avaliação ambiental de uma cooperativa de catadores

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AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS E DE TRABALHO DE UMA COOPERATIVA DE CATADORES NO RIO DE JANEIRO Elmo Rodrigues da Silva UERJ Flávia Yuri Yamamura UERJ Lidia Vaz Aguiar UERJ Marcio Montenegro UERJ Ubirajara Aluisio UERJ Resumo O Brasil, apesar de ser uma das maiores economias do mundo, possui uma das piores distribuições de renda, o que tem levado milhares de pessoas a buscarem a sobrevivência nas ruas através da catação de materiais recicláveis. Tal atividade, além da exposição dos catadores aos riscos de acidentes, é vista negativamente pela sociedade, em geral, por ser realizada de forma desorganizada, utilizando-se as ruas e terrenos baldios para segregar e armazenar o material, dificultando o trabalho do serviço público de limpeza. Por outro lado, ao se organizarem através de cooperativas ou associações de catadores, tais trabalhadores podem se tornar parceiros de programas institucionais de coleta seletiva e mudar este perfil estigmatizado. O trabalho dos catadores, além de contribuir com a diminuição dos resíduos destinados aos aterros sanitários, pode significar alternativa de renda e subsistência de trabalhadores não qualificados e desempregados. Este artigo apresenta os resultados do trabalho de campo realizado por alunos/ pesquisadores do Mestrado Profissional de Engenharia Ambiental da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no período de agosto a dezembro de 2008, e consistiu na avaliação das condições ambientais e de trabalho de uma Cooperativa de Catadores localizada no subúrbio do Rio de Janeiro. A metodologia 2, 3 e 4 de Julho de 2009 ISSN 1984-9354

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AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS E DE TRABALHO DE UMA COOPERATIVA DE CATADORES NO RIO DE JANEIRO

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  • AVALIAO DAS CONDIES

    AMBIENTAIS E DE TRABALHO DE UMA

    COOPERATIVA DE CATADORES NO RIO

    DE JANEIRO

    Elmo Rodrigues da Silva

    UERJ

    Flvia Yuri Yamamura

    UERJ

    Lidia Vaz Aguiar

    UERJ

    Marcio Montenegro

    UERJ

    Ubirajara Aluisio

    UERJ

    Resumo O Brasil, apesar de ser uma das maiores economias do mundo, possui uma

    das piores distribuies de renda, o que tem levado milhares de pessoas a

    buscarem a sobrevivncia nas ruas atravs da catao de materiais

    reciclveis. Tal atividade, alm da exposio dos catadores aos riscos de

    acidentes, vista negativamente pela sociedade, em geral, por ser

    realizada de forma desorganizada, utilizando-se as ruas e terrenos baldios

    para segregar e armazenar o material, dificultando o trabalho do servio

    pblico de limpeza. Por outro lado, ao se organizarem atravs de

    cooperativas ou associaes de catadores, tais trabalhadores podem se

    tornar parceiros de programas institucionais de coleta seletiva e mudar

    este perfil estigmatizado. O trabalho dos catadores, alm de contribuir

    com a diminuio dos resduos destinados aos aterros sanitrios, pode

    significar alternativa de renda e subsistncia de trabalhadores no

    qualificados e desempregados. Este artigo apresenta os resultados do

    trabalho de campo realizado por alunos/ pesquisadores do Mestrado

    Profissional de Engenharia Ambiental da Universidade do Estado do Rio

    de Janeiro, no perodo de agosto a dezembro de 2008, e consistiu na

    avaliao das condies ambientais e de trabalho de uma Cooperativa de

    Catadores localizada no subrbio do Rio de Janeiro. A metodologia

    2, 3 e 4 de Julho de 2009

    ISSN 1984-9354

  • V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO Gesto do Conhecimento para a Sustentabilidade

    Niteri, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009

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    utilizada baseou-se em coleta de dados com visitas ao local, utilizao de

    questionrios, registros fotogrficos e entrevistas com os cooperativados.

    Os aspectos ambientais selecionados foram agrupados em uma matriz de

    interao que cruza estes dados com fatores ambientais. Os dados obtidos

    foram tratados qualitativamente atravs do mtodo de matrizes de

    interaes e do mtodo GUT, para priorizao de aes corretivas nos processos e atividades da cooperativa. Como resultado foram propostas

    reformas nas instalaes existentes, a reorganizao espacial para tornar

    o trabalho mais eficiente, ordenado e com estrutura para satisfazer as

    necessidades inerentes a atividade, bem como introduzir novas

    perspectivas de melhoria das condies atuais de trabalho.

