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  • UNIVERSIDADE DE TAUBAT

    Fabio Marquini Facchini

    AUTOMAO DE UM SISTEMA DE CLIMATIZAO PARA

    ABRIGOS DE EQUIPAMENTOS ELETRNICOS

    Taubat - SP

    2012

  • UNIVERSIDADE DE TAUBAT

    Fabio Marquini Facchini

    AUTOMAO DE UM SISTEMA DE CLIMATIZAO PARA

    ABRIGOS DE EQUIPAMENTOS ELETRNICOS

    Dissertao apresentada para obteno do Ttulo de

    Mestre pelo Curso de Ps-Graduao do

    Departamento de Engenharia Mecnica da

    Universidade de Taubat.

    rea de Concentrao: Automao Industrial.

    Orientador: Prof. Dr. Eduardo Hidenori Enari

    Taubat - SP

    2012

  • F137a

    Facchini, Fbio Marquini

    Automao de um sistema de climatizao para abrigos de

    equipamentos eletrnicos. / Fbio Marquini Facchini - 2012.

    71f. : il; 30 cm.

    Dissertao(Mestrado em Engenharia Mecnica na rea de

    Automao e Controle Industrial) Universidade de Taubat.

    Departamento de Engenharia Mecnica, 2012

    Orientador: Prof. Dr. Eduardo Hidenori Enari,

    Departamento de Informtica, Matemtica e Fsica.

    1. Sistema de climatizao. 2. HVAC system. 3.

    Subestao eltrica pr-fabricada. 4. Abrigo I. Ttulo.

  • Fabio Marquini Facchini

    AUTOMAO DE UM SISTEMA DE CLIMATIZAO PARA ABRIGOS DE

    EQUIPAMENTOS ELETRNICOS

    Dissertao apresentada para obteno do Ttulo de

    Mestre pelo Curso de Ps-Graduao do

    Departamento de Engenharia Mecnica da

    Universidade de Taubat.

    rea de Concentrao: Automao Industrial.

    Orientador: Prof. Dr. Eduardo Hidenori Enari

    Data:_______________

    Resultado:___________

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Dr. Eduardo Hidenori Enari UNITAU

    Assinatura _________________________________

    Prof. Dr. lvaro Manoel de Souza Soares UNITAU

    Assinatura _________________________________

    Prof. Dr. Rosinei Ernesto Ribeiro FATEA/CERJ

    Assinatura _________________________________

  • Dedico este trabalho para a minha querida esposa Daniela, que sem ela no teria chego at

    aqui, e a minha famlia, pela presena em minha vida que sem eles eu no seria nada.

    Fao uma dedicatria especial ao meu filho Giovanni Revez Facchini, um lindo presente

    de Deus e de minha amada esposa, que o nascimento me motivou a terminar este mestrado e a

    jamais desistir, sendo a finalizao deste trabalho somente possvel ao nascimento de meu

    filho.

  • AGRADECIMENTOS

    Este trabalho estaria inacabado sem a meno a pessoas, cujo apoio e incentivo

    influenciaram-me durante a sua confeco.

    Ao Prof. Dr. Eduardo Enari, pela habilidade e inteligncia na orientao deste trabalho.

    Aos Professores do curso de Mestrado em Automao Industrial, pela sbia conduo das

    disciplinas apresentadas no curso Mestrado em Engenharia Mecnica e pela experincia e

    ensinamentos transmitidos durante suas aulas.

  • RESUMO

    O objetivo deste trabalho foi desenvolver um sistema para atender as

    necessidades de controle e automao de um sistema de climatizao para abrigos de

    equipamentos eletrnico, contemplando o controle dos nveis de umidade, de temperatura

    e a eliminao de partculas de poeira suspensa no ar.

    Existe uma ampla gama de tipos de abrigos, como subestaes pr-fabricadas, data-

    centers, shelters de telecomunicao, salas eltricas, dentre outros. Ao abrigar

    equipamentos eltricos em funcionamento, a quantidade e acumulo de energia trmica no

    interior do ambiente onde se localizam ocasiona a elevao da temperatura a nveis

    inaceitveis ao bom funcionamento dos equipamentos abrigados. Alm disso, a umidade e

    a existncia de particulados no ambiente podem causar a deteriorao dos componentes

    eletrnicos. Por esse motivo inevitvel a utilizao de um sistema de climatizao para

    proteo desses equipamentos.O ato de refrigerar, desumidificar, purificar e renovar o ar

    permite o aumento da vida til dos equipamentos instalados no interior desses abrigos.

    O projeto desenvolvido neste trabalho para automatizao de um sistema de

    climatizao foi aplicado a uma subestao eltrica pr-fabricada para uma indstria do

    ramo de minerao.Inicialmente realizou-se um estudo das exigncias que o sistema de

    climatizao teria que atender. Realizou-se uma modelagem do sistema levando-se em

    conta os requisitos do projeto e, para que o sistema fosse aplicado em campo, a lgica de

    programao foi testada em fbrica por meio do software de programao do CLP e

    posteriormente comissionado antes da entrega final em campo. O teste de campo consistiu

    em ligar o sistema automatizado de climatizao e simular todo o funcionamento e

    condies de falhas possveis, certificando que as respostas do sistema estivessem dentro

    das especificaes definidas durante o projeto.

    O sistema desenvolvido encontra-se em funcionamento e serve de modelo para o

    desenvolvimento de novos projetos de climatizao.

    Palavras-chave: abrigo, sistema de climatizao, subestao eltrica pr-fabricada.

  • ABSTRACT

    The aim of this study was to develop a system to attend the needs of automation and

    control of a cooling system for electronic equipment shelters, including the control of

    humidity, temperature and elimination of dust particles suspended in air.

    There is a wide range of types of shelters, such as prefabricated substations, data

    centers, telecom shelters, electrical rooms, among others.

    In house electrical equipment in operation, the amount and accumulation of heat inside

    this type o shelters where they are located causes the temperature rise to unacceptable levels

    for the proper functioning of equipment housed. Moreover, the presence of moisture and

    particulates in the environment may cause deterioration of electronic components and so it is

    inevitable to use a cooling system for protection of such equipment.

    The act of cooling, dehumidify, purify and renew the air permit to increase the lifetime

    of the equipment installed inside these shelters.

    The project developed in this work for automation of a cooling system was applied to

    an electrical substation for a prefab industry mining sector.

    Initially we carried out a study of the requirements that the HVAC system and would

    have to attend before the system was applied in the field, the programming logic was tested at

    the factory through the PLC programming software and subsequently commissioned before

    final delivery in field.

    The field test was to connect the automated climate control and simulate the entire

    operation and fault conditions possible, ensuring that the system responses were within the

    specifications established during the project.

    The system is designed for operation and serves as a model for the development of

    new draft cooling.

    Keywords: shelter, HVAC system, electrical substation prefab.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Montagem de equipamentos internos ao Eletrocentro. (EMERSON, 2012) ........................................... 17 Figura 2: Equipamentos instalados internos ao Eletrocentro. (EMERSON, 2012) ................................................ 18 Figura 3: Segregao por diferencial de presso (CAPULLI, 1992) ...................................................................... 23 Figura 4: Sistema de Pressurizao ...................................................................................................................... 24 Figura 5: Filtro Rotativo Automtico F100 (TROX, 2012) ...................................................................................... 26 Figura 6: Damper Regulador de Vazo ................................................................................................................. 27 Figura 7: Dissipao trmica em um dispositivo eletrnico (HUMPHRIES, 2006). ............................................... 28 Figura 8: Curvas dos vrios tipos de termopar (NEUHAUS, 2007) ....................................................................... 33 Figura 9: Arquitetura Proposta ............................................................................................................................... 36 Figura 10: Fluxograma da Metologia ..................................................................................................................... 37 Figura 11: Unidade Evaporadora40RT e Unidade Condensadora 38AB - Fabricante Carrier (CARRIER, 2011) . 39 Figura 12: Diagrama Eltrico da mquina de ar condicionado Desenho Springer Carrier No. 11702410 .......... 40 Figura 13: Caixa de Ventilao (TROX, 2012)....................................................................................................... 41 Figura 14: Vista lateral de locao dos equipamentos na planta. .......................................................................... 42 Figura 15: Vista superior de locao dos equipamentos na planta. ...................................................................... 42 Ilustrao 16: Sensor de temperatura e umidade RHT-DW da empresa NOVUS [34] .......................................... 44 Figura 17: Diagrama de Processo do Sistema de Climatizao ............................................................................ 47 Figura 18: Interligao do Controlador .................................................................................................................. 53 Figura 19: Faixas para o controle da temperatura ................................................................................................. 55 Figura 20: Fluxograma do controle automtico das mquinas de ar condicionado ............................................... 57 Figura 21: Fluxograma dos sensores de controle de processo. ............................................................................ 58 Figura 22: Diagrama de bloco do programa de controle ........................................................................................ 62 Figura 23: Tela da simulao feita no software LOGO! Soft Comfort (LOGO!, 2005) ........................................... 63 Figura 24: Presso interna do Eletrocentro ........................................................................................................... 65

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Pa Pascal, unidade de medida de presso;

    CH Computador Hospedeiro

    CLP Controlador Lgico Programvel

    IHM Interface Homem-Mquina

    NA Normalmente Aberto

    NF Normalmente Fechado

    RAM Random Access Memory

    ROM Read Only Memory

    RTU Remote Terminal Unit

    SDAEI Sistema de Deteco, Alarme e Extino de Incndio

    UCP Unidade Central de Processamento

    ULA Unidade de Lgica e Aritmtica

    UC Unidade de Controle

    Vref Tenso de referncia

    AC Ar Condicionado

    TT Transmissor de Temperatura

    MT Transmissor de Umidade

    ZSH Chave fim de curso

    PDS Sensor diferencial de presso Chave

    FSL Chave de fluxo de baixo

    PDI Indicador diferencial de presso

  • DI Entrada Digital

    DO Sada Digital

    AI Entrada Analgica

    PDT Transmissor diferencial de presso

    UPS Sistema ininterrupto de energia

  • SUMRIO

    1. INTRODUO ................................................................................................................13

    1.1. OBJETIVO ........................................................................................................................14

    2. REVISO DA LITERATURA ........................................................................................15

    2.1. ABRIGOS PARA EQUIPAMENTOS ELETRNICOS .............................................. 15

    2.2. SISTEMA DE CLIMATIZAO ................................................................................ 19

    2.2.1. Componentes: ............................................................................................................... 19

