos e/ou

Caoliníticos

baixo

c' < 1,0

Tipo de Solo coeficiente c'

Argilas e solos argilososelevado

c' > 1,5

Solos de vários tipos

granulométricos com areia

argilosa, argila siltosa, etc

1,5 > c' > 1,0

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33

nos eixos das abscissas e ordenadas do ábaco classificatório proposto por seus

idealizadores e apresentado na Figura 3.20.

Figura 3.20: Ábaco da Classificação MCT (NOGAMI e VILLIBOR, 1995)

Para a obtenção do coeficiente e’, além do coeficiente d’, é necessária a

determinação da porcentagem de perda por imersão (PI) do corpo de prova submetido

a este ensaio.

3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água

O ensaio de perda por imersão tem por objetivo distinguir o

comportamento laterítico do não laterítico quando estes possuem características

similares relacionadas ao coeficiente d’ e à inclinação da curva Mini-MCV (c’).

Os corpos de prova compactados segundo o procedimento Mini-MCV são

parcialmente extraídos dos moldes de compactação com macaco-hidráulico (Figura

3.21), de forma a ficar com 10 mm de saliência. Em seguida são imersos em um

recipiente com água, observando o comportamento nas primeiras horas. Após um

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tempo mínimo de 12 horas, recolhe-se o material eventualmente desagregado do

corpo de prova em imersão, e, após seco, determina-se sua massa.

A Figura 3.22 apresenta um desenho esquemático da perda de massa por

imersão e na Figura 3.23 estão apresentadas fotos dos ensaios realizados neste

trabalho.

Figura 3.21: Macaco hidráulico utilizado neste trabalho para extração do corpo de prova

compactado no procedimento Mini-MCV.

Figura 3.22: Ensaio de Perda de Massa por Imersão (NOGAMI e VILLIBOR, 1995)

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35

a) b)

Figura 3.23: Ensaio de perda de massa por imersão deste trabalho: a) solo s-1313 no início do

ensaio; b) solo s-1324 no final do ensaio

O cálculo do valor da perda de massa por imersão (PI) leva em

consideração o aspecto do material desprendido através do fator de desprendimento

(f) que é dado da seguinte forma:

Desprendimento do solo em bloco coeso: f = 0,5

Não desprendimento de solo: f = zero

Desprendimento esfarelado do solo: f = 1,0

A perda de massa por imersão se dá pela fórmula:

PI = Md

Ms × f × 100

Onde:

Md = massa que se desprende;

Ms = massa seca da parte saliente do corpo de prova ensaiado;

f = fator de desprendimento.

A curva Mini-MCV x PI (mostrada em linha pontilhada na Figura 3.19) é

obtida a partir dos valores calculados de perda de massa por imersão para cada teor

de umidade. Para fins classificatórios, o valor de “PI” a ser adotado é obtido nesta

curva, para valores de Mini-MCV correspondente a 10 ou 15, dependendo se a massa

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específica aparente for considerada baixa ou alta respectivamente. Considera-se a

massa específica aparente baixa quando o corpo de prova de 200 gramas apresentar

uma altura final superior a 48 mm, e alta caso a altura final do corpo de prova for

inferior a 48 mm.

O valor característico da perda de massa por imersão de um solo,

associado ao valor do coeficiente d’, permite a determinação do segundo coeficiente

classificatório necessário para classificação de um solo no ábaco da Classificação

MCT. Este coeficiente, chamado e’, é expresso pela equação seguinte:

e′ = PI

100+

20

d′

1/3

Onde:

PI = perda de massa por imersão (%)

d′ = coeficiente angular do trecho reto da curva de compactação

correspondente a 12 golpes.

Nogami e Villibor, observando que o comportamento laterítico dos solos

manifesta-se quando d’ > 20 e PI < 100, estabeleceram uma linha horizontal

correspondente a e’= 1,15, que separa os solos de comportamento lateríticos dos não

lateríticos no ábaco da Classificação MCT, representada por uma linha tracejada.

Para definição do grupo granulométrico e de natureza a que pertence o

solo ensaiado, o gráfico classificatório (Figura 3.20) proposto por NOGAMI e

VILLIBOR (1981,1995) pode ser utilizado, através das variáveis c’ e e’.

3.3.2.4 Grupos MCT de Solos

A classificação geotécnica MCT é baseada na determinação de

propriedades mecânicas e hidráulicas em corpos de prova de 50 mm de diâmetro.

Nessas condições, é apropriada apenas para solos de granulação fina, passantes ou

com percentual desprezível retido na peneira 2,0 mm. Neste trabalho, de forma

aproximada, foi usado para a parte fina dos dois solos para inferir seu comportamento.

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A classificação MCT divide os solos em dois grandes grupos: o grupo dos

solos de comportamento laterítico e o grupo dos solos de comportamento não

laterítico. No ábaco classificatório dos solos segundo a MCT apresentado na Figura

3.20 obtêm-se os diferentes grupos de solos, cujas características principais

apresentadas por NOGAMI e VILLIBOR (1995) são descritas a seguir.

I. Solos de comportamento laterítico (L):

Algumas das propriedades dos solos de comportamento laterítico que são

de interesse da engenharia de pavimentos são sua elevada capacidade de suporte

quando ensaiados no Mini-CBR, pequena perda desta capacidade por imersão em

água e baixa expansão volumétrica.

São solos com coloração predominantemente vermelha e/ou amarela, com

uma agregação muito forte das frações finas, resultando num aspecto poroso.

Os solos de comportamento laterítico podem ser divididos entre:

Areias lateríticas (LA):

Apresentam pouca coesão e baixa contração quando secos,

características pouco desejáveis para aplicação em bases.

Entretanto, quando adequadamente compactados, apresentam-

se relativamente permeáveis, com elevada capacidade de

suporte e módulo de resiliência relativamente elevados.

Solos arenosos lateríticos (LA’):

Possuem baixa massa específica aparente seca em condições

normais, baixa capacidade de suporte e podem ser colapsíveis.

Quando devidamente compactados, adquirem elevada

capacidade de suporte, elevado módulo de resiliência, baixa

permeabilidade, pequena contração por perda de umidade,

razoável coesão e pequena expansão por imersão em água.

Solos argilosos lateríticos (LG’):

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38

Quando apresentam porcentagens elevadas de areia, tem um

comportamento parecido com os solos do grupo LA’, entretanto,

apresentam menores capacidades de suporte, módulos de

resiliência e massa específica aparente seca, maior plasticidade,

umidade ótima de compactação e contração por perda de

umidade. Por outro lado são mais resistentes à perda de massa

por imersão em água.

II. Solos de comportamento não laterítico (NL):

Ao contrário da classe dos solos lateríticos, as propriedades dos solos de

comportamento não laterítico de interesse da engenharia de pavimentos são a variada

capacidade de suporte quando ensaiados no Mini-CBR, grande perda desta

capacidade por imersão em água e expansão volumétrica variável, de baixa a muito

elevada.

Os solos de comportamento não laterítico podem ser divididos entre:

Areias não lateríticas (NA):

Quando devidamente compactados, possuem capacidade de

suporte pequena a média e, geralmente, são muito erodíveis.

Solos arenosos não lateríticos (NA’):

Quando a areia é mal graduada ou conter, na fração areia ou

silte, mica e/ou microcristais de caulinita e/ou haloisita, são

inapropriados para bases de pavimentos.

Solos siltosos não lateríticos (NS’):

Apresentam-se, geralmente, com baixa massa específica e

capacidade de suporte, podendo ser colapsíveis. Mesmo

quando compactados em condições apropriadas não

apresentam boas propriedades de interesse geotécnico.

Solos argilosos não lateríticos (NG’):

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39

Quando compactados nas condições ótimas, apresentam as

características semelhantes às argilas tradicionais de países de

clima temperado muito plásticas e expansivas.

Existem algumas exceções, como nos seguintes casos:

a) Quando o ponto do gráfico situa-se próximo ao limite das classes L e N,

deverão ser considerados os critérios abaixo:

Laterítico (L) quando o PI decrescer para valores muito pequenos ou

zero no intervalo de Mini-MCV de 10 a 20, e a curva Mini-MCV = f (teor

de compactação) possuir concavidade para cima no intervalo de 1 a 15.

Será classificado como não laterítico (N) caso o PI apresente-se de

forma diferente e a curva citada anteriormente mostrar-se muito retilínea

ou possuir concavidade voltada para baixo;

Transicional quando o PI decresce no intervalo de Mini-MCV variando

de 10 a 20 e a curva de Mini-MCV = f (teor de umidade de

compactação) é retilínea, isto é, as condições não correspondem as

descritas no item acima. Nestes casos serão representados pelos

símbolos dos grupos adjacentes.

b) Quando os pontos que representam as amostras de solos ficam

localizados longe dos limites das classes L e N e não atendem as condições exigidas

no item a citado, deve-se colocar o grupo obtido em função do ponto classificatório

com o sinal de interrogação (?)

3.3.3 Curva de compactação Proctor

Para o presente trabalho foram aproveitados os ensaios de curva de

compactação dos solos s-1313, s-1324 e da canga de minério realizados em pesquisa

da engenheira Mariluce Ubaldo. Para o solo s-1324 (finos) e para as misturas não foi

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possível a obtenção das curvas de compactação Proctor por falta de material

suficiente para a realização dos ensaios.

No presente trabalho, para obter os corpos de prova para os ensaios

mecânicos foram realizadas compactações do tipo Proctor, porém com dimensões

maiores e energia correspondente, como descrito a seguir.

Os ensaios de compactação foram realizados em corpos de prova 10 cm

de diâmetro e 20 cm de altura em moldes de cilindro tri-partido. A energia de

compactação intermediária foi aplicada em um aparelho compactador mecânico. Ao

fim de testes com vários teores de umidade é possível determinar a massa específica

aparente seca máxima (γs, em g/cm³) e a umidade ótima (𝑤𝑜𝑡𝑚 , em %) de cada

amostra. Os moldes tripartidos cilíndricos de 10 x 20 cm foram utilizados para moldar

os corpos de prova, e também serão utilizados nos ensaios de módulo de resiliência.

O ensaio de compactação foi realizado após a mistura ser deixada por

aproximadamente 24 horas na câmara úmida, adicionando água ao material em

quantidades estimadas de forma a gerar um gráfico de umidade x massa específica

seca (curva de compactação) com pelo menos dois pontos no ramo seco, dois pontos

no ramo úmido e um ponto próximo à umidade ótima, conforme recomendado na

norma NBR 7182/1986 (ABNT, 1986). A partir da curva de compactação pode-se

encontrar, por análise gráfica, a umidade ótima do material.