    Palavras-chaves: Cooperativa de Catadores; Resduos Slidos; Gesto de

    SMS; Segurana do Trabalho.

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    1. INTRODUO

    A grave crise social no Brasil, com uma das piores distribuies de renda do mundo, tem

    levado um nmero cada vez maior de pessoas a buscar sua sobrevivncia atravs da catao de

    materiais reciclveis no lixo domiciliar e de instituies fabris ou do comrcio (IBAM,2004).

    O Brasil, apesar de ser uma das maiores economias do mundo, possui uma das piores

    distribuies de renda, o que tem levado milhares de pessoas a buscarem a sobrevivncia nas ruas

    atravs da catao de materiais reciclveis. Tal atividade, alm da exposio dos catadores aos

    riscos de acidentes, vista negativamente pela sociedade, em geral, por ser realizada de forma

    desorganizada, utilizando-se as ruas e terrenos baldios para segregar e armazenar o material,

    dificultando o trabalho do servio pblico de limpeza. Por outro lado, ao se organizarem atravs

    de cooperativas ou associaes de catadores, tais trabalhadores podem se tornar parceiros de

    programas institucionais de coleta seletiva e mudar este perfil estigmatizado.

    A importncia do surgimento destes tipos de cooperativas e o acompanhamento de sua

    gesto por parte da iniciativa pblica e privada em seus mtodos de trabalhos possibilitam:

    A gerao de emprego e renda;

    Resgate da cidadania dos catadores;

    Reduo de despesas com programas de coleta seletiva nas instituies;

    Organizao do trabalho dos catadores nas ruas evitando os problemas na coleta do lixo

    e o armazenamento de materiais reciclveis em logradouros pblicos;

    Organizao do trabalho dos catadores nas ruas evitando os problemas na coleta de lixo

    e o armazenamento de materiais reciclveis em logradouros pblicos;

    Reduo de despesas com coleta, transferncia e disposio final de resduos separados

    pelos catadores e que no sero encaminhados ao local de disposio final.

    Neste sentido, o Decreto do Governo do Estado do Rio de Janeiro de n 40.645/07 que

    instituiu a separao dos resduos reciclveis descartados pelos rgos e entidades da

    administrao pblica estadual direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinao s

    associaes e cooperativas dos catadores de materiais reciclveis, tem estimulado parcerias

    entre estes e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, atravs de pesquisa sobre as

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    cooperativas de catadores localizados no municpio do Rio de Janeiro e na Regio Metropolitana,

    e apoio do Instituto Estadual do Ambiente.

    Este artigo apresenta os resultados do trabalho de campo realizado por alunos e

    pesquisadores do Mestrado Profissional de Engenharia Ambiental da Universidade do Estado do

    Rio de Janeiro, no perodo de agosto a dezembro de 2008, e consistiu na avaliao das condies

    ambientais e de trabalho de uma Cooperativa de Catadores localizada no subrbio do Rio de

    Janeiro.

    Como resultado foram propostas reformas nas instalaes existentes, a reorganizao

    espacial para tornar o trabalho mais eficiente, ordenado e com estrutura para satisfazer as

    necessidades inerentes atividade, bem como introduzir novas perspectivas de melhorias nas

    condies atuais de trabalho.

    1.1. OBJETIVO

    Avaliar as condies ambientais e de trabalho de uma Cooperativa de catadores localizada

    no subrbio do Rio de Janeiro.

    2. METODOLOGIA

    A metodologia utilizada baseou-se em coleta de dados feita a partir de visitas ao local,

    utilizao de questionrios, registros fotogrficos e entrevistas com os cooperativados.

    O referencial utilizado foram os trabalhos de PHILIPPI JR. & MAGLLIO (2005) e

    PASQUALETTO et al (2009).

    Os dados obtidos foram tratados qualitativamente atravs do mtodo de matrizes de

    interaes e do mtodo GUT (MEIRELES, 2005) para priorizao de aes corretivas nos

    processos e atividades da cooperativa. A seguir so destacadas as etapas do trabalho.

    Seleo dos aspectos ambientais relevantes

    Identificao e classificao dos impactos ambientais

    Apresentao de resultados e discusses

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    A partir da aplicao de questionrios contemplando os seguintes indicadores: resduos

    slidos, energia eltrica, transporte, abastecimento de gua, esgotamento sanitrio e condies de

    higiene do trabalho, incmodos a vizinhana, condies gerais do estabelecimento e os elementos

    que compem estes indicadores aliados s entrevistas e registros, foi possvel conhecer o

    processo de trabalho da cooperativa e classificar os impactos ambientais mais significativos,

    segundo a sua origem conforme o quadro 1.

