avaliaÇÃo ambiental estratÉgica ambgis consultoria … · 4.1.4 solos ... 5.3 situação dos...

154
Esta AAE está sendo desenvolvido conforme Contrato de Prestação de Serviços firmado em 17 de março de 2017 entre a Prefeitura Municipal de Parauapebas e o Consórcio Ambgis-Umah, no âmbito do PROSAP. Banco Interamericano de Desenvolvimento BID Permitida a reprodução total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA PROJETO DE MACRODRENAGEM, PROTEÇÃO DE FUNDOS DE VALE E REVITALIZAÇÃO DAS MARGENS DO RIO PARAUAPEBAS PROSAP P2 DIAGNÓSTICO / PROGNÓSTICO Parauapebas PA Junho/2017 AMBGIS Consultoria em Meio Ambiente e Geoprocessamento Ltda EPP EQUIPE UMAH Urbanismo, Meio Ambiente e Habitação S/S

Upload: trandien

Post on 09-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Esta AAE está sendo desenvolvido conforme Contrato de Prestação de Serviços firmado em 17 de março de 2017

entre a Prefeitura Municipal de Parauapebas e o Consórcio Ambgis-Umah, no âmbito do PROSAP. Banco

Interamericano de Desenvolvimento – BID

Permitida a reprodução total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte

AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

PROJETO DE MACRODRENAGEM, PROTEÇÃO DE FUNDOS

DE VALE E REVITALIZAÇÃO DAS MARGENS DO RIO

PARAUAPEBAS – PROSAP

P2 – DIAGNÓSTICO / PROGNÓSTICO

Parauapebas – PA

Junho/2017

AMBGIS Consultoria em Meio

Ambiente e

Geoprocessamento

Ltda EPP

EQUIPE UMAH Urbanismo, Meio

Ambiente e

Habitação S/S

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

2 2

AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

PROJETO DE SANEAMENTO AMBIENTAL, MACRODRENAGEM E RECUPERAÇÃO DE IGARAPÉS E MARGENS DO RIO PARAUAPEBAS/PA -

PROSAP

PARAUAPEBAS/PA

P2 – DIAGNÓSTICO

Parauapebas – PA

Julho de 2017

Esta AAE está sendo desenvolvido conforme Contrato de Prestação de Serviços firmado em 17 de março de 2017 entre a Prefeitura Municipal de Parauapebas e o Consórcio Ambgis-Umah, no âmbito do PROSAP, programa em preparação para

financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID

Permitida a reprodução total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

3 3

CRÉDITOS

PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAUAPEBAS

Prefeito

Darci José Lermen

BID – BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO

Coordenação UPP

Daniel Benguigui

AMBGIS CONSULTORIA EM MEIO AMBIENTE

Coordenação Técnica e Executiva

Marcelo Antonio da Costa Silva

EQUIPE UMAH URBANISMO, MEIO AMBIENTE E HABITAÇÃO

Coordenação Técnica e Executiva

Ubirajara Fontes

Julho de 2017

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

4 4

SUMÁRIO

1 Introdução.................................................................................................................. 9

2 Localização................................................................................................................ 9

3 Análise da Legislação ............................................................................................. 13

4 Diagnóstico Socioambiental .................................................................................... 15

4.1 Meio Físico ....................................................................................................... 15

4.1.1 Clima ......................................................................................................... 15

4.1.2 Geomorfologia .......................................................................................... 24

4.1.3 Geologia.................................................................................................... 35

4.1.4 Solos ......................................................................................................... 38

4.1.5 Hidrologia .................................................................................................. 39

4.2 Meio Biótico...................................................................................................... 45

4.2.1 Vegetação ................................................................................................. 45

4.2.2 Fauna ........................................................................................................ 55

4.3 Meio Socioeconômico ...................................................................................... 59

4.3.1 Origem da população ............................................................................... 59

4.3.2 Nível de Escolaridade............................................................................... 64

4.3.3 Qualificação profissional .......................................................................... 65

4.3.4 Índices Demográficos ............................................................................... 67

4.3.5 Situação Sanitária e de Saúde ................................................................. 69

4.3.6 Fontes de Renda ...................................................................................... 70

4.3.7 Uso e Ocupação do Solo na Área de Influência ...................................... 73

4.3.8 Infraestrutura urbana e de serviços ......................................................... 75

4.3.9 Patrimônio histórico-cultural ..................................................................... 79

4.3.10 Organização Sociopolítica ........................................................................ 81

5 Diagnóstico da Infraestrutura de Saneamento Básico ........................................... 83

5.1 Situação dos serviços de abastecimento de água potável ............................. 84

5.1.1 Qualidade das águas................................................................................ 86

5.1.2 Cobertura do serviço de água potável ..................................................... 87

5.1.3 Regularidade e frequência do fornecimento de água .............................. 89

5.1.4 Principais problemas ................................................................................ 93

5.2 Situação dos serviços de esgotamento sanitário ............................................ 93

5.2.1 Caracterização da cobertura .................................................................... 93

5.2.2 Principais problemas .............................................................................. 104

5.3 Situação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos .... 104

5.3.1 Caracterização da cobertura e qualidade dos serviços......................... 104

5.3.2 Coleta, transporte e disposição final dos Resíduos Sólidos ................. 106

5.3.3 Principais problemas .............................................................................. 109

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

5 5

5.4 Situação dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.. 109

5.4.1 Principais problemas .............................................................................. 112

6 Diagnóstico Institucional ....................................................................................... 113

6.1 Finanças Públicas .......................................................................................... 121

6.1.1 ICMS Ecológico ...................................................................................... 122

6.2 Planos, Projetos e Programas Colocalizados ............................................... 123

7 Referência Bibliográfica ........................................................................................ 151

8 Anexos ................................................................................................................... 155

Anexo 1 – Mapa de Escoamento x Infiltração na Área de Influência.......................... 155

Anexo 2 – Mapa de Declividade na Área de Influência ............................................... 156

Anexo 3 – Mapa de Altimetria na Área de Influência .................................................. 162

Anexo 4 – Mapa de Áreas de risco na Área de Influência .......................................... 168

Anexo 5 – Lista de espécies da flora encontradas na região da Flona dos Carajás. . 174

Anexo 6 – Mapa de Recobrimento vegetal na Área de Influência .............................. 196

Anexo 7 – Lista de espécies de mamíferos registrados na Flona dos Carajás no período entre 2011 a 2016. ....................................................................................................... 202

Anexo 8 – Lista de espécies de aves levantadas pela Vale (2011) para a região do ramal

ferroviário sudeste do Pará. ......................................................................................... 203

Anexo 9 – Lista de espécies da ictiofauna registrados na região de Parauapebas, no período entre 2014 a 2016. .......................................................................................... 233

Anexo 10 – Mapa de Uso do solo na Área de Influência ............................................ 240

Anexo 11 – Mapa de Equipamentos urbanos na Área de Influência .......................... 246

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principais Massas de Ar no Brasil sobre os Climas Zonais ......................... 16 Figura 2 – Classificação Climática do Brasil - Köppen .................................................. 17 Figura 3 – Localização da Estação Marabá em relação a Parauapebas ..................... 18 Figura 4 – Escoamento x Infiltração............................................................................... 24 Figura 5 - Domínios Geomorfológicos do Pará ............................................................. 25 Figura 6 – Geomorfologia ............................................................................................... 28 Figura 7 – Declividade .................................................................................................... 29 Figura 8 – Localização das Seções ............................................................................... 30 Figura 9 – Seção A ......................................................................................................... 30 Figura 10 – Seção B ....................................................................................................... 31 Figura 11 – Seção C ....................................................................................................... 31 Figura 12 – Áreas de Risco ............................................................................................ 32 Figura 13 – Províncias existentes no Cráton Amazônico .............................................. 36 Figura 14 – Setorização das Províncias adotada por Hasui et al (2012) ...................... 37 Figura 15 – Unidades Litoestratigráficas do Município de Parauapebas ...................... 38 Figura 16 – Pedologia .................................................................................................... 39 Figura 17 – Bacias hidrográficas de Parauapebas ........................................................ 40 Figura 18 – Cobertura vegetal na área de influência do projeto. .................................. 48 Figura 19 - Unidades de Conservação encontradas em Parauapebas ........................ 50 Figura 20 – APPs encontradas na área de influência do projeto. ................................. 54 Figura 21 – Microrregião de Parauapebas, destacada em vermelho ........................... 61

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

6 6

Figura 22 – Evolução da Mancha Urbana em Parauapebas (1984 - 2016) ................. 62 Figura 23 – Uso e Ocupação do Solo ............................................................................ 75 Figura 24 – Equipamentos Urbanos .............................................................................. 76 Figura 25 – Infraestrutura de transportes ...................................................................... 77 Figura 26 – Patrimônio histórico-cultural ....................................................................... 81 Figura 27 – Sistema de abastecimento de água do município de Parauapebas ......... 85 Figura 28 – Formas de abastecimento de água no município de Parauapebas .......... 89 Figura 29 – Infraestrutura de Saneamento em Parauapebas ....................................... 95 Figura 30 – ETES (em operação e implantação) em Parauapebas ............................. 96 Figura 31 – Localização do Aterro de Parauapebas ................................................... 107 Figura 32 – Bairros de Parauapebas atendidos por rede de macrodrenagem, pontos

críticos e áreas sujeitas a inundações e / ou deslizamentos planares ................ 112

LISTA DE FOTOS

Foto 1 – Rio Parauapebas ............................................................................................. 26 Foto 2 – Igarapé Ilha do Coco ........................................................................................ 26 Foto 3 – Afluente do Igarapé Ilha do Coco .................................................................... 27 Foto 4 – Córrego Guanabara, antes de cruzar sob a rua Araguaia .............................. 27 Foto 5 – Alagamento em parte do Bairro Riacho Doce (chuvas em março). ............... 33 Foto 6 – Casas às margens do Igarapé Ilha do Coco ................................................... 34 Foto 7 – Trecho do Igarapé Ilha do Coco. ..................................................................... 52 Foto 8 – Trecho do Riacho Doce ................................................................................... 52 Foto 9 - Trecho do Córrego Guanabara ........................................................................ 53 Foto 10 – Trecho Igarapé Açaizal .................................................................................. 53 Foto 11 – Estruturas de abastecimento de água ........................................................... 85 Foto 12 – Unidades da ETA 1 - Convencional .............................................................. 87 Foto 13 – Unidades da ETA 2 - Compacta .................................................................... 87 Foto 14 – Unidades das ETE’s de Parauapebas........................................................... 97 Foto 15 – Estruturas das unidades das ETE’s de Parauapebas .................................. 98 Foto 16 – Características dos efluentes em Parauapebas ......................................... 102 Foto 17 – Detalhes do Aterro de Parauapebas ........................................................... 108 Foto 18 – Rede de drenagem de Parauapebas .......................................................... 109 Foto 19 – Inundações em Parauapebas ...................................................................... 110

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Pluviometria Média e Temperatura – Estação Marabá (1973-2016). ........ 19 Gráfico 2 –Temperatura Média Máxima e Mínima– Estação Marabá (1973-2016)...... 19 Gráfico 3 – Dias com Chuva– Estação Marabá (1973-2016). ....................................... 20 Gráfico 4 – Dias com Chuva Acima de 100mm– Estação Marabá (1973-2016). ......... 20 Gráfico 5 – Umidade Relativa do Ar– Estação Marabá (1973-2016). ........................... 21 Gráfico 6 – Evapotranspiração – Estação Marabá (1973-2016). .................................. 22 Gráfico 7 – Estatística Multidirecional – Estação Marabá (1973-2016). ....................... 22 Gráfico 8 – Ventos – Estação Marabá (1973-2016). ..................................................... 23 Gráfico 9 – Acompanhamento do Nível do rio Parauapebas ........................................ 41 Gráfico 10 – Naturalidade de chefes de família entrevistados no âmbito do Relatório

Socioeconômico das Famílias do Projeto “Orla do Rio Parauapebas” .................. 60 Gráfico 11 - Comparativo: serviços de esgoto (Brasil, Pará e Parauapebas) – 2000,

2005, 2010, 2013 .................................................................................................. 100 Gráfico 12 - Serviços de esgoto em Parauapebas - 1998 a 2015 .............................. 101

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

7 7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – 10 dias com maior pluviosidade – Estação Marabá (1973-2016). .............. 21 Tabela 2 – Superfície de Escoamento considerada por tipo de uso............................. 23 Tabela 3 – Tipos de Usos por Áreas de Risco .............................................................. 34 Tabela 4 – Vazões Máximas, Mínimas e Médias – Bacia do rio Parauapebas ............ 41 Tabela 5 – Vazões apuradas no Igarapé Ilha do Coco ................................................. 43 Tabela 6 – Características Físicas – Subbacias do Canal Guanabara II ..................... 44 Tabela 7 – Vazões apuradas - Subbacias do Canal Guanabara II ............................... 44 Tabela 8 – Espécies endêmicas da região de Carajás. ................................................ 46 Tabela 9 – População e Área dos Municípios da Microrregião de Parauapebas ......... 61 Tabela 10 – Evolução da população: Parauapebas x Pará (2009 a 2014) .................. 62 Tabela 11 – População Residente, por Naturalidade em relação à Unidade de

Federação e ao Município 2000/2010 .................................................................... 62 Tabela 12 – Ensino Pré-escolar ..................................................................................... 64 Tabela 13 – Ensino Fundamental .................................................................................. 64 Tabela 14 – Ensino Médio .............................................................................................. 64 Tabela 15 – Nível Educacional da População 1991, 2000 e 2010 ............................... 66 Tabela 16 – População por Situação de Domicílio, 1991, 2000 e 2010 ....................... 67 Tabela 17 – Razão de Sexo em Parauapebas, 1991, 2000 e 2010 ............................. 68 Tabela 18 – Estrutura Etária, Razão de Dependência e Índice de envelhecimento

(1991, 2000 e 2010) ................................................................................................ 68 Tabela 19 – Distribuição Percentual das Internações e Mortes por Grupo de Causas 69 Tabela 20 – Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade (1991, 2000 e

2010) ....................................................................................................................... 70 Tabela 21 – PIB Total, Setorial, Percentual de Participação e Taxa Geométrica de

Crescimento Anual 2000-2013 ............................................................................... 71 Tabela 22 – Empregos por Setor em Parauapebas ...................................................... 72 Tabela 23 – Empresas por Setor em Parauapebas ...................................................... 72 Tabela 24 – Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991, 2000 e 2010 ..... 73 Tabela 25 – Uso e Ocupação do Solo na Área de Influência ....................................... 74 Tabela 26 – Cobertura por Telefonia Ofertada em Parauapebas, 2016 ....................... 78 Tabela 27 – Participação dos Setores no Consumo de Energia Elétrica em

Parauapebas ........................................................................................................... 79 Tabela 28 – População total atendida com rede de abastecimento de água (%): 2008 a

2014 ......................................................................................................................... 88 Tabela 29 – Consumo médio de água per capita em Parauapebas e no Brasil – 2008 a

2014 ......................................................................................................................... 90 Tabela 30 – Índice de atendimento urbano de água – 2008 a 2014............................. 90 Tabela 31 – Volume de água tratada (por desinfecção) em ETA’s em relação ao

volume total produzido – 2008 a 2014.................................................................... 91 Tabela 32 – Volume de água tratada em ETA’s em relação ao volume total produzido –

2008 a 2014 ............................................................................................................ 91 Tabela 33 – Despesa de exploração por metro cúbico faturado – 2008 a 2014 .......... 92 Tabela 34 – Índice de evasão de receitas (%) – 2008 a 2014 ...................................... 92 Tabela 35 – Índice de perdas por ligação (%) – 2008 a 2014....................................... 93 Tabela 36 – População total atendida com esgotamento sanitário em Parauapebas (%)

– 2008 a 2014 ......................................................................................................... 99 Tabela 37 – Tipos de esgotamento sanitário ............................................................... 101 Tabela 38 – Índice de tratamento de esgoto (%) – 2008 a 2014 ................................ 102 Tabela 39 – Economias ativas e extensão da rede Índice de tratamento de esgoto (km)

– 2008 a 2014 ....................................................................................................... 103 Tabela 40 – População urbana atendida pelos serviços de coleta de resíduos sólidos –

2012 a 2015 .......................................................................................................... 104

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

8 8

Tabela 41 – Taxas de cobertura de serviços de coleta de Resíduos Domiciliares – 2012 a 2015 .......................................................................................................... 105

Tabela 42 – Frequência do atendimento do serviço de coleta de Resíduos Domiciliares– 2012 a 2015 ................................................................................... 105

Tabela 43 – Quantidade de Resíduos Domiciliares e Públicos coletados– 2012 a 2015 ............................................................................................................................... 106

Tabela 44 – Valor contratado do serviço de coleta diurna (R$/tonelada) – 2012 a 2015 ............................................................................................................................... 106

Tabela 45 – Composição do quadro do pessoal da administração direta .................. 113 Tabela 46 – Composição do quadro do pessoal da administração indireta ............... 114 Tabela 47 – Serviços de atendimento ao público ........................................................ 120 Tabela 48 – Informática ................................................................................................ 120 Tabela 49 – Receitas e Despesas de Parauapebas (2000-2015) .............................. 122 Tabela 50 – Projetos do PAC ....................................................................................... 124 Tabela 51 – Convênios do Portal de Transparência da União.................................... 125 Tabela 52 – Ações previstas por programas para Parauapebas ................................ 126 Tabela 53 – Programas e ações pactuadas por componentes ................................... 132 Tabela 54 – Programas e ações do PEGIRS .............................................................. 136 Tabela 55 – Programas, ações e metas por linhas programáticas do PLHIS ............ 140 Tabela 56 – Programas, ações e metas em destaque por temas estruturantes ........ 144 Tabela 57 – Projetos e atividades por unidade orçamentária ..................................... 150

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

9 9

1 INTRODUÇÃO

Este produto Diagnóstico/Prognóstico traz o resultado de levantamento de dados secundários, visitas técnicas e espacialização cartográfica das informações. O capítulo final apresenta uma visão prognóstica do ambiente natural e antrópico de implantação do programa, considerando questões relevantes da influência da administração pública,

ações institucionais e a sobreposição do PROSAP neste ambiente.

Pesquisa realizada pela Prefeitura Municipal de Parauapebas (acesso em 25 de maio de 2017) revela que as maiores preocupações do cidadão são relativas a segurança (40,61%), saúde (23,44%) e saneamento (15,63%). Se considerada as questões sobre saúde somada ao saneamento, estes temas juntos registram 39,1% da preocupação do munícipe, equiparando-se com a segurança. Esta observação vai ao encontro do fato do saneamento estar intimamente ligado à saúde pública que deriva das boas condições de infraestrutura e atendimento à população para se evitar doenças de veiculação hídrica ou relativas a vetores normalmente relacionados a habitats proporcionados pela precária condição de saneamento básico.

Estes indicadores, juntamente com as exigências mínimas no padrão de atendimento aos recursos básicos para uma qualidade de vida adequada, como aquelas mencionadas no Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD (2015), revelam a carência e urgência no equacionamento do saneamento ambiental e moradia.

Desta forma, o material apresentado a seguir proporciona uma visão adequada para o planejamento e tomada de decisões para adequação do PROSAP rumo a

sustentabilidade.

2 LOCALIZAÇÃO

O município de Parauapebas encontra-se na porção centro-leste do Estado de Pará, na microrregião de mesmo nome, no centro da maior reserva mineral do mundo, a Serra do Carajás, que vem sendo explorada pela Vale do Rio Doce.

O município de Parauapebas foi criado em 10 de maio de 1988, desmembrado do município de Marabá e, como outros municípios brasileiros de recém criação, apresenta dificuldades de investimentos em infraestrutura (saneamento, principalmente) e altos déficits em educação e saúde.

Devido as características geográficas, áreas de várzeas inundáveis, ocupação irregular das margens de cursos d’água e ausência de infraestrutura adequada, certas áreas do município sofrem inundações frequentes, decorrentes da influência dos níveis de maré do Rio Parauapebas. Estima-se que aproximadamente 100 mil habitantes convivam com alto grau de degradação ambiental.

O Projeto De Saneamento Ambiental, Macrodrenagem E Recuperação De Igarapés E Margens Do Rio Parauapebas/PA - PROSAP, deve atuar sobre os seguintes corpos hídricos e com previsão do seguinte conjunto de obras:

I) Obras De Drenagem Urbana (Macro e Microdrenagem)

a) O projeto prevê a intervenção em áreas naturais de escoamento superficial que cortam a cidade, a saber: Igarapé Ilha do Coco, Igarapé Guanabara II e Igarapé Riacho Doce (Chácara das Estrelas), que são afluentes do Rio Parauapebas. A proposta para esta área visa execução de obras de macrodrenagem no seu traçado original, onde, para tal, será proposto o revestimento das paredes e do fundo dos canais, em aproximadamente 50% do trecho dos canais, bem como a retirada dos imóveis que estão nas suas margens. Estudos preliminares indicam

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

10 10

que deverão ser construídas e realizadas obras de manejo de águas pluviais em, aproximadamente, 9.482 metros de canal, em toda a área de intervenção do projeto, nas áreas de baixadas, áreas propícias a alagamentos e que sofrem influência das cheias do Rio Parauapebas, e nas áreas onde os canais naturais tiveram suas margens ocupadas irregularmente pela população, ao longo dos

anos.

II) Obras De Infraestrutura Sanitária E Ambiental E Gestão Institucional E Social

a) Abastecimento de Água: O projeto prevê a execução de obras de melhorias no abastecimento de água na área de interferência do Projeto, melhorando a infraestrutura sanitária e ambiental dessas áreas, onde serão feitas obras nos sistemas de abastecimento de água existente para garantir um melhor atendimento à população e acabar com a intermitência do atendimento, bem como a ampliação do sistema para os bairros que estão na área de influência do Projeto e que atualmente não são atendidos;

b) Esgotamento Sanitário: Está previsto a construção de obras de esgotamento sanitário (coleta e tratamento), o que deverá contribuir consideravelmente para a melhoria das condições de saúde da população do Município e, consequentemente, reduzir a incidência de doenças de veiculação hídrica. A solução proposta para o Sistema de Esgotamento Sanitário para a área do Projeto implicará na construção de redes de coleta do tipo convencional, incluindo obras complementares e ligações domiciliares, implantação de estação elevatória, emissários de recalque e Estação de Tratamento de Esgoto (ETE);

c) Recuperação Ambiental da Área de Interferência: Serão executadas obras de melhoria das condições ambientais da área e das condições de moradia da população de baixa renda, mediante as obras de saneamento ambiental e a recuperação das áreas alagáveis e margens dos canais. Para tanto, deverá haver o remanejamento de aproximadamente 550 famílias, conforme levantamento já realizado. Estas, que hoje ocupam as áreas de risco e de alagamento, serão reassentadas em área segura, de propriedade da Prefeitura e dentro da poligonal da área de intervenção do projeto;

d) Promoção da Sustentabilidade Ambiental, Social e Institucional: O projeto prevê apoio técnico e institucional a alguns órgãos da Prefeitura Municipal, objetivando fortalecer suas capacidades de operação e de gestão. Também tem como objetivo melhor atender as demandas da comunidade, diretamente afetada, junto aos órgãos municipais de planejamento urbano e de manutenção de infraestruturas básicas;

e) Fortalecimento do Órgão Municipal prestador dos serviços de água e esgoto: Está previsto ações de fortalecimento do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas/SAAEP, para que o mesmo tenha capacidade técnica, operacional e administrativa, instalada e suficiente para operar e manter, de maneira sustentável, os novos sistemas que serão construídos;

f) Promoção de estudos sociais: Serão feitos estudos de promoção de caráter social, ambiental e cultural, vinculando esses aos aspectos do Projeto como um todo, visando ainda a execução de programas e ações de apoio à geração de renda.

III) Obras De Melhorias Viárias

a) Estão previstas a implantação de vias marginais que servirão de barreira física a novas invasões, construção de obras de arte, tais como pontes, que servirão como elos de ligação entre as áreas entrecortadas pelos igarapés e as interligações ao sistema viário existente em toda a área de interferência do

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

11 11

projeto, para assegurar a circulação ordenada dos veículos e pedestres, contribuindo para a solução de mobilidade urbana da cidade, manutenção e limpeza dos igarapés.

IV) Urbanização (Construção de Parques)

a) Está prevista a implantação de 02 Parques Urbanos e Parques Lineares ao longo dos igarapés e áreas livres que contarão com praças, passarelas, quiosques e calçadões, além de ciclovias, ampliação e melhorias da infraestrutura existente, incluindo iluminação pública, com substituição de luminárias e deslocamento de ramais (onde necessário), em função da retificação e alargamento de vias, conforme partido urbanístico, bem como a incorporação de novos trechos de rede nas ruas projetadas.

É importante destacar que as obras nos corpos d’água ocorrerão somente em locais onde seja constatada essa necessidade, locais preservados (encosta e leito) não sofrerão interferências.

A AAE irá apresentar de forma analítica quais as possíveis alternativas para solucionar os problemas existentes, desde intervenções mais radicais que praticamente convertem os igarapés em canais artificiais, até propostas que envolvem, dentro da realidade do tecido urbano, a recuperação dos igarapés, com remoção de parte da população e criação de parques lineares para proteção dos mesmos.

As alternativas serão analisadas a partir de um Prognóstico de forma a avaliar quais os efeitos/impactos futuros decorrentes de cada uma.

O mapa a seguir apresenta a localização geral do município e área de influência do PROSAP.

PA

16

0

Faruk Salmen

PA-275

PA 16

0

Vicinal VS-10

Chácara das

Estrelas

Guan

abaraIlha doCoco

FlorestaNacional

Carajás

Área de ProteçãoAmbiental do

Igarapé Gelado

Estrada de Ferro Carajás - EFC

616.000

616.000

619.000

619.000

622.000

622.000

625.000

625.000

628.000

628.000

631.000

631.000

634.000

634.000

9.320

.000

9.320

.000

9.320

.000

9.320

.000

9.330

.000

9.330

.000

9.330

.000

9.330

.000

9.330

.000

9.330

.000

9.340

.000

9.340

.000

LegendaÁrea de Influência das Obras

Área de Influência do Programa

Área de Intervenção de Redes

Áreas de Intervenção da Macrodrenagem

Massa d'água

Curso d'água

Canalizado subterrâneo

Rodovia

Ferrovia

Áreas ambientalmente protegidas

Parauapebas

Limite municipal

±0 1,5 30,75

Km

Fonte: IBGE, 2015; Google Earth Pro, 2016; Prefeitura Municipal de Parauapebas, 2017;

Ministério do Meio Ambiente (MMA), 2016; Funai, 2016.Projeção: Universal Transversa de Mercator

Datum: SIRGAS 2000 - Fuso 22 Sul

Parauapebas

GO BARO MT TO PI

MAAM

PA

APRR

Localização no Estado

Localização no Município

OceanoAtlântico

Mapa 1 - Áreas de Influência do PROSAPdezembro/2017

1:70.000Escala:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

13 13

3 ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO

Para a AAE, os aspectos legais incidentes e que apresentam uma relação com programas de grande porte como o Prosap são diversos, e configuram um portfólio bastante extenso de leis, decretos e resoluções. Estes podem ser provenientes das estâncias federal, estadual ou municipal.

A seguir, são apresentados e comentados os principais instrumentos legais identificados. Estes também são trazidos à luz ao longo do diagnóstico, no qual são feitas conexões com os temas de análise e sua importância na relação com a implantação do Programa.

• Política Nacional dos Recursos Hídricos

Em 1997 entrou em vigor a Lei nº 9.433, também conhecida como “Lei das Águas”, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).

• Código Florestal

O novo Código Florestal brasileiro, criado pela Lei nº 12.651, de 25/05/12, instituiu as regras gerais sobre onde e de que forma o território brasileiro pode ser explorado, ao determinar as áreas de vegetação nativa que devem ser preservadas.

As Áreas de Preservação Permanente têm a função de preservar locais frágeis, como beiras de rios, topos de morros e encostas, que não podem ser desmatados para não causar erosões e deslizamentos, além de proteger nascentes, fauna, flora e biodiversidade, entre outros. Nas margens de rios, a área mínima de florestas a ser mantida depende da largura de cada um: (i) rios de até 10 m de largura devem ter 30 m de mata preservada; (ii) para rios de 10 a 50 m de largura, 50 m de mata; (iii) de 50 a 200 m de largura, 100 m de mata; (iv) de 200 a 600 m de largura, 200 m de mata; e (v) rios de mais de 600 m de largura devem ter 500 metros de mata preservada em suas margens.

Nas nascentes e olhos d’água, a mata mínima preservada deve ter raio de 50 metros de largura e os manguezais devem ter toda a sua extensão conservada. No caso das veredas, a largura mínima da faixa de vegetação a ser preservada é de 50 metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.

Para estas definições existem divergências de interpretação quanto a sua aplicabilidade às áreas urbanas consolidadas, nas quais, na opinião de juristas e setores do Ministério Público, prevaleceria o previsto no Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001) que reduz a faixa de preservação permanente ao longo dos cursos d’água para 15 metros.

• Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e os parques ecológicos municipais

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) foi instituído pela Lei nº 9.985, de 18/07/2000, regulamentada pelo Decreto 4.340, de 22/08/2002. Os Parques Ecológicos Municipais são equiparáveis aos Parques Nacionais definidos pela Lei do SNUC e se enquadram entre as Unidades de Conservação de Proteção Integral (art. 7º, I; art. 8º, III e art. 11).

Um parque ecológico tem a finalidade de resguardar os atributos excepcionais da natureza nessa área, a proteção integral da flora, da fauna e demais recursos naturais, com utilização para objetivos educacionais, científicos, recreativos e turísticos e de assegurar o bem-estar público.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

14 14

• A Política Nacional dos Resíduos Sólidos

A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, e regulamentada pelo Decreto 7.404, de 23 de dezembro do mesmo ano. Seu impacto sobre o conjunto da sociedade brasileira só pode ser comparado ao da Política Nacional do Meio Ambiente que a precedeu e da qual passou a fazer parte, de acordo com seu Art. 2º:

“A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se com as diretrizes nacionais para o saneamento básico e com a Política Federal de Saneamento Básico, nos termos da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, com a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, e com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999”.

A lei estabeleceu prazos para algumas ações, tais como a eliminação de lixões, a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e o planejamento para

implantação da coleta seletiva no âmbito dos municípios até agosto de 2014.

De acordo com a legislação citada, a implantação da coleta seletiva é obrigatória em todos os municípios brasileiros e deve atender à meta de 100% de coleta dos materiais recicláveis e reutilizáveis, os quais devem ser destinados a cooperativas de catadores

e catadores autônomos para triagem e comercialização.

• A Política Nacional de Saneamento Básico

A Lei 11.445 promulgada em janeiro/2007 define um marco regulatório para o setor de saneamento básico, apoiando-se em princípios como a universalização do acesso, a eficiência e a sustentabilidade econômica e ambiental dos serviços. A lei estabelece ainda a necessidade de o titular desenvolver um plano de saneamento que estabeleça metas e uma política de longo prazo para o setor. Propõe a lei pela separação entre o operador do serviço e o regulador, o qual é dotado de autonomia em relação aos operadores e ao poder público titular, devendo exercer competências plenas entre os prestadores e usuários, normatizando os serviços e estabelecendo regras sob os aspectos técnicos, econômicos e sociais.

• Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)

A Resolução CONAMA 001/86 definiu os critérios básicos e as diretrizes para a Avaliação de Impactos Ambientais e o Relatório de Impactos Ambientais para o licenciamento de atividades com significativos impactos ambientais. Em conjunto com a Resolução CONAMA 237/97, que estabeleceu os níveis de competência federal, estadual e municipal para todo o território nacional, de acordo com a extensão do impacto ambiental, estes dois instrumentos disciplinam os mecanismos e as competências dos entes federados para o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades potencialmente poluidoras ou capazes de causar significativo impacto ambiental.

A Resolução CONAMA 003/90 define os padrões de qualidade do ar e se aplica transversalmente ao Programa em seus aspectos positivos, ou seja, naqueles em que

se pretende a revitalização e urbanização integrada de bairros.

Os critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e as diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas são

estabelecidos na Resolução CONAMA 420/09.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

15 15

Os padrões de qualidade da água frente ao lançamento de efluentes e a classificação dos corpos d’água superficiais são estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05, a qual se aplica ao lançamento de efluentes domésticos e industriais.

• Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937

Este decreto tem o mérito de ser a primeira tentativa de estabelecer normas para a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.

• Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961

Proíbe a destruição ou mutilação das jazidas arqueológicas. Foi elaborada a fim de reforçar sua antecessora de 1937, incluindo os sítios arqueológicos entre os bens culturais da União. Esta assegura que as autoridades competentes possam julgar quais diferentes tipos de bens podem ser incluídos no rol de bens protegidos, ampliando a

antiga noção de monumento arqueológico ou histórico.

• Portaria nº 1.272, de 21/ 07/ 2016

Esta lei publica os dados, informações e índices definitivos referentes ao repasse do ICMS Verde aos municípios do Estado do Pará.

• Lei 4.213, de 29 de junho de 2001, no seu art. 29,

Esta dispõe sobre a estrutura organizacional direta e indireta da Prefeitura Municipal de Parauapebas.

• Lei n° 4.385, de 11 de agosto de 2009

Tem como objetivo desenvolver os serviços de saneamento na cidade de Parauapebas.

• Lei Orçamentária Anual de 2017

Estabelece as despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano.

4 DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL

4.1 Meio Físico

Contextualização climática, recursos hídricos, identificação e caracterização de áreas frágeis e de risco, conflitos de uso existentes ou potenciais e eventuais lacunas de conhecimento. O detalhamento do Meio Físico consistirá nas seguintes análises e

levantamentos

4.1.1 Clima

O clima e o tempo se apresentam como fatores fundamentais para diversos os aspectos ambientais e econômicos, estando relacionados às mais diversas temáticas, tais como os recursos atmosféricos, os recursos hídricos, a fauna, a flora, a socioeconomia, dentre outros.

Dessa forma, é apresentada a seguir caracterização síntese dos principais sistemas de circulação atmosférica e sua relação local, em seguida são apresentadas algumas

variáveis climáticas consideradas mais relevantes para o presente estudo.

Sistemas de Circulação Atmosférica

O clima e as condições meteorológicas ocorrentes na área de estudo são fortemente condicionados pela localização geográfica (latitude) e pelo relevo, que, em ação conjunta com os grandes sistemas atmosféricos (massas de ar), controlam a distribuição pluviométrica, evapotranspiração, temperatura, umidade do ar e regime de ventos.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

16 16

Conforme Nimer (1989), a compreensão do clima da Região Norte do Brasil depende do conhecimento da influência dos fatores estáticos ou geográficos, como relevo, latitude, continentalidade e maritimidade, em conjunto com os sistemas regionais de circulação atmosférica (fatores dinâmicos). As principais massas de ar que influenciam o Brasil são apresentadas na figura a seguir. Pode-se perceber que Parauapebas é

influenciada diretamente pela mEc durante o verão e pela mEa durante o inverno.

