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Autores

Helena Maria MaltezEngenheira Agrônoma pela ESALQ/USP, graduada em 1993 com mestrado em Biologia Vegetal pela Univer-sidade de Campinas (UNICAMP). Foi consultora em projetos de pesquisa em conservação de recursos genéticos junto ao IPGRI (International Plant Genetic Research Institute). Foi coordenadora do Programa Mata Atlântica do WWF-Brasil entre 2001 e 2007 e gerente de meio ambiente da TV-Brasil (Empresa Brasil de Comunicação-EBC) entre 2008 e 2009.

Paulo Henrique Carvalhêdo NenevêBiólogo graduado pela Universidade de Brasília, UnB, envolvido desde a graduação com a agroecologia quando integrava o TUPÃ, grupo multidisciplinar ligado ao Núcleo da Agenda Ambiental da UnB, promoven-do e integrando encontros de profissionais e estudantes e participando em projetos de educação ambiental e agroflorestal em escolas da rede pública do Distrito Federal. Ligado desde 2004 ao trabalho de Ernst Götsch, colabora em diversos cursos de sistemas agroflorestais ministrados por este agricultor-pesquisador.

Revisão Editoração Eletrônica IlustraçãoGrupo NT NT Editora Márcio Rocha

Projeto Gráfico CapaNT Editora NT Editora

NT Editora, uma empresa do Grupo NTSCS Q2 - Bl. D - Salas 307 e 308 - Ed. Oscar NiemeyerCEP 70316-900 - Brasília - DFFone: (61) [email protected] e www.grupont.com.br

Técnicas Agrícolas. / NT Editora.

– Brasília: 2014. 96p. : il. ; 21,0 X 29,7 cm.

ISBN - 978-85-8416-071-6

1. Origem e Evolução

Copyright © 2014 por NT Editora.Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por

qualquer modo ou meio, seja eletrônico, fotográfico, mecânico ou outros, sem autorização prévia e escrita da NT Editora.

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LEGENDA

ÍCONES

Prezado(a) aluno(a),Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do material didático. A presença desses ícones o ajudará a compreender melhor o conteúdo abor-dado e também como fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:

Saiba MaisEste ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.

ImportanteO conteúdo indicado com este ícone tem bastante importância para seus es-tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.

DicasEste ícone apresenta dicas de estudo.

Exercícios Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.

Exercícios Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.

Bons estudos!

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4 NT Editora

Sumário

1. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA .............................................................91.1 Origem da agricultura e domesticação das plantas .............................................................. 91.2 Surgimento da irrigação e da tração animal ..........................................................................12

2. HISTÓRIA DA AGRICULTURA NO BRASIL ............................................................152.1 A agricultura indígena e a chegada dos europeus .............................................................152.2 A Revolução Verde ..........................................................................................................................17

3. A AGRICULTURA NO ESTADO DE GOIÁS..............................................................213.1 A história ..............................................................................................................................................21

4. ECOLOGIA DAS PLANTAS NAS REGIÕES TROPICAIS..........................................254.1 Como a planta forma as substâncias orgânicas? ..................................................................254.2 Fatores importantes para um solo produtivo ........................................................................274.3 O abastecimento da planta com água .....................................................................................29

5. RESPIRAÇÃO PELAS PLANTAS E DESENVOLVIMENTO DA RAIZ .......................315.1 A diminuição da respiração pelas plantas ...............................................................................315.2 A raiz .....................................................................................................................................................32

6. A MATÉRIA ORGÂNICA E A VIDA NO SOLO.........................................................366.1. A matéria orgânica no solo: importância e manejo ...........................................................366.2 A vida do solo: entendendo o surgimento de “pragas” e doenças e como evitá-las ......38

7. MÉTODOS, TÉCNICAS E PRÁTICAS – PARTE I .....................................................427.1 Cerrado: contexto socioambiental .............................................................................................427.2 Constantes presentes no Cerrado ..............................................................................................437.3 Planejamento da propriedade rural ..........................................................................................44

8. TIPOS DE PLANTIO ................................................................................................498.1 Plantio de sequeiro ..........................................................................................................................498.2 Consórcios para sequeiro (alguns exemplos) ........................................................................51

