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Célia Maria de Araújo Marcos Aurélio Felipe Educação e Tecnologia DISCIPLINA Oficinas tecnológicas II – o uso do filme Autores aula 08 Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:_______________________________________

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Célia Maria de Araújo

Marcos Aurélio Felipe

Educação e TecnologiaD I S C I P L I N A

Oficinas tecnológicas II – o uso do filme

Autores

aula

08Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___

Nome:_______________________________________

Aula 08  Educação e TecnologiaCopyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Coordenadora da Produção dos MateriaisMarta Maria Castanho Almeida Pernambuco

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisores de Estrutura e LinguagemEugenio Tavares Borges (UFRN)Janio Gustavo Barbosa (UFRN)Thalyta Mabel Nobre Barbosa (UFRN)

Revisora das Normas da ABNT

Verônica Pinheiro da Silva (UFRN)

Revisoras de Língua Portuguesa

Janaina Tomaz Capistrano (UFRN)Sandra Cristinne Xavier da Câmara (UFRN)

Revisor Técnico

Leonardo Chagas da Silva (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

Diagramadores

Bruno de Souza Melo (UFRN)Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)

Ivana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

Araújo, Célia Maria de. Educação e tecnologia / Célia Maria de Araújo, Marcos Aurélio Felipe. – Natal, RN : EDFURN, 2007. 184 p. il.

1. Educação. 2. Tecnologia. 3. Comunicação. 4. Prática pedagógica. I. Felipe, Marcos Aurélio. II. Título.

ISBN: 978-85-7273-422-6 CDD 370RN/UF/BCZM CDU 37

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Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Apresentação

Esta é a segunda aula relacionadas às oficinas de tecnologias, cujo enfoque é a utilização de filmes no âmbito educacional. Nesse sentido, para poder, posteriormente, pensar formas e modos do uso de filmes no ato educacional, é necessário, antes de tudo,

compreender o cinema como fonte para conhecer determinados aspectos da realidade, proposições ou questões suscitadas [levantada] pelos filmes sobre uma dada época, geografia e/ou sociedade. Estudará também duas categorias de espaços educacionais do cinema (espaço ontológico e espaço escolar), os sistemas de difusão e recepção de filmes e as problemáticas geradas, a partir do momento em que as tecnologias e espaços de projeção hoje não correspondem às tecnologias e espaços próprios do cinema. No decorrer da aula, serão apresentadas questões, pontos e conceitos, os quais você poderá utilizar como parâmetros para a elaboração, aplicação e desenvolvimento de oficinas tecnológicas voltadas para o uso de filmes no âmbito educacional.

ObjetivosCompreender o cinema como fonte de conhecimento para melhor desenvolver as formas e os modos de uso de filmes em atividades pedagógicas.

Caracterizar os espaços educacionais do cinema (o ontológico e o escolar) em suas especificidades e confluências para assim saber (re)dimensionar seus aspectos tecnológicos e físicos.

Saber (re)dimensionar os sistemas de difusão e recepção de filmes, a problemática gerada pela inversão dos vetores tecnológico e espacial ao usar filmes em determinadas situações educativas.

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Cinema e tecnologia

Figura � – 2001, Uma Odisséia no Espaço

Figura 2 – Tempos Modernos

Figura 3 – A.I.: Inteligência Artificial

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A partir de uma perspectiva histórica, você pode identificar certos aspectos e funções das tecnologias ao longo dos tempos?

Certamente a partir dos filmes cujas imagens disponibilizamos anteriormente é possível responder sobre os aspectos e funções das tecnologias ao longo da História.

