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FIBRA - FACULDADE DO INSTITUTO BRASIL INSTITUTO BRASIL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA LTDA. - I.B.C.T. CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA FERNANDA SILVA VIEIRA AUTOMEDICAÇÃO: O USO INDISCRIMINADO DE ANTI- INFLAMATÓRIOS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA SAÚDE DOS IDOSOS. ANÁPOLIS DEZEMBRO / 2017

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FIBRA - FACULDADE DO INSTITUTO BRASIL

INSTITUTO BRASIL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA LTDA. - I.B.C.T.

CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

FERNANDA SILVA VIEIRA

AUTOMEDICAÇÃO: O USO INDISCRIMINADO DE ANTI-

INFLAMATÓRIOS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA SAÚDE

DOS IDOSOS.

ANÁPOLIS

DEZEMBRO / 2017

FERNANDA SILVA VIEIRA

AUTOMEDICAÇÃO: O USO INDISCRIMINADO DE ANTI-

INFLAMATÓRIOS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA SAÚDE

DOS IDOSOS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Graduação em Farmácia da

Faculdade do Instituto Brasil - FIBRA visando

à obtenção do título de Bacharel em Farmácia

Generalista.

Orientação: Prof. Msc. Paulo Edson Fernandes

ANÁPOLIS

DEZEMBRO / 2017

Banca Examinadora:

Prof. Msc. Paulo Edson Fernandes

Orientador

Prof. Esp. Giordana Pires Souza de Paula

Membro da Banca

Prof. Msc. Carlos Eduardo Peixoto Cunha

Membro da Banca

ANÁPOLIS

Dezembro/2017

Dedicatória

“Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu

destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia, ao meu esposo Wesley por ter tido

paciência nestes 5 anos, aos meus pais Maria Lucelma da Silva e Fabio Beltrancino da Silva e

as minhas irmãs Cristiane e Rosana”

AGRADECIMENTOS

Ao Professor orientador Paulo Edson Fernandes pela dedicação, orientação e pelo exemplo de

trabalho árduo na busca constante da qualidade na pesquisa.

Aos membros da banca pela disponibilidade do tempo cedido e por compartilharem sua

experiência com correções e sugestões que visam aprimorar e contribuir para a melhoria deste

trabalho.

Ao Curso de Farmácia da Fibra; professores e funcionários do colegiado.

A toda minha família pelo apoio e incentivo.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira

que deu o seu Filho unigênito, para que todo

aquele que nele crê não pereça, mas tenha a

vida eterna.”

João 3:16

RESUMO

Com o envelhecimento populacional, observa-se o aparecimento de doenças crônicas não

transmissíveis acompanhadas de aumento na incidência de doenças incapacitantes, crônicas e

degenerativas, que resultam em dependência e são agravadas pelas queixas de dor. Estes

agravos de saúde requerem o uso de medicamentos, dentre eles a classe dos anti-inflamatórios

não esteroides (AINEs) destaca-se por serem utilizados com ou sem associação a outros

medicamentos, podendo acarretar efeitos indesejados com importante impacto para a saúde dos

idosos. O pouco conhecimento quanto aos riscos da utilização desta classe de medicamentos

levam os fármacos desse grupo a serem extensivamente empregados pelos idosos, tornando-os

suscetíveis a efeitos adversos e a interações medicamentosas. O presente trabalho teve como

objetivo examinar as consequências do uso indiscriminado de AINEs e suas reações adversas

para saúde dos idosos. Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura com análise de artigos

publicados em revistas indexadas entre 2006 e 2017, utilizando como descritores os termos

automedicação, AINEs e idoso. Espera-se que a pesquisa possa contribuir ao campo de estudos

sobre os riscos do uso de AINEs na terceira idade, através da identificação dos principais

fármacos desta classe, suas reações adversas e apresentar informações relevantes aos

profissionais farmacêuticos que realizam a orientação sobre uso racional de medicamentos.

Pode-se concluir que os AINEs podem agravar problemas de saúde dos idosos e aumentar o

risco de interações medicamentosas, cabe ao farmacêutico orientar durante a dispensação, como

medidas de identificação e prevenção, garantindo uma utilização mais racional e segura dos

medicamentos.

Palavras-chave: Envelhecimento; AINEs; medicamentos; uso racional e reações adversas.

ABSTRACT

With the aging of the population, chronic no communicable diseases, accompanied by an

increase in the incidence of incapacitating, chronic and degenerative diseases, result in

dependence and are aggravated by complaints of pain. These health problems require the use

of drugs, including the class of non-steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) it is notable

for being used with or without association with other medications, and may have undesirable

effects with an important impact on the health of the elderly. Little knowledge about the risks

of using this class of drugs leads the drugs of this group to be extensively used by the elderly,

making them susceptible to adverse effects and drug interactions. The present study had as

objective to examine the consequences of the indiscriminate use of NSAIDs and their adverse

reactions to health of the elderly. For this purpose, a review of the literature was carried out

with an analysis of articles published in journals indexed between and 2016, using the terms

self-medication, NSAIDs and the elderly as descriptors. It is expected that the research may

contribute to the field of studies on the risks of using NSAIDs in the elderly by identifying the

main drugs of this class, their adverse reactions and presenting relevant information to the

pharmaceutical professionals who conduct the orientation on the rational use of medicines. It

can be concluded that NSAIDs can aggravate elderly health problems and increase the risk of

drug interactions, it is up to the pharmacist to guide during the dispensation as identification

and prevention measures, ensuring a more rational and safe use of medicines.

Keywords: Aging; NSAIDs; medicines; rational use and adverse reactions.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pirâmide etária absoluta da população brasileira 2013-2060.................................... 20

Figura 2: Mostra a relação entre as alterações com a idade do sistema Cardiorrespiratório......22

Figura 3: Diminuição de importantes funções fisiológicas com o avanço da idade...................22

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Comparação entre alguns anti-inflamatórios comuns, inibidores da ciclooxigenase.