Figura 1 – Principais Massas de Ar no Brasil sobre os Climas Zonais

Fonte: adaptado de IBGE, 2017 e Nimer, 1989.

Durante o verão A mEc – Massa de Ar Equatorial Continental influencia fortemente a região, mantendo a temperatura elevada e favorecendo os eventos pluviométricos; esta massa de ar exerce influência em grande parte do território brasileiro

Contudo durante o inverno a mEc fica bastante restrita, abrindo condições para alguma influência da mEa – Massa de Ar Equatorial Atlântica, contudo essa massa de ar apresenta mais influência em áreas litorâneas, visto que conforme adentra o continente perde rapidamente a umidade.

Classificação Climática

A classificação climática expressa as condições médias da atmosfera terrestre. Estas condições, apesar de experimentarem variações diárias, mensais e sazonais, são representadas por faixas climáticas que se mantêm razoavelmente uniformes, dentro de um padrão médio de oscilação.

Pela classificação de Köppen (figura a seguir), o clima da região Amazônia é do tipo A, ou seja, tropical úmido com a temperatura média do mês mais frio superior a 18 °C. A classificação de Köppen apresenta ainda as seguintes subclassificações para o clima da região amazônica:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

17 17

• Af – clima tropical úmido, com precipitação média maior ou igual a 60 mm para o mês mais seco;

• Am – clima tropical úmido de monção, com precipitação excessiva durante alguns meses;

• Aw – clima tropical úmido, com inverno seco e precipitação média menor que 60 mm para o mês mais seco.

A área de estudo está incluída na subclassificação Am.

Na estação chuvosa, os volumes mais expressivos concentram-se no período de janeiro a março e a precipitação média mensal desse intervalo é da ordem de 240 mm. O período seco inclui os meses de junho, julho e agosto, cuja média mensal de precipitação é da ordem de 30 mm.

Figura 2 – Classificação Climática do Brasil - Köppen

Fonte: Golder, 2009.

Caracterização das Variáveis Climáticas

Para a caracterização das variáveis climáticas na área de estudo foram utilizados os dados de da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Marabá (Código INMET 82562 MARABA - PA), localizada a cerca de 100 km a nordeste deste município.

Área Estudo

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

18 18

Os dados coletados pela estação abrangem desde janeiro/1973 a dezembro/2016, o

que representa uma normal climatológica de 43 anos.

Figura 3 – Localização da Estação Marabá em relação a Parauapebas

Fonte: IBGE, 2014 (elaboração: equipe técnica)

Conforme o gráfico a seguir, a região onde se insere Cariré apresenta regularidade na distribuição de chuvas e da temperatura, sendo o período mais chuvoso entre os meses de janeiro e abril, enquanto que o pico de temperatura ocorre, no período mais seco, entre junho e setembro.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

19 19

Gráfico 1 – Pluviometria Média e Temperatura – Estação Marabá (1973-2016).

Fonte: INMET, 2017.

Temperatura

Parauapebas apresenta bastante regularidade nas temperaturas, sendo as médias máximas oscilando entre 31 e 34ºC e as mínimas entre 22 e 23ºC, no período analisado (1973-2017) as temperaturas máxima e mínima foram, respectivamente, 39,7ºC (01 de setembro de 1962) e 15,6ºC (20 de outubro de 1975).

Conforme o gráfico a seguir, a amplitude térmica é de aproximadamente 10 ºC.

Gráfico 2 –Temperatura Média Máxima e Mínima– Estação Marabá (1973-2016).

Fonte: INMET, 2017.

Pluviometria

A média mensal do semestre mais chuvoso (novembro a abril) é de 253,66 mm, enquanto que no semestre mais seco (maio a outubro), é de apenas 52,92 mm. Ou seja, a diferença entre o período mais chuvoso e mais seco, é expressiva.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

20 20

Com relação a regularidade das chuvas, conforme o Gráfico 3, percebe-se que nos meses mais chuvosos ocorre, em média, chuvas durante mais da metade dos meses (dezembro a abril apresentam mais de 15 dias com pluviosidade para ambas as estações). A frequência de chuvas é importante para a agricultura, visto que auxilia no desenvolvimento adequado das plantas.

Gráfico 3 – Dias com Chuva– Estação Marabá (1973-2016).

Fonte: INMET, 2017.

No gráfico a seguir, foram destacados os dias com pluviosidade acima de 100mm. No total foram identificadas 37 ocorrências com mais de 100mm de chuva em 24 horas. Estes eventos mais severos ocorrem principalmente entre dezembro e março.

Gráfico 4 – Dias com Chuva Acima de 100mm– Estação Marabá (1973-2016).

Fonte: INMET, 2017.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

21 21

Tabela 1 – 10 dias com maior pluviosidade – Estação Marabá (1973-2016).

Dia Mês Ano Precipitação em 24 horas (mm)

1 Fevereiro 1974 157,5

8 Março 1975 140,6

16 Janeiro 1978 140,7

16 Janeiro 1986 131,7

8 Fevereiro 1990 150,3

7 Dezembro 1990 150,8

22 Dezembro 1991 182

17 Janeiro 2004 130,6

27 Abril 2004 133

2 Novembro 2011 162,8

7 Dezembro 2014 148,2

Fonte: INMET, 2017.

Umidade Relativa do Ar

Com relação a Umidade Relativa do Ar, conforme o gráfico a seguir, o período analisado apresenta boa regularidade na distribuição; é importante frisar que a umidade relativa do ar de acordo com a OMS deve se situar entre 40% e 70%, quando a umidade relativa do ar está baixa provoca o ressecamento de mucosas nas vias aéreas, tornando o corpo mais vulnerável a asma e infecções virais e bacterianas. Contudo quando acima dos 70% o saturado de vapor interfere no mecanismo corporal de controle de temperatura (Varella, 2014).

Gráfico 5 – Umidade Relativa do Ar– Estação Marabá (1973-2016).

Fonte: INMET, 2017.

Evapotranspiração

A Evapotranspiração, como era de se esperar, acompanha os períodos de maior e menor pluviosidade, desta forma sua incidência é muito menor entre julho e setembro (meses mais secos).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

22 22

Gráfico 6 – Evapotranspiração – Estação Marabá (1973-2016).

Fonte: INMET, 2017.

Ventos

Em relação aos ventos, observou-se a prevalência em sentido norte. Contudo os períodos de calmaria ultrapassaram a metade do período amostrado. As velocidades médias não ultrapassam os 2 m/s, mas foram observadas máximas de 9 m/s nos sentidos norte e nordeste e de 5 m/s no sentido oeste.

Gráfico 7 – Estatística Multidirecional – Estação Marabá (1973-2016).

Fonte: INMET, 2017.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

23 23

Gráfico 8 – Ventos – Estação Marabá (1973-2016).

Fonte: INMET, 2017.

Caracterização da Superfície de Escoamento

A superfície de escoamento foi estimada a partir do mapeamento de uso da terra levando-se em consideração a matriz de impermeabilização de cada uso – por exemplo: usos tipicamente comerciais são mais propensos a serem impermeabilizados, já áreas

de vazio urbano normalmente são pouco impermeabilizadas.

Tabela 2 – Superfície de Escoamento considerada por tipo de uso

Classe de Uso Consideração sobre a Superfície

Vegetação Infiltração

Campo/Pastagem Infiltração

Cultura Infiltração

Comercial Escoamento

Equipamento Urbano Escoamento*

Expansão urbana Infiltração

Mineração Infiltração

Residencial Escoamento*

Industrial Escoamento

Vazio urbano Infiltração

Observação: itens marcados com * foram revisados para identificar grandes áreas de infiltração

Elaboração: Equipe Técnica

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

24 24

Utilizando-se as estimativas acima, aproximadamente 35% da área de estudo é impermeabilizada, enquanto 65% é favorável a infiltração. Esses dados são importantes uma vez que em áreas onde prevalece a impermeabilização, a velocidade da água durante eventos pluviométricos aumenta significativamente, sobrecarregando os sistemas de drenagem naturais e/ou artificias, o que se traduz em transbordamentos e

enchentes, sobretudo em eventos mais fortes.

A figura a seguir apresenta a situação geral das áreas, sendo que no Anexo 1 é apresentado o mapa em maior detalhe.

Figura 4 – Escoamento x Infiltração

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016.

4.1.2 Geomorfologia

Os terrenos no estado do Pará são submetidos a um regime climático quente e bastante úmido, conforme já foi explicitado no item de Clima, assim ocorre intenso intemperismo químico e forte lixiviação dos solos, formando uma paisagem arrasada e monótona.

As principais paisagens geomorfológicas existentes neste Estado são: planícies de inundação e terraços fluviais das várzeas amazônicas; tabuleiros e baixos platôs modelados em rochas sedimentares pouco litificadas; superfícies de aplainamento das

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

25 25

áreas cratônicas; planaltos e serras modelados em coberturas plataformais ou litologias

mais resistentes à erosão (CPRM, 2013).

A figura a seguir, apresenta os domínios geomorfológicos existentes no Pará. O município de Parauapebas está nos domínios Serra dos Carajás e Superfícies Aplainadas do Sul da Amazônia.

Figura 5 - Domínios Geomorfológicos do Pará

Fonte: CPRM, 2013.

A área de estudo se localiza no domínio geomorfológico Superfícies Aplainadas do Sul da Amazônia que ocupa extensas áreas do centro sul do Pará, estes terrenos já arrasados apresentam declividades entre 3 e 10 graus, com amplitudes variando de 20 até no máximo 50m, são bastante arrasados por prolongados processos erosivos, aliados a estabilidade tectônica, contudo no domínio R4a1 - Domínio de Colinas

Amplas e Suaves (Figura 6) prevalece um relevo colinoso.

Toda a rede de drenagem apresenta um padrão dendrítico a subdendrítico e converge em sentido aproximado sul-norte desde a divisa com o Mato Grosso até a calha do rio Amazonas, primordialmente sobre as bacias dos rios Tapajós e Xingu-Iriri. Os rios Xingu e Araguaia, assim como sua rede tributária, exibem distintas anomalias de drenagem associadas à neotectônica, tais como cotovelos de drenagem e segmentos retilinizados (CPRM, 2013).

Os canais na área de intervenção se apresenta em vales abertos, com sentido de drenagem nordeste (para o rio Parauapebas, Foto 1), estes canais apresentam formato radial, algumas vezes meândricos, não sendo identificadas fortes anomalias. Destaca-se na rede hídrica na área de intervenção o Igarapé Ilha do Coco (Foto 2), os demais canais se configuram em pequenas drenagens que sofrem com processo de urbanização em seu entorno (Foto 3), recebendo água em grande velocidade durante os períodos de chuva.

Área Estudo

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

26 26

Foto 1 – Rio Parauapebas

Fonte: Equipe Técnica.

Foto 2 – Igarapé Ilha do Coco

Fonte: Equipe Técnica.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

27 27

Foto 3 – Afluente do Igarapé Ilha do Coco

Fonte: Equipe Técnica.

Estes canais também apresentam alguns pontos de estrangulamento (Foto 4), o que dificulta a passagem de água, sobretudo quanto existe o carreamento de entulhos (mormente oriundos de lixo doméstico e descarte de outros materiais que possam ser levados).

Foto 4 – Córrego Guanabara, antes de cruzar sob a rua Araguaia

Fonte: Equipe Técnica.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

28 28

Figura 6 – Geomorfologia

Fonte: IBGE, 2015; CPRM, 2008; PMP, 2017; SIVAM, 2004.

Conforme a figura a seguir (o Anexo 2 traz mais detalhes da declividade, enquanto o Anexo 3 ilustra a Altimetria da Área de Influência), os terrenos, por serem bastante trabalhados, apresentam baixa declividade geral. Contudo destacam-se alguns morrotes residuais com declividades mais altas. Nas áreas de intervenção, por se tratarem de planícies aluviais, as declividades são bastante baixas no máximo de 5º.

Foram elaboradas três seções transversais com cortes dos terrenos no entorno das áreas de intervenção:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

29 29

Figura 7 – Declividade

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

30 30

Figura 8 – Localização das Seções

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011.

Figura 9 – Seção A

Fonte: Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 – Valores em metros. Elaboração: Equipe Técnica

1 2 3

4

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

31 31

Figura 10 – Seção B

Fonte: Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 – Valores em metros. Elaboração: Equipe Técnica

Figura 11 – Seção C

Fonte: Aster Global Digital Elevation Model V2, 2011 – Valores em metros. Elaboração: Equipe Técnica

Áreas de Risco

As áreas de risco foram mapeadas pelo CPRM e pela Defesa Civil Municipal (2014), conforme a figura a seguir (mais detalhes no Anexo 4):

3

2 1

3

2 1

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

32 32

Figura 12 – Áreas de Risco

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; ANA, 2014; CPRM, 2013.

Foram identificados dois tipos de risco na área urbana: Risco de Inundação Gradual e Risco de Deslizamento Planar (potencial e já instalado), as principais áreas identificadas são:

• Riacho Doce

• Bairro União

• Cidade Nova

• Liberdade I e II

• Bairro Novo Brasil

• Rio Verde

• Bairro Primavera

Destas Riacho Doce e Rio Verde estão nas áreas de intervenção.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

33 33

Riacho Doce apresenta risco para inundação, com 122 moradias em risco. Está sob influência da planície de inundação do rio Parauapebas, com processos de inundação anuais. Os arquivos da Defesa Civil indicam a inundação de abril/2006 com a maior cota de inundação, com o rio atingindo 11,6m. Na área de risco também existe um equipamento público (escola de ensino fundamental).

Foto 5 – Alagamento em parte do Bairro Riacho Doce (chuvas em março).

Fonte: Defesa Civil de Parauapebas, 2014.

Rio Verde se localiza parcialmente na planície de inundação do Igarapé Ilha do Coco, é ocupada por cerca de 36 imóveis, com risco alto para inundação. Em alguns casos as casas se encontram a um metro da margem do igarapé.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

34 34

Foto 6 – Casas às margens do Igarapé Ilha do Coco

Fonte: Defesa Civil de Parauapebas, 2014.

Os principais usos nas áreas mapeadas, por tipo de risco são apresentadas a seguir. Pode-se perceber que a maior parte das áreas de risco são ocupadas por usos do tipo residencial, contudo são percebidos também usos comerciais e equipamentos urbanos. Os demais usos não impõem risco necessariamente a população (vazios urbanos, áreas vegetadas, etc), mas deve ser mantida uma política para evitar que estas áreas também sejam ocupadas, ampliando o problema.

Tabela 3 – Tipos de Usos por Áreas de Risco

Risco Alto Instalado de Inundação Gradual

Classe Área (m²) Área (ha) %

Campo/Pastagem 13.602,72 1,36 2,44%

Comercial 37.005,78 3,70 6,63%

Corpo d'água 3.274,66 0,33 0,59%

Residencial 456.517,56 45,65 81,79%

Vazio urbano 7.866,32 0,79 1,41%

Vegetação 39.910,40 3,99 7,15%

Total Geral 558.177,43 55,82 100,00%

Risco Muito Alto Potencial de Deslizamento Planar

Classe Área (m²) Área (ha) %

Campo/Pastagem 74.188,50 7,42 5,11%

Comercial 60,23 0,01 0,00%

Equipamento urbano 9.584,60 0,96 0,66%

Residencial 1.232.481,70 123,25 84,97%

Vazio urbano 118.947,37 11,89 8,20%

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

35 35

Vegetação 15.255,27 1,53 1,05%

Total Geral 1.450.517,67 145,05 100,00%

Risco Muito Alto Instalado de Deslizamento Planar

Classe Área (m²) Área (ha) %

Campo/Pastagem 5.565,45 0,56 0,68%

Comercial 29.696,80 2,97 3,62%

Corpo d'água 1.242,02 0,12 0,15%

Equipamento urbano 25.260,56 2,53 3,08%

Expansão urbana 1.230,80 0,12 0,15%

Residencial 541.775,04 54,18 66,12%

Vazio urbano 13.503,22 1,35 1,65%

Vegetação 201.153,03 20,12 24,55%

Total Geral 819.426,92 81,94 100,00% Fonte: Defesa Civil de Parauapebas, 2014.

4.1.3 Geologia

O estado do Pará se assenta na entidade geotectônica Cráton Amazônico, que expõe o seu embasamento nas províncias Tapajós e Rio Branco, separadas pela Província Amazonas (que inclui a Bacia do Alto Tapajós). Além da Província Amazonas, aparecem na área do Cráton a Província Parecis (que inclui a Bacia do Alto Xingu), e as bacias sedimentares do Bananal, Pantanal Mato-Grossense e Guaporé, bem como coberturas de extensões menores. (Hasui, 2012).

De acordo com o CPRM (2013) o Cráton Amazônico apresenta cinco províncias tectônicas ou geocronológicas: Carajás (3000-2500 Ma), Transamazonas (2260-1990 Ma), Tapajós-Parima (2030-1860 Ma), Amazônia Central (1900-1860 Ma) e Rondônia-Juruena (1850-1540 Ma).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

36 36

Figura 13 – Províncias existentes no Cráton Amazônico

Fonte: Hasui, 2012.

Área Estudo

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

37 37

Figura 14 – Setorização das Províncias adotada por Hasui et al (2012)

Fonte: Hasui, 2012.

O município de Parauapebas está inserido no setor Carajás, segundo Hasui et al (2012) este é o setor menos mal conhecido, juntamente com o setor Rio Maria, em virtude da riqueza mineral (Província Mineral de Carajás). Foi estudado pela Rio Doce Geologia e Mineração S/A (DOCEGEO) e explorado pela Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD, hoje Vale) desde 1968, a partir da descoberta das enormes jazidas de minério de ferro. As descobertas seguintes foram de Fe, Cu, Au, Mn, Ni e Al, principalmente.

Localmente a Área de Influência, conforme a figura a seguir, se assenta sobre a unidade A3xi – Unidade Gnáissica – Complexo Xingu, do Arqueano-Paleoproterozóico foi sugerida durante os trabalhos do RADAM por Silva et al em 1974 (Hasui et al, 2012) para delimitar as rochas mais antigas e pouco estudadas da porção Sul da Bacia Amazônica e, conforme o conhecimento local avança, esta unidade vem sendo separada em porções menores.

Este Complexo é representado na área por gnaisses tonalíticos a granodioríticos, por vezes migmatizados, Trondhjemitos granodioríticos e granitos, com textura

Área Estudo

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

38 38

inequigranular e porfiroclástica, formados por plagioclásios, quartzo, microclina, biotita,

hornblenda, opacos, zircão, apatita, alanita, titânita, clorita, moscovita e calcita.

Figura 15 – Unidades Litoestratigráficas do Município de Parauapebas

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; CPRM, 2008.

4.1.4 Solos

Esta classe compreende solos com B textural, não hidromórficos e com argila de atividade baixa. Apresentam, além de média a alta saturação de bases, baixa saturação com alumínio, o que indica menor acidez, bem como conteúdo mineralógico, que encerra comumente quantidade significativa de minerais primários facilmente decomponíveis, os quais constituem fontes de nutrientes para as plantas, podendo ser considerados solos de média a alta fertilidade natural.

Estes solos prevalecem nas porções oeste e leste do município. São comuns em todas as zonas fisiográficas, ocorrendo sob diversos tipos de clima, material originário, relevo e vegetação. O material originário é constituído predominantemente de saprólito de gnaisses e migmatitos, de granitos e anortositos (Plutônicas Ácidas) e de micaxistos do

Pré-Cambriano.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

39 39

O aproveitamento destes solos exige práticas simples de conservação, quando em relevos mais planos, mas tende a ser complexa em relevos mais movimentos, a mecanização poderá ser dificultada pela pedregosidade existente. A principal limitação para o uso agrícola é a falta de água.

Figura 16 – Pedologia

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; CPRM, 2008.

4.1.5 Hidrologia

Toda a área de estudo drena para o rio Parauapebas, que é afluente do rio Itacaiúnas, esta importante drenagem nasce na serra Arqueada (a partir da junção do ribeirão do Caracol e do igarapé da Onça), seguindo na direção Sul-Norte, seus mais importantes tributários são: margem esquerda: córrego da Goiaba, rio Sossego, igarapé do Taboca, igarapé Jacaré e igarapé Cigano ou Mombuca. Pela margem direita recebe os rios Plaquê e Verde, igarapé Ilha do Côco e os rios Novo e Caracol. De acordo com o EIA/RIMA do projeto Projeto FERRO CARAJÁS S11D (Golder, 2009) a vazão específica

na bacia do rio Parauapebas é de 12,9 L/s km².

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

40 40

De acordo com os dados do Sistema de Gerenciamento Hídrico do Pará (2012) o rio Parauapebas se situa na classe 2 da Resolução CONAMA 020/86 com oxigênio dissolvido entre 5 e 6 mg/L, o que aponta para uma qualidade boa na água deste importante canal hídrico.

Figura 17 – Bacias hidrográficas de Parauapebas

Fonte: IBGE, 2015; CPRM, 2008; Governo do Pará; Plano Estratégico da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia; Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Pará, 2012.

Conforme o Gráfico a seguir, o rio Parauapebas apresenta boa regularidade no nível de água. É possível observar que os maiores níveis de água ocorrem nas épocas de maior pluviosidade, é importante destacar que, mesmo não significando cheias ou inundações em suas margens, o fato do rio Parauapebas apresentar períodos com nível mais elevado, certamente afeta os regimes de seus tributários menores, podendo gerar transbordamento nestes canais hídricos.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

41 41

Gráfico 9 – Acompanhamento do Nível do rio Parauapebas

Fonte: SEMAS - Boletim DIMEH - BOLETIM HIDROLÓGICO (Consulta no site https://www.semas.pa.gov.br/2017/03/21/boletim-hidrologico/ em 13/06/2017)

Segundo a ANA – Agência Nacional de Águas existe uma estação pluviométrica no rio Parauapebas (Estação 29070100 – rio Parauapebas) onde foram identificadas as vazões entre 02/2016 e 08/2016, confome a tabela a seguir, onde é possível perceber

que os maiores índices de vazão ocorrem nos meses mais chuvosos na região.

Tabela 4 – Vazões Máximas, Mínimas e Médias – Bacia do rio Parauapebas

Estação - Código

Data Método de obtenção

Máxima (m3/s)

Mínima (m3/s)

Média (m3/s)

Dia máxima

Dia mínima

29070100 fev/16 Curva de descarga 63,70 9,17 33,90 6 28

29070100 mar/16 Curva de descarga 157,00 7,97 74,40 31 3

29070100 abr/16 Curva de descarga 199,00 29,20 95,90 13 28

29070100 mai/16 Curva de descarga 70,20 17,00 34,30 3 22

29070100 jun/16 Curva de descarga 17,00 6,99 11,50 1 30

29070100 jul/16 Curva de descarga 6,99 2,78 4,88 1 30

29070100 ago/16 Curva de descarga 3,17 2,40 2,69 15 20

Fonte: ANA – Sistema Hidroweb (consulta em 13/06/2017).

Vazões calculadas

As vazões foram calculadas no Relatório Técnico para Solicitação de Outorga de Uso de Recurso Hídrico para Obras de Canalização de Curso Hídrico, elaborado pela Prefeitura de Parauapebas para solicitação de outorgas no âmbito do presente projeto. Os cálculos de vazão utilizam dados de 1983 a 2011, perfazendo assim 28 anos de representação histórica.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

42 42

Igarapé Riacho Doce

Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:

• Coordenadas em UTM estaca inicial (620.901,5313 e 9.329.773,1534)

• Coordenadas em UTM estaca final (620.635,5177 e 9.330.385,0899)

• Comprimento do Canal: 668 m

• Largura do Talvegue: 7,00 m

• Área da Bacia: 123.000,00 m2 ou 12,3 ha

Os Cálculos de vazão foram elaborados a partir do método de flutuador1, assim a vazão

considerada para este canal foi de 0,0106m³/s.

Para este canal também foram calculadas a vazão mínima de Duração Mensal e Recorrência Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e

Sete dias de Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX)

Q10,M = 0,123 L/s ou 0,000123 m³/s

Q10,7 = 0,11 L/s ou 0,00011 m³/s

QMLT = 1,36 L/s ou seja 0,00136 m³/s

Q10,MAX = 3,28 L/s ou 0,00328 m³/s

Igarapé Ilha do Coco

Para os cálculos, foram consideradas as seguintes características para este canal hídrico:

Comprimento do Canal: 5.430 m

Largura do Talvegue: 42,00 m

Área da Bacia: 120 km²

Os cálculos consideradam a divisão do Igarapé Ilha do Coco em quatro trechos:

• Trecho a o Coordenadas em UTM estaca inicial (623492,39 e 9325315,38) o Coordenadas em UTM estaca final (623707,37 e 9327585,59)

1 Flutuadores são dispositivos com características físicas que lhe permitem alcançar a mesma velocidade da água onde flutuam; assim estes dispositivos são soltos em um ponto A e tem o tempo de deslocamento até um ponto B cronometrado, assim é possível estabelecer a partir do tempo e da distância entre A e B, a velocidade.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

43 43

• Trecho b o Coordenadas em UTM estaca inicial (6237076149 e 9327586,22) o Coordenadas em UTM estaca final (623037,55 e 9328539,16)

• Trecho c o Coordenadas em UTM estaca inicial (622124,10 e 9328658,36) o Coordenadas em UTM estaca final (620847,73 e 9328227,47)

• Trecho d o Coordenadas em UTM estaca inicial (620847,78 e 9328227,65)

o Coordenadas em UTM estaca final (620364,20 e 9328679,44)

Os Cálculos de vazão foram elaborados a partir do método de molinete2, assim as vazões medidas são apresentadas na tabela a seguir:

Tabela 5 – Vazões apuradas no Igarapé Ilha do Coco

Tempo (h) Intervalo de tempo

(h)

Altura de chuva h

(mm)

Vazão do rio Q (m³/s)

Vazão do escoamento

básico (m³/s)

Vazão do escoamento superficial

(m³/s)

Volume do escoamento superficial

(m³)

10:15 0 0,1 8 9,27 69,2 1246200

10:20 5 0 78,5 10,53 82,0 1475400

10:25 10 0,3 92,5 11,80 91,0 1637100

10:30 15 0,1 102,75 13,07 104,7 1884300

10:35 20 0 117,75 14,33 99,7 1794000

10:40 25 0,6 114 15,60 95,4 1717200

10:45 30 10,2 111 16,87 96,1 1730400

10:50 35 7,5 113 18,13 88,9 1599600

10:55 40 0,1 107 19,40 69,5 1251000

11:00 45 9,4 88,9 20,67 45,3 816000

11:05 50 3,2 66 21,93 23,1 415200

11:10 55 16,5 45 23,20 10,8 194400

11:15 60 19,8 34 24,47 2,5 45600,0

11:20 65 0 27 9,27 69,2 1246200 Fonte: Prefeitura de Parauapebas (2015)

Para este canal também foram calculadas a Vazão Mínima de Duração Mensal e Recorrência Decendial (Q10,M), Vazão Mínima Natural de Dez Anos de Recorrência e

Sete dias de Duração (Q10,7), Vazão Média de Longo Termo (QMLT) e Vazão máxima de Duração Mensal e Recorrência Decendial (Q10,MAX)

Q10,M = 120,0 L/s ou 0,120 m³/s

Q10,7 = 106,6 L/s ou 0,106 m³/s

QMLT = 1.333,2 L/s ou 1,330 m³/s

Q10,MAX = 3.199,7 L/s ou 3,200 m³/s

2 Aparelho dotado basicamente de uma hélice e um “conta-giros”, medindo a velocidade do fluxo d’água que passa por ele, assim, quando posicionado em diversos pontos da seção do rio determinam o perfil de velocidades desta seção. Com tal perfil e a geometria da seção, determina-se a vazão como se verá adiante.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

44 44

Canal Guanabara II

Para os cálculos de vazão, foram delimitadas em oito subbacias de influência que, conforme a tabela a seguir, apresenta as seguintes características físicas.

Tabela 6 – Características Físicas – Subbacias do Canal Guanabara II

Nós Área Parcial de

Drenagem (Km²)

Área Acumulada

Drenagem(km²)

Comprimento do Talvegue

(m)

Diferença de cotas (m)

N1-N2 0,78 0,78 680,00 11,00

N9-N2 0,26 0,26 530,00 10,00

N2-N3 0,19 1,23 170,00 1,00

N3-N4 0,12 1,35 180,00 1,00

N4-N5 0,17 1,52 211,00 1,00

N5-N6 0,15 1,67 245,00 1,00

N6-N7 0,28 1,95 245,00 1,00

N7-N8 0,12 2,07 210,00 0,50 Fonte: Prefeitura de Parauapebas (2015) O método de cálculo utilizado para o Canal Guanabara II se basia no SCS3 (Soil Conservation Service / USGS), com utilização do modelo CABC. Com esse método foram atingidos os seguintes resultados: Tabela 7 – Vazões apuradas - Subbacias do Canal Guanabara II

Bacia Nó Inicial Nó Final Vazão Inicial (M³/S)

Vazão Final (M³/S)

Área Da Bacia (Km²)

Área Acumulada

(Km²)

SB5 N6 N7 0,000 2,941 0,130 0,130

SB6 N7 N8 2,941 6,645 0,150 0,280

SB7 N8 N2 6,645 7,904 0,070 0,350

SB1 N1 N2 0,000 5,855 0,280 0,280

SB2 N2 N3 12,515 20,842 0,420 1,050

SB3 N3 N4 20,842 25,469 0,220 1,270

SB4 N4 N5 25,469 30,206 0,230 1,500

Fonte: Prefeitura de Parauapebas (2015)

3 Este médito é aplicável quando não se dispõe de dados hidrológicos locais

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

45 45

4.2 Meio Biótico

O presente diagnóstico apresenta uma síntese dos fatores bióticos da região de Parauapebas e suas interações com a urbanização, contextualizando a situação atual dor remanescentes florestais e as iniciativas de conservação dos mesmos.

Deve-se salientar que este estudo se baseia em uma amostragem expedita de campo

e na rica quantidade de dados secundários existentes na região de estudo.

A seguir, o conteúdo será dividido em tópicos relacionados a vegetação, fauna e áreas protegidas.

4.2.1 Vegetação

A área do PROSAP está localizada no município de Parauapebas (PA), cujo território encontra-se fitogeograficamente inserido no domínio de Floresta Amazônica (IBGE, 2004), o qual é definido como Domínio Morfoclimático de Terras Baixas Equatoriais, caracterizado por apresentar um amplo gradiente de tipos vegetacionais florestais e não

florestais (Ab’ saber, 1971; apud Vale, 2011).

O Pará é o estado mais avançado na Amazônia em registros de áreas privadas no CAR (Cadastro Ambiental Rural), visto que 60% de suas áreas passiveis de registro já constavam na base de dados em 2015. Em contrapartida, é também o estado que possui atualmente uma das maiores taxas de desmatamento na Amazônia (SILVA e NUNES, 2017). Em 2015, a porcentagem de área desmatada foi de 22,90% sobre a área original florestada (PRODES/INPE, 2017).

Destacam-se no município de Parauapebas as fitofisionomias de Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Aberta Submontana e Refúgio Vegetacional (SIVAM, 2002), que são considerados como qualquer área diferenciada nos aspectos florísticos e fisionômicos da flora dominante local (IBGE,2012). A maior representatividade de formações vegetais encontra-se nas áreas protegidas (item 0, a seguir) e em menor escala em fragmentos de vegetação remanescente em área urbana, sendo que as florestas primarias são encontradas apenas no interior da Flona de Carajás (Vale, 2011).

Segundo Manual técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012), a Floresta Ombrófila Densa é caracterizada por apresentar fanerófitos além de lianas lenhosas e epífitas em abundância, porém sua característica mais marcante está atrelada a fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas (médias de 25º C) e de alta precipitação, bem distribuídas durante o ano, com até 60 dias secos. A Floresta Ombrófila Densa Submontana, é caracterizada por espécies que variam de acordo com a latitude. A submata é composta por plântulas de regeneração natural, além de palmeiras de pequeno porte e lianas herbáceas em maior quantidade. Esta formação é composta principalmente por indivíduos de alto porte, podendo ultrapassar 50 metros na

Amazônia.

A Floresta Ombrófila Aberta Submontana pode ser observada por toda a Amazônia e tem como característica uma estrutura mais espaçada, apresentando rupturas no dossel. Em Parauapebas ocorrem 2 faciações florísticas: com cipó, na região da Flona dos Carajás; e com palmeiras, em uma pequena faixa ao sul do município, incluindo a APA do Igarapé gelado. As Florestas Abertas com cipós ocorrem nas encostas e apresentam grandes árvores esparsas onde estas são total ou parcialmente envolvidas pelos cipós. Já as abertas com palmeiras são mais comuns nas planícies, sendo muitas vezes relacionadas a terrenos encharcados, com destaque par as palmeiras açaí (Euterpe oleracea) e o babaçu (Orbignya speciosa) (VALE, 2009a).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

46 46

A riqueza de espécies destas florestas é grande, como mostram alguns inventários realizados na área. A listagem de espécies encontrada no município foi compilada da plataforma SpeciesLink4 e encontra-se no Anexo 5.

É importante destacar que, de forma geral, as espécies identificadas nos levantados consultados e compilados no presente Estudo são normalmente encontradas em áreas

protegidas.

Além das formações florestais, a Flona de Carajás (descrita no item a seguir) ainda apresenta – em uma menor escala – a vegetação de canga (Savana Metafólica), caracterizada por uma vegetação herbáceo – arbustiva de elevada caducifólia sazonal, imprimindo um aspecto savânico – estépico à paisagem. Ocorre sobre os afloramentos ferruginosos, apresentando diferentes fisionomias relacionadas a variações no substrato. Este tipo de formação é peculiar de Carajás (PMFNC, 2016).

O plano de manejo da Flona de Carajas (PMFNC, 2016) aponta algumas espécies endêmicas para a região, sendo que a maioria destas está relacionada ao ambiente rupestre. A tabela a seguir apresenta as espécies indicadas no estudo.

Tabela 8 – Espécies endêmicas da região de Carajás.

FAMÍLIA ESPÉCIE AMBIENTE PUBLICAÇÃO

Apocynaceae Marsdenia bergii

Morillo Savânico-estépico Morillo, 1993.

Asteraceae

Cavalcantia glomerata (Barroso

& R.M.King) R.M.King & H.Rob.

