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Anais do XX Encontro de Iniciação Científica– ISSN 1982-0178

Anais do V Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420

22e 23 de setembro de 2015

AVALIAÇÃO CLÍNICA DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NO CONTROLE DA DOR, EDEMA E DO DESCONFORTO APÓS

CIRURGIA PLÁSTICA PERIODONTAL Gustavo de Andrade Faculdade de Odontologia Centro de Ciências da Vida

[email protected]

Karina Teixeira Villalpando Dentistica Minimamente Invasiva

Centro de Ciências da Vida [email protected]

Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar a eficá-cia da terapia a laser de baixa potência (TLBP) no controle da dor, edema e desconforto associado com cirurgia plástica periodontal

Dez pacientes com recessões gengivais ≥ 3mm fo-ram tratados com retalho reposicionado coronaria-mente e enxerto de tecido conjuntivo para recobri-mento radicular. Nesses pacientes (Grupo-TLBP) foi usado um laser de diodo de 808nm e 100mW de potência. A TLBP foi aplicada intraoralmente durante 40s, imediatamente após a cirurgia, com 24 e 48 horas pós-operatórias.

Os seguintes parâmetros foram avaliados através de uma escala analógica visual (VAS): a dor, o descon-forto, o edema e a interferência na vida diária após a cirurgia.

Os resultados da percepção de dor dos pacientes mostraram uma freqüência de ausência total de dor que variou de 50 a 80% nas primeiras 8 horas, uma dor mínima que variou de 20 a 50% e uma dor mode-rada que alcançou 10% dos pacientes nesse perío-do. Não houve nenhum relato de dor severa nas primeiras 8 horas, com 24, 48 ou 72 horas. Parale-lamente, a percepção do edema apresentou um mí-nimo de 0 e um máximo de 7 (média de 2,3±2,31) após 24 hs; um mínimo de 0 e um máximo de 7 (mé-dia de 2,9±3,10) após 48hs; um mínimo de 0 e um máximo de 7 (média de 2,0±2,82) após 72hs, sendo o pico máximo do edema entre 24 e 48 horas e, um edema suave ( média de 0,2±0,63) após 7 dias. A interferência na vida diária apresentou um mínimo de 0 e um máximo de 10 em todos os períodos avalia-dos: 24, 48, 72hs e 7 dias.

A TLBP associada ao tratamento da recessão gengi-val com retalho reposicionado coronariamente e enxerto de tecido conjuntivo teve um efeito adjunto na morbidade e na interferência na vida dos pacien-tes.

Palavras-chave: recessão gengival, terapia a laser de baixa potência, cirurgia plástica periodontal.

Área do Conhecimento: Grande Área do Conheci-mento – Ciências da Saúde Sub-Área do Conheci-mento – CNPq:Odontologia.

1. INTRODUÇÃO As recessões gengivais caracterizam defeitos perio-dontais bastante comuns e que comprometem a estética do paciente pela desarmonia e assimetria do contorno gengival. Essa condição é definida pelo posicionamento apical da gengiva marginal em rela-ção à junção cemento-esmalte [2] e, pode estar as-sociada à periodontite ou a fatores mecânicos, espe-cialmente ao trauma causado pela escovação.

O tratamento cirúrgico das recessões gengivais está principalmente indicado quando existe um desejo do paciente em melhorar a aparência estética do sorri-so, ou quando existe hipersensibilidade radicular.

Apesar da diversidade de técnicas cirúrgicas para recobrimento radicular, o retalho posicionado coro-nalmente associado com o enxerto de tecido conjun-tivo subepitelial é a técnica que apresenta maior probabilidade de recobrimento radicular completo [6]. A alta taxa de previsibilidade dessa terapia cirúrgica também contrasta com a alta morbidade para o paci-ente, uma vez que existem dois sítios cirúrgicos, a área doadora e a receptora do enxerto.

O uso de drogas anti-inflamatórias corticosteróides ou não-corticosteroides são recomendadas para prevenir dor e edema tanto no pré como no pós-operatório de cirurgias periodontais [19], no entanto, alguns anti-inflamatórios podem manifestar efeitos colaterais, como: irritação gastro-intestinal, tendência de sangramento sistêmico e reações alérgicas [3].Essas observações clínicas justificam esforços para encontrar novos métodos que não induzam a efeitos colaterais [10, 13]. O uso dos lasers de baixa potência representam uma terapia não-medicamentosa empregada após vários procedimen-tos que trazem expectativa de dor [15,10,13].