Na primeira parte de 2001 – Uma Odisséia no Espaço (1968, de Stanley Kubrick), que se desenvolve ainda em um mundo, aparentemente, primitivo, você pode identificar o momento chave em que um simples naco de osso de um animal morto se transforma em um artefato ou recurso tecnológico pela intuição e dedução humanas. Nos primeiros vinte minutos de Tempos Modernos (1936, de Charles Chaplin), quando nos é apresentada uma etapa da Revolução Industrial, é possível também perceber o quanto a relação mecânica do homem com as máquinas no trabalho cotidiano de uma fábrica provoca-nos uma confusão entre quem é homem e quem é máquina, por levar ao extremo o conceito de maquinização humana. Em A.I – Inteligência Artificial (2001, de Steven Spielberg), somos colocado diante da robotização, um estágio avançado da relação dos homens com as tecnologias por tentar imprimir nas máquinas sentimentos e emoções humanas.

Entretanto, os livros que abordam a História da Tecnologia sempre são colocados como primeira opção de pesquisa para responder à pergunta que inicia esta aula. Nas prateleiras das bibliotecas públicas e/ou privadas, é possível encontrar exemplares bibliográficos sobre o tema, assim como nas bibliotecas virtuais que, hoje, são consultadas por pesquisadores, professores e alunos. No entanto, como especificado, ainda que preliminarmente, com os exemplos de três clássicos da História do Cinema, não apenas os livros têm as respostas para as nossas questões, sejam elas provenientes de alguma indagação de pesquisa ou de origem filosófica, sejam as que nascem apenas da nossa curiosidade e/ou como proposta de trabalho colocada por algum professor.

Uma segunda opção de pesquisa pode ser realizada, sim, por meio da História do Cinema, como já vêm insistindo, há algumas décadas, vários professores e pesquisadores, que a consideram uma fonte tão válida quanto qualquer outra. Assim, podemos entender as obras cinematográficas como possibilidades de pesquisa pelos seguintes motivos:

n os filmes como fontes são tecnologias nas quais podemos identificar traços históricos de uma época, o que nos é comunicado e informado em imagem, luz e som;

n por meio da abordagem construída como tese, a partir de certos pontos de vista de um diretor, é possível identificar aspectos de uma dada sociedade, tempo e geografia.

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Portanto, assim como a literatura de cunho histórico, científica e/ou filosófica, o cinema é um espaço no qual você pode se basear para identificar, compreender e tecer proposições sobre questionamentos que lhe sejam feitos. Isso acontece, principalmente porque, a partir da imagem (seja de cinema, TV ou vídeo), existe a possibilidade de conhecermos os aspectos visuais e sonoros de uma certa época, as dimensões humanas e naturais de uma dada geografia, bem como os conceitos definidores de uma determinada sociedade pensados por alguém e expostos em um filme (uma obra de cinema).

Com o cinema, as possibilidades são muitas, sobretudo porque, nas palavras de Ferro (1992), existe uma relação significativa entre as pessoas e arquivos cinematográficos, privados e públicos, em diversos lugares:

A totalidade daquilo que foi filmado desde o início do século [século XX] constitui, hoje, de fato um arquivo considerável, guardado nos arquivos blindados das cinematecas, das televisões, das coleções privadas, e na memória das pessoas. Após um longo tempo, a relação dos povos com seu passado – sua memória – não se distinguirá mais muito claramente de sua relação com esse arquivo [sua memória fílmica]. (FERRO, 1992, p. 69).

Em última instância, a imagem tem por função: “garantir, reforçar, reafirmar e explicitar nossa relação com o mundo visual: ela desempenha o papel de descoberta do visual” (AUMONT, 1995a, p. 81, grifo do autor). Assim, veja que são as dimensões visuais de um objeto o que determina a relação da imagem com o mundo, o que a vincula ao que percebemos e, portanto, ganha significado para quem a percebe. Conseqüentemente, determina a nossa relação com a realidade e com os objetos representados e apresentados, por exemplo, em um filme. Sobretudo porque esses objetos pertencem e podem ser reconhecidos através do universo humano e natural em que vivemos. Assim, uma tríplice relação aparece como resultado: imagem (que se produz e circula por um público específico), mundo (apresentado – ou representado – a alguém) e sujeitos (que percebem e (re)significam o que vêem).