9. PLANTIO .................................................................................................................569.1 Plantio de hortaliças ........................................................................................................................569.2 Plantio dos adubos verdes ............................................................................................................579.3 Produção de mudas em ambiente protegido ........................................................................58

10. SUCESSÃO ECOLÓGICA ......................................................................................61

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5Técnicas Agrícolas

11. PRODUÇÃO DE FRUTAS E MADEIRA .................................................................. 6511.1 A árvore na propriedade rural .....................................................................................................6511.2 Preparo do solo .................................................................................................................................6611.3 Produção de biomassa ...................................................................................................................6811.4 Sistemas agroflorestais ..................................................................................................................6811.5 Produção de fertilizantes ..............................................................................................................69

12. CONTROLE ECOLÓGICO DE INSETOS E DOENÇAS ............................................ 7412.1 Controlando insetos e pragas .....................................................................................................7412.2 Algumas receitas para controlar as pragas: ...........................................................................7612.3 Sementes de árvores ......................................................................................................................77

13. GERAÇÃO DE RENDA E EDUCAÇÃO .................................................................... 7913.1 Como minimizar custos e maximizar a renda ........................................................................7913.2 Agregando valor aos produtos com o processamento na propriedade rural ...........8313.3 Certificação orgânica e agroecológica .....................................................................................84

14. MAIS ASPECTOS DA AGRICULTURA .................................................................... 8814.1 Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) ...........................................................................8814.2 Agricultor e agricultora pesquisadores ....................................................................................8914.3 Os mutirões como estratégia de fortalecimento da agricultura familiar ....................9314.4 O jovem rural na perspectiva agroecológica .........................................................................93

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 96

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APRESENTAÇÃO

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Caro(a) aluno(a),

O módulo de Técnicas Agrícolas deste curso foi organizado em 60 horas e está dividido em cinco etapas:

1. Origem e evolução da agricultura

2. Base Conceitual

3. Métodos, técnicas e práticas - Parte I

4. Métodos, técnicas e práticas - Parte II

5. Geração de renda e educação

São objetivos deste módulo: apresentar os conceitos básicos para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável apropriada à agricultura familiar; proporcionar técnicas de plantio e manejo de hortaliças, culturas de sequeiro e de sistemas agroflorestais no contexto agroecológico. Também orientar a observação do meio e o planejamento da propriedade rural; promover uma visão conservacionista no manejo da propriedade rural e estimular a organização comunitária, o beneficiamento local e a comercialização diferenciada visando ao aumento da renda.

Estimular a inovação e a geração de conhecimento na agricultura – o agricultor será apresentado a novos meios para incrementar sua produção, que lhe renderão lucro e ainda auxiliarão na questão da preservação do meio ambiente. Com base nestes objetivos, você aprenderá como preservar, novas técnicas para diminuir o uso de agrotóxicos e meios de melhorar a plantação. Terá contato com técnicas agrícolas envolvendo a tecnologia atual e formas para substituí-las caso seu uso não seja possível.

Este módulo do curso é direcionado a você, que deseja aprender mais e melhorar sua forma de ver a agricultura, e lhe mostrará diversas ferramentas que são necessárias para trilhar um grande caminho profissional.

Bom aprendizado!

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1. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA

1.1 Origem da agricultura e domesticação das plantasCentros de origem e domesticação das plantas cultivadas

Os cientistas estimam que a espécie humana surgiu há cerca de 2 milhões de anos. Durante muito tempo, a humanidade conseguiu seu alimento por meio da caça de animais, da pesca e da coleta de frutos, sementes e raízes nas savanas e florestas.

Foi há cerca de 10.000 anos, de acordo com os registros arqueológicos existentes, com a domesticação das plantas, que a humanidade começou a desenvolver a agricultura. Domesticar uma planta significa ter o controle sobre o seu plantio, a sua reprodução e a sua colheita. O início da domesticação das plantas atualmente cultivadas aconteceu provavelmente próximo do seu centro de origem, que é o lugar onde a espécie surgiu por evolução biológica.

Acredita-se que as primeiras plantas a serem domesticadas foram o trigo no Oriente Médio (na região onde hoje se localiza o Iraque, a Síria e a Jordânia), por volta de 8.000 anos a.C. (antes de Cristo), e o milho, no México, por volta de 6.000 anos a.C.