    2.3. PRESSURIZAO ...................................................................................................... 22

    2.3.1. Sistema de Pressurizao .............................................................................................. 22

    2.3.2. Componentes do Sistema de Pressurizao .................................................................. 25

    2.3.2.1. Filtro rotativo ......................................................................................................... 25

    2.3.2.2. Damper regulador de vazo ................................................................................... 26

    2.3.2.3. Ventilador .............................................................................................................. 27

    2.4. DISSIPAO TRMICA E UMIDADE ..................................................................... 28

    2.5. SENSORES ................................................................................................................... 30

    2.5.1. Sensor de Presso .......................................................................................................... 31

    2.5.2. Sensores de temperatura................................................................................................ 32

    2.6. CONTROLADOR LGICO PROGRAMAVEL ......................................................... 33

    3. PROPOSIO .................................................................................................................35

    4. MATERIAIS E MTODOS ............................................................................................37

    4.1. METODOLOGIA ......................................................................................................... 37

    4.2. MATERIAIS ................................................................................................................. 39

    4.2.1. Mquina de ar condicionado selecionada ..................................................................... 39

    4.2.1.1. Diagrama eltrico da mquina de ar condicionado ............................................... 40

    4.2.2. Sistema de Pressurizao .............................................................................................. 40

    4.2.3. Controlador lgico programvel - CLP ........................................................................ 43

    4.2.4. Transmissor de temperatura e umidade ......................................................................... 43

    4.2.4.1. Detalhes do Produto[34] ........................................................................................ 44

    5. DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................46

    5.1. DESCRIO DO SISTEMA ....................................................................................... 46

    5.2. SISTEMA DE CLIMATIZAO ................................................................................ 50

  • 5.2.1. Bases de clculo ............................................................................................................ 50

    5.2.2. Clculo .......................................................................................................................... 51

    Penetrao de calor por conduo ............................................................................................ 51

    Radiao Solar .......................................................................................................................... 51

    Outros fatores considerados ...................................................................................................... 51

    Carga trmica dos equipamentos .............................................................................................. 51

    Resultadados de clculos de carga trmica ............................................................................... 52

    5.3. CONTROLE MANUAL ............................................................................................... 52

    5.4. CONTROLE AUTOMTICO ...................................................................................... 54

    5.5. PROGRAMA DE CONTROLE ................................................................................... 59

    5.6. RESULTADOS E DISCUSSO ................................................................................... 63

    6. CONCLUSES .................................................................................................................67

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA ................................................................................................69

  • 13

    1. INTRODUO

    Atualmente existem vrios tipos de abrigos para equipamentos eletrnicos como shelters

    de telecomunicao, datacenters, eletrocentros e gabinetes outdoors. Esses abrigos tem por

    objetivo proteger os equipamentos eletrnicos que so sensveis as variaes das intempries

    do ambiente externo, como umidade e temperatura. Em algumas aplicaes como os abrigos

    utilizados pela indstria de minerao, onde o ambiente externo possui grandes quantidades

    de partculas do prprio minrio processado suspensas, faz se necessrio o tratamento do ar

    externo, antes de inseri-lo no ambiente interno desses abrigos.

    Tanto as partculas de minrio quanto a umidade excessiva em contato com equipamentos

    eletrnicos sensveis de automao, controle e comunicao causam o desgaste e a oxidao

    dos circuitos eletrnicos diminuindo assim a vida til desses equipamentos. (RIEDER, 2009)

    Os equipamentos eletrnicos instalados no abrigo causam o aquecimento do ambiente, o

    que, juntamente com a humidade e a presena de particulados, podem causar problemas a

    esses equipamentos, se estiverem nveis prejudiciais aos equipamentos eletrnicos.

    Nesse sentido, este trabalho buscou desenvolver um sistema automatizado de climatizao

    que respondesse s necessidades de controle e automao de um sistema de climatizao para

    abrigos de equipamentos eletrnicos. O sistema proposto deve controlar a umidade excessiva

    e elevada temperatura, alm da eliminao de partculas de poeira suspensas no ar, a fim de

    proteger os equipamentos eletrnicos abrigados.

    A motivao deste trabalho foi a falta de um padro nos projetos de subestaes pr-

    fabricadas que atendesse as necessidades de controle e automao de um sistema de

    climatizao para abrigos de equipamentos eletrnicos, em que se pode controlar a umidade

    excessiva, variao e elevada temperatura e eliminao de partculas de poeira suspensa no ar,

    e permitisse a sua reconfigurao para utilizao em outros abrigos de equipamentos, com

    diferentes exigncias de controle do ambiente.

  • 14

    1.1. OBJETIVO

    O objetivo principal deste trabalho foi desenvolver um sistema para atender as

    necessidades de controle e automao de um sistema de climatizao para abrigos de

    equipamentos eletrnicos em que podemos controlar a umidade excessiva e elevada

    temperatura e eliminao de partculas de poeira suspensa no ar.

    Para atingir o objetivo principal fez-se necessrio atingir os seguintes objetivos

    especficos:

    Desenvolver um sistema de pressurizao compatvel com o tipo de ambiente

    agressivos, encontrados nos mais diversos locais em que se encontram instalados

    os abrigos.

    Aplicar os conhecimentos em lgica de programao para desenvolver um

    programa de controle propcio s mquinas de ar condicionado utilizadas.

    Propor um sistema de controle e monitoramento do sistema de climatizao,

    acoplado a um sistema de pressurizao e tratamento do ar interno dos abrigos.

  • 15

    2. REVISO DA LITERATURA

    2.1. ABRIGOS PARA EQUIPAMENTOS ELETRNICOS

    Abrigos so basicamente salas destinadas a proteger equipamentos eletrnicos tais

    como: equipamentos de potncia, controle e comunicao, das intempries do ambiente

    externo. Os abrigos so em sua maioria equipados com iluminao, sistema ininterrupto de

    energia - UPS, energia auxiliar, fontes de energia, painis de comando, equipamentos de

    radiofreqncia, sistema de deteco e combate a incndio. Os equipamentos eletrnicos

    embarcados nos abrigos, quando em funcionamento, dissipam grande quantidade de energia

    trmica. (EMERSON, 2012)

    Os abrigos so projetados para acolher equipamentos de diferentes tipos de reas de

    aplicao tais como sistemas eltricos de potncia, instrumentao, controle, de comunicao

    (monitorao e superviso) e banco de dados. Eles so instalados nos mais diferentes

    ambientes, como dentro de indstrias de minerao, em centros urbanos, prximos a matas e

    rios, sobre plataformas martimas, e em regies com os mais diversos tipos de climas, como

    regies muito quentes ou frias e de grande quantidade de umidade e poeira.

    Os sistemas construtivos dos abrigos so formados por estruturas totalmente fechadas que

    dificultam a dissipao da energia trmica sobre os componentes eletrnicos, que na maioria

    so de baixa potncia e produzem quantidades desprezveis de calor em sua operao. Porm,

    alguns dispositivos, tais como transistores de potncia, computadores e diodos de potncia,

    produzem uma quantidade significativa de calor. Nesse caso, podem ser necessrias medidas

    para controlar a temperatura a fim de prolongar sua vida til e aumentar a confiabilidade dos

    equipamentos.

    Ao se considerar um componente eletrnico que produz calor em isolamento, ento,

    durante a operao, sua temperatura subir at que o calor produzido dentro do dispositivo se

    torne igual ao calor perdido para as adjacncias, e o dispositivo tenha atingido o equilbrio. A

    taxa de perda de calor de um objeto quente governada aproximadamente pela Lei do

    Resfriamento de Newton - que afirma que a taxa de perda de calor proporcional diferena

  • 16

    de temperatura entre o corpo e as adjacncias. Conforme a temperatura do componente sobe,

    a perda de calor aumenta. Quando a perda de calor por segundo iguala o calor produzido por

    segundo dentro do componente, o dispositivo atingir sua temperatura de equilbrio. Essa

    temperatura pode ser alta o bastante para encurtar a vida do componente ou mesmo fazer com

    que o dispositivo falhe.

    Alm da elevada temperatura sobre os equipamentos eletrnicos, a corroso dos

    equipamentos eletrnicos como os sistemas de transmisso e distribuio de energia eltrica,

    causada pelos particulados suspensos no ar ambiente em conjunto com a umidade relativa,

    comum em um ambiente sem sistema de climatizao adequado. Tais fatores causam

    prejuzos econmicos decorrentes da necessidade de reposies de peas e paradas de

    processo. Brusamarello et al. (apud RIEDER, 2009) apontam que pases industrializados

    como os EUA apresentam prejuzos da ordem de 300 bilhes de dlares anuais, se calculado

    os efeitos diretos e indiretos da falha dos equipamentos. Tais valores superam catstrofes

    como enchentes e fogo naquele mesmo pas.

    Cappulli (1992) estima que os prejuzos causados pela corroso para um pas

    industrializado girem em torno de aproximadamente 3,5% do seu PIB. Estima-se que no

    Brasil os prejuzos decorrentes da corroso ultrapassem 30 bilhes de dlares anuais.

    (RIEDER, 2009)

    nesses casos que medidas de gerenciamento das condies ambientais precisam ser

    tomadas dentro dos abrigos.Tais medidas devem ser aplicadas a um circuito completo ou

    dispositivo que incorpore o controle da temperatura devido ao calor produzido por

    componentes individuais, bem como os nveis de umidade e de existncia de particulados no

    ar ambiente dos abrigos.

  • 17

    Figura 1: Montagem de equipamentos internos ao Eletrocentro. (EMERSON, 2012)

    O uso de equipamentos de ar condicionado, filtragem e pressurizao so imprescindveis

    nos abrigos a fim de reduzir alm do fator trmico, os efeitos da corroso nos equipamentos

    instalados. Geralmente os sistemas integrados armazenam equipamentos de alta dissipao de

    potncia, fazendo com que as temperaturas sejam elevadas em um curto espao de tempo. A

    confiabilidade do sistema de refrigerao deve ser a mais alta possvel para que no

    prejudique diretamente os equipamentos e a produo (ANSI/ISA-S71.04. 1985).

    Na Figura 2 pode-se ver a distribuio dos equipamentos dentro de um tipo de abrigo, os

    Eletrocentros.Os Eletrocentros so subestaes pr-fabricadas para abrigo de equipamentos de

    automao e distribuio de potncia dentro de indstrias.

