auxílio-reclusão e salário-maternidade

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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO E DIREITO DO TRABALHO SALÁRIO- MATERNIDADE E AUXÍLIO- RECLUSÃO MAÍRA CUSTÓDIO MOTA GUIOTTO

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Aula ministrada na Pós Graduação em Direito Previdenciário da FACOS

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Page 1: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO E DIREITO DO TRABALHO

SALÁRIO-MATERNIDADE

E AUXÍLIO-RECLUSÃO

MAÍRA CUSTÓDIO MOTA GUIOTTO

Page 2: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

ORDEM SOCIAL

"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte, para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, direitos sociais, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil".

Preâmbulo da Constituição Federal de 1988

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ORDEM SOCIAL Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Constituição Federal de 1988

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PREVIDÊNCIA SOCIAL COMO DIREITO FUNDAMENTAL

Art. 6º da CF: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Direito fundamental de segunda geração (direitos econômicos e sociais).

Seguridade social como ponto alto do Estado Social de Direito.

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SEGURIDADE SOCIAL Intervenção estatal para assegurar o Bem-Estar

Social – art. 3º, CF; Proteção social fundada na solidariedade humana; Rede protetiva formada por Estado e Sociedade; Ações positivas para sustento de pessoas

carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes;

Manutenção de um padrão mínimo de vida;

Page 6: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

SEGURIDADE SOCIAL

PREVIDENCIA SOCIAL

SAÚDE

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Page 7: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS (ART. 194, Parágrafo único, CF/88) Universalidade da cobertura e do atendimento;

Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

Irredutibilidade do valor do benefício;

Equidade na forma de participação no custeio;

Diversidade da base de financiamento;

Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

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PRINCÍPIOS PREVIDENCIÁRIOS Da solidariedade; Da vedação do retrocesso social; Da filiação obrigatória; Do caráter contributivo; Do equilíbrio financeiro e atuarial; Da garantia do benefício não inferior ao salário mínimo; Da correção monetária dos salários de contribuição; Da preservação do valor real dos benefícios; Da facultatividade da previdência complementar; Da indisponibilidade dos direitos dos beneficiários.

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SALÁRIO MATERNIDADE

Arts. 71 a 73 da Lei nº 8.213/91

Page 10: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

HISTÓRICO DO SALÁRIO-MATERNIDADE A proteção da trabalhadora gestante inicia como garantia no

Direito do Trabalho. Exemplos de proteção: possibilidade de alteração do local de trabalho – art. 392, §4º CLT;

A CLT foi a primeira norma legal a assegurar o descanso remunerado da gestante antes e depois do parto, sem prejuízo do emprego ou salário, pelo período de 04 semanas antes e 08 semanas após o parto;

A CF de 1967, em seu art. 158, XI e a Emenda Constitucional de 1969, no art. 165, XI, estabeleceram a proteção da Previdência Social em relação à gestante;

Lei nº 6.136/74 o salário-maternidade passou a ser pago como prestação previdenciária, desonerando o empregador de pagar salário à empregada gestante no período garantido para afastamento, o que era feito pelo empregador até então.

Page 11: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

HISTÓRICO DO SALÁRIO-MATERNIDADE O Decreto 83.080/76 aprovou o Regulamento de Benefícios da

Previdência Social – RBPS, que regulamentou a matéria nos arts. 103 a 111, estabelecendo os seguintes requisitos:

o Imprescindível o vínculo empregatício – vedado para empregada doméstica;

o Isento de carência; o Duração de 04 semanas antes e 08 semanas após o parto; o Não obedecia limites do cálculo do salário de benefício; o Pagamento feito pelo INPS e o empregador só intermediava; o o INPS era dispensado do pagamento do 13º salário relativo ao

tempo coberto; o Remuneração integral e relativo a todos os vínculos empregatícios

que houvesse.

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HISTÓRICO DO SALÁRIO-MATERNIDADE A Constituição Federal de 1988 garantiu a proteção à

maternidade, especialmente à gestante, no art. 201, III, estendendo a duração da licença para 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário, conforme redação do art. 7º XVIII;

A Lei nº 8.213/91 trouxe nos arts. 71 a 73 as regras para concessão do benefício somente à segurada empregada, trabalhadora avulsa e à empregada doméstica, com duração de 120 dias;

A Lei nº 8.861/94 estendeu o direito ao salário maternidade à segurada especial, no valor de um salário mínimo, desde que comprovado exercício da atividade rural nos últimos 12 meses anteriores à DIB, mesmo descontinuamente.

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HISTÓRICO DO SALÁRIO-MATERNIDADE A Lei nº 9.876/99 estendeu o salário-maternidade à todas as

seguradas, criando regras específicas para a contribuinte individual e especial e ficando a cargo do INSS o pagamento do salário-maternidade;

A Lei nº 10.421/2002 estende à mãe adotiva o direito à licença-maternidade e ao salário-maternidade, alterando a CLT e a Lei nº 8.213/91, devido em todas as hipóteses de adoção de crianças até 08 anos de idade.

A Lei nº 10.710/2003 reestabeleceu o pagamento pela empresa do salário-maternidade devido à empregada gestante (urbana e rural), efetivando-se a compensação quando do recolhimento das contribuições sobre folha de salários.

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SALÁRIO-MATERNIDADE Benefício correspondente à integralidade da

remuneração auferida pela segurada, na forma dos art. 71 a 73 da Lei nº. 8.213/91.

A ele não se aplicará o teto de benefícios, sendo devido efetivamente a integralidade dos vencimentos, mesmo que superiores ao limite máximo de pagamento do INSS, limitados ao art. 248 da CF – subsídio mensal dos Ministros do STF.

É pago à segurada gestante durante o período de afastamento de suas atividades, no prazo de vinte e oito dias antes e noventa e um dias após o parto.

Não poderá ser cumulado com benefício por incapacidade.