Se você analisar os filmes já mencionados (2001 – Uma Odisséia no Espaço, 1969, de Stanley Kubrick; Tempos Modernos, 1934, de Charles Chaplin; e A.I – Inteligência Artificial, 1997, de Steven Spielberg), observará aspectos, funções e proposições específicas da História da Tecnologia. Principalmente, a partir de ações e de artefatos transformados em recursos tecnológicos manipulados pelos personagens, pelo fato destes se tornarem espécies de máquinas sociais e máquinas bem próximas aos seres humanos em um processo de robotização das emoções. Pertencentes ao campo das metáforas visuais – já que o que vemos e a forma como nos são apresentados diferem da nossa realidade –, o que você pode aprender por meio das imagens e seqüências apresentadas, ações e personagens, situações criadas e invenções contínuas não deixa de se aproximar daquilo que acontece ou aconteceu.

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Seqüência a seqüência, as obras cinematográficas mencionadas informam, propõem e definem que funções as tecnologias tiveram ao longo do tempo, sobretudo em termos de imagem e não apenas em função da dimensão verbal (o que lemos nas cartelas, o que ouvimos nos diálogos dos filmes). De objeto natural a instrumento humano, passando por uma maquinização do homem, à autonomia tecnológica (veja a aula 1 – O contexto tecnológico), observe que a tecnologia é abordada sob diversos ângulos e perspectivas por Stanley Kubrick, Charles Chaplin e Steven Spielberg. Abordagens nem um pouco aleatórias, pois, apesar de pertencerem ao campo das invenções da arte, resultam também de um processo sistemático de pesquisa, organização e comunicação de proposições a respeito da função das tecnologias no tempo.

Noções sobre o uso de filmes na educação

Mas, o que você como professor precisa considerar ao planejar uma oficina de tecnologia a partir do uso de filmes no âmbito educacional?

Figura � - Da série “Theaters” (Hiroshi Sugimoto)

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Em geral, quando os professores utilizam filmes no ambiente escolar, as formas e os modos de uso do cinema selecionados não revelam tanta atenção às especificidades da tecnologia cinematográfica. Assim, seja em termos de imagem ou de espaço, observe que um filme é utilizado nas escolas como se estivesse sendo exibido no seu espaço ontológico (a sala de cinema) e não no espaço da escola (na sala de vídeo ou na sala de multimeios). Nesse sentido, como um programa de televisão ou de vídeo, cuja lógica de exibição e recepção é totalmente diversa da cinematográfica, os filmes entram e saem dos espaços de “projeção” e audiência do âmbito escolar como se de fato tivessem sido vistos. Dúvida que nasce principalmente porque, na verdade, a projeção e, conseqüentemente, a recepção são prejudicados pela inadequabilidade dos recursos tecnológicos adotados.

Isso acontece, por exemplo, porque os filmes são exibidos na quase totalidade das escolas (1) a partir de um sistema de imagem e som, tecnologicamente, provenientes da televisão acoplada a um aparelho de DVD (ou videocassete) e (2) em espaços com uma iluminação não apropriada para a recepção adequada da narrativa contínua de um filme e sem a cumplicidade do espectador de cinema (seja nas salas de vídeo ou nas salas de multimeios).

Mas, afinal, quais são as conseqüências didático-pedagógicas quando isso acontece?

O que é específico em termos de imagem de cinema, como os planos mais abertos (por exemplo, sobre uma paisagem, quando nela, ao longe, um homem percorre a geografia em seu cavalo), visualmente, perde em informação, dados e potencialidade. Veja que as formas e os modos de uso de filmes por parte dos professores no processo de ensino-aprendizagem tornam necessária a concepção de duas naturezas de espaços de exibição e recepção do cinema (que, tecnológica e espacialmente, são totalmente distintos apesar das aproximações estruturalmente buscadas).