O efeito analgésico produzido pela terapia a laser de baixa potência (TLBP) ainda não está claro. Alguns

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estudos sugerem que a TLBP pode aumentar a pro-dução de serotonina e acetilcolina em nível central e pode modular a produção de histamina e prostaglan-dinas em nível periférico [14].

Os efeitos analgésicos também podem ser devidos a um aumento de endorfinas endógenas e a uma dimi-nuição da atividade das fibras-C e bradicinina [20,12].Também é capaz de induzir alterações morfo-lógicas dos neurônios que bloqueiam o fluxo rápido do axônio e que leva a um bloqueio da condução neural [7].

O efeito anti-inflamatório da TLBP pode ser conse-qüência da inibição de IL-6, MCP-1, IL-10 e TNF-α de uma maneira dose-dependente [4].

Apenas dois estudos avaliaram os benefícios dos lasers de baixa potência em cirurgia de recobrimento radicular. Ozturan et al., 2011[16] avaliaram a TLBP em cirurgias de retalho reposicionado coronalmente de recessões gengivais múltiplas. Fernandes-Dias et al., 2015 [8] avaliaram a TLBP em cirurgias de reta-lho posicionado coronalmente associado ao enxerto de tecido conjuntivo de recessões gengivais isola-das. Nos dois estudos observou-se uma maior por-centagem de cobertura radicular completa nos gru-pos que combinaram a TLBP com a cirurgia perio-dontal.

Diante do que foi relatado, deve-se considerar que o retalho posicionado coronalmente associado com enxerto de tecido conjuntivo é uma técnica bastante utilizada pela alta previsibilidade. No entanto, apre-senta morbidade elevada e, consequentemente, exige o uso de anti-inflamatórios.

Por outro lado, o uso de drogas anti-inflamatórias pode manifestar efeitos colaterais diversos, por isso justifica-se que seu uso seja moderado e racional, com dosagens e tempo limitado.

Dentro desse contexto, a TLBP pode representar um método alternativo para controle da dor e do edema pós-operatório que não apresenta efeitos colaterais. Assim, esse estudo justifica-se pela existência de poucos estudos clínicos prospectivos, controlados que avaliem a eficácia da TLBP após cirurgia de recobrimento radicular.

2. OBJETIVO O objetivo desse estudo clínico prospectivo foi avali-ar a eficácia da TLBP no controle da dor, edema e desconforto associado com cirurgia plástica perio-dontal em pacientes atendidos nas Clínicas Odonto-

lógicas da Faculdade de Odontologia da PUC-Campinas.

3. METODOLOGIA 3.1.Considerações éticas

Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Pontifícia Univer-sidade Católica de Campinas, sob número de pare-cer 401.669, com data de relatoria em 17/09/2013. Todos os pacientes que foram selecionados para participar dessa pesquisa, estavam cientes da sua metodologia de forma escrita e verbal e assinaram termos de consentimento pós-informação.

3.2. Delineamento do experimento

Dez pacientes com recessões gengivais ≥ 3mmforam tratados com retalho reposicionado coronariamente e enxerto de tecido conjuntivo para recobrimento radi-cular. Nesses pacientes (Grupo-TLBP) foi feita a laserterapia comum laser de diodo de 808nme 100mW de potência. A TLBP foi aplicada intraoral-mente em cinco pontos da área operada e em três pontos da área doadora do enxerto (palato), imedia-tamente após a cirurgia e com 24 e 48 horas pós-operatórias.

3.3. Critérios de inclusão da amostra

- Pacientes que apresentavam pelo menos uma re-cessão gengival ≥ 3mm associada com problemas estéticos e/ou hipersensibilidade dental que pudesse ser corrigida cirurgicamente através de retalho posi-cionado coronariamente e enxerto de tecido conjunti-vo.

3.4.Critérios de exclusão da amostra

- Pacientes portadores de alterações sistêmicas que contra-indicassem cirurgia periodontal;

- Pacientes que fizessem uso de drogas que conhe-cidamente afetam a condição periodontal (antibióti-cos, anti-inflamatórios, anticonvulsivantes, imunos-supressores e bloqueadores dos canais de cálcio) nos 6 meses anteriores ao estudo.

- Tratamento ortodôntico.

- Fumo.

- Pacientes grávidas ou em fase de amamentação.