  • 18

    Figura 2: Equipamentos instalados internos ao Eletrocentro. (EMERSON, 2012)

  • 19

    2.2. SISTEMA DE CLIMATIZAO

    O Sistema de climatizao em um abrigo importante por dois motivos: controlar a

    temperatura e a umidade sobre os equipamentos abrigados.

    O sistema de climatizao deve possuir ar condicionado com a finalidade de extrair o calor de

    uma fonte quente, transferindo-o para uma fonte fria. Isto possvel por meio do sistema

    evaporador e condensador. O ar quente do ambiente aspirado pelo ventilador passando pelo

    filtro para retirada de partculas de poeira suspensa no ar. Depois passa pelo evaporador que

    refrigera o ar e finalmente o ar retorna para o ambiente mais limpo e refrigerado. Quando o ar

    passa pelo evaporador ele perde umidade. (MENDES, 1984)

    Por motivos de segurana os abrigos so equipados com redundncia de 100% sobre os

    aparelhos de ar condicionado. Isso visa a alternncia entre os aparelhos, o que aumenta a vida

    til dos aparelhos, e para o caso de falha de uma mquina, a outra tomaria conta da

    refrigerao, operando todo o tempo necessrio, at o concerto ou troca da mquina

    danificada.

    2.2.1.Componentes:

    Segundo Pirani (2005), um sistema de climatizao deve possuir:

    a) Ventilador

    Em um aparelho de ar condicionado existe o ventilador eltrico, para forar a passagem do

    ar. Comumente, utiliza-se um motor com eixo duplo, sendo numa extremidade, colocado um

    ventilador do evaporador e noutra o ventilador do condensador.

    b) Grupo Refrigerador

    formado por compressor, evaporador e condensador.

    c) Sensor de temperatura e umidade

  • 20

    Tem por finalidade medir as grandezas de temperatura e umidade ambiente, informando a

    todo tempo a medidas no interior do abrigo. O elemento sensor deve ser colocado em contato

    com o ar ambiente que aspirado pelo ventilador. O elemento sensor de medio das

    grandezas internas deve ser colocado prximo a grelhas de retorno do ar ambiente e no nas

    grelhas de sada do ar em um aparelho de ar condicionado.

    O ciclo de refrigerao comea pelo compressor que aspira ao fluido refrigerante do

    evaporador e o comprime da sada do compressor at a vlvula de expanso. Um ventilador

    fora a troca do calor com o ambiente externo, neste ponto o fluido passa do estado gasoso

    para o estado lquido. Quando isso ocorre a vlvula de expanso libera o fluido refrigerante no

    lado do evaporador, onde o fluido sofre uma queda brusca de presso e evapora, retirando o

    calor do ambiente. Ento, novamente o fluido aspirado pelo compressor. Isso acontece num

    clico constante.

    Em um ciclo de refrigerao por compresso, existem basicamente quatro componentes

    principais:

    Compressor;

    Condensador;

    Dispositivo de expanso (vlvula de expanso);

    Evaporador.

    O fludo refrigerante, na forma de lquido saturado, passa pelo dispositivo de expanso

    (vlvula de expanso), onde submetido a uma queda de presso brusca, e passa a ter dois

    estados, o lquido e o gasoso. O fludo refrigerante, nesse ponto, denominado de flash gs.

    Ento o fludo conduzido pelo evaporador, onde absorver calor do ar ambiente a ser

    refrigerado, vaporizando-se.

    Na sada do evaporador, na forma de gs, o fludo sugado pelo compressor, que eleva

    sua presso (e temperatura), para que possa ser conduzido atravs do condensador. Este

    ceder calor ao ambiente externo, condensando o fludo e completando o ciclo. O ventilador

  • 21

    efetua a circulao de ar, fazendo com que o ar a ser resfriado entre em contato com a

    serpentina do evaporador.

    A evaporao a etapa em que o fludo refrigerante entra na serpentina do evaporador,

    como uma mistura predominantemente lquida. O ventilador fora a passagem do ar ambiente

    pela superficie dos tubos da serpentina, aumentando a velociade da troca do calor ambiente,

    com o fludo refrigerante. Ao receber calor, o fludo saturado vaporiza-se, utilizando-se do

    calor latente para poder maximizar a troca de calor.

    A funo do compressor comprimir o fludo refrigerante, elevando a presso do fludo.

    Em um ciclo ideal, a compresso considerada adiabtica reversvel (isoentrpica), ou seja,

    desprezam-se as perdas. Na prtica, perde-se calor ao ambiente nessa etapa, porm, no

    significativo em relao potncia de compresso necessria.

    A condensao a etapa aonde ocorre rejeio de calor do ciclo. No condensador, o

    fludo na forma de gs saturado condensado ao longo do trocador de calor, que em contato

    com o ar cede calor ao meio ambiente.

    A expanso a etapa aonde ocorre uma perda de presso brusca, porm controlada, que

    vai reduzir a presso do fludo da presso de condensao, para a presso de evaporao. Em

    um ciclo ideal, ela considerada isoentlpica: despreza-se as variaes de energia cintica e

    potencial.

  • 22

    2.3. PRESSURIZAO

    2.3.1.Sistema de Pressurizao

    O objetivo da pressurizao de manter o ar ambiente interno dos abrigos de

    equipamentos eletrnicos livre de contaminantes externos, como poeiras provenientes do

    ambiente externo. Isso evita que esses contaminantes, no interior dos abrigos, possam se

    acumular sobre os circuitos eletrnicos, o que aumenta o processo de corroso, conforme

    (ANSI/ISA-S71.04. 1985), podendo at causar curto circuito, dependendo do tipo de

    particulado suspenso no ar.

    Um espao considerado pressurizado quando recebe um suprimento continuo de ar, que

    possibilite manter um diferencial de presso entre esse espao e os adjacentes. Isso feito

    preservando-se um fluxo de ar atravs de uma ou vrias trajetrias de escape, que conduzem o

    ar para o exterior do ambiente pressurizado. (IT-13/2011)

    Para proteger os abrigos de contaminaes provenientes de ambientes adjacentes, com

    menor nvel de limpeza, as salas devem ser mantidas a presses estticas maiores que a

    presso do ambiente externo, para prevenir infiltraes. O volume de ar insuflado deve ser

    suficiente para o nmero de pessoas que trabalham na sala, assim como deve ser suficiente

    para manter o ambiente pressurizado. Deve-se levar em conta o ar de retorno e as fugas por

    frestas. Existem basicamente trs tipos de sistemas de segregao de ambientes, definidos

    pela (ISO 14644-1999), que so: a) Deslocamento (baixo diferencial de presso, alto fluxo de

    ar), b) diferencial de presso (alto diferencial de presso, baixo fluxo de ar) e c) barreiras

    fsicas.

  • 23

    Figura 3: Segregao por diferencial de presso (CAPULLI, 1992)

    Nos abrigos de equipamentos eletrnicos, aplica-se a segregao de ambiente, tipo

    diferencial de presso, no interior do ambiente da sala. Esse diferencial de presso

    responsvel pela formao de fluxos de ar nas frestas do ambiente, evitando a infiltrao de

    contaminantes, de acordo com a Figura 3.

    O diferencial de presso recomendado de 15 a 30 Pa, permitindo assim a abertura de

    portas, e evitando a formao de fluxos turbulentos que podem gerar refluxos para o interior

    do ambiente.

    Para calcular a pressurizao de um ambiente fechado necessrio assumir uma diferena

    de presso, que no caso dos abrigos giram em torno de 25 Pa.

    Como os abrigos so hermeticamente fechados, instalado numa das paredes um damper

    regulador de vazo, para sada do ar insuflado e para a regulagem da presso interna da sala.

    O balano de massa fica:

    damperexternoar retornoinsuflado VVVV Equao 1

    Onde:

    Vdamper a vazo de ar pelo damper regulador de vazo;

    Vinsuflado a vazo de ar externa insuflado no exterior da sala;

    Var externo a tomada de ar externa;

  • 24

    Vretorno a vazo de ar que retorna para as mquinas de ar condicionado.

    Aplicando a equao de Bernoulli para a vazo de ar externa tem-se:

    25,0 vdP Equao 2

    Onde:

    P a diferena de presso admitida;

    d densidade de ar (1,2kg/m3);

    v a velocidade de escoamento.

    Portanto, a velocidade de escoamento mnima para 15Pa v = 25 m/s

    Figura 4: Sistema de Pressurizao

    FONTE: O Autor

  • 25

    Para determinao do primeiro valor de suprimento de ar, necessrio para obteno de um

    diferencial de presso entre o ambiente a ser pressurizado e os ambientes contguos, deve-se

    adotar a Equao 3. Essa equao, depende diretamente da rea de restrio e do diferencial

    de presso, entre os ambientes contguos. A rea de restrio, determinada pelo escape de ar

    para fora do espao a ser pressurizado, quando o ar passa, por exemplo, pelas frestas.

    NPAP

    1827,0 Equao 3

    Onde:

    Q o fluxo de ar (m3/s)

    A a rea de restrio (m2)

    P o diferencial de presso (Pa)

    N um ndice de vazo de ar pelas frestas

    No caso de frestas em vos estreitos, tais como frestas em torno de janelas, N = 1,6 e para

    portas N=2. Para efeitos de calculo, nesta dissertao, considera-se o pior caso que N=2,

    conforme instruo tcnica nmero 13/2011.

    2.3.2.Componentes do Sistema de Pressurizao

    2.3.2.1. Filtro rotativo

    Como o sistema de pressurizao capta ar externo para pressurizar e fazer a troca de ar

    interna do abrigo, e o ar externo carregado de partculas suspensas, foram utilizados dois

    tipos de filtros. O primeiro um filtro de ar do tipo rotativo automtico para separao da

    sujeira grossa, e o segundo um filtro de ar tipo bolsa, classe F1 conforme NBR-6401/1980

    (NBR 6401/1980). Os dois filtros forampostos em srie.

  • 26

    O filtro de ar do tipo rotativo (TROX, 2012) garante a durabilidade do sistema sem que

    haja manuteno precoce, aumentado assim o tempo necessrio para troca do filtro e de

    parada do sistema para manuteno. Isso porque seu sistema construtivo, que consiste numa

    manta de material filtrante classe G3, montada sobre um tambor cilndrico (1) rotativo,

    apoiado numa das pontas de um quadro (2) e na outra ponta montado outro rolo com um

    motor, para ir desenrolando de um lado e enrolando o filtro no outro, conforme o filtro for

    saturado por particulados. Parte da manta estendida sobre o quadro (2), por onde passa o ar a

    ser filtrado, e um sensor diferencial de presso (3) detecta o aumento da queda de presso

    sobre o filtro, assim que esse for sendo saturado, e aciona o motor que desenrola de uma ponta

    e enrola o filtro na outra ponta, at que toda a manta estendida for substituda (a parte saturada

    por uma nova), conforme Figura 5.

