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AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO UTILIZANDO BPMS: PROPOSIÇÕES A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO NO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL DA ESCOLA POLITÉCNICA UFRJ Felipe Lima Baldissera Fernando Souza de Oliveira Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof. Vinícius Carvalho Cardoso, D.Sc. Rio de Janeiro Setembro de 2016

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AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO

UTILIZANDO BPMS: PROPOSIÇÕES A PARTIR DE

UM ESTUDO DE CASO NO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA INDUSTRIAL DA ESCOLA

POLITÉCNICA UFRJ

Felipe Lima Baldissera

Fernando Souza de Oliveira

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia de Produção da

Escola Politécnica, Universidade Federal

do Rio de Janeiro, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do título

de Engenheiro.

Orientador: Prof. Vinícius Carvalho Cardoso, D.Sc.

Rio de Janeiro

Setembro de 2016

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AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO

UTILIZANDO BPMS: PROPOSIÇÕES A PARTIR DE UM

ESTUDO DE CASO NO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA INDUSTRIAL DA ESCOLA POLITÉCNICA

UFRJ

Felipe Lima Baldissera

Fernando Souza de Oliveira

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO.

Examinado por:

________________________________________________

Prof. Vinícius Carvalho Cardoso, D.Sc. (Orientador)

________________________________________________

Prof. Renato Flórido Cameira, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Lino Guimarães Marujo, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

SETEMBRO de 2016

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Baldissera, Felipe Lima

Oliveira, Fernando Souza

Automação De Processos De Negócio Utilizando BPMS:

Proposições a Partir de um Estudo de Caso no Departamento

de Engenharia Industrial da Escola Politécnica UFRJ – Rio de

Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2016.

XIII, 78 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Vinícius Carvalho Cardoso

Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Curso de

Engenharia de Produção, 2016.

Referências Bibliográficas: p. 73-74.

1. Automação de Processos de Negócio. 2. Gestão de

Processos de Negócio. 3. Sistemas de Gestão de Processos

de Negócio. I. Cardoso, Vinícius Carvalho. II. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de Engenharia de

Produção. III. Automação De Processos De Negócio

Utilizando BPMS: Proposições a Partir de um Estudo de Caso

no Departamento de Engenharia Industrial da Escola

Politécnica UFRJ.

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Agradecimentos

Felipe Lima Baldissera

Meu agradecimento vai, primeiramente, àquele que sempre esteve comigo nas

inúmeras vezes que pensei não ser forte o suficiente para prosseguir: Deus. Em

segundo lugar, gostaria de agradecer a toda a minha família por não ter medido esforços

para que eu pudesse me formar engenheiro. Toda a minha gratidão, em especial aos

meus pais, Antemir e Rejane, por tudo. Agradeço também aos meus amigos, pois, sem

eles, a estrada teria sido muito mais tortuosa. E, não posso esquecer-me de agradecer

a todos os professores do DEI por me transmitirem todo o conhecimento que hoje

possuo. Muito obrigado a todos.

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Agradecimentos

Fernando Souza de Oliveira

Agradeço a minha família, em especial meus pais, Maria Deuza e Fernando e

irmãos Janaína e José Victor, por todo o apoio, afeto e carinho durante toda a minha

vida. Sei que sem eles por perto não teria chegado onde cheguei.

Faço um agradecimento especial ao ISMART, ONG que apoiou os meus estudos

desde 2006, acreditando no meu potencial e me dando as condições necessárias para

chegar até aqui.

Agradeço também os meus professores e amigos do curso de Engenharia de

Produção, em especial o Jean e o João Gabriel, que estiveram sempre ao meu lado ao

longo desta jornada. Sei que ganhei amigos para a vida.

Gostaria de agradecer meus amigos do Colégio de São Bento Rafael, João

Gabriel, Roberto, Alan, Luís Filipe, João Marcos, José, Helder, Matheus, Raphael,

Gabriel, Felipe Diogo, Gil, Paulo, João Vitor e Najan, por todo carinho, amizade e por

todos momentos de descontração que passamos juntos.

Em conjunto, eu e o Felipe agradecemos o professor Vinícius Cardoso, que se

mostrou sempre interessado, paciente e presente para que nós pudéssemos realizar o

melhor trabalho possível. Suas orientações foram sempre precisas e esclarecedoras.

Certamente pudemos aprender muito através do conhecimento transmitido durante todo

o processo de orientação.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

Automação de Processos de Negócio Utilizando BPMS: Proposições a Partir de um Estudo de

Caso no Departamento de Engenharia Industrial da Escola Politécnica UFRJ

Felipe Lima Baldissera

Fernando Souza de Oliveira

Setembro/2016

Orientador: Vinícius Carvalho Cardoso

Curso: Engenharia de Produção

O presente projeto possui o objetivo de realizar um estudo de caso no Departamento de

Engenharia Industrial (DEI) ao projetar, com o auxílio de ferramenta BPMS, a automação do

processo de planejamento de turmas. Inicialmente, foi realizada a revisão da literatura acerca de

temas relacionados à automação de processos de negócios utilizando sistemas de apoio de

gestão de processos. Em seguida, foi elaborada a caracterização do DEI com o intuito de

compreender o ambiente onde o processo é realizado, bem como as dinâmicas de

relacionamentos do departamento com outros agentes que afetam o planejamento de turmas e

os critérios de desempenho que o regem. Posteriormente, modelou-se o processo em seu estado

atual de forma a compreender a sequência de tarefas, participantes e regras de negócio

inerentes ao processo. Após a modelagem, foi realizada a análise do processo por meio da

identificação de causas raízes dos problemas levantados a priori. Em sequência, foram

levantadas as necessidades de automação com base no julgamento da viabilidade da

automação e das causas relacionadas a cada atividade do processo realizada pelo DEI. Com

essas informações definidas e a ferramenta BPMS selecionada, foram aplicadas tecnologias de

gestão de processos de negócio à sequência de atividades determinada na etapa anterior de

modo a especificar seu funcionamento e requisitos, uma vez automatizada. Para finalizar, os

resultados esperados do projeto de automação foram analisados com a finalidade de atestar se

estão alinhados com os critérios de desempenho do DEI.

Palavras-chave: Automação de Processos de Negócio, BPM, BPMS

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Industrial Engineer.

Business Process Automation Using BPMS: Propositions from a Case Study in the Department

of Industrial Engineering at the Polytechnic School of UFRJ

Felipe Lima Baldissera

Fernando Souza de Oliveira

September/2016

Advisor: Vinícius Carvalho Cardoso

Course: Industrial Engineering

This project has the objective of carrying out a case study in the Department of Industrial

Engineering (DEI) to design, with the aid of BPMS tool, the automation of the class scheduling

process. Initially, the literature review was conducted on topics related to the automation of

business processes using process management support systems. Then the characterization of

DEI was developed in order to understand the environment in which the process is carried out as

well as the dynamic relationships between the department and other agents that affect the

planning of classes and the performance criteria that govern it. Subsequently, the process was

modeled in its current state in order to understand the sequence of tasks, participants and

business rules inherent to the process. After modeling, the process was analyzed by identifying

root causes of the problems recognized a priori. In sequence, the automation needs were raised

based on the judgment of the viability of automation and related causes of each process activity

undertaken by DEI. With this information and set the selected BPMS tool, business process

management technologies were applied to the sequence of activities determined in the previous

step to specify its functioning and requirements, once it had been automated. Finally, the

expected results of the automation project were analyzed in order to verify whether they were

aligned with the DEI performance criteria.

Keywords: Business Process Automation, BPM, BPMS

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

1.1 TEMA ............................................................................................................... 1

1.2 OBJETIVO ........................................................................................................ 3

1.3 UNIDADE DE ANÁLISE ....................................................................................... 4

1.4 LIMITAÇÕES ..................................................................................................... 4

1.5 MÉTODO .......................................................................................................... 5

1.5.1 Descrição do Método .................................................................................. 5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 7

2.1 PROCESSOS DE NEGÓCIO ................................................................................. 7

2.2 GESTÃO POR PROCESSOS ................................................................................ 8

2.3 GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO – BPM ................................................. 10

2.3.1 Conceituação ............................................................................................ 10

2.3.2 Ciclo de Vida BPM .................................................................................... 10

2.3.3 BPMN ....................................................................................................... 13

2.3.4 Sistemas de Gestão de Processos de Negócio – BPMS ........................... 17

3. CARACTERIZAÇÃO DO DEI .......................................................................... 21

3.1 HISTÓRIA ....................................................................................................... 21

3.2 ESTRUTURA E INFRAESTRUTURA DO DEI ......................................................... 22

3.3 SUBÁREAS DO DEI ......................................................................................... 23

3.4 PRINCIPAIS ATIVIDADES .................................................................................. 23

3.4.1 Planejamento de Turmas .......................................................................... 24

4. MODELAGEM DOS PROCESSOS DE PLANEJAMENTO DE TURMAS ....... 27

4.1 O PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE TURMAS ................................................. 27

5. ANÁLISE DO PROCESSO .............................................................................. 32

5.1 AVALIAÇÃO GERAL COM BASE NOS CRITÉRIOS DE DESEMPENHO ...................... 32

5.2 EFEITOS INDESEJÁVEIS ................................................................................... 33

5.3 IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSAS ........................................................................... 35

5.3.1 Árvore da Realidade Atual para o Processo de Planejamento de Turmas. 37

6. DEFINIÇÃO DAS NECESSIDADES DE AUTOMAÇÃO .................................. 39

6.1 ATIVIDADES AUTOMATIZÁVEIS – PROCESSO DE PREVISÃO DE TURMAS .............. 39

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6.2 SELEÇÃO DO FOCO DA AUTOMAÇÃO ................................................................ 43

7. PROJETO DE AUTOMAÇÃO .......................................................................... 44

7.1 SOLUÇÃO DE AUTOMAÇÃO .............................................................................. 44

7.2 MODELAGEM DO PROCESSO ............................................................................ 45

7.3 MODELAGEM DE DADOS .................................................................................. 47

7.4 CRIAÇÃO DE FORMULÁRIOS ............................................................................. 52

7.4.1 Registra solicitações no SIPT .................................................................... 52

7.4.2 Atualiza planejamento do curso no SIPT ................................................... 53

7.4.3 Avalia solicitações pendentes ................................................................... 55

7.4.4 Atualiza grade de horários no SIPT ........................................................... 56

7.4.5 Verifica se o planejamento atende suas necessidades ............................. 58

7.5 DEFINIÇÃO DAS REGRAS DE NEGÓCIO .............................................................. 59

7.6 DEFINIÇÃO DOS PERFIS DE USUÁRIOS .............................................................. 64

7.7 DEFINIÇÃO DAS INTEGRAÇÕES ........................................................................ 65

8. ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................... 67

9. CONCLUSÃO .................................................................................................. 69

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 71

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Lista de Figuras

Figura 1 – Método utilizado para elaboração do projeto ................................................ 5

Figura 2 – Visão sistêmica do processo de negócio ..................................................... 8

Figura 3 – Visão departamental x Visão de processos .................................................. 9

Figura 4 – Ciclo de vida BPM ...................................................................................... 11

Figura 5 – Objetos de fluxo da notação BPMN ........................................................... 14

Figura 6 – Objetos de dados da notação BPMN ......................................................... 14

Figura 7 – Objetos de conexão da notação BPMN ..................................................... 15

Figura 8 – Swimlanes (notação BPMN) ...................................................................... 15

Figura 9 – Artefatos (notação BPMN) ......................................................................... 16

Figura 10 – Layout geral do ambiente de processo .................................................... 17

Figura 11 – Ciclo BPMS .............................................................................................. 19

Figura 12 – Adaptação ao Ciclo BPMS ....................................................................... 20

Figura 13 – Organograma do Departamento de Engenharia Industrial ....................... 22

Figura 14 – Funções do Departamento de Engenharia Industrial ............................... 24

Figura 15 – Planilha de planejamento de turmas ........................................................ 29

Figura 16 – Quadro de horários da Engenharia de Produção (1º período – 2016.1) ... 30

Figura 17 – Ambiente geral do processo de planejamento de turmas ......................... 31

Figura 18 – Quadro de horários da Engenharia de Produção (2º período – 2016.2) ... 35

Figura 19 – Abordagem para leitura da ARA .............................................................. 36

Figura 20 – Modelo de dados ..................................................................................... 50