Ontológico

Ontológico diz respeito ao ser, à coisa em si, com

características inerentes e próprias de cada coisa,

quase intransferíveis, e que definem uma certa

configuração, organização ou ordem humana.

n Espaço ontológico

O espaço histórico e culturalmente concebido para a exibição e recepção dos filmes, ou seja, a sala de cinema, cuja dimensão da tela e a tecnologia de projeção, a escuridão do espaço e a cumplicidade já tácita do espectador proporcionam uma maior fruição em relação ao que está sendo apresentado.

n Espaço escolar

O(s) espaço(s), artificialmente, organizados nas escolas para a exibição e recepção dos filmes, ou seja, as salas de vídeos e/ou as salas de multimeios, cuja tela e a tecnologia de “projeção”, a iluminação do espaço e o caráter artificial e, muitas vezes, involuntário dos aspectos receptivos tornam quase inviáveis a fruição do que está sendo apresentado.

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Atividade 1

Assim, ao observar o que distingue e, conseqüentemente, o que é necessário e possível adaptar em termos de características, especificidades e potencialidades de cada um dos espaços de exibição e recepção de cinema, permite a você criar estratégias para organizar, desenvolver e avaliar as formas e os modos de uso de filmes no âmbito educacional. A razão disso é porque, de imediato, se observam, diferenças tecnológicas e espaciais que, necessariamente, precisam ser consideradas pelo professor. Perceba que a noção de espaço é, antes de tudo, uma compreensão que antecede o planejamento do uso do filme em sala de aula, justamente, em função da tentativa ou não de “transpor”, artificialmente, o espaço e a tecnologia de exibição e recepção da sala de cinema (espaço ontológico) para o espaço de exibição e recepção da sala de aula (espaço escolar).

Neste momento, a partir dos filmes já mencionados, sabemos que é possível contextualizar aspectos referentes à função e à história da tecnologia. Portanto, você já observou que, em nossa abordagem, o cinema ocupa um lugar tão especial quanto qualquer outra fonte, uma vez que se constitui numa janela aberta para o mundo, a partir da qual podemos compreender proposições, identificar traços de uma dada geografia e conceitos que marcam uma sociedade.

Mas, qual o papel que os filmes têm nas salas de aulas dos professores das escolas da sua cidade?

Para responder a essa pergunta, eleja uma escola, elabore um questionário e entreviste pelo menos três professores. Para tanto, atente para as orientações seguintes:

a) quais perguntas você contemplará no seu questionário?

b) a partir de que questões você poderá identificar e compreender o papel do cinema na sala de aula dos professores entrevistados?

c) de que forma nesta entrevista você saberá se os professores consideram o espaço de exibição e recepção dimensão fundamental ao exibirem filmes em suas salas de aula?

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Sistema de difusão e recepçãoA discrepância entre os espaços ontológico e escolar intensifica-se ainda mais no

contexto contemporâneo, estruturado, regido e sistematizado pela Sociedade Tecnológica. Isso acontece devido a dois motivos:

n pela infinidade de espaços de difusão e recepção de filmes (DVDs, televisão, Internet, MP4 e outros) que a tecnologia proporciona hoje em dia;

n em função das diversas formas pelas quais a recepção acontece (fragmentada, dispersa, ocasional) no contexto dessas tecnologias e espaços de difusão de filmes.

Além das possibilidades de acesso (na atualidade, aparentemente, há uma certa democratização do cinema, a partir do acesso a filmes por meio de cópias, downloads e outros) e de novas configurações que definem o ato de ver (com a tecnologia do videocassete e, hoje, dos aparelhos de DVD, podemos parar, voltar, manipular a imagem, entre outras ações), é necessário que o planejamento do fazer pedagógico a partir do cinema considere também os problemas que são gerados quando um filme é utilizado em um espaço e com uma tecnologia que não são os espaços e tecnologias originárias da projeção e recepção cinematográficas.

A pesquisadora Cristiane de Freitas (2003), em artigo sobre o cinema como objeto de uma rede de comunicação relacional, catalogou os diversos sistemas hoje de difusão e recepção de filmes.

Democratização

O tema da “democratização de

informação” está em voga na Sociedade Tecnológica,

sobretudo quando se refere aos produtos das mídias (como CD, DVD

e outros) por colocar em debate a questão dos

direitos autorais, preços exorbitantes e uma

alternativa para a lógica de mercado.