Savânico-estépico Barroso & King

(1971)

Asteraceae

Monogereion carajensis G. M. Barroso & R. M.

King,

Savânico-estépico Barroso & King.

(1971)

Asteraceae Lepidaploa

paraensis (H.Rob.) H.Rob.

Savânico-estépico Rob (1980).

Asteraceae Parapiqueria cavalcantei

R.M.King & H.Rob. Savânico-estépico King & Rob (1980)

Bignoniaceae Jacaranda

carajasensis A.H. Gentry

Florestal Gentry. (1992)

Convolvulaceae Ipomoea cavalcantei

D. Austin Savânico-estépico Austin (1981)

Convolvulaceae Ipomoea

marabaensis D. Austin & Secco

Savânico-estépico Austin & Secco

(1988)

Cyperaceae Hypolytrum

paraense M. Alves & W.W.Thomas

Savânico-estépico Alves & Thomas

(2002).

Eriocaulaceae Eriocaulon carajense

Moldenke Savânico-estépico Moldenke (1973)

Erythroxylaceae

Erythroxylum ligustrinum DC var.

carajasense Plowman

Savânico-estépico Plowman (1984)

4 O SpeciesLink é uma rede de referência em informatização e disponibilização de coleções científicas de forma aberta e on-line

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

47 47

FAMÍLIA ESPÉCIE AMBIENTE PUBLICAÇÃO

Erythroxylaceae Erythroxylum nelson-rosae

Plowman Savânico-estépico Plowman (1984)

Fabaceae Mimosa skinneri

Benth. Var. carajarum Barneby

Savânico-estépico Barneby (1991)

Heliconiaceae Heliconia

carajasensis Barreiros

Florestal Barreiros (1980)

Lentiburiaceae Utricularia

physoceras P. Taylor

Savânico-estépico Taylor (1986)

Lythraceae Cuphea carajasensis

Lourteig Savânico-estépico Lourteig (1987)

Poaceae Axonopus

carajasensis Bastos Savânico-estépico Bastos (1990)

Poaceae Paspalum

carajasense S.Denham

Savânico-estépico Denham (2005)

Poaceae

Sporobolus multiramosus

Longhi-Wagner & Boechat.

Savânico-estépico Longhi-Wagner & Boechat (1993)

Rubiaceae Borreria paraensis

E.L.Cabral & Bacigalupo

Savânico-estépico Cabral & Bacigalupo

(1999)

Rubiaceae

Spermacoce semiamplexicaule

(E.L. Cabral) Delprete

Savânico-estépico Delprete (2007)

Rubiaceae Perama carajensis

J.H.Kirkbr. Savânico-estépico Kirkbr (1980)

Rutaceae Pilocarpus

carajaensis Skorupa Florestal Skorupa (1998)

Simaroubaceae Picramnia ferrea

Pirani & W.W. Thomas

Savânico-estépico Pirani & Thomas

(1988)

Thymelaeaceae Daphnopsis

filipedunculata Nevling & Barringer

Florestal Longhi-Wagner & Boechat (1993)

Xyridaceae Xyris brachysepala

Kral. Savânico-estépico Kral (1988)

Fonte: Golder (2010).

A área de influência do PROSAP está inserida na mancha urbana do município de Parauapebas, cujas atividades antrópicas modificaram permanentemente a paisagem e a cobertura vegetal remanescente encontra-se fragmentada em uma matriz ocupada prioritariamente por uso residencial onde os fragmentos existentes geralmente estão

associados a cursos d’agua.

O plano de manejo da Flona de Carajás (PMFNC, 2016) mostra que espécies exóticas foram encontradas apenas nas áreas em que houve alteração antrópica como nos núcleos urbanos e áreas reflorestadas. O capim braquiária (Urocloa spp.), capim meloso (Melinis Minutiflora) e leucena (Leucaena leucocephala) foram encontrados em áreas reflorestadas, mas ainda nenhuma espécie exótica foi encontrada no interior da mata nativa.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

48 48

A figura a seguir apresenta os fragmentos florestais encontrados na área de influência

do projeto.

Figura 18 – Cobertura vegetal na área de influência do projeto.

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016.

O Anexo 6 também ilustra esta situação.

Áreas protegidas

Durante muito tempo sustentava-se a visão de que os recursos naturais eram infinitos, a superexploração era algo bastante comum, além do que as questões econômicas

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

49 49

sempre tiveram prioridade diante as de preservação, que ficavam sempre em último

plano (MOURA, 2006).

Com a mudança dessa visão de recursos infinitos e o aumento gradativo da conscientização ambiental por parte da sociedade, foram surgindo algumas iniciativas a fim de preservar e proteger os recursos naturais.

As áreas protegidas são partes do território sob atenção e cuidado especial, em virtude de algum atributo específico ou até único que elas apresentam. Estas são importantes não apenas para conservação da biodiversidade e paisagem, mas também como fornecedoras de serviços ambientais indispensáveis as atividades humanas (FUNDO

VALE, 2012).

A seguir serão apresentadas as Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Áreas de Preservação Permanente encontradas no município de Parauapebas. Quanto às Áreas prioritárias para conservação, não há nenhum registro de área que entre em

contato com o município.

Unidades de Conservação e Terras Indígenas

As áreas de conservação são criadas com o intuito de proteger o patrimônio natural e cultural do País, constituindo um dos principais instrumentos de que dispõe o poder

público para executar um planejamento ambiental coerente (SMPMA, 2004).

No município de Parauapebas são encontradas três Unidades de Conservação (UC) e uma Terra Indígena (TI). São as UCs: Floresta Nacional (Flona) de Carajás, Parque Nacional (PARNA) Campos Ferruginosos e a Área de Proteção Ambiental (APA) do

Igarapé Gelado; e a TI Xikrim do Cateté.

As APAs (Área de Proteção Ambiental) geralmente são áreas extensas e pertencem à categoria de Unidade de conservação de uso sustentável (MMA, 2016b). Estas categorias são mais desafiadoras justamente pelo seu propósito de atender as necessidades da população, levando em conta a sustentabilidade e a proteção dos seus recursos e ecossistemas (PINTO, 2014). As FLONAs são áreas sob domínio federal e de uso sustentável, com coberturas florestais onde há predomínio de espécies nativas. Já os Parques Nacionais envolvem pesquisa e visitação pública, sendo de preservação

integral.

As Terras Indígenas são partes do território nacional, de propriedade da União e habitada por um ou mais povos indígenas. De acordo com a Constituição Federal vigente, os povos indígenas detêm o direito originário e o usufruto exclusivo sobre as

terras que tradicionalmente ocupam (ISA, 2017).

Todas as unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental (APA) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), devem possuir uma zona de amortecimento (SNUC, 2000). A mesma lei define zona de amortecimento como o entorno de uma unidade de conservação onde o uso do solo é restrito e sujeito a normas e restrições especificas, como o intuito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.

As três áreas de proteção citadas acima e a respectiva zona de amortecimento da FLONA de Carajás estão ilustradas na figura a seguir, importante destacar que, como o PARNA Campos Ferruginosos foi criada por decreto de 05 de junhode 2017, a mesma ainda não possui zona de amortecimento, que deverá ser definida posteriormente por norma técnica do ICMBio:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

50 50

Figura 19 - Unidades de Conservação encontradas em Parauapebas

Fonte: IBGE, 2015; MMA, 2016; Funai, 2016.

A FLONA dos Carajás foi criada pelo Decreto nª 2.486, de 02 de fevereiro de 1998 e apresenta uma área de aproximadamente 400 mil hectares, abrangendo o município de Parauapebas, Canaã dos Carajás, e Água Azul do Norte (ICMBIO, 2017). Como pode ser observado na figura acima, a área do PROSAP não entra em contato com a zona

de amortecimento da FLONA.

A APA Igarapé gelado foi criada pelo decreto nº 97.178, de 1989 e apresenta uma área de 21.600 ha, formando um cinturão verde, a fim de evitar conflitos de terras e proteger as áreas que cercam a província mineral da Serra dos Carajás (MELLO-THÉRY & LEITE, 2016). Esta APA acaba fazendo o papel de zona de amortecimento na frente norte da FLONA.

O PARNA dos Campos Ferruginosos foi criado pelo Decreto Presidencial de 05 de junho de 2017, com 79.029 hactares, dividido em 2 polígonos abrangendo parte dos Municípios de Canaã de Carajás e de Parauapebas. Os principais objetivos do PARNA são:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

51 51

I - proteger a diversidade biológica das Serras da Bocaina, do Tarzan e suas paisagens

naturais e valores abióticos associados;

II - garantir a perenidade dos serviços ecossistêmicos;

III - garantir a proteção do patrimônio espeleológico de formação ferrífera e da vegetação de campos rupestres ferruginosos;

IV - contribuir para a estabilidade ambiental da região onde se insere; e

V - proporcionar o desenvolvimento de atividades de recreação em contato com a natureza e do turismo ecológico

A TI Xikrin do Cateté foi homologada a partir do decreto nº 384 de 1991, promovida pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Possui uma área de aproximadamente 439.151 ha, ocupando os municípios de Agua Azul do Norte, Parauapebas e Marabá. Segundo a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), a população estimada na reserva era de 1.818 pessoas em 2010 (RCAPCA, 2010).

Áreas de Preservação Permanente

As Áreas de Preservação Permanente (APPs) são áreas cobertas ou não por vegetação nativa, localizadas no entorno de rios e nascentes, topos de morros com altura mínima de 100 m e encostas com declividades superiores a 45º. Estão legalmente protegidas e são ambientalmente consideradas áreas frágeis e vulneráveis, podendo ser públicas ou privadas, urbanas ou rurais.

A manutenção das APPs em ambiente urbano é de extrema importância pois possibilita a valorização da paisagem e do patrimônio natural e construído. Além disso, são diversos os serviços ambientais proporcionados por estas áreas, como a proteção dos solos prevenindo inundações e assoreamento de rios (MMA, 2016c). A preservação da mata ciliar é o principal elemento na manutenção da qualidade e quantidade de água em bacias hidrográficas. E, portanto, ações de restauração e provimento da conectividade com foco nas zonas ripárias representam estratégias satisfatórias no aumento percentual da cobertura vegetal de uma região.

A hidrografia local foi caracterizada por meio de base cedida pela PMP e posteriormente retificada pela equipe técnica a partir de imagens georreferenciadas na escala de 1:20.000, e suas respectivas áreas de preservação permanente (APP) foram geradas seguindo as recomendações do Novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012).

A seguir, registros fotográficos dos corpos d’água que compõe a área de intervenção do projeto:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

52 52

Foto 7 – Trecho do Igarapé Ilha do Coco.

Fonte: Equipe técnica.

Foto 8 – Trecho do Riacho Doce

Fonte: Equipe técnica.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

53 53

Foto 9 - Trecho do Córrego Guanabara

Fonte: Equipe técnica.

Foto 10 – Trecho Igarapé Açaizal

Fonte: Equipe técnica.

A figura a seguir apresenta as APPs encontradas na área de influência do projeto.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

54 54

Figura 20 – APPs encontradas na área de influência do projeto.

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016.

Os projetos de melhorias e revitalização propostos pelo PROSAP serão desenvolvidos nos corpos d’agua marcados na legenda como área de intervenção e suas respectivas APPs.

Inter-relação população local x Áreas florestadas

Segundo estudo da Golder Associates (Vale, 2009c), o aumento abrupto de moradores em Parauapebas por volta da década de oitenta - quando se teve início a exploração de mineração pela Vale (então denominada Companhia Vale do Rio Doce), promoveu o deslocamento de populações antigas, provavelmente mais dependentes da mata, de forma que no meio urbano concentraram-se os indivíduos dependentes da cadeia de mineração. Em contrapartida, a Flona e a TI Xikrin do Cateté constituem duas regiões especiais, onde a relação entre comunidade e meio ambiente é diferenciada.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

55 55

Com base vocacional da própria categoria de UC, diversas ações econômicas e de preservação são realizadas no interior da Flona, incluindo extração vegetal sustentável, como é o caso da extração de folhas do jaborandi (Pilocarpus microphyllus) e a coleta de sementes da castanheira (Bertholletia excelsa). Dentre as espécies nativas ocorrentes na região, estas duas são as que mais se destacam comercialmente: o jaborandi é utilizado na indústria farmacêutica e cosmética e da castanheira tem se a comercialização de suas sementes comestíveis (Vale, 2009a). Em Parauapebas há a Cooperativa dos Coletores de Folhas Medicinais, em convênio com o Ibama, para a execução do manejo sustentável do jaborandi (IBAMA, 2003). Já a extração de castanhas vem mostrando um decréscimo em sua produção devido as condições precárias de trabalho enfrentada pelos coletores e pelas condições de mercado desvantajosas. Atualmente esta ação é realizada apenas pelos índios Xikrins (Vale, 2009a).

Assim como a castanheira, o jaborandi também está na lista de espécies ameaçadas de extinção, classificadas com o status “em perigo” e “vulnerável”, respectivamente (Portaria nº443/2014). Vale ressaltar que em ambos os casos, desde que seguido o plano de manejo corretamente, trata-se de uma atividade sustentável, não oferecendo riscos de morte ao indivíduo, visto que ocorre a coleta apenas de partes da planta (folhas e sementes no caso).

Além destas duas espécies, o açaí (Euterpe oleraceae) também está envolvido na rede econômica regional, pelo suco feito de seus frutos, denominado “vinho de açaí”, que é consumido na região, mas em menor escala se comparado a outras regiões do Norte (Vale, 2009a).

Infelizmente nem todas as práticas que ocorrem no interior da UC são sustentáveis, e a extração ilegal de madeira do interior da Flona também é uma realidade. O carvão vegetal e a madeira em tora, atividades relativamente lucrativas, preocupam por colaborarem com a destruição da mata e por serem atividades dificilmente mapeadas. Um fator positivo é que estas atividades não fazem parte da identificação cultural da comunidade local, visto que são controladas por apenas alguns indivíduos específicos

e a dependência destes recursos por parte da população local é mínima (Vale, 2009c).

Há também caso de extrativismos mais esporádicos, como a extração de lenha, que é condicionado de acordo com demandas domesticas, sendo assim um tipo de extrativismo vegetal baseado na necessidade de combustível.

Externamente aos limites da Flona, as práticas extrativistas são incipientes, uma vez que a quantidade destes recursos explorados em áreas urbanizadas ou de pastagem são mínimos (Vale,2009c).

4.2.2 Fauna

Este item tem como objetivo evidenciar a fauna existente na região de Parauapebas, por meio de levantamento de dados secundários, baseado em estudos ambientais realizados na região.

A maioria das espécies encontram-se restritas às formações florestais nas áreas protegidas do município – sobretudo a Flona, visto que os remanescentes florestais encontrados existentes no restante do território municipal, no geral estão isolados e, um contexto antrópico que reduz bastante a possibilidade de conectividade destes remanescentes, além dos fatores de pressão externa sofridos (como o efeito de borda,

por exemplo) reduzindo suas funções ecológicas (BRANDT, 2011).

Lembrando que a Flona de Carajás se localiza em uma das regiões com maiores riqueza e diversidade de animais do mundo (ICMBIO, 2016), pode-se afirmar que esta diversidade é muito maior dentro da Flona que nas áreas antropizadas circunvizinhas

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

56 56

onde se encontra a área de influência do projeto. Além disso o rio Parauapebas forma uma barreira física, que separa a Flona da área antropizada na área de estudo, protegendo parte do limite da Flona e funcionando como barreira controladora do fluxo de animais, responsável por mantê-los seguros dentro da unidade de conservação.

A seguir, o assunto será representado pelos grupos mais representativos para o

presente estudo.

Mastofauna

O Brasil é o país com maior diversidade de mamíferos do mundo, contando com 652 espécies descritas e ainda com novas espécies sendo descobertas ocasionalmente, o que é positivo, visto o aumento da biodiversidade do país, mas, por outro lado, evidencia o baixo grau de conhecimento da nossa fauna. Dentre as espécies já conhecidas, cerca de 25% são endêmicas, sendo que na ordem dos primatas este número chega a 50% (VALE, 2009a).

Os mamíferos possuem representantes com diferentes exigências ambientais, que variam suas necessidades de habitat de acordo com o tamanho corporal, peso e dieta (VALE, 2009a). De um modo geral, mamíferos de grande e médio porte, principalmente das ordens Carnívora e Primatas, são bons indicadores de qualidade ambiental, uma vez que demandam por grandes espaços e por floresta bem estruturada para sobrevivência. Os primatas ainda se destacam como bons indicadores tanto pela sua

abundancia quanto pela facilidade de detecção e identificação (BRANDT, 2011).

Quanto a espécies exóticas, estas geralmente estão relacionadas a presença humana. O rato-preto (Rattus rattus) e a ratazana (Rattus norvergicus) provavelmente estão presentes em áreas antropizadas, atraídas pelo lixo doméstico (PMFNC, 2016). Cachorros e gatos domésticos também podem trazer consequências negativas se forem abandonados e adentrarem na FLONA de Carajás, podendo causar desequilíbrio à fauna nativa (PMFNC, 2016).

A lista com espécies de mamíferos com ocorrência no município de Parauapebas foi

compilada do Specieslink e encontra-se no Anexo 7.

Ornitofauna

A região de Carajás pode ser considerada a área com maior número de espécies de aves do país (MPEG/VALE, 2005 apud BRANDT, 2011). Além disso, diversas espécies de aves raras têm distribuição na Serra dos Carajás (BRANDT, 2011).

As aves são consideradas um excelente grupo de indicadores biológicos, uma vez que há relativo bom conhecimento sobre o grupo e um grande número de trabalhos realizados. Além disso, algumas espécies podem apresentar diversas restrições em relação ao ambiente e suas mudanças, o que tornam o grupo um dos melhores indicadores biológicos para qualidade ambiental (BRANDT, 2011).

Quanto as espécies exóticas, há registro de duas espécies para a região da Flona dos Carajás: o pardal (Passer domesticus) e o pombo-domestico (Columba livia). Aparentemente estas duas espécies estão presentes apenas na área urbana, não oferecendo impactos relevantes nas populações de aves silvestres (PMFNC, 2016).

No Anexo 8 encontra-se a lista com espécies de aves levantadas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Ramal Ferroviário Sudeste do Pará produzido pela Vale (VALE, 2011).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

57 57

Ictiofauna

O Brasil é o pais com maior diversidade de peixes de água doce do mundo. Estima-se a existência de até 3.000 espécies e a bacia amazônica é reconhecidamente a que

abriga o maior número de espécies.

Apesar do número de estudos terem aumentando devido a necessidade de levantamentos para compor o licenciamento ambiental em empreendimentos na região, estes estudos geralmente são pontuais e acabam se concentrando em cursos d ‘agua de grande porte, enquanto que o conhecimento de rios menores e afluentes é mais restrito (VALE, 2009b).

No geral, os peixes são excelentes indicadores biológicos, sendo comumente utilizados em programas de monitoramento (FAUSH et al., 1990 apud Vale, 2009b). Quanto a espécies exóticas, a falta de estudos acerca da distribuição das espécies dificulta a sua classificação, mas é possível identificar espécies introduzidas na região de Parauapebas de tambaqui (Colossoma macropomum) e das tilápias (Oreochromis niloticus) e Tilápia cf. rendalli, todas relacionadas a fins comerciais e consumo local.

A lista com espécies de peixes com ocorrência no município de Parauapebas foi compilada do Specieslink e encontra-se no Anexo 9.

Insetos vetores

Os insetos são considerados bons indicadores ambientais, por responderem rapidamente a alterações no meio ambiente (LONGINO, op. cit. Apud BRANDT, 2011). É um grupo extremamente importante a ser estudado devido sua importância nos casos de ocupação humana, pois estes podem se tornar vetores de doença, como arboviroses5 e parasitoses.

Áreas cobertas por extensas florestas somadas a altos índices pluviométricos, como acontece na região de estudo, são favoráveis a manutenção de arboviroses. Em decorrência de desflorestamento e consequente perda de habitat, os vetores tendem a se aproximar das áreas urbanas, podendo levar ao desencadeamento de surtos e epidemias (BRANDT, 2011). Por tanto, modificações no ambiente natural aumentam o contato do ser humano com determinados grupos de insetos que anteriormente estavam isolados no interior da floresta, podendo desencadear casos de malária, febre amarela, e leishmaniose tegumentar (VALE, 2009c).

A maioria dos mosquitos adaptam-se muito bem ao ambiente urbano, onde há uma vasta disponibilidade de criadores artificiais e locais de abrigo criados pelo homem, como por exemplo áreas expostas com lixo a céu aberto, depósitos de inservíveis, áreas industriais, sistema de drenagem urbano – principalmente quando sem manutenção ou mal projetado, entre outras (BRANDT, 2011).

Em estudo desenvolvido pela Golder Associates, em parceria com a Vale (2009) para o Projeto Ferro do Carajás S11D, situado na porção sul da Flona de Carajás, foram amostrados 26 pontos em áreas dentro da flona, em locais sem ou com pouca perturbação humana, três em fazendas, cujo local apresenta diferentes graus de interferência humana e um ponto em local totalmente antropizado (Mozartinópolis). O total de indivíduos coletados neste estudo foi de 12.327 exemplares distribuídos em 17 gêneros. Dentre estes, apareceram vetores importantes da malária (Anopheles darlingi, A. nuneztovari, A. triannulatus e A. oswaldoi). Embora o transmissor da malária seja abundante na região, há poucos casos registrados da doença (VALE, 2011).

5 Arboviroses são viroses que tem o mosquito como agente etiológico ou vetores.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

58 58

Também foram coletadas espécies vetores de arboviroses (febre amarela, encefalite equina, etc). Praticamente todas as espécies mais abundantes e incidentes desta família (Culinaceae) são transmissoras de pelo menos um vírus conhecido. Os principais vetores de febre amarela foram levantados no estudo (Haemagogus janthinomys, Haemagogus leucocelaenus, Sabethes chloropterus e Sabethes belisarioi) mas no geral

mostraram-se pouco incidentes.

O gênero Culex Ochlerotatus (transmissores de arbovírus) e o Lutzomyia (transmissor da leishmaniose) também foram encontradas no estudo, mas não foi coletado o transmissor da dengue (Aedes aegypti).

Em conclusão, as formações florestais apresentam o triplo das espécies de mosquitos registradas em campos abertos e áreas urbanizadas (Mozartinópolis), sendo que os dados indicam que a maioria das espécies existentes na área urbanizada são oriundas da floresta (VALE, 2009b). Contudo é importante destacar que, em áreas urbanas estes vetores acabam não sofrendo predação e ficam muito próximos aos seres humanos, estando longe de outras fontes de sangue para completar seus ciclos.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

59 59

4.3 Meio Socioeconômico

A análise da situação da qualidade ambiental (Diagnóstico Ambiental) de Parauapebas visa conhecer o estado atual da área a ser afetada pelas obras do Projeto de Macrodrenagem, Proteção de Fundos de Vale e Revitalização das Margens do Rio Parauapebas – PROSAP, com vista a definir uma Linha de Base ou de Referência, além de traçar linhas de ações ou tomar decisões que previnam, controlem ou corrijam eventuais impactos ambientais decorrentes da implantação das referidas obras, no que se refere aos aspectos socioeconômicos. No caso do Diagnóstico do Meio Socioeconômico, vale observar a dificuldade existente na obtenção de dados e informações que permitam traçar uma Linha de Base que descreva a situação atual dos recursos ambientais e suas interações, antes da implantação do Projeto, além da análise das tendências de evolução da área afetada. Os dados existentes não refletem de forma consistente um determinado período ou, ainda, não permitem a formação de Séries Estatísticas Históricas em razão do pouco tempo de emancipação do município de Parauapebas.

E, finalmente, destaca-se que Parauapebas conheceu desde a sua origem a forte influência de fatores exógenos que interferiram decisivamente no processo de evolução do município, atraindo vários e expressivos contingentes populacionais de outras regiões do Estado e do País para atuarem na exploração mineral, no processo de colonização agrária, sempre em busca de uma melhor qualidade de vida.

4.3.1 Origem da população

Após a descoberta de uma das maiores reservas minerais do mundo na Serra dos Carajás durante os anos 60, os direitos de exploração da área foram concedidos à empresa Companhia Vale do Rio Doce – CVRD - (atualmente Vale S.A.). Para a exploração de minério de ferro, ouro e manganês, a Vale construiu uma rodovia asfaltada entre a cidade de Marabá e as instalações da empresa com cerca de 200 km de extensão.

Já com relação ao projeto de extração de minérios chamado “Grande Carajás”, a Vale construiu um núcleo urbano ao lado do povoado para abrigar seus funcionários, incluindo trabalhadores que participaram das obras da Estrada de Ferro Carajás, iniciadas em 1981 (inaugurada em 1985), ligando a província mineral ao Porto da Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão. A Vale iniciou ainda a construção de uma infraestrutura básica, com escola, delegacia, hospital, prédio da administração e rede

elétrica. Na época, a Vila de Parauapebas já acumulava mais de 20 mil habitantes.

Já o movimento migratório para a região teve início na década de 60, tornando-se mais intenso a partir dos anos 70, com a implantação de uma infraestrutura de transportes, de comunicação e de energia que integrou esta região do Sudeste paraense ao restante do País. Até este momento, a população ocupava as margens dos rios por onde, quase exclusivamente, se deslocavam. No que se refere à comunicação, até a década de 60, era o telégrafo que atendia a região de forma precária. O início da atividade mineradora atraiu para a região um contingente populacional extremamente variado formado predominantemente por operários em busca de oportunidades de trabalho na construção civil e nas obras de infraestrutura (rodovias, hidrelétricas), além de garimpeiros na esperança de riqueza, pequenos agricultores à procura de terra, fazendeiros, madeireiros e outros.

Vale destacar que há um significativo contingente migratório oriundo do Estado do Maranhão, sobretudo dentre os migrantes das áreas mais pobres, conforme pode ser deduzido através do Relatório Socioeconômico das Famílias do Projeto “Orla do Rio Parauapebas” elaborado em 2014 pela Prefeitura de Parauapebas, abrangendo um total de pouco mais de mil pessoas.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

60 60

Com relação à naturalidade do chefe da família, o relatório apresentou, com base nas 312 famílias entrevistadas, que 189 nasceram no Estado do Maranhão, 83 no Estado do Pará, 7 no Estado do Ceará, 6 no Estado do Piauí, 5 no Estado de Pernambuco, 5 no Estado do Tocantins, 4 no Estado de Goiás, 4 no Estado de Minas Gerais, 4 no Estado da Bahia e 5 em outros estados.

Gráfico 10 – Naturalidade de chefes de família entrevistados no âmbito do Relatório Socioeconômico das Famílias do Projeto “Orla do Rio Parauapebas”

Fonte: Prefeitura de Parauapebas, 2014.

A Microrregião de Parauapebas

Localizado na porção sudeste do Estado, a Microrregião de Parauapebas é formada pelos seguintes municípios: Água Azul do Norte, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado dos Carajás e Parauapebas.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

61 61

Figura 21 – Microrregião de Parauapebas, destacada em vermelho

Fonte: Wikipedia

Parauapebas é o município mais populoso da região, conforme tabela a seguir.

Tabela 9 – População e Área dos Municípios da Microrregião de Parauapebas

Municípios Área (km2)* População**

Água Azul do Norte 7.113,961 26.497

Canaã dos Carajás 3.146,407 34.853

Curionópolis 2.369,098 17.578

Eldorado dos Carajás 2.956,690 32.780

Parauapebas 6.886,280 196.259

Total 22.934,843 307.967

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. *Área da unidade territorial 2015. **População estimada 2016.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

62 62

Evolução da População

O Anuário Estatístico do Pará (2015), documento elaborado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa do Pará (FAPESPA), registrou os valores, a seguir

indicados, que apontam para a evolução da população no município de Parauapebas.

Tabela 10 – Evolução da população: Parauapebas x Pará (2009 a 2014)

Município/Estado 2009 2010* 2011 2012 2013 2014

Parauapebas 152.777 153.908 160.228 166.324 176.582 183.352

Estado do Pará 7.457.119 7.581.051 7.688.531 7.822.205 7.999.729 8.104.880

Fonte: FAPESPA. * Censo Demográfico IBGE, 2010.

Tabela 11 – População Residente, por Naturalidade em relação à Unidade de Federação e ao Município 2000/2010

Ano Total

Naturais da Federação Não Naturais da Federação

Total Naturais do Município

Não Naturais do Município

2000 71.568 28.785 - - 42.783

2010 153.908 67.814 43.349 24.465 86.094

Fonte: Instituto de Desenvolvimento, Econômico e Ambiental do Pará (IDESP).

Esses valores indicam a importância do fenômeno da migração na composição da população de Parauapebas. Nos dois eventos censitários realizados pelo IBGE, o número de pessoas não naturais do Estado do Pará é significativamente maior que aquele que registra os naturais do município. A figura a seguir apresenta uma sequência de imagens apresentando a evolução da mancha urbana de Parauapebas entre 1984 e

2016, sendo todas as imagens datadas do mês de dezembro dos respectivos anos.

Figura 22 – Evolução da Mancha Urbana em Parauapebas (1984 - 2016)

1984

1990

1995

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

63 63

2000

2005

2008

2010

2013

2016

Fonte: Google Earth.

Através da figura anterior, constata-se que a mancha urbana existente em 1984 permanece pouco alterada até 1990. De 1990 para 1995, há uma expansão entre a área do Igarapé ilha do Coco e a margem direita do rio Parauapebas, sendo notado o início da ocupação no entorno da Av. Faruk Salmen.

De 1995 para 2000, não há mudanças significativas na mancha urbana, a não ser o adensamento de loteamento já existentes em 1995.

Já de 2000 para 2005, há uma rápida expansão na porção da margem direita do Igarapé Ilha do Coco, e de 2005 para 2008, a ocupação se estende em direção à montante,

acompanhando a margem direita do Igarapé Ilha do Coco.

Já de 2008 para 2010 - ou seja, em apenas 2 anos - há um grande crescimento que atinge a margem esquerda do Igarapé Lajeado, mas também há uma expansão em direção ao sul.

De 2010 para 2013, porções significativas da margem direita do Igarapé Lajeado são tomadas, assim como a porção sudeste da Área de Influência.

Por fim, entre 2013 e 2016 ocorre o adensamento de loteamentos já existentes.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

64 64

4.3.2 Nível de Escolaridade

Educação

O Ministério da Educação, através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), realizou os Censos Educacionais nos anos de 2005 e 2015, cujos resultados, divulgados pelo IBGE, são apresentados a seguir:

Tabela 12 – Ensino Pré-escolar

Indicadores 2005 2015

Escolas 59 56

Matrículas 6.580 7.213

Docentes 276 343

Fonte: IBGE.

O nível de Ensino Pré-escolar (Educação Infantil) corresponde à primeira etapa da Educação Básica e, em Parauapebas, no período compreendido entre 2005 e 2015 foi registrada uma redução na quantidade de escolas destinadas ao atendimento da demanda existente, muito embora, o número de matrículas tenha aumentado.

Tabela 13 – Ensino Fundamental

Indicadores 2005 2015

Escolas 55 68

Matrículas 22.687 41.521

Docentes 815 1.391

Fonte: IBGE.

O Ensino Fundamental tem caráter obrigatório para todas as crianças e jovens com idade entre 6 e 14 anos. A duração desta etapa é de nove anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa etária envolve de forma compartilhada os pais ou responsáveis; do Estado pela garantia de vagas nas escolas públicas; e, finalmente, da sociedade, por fazer valer a própria obrigatoriedade. Entre 2005 e 2015 a quantidade de matrículas cresceu 83%, ao passo que a quantidade de escolas e de docentes cresceram em taxas menores (23,6% e 70,7%, respectivamente).

Tabela 14 – Ensino Médio

Indicadores 2005 2015

Escolas 10 17

Matrículas 7.150 11.313

Docentes 207 302

Fonte: IBGE.

O Ensino Médio corresponde ao nível de ensino que antigamente era denominado de segundo grau. Este nível equivale à última fase da educação básica, cujo objetivo é aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, bem como preparar o estudante para o exame de admissão ao Ensino Superior. O curso técnico integrado ao Ensino Médio é oferecido a quem já concluiu o Ensino Fundamental. Este curso

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

65 65

garante tanto a formação do Ensino Médio quanto a Técnica Profissional. Entre 2005 e 2015, houve aumento tanto do número de escolas (70%), como de matrículas (58,2%) e de docentes (45,9%).

IDHM Educação

A seguir, serão apresentados dados integrantes do Atlas de Desenvolvimento Humano Municipal. Este documento registra para Parauapebas que, entre os anos 2000 e 2010, ocorreu a seguinte evolução, no que refere ao setor de Educação:

Crianças e Jovens

Proporções de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos indica a situação da educação entre a população em idade escolar do município e compõe o IDHM Educação. Em Parauapebas, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola é de 91,87%, em 2010. No mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do Ensino Fundamental é de 86,34%; a proporção de jovens de 15 a 17 anos com Ensino Fundamental completo é de 51,84%; e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com Ensino Médio completo é de 35,93%. Entre 1991 e 2010, essas proporções aumentaram, respectivamente, em 66,07 pontos percentuais, 67,98 pontos percentuais, 40,71 pontos percentuais e 26,78 pontos percentuais.

Em 2010, 83,43% da população de 6 a 17 anos do município estavam cursando o Ensino Básico regular com até dois anos de defasagem idade-série. Em 2000 eram 67,39% e, em 1991, 66,62%. Dos jovens adultos de 18 a 24 anos, 4,06% estavam cursando o ensino superior em 2010. Em 2000 eram 0,95% e, em 1991, 0,08%.

Expectativa de Anos de Estudo

O indicador Expectativa de Anos de Estudo também sintetiza a frequência escolar da população em idade escolar. Mais precisamente, indica o número de anos de estudo que uma criança que inicia a vida escolar no ano de referência deverá completar ao atingir a idade de 18 anos. Entre 2000 e 2010, ela passou de 8,11 anos para 9,26 anos, em Parauapebas, enquanto no Estado do Pará passou de 6,80 anos para 8,49 anos. Em 1991, a expectativa de anos de estudo era de 7,72 anos, em Parauapebas, e de 6,48 anos, no Pará.

População Adulta

Também compõe o IDHM Educação um indicador de escolaridade da população adulta, o percentual da população de 18 anos ou mais com o ensino fundamental completo. Esse indicador carrega uma grande inércia, em função do peso das gerações mais antigas, de menor escolaridade. Entre 2000 e 2010, esse percentual passou de 33,44% para 60,32%, em Parauapebas, e de 39,76% para 54,92%, no Estado do Pará. Em 1991, os percentuais eram de 30,56%, em Parauapebas, e 30,09%, no Pará. Em 2010, considerando-se a população municipal de 25 anos ou mais de idade, 10,90% eram analfabetos, 55,20% tinham o Ensino Fundamental completo, 36,86% possuíam o Ensino Médio completo e 5,73%, o Superior completo. No Brasil, esses percentuais são,

respectivamente, 11,82%, 50,75%, 35,83% e 11,27%.