    Quadro 1 identificao de atividades e descrio dos impactos levantados

    Processo Atividade Aspectos ambientais Impacto Ambiental

    acidentes leso do cooperado

    ruidos do caminho perda auditiva

    resduo lquidocontaminao do cooperado

    contaminao do solo

    exalao de odores desconforto olfativo

    rudo do caminho perda auditiva

    acmulo de lixo poluio visual

    exalao de odores desconforto olfativo

    acidente leso do cooperado

    exalao de odores desconforto olfativo

    resduoscontaminao do cooperado

    contaminao do solo

    exposio ao calor desconforto ao cooperado

    consumo de energia maior gerao de energia

    gerao de efluentes alterao na qualidade das guas

    rudo perda auditiva

    vetores biolgicos doenas

    lay-out poluio visual e incndios acidentes

    consumo de gua alterao de recursos hdricos

    uso de desinfetantes caseiros

    ,detergentes e cosmticos

    alterao na qualidade das guas risco

    a sade

    esgoto domstico alterao na qualidade das guas

    triagem

    prensagem

    armazenamento

    atividades de

    creche,alimentao e

    higiene pessoal

    Coleta de lixo em

    residncias e outros

    estabelecimentos

    descarregamento do

    caminho

    separao

    empilhamento/enfarda

    mento

    acmulo de material

    preparo de alimentos e

    higiene pessoal

    coleta

    recepo

    Os aspectos ambientais selecionados no quadro 1 foram agrupados em uma matriz de

    interao que cruza estes dados com fatores ambientais agregando valor ao impacto ambiental

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    identificado, podendo este ser positivo ou negativo. O impacto positivo representado pelo

    smbolo e o impacto negativo simbolizado por .

    Aps esta qualificao dos impactos, foi utilizada a ferramenta GUT, a fim de priorizar

    as medidas corretivas e mitigadoras dos impactos ambientais considerados.

    Segundo MEIRELES (2005), mtodo GUT define as prioridades a serem dadas em

    universo de linhas de ao levando em considerao: GRAVIDADE, URGNCIA,

    TENDNCIA.

    Por GRAVIDADE devemos considerar a intensidade, profundidade dos danos que o problema

    pode causar se no se atuar sobre ele;

    Por URGNCIA devemos considerar o tempo para a ecloso dos danos ou resultados indesejveis

    se no se atuar sobre o problema;

    Por TENDNCIA devemos considerar o desenvolvimento que o problema ter na ausncia de

    ao. Usar a ferramenta GUT obriga a considerar cada problema sob o trplice foco da sua gravidade, da

    sua urgncia e da sua tendncia.

    GRAVIDADE: consideramos a intensidade ou profundidade dos danos que o problema pode

    causar se no se atuar sobre ele. Tais danos podem ser avaliados quantitativa ou qualitativamente. Mas

    sempre sero indicados por uma escala que vai de 1 a 5:

    1 - dano mnimo

    2 - dano leve

    3 - dano regular

    4 - grande dano

    5 - dano gravssimo

    URGNCIA: considera o tempo para a ecloso de danos ou resultados indesejveis se no se

    atuar sobre o problema. O perodo de tempo tambm considerado numa escala de 1 a 5:

    1 - longussimo prazo (dois ou mais meses)

    2 - longo prazo (um ms)

    3 - prazo mdio (uma quinzena)

    4 - curto prazo (uma semana)

    5 - imediatamente (est ocorrendo)

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    TENDNCIA: considerar o desenvolvimento que o problema ter na ausncia de ao. A

    tendncia tambm definida numa escala de 1 a 5:

    1 - desaparece

    2 - reduz-se ligeiramente

    3 - permanece

    4 - aumenta

    5 - piora muito

    A tcnica consiste em listar uma srie de atividades a realizar e atribuir os graus quanto a

    gravidade, urgncia e tendncia.

    til para o planejamento de atividades que devem ser realizadas num determinado perodo. A

    ferramenta requer o uso de um formulrio, como o modelo abaixo.

    O formulrio consta de 5 colunas:

    PROBLEMA: denominao resumida da atividade, do problema ou desafio a enfrentar;

    GRAVIDADE: coluna destinada a receber a avaliao e pontuao quanto a gravidade;

    URGNCIA: coluna destinada a receber a avaliao e pontuao quanto urgncia da

    atividade;

    TENDNCIA: coluna destinada a receber a avaliao e pontuao quanto tendncia do

    problema

    GUT: coluna que contm o produto das avaliaes G, U e T.