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o cinema: técnicas de difusão de imagens obtidas através de um procedimento químico, têm por suporte as bobinas de formato 35 ou 70 mm e cujo local de projeção pode ser as salas ditas de arte, tradicionais ou multiplex;

o vídeo: a venda e o aluguel de cassetes e discos se baseiam sobre um suporte de projeção que consiste em uma tela de televisão ordinária ou de alta definição e sobre os espaços de exibição não especializados como os aviões, trens, museus, praias, etc.;

a televisão: técnicas de difusão de imagens e de som que são de natureza eletrônica (cabo, satélite e rede hertziana) e os suportes de projeção idênticos aqueles do vídeo, telão de alta definição ou televisão hertziana;

a internet: técnicas de difusão de imagens projetadas sobre uma tela de computador através de carregamento pago ou não.

(FREITAS, 2003, p. 25-26).

Nesse contexto, os mecanismos que, na contemporaneidade, criam novos espaços e tecnologias de difusão e recepção de filmes, promovem, em relação ao cinema, uma “crise do seu lugar” (VIRILIO apud FREITAS, 2003). No entanto, é essencial entender que esses novos espaços e tecnologias possibilitam uma série de estratégias pedagógicas que você como professor precisa considerar para reverter a problemática do Dispositivo Aula com Cinema.

Conceituado por Aumont (1995b), a partir de sua experiência como professor na França, perceba que o Dispositivo Aula com Cinema refere-se a procedimentos, técnicas e estratégias para trabalhar filmes no âmbito da sala de aula. Nessa discussão, observe que alguns aspectos caracterizam a problemática do dispositivo e se estabelecem como noções que definem as formas e modos de uso do filme no âmbito educacional: fragmentação, sobreposição de vozes, ambiente e luminosidade. Aspectos que, mesmo no contexto dos vídeos educativos (TV escola, Salto para o Futuro, Telecurso 2000 e outros exemplos), não encerram a problemática, pois o produto em si não tem como encerrar e caracterizar-se como a prática em si (ou sua própria pedagogia).

1. Fragmentação

O tempo de um filme e o tempo da aula são, de fato, incompatíveis. Considerando os vários formatos (curta, média e longa-metragem), um filme pode chegar a quatro horas ou mais, sendo a duração média de um longa-metragem em torno de duas horas ou duas horas e meia. Portanto, como a maior parte dos filmes utilizados em sala de aula são documentários (que, dependendo do filme, dura em média uma hora) e ficções, a duração do cinema, praticamente, inviabiliza a projeção/recepção de um filme no espaço escolar.

Dispositivo Aula com Cinema

O dispositivo é, neste caso, um conjunto de dados, materiais e organizacionais, que configuram os meios e técnicas de produção, circulação e reprodução de imagens, os lugares de acesso e suportes para sua difusão.

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Desse modo, veja que o fragmento impera, pois, na maior parte das vezes, os filmes não são exibidos em sua totalidade ou, quando o são, os professores não têm tempo suficiente para, logo em seguida, discuti-lo com a turma, propondo questões e outras formas de abordagem. Curto ou longo, o fragmento não é o filme e, teoricamente, o espaço escolar (a partir da sala de vídeo ou da sala de multimeios) tende a impossibilitar a sensação total do cinema, cujo desenrolar da história e das imagens é fundamental para a compreensão dos objetos e das abordagens.

No entanto, se você observar os três filmes aos quais vimos nos referindo nesta aula, perceberá no fragmento a possibilidade de configurar as formas e modos de uso adequado do cinema no espaço escolar. Primeiramente, porque a junção das diversas seqüências de 2001 – Uma Odisséia no Espaço, Tempos Modernos e A.I – Inteligência Artificial compõe uma totalidade em termos de unidade temática, o que possibilitará, por exemplo, a discussão sobre a função e a história da tecnologia apenas através de fragmentos narrativos. Segundo, porque não necessariamente você enquanto professor precisa utilizar um filme em toda a sua duração. Ainda no caso desses filmes, veja que o que pode interessar em certos momentos reside somente na seqüência inicial do filme de Charles Chaplin, se o que se quer discutir é a sociedade industrial, a produção em série e a maquinização do homem.