Figura 21 – Formulário para registro das solicitações ................................................. 53

Figura 22 – Formulário para planejamento do curso pelo aluno .................................. 54

Figura 23 – Formulário para consulta de disciplina ..................................................... 54

Figura 24 – Formulário para consultar docente ........................................................... 55

Figura 25 – Formulário com a solicitação do docente consultado ............................... 56

Figura 26 – Formulário busca do curso ....................................................................... 57

Figura 27 – Formulário para visualização e edição da grade do curso ........................ 57

Figura 28 – Formulário para busca da grade do docente ............................................ 58

Figura 29 – Formulário para visualização das turmas do docente............................... 58

Figura 30 – Regras de negócio 1 ................................................................................ 60

Figura 31 – Regras de negócio 2 ................................................................................ 61

Figura 32 – Regras de negócio 3 ................................................................................ 62

Figura 33 – Regras de negócio 4 ................................................................................ 63

Figura 34 – Regras de negócio 5 ................................................................................ 63

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Figura 35 – Camadas de integração do Bizagi Studio ................................................. 65

Figura 36 – Informações necessárias para geração da grade de turmas .................... 66

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Critérios de desempenho do processo de planejamento de turmas ........... 26

Tabela 2 - Necessidades de Automação..................................................................... 40

Tabela 3 - Melhorias incorporadas ao processo de planejamento de turmas .............. 47

Tabela 4 - Conjunto de informações necessárias para a execução do processo ........ 48

Tabela 5 - Descrição das entidades ............................................................................ 51

Tabela 6 - Atividades possibilitadas pelo SIPT por usuário ......................................... 64

Tabela 7 - Relação entre as soluções, causas raízes e efeitos indesejáveis .............. 68

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Lista de Abreviaturas e Siglas

ARA Árvore de Realidade Atual

BPM Business Process Management

BPMN Business Process Modeling Notation

BPMS Business Process Management System

CAPES Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior

CEP Curso de Engenharia de Produção

CRM Customer Relationship Management

DEI Departamento de Engenharia Industrial

EAI Enterprise Application Integration

EI Efeito Indesejável

ERP Enterprise Resource Planning

IF Instituto de Física

IM Instituto de Matemática

OMG Object Management Group

SAD Sistemas de Apoio à Decisão

SIGA Sistema Integrado de Gestão Acadêmica

SOA Arquitetura Orientada a Serviços

SIPT Sistema Integrado de Planejamento de Turmas

SQL Structured Query Language

TI Tecnologia da Informação

TQM Total Quality Management

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

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1. INTRODUÇÃO

A introdução da tecnologia de informação aos processos das empresas as

colocou em um novo patamar de desempenho. A possibilidade de automação de

atividades críticas para o desempenho das organizações ampliou os horizontes de

escala, promoveu o aumento da confiabilidade e a redução de custos e de tempos de

execução, além de diminuir e/ou extinguir trabalhos manuais, entre outros.

As organizações precisam adaptar os seus processos de negócio com rapidez e

eficiência para garantir o sucesso do negócio e uma sobrevivência de longo prazo.

Processos que não são completamente automatizados, claramente visíveis para todos

stakeholders e capazes de suportar de forma transparente determinada organização

geograficamente distribuída, não podem lidar adequadamente com necessidades de

negócio dinâmicas (SCHEER et al., 2004; MOHAPATRA, 2009).

Assim, a automação de processos de negócio se mostra como uma solução

promissora para organizações no mundo moderno que buscam consolidar vantagens

competitivas ou alcançar outros benefícios inerentes, conforme as necessidades das

mesmas.

Dessa forma, foi compreendido que a automação de processos de negócio está

completamente ligada aos desafios enfrentados pelo Engenheiro de Produção, uma vez

que o mesmo está inserido em organizações dinâmicas e complexas e, desenvolvendo

um projeto de graduação, espera-se demonstrar ainda mais a importância desta

temática para a formação deste profissional.

1.1 Tema

Definiu-se “automação de processos de negócio” como tema central do presente

projeto. Venki (2014) explica que a automação de processos de negócio consiste na

racionalização, otimização e automação dos processos-chave que impulsionam uma

organização, através da integração de aplicações de software e suporte de hardware.

Entretanto, muito além do conceito, a automação de processos de negócio está ligada

a uma nova concepção de gestão observada nas organizações – a gestão por

processos – aliada à evolução de diversas iniciativas de gestão de processos.

Os efeitos da globalização das economias e o acirramento da competitividade

entre organizações elevaram a necessidade de adaptação das mesmas de modo a

continuarem existindo. É nesse contexto que a gestão de processos se destaca, ao

facilitar os processos de mudança exigidos, promovendo melhoria no projeto de

processos, além de coordenar os fluxos nas atividades dos processos, possibilitando o

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constante aprendizado em gestão de processos por parte das organizações (PAIM et

al., 2009).

Segundo Cruz (2010 apud SANTOS, 2013), a gestão por processos é resultado

da evolução de diferentes abordagens que buscavam, dentre outros objetivos, dar

suporte tecnológico ao trabalho cooperativo, amenizar os efeitos da desorganização

informacional e buscar a qualidade utilizando os processos organizacionais como foco

de melhorias. Dentre estas abordagens, destacam-se ferramentas clássicas de gestão

de processos, como: Gerenciamento de Qualidade Total (TQM), Seis Sigma, Balanced

Scorecard, Reengenharia de Processos de Negócio, Sistemas Integrados de Gestão

Empresarial (ERP), Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) e Workflow.

Mais recentemente, surgiu uma nova visão em gestão de processos: O

Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM). Segundo Paim et al. (2009), nesse

novo modelo, a habilidade para mudar é mais importante que a habilidade para criar um

processo pela primeira vez. O BPM permite que organizações tenham conhecimento de

informações pertinentes de como os processos são executados para que melhorias

possam ser realizadas constantemente, permitindo maior eficiência, assertividade e

dinamismo frente às mudanças ocorridas no ambiente de negócios. Assim, Paim et al.

(2009) defende que o BPM se mostra como uma importante abordagem de

gerenciamento adaptável que permite que organizações sejam capazes de monitorar,

melhorar continuamente e otimizar suas cadeias de valor. De forma a orientar o

gerenciamento de processos de negócio, a literatura disponibiliza diferentes modelos

que, em sua grande maioria, assumem orientação cíclica.

Atualmente, segundo Carrara (2011), um novo patamar da gestão por processos

foi estabelecido através da automação dos processos, o que se tornou possível graças

aos avanços realizados na área de tecnologia da informação. Mais precisamente,

artefatos tecnológicos que suportam a gestão de processos – sistemas de gestão de

processos de negócio (BPMS) – encontram-se em destaque por permitirem a simulação,

automação, gerenciamento e monitoramento dos processos de negócio (PAIM et al.,

2009).

As melhores práticas de negócio adotadas por empresas nem sempre

configuram as melhores escolhas, uma vez que as mesmas possuem limitações1 que

1 Segundo Scheer et al. (2004), tais limitações estão ligadas à inviabilidade de alterar a

definição dos processos de negócio em sistemas tradicionais de automação, requerendo a

modificação ou a criação de software.

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não permitem que se alcancem benefícios significativos enquanto se atendem às

mudanças dinâmicas nas condições de ambiente de negócios. Assim, muitos processos

de negócio não são ou são insuficientemente automatizados (SCHEER et al., 2004;

MOHAPATRA, 2009).

Dessa forma, as novas práticas de negócio, representadas no presente projeto

por softwares BPMS, se destacam ao permitir a redefinição dos processos e regras de

negócio com o auxílio de tecnologias de automação como web services, workflow,

Enterprise Application Integration (EAI), entre outras, ocasionando, assim, a adaptação

do comportamento da organização de forma correspondente (SCHEER et al., 2004).

A automação de processos de negócio apresenta diversos benefícios, além dos

já mencionados. Dentre eles, pode-se citar: garantia de execução do processo conforme

projetado, eliminando as possibilidades de infração das regras de integridade do

processo, seja por fraude, desconhecimento ou negligência; realização de tarefas a

partir de locais de trabalho virtuais, em que os funcionários operam remotamente entre

si ou com a gerência; rastreabilidade do processo; identificação e resolução de pontos

de ineficiência, desperdícios e má aplicação de recursos (CAPIOTTI, 2012).

Vale destacar, por outro lado, que os benefícios oriundos da automação

possuem caráter dependente da organização em estudo, não havendo um conjunto

fechado de possibilidades.

1.2 Objetivo

O objetivo geral do estudo proposto é projetar, com o auxílio de ferramenta

BPMS, a automação do processo de planejamento de turmas do Departamento de

Engenharia Industrial (DEI) da UFRJ, visto atualmente como crítico, de forma a trazer

melhorias para todos agentes em contato com o Departamento, incluindo gestores,

funcionários, docentes e discentes.

Dentre os objetivos específicos, pode-se citar:

Definir indicadores-chave para as propostas de automação;

Padronizar fluxo de trabalho do processo;

Levantar problemas e identificar causas raízes do processo;

Identificar necessidades de automação;

Aprimorar a gestão de informações;

Aumentar a resiliência do processo.

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1.3 Unidade de Análise

O Departamento de Engenharia Industrial foi fundado na década de 1970.

Localizado no primeiro andar do bloco F do Centro de Tecnologia, o DEI é o principal

responsável pela oferta de módulos que compõem o curso de graduação em Engenharia

de Produção. O mesmo vale para os cursos de especialização e de extensão, cuja

responsabilidade é do coordenador do curso, membro do DEI. Além disso, o DEI oferece

disciplinas que são ministradas em outros cursos de engenharia (DEI, 2016).

Segundo Félix e Cagido (2016), o DEI se organiza em torno de quatro grandes

áreas de conhecimento. São elas: gerência da produção, engenharia econômica,

métodos quantitativos e engenharia do petróleo.

Baseado no projeto de graduação de Félix e Cagido (2016) percebe-se que,

atualmente, o processo de planejamento de turmas é crítico, uma vez que possui

complexas relações de interdependência entre diferentes agentes, além do fato de

envolverem múltiplos recursos (p. ex: salas de aula, professores, disciplinas, etc.).

Sendo assim, são suscetíveis a falhas que geram transtornos às demais atividades do

DEI.

Por fim, vale ressaltar que o chefe do departamento confirmou que já existe um

projeto de automação do processo de planejamento de turmas sendo executado no

departamento. Desta forma, enxergou-se como uma oportunidade o desenvolvimento

de um estudo de caso da automação deste processo.

1.4 Limitações

Devido ao fato de o tema central “automação de processos de negócio” ser muito

abrangente, o presente trabalho limita-se à fase de levantamento e modelagem de

processos de negócio seguida pela especificação da solução de automação,

restringindo-se à definição de seu funcionamento e requisitos, sem considerar a

execução da mesma, conforme será discutido na seção 2.3.4.

Além disso, a seleção entre sistemas BPMS disponíveis no mercado não será

realizada. Ao invés, fica estabelecido previamente o uso do pacote de ferramentas

Bizagi2 ao longo de todo o trabalho, uma vez que os autores deste projeto possuem livre

2 Composto por Bizagi Modeler, Bizagi Studio e Bizagi Engine. O primeiro permite desenhar,

diagramar, documentar e publicar os processos utilizando o padrão BPMN. O segundo permite a

automação dos processos de negócio e fluxos de trabalho ao definir os aplicativos de processo

(interface do usuário, formulários, regras de negócio) associados. O terceiro permite o

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acesso ao mesmo na universidade de ambos, que abrange todo o ciclo de vida BPM,

que possui suporte à notação BPMN, que permite integração com outros sistemas e que

é gratuito para até 20 usuários. Entende-se, portanto, que a ferramenta escolhida atende

às necessidades do presente projeto.

1.5 Método

De forma a alcançar os objetivos citados, é proposta a execução do método

apresentado no esquema da figura 1 e descrito a seguir.

1.5.1 Descrição do Método

O método sintetizado no esquema da figura 1 é formado pelas seguintes etapas:

1. Revisão bibliográfica:

Revisão bibliográfica sobre o tema que norteia o presente trabalho, ou seja,

“automação de processos de negócio”, a partir de pesquisa na base CAPES, leitura de

livros recomendados, busca em sites especializados e busca de dissertações e

monografias relacionadas ao tema.