4.3.3 Qualificação profissional

Para analisar o nível de qualificação profissional da população de Parauapebas, foram realizadas pesquisas em relação ao analfabetismo existente e a oferta de cursos

profissionalizantes.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

66 66

Analfabetismo

A educação em Parauapebas experimentou uma considerável evolução nos últimos 20 anos, perceptível pelo decréscimo das taxas de analfabetismo. Em 1991, 39,16% das crianças de 7 a 14 anos eram analfabetas; 13,58% dos jovens de 15 a 17 anos e 13,85% dos adultos de 18 a 24 anos também não possuíam alfabetização. Em 2000 essas taxas decresceram bastante, fenômeno resultante dos investimentos na área da educação, como se nota nas faixas etárias entre 7 e 14 anos (16,26%), entre 15 e 17 anos (6,79%), e dos adultos de 18 a 24 anos (7,31%). Essa redução continuou em 2010, com o índice de crianças (7 a 14 anos) caindo para 1,6%, o de jovens (15 a 18) para 0,7% e o de adultos (18 a 24) para 1,1%.

Para as pessoas de mais de 25 anos a taxa de analfabetismo está sendo reduzida, porém em velocidade menor que as demais faixas etárias. Em 1991, 24,56% dos habitantes com mais de 25 anos eram analfabetos, em 2000 esse número caiu para 19,95 %, e em 2010 para 7,2 %, que apesar de ainda ser uma quantidade considerável mostra a evolução do município na educação, conforme tabela a seguir.

Tabela 15 – Nível Educacional da População 1991, 2000 e 2010

Faixa etária (anos)

Taxa de analfabetismo (%)

1991 2000 2010

7 a 14 39,16 16,26 1,6

15 a 17 13,58 6,79 0,7

18 a 24 13,85 7,31 1,1

25 anos ou mais 24,56 19,95 7,2

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. N/D – Não Disponível.

Cursos profissionalizantes

Por meio de pesquisa no cadastro do e-MEC, foram identificadas nove instituições de Educação Superior:

• Centro Universitário de Parauapebas

• Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)

• Faculdade de Direito da Metropolitana

• Faculdade para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Fadesa)

• Universidade Pitágoras (Unopar)

• Faculdade Educacional da Lapa (Fael)

• Centro Universitário Internacional (Uninter)

• Faculdade Master de Parauapebas (Famap)

• Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA)

Além disso, Parauapebas conta com oferta de cursos técnicos profissionalizantes. No Senai são oferecidos cursos técnicos nas áreas de automação industrial, eletroeletrônica, logística, mecânica, mineração e segurança no trabalho. Enquanto no Senac, há cursos nas áreas de gestão, logística, educação ambiental e inovação.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

67 67

4.3.4 Índices Demográficos

No período 1991-2000, a população de Parauapebas teve uma taxa geométrica de crescimento de 3,32% a.a., passando de 53.335 habitantes em 1991 para 71.568 em 2000. A taxa de urbanização6 obteve crescimento expressivo nesse mesmo período de tempo, passando de 51,45% em 1991 para 82,80% em 2000. Observa-se que esse aumento de habitantes na área urbana refletiu na taxa de crescimento 7negativa de -7,93 da população rural. No último decênio, entre 2000 e 2010, Parauapebas apresentou uma alta taxa de crescimento de 7,96% a.a., alcançando os atuais 153.908 habitantes, respectivamente, segundo dados do último Censo Demográfico do IBGE. Já a taxa de urbanização obteve ligeiro crescimento no período, passando de 82,80% em 2000 para 90,11% em 2010.

Tabela 16 – População por Situação de Domicílio, 1991, 2000 e 2010

Parauapebas 1991 2000 2010 TGCA

1991-2000 TGCA

2000-2010

População Total: 53.335 71.568 153.908 3,32% 7,96%

Urbana: 27.443 59.260 138.690 8,93% 8,88%

Rural: 25.892 12.308 15.218 -7,93% 2,14%

Taxa de Urbanização: 51,45% 82,80% 90,11%

Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1999, 2000 e 2010. TGCA: Taxa geométrica de crescimento anual.

Composição por Sexo

Outro indicador utilizado para traçar o perfil populacional é a razão de sexos, que indica o número de homens para cada grupo de 100 mulheres. Quando o indicador se encontra acima de 100, há predominância de homens, e abaixo deste número, há predominância de mulheres.

De acordo com os dados obtidos pelo Censo Demográfico IBGE, em 1991, o município de Parauapebas tinha um contingente masculino maior que o feminino, quando o total

de homens representava 52,5% da população.

Essa diferença, porém, foi diminuindo ligeiramente com o passar dos anos, tanto que em 2000 e 2010 a população masculina e feminina apresentou registros equivalentes, com pequeno acréscimo na quantidade de homens, conforme gráfico a seguir.

6 Percentagem da população da área urbana em relação à população total 7 Taxa média geométrica de crescimento anual da população: Percentual de incremento médio anual da população residente em determinado espaço geográfico, no período considerado. As estimativas de crescimento da população são realizadas pelo método geométrico. Em termos técnicos, para se obter a taxa de crescimento (r), subtrai-se 1 da raiz enésima do quociente entre a população final (Pt) e a população no começo do período considerado (P0), multiplicando-se o resultado por 100, sendo "n" igual ao número

de anos no período: 𝑟 = [( √𝑃𝑡

𝑃0

𝑛) − 1] × 100 .

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

68 68

Distribuição Relativa da População por Sexo em Parauapebas

A proximidade entre a quantidade de homens e mulheres reflete no indicador de Razão de Sexo, que caiu significativamente nos últimos 20 anos, conforme tabela a seguir.

Tabela 17 – Razão de Sexo em Parauapebas, 1991, 2000 e 2010

Parauapebas 1991 2000 2010

Homens 27.982 36.269 77.893

Mulheres 25.353 35.299 76.015

Razão de Sexo 110,37 102,75 102,47

Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010.

Composição Etária

No que diz respeito ao perfil etário da população, Parauapebas contabilizava, na década de 90, grande número de jovens, contando com 22.909 habitantes menores de 15 anos de idade, o equivalente a 42,95% da sua população em 1991. Em 2000 e em 2010 o município passa a abarcar uma população em faixa etária propícia à produção, entre 15 e 64 anos de idade, e também vem aumentando o número de população acima dos 65 anos. No entanto, a razão de dependência do município apresenta índices muito elevados desde os anos 90, quando chegou a 78,41, revelando que a disponibilidade de mão de obra era proporcionalmente pequena para a sustentabilidade econômico-financeira da população. O descompasso na razão de dependência foi se abrandando ao longo de duas décadas, chegando a 67,97 em 2000, e caindo para 49,46 em 2010 (IBGE, 2010). O índice de envelhecimento, outro indicador da composição etária da população, representa a razão entre o número de pessoas de 65 anos ou mais de idade em relação ao número de pessoas de menos de 15 anos de idade. Valores elevados deste índice indicam que a transição demográfica se encontra em estágio avançado.

Em Parauapebas, este indicador tem apontado a participação crescente de idosos em relação aos jovens - passou de 2,32 em 1991 para 7,06 em 2010 - um fenômeno que reflete a redução dos níveis de fecundidade e o aumento da esperança de vida da população. Porém, os valores ainda são modestos, principalmente se comparados ao índice de envelhecimento do Estado do Pará (15,32) ou do país (30,66) para o ano de 2010. O detalhamento dos índices de envelhecimento e da razão de dependência de

Parauapebas é verificado na tabela a seguir.

Tabela 18 – Estrutura Etária, Razão de Dependência e Índice de envelhecimento (1991, 2000 e 2010)

Parauapebas 1991 % 2000 % 2010 %

Menos de 15 anos: 22.909 43,0 27.636 38,6 47.575 30,9

15 a 64 anos: 29.895 56,1 42.609 59,5 102.976 66,9

65 anos e mais: 531 1,0 1.325 1,9 3.357 2,2

Razão de Dependência: 78,41 - 67,97 - 49,46 -

Índice de Envelhecimento 2,32 - 4,79 - 7,06 -

Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

69 69

4.3.5 Situação Sanitária e de Saúde

Os estudos elaborados referentes à mortalidade têm por base a Classificação Internacional das Doenças (CID), elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta é composta por um número muito elevado de doenças, incluindo suas variantes e complicações. Sendo assim, o Diagnóstico de Saúde limita-se a analisar a situação e a tendência de alguns grandes grupos de causas de morbidade e mortalidade. O diagnóstico feito neste estudo trata da análise no que concerne à mortalidade e, para isso, um dos indicadores mais utilizados é o da proporção de óbitos por grupo de causa, em relação ao total dos óbitos ocorridos em dado período, que é conhecido como mortalidade proporcional por causa definida. Sob a mesma base teórica, ainda é analisado a distribuição percentual de internações por grupo de causas, conferindo assim em um diagnóstico mais detalhado e plausível à avaliação.

Quanto aos índices de morbidade em Parauapebas, a principal causa de internações refere-se naturalmente a complicações na gravidez, parto e puerpério, indicando um percentual de 36,45%; seguido de lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (18,35%) e doenças do aparelho digestivo (7,19%).

Na população com até 9 anos de idade a maior incidência de casos hospitalares é de algumas afecções originadas no período perinatal (29,52% do total dessa faixa etária), seguida de doenças ligadas ao aparelho respiratório (17,73%). Já na população acima de 50 anos verifica-se maior morbidade hospitalar devido às lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (17,15%) e às doenças do aparelho

circulatório (16,86%).

Óbitos mais frequentes estão ligados às causas externas de morbidade e mortalidade, doenças do aparelho respiratório e neoplasias (tumores), que somam 61,55% do total.

Cabe ressaltar que em Parauapebas o número de internações por doenças infecciosas e parasitárias atingiu 4,10% do total em 2016 (DATASUS), havendo maior incidência em pessoas menores de 1 ano. A contribuição das doenças infecciosas e parasitárias para o total de óbitos registrados em 2014 é de 4,54%, atingido principalmente adultos entre 30 e 39 anos e a faixa etária de 70 a 79 anos.

Tabela 19 – Distribuição Percentual das Internações e Mortes por Grupo de Causas

Distribuição Percentual das Internações/Grupo de Causas 2016*

Mortalidade Proporcional /Grupo de Causas 2014**

Causa % Causa %

Gravidez parto e puerpério 36,45% Causas externas de morbidade e mortalidade

33,64%

Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas

18,35% Doenças do aparelho circulatório

20,29%

Doenças do aparelho respiratório 7,19% Neoplasias (tumores) 7,61%

Doenças do aparelho digestivo 6,57% Doenças do aparelho respiratório

6,28%

Doenças do aparelho circulatório 4,55% Algumas afecções originadas no período perinatal

5,47%

Algumas afecções originadas no período perinatal

4,10% Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas

4,67%

Outros 22,78% Demais causas definidas 22,03%

Fonte: * Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Acesso em janeiro, 2017. ** MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Acesso em janeiro, 2017.

Um dos indicadores síntese da situação da saúde e bem-estar da população encontra-se expresso no Coeficiente de Mortalidade Infantil, representado pelo número de óbitos

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

70 70

infantis (crianças até 1 ano de idade) por mil nascidos vivos. Com este indicador é possível, dentre outras conclusões, obter pistas para a qualidade de vida, saneamento e saúde dos habitantes de certa região. A OMS estabelece que os níveis máximos aceitáveis para este indicador estejam entre 6 e 7.

Entre os anos de 1991 e 2000, a taxa de mortalidade infantil teve uma ligeira queda em Parauapebas, passando de 42,6 por mil nascidos vivos em 1991 para 32,3 em 2000. Em 2010 este índice reduziu bastante, chegando a 17,4 por mil nascidos vivos, mostrando que houve uma melhoria significativa neste indicador.

Parauapebas apresenta índice reduzido quando comparado com os valores do estado do Pará (20,3 por mil nascidos vivos em 2010) e com os padrões estabelecidos pelas autoridades internacionais – segundo as metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, a mortalidade infantil no país deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015. Comparativamente, o Brasil atingiu em 2010 o valor de 16,7

mortos a cada mil nascidos vivos.

Entretanto, deve-se tomar o cuidado de observar o indicador ao longo dos anos e, principalmente, quando a localidade ou região estudada apresentar um pequeno contingente populacional, o que pode extrapolar os índices mesmo quando há poucos casos desta natureza. O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) observa em seus estudos sobre desenvolvimento humano, outros dois indicadores de saúde e bem-estar: a esperança de vida ao nascer e a taxa de fecundidade. O primeiro apoia-se na expectativa de anos de vida do indivíduo a partir do seu nascimento e o

segundo o número médio de filhos por mulher.

Em Parauapebas, a esperança de vida ao nascer aumentou 7,9 anos nas últimas duas décadas, passando de 65,7 anos em 1991 para 68,6 anos em 2000, e para 73,6 anos em 2010. Comparativamente, em 2010 a esperança de vida ao nascer média para o

Estado do Pará era de 72,4 anos e, para o país, de 73,9 anos.

Já a fecundidade caiu bastante no município, passando de 3,6 em 1991 para 3,3 filhos por mulher no ano 2000 e, finalmente, para 2,6 em 2010.

Tabela 20 – Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade (1991, 2000 e 2010)

Indicador Parauapebas Estado do Pará

1991 2000 2010 1991 2000 2010

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1.000 nascidos vivos)

42,6 32,3 17,4 52,6 33,1 20,3

Esperança de vida ao nascer (anos)

65,7 68,6 73,6 63,4 68,5 72,4

Taxa de Fecundidade Total (filhos por mulher)

3,6 3,3 2,6 4,2 3,2 2,5

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.

4.3.6 Fontes de Renda

Os dados e informações sobre a economia, apresentados a seguir, demonstram o tamanho e a dinâmica do setor produtivo em Parauapebas, ao longo de um período de tempo. Os dados de produção são provenientes do IBGE com valores corrigidos, sempre que necessário pelo IGP-M da Fundação Getúlio Vargas para se formar uma base comparativa de informações. São também abordadas as produtividades e poder de produção dos municípios no que tange a mão de obra disponível, a potencialidade econômica e a renda gerada. Por fim, são observadas as interdependências econômicas da administração pública, contrabalançando os repasses financeiros, os

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

71 71

investimentos públicos e o poderio produtivo e de contratação dos municípios

estudados.

Porte, Dinâmica e Setores Econômicos

A economia de Parauapebas fundamenta-se, sobretudo, no setor secundário, com 75,91% de participação na formação do Produto Interno Bruto (2013), reforçando a influência da indústria de mineração e, sobretudo, da Vale. Em 2000, essa dependência era maior ainda, com quase 80% da economia baseada na indústria. O setor terciário, por sua vez, representa 16,25%, enquanto que a participação do primário é irrisória no município, abaixo de 1% do PIB total de 2013. Vale destacar o baixo percentual da administração pública em Parauapebas, a participação em 2013 foi de 3,54% - sendo um indicador da mínima dependência da máquina pública na economia local. Observa-se que o PIB vem crescendo anualmente a uma importante taxa: 12,69% a.a. No período 2000-2013, o setor primário foi o que mais cresceu com 13,67% a.a. Apesar disso, como vimos, sua participação é bem modesta na economia local. A arrecadação de impostos no município de Parauapebas apresentou aumento significativo,

contabilizando 20,69% de crescimento anual.

Com montantes expressivos tanto do PIB total (mais de R$ 20 bilhões), quanto do PIB per capita (superior a R$ 100 mil), Parauapebas se destaca no cenário estadual. É o segundo município com a maior participação (16,8%) na produção econômica do Pará, perdendo apenas para a capital Belém. E ocupa a segunda posição no ranking dos maiores PIB per capita, atrás de Canaã dos Carajás, que registrou quase R$119 mil por pessoa em 2013, de acordo a pesquisa da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (FAPESPA). A tabela a seguir apresenta os dados do PIB total,

setorial e respectivas participações para o município de Parauapebas.

Tabela 21 – PIB Total, Setorial, Percentual de Participação e Taxa Geométrica de Crescimento Anual 2000-2013

Parauapebas 2013 Participação

PIB Total 2000*

Participação PIB Total

TGCA 2000-2013

PIB Total R$ 20.263.414.736,00 - R$ 4.287.106.036,70 - 12,69

%

PIB Setor Primário

R$ 147.766.556,00 0,73% R$ 27.951.682,20 0,65% 13,67

%

PIB Setor Secundário

R$ 15.381.781.448,00 75,91% R$ 3.425.709.801,80 79,91% 12,25

%

PIB Setor Terciário

R$ 3.293.436.737,00 16,25% R$ 770.820.522,89 17,98% 11,82

%

Administração Pública**

R$ 718.216.960,00 3,54% R$ 157.489.023,11 3,67% 12,38

%

Impostos R$ 722.213.035,00 3,56% R$ 62.624.029,81 1,46% 20,69

%

PIB Per Capita R$ 114.753,57 - R$ 59.902,55 - 5,13%

Fonte: IBGE, Produto Interno Bruto dos Municípios, 2000 e 2013. *Valores corrigidos pelo IGP-M (FGV) para ano 2013 (in. Banco Central do Brasil/Calculadora do Cidadão, 2016). **Os valores de administração pública também estão contemplados na contabilização do PIB para o setor terciário da economia.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

72 72

Oferta de Trabalho, Emprego e Renda

Os empregos em Parauapebas concentram-se basicamente no setor terciário, com 29.392 postos de trabalho no município (2015), equivalendo a 60% do total dos empregos. A maior parte da mão de obra do setor terciário é alocada no Comércio e Serviços (69,5%) e os 30,45% empregos restantes se concentram na Administração Pública. O setor primário, baseado praticamente na extração mineral, também emprega uma parte importante dos moradores de Parauapebas, representando 22,7% do total de oportunidades geradas. No total são 48.991 postos de trabalho distribuídos por 2.706 estabelecimentos, conforme tabelas a seguir, que apresentam dados do Ministério do Trabalho e Emprego, com informações a respeito do emprego formal e número de estabelecimentos para o ano de 2015, evidenciando essa situação.

Tabela 22 – Empregos por Setor em Parauapebas

Extrativa Mineral

Indústria de Trans.

Serviços Industriais

de Utilidade Pública

Construção Civil

Comércio Serviços Admin. Pública

Agropecuária, Extração

Vegetal, Caça e Pesca

Total

10.959 2.493 42 5.924 9.263 11.179 8.950 181 48.991

Fonte: Ministério de Trabalho e Emprego – RAIS, 2015.

Tabela 23 – Empresas por Setor em Parauapebas

Extrativa Mineral

Indústria de Trans.

Serviços Industriais

de Utilidade Pública

Construção Civil

Comércio Serviços Admin. Pública

Agropecuária, Extração

Vegetal, Caça e Pesca

Total

9 166 6 207 1.294 932 3 89 2.706

Fonte: Ministério de Trabalho e Emprego – RAIS, 2015.

Já em relação aos índices de desenvolvimento humano, observa-se que a renda média obteve um ligeiro crescimento na década de 1990-2000. Em 1991 a renda per capita média era de R$ 392,48, passando em 2000 para R$ 444,97, com uma taxa média anual de crescimento de 1,40%% nesses anos. Porém, entre 2000 e 2010 a renda domiciliar cresceu um pouco mais, passando para R$ 627,61, ou seja, uma taxa média anual de 3,50%% em relação a 2000 de acordo com os dados do IPEA. A renda média per capita de Parauapebas pode ser considerada satisfatória, se comparada com a do Estado do Pará, de apenas R$ 446,76. No entanto, está abaixo da média nacional (R$ 793,87).

Por sua vez, a pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 255,00, equivalente à metade do salário mínimo – R$ 510,00 - vigente em agosto de 2010) diminuiu significativamente nos últimos 20 anos, apesar do aumento registrado no período 1991-2000, quando o índice passou de 36,32% para 37,34%. Foi na última década que esse índice sofreu uma queda importante, chegando a 13,17% em 2010. Nesse indicador, Parauapebas se destaca positivamente tanto em relação ao Pará – onde o percentual de pobres é de 32,33% - quanto ao Brasil (15,20%). A desigualdade social - demonstrada pelo Índice de Gini - seguiu o movimento do índice de pobreza, crescendo de 0,59 em 1991 para 0,65 em 2000 e recuando depois para 0,53 em 2010.

Apesar da redução ao longo dos 20 anos, os valores do indicador de distribuição da renda medido pelo PNUD ainda são expressivos, principalmente se analisarmos a metodologia de aferição do Índice de Gini, que estabelece que quanto mais próximo de zero mais equacionada será a distribuição dos rendimentos na região, e, ao contrário, quanto mais próximo de 1, maior concentração de ganhos em um número menor das

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

73 73

pessoas. A tabela a seguir apresenta os indicadores de renda, pobreza e desigualdade

de Parauapebas.

Tabela 24 – Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991, 2000 e 2010

Parauapebas Ano

1991 2000 2010

Renda per capita Média (R$ de 2010*) 392,48 444,97 627,61

Proporção de Pobres (%) 36,32 37,34 13,17

Índice de Gini 0,59 0,65 0,53

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013. *Valor corrigido pelo IGP-M (FGV) para ano 2010 (in. Banco Central do Brasil/Calculadora do Cidadão, 2017).

Conforme apresentado no Capítulo do Meio Biótico, as práticas alternativas para subsistência no município concentram-se na área da Flona. A área urbanizada não contempla de forma representativa atividades de subsistência. A caça e a pesca não são expressivas do ponto de vista de alimentação básica de famílias ou comércio. Dentre as atividades ligadas ao extrativismo na área da Flona, são identificados o jaborandi e o açaí como destaque.

Cabe destaque para atividades com artesanato que recebem incentivos da Prefeitura,

em especial ceramista, voltados à preservação da cultura.

4.3.7 Uso e Ocupação do Solo na Área de Influência

Na área de influência do PROSAP, que totaliza pouco mais de 10 mil e seiscentos hectares, predomina a tipologia campo antrópico (33,95%), sendo que os maiores

fragmentos se concentram na porção leste e sul.

A área predominantemente residencial também é bastante significativa, representando 31,21%. Em sua maioria é formada por residências térreas (das quais boa parte composta de habitações subnormais), sendo uma mancha dispersa por toda a área de

influência.

Já a área relativa a loteamentos em processo de adensamento equivale a 3,46% do total, correspondente a fragmentos sem concentração específica em uma porção da cidade.

A vegetação de porte arbóreo, que ocupa 10,84% da área de influência, concentra-se principalmente em 2 fragmentos, sendo um situado junto da margem direita do Rio Parauapebas (entre os igarapés Chácara das Estrelas e Lajeado) e o outro na região das nascentes do Igarapé Ilha do Coco.

O tipo predominantemente comercial e serviços se apresenta como fragmentos longitudinais em torno dos viários principais (Avenidas Faruk Salmen e dos Ipês, Rodovias PA-275 e PA-160), ocupando 4,96% da área de influência.

O vazio urbano representa 4,82%, estando distribuído em fragmentos junto das áreas

residenciais, espalhados por toda a Área de Influência.

Outros usos ocupam fragmentos minoritários, conforme pode ser visto na tabela a seguir.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

74 74

Tabela 25 – Uso e Ocupação do Solo na Área de Influência

Classes Área (m²) Área (hectares) %

Campo antrópico 36.016.674,31 3.601,67 33,95%

Predominantemente Residencial

33.110.531,16 3.311,05 31,21%

Vegetação de porte arbóreo

11.499.053,67 1.149,91 10,84%

Vegetação predominantemente

herbácea em áreas úmidas 6.660.819,48 666,08 6,28%

Predominantemente Comercial e Serviços

5.263.576,46 526,36 4,96%

Vazio urbano 5.113.108,13 511,31 4,82%

Expansão urbana 3.671.009,29 367,10 3,46%

Corpo d'água 2.272.924,38 227,29 2,14%

Predominantemente Industrial

1.435.069,73 143,51 1,35%

Equipamento urbano 800.628,36 80,06 0,75%

Mineração 258.457,69 25,85 0,24%

Total Geral 106.101.852,66 10.610,19 100,00%

Fonte: Equipe técnica, 2017.

A seguir é apresentada a figura do Uso e Ocupação do Solo da Área de Influência do PROSAP.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

75 75

Figura 23 – Uso e Ocupação do Solo

Fonte: IBGE, 2015; Google Earth Pro, 2016.

O Anexo 10 ilustra com mais detalhes o uso do solo.

4.3.8 Infraestrutura urbana e de serviços

De acordo com os arquivos enviados pela Prefeitura Municipal de Parauapebas, há 23 escolas e 1 hospital municipal, que foram mapeados e podem ser vistos na figura a

seguir.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

76 76

Figura 24 – Equipamentos Urbanos

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; Google Earth Pro, 2016.

O Anexo 11 ilustra com mais detalhes essa infraestrutura.

Infraestrutura de Transporte e Mobilidade

Localizada na porção sudeste do Pará, Parauapebas está a 530 km da capital do estado (Belém). O município conta com duas rodovias estaduais principais.

A PA-275 corta o município no sentido oeste-leste, integrando a área urbana até a mineração da Vale (localizada na porção oeste), além de garantir o acesso à rodovia BR-155, responsável pela ligação viária no sentido norte-sul do estado.

Já a PA-160 atravessa a área urbanizada no sentido norte-sul, se estendendo até o

município Canaã dos Carajás.

Parauapebas conta também com uma ferrovia para transporte de carga - a Estrada de Ferro Carajás (EFC) - construída para transportar o minério extraído das jazidas da Vale. A linha férrea vai até São Luís, capital do Maranhão.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

77 77

O município também tem um aeroporto, que segundo a Infraero tem uma capacidade

de 300 mil passageiros/ano.

Figura 25 – Infraestrutura de transportes

Fonte: IBGE, 2015.

Infraestrutura em Sistemas de Comunicação

Em termos de cobertura de serviços de telecomunicações, existe em Parauapebas uma densidade de telefones públicos (TUP) de 3,61 para cada 1.000 habitantes, e um total de 6.959 acessos fixos instalados, ofertando uma média de um acesso para cada 28,20 habitantes, conforme tabela a seguir.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

78 78

Tabela 26 – Cobertura por Telefonia Ofertada em Parauapebas, 2016

Município Localidades Atendidas

Acesso Fixo

Instalado

Média de acesso a

telefones fixos (hab./acesso)

Telefones de Uso Público (TUP)

Densidade TUP/1000

hab.

Parauapebas 12 6.959 28,20 709 3,61

Fonte: ANATEL, dezembro 2016.

Segundo dados da ANATEL, existem em Parauapebas 139 Estações Rádio Base (ERB), ou seja, antenas de telefonia móvel, das empresas Claro S.A., Oi Móvel S.A., Telefônica Brasil S.A., TIM Celular S.A., e NEXTEL Telecomunicações Ltda. Também foi detectada a presença de sinal de internet no município e conexão 3G.

Infraestrutura de Energia

A energia consumida em Parauapebas é gerada na usina hidrelétrica de Tucuruí, que, ao lado da Curuá-Uma, é responsável pelo abastecimento do estado do Pará. O sistema de distribuição de energia elétrica de Parauapebas é efetuado pela concessionária Centrais Elétricas do Pará (Celpa), que atende todos os 144 municípios paraenses, por meio de cinco regionais (Norte, Nordeste, Sul, Oeste e Centro Oeste), com sedes em Belém, Castanhal, Marabá, Santarém e Altamira, respectivamente. Parauapebas integra a regional Sul.

Parauapebas ainda conta com uma usina termoelétrica, chamada Shopping Parauapebas, que funciona a base de óleo diesel e está localizada na porção leste do

município.

Duas linhas de transmissão, com tensão de 230 kV, atravessam Parauapebas: uma no sentido norte-sul e outra abrangendo uma pequena área no extremo nordeste.

Já em relação ao sistema energético baseado em petróleo e derivados, não foi identificada nenhuma infraestrutura, como gasodutos e blocos de exploração, no município de Parauapebas.

Parauapebas apresenta 99,63% de cobertura de energia, sendo que dos 42.726 domicílios, 42.570 já possuem iluminação.

Em termos absolutos, o município tem seu maior consumo voltado à classe residencial (115.989 MW/h Jumirim), com mais da metade do consumo total: 52,44%.

No período entre 2010 e 2010 houve um aumento considerável em todos os setores, tanto no consumo (de quase 90%), quanto no número de consumidores, em torno de 75%. Em termos percentuais, porém, os setores residencial e industrial apresentaram um ligeiro recuo, passando de 53,40% para 52,44% e 5,89% para 4,12%, respectivamente, conforme tabela a seguir.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

79 79

Tabela 27 – Participação dos Setores no Consumo de Energia Elétrica em Parauapebas

Parauapebas

CLASSE 2010 2011 2012 2013 2014

Residencial

Consumo (MWh) 63.173 71.504 81.297 97.618 115.989

N° consumidores 35.282 41.431 45.968 55.590 63.257

Consumo médio 1,79 1,73 1,77 1,76 1,83

Comercial

Consumo (MWh) 29.787 33.756 41.346 50.268 56.159

N° consumidores 2.322 2.639 2.958 3.493 3.759

Consumo médio 12,83 12,79 13,98 14,39 14,94

Industrial

Consumo (MWh) 6.970 9.095 10.049 9.998 9.105

N° consumidores 84 84 88 93 97

Consumo médio 82,98 108,27 114,19 107,51 93,87

Outros

Consumo (MWh) 18.362 19.543 23.624 32.817 39.925

N° consumidores 2.665 2.691 2.670 2.736 2.804

Consumo médio 6,89 7,26 8,85 11,99 14,24

Total

Consumo (MWh) 118.291 133.898 156.317 190.701 221.178

Nº consumidores 40.353 46.845 51.684 61.912 69.917

Consumo médio 2,93 2,86 3,02 3,08 3,16

Fonte: Fapespa, 2016.

4.3.9 Patrimônio histórico-cultural

Este subitem tem por objetivo identificar e caracterizar o patrimônio arqueológico, histórico, artístico e cultural presente em Parauapebas. Para isso, foi realizado um levantamento de dados secundários por meio de pesquisas bibliográficas e coleta de dados no órgão oficial de preservação do patrimônio: o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Segundo pesquisa realizada no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do IPHAN, Parauapebas tem 142 sítios arqueológicos, com uma concentração de sítios georreferenciados dentro da Floresta Nacional de Carajás. Há apenas um sítio localizado próximo à área urbana, detalhado a seguir.

• Parauapebas 33: sítio cerâmico à céu aberto, distante 40 m de um igarapé desconhecido. Foi encontrado a partir de estudos de prospecções arqueológicas para o programa de Arqueologia Preventiva na Área de Intervenção da Mineração Onça Puma e Linha de Transmissão Associada, Sudeste do Pará. O grau de intensidade do sítio foi

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

80 80

determinado pela arqueóloga pesquisadora entre 25% e 75%, no qual os fatores de

destruição apontados identificam as atividades agrícolas.

Também foi feito um levantamento dos bens culturais tombados pelo órgão em Parauapebas, porém não foi encontrado nenhum registro.

De acordo com o site da Secretaria Municipal de Cultura (SECULT), há um Conselho Municipal de Politicas Culturais (CMPC) e um Fundo Municipal de Cultura em Parauapebas.

Entre as políticas públicas culturais municipais, destacam-se Fórum de Cultura Junina, Festival de Dança, Semana da Cultura, Festival de Cinema (Curta Carajás), Projeto Cultura em Movimento (Ponto de Culturas nos Distritos Administrativos), CIA Municipal de Dança, Editais de Incentivo e Fomento Cultural, II Conferência Municipal de Cultura. Além disso, em 2010, foi criada a Escola de Música “Maestro Waldemar Henrique” em Parauapebas.

Parauapebas conta com uma Biblioteca Municipal na área urbana do município, próxima à Rodovia PA-275.

O município não tem secretaria de turismo e, de acordo com pesquisas em sites de busca, a atividade turística não é muito expressiva, ficando restrita ao Parque

Zoobotânico Vale e a Floresta Nacional de Carajás.

Com relação às populações tradicionais, verificou-se que há a Terra Indígena Xikrin do Rio Catete, na porção oeste do município. Não foram identificadas comunidades quilombolas, segundo pesquisa na Fundação Cultural Palmares (FCP).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

81 81

Figura 26 – Patrimônio histórico-cultural

Fonte: IBGE, 2015; PMP, 2017; IPHAN, 2016; Funai, 2016.

4.3.10 Organização Sociopolítica

No município de Parauapebas pode observar-se a presença de várias organizações

sociais, como associações, ONGs e sindicatos, destacando as seguintes:

• Associação Comercial e Industrial;

• Associação das mulheres de Parauapebas;

• Associação de Imprensa e Comunicação de Parauapebas;

• Associação de médicos de Parauapebas;

• Associação de moradores do Bairro da Paz;

• Associação de pequenos produtores do Projeto Assentamento Itacaiúnas;

• Associação de pequenos produtores rurais Assentamento Casa Branca;

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

82 82

• Associação de Planejamento Global do Assentamento Rio Branco;

• Associação de produtores rurais da Paulo Fonteles;

• Associação de produtores rurais da Vila Palmares I;

• Associação de produtores rurais da Vila Palmares I;

• Associação de produtores rurais do Itacaiúnas – Açu e região da Gameleira;

• Associação de produtores rurais na agricultura familiar Vale da Liberdade;

• Associação do Assentamento Onalício Barros;

• Associação do Assentamento Santo Antônio;

• Associação do Bairro Nova Vida II;

• Associação dos carroceiros de Parauapebas;

• Associação dos ferroviários de Parauapebas;

• Associação dos frentistas de Parauapebas;

• Associação dos Moradores da Chácara das Nuvens;

• Associação dos moradores do bairro Altamira;

• Associação dos moradores do bairro Betânia;

• Associação dos moradores do Bairro Guanabara;

• Associação dos moradores do bairro Liberdade;

• Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Acampamento Nova Esperança;

• Associação dos pequenos produtores rurais do Assentamento Nova Itaperuna;

• Associação dos Pequenos Trabalhadores Rurais do Alto Bonito do Itacaiunas;

• Associação dos produtores rurais da agricultura familiar da Palmares II;

• Associação dos produtores rurais da Colônia Cedere I;

• Associação dos produtores Rurais do Assentamento de Palmares Sul;

• Associação dos sem-teto de Parauapebas;

• Associação dos trabalhadores desempregados de Parauapebas sul-sudeste do Pará;

• Associação dos trabalhadores rurais da Santa Maria do Itacaiúnas;

• Associação médica de Parauapebas;

• Associação Sonho do Lar;

• Clube das mães do bairro Jardim Novo Horizonte;

• Clube de Mães do Bairro Betânia;

• Clube dos Servidores Públicos de Parauapebas;

• Clube Esportivo Beira Rio;

• Cooperativa agrária de produção e comercialização do Itacaiúnas – Açu;

• Cooperativa da indústria de movelaria e serradores de Parauapebas;

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

83 83

• Cooperativa de Reciclagem Ambiental e Social de Parauapebas;

• Cooperativa dos Produtores de Alimentos de Palmares II;

• Cooperativa mista de transporte alternativo e turismo de Parauapebas;

• Cooperativa mista dos produtores de alimentação e artesanato de Serra Pelada e região Ltda.;

• Cooperativa mista dos produtores rurais da região de Carajás;

• Equipe de educação popular de Parauapebas;

• Fundação Vale;

• Grêmio Esporte Ferroviário;

• Grupo de escoteiros Mata Verde – 27º PA;

• Rotary Club de Parauapebas;

• Sindicato de Trânsito e Transporte de Parauapebas;

• Sindicato dos produtores rurais de Parauapebas;

• Sindicato dos Produtores Rurais de Parauapebas;

• Sindicato dos trabalhadores da indústria na construção leve e pesada de Parauapebas;

• Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública

• Sindicato dos trabalhadores em saúde pública;

• Sindicato dos trabalhadores do turismo e hospedagem de Parauapebas.