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TETO EC 20/98 EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL, PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. LICENÇA-GESTANTE. SALÁRIO. LIMITAÇÃO.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 14 DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15.12.1998. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO DISPOSTO NOS ARTIGOS 3º, IV, 5º, I, 7º, XVIII, E 60, § 4º, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. O legislador brasileiro, a partir de 1932 e mais claramente desde 1974, vem tratando o problema da proteção à gestante, cada vez menos como um encargo trabalhista (do empregador) e cada vez mais como de natureza previdenciária. Essa orientação foi mantida mesmo após a Constituição de 05/10/1988, cujo art. 6° determina: a proteção à maternidade deve ser realizada "na forma desta Constituição", ou seja, nos termos previstos em seu art. 7°, XVIII: "licença à gestante, sem prejuízo do empregado e do salário, com a duração de cento e vinte dias". 2. Diante desse quadro histórico, não é de se presumir que o legislador constituinte derivado, na Emenda 20/98, mais precisamente em seu art. 14, haja pretendido a revogação, ainda que implícita, do art. 7º, XVIII, da Constituição Federal originária. Se esse tivesse sido o objetivo da norma constitucional derivada, por certo a E.C. nº 20/98 conteria referência expressa a respeito. E, à falta de norma constitucional derivada, revogadora do art. 7º, XVIII, a pura e simples aplicação do art. 14 da E.C. 20/98, de modo a torná-la insubsistente, implicará um retrocesso histórico, em matéria social-previdenciária, que não se pode presumir desejado. 3. Na verdade, se se entender que a Previdência Social, doravante, responderá apenas por R$1.200,00 (hum mil e duzentos reais) por mês, durante a licença da gestante, e que o empregador responderá, sozinho, pelo restante, ficará sobremaneira, facilitada e estimulada a opção deste pelo trabalhador masculino, ao invés da mulher trabalhadora. Estará, então, propiciada a discriminação que a Constituição buscou combater, quando proibiu diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão, por motivo de sexo (art. 7º, inc. XXX, da C.F./88), proibição, que, em substância, é um desdobramento do princípio da igualdade de direitos, entre homens e mulheres, previsto no inciso I do art. 5º da Constituição Federal. Estará, ainda, conclamado o empregador a oferecer à mulher trabalhadora, quaisquer que sejam suas aptidões, salário nunca superior a R$1.200,00, para não ter de responder pela diferença. Não é crível que o constituinte derivado, de 1998, tenha chegado a esse ponto, na chamada Reforma da Previdência Social, desatento a tais conseqüências. Ao menos não é de se presumir que o tenha feito, sem o dizer expressamente, assumindo a grave responsabilidade. 4. A convicção firmada, por ocasião do deferimento da Medida Cautelar, com adesão de todos os demais Ministros, ficou agora, ao ensejo deste julgamento de mérito, reforçada substancialmente no parecer da Procuradoria Geral da República. 5. Reiteradas as considerações feitas nos votos, então proferidos, e nessa manifestação do Ministério Público federal, a Ação Direta de Inconstitucionalidade é julgada procedente, em parte, para se dar, ao art. 14 da Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998, interpretação conforme à Constituição, excluindo-se sua aplicação ao salário da licença gestante, a que se refere o art. 7º, inciso XVIII, da Constituição Federal. 6. Plenário. Decisão unânime. (ADI 1946, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, julgado em 03/04/2003, DJ 16-05-2003 PP-00090 EMENT VOL-02110-01 PP-00123)

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CARÊNCIA Independe do número de contribuições pagas pela segurada

empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica (sem carência);

É de 10 contribuições mensais para seguradas contribuintes individuais, segurada especial (enquanto contribuinte individual) e segurada facultativa.

OBS: Lei nº. 9.876/99, ao criar o prazo de carência para a concessão do salário-maternidade, estabeleceu também que em caso de parto antecipado o período de dez meses será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. Ex: Parto no 7º mês de gestação, carência de 8 contribuições mensais;

Segurada especial que não contribui precisa comprovar atividade rural nos últimos 10 meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento, mesmo que de forma descontínua (art. 93 §2º Decreto 3.048/99);

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SEGURADA ESPECIAL E CARÊNCIA PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. SALÁRIO MATERNIDADE.

DEMONSTRAÇÃO DO TRABALHO NO CAMPO. VÍNCULO URBANO DO MARIDO. APRESENTAÇÃO DE OUTROS DOCUMENTOS EM NOME PRÓPRIO. 1. A concessão de salário-maternidade rural, benefício previdenciário previsto no art. 71 da Lei 8213/91, exige que a trabalhadora demonstre o exercício de atividade laboral no campo, por início de prova material, desde que ampliado por prova testemunhal, nos dez meses imediatamente anteriores ao do início do benefício, mesmo que de forma descontínua. 2. Para esse fim, são aceitos, como início de prova material, os documentos em nome do cônjuge que o qualificam como lavrador, aliados à robusta prova testemunhal. De outro lado, o posterior exercício de atividade urbana pelo cônjuge, por si só, não descaracteriza a autora como segurada especial, devendo ser averiguada a dispensabilidade do trabalho rural para a subsistência do grupo familiar (REsp 1304479/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe 19/12/2012, recurso submetido ao rito do art. 543-C do CPC). 3. No dos autos, o juízo de origem, ao examinar o contexto fático-probatório dos autos, concluiu que ficou amplamente demonstrado o labor rural da segurada, inclusive com a apresentação de prova material em nome próprio. Assim, a averiguação de que não existe regime de economia familiar em virtude de vínculo urbano mantido pelo cônjuge varão, esbarra no óbice da Súmula 7/STJ ("A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial"). 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 324.529/CE, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe 14/06/2013)

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SEGURADA ESPECIAL MENOR DE 16 ANOS PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS.