Espera-se com isso extrair as informações necessárias que capacitarão os

autores a atingir os objetivos propostos.

2. Caracterização do DEI:

Em seguida, entender mais a fundo o contexto onde o processo de planejamento

de turmas ocorre. Para isso, torna-se fundamental compreender o propósito do DEI, os

monitoramento do processo e a distribuição da solução de automação pela organização. No

presente projeto, serão usadas as duas primeiras ferramentas, sendo que a segunda será utilizada

com restrições.

1.Revisão Bibliográfica

2.Caracterização do DEI

3.Modelagem do processo

4.Análise dos processos

5.Definição das Necessidades de

Automação

6.Projeto de Automação

7.Análise dos Resultados

Figura 1 – Método utilizado para elaboração do projeto

Fonte: Elaboração própria

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6

desafios e limitações enfrentados, bem como sua relação com outros agentes. Dessa

forma, serão realizadas entrevistas com agentes integrantes e coletas de dados.

Ademais, cabe definir ainda neste momento, através de observação e entrevistas,

critérios de desempenho considerados essenciais para o DEI que posteriormente

auxiliarão na análise dos resultados organizacionais esperados decorrentes da

aplicação da automação do processo em questão.

3. Modelagem do processo:

A próxima etapa consiste em modelar o processo de planejamento de turmas na

situação atual de modo a entender melhor as atividades desempenhadas e identificar

pontos de alavancagem.

Como o objetivo da modelagem é encaminhar uma solução por automação, Juric

e Pant (2008) sugere a utilização da linguagem Business Process Modeling Notation

(BPMN), que será a notação utilizada neste projeto por intermédio do software Bizagi

Modeler.

4. Análise do processo:

Analisar a modelagem do processo de modo a detectar os principais problemas

e suas causas raízes. Para alcançar este objetivo, foi utilizada a ferramenta Árvore de

Realidade Atual (ARA) proposta por Goldratt, bem como as Categorias Legítimas de

Reserva que ajudaram a chegar a um resultado mais confiável.

5. Definição das necessidades de automação:

Em seguida, levantar as necessidades de automação, baseando-se na

viabilidade da solução de automação e nos problemas identificados a partir da

modelagem de processo e suas causas raízes.

6. Projeto de automação:

Com o auxílio da ferramenta BPMS definida, aplicar tecnologias de gestão de

processos de negócio ao fluxo de trabalho de modo a especificar seu funcionamento e

requisitos.

Serão levados em consideração ferramentas de modelagem de processos, de

workflow e de gerenciamento de regras de negócio, dentre outras.

7. Análise dos resultados:

Análise dos resultados esperados da solução proposta na etapa anterior, onde

será exposto o que se espera a partir da implantação do sistema proposto, bem como

os impactos para o chefe de departamento, professores e alunos do DEI.

Além disso, foi realizado um paralelo com as causas raízes levantadas para

entendermos quais aspectos foram sanados a partir da solução.

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7

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo, foi realizada a revisão da literatura em busca de conceitos e

temas que forneçam embasamento teórico para o trabalho. O capítulo está dividido em

3 partes: processos de negócio, gestão por processos e gestão de processos de

negócio.

2.1 Processos de Negócio

Davenport (1993 apud PAIM, 2009, p. 101) define processo como “uma

ordenação específica de atividades de trabalho através do tempo e do espaço, com um

início, um fim e um conjunto claramente definido de entradas e saídas”. Já o BPM CBOK

(2013, p. 35) apresenta a seguinte definição: “processo é uma agregação de atividades

e comportamentos executados por humanos ou máquinas para alcançar um ou mais

resultados”. Oliveira (2006 apud CARRARA, 2011, p. 33) apresenta processo “como um

conjunto de ações ordenadas e integradas para um fim produtivo específico, ao final do

qual serão gerados produtos e/ou serviços e/ou informações”.

Segundo Carrara (2011), a definição de “processo” vem sofrendo alterações ao

longo dos anos, de modo a agregar novas características, incorporando em si conceitos

de valor e cliente. Assim, surgem os “processos de negócio”, cuja definição, segundo

Chang (2006 apud CARRARA, 2011, p. 33), é: um fluxo de atividades coordenadas e

padronizadas, executadas por máquinas ou pessoas, que pode atravessar fronteiras

funcionais e departamentais, cujo objetivo é obter um resultado que crie valor para os

clientes externos (e internos). Cabe ressaltar que a padronização das atividades permite

a mensuração do valor que as mesmas entregam aos clientes.

A figura 2 caracteriza o conceito de processo de negócio sob o ponto de vista

sistêmico.

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8

Figura 2 – Visão sistêmica do processo de negócio

Fonte: Baldam et al., 2007 (p. 16)

2.2 Gestão por Processos

De acordo com BPM CBOK (2013), a gestão por processos significa “uma visão

mais ampla posicionando processos como pedra angular da estruturação

organizacional”. Dessa forma, o valor gerado passa a ser administrado de forma

horizontal, em uma visão que transcende as fronteiras funcionais da organização.

McCormark e Johnson (2001 apud PAIM et al., 2009, p. 128-129) explicam que, na

gestão por processos, os processos são priorizados como um eixo gerencial de maior

importância que o eixo funcional e, devido a isso, ocorrem alterações na estrutura

organizacional e em outros elementos integrantes do projeto organizacional.

Dessa forma, segundo Baldam et al. (2007), as tarefas não são definidas

exclusivamente em função dos departamentos da organização. Ao procurar entender “o

que precisa ser feito e como fazê-lo”, a gestão por processos prioriza identificar

inicialmente as atividades que agregarão valor à organização, sendo que o processo

pode cruzar departamentos e solicitar serviços de cada um deles caso seja necessário

para a execução das atividades.

A figura 3 esquematiza as diferenças entre organizações com enfoque

departamental e por processos.

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Figura 3 – Visão departamental x Visão de processos

Fonte: Malamut, 2005 (p. 19)

Netto (2006, apud CARRARA, 2011, p. 37-38) ressalta algumas características

relacionadas à gestão por processos.

São objetivos:

8. Aumentar a percepção por parte do cliente do valor de produtos e

serviços;

9. Aprimorar a competitividade da organização;

10. Dar suporte à estratégia competitiva adotada;

11. Aumentar a produtividade com eficiência e eficácia;

12. Tornar processos mais simples ao alterar ou eliminar atividades que não

agregam valor.

São pontos negativos:

Aumento de conflitos internos ligados à existência de estruturas

matriciais;

Aumento de custos de gerenciamento ligados à necessidade de

coordenação de estruturas matriciais;

São riscos associados:

Resistência à mudança e problemas de integração;

Falta de trabalhadores capacitados;

Desperdício de esforços e recursos ao trabalhar em processos que

deveriam ser eliminados.

Por fim, vale o destaque para a definição de gestão de processos, que difere do

conceito de gestão por processos. Diferentemente da gestão por processos, que está

relacionada a uma alternativa para gestão da organização de uma forma geral, como já

visto nesta seção, a gestão de processos busca, de acordo Lindsay et al. (2003), obter

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melhorias no desempenho mensurável das atividades. Isto quer dizer que a gestão de

processo, além de tornar explícito o processo, deve-se preocupar com a gestão contínua

dos processos que sempre irão mudar.

2.3 Gestão de Processos de Negócio – BPM

2.3.1 Conceituação

Segundo BPM CBOK (2013), Gestão de Processos de Negócio pode ser definida

como:

“(...) uma disciplina gerencial que integra estratégias e objetivos de

uma organização com expectativas e necessidades de clientes, por

meio do foco em processos ponta a ponta. BPM engloba estratégias,

objetivos, cultura, estruturas organizacionais, papéis, políticas,

métodos e tecnologias para analisar, desenhar, implementar, gerenciar

desempenho, transformar e estabelecer a governança de processos”.

BPM, segundo Leite e Rezende (2007, apud OLIVEIRA et al., 2010, p. 135), é:

“(...) uma evolução do workflow, que tratava dos fluxos de trabalho com

a possibilidade da visão e redefinição dos processos da organização.

De acordo com os autores, o BPM consegue ir além da automação do

fluxo de trabalho e da modelagem gráfica dos processos, pois também

envolve a monitoração dos processos enquanto executados e uma

integração ponta a ponta, englobando as tarefas humanas e as

operações automatizadas”.

Scheer et al. (2004) afirma que, em um mundo em constante mudança, é

necessário que organizações sejam capazes de adaptar os seus processos de negócio

de modo a garantir uma sobrevivência de longo prazo. Smith e Fingar (2003, apud

CARRARA, 2011) defendem que a habilidade de realizar mudanças nos processos se

torna uma característica importante para as organizações, uma vez que permite o

monitoramento, melhoria e otimização de maneira contínua de toda a cadeia de valor.

Assim, a organização se torna capaz de moldar seus processos de forma a atender

demandas internas ou externas que fomentam eficiência e diferenciação.

2.3.2 Ciclo de Vida BPM

De modo a orientar o gerenciamento de processos de negócio, a literatura

propõe diversos modelos. Entretanto, cabe ressaltar que nenhum deles corresponde

exatamente à realidade, uma vez que é impossível prever, a partir de um esquema

teórico, como se dará efetivamente o BPM, pois as pessoas que implementam ou

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operam o BPM são fundamentais para o sucesso da sua aplicação (BALDAM et al.,

2007).

Baldam et al. (2007) propõem um ciclo de implantação de BPM composto por

quatro etapas, conforme esquematizado na figura 4.

Segundo Carrara (2011), neste método não se faz necessário mapear todos os

processos, nem todos os níveis de processos. Ao invés, devem-se identificar os

processos prioritários de modo a manter o foco e obter resultados satisfatórios.

Recomenda-se, inclusive, que se trabalhe com um processo por vez.

A seguir, será feita uma descrição de cada uma das etapas que compõem o

modelo.

Planejamento do BPM: tem o propósito de definir as atividades de BPM

que contribuirão para o alcance das metas organizacionais em todos os

níveis, considerando tarefas como a verificação dos pontos de falha nos

processos que causam danos à organização, definição de planos de ação

Figura 4 – Ciclo de vida BPM

Fonte: Baldam et al., 2007 (p. 46)

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para implantação e definição dos processos que necessitam de ação

imediata (BALDAM et al., 2007). Santos (2013) defende que a seleção

correta dos processos a serem automatizados é muito importante, pois

evita a alocação desnecessária de esforços e recursos na

automatização, o que pode prejudicar os resultados esperados e até o

sucesso do processo de implantação.

Modelagem e otimização de processos: engloba atividades que permitem

gerar informações sobre o processo atual (As Is) e/ou sobre a proposta

de processo futuro (To Be); documentar os processos; prover dados de

integração entre processos; empregar metodologias para otimizar os

processos; fazer simulações, inovações e redesenhos; adotar as

melhores práticas e modelos de referência; gerar especificações para

implementação, para configuração e customização (caso o processo

ainda não esteja em uso), para execução e para controle (BALDAM et

al., 2007).

Execução de processos: engloba atividades intimamente ligadas à

automação dos processos de negócio. Com o auxílio de uma notação

pré-estabelecida, diferentes aplicações de software são executadas de

acordo com a sequência de atividades definidas na modelagem.

Segundo Mohapatra (2009), a execução do processo é sustentada por

provedores de serviços desenvolvidos, usualmente, utilizando web

services e Arquitetura Orientada a Serviços (SOA). Baldam et al. (2007)

complementa afirmando que treinamentos também são necessários

nesta etapa, além de o acompanhamento do processo implantado,

monitoria e controle da execução de instâncias de processo.

Controle e análise de dados: engloba atividades responsáveis por

monitorar os processos após os mesmos terem sido implementados.

Com isso, é possível obter dados estatísticos que permitirão formar a

base para o próximo nível de melhorias de processo. Tal procedimento é

possibilitado por meio de comparação com os resultados esperados do

modelo teórico, e permite identificar gargalos nos processos e

discrepâncias entre os modelos e os processos reais (MOHAPATRA,

2009). Segundo Baldam et al. (2007), tais atividades geram informações

que posteriormente realimentarão as atividades de otimização e

planejamento.