Quando os europeus chegaram ao continente americano, há cerca de 500 anos, o cultivo do milho já se estendia do sul do Canadá até o sul da América do Sul. Os povos nativos dessas regiões consideravam o milho uma “dádiva dos deuses”, uma “planta sagrada”. A domesticação do milho pelos agricultores nativos das Américas privilegiou a diversificação da espécie. Talvez essa seja uma das espécies cultivadas hoje com maior número de variedades adaptadas aos mais diferentes usos e ambientes de cultivo. Desde os primórdios, como alimento, o milho era torrado, cozido, moído, “estourado” como pipoca, usado na forma de canjica, tortillas e inúmeros outros pratos.

O arroz foi encontrado em sítios arqueológicos da Tailândia entre 5.000 a 3.500 a.C. e provavelmente tem origem em alguma região do sudeste asiático. Hoje, a produção mundial de arroz é cerca de 460 milhões de toneladas e o consumo per capita, segundo a FAO, é de aproximadamente 58 kg/hab por ano.

O trigo e a cevada constituíram a base de desenvolvimento da primitiva civilização no Oriente Médio; o arroz foi o alimento que permitiu a criação de uma alta civilização no Extremo Oriente e constitui hoje o sustento básico de mais da metade da humanidade; e o milho foi responsável pela formação das antigas culturas nas Américas, alimentando os trabalhadores que construíram os magníficos templos do México e do Peru nos tempos pré-históricos. Essas quatro gramíneas, juntamente com a aveia e o centeio, são os cereais mais conhecidos no mundo ocidental e sua domesticação é milenar.

As gramas agriculturais cultivadas para a produção de alimento são chamadas cereais. Os cereais constituem a fonte principal de calorias para seres humanos. Incluem o arroz na Ásia, o milho no México e trigo e cevada na Europa e na América do Norte. Cereais são uma delícia e

necessários à dieta humana. Bom saber, não?

Tortillas: massa feita de milho que originou muitas outras comidas mexicanas, como o taco e o burrito. Ela pode ser servida fria, quente, frita ou tostada.

FAO: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (www.fao.org.br).

Gramínea: também conhecida como capim, grama ou relva, é uma importante família botânica.

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Exercitando o conhecimento...Grande parte das plantas atualmente cultivadas foi domesticada no Velho Mundo

(principalmente Oriente Médio e Ásia), mas algumas são comprovadamente sul-americanas, como a batata, o tomate, a goiaba, o abacaxi, o amendoim e a mandioca.

( ) Certo ( ) Errado

Provavelmente, foram as mulheres que começaram a colher as sementes, plantá-las, colher os grãos, escolher os melhores e plantar novamente, enquanto os homens se dedicavam à caça e à coleta de frutos.

Nos tempos modernos, cientistas e técnicos deram início ao processo de melhoramento genético das plantas cultivadas, concentrando-se somente em 12 ou 13 espécies consideradas as mais importantes para a agricultura, desprezando uma enorme riqueza potencial para diversificação

das fontes de alimento e outros usos.

Das plantas ancestrais às plantas cultivadas

As plantas nativas ancestrais das plantas atualmente cultivadas apresentavam grãos muito pequenos, baixa produtividade e tinham como característica o fato de os grãos caírem individualmente das plantas assim que ficavam maduros. Isso era ótimo para a dispersão das sementes na natureza, mas indesejável para o ser humano.

Vamos saber por quê?

Com o simples ato de colher os grãos (ou sementes) que não caíam no chão (ficavam um pouco mais de tempo presos às plantas-mãe), o ser humano começou, ainda que inconscientemente, a seleção genética dessa característica. Cada vez que uma semente que ficava presa à planta-mãe era plantada novamente, passava essa característica para suas filhas, as novas sementes, aumentando o número de plantas com essa característica na geração seguinte. Aos poucos, após várias gerações, todas as plantas dessa espécie que eram cultivadas seguravam sua semente depois de madura.

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A base da evolução das plantas (e de qualquer ser vivo) é a variabilidade genética.

Essa variabilidade (ou diversidade) é dada pela composição e combinação dos genes existentes no DNA daquela espécie. Os genes estão no núcleo de cada uma das células de todos os seres vivos e são considerados a fonte da informação de como cada espécie deve ser. Os genes são transmitidos de geração para geração por meio da reprodução.