    Figura 5: Filtro Rotativo Automtico F100 (TROX, 2012)

    2.3.2.2. Damper regulador de vazo

    O damper regulador de vazo, um dispositivo que regula a passagem do ar, por meio da

    abertura e fechamento da passagem do ar, atravs de aletas montadas em um quadro instalado

    na sada do ar interno, para o ambiente externo. A regulagem da presso interna do abrigo

  • 27

    feita pela abertura do damper regulador de vazo, juntamente com um sensor diferencial de

    presso, para o ajuste da presso.

    Figura 6: Damper Regulador de Vazo

    FONTE: O Autor

    2.3.2.3. Ventilador

    Os ventiladores so mquinas que, por meio de rotao de um rotor provido de ps

    adequadamente distribudas e acionado por um motor, permitem transformar a energia

    mecnica do rotor, em formas de energia potencial de presso e de energia cintica. Com essa

    energia produzida, o ar torna-se capaz de vencer as resistncias a sua passagem, produzidas

    pelo atrito com os filtros, grelhas e dutos de distribuio.

    Para especificar um ventilador necessrio saber qual a vazo de ar a ser fornecida

    (Q) e a presso total aplicada ao ar (Pt). A vazo o volume de ar fornecido pelo ventilador na

    unidade de tempo. J a presso total aplicada ao ar indica a energia total recebida pelo ar e por

    isso o ar pode escoar ao longo dos dutos e atravs dos filtros.

  • 28

    2.4. DISSIPAO TRMICA E UMIDADE

    O controle e monitoramento, tanto da temperatura quanto da umidade dentro de abrigo,

    so obrigatrios para prolongar e evitar danos a equipamentos eletrnicos sensveis.

    Tanto a temperatura, quanto a umidade, possuem efeitos devastadores sobre equipamentos

    eletrnicos. Alm disso, esses equipamentos dissipam grandes quantidades de energia trmica,

    que em ambientes fechados, s faria aumentar a temperatura interna, chegando a uma

    temperatura critica para o bom funcionamento e a confiabilidades desses equipamentos, se

    no houvesse o sistema de climatizao. Um exemplo da distribuio de calor, causada pelo

    funcionamento de um dispositivo eletrnico, apresentado pela Figura 7.

    Figura 7: Dissipao trmica em um dispositivo eletrnico (HUMPHRIES, 2006).

    Os dispositivos semicondutores possuem um limite terico para a sua temperatura interna

    mxima de funcionamento, chamada de temperatura intrnseca. A temperatura intrnseca a

    temperatura na qual a densidade de portadores intrnsecos, na regio mais levemente dopada

    do dispositivo, se iguala densidade de portadores dopantes da regio. Por exemplo, em

    regies levemente dopadas de um diodo de silcio, a temperatura intrnseca em torno de

    280C. Se essa temperatura for excedida, as propriedades retificadoras da juno se perdem.

    (HUMPHRIES, 2006)

  • 29

    Enquanto as pessoas, em geral, toleraram flutuaes moderadas da temperatura, o mesmo

    no acontece para os equipamentos eletrnicos. Se a temperatura de uma zona crtica

    demasiadamente alta ou baixa, a integridade da informao e a confiabilidade da operao

    podero estar comprometidas. Ademais, os equipamentos eletrnicos geram calor, o que faz

    aumentar a dificuldade de controlar a temperatura de maneira precisa. Para impedir o

    sobreaquecimento, que pode danificar os delicados circuitos, ou anular a garantia do

    fabricante, os fabricantes de equipamentos de informtica, telecomunicaes e demais

    equipamentos eletrnicos, especificam tolerncias de temperatura estreitas, em geral dentro de

    uma faixa de 22-24 C ( 2 C).

    O controle da umidade relativa, em zonas critica, to importante quanto regular a

    temperatura. As normas ambientais, para muitos tipos de equipamentos, demandam uma

    umidade relativa de 45-50%, com uma variao mxima de () 5% por hora (NEUHAUS,

    2007). O excesso de umidade no ar faz com que ocorra a condensao da umidade sobre

    circuitos eletrnicos. Essa condensao, combinada com taxas de contaminantes no ar,

    aumenta a corroso, a qual poder causa defeitos e falhas nos equipamentos (NEUHAUS,

    2007).

    O efeito da corroso dos contatos e componentes em placas de circuitos impresso,

    causados pela umidade, so da ordem de 30-40% de todos os defeitos em equipamentos

    eletrnicos (NEUHAUS, 2007). O excesso de umidade tambm poder causar aumento de

    tamanho em papis, criando graves problemas na operao de qualquer dispositivo que utilize

    tais papis, tal como impressoras, copiadoras, etc.. fato irrefutvel que todo equipamento

    eletrnico, exposto umidade, sofre com a oxidao e a corroso dos seus conectores,

    contatos, gabinetes e placas de circuito impresso.

    Uma umidade excessivamente baixa um problema to grande quanta a umidade alta. Em

    um ambiente com o ar muito seco, podem ocorrer fagulhas devido eletricidade esttica, as

    quais podero causar estragos nos equipamentos, danificando componentes e confundir o

    processamento de informaes. Nos equipamentos magnticos, tais como discos e fitas,

  • 30

    podem ocorrer desprendimento de oxido, aumentando assim a possibilidade de alterar ou

    perder de dados.

    Uma vez visto a importncia do sistema de ar condicionado num ambiente que abriga

    diversos equipamentos eletrnicos de alto valor agregado, percebe-se a necessidade que tem o

    controle do sistema de climatizao ser confivel e eficaz.

    O custo do resfriamento de um abrigo para equipamentos eletrnicos sensveis irrisrio,

    se comparado ao custo dos prprios equipamentos protegidos, e principalmente quando se

    leva em conta ainda os custos desses equipamentos parados, por motivo de manuteno.

    Levando-se em conta as situaes em que os equipamentos encontram-se em locais de difcil

    acesso, ou distantes, como acontece nos equipamentos voltados indstria da minerao, os

    custos com deslocamento de equipes e equipamentos de manuteno tambm devem ser

    levados em conta.

    2.5. SENSORES

    Todo controle automatizado comea com a medio de parmetros de ambiente, com uma

    taxa de aquisio de dados cuja frequuncia definida de acordo com especificaes tcnicas

    do projeto, e sistema necessrios para o bom funcionamento dos equipamentos abrigados. O

    processo de medio uma cadeia de sensores, transdutores, converso analgica para digital

    e softwares de processamento.

    Erros e incertezas em qualquer ponto da cadeia podem afetar a preciso da medio e,

    finalmente, a capacidade do sistema de controle. Para ambos os sistemas de controle digital

    direto (DDC) e industrial, a maior fonte de impreciso normalmente o prprio sensor.

    Sensores de temperatura, umidade, vazo e presso so usados na medio de grandezas

    fsicas em abrigos. Sensores comerciais tm um requisito de preciso mnima, mas

    normalmente so escolhidos pelo seu baixo custo. Indstrias geralmente utilizam controles

    mais precisos e dispositivos robustamente embalados.

  • 31

    Os controladores lgicos aceitam diversos tipos de sinais de entrada proveniente dos

    sensores de temperatura, umidade, vazo e presso como 0-10 VDC, 4-20 mA ou sinais

    digitais de estado 0 e 1 ( ligado / desligado).

    Os tipos de sensores utilizados neste trabalho, para medio das grandezas fsicas

    necessrias para o controle do processo, conforme sugeridos por (THOMAZINI, 2009) so

    apresentados nas sees seguintes:

    2.5.1.Sensor de Presso

    Um sensor de presso mede a presso, tipicamente de gases ou lquidos. A presso

    uma expresso da fora necessria para parar a expanso de um fluido. As medidas de presso

    do cotidiano, como a presso dos pneus de um automvel, so normalmente feitas em relao

    presso do ar ambiente. Em outros casos, as medies podem ser feitas em relao a um

    vcuo ou a alguma outra referncia. Em linhas gerais, a presso pode ser definida como uma

    fora por unidade de rea que um material exerce sobre o outro, cujas unidades comuns para

    quantific-la so: psi (lb/in2) e Pa (N/m2).

    Um sensor de presso normalmente atua como um transdutor, que gera um sinal em

    funo da presso imposta. (KILIAN, 2004).

    Sensores de presso so usados no controle e monitoramento em milhares de aplicaes

    dirias. Sensores de presso tambm podem ser usados para medir indiretamente outras

    variveis, tais como fluido/gs de fluxo, velocidade, nvel de gua, e altitude. (KILIAN, 2004)

    Sensores de presso so compostos por duas partes:

    Converso de presso numa fora ou deslocamento.

    Converso de fora ou deslocamento em sinal eltrico.

    Pode-se definir a Presso diferencial como a diferena de presso entre dois pontos,

    distintos no circuito.Presses diferenciais so comumente usadas nos sistemas de processo

    industrial. Medidores de presso diferencial devem ter duas portas de entrada, cada uma

    conectada a um dos volumes, cuja presso deve ser monitorada.

  • 32

    2.5.2.Sensores de temperatura

    A seleo do elemento sensor de temperatura mais adequado parecida com a escolha dos

    elementos de presso. uma tarefa mais simples, pois no envolve necessariamente as

    caractersticas do fluido do processo.

    A faixa de medio, com os valores de trabalho, mximo e mnimo da faixa. As medies

    de temperaturas muito baixas (< -50 oC) e elevadas (>150 oC) requerem cuidados especiais.

    Para aplicao da proposta deste trabalho utilizou-se os termopares que so os sensores

    mais encontrados no controle de sistemas de climatizao.Os termopares transformam calor

    em um sinal eletrico. As duas extremidades de dois fios de metais diferentes (e.g., ferro e

    constantant), so tranadas juntas para formar duas junes, uma de medio e outra de

    referncia. Um voltmetro ligado em paralelo ir mostrar uma tenso termeltrica gerada pelo

    calor. Esta tenso funo da diferena de temperatura entre a juno de medio e a juno

    de referncia, que o princpio da medio da temperatura (NEUHAUS, 2007).