3.3.4 Ensaio Triaxial de Módulo de Resiliência

Um parâmetro de suma importância para o entendimento do

comportamento tensão-deformação dos materiais de pavimentação é o módulo de

resiliência. Por definição, o módulo de resiliência é o resultado da tensão desvio

aplicada repetidamente dividida pela deformação resiliente resultante. O módulo de

resiliência é um parâmetro fundamental em uma avaliação estrutural e na análise

mecanística de pavimentos.

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41

A medição do módulo de resiliência de solos e brita é feita através de

ensaio triaxial confinado, que simula a passagem de veículos comerciais sobre o

pavimento pela aplicação de uma carga vertical cíclica. Os valores encontrados no

ensaio de módulo de resiliência são utilizados para o dimensionamento de pavimentos

através de métodos mecanísticos-empíricos.

3.3.4.1 Conceitos

Os materiais utilizados em compactação estão sob a ação antrópica do

tráfego, onde a solicitação dinâmica está sujeita a cargas de diferentes intensidades,

magnitudes e frequências ao longo do tempo (PERÇA, 2007).

Elasticidade é definida por BALBO (2007) como a propriedade de um dado

material não preservar deformações residuais, ou seja, o material recupera sua forma

inicial depois de terminada a ação das forças que o deformaram. E a plasticidade é

definida como a propriedade inversa, que é a capacidade do material de manter as

deformações residuais depois de cessados os esforços causadores dessa

deformação.

Nos ensaios triaxiais de carga repetida são aplicadas cargas cíclicas com o

objetivo de determinar o comportamento dos materiais em função do estado de

tensões (MALYSZ, 2009). O comportamento dos materiais submetidos a

carregamentos cíclicos é composto por uma parcela elástica e uma plástica (Figura

3.24). A resposta dos materiais ensaiados é composta por uma parcela elástica ou

resiliente (∆𝑕𝑟) e uma parcela plástica ou permanente (∆𝑕𝑝). A deformação resiliente é

calculada através da seguinte equação:

휀𝑟 =∆𝑕𝑟

𝑕𝑜

Onde:

휀𝑟 =deformação resiliente;

∆𝑕𝑟 =variação da altura do corpo de prova em cada ciclo de carga; e

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42

𝑕𝑜 =altura inicial do corpo de prova.

E o Módulo de Resiliência por definição é calculado por:

𝑀𝑅 =𝜎𝑑

휀𝑟

Onde:

𝑀𝑅 =módulo de resiliência;

𝜎𝑑 =tensão de desvio; e

휀𝑟 =deformação resiliente.

Figura 3.24: Resposta típica do corpo de prova em um ensaio triaxial de carga repetida

(MALYSZ, 2009)

A aplicação de carga no ensaio triaxial de módulo de resiliência é semi-

senoidal, segundo BERNUCCI et al. (2008), pois é próxima a forma de carregamento

correspondente à passagem da roda. No ensaio, o tempo de duração da aplicação

total da carga é de 0,1 segundo e o repouso de 0,9 segundo. A Figura 3.25 mostra a

saída de um dos ensaios realizados no presente trabalho.

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43

Figura 3.25: Tela do ensaio triaxial de MR em um ensaio do presente trabalho

3.3.4.2 Compactação do corpo de prova

Os procedimentos de laboratório para este trabalho seguiram as

descrições da NORMA DNIT 134/2010 – ME – Determinação do módulo de resiliência.

A compactação foi realizada, para os solos s-1313, s-1324, s-1324 (finos), para as

misturas com a canga de minério e para a canga de minério pura em corpos de prova

com 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura, moldados em moldes de cilindro tri-partido.

Para os solos s-1313, s-1324 e para a canga de minério pura foram

considerados os valores de umidade ótima encontrados a partir da curva de

compactação de cada material. No caso do solo s-1324 (finos) a umidade ótima

considerada foi estimada por operador experiente e tendo como base os resultados do

ensaio MCT. E para as misturas a homogeneização foi feita próxima à umidade ótima,

considerando apenas a sensibilidade do técnico experiente.

Depois de homogeneizada, as amostras foram devidamente ensacadas,

seladas, identificadas e deixadas por, no mínimo, 24 horas na câmera úmida.

As amostras foram, então, compactadas em um compactador mecânico

(Figura 3.26) em cilindros tri-partido 10 x 20, com energia intermediária, aplicando uma

quantidade de golpes estabelecida a cada camada, totalizando 10 camadas.

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44

Figura 3.26: Compactador mecânico do Laboratório de Geotecnia da COPPE/UFRJ

Terminada a compactação, o cilindro tri-partido é retirado do compactador,

o anel de alongamento é desacoplado e a superfície do corpo de prova é rasada,

preparando assim o corpo de prova para o ensaio triaxial (Figura 3.27).

Figura 3.27: Corpo de prova da mistura 1 compactado para o ensaio triaxial deste trabalho

3.3.4.3 Condicionamento e Ensaio

Após a compactação, os corpos de prova 10 x 20 foram cuidadosamente

desmoldados, retirando o cilindro tri-partido sem prejudicar a integridade do corpo de

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45

prova, alocados sobre a prensa do equipamento triaxial para ensaios de MR da

COPPE/UFRJ, que possui sistema totalmente automatizado (Figura 3.28).

a) b)

Figura 3.28: Corpo de prova da mistura 1deste trabalho: a) desmoldado; b) posicionado no

equipamento triaxial para ensaio de MR

A Figura 3.29 ilustra esquematicamente o equipamento utilizado no ensaio

triaxial.

Figura 3.29: Esquema do equipamento de ensaios triaxiais de carga repetida (MEDINA e

MOTTA, 2005)

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46

Nas Figuras 3.30 e 3.31 pode-se observar o posicionamento dos

medidores de deslocamento (LVDT) sobre o corpo de prova e o equipamento

completo durante a realização do ensaio triaxial de módulo de resiliência.

Figura 3.30: Posicionamento dos medidores (LVDT) sobre o corpo de prova em um ensaio

deste trabalho

Figura 3.31: Ensaio triaxial da mistura 1 em andamento

Conforme procedimento da norma mencionada anteriormente, todos os

solos receberam a mesma sequência de ensaio, primeiramente a fase de

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47

condicionamento com 3 sequências de tensões e em seguida a fase de ensaio com 18

sequências de 10 ciclos para determinação de módulos de resiliência.

Na fase de condicionamento são aplicados 3 pares de tensões distintos

(confinante e desviadora), aplicando 500 repetições para cada tensão aplicada (Tabela

3.04). Esta fase tem por objetivo eliminar as grandes deformações permanentes que

ocorrem nas primeiras aplicações de tensão desviadora e reduzir o efeito da história

de tensões no valor do módulo de resiliência.

Tabela 3.04: Níveis de tensões para fase de condicionamento do ensaio triaxial (Medina e

Motta, 2005)

Terminada a fase de condicionamento, se inicia o procedimento para

determinação do módulo de resiliência, aplicando 18 pares de tensão (Tabela 3.05),

registrando as deformações resilientes através da medição de deslocamentos verticais

do corpo de prova por instrumentos conhecidos como LVDT (Linear Variable

Differential Transducers). Finalizada a execução do ensaio é gerado um relatório com

os pares de tensão, deformação resiliente e módulo de resiliência.

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48

Tabela 3.05: Sequência de tensões para determinação do módulo de resiliência (DNIT

134/2010)

Foram realizados para este trabalho ensaios de módulo de resiliência para

duas misturas para mostrar a influência da canga de minério de ferro no

comportamento dos solos escolhidos para este estudo. Para analisar o

comportamento de um material quanto à sua resiliência existem alguns modelos,

apresentados por Bernucci et al. (2008), representados na Figura 3.32 e Figura 3.33.

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49

Figura 3.32: Modelos clássicos de comportamento resiliente de solos (BERNUCCI et al., 2008)

Figura 3.33: Outros comportamentos de solos quanto à resiliência (BERNUCCI et al., 2008)

A Figura 3.32 mostra que para solos coesivos a deformação resiliente varia

consideravelmente com a tensão-desvio aplicada. Para baixas tensões-desvio o

módulo de resiliência varia com intensidade superior comparado ao seu

comportamento para altas tensões-desvio. Portanto, o solo coesivo utilizado na

composição do subleito, onde as tensões provenientes das cargas de rodas já foram

reduzidas, pode apresentar o módulo de resiliência significativamente maior que

aquele observado se o solo fosse empregado como base de pavimento. As tensões-

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50

desvio diminuem com a profundidade, logo o módulo de resiliência aumentará. No

caso dos solos granulares, o módulo de resiliência varia com a tensão de

confinamento, o módulo de resiliência aumenta conforme a tensão confinante também

aumenta. Para níveis mais altos de tensão-desvio e baixas tensões de confinamento,

a deformação permanente passa a ser excessiva (BERNUCCI et al., 2008).

Alguns solos dependem tanto da tensão de confinamento como da tensão-

desvio (Figura 3.33), podendo ser classificados como de comportamento combinado

ou areno-argilosos. Para materiais estabilizados com porcentagens significativas de

cimento ou cal, o módulo de resiliência independente da tensão-desvio e da tensão de

confinamento, tendendo a ser constante; esse comportamento ocorre devido à

cimentação das partículas (BERNUCCI et al., 2008).

3.4 Dimensionamento de pavimento típico

O dimensionamento adequado de um pavimento asfáltico tem por objetivo

assegurar que a repetição da passagem dos eixos dos veículos não irá causar o

trincamento excessivo da camada de revestimento por fadiga dentro do período de

vida do projeto, bem como garantir que as espessuras das camadas de sua estrutura,

e suas características, sejam capazes de minimizar os efeitos do afundamento da

trilha de roda (acúmulo excessivo de deformação permanente), considerando a

compatibilidade entre as deformabilidades dos materiais (FRANCO, 2007).

Os fatores que afetam as estruturas dos pavimentos são diversos, tais

como: o volume de tráfego, o peso e pressão das rodas do carregamento, a variação

lateral da passagem dos veículos, a qualidade dos materiais, o efeito do clima,

principalmente da temperatura e da umidade, etc. O dimensionamento do pavimento é

elaborado com os parâmetros médios ou característicos, com um erro estatístico

considerado aceitável, por não ser possível obter informações exatas sobre os fatores

anteriormente citados.