5 DIAGNÓSTICO DA INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO BÁSICO

Na Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007 são estabelecidas as diretrizes nacionais para o saneamento básico, que é constituído pelos serviços de abastecimento de água, de esgotamento sanitário, de drenagem e manejo das águas pluviais e de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Já de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito "sanitation"8 (ou saneamento básico) diz respeito "à provisão de instalações e serviços para a coleta e descarte seguros de esgoto, além de se referir também à manutenção de condições básicas de higiene, através da provisão de serviços de coleta de lixo, fornecimento de

água potável e descarte de águas residuais".

Cabe aqui diferenciar "saneamento básico" de "saneamento ambiental": este último pode ser definido como o conjunto de ações socioeconômicas cuja finalidade é o alcance de um ambiente capaz de prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e de promover condições favoráveis à saúde da população urbana e rural (salubridade ambiental). Já o primeiro refere-se à acessibilidade aos serviços (rede de água potável, rede de esgotos e de coleta de resíduos sólidos).

8 "Sanitation generally refers to the provision of facilities and services for the safe disposal of human urine and faeces. Inadequate sanitation is a major cause of disease world-wide and improving sanitation is known to have a significant beneficial impact on health both in households and across communities. The word 'sanitation' also refers to the maintenance of hygienic conditions, through services such as garbage collection and wastewater disposal." Disponível em: http://www.who.int/topics/sanitation/en/

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

84 84

Portanto o "saneamento ambiental" abrange o "saneamento básico", mas vai além: abrange também questões de qualidade de água, ar e solo, destinação dos resíduos sólidos etc.

Ressalta-se que o escopo do presente capítulo é realizar a caracterização analítica da situação atual dos sistemas de infraestrutura e saneamento básico do município de Parauapebas, tendo em mente a importância socioambiental e econômica do saneamento básico como fator de elevação da qualidade de vida da população e até mesmo de economia de recursos no médio e longo prazos, visto que a cada R$ 1 investido em saneamento básico, economiza-se R$ 4 em custos no sistema de saúde9.

A Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007 está definido que cabe ao titular dos serviços elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), atualmente em fase final de elaboração.

5.1 Situação dos serviços de abastecimento de água potável

Parauapebas conta com os serviços de uma autarquia para a provisão dos serviços de abastecimento de água: o SAAEP - Serviço Autônomo de Abastecimento de Água e Esgoto de Parauapebas), administrada indiretamente pela Prefeitura Municipal, cujo objetivo é promover os serviços de captação, tratamento e distribuição de água potável para a população do município, além da promoção dos serviços de coleta e tratamento de esgoto.

O SAAEP gerencia quatro Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) com captação de água executada em manancial superficial, além de sistemas isolados que utilizam captação de água em manancial subterrâneo, sendo que a produção de água bruta é de aproximadamente 670 litros por segundo. Entretanto, nas áreas não atendidas e/ou com deficiências no abastecimento de água (intermitência e pressões reduzidas) o abastecimento é feito com carros pipas, ou através de soluções alternativas, como o

aproveitamento de água de nascentes, rios, açudes, lagos, igarapés, etc.10.

Os SAAs isolados do município de Parauapebas constituem-se de unidades de captação de água bruta (31), reservação (reservatório apoiado e ou elevado, elevatória de água) e rede de distribuição de água, tendo, ainda desinfecção simples da água

(aplicação de cloro)11.

A figura a seguir apresenta um esquema do funcionamento do abastecimento de água em Parauapebas para os casos da população atendida pela água tratada nas ETA’s e para o caso dos sistemas isolados.

9 http://bit.ly/2qwoVAM 10PMSB de Parauapebas (2014). 11PMSB de Parauapebas (2014).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

85 85

Figura 27 – Sistema de abastecimento de água do município de Parauapebas

Fonte: PMSB de Parauapebas, 2014.

A seguir, são apresentados alguns registros fotográficos relativos à rede de abastecimento de água em Parauapebas feitos em maio de 2017.

Foto 11 – Estruturas de abastecimento de água

Captação “1” de água bruta no rio Parauapebas, sendo que das 4 bombas, uma fica em repouso para substituir

outra em caso de falha do equipamento.

Captação “2” de água bruta no rio Parauapebas, situada à jusante da Captação “1”. Das 2 bombas, uma fica em

repouso para substituir outra em caso de falha do equipamento.

Estruturas da ETA 1.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

86 86

Obras de ampliação das estruturas físicas da ETA 1. ETA 2: Unidades de filtração

ETA 2: Unidades de filtração ETA 2: Caixa de armazenamento da água tratada.

Vista da Torre de Carga, estrutura integrante da estação

elevatória. Exemplo de poço de captação isolado no Loteamento

Cidade Jardim. Fonte: Equipe técnica, 2017

5.1.1 Qualidade das águas

O SAAEP informa em seu site oficial12 que realiza diariamente análises laboratoriais na água tratada pelas quatro Estações de Tratamento de Água (ETA’s), com base na Portaria do Ministério da Saúde - MS - nº 2914/2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Dentre os parâmetros monitorados, os principais são: cor, turbidez, pH e cloro residual. O SAAEP informa que a água fornecida se encontra dentro dos limites e faixas estabelecidos na Portaria citada, ao menos para os principais parâmetros citados.

As figuras a seguir apresentam montagens com outros registros fotográficos das ETA’s

1 e 2:

12 http://www.saaep.com.br/relatorios/

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

87 87

Foto 12 – Unidades da ETA 1 - Convencional

Fonte: PMSB de Parauapebas, 2014.

Foto 13 – Unidades da ETA 2 - Compacta

Fonte: PMSB de Parauapebas, 2014.

A seguir, serão apresentados diversos dados a respeito do serviço de abastecimento de água potável em Parauapebas.

5.1.2 Cobertura do serviço de água potável

Com base em informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS13), constata-se a evolução do percentual da população atendida com abastecimento de água no município de Parauapebas.

13 http://www.snis.gov.br/. Cabe observar que os dados de 2015 não foram enviados pelo SAAEP. Por esta razão, não constam das tabelas apresentadas ao longo do relatório cuja fonte é o SNIS. Ressalta-se que

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

88 88

Tabela 28 – População total atendida com rede de abastecimento de água (%): 2008 a 2014

Ano População

Total

% da População Total atendida com Abastecimento de

água

% da População Urbana atendida

com Abastecimento de água

% da População Rural atendida com Abastecimento de

água

2008 145.326 63,5 65,94

2009 152.777 67,1 69,86 41,0

2010 153.908 66,6 66,43 48,6

2011 160.229 70,1 68,08 65,6

2012 166.342 79,9 67,35

2013 176.582 75,9 77,3

2014 183.352 77,5 81,71

Fonte: SNIS (Série Histórica).

Através da análise da tabela anterior é possível notar uma tendência de aumento da cobertura do serviço de abastecimento de água em Parauapebas, chegando em 2014 a um percentual de 77,5%. Este valor é inferior à média nacional de 2014 (85,4%)14. A tabela também apresenta os percentuais de atendimento da população urbana de Parauapebas (cerca de 80%), onde consta que em 2014, 81,71% da população urbana estava coberta pelo fornecimento de rede de abastecimento de água potável.

Já para a população rural, apesar de não haver dados disponíveis entre 2012 e 2014, consta no Plano Municipal de Saneamento Básico de Parauapebas (PMSBP) que o abastecimento de água das áreas rurais é feito através da exploração de poços.

Cabe destacar que o elevado crescimento vegetativo de Parauapebas (4,8% entre 2008 e 201415) é um fator que dificulta a universalização da cobertura desse serviço essencial, posto que a implantação de redes de abastecimento de água potável demanda obras que dificilmente são executadas no mesmo ritmo de crescimento do município. A figura a seguir apresenta as áreas urbanas com e sem abastecimento público de água, onde é possível constatar que há ainda grandes áreas não atendidas pelo serviço de abastecimento de água, e as áreas cobertas pelas ETA’s são bastante restritas.

as informações do SNIS são resultado de questionários enviados a cada uma das prefeituras, que os reencaminha aos órgãos responsáveis pelos serviços de saneamento para que sejam respondidos. 14 Gráfico 36 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2014, disponível em: http://bit.ly/PNAD_2014 15 Segundo dados do IBGE.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

89 89

Figura 28 – Formas de abastecimento de água no município de Parauapebas

Fonte: PMSB de Parauapebas, 2014.

5.1.3 Regularidade e frequência do fornecimento de água

O consumo médio per capita de água em Parauapebas é apresentado na tabela a seguir, onde é possível constatar que os valores variaram bastante entre 2008 e 2014, sendo que a partir de 2011 o consumo médio per capita foi inferior ao consumo médio per capita brasileiro, ao contrário dos três anos anteriores. Destaca-se que nos anos de 2011 e 2012, o consumo médio per capita foi inferior inclusive à quantidade diária per capita recomendada pela OMS.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

90 90

Tabela 29 – Consumo médio de água per capita em Parauapebas e no Brasil – 2008 a 2014

Ano Consumo médio per

capita de água Parauapebas (L/hab/dia)

Consumo médio per capita de água

Brasil (L/hab/dia)

Quantidade diária de água recomendada pela OMS

(L/hab/dia)

2008 283,9 151,2 110

2009 241,9 148,5 110

2010 256,6 159 110

2011 95,5 162,6 110

2012 108,4 167,5 110

2013 120,05 166,3 110

2014 155,85 162,1 110

Fonte: SNIS (Série Histórica).

A tabela a seguir apresenta os índices de atendimento urbano de água16 entre 2008 e 2014, onde é possível constatar a evolução do índice no período considerado. O valor de 2014 (81,71%) encontra-se abaixo da média nacional, que é de 93,2 No entanto, conforme afirmado anteriormente, as elevadas taxas de crescimento vegetativo de Parauapebas dificultam a universalização dos serviços de saneamento.

Tabela 30 – Índice de atendimento urbano de água – 2008 a 2014

Ano Índice de Atendimento Urbano de Água (%)*

2008 65,9

2009 69,8

2010 66,4

2011 68,1

2012 67,4

2013 77,3

2014 81,71

Fonte: SNIS (Série Histórica).

A análise da tabela a seguir permite constatar que o volume de água produzido que não é tratado em ETA nem por simples desinfecção tem aumentado nos últimos três anos, chegando a 42% em 2014, demonstrando a incapacidade das ETA’s atualmente existentes no município para tratar o volume total de água produzido. Vale destacar que em 2014, de acordo com dados do SNIS, Parauapebas importou 1.890 m³ de água

tratada, que representa pouco menos de 10% do volume de água produzido na cidade.

16 Este índice é calculado dividindo-se a população urbana atendida com abastecimento de água pela população urbana residente do(s) município(s) com abastecimento de água.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

91 91

Tabela 31 – Volume de água tratada (por desinfecção) em ETA’s em relação ao volume

total produzido – 2008 a 2014

Ano

Volume de água produzido não

tratado em ETA’s

Volume total de água tratada por simples desinfecção

Volume de água produzido não

tratado por ETA nem por simples

desinfecção

Volume de água não tratado por ETA nem

por simples desinfecção em relação

ao volume total produzido (%)

2008 569,40 569,4 0,00 0,0%

2009 649,00 648 1,00 0,0%

2010 1.384,08 1384,08 0,00 0,0%

2011 3.818,00 3818 0,00 0,0%

2012 6.069,92 3580,8 2.489,12 19,3%

2013 10.089,33 0 10.089,33 54,1%

2014 9.200,00 850 8.350,00 42,1%

Fonte: SNIS (Série Histórica).

Destaca-se uma aparente anomalia em 2013, quando o volume total de água produzido não tratado em ETA’s também sequer foi tratado por simples desinfecção. Este tipo de informação pode ser fruto de equívocos do preenchimento do questionário, ou até mesmo de uma falha na base de dados do SNIS.

Com relação à qualidade de água, a tabela a seguir apresenta dados interessantes, demonstrando que o volume de água tratada em ETA’s entre 2008 e 2014 não evoluiu. No entanto, como o volume de água produzido quase dobrou no mesmo período, o percentual de água tratada em ETA em relação ao total produzido caiu bastante: de 94,77 % em 2008 para 53,65% em 2014.

Tabela 32 – Volume de água tratada em ETA’s em relação ao volume total produzido – 2008 a 2014

Ano Volume de água

produzido (1.000 m³/ano)

Volume de água tratada em ETA’s

(1.000 m³/ano)

Volume de água tratada em ETA em relação ao

total produzido (%)

2008 10.895,40 10.326,00 94,77%

2009 11.033,00 10.384,00 94,12%

2010 11.546,71 10.162,63 88,01%

2011 13.980,81 10.162,81 72,69%

2012 12.890,50 6.820,58 52,91%

2013 18.650,00 8.560,67 45,90%

2014 19.850,00 10.650,00 53,65%

Fonte: SNIS (Série Histórica).

A seguir, é apresentada a despesa de exploração por m³ faturado, que é o valor anual das despesas realizadas para a exploração dos serviços (também conhecidas como

custeio ou despesas correntes).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

92 92

Tabela 33 – Despesa de exploração por metro cúbico faturado – 2008 a 2014

Ano Despesa de exploração por m³

faturado (R$/m³)

Despesa de exploração por m³ faturado (valores corrigidos pelo

IPC-A/IBGE, com base em 12/2014).

2008 0,54 0,76

2009 1,13 1,53

2010 1,08 1,38

2011 2,62 3,14

2012 2,72 3,09

2013 2,47 2,65

2014 2,41 2,41

Fonte: SNIS (Série Histórica).

A tabela anterior permite constatar que a despesa de exploração variou entre 2008 e 2014, atingindo o pico em 2011 e tendo baixado desde então. No entanto, considerando a Tabela 25, é possível constatar que a queda da despesa de exploração ocorreu paralelamente à queda do volume de água tratada em ETA em relação ao total produzido. Portanto, com base nos dados, é possível inferir que a queda nas despesas aparentemente não foi motivada por melhoria da eficiência do sistema, mas por queda da qualidade da água vendida.

A tabela a seguir apresenta o índice de evasão de receitas, onde é possível notar a variação em torno de 40% para todos os anos, exceto 2009 e 2010, quando o índice superou 60% e 50%, respectivamente. Sendo a média do Brasil de 7,2% para 2014, é possível notar uma grande discrepância entre o faturamento e a arrecadação em Parauapebas, demandando um empenho especifico para redução do elevado índice de evasão de receitas.

Tabela 34 – Índice de evasão de receitas (%) – 2008 a 2014

Ano Índice de Evasão de Receitas (%)

2008 37,1

2009 61,97

2010 52,34

2011 43,82

2012 42,99

2013 34,94

2014 43,19

Fonte: SNIS (Série Histórica).

O índice de perdas na distribuição e por ligação são apresentados na tabela a seguir:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

93 93

Tabela 35 – Índice de perdas por ligação (%) – 2008 a 2014

Ano Índice de perdas na distribuição (%) Índice de perdas por ligação

(Litros/dia/ligação)

2008 6,33 97,37

2009 6,69 95,15

2010 10,88 173,13

2011 71,64 1.390,19

2012 61,21 1.094,36

2013 68,64 1.709,58

2014 63,89 1.767,11

Fonte: SNIS (Série Histórica).

O índice de perdas se manteve em patamares relativamente baixos até 2010, considerando a realidade brasileira (entre 30 e 40%). No entanto, entre 2011 e 2014, o índice de perdas disparou, ficando acima de 60%. Isso demonstra que há margem potencial para otimizar o sistema, reduzindo custos através de investimentos para reduzir o índice de perdas na distribuição. Além disso, esse alto índice de perdas ajuda a explicar o alto índice de evasão de receitas.

O índice de perdas por ligação também cresceu acentuadamente a partir de 2011, chegando a quase 1,8 m³/dia/ligação, valor suficiente para suprir as necessidades básicas de 16 pessoas, com base no que determina a OMS (110 litros por habitante por dia).

5.1.4 Principais problemas

Dentre os problemas inerentes ao sistema de abastecimento de água de Parauapebas, os principais são:

• Falta de proteção do manancial superficial de água bruta, cujas margens estão parcialmente ocupadas por moradias que, por sua vez, contribuem para sua contaminação e poluição através do lançamento indevido de resíduos e esgoto;

• Baixa capacidade das unidades de produção, tratamento, elevação, adução, reservação e distribuição de água, para ampliar a área de atendimento e atender ao crescimento populacional;

• Falta de tratamento completo de água distribuída;

• Perda de grande volume de água na operação das unidades, em vazamentos e em ligações clandestinas;

• Desperdícios de água; e

• Ligações clandestinas que contribuem, significativamente, para o elevado índice de perdas nos SAA’s.

5.2 Situação dos serviços de esgotamento sanitário

5.2.1 Caracterização da cobertura

Os serviços de esgotamento Sanitário em Parauapebas são atendidos também pela SAAEP, que mantém atualmente 5 Estações de Tratamento de Efluentes (ETE’s), a

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

94 94

saber: i) Primavera, ii) Rio Verde, iii) Rua 10, iv) Rua 1917 e v) Cidade Jardim. No entanto, a abrangência da cobertura é bastante pequena, se tomarmos a totalidade da mancha urbana de Parauapebas, conforme pode ser visto na Figura 29.

Segundo a Prefeitura de Parauapebas (2013), as unidades existentes foram inicialmente instaladas pela antiga CVRD – atual Vale – sendo, posteriormente, construídos sistemas de esgotamento sanitário em condomínios18, como é o caso da ETE Cidade Jardim.

O déficit de atendimento com sistema coletivo de esgotamento sanitário teve um aumento expressivo na área de expansão urbana do município de Parauapebas, restringindo a área de cobertura de coleta de esgoto aos bairros Primavera, Cidade Nova, União e Rio Verde, onde estão instaladas as 4 unidades de tratamento de pequena capacidade anteriormente citadas.

Os efluentes das ETE’s Rio Verde, Rua 10 e Rua 19 são lançados no Igarapé da Ilha do Coco, o efluente da ETE Primavera é lançado no Rio Parauapebas e o efluente da ETE Cidade Jardim é lançado no Igarapé Lajeado.

17Com base em informações da Prefeitura de Parauapebas (2017).

18PMSB de Parauapebas (2014).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

95 95

Figura 29 – Infraestrutura de Saneamento em Parauapebas

Fonte: IBGE, 2015; MMA, 2016; Google Earth Pro, 2016; Prefeitura Municipal de Parauapebas, 2017

Estão em fase de implantação duas unidades de tratamento em áreas localizadas próximo aos bairros Vila Ria e Polo Moveleiro, cujas localizações podem ser visualizadas na figura a seguir.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

96 96

Figura 30 – ETES (em operação e implantação) em Parauapebas

Fonte: PMSB de Parauapebas, 2014.

A figura a seguir apresenta uma composição com algumas fotos de unidades do sistema de esgotamento sanitário existente no município de Parauapebas e, na sequência, são apresentados registros fotográficos de algumas ETE’s feitos em maio de 2017.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

97 97

Foto 14 – Unidades das ETE’s de Parauapebas

Fonte: PMSB de Parauapebas, 2014.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

98 98

Foto 15 – Estruturas das unidades das ETE’s de Parauapebas

Entrada da ETE Rio Verde, em meio a área urbanizada. Vista a partir da entrada da ETE Rio Verde.

Lagoa de aeração da ETE Rio Verde. Os aeradores encontravam-se desligados em função da cota insuficiente.

Residências vizinhas à ETE Rio Verde. É comum reclamações por parte dos moradores em função do forte odor oriundo da lagoa de aeração, quando há problemas técnicos que impedem o bom funcionamento dos aeradores.

Lagoa de aeração da ETE Rua 10. Os aeradores encontravam-se desligados em função de problemas técnicos (motor quebrado).

Vista da Lagoa de aeração da ETE Rua 10 a partir do lado oposto.

Tanques de aeração da ETE Cidade Jardim em pleno funcionamento.

Tanque de decantação primário da ETE Cidade Jardim

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

99 99

Tanque de decantação secundário da ETE Cidade Jardim

Bolsa filtrante de lodo ativado.

Efluente final da ETE Cidade Jardim, a ser lançado no Igarapé Lajeado.

Fonte: Equipe técnica, 2017

Os bairros que dispõem de serviço de coleta e tratamento de esgoto são: Chácaras, Cidade Nova e Primavera (ETE Primavera); ii) União (ETE’s Rua 10 e 19), iii) Liberdade e Rio Verde (ETE Rio Verde), e iv) Cidade Jardim (ETE Cidade Jardim) perfazendo uma área de pouco mais de 7 km². A tabela a seguir apresenta os percentuais da população

de Parauapebas atendidos com esgotamento sanitário.

Tabela 36 – População total atendida com esgotamento sanitário em Parauapebas (%) – 2008 a 2014

Ano População total atendida com

esgotamento sanitário (%) População urbana atendida com

esgotamento sanitário (%)

2008 11,10 12,45

2009 10,56 11,84

2010 10,48 11,63

2011 10,16 11,27

2012 10,45 11,59

2013 10,58 11,65

2014 12,22 11,38

Fonte: SNIS (Série Histórica).

A tabela anterior demonstra o baixo nível de atendimento de esgotamento sanitário em Parauapebas. Além disso, percebe-se a estagnação do percentual atendido. Isso ocorre porque o crescimento vegetativo tem sido elevado, e as obras de infraestrutura de esgotamento sanitário não têm sido suficientes para aumentar este percentual. Para efeito de comparação, o percentual de 2014 encontra-se acima do valor obtido para a

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

100 100

região Norte (7,9%), mas bastante abaixo do valor para o Brasil (49,8%). Como a população de Parauapebas é majoritariamente urbana (90%), os percentuais da população urbana atendida com esgotamento sanitário ficam bastante próximos dos valores medidos para a população total.

O Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), vinculado ao Ministério da Saúde (MS) também realiza levantamento relativo à situação das famílias brasileiras com relação ao esgoto. Os dados do SIAB são gerados a partir do trabalho das equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde, que fazem o cadastramento das famílias e identificam a situação de saneamento e moradia. Para cálculo da taxa ou percentual de domicílios com e sem sistema de esgoto (rede pública ou geral de esgoto, esgoto por fossa e esgoto a céu aberto), a pesquisa divide o número de domicílios com ou sem sistema de esgoto, pelo total de famílias cadastradas no SIAB, cuja base de dados conta com mais de 30 milhões de famílias brasileiras cadastradas, abrangendo mais de 110 milhões de pessoas, cuja representatividade é de cerca de 60% da população brasileira. O gráfico a seguir apresenta o comparativo entre a situação da população em relação ao esgoto.

Gráfico 11 - Comparativo: serviços de esgoto (Brasil, Pará e Parauapebas) – 2000, 2005, 2010, 2013

Fonte: Ministério da Saúde - DATASUS - Situação de Saneamento oriundos do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB

A análise do gráfico anterior mostra que a situação de Parauapebas é intermediária em comparação à da média brasileira e do Estado do Pará, onde é possível notar que a realidade de Parauapebas quanto a este parâmetro se aproxima mais da situação estadual do que da média nacional.

Vale observar também que mais de 80% dos munícipes utiliza fossas, ao passo que pouco mais de 2% dos habitantes não conta com rede de coleta e tampouco com fossa.

O gráfico a seguir apresenta a evolução dos percentuais das populações atendidas com rede de coleta de esgoto, fossa ou que lançam o esgoto a céu aberto entre 1998 e 2015.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

101 101

Gráfico 12 - Serviços de esgoto em Parauapebas - 1998 a 2015

Fonte: Ministério da Saúde - DATASUS - Situação de Saneamento oriundos do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB

Através da análise do gráfico é possível constatar uma irregularidade no que diz respeito à evolução dos percentuais da população atendida por rede de coleta, quando o melhor cenário foi atingido em 2008, decaindo a partir de então até 2013, e apresentando sensível melhora até 2015, quando voltou à uma situação semelhante à situação verificada entre os anos de 2004 e 2005. Entretanto, vale ressaltar a queda, a partir de 2008, da população que lançava os esgotos a céu aberto, em função também do crescimento da cobertura da população que se utiliza de fossa.

Dados da pesquisa amostral realizada em 2010 pelo IBGE são interessantes, apesar de mais antigos, e são apresentados na tabela a seguir, onde é possível constatar que o uso de fossa é predominante (79,17%), apesar de que a fossa rudimentar seja a solução adotada por quase 50% da população da amostra. Vale observar que a fossa rudimentar é uma possível fonte de poluição/contaminação do meio ambiente, sobretudo do aquífero subterrâneo.

Tabela 37 – Tipos de esgotamento sanitário

Tipo de esgotamento sanitário Domicílios %

Rede geral ou pluvial de esgoto 6.627 15,51

Fossa séptica 13.297 31,12

Fossa rudimentar 20.528 48,05

Vala 928 2,17

Rio ou lago 179 0,42

Outro tipo 425 0,99

Não tinham 742 1,74

Fonte: IBGE, 2010.

Com relação ao índice de tratamento do esgoto que é coletado, os dados são apresentados na tabela a seguir.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

102 102

Tabela 38 – Índice de tratamento de esgoto (%) – 2008 a 2014

Ano Volume de esgotos

coletado (1.000 m³/ano)

Índice de tratamento de esgoto em relação ao esgoto coletado (%)

Índice de esgoto tratado referido à água

consumida (%)

2008 34,89 8,31 0,03

2009 387 100,0 4,27

2010 1.209,11 100,0 12,59

2011 585,93 100,0 15,66

2012 625,15 95,58 12,34

2013 885,2 77,51 11,72

2014 945 82,24 9,82

Fonte: SNIS (Série Histórica).

Com base na tabela anterior é possível perceber que entre 2009 e 2011, o município de Parauapebas tratou a totalidade do esgoto coletado. Entretanto, a partir de 2012, os valores decresceram, chegando a 82,24% em 2014. Vale ressaltar que este índice se refere somente apenas à população total atendida com esgotamento sanitário. Portanto, é fácil constatar que um percentual de índice de tratamento de esgoto relativamente alto em relação um baixo índice de coleta de esgoto significa que há uma grande parcela da população que não é atendida pelo serviço de esgotamento sanitário, e que esse esgoto é lançado in natura nos corpos hídricos do município, ou são utilizados outros dispositivos, (fossas, por exemplo).

A seguir, são apresentados registros fotográficos feitos em maio de 2017 onde é possível constatar evidências da falta de atendimento de parte da população pelos serviços de coleta de esgoto.

Foto 16 – Características dos efluentes em Parauapebas

Vista do Igarapé Riacho Doce, em local onde a coloração acinzentada, o forte odor e a elevada turbidez evidenciam a alta carga de efluentes domésticos recebida sem qualquer tratamento ou com tratamento inadequado.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

103 103

Habitações subnormais situadas às margens do Igarapé Riacho Doce lançam efluentes diretamente no curso d’água, sem nenhum tratamento.

Igarapé Guanabara. A coloração acinzentada e a turbidez, além do mau cheiro, evidenciam o lançamento de efluentes não tratados neste curso d’água.

Fonte: Equipe técnica, 2017

O índice de esgoto tratado referido à água consumida seguiu a tendência do índice de esgoto tratado em relação ao coletado, chegando em 2014 a um total de 9,82%, após ter atingido 15,66% em 2011.

A seguir, é apresentada uma tabela contendo a quantidade e economias ativas de

esgoto e a extensão total da rede de esgotos.

Com relação às economias ativas, a série possui dados somente a partir de 2010, onde é possível constatar crescimento de pouco mais de 20% entre 2010 e 2014. No mesmo período, a extensão total da rede foi de pouco mais de 67%.

Tabela 39 – Economias ativas e extensão da rede Índice de tratamento de esgoto (km) – 2008 a 2014

Ano Quantidade de economias ativas

de esgotos (Economias) Extensão da rede de esgotos (km)

2008 - 31

2009 - 31

2010 4.032 31

2011 4.069 31,26

2012 4.481 38

2013 4.710 42

2014 4.883 52

Fonte: SNIS (Série Histórica).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

104 104

5.2.2 Principais problemas

Dentre os problemas do Sistema de Esgoto sanitário de Parauapebas, os principais são:

• Grande parte da população não conta com rede coletora interligada a ETE’s;

• As ETE’s existentes são de pequena capacidade, fazendo-se necessária a construção de novas ETE’s, não bastando a ampliação da rede de coleta;

• Não há controle do lodo e do biogás gerado nas ETE’s; e

• Contaminação e poluição do sistema de drenagem urbana e dos corpos receptores (igarapé da Ilha do Coco e Rio Parauapebas) em função do lançamento de esgoto sanitário indevido.

5.3 Situação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos

5.3.1 Caracterização da cobertura e qualidade dos serviços

Em Parauapebas, os serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos (RS) estão a cargo da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMURB). Até 2014, agentes autônomos prestaram serviços de coleta de resíduos de construção civil (RCC) utilizando-se de caminhões tipo basculantes ou carroceria no município ou outros tipos de veículo, sendo que desde 2013 há empresas especializadas na coleta de RCC no município (SNIS, 2015)19.A coleta é realizada também no período noturno desde 2013. Não há realização de coleta seletiva por parte da Prefeitura de Parauapebas.

Parte da coleta (não quantificado) é realizada por catadores que atuam de forma individual, não estando organizados em cooperativas ou associações (SNIS, 2015).

A Prefeitura de Parauapebas não estabelece cobrança de taxa específica para a coleta de resíduos sólidos e limpeza urbana.

Desde 2014, a operação do aterro utilizado para disposição dos resíduos sólidos urbanos e resíduos públicos está sob concessão/terceirizada, sendo que em 2015 o município desembolsou R$ 79,33 por tonelada, totalizando despesas de R$ 9,664 milhões em 2015. Já para os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), o total desembolsado foi de R$ 1,981 milhão, enviados para a capital do Estado, Belém. Vale destacar que não há mais serviço de coleta seletiva no município desde 2013 (SNIS, 2015).

Ainda de acordo com os dados do SNIS (2015), o município de Parauapebas mantém serviço de execução de lavagem de vias e praças, feiras livres, mercados; limpeza de bocas de lobo; limpeza de lotes vagos; remoção de animais mortos em vias públicas; coleta diferenciada de pneus, lâmpadas fluorescentes, resíduos eletrônicos, pilhas, baterias usadas, e poda de árvores.

A tabela a seguir apresenta a população urbana total e a parcela da população urbana atendida pelos serviços de coleta de resíduos sólidos.

Tabela 40 – População urbana atendida pelos serviços de coleta de resíduos sólidos –

2012 a 2015

Ano População urbana

do município

População urbana atendida no município, abrangendo o

distrito-sede e localidades (hab)

% em relação a população urbana

total

2012 149.895 148.400 99,00

19 Vale observar que as informações do SNIS são coletadas através de questionários respondidos pelas respectivas secretarias e empresas responsáveis pelos serviços de saneamento. Portanto, pode haver omissões e/ou imprecisões.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

105 105

Ano População urbana

do município

População urbana atendida no município, abrangendo o

distrito-sede e localidades (hab)

% em relação a população urbana

total

2013 159.122 159.122 100,00

2014 165.223 165.016 99,87

2015 171.142 171.142 100,00

Fonte: SNIS (Série Histórica).

A análise da tabela anterior permite concluir que a totalidade da população urbana foi atendida pelo serviço de coleta de resíduos sólidos nos anos de 2013 e 2015, e a quase totalidade foi atendida nos anos de 2012 e 2014.

A tabela a seguir detalha a cobertura dos serviços de coleta de resíduos, onde é possível constatar que em 2015, a totalidade dos munícipes foi atendida com serviço de coleta porta a porta.

Tabela 41 – Taxas de cobertura de serviços de coleta de Resíduos Domiciliares – 2012 a

2015

Ano

Taxa de cobertura do serviço de coleta

domiciliar direta (porta-a-porta) da população

urbana do município (%)

Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em relação à população total do município (%)

Taxa de cobertura do serviço de coleta de RDO em relação à

população urbana (%)

2012 99 94,4 100

2013 100 96,23 100

2014 92,88 95 99,87

2015 100 100 100

Fonte: SNIS (Série Histórica).

A tabela a seguir apresenta a frequência do atendimento do serviço de coleta de Resíduos Domiciliares, onde é possível constatar, de 2012 para 2014, a queda na frequência de atendimento diária, com pequeno crescimento em 2015, mas inferior aos patamares de 2013. Já a partir de 2014, a população atendida 2 a 3 vezes por semana é reduzida em detrimento do aumento da população atendida apenas uma vez na semana.

Tabela 42 – Frequência do atendimento do serviço de coleta de Resíduos Domiciliares–

2012 a 2015

Ano População atendida com

frequência diária (%)

População atendida com frequência de 2 ou 3 vezes

por semana (%)

População atendida com frequência de 1 vez por semana (%)

2012 41 59 0

2013 25 75 0

2014 15 60 25

2015 20 50 30

Fonte: SNIS (Série Histórica).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

106 106

A tabela a seguir apresenta a quantidade total de resíduos domiciliares (RDO) e públicos (RPU) coletadas no município entre os anos de 2013 e 2015, com base em dados do SNIS.