2. Sobreposição de vozes

É necessário também que à voz do filme não sejam sobrepostas outras vozes que interfiram e anulem o que está sendo apresentado. Veja que no momento, antes ou imediatamente depois que um filme inicia sua “retórica”, há sempre um outro que fala (professores e alunos), apontando e chamando a atenção para certos aspectos. Assim, perceba que, ao ser deslocada do espaço silencioso para o espaço escolar, a recepção cinematográfica, silenciosa e cúmplice, dá lugar a um amontoado de discursos paralelos e a uma discussão coletiva. É comum o espaço escolar, quando da exibição de filmes, o professor chamar a atenção para algum aspecto ou os alunos, lado a lado, comentarem o que estão vendo.

Se em princípio, característica do espaço escolar, a multiplicidade de discursos interfere na projeção e recepção do filme, ao mesmo tempo, gera debate, proporciona aprendizagens, desequilibra, causa incertezas e estabelece novas percepções. Por outro lado, a estrutura narrativa do cinema caracteriza-se por suas “lacunas” e, muitas vezes, encontra-se sem final definido – marcas próprias do cinema moderno que, a partir da década de 1960, começou a criar histórias, personagens e situações com uma lógica própria e bem diversa do cinema clássico hollywoodiano linear e cheio de certezas.

Esses aspectos, o elíptico e a obra-aberta, necessitam da presença de um leitor que se pronuncie para complementar e preencher os espaços vazios deixados pelas narrativas fragmentadas e sem a certeza de uma história terminada. É como acontece no espaço escolar (sala de vídeo ou multimeios), quando, ao término de uma dada obra de cinema, os alunos começam a se perguntar pelo desenrolar de certos núcleos do enredo, o destino de alguns personagens e o que acontece, de fato, em determinadas cenas.

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Portanto, para que um filme seja compreendido no âmbito educacional, você precisa estimular outras vozes (sejam dos sujeitos presentes na exibição de algum filme, sejam de outros filmes que contextualizem alguns aspectos abordados). Vozes que, concretamente, evidenciem, expliquem e discutam características não evidenciadas, explicadas e/ou discutidas por um dado filme em exibição. Mesmo assim, vale também considerar o silêncio de alunos e professores como espaço de reflexão, conjecturas e proposições sobre determinadas seqüências por vezes sem palavra alguma, silenciosas e apenas tomadas pelo ritmo e cadência das imagens (como muitas seqüências de emoção e afeto que vemos A.I – Inteligência Artificial, 2001). Portanto, ao planejar a implementação do dispositivo, é preciso observar que “um filme não pode ser a sua própria pedagogia”. (AUMONT, 1995b, p.19).

3. Ambiente e Luminosidade

Outro aspecto problematizador, ao se usar filmes no espaço escolar, vincula-se à incompatibilidade entre a linguagem do cinema e a configuração espacial-tecnológica de uma sala de vídeo (quando não acontece das salas de aula serem, às vezes, o único espaço para exibição de filmes nas escolas brasileiras). Perceba que, ao contrário da sala de cinema, a sala de aula é marcada por uma luminosidade que difere da câmara escura da sala de cinema. Como observa o pesquisador Arlindo Machado (1997, p. 198): “O ambiente circundante concorre diretamente com o lugar simbólico da tela pequena, desviando a atenção do espectador e solicitando-o permanentemente”.

Em relação a essa problemática, os produtos das outras mídias (TV e vídeo) adquirem um caráter circular, retornando temas, argumentos e situações para o espectador desatento, disperso e sem a concentração de um espectador de cinema. Desse modo, diferentemente de um filme, veja que a linguagem circular da TV e do vídeo proporciona ao espectador a garantia da apreensão dos conteúdos veiculados, mesmo em um espaço onde objetos e situações dispersam o olhar.