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51

Neste trabalho, para a análise dos resultados obtidos nos ensaios

realizados com o material estudado, o dimensionamento de pavimento típico foi

realizado com o programa de computador SisPavBr (FRANCO, 2007, 2014). Este

programa é uma atualização recente do SisPav (FRANCO, 2007), que foi

desenvolvido com o objetivo de realizar análises e dimensionamentos de estruturas de

pavimentos segundo os conceitos da mecânica dos pavimentos. O programa possui

duas opções de análise, uma é o dimensionamento da estrutura, em que o programa

analisa os dados de entrada e encontra a espessura da camada que atenda aos

requisitos de projeto. A outra análise só realiza uma verificação dos dados e requisitos

definidos pelo projetista e informa a vida de projeto que a estrutura pode suportar. A

Figura 3.34 apresenta o fluxograma básico de dimensionamento no qual Franco

(2007) se baseou para desenvolver o SisPav.

Figura 3.34: Fluxograma de Desenvolvimento do SisPav (Fonte: FRANCO, 2007).

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52

Adotou-se uma estrutura de pavimento típico, no qual a espessura e as

propriedades mecânicas da camada de revestimento ficassem constantes, com as

propriedades da camada de base também fixadas, de maneira que só se possa mudar

as propriedades do subleito, dimensionando a camada de base para cada subleito e

para a adição de uma camada de sub-base composta apenas pela canga de minério.

A Figura 3.35 ilustra a estrutura do pavimento típico adotada. Os dados do

revestimento, base e subleito adotados são os sugeridos no exemplo do SisPavBr.

Eixo Padrão Rodoviário Pressão de pneus = 0,56 MPa Volume (1º ano)= 25000 Carga= 8,20 N= 2,500e+05

Mistura asfáltica (Concreto Asfáltico) 𝜈 = 0,33

Modelo elástico linear 𝑒 = 5,0 𝑐𝑚

𝑀𝑅 = 4000 𝑀𝑃𝑎

Base (BGS) 𝜈 = 0,35

Modelo elástico linear 𝑒 = 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 (𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜)

𝑀𝑅 = 500 𝑀𝑃𝑎

Sub-Base (canga de minério de ferro) 𝜈 = 0,35

Modelo composto 𝑒 = 20,0 𝑐𝑚 (𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑏)

𝑀𝑅 = 𝐾1 ∙ 𝜎3𝐾2 ∙ 𝜎𝑑

𝐾3 (𝐾1, 𝐾2 𝑒 𝐾3variável)

Subleito 𝜈 = 0,40

Modelo composto 𝑒 = 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎

𝑀𝑅 = 𝐾1 ∙ 𝜎3𝐾2 ∙ 𝜎𝑑

𝐾3 (𝐾1, 𝐾2 𝑒 𝐾3variável)

Onde: 𝜈 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑠𝑜𝑛; 𝑒 = 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎; 𝑀𝑅 = 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑙𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎; 𝜎3 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑡𝑒;𝜎𝑑 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜.

Figura 3.35: Valores de tráfego e estrutura adotados no SisPavBr para este trabalho

Os dados do clima da cidade de Belo Horizonte, MG, presentes na base de

dados do SisPav (Figura 3.36), e os dados de tráfego, correspondentes a uma rodovia

de baixo volume de tráfego representada por um número N=250000 ou 2,5 × 105

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53

(repetições do eixo padrão), também foram adotados para o dimensionamento (Figura

3.37).

Figura 3.36: Dados climáticos adotados no SisPavBr neste trabalho.

Figura 3.37: Características do tráfego adotado no SisPavBr neste trabalho.

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54

Os parâmetros obtidos através das análises estatísticas dos módulos de

resiliência foram inseridos no SisPavBr, caracterizando os solos estudados neste

trabalho como subleito, dimensionando o pavimento através do critério de ruptura

estrutural por fadiga da mistura asfáltica.

As estruturas dimensionadas para cada material estudado neste trabalho

foram comparadas, tendo como parâmetro de comparação a espessura da camada de

base, e avaliadas a viabilidade técnica e, indiretamente, econômica.

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55

4. Apresentação dos resultados

Os resultados obtidos através dos ensaios descritos no capítulo 3 estão

apresentados neste capítulo. Para melhor compreensão dos resultados e do

comportamento do material estudado, serão feitos comentários em cada tipo de

ensaio, tendo em vista que o objetivo da realização dos ensaios é avaliar e comparar o

potencial das misturas e dos solos para a utilização como material para compor uma

das camadas do pavimento.

A Tabela 4.01 apresenta a lista dos ensaios realizados neste trabalho.

Tabela 4.01: Quantidade de ensaios realizados neste trabalho

Ensaio S - 1313 S - 1324 S - 1324 (finos)

Canga Mistura

1 Mistura

2

Massa Específica 1 1 1 1 - -

Análise Granulométrica 1 - 1 1 - -

Limites de Atterberg 1 - 1 - - -

Curva de Compactação 1* 1* - 1*

MCT 1 - 1 - - -

MR 3 3 1 3 2 2

*Os ensaios de curva de compactação realizados com os solos S-1313, s-1324 e a Canga de minério foram aproveitados de pesquisa realizada sobre direção da pesquisadora Mariluce Ubaldo - COPPE/UFRJ

4.1 Caracterização Física

4.1.1 Massa Específica Real dos Grãos

A Tabela 4.02 apresenta os resultados obtidos pelo ensaio de picnômetro

para massa específica real dos grãos das duas amostras de solo e da canga de

minério.

Tabela 4.02: Massa específica real dos grãos dos materiais deste trabalho

Amostra Massa específica real dos grãos (Gs)

S – 1313 S - 1324 (finos)

2,767 2,965

Canga 3,698

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56

Os resultados apresentados na Tabela 4.02 mostram que os materiais que

tem maior quantidade de ferro apresentam densidade maior.

4.1.2 Limites de Atterberg

A Tabela 4.03 apresenta os resultados obtidos para os Limites de

Atterberg, Limite de Liquidez (LL) e Limite de Plasticidade (LP), e o Índice de

Plasticidade (IP) dos solos utilizados neste trabalho.

Tabela 4.03: Limites de Atterberg das duas amostras de solo deste estudo

Material LL (%) LP (%) IP (%)

s-1313 31,0 17,5 13,5

s-1324 (finos) 50,5 27,7 22,8

O solo s-1324 (finos) apresentou limite de liquidez maior que o solo s-

1313, portanto é possível que o solo s-1324 seja mais compressível que o s-1313, já

que quanto maior o LL, mais compressível costuma ser o solo. Estes resultados estão

compatíveis com a granulometria mais fina da amostra s-1324 em relação ao solo s-

1313.

Não foram feitos estes ensaios para a canga de minério por ser este um

material com maior porcentagem de graúdos e médios.

4.1.3 Análise Granulométrica

As composições granulométricas dos solos s-1313 e s-1324 (finos) obtidas

através dos métodos descritos no capítulo 3 estão representadas na tabela 4.04,

indicando o percentual de argila, silte, areia (fina, média e grossa) e pedregulho

encontrados em cada amostra. Também se indica os dados para a canga de minério

para o qual foi feito somente o peneiramento devido seu baixo percentual de finos.

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57

Tabela 4.04: Composição granulométrica dos materiais deste estudo

Amostra Argila (%) Silte (%)

Areia Pedregulho

(%) Fina (%)

Média (%)

Grossa (%)

s-1313 34,6 23,0 29,8 7,7 1,8 3,1

s-1324 (finos) 20,3 59,9 12,3 3,9 2,7 0,8

Canga 14,0 31,3 15,7 13,2 25,8

Pode-se observar que o solo s-1313 apresenta alto percentual de argila e

de areia, enquanto o solo s-1324 apresenta maior percentual de silte, a princípio já

indicando material problemático.

As curvas granulométricas dos solos estão representadas na figura 4.01.

Figura 4.01: Curvas granulométricas dos solos S-1313 e S-1324 e da canga deste trabalho.

4.1.4 Classificação SUCS

Através dos limites de Atterberg e da granulometria, pode-se encontrar os

índices de classificação SUCS (Sistema Unificado de Classificação de Solos),

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58

elaborado pelo professor CASAGRANDE (1948), que estão apresentados na Tabela

4.05. A Figura 4.02 mostra o esquema utilizado na classificação SUCS.

Tabela 4.05: Classificação SUCS dos solos deste estudo

Material Índice

S - 1313 CL

S – 1324 (finos) CH

Os índices apresentados mostram que os solos pertencem ao grupo das

argilas, sendo o solo s-1313 uma argila de baixa compressibilidade (CL) e o solo s-

1324 argila de alta compressibilidade (CH).

Segundo SOUZA (1980), o solo classificado como CH, corresponde a uma

Argila inorgânica de alta plasticidade, não sendo recomendável para base de

pavimentos.

Figura 4.02: Esquema para classificação pelo Sistema Unificado (PINTO, 2006)

4.1.5 Classificação TRB

A classificação TRB é feita baseada na granulometria e limites de

Atterberg do material. Esta classificação de solos é normalizada pela AASHTO (1973)

e empregada em vários países para aplicações rodoviárias. A tabela 4.06 apresenta a

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59

classificação TRB do material utilizado neste trabalho. A Figura 4.03 mostra o

esquema utilizado para obter a classificação TRB.

Tabela 4.06: Classificação TRB dos solos deste estudo

Material Índice

S - 1313 A-6

S – 1324 (finos) A-7-6

De acordo com esta classificação, pode-se observar que o solo s-1313 foi

classificado como A-6, solos argilosos, podendo conter misturas argilo-arenosas,

sujeitos a grandes variações volumétricas (BASTOS, 2008).

Esta classificação vem sendo criticada quanto à real avaliação de solos

lateríticos, no entanto este não é o caso dos materiais estudados neste trabalho.

Figura 4.03: Esquema para classificação de solos pelo sistema rodoviário TRB (PINTO, 2006).

4.2 Caracterização MCT

Os solos s-1313 e s-1324 (finos) podem ser classificados segundo a

classificação MCT a partir dos resultados dos ensaios descritos no capítulo 3. A tabela

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60

4.07 apresenta os resultados de classificação MCT da parte fina dos dois solos deste

estudo.