.................................................................................................................................................. 24

Tabela 2: Principais subgrupos terapêuticos dos AINEs prescritos para idosos. ..................... 28

Tabela 3: Interações Medicamentosas com AINEs .................................................................. 30

LISTA DE SIGLAS

ONU Organização das Nações Unidas

OMS Organização Mundial da Saúde

AINES Anti-inflamatórios não esteroides

SINITOX Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicos

RAM Reações Adversas a Medicamentos

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

COX Ciclooxigenase

PGs Prostaglandinas

AA Ácido Araquidônico

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva

AAS Ácido Acetilsalicílico

TTPA Tempo de tromboplastina parcialmente ativada

TAP Tempo de Ativação da Protrombina

RNI Relação Normatizada Internacional

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13

2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 15

2.1. Objetivo geral .................................................................................................................... 15

2.2. Objetivos específicos ......................................................................................................... 15

3. METODOLOGIA DE PESQUISA ....................................................................................... 16

3.1. Tipo de estudo ................................................................................................................... 16

3.2. Local do estudo, população e amostra ............................................................................... 16

3.3. Critérios de inclusão .......................................................................................................... 16

3.4. Critérios de exclusão ......................................................................................................... 17

3.5. Instrumentos para coleta de dados ..................................................................................... 17

3.6. Coleta de dados .................................................................................................................. 17

3.7. Tratamento estatístico dos dados ....................................................................................... 17

3.8. Considerações éticas .......................................................................................................... 17

4. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 19

4.1. Aspectos demográficos do envelhecimento da população ................................................ 19

4.2. Mudanças fisiológicas nos idosos que podem levar a reações adversas a medicamentos. 20

4.3. Classificação dos AINEs ................................................................................................... 22

4.4. Automedicação de AINEs: Risco para a saúde dos idosos ............................................... 26

4.5. Atuação do farmacêutico nas interações medicamentosas com AINEs ............................ 29

4.6 Atenção farmacêutica e a promoção do uso racional de AINEs em idosos ....................... 33

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 36

13

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população brasileira está relacionado a um fenômeno mundial.

No último relatório técnico do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais “Previsões

sobre a população mundial” da Organização das Nações Unidas (ONU), aponta para três vezes

maiores que o atual, o número de pessoas idosas. Os idosos representarão um quarto da

população mundial, sendo, cerca de 2 bilhões de indivíduos (no total de 9,2 bilhões).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera idoso o residente de país em

desenvolvimento com 60 anos ou mais e o residente de país desenvolvido com ou acima de 65

anos e, até o ano de 2025 o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas

idosas, (FELIX, 2008).

Com o envelhecimento populacional, observa-se o aparecimento de doenças crônicas

não transmissíveis, que vêm acompanhadas de aumento na incidência de doenças

incapacitantes, crônicas e degenerativas, que resultam em dependência e são agravadas pelas

queixas de dor (MORAES; BERLEZI, 2016).

A presença destes problemas de saúde contribui para o aumento do consumo de

medicamentos, incluindo a automedicação que vem se tornando um hábito da população nos

últimos anos. Pesquisa recente realizada pelo ICTQ – Instituto de Ciências Tecnologia e

Qualidade mapearam a situação no Brasil, aonde 76,4% dos brasileiros consomem

medicamentos por indicação de familiares e amigos (ICTQ, 2014).

Segundo Castro (2006), geralmente o indivíduo decide se tratar quando tem algum

sintoma doloroso ou patológico, ainda que, sem a capacidade necessária para distinguir

distúrbios ou determinar sua gravidade e escolher a terapêutica mais adequada, opta pelo

consumo baseando-se em experiências anteriores, devido à eficiência do medicamento. Dentre

os medicamentos mais prescritos e utilizados pelos idosos destaca-se a classe dos anti-

inflamatórios não esteróides (AINEs) (MOTA et al 2010).

Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicos (Sinitox), foram

registrados no Brasil 22,01% casos em 2013 (Sinitox, 2017) e, a população idosa é mais

susceptível aos eventos adversos, principalmente dos AINEs, em virtude das alterações

farmacocinéticas e farmacodinâmicas inerentes do processo de envelhecimento, bem como da

polifarmacoterapia (ASSIS et al 2015).

Dentre os problemas que estão relacionados ao uso de medicamentos que contribuem

para a não adesão medicamentosa, encontram se a automedicação, a interação medicamentosa

e as reações adversas e os perigos de intoxicação (SILVA; FONTOURA, 2014).

14

Quanto aos riscos da utilização de medicamentos de venda livre, que incluem os AINEs

e suas indicações terapêuticas, levam os fármacos desse grupo a serem extensivamente

empregados, expondo os usuários a muitos riscos, principalmente os idosos estando mais

suscetíveis a efeitos adversos e a interações medicamentosas (ASSIS et al 2015).

Considera-se que a pesquisa trará contribuições ao campo de estudos sobre os riscos da

automedicação na terceira idade, levando também em consideração o fato de que é crescente o

grupo de população de idosos no país. O uso indiscriminado de AINEs e suas reações adversas

podem acarretar prejuízos para saúde do idoso. Diante disto, foi realizado um estudo

bibliográfico sobre a automedicação e o uso indiscriminado de AINEs e suas reações adversas

para saúde do idoso.

.

15

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Realizar uma revisão de literatura e analisar dados que demonstram as consequências

do uso indiscriminado de AINEs e suas reações adversas para saúde dos idosos.

2.2. Objetivos específicos

Avaliar mudanças fisiológicas nos idosos que podem levar a Reações Adversas a

Medicamentos (RAM);

Discriminar interações medicamentosas com AINEs que podem afetar a qualidade de

vida dos idosos.

16

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1. Tipo de estudo

Trata-se de uma revisão sistemática por meio de artigos publicados em língua

portuguesa entre os anos de 2006 a 2017, acerca de analises e experiências sobre o uso

indiscriminado de anti-inflamatórios e suas implicações para saúde dos idosos.

3.2. Local do estudo, população e amostra

O estudo foi conduzido durante o período de Março a Novembro de 2017, tendo como

objetivo de estudo o levantamento bibliográfico através da leitura exploratória de artigos e

livros. A princípio a exploração dos textos baseou-se em analisar o título, resumo e resultados

das pesquisas com a finalidade de organizar o material para leitura interpretativa e analise.

Houve o levantamento de 60 artigos, 05 livros e 03 dados de órgãos / sites, o que

proporcionou a amostragem conforme percentuais abaixo:

Fonte: Autor.