    Existem vrios tipos de termopares, designados por letras; cada tipo apresentando maior

    linearidade em determinada faixa de medio. Essa variedade de tipos facilita a escolha,

    principalmente porque h muita superposio de faixa, havendo uma mesma faixa possvel de

    ser medida por vrios termopares (NEUHAUS, 2007). A militenso gerada de corrente

    contnua. O termopar polarizado e cada metal corresponde a uma polaridade. Convenciona-

    se que o primeiro nome do termo corresponde ao plo (+).

    Os tipos mais utilizados so:

    tipo J, de Ferro (+) e Constantan (-), com faixa de medio at 900 oC. Para a

    identificao, o Fe o fio magntico.

    tipo K, de Cromo (+) e Alume1 (-), para a faixa de medio at 1.200 oC, sendo o

    Cromo levemente magntico.

    tipo T, de Cobre (+) e Constantant (-), para faixa at 300 oC. fcil a identificao

    do cobre por causa de sua cor caracterstica.

  • 33

    tipo S, com a liga (+) de Platina (90%) + Rdio (10%) e Platina pura (-). Atinge

    at medio de 1.500 oC e para identificao, platina pura a mais malevel.

    tipo R, tambm liga (+) de Platina (87%) + Rdio (13%) e Platina (-), com a

    mesma faixa de medio at 1.500 oC e identificando-se a platina pura pela maior

    maleabilidade.

    Cada curva de termopar diferente entre si e todas possuem regies no-lineares,

    conforme exemplo dado pela Figura 10. As curvas so necessrias e teis para a calibrao do

    receptor de termopar.

    Figura 8: Curvas dos vrios tipos de termopar (NEUHAUS, 2007)

    2.6. CONTROLADOR LGICO PROGRAMAVEL

    Durante a dcada de 50, os dispositivos eletromecnicos foram os recursos mais utilizados

    para efetuar controles lgicos em mquinas. Tais dispositivos, baseados principalmente em

    rels, tinham especial importncia na indstria automobilstica, em que a complexidade dos

    processos produtivos envolvidos exigia, no raro, instalaes em painis e cabines de controle

    com centenas de rels e, conseqentemente, um nmero maior ainda de interconexes deles.

    Tais sistemas de controle, apesar de funcionais, apresentavam problemas de ordem

    prticas bastante relevantes, como instalaes com grandes dimenses e dificuldade de

    projeto e manuteno. Outro fator ainda comprometedor o fato de que a programao lgica

  • 34

    do processo controlador era realizada por interconexes eltricas com lgica fixa.Eventuais

    alteraes na mesma exigiam interrupes no processo produtivo a fim de se interligarem-se

    os elementos.

    Com o surgimento dos componentes eletrnicos integrados em larga escala surgiram

    novas tecnologias para a automao industrial.Assim, a primeira experincia de um controle

    de lgica, que permitisse a programao por recursos de software foi realizada em 1968, na

    diviso de hidramticos da General Motors Corporation.

    Aliado ao uso de dispositivos perifricos capazes de realizar operaes de entrada e sada,

    um minicomputador, com sua capacidade de programao, pode obter vantagens tcnicas de

    controle, que suplantaram o custo que tal implementao representou na poca. Iniciava-se a

    era dos controladores lgicos programvel.

    A seguir so apresentados alguns conceitos bsicos do funcionamento de um controlador

    lgico programvel:

    Variveis de entrada: so sinais externos recebidos pelo controlador, os quais podem ser

    oriundos de fontes pertencentes ao processo controlado, ou de comandos gerados pelo

    operador. Tais sinais so gerados por dispositivos como sensores diversos, chaves, botoeiras

    ou sensores, dentre outros. (SILVEIRA, 1999).

    Variveis de sada: so dispositivos controlados por cada ponto de sada do controlador

    lgico programvel. Tais pontos podero servir para interveno direta no processo

    controlado, por acionamento prprio, ou tambm podero servir para sinalizao de estado.

    (SILVEIRA, 1999).

    Programa: seqncia especfica de instrues selecionadas de um conjunto de opes,

    oferecidas pelo controlador lgico programvel em uso e, que iro efetuar as aes de

    controle desejadas. Podem ativar ou no as memrias internas e os pontos de sada do

    controlador, a partir da monitorao do estado das mesmas internas e/ou dos pontos de

    entrada do controlador. (SILVEIRA, 1999).

  • 35

    3. PROPOSIO

    Este trabalho consiste em um projeto de automao de um sistema de climatizao para

    abrigos de equipamentos eletrnicos. Antes da elaborao deste projeto, a automao do

    sistema de climatizao era feita por meio de termostato, que ligava ou desligava as mquinas

    de ar condicionado, e um rel temporizador para alternncia no funcionamento das mquinas.

    O sistema proposto neste trabalho possui maior preciso, versatilidade de mudana no sistema

    ou na programao, e a interligao com a rede local para monitoramento, uma vez que os

    abrigos funcionam sem a presena de pessoas em seu interior.

    O abrigo para qual foi feito este projeto possui suas dimenses de largura, comprimento e

    altura na ordem de cinco metros, vinte metros e trs metros respectivamente, a ser instalado

    no ambiente de minerao, para distribuio de energia e controle do ptio fabril.

    O ambiente ao qual se destina o abrigo agressivo, com grande quantidade de

    particulados no ar exterior, poeira proveniente do processo de minerao.

    A automao da climatizao contm controle que mantenha a temperatura interna em

    22C 2C, a umidade inferior a 50%, alm de pressurizao e tratamento do ar interno, e

    deve ser feita por um controlador lgico programvel.

  • 36

    CLP

    ENTRADAS

    SADAS

    MQUINA DE AR

    CONDICIONADO 1

    MQUINA DE AR

    CONDICIONADO 2

    PRESSURIZADOR

    TOMADA DE AR EXTERNO

    MANUAL SENSORES

    DAMPER

    REGULADOR DE

    PRESSO

    REDEABRIGO

    Figura 9: Arquitetura Proposta

    Fonte: O Autor

  • 37

    4. MATERIAIS E MTODOS

    Neste captulo sero apresentados as caractersticas dos materiais utilizados, e os

    procedimentos tomados para a realizao dos ensaios. Foi realizado um estudo para o

    dimensionamento de um sistema de climatizao adequado e eficiente de funcionamento.

    4.1. METODOLOGIA

    A metodologia utilizada para o cumprimento dos objetivos foi baseada no fluxograma

    representado na Figura 10.

    LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES

    PARA O SISTEMA DE CLIMATIZAO

    LEVANTAMENTO

    BIBLIOGRAFICO

    ESPECIFICAO DOS COMPONENTES E

    DESENVOLVIMENTO DO DIAGRAMA

    ELTRICO DE CONTROLE

    DESENVOLVIMENTO DO

    SOFTWARE DE CONTROLE

    DESENVOLVIMENTO DO

    FLUXOGRAMA DE PROCESSO

    DESENVOLVIMENTO DO

    FLUXOGRAMA DE

    FUNCIONAMENTO DO SISTEMA

    ENSAIOS VIRTUAIS

    DO SOFTWARE

    MONTAGEM E ENSAIOS FSICOS

    DO SISTEMA INTEIRO

    ANALISE E DISCUSSES

    DOS RESULTADOS

    CONCLUSES

    SISTEMA ATENDE

    A NECESSIDADE

    SIM

    NO

    Figura 10: Fluxograma da Metologia

  • 38

    Antes de iniciar o desenvolvimento deste trabalho, foi feito um levantamento do

    funcionamento do sistema de climatizao e pressurizao de abrigos existentes, alm do

    estudo do funcionamento das mquinas de ar condicionado industriais.

    Na etapa levantamento bibliogrfico, foram levantados livros e documentos (artigos e

    dissertaes) que pudessem ser utilizados para elaborao do trabalho. Os livros utilizados

    foram sobre climatizao, refrigerao, termodinmica, automao e controle e todo o

    conhecimento terico necessrio para o desenvolvimento desta dissertao.

    O desenvolvimento dos fluxogramas se deu com base no conhecimento adquirido no

    levantamento bibliogrfico, e no conhecimento tcito sobre o funcionamento de cada

    equipamento de climatizao.

    Com base no funcionamento dos equipamentos selecionados, e no fluxograma de

    processo, foi dimensionado o CLP e elaborado o diagrama de interligao. Aps essa etapa, o

    software foi desenvolvido na plataforma do LOGO! e ensaiado virtualmente na mesma

    plataforma.

    Aps a montagem de todos os equipamentos do sistema, foram feitos ensaios para

    verificar se o sistema funcionava de acordo com o projetado. Para isso os ensaios foram feitos

    com base no fluxograma de funcionamento.

    Depois dos ensaios, foi verificado se o sistema proposto e o fluxograma de

    funcionamento eram adequados para atender os requisitos de funcionamento de um sistema de

    climatizao para abrigos de equipamentos eletrnicos, alm de prever e corrigir problemas e

    defeitos que poderiam ocorrer aps o sistema entrar em funcionamento, bem como verificar

    futuras melhorias e aperfeioamentos.

    Durante todas as atividades, decorrentes deste trabalho, foram verificadas melhorias, e

    uma preocupao quanto ao atendimento da necessidade de climatizao do abrigo.

  • 39

    4.2. MATERIAIS

    4.2.1. Mquina de ar condicionado selecionada

    Com base no clculo da carga trmica, e nos dados das mquinas de ar fornecidos pelo

    catlogo da CARRIER (CARRIER, 2011), a mquina de ar condicionado selecionada para

    este projeto do tipo ROOF TOP, modelo 40RTA300446VH, fornecido pela fabricante

    Carrier. Essa mquina foi escolhida por causa da robustez, versatilidade e facilidade de

    montagem em campo. Outra vantagem que possvel instalar a unidade condensadora junto

    com a unidade evaporadora, no mesmo ambiente, e, com isso, reduzir a interligao

    frigorfica, como mostrado na Figura 11.

    Figura 11: Unidade Evaporadora40RT e Unidade Condensadora 38AB - Fabricante Carrier

    (CARRIER, 2011)

  • 40

    4.2.1.1. Diagrama eltrico da mquina de ar condicionado

    Figura 12: Diagrama Eltrico da mquina de ar condicionado Desenho Springer Carrier No.