SALÁRIO-MATERNIDADE. TRABALHADORA RURAL. MENOR DE 16 ANOS. 1. A vedação do trabalho do menor não é absoluta, pois há possibilidade de desempenho a partir dos 14 anos de idade, na condição de aprendiz. Assim, a situação da maior de 14 anos e menor de 16 anos de idade que atua na atividade rurícola pode ser equiparada à do aprendiz, pois dá os primeiros passos para adquirir os conhecimentos e a habilidade necessários ao exercício dessa atividade. (TRF4, AC 0006921-45.2013.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 05/07/2013)

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CARÊNCIA X PRINCÍPIO DA ISONOMIA Lei nº 9.876/99 impôs carência somente para um grupo de

seguradas; Seguradas diferentes entre si; Grupo comum de mulheres: gestantes, adotantes, guardiãs; Tal norma vai de encontro ao princípio da isonomia; Ante a este princípio, haveria inconstitucionalidade da Lei nº

9.876/99, porque “A outra forma de inconstitucionalidade revela-se em impor obrigação, dever, ônus, sanção ou qualquer sacrifício a pessoas ou grupo de pessoas, discriminando-as em face de outros na mesma situação que, assim, permaneceram em condições mais favoráveis.” – José Afonso da Silva

Page 20: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

PARTO X ABORTO Tem-se como fato gerador do salário-maternidade o

nascimento/parto, ocorrido a partir da 23ª semana de gestação ou 6º mês de gravidez, inclusive em caso de natimorto – critério de viabilidade fetal – Direito a 120 dias de salário-maternidade.

Para efeitos previdenciários, considera-se aborto o nascimento sem vida, antes do 6º mês de gestação. – Direito à 2 semanas de salário-maternidade. Não surge a maternidade – benefício que deveria ter outro nome para evitar confusão – Wagner Balera;

O salário-maternidade somente será devido nos casos de aborto permitidos por lei.

Page 21: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

MÃE ADOTIVA À segurada do Regime Geral de Previdência Social que adotar

ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, é devido salário-maternidade durante os seguintes períodos: o 120 dias, se a criança tiver até 1 ano completo de idade; o 60 dias, se a criança tiver de 1 até 4 anos completos de idade; o 30 dias, se a criança tiver de 4 até completar 8 anos de idade.

No caso de adoção de mais de uma criança, simultaneamente, a segurada terá direito somente ao pagamento de um salário-maternidade, observando-se o direito segundo a idade da criança mais nova.

Independente do fato de a mãe biológica ter recebido salário-maternidade.

Fato gerador é a maternidade, por meio de adoção ou guarda – equiparado à gestante.

Page 22: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

ACP 5019632-23.2011.404.7200 "O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS torna

público que, em cumprimento à sentença de procedência proferida na ACP nº 5019632-23.2011.404.7200, em trâmite perante a 1ª Vara Federal de Florianópolis/SC, os benefícios de salário-maternidade em manutenção ou concedidos com fundamento no art. 71-A da Lei nº 8.213/91 (casos de adoção ou obtenção de guarda judicial para fins de adoção), passarão a ser devidos pelo prazo de 120 (cento e vinte dias), independentemente da idade do adotado, desde que cumpridos os demais requisitos legais para a percepção do benefício. Nos casos de salário-maternidade em manutenção, a prorrogação do prazo para 120 dias será efetivada de ofício pelo INSS, independentemente de requerimento administrativo da segurada

Clique aqui para acessar a cópia integral da sentença."

Page 23: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO (DIB) Início com o afastamento do trabalho (atestado médico ou

certidão de nascimento do filho). Compete à interessada instruir o requerimento do benefício

com os atestados médicos necessários. Ocorrendo parto antecipado, é pago por 120 dias após o

parto. Em caso de aborto não criminoso, por 2 semanas. Não há mais o prazo de até 90 dias após o parto, antes exigido

para o requerimento do benefício, que constava da redação do parágrafo único do art. 71 da Lei nº. 8.213/91, tendo este sido revogado pela Lei nº. 9.528/97.

Page 24: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

VÍNCULO EMPREGATÍCIO x QUALIDADE DE SEGURADA Redação original do art. 97 do Decreto nº. 3.048/99: salário-maternidade da segurada empregada só enquanto existir a

relação de emprego. PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. SALÁRIO-MATERNIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO

CARACTERIZAÇÃO. DISPENSA ARBITRÁRIA. MANUTENÇÃO DA CONDIÇÃO DE SEGURADA. PAGAMENTO PELO INSS DE FORMA DIRETA. cABIMENTO NO CASO. PROTEÇÃO À MATERNIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 267, V E DO ART. 467, DO CPC. SÚMULA 284/STF. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E NESSA PARTE NÃO PROVIDO. 1. Alegada violação do art. 535, II, do CPC rejeitada, pois o Tribunal a quo enfrentou os temas tidos por omissos, quais sejam, a legislação aplicável ao caso e a distribuição da verba honorária. 2. Relativamente à alegação de violação dos arts. 267, V e do art. 467, ambos do CPC, recai ao recurso especial a Súmula 284/STF, na medida que não foram desenvolvidas as razões de recorrer. 3. O salário-maternidade foi instituído com o objetivo de proteger a maternidade, sendo, inclusive, garantido constitucionalmente como direito fundamental, nos termos do art. 7º. da CF; assim, qualquer norma legal que se destine à implementação desse direito fundamental deve ter em conta o objetivo e a finalidade da norma. 4. O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social, durante 120 dias, com início no período entre 28 dias antes do parto e data da ocorrência deste. 5. A legislação previdenciária garante a manutenção da qualidade de segurado, até 12 meses após a cessação das contribuições, ao segurado que deixar de exercer atividade remunerada. 6. A segurada, ora recorrida, tem direito ao salário-maternidade enquanto mantiver esta condição, pouco importando eventual situação de desemprego. 7. O fato de ser atribuição da empresa pagar o salário-maternidade no caso da segurada empregada não afasta a natureza de benefício previdenciário da prestação em discussão, que deve ser pago, no presente caso, diretamente pela Previdência Social. 8. A responsabilidade final pelo pagamento do benefício é do INSS, na medida que a empresa empregadora tem direito a efetuar compensação com as contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos. 9. Recurso especial conhecido em parte e nessa parte não provido. (REsp 1309251/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2013, DJe 28/05/2013)

Page 25: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADA – PERÍODO DE GRAÇA Inclusão do Parágrafo único no art. 97 do Decreto

3.048/99: Durante o período de graça a que se refere o art. 13, a segurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o benefício será pago diretamente pela previdência social. (Incluído pelo Decreto nº 6.122, de 2007)

Nesta hipótese, o salário-maternidade consistirá numa renda equivalente a um doze avos da soma dos doze últimos salários de contribuição, apurados em período não superior a quinze meses.