3.3. Critérios de inclusão

Como critério de inclusão, definiu-se por artigos publicados em língua portuguesa entre

os anos de 2006 a 2017, utilizando como palavras chave: automedicação, anti-inflamatório e

Artigos Utilizados; 43; 63%Livros; 5; 7%

Orgão / Site; 3; 5%

Artigos não utilizados; 17;

25%

Fontes Pesquisadas

Artigos Utilizados Livros Orgão / Site Artigos não utilizados

17

idoso. Artigos e livros que englobam a temática proposta e que se encontram disponíveis na

integra para consulta.

3.4. Critérios de exclusão

Como critério de exclusão definiu-se os artigos fora do período delimitado entre os anos

de 2006 a 2017 e em língua estrangeira, bem como, artigos que as palavras chave e o tema

central do artigo não estiverem diretamente ligados ao tema e ao objetivo geral da pesquisa ou

não estejam disponíveis para consulta na integra.

3.5. Instrumentos para coleta de dados

As pesquisas foram realizadas através de artigos científicos, livros, revistas indexadas e

publicações realizadas pelo Scielo (Scientific Eletronic Library Online), BVS (Biblioteca

Virtual em Saúde) e OMS (Organização Mundial da Saúde). Ainda, foram utilizados dados

obtidos pelos órgãos competentes, como ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária),

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), SINITOX - Sistema Nacional de

Informações Tóxico-Farmacológicas entre outros, com a intenção de aprofundar os

conhecimentos.

3.6. Coleta de dados

Os dados foram coletados mediante a leitura exploratória dos artigos que foram

baixados no formato pdf e consulta aos livros acadêmicos.

3.7. Tratamento estatístico dos dados

Os dados levantados foram tratados na forma de textos, tabelas e gráficos, com o auxílio

do programa Microsoft Word, Excel e Adobe Acrobat Reader DC – pdf, para leitura e analise

dos artigos.

3.8. Considerações éticas

De acordo com a Resolução nº 466/12 e a Resolução n. 510/16, “toda pesquisa

envolvendo seres humanos deve ser submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa

18

(CEP)”, de forma que, caso receba sua aprovação, possa ser iniciada em seguida a coleta de

dados, conforme prevê a resolução. Então, como em princípio todas as pesquisas envolvendo

seres humanos devem ser analisadas pelo Sistema CEP/CONEP. Portanto, é importante

compreendermos em que casos se faz a exceção a essa regra.

19

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1. Aspectos demográficos do envelhecimento da população

O aumento do número de idosos numa população é consequência da queda das taxas de

natalidade e de mortalidade. Estima-se que a população de idosos (≥60 anos) deverá duplicar

até o ano de 2050, alcançando 15% do total da população brasileira; a partir do envelhecimento,

aumentam as chances de doenças e de prejuízos das funções físicas, psíquicas e sociais,

aumentando assim o uso de medicamentos para as doenças que são adquiridas com avanço da

idade, tornando-se um desafio conseguir uma sobrevida maior, com uma qualidade de vida cada

vez melhor (NOVAES 2007).

Atualmente, com a expectativa de vida prolongada, pode haver um aumento crescente

de doenças crônicas, déficits físicos ou cognitivos e incapacidades (TOMOMITSU et al 2010).

Os idosos frequentemente convivem com problemas crônicos de saúde, que podem

afetar sua qualidade de vida, o que justifica uma maior procura e utilização de serviços de saúde,

bem como a um elevado consumo de medicamentos. A grande maioria (mais de 85%) dos

idosos no Brasil apresentam pelo menos uma enfermidade crônica e cerca de 15% tem pelo

menos cinco dessas doenças, como hipertensão e diabetes (NOVAES, 2007).

As pessoas vivem mais em razão de melhoras na nutrição, nas condições sanitárias, nos

avanços da medicina, nos cuidados com a saúde, no ensino e no bem-estar econômico. A velhice

é como qualquer outra etapa do ciclo de vida, com aspectos positivos e negativos e que chegará

inevitavelmente (IBGE, 2010).

O efeito da redução dos níveis da fecundidade e da mortalidade no Brasil resultou na

alteração da faixa etária da população brasileira, fazendo com que a população idosa passasse

a ser um componente cada vez mais expressivo dentro da população total. A redução da

mortalidade trouxe como consequência o aumento no tempo vivido pelos idosos, alargando o

topo da pirâmide (CAMARANO, 2013).

A questão do envelhecimento populacional e sua relação com as necessidades

específicas dos grupos vão adquirindo representatividade e, o número de pessoas idosas

independentemente do sexo está aumentando mais rapidamente que qualquer outra faixa etária.

Uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos de idade ou mais, e estima-se um

crescimento para uma em cada cinco por volta de 2050 (UNFPA; Help Age International,

2012).

20

A mudança na estrutura da pirâmide brasileira, não ocorre somente pela diminuição da

taxa de mortalidade ou melhorias na qualidade de vida, mas principalmente pela diminuição da

taxa de fecundidade que pode ser observada nas figuras acima.

Figura 1: Pirâmide etária absoluta da população brasileira 2013-2060

Fonte: IBGE, 2013. Projeção da população por sexo e idade: Brasil 2013-2060.

Segundo Camarano (2009) o envelhecimento populacional sob o prisma demográfico,

é o resultado da manutenção por um período de tempo na qual as taxas de crescimento da

população idosa tornam-se superiores às da população mais jovem. Segundo o IBGE (2010) os

baixos índices de fecundidade somados com a queda da mortalidade e o aumento da expectativa

de vida ao nascer conduzem ao Brasil a igualar as faixas etárias de sua população.

4.2. Mudanças fisiológicas nos idosos que podem levar a reações adversas a medicamentos.

Nos idosos, várias alterações fisiológicas decorrentes da própria senescência, como a

redução de mecanismos homeostáticos e da função hepática, associados à deficiência visual e

declínio cognitivo, podem levar ao aparecimento de RAM (VARALLO et al 2012).

De acordo com Organização Mundial da saúde uma reação adversa a medicamento pode

ser definida como “qualquer efeito nocivo, não desejado e não intencional de uma droga, que

21

ocorre em doses normalmente usadas no homem para profilaxia, diagnostico, terapia da doença

ou pra a modificação de funções fisiológicas” (OLIVEIRA; JUNIOR, 2011).