    PROBLEMAS G- GRAVIDADE URGNCIA-U TENDNCIA-T GUT

    3. A COOPERATIVA DE CATADORES DO COMPLEXO DO ALEMO

    O surgimento da COOPCAL est relacionado diretamente a estria pessoal da Sra

    . Zilda

    Barreto da Silva que, em meados do ano de 1999, resolveu utilizar como moradia, uma antiga

    edificao situada na avenida Itaca n.: 2.353, no bairro de Inhama, onde funcionou uma

    unidade de uma fbrica de bebidas com 1.200 m2, e que se encontra atualmente sem o telhado.

    No Natal de 2001, o filho de Da. Zilda assistiu a um pronunciamento do presidente Lula

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    na televiso sobre catadores e deu a idia me. A Sra

    . Zilda iniciou um trabalho como catadora

    de material reciclvel no lixo, trabalho este que executava sozinha, mas acabou atraindo o

    interesse de outros moradores oriundos do Complexo do Alemo que, alis, consta nos arquivos

    da prefeitura como bairro oficial, de acordo com a Lei N 2055 de 09 de dezembro de 1993 .

    Estes moradores perceberam na atividade uma oportunidade de melhoria de vida quanto

    ao aspecto econmico. Seguiu-se assim ao agrupamento de catadores do Complexo do Alemo,

    que coletavam metais, embalagens tetrapak, vidro, papel, plstico entre outros materiais. Alm

    das atividades de coleta seletiva a COOPCAL improvisou um local para instalar uma creche

    onde os filhos dos cooperativados permaneam sob seus cuidados, contando para isso com uma

    estrutura bsica porm precria de cozinha, refeitrio, banheiros e sala de recreao.

    No ano de 2007 iniciou-se a formalizao da cooperativa, na poca contando com 20 a 30

    cooperativados.

    A COOPCAL faz parte de um projeto denominado CatAO-Rio, que uma iniciativa

    criada pelo instituto Baa de Guanabara e com o patrocnio e apoio do Governo Federal para a

    gerao de trabalho e renda atravs da organizao e capacitao de catadores de materiais

    reciclveis da cidade do Rio de Janeiro. Atravs do instituto obteve 20 bags (sacos recipientes

    para o lixo), uniformes, luvas e a cobertura de uma sala.

    Atravs do programa Reciclagem Solidria adquiriu uma prensa e obteve duas salas

    cobertas, alm de curso de capacitao para si, e mais doze pessoas, dentre os quais, cinco jovens.

    Recolhe aproximadamente 4,0 toneladas de lixo mensalmente, em rotas que contemplam

    os bairros do Centro, Vargem Pequena e Del Castilho alm de dois estabelecimentos fixos: o

    Tribunal de Contas e o Shopping Nova Amrica, dos quais 40 % no tem aproveitamento e so

    recolhidos pela COMLURB ( Companhia de Limpeza Urbana), empresa municipal de coleta de

    lixo.

    O processo de trabalho baseia-se na recepo, estocagem, separao, armazenamento,

    expedio dos materiais reciclveis aos pontos de compra deste tipo de insumo.

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

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    Na Tabela 1 esto apresentados os resultados dos principais aspectos, atividades e fatores

    ambientais levantados.

    Tabela 1 - Matriz de interao de aspectos, atividades e fatores ambientais

    gua Solo Comunidade PopulaoUso da

    gua

    Do

    enas

    e

    da

    nos a

    sade

    inte

    rfer

    ncia

    s

    cont

    amin

    ao

    Veto

    res

    bio

    lgic

    os

    Melh

    ori

    a d

    e

    Qua

    lidade d

    e

    vid

    a

    Aci

    de

    nte

    no

    traba

    lho

    fatores ambientaisMeio Fsico

    Meio

    biticoMeio Antrpico

    aspectos/atividade

    Ar SadeC

    onta

    min

    ao

    nv

    el d

    e R

    ud

    o

    Con

    tam

    ina

    o

    Positivo

    Negativo

    Valor

    Coleta do lixo

    acmulo de lixo

    gerao de efluentes

    exposio ao sol

    limpeza das intalaes

    Rudo

    Lay-out

    Exalao de odores

    Armazenagem do resduo

    Resduos lquidos

    Do

    enas

    e

    da

    nos a

    sade

    inte

    rfer

    ncia

    s

    Consumo de gua

    Consumo de energia

    cont

    amin

    ao

    Veto

    res

    bio

    lgic

    os

    Melh

    ori

    a d

    e

    Qua

    lidade d

    e

    vid

    a

    Aci

    de

    nte

    no

    traba

    lho

    aspectos/atividade Conta

    min

    ao

    nv

    el d

    e R

    ud

    o

    Con

    tam

    ina

    o

    No Quadro 2 so apresentados os impactos ambientais levantados e foram organizados

    com uma lista de priorizao variando de 1 a 12.