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2.3.3 BPMN

O BPMN é uma notação para modelagem de processos atualmente mantida pelo

Object Management Group (OMG). De acordo com Juric e Pant (2008), esta notação foi

desenvolvida, particularmente para se modelar processos de negócio em conformidade

com o SOA. Apesar disso, o BPMN é utilizado como um modelo de notação para

diferentes finalidades, que vão desde a padronização de um processo específico até a

preparação para um projeto de automação de processos de negócio.

A notação BPMN pode ser utilizada para modelar partes de um processo ou todo

o processo, podendo focar apenas no ponto de vista de uma única organização,

definindo as atividades que são internas, ou mostrando a interação entre todos negócios

e empresas envolvidas.

Em janeiro de 2011, a OMG publicou a versão 2.0 do BPMN, cujo principal

objetivo é fornecer uma notação facilmente compreensível por todos os usuários de

negócio, desde os analistas de negócio que criam os primeiros esboços dos processos,

para os desenvolvedores técnicos, responsáveis pela implantação da tecnologia que irá

executar esses processos e, finalmente, para as pessoas que irão gerenciar e monitorar

esses processos.

ELEMENTOS GRÁFICOS DA NOTAÇÃO BPMN

A notação BPMN apresenta uma série de elementos gráficos que permitem a

modelagem de um processo de negócio. Estes objetos se dividem em cinco grupos de

elementos:

Objetos de Fluxo

OMG (2011) define os objetos de fluxo como os principais elementos gráficos

para definir o comportamento de um processo de negócio. Correspondem aos símbolos

de atividade (ou tarefa), subprocesso, eventos e gateway, como ilustra a figura 5.

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Figura 5 – Objetos de fluxo da notação BPMN

Fonte: Adaptada de OMG (2011)

Dados

Os dados são representados por quatro elementos: objeto de dados, entrada de

dados, saída de dados e depósito de dados. Alguns desses elementos podem ser

observados na figura 6.

Figura 6 – Objetos de dados da notação BPMN

Fonte: Adaptada de OMG (2011)

Objetos de Conexão

De acordo com OMG (2011), existem quatro formas de conectar os objetos de

fluxo entre si ou com outras informações. Existem quatro objetos: fluxo de sequência,

associação, fluxo de mensagens e associação de dados. A figura 7 apresenta alguns

destes símbolos.

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Figura 7 – Objetos de conexão da notação BPMN

Fonte: Adaptada de OMG (2011)

Swimlanes

Através das “Swimlanes” é possível agrupar os elementos da modelagem

primária. São dois tipos: pools e lanes. A figura 8 apresenta estas formas de

agrupamento.

Figura 8 – Swimlanes (notação BPMN)

Fonte: Adaptada de OMG (2011)

Artefatos

Artefatos são utilizados para possibilitar a adição de informações ao modelo do

processo. Existem dois tipos de artefatos: grupos e anotações de texto. A figura 9

apresenta estas duas formas de informação adicional.

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Figura 9 – Artefatos (notação BPMN)

Fonte: Adaptada de OMG (2011)

LAYOUT GERAL DO AMBIENTE DE PROCESSO

O diagrama do ambiente do processo, de acordo com Juric e Pant (2008), mostra

uma vista superior do processo de negócio, onde ele pode ser apresentado como uma

única atividade. Neste diagrama é mostrado:

O gatilho do processo, que nos mostra como o processo é iniciado;

As informações de entrada, necessárias para o processo;

Os resultados do processo;

As funções envolvidas no processo;

As métricas utilizadas para mensurar a eficiência do processo;

Eventos que podem interromper o fluxo regular do processo e a compensação

lógica do processo;

Conformidade com padrões ou referências do processo;

As metas de negócio que o processo contribui.

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Figura 10 – Layout geral do ambiente de processo

Fonte: Adaptada de Juric e Pant (2008)

2.3.4 Sistemas de Gestão de Processos de Negócio – BPMS

Os BPMS podem ser entendidos como um conjunto de instrumentos que buscam

a melhoria do sistema de gestão, contribuindo para a implementação de mudanças que

mantenha a empresa com os fluxos de trabalho claramente definidos, automatizados e

racionais (PAIN et al., 2009).

Vale ressaltar, entretanto, que existem vários entendimentos distintos para o que

são BPMS, de forma que existem diferentes tipos de sistemas que podem ser

considerados como um sistema de gestão de processos de negócio, como por exemplo:

sistemas de gerenciamento de regras de negócio, pacotes BPM, sistemas de

monitoramento dos processos de negócio, sistemas de modelagem de processos,

sistemas de workflow, CRM – ERP, entre outros sistemas (HALL et al., 2006, apud PAIM

et al., 2011).

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Entretanto, segundo Baldam et al. (2007), é necessário um conjunto de

diferentes ferramentas para compor uma solução total de BPM, e elas não necessitam

estar obrigatoriamente integrados em uma única suíte de produtos de software de um

único fabricante. Devido às limitações das ferramentas sob a ótica individual, observa-

se uma tendência de integração entre os mesmos de forma a obter melhores resultados.

A tendência é a padronização do uso das ferramentas para plataformas rodando sob o

modelo SOA, o que facilita a integração dos processos envolvidos.

Gart Capote (2013) afirma que as ferramentas BPMS devem dar apoio às

organizações na realização de atividades importantes das fases do ciclo de vida do

BPM, sendo elas principalmente:

1. A apresentação dos seus processos (Modelagem)

2. Definição das informações geradas (Dados)

3. A forma como o trabalho será realizado (Formulários)

4. O comportamento dos processos (Regras de Negócio)

5. Definição e alocação de recursos (Participantes)

6. Reutilização dos sistemas da informação (Integração)

7. Validação das mudanças nos processos (Simular)

8. A realização do trabalho definido no processo (Execução)

9. A verificação de resultados do processo (Monitorar)

Ainda de acordo com Gart Capote (2013), a representação cíclica mais comum

para a utilização de ferramentas BPMS é a sugerida na figura 11.

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Figura 11 – Ciclo BPMS

Fonte: Gart Capote, 2013 (p. 126)

Cabe ressaltar, entretanto, que no presente projeto o ciclo BPMS apresentado

foi utilizado de forma adaptada, desconsiderando as etapas “Definir Participantes”,

“Definir Integrações”, “Simular Processos” e “Executar Processos” por uma série de

razões. Dentre elas, pode-se citar: necessidade de conhecimentos avançados em TI,

inexistência do software de elaboração do planejamento de turmas apontado no capítulo

7, além de ser necessário um tempo hábil para implementar, testar e monitorar o novo

sistema proposto, não sendo possível pois dependeria de pelo menos 1 período letivo

completo para validação. Assim, um novo ciclo foi construído, considerando a adaptação

proposta, conforme a figura 12.

Modelar Processos

Modelar Dados

Definir Formulários

Definir Regras de Negócio

Definir Participantes

Definir Integrações

Simular Processos

Executar Processos

Monitorar Processo

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Figura 12 – Adaptação ao Ciclo BPMS

Fonte: Adaptada de Gart Capote (2013)

Modelar Processos

Modelar DadosDefinir Formulários

Definir Regras de Negócio

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3. CARACTERIZAÇÃO DO DEI

Neste capítulo, foi realizada a caracterização do Departamento de Engenharia

Industrial com o objetivo de compreender o seu propósito, os desafios e limitações

enfrentados, bem como sua relação com outros agentes. Além disso, foram definidos

critérios de desempenho, considerados essenciais para o DEI, que posteriormente

auxiliarão na análise dos resultados organizacionais esperados decorrentes da

aplicação da automação do processo de planejamento de turmas.

3.1 História

O Departamento de Engenharia Industrial (DEI) foi concebido a partir do antigo

Departamento de Estudos Econômicos e Sociais para formar engenheiros com

conhecimentos técnicos, segundo Cosenza (2015), “nos campos do planejamento, na

estratégia empresarial, na organização científica do trabalho, nos estudos de mercado,

na definição de escalas de projeto e na localização industrial”. Assim, foi criado o DEI

com a finalidade de conferir sustentação ao curso de Engenharia de Produção. Segundo

DEI (2016), o curso foi aprovado em 1971 como curso de Engenharia Industrial, tendo,

em 1974, sido aprovado pelo conselho universitário a alteração do nome do curso para

Engenharia de Produção, obtendo o reconhecimento oficial em maio de 1975. Com o

passar dos anos, o curso adquiriu maior abrangência ao agregar disciplinas voltadas

para a área financeira e o mercado secundário especulativo, constituindo o atual curso

de Engenharia de Produção (COSENZA, 2015).

Pode-se afirmar que o curso de Engenharia de Produção da Universidade

Federal do Rio de Janeiro, ao lado do da Universidade de São Paulo, é o pioneiro no

país, servindo para o desenvolvimento da Engenharia de Produção em âmbito nacional,

motivando a criação do curso em outras universidades do estado, tais como

Universidade Federal Fluminense, Universidade do Estado do Rio de Janeiro e

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (DEI, 2016).

Atualmente, os propósitos do DEI são: manter a estrutura e infraestrutura que

suportam o funcionamento das atividades acadêmicas do departamento, além de

oferecer módulos que compõem o curso de graduação em Engenharia de Produção e

outros cursos de engenharia da Escola Politécnica, além de cursos de especialização e

de extensão, cujas responsabilidades são dos coordenadores de cada curso, membros

do DEI.

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3.2 Estrutura e Infraestrutura do DEI

O DEI está localizado no térreo do bloco F do Centro de Tecnologia da UFRJ e

conta com as seguintes instalações: secretaria, salas de professores (três salas), salas

de aula (seis salas) e o laboratório LIG Produção (DEI, 2016).

Com relação aos recursos humanos, no momento de elaboração do presente

trabalho, o departamento tinha à disposição um corpo docente composto por 29

professores, dentre os quais 24 eram permanentes e 5 eram substitutos.

Além disso, o chefe de departamento era o professor Vinícius Carvalho Cardoso

e o subchefe era o professor Amarildo da Cruz Fernandes; a célula acadêmica era

composta por 3 funcionários próprios: Maria José Caetano do Amaral, Waldecleide

Andrade de Souza e Arnaldo Souza Vieira; e a célula administrativa era composta por

Carlos Carvalho, os funcionários terceirizados de serviços gerais Ana Cristina da Silva

Mota e João Evangelista de Farias Barros, e Isaque Procópio, que compunha a equipe

de suporte de TI. O organograma do departamento está representado na figura 13.

Figura 13 – Organograma do Departamento de Engenharia Industrial

Fonte: Elaboração própria

Além disso, a infraestrutura do DEI era composta por componentes de TI –

hardware, software, tecnologia de gerenciamento de dados e tecnologia de rede e

telecomunicações – e ativos físicos do departamento, para o desempenho de suas

funções.

Chefe de Departamento

Corpo DocenteCélula

AcadêmicaCélula

Administrativa

Chefe Suplente do

Departamento

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3.3 Subáreas do DEI

O DEI é composto por três subáreas formais de ensino: Gerência da Produção,

Engenharia Econômica e Métodos Quantitativos. Na prática, existe uma quarta área que

tem como foco a Engenharia do Petróleo. As disciplinas do curso de Engenharia de

Produção foram distribuídas entre estas áreas do conhecimento para que fosse possível

alocar os docentes de acordo com sua formação.

Além de ser importante para a organização das linhas de conhecimento

difundidas pelo CEP da UFRJ, esta divisão é importante para o planejamento das

disciplinas a serem lecionadas a cada semestre, principalmente o dimensionamento do

quadro de professores.

3.4 Principais Atividades

O Departamento de Engenharia Industrial, como já mencionado, tem o objetivo

central de suprir e sustentar a estrutura e a infraestrutura necessárias para que os

cursos de Engenharia de Produção e Engenharia de Petróleo possam, principalmente,

manter suas atividades. Para atender este objetivo, o DEI concilia quatro funções, como

se pode verificar na figura 14: acadêmica, gerencial e administrativa, de manutenção e

de realização de projetos de infraestrutura.

A função acadêmica engloba todas as atividades que geram algum impacto na

vida cotidiana do docente, do ponto de vista da entrega de conteúdo didático e

pedagógico aos alunos. São exemplos de atividades de função acadêmica: concurso

para professores substitutos, concurso para professores permanentes, alocação de

professores, previsão de turmas, alocação das disciplinas às salas, processo de

afastamento, progressão docente e compra de materiais didáticos/pedagógicos.