A variabilidade genética está ligada às diferentes combinações do DNA, sua mutação e a diferença de um para o outro. Imagina que caos seria se todos os DNA fossem iguais?!

A variabilidade genética nas plantas surge de duas formas:

1) pela reprodução sexual, quando ocorre o cruzamento entre plantas diferentes: o pólen de uma flor chega na flor de outra planta diferente e fecunda o seu ovário para dar origem ao fruto;

2) por mutação genética. Apesar da relativa estabilidade genética dos seres vivos (filhos de uma espécie se parecem e são da mesma espécie que os pais), eventualmente acontece uma mutação genética que provoca uma mudança repentina do filho em relação aos pais. Um exemplo seria se, ao plantar uma semente, nascesse uma planta com folhas de coloração totalmente diversa da coloração das folhas da planta-mãe que deu origem àquela semente. Isso poderia ter acontecido por causa de uma mutação no gene que determina a cor do pigmento da folha.

Quando há variabilidade genética, é possível escolher aquelas plantas que são mais interessantes, cujo fruto ou semente tenha mais alimento ou o sabor seja mais agradável. Se todas as plantas são iguais, ou seja, se não há variabilidade genética, essa escolha não é possível.

Quando escolhemos e replantamos as sementes das plantas melhor adaptadas aos nossos solos e ao nosso clima, cujas sementes ou frutos são mais saborosos ou apropriados ao uso que queremos fazer deles, aos poucos, geração após geração, as plantas vão sendo modificadas de acordo com as características que desejamos. A esse processo chamamos de seleção genética.

Foi por meio da seleção genética que agricultores e agricultoras de outrora criaram as inúmeras variedades locais adaptadas aos mais diferentes tipos de clima, solo e uso.

O exemplo do milho é muito ilustrativo. O parente mais próximo do milho e que, provavelmente, lhe deu origem é o teosinto, uma gramínea rústica nativa do México, da Guatemala e de Honduras e que agora vai se tornando rara. As duas plantas se cruzam naturalmente, produzindo híbridos férteis.

Veja, na figura abaixo, como o milho foi sendo transformado pela domesticação e pela seleção a partir do seu ancestral, o teosinto:

Variabilida-de genética: se revela pela diversidade de formas, cores, tamanhos, sabores e cheiros que as plantas apre-sentam tanto na parte vege-tativa (caule e folhas) quanto na parte repro-dutiva (flores e frutos).

DNA, Ácido desoxirri-bonucleico: composto orgânico cujas molé-culas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvol-vimento e fun-cionamento de todos os seres vivos e alguns vírus.

Mutação genética: mudança (espontânea ou não) no gene que compõe o DNA de um ser vivo.

Gene: é o que compõe o DNA vários genes juntos formam o DNA.

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Por essa razão, é muito importante que, ao guardar as sementes de qualquer planta cultivada de uma colheita para plantar no ciclo seguinte, sejam escolhidas as sementes que vieram das plantas mais resistentes a insetos e doenças, mais adaptadas ao tipo de solo da propriedade, cujos grãos são os mais adequados aos usos desejados, mais nutritivos, mais resistentes ao armazenamento e qualquer outra característica desejada. Somente depois de escolher e separar essas sementes para o próximo plantio é que o resto da colheita deverá ser utilizado no consumo próprio ou para venda.

Uma das técnicas utilizadas pelos cientistas para aumentar a variabilidade genética necessária para se fazer a seleção é a “hibridação introgressiva”, nome pomposo dado ao processo de cruzar uma variedade já selecionada com algum ancestral nativo (silvestre). A partir da explosão de variabilidade provocada por esse cruzamento, são escolhidas as plantas que possuem características interessantes.