3.5. Procedimentos pré-cirúrgicos

3.5.1. Terapia inicial

Todos os pacientes receberam uma terapia inicial que consistiu de: instruções de higiene oral, ensino de escovação dental, especialmente para eliminar hábitos relacionados com a etiologia das recessões. Também foi feita a remoção de fatores retentivos de

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placa bacteriana como cálculo supra-gengival, profi-laxia e polimento dental.

3.5.2. Obtenção dos índices periodontais

Foram obtidos os Índices de Placa Bacteriana (IP)- Ainamo&Bay, 1975 e de SangramentoSulcular(ISS)- Mühlemann&Son, 1971.

3.5.3. Obtenção das medidas clínicas de sondagem

Os seguintes parâmetros clínicos foram obtidos pelo mesmo operador calibrado no início do estudo e 3 meses depois da cirurgia plástica periodontal.

- Profundidade de sondagem (PS)

- Nível de inserção clínica (NIC)

- Altura da retração (AR) - Largura da retração (LR)

- Altura do tecido queratinizado (ATQ) 3.6. Medicação pré-cirúrgica

Todos os pacientes receberam uma medicação pré-cirúrgica, 60 minutos antes do procedimento e, uma segunda dose, após 12 horas para prevenção da hiperalgesia (analgesia preemptiva) e controle do edema pós-operatório:- Dexametaxona - 4mg - 2 comprimidos

3.7. Cirurgia plástica periodontal e terapia a lase r de baixa potência (TLBP)

Todos os pacientes foram submetidos a uma cirurgia plástica periodontal para recobrimento radicular que consistiu de um retalho posicionado coronariamente associado a um enxerto de tecido conjuntivo. A téc-nica utilizada para o posicionamento coronário do retalho foi a proposta por Zucchelli& De Sanctis, 2000 para o tratamento de recessões gengivais múl-tiplas e modificada para o tratamento de recessões isoladas. Para a remoção do enxerto de tecido con-juntivo da área doadora do palato será empregada a técnica de incisão única (Lorenzana& Allen, 2000).

A TLBP foi realizada com um laser diodo de 808nm, de modo contínuo, com potência de 100mW. A TLBP foi aplicada intraoralmente em cinco pontos da área operada e em três pontos da área doadora do enxer-to (palato), nos seguintes períodos: pós-operatório imediato, 24 horas (1dia) e 48 horas (2 dias).

3.8. Procedimentos pós-cirúrgicos

3.8.1. Cuidados e medicação pós-cirúrgicos:

Todos os pacientes foram orientados a evitar o trau-ma mecânico na área operada. Dessa forma, tanto a escovação dental como o uso do fio dental não foram realizados na área operada por 30 dias. Bochechos com digluconato de clorexidina 0,12% foram prescri-

tos 2 vezes ao dia, durante 1 minuto, por 30 di-as.Todos os pacientes receberam um comprimido de dipirona sódica 500mg no término do procedimento cirúrgico e foram orientados a tomar outros compri-midos com intervalos de 4 horas durante 2 dias, caso considerassem necessário. As suturas foram remo-vidas após 15 dias.

3.8.2. Questionários pós-cirúrgicos:

Todos os pacientes também foram instruídos a com-pletarem um diário de dor e desconforto durante as primeiras 8 horas após a cirurgia periodontal e, após 24, 48 e 72 horas pós-operatórias. Nesse questioná-rio (NRS-101), o paciente definiu sua intensidade de dor através de uma escala numérica de 0 a 10 e, da mesma forma, definiu seu desconforto (VRS-4) atra-vés da escolha de uma das 4 opções: (1) nenhum desconforto, (2) desconforto transitório, (3) descon-forto persistente, (4) dor.

Um segundo questionário também foi aplicado para todos os pacientesusando uma escala analógica visual (Visual AnalogScale-VAS) de 10mm, na qual o paciente indicou a intensidade do inchaço e a interfe-rência sentida na sua vida diária nos seguintes perí-odos: 24 horas (1 dia), 48 horas (2 dias), 72 horas (3 dias) e com 7 dias.

Por último, os pacientes anotaram no seu diário de dor e desconforto o número de medicações analgé-sicas ingeridas.

Um examinador, diferente do cirurgião, orientou e aplicou os questionários.