A função de manutenção compreende atividades que envolvem a manutenção

da estrutura e infraestrutura do DEI, tais como a manutenção das redes elétrica,

eletrônica, hidráulica e de telefonia das instalações do departamento.

Além da função de manutenção, cabe ao departamento a realização de projetos

de infraestrutura quando necessário. São exemplos de obras de infraestrutura a

implantação de uma nova rede de internet sem fio, cobrindo toda a extensão física do

departamento, e a criação do laboratório LIG Produção.

Por fim, o DEI desempenha uma função que compreende atividades gerenciais

e administrativas. Existem dois principais conjuntos de processos nesta função: os

processos de compras de materiais básicos, para o funcionamento diário do

departamento, e os processos financeiros, responsáveis pela administração e controle

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dos recursos financeiros do DEI, atualmente, comandado pelo subchefe do

departamento.

Figura 14 – Funções do Departamento de Engenharia Industrial

Fonte: Elaboração própria

Dentre as atividades do DEI, foi destacado pelo chefe do departamento que o

processo mais importante e recorrente é o de planejamento de turmas. Assim, além de

ser um processo destacadamente importante para o DEI, este processo foi escolhido

pelo fato de já estar sendo realizadas iniciativas para automação de parte deste

processo. Este fato fez do processo de planejamento de turmas um objeto interessante

para o desenvolvimento deste projeto, já que se pode aproveitar a experiência prévia na

tentativa da busca de soluções para as dificuldades do planejamento de turmas.

Para melhor compreensão do processo de planejamento de turmas, foco do

presente projeto, foi elaborada uma breve apresentação onde foram levantados os

principais critérios de desempenho.

3.4.1 Planejamento de Turmas

O processo de planejamento de turmas faz parte da função acadêmica do DEI e

é considerado uma das principais atividades do departamento. Planejar as turmas

Funções do DEI

Acadêmicas

Manutenção

Projetos de

Infraestru-tura

Gerenciais e

Administra-tivas

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significa alocar os professores às disciplinas, definir salas (capacidade), dias e horários

para cada uma das disciplinas oferecidas em um determinado período.

Esta tarefa se torna complexa à medida que não se tem uma visibilidade clara

da demanda por cada disciplina. A demanda de pedidos de inscrição em disciplinas

possui uma natureza difícil de regular. Isso ocorre devido a um fenômeno ocorrido no

sistema provocado pelo fato de alunos se inscreverem em diversas disciplinas a fim de

aumentarem suas chances de conseguir o máximo de aceitação possível. Isso pode vir

a provocar uma lotação diferente da prevista pelo processo em questão.

Além disso, outro fator que contribui para a complexidade da previsão é o fato

das características das turmas (professores disponíveis e demanda por vagas) não

serem estáveis. Em cada período, existe uma necessidade diferente de alocação que,

por sua vez, é diferente das alocações executadas nos períodos anteriores. Isso pode

ocorrer por diversos motivos, tais como: professores apresentam restrições de horários

diferentes, alunos que estão regressando de intercâmbio, novos alunos realizando

intercâmbio na universidade, maior percentual de reprovação em um determinado

período – o que pode aumentar ou reduzir a demanda de vagas em uma determinada

disciplina, entre outros fatores.

O principal objetivo deste processo é realizar a alocação de recursos que

possibilite a oferta das disciplinas obrigatórias, restritas e eletivas para os alunos do DEI

. Vale destacar, entretanto, que este objetivo deve ser atingido com o máximo de

atendimento das necessidades dos docentes, coordenadores e alunos.

Considerando estes resultados esperados, o DEI deve conseguir realizar este

planejamento de forma mais eficaz e eficiente, no sentido de atender aos objetivos

especificados e com a menor alocação de homem-hora possível para realização destas

atividades, respectivamente, desonerando a chefia no processo, tornando o cargo mais

atrativo para próximas gestões.

Atualmente, a previsão de turmas é feita com base no histórico de turmas

oferecidas. Entretanto, devido à instabilidade do sistema ocasionado pelo

comportamento irregular da demanda e pelo dinamismo entre os agentes envolvidos,

tal método se mostra insuficiente. Conforme relatado pelo chefe de departamento,

faltam critérios que confiram robustez ao processo de previsão de turmas.

A tabela 1 apresenta os principais critérios de desempenho do processo de

previsão de turmas levantados por meio de entrevistas com o chefe do DEI, de forma a

servir como base para melhoria deste processo.

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Função Critérios de Desempenho

Planejar as turmas do período alocando os recursos do departamento (salas e

professores)

Menor retenção de alunos (Longo Prazo)

Menor número de alunos sem vaga (Curto Prazo)

Maior satisfação dos professores

Tabela 1 - Critérios de desempenho do processo de planejamento de turmas

Fonte: Elaboração própria

Se o aluno não for reprovado em nenhuma disciplina e cursar todas as disciplinas

dentro do período especificado, é esperado que ele termine o curso de Engenharia de

Produção em cinco anos. No entanto, as reprovações acontecem, os alunos vão para

intercâmbio e, por isso, muitos deles acabam ficando mais tempo dentro da

universidade. Nesse caso, cabe ao departamento oferecer uma grade que permita que

o aluno, mesmo diante de uma reprovação ou outro motivo, consiga realizar um conjunto

de disciplinas que minimize o impacto deste atraso no seu tempo de atravessamento no

curso.

O planejamento de turmas deve beneficiar os alunos, em primeira instância, mas

também deve ser coerente com os interesses dos docentes, tanto de horário e número

de alunos. Por uma questão de limitação de salas, entretanto, não é possível que todos

os professores deem aula no seu horário preferido. Assim cabe à chefia encontra um

planejamento que busque concentrar os horários dos professores, em poucos dias e em

uma faixa de horário contínua.

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4. MODELAGEM DOS PROCESSOS DE PLANEJAMENTO DE TURMAS

Nesta seção foi apresentada a modelagem do processo de planejamento de

turmas. Esta etapa é fundamental para que se possa tornar explícito o processo

estudado, possibilitando uma posterior identificação das necessidades de automação.

Para modelar os processos foi utilizado o software Bizagi Modeler, onde foi

possível construir o fluxograma de processos seguindo a notação BPMN.

4.1 O Processo de Planejamento de Turmas

O processo de planejamento de turmas tem como objetivo central determinar em

qual horário e sala de aula determinada disciplina será ministrada, além de promover a

alocação de um professor responsável. O processo se inicia alguns meses antes do

começo do período letivo. O responsável pela condução do processo é o chefe de

departamento, porém outros agentes – professores, coordenadores, alunos e

funcionários do DEI – também participam em determinados momentos. O processo

possui uma duração média de 1 mês e meio e, de acordo com o chefe do DEI, da forma

como é conduzido atualmente, ocasiona em si sobrecarga significativa.

Inicialmente, o chefe do DEI utiliza como base para construção do planejamento

de turmas de determinado semestre a versão final da previsão para o mesmo semestre

do ano anterior. Assim, por exemplo, caso o interesse seja realizar a previsão de turmas

para 2016.1, o chefe do DEI irá utilizar a base de dados de 2015.1. Isso se dá devido

ao fato de existirem matérias que são ofertadas de forma alternada entre semestres, ou

porque o quadro de professores disponíveis permanece relativamente o mesmo, salvo

algumas exceções, o que confere ao resultado anterior uma boa aproximação para a

construção da nova previsão. A versão inicial de previsão de turmas é construída com

o auxílio de planilhas, e o seu resultado é confrontado com a configuração de turmas do

semestre em curso para detecção de alterações realizadas que necessitam ser

validadas quanto à sua permanência junto aos professores e alteradas na base de

dados.

O chefe do DEI, então, reúne todas as demandas de professores e

coordenadores. Esse último grupo inclui, além do coordenador de Engenharia de

Produção, coordenadores de outros cursos, pois o DEI oferta disciplinas para outras

engenharias.

Coordenadores de outros cursos que desejam solicitar determinada quantidade

de vagas para seus alunos em turmas ofertadas pelo DEI enviam as solicitações por

meio de memorandos ou e-mails. O primeiro caso se dá mais frequentemente para

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solicitações que compreendem um número pequeno de turmas. Já o segundo caso

ocorre com mais frequência quando envolve cursos que solicitam uma oferta maior de

disciplinas do DEI, como é o caso do curso de Engenharia de Petróleo, e assim o

processo de previsão se torna mais dinâmico e complexo.

Uma vez que a previsão é feita baseada nas duas previsões anteriores, é

provável que uma turma solicitada cuja natureza seja de oferta regular já esteja prevista,

sem gerar grandes problemas. Entretanto, caso o solicitante altere o horário da turma

ou aumente o número de vagas necessárias, irá requerer alterações mais significativas

no quadro de turmas, envolvendo disponibilidade de professores e salas de aula. Nesse

caso, se a disciplina requerida for obrigatória para o curso solicitante, a negociação se

estende até que seja obtida uma solução, podendo ser tomadas medidas pouco

recorrentes, como contratar um professor substituto, pedir ajuda a outros departamentos

ou solicitar que determinado professor fique sobrecarregado. Se a disciplina requerida

fizer parte do grupo de disciplinas condicionadas, não se torna necessário o transtorno

mencionado, uma vez que tais matérias fazem parte de um grupo maior que, inclusive,

podem ser ministradas em outros departamentos. A mesma lógica vale para pedidos de

novas turmas.

O coordenador de Engenharia de Produção é o responsável por negociar as

turmas de disciplinas ministradas para alunos de Engenharia de Produção que não são

de responsabilidade do DEI, como as matérias ofertadas pelo Instituto de Física (IF) e

Instituto de Matemática (IM), além de outros departamentos, por exemplo, e transmitir

oralmente ou por e-mail os resultados parciais das negociações para que a chefia do

DEI atualize a previsão. Tais negociações envolvem determinação de salas de aula e

tamanho de turmas.

Uma vez enviada por e-mail para os professores e coordenadores a primeira

versão da previsão de turmas realizada, os mesmos são requisitados pelo chefe do DEI

a verificar se os dados estão de acordo com suas demandas. À medida que alguns

professores confirmam e outros realizam pedidos de alteração, e o coordenador de

Engenharia de Produção realiza alterações nos horários de disciplinas que não são de

responsabilidade do DEI, novas versões da planilha de previsão são criadas e

encaminhadas até que se obtenha consenso geral. A figura 15 mostra a layout da

planilha usada no processo de planejamento de turmas.

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Figura 15 – Planilha de planejamento de turmas

Fonte: DEI (2016)

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Após a obtenção do consenso por todos os demandantes quanto à previsão de

turmas, o chefe do DEI divulga o planejamento final por e-mail para professores e

coordenadores, e encaminha o mesmo para funcionários do DEI, que são responsáveis

por lançar as turmas no Sistema Integrado de Gestão Acadêmica da UFRJ (SIGA) antes

do início oficial do período de inscrição. Além disso, o chefe do DEI disponibiliza nos

murais do departamento o planejamento de turma no formato de quadro de horários,

conforme visto na figura 16.

Figura 16 – Quadro de horários da Engenharia de Produção (1º período – 2016.1)

Fonte: DEI (2016)

Durante o período de inscrição, pode ser necessário alterar a capacidade de

determinadas turmas (aumentando ou diminuindo o número de vagas), seja devido a

uma demanda de inscrições não prevista ou alterações de última hora no quadro de

professores ou de salas de aula disponíveis. Sob essas condições, caso seja necessário

aumentar a capacidade da turma, o chefe do DEI inicialmente verifica se o projeto

pedagógico do professor alocado permite a expansão e se a sala designada comporta

a nova quantidade de alunos. Se a primeira condição for atendida e a segunda, não, é

possível ainda buscar outras salas de aula. Caso seja necessário diminuir a capacidade

da turma e já tenha uma quantidade de alunos inscritos superior à nova capacidade, é

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necessário que o chefe do DEI notifique individualmente cada aluno em excesso,

pedindo que os mesmos retirem suas inscrições.

Atualmente, o processo de previsão de turmas atende às necessidades do

Departamento, porém demanda tempo por parte do chefe do DEI, comprometendo a

qualidade do serviço e abrindo oportunidades para melhoria. Existe uma ferramenta de

automação sendo elaborada pelo estagiário do Departamento com o intuito de

automatizar o planejamento de turmas. Por enquanto, tal ferramenta se baseia no

histórico dos períodos para gerar a grade horária, porém a mesma permite uma interface

mais intuitiva e dinâmica com o chefe do DEI ao apostar, principalmente, na

apresentação dos dados e informações necessárias à tomada de decisões. Cabe

ressaltar, entretanto, que a ferramenta em questão e suas características não serão

consideradas no projeto de automação deste projeto.