Tabela 4.07: Classificação MCT dos dois solos deste estudo

Material c' d' PI e' Índice MCT

S - 1313 1,54 41,2 160 1,29 NG'

S – 1324 (finos) 1,37 20 130 1,32 NS’

O solo s-1313 classificou-se como solo argiloso não lateríticos (NG’),

estando em acordo com a composição granulométrica que apresentou alto percentual

de argila. Os solos argilosos não lateríticos, quando compactados nas condições

ótimas, geralmente apresentam-se muito plásticos e expansivos, podendo ser

semelhante às argilas tradicionais de países de clima temperado.

O solo s-1324 (finos) pode ser classificado como solo siltoso não laterítico

(NS’), considerando o ábaco de classificação MCT (figura 4.11) e sua análise

granulométrica apresentou alto percentual de silte. A classificação MCT da parte fina

do solo s-1324 apresenta significativa diferença comparada ao solo original (incluso o

material graúdo), se consideradas as informações inicialmente dadas pelo fornecedor

dos materiais que indicava o material como sendo um cascalho laterítico argiloso. Para

este trabalho, essa diferença não será analisada por não se ter conhecimento da

procedência da classificação feita pelo fornecedor.

Pode-se observar que os valores do coeficiente c’ encontrados estão de

acordo com os valores típicos apresentados na Tabela 3.03. No entanto os valores do

coeficiente d’ fogem aos valores previstos apresentados na Tabela 3.02.

Os resultados do ensaio MCT podem ser observados da figura 4.04 à

figura 4.11.

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61

Figura 4.04: Determinação do coeficiente c’ (solo s-1313) deste trabalho

Figura 4.05: Determinação do coeficiente d’ (solo s-1313) deste trabalho

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

1 10 100 1000

A4n

-A

n

Número de Golpes

Determinação do Coeficiente de Deformabilidade c' Curva Mini-MCV 10

1

2

3

4

5

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

14 16 18 20 22 24 26 28

Peso

esp

ecíf

ico

ap

are

nte

seco

(kN

/m3)

Umidade (%)

Determinação do Coeficiente de Compactação d' Curva de compactação 12 golpes

8 golpes

12 golpes

16 golpes

Page 78: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

62

Figura 4.06: Determinação da perda de massa por imersão (solo s-1313) deste trabalho

Figura 4.07: Classificação MCT (solo s-1313) deste trabalho

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

280

300

320

340

5 10 15 20

Perd

a d

e m

assa p

or

imers

ão

(%

)

Mini-MCV

Determinação da Perda de Massa por Imersão Condição de Mini-MCV 10 (baixa) ou 15 (alta)

0,5

0,7

0,9

1,1

1,3

1,5

1,7

1,9

2,1

0 0,5 1 1,5 2 2,5

e'

c'

Classificação MCT

LG '

NG '

NA'

NS '

LA '

NA

LA

Page 79: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

63

Figura 4.08: Determinação do coeficiente c’ (solo s-1324) deste trabalho

Figura 4.09: Determinação do coeficiente d’ (solo s-1324) deste trabalho

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

1 10 100 1000

A4n

-A

n

Número de Golpes

Determinação do Coeficiente de Deformabilidade c' Curva Mini-MCV 10

1

2

3

4

5

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

22 24 26 28 30 32

Peso

esp

ecíf

ico

ap

are

nte

seco

(kN

/m3)

Umidade (%)

Determinação do Coeficiente de Compactação d' Curva de compactação 12 golpes

8 golpes

12 golpes

16 golpes

Page 80: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

64

Figura 4.10: Determinação da perda de massa por imersão (solo s-1324) deste trabalho

Figura 4.11: Classificação MCT (solo s-1324) deste trabalho

020406080

100120140160180200220240260280300320340360380

5 10 15 20

Perd

a d

e m

assa p

or

imers

ão

(%

)

Mini-MCV

Determinação da Perda de Massa por Imersão Condição de Mini-MCV 10 (baixa) ou 15 (alta)

0,5

0,7

0,9

1,1

1,3

1,5

1,7

1,9

2,1

0 0,5 1 1,5 2 2,5

e'

c'

Classificação MCT

LG '

NG '

NA'

NS '

LA '

NA

LA

Page 81: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

65

4.3 Compactação Proctor

Para este trabalho, foram considerados os resultados de umidade ótima

obtidos pela curva de compactação dos solos s-1313, s-1324 e canga, ensaios

aproveitados de pesquisa realizada pela engenheira Mariluce Ubaldo. Para a parte fina

do solo s-1324 não foi possível a realização da curva de compactação Proctor por não

haver disponibilidade de material suficiente para a realização do ensaio. Sendo assim,

os corpos de prova para realização dos ensaios triaxial para o solo s-1324 (finos)

foram homogeneizados com umidade próxima a ótima, estimada mediante os

resultados do ensaio de MCT e experiência do operador. Para as misturas, os corpos

de prova foram homogeneizados próximos às umidades ótimas considerando apenas

a experiência do operador.

A tabela 4.08 apresenta os valores de umidade ótima considerados para

cada material e os valores encontrados para cada corpo de prova após a realização do

ensaio triaxial.As folhas de ensaio podem ser observadas no Anexo A.

Tabela 4.08: Umidades e Massa específica máxima seca dos materiais deste estudo

Material/ Mistura

Umidade Ótima (%)

Teor de umidade verificado após ensaio (%)

Massa específica máxima seca (g/cm³)

S – 1313 18,4

17,6

1,722 17,9

17,8

S – 1324 24,6

24,3

1,523 25,1

25,3

S – 1324 (finos) 30,0* 29,5

1,518 -

Canga 8,3

8,2

2,465 8,1

8,6

Mistura 1 - 11,07

2,049 11,48

Mistura 2 - 12,19

1,881 12,74

*Valor médio possível para a umidade ótima do solo s-1324 (finos) estimado pelo ensaio de MCT

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66

4.4 Ensaio de Módulo de Resiliência (MR)

Os ensaios de módulo de resiliência foram realizados em duplicata (dois

corpos de prova moldados com as mesmas condições de umidade e energia) para as

misturas e em triplicata (três corpos de prova moldados com as mesmas condições de

umidade e energia) para os solos S-1313 e S-1324 (incluindo a porção de material

graúdo), e para a canga de minério. Para o solo S-1324 (apenas finos) foi prevista a

realização de dois ensaios, porém os corpos de prova não suportaram as tensões

aplicadas durante o ensaio triaxial, sendo possível a realização de apenas um ensaio,

sem a etapa de condicionamento. É possível que a umidade de moldagem tenha sido

inadequada. Os resultados completos de cada ensaio estão apresentados no Anexo B.

Os modelos de análise utilizados foram:

I. Para tensão de desvio: 𝑀𝑅 = 𝐾1 ∙ 𝜎𝑑𝐾2

II. Para tensão confinante: 𝑀𝑅 = 𝐾1 ∙ 𝜎3𝐾2

III. Para tensão desvio e tensão confinante (Modelo composto):

𝑀𝑅 = 𝐾1 ∙ 𝜎3𝐾2 ∙ 𝜎𝑑

𝐾3

A partir das deformações resilientes registradas, determinam-se os valores

de módulo de resiliência em função dos pares de tensãoσd eσ3 aplicados nos corpos

de prova. Ao término do ensaio são gerados gráficos em escala logarítmica que

representam os resultados da relação entre módulo de resiliência e as tensões desvio

(σd ) e confinante (σ3) aplicadas.

Este tipo de ensaio é fundamental para a verificação da aplicabilidade de

cada material na estrutura de um pavimento.

A Tabela 4.09 apresenta os resultados obtidos para o modelo de tensão

confinante para todos os ensaios realizados.

Page 83: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

67

Tabela 4.09: Coeficientes do modelo de MR em função da tensão confinante para os materiais

deste estudo

Material/ Mistura Corpo de

Prova K1 K2 R²

S-1313

1 253,700 0,135 0,090

2 196,400 0,008 0,000

3 294,020 0,121 0,125

S-1324

1 71,598 -0,236 0,017

2 66,271 -0,186 0,106

3 147,260 0,119 0,186

S-1324 (finos) 1 28,637 -0,175 0,083

Canga (s-1333)

1 706,960 0,430 0,803

2 335,080 0,141 0,076

3 416,420 0,212 0,185

Mistura 1 (50% canga e 50% s-1313)

1 460,130 0,262 0,559

2 600,850 0,404 0,868

Mistura 2 (50% canga e

50% s-1324 finos)

1 140,730 0,037 0,006

2 119,650 -0,033 0,004

As linhas de tendência geradas pelos gráficos dos modelos de análise para

tensão confinante estão apresentadas nas Figuras 4.12 e 4.13. Pode-se observar que

os valores de módulo de resiliência do solo s-1313 são inferiores aos da canga, e

sofrem variação irrisória com o aumento da tensão confinante, compatível com a

característica granulométrica deste material. A mistura do solo s-1313 com a canga

apresentou valores de módulo de resiliência maiores que o solo puro conforme a

tensão confinante aumenta, e menores do que da canga pura. Houve, portanto, uma

pequena melhoria do solo natural quanto à deformabilidade.

O solo s-1324 (finos) apresentou valores de módulo de resiliência muito

baixos (na média de 50 MPa), e mostrou significativa melhora ao ser misturado com a

canga. Essa mistura obteve valores de módulo de resiliência próximos aos resultados

encontrados para o solo s-1324 com material graúdo, e esses valores se mostraram

invariantes com o aumento da tensão confinante.

Page 84: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

68

Figura 4.12: Módulo Resiliente x Tensão confinante (s-1313, canga e mistura 1) deste trabalho

Figura 4.13: Módulo Resiliente x Tensão confinante (s-1324, s-1324 finos, canga e mistura 2)

deste trabalho

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0,01 0,10 1,00

du

lo R

esil

ien

te (

MP

a)

Tensão Confinante (MPa)

1313+canga cp11313+canga cp21313 cp1

1313 cp2

canga cp2

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0,01 0,10 1,00

du

lo R

esil

ien

te (

MP

a)

Tensão Confinante (MPa)

Módulo X Tensão Confinante

1324(finos) +canga cp11324(finos) +canga cp21324 cp1

1324 cp2

1324 cp3

1324 (finos)

Page 85: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

69

A Tabela 4.10 apresenta os resultados obtidos para o modelo do MR em

função da tensão desvio para todos os ensaios triaxiais realizados neste estudo.