[Mesmo com algumas semelhanças, a existência da sala de vídeo não é bem-sucedida]. O vídeo se presta muito pouco ao mesmo tipo de recepção cativa do cinema e, por outro lado, o seu espectador, em geral, resiste a se dirigir a um espaço público de exibição, sobretudo quando pode levar a fita [ou o DVD] para ver em casa ou assistir diretamente na televisão. (MACHADO, 1997, p.198).

Sendo assim, no caso de filmes com sua linguagem linear, sem retorno e pausa, a ausência da sala escura provoca uma perda significativa no âmbito da recepção. Com isso, revela a incompatibilidade entre a linguagem cinematográfica e a natureza do espaço escolar ao desviar a atenção dos alunos para outros elementos expostos ao seu redor.

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Atividade 2

Com o questionário que você definiu na atividade anterior, é possível identificar como os professores das escolas de sua cidade trabalham as diversas formas de difusão e recepção do cinema? Se não trabalham, apesar das escolas terem laboratórios de informática conectados à Internet, salas de vídeo ou salas de multimeios com DVD/videocassetes acoplados a uma TV, o que precisamos considerar na elaboração de uma oficina para trabalharmos o cinema como recurso educacional junto a esses professores?

Liste na tabela a seguir os aspectos mais relevantes que você estudou nesta aula. Para cada aspecto, defina como ele seria usado em uma oficina tecnológica sobre o “Uso do Cinema na Educação”.

ASPECTOS DEFINIÇÕES

Portanto, ao lado das potencialidades educacionais do cinema, considere as noções de espaços ontológico e escolar, a diversidade dos sistemas de difusão e recepção e a problemática gerada pelo Dispositivo Aula com Cinema. Veja, ao mesmo tempo, o quanto é necessário estabelecer uma série de pressupostos referentes aos aspectos positivos e negativos para o uso de filmes no âmbito educacional, já que o sucesso de qualquer proposta educativa passa tanto pela compreensão de suas possibilidades quanto pelo (re)conhecimento de suas limitações práticas.

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Resumo

Leituras complementaresAUMONT, Jacques. Meu caríssimo objeto. Imagens, São Paulo: Editora da Unicamp, n. 5, p. 18-27, ago./dez. 1995. Cinema 100 anos.

Aborda aspectos que ampliam a discussão em torno do Dispositivo Aula com Cinema, apontando, por exemplo, para a dimensão de crítico, esteta e historiador do cinema que todo professor precisa almejar.

FELIPE, Marcos Aurélio. Pedagogia da sétima arte: as potencialidades epistemológicas, históricas e educacionais do cinema. 2003. 215f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2003.

Trabalho de dissertação que, a partir de uma experiência de pesquisa com professores de História que faziam uso do cinema no ato pedagógico, propõe algumas análises, apresenta situações de sala de aula e possibilidades para o cinema como pedagogia. Essa leitura permitirá a você pensar alternativas para a problemática que envolve o uso de filmes como tecnologia educativa.

FREITAS, Cristiane. O cinema: objeto de uma rede de comunicação relacional. Sessões do Imaginário, Porto Alegre, n. 10, nov. 2003. Teoria de cinema.

Trata de diversos outros aspectos que envolvem a sala de cinema, seja abordando o caráter onírico, a ambientação obscura, seja apresentando a cumplicidade do espectador de cinema.

Nesta aula, você estudou que, assim como qualquer outra fonte, o cinema também permite depreendermos proposições sobre uma determinada época, compreendermos características de certas geografias e conceitos que definem as sociedades. Estudou também a contraposição entre os dois espaços educacional do cinema – o espaço ontológico e o espaço escolar –, compreendendo a problemática, em termos de exibição e recepção dos filmes, quando não são apresentados em seu espaço e com a tecnologia de origem. Diante das novas formas de difusão cinematográfica, identificou mais uma vez a influência da Sociedade Tecnológica em relação às possibilidades de acesso e às possibilidades do ato de ver. Por fim, refletiu sobre as estratégias de inversão da problemática envolta ao Dispositivo Aula com Cinema, a partir da fragmentação, sobreposição de vozes e a descaracterização do ambiente de exibição e recepção dos filmes.