Tabela 43 – Quantidade de Resíduos Domiciliares e Públicos coletados– 2012 a 2015

Ano RDO e RPU coletados (ton/ano) Variação em relação ao ano anterior (%)

2012 43.339,00 sem informações

2013 51.600,00 19,1

2014 108.000,00 109,3

2015 69.739,70 -35,4

Fonte: SNIS (Série Histórica).

Os dados apresentados na tabela anterior apresentam significativa variação, e é possível constatar que houve queda brusca na quantidade de RDO e RPU coletados entre 2014 e 2015. No entanto, vale destacar novamente que tais dados são fornecidos pela Prefeitura e respectivas secretarias. Portanto, é possível que a informação esteja errada, posto que a diferença de 2014 para 2015 é muito acentuada, sobretudo se considerarmos que a população de Parauapebas não diminuiu de 2014 para 2015.

A tabela a seguir apresenta os valores de contratação do serviço de coleta diurna.

Tabela 44 – Valor contratado do serviço de coleta diurna (R$/tonelada) – 2012 a 2015

Ano Valor contratado (preço unitário) do serviço de coleta diurna, em 31/12 do ano

de referência (R$/tonelada)*

2012 108,95

2013 118,04

2014 sem informações

2015 138,57

* Valores da época Fonte: SNIS (Série Histórica).

Pela análise da tabela anterior, percebe-se que os valores permanecem em níveis

relativamente estáveis.

5.3.2 Coleta, transporte e disposição final dos Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos são, na maioria dos casos, acondicionados nas calçadas, sendo posteriormente coletados e transportados por uma empresa contratada pela Prefeitura Municipal de Parauapebas, que os destina para o único aterro municipal em operação, no mesmo local onde antes era operado um “lixão”. Vale ressaltar que, de acordo com informações da Prefeitura de Parauapebas, resíduos contaminantes, como os hospitalares, são encaminhados para incineração.

O aterro municipal passou por obras de readequação, finalizadas em 2016, com o objetivo de enquadrar o aterro no que está definido na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei Federal no 12.305/2010), que determina que até 31/7/2019, cidades com população superior a 100 mil habitantes não podem mais realizar descarte de resíduos sólidos de forma inadequada (lixões ou aterros controlados). Entretanto, o aterro municipal de Parauapebas ainda não pode ser considerado um “aterro sanitário”

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

107 107

e, devido a problemas operacionais, também não é considerado “controlado” 20. Tais melhorias foram decorrentes do recebimento de dois Termos de Ajustamento de Conduta (TAC’s) em 2010 e 2012, em virtude dos impactos ambientais e sociais ocasionados pelo funcionamento do aterro. Dentre as melhorias implantadas, destacam-se: i) a retirada das famílias de catadores do local e a inserção das mesmas em programas habitacionais e de trabalho; ii) o plantio na área interna e externa do aterro de mudas de eucalipto em fileira dupla e mudas de “sansão do campo” para a formação dos cinturões verdes; iii) a instalação de uma balança rodoviária com capacidade de 80 toneladas; iv) construção de almoxarifado e um galpão de estrutura metálica; v) instalação de drenos verticais para vazão dos gases, vi) drenos horizontais para escoamento dos líquidos percolados e vii) construção de lagoas de estabilização para o tratamento do chorume. A figura a seguir apresenta a área na qual se localiza o aterro municipal, pouco menos de 400 m da margem esquerda do Rio Parauapebas, além de ser vizinho a um loteamento irregular que se desenvolveu posteriormente ao início das operações do “lixão”. O Núcleo urbano de Parauapebas se concentra ao sul, na margem direita do rio.

Figura 31 – Localização do Aterro de Parauapebas

Fonte: Google Earth

Com relação ao loteamento irregular, vale destacar que seu arruamento alinhado na direção oeste/leste funciona como canais de drenagem superficial ligando o aterro às margens do rio. Dessa forma, o lixiviado que se acumula na drenagem superficial do entorno do aterro pode atingir o corpo hídrico, especialmente em períodos de chuvas intensas.

A seguir, são apresentados registros fotográficos do aterro de Parauapebas realizados em maio de 2017.

20Aterro controlado é um método de armazenamento de lixo intermediário entre o “lixão” e o “aterro sanitário”, consistindo na adoção de algumas das técnicas de engenharia adotadas no aterro sanitário, minimizando os impactos ambientais associados ao acúmulo de lixo em áreas sem nenhum tipo de tratamento para efluentes líquidos e preparação do solo.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

108 108

Foto 17 – Detalhes do Aterro de Parauapebas

Vista parcial de taludes do aterro, já conformados e parcialmente protegidos com revestimento vegetal.

Dispositivo de drenagem definitiva existente em talude do aterro.

Resíduos coletados dispostos para posterior lançamento e cobertura. Nota-se a presença elevada de urubus no local.

Flares para execução de queima controlada dos gases gerados no interior do aterro.

Descarga e posterior espalhamento dos resíduos. Lagoas de tratamento do chorume produzido no aterro. Fonte: Equipe técnica, 2017

As células de resíduos sólidos recebem cobertura diária, com uma camada de 30 cm de material terroso inerte proveniente da própria área do aterro. Nos taludes das células de resíduos sólidos finalizadas, para controle da erosão superficial, foi realizado o plantio de grama através da implantação de biomantas de gramíneas.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

109 109

5.3.3 Principais problemas

Dentre os problemas dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos de Parauapebas, destacam-se os seguintes:

• Necessidade de ampliação da frequência da coleta e transporte de resíduos sólidos;

• Necessidade de implantação de coleta seletiva e de reciclagem de resíduos sólidos;

• Ausência de aproveitamento dos resíduos gerados na construção civil; e

• Necessidade de construção de infraestrutura adequada para o tratamento/disposição final de resíduos sólidos.

5.4 Situação dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas

A Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB – Lei Federal no 11.445/2007) estabelece que a “drenagem e manejo das águas pluviais” é o “conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas” (Alínea “d”, do inciso I, do art. 3º).

De acordo com o PMSB de Parauapebas (PMSBP) elaborado em 2014, o planejamento, gestão e prestação de serviços da infraestrutura de drenagem urbana são realizados pela Prefeitura do Município de Parauapebas. Em 2014, havia em Parauapebas 2 km de rede de macrodrenagem21 e 122 km de sistema de microdrenagem22.

Foto 18 – Rede de drenagem de Parauapebas

Igarapé Chácara das Estrelas em trecho canalizado (maio/2017).

21 É o sistema de drenagem constituído pelos principais talvegues, como os rios, córregos, canais e outras estruturas que armazenam e conduzem grandes volumes de água. 22 É o sistema de drenagem relacionado com as vias locais, constituído pelas sarjetas, bocas-de-lobo, poços de visita, redes e outros dispositivos para coleta e condução das águas pluviais.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

110 110

Exemplo de via pública sem sistema de microdrenagem (maio/2017).

Exemplo de via pública com sistema de microdrenagem (maio/2017).

Fonte: Equipe técnica, 2017

Com relação ao sistema de microdrenagem, apenas poucas vias centrais dispõem de pavimentação com unidades de coleta de águas pluviais tais como, bueiros, sarjetas e meio-fio (PMSBP, 2014), dificultando o processo de escoamento da água, e contribuindo desta forma para a ocorrência de inundações e enchentes nos períodos com grande precipitação pluviométrica. Vale lembrar que o índice pluviométrico do município é muito intenso está em torno de 2.000 mm/ano (PARÁ, 2013), o que agrava ainda mais a falta

de infraestrutura.

Boa parte do volume de água drenado nas vias é direcionada para cursos d’água que atravessam a cidade, como o Rio Parauapebas e seus afluentes, com destaque para o Igarapé Ilha do Coco. Alguns logradouros apresentam pontos de alagamento, em razão de problemas na infraestrutura de drenagem urbana, destacando-se alguns logradouros dos Bairros Riacho Doce, Primavera, União, Liberdade, Rio Verde, Bela Vista, Caetanópolis, Novo Brasil, Guanabara, Populares, Altamira e Polo Moveleiro, com base em informações do PMSBP, 2014 e do Relatório de Ações Emergenciais para Reconhecimento das Áreas de Risco do Município de Parauapebas (RAR, 2017), elaborado pela Coordenadoria de Defesa Civil do município.

Foto 19 – Inundações em Parauapebas

Inundação do Rio Parauapebas em março/2017, afetando áreas do Bairro Primavera.

Residências atingidas por inundação do Rio Parauapebas no Bairro União (Rua 3) em março/2017.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

111 111

Moradores do Bairro Liberdade II caminham sobre área inundada.

Moradores retirando alguns pertences após inundação do Rio Parauapebas (Rua Estrela Dalva, Bairro

Liberdade). Fonte: Prefeitura de Parauapebas, 2017

A figura a seguir apresenta a as áreas com rede de drenagem, os pontos críticos de

alagamento e os corpos d´água receptores de águas drenadas em Parauapebas.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

112 112

Figura 32 – Bairros de Parauapebas atendidos por rede de macrodrenagem, pontos críticos e áreas sujeitas a inundações e / ou deslizamentos planares

Fonte: PMSB de Parauapebas, 2014.

5.4.1 Principais problemas

Dentre os problemas inerentes à estrutura de macro e microdrenagem e manejo de águas pluviais urbanas o maior é a pequena área coberta pela infraestrutura de microdrenagem e de macrodrenagem.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

113 113

6 DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL

O comportamento financeiro municipal, a legislação urbanística que rege e orienta as ações, obrigações e direitos, e a avaliação da capacidade institucional através da verificação de infraestrutura e recursos humanos balizam um conhecimento sobre qual atmosfera de gestão administrativa e operacional é encontrada no município de

Parauapebas.

Neste sentido, realizou-se o levantamento de dados relacionados às questões de finanças municipais, avaliando-se a configuração e disponibilidade dos recursos financeiros municipais através do FINBRA, banco de dados sobre as finanças

municipais da Secretaria do Tesouro Nacional.

Segundo dados do Perfil Municipal do IBGE (2015), Parauapebas possui no quadro de funcionários públicos 9.042 colaboradores da administração direta, sendo 3.494 estatutários, 550 comissionados e 4.998 sem vínculo permanente. Em relação à administração indireta, são ao todo 337 funcionários, sendo oito estatutários, 22 comissionados e 307 sem vínculo permanente.

A mesma fonte de pesquisa divulga que o município possui plano diretor, criado em 2006, mas que não foi atualizado até o momento. São partes integrantes do plano diretor as legislações de parcelamento do solo; zoneamento ou uso e ocupação do solo; zona e/ou área de especial interesse; outorga onerosa do direito de construir; operação urbana consorciada; estudo de impacto de vizinhança; direito de superfície e regularização fundiária. Além disso, Parauapebas conta com leis específicas de código de obras (criada em 2004); perímetro urbano (2008) e área e/ou zona especial de interesse social (2012).

No entanto, não há legislações municipais sobre contribuição de melhoria; servidão administrativa; tombamento; concessão de uso especial para fins de moradia; usucapião especial de imóvel urbano; legitimação de posse; unidade de conservação e zoneamento ambiental ou zoneamento ecológico-econômico.

As tabelas a seguir apresentam a composição dos recursos humanos de Parauapebas.

Tabela 45 – Composição do quadro do pessoal da administração direta

Tipo de funcionário Pessoal

Estatutários 3.494

Celetistas (CLT) -

Somente comissionados 550

Estagiários -

Sem vínculo permanente 4.998

Total de funcionários ativos da administração direta * 9.042

Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - 2015. * Inclusive os sem declaração de vínculo empregatício.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

114 114

Tabela 46 – Composição do quadro do pessoal da administração indireta

Tipo de funcionário Pessoal

Estatutários 8

Celetistas (CLT) -

Somente comissionados 22

Estagiários -

Sem vínculo permanente 307

Total de funcionários ativos da administração direta * 337

Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - 2015. * Inclusive os sem declaração de vínculo empregatício.

O Poder Executivo do Município de Parauapebas é representado pelo Prefeito e seu Gabinete de Secretários, seguindo o modelo proposto pela Constituição Federal. A

Prefeitura atualmente é composta por 17 secretarias:

• Secretaria Municipal de Administração (SEMAD): A Prefeitura de Parauapebas esteve integrada à comarca de Marabá até 14 de junho de 1989, quando, então, foi criada sua estrutura administrativa básica, através da Lei Municipal nº. 015/89, e dentro dessa, a Secretaria Municipal de Administração, com as seguintes unidades: Serviços de Recursos Humanos, Serviço de Apoio Complementar, Serviços de Almoxarifado e Patrimônio, Serviço de Comunicação e Arquivo. A Lei 4.213, de 29 de junho de 2001, no seu art. 29, que dispõe sobre a estrutura organizacional direta e indireta da Prefeitura Municipal de Parauapebas, criou outras secretarias e alterou a estrutura interna da SEMAD. Compete à SEMAD por natureza legal o controle burocrático de toda a máquina administrativa da Prefeitura Municipal de Parauapebas. A SEMAD faz todo o gerenciamento de pessoal e controle administrativo para garantir com eficácia e eficiência a organização do governo e o desenvolvimento das políticas públicas determinadas pelo Prefeito.

• Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS): A Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS - foi criada em 07 de janeiro de 2002, pela Lei Municipal nº. 4.226. Até então, vigorava a Lei Municipal nº. 015/89, de 14 de junho de 1989, que criou a Fundação de Ação Social e Cultural de Parauapebas - FASC – que, desde 2002, deu lugar a Secretaria Municipal de Assistência Social de Parauapebas - SEMAS. A SEMAS atende a população que se encontra em situação de vulnerabilidade social e econômica e tem por finalidade a realização de políticas sociais públicas, em consonância com as políticas setoriais (educação, saúde, lazer, habitação, entre outras), que visam a equidade e a universalização dos direitos sociais. Atualmente desenvolve vários programas sociais que atendem a família como um todo, de crianças a idosos, cujos usuários são moradores tanto da zona urbana quanta da zona rural.

• Secretaria Municipal de Cultura (SECULT): Iniciou suas atividades em 2006, como Departamento de Cultura, vinculado a extinta Secretaria Municipal de Assuntos Comunitários – SEMAC, organizando atividades culturais envolvendo lazer, turismo e entretenimento. Em 2008, atendendo demanda da I Conferência

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

115 115

Municipal de Cultura (agosto/2007) foi transformada em Coordenadoria Municipal de Cultura, com objetivo de sistematizar e segmentar suas ações e atividades culturais se estruturou da seguinte forma: Núcleos Artísticos – culturais (Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Música e Literatura, Patrimônio Histórico, Artístico e Cultura) e administrativos (R.H., Compras, Projetos e Captação de Recursos). No dia 02 setembro de 2009, foi aprovado, na Câmara Municipal de Parauapebas, a Lei nº 4.391, que cria cargos e altera dispositivos da Lei nº 4.230, de 26 de abril de 2002 e dá outras providencias, criando a SECULT.A Secretaria Municipal de Cultura - SECULT tem como foco de seu trabalho o desenvolvimento de diversas atividades no âmbito cultural e artístico, democratizando o acesso à cultura para população, fomentando e fortalecendo as organizações comunitárias, produtores e gestores culturais, potencializando a economia da cultura, inventariando, registrando e

salvaguardando os bens culturais materiais e imateriais do município.

• Secretaria Municipal de Desenvolvimento (SEDEN): A Secretaria foi criada em 29 de junho de 2001, através da Lei nº 4.213, que dispõe sobre a Estrutura Organizacional da Administração Direta e enumera os órgãos da Administração Indireta do Poder Executivo Municipal de Parauapebas. O objetivo principal de sua criação resultou da necessidade da existência de um órgão municipal que promovesse, de maneira integrada com as outras secretarias, alternativas de desenvolvimento sustentável, contribuindo para a diversificação produtiva, geração de emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da comunidade. Consequentemente, essa integração voltada para o fortalecimento da economia do município, e objetivando o incremento das atividades produtivas existentes, demonstrou a importância de fomentar com estudos e informações significativas os segmentos produtivos organizados e carentes de suporte técnico e viabilidade

econômica e financeira.

• Secretaria Municipal de Educação (SEMED);

• Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEMEL): A SEMEL foi criada o 02 de setembro de 2009 sob a lei nº 4.391 que cria cargos e altera dispositivos da lei de nº 4.213 de 29 de junho de 2001. A Secretaria de Esporte e Lazer desenvolve ações de incentivo e de integração social durante o ano todo por meio de projetos piloto como Ginásio Cidadão, Projeto Ativo, Projeto Cidadão do Futuro Escolinha do Esporte, Rua de Lazer além do Esporte de Rendimento. O público-alvo da Secretaria de Esporte e Lazer reúne atletas de rendimento e entidades representativas de classe que promovem o esporte como inclusão social, e a população de Parauapebas.

• Secretaria Municipal de Fazenda (SEFAZ);

• Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB): A Secretaria Municipal de Habitação – SEHAB foi criada pela Lei Municipal n° 4.386, publicada em 31 de agosto de 2009. Na ocasião, dentre as demais demandas habitacionais sob a gestão deste Governo, o Município de Parauapebas estava com a incumbência de operacionalizar o Programa Federal Minha Casa Minha Vida mediante cadastramento contingencial e realização de visitas domiciliares para levantamento socioeconômico das famílias cadastradas no Município e a implementação de programa para levantamento do número de famílias alocadas irregularmente em áreas de invasão habitacional, de preservação ambiental e de risco. A Secretaria Municipal de Habitação - SEHAB é o órgão responsável pela Política Habitacional do município, assim como pelo cadastramento e levantamento socioeconômico das pessoas de baixa renda que não possuem casa própria para inserção nos Programas Habitacionais adequados. É

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

116 116

responsável, também, pela atualização do déficit habitacional no município, estabelecendo a interface com o Conselho do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, Associações de Moradores, Cooperativas Habitacionais e demais entidades afins em questões pertinentes ao serviço social e ainda pela elaboração, coordenação, operacionalização, monitoramento e avaliação

técnica dos projetos sociais relacionados aos Programas Habitacionais.

• Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA): Criada em 08 de junho de 2005, sob efeito da Lei N° 4285, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMA, com o objetivo de planejar, gerenciar e executar políticas públicas que promovessem o desenvolvimento sustentável em Parauapebas. Neste momento, a Secretaria apresentava a seguinte estrutura interna: Departamento Administrativo e Financeiro; Departamento de Licenciamento Ambiental; Departamento de Educação Ambiental e Desenvolvimento Comunitário; Departamento de Fiscalização, Monitoramento Ambiental e Departamento de áreas verdes, logradouros públicos e espaços especialmente protegidos. A partir de então, a gestão ambiental no município começou a ser fortalecida. Em 2005, o município se filiou à ANAMMA - Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente, através da qual, até o ano de 2009, deteve assento no Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, passando então a participar diretamente das decisões acerca da Política Nacional de Meio Ambiente. A SEMMA é um órgão da administração direta e representante do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA. Tem como finalidade definir e gerir a política municipal de meio ambiente, tendo em vista não comprometer as funções socioambientais e proteger os ecossistemas no espaço territorial municipal, buscando sua conservação e, quando degradadas, sua recuperação.

• Secretaria Municipal de Mineração, Energia, Ciência e Tecnologia (SEMMECT);

• Secretaria Municipal da Mulher (SEMMU): A Secretaria Municipal da Mulher foi criada através da Lei Municipal nº 4.285, de 08 de junho de 2005. Sua criação foi motivada por compromisso político programático da campanha eleitoral de 2004, com o objetivo de garantir um espaço de discussão, articulação e execução de políticas de gênero após constatação da necessidade de tais políticas em reuniões realizadas em toda a cidade em 2004. O objetivo é a mulher não ser lembrada apenas em 08 de março – Dia Internacional da Mulher. A realização do 1º. Seminário das Mulheres de Parauapebas, em 12 de fevereiro de 2005, legitimou a ação, pois a primeira proposta aprovada e descrita no documento-síntese do evento – A Carta das Mulheres de Parauapebas – foi justamente a criação da Secretaria da Mulher. A Secretaria da Mulher é um órgão articulador de políticas de promoção dos direitos da mulher, com exceção da política de enfrentamento à violência, onde é possível executar algumas ações. Neste sentido, seu objetivo é criar um recorte de gênero em todas as políticas do governo, apoiando projetos de caráter preventivo, educativo e de capacitação, que garantam os direitos da mulher, e combatam a violência e as discriminações. A Secretaria atua no sentido de promover a igualdade e equidade de gênero, através da criação e implementação da rede de

atendimento a mulheres vítimas de violência.

• Secretaria Municipal de Obras (SEMOB): Através da Lei nº 015 de 14 de junho de 1989, que dispõe sobre a estrutura administrativa da Prefeitura Municipal de Parauapebas, foi criada a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos. A Secretaria era composta por quatro unidades – Serviço de Obras Públicas, Serviço de Fiscalização Urbanística, Serviço de Limpeza Pública e Serviço de

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

117 117

Oficina e Transportes. Nesse período, a cidade era composta por quatro bairros: Rio Verde, Cidade Nova, União e Primavera. Posteriormente foi promulgada a Lei Nº 386, de 25 de outubro de 1991, quando foram realizadas algumas mudanças na estrutura administrativa. Na SEMOB foram acrescentadas algumas atribuições como a responsabilidade pela execução de trabalhos topográficos necessários às obras e serviços e a administração dos serviços de trânsito e iluminação pública. A SEMOB é responsável pelo planejamento, projeto e fiscalização da execução das obras e serviços de infraestrutura urbana e rural, pela execução de obras e serviços de manutenção e conservação de próprios públicos e pela emissão de laudos técnicos. O controle das obras e serviços é realizado mediante a emissão da ordem de serviços, fiscalização efetuada pelos engenheiros, técnicos e fiscais, finalizando pela aprovação ou não das medições dos serviços realizados.

• Secretaria Municipal de Planejamento (SEPLAN): A Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão, como é hoje denominada, teve sua história iniciada no ano de 2001. Nesse ano, foi editada a Lei nº 4.213, de 29 de junho de 2001, que dispõe sobre a estrutura organizacional da administração direta e indireta do município de Parauapebas. É da natureza específica da Secretaria desenvolver atividades voltadas ao planejamento e gestão do governo, integração municipal, elaboração de legislação orientadora da gestão do governo como PPA, LDO, LOA, PDP, bem como a coordenação e avaliação das políticas e ações do governo municipal.

• Secretaria Municipal de Produção Rural (SEMPROR);

• Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA): Com a emancipação do município de Parauapebas em 1988, criou-se a Secretaria Municipal de Saúde, que funcionava nas dependências do Hospital Nossa Senhora de Nazaré. A SEMSA atende toda a população do Município e as pactuações com os municípios de Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Marabá e demais demandas espontâneas de outros municípios.

• Secretaria Municipal de Urbanismo (SEMURB);

Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (SEMSI): A SEMSI foi criada através da Lei nº 4.549, de 13 de dezembro de 2013, constituindo-se como o órgão responsável pelo planejamento, organização, gerenciamento, coordenação, execução e controle dos programas de segurança no âmbito do Município de Parauapebas, nas áreas de segurança pública, desempenhada pela Guarda Municipal, com vistas à proteção de seus bens, serviços e instalações, de organização, regulação e fiscalização do sistema de trânsito e transporte no município, desempenhada pelo Departamento Municipal de Trânsito e Transporte - DMTT, e de prevenção e controle das situações de emergência e calamidade pública, a cargo da Coordenadoria de Defesa Civil.

A Prefeitura de Parauapebas conta também com outros órgãos especiais: Assessoria de Comunicação (ASCOM); Controladoria Geral do Município (CGM); Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT); Departamento de Relações com a Comunidade (DRC); Procuradoria Geral do Município (PGM); Grupo Executivo de Proteção ao Consumidor (PROCON); e, Departamento de Arrecadação Municipal (DAM).

Já o Poder Legislativo do município é representado pela Câmara Municipal, composta por 15 vereadores eleitos para cargos de quatro anos. A Câmara Municipal conta com 10 comissões permanentes:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

118 118

• Comissão de Terras e Obras (CTO): Compete à Comissão de Terras e Obras emitir parecer sobre todos os processos atinentes ao aforamento ou doação de patrimônio público, à realização de obras pelo município, suas autarquias, entidades paraestatais e concessionárias de serviços públicos, e outras atividades administrativas ou privadas sujeitas à deliberação da Câmara.

• Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR): Compete à Comissão de Constituição, Justiça e Redação manifestar-se sobre todos os assuntos entregues à sua apreciação, incumbindo-lhe, especificamente: I - analisar todas as proposições sob os aspectos constitucional, legal, regimental, gramatical e da técnica legislativa; II - analisar o aspecto jurídico e de mérito de projetos sobre denominação de próprios públicos, declaração de utilidade pública, concessão de homenagens cívicas e definição de datas comemorativas. § 1º A Comissão de Constituição, Justiça e Redação emitirá parecer sobre todos os processos que tramitarem na Câmara, sem exceção. § 2º O projeto que for considerado ilegal ou inconstitucional pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação será

arquivado.

• Comissão de Direitos Humanos (CDH): Compete à Comissão de Direitos Humanos, por meio de denúncia ou por provocação de um dos seus membros, investigar e encaminhar aos órgãos responsáveis, todo ato ou omissão que atente aos princípios da liberdade e da dignidade humana, bem como: I - a prática de racismo; II - a inviolabilidade do lar, exceto os casos previstos em lei; III - a tortura ou tratamento desumano ou degradante; IV - atos ou omissões atentatórios à mulher, à criança, ao adolescente e ao idoso; V - abuso de autoridade praticada por todos aqueles que exerçam cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar; VI - discriminação por motivo de sexo, cor, raça, origem ou orientação sexual, praticada por autoridades que exerçam cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar.

• Comissão de Educação e Cultura (CEC): Compete à Comissão de Educação e Cultura atuar e emitir pareceres sobre os processos de sua competência, em especial: I - sistema municipal de ensino; II - concessão de bolsas de estudos com finalidade de assistência à pesquisa tecnológica e científica para o aperfeiçoamento do ensino; III - programas de merenda escolar; IV - serviços, equipamentos e programas culturais, educacionais, esportivos, recreativos e de lazer voltados à comunidade.

• Comissão de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP): A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar tem a função de zelar pela observância dos preceitos éticos da atividade parlamentar e pelas imunidades e prerrogativas asseguradas pela Lei Orgânica e Regimento Interno, em relação aos Vereadores(as) no exercício de seus mandatos, bem como pela imagem do Poder Legislativo, na forma deste

Código de Ética e Decoro Parlamentar e da legislação vigente.

• Comissão de Finanças e Orçamento (CFO): Compete à Comissão de Finanças e Orçamento emitir parecer sobre todos assuntos de caráter financeiro e, especialmente, sobre: I - os projetos de leis orçamentárias (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e créditos adicionais), bem como suas emendas; II - os pareceres prévios do Tribunal de Contas dos Municípios relativos à prestação de contas do Prefeito e da Mesa da Câmara; III - as proposições referentes à matéria tributária, abertura de créditos adicionais, empréstimos públicos e as que, direta ou indiretamente, alterem a despesa ou a receitado município, acarretem responsabilidade ao erário municipal ou interessem ao crédito público; IV - as proposições que fixem ou alterem os vencimentos do funcionalismo, os subsídios e as verbas de representação do

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

119 119

Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários Municipais e Vereadores; V - as proposições

que, direta ou indiretamente, representem mutação patrimonial do município.

• Comissão de Fiscalização e Controle Externos (CFCE): Compete à Comissão de Fiscalização e Controle Externos fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os órgãos da administração indireta e autarquias, sem prejuízo das competências constitucionais atribuídas ao Plenário da

Câmara, em especial a aplicação e execução orçamentária.

• Comissão de Mineração, Energia e Defesa do Meio Ambiente (CMEDMA): Compete à Comissão de Mineração, Energia e Defesa do Meio Ambiente emitir parecer sobre toda a matéria que diga respeito à atividade de exploração mineral existente no município, podendo, para tanto, ter acesso direto a todas as

dependências de empresas mineradoras no município.

• Comissão de Saúde e Assistência Social (CSAS): Compete à Comissão de Saúde e Assistência Social atuar e emitir pareceres sobre os processos referentes à sua competência, especialmente: I - sistema único de saúde e seguridade social; II - vigilância sanitária, epidemiológica e nutricional; III - segurança do trabalho e saúde do trabalhador; IV - programas de proteção ao idoso, à mulher, à criança, ao adolescente e a portadores de deficiência; V - promover o acompanhamento e o desenvolvimento das políticas públicas voltadas à assistência social no município; VI - fiscalizar e acompanhar programas governamentais relativos à proteção dos direitos de idosos, aposentados e pensionistas; VII - estudar e propor políticas públicas aptas à solução das dificuldades atinentes ao idoso e à assistência social, e proporcionar a melhoria da qualidade de vida dos munícipes e a integração social dos idosos; VIII -mapear as dificuldades encontradas no âmbito da assistência social no

município.

• Comissão de Segurança Pública e Defesa Social (CSPDS): Compete à Comissão de Segurança Pública e Defesa Social, por meio de qualquer um de seus membros, mediante provocação por iniciativa popular ou pelo Poder Executivo, emitir parecer sobre todos os assuntos referentes à segurança pública no âmbito do município e em especial :I - sobre o Plano Municipal de Segurança Pública; II - oferecer sugestões que visem integrar as ações de segurança pública realizadas no município pelos órgãos federais, estaduais e municipais de segurança; III - representar na ausência do Presidente, a Câmara Municipal o Conselho Municipal Integrado de Justiça e Segurança Pública, quando for criado.

Em complementação ao processo legislativo e ao trabalho das Secretarias, existem também alguns conselhos municipais, cada um deles versando sobre temas diferentes, compostos obrigatoriamente por representantes dos vários setores da sociedade civil organizada. A seguir os conselhos municipais existentes: Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente (criado em 1994); Conselho Tutelar (1994); Conselho de Alimentação Escolar (1995); Conselho Municipal de Educação (1997); Conselho Municipal de Saúde (1997); Conselho de Defesa Civil (1998); Conselho de Controle e Acompanhamento Social do FUNDEB (2009); Conselho de Direitos da Juventude (2011); Conselho de Direitos da Pessoa com Deficiência (2012) e Conselho de Segurança Alimentar (2012).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

120 120

Tabela 47 – Serviços de atendimento ao público

Meios de comunicação utilizados para contato com o público

Correio Não

Fax Não

Jornais Sim

Internet (página, portal, home-page, e-mail) Sim

Telefone convencional Sim

Telefone dedicado exclusivamente para atender ao público Não

Outros serviços disponíveis Não

Não disponibiliza Não

Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros – 2012.

A administração direta de Parauapebas possui computadores em funcionamento, ligados em rede e com acesso à internet por banda larga. A página da prefeitura na internet está ativa e pode ser classificada como informativa, e seu endereço é: www.parauapebas.pa.gov.br. É acessível a pessoas com deficiência auditiva, e a prefeitura garante o acesso ao público aos serviços disponibilizados através das instalações públicas governamentais, mas não tem quiosque ou balcão informatizado em locais de grande circulação de público ou outros.

Tabela 48 – Informática

A administração direta possui computadores em funcionamento

Sim

Esses computadores estão ligados em rede Sim

Computadores com acesso a internet Sim

Forma de acesso à internet Banda larga

A página na internet da prefeitura está Ativa

Endereço da página na internet da prefeitura www.parauapebas.pa.gov.br

A página da internet da prefeitura pode ser classificada como

Informativa

A página na internet da prefeitura é acessível a pessoas com deficiência

Auditiva

Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros – 2012.

A instituição prestadora dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto no município de Parauapebas é o SAAEP. O SAAEP – Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas foi fundado em 2009, após a criação da Lei n° 4.385, de 11 de agosto de 2009, com o objetivo de desenvolver os serviços de saneamento na cidade de Parauapebas. É uma autarquia da administração indireta da Prefeitura Municipal de Parauapebas, cujo objetivo é promover os serviços de captação, tratamento e distribuição de água potável para a população do município. O SAAEP

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

121 121

opera e investe em projetos de saneamento ambiental em todo o núcleo urbano de

Parauapebas e vilas da zona rural.

6.1 Finanças Públicas

A análise dos dados de Finanças Públicas é um importante indicador da evolução da participação do setor público na economia, uma vez que tais dados abrangem a captação de recursos, sua gestão e seu gasto para atender às necessidades da coletividade e do próprio município. Além disso, revela o grau de dependência orçamentária aos repasses financeiros dos governos estadual e federal.

A base de informações utilizada, proveniente da Secretaria do Tesouro Nacional, é o banco de dados do FINBRA (Finanças do Brasil) entre os anos de 2000 e 2015. Os valores foram corrigidos pelo IGP-M (dezembro/2015) possibilitando a equiparação dos dados nos distintos períodos estudados.

A receita orçamentária de Parauapebas apresentou ao longo de 15 anos uma taxa de crescimento significativa de 8,34% a. a. Com isso, o total de receitas municipais saiu de R$ 316 milhões em 2000 para R$ 1 bilhão em 2015.

No que diz respeito à capacidade de arrecadação local (impostos e taxas), avaliada pelo seu percentual de participação na receita orçamentária, Parauapebas também apresentou um incremento representativo. Em 2000, a receita tributária estava em R$ 21,4 milhões, correspondente a 6,79% da receita orçamentária total. Já em 2015 este índice passou para R$ 148,4 milhões (14,13%). Ainda assim, a participação da receita tributária é modesta, revelando uma certa dependência da gestão financeira do

município com relação ao aporte público recebido dos governos estadual e federal.

Prova disso, é a importância da cota-parte do ICMS – imposto de competência estadual que incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação -, que

representa 40,33% das receitas municipais.

Por outro lado, observa-se que no período de 2000 a 2015, a contribuição das receitas de capital - que incluem operações de crédito, alienação de bens, amortização de empréstimos – teve um forte recuo, passando de R$ 57 milhões para os atuais R$ 4

milhões, correspondentes a menos de 1% (0,40%) das receitas.

Em relação aos gastos com pessoal, verifica-se um aumento considerável. Em 2000, o município gastou nesta seção R$ 68 milhões, passando para R$ 444 milhões em 2015, agravando a relação gastos com pessoal sobre despesa total, que passou de 20,87%,

em 2000, para 46,10%, em 2015.