Tabela 4.10: Coeficientes do modelo de análise do MR com tensão desvio para os materiais

deste estudo

Material/ Mistura Corpo

de Prova K1 K2 R²

S-1313

1 160,760 0,032 0,008

2 142,110 0,133 0,140

3 191,210 -0,037 0,018

S-1324

1 65,342 -0,347 0,497

2 58,570 -0,290 0,391

3 105,110 0,002 0,000

S-1324 (finos) 1 19,806 -0,350 0,531

Canga

1 348,680 0,231 0,351

2 210,580 0,028 0,004

3 251,520 0,042 0,010

Mistura 1 (50% canga e 50% s-1313)

1 270,080 0,096 0,113

2 310,390 0,218 0,384

Mistura 2 (50% canga e

50% s-1324 finos)

1 103,130 -0,090 0,057

2 94,115 -0,148 0,126

As linhas de tendência geradas pelos gráficos concebidos pelos modelos

de análise para tensão desvio estão apresentadas nas Figuras 4.14 e 4.15. Pode-se

observar que os valores de módulo de resiliência do solo s-1313 são inferiores aos da

canga, e sofrem variação irrisória com o aumento da tensão desvio. A mistura do solo

s-1313 com a canga apresentou valores de módulo de resiliência maiores que o solo

puro e mostrou uma mudança de comportamento em relação à tensão desvio,

aumentando os valores de módulo conforme a tensão desvio aumenta.

O solo s-1324 (finos) apresentou valores de módulo de resiliência muito

baixos e mostrou significativa melhora ao ser misturado com a canga. Essa mistura

obteve valores de módulo de resiliência próximos aos resultados encontrados para o

solo s-1324 com material graúdo. O comportamento do módulo de resiliência da

Page 86: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

70

mistura considerando a tensão desvio se mostrou semelhante ao solo s-1324 (finos),

diminuindo conforme a tensão desvio aumenta, porém apresentando valores maiores.

Figura 4.14: Módulo Resiliente x Tensão desvio (s-1313, canga e mistura 1) deste trabalho

Figura 4.15: Módulo Resiliente x Tensão desvio (s-1324, s-1324 finos, canga e mistura 2)deste

trabalho

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0,01 0,10 1,00

du

lo R

esil

ien

te (

MP

a)

Tensão Desvio (MPa)

1313+canga cp11313+canga cp21313 cp1

1313 cp2

canga cp2

canga cp3

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0,01 0,10 1,00

du

lo R

esil

ien

te (

MP

a)

Tensão Desvio (MPa)

Módulo X Tensão Desvio

1324(finos)+canga cp11324(finos) +canga cp21324 cp1

1324 cp2

1324 cp3

1324 (finos)

canga cp2

canga cp3

Page 87: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

71

A análise do MR utilizando o modelo composto, que leva em conta

simultaneamente a tensão desvio e a tensão confinante, foi realizada através do

programa de computador STATISTICA. Este programa é um software que provê um

conjunto de ferramentas para análise estatística, gestão e visualização de bases de

dados. O Anexo C contém as saídas do programa nas análises realizadas neste

trabalho, e a Tabela 4.11 apresenta os resultados obtidos no modelo composto.

Tabela 4.11: Coeficientes do modelo composto para cada ensaio triaxial deste estudo

Material/ Mistura

Corpo de Prova

K1 K2 K3 R²

S-1313

1 277,530 0,430 -0,340 0,590

2 193,550 0,350 -0,450 0,690

3 339,800 0,430 -0,330 0,780

S-1324

1 46,670 0,170 -0,710 0,830

2 43,890 0,260 -0,720 0,820

3 167,440 0,320 -0,210 0,710

S-1324 (finos) 1 15,910 0,270 -0,760 0,850

Canga

1 833,300 0,540 -0,070 0,930

2 342,130 0,410 -0,340 0,500

3 458,270 0,410 -0,220 0,530

Mistura 1 (50% canga e 50% s-1313)

1 548,900 0,470 -0,190 0,880

2 680,330 0,530 -0,104 0,960

Mistura 2 (50% canga e

50% s-1324 finos)

1 130,970 0,310 -0,390 0,530

2 93,020 0,270 -0,500 0,598

A Tabela 4.12 apresenta os valores dos coeficientes do modelo compostos

obtidos no programa STATISTICA utilizando todos os resultados de módulo de

resiliência obtidos para um mesmo material ou mistura em uma mesma análise. Ou

seja, para os ensaios feitos em triplicata, os valores de módulo de resiliência obtidos

nos três ensaios foram introduzidos na mesma análise do STATISTICA, gerando um

único modelo composto para cada material. Estes resultados foram utilizados no

dimensionamento, embora os ajustes do modelo tenham sido piores.

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72

Tabela 4.12: Coeficientes do modelo composto de MR dos materiais deste trabalho

Material/ Mistura

K1 K2 K3 R²

S-1313 265,615 0,407 -0,377 0,630

S-1324 80,399 0,239 -0,485 0,570

S-1324 (finos) 15,910 0,270 -0,760 0,850

Canga 523,442 0,449 -0,198 0,570

Mistura 1 608,144 0,501 -0,150 0,890

Mistura 2 110,466 0,296 -0,453 0,550

4.5 Dimensionamento de Pavimento Típico

Com o intuito de avaliar o comportamento dos solos, da canga de minério

de ferro e as misturas solo-canga estudados neste trabalho como materiais

constituintes das camadas de um pavimento, foi utilizado o programa computacional

SisPavBr (FRANCO, 2007, 2014).

Os solos foram analisados como material constituinte do subleito,

caracterizando a situação em que estes solos se encontram como solo original no

local da execução do pavimento e as misturas com a canga funcionariam como um

reforço de subleito na tentativa de diminuir a contribuição destes solos para as

deflexões e afundamentos. Além disto, serviria para dar destinação a este resíduo da

exploração de minério de ferro, tão comum na região de Belo Horizonte, MG.

A camada de revestimento em concreto asfáltico foi fixada com 5,0 cm de

espessura. Verificou-se, então, o comportamento do dimensionamento da camada de

base, constituída por brita graduada simples (BGS), em três configurações da

estrutura do pavimento:

a) Camada de revestimento, base e subleito (Figura 4.16a);

b) Camada de revestimento, base, sub-base de canga de minério de ferro

(com espessura de 20,0 cm) e subleito (Figura 4.16b);

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73

c) Camada de revestimento, base,reforço de subleito constituído pela

mistura da canga de minério ao solo e subleito (Figura 4.16c)

Figura 4.16: Esquema dos pavimentos típicos analisados para cada solo neste trabalho.

Cabe dizer que foi testada a substituição da camada de base de Brita

graduada pela canga pura, mas as espessuras encontradas foram muito elevadas

tendo em vista a não linearidade elevada do módulo de resiliência deste material

(k2=0,449) em relação ao módulo constante adotado neste exemplo para a brita.

Assim, a posição de sub-base é a que será comparada aos casos de mistura canga-

solo.

As análises foram realizadas mediante três considerações diferentes para

os valores de k1, k2 e k3. Para todas as considerações, os valores de tráfego e de

estrutura adotados podem ser observados na Figura 4.16, onde a maior parte destes

parâmetros foram encontrados na base de dados do SisPavBr.

A primeira consideração adotou as médias dos valores de k1, k2 e k3

obtidos para cada ensaio. A segunda consideração adotou as os valores de k1, k2 e

k3 do melhor ajuste dentre os ajustes obtidos para cada ensaio, ou seja, considerou-

se o ajuste cujo valor de R² mais se aproxima de 1. A terceira consideração adotou os

valores de k1, k2 e k3 obtidos pela entrada de todos os valores de módulo de

resiliência, em uma mesma análise do STATISTICA, para cada material ou mistura

(tabela 4.12). Com esses valores foram realizadas duas análises, uma para cada solo

estudado neste trabalho.

a) b) c)

Concreto Asfáltico Concreto Asfáltico Concreto Asfáltico

BGS BGS BGS

Subleito (solo estudado) Canga de Minério Reforço de Subleito (mistura estudada)

Subleito (solo estudado) Subleito (solo estudado)

Page 90: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

74

A Figura 4.17, também apresentada no capítulo 3, apresenta os valores de

tráfego e estruturas adotados no SisPavBr neste trabalho.

Eixo Padrão Rodoviário Pressão de pneus = 0,56 MPa Volume (1º ano)=25000 Carga (ton)= 8,20 N= 2,500 e+05

Mistura asfáltica (Concreto Asfáltico) 𝜈 = 0,33

Modelo elástico linear 𝑒 = 5,0 𝑐𝑚

𝑀𝑅 = 4000 𝑀𝑃𝑎

Base (BGS) 𝜈 = 0,35

Modelo elástico linear 𝑒 = 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 (𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜)

𝑀𝑅 = 500 𝑀𝑃𝑎

Sub-Base (canga de minério de ferro) 𝜈 = 0,35

Modelo composto 𝑒 = 20,0 𝑐𝑚 (𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑏)

𝑀𝑅 = 𝐾1 ∙ 𝜎3𝐾2 ∙ 𝜎𝑑

𝐾3 (𝐾1, 𝐾2 𝑒 𝐾3variável)

Subleito 𝜈 = 0,40

Modelo composto 𝑒 = 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎

𝑀𝑅 = 𝐾1 ∙ 𝜎3𝐾2 ∙ 𝜎𝑑

𝐾3 (𝐾1, 𝐾2 𝑒 𝐾3variável)

Onde: 𝜈 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑠𝑜𝑛;𝑒 = 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎;𝑀𝑅 =𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑙𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎;𝜎3 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑡𝑒;𝜎𝑑 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜.

Figura 4.17: Valores de tráfego e estrutura adotados no SisPavBr para este trabalho

O dimensionamento não apresentou diferença significativa entre as três

considerações. Sendo assim, escolheu-se apresentar os valores obtidos com cálculo

com o SisPavBr para o dimensionamento da camada de base para a terceira

consideração de coeficientes k1, k2 e k3 em cada configuração de estrutura (a, b, c).

Para cada um dos solos estudados, considerando os valores efetivamente calculados,

a Tabela 4.15 apresenta os resultados.

No entanto, construtivamente não há como considerar esta precisão de

espessura, principalmente para materiais granulares. Assim, na Tabela 4.16

Page 91: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

75

apresentam-se os valores de espessura da base adotados considerando os controles

construtivos habituais deste tipo de camada de base granular.

Tabela 4.15: Valores obtidos pelas análises com SisPavBr nas condições deste trabalho.