3.8.3. Dados Complementares:

Foram anotados em fichas específicas para esse estudo e para cada paciente, os seguintes dados complementares:

1) localização do dente: maxila ou mandíbula; anteri-or ou posterior

2) extensão da cirurgia: número de dentes envolvi-dos

3) volume de anestésico local administrado: número de tubetes usados

4) duração da cirurgia: tempo necessário para reali-zar o procedimento cirúrgico

4. RESULTADOS

Dez pacientes constituíram a amostra desse estudo e não ocorreu nenhuma desistência. As característi-cas dos sujeitos da pesquisa estão descritas na tabe-la 1, que mostra a distribuição dos indivíduos quanto à idade e ao gênero.A tabela 2 mostra a localização dos dentes e o número de dentes envolvidos no pro-

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cedimento cirúrgico.A tabela 3 mostra a frequência de dor durante a cirurgia, nas primeiras 8 horas, com 24, 48 e 72 horas. Tabela 1. Caracterização da amostra quanto a idade e gênero.

Caracte rística Grupo TLBP

Idade 40,8

(mínimo-máximo) (20-53)

Gênero masculino (2)

feminino (8)

Tabela 2. Caracterização da amostra quanto a localização dos dentes e número de dentes envolvidos.

*Dente com a recessão mais profunda nas recessões múltiplas

Tabela 3. Frequência de dor trans e pós-operatória

A tabela 4 mostra a frequência de desconforto durante a cirurgia, nas primeiras 8 horas, com 24, 48 e 72 horas. As tabelas 5 e 6 mostram valores médios do edema e da interferência na vida diária, de acordo com a escala VAS de 0 a 10, nos períodos de 24, 48, 72 horas e 7 dias.

Tabela 4. Frequência de desconforto trans e pós-operatória

Tabela 5. Valores individuais, de 0 a 10 (VAS), média e desvio padrão, mínimo e máximo do edema com 24, 48 ,72 horas e 7 dias pós-operatório.

Localização dos

dentes

No de dentesenvo lvi-

dos

Pac. 1 (M.E.F.) 13,14*,15 3

Pac. 2 (M.O.S.S) 14,15*,16 3

Pac. 3 (D.A.S.) 12,13*,14,15,16 5 Pac. 4 (M.D.T.S) 44, 45* 2

Pac. 5 (N. N.) 23 1

Pac. 6 (A.R.) 13,14,15*,16 4

Pac. 7 (R.C. B.) 22,23,24*,25,26 5

Pac. 8 (L.V.) Pac. 9 (M.G.A) Pac. 10 (R.S.R)

24 12,13,14*,15

14,15*,16

1 4 3

Escala

de Dor

Ausência

de dor

Dor

Mínima

(score 1-3)

Dor

Moderada

(score 4-6)

Dor

Severa

(score 7-10)

Durante

cirurgia

(7)- 70% (2)- 20% (1)- 10% --------

1a hora (5)- 50% (5)- 50% -------- ---------

2a hora (7)- 70% (3)- 30% -------- --------

3a hora (7)- 70% (2)- 20% (1)- 10% --------

4a hora (7)- 70% (3)- 30% -------- --------

5a hora (8)- 80% (2)- 20% -------- --------

6a hora (8)- 80% (2)- 20% -------- --------

7a hora (8)- 80% (2)- 20% -------- --------

8a hora (7)- 70% (3)- 30% -------- --------

24hs

(1dia)

(8)- 80% (2)- 20% -------- --------

48hs

(2dias)

(9)- 90% (1)- 90% -------- --------

72hs

(3dias)

(9)- 90% (1)- 10% -------- --------

Escala de descon-forto

Ausência de descon-

forto

(score1)

Desconfor-totran-sitório

(score 2)

Desconfor-topersis-

tente

(score3)

Dor

(score4

durante-cirurgia

(3)-30% (7)- 70% -------- --------

1a hora (5)- 50% (5)- 50% -------- --------

2a hora (5)- 50% (5)- 50% -------- --------

3a hora (5)- 50% (3)- 30% (2)- 20% --------

4a hora (6)- 60% (4)- 40% -------- --------

5a hora (6)- 60% (4)- 40% -------- --------

6a hora (6)- 60% (4)- 40% -------- --------

7a hora (6)- 60% (4)- 40% -------- --------

8a hora (6)- 60% (4)- 40% -------- --------

24hs (1dia)

(7)- 70% (2)- 20% (1)- 10% --------

48hs (2dias)

(8)- 80% (2)- 20% -------- --------

72hs (3dias)