Page 26: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

RENDA MENSAL INICIAL (RMI) Remuneração integral da segurada empregada e da trabalhadora avulsa. Para as demais seguradas consistirá: • em um valor correspondente ao do seu último salário de contribuição, para

a segurada empregada doméstica; • em um salário mínimo para a segurada especial; • em um doze avos da soma dos doze últimos salários de contribuição,

apurados em um período não superior a quinze meses, para as seguradas enquadradas nas categorias de contribuinte individual, facultativa e para as que mantenham a qualidade de segurada durante o período de graça.

Em qualquer caso, é garantido o pagamento do salário-maternidade no valor de um salário mínimo.

A empresa adianta o salário integral à empregada em gozo de licença-maternidade e depois pode compensar quando dos recolhimentos devidos ao INSS, a qualquer título.

Page 27: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

SALÁRIO MATERNIDADE E BARRIGA DE ALUGUEL Caso paradigma: Nova Lima MG: avó paterna deu a luz ao neto,

e no caso, as duas tiveram direito ao salário maternidade. A CF/88 não restringe a proteção somente à gestante, mas

também à maternidade, ou seja, abre espaço para que formas equiparadas, como a adotante, estejam também protegidas.

A barriga de aluguel no Brasil só é permitida em caso de problema médico ( Resolução do CFM nº 1.358/92) e a doadora temporária deve pertencer à família da doadora genética, com parentesco de até segundo grau, ou ter autorização expressa do CFM;

Não pode ter fins lucrativos ou econômicos;

Page 28: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

LEI Nº 11.770/08 Observe-se que a Lei nº 11.770, de 09.09.2008, ampliou a

licença maternidade para 180 dias para as seguradas empregadas de empresa que aderir ao Programa Empresa Cidadã, em troca de incentivos fiscais, conforme dispõe a referida Lei.

Não tem natureza jurídica previdenciária, pois não é custeado pelo INSS. Não é automático para a segurada regularmente inscrita;

Somente empresas optantes pelo lucro real;

Page 29: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO

O salário-maternidade cessa transcorrido o prazo de 120 dias ou pelo falecimento da segurada.

Page 30: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

AUXÍLIO-

RECLUSÃO

Art. 80 da Lei nº 8.213/91

Page 31: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

SEGURADOS E DEPENDENTES

BENEFÍCIÁRIOS

SEGURADOS DEPENDENTES

O cidadão pode ser segurado e dependente ao mesmo tempo.

Page 32: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

SEGURADOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS OBRIGATÓRIOS

CONTRIBUINTE INDIVIDUAL SEGURADOS AVULSOS

SEGURADO ESPECIAL

FACULTATIVO

Page 33: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

SEGURADOS OBRIGATÓRIOS Art 201 CF: “A previdência social será organizada sob a

forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória”

No caso dos segurados obrigatórios da Previdência Social, a filiação é automática, ou seja, quando ocorre o exercício da atividade descrita em lei. Independe da vontade do segurado. Ingresso imediato no sistema previdenciário.

Já a inscrição é um mero ato formal, que visa a regularização da situação do segurado junto ao INSS.

Page 34: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

FILIAÇÃO DO SEGURADO PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE MARIDO. DEPENDÊNCIA

ECONÔMICA PRESUMIDA. QUALIDADE DE SEGURADO COMPROVADA. 1. A concessão do benefício de pensão por morte depende da ocorrência do evento morte, da demonstração da qualidade de segurado do de cujus e da condição de dependente de quem objetiva a pensão. 2. Demonstrada a condição de esposa, presume-se a dependência econômica por força do disposto no artigo 16, I e § 4º, da Lei 8.213/91. 3. O contribuinte individual é segurado obrigatório da Previdência Social, e como tal, a sua filiação decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada. Assim, o de cujus estava filiado à Previdência Social ao tempo do óbito, porquanto exerceu a atividade de motorista, conforme as provas carreadas aos autos. 4. Em se tratando de contribuinte individual, que presta serviço de natureza urbana à empresa, o ônus quanto ao recolhimento das contribuições previdenciárias é da empresa contratante, nos termos do art. 4º da Lei 10.666/03. 5. Comprovado o preenchimento de todos os requisitos é devido o benefício de pensão por morte aos autores, desde a data do óbito do instituidor, a teor do disposto no art. 74, I, da Lei 8.213/91. (TRF4, APELREEX 0007932-12.2013.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 26/07/2013)

Page 35: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

INSCRIÇÃO DO SEGURADO Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma de inscrição

do segurado e dos dependentes. Lei nº 8.213/91

Art.18.Considera-se inscrição de segurado para os efeitos da previdência social o ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua caracterização (...). Decreto 3.048/99

Page 36: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

CONTRIBUIÇÕES APÓS A RECLUSÃO Previdenciário. Auxílio-reclusão. Qualidade de segurado. Contribuinte individual.

Contribuições previdenciárias. Regularização após a prisão. Possibilidade. 1. O contribuinte individual é segurado obrigatório da Previdência Social, e como tal, a sua filiação decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada. Assim, o preso estava filiado à Previdência Social ao tempo da prisão, porquanto exercia a atividade de pedreiro autônomo. 2. Em se tratando de segurado obrigatório (contribuinte individual), embora não tivesse efetuado o recolhimento das contribuições previdenciárias no período reconhecido, não há óbice ao pagamento em atraso de tais contribuições após a prisão, tratando-se de mera regularização dos valores devidos. 3. Não tendo sido recolhidas as contribuições previdenciárias devidas e não podendo o juízo proferir veredicto condicional, não há como deferir o pedido de auxílio-reclusão, mas somente reconhecer que o preso mantinha a qualidade de segurado como contribuinte individual na data da prisão e, em consequência, o direito da parte autora de promover o recolhimento das contribuições em atraso a fim de viabilizar a concessão de tal benefício. (TRF da 4ª Região, Ap. Cív. 2009.70.99.001131-2/PR, 6ª Turma, Rel.: Des. Fed. JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Rev. JOÃO BATISTA LAZZARI, J. em 05/08/2009, D.J. 14/08/2009)

Page 37: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

HABILITAÇÃO E INSCRIÇÃO DOS DEPENDENTES Não é mais exigido do segurado que inscreva seus dependentes,

sendo que atualmente a inscrição se dá na data da habilitação da pensão – art. 17, §1º da Lei nº 8.213/91;

A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente — art. 76 da Lei nº. 8.213/91.

Qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependentes só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou habilitação.

Não existe direito adquirido do beneficiário a que seja mantido seu quinhão; havendo mais dependentes, posteriormente habilitados, a divisão do valor da pensão se impõe, com prejuízo da fração cabível aos que já a vinham percebendo.

Page 38: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

DEPENDENTES Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na

condição de dependentes do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de

qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

II - os pais; III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e

um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

IV - (Revogada pela Lei nº 9.032, de 28 de Abril de 1995) Redação anterior: IV - a pessoa designada, menor de 21 (vinte e um) anos

ou maior de 60(sessenta) anos ou inválida.

Page 39: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

DEPENDENTES § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo

exclui do direito às prestações os das classes seguintes. § 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante

declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento.

Redação anterior: § 2º Equiparam-se a filho, nas condições do inciso I, mediante declaração do segurado: o enteado; o menor que, por determinação judicial, esteja sob a sua guarda; e o menor que esteja sob sua tutela e não possua condições suficientes para o próprio sustento e educação.

§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.

§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.

Page 40: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

FILHOS (CLASSE I) O dependente faz jus ao recebimento da pensão até

os 21 anos, salvo se inválido ou emancipado Emancipados (casamento) têm sua pensão por morte

encerrada na data da emancipação; O fato de estar frequentando curso universitário não

prorroga o benefício até os 24 anos; A matéria foi uniformizada no âmbito dos Juizados

Especiais Federais pela Turma Nacional de Uniformização: “Súmula nº. 37: A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário.”

Equiparados: enteado e menor sob guarda por determinação judicial, menor sob tutela.

Page 41: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

CÔNJUGES OU COMPANHEIROS (CLASSE I) A presunção de dependência econômica entre cônjuges e

companheiros (§ 4º do art. 16 da Lei nº. 8.213/91) deve ser interpretada como absoluta;

Companheiros possuem os mesmos direitos que os cônjuges;

Prova da união estável pode se dar através exclusivamente de prova testemunhal, sendo que esta prova deve ser coerente e precisa, capaz de servir de elemento de convicção para o juiz (tnu, 2003.83.20007772-8/PE, Sessão de 24.5.2006).

ACP nº 2000.71.00009347-0 TRF4ª - Companheiros homossexuais tem direito ao auxílio-reclusão.

Page 42: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

PENSÃO ALIMENTÍCIA

Uma vez comprovada a convivência more uxorio, ou mesmo a prestação de alimentos após a separação judicial, a ex-esposa tem direito à pensão por morte.

A respeito do tema, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula nº. 336, com o seguinte teor: "A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente".

Page 43: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

CONCUBINA A 1ª Turma do STF decidiu, por maioria, vencido o Min. Ayres de

Brito, que a concubina não tem direito a dividir a pensão com a viúva, em face da Constituição proteger somente o núcleo familiar passível de se converter em casamento. No caso, a segunda união desestabiliza a primeira (RE nº. 397762. DJE de 13.8.2008).

PREVIDENCIÁRIO. CONCUBINATO ADULTERINO. RELAÇÃO

CONCORRENTE COM O CASAMENTO. EMBARAÇO À CONSTITUIÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL APLICAÇÃO. IMPEDIMENTO. 1. A jurisprudência desta Corte prestigia o entendimento de que a existência de impedimento para o matrimônio, por parte de um dos componentes do casal, embaraça a constituição da união estável. 2. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1267832/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 19/12/2011)

Page 44: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

PAIS (CLASSE 2) E IRMÃOS (CLASSE 3) Somente podem ser habilitados no auxílio-reclusão se

inexistirem pessoas das classes anteriores, seguindo a ordem disposta em Lei.

Em caso de falecimento do dependente pensionista da classe anterior, se já concedida a pensão, não poder ser habilitados posteriormente. Ex: falece o esposo, deixa para a mulher, falece a mulher, não pode habilitar a mãe ainda que dependesse economicamente do filho (esposo e segurado do INSS).

A dependência econômica dos pais em relação aos filhos deve ser comprovada, embora não se exija que seja exclusiva, nos termos da Súmula nº. 229 do ex-Tribunal Federal de Recursos.

Page 45: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

JURISPRUDÊNCIA PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. COMPROVAÇÃO

DOS REQUISITOS LEGAIS. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. NÃO COMPROVAÇÃO. Para fins de obtenção de auxílio reclusão por parte da mãe do preso deve ser comprovada a dependência econômica em relação ao mesmo, ainda que não exclusiva. (TRF4, AC 0008057-77.2013.404.9999, Quinta Turma, Relator Rogerio Favreto, D.E. 09/07/2013)

Page 46: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

PROVAS PARA A DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

STJ: “A legislação previdenciária não estabelece qualquer tipo de limitação ou restrição aos mecanismos de prova que podem ser manejados para a verificação da dependência econômica da mãe em relação ao filho falecido, podendo esta ser comprovada por provas testemunhais, ainda que inexista início de prova material” (REsp 720.145, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, DJ 16.5.2005).

Page 47: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade

remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação

compulsória; IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver

pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.

§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.

Page 48: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO

SÚMULA N. 27 TNU

A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito.

Page 49: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

CULTURA POPULAR

Page 50: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

CULTURA POPULAR

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CULTURA POPULAR

Page 52: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

REALIDADE

Page 53: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

AUXÍLIO-RECLUSÃO Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim

assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.

O auxílio-reclusão é um benefício previdenciário destinado a garantir a subsistência dos dependentes do segurado de baixa renda, recolhido à prisão, impossibilitado de prover o atendimento das necessidades básicas e essenciais de sua família, ou seja, visa atender ao risco social da perda da fonte de renda familiar, em razão da prisão do segurado.

Page 54: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

AUXÍLIO-RECLUSÃO O auxílio-reclusão é devido, nas mesmas condições da

pensão por morte, aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria.

Objetivo de proteção do núcleo familiar na ausência do segurado preso.

Exigência da baixa renda para a concessão do auxílio-reclusão está previsto no inciso IV do art. 201 da Constituição Federal de 1988, que teve nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98.