Configuração Espessura da base (cm)

s-1313 s-1324 (finos)

a 27,2 34,4

b 29,6 33,8

C 30,3 33,4

Tabela 4.16: Valores adotados para espessura da base nas configurações das estruturas

analisadas neste trabalho

Configuração Espessura da base (cm)

s-1313 s-1324 (finos)

a 30 35

b 30 35

c 30 35

Com os ajustes operacionais, vê-se que, para os dois solos as três

situações conduzem à mesma espessura de base, considerando então como mais

adequada a solução de se considerar a sub-base de canga como forma de dar destino

ao material.

Page 92: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

76

5. Considerações finais

5.1 Conclusões

Este trabalho buscou avaliar o uso de uma amostra de canga de minério

como material de base e sub-base e como reforço de subleito misturado a dois solos

do local de uma obra de rodovia em Minas Gerais. Como a canga é abundante nesta

região, e é granular, decidiu-se avaliar a possibilidade da contribuição da adição de

canga de minério a dois solos finos de características não adequadas para fins de

pavimentação. Para isso, foram realizados ensaios para caracterizar física e

mecanicamente os solos, e as misturas destes com a canga de minério para avaliação

do módulo de resiliência e assim poder verificar o dimensionamento do pavimento

utilizando estes materiais.

Portanto, os principais intuitos deste trabalho foram o de avaliar o uso da

canga pura e tentar melhorar as condições de dois solos com o uso da canga de

minério, dando à canga um destino mais útil, econômico e ecologicamente correto do

que o seu descarte ou o seu dispendioso aproveitamento na extração de ferro.

Analisando os resultados, foi possível chegar às conclusões apresentadas neste

capítulo.

As principais observações sobre a canga de minério pura e a sua adição

aos dois solos estão listadas abaixo:

Os módulos de resiliência obtidos mostram que:

A canga de minério tem um comportamento melhor que os

solos puros, com maiores valores de módulo de resiliência,

e consequentemente sua adição aos solos aumentou os

valores de módulo de resiliência dos solos.

O aumento dos valores de módulo de resiliência dos solos

com a adição da canga de minério foi significativo para o

Page 93: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

77

solo s-1324 (finos), alcançando valores de módulo de

resiliência parecidos com o solo s-1324 com a parte

granular original, o que mostra a eficiência da canga para

estabilizar granulometricamente um solo fino de módulo de

resiliência baixo.

A canga é um material possível de ser utilizado

individualmente, tendo em vista seus valores de módulo de

resiliência e características físicas.

Os dimensionamentos de pavimento típico mostram que:

Para o subleito de solo s-1313, a espessura da camada de

base de brita é a mesma quando adicionada uma camada

de sub-base de canga de minério e também quando a

canga é misturada ao subleito, mostrando que a adição de

canga na proporção estudada a este solo para fins de

pavimentação não foi capaz de reduzir a base.

Quando o subleito é de solo s-1324 (finos), a espessura da

camada de base permaneceu a mesma com a adição da

camada de sub-base de canga e também quando a canga é

misturada ao subleito. Portanto, a adição da canga de

minério ao solo s-1324 (finos) não mostrou melhora no

comportamento deste solo na composição geral do

pavimento ao diminuir a espessura da camada de base.

Apesar de não ter melhorado o comportamento dos solos

para as composições de pavimento estudadas neste

trabalho, a canga de minério não piorou o comportamento

dos solos. Portanto, tem-se como mais adequada a solução

de se considerar a sub-base de canga como forma de dar

destino ao material.

Page 94: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

78

A proporção da mistura da canga de minério com os dois solos

estudados neste trabalho (50% canga e 50% solo) não se mostrou

eficiente para a estabilização destes solos, porém outras

proporções de mistura podem apresentar melhor comportamento.

5.2 Sugestões para pesquisas futuras

Analisar o comportamento das misturas de canga de minério com

solos finos com diferentes porcentagens de canga e solo.

Analisar a influência da adição da canga na expansibilidade de

solos muito expansíveis.

Analisar a utilização do material estudado neste trabalho para

outras composições de pavimentos.

Analisar a deformação permanente do material estudado para

caracterizar melhor o comportamento dos solos e da canga de

minério.

Analisar o uso da cal ou cimento nas composições com solos e

para a canga (granular) de cimento.

Page 95: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

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86

Anexo A

Curva de compactação solo s-1313:

Page 103: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

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Curva de compactação solo s-1324:

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88

Curva de compactação Canga de minério(s-1333):

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89

Anexo B

Origem No do C.P.: 1

Energia: Estaca/km: 780

Freq: Data (ensaio): 24/09/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

g

% %

g/cm3

g/cm3

1 264 0,210 0,000078

2 162 0,410 0,000254

3 128 0,620 0,000482

1 295 0,340 0,000116

2 136 0,690 0,000506

3 108 1,030 0,000955

1 182 0,510 0,000281

2 126 1,030 0,000818

3 123 1,540 0,001260

1 159 0,690 0,000431

2 136 1,370 0,001010

3 145 2,060 0,001420

1 193 1,030 0,000533

2 184 2,060 0,001117

3 194 3,090 0,001594

1 248 1,370 0,000554

2 227 2,750 0,001208

3 230 4,120 0,001794

1

1

3,325

196,675

956-2014

S=1313

Altura final CP (mm)

Def. Cond (mm) 2,853 Def. Total (mm)

200

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

0,510

1,030

1,030

0,510

0,510

0,690

0,690

0,210

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

0,103

0,206

0,309

0,137

0,275

0,412

0,051

0,103

0,154

0,069

0,137

0,206

0,021

0,041

0,062

0,034

0,069

0,103

0,103

0,103

0,103

0,137

0,137

0,137

0,051

0,051

0,051

0,069

0,069

0,069

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia:

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Constante dos LVDTs:

intermediária

DADOS ADICIONAIS

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

Peso úmido: Energia :

Umidade: Umidade ótima (%)

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

Tensão Confinante

(MPa)

0,021

0,021

0,034

0,034

0,034

Diâmetro :

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Protocolo

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

0,021

y = 253,7x0,1345

R² = 0,0899

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 160,76x-0,032

R² = 0,0076

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 106: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

90

Origem No do C.P.: 2

Energia: Estaca/km: 780

Freq: Data (ensaio): 30/09/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

g

% %

g/cm3

g/cm3

1 373 0,210 0,000055

2 205 0,410 0,000201

3 157 0,620 0,000394

1 281 0,340 0,000122

2 161 0,690 0,000427

3 124 1,030 0,000830

1 257 0,510 0,000198

2 142 1,030 0,000725

3 134 1,540 0,001154

1 185 0,690 0,000371

2 151 1,370 0,000908

3 151 2,060 0,001362

1 202 1,030 0,000509

2 183 2,060 0,001123

3 195 3,090 0,001585

1 245 1,370 0,000561

2 223 2,750 0,001229

3 232 4,120 0,001776

1

1

Altura final CP (mm) 197,752

Protocolo

S=1313

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

Diâmetro : Constante dos LVDTs:

973-2014

Def. Cond (mm) 1,880 Def. Total (mm) 2,248

0,021

0,034

0,034

0,034

0,034

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Umidade: Umidade ótima (%)

Peso úmido:

0,021

0,021

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

intermediária

Tensão Confinante

(MPa)

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia:

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA DADOS ADICIONAIS

0,137

0,137

0,069

0,069

0,103

0,103

0,137

0,021

0,041

0,062

Energia :

0,069

0,103

0,051

0,103

0,103

0,103 0,309

0,051

0,051

0,051

0,069

0,510

0,690

0,690

0,275

0,137

0,154

0,069

0,137

0,206

0,412

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

0,210

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

0,510

0,206

200

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

1,030

1,030

0,510

y = 196,4x0,0077

R² = 0,0003

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 142,11x-0,133

R² = 0,1404

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 107: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

91

Origem No do C.P.: 3

Energia: Estaca/km: 780

Freq: Data (ensaio): 03/10/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

g

% %

g/cm3

g/cm3

1 256 0,210 0,000080

2 199 0,410 0,000207

3 153 0,620 0,000403

1 291 0,340 0,000118

2 180 0,690 0,000382

3 145 1,030 0,000708

1 272 0,510 0,000187

2 173 1,030 0,000596

3 154 1,540 0,001009

1 217 0,690 0,000316

2 172 1,370 0,000799

3 172 2,060 0,001196

1 245 1,030 0,000420

2 207 2,060 0,000994

3 214 3,090 0,001445

1 279 1,370 0,000492

2 250 2,750 0,001097

3 251 4,120 0,001642

1

1

Protocolo 987-2014

Def. Cond (mm) 2,214 Def. Total (mm) 2,511

Altura final CP (mm) 197,489

0,137 0,275 1,370

0,137 0,412 1,370

0,103 0,309 1,030

0,137 0,137 1,370

0,103 0,103 1,030

0,103 0,206 1,030

0,069 0,137 0,690

0,069 0,206 0,690

0,051 0,154 0,510

0,069 0,069 0,690

0,051 0,051 0,510

0,051 0,103 0,510

0,034 0,069 0,340

0,034 0,103 0,340

0,021 0,062 0,210

0,034 0,034 0,340

Deformaçã

o específica

resiliente

0,021 0,021 0,210

0,021 0,041 0,210

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca, =======

cicloTensão Confinante

(MPa)

Tensão Desvio

(MPa)

Módulo

Resiliente

(MPa)

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

Peso úmido: Energia :

Umidade: Umidade ótima (%)

DADOS DO CORPO DE PROVA DADOS ADICIONAIS

Diâmetro : Constante dos LVDTs:

Altura: Distância entre apoios: 200

Rodovia: intermediária

Operador(es): Roberto

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra: S=1313

y = 294,02x0,1213

R² = 0,1254

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 191,21x-0,037

R² = 0,0175

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 108: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

92

Origem No do C.P.: 1

Energia: Estaca/km:

Freq: Data (ensaio): 17/09/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

g

% %

g/cm3

g/cm3

1

2 262 0,410 0,000157

3 147 0,620 0,000420

1 343 0,340 0,000100

2 140 0,690 0,000491

3 107 1,030 0,000965

1 210 0,510 0,000243

2 108 1,030 0,000951

3 94 1,540 0,001648

1 154 0,690 0,000446

2 101 1,370 0,001365

3 96 2,060 0,002147

1 132 1,030 0,000780

2 110 2,060 0,001875

3 117 3,090 0,002639

1 137 1,370 0,001001

2 128 2,750 0,002147

3 138 4,120 0,002992

1

1

2,155

197,845

945-2014

S=1324

Altura final CP (mm)