Destaca-se ainda o aumento do tecido adiposo, a perda de massa muscular e de água

corporal como elementos que afetam diretamente a ação e duração de muitos fármacos. Com a

idade avançada, ocorre redução do clearance renal, causando aumento plasmático dos

medicamentos e, em consequência, uma resposta farmacológica maior, elevando o risco de

toxicidade. Essas modificações acarretam mudanças na farmacocinética e farmacodinâmica de

vários medicamentos (CASSONI et al 2014).

Fatores que aumenta vulnerabilidade dos idosos a fármacos são alterações da massa

corporal, diminuição da proporção de água, das taxas de excreção renal e do metabolismo

hepático, contribuem para o aumento das concentrações plasmáticas dos medicamentos,

incrementando as taxas de efeitos tóxicos (BARROS e Sá et al 2007).

Os idosos normalmente tem múltiplas doenças crônicas e consomem grandes

quantidades de medicamentos. Eles são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos devido

a mudanças fisiológicas que acompanha o envelhecimento. Reações adversas nesses pacientes

estão de modo impreciso não especifico. Confusão mental, constipação, hipotensão podem

ocorrer como manifestação de doença, mas também podem sugerir RAMs. Fármaco que

comumente causam problemas em idosos de acordo com literatura AINES.A lista tem

permanecido notavelmente constante (LEE ANNE et al 2009).

Os pacientes idosos são mais susceptíveis a reações adversas desse grupo de fármacos

em virtude da maior frequência de problemas hepáticos e renais, que afeta a depuração de

medicamentos que são excretados pelos rins, podendo resultar em acúmulo e toxicidade. A

elevada intolerância aos AINEs no trato gastrintestinal é, na maior parte das vezes, de caráter

benigno, no entanto, pode ser grave em idosos, já que levam a ocorrência de hemorragias e

perfurações gastrintestinais. Em idosos, os AINEs não apenas induzem a ulceração gástrica bem

como ocultam a sintomatologia, acarretando um número de hemorragias gastrintestinais sete

vezes maior que na população adulta (SANTOS, 2010).

O uso crônico dos AINEs pode ocasionar lesões, erosões e úlceras no estômago e/ou

duodeno em razão da ação corrosiva do medicamento na mucosa digestiva, como também o

aumento da pressão arterial, falência renal e problemas cardíacos, sendo identificados como

medicamentos inapropriados para idosos (BOTTOSSO; MIRANDA; FONSECA, 2012).

22

Figuras 2: Mostra a relação entre as alterações com a idade do sistema Cardiorrespiratório

Fonte:http://jotaetaineto.blogspot.com.br/2013/06/crianca-e-idoso-normal.html

Figura 3:Diminuição de importantes funções fisiológicas com o avanço da idade

Fonte:http://jotaetaineto.blogspot.com.br/2013/06/crianca-e-idoso-normal.html

4.3. Classificação dos AINEs

Os analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios são também designados de AINEs ou,

anti-inflamatórios não esteróides. Este grupo de fármacos atua principalmente no local de

iniciação do estímulo nociceptivo. O principal mecanismo de ação é a inibição da ação das

ciclooxigenases (COXs), diminuindo a síntese de prostaglandinas (PGs). Estes compostos

23

endógenos estão envolvidos em mecanismos de hemóstase e em diversos processos

fisiopatológicos (FERNANDES, 2006).

Atualmente são conhecidas as COXs 1, 2 e 3. A maioria das células do organismo

expressa a COX1, esta enzima está relacionada com aspectos de homeostasia, ligados à

integridade da mucosa gástrica, função plaquetar, endotélio vascular e rim. A COX2 possui um

papel mais ativo em processos inflamatórios, sendo expressa principalmente por macrófagos,

sinoviócitos e fibroblastos. A síntese de PGs através destas enzimas tem ação na resposta

inflamatória. A COX3 foi recentemente descoberta e ainda não existe evidencia científica

suficiente da sua estrutura.

A maioria dos AINEs inibe ambas as COX1 e COX2. Os fármacos que inibem

preferencialmente a COX2 afetam menos a síntese de PGs com funções fisiológicas, tendo

assim, menos efeitos indesejáveis (MORENO, 2009).

As PGs são produtos originados do AA, o qual é obtido da dieta ou do ácido linoléico,

encontrando-se presentes em todos os tecidos animais exercendo várias funções. Quimicamente

são parte de um grupo chamado eicosanóides, derivados do AA e liberado de fosfolipídeos de

membrana de células lesadas, por ação catalítica da fosfolipase A2 (JÚNIOR et al 2007).

Os tradicionais AINEs inibem as mesmas enzimas de forma reversível e não seletiva,

portanto, existem fármacos que acetilam as isoenzimas (COX-1 e COX-2) de forma

irreversível. As ações anti-inflamatória, antipirética e analgésica decorrem da inibição sobre a

COX-2, enquanto os efeitos indesejáveis são resultantes da inibição da COX-1. Seus principais

efeitos colaterais são gastrite, disfunção plaquetária, comprometimento renal e broncoespasmo

(CARVALHO, 2010).

A PG produzida pela COX está envolvida em diversos processos fisiológicos e

patológicos. Na secreção gástrica, homeostasia e manutenção da função renal, as PGs

participam de forma fisiológica mediada pela COX-1. Enquanto a COX-2 é induzida na

inflamação, como resposta do tecido lesado, contribuindo para o desenvolvimento de alterações

patológicas (CARVALHO, 2010).

As reações inflamatórias são coordenadas por muitos mediadores e podem ser

produzidas por vários mecanismos independentes. Os AINEs reduzem a resposta inflamatória

em que as PGs derivadas da COX-2 desempenham papel significativo. A dor, o edema e o

aumento de fluxo sanguíneo associado à inflamação, sofrem ação direta dos AINE, todavia o

progresso da doença adjacente não sofre nenhuma interferência (RANG & DALE 2007).

De acordo com RANG & DALE 2007 os AINEs constituem uma extensa classe de

compostos heterogêneos com estruturas químicas variantes, podendo ser distribuídos em

24

classes, de acordo com seu grupo químico. As diferenças na ação primária entre fármacos estão

na distribuição em subclasses de acordo com sua seletividade

A diversidade química dos AINEs é responsável pela ampla variedade de características

farmacocinéticas, mas de forma geral possuem propriedades básicas em comum, pois são ácidos

orgânicos fracos (com exceção da nabumetona que é pró-fármaco). A maior parte dos

medicamentos é bem absorvida por via oral, e a sua biodisponibilidade não é consideravelmente

modificada pela presença de alimentos.