Em entrevista, o chefe do DEI estabeleceu as seguintes metas para o processo:

diminuir o tempo de execução; buscar a otimização da alocação de recursos (salas de

aula, professores e horários) no universo do DEI; tornar a previsão e turmas baseada

na demanda real de alunos, ao invés de no histórico de previsões. A figura 17 representa

um diagrama que resume alguns aspectos relacionados ao processo de previsão de

turmas, como evento de início e de fim, além dos inputs, outputs e condições previstas.

O processo modelado pode ser encontrado no apêndice A.

Figura 17 – Ambiente geral do processo de planejamento de turmas

Fonte: Elaboração própria

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5. ANÁLISE DO PROCESSO

Após modelar o processo escolhido para aplicar a automação de processos,

tema central deste projeto, foram levantados os pontos de alavancagem do processo a

partir da identificação dos efeitos indesejáveis e de suas causas, para que, em um

segundo momento, fosse possível esclarecer as necessidades de automação no

processo de planejamento de turmas do DEI.

A análise foi dividida em três seções. Na primeira, foi realizada uma avaliação

geral do processo, com base nos critérios de desempenho estabelecidos no capítulo 3

e descritos na tabela 1. Na segunda seção, foram levantados os efeitos indesejáveis

(EI) que impedem que os processos atinjam um desempenho superior. Por fim, na

terceira seção, foram identificadas as causas dos “efeitos indesejáveis” a partir da

utilização da Árvore da Realidade Atual (ARA), desenvolvida por Goldratt. Na ARA, os

efeitos indesejáveis são desdobrados até que se identifique as causas raízes destes

problemas.

5.1 Avaliação Geral com Base nos Critérios de Desempenho

Como visto na caracterização do DEI, definiram-se três critérios que traduzem o

desempenho do processo:

Menor retenção de alunos – avalia o planejamento no longo prazo e se traduz

por meio do tempo de atravessamento médio dos alunos no curso.

Menor número de alunos sem vagas – avalia o planejamento no curto prazo e

se traduz por meio da razão entre oferta e demanda por turma.

Maior satisfação dos docentes – avalia o planejamento pela perspectiva do

docente. Este critério pode ser definido e padronizado no sentido de concentrar

os horários de aula dos docentes durante a semana, não permitindo, por

exemplo, que um mesmo professor dê uma aula às 07:00 e uma às 15:00 no

mesmo dia.

Estes critérios foram definidos a partir de entrevistas com o chefe do DEI, que

destacou estes três aspectos como importantes para entender se o processo está

atingindo o seu propósito. Como o departamento não controla estes critérios por meio

de nenhum indicador quantitativo e não houve tempo suficiente para coletar

informações, uma vez que o processo ocorre ao longo de todo semestre, foi inviabilizada

uma análise quantitativa destes critérios de desempenho.

A atual gestão do DEI está buscando alternativas para montar um planejamento

que atenda os interesses de alunos, coordenadores e docentes com maior efetividade.

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A vontade de atingir este objetivo traz um ônus para a chefia que, manualmente, realiza

alterações no processo a cada solicitação que necessita ser atendida.

Com relação à satisfação dos docentes, é importante ressaltar que não é

possível agradar a todos com o número de salas disponíveis atualmente. Os horários

de sete às dez da manhã e de três às cinco da tarde (principalmente na sexta feita) são

os preteridos por boa parte dos docentes, de acordo com o chefe de departamento do

DEI. Como existe um número limitado de salas, algum professor poderá ser alocado

nestes horários. Dentro do possível, o chefe procura concentrar os horários dos

docentes durante a semana e durante o dia, de forma que o docente não tenha que dar

aulas todos os dias e evitando que o professor precise ficar na universidade o dia todo.

5.2 Efeitos Indesejáveis

A partir da modelagem do processo de planejamento de turmas e conversas com

alguns envolvidos no processo, levantou-se alguns efeitos indesejáveis que impedem

que o processo atinja um desempenho superior em termos dos critérios definidos na

tabela 1.

Os efeitos indesejáveis encontrados no processo foram listados abaixo com as

respectivas justificativa.

EI 1. Necessidade de ajustes na alocação de recursos durante o período de inscrição e

de alteração

Um dos principais efeitos que mostram que o processo não atingiu uma boa

eficácia é a necessidade de reajuste no planejamento durante o período de inscrição.

Quanto mais alterações de capacidade e ajustes de sala e professor o chefe precisa

realizar durante o período de inscrição e alteração, menor foi a assertividade de seu

planejamento.

Os principais erros que geram a necessidade de ajustes no planejamento

durante o período de inscrição em disciplinas e de alteração são os erros de cadastro

de turmas no SIGA e erros de previsão relacionados a dificuldade de atender a demanda

real por disciplinas.

De acordo com o chefe de departamento, em menos de uma semana após a

abertura do período de inscrições referente ao período 2016.2, já haviam sido realizadas

duas alterações no planejamento. Apesar de parecer pouco, realizar alterações quando

todo o planejamento já foi colocado no SIGA gera um trabalho ainda maior, como foi

demonstrado na modelagem do processo.

EI 2. A demanda supera as expectativas em algumas turmas e fica abaixo em outras

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O DEI planeja um determinado número de vagas para cada turma. Em algumas

turmas, o número de inscrições supera muito a capacidade. Em contrapartida, algumas

turmas recebe um número de inscrições muito pequeno. Quando este tipo de situação

ocorre, gera-se um desconforto para o chefe do departamento, que deve buscar alguma

alternativa para equilibrar a demanda.

Este efeito também gera a necessidade de ajustes no planejamento durante o

período de inscrição, que pode acarretar em um maior número de atividades para a

chefia do DEI.

EI 3. Eventualmente as salas cadastradas no SIGA não estão corretas para algumas

turmas

Em alguns casos, existem turmas cadastradas com a sala errada no SIGA. Este

erro demanda um retrabalho por parte da chefia do DEI, que deve entrar no sistema e

corrigir o erro manualmente.

Erros desse tipo, se não percebidos a tempo, podem gerar confusão por parte

dos alunos.

EI 4. Eventualmente os professores cadastrados no SIGA não estão corretos para

algumas turmas

Análogo ao EI 3, em alguns casos, existem turmas cadastradas com o professor

errado no SIGA. Este erro demanda um retrabalho por parte da chefia do DEI, que deve

entrar no sistema e corrigir o erro manualmente.

Erros desse tipo, se não percebidos a tempo, podem gerar confusão por parte

dos alunos, comprometendo a efetividade do processo.

EI 5. Necessidade constante de reajuste do planejamento de turmas antes de ser

lançado no SIGA

Para o semestre de 2016.1, foram lançadas 5 versões do planejamento de

turmas, sendo cada uma delas fruto de alterações incorporadas ao longo do processo

pelo chefe do DEI. Cabe ressaltar que tais alterações são advindas de solicitações feitas

por professores do departamento, além de coordenadores de cursos para os quais o

DEI oferta disciplinas e outros departamentos e institutos que ofertam disciplinas para o

curso de Engenharia de Produção.

A constante necessidade de reajustes no planejamento de turmas, além de

ocasionar sobrecarga de trabalho para o chefe do DEI, aumenta o tempo de execução

do processo.

EI 6. Em alguns casos, ocorrem sobreposição de turmas de um mesmo período

No planejamento de turmas para o período 2016.2, foi observado que há a

possibilidade de haver sobreposição de turmas de um mesmo período, problema

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considerado grave. A figura 18 apresenta o planejamento de turmas do segundo período

do curso de Engenharia de Produção para o segundo semestre de 2016. Nele pode ser

observado que existem quatro possíveis turmas de Física Experimental 2, cuja carga

horária é de duas horas semanais. Observa-se que se um aluno do segundo período de

Engenharia de Produção quiser realizar todas as disciplinas listadas nessa grade, ele

só terá uma opção de turma de Física Experimental 2, a lecionada às sextas das 15h

às 17h.

O problema reside no fato de que não há vagas suficientes nas turmas de Física

Experimental para uma turma completa de Engenharia de Produção do segundo

período. Assim, os alunos ou terão que realizar as disciplinas de Cálculo 2 ou Física 2

em outros cursos, liberando o horário de sexta para realizar Física Experimental em uma

turma na sexta de manhã, ou tentar se inscrever na turma de sexta das 15h às 17h,

correndo o risco de ficar sem a vaga.

Nesse caso, esta sobreposição não foi observada a tempo de realizar uma

alteração viável.

Figura 18 – Quadro de horários da Engenharia de Produção (2º período – 2016.2)

Fonte: DEI (2016)

5.3 Identificação das Causas

Para que se possa realizar uma avaliação das principais necessidades de

automação do processo estudado, é preciso encontrar as causas dos problemas (ou

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efeitos indesejáveis) levantados. Para isso, como já mencionado, foi utilizado a Árvore

da Realidade Atual. Neto e Bornia (2001) sugerem uma abordagem para leitura de uma

Árvore da Realidade Atual, conforme ilustrado na figura 19.

Como pode ser observado, a lógica do diagrama pressupõe que as causas

estejam abaixo dos efeitos.

Figura 19 – Abordagem para leitura da ARA

Fonte: Neto e Bornia (2001)

Goldratt define dez passos para a construção de uma árvore da realidade atual,

conforme explicitado por Dettmer (1997):

1. Identifique a sua área de controle e sua esfera de influência;

2. Crie uma lista de efeitos indesejáveis;

3. Comece a árvore da realidade atual;

4. Conecte os dois primeiros efeitos indesejáveis;

5. Conecte outros efeitos indesejáveis;

6. Construa a cadeia de causa e efeito para baixo;

7. Redefina os efeitos indesejados;

8. Identifique causas raízes e o problema central;

9. Procure pelas ligações em forma de “V” (causa central) ou falta de ligações;

10. Decida quais causas raízes atacar.

Goldratt também define Categorias Legítimas de Reserva que ajudam a

identificar erros comuns ao se construir uma ARA. Os testes sugeridos apresentados

em Dettmer (1997) e aplicados na ARA do presente projeto são:

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Existência da Entidade – Verifica se os problemas listados são realmente

problemas.

Existência da Causalidade – Verifica se a relação de causa e efeito

realmente existe entre duas entidades.

“Falta de Oxigênio” – Verificar se existem elementos que sabemos que

precisam estar presentes na árvore porém não estão representados.

Insuficiência de Causa – Verificar se não existem mais causas para um

determinado efeito.

Causas Adicionais – Verificar se não existe excesso de causas para um

mesmo efeito.

Reversão entre Causa e Efeito – Verificar se não houve algum engano na

relação entre causa e efeito de duas entidades.

Dessa forma, os testes foram aplicados para garantir confiabilidade à ARA

construída para estudar o processo de planejamento de turmas do DEI.

5.3.1 Árvore da Realidade Atual para o Processo de Planejamento de Turmas

A partir dos efeitos indesejáveis listados na seção 5.2 deste relatório, buscou-se

seguir o método de construção da ARA sugerido por Dettmer (1997). A árvore da

realidade atual construída teve como principal foco o processo de planejamento de

turmas, avaliando problemas que estão na esfera de influência do DEI.

Vale ressaltar que o objetivo da realização desta ARA é encontrar as causas

raízes que geram estes efeitos indesejáveis e impedem que o processo tenha um

desempenho superior. Em seguida, serão identificadas as necessidades de automação

para o processo que ataquem suas principais causas de problemas.

A árvore de realidade atual construída para a análise do processo em questão

pode ser encontrada no apêndice B.

Pode-se verificar como causas raízes dos efeitos indesejáveis listados:

1. Até a data de inscrição em disciplinas, não existe restrição à chegada de

solicitações, isto é, professores e coordenadores podem realizar solicitações de

alteração de horários ou vagas ao longo de todo o processo até a data de inscrição em

disciplinas.

2. A comunicação entre os departamentos acontece de forma insuficiente, isto

é, os outros departamentos que solicitam e oferecem turmas para o DEI, não procuram

entender o planejamento do DEI para tomar suas decisões.