    Quadro 2-Priorizao dos impactos ambientais na COOPCAL

    acidentes 2 5 4 40 3

    contamino do cooperado 3 3 3 27 7

    desconforto olfativo 1 5 3 15 9

    perda auditiva 1 1 3 3 12

    desconforto olfativo 2 5 3 30 6

    poluio visual 1 5 3 15 9

    leso do cooperado (acidente) 3 5 4 60 2

    desconforto olfativo 2 5 3 30 6

    contaminao do cooperado 3 3 4 36 4

    aumento gerao de energia 1 2 4 8 10

    perda auditiva 1 1 3 3 12

    leso do cooperado (acidente) 5 5 4 100 1

    alterao na qualidade das guas 1 1 4 4 11

    poluio visual 1 5 3 15 9

    acidentes 3 3 4 36 4

    incndio 5 3 4 60 2

    doenas 2 3 3 18 8

    alterao dos recursos hdricos 2 4 4 32 5

    alterao qualidade das guas e esgotos sanitrios 2 1 4 8 10

    doenas e danos sade 3 3 3 27 7

    atividades de

    creche,alimentao e higiene

    pessoal

    recepo

    triagem

    prensagem

    armazenamento

    Tendncia

    (Probabilidade)Nota Prioridade

    coleta

    Processo Impacto AmbientalGravidade

    (Severidade)

    Urgncia

    (Riscos)

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    Complementando a anlise com as informaes da matriz de interao e da priorizao

    dos impactos, esto listadas as justificativas para as notas encontradas para cada conjunto:

    processo/impacto ambiental.

    Prioridade 1: Prensagem/ Leso de cooperado por acidente este processo oferece risco

    de leso devido a possibilidade de esmagamento de membros superiores ou projeo de pedaos

    de objetos em seus olhos, e pode de mitigado atravs do uso de equipamento de proteo

    individual.

    Prioridade 2: Triagem/Leso do cooperado este processo fornece o risco de leses

    perfuro-cortantes, podendo ser mitigado atravs do uso de equipamentos de proteo individual.

    Armazenamento/Incndio este processo fornece risco de incndio devido a existncia

    de materiais de fcil combusto e falta de isolamento adequado, alem de inexistncia de

    equipamentos mveis ou fixos de combate incndio. relevante tambm a situao irregular de

    instalaes eltricas em ambientes sujeitos a infiltrao de gua e molhados aumentando a

    probabilidade de curtos-circuitos e fugas de corrente eltrica.

    Prioridade 3: Coleta/Acidentes este processo fornece o risco de acidentes devido ao

    manuseio de materiais perfuro - cortantes, esforos por levantamento repetitivo de cargas.

    Prioridade 4: Triagem/Contaminao do cooperado este processo fornece o risco de

    contaminao atravs da inalao de vapores de lquidos existentes em embalagens e demais

    materiais e contato com a pele.

    Armazenamento/acidente este processo fornece o risco de acidente por levantamento

    incorreto da carga e manuseio de fardos prensados que possam ter bordas cortantes.

    Prioridade 5: Atividades de creche, alimentao e higiene pessoal/alterao dos recursos

    hdricos-este processo est diretamente ligado ao consumo de gua tratada distribuda a

    comunidade.

    Prioridade 6: Recepo/desconforto olfativo - este processo gera odores devido ao

    manuseio e translado do material recolhido na rua, do caminho para o interior da cooperativa

    Triagem /desconforto olfativo - este processo gera odores que podem ser inalados pelos

    cooperados durante o manuseio seletivo.

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    Prioridade 7: Coleta /contaminao do cooperado este processo pode gerar

    contaminao devido ao contato da pele com os materiais recolhidos, que geralmente encontram-

    se junto com restos de comida, dejetos, chorume e etc.

    Atividades de creche, alimentao e higiene pessoal/doenas e danos sade - este

    processo gera probabilidade de doenas, pois o ambiente no fornece uma estrutura satisfatria

    para a higienizao, alm de os ambientes no serem efetivamente separados uns dos outros,

    podendo o refeitrio por exemplo, receber aerossis provenientes de descarga do banheiro

    contaminando os alimentos. Outro aspecto relevante o local onde funciona o escritrio

    administrativo, que no possui janelas ou circulao adequada de ar, podendo provocar danos ao

    trato respiratrio.