Def. Cond (mm) 1,690 Def. Total (mm)

200

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

0,510

1,030

1,030

0,510

0,510

0,690

0,690

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

0,103

0,206

0,309

0,137

0,275

0,412

0,051

0,103

0,154

0,069

0,137

0,206

0,021

0,041

0,062

0,034

0,069

0,103

0,103

0,103

0,103

0,137

0,137

0,137

0,051

0,051

0,051

0,069

0,069

0,069

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia: BR-381

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Constante dos LVDTs:

intermediária

DADOS ADICIONAIS

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

Peso úmido: Energia :

Umidade: Umidade ótima (%)

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

Tensão Confinante

(MPa)

0,021

0,021

0,034

0,034

0,034

Diâmetro :

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Protocolo

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

0,021

y = 71,598x-0,236

R² = 0,171810

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 65,342x-0,347

R² = 0,497310

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 109: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

93

Origem No do C.P.: 2

Energia: Estaca/km:

Freq: Data (ensaio): 26/09/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

g

% %

g/cm3

g/cm3

1 323 0,210 0,000064

2 151 0,410 0,000273

3 100 0,620 0,000617

1 204 0,340 0,000168

2 97 0,690 0,000710

3 77 1,030 0,001343

1 151 0,510 0,000338

2 82 1,030 0,001248

3 74 1,540 0,002082

1 106 0,690 0,000647

2 82 1,370 0,001680

3 81 2,060 0,002538

1 109 1,030 0,000943

2 93 2,060 0,002204

3 102 3,090 0,003015

1 121 1,370 0,001136

2 116 2,750 0,002366

3 125 4,120 0,003307

1

1

Altura final CP (mm) 197,172

Protocolo

S=1324

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

Diâmetro : Constante dos LVDTs:

965-2014

Def. Cond (mm) 2,165 Def. Total (mm) 2,828

0,021

0,034

0,034

0,034

0,034

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Umidade: Umidade ótima (%)

Peso úmido:

0,021

0,021

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

intermediária

Tensão Confinante

(MPa)

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia: BR-381

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA DADOS ADICIONAIS

0,137

0,137

0,069

0,069

0,103

0,103

0,137

0,021

0,041

0,062

Energia :

0,069

0,103

0,051

0,103

0,103

0,103 0,309

0,051

0,051

0,051

0,069

0,510

0,690

0,690

0,275

0,137

0,154

0,069

0,137

0,206

0,412

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

0,210

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

0,510

0,206

200

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

1,030

1,030

0,510

y = 66,271x-0,186

R² = 0,1064

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 58,57x-0,29

R² = 0,391110

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 110: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

94

Origem No do C.P.: 3

Energia: Estaca/km: 780

Freq: Data (ensaio): 03/10/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

g

% %

g/cm3

g/cm3

1 120 0,210 0,000171

2 95 0,410 0,000433

3 86 0,620 0,000720

1 132 0,340 0,000261

2 95 0,690 0,000723

3 83 1,030 0,001237

1 124 0,510 0,000413

2 89 1,030 0,001154

3 80 1,540 0,001929

1 111 0,690 0,000618

2 88 1,370 0,001558

3 87 2,060 0,002358

1 115 1,030 0,000898

2 102 2,060 0,002015

3 112 3,090 0,002760

1 130 1,370 0,001059

2 131 2,750 0,002095

3 135 4,120 0,003060

1

1

Protocolo 983-2014

Def. Cond (mm) Def. Total (mm)

Altura final CP (mm) 196,407

0,137 0,275 1,370

0,137 0,412 1,370

0,103 0,309 1,030

0,137 0,137 1,370

0,103 0,103 1,030

0,103 0,206 1,030

0,069 0,137 0,690

0,069 0,206 0,690

0,051 0,154 0,510

0,069 0,069 0,690

0,051 0,051 0,510

0,051 0,103 0,510

0,034 0,069 0,340

0,034 0,103 0,340

0,021 0,062 0,210

0,034 0,034 0,340

Deformaçã

o específica

resiliente

0,021 0,021 0,210

0,021 0,041 0,210

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca, =======

cicloTensão Confinante

(MPa)

Tensão Desvio

(MPa)

Módulo

Resiliente

(MPa)

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

Peso úmido: Energia :

Umidade: Umidade ótima (%)

DADOS DO CORPO DE PROVA DADOS ADICIONAIS

Diâmetro : Constante dos LVDTs:

Altura: Distância entre apoios: 200

Rodovia: BR-381 intermediária

Operador(es): Roberto

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra: S=1324

y = 147,26x0,1191

R² = 0,1864

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 105,11x0,0015

R² = 4E-05

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 111: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

95

Origem No do C.P.: 1

Energia: Estaca/km: 780

Freq: Data (ensaio): 03/10/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

3089,4 g

29,54 % %

1,518 g/cm3

g/cm3

1 130 0,210 0,000158

2 47 0,410 0,000871

3 39 0,620 0,001586

1 74 0,340 0,000465

2 43 0,690 0,001602

3 37 1,030 0,002768

1 55 0,510 0,000930

2 43 1,030 0,002421

3 37 1,540 0,004238

1 47 0,690 0,001450

2 41 1,370 0,003309

3 40 2,060 0,005155

1 53 1,030 0,001959

2 49 2,060 0,004181

3 3,090

1 1,370

2 2,750

3 4,120

1

1

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra: S=1324 (finos)

Rodovia: BR-381 intermediária

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA DADOS ADICIONAIS

Diâmetro : Constante dos LVDTs:

Altura: Distância entre apoios: 200

Peso úmido: Energia :

Umidade: Umidade ótima (%)

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca, =======

cicloTensão Confinante

(MPa)

Tensão Desvio

(MPa)

Módulo

Resiliente

(MPa)

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

Deformaçã

o específica

resiliente

0,021 0,021 0,210

0,021 0,041 0,210

0,021 0,062 0,210

0,034 0,034 0,340

0,034 0,069 0,340

0,034 0,103 0,340

0,051 0,051 0,510

0,051 0,103 0,510

0,051 0,154 0,510

0,069 0,069 0,690

0,069 0,137 0,690

0,069 0,206 0,690

0,103 0,103 1,030

0,103 0,206 1,030

0,103 0,309 1,030

0,137 0,137 1,370

0,137 0,275 1,370

0,137 0,412 1,370

Protocolo 983-2014

Def. Cond (mm) 1,631 Def. Total (mm) 4,336

Altura final CP (mm) 195,664

y = 28,637x-0,175

R² = 0,083110

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 19,806x-0,36

R² = 0,53110

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 112: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

96

Origem No do C.P.: 1

Energia: Estaca/km:

Freq: Data (ensaio): 08/10/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

g

% %

g/cm3

g/cm3

1 175 0,210 0,000118

2 143 0,410 0,000287

3 124 0,620 0,000497

1 213 0,340 0,000161

2 143 0,690 0,000479

3 139 1,030 0,000740

1 225 0,510 0,000227

2 163 1,030 0,000630

3 170 1,540 0,000913

1 220 0,690 0,000313

2 195 1,370 0,000702

3 204 2,060 0,001009

1 257 1,030 0,000401

2 258 2,060 0,000799

3 281 3,090 0,001098

1 322 1,370 0,000426

2 330 2,750 0,000833

3 339 4,120 0,001214

1

1

2,680

197,320

1002-2014

S=1333

Altura final CP (mm)

Def. Cond (mm) 2,314 Def. Total (mm)

200

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

0,510

1,030

1,030

0,510

0,510

0,690

0,690

0,210

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

0,103

0,206

0,309

0,137

0,275

0,412

0,051

0,103

0,154

0,069

0,137

0,206

0,021

0,041

0,062

0,034

0,069

0,103

0,103

0,103

0,103

0,137

0,137

0,137

0,051

0,051

0,051

0,069

0,069

0,069

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia:

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Constante dos LVDTs:

intermediária

DADOS ADICIONAIS

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

Peso úmido: Energia :

Umidade: Umidade ótima (%)

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

Tensão Confinante

(MPa)

0,021

0,021

0,034

0,034

0,034

Diâmetro :

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Protocolo

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

0,021

y = 706,96x0,4298

R² = 0,8028

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 348,68x0,2308

R² = 0,3507

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 113: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

97

Origem No do C.P.: 2

Energia: Estaca/km:

Freq: Data (ensaio): 10/10/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

g

% %

g/cm3

g/cm3

1 427 0,210 0,000048

2 220 0,410 0,000187

3 153 0,620 0,000403

1 342 0,340 0,000100

2 162 0,690 0,000423

3 139 1,030 0,000738

1 244 0,510 0,000209

2 155 1,030 0,000663

3 155 1,540 0,000997

1 199 0,690 0,000345

2 175 1,370 0,000785

3 186 2,060 0,001109

1 227 1,030 0,000453

2 241 2,060 0,000853

3 262 3,090 0,001180

1 319 1,370 0,000430

2 324 2,750 0,000848

3 327 4,120 0,001261

1

1

Altura final CP (mm) 197,968

Protocolo

S=1333

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

Diâmetro : Constante dos LVDTs:

1015-2014

Def. Cond (mm) 1,606 Def. Total (mm) 2,032

0,021

0,034

0,034

0,034

0,034

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Umidade: Umidade ótima (%)

Peso úmido:

0,021

0,021

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

intermediária

Tensão Confinante

(MPa)

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia:

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA DADOS ADICIONAIS

0,137

0,137

0,069

0,069

0,103

0,103

0,137

0,021

0,041

0,062

Energia :

0,069

0,103

0,051

0,103

0,103

0,103 0,309

0,051

0,051

0,051

0,069

0,510

0,690

0,690

0,275

0,137

0,154

0,069

0,137

0,206

0,412

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

0,210

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

0,510

0,206

200

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

1,030

1,030

0,510

y = 335,08x0,1407

R² = 0,0761

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 210,58x-0,028

R² = 0,0044

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 114: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

98

Origem No do C.P.: 3

Energia: Estaca/km:

Freq: Data (ensaio): 13/10/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

g

% %

g/cm3

g/cm3

1

2 275 0,410 0,000150

3 175 0,620 0,000353

1 402 0,340 0,000085

2 175 0,690 0,000393

3 146 1,030 0,000705

1 245 0,510 0,000208

2 161 1,030 0,000641

3 160 1,540 0,000968

1 206 0,690 0,000334

2 178 1,370 0,000772

3 191 2,060 0,001078

1 249 1,030 0,000413

2 254 2,060 0,000810

3 274 3,090 0,001127

1 333 1,370 0,000413

2 330 2,750 0,000833

3 332 4,120 0,001242

1

1

Protocolo 1020-2014

Def. Cond (mm) 1,534 Def. Total (mm) 1,777

Altura final CP (mm) 198,223

0,137 0,275 1,370

0,137 0,412 1,370

0,103 0,309 1,030

0,137 0,137 1,370

0,103 0,103 1,030

0,103 0,206 1,030

0,069 0,137 0,690

0,069 0,206 0,690

0,051 0,154 0,510

0,069 0,069 0,690

0,051 0,051 0,510

0,051 0,103 0,510

0,034 0,069 0,340

0,034 0,103 0,340

0,021 0,062 0,210

0,034 0,034 0,340

Deformaçã

o específica

resiliente

0,021 0,021

0,021 0,041 0,210

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca, =======

cicloTensão Confinante

(MPa)

Tensão Desvio

(MPa)

Módulo

Resiliente

(MPa)

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

Peso úmido: Energia :

Umidade: Umidade ótima (%)

DADOS DO CORPO DE PROVA DADOS ADICIONAIS

Diâmetro : Constante dos LVDTs:

Altura: Distância entre apoios: 200

Rodovia: intermediária

Operador(es): Roberto

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra: S=1333

y = 416,42x0,2124

R² = 0,1845

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 251,52x0,0418

R² = 0,0096

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 115: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

99

Origem No do C.P.: 1

Energia: Estaca/km: 780

Freq: Data (ensaio): 04/12/2014

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

3536,6 g

11,07 % %

2,027 g/cm3

g/cm3

1 243 0,210 0,000085

2 175 0,410 0,000236

3 153 0,620 0,000405

1 227 0,340 0,000151

2 171 0,690 0,000401

3 158 1,030 0,000654

1 218 0,510 0,000234

2 179 1,030 0,000574

3 168 1,540 0,000923

1 253 0,690 0,000272

2 200 1,370 0,000688

3 197 2,060 0,001044

1 271 1,030 0,000380

2 243 2,060 0,000848

3 250 3,090 0,001233

1 316 1,370 0,000435

2 293 2,750 0,000938

3 298 4,120 0,001381

1

1

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Protocolo

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

0,021

0,021

0,021

0,034

0,034

0,034

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

Peso úmido: Energia :

Umidade: Umidade ótima (%)

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Constante dos LVDTs:

intermediária

DADOS ADICIONAIS

Diâmetro :

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia: BR-381

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA

200

Tensão Confinante

(MPa)

0,051

0,051

0,051

0,069

0,069

0,069

0,103

0,103

0,103

0,137

0,137

0,137

0,021

0,041

0,062

0,034

0,069

0,103

0,051

0,103

0,154

0,069

0,137

0,206

0,103

0,206

0,309

0,137

0,275

0,412

0,690

0,690

0,210

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

0,510

1,030

1,030

0,510

0,510

1,857

198,143

1053-2014

S-1313 + Canga

Altura final CP (mm)

Def. Cond (mm) 1,538 Def. Total (mm)

y = 460,13x0,2621

R² = 0,5588

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 270,08x0,0957

R² = 0,113

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 116: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

100

Origem No do C.P.: 2

Energia: Estaca/km: 780

Freq: Data (ensaio): 06/02/2015

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

3588,9 g

11,48 % %

2,049 g/cm3

g/cm3

1 144 0,210 0,000143

2 127 0,410 0,000324

3 120 0,620 0,000516

1 193 0,340 0,000178

2 144 0,690 0,000478

3 140 1,030 0,000733

1 211 0,510 0,000242

2 163 1,030 0,000630

3 157 1,540 0,000984

1 203 0,690 0,000338

2 179 1,370 0,000766

3 183 2,060 0,001123

1 241 1,030 0,000427

2 236 2,060 0,000872

3 244 3,090 0,001264

1 293 1,370 0,000469

2 280 2,750 0,000981

3 285 4,120 0,001446

1

1

200

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

1,030

1,030

0,510

0,412

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

0,210

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

0,510

0,510

0,690

0,690

0,275

0,137

0,154

0,069

0,137

0,206

0,051

0,103

0,103

0,103 0,309

0,051

0,051

0,051

0,069

0,206

0,021

0,041

0,062

Energia :

0,069

0,103

0,137

0,137

0,069

0,069

0,103

0,103

0,137

intermediária

Tensão Confinante

(MPa)

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia: BR-381

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA DADOS ADICIONAIS

0,021

0,021

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Umidade: Umidade ótima (%)

Peso úmido:

1073-2015

Def. Cond (mm) 1,961 Def. Total (mm) 2,474

0,021

0,034

0,034

0,034

0,034

Altura final CP (mm) 197,526

Protocolo

S-1313 + Canga

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

Diâmetro : Constante dos LVDTs:

y = 600,85x0,4036

R² = 0,8678

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 310,39x0,2181

R² = 0,384

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 117: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

101

Origem No do C.P.: 1

Energia: Estaca/km:

Freq: Data (ensaio): 13/01/2015

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

3291,6 g

12,19 % %

1,868 g/cm3

g/cm3

1 273 0,210 0,000075

2 134 0,410 0,000309

3 103 0,620 0,000602

1 179 0,340 0,000192

2 103 0,690 0,000665

3 84 1,030 0,001220

1 132 0,510 0,000385

2 91 1,030 0,001137

3 88 1,540 0,001755

1 106 0,690 0,000646

2 96 1,370 0,001425

3 101 2,060 0,002039

1 134 1,030 0,000771

2 130 2,060 0,001581

3 138 3,090 0,002231

1 170 1,370 0,000809

2 160 2,750 0,001714

3 167 4,120 0,002472

1

1

200

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

1,030

1,030

0,510

0,412

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

0,210

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

0,510

0,510

0,690

0,690

0,275

0,137

0,154

0,069

0,137

0,206

0,051

0,103

0,103

0,103 0,309

0,051

0,051

0,051

0,069

0,206

0,021

0,041

0,062

Energia :

0,069

0,103

0,137

0,137

0,069

0,069

0,103

0,103

0,137

intermediária

Tensão Confinante

(MPa)

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia: BR-381

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA DADOS ADICIONAIS

0,021

0,021

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Umidade: Umidade ótima (%)

Peso úmido:

1064-2015

Def. Cond (mm) 0,000 Def. Total (mm) 0,710

0,021

0,034

0,034

0,034

0,034

Altura final CP (mm) 199,290

Protocolo

S-1324 + Canga

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

Diâmetro : Constante dos LVDTs:

y = 140,73x0,0372

R² = 0,0063

10

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 103,13x-0,09

R² = 0,0565

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

Page 118: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

102

Origem No do C.P.: 2

Energia: Estaca/km:

Freq: Data (ensaio): 13/01/2015

10 cm (mm/mV)

20 cm (mm)

3331,2 g

12,74 % %

1,881 g/cm3

g/cm3

1 334 0,000062

2 150 0,410 0,000275

3 114 0,620 0,000541

1 196 0,340 0,000175

2 110 0,690 0,000621

3 88 1,030 0,001165

1 139 0,510 0,000367

2 93 1,030 0,001113

3 88 1,540 0,001761

1 108 0,690 0,000638

2 97 1,370 0,001420

3 100 2,060 0,002055

1 134 1,030 0,000768

2 126 2,060 0,001628

3 138 3,090 0,002243

1 171 1,370 0,000803

2 162 2,750 0,001695

3 170 4,120 0,002429

1

1

Mas. específica

aparente seca:

Massa específica

aparente seca,

Tensão

Desvio

(kgf/cm2)

=======

Protocolo

Módulo

Resiliente

(MPa)

ciclo

0,021

0,021

0,021

0,034

0,034

0,034

Deformaçã

o específica

resiliente

Altura: Distância entre apoios:

Peso úmido: Energia :

Umidade: Umidade ótima (%)

Tensão

Confinante

(kgf/cm2)

COPPE/UFRJ Programa de Engenharia Civil

LABORATÓRIO DE GEOTECNIA - SETOR DE PAVIMENTOS

ENSAIO DE MÓDULO RESILIENTE

Amostra:

Constante dos LVDTs:

intermediária

DADOS ADICIONAIS

Diâmetro :

Tensão Desvio

(MPa)

Rodovia: BR-381

Operador(es): Roberto

DADOS DO CORPO DE PROVA

200

Tensão Confinante

(MPa)

0,051

0,051

0,051

0,069

0,069

0,069

0,103

0,103

0,103

0,137

0,137

0,137

0,021

0,041

0,062

0,034

0,069

0,103

0,051

0,103

0,154

0,069

0,137

0,206

0,103

0,206

0,309

0,137

0,275

0,412

0,690

0,690

0,210

0,210

0,340

0,340

0,340

1,370

1,370

1,370

0,690

1,030

0,510

1,030

1,030

0,510

0,510

2,054

197,946

1065-2015

S-1324 + Canga

Altura final CP (mm)

Def. Cond (mm) 1,400 Def. Total (mm)

y = 119,65x-0,033

R² = 0,004210

100

1000

0,01 0,1 1

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Confinante (MPa)

y = 94,115x-0,148

R² = 0,1261

10

100

1000

0,010 0,100 1,000

Módulo

Resilie

nte

(M

Pa)

Tensão Desvio (MPa)

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103

Anexo C

Solo S-1313:

Ajuste dos corpos de prova 1, 2 e 3

Ajuste único para os corpos de prova 1, 2 e 3

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104

Solo S-1324:

Ajuste dos corpos de prova 1, 2 e 3

Ajuste único para os corpos de prova 1, 2 e 3

Page 121: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

105

Canga (s-1333):

Ajuste dos corpos de prova 1, 2 e 3

Ajuste único para os corpos de prova 1, 2 e 3

Page 122: AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DE CANGA DE MINÉRIO DE … · 3.3.1.1 Massa específica dos grãos ... 3.3.2.3 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água ... 4.1.1 Massa Específica

106

Solo S-1324 (finos):

Mistura 1 (s-1313 + canga)

Ajuste dos corpos de prova 1 e 2

Ajuste único para os corpos de prova 1 e 2

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107

Mistura 2 (s-1324 (finos) + canga)

Ajuste dos corpos de prova 1 e 2

Ajuste único para os corpos de prova 1 e 2