Tabela 1: Comparação entre alguns anti-inflamatórios comuns, inibidores da

ciclooxigenase.

Fármaco Tipo Indicações

Seletividade

para isofarma

de COX1

Comentários

Aceclofenaco Fenilacetato AR, AO,

EA

Acemetacina Éster indólico DR, AO,

ME, PO

Ester da

indometacina

Acido

mefenâmico Fenamato

AR, AO,

PO, D Atividade moderada

Acido

tiaprofênico Propionato

AR, AO,

ME

Acido

tolfenâmico Fenamato C&E

Aspirina Salicilato

Uso

principal

CV

Fracamente

seletiva para

COX-1

Principal uso

isoladamente é

cardiovascular

componente de

muitas preparações

SPM

Celecoxibe Coxibe AR, AO,

EA, C&E

Moderadamente

seletivo para

COX-2

Menos efeitos

gastrintestinais

Cetoprofeno Propionato

AR, AO,

G, ME,

PO

Adequado para

doença leve

Cetorolaco Pirrolizina PO

Altamente

seletivo para

COX-1

Dexibuprofeno Propionato AO, ME,

D, C&E

Enantiômero ativo

do ibuprofeno

Dexcetoprofeno Propionato PO, D,

C&E

Isômero de

cetoprofeno

Diclofenaco Fenilacetato

AR, AO,

G, ME,

PO

Fracamente

seletivo para

COX-2

Potencial moderada

25

Fármaco Tipo Indicações

Seletividade

para isofarma

de COX1

Comentários

Etodolaco Piranocarcoxilato AR, OA

Possivelmente

menos efeitos

gastrintestinais

Etoricoxibe Coxibe AR, OA,

G

Altamente

seletivo para

COX-2

Fenoprofeno Propionato AR, OA,

ME, PO Não seletivo

Pro fármaco ativado

no fígado

Flurbiprofeno Propionato

AR, AO,

ME, PO,

D, C&E

Altamente

seletivo para

COX-1

Ibuprofeno Propionato

AR, AO,

ME, PO,

D, C&E

Fracamente

seletivo para

COX-1

Adequado para

crianças

Indometacina Indol

AR, AO,

ME, PO,

D

Fracamente

seletivo para

COX-1

Adequada para

doença moderada a

intensa

Meloxicam Oxicam AR, AO,

EA

Possivelmente

menos efeitos

gastrointestinais

Nabumetona Naftialcetona AR, OA Pró-fármaco ativado

no fígado

Naproxeno Propionato

AR, OA,

G, ME,

PO, D

Fracamente

seletivo para

COX-1

Parecoxibe Coxibe PO Pró-fármaco ativado

no fígado

Piroxicam Oxicam

AR, AO,

G, ME,

PO

Fracamente

seletivo para

COX-2

Sulindaco Indeno AR, AO,

G, ME

Fracamente

seletivo para

COX-2

Pró-fármaco

Tenoxicam Oxicam AR, AO,

ME

Legenda: AR: artrite reumatoide; C&E: cefaleia e enxaqueca; D: dismenorreia; DR: doença reumática; EA: espondilite anquilosante; G: gota

aguda; ME: lesões musculoesqueléticas e dor; AO: osteortrite; PO: dor pós-operatório; SPM: sem prescrição médica.FONTE:RANG & DANLE 2007

Os AINEs possuem propriedades anti-inflamatória, analgésica e antipirética e sua ação

decorre da inibição da síntese de prostaglandinas (PG), mediante inibição das enzimas

ciclooxigenase 1 (COX-1) e ciclooxigenase 2 (COX-2), criando subgrupos de anti-

inflamatórios seletivos e não seletivos para COX-2. A isoforma COX-1 encontrada em vários

tecidos é uma enzima constitutiva, desempenhando função ao promover homeostasia. A COX-

26

2 é uma enzima induzida na inflamação, influenciando os eventos vasculares (SILVA et al

2014).

A ação principal decorre da inibição da biossíntese de PG, efetuada mediante a

inativação das COX. No entanto, alguns AINEs possuem mecanismos de ação adicionais como,

inibição da quimiotaxia, infra-regulação da produção de interleucina1, diminuição na produção

de radicais livres e superóxido e interferência nos eventos intravasculares mediados pelo cálcio

(FURST; ULRICH, 2010)

4.4. Automedicação de AINEs: Risco para a saúde dos idosos

A automedicação é uma forma comum de cuidados à saúde, que consiste no consumo

de um produto com o objetivo de tratar ou aliviar sintomas ou doenças percebidas, ou mesmo

de promover a saúde, independentemente da prescrição profissional; podem-se utilizar

medicamentos industrializados ou remédios caseiros. Várias são as maneiras de praticar a

automedicação: adquirir o medicamento sem receita, compartilhar remédios com outros

membros da família ou do círculo social; utilizar sobras de prescrições; reutilizar antigas

receitas; descumprir a prescrição profissional, prolongando ou interrompendo precocemente a

dosagem e o período de tempo indicados na receita (NAVES et al, 2010).

Segundo Souza (2008) uso racional de medicamentos parte do princípio que o paciente

recebe o medicamento apropriado para suas necessidades clínicas, nas doses individualmente

requeridas para um adequado período de tempo e a um baixo custo para ele e sua comunidade.

O uso irracional de medicamentos por prescritores e consumidores é um problema muito

complexo, o qual necessita da implementação de diferentes formas de intervenções ao mesmo

tempo. O enfoque para promoção racional de medicamentos inclui também as ações em saúde

que vem do balcão da farmácia a atenção primária. A busca da conscientização da população

quanto ao perigo da automedicação pelos profissionais de saúde é de suma importância para a

utilização de medicamentos de forma responsável

A prescrição ao idoso deve considerar, além das peculiaridades farmacológicas, aspectos da

farmacoeconomia. A dificuldade de acesso aos serviços de saúde e o aumento do déficit

cognitivo e visual desses pacientes interferem diretamente no reconhecimento adequado do

medicamento e na adesão à terapêutica. Um aspecto a ser considerado é a lista de medicamentos

inapropriados para essa faixa etária, quer por sua faixa terapêutica ou eventos adversos

(BORTOLON et al 2008).