As regras gerais sobre o auxílio-reclusão encontram-se no art. 80 da Lei nº. 8.213/91, nos arts. 116 a 119 do Decreto nº. 3.048/99 e nos arts. 331 ao 344 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/2010.

Page 55: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

AUXÍLIO-RECLUSÃO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. CONCESSÃO AOS DEPENDENTES DO SEGURADO DE

BAIXA RENDA. DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL. ARTIGO 80 DA LEI 8.213/91. REQUISITOS DA PENSÃO POR MORTE. APLICABILIDADE. PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM. INCIDÊNCIA. RECOLHIMENTO À PRISÃO.

LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA. OBEDIÊNCIA. RECURSO PROVIDO. I - A EC 20/98 determinou que o benefício auxílio-reclusão seja devido unicamente aos segurados de baixa renda. II - Nos termos do artigo 80 da Lei 8.213/91, o auxílio-reclusão é devido nas mesmas condições da pensão por morte aos dependentes do segurado recolhido à prisão, desde que não receba remuneração da empresa nem auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço. III - A expressão "nas mesmas condições da pensão por morte" quer significar que se aplicam as regras gerais da pensão por morte quanto à forma de cálculo, beneficiários e cessação dos benefícios. Em outros termos, as regras da pensão por morte são em tudo aplicáveis ao auxílio-reclusão, desde que haja compatibilidade e não exista disposição em sentido diverso. IV - A jurisprudência da Eg. Terceira Seção entende que a concessão da pensão por morte deve observar os requisitos previstos na legislação vigente ao tempo do evento morte, em obediência ao princípio tempus regit actum. V - Quando foi o segurado recolhido à prisão, não era considerado de baixa renda, não fazendo jus seus dependentes ao benefício auxílio-reclusão, em razão de Portaria posterior mais benéfica. Incide, à espécie, o princípio tempus regit actum. VI - A concessão do benefício auxílio-reclusão deve observar os requisitos previstos na legislação vigente ao tempo do evento recolhimento à prisão, porquanto devem ser seguidas as regras da pensão por morte, consoante os termos do artigo 80 da Lei 8.213/91. VII - Recurso conhecido e provido. (REsp 760.767/SC, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2005, DJ 24/10/2005, p. 377)

Page 56: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

REQUISITOS PARA CONCESSÃO Recolhimento efetivo à prisão em regime fechado ou semi-aberto; Menor recluso segurado, com idade entre 16 e 18 anos que tenha sido

recolhido em estabelecimento educacional ou semelhante, sob custódia do Juizado de Infância e da Juventude, equipara-se a preso.

Não recebimento de remuneração da empresa; Não estar em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono

de permanência em serviço; Ter qualidade de segurado da Previdência Social quando preso; Concessão apenas àquele que receba remuneração até R$ 971,78 –

Portaria MPS nº15 de 10/01/2013. O beneficiário deverá apresentar trimestralmente atestado de que o

segurado continua detido ou recluso, firmado pela autoridade competente.(art. 80, parágrafo único da Lei nº 8.213/91).

Page 57: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

BAIXA RENDA Em 25/03/2009, o STF, por ocasião do julgamento dos RE

587.365 e 486.413, ambos interpostos pelo INSS, decidiu por maioria de votos (7x3), vencidos os Ministros Cezar Peluso, Eros Grau e Celso de Mello, que o critério de baixa renda é da renda do SEGURADO e não dos dependentes do segurado, para fins de concessão do auxílio-reclusão.

O tema era muito controverso e existiam inúmeras decisões e súmulas vinculando a baixa renda dos dependentes. O STF mudou esse posicionamento.

Atualmente, segurado de baixa renda é aquele que percebe remuneração até R$971,78, correspondendo a 1,43 salários mínimos.

Page 58: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

BAIXA RENDA PREVIDENCIÁRIO. CONSTITUCIONAL. RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. ART. 201, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LIMITAÇÃO DO UNIVERSO DOS CONTEMPLADOS PELO AUXÍLIO-RECLUSÃO. BENEFÍCIO RESTRITO AOS SEGURADOS PRESOS DE BAIXA RENDA. RESTRIÇÃO INTRODUZIDA PELA EC 20/1998. SELETIVIDADE FUNDADA NA RENDA DO SEGURADO PRESO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. I - Segundo decorre do art. 201, IV, da Constituição, a renda do segurado preso é que a deve ser utilizada como parâmetro para a concessão do benefício e não a de seus dependentes. II - Tal compreensão se extrai da redação dada ao referido dispositivo pela EC 20/1998, que restringiu o universo daqueles alcançados pelo auxílio-reclusão, a qual adotou o critério da seletividade para apurar a efetiva necessidade dos beneficiários. III - Diante disso, o art. 116 do Decreto 3.048/1999 não padece do vício da inconstitucionalidade. IV - Recurso extraordinário conhecido e provido.

Page 59: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

CRÍTICA A orientação do STF está absolutamente equivocada,

porque leva em consideração fator externo e aleatório (renda do segurado – que deixa de existir justamente por conta da reclusão) e não a necessidade do grupo de pessoas que pretende a proteção (dependentes).

“O princípio da seletividade não e distributividade das prestações e serviços da seguridade social não tende a ser adequadamente aplicado quando se leva em conta fatores ou critérios desvinculados do grau de necessidade do destinatário da proteção da seguridade social.” – José Antônio Savaris.

Page 60: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

CRÍTICA

Não guardaria uma ligeira presunção de que só as pessoas de baixa renda é que cometem delitos?

Page 61: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

RECLUSÃO ANTERIOR À EC Nº20/98

Ao auxílio-reclusão com data de início fixada em período anterior a 16.12.98 aplicar-se-á a legislação vigente àquela época, ou seja, independentemente da renda mensal (Portaria MPAS nº. 4.883/98 — art. 8º, § 1º) e §5º do art. 334 da IN 45/2010.

Respeitou-se, assim, o direito adquirido de quem já vinha recebendo o benefício, ou tinha implementado as condições para tanto.