A tabela a seguir relaciona os números de receita e despesa das finanças municipais de Parauapebas para os anos de 2000 e 2015, com valores corrigidos para este último ano para efeito de análise comparativa.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

122 122

Tabela 49 – Receitas e Despesas de Parauapebas (2000-2015)

Parauapebas Variação Percentual Anualizada Item 2000* 2015

Receita Orçamentária Total R$ 316.069.412,20 R$ 1.050.647.685,39 8,34%

Per capita R$ 4.416,35 R$ 5.532,02 1,51%

Receita Corrente R$ 259.189.278,32 R$ 1.046.401.287,19 9,75%

Transferências Correntes R$ 216.842.451,43 R$ 867.234.078,87 9,68%

Cota ICMS R$ 87.233.411,31 R$ 423.772.147,66 11,11%

Cota FPM R$ 14.539.670,17 R$ 71.476.681,33 11,20%

Cota ICMS/Receita Orçamentária Total

27,60% 40,33% -

Receita Tributária R$ 21.447.061,14 R$ 148.453.379,92 13,77%

Receita Tributária / Receita Orçamentária Total

6,79% 14,13% -

Receita de Capital R$ 56.880.133,88 R$ 4.246.398,20 -15,89%

Receita de Capital / Receita Orçamentária Total

18,00% 0,40% -

Despesa Orçamentária Total R$ 326.404.176,43 R$ 962.308.920,14 7,47%

Gastos com Pessoal R$ 68.111.177,98 R$ 443.600.959,94 13,31%

Gastos com Pessoal / Despesa Orçamentária T.

20,87% 46,10% -

Fonte: Finanças Públicas do Brasil – Secretaria do Tesouro Nacional. *Valores corrigidos pelo IGP-M (FGV) para ano 2015 (in. Banco de Brasil/Calculadora do Cidadão, 2016).

6.1.1 ICMS Ecológico

Segundo dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS, 2017) foi repassado ao município de Parauapebas, no ano de 2015, o valor de R$ 1.625.116,75 referente ao chamado ICMS Ecológico, que se constitui em um dos critérios para o cálculo do repasse de recursos do ICMS aos municípios no Estado, sendo calculado em função da existência de espaços territoriais especialmente protegidos no território dos municípios.

A nova lei estadual, definida pela Portaria nº 1.272, de 21/ 07/ 2016, ampliou as categorias que contribuem para esse cálculo. Entre as variáveis consideradas para o repasse a partir de 2017 estão:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

123 123

• Cobertura de Cadastro Ambiental Rural (CAR), Área de Preservação Permanente (APP), Área de Reserva Legal (ARL) e Área Degradada (AD) de

cada município – contribuindo com peso de 38,62% no índice;

• Percentual de cobertura de Unidades de Conservação (UCs), Terras Indígenas (Tis) e Áreas Especiais em cada município, assim como o Desflorestamento em geral e nas UCs – com peso 35,44%;

• Remanescente Florestal, representando 14,09% do índice; e

• Capacidade de exercício da Gestão Ambiental Municipal, com peso de 11,85%.

Observa-se que a nova metodologia estabelece UCs de maneira geral, sem especificar

se as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) contribuem para o ICMS.

O ICMS Ecológico foi originalmente concebido como uma maneira de compensar financeiramente os municípios pelas restrições à expansão de atividades econômicas que importem em degradação ambiental, justamente pela presença de unidades de conservação, de forma a estimulá-los a investir os recursos repassados na gestão no aumento dessas áreas naturais e a participarem de um processo de desenvolvimento sustentável em larga escala, por meio da retribuição à execução de atividades ambientalmente positivas em seus territórios.

6.2 Planos, Projetos e Programas Colocalizados

O levantamento dos programas colocalizados foi realizado com base nas ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Portal de Transparência da União, no nível federal; do Portal de Transparência do Estado, do Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia, do PLANSANEAR, do Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Estado do Pará e do Programa Municípios Verdes, no âmbito estadual; e do Plano de Habitação de Interesse Social, do Plano Plurianual (PPA 2014-2017) e da Lei Orçamentária Anual de 2017, na esfera municipal. Todos estão detalhados a seguir.

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

Ao todo, Parauapebas tem onze projetos relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com destaque para a elaboração de projetos para implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) e do Sistema de Abastecimento de Água (SAA), conforme quadro a seguir:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

124 124

Tabela 50 – Projetos do PAC

Tipo Empreendimento Investimento

previsto (R$ mil) Estágio

Transmissão de Energia Elétrica

LT 500 KV PARAUAPEBAS - INTEGRADORA

CD , SE PARAUAPEBAS 500/138 KV SE E INTEGRADORA

500/230 KV

***** Em licitação de obra

Transmissão de Energia Elétrica

LT 500KV Xingu - Parauapebas, C1 e C2 e LT 500KV Parauapebas - Miracema, C1 e

C2

***** Em licitação de obra

Urbanização de assentamentos precários

Urbanização - Morro do Chapéu**

9.140,66 Em obras

Saneamento Elaboração de

projetos de engenharia para implantação do

SES do município

***** Em licitação de obra

Saneamento Elaboração de

projetos de engenharia para implantação do

SAA do município

***** Em licitação de obra

Creches e pré-escolas Tipo B (2 unidades)

***** Ação Preparatória

Creches e pré-escolas Tipo B (5 unidades)

9.187,05 Em obras

Creches e pré-escolas Tipo B ***** Ação Preparatória

Creches e pré-escolas Tipo C ***** Ação Preparatória

Creches e pré-escolas Tipo C ***** Em licitação de obra

Quadras esportivas nas escolas

Cobertura de Quadra

***** Em licitação de obra

Fonte: 3º Balanço do PAC 2015-2018 **Não inclui o valor da provisão habitacional conjugada, que foi considerado em item específico deste quadro. ***** Valor não divulgado em razão da possibilidade de uso do Regime Diferenciado de Contratação (RDC).

Portal de Transparência da União

De acordo com o Portal de Transparência da União, há cinco convênios envolvendo o município de Parauapebas, com fim da vigência em 2017, com destaque para os convênios de nº 680982 - Elaboração de projetos de engenharia para implantação do SES do município e nº 680981 - Elaboração de projetos de engenharia para implantação do SAA do município.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

125 125

Tabela 51 – Convênios do Portal de Transparência da União

Concedente: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF) / MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

Número Objeto do Convênio Valor do

Convênio Situação Vigência

714218 Aquisição de patrulha agrícola e implementos

331.500,00 Prestação de Contas Aprovada

30/04/2017

Concedente: CEF - PROGRAMAS SOCIAIS

Número Objeto do Convênio Valor do

Convênio Situação Vigência

680982 Elaboração de projetos de engenharia para implantação do SES

do município

364.784,02 Adimplente 30/04/2017

680981 Elaboração de projetos de engenharia para implantação do SAA

do município

397.104,81 Adimplente 30/04/2017

668210 Obras de infraestrutura:

Produção de 1008 UH pelo MCMV;

Equipamentos comunitários: uma

creche e um posto de saúde

3.605.577,60 Adimplente 30/08/2017

Concedente: FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Número Objeto do Convênio Valor do

Convênio Situação Vigência

665292 Construção de escola(s), no âmbito do programa nacional de

reestruturação e aparelhagem da rede

escolar pública de educação infantil -

Proinfância

2.531.640,67 Adimplente 04/02/2017

Fonte: Portal da Transparência da União, 2017.

Portal de Transparência do Estado (PA)

De acordo com o Portal de Transparência do Estado do Pará, não há convênios vigentes envolvendo o município de Parauapebas.

Porém, de acordo com o site Obras Pará, há duas obras em andamento em Parauapebas: a construção da cadeia pública masculina e do quartel da Polícia Militar,

ambas sob responsabilidade da Secretaria de Estado de Obras Públicas.

Além disso, segundo o Sistema de Gestão de Programas do Estado do Pará (GP Pará) há um convênio realizado para o município de Parauapebas no valor de R$ 103.500

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

126 126

referente ao pagamento de transporte escolar de alunos, porém, há várias ações

previstas que ainda não foram cumpridas, descritas na tabela a seguir.

Tabela 52 – Ações previstas por programas para Parauapebas

Agricultura Familiar

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Apoio a Áreas Indígenas, Quilombolas, Populações Tradicionais e de Reforma Agrária com Serviços de

ATER Família Assistida 40

Apoio à Produção e Comercialização da Agricultura Familiar

Produtor Familiar Atendido

60

Apoio às Cadeias Produtivas de Origem Animal e Vegetal com serviços de ATER

Família Assistida 680

Apoio às Organizações para a Comercialização dos Produtos da Agricultura Familiar

Organização Assistida

12

Agropecuária e Pesca

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Apoio à Eventos Agropecuários Evento Apoiado 2

Apoio a Eventos da Pesca e Aquicultura Evento Apoiado 2

Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia de Produtos Artesanais Agropecuários

Produtor Atendido 22

Apoio às Cadeias Produtivas de Origem Animal e Vegetal

Produtor Atendido 78

Assistência Técnica e Extensão Pesqueira e Aquícola

Pescador/Aquicultor Assistido

60

Combate, Controle e Erradicação de Doenças dos Animais e de Pragas de Vegetais

Propriedade Inspecionada

4

Fiscalização e Inspeção Agropecuária Inspeção Realizada 1.764

Fomento à Pesca e Aquicultura Pescador/Aquicultor

Apoiado 114

Promoção da Educação Sanitária Evento Realizado 36

Vacinação do Rebanho Pecuário Rebanho Vacinado 188

Cidadania e Direitos Humanos

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Apoio às Ações de Saúde das Comunidades Indígenas, Quilombolas e Tradicionais

Município Atendido 2

Assistência Integrada ao Preso, Interno e Egresso Custodiado Assistido 42

Capacitação dos Profissionais da Rede de Atenção aos Usuários de Álcool e Outras Drogas

Pessoa Capacitada 10

Fiscalização de Estabelecimentos para Garantia dos Direitos do Consumidor

Fiscalização Realizada

1.174

Implementação das Ações do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência

- PROERD Pessoa Atendida 2.100

Monitoramento da Rede de Atendimento à Mulher Rede Monitorada 100

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

127 127

Operacionalização do Fundo de Apoio ao Registro Civil de Nascimento

Ressarcimento Realizado

9.380

PROPAZ Cidadania Pessoa Atendida 3.000

Ciência, Tecnologia e Inovação

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Concessão de Bolsa de Pesquisa em Ciência e Tecnologia

Bolsa Concedida 10

Disseminação de Ciência, Tecnologia e Inovação Evento Apoiado 6

Incentivo a Projeto de Pesquisa em Ciência e Tecnologia

Projeto de Pesquisa Apoiado

6

Cultura

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Difusão Cultural Evento Cultural

Difundido 2

Fomento à Leitura Pessoa Atendida 1.300

Qualificação de Agentes Culturais Pessoa Qualificada 580

Realização de Ações de Educação não Formal Pessoa Atendida 150

Direitos Sócio assistenciais

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Ações de Enfrentamento a Violência Sexual e Trabalho Infantil

Pessoa Beneficiada 64

Apoio a Produção Familiar, Aquisição de Alimentos e Consumo Inclusivo

Família Atendida 40

Apoio aos Municípios na Inclusão aos Serviços, Benefícios e Programas Socioassistenciais

Município Atendido 2

Capacitação de Trabalhadores do SUAS, SINASE e SISAN

Pessoa Capacitada 202

Concessão de Benefícios à Pessoa Acometida pela Hanseníase e Pessoas/Famílias em Situação de

Vulnerabilidade Temporária Pessoa Beneficiada 20

Realização de Vigilância Social e Gestão do Trabalho

Município Apoiado 4

Educação Básica

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Construção de Unidade Escolar Unidade Escolar

Construída 2

Formação Inicial e Continuada para Professores da Educação Básica

Professor Capacitado 620

Fortalecimento da Educação de Jovens e Adultos Aluno Atendido 1.550

Fortalecimento de Ações de Fomento à Leitura Professor Beneficiado 500

Implementação da Avaliação Institucional e da Aprendizagem na Escola

Avaliação Realizada 2

Implementação do Ensino Médio e Educação Profissional

Aluno Atendido 23.730

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

128 128

Implementação do Transporte Escolar Aluno Atendido 1.656

Modernização Tecnológica e Aparelhamento de Unidade Escolar

Unidade Escolar Atendida

10

Reforma, Adequação e Manutenção de Unidade Escolar

Unidade Escolar Atendida

2

Educação Profissional e Tecnológica

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Implementação da Educação Profissional Integrada Subsequente

Aluno Atendido 80

Implementação de Escolas Tecnológicas Escola Implementada 2

Monitoramento e Avaliação da Política Estadual de Educação e Qualificação Profissional e Tecnológica

Sistema Implantado 2

Qualificação Profissional às Potencialidades Locais Pessoa Qualificada 190

Educação Superior

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Implementação de Ações de Acesso aos Cursos de Graduação

Vaga Ofertada 160

Governança para Resultados

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Apoio à Organização da Sociedade Civil Organização Atendida 2

Apoio ao Desenvolvimento Municipal Município Atendido 2

Atenção à Saúde Ocupacional do Servidor Servidor Atendido 6

Desenvolvimento de Competências e Habilidades Profissionais

Servidor Capacitado 2

Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação

Serviço Realizado 20

Produção e Difusão da Informação Município Atendido 2

Realização de Ações de Integração e Articulação de Políticas Sociais

Evento Realizado 2

Regulamentação e Implementação do Sistema de Gestão e Planejamento Integrado das Regiões

Metropolitanas

Sistema Regulamentado e

Implantado 2

Habitação de Interesse Social

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Complementação de Aluguel Família Beneficiada 20

Indústria, Comércio e Serviços

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Apoio a Verticalização das Cadeias Produtivas dos Minerais Metálicos e Não Metálicos

Empreendedor Apoiado

10

Apoio ao Setor da Economia Criativa Empreendedor

Atendido 320

Apoio ao Setor de Gemas e Metais Preciosos Setor Apoiado 4

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

129 129

Apoio ao Setor de Indústria, Comércio e Serviços Empresa Atendida 36

Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Segmento de APL

Apoiado 2

Concessão de Crédito para Produção Crédito Concedido

(R$) 82

Expansão do Registro Mercantil Empresa Constituida 7.344

Gestão das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos

Minerários Projeto Fiscalizado 4

Gestão de Incentivos Fiscais e Financeiros Empresa Incentivada 2

Promoção de Produtos Paraenses no Mercado Nacional e Internacional

Produto Promovido 4

Manutenção da Gestão

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Abastecimento de Unidades Móveis do Estado Unidade Abastecida 132

Concessão de Auxílio Alimentação Servidor Beneficiado 1.315

Concessão de Auxílio Fardamento Servidor Beneficiado 360

Concessão de Auxílio Transporte Servidor Beneficiado 757

Operacionalização das Ações Administrativas Contrato Mantido 26

Operacionalização das Ações de Recursos Humanos

Servidor Remunerado 139

Meio Ambiente e Ordenamento Territorial

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Elaboração, Emissão e Validação de Cadastro Ambiental Rural - CAR

CAR Emitido 258

Gestão dos Recursos Hídricos Ato Autorizativo

Expedido 136

Implementação do Programa de Regularidade Ambiental de Imóveis Rurais - PRA

Termo de Compromisso

Ambiental Celebrado 76

Licenciamento, Monitoramento e Fiscalização Ambiental

Empreendedor Atendido

106

Promoção da Educação Ambiental Projeto Realizado 4

Regularização Fundiária Documento Expedido 20

Mobilidade e Desenvolvimento Urbano

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Apoio Técnico-institucional para Elaboração dos Planos Municipais de Mobilidade Urbano

Município Atendido 2

Saúde

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Apoio a Ações dos Conselhos de Saúde Conselho Apoiado 2

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

130 130

Apoio à Assistência Farmacêutica na Atenção Primária

Município Fortalecido 2

Apoio a Implementação de Serviços da Atenção Primária

Município Qualificado 4

Apoio às Ações de Estratégia Saúde da Família e de Agentes Comunitários

Município Apoiado 2

Cofinanciamento da Assistência Farmacêutica Básica

Repasse Realizado 24

Cofinanciamento da Atenção Básica Repasse Realizado 24

Cofinanciamento da Média e Alta Complexidade Repasse Realizado 24

Cofinanciamento da Vigilância em Saúde Repasse Realizado 24

Educação Permanente na Saúde Pessoa Qualificada 4

Implementação da Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência

Pessoa Atendida 582

Realização de Auditoria do SUS Auditoria Realizada 2

Regulação em Saúde Serviço/Acesso

Regulado 56

Saúde do Trabalho, Ambiental e Agravos não Transmissíveis

Ação Realizada 2

Vigilância e Controle a Agravos Transmissíveis Agudos e Endêmicos

Ação Realizada 14

Vigilância Sanitária a Produtos e Serviços Ação Realizada 6

Segurança Pública

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Assistência aos Agentes de Segurança Pública Atendimento

Realizado 238

Atendimento às Populações em Situação de Risco, de Emergência e/ou Calamidade Pública

Pessoa Atendida 160

Capacitação e Treinamento dos Servidores do SIEDS

Servidor Capacitado 166

Combate a Incêndios, Busca e Salvamento e Atendimento Pré-hospitalar

Ocorrência Atendida 3.120

Construção de Unidades Prisionais Unidade Construída 2

Educação de Trânsito Ação Educativa

Realizada 6

Fiscalização de Trânsito Operação Realizada 420

Gerenciamento do Serviço Penitenciário Custodiado Atendido 240

Habilitação de Condutores de Veículos Documento de

Habilitação Expedido 42.248

Implementação de Serviços de Perícias Técnico-científicas

Serviço Implementado

2

Implementação do Observatório de Trânsito Observatório

Implementado 2

Modernização da Tecnologia das Unidades Prisionais

Unidade Modernizada 2

Prevenção de Sinistros Vistoria Realizada 1.400

Realização das Ações da Corregedoria do SIEDS Processo Concluso 44

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

131 131

Realização de Ações da Polícia Judiciária Procedimento

Concluído 3.172

Realização de Missões Especiais Missão Realizada 4

Realização de Policiamento Ostensivo Policial Militar em

Serviço 128

Regularização de Veículos Documento de

Veículo Expedido 104.126

Trabalho, Emprego e Renda

Ação Produto (unidade) Meta prevista

Assessoramento Técnico e Monitoramento de Empreendimentos

Empreendedor Atendido

50

Financiamento a Micros e Pequenos Empreendimentos

Microcrédito Concedido

40

Implementação da Casa do Trabalhador Trabalhador Atendido 24.116

Intermediação de mão-de-obra Trabalhador Colocado 3.574

Qualificação Social e Profissional Pessoa Qualificada 160

Fonte: Sistema de Gestão de Programas do Pará, 2017.

Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia

O Estado do Pará não tem um Plano Estadual de Recursos Hídricos, sendo coberto parcialmente por dois planos federais elaborados pela Agência Nacional de Águas (ANA) e aprovados por Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). São eles o Plano de Recursos Hídricos da Margem Direita do Amazonas (2010-2030), que corresponde a cerca de 30% do Estado, e pelo Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia (2009-2025), cobrindo 47,3% do território paraense, do qual Parauapebas faz parte.

De acordo com o Plano, a Região Hidrográfica destaca-se por ser a segunda maior do país em termos de área e de vazão, inferior apenas à do Amazonas, e a maior do país com área de drenagem situada integralmente em território nacional.

O Plano adotou 17 Unidades de Planejamento (UP), sendo que Parauapebas faz parte da UP Itacaiúnas, que também abrange os municípios de Água Azul do Norte, Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Marabá, Ourilândia do Norte, Piçarra, São Geraldo do Araguaia, Sapucaia e Xinguara.

Com relação à UP, o Plano diagnosticou que a maior parte da área remanescente do bioma está basicamente restrita às unidades de conservação, como a Floresta Nacional

de Carajás e algumas reservas indígenas.

Sobre os recursos hídricos, a UP Itacaiúnas se destaca pela reduzida produção de água na estiagem (0,63 L/s.km2), associada aos argissolos e os terrenos cristalinos do Cráton do Amazonas. O Plano identificou que a principal demanda nesta UP é para dessedentação animal. Além disso, por conta dos dados de condutividade elétrica relativamente mais elevados na UP Itacaiúnas, em função da intensa mineração, há uma necessidade de ampliação da rede de monitoramento, de modo a subsidiar uma análise mais consistente da condição dos corpos hídricos da Região Hidrográfica

Tocantins e Araguaia (RHTA).

Entre os fatores críticos da UP Itacaiúnas estão:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

132 132

• Demanda e disponibilidade hídrica

• Saneamento – esgoto e lixo

• Cobertura vegetal

De maneira geral, os indicadores de saneamento da RHTA estão abaixo da média nacional, evidenciando condições ainda muito precárias principalmente no tocante ao esgotamento sanitário, à coleta e à disposição adequada de resíduos sólidos e à drenagem urbana.

Para atuar nesse cenário, o Plano propõe um conjunto de ações não estruturais e estruturais baseadas em critérios de sustentabilidade hídrica e ambiental, cujos investimentos totalizam R$ 3,8 bilhões até 2025. Essas ações estão agrupadas nos seguintes componentes:

• Fortalecimento da Articulação e Compatibilização das Ações Governamentais

• Saneamento Ambiental

• Uso Sustentável dos Recursos Hídricos

A seguir os programas e ações em destaque para a RHTA e as atividades por Unidade da Federação propostas no Plano.

Tabela 53 – Programas e ações pactuadas por componentes

Componente 1: Fortalecimento Institucional

Programa Ações Custo total (R$)

Fortalecimento da Articulação e Compatibilização das Ações

Gvernamentais

Apoiar as iniciativas destinadas à viabilização da Hidrovia Tocantins

350.000

Estruturação e Capacitação dos Órgãos Gestores de Recursos

Hídricos

Apoio à estruturação das empresas de saneamento

4.288.000

Desenvolvimento e Implementação dos Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos

Apoio à elaboração e revisão dos Planos Estaduais de Recursos

Hídricos e de planos de bacia em regiões críticas

320.000

Componente 2: Saneamento Ambiental

Programa Ações Custo total (R$)

Implementação de Projetos e Obras para Ampliação do Abastecimento de Água

Nas áreas urbanas, reduzir em 30% o percentual de habitantes sem acesso a sistemas públicos de abastecimento de água e, nos municípios com mais

de 50.000 hab., reduzir em 50%, alcançar um consumo per capita

mínimo de 125 l/hab.d. Reduzir os consumos superiores para no máximo

200 l/hab.d e reduzir as perdas de água nos sistemas a no máximo 40%

até 2025

1.946.072.691

Implementação de Projetos e Obras para Melhoria dos Níveis

de Coleta e Tratamento de Esgotos

Em municípios menores que 5 mil habitantes, utilizar sistemas

individuais, enquanto nos municípios maiores e aqueles que já possuem

coleta de esgotos, implantar as

940.349.647

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

133 133

unidades de coleta e tratamento de esgotos, pelo menos a nível primário,

com 60% de remoção de DBO

Implementação de Projetos e Obras para Melhoria dos Níveis de Coleta e Disposição Final de

Resíduos Sólidos

Na coleta de resíduos sólidos, reduzir pela metade o percentual de

habitantes não atendidos até 2015 e universalizar até 2025. Na parte de disposição, reduzir pela metade o

percentual de resíduos depositados em lixões, transferindo-os para aterro

até 2015. Os lixões devem ser extintos e os resíduos sólidos

dispostos integralmente em aterros

610.377.384

Componente 3: Uso Sustentável dos Recursos Hídricos

Programa Ações Custo total (R$)

Articulação de Ações para Controle da Erosão e

Assoreamento e Recuperação de Áreas Degradadas

Implementação e monitoramento de projetos de recuperação ambiental e

de conservação de solos 32.163.120

Desenvolvimento de Ações de Racionalização do Uso da Água

na Irrigação Uso racional da água na irrigação 39.153.520

Apoio à Implementação de Ações para Criação e

Manutenção das Unidades de Conservação

Apoio à criação e manutenção de Unidades de Conservação com

relevância para recursos hídricos 1.390.000

Fonte: PERHTA, 2009-2025

O Plano ainda prevê atividades específicas por Unidade de Federação. As estabelecidas para o Pará são as seguintes:

• Fortalecimento institucional da Secretaria de Estado de Meio Ambiente

• Apoio ao fortalecimento da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa)

• Implementação de projetos e obras em saneamento ambiental para melhoria do abastecimento de água, da coleta e tratamento de esgotos e a coleta e disposição de resíduos sólidos e um programa especial para a RM de Belém

• Implementação da alocação de água (outorga e fiscalização) na Bacia do Rio Itacaiúnas

• Outorga e fiscalização dos efluentes das indústrias em municípios como Marabá e Barcarena

• Navegação comercial no Rio Tocantins até Marabá com a conclusão das eclusas na UHE Tucuruí

• Apoio a ações de criação e manutenção das unidades de conservação com relevância para os recursos hídricos situadas no bioma Floresta Amazônica, em especial nas UPs Acará-Guamá e Pará

• Avaliação do estoque pesqueiro e da capacidade de suporte do reservatório da UHE de Tucuruí e a jusante da barragem

• Educação ambiental em recursos hídricos voltada principalmente para as praias do Rio Araguaia e para a cidade de Belém

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

134 134

• Estudo do potencial hídrico dos aquíferos Barreiras e Pirabas para subsidiar a sua gestão

• Ampliação da rede de monitoramento hidrológico, em especial, da qualidade na Bacia do Rio Itacaiúnas

PLANSANEAR

O Programa PLANSANEAR tem por finalidade apoiar tecnicamente os municípios do Pará na elaboração de planos setoriais no âmbito do saneamento básico – Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) e Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB).

O PLANSANEAR apoia atualmente cerca de 60 municípios distribuídos nas 12 regiões de integração do Estado.

O balanço do Programa em 2015 apresenta os seguintes indicadores:

• 45 Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos concluídos - Afuá, Almeirim, Augusto Corrêa, Aurora do Pará, Belém, Benevides, Bonito, Bragança, Brasil Novo, Breves, Barcarena, Capanema, Capitão Poço, Chaves, Colares, Concórdia do Pará, Curuçá, Dom Eliseu, Garrafão do Norte, Goianésia do Pará, Igarapé Açu, Inhangapi, Ipixuna do Pará, Jacareacanga, Juruti, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Moju, Muaná, Nova Esperança do Piriá, Novo Repartimento, Oeiras do Pará, Paragominas, Ponta de Pedras, Portel, Santa Bárbara do Pará, Santa Maria do Pará, São Domingos do Capim, São Francisco do Pará, São João do Ponta, São Miguel do Guamá, Soure, Terra Alta, Vigia de Nazaré;

• 3 Planos Municipais de Saneamento Básico iniciados – Ulianópolis, Rio Maria e Placas;

• 31 municípios capacitados em Oficinas direcionadas a elaboração de Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS);

• Plano Estadual de Saneamento Básico Regionalizado em versão parcial;

• Minuta da Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS-Pará), em fase de validação.

• Sistema Estadual de Informações em Resíduos Sólidos desenvolvido.

O PLANSANEAR atua com o apoio essencial das Associações de Municípios no Pará, como o Consórcio Integrado dos Municípios Paraenses (COIMP), a Associação de Municípios da Calha Norte (AMUCAN), o Consórcio de Desenvolvimento Socioeconômico Intermunicipal (CODESEI), a Associação dos Municípios do Araguaia Tocantins (AMAT), a Associação dos Municípios da Transamazônica (AMUT), dentre outras. Outras parcerias institucionais são fundamentais para a implementação das ações do PLANSANEAR, como a FUNASA Pará, o Conselho Estadual das Cidades (CONCIDADES), a Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA), a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Ministério Público do Estado do Pará (MPE), a Universidade do Estado do Pará (UEPA), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e a Secretaria de Estado de

Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (SEASTER).

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

135 135

Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Estado do Pará

Para realizar o diagnóstico, o Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Estado do Pará (PEGIRS) adotou a divisão das Regiões de Interação (RI) do Pará,

da qual Parauapebas faz parte da RI Carajás.

Identificou-se que entre os polos de maior geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) da RI estão os municípios de Marabá (com 266,7 toneladas geradas por dia), Parauapebas (115,6 t/d) e São Domingos do Araguaia (12,4 t/d).

Com relação à disposição final, destacam-se os municípios de Marabá, que tem um aterro emergencial - classificado como aterro controlado por não dispor de licença de instalação ou operação -, e Parauapebas, com um aterro sanitário particular da Vale (com Licença de Instalação 1.865/2012).

De acordo com a regionalização proposta pelo PEGIRS, Parauapebas, onde já existe um aterro sanitário em funcionamento, será o polo de uma Unidade Regional de Gestão, com um Aterro Sanitário Regional, enquanto que os outros municípios (Canaã dos Carajás, Eldorado dos Carajás e Curionópolis) terão Estações de Transferência

Simples.

O PEGIRS estabelece que serão priorizados no acesso a recursos da União:

a) os municípios que optarem por soluções consorciadas intermunicipais para gestão dos resíduos sólidos;

b) os municípios que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas e outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

Os programas e ações foram baseados nos seguintes tópicos e segmentos:

• Resíduos Sólidos Urbanos, especificando

o Universalização do sistema de coleta de Resíduos Sólidos

o Disposição final ambientalmente adequada de rejeitos

o Redução da Geração de Resíduos Sólidos Urbanos

• Resíduos Sólidos Especiais, especificando

o Resíduos Sólidos da Construção Civil, Demolição e Volumosos

o Resíduos Sólidos Industriais

o Resíduos Sólidos de Serviços de Transporte

o Resíduos de Serviços de Saúde

o Resíduos Sólidos da Mineração

o Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris

o Resíduos de Saneamento Básico

• Gestão de Resíduos Sólidos, especificando

o Inclusão dos usuários, catadores e fornecedores de serviços

o Políticas proativas da gestão de resíduos sólidos

o Sustentabilidade Financeira

Ao todo, foram elaborados 39 projetos envolvendo 106 ações, entre as quais se

destacam as seguintes:

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

136 136

Tabela 54 – Programas e ações do PEGIRS

Tópico: Resíduos Sólidos Urbanos

Projeto Ação

Apoio aos municípios e consórcios de RSU para elaboração de projetos de

novos aterros sanitários

Incentivar os municípios na implementação de consórcios públicos de gestão de resíduos,

visando à implantação e operação de aterros sanitários regionais e estações de transferência, nos casos de viabilidade econômica e logística,

ou aterros sanitários municipais e/ou de pequeno porte, nos casos onde a disposição final

intermunicipal não mostre viabilidade econômica e logística de adoção da solução de Consórcio

Operacional.

Apoio aos municípios e consórcios de RSU para implementação e operação dos

aterros sanitários

Fomentar o financiamento de obras de aterro sanitário regional, aterro sanitário municipal ou

aterro sanitário de pequeno porte, conforme estudos básicos, priorizando os municípios que participam em consórcios de gestão de resíduos

sólidos.

Apoio técnico e fomento de intercâmbio estadual, regional (Região Norte) e nacional de melhores práticas de operação dos aterros sanitários e

estações de transferência.

Incentivar consórcios de operação (escopo 1) e de gestão (escopo 2) de RSU para apoiar

municípios não consorciados na operação e gestão dos aterros sanitários.

Medidas para o aumento da taxa de reaproveitamento dos RSU gerados

Incluir no Programa “Município Verde“ (ICMS Ambiental), no componente resíduos sólidos o critério para estímulo a reciclagem e inclusão das cooperativas de catadores de resíduos

recicláveis.

Tópico: Resíduos Sólidos Especiais

Projeto Ação

Manter sistema de controle dos resíduos industriais do setor de mineração, pelo órgão estadual competente, visando

destinação final ambientalmente adequada

Realizar diagnóstico dos resíduos da mineração no Estado do Pará (mapeamento, quantificação, fluxo dos processos, etc.), junto ao SINMINERAL

e empresas mineradoras.

Fortalecer o órgão ambiental competente visando o controle dos recursos minerais

explorados e os respectivos resíduos no Estado, através de sistema de monitoramento

sistemático, utilizando-se da ampliação da Base de Dados dos SIERS e do processamento de

imagens.

Manter cadastro de geração e disposição final de resíduos de mineração, pelo órgão estadual de

meio ambiente (SEMA- PA) com suporte da ampliação da Base de Dados dos SIERS e do

processamento de imagens.

Programa Ações

Incentivar os geradores de RSM para aplicar os princípios responsabilidade do

Fiscalizar a elaboração e implementação do plano de gerenciamento de resíduos da

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

137 137

gerador, poluidor-pagador e protetor-recebedor

mineração avaliando modelos alternativos de gestão (Auditoria de Gestão/Terceirização/PPP/

Concessão), sob supervisão, controle de regulação do Órgão Ambiental (SEMA- PA).

Incentivar o setor de mineração para apoiar a gestão dos RSU nos municípios com empreendimentos de mineração.

Manter sistema de controle dos Resíduos de Saneamento Básico, pelo órgão

estadual competente, visando destinação final ambientalmente adequada

Intensificar as ações de fiscalização nas Estações de Tratamento de Água e Esgoto

Tópico: Gestão de Resíduos Sólidos

Projeto Ação

Projeto de fortalecimento da gestão municipal dos serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos, através de

políticas proativas e soluções consorciadas

Incentivar com instrumentos políticos, financeiros, fiscais e técnicos a gestão

consorciada de RSU (Gestão intermunicipal escopos I e II do Plano de Regionalização).

Implantar programa de capacitação voltado para os consórcios de gestão de RSU e para os municípios, incluindo plataforma melhores

práticas de gestão de RSU (Unidades Avançadas de capacitação de gestores com

suporte de Universidades, Institutos de Tecnologia e empresas privadas).

Projeto de sustentabilidade financeira do setor

Criar mecanismos que incentivem a utilização dos recursos do Programa “Município Verde“ (ICMS Ambiental), relativos ao componente

resíduos sólidos, para ações voltadas à gestão de resíduos sólidos nos municípios.

Fonte: PEGIRS, 2014

Programa Municípios Verdes

O Programa Municípios Verdes (PMV) é um programa estadual desenvolvido em parceria com municípios, sociedade civil, iniciativa privada, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério Público Federal (MPF).

O PMV tem como objetivo combater o desmatamento no Estado, fortalecer a produção rural sustentável por meio de ações estratégicas de ordenamento ambiental e fundiário e também de gestão ambiental, com foco em pactos locais, no monitoramento do desmatamento, na implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na estruturação da gestão ambiental dos 107 municípios participantes, segundo dados do programa de dezembro de 2016.

As metas dos municípios verdes são as seguintes:

• Celebrar o pacto local contra o desmatamento/sustentabilidade envolvendo a sociedade civil e governanças locais;

• Criar o grupo de trabalho municipal de combate ao desmatamento ilegal ou de monitoramento ambiental;

• Realizar as verificações em campo dos focos de desmatamento ilegal, se ocorrerem e reportar ao programa;

• Manter a taxa anual de desmatamento abaixo de 40 Km² (com base nos critérios do Prodes/INPE);

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

138 138

• Possuir mais de 80% da área municipal cadastrada no Cadastro Ambiental Rural (CAR);

• Não fazer parte da lista do Ministério do Meio Ambiente (MMA) dos municípios que mais desmatam na Amazônia;

• Possuir sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente estruturados.