27

Dos medicamentos causadores de iatrogenias, destacam-se entre os idosos, os

digitálicos e AINEs. A indometacina e fenilbutazona estão entre os AINEs classificados como

impróprios para idosos, pelos riscos de reação adversa no sistema nervoso central e de

ocorrência de agranulocitose respectivamente (MARIN et al 2008).

A maior convivência com doenças crônicas da terceira idade tornam os idosos grandes

consumidores de serviços de saúde e de medicamentos. A prática da polimedicação associada

às alterações fisiológicas do processo de envelhecimento, que interferem na farmacocinética e

na farmacodinâmica dos medicamentos, pode acarretar na ausência de efeitos farmacológicos

esperados, bem como aumento da frequência de reações adversas e interações medicamento-

medicamento e medicamento-alimento (BORTOLON et al 2008).

Ribas (2016) relatam o aumento do consumo indiscriminado de anti-inflamatório após

abertura da RDC 20/2011- esta resolução exige a retenção de receita para antibióticos. Os

pacientes acostumados a se automedicar com antibióticos passaram a recorrer aos anti-

inflamatórios, na expectativa de que um e outro apresentem a mesma indicação terapêutica. Nas

farmácias e drogarias é comum encontrar pacientes em busca desses medicamentos para tratar

inflamações, febres ou dores. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-

Farmacológicas (Sinitox), em 2003, os medicamentos foram os responsáveis por 28,2% dos

casos de intoxicação registrado no país (SCHALLEMBERGER; PLETSCH, 2014).

A prevalência de polifarmácia é de 26,4% e da automedicação de 35,7%, sendo que

mulheres, viúvos, idosos com 80 anos ou mais e com pior autopercepção de saúde, praticavam

mais a polifarmácia e o uso de AINEs de meia vida longa ou usam em doses elevadas por tempo

prolongado, que podem causar sangramento gastrointestinal, insuficiência renal, insuficiência

cardíaca e hipertensão arterial (SANTOS 2013).

Todos os AINEs são irritantes gástricos e podem estar associados a úlceras e

sangramento gastrointestinal, embora, os fármacos mais recentes tenham tendência a causar

menos irritação gastrointestinal do que o ácido acetilsalicílico (KATZUNG et al 2014).

O uso prolongado de doses anti-inflamatório pode levar ao aparecimento de salicismo,

que é uma intoxicação crônica manifestada por zumbido no ouvido, confusão, hipoacusia,

psicose, delírios, estupor, coma e edema pulmonar (BARROS et al 2011).

Os efeitos colaterais costumam ser bastante semelhantes para todos os AINEs:

No sistema nervoso central: Cefaleia, zumbido e tontura.

Cardiovasculares: Retenção hídrica, hipertensão, edema e, raramente, infarto do

miocárdio e insuficiência cardíaca congestiva.

28

Gastrintestinais: Dor abdominal, displasia, náuseas, vômitos e, raramente,

úlceras ou sangramento.

Hematológicos: Raramente, trombocitopenia, neutropenia ou até mesmo anemia

aplástica.

Hepáticos: Provas de funções hepáticas anormais e, raramente, insuficiência

hepática.

Pulmonares: Asma.

Cutâneos: Exantemas de todos os tipos, prurido.

Renais: Insuficiência renal, falência renal, hiperpotassemia e proteinúria

(KATZUNG et al 2014).

A introdução dos inibidores seletivos da COX-2 na prática clínica visa manter a eficácia

anti-inflamatória sem os efeitos gastrintestinais indesejáveis. Existem alguns inibidores

seletivos da COX-2, os coxibes, que se ligam seletivamente ao local ativo da enzima COX-2 e

a bloqueia com mais eficácia que a COX-1. Essa subclasse tem efeito analgésico e anti-

inflamatório semelhante aos demais AINEs, estando em primeira escolha para o tratamento de

idosos e pacientes predispostos a ulceração e sangramento digestivo, no entanto estudos

sugerem toxicidade associado ao seu uso (WANNMACHER, 2006).

Tabela 2: Principais subgrupos terapêuticos dos AINEs prescritos para idosos.

SUBGRUPOS TERAPEUTICOS PRINCIPAIS EXEMPLOS

Derivados do ácido propriónico

-Ibuprofeno, naproxeno, cetoprofeno e

flurbiprofeno

Derivados do ácido acético -Diclofenaco, e aceclofenaco

Inibidores seletivos da COX-2 -Etoricoxibe e celecoxibe Fonte: CASTEL-BRANCO (2013).

Segundo Silva e Lourenço (2014) os anti-inflamatórios não hormonais, principalmente

o diclofenaco, têm sido associados a graves quadros de hepatotoxicidade. Já indometacina e

fenilbutazona estão entre os AINEs classificados como impróprios para idosos, devido aos

efeitos adversos no sistema nervoso central e de ocorrência de agranulocitose respectivamente.

Os idosos são os mais expostos à polifarmacoterapia na sociedade, tornando-os mais

suscetíveis a reações adversas (RAMs) e interações medicamentosas advindos do uso

medicamentos. Uma interação medicamentosa acontece quando os efeitos de uma droga são

29

alterados pela presença de outra, podendo ocorrer modificações na farmacodinâmica ou

farmacocinética (HORN, 2010).

4.5. Atuação do farmacêutico nas interações medicamentosas com AINEs

Os AINEs são medicamentos frequentemente utilizados em diferentes condições

inflamatórias, assim como para alívio de febre e dor na ausência de inflamação (OSORIO;

OTERO; GÓMEZ, 2014).

Entende-se por interação medicamentosa a alteração do efeito desejado de um fármaco

pela presença de outro fármaco, alimentos ou substâncias diversas essas interações pode ocorrer

tanto na farmacodinâmica como na farmacocinética (DAWOUD et al 2015).

As interações farmacodinâmicas observam-se quando, na presença da mesma

concentração de fármaco nos tecidos, o efeito do fármaco é alterado pela presença de outro

fármaco. Podem verificar-se efeitos antagonistas (quando um ou ambos os fármacos são

sujeitos a uma redução do seu efeito), sinérgicos ou de adição, quando os fármacos, com iguais

características farmacodinâmicas, podem ter uma reação exacerbada nos tecidos e conduzir

também a um aumento dos níveis tóxicos (BERTOLLO; DEMARTINI; PIATO, 2013).