    11702410

    4.2.2.Sistema de Pressurizao

    A pressurizao do ambiente interno do abrigo feita por uma caixa de ventilao (2), que

    aspira o ar externo atravs de uma grelha de entrada (5) e de um ventilador (1). O ar filtrado

    com um sistema de dois filtros. Primeiramente um filtro tipo rotativo classe G1 (classificao

    conforme EN 779:2002 (EN 779:2002) (4), para retirada de boa parte do particulado

    suspenso no ar e um segundo filtro, que um filtro do tipo bolsa classe G3, para filtragem do

    restante das partculas que no forem seguras pelo primeiro filtro. Aps esse processo, o ar

    limpo e mido levado at o retorno do ar, insuflado dentro da sala.

  • 41

    Aplicando o ar no retorno do ar insuflado, o ar proveniente do sistema de pressurizao e

    refrigerado, ao passar pela condensadora, perde boa parte da umidade antes de entrar no

    abrigo. Se o ar interno continuar com humidade acima de 50%, a condensadora continua

    ligada, retirando tanto a umidade proveniente do sistema de pressurizao, quanto do ar de

    retorno do ambiente interno. Esse processo continua at a umidade cair abaixo de 50%.

    Um sensor de diferencial de presso verifica a saturao do filtro rotativo. Sempre que a

    queda de presso for aumentando por causa da saturao do filtro, o material filtrante gira, at

    que toda superfcie filtrante seja trocada.

    Na Figura 13 pode-se ver o esquema de uma caixa de ventilao aplicada ao sistema

    de pressurizao:

    Figura 13: Caixa de Ventilao (TROX, 2012)

    Alm da caixa de ventilao, o sistema de pressurizao conta com um damper

    regulador de presso, que constitudo de chapa galvanizada e fornecidos com lminas com

    orientao paralela. Esse damper colocado numa abertura feita na parede de um lado do

    abrigo. Desse jeito, ao fechar ou abrir as lminas, tem-se um controle da vazo do ar do

    interior do ambiente. Desse modo pode-se controlar a presso interna do abrigo, juntamente

    com o indicador de presso diferencial (PDI), para uma presso positiva adequada ao sistema.

  • 42

    Figura 14: Vista lateral de locao dos equipamentos na planta.

    Figura 15: Vista superior de locao dos equipamentos na planta.

  • 43

    4.2.3.Controlador lgico programvel - CLP

    O controle do sistema de automao foi desenvolvido utilizando-se o controlador

    LOGO! modelo LOGO! 12/24RC da empresa Siemens. Considerou-se um microCLP que

    possui oito entradas digitais e dessas oito entradas, quatro podem ser usadas como entradas

    analgicas ( 0-10V) e quatro sadas a rele.

    Entretanto, no projeto desenvolvido, foi necessria a utilizao dos mdulos de

    expanso chamado LOGO! DM8 12/24R, que possui quatro entradas digitais e mais quatro

    sadas digitais, alm de um mdulo de comunicao, para interligao com a rede local, pelo

    cliente modelo CM AS-Interface.

    O controlador foi alimentado por uma fonte 24Vac e as interligaes foram feitas

    conforme mostrado na Figura 18.

    4.2.4.Transmissor de temperatura e umidade

    O transmissor de temperatura e umidade, utilizado neste trabalho, foi o RHT-WM da

    empresa NOVUS. Esse transmissor incorpora sensores de alta preciso e estabilidade,

    para medio de temperatura e umidade relativa. O valor medido convertido em um

    sinal de sada em tenso 0 a 10 Vcc.A sua configurao feito por meio da interface de

    comunicao TxConfig e software sob sistema operacional Windows.

  • 44

    Ilustrao 16: Sensor de temperatura e umidade RHT-DW da empresa NOVUS [34]

    4.2.4.1. Detalhes do Produto[34]

    Caracteristicas Gerais

    o Alimentao: 18 a 30 Vcc (modelo 0-10 V).

    o Sada:

    Tenso 0-10 Vcc ou 10-0 Vcc (opcional).

    o Carga na Sada (RL):

    Modelo 0-10Vcc: Mnimo 10 kOhms.

    o Proteo interna contra inverso da polaridade da tenso de alimentao.

    o Entrada de cabos: Prensa cabos PG7.

    o Limites operacionais:

    Sensor e Haste (RHT-DM).

    Mdulo Eletrnico: -10 a +65C, 0 a 95%RH.

    o Faixa do sinal de sada configurvel.

  • 45

    Canal de Umidade

    Resoluo da sada: 0,022 mA (4-20 mA) ou 0,015 V (0-10 V).

    Preciso: ver figura.

    Repetibilidade: 1%RH.

    Histerese: 1%RH.

    No-linearidade:

  • 46

    5. DESENVOLVIMENTO

    Neste captulo, encontra-se descrito o desenvolvimento da automao do sistema de

    climatizao, projetado e instalado em um abrigo destinado a rea de minerao.

    O projeto inclui o controle das mquinas de ar condicionado e do sistema de

    pressurizao, com possibilidade de ligao em rede. Alm disso, o controle pode ser feito de

    modo automtico ou manual. O controle tambm interligado ao sistema de incndio, para

    desligamento total das mquinas de ar condicionado e da pressurizao, no caso de atuao do

    sistema de combate a incndio.

    5.1. DESCRIO DO SISTEMA

    O sistema proposto compreende um controle de climatizao, interligado a pressurizao

    da sala. O controle da temperatura e umidade da sala so feitos por meio das mquinas de ar

    condicionado, que so controladas por meio de um controlador lgico programvel. O

    controlador lgico programvel pode ser ligado a rede local, para monitoramento distncia.

    A pressurizao feita por um ventilador, conjunto de filtros, sensor diferencial de presso e

    damper regulador de vazo.

    O sistema de climatizao e pressurizao foi aplicado a uma subestao eltrica pr-

    fabricada, tambm conhecida como abrigo. A subestao est destinada a ser instalada em

    uma empresa de minerao.

  • 47

    E-1

    E-2

    E-3

    E-4

    E-5E-6

    E-7 E-8V-1 V-2

    AB

    RIG

    O

    V-6 V-7

    PD

    S

    ZS

    H

    DI-1

    PD

    S

    DI-2

    V-5 V-4ZS

    LH

    DI-4

    ZS

    HL

    DI-3

    DO

    -2

    DO

    -1

    DO

    -4D

    O-5

    FS

    L

    FS

    L

    DI-5

    DI-6

    PD

    I

    TT

    MT

    AI-1

    A1

    -2

    V-8

    TT

    MT

    AI-3

    AI-4

    AM

    BIE

    NT

    E E

    XT

    ER

    NO

    E-10

    DO

    -3

    DO

    -6

    E-11

    EN

    TR

    AD

    A

    DE

    AR

    SA

    DA

    DE

    AR

    M

    qu

    ina

    de

    ar

    co

    nd

    icio

    na

    do

    1 M

    qu

    ina

    de

    ar c

    on

    dic

    ion

    ad

    o 2

    DO

    -7

    P-63

    Figura 17: Diagrama de Processo do Sistema de Climatizao

  • 48

    A Figura 17 mostra o diagrama de processo do sistema proposto neste trabalho. Foram

    utilizadas simbologia de vlvula de reteno para simbolizar damper sobre presso (V-1, V-2,

    V-6, V-7 e V-8). Na primeira parte do diagrama est a entrada de ar no filtro rotativo E-3 e um

    sensor diferencial de presso (SDP), que por meio do monitoramento da queda de presso

    sobre o filtro, causada pela saturao do filtro, aciona um motor que rebobina o filtro,

    deixando uma parte no saturada para a passagem do ar. H um sensor de fim de curso ZSH,

    ligado a entrada do CLP DI-1, que sinaliza o fim do filtro rotativo, para ser providenciada a

    troca desse filtro.

    Aps a passagem do ar pelo filtro rotativo, o ar atravessa um segundo filtro E1 para a

    retirada de partculas mais fina de p. O filtro E1 monitorado por outro SDP, ligado a

    entrada do CLP DI-2. O ar sugado atravs dos filtros E3 e E1 pela caixa de ventilao E4 e

    jogado dentro da caixa de mistura E2. Essa caixa recebe o ar proveniente do retorno, para as

    mquinas de ar condicionado, e o ar externo para pressurizao e troca do ar interno. O

    ventilador da caixa de ventilao E4 acionado pela sada digital DO-7 do controlador.

    O sistema possui duas mquinas de ar condicionado, dimensionadas cada uma para a

    capacidade trmica total da sala, trabalhando em sistema de revezamento, sendo uma operante

    e outra reserva, e vice-versa. Entre a caixa de ventilao E2 e a unidade evaporadora das

    mquinas de ar condicionado E-7 e E8, existe um damper sobre presso (V-1 e V-2

    respectivos), que permite a passagem do ar apenas em uma direo, como mostrado na Figura

    17.

    As evaporadoras E-7 e E-8, so controladas pelas sadas digitais do CLP DO-1 e DO-2. As

    condensadoras E-6 e E-5 so controladas pelas sadas digitais DO-2 e DO-5 respectivamente.

    J as vlvulas de expanso das mquinas de ar condicionado, que na Figura 17 esto

    representadas pelas figuras V-5 e V-4, possuem um alarme de baixa e alta presso, para os

    casos de vazamento do gs refrigerante ou defeito na vlvula de expanso. Esses alarmes

    esto interligados s entradas digitais do CLP DI-4 e DI-3.

  • 49

    Na sada das evaporadoras E-7 e E-8, existe um damper sobre-presso V-6 e V-7, para

    cada uma. A funo desse damper no permitir que o ar proveniente de uma das duas

    mquinas de ar condicionado entre diretamente na outra evaporadora, nos casos em que

    apenas uma das duas mquinas de ar condicionado estiver funcionando. Foi colocado tambm

    um sensor de fluxo de ar FSL aps cada um dos damper sobre-presso V-6 e V-7, e foram

    ligados as entradas digitais do CLP DI-6 e DI-5, nessa mesma ordem.

    O ar ambiente interno dos abrigos monitorado por um sensor de temperatura TT e de

    umidade MT ligados s entradas analgicas do CLP AI-1 e AI-2 . Para o ar ambiente externo

    aos abrigos, foram locados um sensor de temperatura TT e um de umidade MT, interligados s

    entradas digitais do CLP AI-3 e AI-4, todos respectivos.

    J na sada do ar do abrigo, foi colocado um damper regulador de vazo V-8 e um

    indicador de presso diferencial PDI, utilizados para a regulagem manual da presso.

    Conforme a presso interna dos abrigos diminui ou aumenta possvel fechar ou abrir o

    damper, e visualizar no indicador de presso diferencial PDI, observando o comportamento

    da presso interna.