(8)- 80% (2)- 20% -------- --------

Edema (VAS) 24hs 48hs 72hs 7 dias

Pac.1 (M.E.F.) 0 0 0 0

Pac.2 (M.O.S. 2 0 0 0

Pac.3 (D.A.S.) 0 2 5 0

Pac.4 (M.D.T.S 0 0 0 0

Pac 5(N. N.) 1 4 1 0

Pac 6 (A.R.) 3 7 7 0

Pac 7 (R.C. B.) 3 2 1 0

Pac8 (L.M.L.V. 5 4 0 0

Pac 9 (M.G.A) 2 1 0 0

Pac.10 (R.S.R) 7 9 6 2

média±d.p 2,3±2,31 2,9±3,1 2,0±2,82 0,2±0,63

mín-máx (0-7) (0-9) (0-7) (0-2)

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Tabela 6. Valores individuais, de 0 a 10 (VAS), média e desvio padrão, mínimo e máximo da interferência na vida diária com 24, 48 ,72 horas e 7 dias pós-operatório.

5. DISCUSSÃO

O uso de drogas anti-inflamatórias corticosteróides ou não-corticosteroides são recomendadas para prevenir dor e edema tanto no pré como no pós-operatório de cirurgias periodontais [19], no entanto, alguns anti-inflamatórios podem manifestar efeitos colaterais, como: irritação gastro-intestinal, tendência de sangramento sistêmico e reações alérgicas [3]. Essas observações clínicas justificam esfor-ços para encontrar novos métodos de controle da dor e do edema pós-operatórios que não induzam a efeitos colate-rais [10, 13]. Nesse sentido, o uso dos lasers de baixa potência representam possibilidades promissoras como uma terapia não-medicamentosa empregada após vários procedimentos que trazem expectativa de dor [15,10,13].

A TLBP tem sido testada na odontologia, principalmente para prevenir dor, edema e trismo após cirurgia de tercei-ros molares impactados e após a colocação de separado-res ortodônticos. Considerando o potencial efeito analgési-co e anti-inflamatório da TLBP, o presente estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da terapia a laser de baixa potência (TLBP) no controle da dor, edema e desconforto associado com cirurgia plástica periodontal.

A maioria dos estudos encontrados na literatura que avali-aram o efeito da TLBP em relação a dor, edema e descon-

forto tiveram como objetivo avaliar a TLBP em cirurgias de terceiros molares, em casos de trismo e em tratamento com o uso de espaçadores ortodônticos. Apenas dois estudos avaliaram a TLBP após cirurgias plásticas perio-dontais [8,16].

No estudo de Fernandes-Dias et al, 2014 [8] a TLBP não mostrou benefícios adicionais nem sobre a dor e nem sobre o edema tecidual. Nesse estudo, foi realizado um cálculo da freqüência do edema na região da cirurgia no 7º dia de pós-operatório. Os resultados mostraram que o edema foi ausente ou suave em 45% dos pacientes que aplicaram a laserterapia e, em apenas 15% dos pacientes do grupo controle, no entanto, a diferença entre esses valores não foi estatisticamente significante. No presente estudo, o edema foi avaliado com 24, 48, 72 horas e de-pois de 7 dias, sendo assim, isso nos permite comparar apenas os nossos resultados de 7 dias com os de Fernan-des-Dias et al, 2014. Aos 7 dias de pós-operatório, nós também observamos ausência de edema ou edema suave, no entanto, o monitoramento mais precose do edema rea-lizado no presente estudo permitiu verificar que o pico de edema ocorreu com 24, 48 e 72 horas.

Em relação a dor, o presente estudo avaliou as primeiras 8 horas, 24, 48 e 72 horas através da escala (VAS). O estu-do de Fernandes-Dias et al., 2014 [8] também avaliou a dor através da escala VAS no 7º dia de pós-operatório e, a dor avaliada nesse momento, não mostrou diferenças significativas entre os grupos. Em nosso estudo, foi incluí-do tanto o sitio operatório quanto o sítio doador para um único critério de dor avaliado através da escala (VAS). Deste modo, foi observado que o pico de dor está nas primeiras 8 horas pós-operatória, neste momento, a inten-sidade de dor avaliada através da escala (VAS) não foi superior a 4 dentro de uma escala de (0-10) para dor. Em todos os períodos de avaliação a dor foi ausente ou se apresentou de maneira suave, de modo que, o score 4 foi o maior score relatado pelos pacientes dentro de uma escala de (0-10) para dor e com uma freqüência de apenas 10% dos pacientes. A dor severa caracterizada pelo score de 7 a 10 não foi detectada em nenhum período do estudo.