Page 62: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

TABELA DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

Page 63: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

CARÊNCIA Inexiste a exigência de carência,

devendo apenas comprovar a qualidade de segurado do recluso - Art. 26 da Lei 8.213/91;

Na legislação anterior, a carência era de 12 contribuições mensais – Art. 43 da Lei 3.807/60.

Page 64: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO Data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se

requerido até trinta dias deste; A partir da data do requerimento, se posterior a trinta dias. Quanto ao dependente menor e o incapaz não corre

prescrição.

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. MENOR ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. TERMO INICIAL. O termo inicial do benefício deve ser fixado na data da prisão, uma vez que não corre a prescrição contra a autora, por ser absolutamente incapaz na época do recolhimento do genitor à prisão, nos termos do art. 198, inciso I, do Código Civil c/c os arts. 79 e 103, parágrafo único, da Lei de Benefícios.

Page 65: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

RENDA MENSAL INICIAL (RMI) Até a edição da Lei do RGPS vigente (8.213/91) - 50%

do SB, +10% por dependente até o máximo de 100% atingido com cinco dependentes;

A partir da Lei nº. 8.213/91 até 1995 - 80% + 10% por dependente, até o máximo de 100%, atingido com 2 dependentes. Caso o falecimento fosse conseqüência de acidente do trabalho, o valor era de 100% do salário de benefício ou do salário de contribuição vigente no dia do acidente, o que fosse mais vantajoso.

A partir da Lei nº. 9.032, de 28.4.95 - 100% inclusive para os benefícios de origem acidentária.

Page 66: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

RENDA MENSAL INICIAL (RMI) O valor do auxílio-reclusão corresponderá a 100% do salário

de benefício da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de detenção ou prisão, por ser esta a base de cálculo da pensão por morte (arts. 75 e 80 da Lei nº. 8.213/91).

O salário de benefício corresponde à média dos 80% maiores salários de contribuição do período contributivo, a contar de julho de 1994.

Para os dependentes do segurado especial (rural) o valor do benefício será de um salário mínimo. Caso esteja contribuindo facultativamente, terá o benefício concedido com base no salário de benefício.

Page 67: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

IN 45/2010 Art. 334. Quando o efetivo recolhimento à prisão tiver ocorrido a partir de

16 de dezembro de 1998, data da publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998, o benefício de auxílio-reclusão será devido desde que o último salário-de-contribuição do segurado, tomado no seu valor mensal, seja igual ou inferior a R$360,00 (trezentos e sessenta reais), atualizado por Portaria Ministerial, conforme tabela constante no Anexo XXXII. – hoje R$ 971,78

§ 1º É devido o auxílio-reclusão, ainda que o resultado da RMI do benefício seja superior ao teto constante no caput.

§ 2º Quando não houver salário-de-contribuição na data do efetivo recolhimento à prisão, será devido o auxílio-reclusão, desde que:

I - não tenha havido perda da qualidade de segurado; e II - o último salário-de-contribuição, tomado em seu valor mensal,

na data da cessação das contribuições ou do afastamento do trabalho seja igual ou inferior aos valores fixados por Portaria Ministerial, conforme Anexo XXXII.

Page 68: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

RATEIO ENTRE DEPENDENTES O valor do auxílio-reclusão, assim como o da pensão por

morte, em havendo mais de um pensionista, será rateado entre todos, em partes iguais, sendo que as cotas do rateio poderão ser inferiores ao salário mínimo.

Habilitação posterior que importe em inclusão ou exclusão de outro dependente produz efeito na data da inscrição ou habilitação (art. 76, Lei nº 8.213/91).

De resto, aplicam-se ao auxílio-reclusão as demais regras da pensão por morte.

Page 69: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

COTAS PARTE A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será

rateada entre todos em partes iguais, cujas parcelas do rateio poderão ser inferiores ao salário mínimo. As cotas serão sempre iguais, embora, em muitos casos, essa forma de partilha não seja a mais justa para as partes.

O cônjuge divorciado, separado judicialmente, ou apenas separado de fato, que recebia pensão de alimentos terá direito à pensão por morte em igualdade de condições com os demais dependentes, não havendo direito adquirido a perceber pensão previdenciária igual ao percentual da pensão alimentícia concedida judicialmente, ou objeto de homologação pelo Juiz de Família, como ocorria no direito anterior (Decreto nº. 83.080/79, arts. 69 e 127).

Page 70: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

PROVA DA RECLUSÃO E MANUTENÇÃO DO BENEFÍCIO

Para a manutenção do benefício deverá ser apresentada, trimestralmente, a declaração de que o segurado permanece cumprindo pena privativa da liberdade.

Ônus dos beneficiários do auxílio-reclusão;

Não pode o INSS suspender o benefício pelo mero fato de não constar na certidão o não recebimento de remuneração pelo segurado – decisão TRF4ª AI 2002.0401055060-1/RS

Page 71: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

REGIMES PRISIONAIS Conforme Parecer exarado pela Consultoria Jurídica do então

MPAS acerca da caracterização do direito em face do regime prisional, concluiu-se que “as famílias dos segurados presos sob o regime fechado e semi-aberto fazem jus ao auxílio-reclusão, ainda que eles exerçam alguma atividade remunerada” e que “as famílias dos segurados em cumprimento de pena sob regime aberto não têm direito ao recebimento do auxílio-reclusão” (Parecer CJ nº. 2.583, de 24.9.2001 — in Revista RPS 252/834, novembro de 2001).

Os dependentes do segurado detido provisoriamente terão direito ao auxílio-reclusão.

Page 72: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

TIPOS DE REGIMES Regime fechado – cumprido em penitenciária de

segurança máxima ou média, que prevê trabalho interno ou externo apenas em serviços e obras públicas; (arts. 33,§1º, a, 34, §§1º, 2º e 3º do CP e art. 87 da LEP)

Regime semi-aberto – pena cumprida em colônia agrícola, industrial ou similar, admitindo trabalho externo (arts. 34, §1º, b e 35, §2º do CP).

Não cabe a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que esteja em livramento condicional ou que cumpra pena em regime aberto, assim entendido aquele cuja execução da pena seja em casa de albergado ou estabelecimento adequado. (art. 332, §1º da IN 45/2010)

Page 73: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

FUGA

No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que mantida a qualidade de segurado.