3. Alguns docentes acabam não se preocupando com uma resposta rápida ao

planejamento de turmas.

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4. O planejamento de turmas se inicia de forma tardia em alguns períodos.

5. As ferramentas utilizadas são limitadas em termos da avaliação das

combinações de turmas e apontamento dos erros.

6. Não se conhece a demanda real por turmas.

7. Os critérios de prioridade nas turmas não são claros para todos os alunos.

8. Alguns alunos não fazem um planejamento das disciplinas que irão puxar até

o fim do curso.

9. Os alunos que voltam de intercâmbio ou que vem de transferência não sabem

se terão dispensa das disciplinas que cursaram fora da UFRJ.

10. Toda a entrada de dados no SIGA é realizada manualmente, turma por

turma.

11. Cada departamento lança suas turmas no SIGA e o DEI não tem controle

sobre isso.

12. O SIGA permite duas ou mais turmas em uma mesma sala (ou com o mesmo

professor) em um mesmo horário.

13. Em algumas disciplinas, existem professores e horários que são preferidos

pelos alunos.

Vale destacar que não é pretensão deste projeto esgotar e solucionar todas

estas causas. A seleção das causas que serão compreendidas na solução de

automação forma listadas e justificadas na seção 6.2 deste relatório.

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6. DEFINIÇÃO DAS NECESSIDADES DE AUTOMAÇÃO

A modelagem do processo de planejamento de turmas, considerado crítico para

o Departamento de Engenharia Industrial, permitiu tornar explícitas as atividades que

compõem este processo. Dessa maneira, foi possível levantar os efeitos indesejáveis

dos processos, sobretudo os que impactavam diretamente nos respectivos

desempenhos. A partir dos efeitos indesejáveis, chegou-se às causas, com o objetivo

de identificar onde a automação de processos seria melhor aplicada, gerando os

melhores resultados.

Assim, o capítulo 6 teve o objetivo de listar as principais necessidades de

automação no processo estudado, para que fosse possível focar no desdobramento de

uma solução que potencialize o desempenho do processo.

6.1 Atividades Automatizáveis – Processo de Previsão de Turmas

Para cada uma das atividades do processo de planejamento de turmas que são

realizadas pela chefia do DEI, foram avaliados os seguintes aspectos para determinação

da necessidade de automação: se a atividade é automatizável, qual o impacto da

automação desta atividade (quanto maior o impacto, melhor será o desempenho do

processo) e qual a complexidade da automação desta atividade.

Vale destacar que não foram consideradas automatizáveis as atividades que

dependem da disponibilização de informações de outros departamentos, bem como

atividades que dependem de alterações pontuais no SIGA, pois se tratam de atividades

corretivas e difíceis de padronizar.

Destaca-se ainda que as atividades automatizáveis em parte, são as que

dependem de algum tipo de validação não padronizável da chefia para prosseguir.

A tabela 2 apresenta a avaliação realizada para cada atividade realizada pela

chefia do DEI. As atividades foram numeradas para que fosse possível realizar uma

breve explicação da análise realizada para cada atividade.

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Tabela 2 - Necessidades de Automação

Fonte: Elaboração própria

A atividade “reunir solicitações de professores e coordenadores” (1) pode ser

considerada automatizável uma vez que se trata de uma atividade meramente manual,

sem que haja a necessidade de tomar uma decisão não padronizável. O fato de

existirem três canais de comunicação (oral, via e-mail, via memorando) para a

realização das solicitações de alteração de horário e pedido de turmas, aumenta a

complexidade da automação. Padronizar a chegada destas solicitações pode ser uma

solução para viabilizar a automação.

É Automatizável? Impacto da Automação Complexidade da Automação Causas relacionadas

1Reúne solicitações de

professores e

coordenadores

Sim Alto Média 1, 2, 4

2 Monta quadro de horários Em parte Alto Média 5, 6, 7

3Envia nova proposta de

horários para professor /

coordenador

Sim Baixo Baixa 2

4 Divulga o planejamento Sim Baixo Baixa 3

5 Avalia deliberações Em parte Alto Média 2

6 Divulga resultado final Sim Baixo Baixa -

7Passa planilhas para

funcionáriosSim Baixo Baixa -

8 Lança turmas no SIGA Sim Alto Alta 11, 12

9Verifica se projeto

pedagógico do professor

comporta (o aumento)

Sim Médio Baixa 8, 9, 10, 14

10Verifica disponibilidade de

salasNão Alto - 8, 9, 10, 14

11Verifica se número de

inscritos é superior a nova

capacidade

Não Baixo - 8, 9, 10, 14

12Notifica excedentes e pede

que retirem inscriçãoNão Alto - 8, 9, 10, 14

13Ajusta capacidade da turma

no SIGANão Alto - 8, 9, 10, 14

Atividade

Processo: Planejamento de Turmas

Necessidades de Automação

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Vale destacar que a chefia pouparia tempo se já recebesse, compilada, todas as

solicitações prévias antes de montar a primeira versão do planejamento. Por isso,

considera-se que o impacto desta automação seja alto.

A atividade “montar quadro de horários” (2), por sua vez, foi considerada

automatizável em partes. Isso porque é importante que o chefe de departamento avalie

aspectos pessoais em relação ao arranjo das turmas. Vale destacar, entretanto que esta

avaliação pode ser incluída na solução por meio de uma validação. O impacto desta

solução pode ser considerado alto uma vez que o chefe de departamento avalia as

possibilidades de alteração manualmente, despendendo um tempo relativamente alto,

justamente pela limitação da ferramenta e do método utilizado.

Vale ressaltar que o não conhecimento da demanda real por vagas dificulta uma

alocação de recursos mais efetiva. Foi preciso pensar em um método, incorporado à

automação para se chegar mais próximo da demanda real por turmas para que o

processo atinja o seu objetivo.

O “envio da nova proposta para docente” (3) pode ser considerado

automatizável. O e-mail, por exemplo, pode ser disparado a partir de um dado evento,

como uma confirmação da chefia. O impacto pode ser considerado baixo pois a chefia

não despende muito tempo realizando esta atividade. A automatização desta atividade,

garante, no entanto, que todos os docentes receberão a proposta de horário em tempo

hábil para avaliar e propor alterações.

A validação tardia de alguns docentes da proposta de horário acaba gerando

uma dificuldade para o processo. Se o docente demora muito para responder, pode

haver um retrabalho, pois o chefe de departamento terá que avaliar o planejamento

novamente.

A “divulgação do planejamento” (4) também foi considerada uma atividade

automatizável. Uma vez finalizada a primeira versão do planejamento, um e-mail pode

ser disparado para os interessados.

A “avaliação das deliberações recebidas de docentes e coordenadores” (5), pode

ser automatizada em partes. É preciso que a chefia realize uma avaliação pessoal dos

motivos pelo qual o docente ou coordenador precisa de um outro dia ou horário. A

automação pode compreender a atividade de avaliar se a solicitação pode ser atendida

em termos de recursos (se existe o horário ou sala solicitada pelo coordenador ou

docente).

Vale ressaltar que é importante, nesse caso, que o chefe de departamento possa

simular possibilidades com facilidade e agilidade. Não seria uma solução de automação,

porém aceleraria a parte da atividade que não pode ser automatizada.

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A “divulgação do resultado final” (6) também pode ser automatizada seguindo a

mesma lógica das atividades 3 e 4. Assim que o chefe define que o planejamento está

finalizado, um e-mail pode ser disparado para os interessados.

A atividade “passar planilhas para funcionários” (7) também pode ser

automatizável. Inclusive, esta atividade pode ser incorporada à atividade 6. O

funcionário responsável por colocar a planejamento no mural pode receber o

planejamento por e-mail, imprimir e colocar no mural.

Considerou-se que “lançar turmas no SIGA” (8) é uma atividade automatizável,

porém com uma complexidade alta. Isso por que não se conhece a estrutura por trás do

SIGA. Mais uma vez, o objetivo desta automação é reduzir o número de atividades

manuais, evitando erros e colaborando para uma maior agilidade do processo.

A atividade “verificar o projeto pedagógico do professor” (9) pode ser

automatizada desde que haja um banco de dados com o projeto pedagógico de cada

docente. A automatização desta atividade pode reduzir o trabalho da chefia, que, neste

caso, obteria a informação automática dada a necessidade de alteração da capacidade

da turma.

A “verificação da disponibilidade de salas” (10) foi considerada uma atividade

não automatizável uma vez que o DEI utiliza salas fora do departamento. Para

automatizar seria necessário ter a informação das salas disponíveis em cada

departamento. O acesso a esta informação não depende exclusivamente do DEI. Se

houvesse uma base onde se registrasse a ocupação das salas em toda a Escola

Politécnica, esta atividade poderia ser parcialmente automatizada.

A atividade de “verificação do número de inscritos é superior à nova capacidade”

(11) foi considerada como não automatizável, uma vez que depende de acesso pontual

às informações do SIGA.

Foi considerado que a “notificação dos alunos que excedem a capacidade” (12)

não pode ser automatizada. Isso porque a comunicação deve ser feita por telefone. Esta

exigência é feita pois existe a necessidade que os alunos excedentes retirem sua

inscrição o mais rápido possível, caso haja uma mudança de capacidade. Assim, a

automação desta atividade poderia prejudicar a eficácia da atividade.

O “ajuste da capacidade no SIGA” (13) foi considerado como não automatizável,

uma vez que se trata de uma alteração pontual na base de dados do SIGA. Este tipo de

alteração não seria permitido pelo sistema a curto prazo.

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6.2 Seleção do Foco da Automação

A partir das análises realizadas no capítulo 5 e da avaliação da possibilidade de

automação das atividades realizadas pela chefia do DEI no processo de planejamento

de turmas, já no capítulo 6, verificou-se que a automação do processo por inteiro é

tecnicamente inviável. Após a inserção das turmas no SIGA, não há forma de criar

rotinas padronizadas e automatizadas para gerar os ajustes de capacidade e professor

no SIGA.

Assim, definiu-se que a automação do processo de planejamento de turmas

compreenderá as atividades até a inserção das turmas no SIGA. Todas as alterações

posteriores ao início do período de inscrição terão que ser realizadas manualmente.

Cabe dizer que a automatização da atividade “inserir turmas no SIGA” hoje não

é possibilitada pelo sistema de gestão acadêmica da UFRJ. Entretanto, buscou-se

nesse projeto, oferecer alternativas para que se torne viável esta integração,

minimizando erros de entrada de dados, tais como troca de turmas e professores.

Vale ressaltar que nem todas as causas raízes listadas na seção 5.3.1 serão

solucionadas a partir da automação. As causas 6, 7, 9, 11, 12 e 13 não dependem

apenas de uma solução de automação. Entretanto, as seguintes causas merecem ser

analisadas para se pensar em uma alternativa que torne a solução de automação mais

robusta e eficaz: “não se conhece a demanda real por turmas” e “alguns alunos não

fazem um planejamento das disciplinas que irão puxar até o fim do curso”.

Assim, também será foco da solução final deste projeto, avaliar alternativas que

incluam no sistema automatizado o resultado de uma previsão do número de inscrições

em cada disciplina, baseando-se na necessidade real dos alunos.

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7. PROJETO DE AUTOMAÇÃO

Este capítulo possui o objetivo de apresentar de forma detalhada a

implementação da metodologia definida na seção 2.3.4 para automação de processos

de negócio utilizando BPMS, aplicada ao processo de planejamento de turmas do DEI,

conforme delineado na seção 6.2.

O capítulo está dividido em sete seções: solução de automação, onde será

melhor explicada qual a solução de automação a ser projetada; modelagem do

processo, onde foi apresentada a remodelagem do processo de planejamento de turmas

com base na solução de automação adotada; modelagem de dados, que consiste no

mapeamento das informações necessárias para o funcionamento do sistema e na

definição dos relacionamentos entre os grupos de informações; criação de formulários,

onde foram sugeridas interfaces para cada atividade; definição das regras de negócio,

que consiste no detalhamento das condições e relações lógicas do fluxo de trabalho.

Além disso, apesar de não se realizar um aprofundamento técnico muito grande, definiu-

se os usuários e definiu-se as necessidades de integração com outros sistemas, para

que, caso haja o interesse da implantação do sistema BPMS para gerir o processo de

planejamento de turmas, se tenha orientações concretas e bem estruturadas de como

prosseguir.