No trabalho de Ozturanet al., 2011 [16] foi utilizado um laser de diodo de baixa intensidade, de espectro de luz vermelha, com comprimento de onda de 588 nm e potên-cia de 120mW, utilizando densidade de energia 4 J / cm². Neste mesmo trabalho, o laser foi ajustado para fornecer aplicação de modo continuo, desta maneira a ponta do laser era colocada perpendicularmente com ligeiro contato na área a ser aplicado e o tempo de aplicação era de 5 min.

Fernandes-Dias et al., 2014 [8] também utilizaram um laser de diodo de baixa intensidade de espectro vermelho, com comprimento de onda de 660 nm e 30 mW de potência. A densidade de energia utilizada foi 3 J / cm² por ponto, com isso 15 J / cm² foi aplicado a cada sessão. As aplicações foram realizadas utilizando contato pontual com a ponta perpendicular ao tecido gengival, sendo que para cada ponto o laser foi aplicado durante 4s. A terapia com laser foi iniciado no pós-operatório imediato, período (logo após

Interferência

na vida diária

(VAS)

24hs 48hs 72hs 7 dias

Pac 1 (M.E.F.) 1 1 0 0

Pac.2 (M.O.S.S) 10 10 10 10

Pac. 3 (D.A.S.) 0 0 3 0

Pac 4 (M.D.T.S) 8 2 0 0

Pac 5 (N. N.) 0 2 0 0

Pac 6 (A.R.) 7 7 7 4

Pac 7 (R.C. B.) 0 0 0 0

Pac 8 (L.M.L.V.) 0 0 0 0

Pac 9 (M.G.A)

1 1 1 1

Pac10 (R.S.R)

8 6 5 2

média e dp 3,5±4,16 2,9±3,51 2,6±3,59 1,7±3,19

mín-máx (0-10) (0-10) (0-10) (0-10)

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suturas) e foi seguido por mais sete aplicações realizadas a cada dois dias.

O nosso estudo apresenta algumas diferenças em termos de protocolo de aplicação do laser de baixa intensidade, quando comparado ao estudo deOzturan et al., 2011 [16] e Fernandes-Dias et al., 2014 [8].

Em nosso estudo foi utilizado um laser de diodo de baixa intensidade de espectro infravermelho, com comprimento de onda de 808 nm e 100 mW de potência, a densidade de energia utilizada foi 4 J / cm² por ponto, com isso 20 J / cm² foi aplicado a cada sessão na área operada e 12 J / cm² na área doadora. As aplicações foram realizadas utili-zando contato pontual com a ponta perpendicular ao tecido gengival, tanto para a área doadora com 3 pontos determi-nados para aplicação quanto na área operada com 5 pon-tos determinados para aplicação. A terapia com o laser foi iniciada no pós-operatório imediato, período (logo após suturas) e foi seguido por aplicações nos períodos de 24 e 48 horas pós-operatória.

A densidade de energia escolhida no presente estudo, foi determinada através de uma revisão sistemática da litera-tura. Com isso, grande parte dos estudos avaliados os autores afirmam que,4 J/cm² como sendo a dose ótima para reparação de tecidual. Paralelamente alguns estudos têm mostrado que a utilização de doses baixas (3-6 J/ cm²) estimula a cicatrização de feridas através do aumento a proliferação de fibroblastos, síntese de colágeno e diminu-indo inflamação e edema. Os dados clínicos do presente estudo sugerem que 20 J/cm²de densidade de energia no sitio operatório e 12 J/cm² no sitio doador podem também ser adequados para a cicatrização tecidual.

Com base nestas hipóteses, se LBI, como tratamento coadjuvante, pode melhorar a cicatrização de feridas cirúr-gicas juntamente com a técnica Retalho ReposicionadoCo-ronalmente (RRC) + enxerto de tecido conjuntivo, pode ter algum impacto sobre a dor pós-operatória, edema e des-conforto. Contudo, mais estudos são necessários para testar esta hipótese. O presente estudo pode contribuir para a compreensão do efeito da LBI sobre o tecido perio-dontal e sua relação custo-benefício.

5. CONCLUSÃO

Dentro dos limites do presente estudo, pode-se con-cluir que a TLBP associada ao tratamento da reces-são gengival com retalho reposicionado coronaria-mente e enxerto de tecido conjuntivo teve um efeito adjunto na morbidade e na interferência na vida dos pacientes.

REFERÊNCIAS

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