A contradição e o desafio que se colocam são que essas plantas nativas ou silvestres (as ancestrais das plantas atualmente cultivadas e de outras que podem vir a ser interessantes para a agricultura no futuro) estão desaparecendo, pois os ambientes naturais onde elas vivem estão sendo destruídos aceleradamente. Tais plantas são comumente chamadas de “ervas daninhas”, “plantas invasoras” ou simplesmente de “mato”. Consideradas inimigas da lavoura, as “ervas daninhas” têm sido sistematicamente “controladas” ou eliminadas das áreas de plantio. Vale lembrar que o centeio e a aveia, nos tempos pré-históricos, eram “ervas daninhas” dos campos de cultura do trigo e da cevada. No norte da Europa, cresciam melhor que o trigo e a cevada e, com o tempo, passaram a ser intencionalmente cultivados, tornando-se afinal domesticados. Muitas têm se revelado excelentes plantas medicinais. Quanto potencial pode estar sendo desperdiçado quando eliminamos todas as plantas “daninhas” ou desconhecidas da nossa área!

1.2 Surgimento da irrigação e da tração animalDois passos muito importantes na história da agricultura foram o desenvolvimento de sistemas

de irrigação e o uso de animais no preparo do solo para o plantio. A irrigação surgiu por volta de 5.000 a.C. no Oriente Médio e por volta de 1.000 a.C. no México. O início do uso de animais na agricultura se deupor volta de 3.000 a.C. no Velho Mundo.

Com a irrigação e o uso de animais, foi possível aumentar consideravelmente a produção e sustentar uma população numerosa, permitindo que outras pessoas dedicassem seu tempo às artes, aos ofícios e à religião. Assim, foi possível um impulso na formação das cidades. Ao deixar de plantar seu próprio alimento, parte da humanidade começou a se desconectar da natureza e de seus ciclos. Esse processo chegou hoje ao seu auge com a concentração da maior parte da população vivendo nas cidades (entre 85% e 90%) onde as crianças crescem sem saber de onde vem seu alimento e como são as plantas que dão origem a esses alimentos. Muitas doenças e aflições da humanidade hoje se devem à essa desconexão, assim como o processo acelerado de destruição e poluição dos ambientes naturais.

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Parabéns, você finalizou esta lição!

Agora responda às questões ao lado.

A irrigação, por um lado, permitiu o aumento da produção e o plantio em lugares considerados impossível, mas também contribuiu com o processo de destruição de muitos solos. Sem drenagem adequada, a irrigação pode levar ao acúmulo de sais no solo, impedindo o crescimento de muitas plantas. Esse fenômeno tem sido observado atualmente em áreas irrigadas do Nordeste brasileiro. No nosso País, hoje, cerca de 70% da água doce e potável é utilizada para irrigação. Essa água é obtida tanto dos corpos d’água de superfície (rios e lagos) , quanto dos corpos d’água subterrâneos, como lençóis freáticos e aquíferos.

Conheçamos os prós e os contras da irrigação

Prós Contras

Por um lado, permitiu o plantio em lugares onde antes era impossível e o aumento da produção.

Também contribuiu com o processo de destruição de muitos solos.

ExercíciosQuestão 1 - O que é o centro de origem de uma planta domesticada?

a) O lugar onde se compra a semente.

b) O colo da planta, entre a raiz e o caule.

c) O lugar onde o seu nome foi inventado.

d) O lugar onde a espécie surgiu por evolução biológica.

Questão 2 - A variabilidade genética é importante por quê:

a) aumenta a produtividade das plantas cultivadas;

b) aumenta o valor comercial das plantas cultivadas;

c) permite a escolha de materiais genéticos mais interessantes para o melhoramento;

d) facilita o desenvolvimento de novos insumos químicos para a agricultura.

Questão 3 - Como surge a variabilidade genética?

a) Por mutação e reprodução sexual.

b) Pela reprodução vegetativa.

c) Com a criação de clones em viveiro.

d) Com a aplicação de fertilizantes químicos solúveis.

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Questão 4 - Sobre a irrigação, assinale a alternativa falsa:

a) a irrigação agrícola consome cerca de 70% da água doce no Brasil;

b) a irrigação nunca deve ser usada em sistemas sustentáveis de produção;

c) a irrigação permitiu o aumento considerável da produtividade;

d) um dos impactos da irrigação é a salinização de solos mal drenados.

Questão 5 - De acordo com os registros arqueológicos, quando a humanidade começou a desenvolver a agricultura com a domesticação das plantas?

a) Há cerca de 1.000 anos.

b) Há cerca de 10.000 anos.

c) Há cerca de 300 anos.

d) Há cerca de 50.000 anos.