Se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, será o mesmo considerado para verificação da perda ou não da qualidade de segurado.

Page 74: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

FUGA PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-RECLUSÃO. BAIXA RENDA.

MARCO INICIAL. MENORES. FUGA DO APENADO. SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO. TUTELA ANTECIPADA. 1. Comprovado que o preso era segurado da Previdência Social na época da prisão, mantém-se a sentença que concedeu à filha menor absolutamente incapaz o auxílio-reclusão. 2. O critério de baixa renda deve ser observado, nos termos do art. 13 da Emenda Constitucional nº 20/98, regulamentado pelo art. 116 do Decreto nº 3.048/99, e Portarias Interministeriais anuais do MPS/MF. 3. O marco inicial do benefício é estabelecido pela legislação vigente à data da prisão, contudo, por se tratar de interesse de menores absolutamente incapazes, não há se falar na aplicação dos prazos prescricionais previstos no art. 74, com as alterações da Lei 9528/97, pois contra estes não corre prescrição. 4. No período em que o apenado esteve foragido o benefício de auxílio-reclusão deve ser suspenso até a data da sua recaptura, caso mantida a qualidade de segurado. Inteligência do § 2º do art. 117 do Decreto 3.048/99. 5. Tutela antecipada mantida. (TRF4, APELREEX 5002304-40.2012.404.7105, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão Ezio Teixeira, D.E. 11/06/2013)

Page 75: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

TRABALHO DURANTE A PRISÃO O trabalho do preso não esteja sujeito ao regime da Consolidação das Leis do

Trabalho - CLT (art. 28, §2º da LEP), será ele remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a três quartos do salário mínimo (art. 29 da LEP).

O destino da remuneração está previsto na LEP deverá atender: a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores (art. 29, § l.° da LEP).

A parte restante será depositada para constituição do pecúlio, em caderneta de poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade (art. 29, § 2.°, da LEP). As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas (art. 30 LEP).

A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis), nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados. (art. 33/LEP).

Page 76: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

TRABALHO DURANTE A PRISÃO A Medida Provisória nº. 83, de 12.12.2002, convertida na Lei nº. 10.666, de

8.5.2003, estabeleceu que:

Art. 2o O exercício de atividade remunerada do segurado recluso em cumprimento de pena em regime fechado ou semi-aberto que contribuir na condição de contribuinte individual ou facultativo não acarreta a perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão para seus dependentes.

§1o O segurado recluso não terá direito aos benefícios de auxílio-doença e de aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão, ainda que, nessa condição, contribua como contribuinte individual ou facultativo, permitida a opção, desde que manifestada, também, pelos dependentes, ao benefício mais vantajoso.

§ 2o Em caso de morte do segurado recluso que contribuir na forma do § 1o, o valor da pensão por morte devida a seus dependentes será obtido mediante a realização de cálculo, com base nos novos tempo de contribuição e salários-de-contribuição correspondentes, neles incluídas as contribuições recolhidas enquanto recluso, facultada a opção pelo valor do auxílio-reclusão.

Page 77: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

TRABALHO DURANTE A PRISÃO PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. AUXÍLIO-

RECLUSÃO. REGIME SEMIABERTO. ATIVIDADE REMUNERADA EM PREFEITURA, SEM VÍNCULO DE EMPREGO. 1. O benefício de auxílio-reclusão, conforme o disposto no artigo 116, § 5º, do Decreto nº 3.048/99, é devido durante o período em que o segurado estiver recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto. 2. O exercício de atividade remunerada pelo preso em regime semiaberto, em prefeitura local, sem vínculo de emprego, não afeta o recebimento de auxílio-reclusão por seus dependentes. (TRF4, APELREEX 5003696-91.2012.404.7112, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão João Batista Pinto Silveira, D.E. 21/06/2013)

Page 78: Auxílio-reclusão e salário-maternidade

APOSENTADORIA x AUXÍLIO-RECLUSÃO Medida Provisória nº. 83, de 12.12.2002, § 1º do art.

2º dispõe que: “o segurado recluso não terá direito aos benefícios de auxílio-doença e de aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão, ainda que, nessa condição, contribua como contribuinte individual ou facultativo, permitida a opção, desde que manifestada, também, pelos dependentes, ao benefício mais vantajoso”.

Aplicam-se ao auxílio-reclusão as normas referentes à pensão por morte, sendo necessária, no caso de qualificação de dependentes após a reclusão ou detenção do segurado, a preexistência da dependência econômica.

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CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO O auxílio-reclusão cessará na data da soltura do segurado, e ainda

nas seguintes hipóteses: pela morte dos beneficiários (dependentes); para o filho ou equiparado ou irmão, de ambos os sexos, pela

emancipação ou quando completar 21 anos de idade, salvo se inválido;

para o dependente inválido, pela cessação da invalidez, verificada em exame médico-pericial a cargo do INSS.

O valor da cota recebida por um dependente que perdeu o direito ao mesmo, por algum dos motivos acima (exceto soltura), será repartido com os demais dependentes que continuarem nessa condição.

O auxílio-reclusão se extingue com a perda do direito do último dependente habilitado, e não se transfere a dependente de classe inferior.

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PEC 33/2013 Autor:SENADOR - Alfredo Nascimento (PR-AM)

Ementa: Modifica o art. 201, inciso IV, da Constituição Federal, para retirar o auxílio-reclusão do rol de garantias de cobertura do sistema de previdência social.

Explicação da ementa: Altera a Constituição Federal para retirar o auxílio-reclusão do rol de garantias de cobertura do sistema de previdência social.

Assunto:Social – Previdência Social

Data de apresentação:02/07/2013

Situação atual:

Local: 03/07/2013 - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

Situação: 03/07/2013 - AGUARDANDO DESIGNAÇÃO DO RELATOR

Indexação da matéria: ALTERAÇÃO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DIREITOS SOCIAIS, PREVIDENCIA SOCIAL, EXCLUSÃO, BENEFICIO, BENEFICIO PREVIDENCIARIO, AUXILIO RECLUSÃO, FAMILIA, DETENTO, PRESO.

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OBRIGADA!!!

MAÍRA CUSTÓDIO MOTA GUIOTTO

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