As interações na farmacocinética de um fármaco são aquelas em que a concentração de

um fármaco é aumentada ou diminuída no seu local de ação. Podem observar-se na fase de

absorção do fármaco, normalmente no lúmen intestinal ou no estomago, na distribuição, na

transformação, frequentemente a nível hepático e associado ao citocromo CYP450, e na

excreção, principalmente a nível renal (DAWOUD et al 2015).

Aproximadamente, 15% das internações por RAMs são decorrentes das interações

medicamentosas (VARALLO, 2013). O risco de RAMs é de 13% quando o indivíduo consome

dois medicamentos, 58% quando utiliza cinco medicamentos e sobe para 82% nos casos em

que são consumidos sete ou mais medicamentos (SECOLI, 2010).

O potencial para a ocorrência de interações medicamentosas é aumentado na população

idosa decorrente da politerapia e, ainda como fator adicional, o número de médicos que assistem

a um mesmo indivíduo. Na população idosa tem-se a prevalência de doenças crônicas e

degenerativas, como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), diabetes mellitus, doenças

coronarianas, depressão, doença de Alzheimer, entre outras; constituindo-se em contínuos

usuários de medicamentos, e consequentemente, estão expostos aos seus riscos. (OSORIO;

OTERO; GÓMEZ, 2014).

30

Tabela 3: Interações Medicamentosas com AINEs

AINES Interage com Efeito Clínico Grau de

Interação

Recomendações

Farmacêuticas

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Aminoglicosídeos:

Amicacina

Gentamicina

Ocorrência de

nefrotoxicidade Moderada

Monitorar

aumento dos

efeitos

nefrotóxicos dos

aminoglicosídeos

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Anlodipino

Nifedipino

Nimodipino

Ditiazem

Verapamil

Efeito anti-hipertensivo

dos bloqueadores de

canal de cálcio

Leve Monitorar

pressão arterial

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Captopril

Enalapril

Resposta anti-

hipertensiva;

Risco de disfunção

renal

Moderada

Monitorar

pressão arterial.

Considerar

terapia anti-

inflamatória

alternativa

(principalmente

pacientes com

ICC)

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Cilostozol do risco de

sangramento Moderada

Monitorar

aumento de

evidências de

redução da

função

plaquetária

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Clipidogrel Risco hemorragico Moderada

Monitorar a

evidencia de

redução da

função

plaquetária

(hemorragia)

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Furosemida da diurese Moderada

Monitorar

diurese. Evitar

uso concomitante

de Furosemida e

Aines em

pacientes com

insuficiência

cardíaca e cirrose

com ascite

(pacientes

sensíveis a

alterações de

diurese)

31

AINES Interage com Efeito Clínico Grau de

Interação

Recomendações

Farmacêuticas

AAS

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Heparina Risco de hemorragias Moderada

Evitar uso

concomitante de

AINEs

principalmente

quando uso

crônico ou em

doses altas.

Quando uso

concomitante for

necessário,

monitorar sinais

clínicos

(hemorragias) e

laboratoriais

(TTPA e RNI) de

alterações

hematológicas

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Hidroclorotiazida

Aumenta o risco de

nefropatia aguda

(insuficiencia renal

aguda; proteinuria

minima)

Grave

Monitorar

eletólitos séricos.

Administração de

uma solução de

reidratação

eletrólito pode

atenuar as

alterações de

eletrólitos e

hipovolemia.

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Propanolol

Metropolol

Efeito anti-hipertensivo

dos beta-bçoqueadores

(propanolol/metropolol)

Moderada Monitorar

pressão arterial

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Vancomicina Toxicidade da

Vancomicina Moderada

Monitorar

terapia. Interação

prevalente em

neonatos.

AAS Varfarina Risco hemorragico Grave

Monitorar tempo

de protrombina

(TAP);

Monitorar

aumento das

evidencias de

sangramento

AAS Varfarina Risco hemorragico Moderado

Monitorar

evidencia de

sangramento

Diclofenaco

Ibuprofeno

Naproxeno

Varfarina Risco hemorragico Moderado

Monitorar tempo

de protrombina

(TAP); Monitorar

32

AINES Interage com Efeito Clínico Grau de

Interação

Recomendações

Farmacêuticas

aumento das

evidências de

sangramento.

AAS Captopril

Enalapril

Resposta anti-

hipertensiva Moderada

Monitorar

pressão arterial

AAS Cilostozol Do risco de

sangramento Moderada

Monitorar

aumento de

evidências de

redução da

função

plaquetária

AAS Clopidrogrel Risco hemorrágico Moderada

Monitorar a

evidencia de

redução da

função

plaquetária

(hemorragia)

AAS Diltiazem

Verapamil

risco de hemorragias

anormais e equimoses Moderada

Monitorar

aumento dos

efeitos

antiplaquetários

dos AAS

(hemorrarias e

equimose)

AAS

Hidrocortizona

Dexametasona

Metilprednisolona

Betametasona

Prednisolona

Ulcerações e

sangramentos

gastrintestinais Filtação

glomerular

Metabolismo do AAS

Moderada

Monitorar

terapia. Redução

gradativa da dose

do AAS

juntamente com

a redução

gradativa dos

corticosteroides.

AAS Captopril

Enalapril

Resposta anti-

hipertensivo do beta-

bloqueador (atenolol)

Moderada Monitorar

pressão arterial

FONTE:UFG 2011

A frequência do uso de AINEs, incluindo os inibidores não seletivos (cetoprofeno,

diclofenaco, ibuprofeno, paracetamol, meloxicam, piroxicam, entre outros) e os inibidores

seletivos da COX-2 (celecoxibe e etoricoxibe), tem aumentado nos últimos anos (BATLOUNI,

2010).

Dentre as principais causas para esse crescimento, destacam-se a facilidade de acesso

ao fármaco, sendo alguns de venda livre, e uma população mais idosa com concomitantes

doenças inflamatórias (MELGAÇO, 2010). Os anti-inflamatório estão entre os principais

33

causadores de RAMs, sendo responsáveis por 20 a 25% dos casos (SCHALLEMBERGER;

PLETSCH, 2014).