  • 50

    5.2. SISTEMA DE CLIMATIZAO

    5.2.1.Bases de clculo

    No clculo de dimensionamento das mquinas de ar condicionado foram considerados as

    seguintes premissas:

    Paredes Externas/Cobertura: constitudas de chapas de ao carbono com isolamento

    trmico tipo poliuretano com 80 mm de espessura e transferncia trmica de 0,3 KCal/h x m

    x C. (MARTINELLI, 2003)

    Local:

    Paracatu - MG.

    Altitude = 687 m

    Latitude = 17 S

    Longitude = 47 O

    Condies Externas de Vero:

    Temperatura de Bulbo Seco: 36,5 C;

    Temperatura de Bulbo Umido: 26,7 C;

    Variao Diria: 6o C.

    Condies Internas

    Temperatura de Bulbo Seco: 23 2 C

    Umidade Relativa: 50% (sem controle)

  • 51

    5.2.2.Clculo

    Os clculos mostrados neste captulo utilizou-se como base a referncia bibliogrfica

    de KUTZ, 2006 e PIRANI, 2005.

    Penetrao de calor por conduo

    Qcond = U x A x t Equao 4

    U = 0,3 KCal/h x m x C Transmisso de calor das paredes e cobertura

    A = 250 m2 rea do Eletrocentro

    t = 13,5C Diferena de temperatura interna e externa mxima

    Qcond = 0,3 x 250 x 13,5 = 1012,5 KCal/h

    Radiao Solar

    Qrad = U x A x teq Equao 5

    teq = 7 C Acrscimo ao diferencial de temperatura (MARTINELLI, 2003)

    Qrad = 0,3 x 250 x 7 = 525 KCal/h

    Outros fatores considerados

    Qp = 200Kcal/h Dissipao para duas pessoas presentes;

    Qren = 5000,0 KCal/h Renovao do Ar;

    Carga trmica dos equipamentos

    Qequi = 44900 KCal/h

  • 52

    Resultadados de clculos de carga trmica

    Q = Qcond + Qrad + Qren + Qp + Qequi Equao 6

    Q = 1012,5 + 525 + 5000 + 200 + 44900 = 51637,5 KCal/h

    Fator de calor sensvel de 70%

    5.3. CONTROLE MANUAL

    Para as situaes em que uma das mquinas pare de funcionar ou funcione de forma

    inadequada, o abrigo deve continuar a ser climatizado para a proteo dos equipamentos

    eletrnicos contra a elevao da temperatura e umidade. Por isso, foi previsto um sistema de

    controle manual das mquinas de ar condicionado.

    O diagrama da Figura 18 mostra as interligaes do controlador lgico programvel CLP

    com os sensores de temperatura e umidade, as sadas analgicas, das sadas digitais, para

    controle das mquinas de ar condicionado, bem como as entradas digitais. Por meio dessa

    figura, pode-se verificar o funcionamento do sistema manual de controle.

    Quando o controle feito pelo modo automtico o controlador lgico programvel CLP l

    as entradas analgicas (sensor de temperatura e de umidade) e, dependendo da lgica

    programada e dos valores das entradas, o CLP alterna os estado lgico das sadas (1, 2, 3, 4, 5

    e 6). J, no modo manual o controle passado para o modo manual por meio das chaves

    seletoras S1 e S2, para as mquinas de ar condicionado 1 e 2 respectivamente.

    O controle no modo manual feito por dois termostatos, uma para cada mquina de ar

    condicionado, conforme representados na Figura 18 pelo componente T1 e T2. J, o controle

    de umidade feito pela combinao do termostato, com um boto manual para ligar as

    resistncias, representadas na Figura 18 pelos componentes S3 e S4.

  • 53

    Figura 18: Interligao do Controlador

    No modo manual, o ventilador da mquina de ar condicionado fica ligado o tempo todo e,

    alternando-se o ajuste do termostato, pode-se ligar ou desligar o condensador. Com isso,

    possvel ligar ou desligar a refrigerao do ambiente. Para controlar a umidade, pode-se ligar

    ou desligar a refrigerao, em conjunto com a resistncia de aquecimento, para o caso da

  • 54

    temperatura ambiente estar muito baixa. Isso porque, com o simples fato de ligar o

    condensador, a umidade ambiente baixa, devido ao contato do ar mido com a superfcie fria

    do condensador.

    5.4. CONTROLE AUTOMTICO

    No modo de controle automtico das mquinas o controlador lgico programvel faz todo

    o controle independente da ao humana, da seguinte forma:

    Ao ligar o sistema o controlador lgico programvel, o CLP l todas as entradas digitais e

    analgicas, verificando se algum sensor est acionado. Se algum sensor estiver acionado, o

    processador envia um sinal atravs da rede proprietria do fabricante do CLP para a central de

    controle local mostrando qual sensor est acionado. Se for uma chave de fluxo, por exemplo,

    a equipe de manuteno j sabe que o ventilador dessa mquina de ar condicionado est

    parado, e pode providenciar a manuteno a tempo de no prejudicar o bom funcionamento

    do sistema.

    Perceba que o funcionamento descrito no paragrafo anterior no interrompe a ao ou

    funcionamento de nenhum equipamento ou a continuao do processo do fluxograma. Isso

    ocorre por que a prioridade do sistema a integridade dos equipamentos protegidos pelo

    sistema de climatizao e pelo abrigo, ou seja, qualquer que seja o sinal proveniente desses

    sensores, no deve interromper o funcionamento das mquinas de ar condicionado.

    Em seguida, o sistema verifica se o sistema de deteco e alarme de incndio est

    acionado. Se estiver acionado, o fluxo do ar deve ser interrompido, desligando-se as mquinas

    de ar condicionado e o sistema de pressurizao, para no prejudicar o acionamento do agente

    extintor, conforme NBR17240/2010 (SILVEIRA, 1999).

    Aps essas verificaes iniciais, o sistema inicia o temporizador para troca das mquinas

    de ar condicionado em operante e reserva, a cada setenta e duas horas. Logo em seguida, l os

  • 55

    sinais de temperatura e umidade, externas e internas, pelas entradas analgicas do CLP. Com

    esses dados, o controlador verifica as faixas de temperatura mostradas na Figura 19.

    Foram definidas quatro faixas de temperatura de controle do ar interno do abrigo, em

    funo das caractersticas de funcionamento dos equipamentos instalados.

    A primeira faixa de temperatura quando a temperatura interna do abrigo (T) for menor

    que a temperatura mnima (Tmin). A segunda, considerada temperatura normal de

    funcionamento, quando a temperatura interna ficar entre a temperatura mnima (Tmin) e

    temperatura mxima (Tmax). A terceira, quando a temperatura interna (T) ficar entre a

    temperatura mxima (Tmax) e a temperatura de limite (Tlim) (temperatura crtica). A quarta,

    quando a temperatura interna (T) for maior que a temperatura de limite. Pode-se visualizar

    essas faixas na Figura 19.

    Figura 19: Faixas para o controle da temperatura

  • 56

    Para cada faixa de temperatura, o funcionamento do programa de controle executado

    de maneira diferente, como explicado, a seguir:

    Faixa de temperatura T < Tmin: quando a temperatura interna (T) for menor que a

    temperatura mnima (Tmin), o ventilador e as resistncias de aquecimento so ligados, at que

    a temperatura estabilize, em dois graus acima da temperatura mnima (Tmin);

    Faixa de temperatura Tmin < T < Tmax (temperatura normal de trabalho): quando a

    temperatura interna (T) ficar entre a temperatura mnima (Tmin) e a temperatura mxima

    (Tmax), ambas as mquinas de ar condicionado permanecero com seus compressores e

    resistncia de aquecimento desligados, at que esse estado seja alterado. Somente o ventilador

    do evaporador da mquina ativa deve ficar ligado, para homogeneizar o ar ambiente;

    Faixa de temperatura T > Tmax: quando a temperatura interna (T) for maior que a

    temperatura mxima (Tmax), o compressor e ventilador da mquina de ar condicionado ativa

    sero ligados, at que a temperatura desa dois graus, abaixo da temperatura mxima (Tmax);

    Faixa de temperatura T > Tlim: quando a temperatura interna (T) forma maior que a

    temperatura limite, compressores e ventiladores de ambas as mquinas permanecero ligados,

    at que a temperatura interna (T), desa at a faixa de temperatura normal de trabalho.

    O funcionamento do sistema proposto pode ser visto no fluxograma de processo

    mostrado na Figura 20.

    H situaes em que as duas mquinas de ar condicionado so ativadas, passando as

    duas mquinas para operante, at que o sistema se normalize. Essa situao mostrada na

    Figura 21, em que a deteco de anormalidade no sistema, como fluxo de ar baixo na sada de

    uma das mquinas de ar, pode significar problemas com o ventilador ou obstruo dos dutos.

    Nesse caso, a mquina reserva passa a tambm ser operante, at que a situao se normalize.

    Outro caso em que as duas mquinas passam a ser operantes, ocorre quando qualquer uma

    delas sinalize presso muito baixa ou muito alta, do gs refrigerante sobre a vlvula de

    expanso.

  • 57

    Nos dois casos, optou-se por manter as duas como operantes, em virtude de a

    temperatura no interior do abrigo poder alcanar a temperatura limite, mostrada na Figura 19,

    e apenas uma delas no conseguir refrigerar. Por isso, se mantm as duas ligadas, j que o

    principal objetivo do sistema manter o abrigo climatizado, para a proteo dos

    equipamentos internos, nas condies extremas de funcionamento do sistema de climatizao,

    at que uma equipe de manuteno chegue ao local e verifique o defeito ocorrido.

    INICIO

    Ler

    Entradas

    Sensores

    acionados ?

    Acionar Alarme

    correspondente

    SDAEI = 1Desligar

    mquinas de ar

    condicionado

    sim

    no

    Iniciar Timer

    Ligar

    Ve(i)

    Ler T e H

    Tin > Tlim Ligar Ve e C

    Tint >

    Tmax

    Tint <

    Tmin

    Tint = 22o.

    E

    H > 50%

    Timer = 72h

    Alterar algoritmo

    i entre os valores 1 e 2

    Ligar Ve(i)

    e C(i)

    Liga Re(i)Ligar C(i) e

    Re(i)

    no

    sim

    sim no

    no

    sim

    no

    sim

    sim

    no

    no

    no

    sim1

    Figura 20: Fluxograma do controle automtico das mquinas de ar condicionado

  • 58

    SENSOR DE

    PRESSO ZSHL DA

    AC-1 ACIONADO?