    Prioridade 8: Armazenamento/Doenas este processo potencializa a existncia de

    vetores biolgicos como ratos e baratas e outros insetos , que fazem do material selecionado e dos

    refugos, locais de abrigo. comum encontrar indcios de fezes e urina de rato nestes materiais;

    Prioridade 9: Coleta / desconforto olfativo - este processo gera odores devido ao manuseio

    e translado do material recolhido;

    Recepo/poluio visual este processo cria uma imagem desordenada no ambiente de

    trabalho, por no haver reas especficas de descarga do material;

    Prioridade 10 : Prensagem / aumento da gerao de energia este processo faz uso de

    energia eltrica, que chega at a cooperativa inadequadamente e com utilizao de instalaes

    eltricas precrias;

    Atividades de creche, alimentao e higiene pessoal/alterao da qualidade das guas e

    esgoto sanitrio este processo gera efluentes domsticos que chegam s galerias pblicas de

    tratamento;

    Prioridade 11: Prensagem/alterao da qualidade das guas este processo libera os

    lquidos residuais existentes nas embalagens plsticas ou tetrapak. Os resduos de detergentes e

    leos, por exemplo, chegam diretamente s galerias de esgoto. -

    Prioridade 12: Prensagem /perda auditiva- este processo gera rudos que atingem ao

    trabalhador durante sua jornada de trabalho e tambm queles que circulam nas dependncias da

    cooperativa, pois no um local especfico para a execuo deste processo.

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    Foram ainda alinhados a esta anlise, um relatrio das condies gerais observadas in

    loco, enumeradas abaixo:

    1 Esgoto - Condies sanitrias dos banheiros: Existem dois vasos sanitrios em

    condies inadequadas. Ambos esto dispostos prximos ao local de alimentao, de modo que

    no h separao entre os dois ambientes.

    H umidade ascendente e descendente que podem causar doenas ocupacionais (fungos,

    doenas do trato respiratrio).

    Tais estabelecimentos sanitrios encontram-se prximos ao refeitrio e prximo a uma

    creche.

    2 Cobertura - A falta de cobertura em alguns locais no possibilita o controle do

    acmulo de poas que se formam entre o material armazenado. No h conforto para o trabalho

    de seleo em dias com alta incidncia de luz solar. No entanto, foi alegado pelos funcionrios

    que o contnuo manuseio do material no permite a proliferao de mosquitos dentre outros

    vetores.

    Faz-se necessrio realizar observaes a respeito dos cuidados a serem tomados para se

    evitar a proliferao de mosquitos transmissores de doenas.

    3 Cozinha - A cozinha deveria ser colocada em local mais adequado ou com parede de

    separao dos ambientes sanitrios.( foto do bebedouro e sanitrio)

    4 Iluminao- no adequada. So necessrios mais pontos de luz e com maior

    intensidade. Em alguns locais, era possvel encontrar fiao eltrica aparente.

    5. PROPOSTA PARA MELHORIA DO AMBIENTE DE TRABALHO DA

    COOPERATIVA

    Aps todas as observaes e anlises feitas pelo grupo de pesquisadores, concentrou-se a

    discusso de avaliao de impactos ambientais na COOPCAL, sobre propostas em alteraes

    estruturais do ambiente de trabalho que surtiriam efeitos mitigadores, conforme apresentado na

    figura 1, a partir do levantamento arquitetnico para mudanas estruturais.

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    Figura 1 - Lay out da cooperativa

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    17

    10

    11

    1 bazar, sala de teatro2 creche3 refeitrio4 sala de silk screen/ camisaria5 plstico6 latas de lixo

    7 copos de plstico8 diversos9 separao de materiais10 caixas de leite loga vida11 caixas de papelo

    12 lixo orgnicp para separao

    13 local para caminho14 chuveiro, pia e sanitrio15 garrafa pet e outras garrafas16 compactador

    12

    1615

    18

    17 dejetos jogados18 sanitrio

    A Figura 1 acima representa o uso dos espaos na situao existente, cujas condies

    foram expostas anteriormente.

    A Figura 2 representa as vistas em planta, corte transversal e vista lateral, este ltimo

    ressaltado por meio da figura 3- fotografia da vista lateral.