Os AINEs não seletivos para a ciclooxigenase inibem a produção de PGs na mucosa

gastrointestinal, podendo causar desconforto e dor abdominal, úlcera gástrica e até sangramento

digestivo. Os inibidores seletivos para a COX-2 são mais seguros no aspecto gástrico, no

entanto aumenta o risco cardiovascular, o que conduziu a retirada de vários deles do mercado

farmacêutico mundial (BATLOUNI, 2010).

A análise de potenciais interações medicamentosas deve ser avaliada pelo farmacêutico

no momento da dispensação dos medicamentos e, assim, os resultados das análises que

oferecem risco ao paciente devem ser informados para otimização da farmacoterapia e garantia

da segurança dos pacientes, principalmente em idosos, que geralmente apresentam doenças

crônicas concomitantes. Cabe ao farmacêutico identificar possíveis interações, sendo que esse

é o profissional com contato na última etapa do ciclo do medicamento, a dispensação. Desta

forma, pode-se reduzir a ocorrência desses problemas por meio de medidas de prevenção,

garantindo-se uma utilização mais racional e segura dos medicamentos (LIMA et al 2016).

4.6 Atenção farmacêutica e a promoção do uso racional de AINEs em idosos

Ao praticar a atenção farmacêutica, o profissional deve ter sempre em mente que o

objetivo principal não é intervir no diagnostico ou na prescrição de medicamentos, atribuição

do médico, mas garantir uma farmacoterapia racional, e segura e custo-efetivo e o primeiro

passo para o uso racional que deve acompanhar farmacoterapia (NOVAES, 2007).

A utilização de medicamentos de venda livre, que incluem os AINEs e suas indicações

terapêuticas, levam os fármacos desse grupo a serem extensivamente empregados, expondo-os

a muitos riscos, principalmente devido polimedicação, estando mais suscetíveis a efeitos

adversos e a interações medicamentosas aos idosos (BANDEIRA, 2013).

Uma forma de ajudar o farmacêutico com as interações e as reações adversas e uso

racional é utilização dos critérios de Beers-Fick, apesar de não contemplarem a análise de

alguns fármacos passíveis de reações adversas, podem ser úteis para se avaliar a terapêutica

farmacológica em indivíduos idosos e para identificar possíveis reações adversas provocadas

por determinados tipos de medicamentos. Por meio desse instrumento, é possível melhorar a

qualidade de vida dos idosos, além de diminuir os custos financeiros com a saúde

(STROHER,2014).

34

Há aproximadamente duas décadas surgiram instrumentos visando detectar potenciais

riscos de iatrogenia que é uma doença com efeitos e complicações causadas como resultado de

um tratamento médico medicamentosa em idosos, sendo o de Beers-Fick o mais utilizado deles

estabeleceram critérios, baseados em trabalhos publicados sobre medicamentos e farmacologia

do envelhecimento, para definir lista de fármacos potencialmente inapropriados a adultos com

65 ou mais anos (GORZONI,2008).

Pelo risco de efeitos adversos, há fármacos não apropriados para idosos (critérios de

Beers-Fick):

a) Medicamentos ou classes que deveriam ser evitados em idosos, independentemente

do diagnostico ou da condição clínica, devido ao alto risco dos efeitos colaterais e

pela existência de outros fármacos mais seguros;

b) Medicamentos ou classes que não devem ser usados em determinadas circunstancias

clinicas.

As drogas que estão com maior risco desses efeitos adversos são anti-inflamatórios (BARROS,

Elvino 2007).

O acompanhamento farmacoterapêutico é importante para a promoção do uso racional

de medicamentos como os AINEs contribuindo no processo de informação ao usuário em

questões como a automedicação, interrupções e substituição de medicamentos prescritos, assim

como, permite a orientar a forma correta do uso do medicamento, o tempo ideal para melhora

dos sintomas, a fim de evitar custos desnecessários à saúde, interações medicamentosas, efeitos

adversos e polifarmácia no idoso (BANDEIRA, 2013)

Contudo, constitui-se desafio no Brasil o aprimoramento e a consolidação da prática da

atenção farmacêutica ao idoso com atuação do profissional na promoção da saúde e do uso

racional dos medicamentos (NOVAES, 2007).

35

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O envelhecimento é um processo complexo e multifatorial e o idoso deve ser analisado

sob olhares multiprofissional, e junto com envelhecimento surge o aparecimento de doenças

crônicas não transmissíveis, com aumento das doenças incapacitantes, crônicas e degenerativas,

que resultam em dependência medicamentosa. Os anti-inflamatórios estão na lista de

medicamentos isentos de prescrição médica, fato que contribui para o uso irracional destes

fármacos e, seu uso tem aumentado gradualmente, principalmente por idosos.

As mudanças fisiológicas nos idosos observada ao longo da pesquisa provam que o uso

indiscriminado de medicamentos como anti-inflamatórios podem agravar as condições de saúde

dos idosos, visto que, já é um paciente polimedicado que utiliza cerca de 3 a 5 medicamentos,

e incluir mais um medicamento na terapia desse paciente sem conhecer as interações, podem

provocar efeitos adversos.

Os AINEs podem agravar problemas de saúde, principalmente em idosos que além de

aumentar o risco de interações medicamentosas, esses pacientes normalmente apresentam

doenças crônicas concomitantes, como HAS e diabetes, geralmente são acompanhados por mais

de um especialista, sendo polimedicados e esses fatores favorecem a ocorrência de interações e

reações adversas aos medicamentos.

Cabe ao farmacêutico orientar, utilizando atenção e promoção a saúde sobre os

problemas de interação medicamentosa durante a dispensação, como medidas de identificação

e prevenção, garantindo uma utilização mais racional e segura dos medicamentos e, dentre as

recomendações, pode-se indicar a ingestão de alimentos antes da tomada do AINE, para evitar

os efeitos gastrintestinais. Deve-se alertar sobre a interação medicamentosa entre o AINEs e

outros medicamentos de uso diário. Compete ao farmacêutico assegurar ao paciente estas

informações para evitar ocorrência de problemas relacionados com os medicamentos,

assegurando a qualidade de vida ao paciente idoso.

36

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