Por outro lado, os participantes recebem benefícios como o desembargo ambiental, incentivos fiscais, capacitações, estruturação das secretarias, realização de CAR, apoio nas regulamentações para a sustentabilidade financeira da gestão ambiental municipal

e prioridade na alocação dos recursos públicos estaduais.

Segundo o PMV, Parauapebas possui 80,22% do seu território coberto por remanescente florestal, muito em função das áreas protegidas, que ocupam 80,53% do município. Há ainda 6,15% do território ocupado por assentamentos.

Participante do PMV desde 2011, Parauapebas, porém, ainda não atingiu a meta do CAR, faltando 10,77% de área cadastrável. O município é habilitado para Gestão Ambiental, apresentando Conselho Municipal de Meio Ambiente e Fundo Municipal de Meio Ambiente próprios.

Apesar disso, Parauapebas não participa do Projeto Fundo Amazônia, que tem por finalidade captar doações para investimentos não-reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. Porém, o desmatamento local é menor que 40 Km², o que o deixa fora da lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia.

Plano de Habitação de Interesse Social (PLHIS)

O Plano de Habitação de Interesse Social (PLHIS) prevê integração com o Plano Diretor de Parauapebas e com os planos de Regularização Fundiária, Ambiental e de Saneamento, a serem elaborados.

De acordo com o PLHIS, além da área urbana delimitada, há na área rural de Parauapebas assentamentos com características urbanas. Dentre eles, destaca-se o núcleo urbano de Carajás, localizado na área da concessão da exploração mineral à Vale.

Ressalta-se que a intensa dinâmica demográfica agrava os problemas referentes a habitação, especialmente para as camadas de baixa renda que residem na área urbana. Observa-se as áreas centrais são ocupadas por população de várias classes de renda, sendo seu entorno caracterizado pelo assentamento de classes média e média alta, enquanto nas áreas mais periféricas a ocupação é predominantemente por moradores

de baixa renda.

O Plano também destaca um estudo realizado em 2013, pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, com identificação e mapeamento de quinze áreas ocupadas e com potencial de risco alto e muito alto a enchentes e movimentos de massa, sendo oito relacionadas a risco de deslizamento e sete, a risco de inundação. A maioria das áreas de risco está fora da centralidade urbana, no entanto, identificou-se que sazonalmente, é necessária a retirada de famílias de domicílios atingidos por inundações dos cursos d’água que cortam a cidade e o abrigo de grandes contingentes de população de baixa

renda.

Com relação ao saneamento básico, o diagnóstico do PLHIS aponta que parte expressiva da periferia urbana tem o abastecimento de água feito por carro-pipa ou não dispõe do serviço. Enquanto o destino de efluentes é precariamente resolvido por

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

139 139

sistema de esgotamento sanitário, que inexiste em parcela da área central e em grande

parte da periferia da cidade.

O PLHIS apontou que, apesar de o IBGE ter registrado oito aglomerados subnormais em 2010, a Prefeitura de Parauapebas identificou uma quantidade bem maior de assentamentos precários na sede do município: no total de 41, sendo 31 loteamentos

irregulares e 10 favelas.

Segundo o PLHIS, não há cultura de invasão de imóveis particulares, pelo receio de retaliação por parte do proprietário. Há, no entanto, ocupação de áreas públicas e áreas de preservação permanente – no entanto, entre as ocupações há áreas de risco.

A autoconstrução é bem presente no município, que também sofre com a alta especulação imobiliária. O resultado é um crescimento acelerado, porém, sem planejamento.

Além disso, faltam legislações específicas, como o Código de Obras e regulamentação de parcelamento do solo. Enquanto que os instrumentos de indução do desenvolvimento urbano previstos (parcelamento, edificação ou urbanização compulsórios, IPTU progressivo no tempo, desapropriação para fins de interesse social, direito de preempção, direito de superfície e transferência do direito de construir), assim como os instrumentos de regularização fundiária previstos: usucapião urbano e concessão especial de uso para fins de moradia, ainda não foram implementados no município, segundo o PLHIS.

Ressalta-se que há um Plano de Regularização Fundiária do Município de Parauapebas, em elaboração, que deverá conter objetivos, diretrizes e ações com vistas à regularização fundiária de assentamentos precários.

Somente a concessão de direito real de uso em terrenos públicos e privados e zonas especiais está sendo parcialmente implementada.

As zonas especiais deveriam receber tratamento específico na definição de parâmetros de uso e ocupação do solo, sobrepondo-se ao zoneamento geral de uso e ocupação do solo municipal, e foram classificadas em: a) zonas especiais de interesse social; b) zonas especiais de interesse ambiental; c) zonas especiais de segurança alimentar.

A partir de 2010 foram instituídas outras ZEIS especificamente para implantação de programas de habitação de interesse social (Quadro 2). As unidades do "Bairro"20 dos Minérios foram entregues e ocupadas. Os demais programas foram iniciados, estando alguns em fase de conclusão e entrega, como é o caso dos Lotes Urbanizados.

Em relação às Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), observa-se que algumas coincidem parcialmente com as áreas de risco de deslizamento ou inundação identificadas pelo CPRM.

Vale ponderar que o plano identificou um indicador positivo, no entanto, por meio do declínio do déficit habitacional em relação ao conjunto de domicílios apropriados, o que indica uma situação mais favorável no atendimento da demanda habitacional. Segundo o PLHIS, tal resultado decorre do aumento da oferta de moradias tanto pelo setor privado, por meio da produção individual ou empresarial de moradias, quanto pela

política habitacional governamental.

De acordo com o PLHIS, está em andamento uma ação de regularização fundiária urbana plena no “bairro” Altamira, desenvolvida pela Secretaria de Estado de Integração Regional, Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (SEIDURB), beneficiando aproximadamente 300 famílias de baixa renda (até três salários mínimos), no âmbito do Convênio nº 001/2007 MCIDADES/SEIDURB.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

140 140

Além disso, dois programas destinados a melhorias habitacionais foram aprovados pela Câmara Municipal em 2010 mas ainda não foram viabilizados: o Kit Construção, dirigido à população em situação de extrema pobreza; e o Cheque moradia, no valor de R$ 3 mil cada.

Já a COHAB não implementou nenhuma intervenção de regularização fundiária nos últimos cinco anos e não tem projetos em andamento em Parauapebas. Apesar disso, existem ações de regularização fundiária de terra pública ocupada programadas pela COHAB, em parceria com o governo do Estado do Pará, e incluídas no exercício orçamentário de 2014.

Entre as iniciativas privadas, identifica-se a mineradora Vale, que atua de forma primordialmente indireta, apoiando determinados projetos, como por exemplo, o PMCMV Comunidade, que também tem parceria com a Fundação Bento Rubião. De forma direta, ela realizou projetos pontuais no município, mas foram projetos direcionados exclusivamente aos funcionários da empresa. São eles: Chácara do Sol, Chácara da Lua e Chácara das Estrelas, de acordo com o PLHIS.

Após realizar o diagnóstico da situação habitacional do município, o plano estabeleceu as seguintes linhas programáticas:

• Integração Urbana de Assentamentos Precários;

• Produção, Aquisição e Locação de Habitação;

• Atendimento de Melhoria Habitacional;

• Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social;

• Desenvolvimento Institucional; e

• Formação e Gestão do Banco de Terras Públicas.

A seguir, os programas, assim como as ações e metas, definidos pelo PLHIS para

atender à questão habitacional de Parauapebas.

Tabela 55 – Programas, ações e metas por linhas programáticas do PLHIS

Linha programática: Integração Urbana de Assentamentos Precários

Programa Ação Meta Responsável

Promoção pública de UH’s

urbanas em assentamentos

precários

Promoção pública de UH’s em

assentamentos precários

Construir 7.000 unidades habitacionais em

assentamentos precários em 12 anos

SEHAB

Melhoria habitacional em assentamentos

precários

Melhoria das UH’s em assentamentos

precários

Promover a melhoria habitacional em 7.200

UH’s dos assentamentos precários em 12 anos

SEHAB

Urbanização de assentamentos

precários

Urbanizar 80% de assentamentos precários

em 12 anos SEMURB/ SEMOB

Assistência técnica para

assentamentos precários

Assistência técnica para produção de

novas UH’s em assentamentos

precários

Atender 100% das famílias que necessitarem de

assistência técnica em 12 anos

SEHAB

Assistência técnica para melhoria das

UH’s em

Atender 100% das famílias que necessitarem de

SEHAB

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

141 141

assentamentos precários

assistência técnica em 12 anos

Regularização fundiária de

assentamentos precários

Regularização urbanística de assentamentos

precários

Regularizar 80% dos assentamentos precários

em 12 anos SEMURB

Regularização jurídica de assentamentos

precários

Regularizar juridicamente 80% dos assentamentos

precários em 12 anos

Coordenadoria de Terras/ SEPLAN/

Procuradoria

Regularização fundiária de

assentamentos informais

Regularizar 90% dos assentamentos informais

em 12 anos

Coordenadoria de Terras/ SEPLAN/

Procuradoria

Contenção de invasões

Fiscalização de áreas públicas

Fiscalizar 100% das áreas públicas existentes de

forma permanentemente contínua

SEMURB

Destinação de áreas públicas para uso

coletivo

Identificar 100% das áreas públicas do município, implantando cercas e placas para melhor

identificação em 2 anos

SEMOB/ SEMURB

Apoio à remoção

Promoção de Locação Social em áreas

urbanas consolidadas

Beneficiar 100% das famílias necessitadas desse benefício em

12anos

SEHAB

Promoção pública de UH’s urbanas

Construir 8.000 unidades habitacionais em 12 anos

SEHAB

Eliminação e gerenciamento

de áreas de risco

Preservação ambiental definida em

legislação própria

Manter 100% das áreas de preservação ambiental livre de ocupações de

forma permanente

SEMMA

Realização de vistorias e elaboração de pareceres de risco

periodicamente

Vistoria 100% das áreas de risco em 2 anos

Defesa Civil

Revitalização de fundos de vale e áreas de risco

Revitalizar 100% dos fundos de vale e áreas de

risco em 12 anos SEMURB

Realocação de moradias em áreas de

risco

Realocar 100% das famílias de áreas de risco

em 12 anos SEHAB/ SEMURB

Linha programática: Produção, aquisição e locação de habitação

Programa Ação Meta Responsável

Promoção de novas UH’s

Promoção pública de UH’s urbanas

Construir 16.100 unidades habitacionais em 12 anos

SEHAB

Promoção pública de UH’s urbanas para arrendamento

Construir 30% de unidades habitacionais de acordo com o déficit habitacional em 12 anos

SEHAB

Promoção por autogestão de

unidades habitacionais

urbanas

Fomentar a construção de 4.800 unidades habitacionais por autogestão em 12 anos

SEHAB

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

142 142

Produção privada de unidades habitacionais

urbanas

Fomentar a construção de 1.900 unidades habitacionais pela iniciativa privada em 12

anos

SEHAB

Promoção por autogestão de

unidades habitacionais

rurais

Fomentar a construção de 1.300 unidades habitacionais

no meio rural em 12 anos SEHAB

Promoção pública de

loteamentos urbanos ou

aquisição de lotes

urbanizados com oferta de

materiais de construção

Promoção pública de loteamentos

urbanos

Promover o lançamento de novos loteamentos de acordo

com déficit habitacional do grupo de atendimento 2 e 3.

SEHAB

Oferta de materiais de

construção para a produção de UH’s

Promover a distribuição de 10.800 kits material de construção em 12 anos

SEHAB

Aquisição pública de lotes

urbanizados para produção de novas UH’s

Adquirir 6.000 lotes urbanizados em 12 anos para

construção de UH’s SEHAB

Linha programática: Atendimento de Melhoria Habitacional

Programa Ação Meta Responsável

Melhoria habitacional

Melhoria habitacional

Promover a melhoria de 10.500 unidades habitacionais

até 2023 SEHAB

Urbanização Implantar a infraestrutura em 80% das UH’s inadequadas

diagnosticadas SEHAB

Linha programática: Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social

Programa Ação Meta Responsável

Assistência técnica de apoio à produção de

UH’s, à autoconstrução, ao parcelamento

do solo e à requalificação habitacional

Assistência técnica para a produção de novas UH’s

Atender 90% dos casos solicitados em 12 anos

SEHAB

Assistência técnica para a

melhoria das UH’s existentes

Atender 90% dos casos solicitados em 12 anos

SEHAB

Capacitação de loteador/investidor

para regularização fundiária de loteamentos

irregulares e/ou clandestinos

Realização de 1 palestra por semestre (durante 12 anos)

para qualificação dos loteadores/investidores

SEHAB

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

143 143

Assistência técnica a

cooperativas e organizações

não governamentais

Assistência técnica a

cooperativas e organizações não governamentais

Realização de consultoria para qualificação das cooperativas

e organizações não governamentais

SEHAB

Linha programática: Desenvolvimento institucional

Programa Ação Meta Responsável

Desenvolvimento institucional

Capacitação de técnicos e

dirigentes para a gestão do plano

Realização de 1 palestra semestral para qualificação dos servidores da habitação

SEPLAN / SEHAB

Linha programática: Formação e Gestão do Banco de Terras Públicas

Programa Ação Meta Responsável

Formação e gestão do banco

de terras públicas

Disponibilização de técnicos para

tratar da área habitacional e

urbana

Realização de concurso para contratação de 50 servidores para a habitação em 12 anos

SEHAB/ SEMAD

Criação de um banco de dados

municipal voltado ao controle e

monitoramento das ações em habitação –

urbano e rural

Criação de banco de dados municipal em 2 anos

SEHAB/ SEPLAN

Estruturação do setor de captação

de recurso/ convênios que

tenha como prioridade a habitação

Estruturação do setor de captação de recursos em 2

anos SEPLAN/ SEDEN

Construção e gerenciamento de estoque de terras

públicas regularizadas

Criação do banco de dados para gerenciamento e estoque

de terras públicas regularizadas em 1 ano

SEHAB/ SEPLAN

Fonte: PLHIS, 2015

Plano Plurianual (PPA 2014-2017)

O Plano Plurianual (PPA 2014-2017) de Parauapebas se organiza em quatro temas estruturantes - Desenvolvimento Social, Desenvolvimento e Produtividade Sustentável, Infraestrutura Urbana e Rural e Gestão Administrativa – com as respectivas secretarias

relacionadas a seguir:

• Desenvolvimento Social

o Secretaria Municipal da Mulher

o Secretaria Municipal de Cultura

o Secretaria Municipal de Esporte

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

144 144

o Secretaria Municipal de Educação

o Secretaria Municipal de Saúde

o Secretaria Municipal de Assistência Social

o Secretaria Municipal de Habitação

o Secretaria Municipal de Segurança Institucional

• Desenvolvimento e Produtividade Sustentável

o Secretaria Municipal de Desenvolvimento

o Secretaria Municipal de Meio Ambiente

o Secretaria Municipal de Produção Rural

• Infraestrutura Urbana e Rural

o Secretaria Municipal de Serviços Urbanos

o Secretaria Municipal de Obras

o Serviço Autônomo de Agua e Esgoto

• Gestão Administrativa

o Gabinete do Prefeito

o Secretaria de Planejamento e Gestão

o Procuradoria Geral do Município

o Secretaria Municipal de Administração

o Secretaria Municipal de Fazenda

o Controladoria Geral do Município

o Câmara Municipal de Parauapebas

Ao todo, o PPA apresenta 86 programas e 711 ações – distribuídos pelos temas - responsáveis por nortear a realização de políticas públicas no município. A seguir as metas e ações em destaque no plano.

Tabela 56 – Programas, ações e metas em destaque por temas estruturantes

Tema: Desenvolvimento Social

Secretaria Programa Ação Meta

Secretaria Municipal de

Habitação

Investimento – Programas

Habitacionais - FMHIS

Implantação de infraestrutura de urbanização e

regularização dos projetos habitacionais

10 mil unidades

Produção e/ou aquisição de lotes urbanizados com

ou sem infraestrutura 4 mil unidades

Construção, ampliação e reforma de unidades

habitacionais em assentamentos precários

denominados aglomerados subnormais

4 mil unidades

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

145 145

Construção, ampliação e reforma de unidades

habitacionais em assentamentos precários

caracterizadas como moradias inadequadas

2 mil unidades

Realocação de famílias de assentamentos precários situados em área de risco

e área de preservação

400 famílias

Tema: Desenvolvimento e Produtividade Sustentável

Secretaria Programa Ação Meta

Secretaria Municipal de

Desenvolvimento

Implantação do Distrito Industrial

Implantar a rede de abastecimento de água

100%

Implantar a rede de esgotamento sanitário

100%

Implantar a rede de drenagem

100%

Polo Metal Mecânico

Implantar a rede de abastecimento de água

100%

Implantar a rede de esgotamento sanitário

100%

Implantar a rede de drenagem

100%

Revitalização do Polo Moveleiro

Implantar a rede de abastecimento de água

100%

Implantar a rede de esgotamento sanitário

100%

Implantar a rede de drenagem

100%

Porto Seco

Implantar a rede de abastecimento de água

100%

Implantar a rede de esgotamento sanitário

100%

Implantar a rede de drenagem

100%

Secretaria Municipal de

Meio Ambiente

Fortalecimento da Gestão Ambiental

Elaboração e implantação do Plano de Arborização

Urbana 100%

Investimentos

Criação e manutenção da Unidade de Conservação

Municipal 2 unidades

Implantação do parque da cidade de Parauapebas

(UC/equipamentos públicos / Infraestrutura)

até 2017

1 unidade

Aquisição e/ou desapropriação de áreas, na zona urbana, para a

criação de espaços protegidos (parques, bosques, áreas de relevante interesse

ecológico)

6 unidades

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

146 146

Secretaria Municipal de

Produção Rural

Agricultura

Apoio e fomento à implantação de sistemas

de irrigação de baixa pressão e cultivo sem solo para produtores hortifrútis

400 famílias

Fortalecimento do Centro de Tecnologia da Agricultura Familiar

(CETAF)

Implantar sistema de irrigação de pastagem

para a ovino caprinocultura

1 unidade

Implantar sistema de irrigação para produção de

grãos através do pivô central

1 unidade

Implantar sistema de irrigação para produção de grãos através do sistema

convencional

1 unidade

Pecuária Familiar Sustentável

Implantar sistema de irrigação de pastagem para a bovinocultura

leiteira

40 famílias

Implantar sistema de irrigação de pastagem

para a ovino caprinocultura

40 famílias

Tema: Infraestrutura Urbana e Rural

Secretaria Programa Ação Meta

Secretaria Municipal de

Serviços Urbanos

Saneamento Ambiental -

Resíduos Sólidos

Implantação e manutenção de pontos de coletas voluntários

nos distritos 100%

Implantação e manutenção da coleta seletiva na sede e nas

vilas 100%

Elaboração do plano de gerenciamento de resíduos

sólidos 100%

Implantação, gestão e manutenção do Centro

Municipal de Tratamento de Resíduos Sólidos

100%

Ampliação e manutenção da coleta de resíduos sólidos

100%

Incentivo à coleta seletiva, à destinação correta dos

subprodutos da coleta de resíduos e estímulo ao

cooperativismo

100%

Secretaria Municipal de

Obras

Saneamento Ambiental -

Drenagem Pluvial e Resíduos

Sólidos

Construção de drenagens e manejo de águas pluviais

10 mil metros

Manutenção, limpeza e drenagens de rede de manejo

de águas pluviais 100%

Obras de Saneamento Básico na zona rural (redes coletoras)

4 mil metros

Construção de aterro sanitário 1 unidade

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

147 147

Construção de aterro de resíduos de construção civil e

galhadas 1 unidade

Serviço Autônomo de

Agua e Esgoto

Saneamento Ambiental -

Manutenção do SAAEP

Manutenção e ampliação da educação ambiental e sanitária

100%

Recadastramento e atualização do cadastro de

usuários do sistema de abastecimento de água e

esgoto

30 mil unidades

Saneamento Ambiental - Água

Construção e operação da Estação de Tratamento de

Água (ETA) Vila Palmares I e Palmares II

2 unidades

Elaboração dos projetos e construção de reservatórios

metálicos 10 unidades

Construção e instalação da adutora de água bruta

1.300 metros

Implantação de redes água na zona urbana

100%

Implantação e Instalação do sistema de tratamento (cloração) em todos

microssistemas (sistemas alternativos aos poços

artesianos)

80 unidades

Construção e estruturação de laboratório de monitoramento de qualidade dos sistemas de

abastecimento de água

2 unidades

Aquisição de equipamentos para realização de análises

físico-químicas de controle da qualidade da água tratada

100%

Instalação de redes de distribuição de água

15 mil metros

Instalação e regularização de ligações de água

10 mil metros

Instalação de pontos de re-cloração na rede de

abastecimento de água 40 unidades

Otimização e melhorias das unidades operacionais da ETA

do bairro Bela Vista (ETA I) 100%

Adequação das estruturas física e operacional dos sistemas alternativos de

abastecimento de água na cidade

10 unidades

Implantação de lagoa de reservação de água no Rio

Parauapebas 1 unidade

Saneamento Ambiental -

Esgotamento Sanitário

Desassoreamento das ETE’s existentes

4 unidades

Ampliação e otimização da capacidade de tratamento da

ETE Rio Verde 1 unidade

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

148 148

Ampliação, manutenção e otimização da capacidade

operacional e de tratamento da ETE Primavera

100%

Construção de estações elevatórias nos bairros:

Chácaras do Sol, Chácara da Lua, União e Primavera

4 unidades

Instalação e conclusão de redes coletoras de

esgotamento sanitário (geral e condominial) nos bairros: Cidade Nova, Primavera,

União, Maranhão e Chácaras

5 mil metros

Construção e instalação de redes coletoras de

esgotamento nos bairros: Rio Verde, Da Paz, Beira Rio e

Guanabara

50 mil metros

Instalação e manutenção de ligações de esgoto sanitário no

bairro Primavera e nas Chácaras

100%

Instalação e manutenção de ligações de esgoto sanitário nos bairros Caetanópolis,

Jardim América, Morada Nova e Bela Vista

100%

Instalação e manutenção de ligações de esgoto no

Complexo Altamira e no Habitar Feliz

100%

Aumento da capacidade de tratamento das estações de

tratamento de esgoto das: ETE União (Rua 10), ETE

Primavera e ETE Rio Verde

100%

Desativação da ETE da Rua 19 no bairro União

1 unidade

Aquisição e manutenção de máquinas e equipamentos

para serviços de manutenção do sistema de esgotamento

sanitário

100%

ETE’s compactas nas proximidades da portaria da Vale (Rua F começando na

Rua 3 e terminando no SENAI)

1 unidade

Construção de estação elevatória na Rua Rio de

Janeiro 1 unidade

Construção e instalação de estação de tratamento de

esgoto para atender os bairros: Guanabara, Novo Brasil,

Casas Populares II, Cidade Jardim, Amazônia, Apoema,

Wtorres, Tropical I e II, Jardim

1 unidade

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

149 149

Canadá, Bairro dos Minérios e Vale dos Carajás

Rede coletora mais ETE compacta na Rua F com Rua 3 até o SENAI – (SAAEP/VALE)

3 mil metros

Elaboração do projeto e execução do complexo

Chácaras (Sol, Lua, Estrelas e Cacau), transformando as

fossas existentes em estações elevatórias para lançamento na rede coletora de efluentes

que leva à ETE Primavera

1 unidade

Elaboração de projeto e implantação de estações de

tratamento e coleta de esgotamento sanitário nas

Vilas Palmares Sul e Palmares

2 unidades

Desativação do sistema de fossa séptica das Chácaras do

Sol, Lua e Estrela 100%

Saneamento Ambiental Rural

Instalação, ampliação e manutenção dos sistemas

alternativos de abastecimento de água (poços artesianos)

das vilas do município

10 unidades

Expansão e instalação de rede de distribuição (geral e condominial) nas vilas

3 mil metros

Instalação e regularização de ligações de água

4 mil metros

Elaboração de projeto esgotamento sanitário nas

Vilas e no Cedere 1 4 unidades

Investimentos

Construção e instalação de estação de tratamento de água

para atender os bairros: Guanabara, Novo Brasil,

Casas Populares II, Cidade Jardim, Amazônia, Apoema,

Wtorres, Tropical I e II, Jardim Canadá, Bairro dos Minérios e

Vale dos Carajás

1 unidade

Redes de distribuição de acordo com a Carta Consulta

no Ministério das Cidades 100%

Construção do sistema de tratamento de esgotamento

sanitário do Complexo da Paz 100%

Construção e Instalação de Estação de Tratamento de

Esgotamento Sanitário para atender ao bairro Caetanópolis

100%

Construção de estação de tratamento de esgoto para a

disposição dos rejeitos provenientes dos carros limpa-

fossa do Complexo Altamira

1 unidade

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

150 150

Estações elevatórias 8 unidades

Redes coletoras de acordo com a Carta Consulta do Ministério das Cidades

25 Km

Tema: Gestão Administrativa

Secretaria Programa Ação Meta

Secretaria de Planejamento e

Gestão

Planejamento Urbanístico e

Territorial

Acompanhamento e Monitoramento da execução dos Planos Complementares de Saneamento Ambiental,

Regularização Fundiária Sustentável, Habitação de

Interesse Social e Meio Ambiente

100%

Fonte: PPA, 2014-2017

Lei Orçamentária Anual (LOA - 2017)

De acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA 2017), Parauapebas tem previsão de gastos de R$ 825 milhões, referente ao orçamento fiscal, e R$ 180 milhões do orçamento da seguridade social. As despesas previstas para o ano de 2017 foram distribuídas pelas unidades orçamentárias, incluindo secretarias, fundos municipais e órgãos da administração indireta, por exemplo.

A seguir, os projetos em destaque para o município de Parauapebas.

Tabela 57 – Projetos e atividades por unidade orçamentária

Unidade orçamentária: Secretaria de Desenvolvimento

Projetos / Atividades Valor (R$)

Revitalização do Polo Moveleiro 500.000

Porto Seco 250.000

Estruturação do Polo Metal Mecânico 270.000

Unidade orçamentária: Secretaria de Serviços Urbanos

Projetos / Atividades Valor (R$)

Saneamento Ambiental - Resíduos Sólidos

35.903.500

Manutenção do Sistema de Limpeza Pública

35.643.500

Implantação, gestão e manutenção de resíduos sólidos

260.000

Abastecimento 1.300.000

Unidade orçamentária: Secretaria do Meio Ambiente

Projetos / Atividades Valor (R$)

Gestão Ambiental Plena 708.500

Ecologia Urbana 914.000

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

151 151

Ações de Ecologia Urbana 914.000

Sustentabilidade Municipal 515.000

Fortalecimento da Gestão Ambiental 515.000

Unidade orçamentária: Secretaria de Obras

Projetos / Atividades Valor (R$)

Obras de urbanização em canais e igarapés na zona urbana

7.400.000

Obras de saneamento, urbanização e pavimentação do Complexo Altamira e

vias urbanas 48.053.635

Prolongamento de canal, desobstrução, limpeza e drenagem de rede de manejo

de águas pluviais 5.200.000

Unidade orçamentária: Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP)

Projetos / Atividades Valor (R$)

Ampliação do Sistema de Abastecimento de Água da zona rural

750.000

Ampliação e manutenção do saneamento ambiental - esgotamento

sanitário 450.000

Ampliação do Sistema de Abastecimento de Água da zona urbana

6.000.000

Fonte: LOA, 2017

7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia. Brasília, 2009

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Calculadora do Cidadão: IGP-M (FGV). Brasília, 2016.

Disponível em: www.bcb.gov.br.

BRANDT. Relatório de Controle Ambiental/ Plano de controla ambiental. Unidade de queima de resíduos e geração de energia (UQR). Vale S.A. Parauapebas – PA, 2011.

BRASIL. Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis n. º 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Lei n. º 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166- 67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em abril de 2017.

__________________. Portal de Transparência da União. Disponível em: www.portaldatransparencia.gov.br/.

CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICO – CPTEC/INPE (http://www.cptec.inpe.br/) - Consulta em 05/2017

CPRM – Mapa Geológico do Pará (geobank.cprm.gov.br) – Consulta em 04/2017

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

152 152

DEFESA CIVIL. Relatório de Ações Emergenciais para Reconhecimento das Áreas de

Risco do Município de Parauapebas. Parauapebas, 2017

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. – Rio de Janeiro: EMBRAPA-SPI, 2006

FUNDO VALE. Áreas protegidas. 2º Edição. Rio de Janeiro, 2012.

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ. Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Estado do Pará. Pará, 2014.

__________________. PLANSANEAR. Disponível em: www.sedurb.pa.gov.br/index.php/arquivos.

__________________. Portal de Transparência do Estado do Pará. Disponível em: www.transparencia.pa.gov.br.

__________________. Programa Municípios Verdes. Disponível em: www.municipiosverdes.pa.gov.br.

GUERRA, J.T., Geomorfologia e Meio Ambiente 11ª Edição, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2012.

HASUI, Y., Geologia do Brasil, São Paulo, Beca, 2012.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Base de dados

das Cidades. Disponível em: www.ibge.gov.br.

__________________. Censo Demográfico: 1991, 2000 e 2010. Disponível em: www.ibge.gov.br>.

__________________. Estimativas populacionais para os municípios brasileiros.

Disponível em: www.mds.gov.br.

__________________. Manual Técnico da Vegetação Brasileira, 2ª Edição. Rio de Janeiro, 2012.

__________________. Perfil dos Municípios Brasileiros, 2015. Disponível em:

www.ibge.gov.br.

__________________. PIB dos Municípios 2000-2013. Disponível em: www.ibge.gov.br.

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA. Pano de Manejo para o uso Múltiplo da Floresta Nacional de Carajás. Ibama. Brasília. 2003.

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE - ICMBIO. Plano de Manejo da Floresta Nacional de Carajás. Volume I. Diagnostico. 2016.

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, SOCIAL E AMBIENTAL DO PARÁ. Estatística Municipal. Parauapebas, 2014.

INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL - ISA. Terras Indígenas. Disponível em: < https://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/introducao/o-que-sao-terras indigenahttps://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/introducao/o-que-sao-terras-indigenas>. Acesso em abril de 2017.

FUNDAÇÃO AMAZÔNIA DE AMPARO A ESTUDOS E PESQUISAS (FAPESPA). Estatísticas Municipais Paraenses: Parauapebas. Belém, 2016.

MELLO-THÉRY, N.A.; LEITE, C.,F. Sustentabilidade na agricultura familiar e a influência dos atores regionais: estudo de caso da região de Parauapebas- PA. Geousp – Espaço e Tempo (Online), v.20,n.2,p 295-311, 2016.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

153 153

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

– INEP: Censo Educacional 2015. Brasília, 2016.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. Informações Básicas de Saúde. Disponível em: www.datasus.gov.br.

__________________. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde –

DATASUS. Caderno de Informações sobre Saúde. Disponível em: www.datasus.gov.br.

__________________. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS /CNES. Situação da base de dados nacional. Disponível em: www.datasus.gov.br.

__________________. Situação de Saneamento oriundos do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB. Disponível em: www.tabnet.datasus.gov.br/cgi/siab/siabcdescr.htm.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - MMA. Áreas de Preservação Permanente Urbanas. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/areas-verdes-urbanas/item/8050>. Acesso em novembro de 2016c.

__________________. Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira: Atualização - Portaria MMA n°9, de 23 de janeiro de 2007. / Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas. – Brasília: MMA, 2007.

__________________. Áreas Protegidas. Unidades de Conservação. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/unidades-de-conservacao/categorias>.

Acesso em novembro de 2016b.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Programa de Disseminação de Estatísticas do Trabalho – RAIS. Disponível em: www.mte.gov.br.

MOURA, FLAVIA B.P. (Org.) A Mata Atlântica em Alagoas. Conversando sobre ciência

em Alagoas. Edufal. Maceió, 2006.

PINTO, B.G.C. Uso da Terra e fragmentos de vegetação de Mata Atlântica na APA

Tietê: subsídios para o planejamento ambiental e a gestão territorial. Dissertação de

Mestrado em Gestão e Sustentabilidade Ambiental. Universidade Federal de São

Carlos. UFSCAR. Sorocaba,117p., 2014.

PMFNC. Plano de Manejo da Floresta Nacional de Carajás. Diagnostico. Volume I.

2016.

PNUD - Programa Das Nações Unidas Para O Desenvolvimento. Atlas do

Desenvolvimento Humano dos Municípios, 2013. Disponível em: www.atlasbrasil.org.br.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAUAPEBAS. Lei Orçamentária Anual de 2017. Parauapebas, 2016.

__________________. Plano de Habitação de Interesse Social. Parauapebas, 2015.

__________________. Plano Municipal de Saneamento Básico de Parauapebas, 2014.

__________________. Plano Plurianual (PPA 2014-2017). Parauapebas, 2014.

__________________. Relatório Socioeconômico das Famílias do Projeto Orla do Rio Parauapebas. Parauapebas, 2014.

PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO – PAC. 3º Balanço do PAC 2015 – 2018 – Ano I. Disponível em: www.pac.gov.br.

Avaliação Ambiental Estratégica PROSAP

P2 – Diagnóstico

154 154

RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL E PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL-

RCAPCA. Novo Aterro Sanitário Vale. Vale S.A Marabá/Parauapebas. 2010.

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE – SMPMA. Caderno Ambiental – Mauá, 1ª edição. São Paulo, 2004.

SILVA, D.; NUNES, S. Avaliação e modelagem econômica da restauração florestal no

Estado do Pará. Imazon, Belém, 2017.

SISTEMA DE VIGILANCIA DA AMAZONIA- SIVAM.2002. Mapa de vegetação. Disponível em < http://www.dpi.inpe.br/Ambdata/mapa_sipam.php>. Acesso em abril de 2017.

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO - SNIS. Série Histórica. Disponível em: www.snis.gov.br.

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – SNUC. Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Disponível em:< http://www.icmbio.gov.br/sisbio/images/stories/instrucoes_normativas/SNUC.pdf>. Acesso em abril de 2017.

TEIXEIRA, W., Decifrando a Terra, 2ª Edição, São Paulo, Companhia Editora Nacional, 2009.

VALE. Golder Associates. Projeto Ferro Carajás S11D. Estudo de Impacto Ambiental – EIA. Diagnóstico do Meio Biótico. Volume III A. Belo Horizonte. 2009a.

__________________. Golder Associates. Projeto Ferro Carajás S11D. Estudo de Impacto Ambiental – EIA. Diagnóstico Ambiental do Meio Socioeconômico e Cultural.

Volume III-B. Belo Horizonte.2009b.