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    Figura 2 - Planta arquitetnica da Cooperativa

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    Figura 3 - Vista lateral do galpo da COOPCAL

    A Figura 4 representa a proposta de reforma do galpo da COOPCAL, onde esto

    representados:

    na vista em planta: em vermelho est a proposta de construo da rampa e em amarelo,

    um recinto fechado a ser demolido;

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    em vista lateral: a parte superior da fachada dever ser retirada para se tornar uma

    superfcie superior plana para sustentao da cobertura;

    em corte lateral: proposta de construo de dois pavimentos de salas no mesmo local

    onde esto localizadas as salas atuais, que devero sero demolidas.

    Figura 4 - Proposta de reforma do galpo

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    CONSERVARA CONSTRUIRA DEMOLIR

    Das propostas de reformas, foi elaborada uma nova organizao espacial, representada na

    figura 5.

    Foram propostas as seguintes reformas:

    Quanto fachada externa:

    Na parte superior das paredes laterais, as ranhuras que marcam o traado da antiga

    cobertura dever ser retirada, mantendo a altura at a rea plana (comparar as vistas

    laterais das figuras 4 e 5);

    As paredes devero ser impermeabilizadas e rebocadas;

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    Figura 5 - Nova proposta de organizao espacial

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    entrada/acesso de caminhes

    cobertura em telha de fibrocimento

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    retirada da rea superior ao nvel das vigas existentes, para apoio da cobertura

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    telhado em shed iluminao zenital

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    cobertura translcida- vide corte AA'

    Quanto a cobertura:

    dever ser mantida a estrutura existente, pilares e vigas, que, alm da sustentao da

    cobertura servir de modulao para organizao dos espaos;

    dever ser instalada cobertura em trelia ou shed. Foram desenhadas as duas opes

    (figuras 6 e 7). Em ambas as solues, dever ser adotada a cobertura translcida em

    policarbonato ou fibra de vidro, de forma a permitir a entrada de iluminao zenital.

    Tambm deve se permitida a circulao de ar, por meio de exausto e efeito chamin.

    A cobertura selecionada, bem como a estrutura devem ser mantidas aparentes. O que

    valorizar a "espacialidade" do local alm de permitir maior liberdade logstica e de

    circulao no local.

    Ressalta-se que uma das qualidades desse galpo o espao amplo e aberto que

    permite uma boa organizao das atividades, e essa qualidade foi mantida nesta

    proposta.

    Quanto ao arranjo interno:

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    As quatro salas correspondentes ao depsito, creche, refeitrio e sala de "silk screen"

    devero ser demolidas e exatamente no mesmo local, construdas novas salas, agora

    com dois pavimentos, conforme corte AA da figura 5 e perspectivas das figuras 6 e 7.

    Figura 6 - Nova proposta de organizao espacial

    Dessa forma, sero quatro salas no andar trreo e quatro salas no andar superior, para

    atividades diversificadas, dentre elas, administrao, creche, refeitrio e outras

    atividades que forem consideradas pertinentes.

    O acesso ao segundo pavimento dever ser realizado por meio de rampa, conforme as

    normas tcnicas de segurana. Foi adotada a rampa tendo em vista fatores de

    segurana e conforto, considerando o esforo cotidiano dos cooperados que caminham

    durante o perodo do trabalho carregando cargas pesadas, e dessa forma, a escada

    pode se tornar um acesso com risco de acidente. Desta forma, a rampa permite maior

    segurana e comodidade.

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    Do ponto de vista arquitetnico, pode-se afirmar que a rampa tornar-se- um

    elemento espacial que ampliar o espao e valorizar a concepo do local, compondo

    com as paredes a serem construdas;

    As paredes devero ser coloridas e compor cores alegres de forma a proporcionar

    sensao de limpeza, ordem e descontrao, alm de criar um ambiente mais

    agradvel de trabalho. Os recursos cromticos, utilizados de forma adequada, podem

    proporcionar uma identidade positiva dos trabalhadores em relao ao espao de

    trabalho alm de proporcionar maior estado de alerta e ateno. Esses aspectos podem

    contribuir para reduzir riscos de acidentes;

    A atual rea que est sendo utilizada como administrao dever ser desativada e ser

    ocupada em uma das novas salas a serem construdas.

    Dever ser instalada uma creche em uma das salas novas, com paredes coloridas,

    ambiente arejado e propcio para o desenvolvimento e segurana das crianas.

    Quanto aos pisos:

    Os pisos devero ser impermeabilizados e refeitos de forma a ter inclinao correta

    que no permita empoamento. No piso da rea lateral direita, onde sero separados o

    material coletado, dever haver um declive de 2 graus, para facilitar a coleta do

    material separado e tambm para facilitar a limpeza; e

    Os ralos devero ser reposicionados para dar maior eficincia ao escoamento das

    guas pluviais e de limpeza do piso.