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Auto-avaliaçãoNa auto-avaliação, você encontrará os encaminhamentos divididos em três partes: ponto de partida, procedimento e aspectos avaliativos.

Ponto de partida

Os três fotogramas dos filmes apresentados no início desta aula, como já especificado anteriormente, indicam funções e usos das tecnologias ao longo do tempo. A partir de suas seqüências iniciais – que o seu tutor organizará em sessões para grupos de alunos ao desenvolver esta atividade – você será capaz de identificar:

(1) quais são as questões humanas que estão vinculadas às tecnologias;

(2) por quais transformações ela passou;

(3) para onde aponta o avanço tecnológico que marca a contemporaneidade.

Procedimento

Para realizar esta atividade, juntamente com outros colegas de curso, é necessário que você veja a montagem que organizamos a partir das seqüências iniciais de 2001 – Uma Odisséia no Espaço, Tempos Modernos e A.I. – Inteligência Artificial. Para isso, solicite ao seu tutor um espaço com TV (ou telão), projetor e aparelho de DVD.

Partindo da montagem das seqüências dos três filmes, elabore um planejamento de uma oficina a ser ministrada para professores das escolas locais.

Este planejamento deve contemplar:

a) a seleção de um (ou mais) filme(s);

b) a definição de um tema (o que se quer trabalhar em termos de conteúdo);

c) os objetivos (o que se quer alcançar);

d) o conteúdo programático (que conteúdos serão trabalhados);

e) a metodologia (o passo a passo da oficina, especificando uso de tecnologias e participação da turma);

f) a avaliação (o que será avaliado);

g) as referências (materiais usados).

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Aspectos avaliativos

Considere os aspectos discutidos nesta aula, sem, por sua vez, desconsiderar o que já discutimos ao longo desta disciplina. Nesse sentido, o que a seqüência didática precisa garantir são:

n questões, proposições ou informações a respeito de um dado tema;

n possibilidades e problemas com o uso de filmes no âmbito educacional;

n estratégias de trabalho.

Referências2001: uma odisséia no espaço. Direção de Stanley Kubrick. Los Angeles: MGM, 1968.

A.I.: inteligência artificial. Direção de Stevem Spielberg. Los Angeles: DreamWorks, 2001.

AUMONT, Jacques. A imagem. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1995a.

______. Meu caríssimo objeto. Imagens, São Paulo: Editora da Unicamp, n. 5, p. 18-27, ago./dez. 1995b. Cinema 100 anos.

FERRO, Marc. Cinema e história. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

FREITAS, Cristiane. O cinema: objeto de uma rede de comunicação relacional. Sessões do Imaginário, Porto Alegre, n. 10, nov. 2003. Teoria de cinema.

MACHADO, Arlindo. Pré-cinemas e pós-cinemas. São Paulo: Papirus, 1997.

TEMPOS modernos. Direção de Charles Chaplin. Los Angeles: MGM, 1936.

Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________ Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

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Anotações

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Ementa

n Célia Maria Araújo

n Marcos Aurélio Felipe

Processos e intervenções dos novos recursos tecnológicos da comunicação e da informação na Educação.

Desenvolvimento de habilidades básicas para a produção de conhecimentos fundamentados pelo uso de tecnologias

na prática pedagógica.

Autores

Aulas

O contexto tecnológico

Nova escola / novos professores

Outros cenários, outras práticas

A dimensão imagem

Elaboração, aplicação e avaliação de projetos I

Os principais conceitos

Oficinas tecnológicas I – Fontes de informação

Oficinas tecnológicas II – O uso do filme

Oficinas tecnológicas III – O uso do blog

Elaboração, aplicação e avaliação de projetos II

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Educação e Tecnologia – GEOGRAFIA

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SEB/SEED