    SENSOR DE

    PRESSO ZSHL DA

    AC-2 ACIONADO?

    CHAVE DE FLUXO

    FLS DA AC-1

    ACIONADO?

    CHAVE DE FLUXO

    FLS DA AC-2

    ACIONADO?

    1

    NO

    NO

    SIM

    SIM

    NO

    SIM

    SIM

    NO

    Figura 21: Fluxograma dos sensores de controle de processo.

  • 59

    5.5. PROGRAMA DE CONTROLE

    Para programao do controlador, foi designado o programa do fabricante chamado

    LOGO! Soft Comfort verso 6.0.17 de 2008, que utiliza um sistema de programao

    representado por circuitos e portas lgicas configurveis, conforme mostrado na Figura 22.

    O programa LOGO!Soft Comfort pode ser adquirido como pacote de programao

    para o PC, e pode ser encontrado no site do fabricante www.automation.siemens.com.. Com o

    Software recebe entre outras coisas as seguintes funcionalidades:

    _ Criao grfica Offline do programa de comutao como o diagrama de contactos

    (esquema de circuitos) ou como diagrama de funes

    _ Simulao do programa de comutao no computador

    _ Criar e imprimir um plano de vista geral do programa de comutao

    _ Salvaguarda dos dados do programa de comutao, no disco rgido ou noutro meio

    _ Comparao de programa de comutao

    _ Parametrizao confortvel dos blocos

    _ Transferncia do programa de comutao

    do LOGO! para PC

    do PC para LOGO!

    _ Leitura do contador de horas de servio

    _ Ajuste da hora

    _ Mudana de hora Vero/Inverno

    _ Teste online: indicao de estados e valor atual do LOGO! no modo RUN:

  • 60

    Estados de todas as entradas e sadas digitais, marcadores, bits do registrador de

    deslocamento e teclas de seta

    Valores de todas as entradas e sadas analgicas e marcadores

    Resultados de todos os blocos

    Valores atuais (incluindo tempos) de blocos selecionados

    _ Iniciar e parar o processamento do programa de comutao a partir de um

    microcomputador (RUN, STOP).

    O programa de controle foi desenvolvido e testado no prprio software de

    programao, antes da aplicao final. O programa foi elaborado para atender apenas o modo

    de operao do sistema de climatizao. As funes de cada bloco utilizado para desenvolver

    o programa, utilizado e mostrado na Figura 22 so as seguintes:

    Nvel alto;

    Temporizador retentivo, on delay;

    Temporizador;

    Flag de memria;

    Entrada digital, entrada fsica do CLP;

  • 61

    Entrada analgica, entrada fsica do CLP;

    Funo lgica NOT, porta inversora;

    Funo lgica OR, OU;

    Funo lgica AND, E;

    Sada digital, sada fsica do CLP;

    Interruptor de valor limiar analgico;

    Comparador analgico;

    Funo lgica XOR, OU exclusivo.

  • 62

    Figura 22: Diagrama de bloco do programa de controle

  • 63

    5.6. RESULTADOS E DISCUSSO

    O presente trabalho foi desenvolvido e aplicado a um Eletrocentro de uma empresa de

    minerao brasileira. Para o desenvolvimento da aplicao, foi utilizado o software LOGO!

    Soft Comfort, descrito no capitulo 5.5 deste trabalho. Neste software, foram feito todos os

    ensaios virtuais, antes da aplicao definitiva ao cliente. Na Figura 23, pode-ser observar a

    tela de simulao, utilizada nos para os ensaios deste projeto:

    Figura 23: Tela da simulao feita no software LOGO! Soft Comfort (LOGO!, 2005)

    No software LOGO! Soft Comfort (LOGO!, 2005), pode-se simular o funcionamento

    do sistema virtualmente, inserindo os valores de entrada manualmente, sem a necessidade de

    conectar ao CLP, ou ao hardware.

    Primeiramente foram testadas as entradas digitais DI-3, DI-4, DI-5 e DI-6 dos sensores

    de falha de mquina de ar condicionado, atuando essas entradas e visualizando o

    comportamento do software. Neste caso, o software acionou as sadas digitais DO-1, DO-2,

    DO-4 e DO-5 para ligar a evaporadora e condensadora das duas mquinas. Depois, foram

  • 64

    testadas as entradas digitais dos sensores diferenciais de presso e de sinalizao de filtro

    sujo. Os primeiros testes executados foram satisfatrios e funcionaram corretamente.

    Na continuao do testes virtuais, verificou-se a lgica de controle de temperatura e

    umidade e, para isso, ajustaram-se os sensores virtuais no Soft Confort, para ficarem na

    posio de funcionamento normal, ou seja, temperatura em 22. C e umidade em 40%. Aps

    isso, alterou-se o ajuste do sensor de temperatura interna para 28. C e verificou-se que a sada

    do PLC, para acionar o compressor da mquina de ar operante foi acionada. Assim, ajustou-se

    a temperatura para 31. C e as sadas de evaporadores e compressores das duas mquinas

    entraram em operao. As sadas dos compressores e evaporadores s foram desativadas

    quando se baixou o ajuste do sensor de temperatura interna para a normalidade (22. C).

    Depois, ajustou-se a entrada digital de umidade para mais de 50%, e verificou-se que

    as sadas digitais da resistncia de aquecimento e do compressor da mquina operante foram

    acionadas para reduzir a umidade interna.

    E, por ltimo foi testado a temperatura interna menor que a temperatura mnima. Com

    isso, a sada digital da resistncia de aquecimento da mquina de ar operante entrou em

    funcionamento.

    Todos esses testes foram executados dentro do software de programao do PLC,

    utilizando-se a ferramenta de simulao existente, antes da aplicao em campo. Como o

    sistema s pode ser testando fisicamente quando tudo estivesse montado, uma nova bateria de

    teste foi executada da mesma maneira, utilizando ferramentas para simular o aquecimento,

    como sopradores de calor sobre os sensores de temperatura e umidificadores sobre o sensor de

    umidade. J, os sensores diferencias de presso dos filtros e os sensores de fluxo, tiveram seus

    orifcios de medio tampados para simular filtro sujo e falha no fluxo do ar.

    Em todos esses testes, o tempo de troca do algoritmo da mquina operante e reserva

    foi de cerca de 10 segundos, para verificar a troca de mquina operante para mquina reserva

    e vice e versa, como tambm para verificar a lgica de funcionamento para as duas mquinas.

  • 65

    Os resultados dos ensaios virtuais efetuados, com o prottipo desenvolvido, mostram

    que os objetivos propostos, nesta fase do trabalho, foram alcanados em toda a sua plenitude,

    principalmente no que concerne implementao de um sistema capaz de proteger os

    equipamentos internos a um abrigo, e de controlar com eficincia as temperatura e umidade

    interna do Eletrocentro.

    O sistema foi posteriormente testado e comissionamento junto ao cliente, para depois

    serem realizados os testes prticos, j com o Eletrocentro instalado e funcionando em

    definitivo. O CLP aqui empregado foi ligado em rede, com um sistema de monitoramento

    local e remoto, onde os operadores acompanhavam o funcionamento da aplicao. Pode-se

    observar que a sala foi climatizada com xito. Na foto mostrada na Figura 24, a presso foi

    medida com a ajuda do instrumento medidor de presso diferencial, modelo GULpress 201 do

    fabricante Gulton do Brasil Ltda. Pde-se observar que presso interna com o sistema em

    funcionamento foi de 3,23mmca, ou seja, 31,7 PA (Pascal), ligeiramente acima do limite da

    pressurizao desejada, o que no compromete o sistema projetado e nem prejudica o sistema

    de climatizao. Com a perda de eficincia dos filtros do sistema, essa presso tende a

    diminuir.

    Figura 24: Presso interna do Eletrocentro

  • 66

    O sistema apresentado neste trabalho esta em pleno funcionamento e foi aplicado em

    outros seis Eletrocentros j fabricados e comissionado no cliente. A Empresa que comprou o

    primeiro Eletrocentro com esta aplicao, solicitou que este sistema seja padro para os

    demais projetos de Eletrocentros que venham a ser produzido.

  • 67

    6. CONCLUSES

    O presente trabalho se tornou precursor de outros projetos, e esta em pleno

    aperfeioamento por outros projetistas da mesma empresa que fabricou o primeiro

    Eletrocentro, com este sistema.

    Pode-se concluir que o presente trabalho, apesar de ter sido aplicado a um Eletrocentro

    no necessariamente exclusivo a esta aplicao, podendo ser aplicado a outros tipos de

    abrigos de equipamentos eletrnicos, como datacenter, shelters e salas de controle nos mais

    variados tipos de indstrias.

    O sistema de pressurizao desenvolvido foi aplicado a uma indstria de minerao, onde

    o nvel de particulado de minrio de ferro suspenso no ar elevadssimo. Para outras

    aplicaes, no necessrio um sistema to sofisticado, uma vez que um abrigo instalado em

    ambiente menos agressivo permite a retirada do filtro rotativo.

    O sistema proposto foi bem aceito por ser eficiente e est sendo aplicado aos demais

    projetos da empresa. Com isso, o projeto de automao dos sistemas de climatizao de

    Eletrocentros ficou mais gil, por j ter uma arquitetura e toda a programao

    feita.Anteriormente, por no haver um padro de projeto, cada cliente recebia um projeto

    diferente, tomando muito tempo no desenvolvimento e configurao.

    Desvantagem do sistema

    Uma desvantagem do sistema verificado na fase de desenvolvimento, e que deve ser

    estudado futuramente, foi o do ajuste da presso interna ser feito de forma manual e no

    automtica. Por isso foi deixada uma diferena de presso acima da desejada, para que com a

    saturao dos filtros no passar do tempo a presso interna do Eletrocentro cai para um nvel

    desejado no projeto. Para o prximo trabalho fica tambm o desenvolvimento de um sistema

    de gravao dos dados de temperatura e umidade, para estudo e melhoria do sistema controle

    a partir da observao dos dados monitorados.

    Entretanto, ficou para um trabalho futuro o desenvolvimento de um controle de

    pressurizao interna do Eletrocentro utilizando-se dois sensores de presso piezeltricos,

  • 68

    uma ponte de Wheatstone e um damper regulador de presso motorizado. Conforme os

    sensores piezeltricos desequilibrassem a ponte de Wheatstone, o motor abriria ou fecharia o

    damper e, dessa forma, regularia a presso interna do abrigo.

  • 69

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA

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