    Quanto a rea de separao do material coletado;

    Devero ser separados em baias de material metlico, impermevel, que permite fcil

    limpeza;

    O piso dever ter declividade para que seja facilitada a coleta do material selecionado

    e para a limpeza conforme descrito anteriormente; e

    Devero ser colocadas calhas coletoras ao longo dessa rea, de forma a coletar os

    efluentes da limpeza e de forma a serem destinadas de forma adequada.

    Quanto ao material a ser utilizado e custos:

    importante ressaltar que o projeto teve como objetivos propor intervenes

    significativas, de custos relativamente reduzidos, utilizando materiais como blocos de

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    concreto, cimento, tintas coloridas, impermeabilizantes de piso e parede. O custo

    maior referente a cobertura, onde se prope iluminao natural zenital. Esse custo

    tem como objetivo proporcionar a salubridade do local, o conforto ambiental e a

    higiene e sade dos trabalhadores;

    A rampa dever ser executada em concreto armado e formas de madeira, com

    acabamento em pintura colorida, o que no constitui custo significativo;

    Para a construo das salas no pavimento trreo e primeiro pavimento, os materiais

    tambm sero bsicos, constituindo blocos de concreto, com paredes em acabamento

    de reboco e emboo, impermeabilizadas;

    A instalaes eltrica e hidrulica devero ser refeitas e redimensionadas, de acordo

    com as normas tcnicas vigentes; e

    Da mesma forma, as redes de guas pluviais e redes de esgoto devero ser refeitas

    tendo em vista a localizao dos materiais que contm resduos de leos e graxas,

    alm dos resduos de produtos de limpeza e outros materiais que devem ser tratados e

    destinados de forma adequada.

    Figura 7 - Proposta de reforma e reconstruo da COOPCAL

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    A proposta do projeto reorganizar os espaos internos do galpo, valorizando a

    iluminao natural e explorando as potencialidades de uso e necessidades dos trabalhadores. A

    proposta tem como condicionante buscar a economia na escolha de materiais a fim de diminuir

    custos, sem privar o local da valorizao esttica, da cromatografia e harmonia de formas, tudo

    isso criando um ambiente de respeito, alegria com o intuito de valorizar os trabalhadores em

    relao ao ambiente e resgatar o valor familiar, tendo como uma das prioridades a creche para

    que os trabalhadores sintam-se tranqilos em suas atividades.

    6. CONCLUSO

    A pesquisa realizada pelo grupo de pesquisadores na Cooperativa de catadores do

    complexo do Alemo permitiu concluir que os impactos ambientais gerados possuem

    significncia maior sobre o meio antrpico em comparao aos meios biticos e fsicos, atingindo

    o trabalhador nas diversas etapas de seleo. Embora apresente impactos ao meio fsico, os

    mesmos so pouco significativos, viabilizando a atividade de separao de resduos.

    A COOPCAL apresenta srias necessidades administrativas e sociais, alm das estruturais

    que foram apresentadas no presente trabalho, incluindo a regularizao dos servios de gua e

    energia eltrica. Para tanto primordial maior participao das iniciativas pblica e privada, alm

    daquelas que j a auxiliam, atravs de patrocnio, programas de educao ambiental, gesto

    administrativa e incluso no mercado de reciclveis para que exista um real desenvolvimento

    sustentvel desta cooperativa.

    A importncia de auxlio externo fundamental para a execuo das obras propostas, em

    virtude de gastos com material, tcnicos e mo-de-obra. Estas mudanas arquitetnicas teriam

    efeito esttico e tambm mitigador dos diversos impactos como vetores biolgicos, doenas e

    danos sade e contaminao, acrescidas de mecanismos de controle simples, como a adoo de

    equipamentos de proteo individual e coletiva e educao sanitria bsica.

    A execuo do projeto de reforma e reorganizao espacial levar a criao de uma

    unidade modernizada de coleta seletiva, com custos baixos. A inteno que esse projeto possa

    servir de modelo de organizao espacial e logstica para essa atividade, a fim de promover a

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    valorizao do ser humano e melhorando a condio de bem estar social dos cooperativados e

    que possa trazer benefcios ao servio de coleta pblico.

    REFERNCIAS

    INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAO MUNICIPAL, IBAM. O papel dos

    catadores nos programas de coleta seletiva. Disponvel em

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