7.1 Solução de Automação

A solução de automação proposta é a criação de um sistema que visa dar

suporte ao processo de planejamento de turmas ao integrar em um mesmo ambiente

os agentes e informações envolvidos no processo, além de automatizar total ou

parcialmente atividades que antes eram exclusivamente manuais, considerando as

limitações destacadas na seção 6.2. Este sistema foi intitulado de Sistema Integrado de

Planejamento de Turmas (SIPT).

Cabe destacar que a solução de automação em desenvolvimento pelo estagiário

do DEI se assemelha com o SIPT nas seguintes características: centralização das

informações e maior controle do processo pelo chefe de departamento.

Destaca-se ainda que a solução também passa pela especificação de um

software, externo ao sistema, que irá, por meio de um algoritmo de otimização, realizar

a melhor alocação de recurso de forma automática dado as restrições pré-

estabelecidas. Dessa forma a geração da primeira versão do planejamento de turmas

será automatizada e otimizada.

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Vale destacar que a ideia é que alunos, docentes, coordenadores e funcionários

do DEI tenham acesso ao sistema, com um perfil que lhes permita executar as

atividades relacionadas ao processo de planejamento de turmas. A forma de acesso ao

sistema não será especificada neste trabalho, uma vez que demanda um conhecimento

de TI que extrapola o especificado para elaboração deste trabalho. Entretanto, é

sugerido que se busque uma integração com o website do departamento para que seja

possível centralizar ainda mais o acesso às informações no departamento.

A solução foi determinada baseada nas causas raízes especificadas também na

seção 6.2. De uma forma geral, buscou-se a conciliação dos interesses dos principais

stakeholders do processo – alunos, professores, coordenadores e chefe do DEI; o

aprimoramento do antigo fluxo de informações, centralizando-o em um mesmo

ambiente; a padronização das atividades e o estabelecimento de prazos para algumas

delas; a criação de uma funcionalidade que permite ao aluno realizar o seu

planejamento de turmas ao longo dos períodos que compõem o curso, ajudando-o a se

organizar para o tempo presente e futuro; entre outras.

Espera-se que a implantação do sistema traga diversos benefícios para o DEI,

dentre eles: o compartilhamento mais rápido de informações, maior controle do

processo por parte do chefe do DEI e menor margem de erro na previsão de demanda

por disciplinas.

Para a construção da solução, foi utilizado o software Bizagi Studio, conforme

descrito na seção 1.4. A metodologia adotada foi descrita na seção 2.3.4, considerando

as devidas adaptações necessárias.

7.2 Modelagem do processo

O processo de planejamento de turmas foi modelado em sua forma atual

conforme ilustrado no apêndice A e apresentado no capítulo quatro. Nesta seção, o

processo foi remodelado levando em consideração a inclusão da solução de automação

e outras soluções consideradas para atuar em algumas causas levantadas no capítulo

cinco. Vale destacar que o processo remodelado não compreende o processo por

inteiro. Como a automação da entrada das turmas no SIGA é inviável, bem como as

alterações posteriores no sistema, foi realizado um recorte para o processo remodelado

uma vez que após o recebimento da planilha final pelos funcionários do DEI, tudo

permanece o mesmo.

No apêndice C, pode ser encontrado o processo remodelado. A tabela 3, por sua

vez, apresenta as melhorias incorporadas ao novo modelo.

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No processo remodelado, o aluno poderá atualizar seu planejamento de curso e

os professores e coordenadores suas solicitações por meio de uma interface, vinculada

preferencialmente ao website do DEI. Duas semanas antes da data estabelecida para

o início do processo de planejamento de turmas (por exemplo um mês após o período

de inscrição de turmas), os alunos, professores e coordenadores receberão um e-mail

recomendando que realizem a atualização do planejamento de turmas e as solicitações

no sistema. Chegada a data, o software externo vai coletar as informações contidas no

banco de dados do SIPT e gerar uma grade de turmas com base em algoritmos de

otimização. Uma lista de solicitações não atendidas tanto de docentes quanto de

coordenadores é enviada para o chefe de departamento que realizará uma avaliação

dessas solicitações (apoiado por uma interface com o sistema), negociará com cada

solicitante não atendido e fará as alterações necessárias manualmente pelo SIPT.

Finalizada a alteração no planejamento de turmas, a grade é divulgada para os

docentes e coordenadores a fim de que estes respondam se o planejamento os atendem

ou não. Serão cinco dias úteis (valor arbitrado) abertos a resposta. No terceiro dia, para

os professores e coordenadores receberão uma notificação os lembrando de dar alguma

resposta à chefia. O chefe de departamento avaliará as respostas e negociará com os

envolvidos nas alterações. A versão final (antes do período de inscrição) é, então,

enviada para todos os stakeholders do processo.

Destaca-se ainda que a versão final do planejamento de turmas deve poder ser

exportada em dois formatos. O primeiro em forma de grade horária para os cursos do

DEI, separadas por período, dia da semana e horário, incluindo disciplinas optativas das

ênfases do curso de Engenharia de Produção e disciplinas condicionadas. O segundo

no formato padrão para o processo de pedido de professores substitutos.

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Tabela 3 - Melhorias incorporadas ao processo de planejamento de turmas

Fonte: Elaboração própria

Vale destacar que a ideia central por trás da solução de automação sugerida é

ter uma ferramenta que auxilie a gestão do processo no sentido de centralizar as

informações, controlar as regras de negócio e aproximar os envolvidos com o

departamento pata dar mais agilidade ao processo.

7.3 Modelagem de dados

Ao longo do processo, uma grande quantidade de informações é transmitida

entre os agentes. Nesta etapa, todas as informações requeridas pelo processo são

definidas e inter-relacionadas, de modo a criar um repositório de dados no Bizagi Studio.

Este repositório possibilita uma melhor gestão dos dados, evitando transferência

desnecessária de informação.

Para definição das entidades e dos respectivos atributos a serem relacionados

na modelagem de dados, levantou-se, para cada atividade do processo remodelado, as

informações envolvidas durante a sua realização, sem as quais o processo não atinge

seu objetivo.

A lista de informações necessárias para a execução de cada atividade pode ser

encontrada na tabela 4.

Processo no Estado Atual Processo Remodelado

As solicitações de professores e coordenadores são recebidas ao

longo de todo o processo, por meio de diferentes canais

Os professores e coordenadores realizarão as solicitações por meio

de um único canal (o SIPT), com uma interface apropriada

A primeira versão da grade de turmas será gerada por meio de um

software externo ao SIPT que levará em consideração os dias e

horários das turmas demandas (histórico), solicitações de

professores e coordenadores, restrições de horários de professores,

demanda por disciplinas por semestre, entre outras informações.

Os alunos poderão registrar seu planejamento de curso no SIPT,

centralizando as informações

As versões do planejamento são enviadas por e-mail pelo chefe de

departamentoO sistema realizará todos os envios de e-mail para os envolvidos

Não existe um prazo padronizado e preestabelecido para a

resposta dos professores e coordenadores ao planejamento

enviado após a negociação com os professores que não tiveram

solicitações atendidas

Após o recebimento da grade de turmas, os professores e

coordenadores terão 5 dias úteis para dar alguma resposta ao

departamento.

A primeira versão da grade de turmas é baseada apenas no

histórico e em solicitações anteriores

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Tabela 4 - Conjunto de informações necessárias para a execução do processo

Fonte: Elaboração própria

Atividade Responsável Informações

Registro do Solicitante

Nome do solicitante

Cargo do solicitante

Departamento do solicitante

Curso da disciplina

Disciplina solicitada

Justificativa

Vagas solicitadas (se coordenador)

Dias da semana propostos

Horários propostos

Disciplinas a serem cursadas

Semestre

Demanda por disciplinas

Discplinas oferecidas

Dsiciplinas demandadas

Tipo da disciplina

Período da disciplina

Turno do período

Periodicidade da disciplina

Carga horária das disciplinas

Dias da disciplina demandada

Horários das diciplinas demandadas

Professores do DEI

Restrições de horário do professor

Solicitações de professores e coordenadores

Salas disponíveis

Situação da sala

Capacidade das salas

Horário disponível das salas

Nome do Docente / Coordenador solicitante

Situação dasolicitação (aprovada ou não)

Email do docente

Nome do Docente / Coordenador solicitante

Situação dasolicitação (aprovada ou não)

Grade de horários montada

Email do docente / coordenador

Nome do docente / coordenador

Alternativas de horário

Grade de horários montada

Turmas a serem alteradas

Novos horários

Grade de horário montada

Email do grupo de professores do DEI

Email dos coordenadores

Verifica se o planejamento atende suas necessidades Professor / Coordenador Grade de horário montada

Email da chefia do DEI

Departamento

Curso da disciplina

Disciplina solicitada

Vagas solicitadas (se coordenador)

Dias da semana propostos

Horários propostos

Avalia respostas Chefia do DEI Idem atividade 5

Negocia alternativas com docente / coordenador Chefia do DEI Idem atividade 6

Atualiza grade de horários no SIPT Chefia do DEI Idem atividade 7

Grade de horário final

Email dos professores

Email dos coordenadores

Email dos Alunos

Grade de horários montada

Acesso ao SIGA

Chefia do DEIDivulga resultado final

Lança turmas no SIGA

Professor / CoordenadorRegistra solicitação no SIPT

Chefia do DEIMonta quadro de horários

Atualiza planejamento do curso no SIPT Aluno

Encaminha lista de solicitações pendentes para chefia do DEI SIPT

Avalia solicitações pendentes Chefia do DEI

SIPT

Chefia do DEINegocia com docente / coordenador

Atualiza grade de horários no SIPT Chefia do DEI

Divulga o planejamento Chefia do DEI

Professor / CoordenadorEncaminha resposta para o chefe do DEI

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Após o levantamento das informações necessárias para a execução de cada

atividade do processo, foi possível elaborar um modelo de dados relacional,

representado graficamente pelas entidades, atributos e relacionamentos. O

relacionamento entre as entidades do processo dá origem a um banco de dados interno

ao Bizagi Studio. Os dados foram conectados por meio de vínculos entre tabelas,

tornando viável a elaboração de formulários e especificação das regras de negócio no

próprio software.

A figura 20 apresenta a modelagem dos dados construída para o processo de

planejamento de turmas do DEI. Nela, cada caixa representa uma entidade, isto é, uma

tabela no banco de dados. No modelo representado abaixo, pode ser observado que

existem entidades ilustradas com diferentes cores, no caso, verde, azul e cinza. Esta

distinção é realizada pelo Bizagi, que reconhece quatro tipos diferentes tipos de

entidades, de acordo com o website Bizagi (2016):

Master (azul) – Nesse tipo de entidade o Bizagi armazena informações

diretamente ligadas ao processo.

Parâmetro (verde) – É a entidade que vai armazenar uma lista de valores pré-

definidos, que formarão as opções de valores para um determinado parâmetro

de outra entidade.

Stakeholder (roxo) – É a entidade que incorpora as classificações para o usuário

final do sistema. Vale destacar que na modelagem do presente projeto não foi

necessária a utilização desta entidade.

Entidades de Sistema (cinza) – É uma entidade interna ao Bizagi, não editável,

que pode se relacionar com uma entidade master definida por quem está

realizando a modelagem de dados.

A modelagem estabelecida para o processo de planejamento de turmas foi

melhor destrinchada na tabela 5, onde destacou-se as entidades, seu respectivo tipo e

uma breve descrição.

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Figura 20 – Modelo de dados

Fonte: Elaboração própria

Destaca-se que mesmo se o departamento optar por não implantar o sistema de

workflow sugerido, a modelagem de dados fica como uma possível referência para a

criação de um sistema de apoio ao processo de planejamento de turmas.

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Tabela 5 - Descrição das entidades

Fonte: Elaboração própria

Tipo Entidade Descrição

Semestre Armazena o nome dos semestres (Ex. 2017.1, 2017.2, 2018.1).

CondiçãoArmazena a condição da turma, isto é, se ela é uma disciplina oferecida ou

demandada pelo DEI.

Grupo de DisciplinasArmazena os valores possíveis para o grupo que a disicplina pertence

(obrigatória, optativa de escolha restrita etc).

DisciplinaArmazena os nomes das disciplinas e outras informações tais como carga

horária e número da discipliana.

Curso Armazena o nome do curso, sigla, coordenador e número do curso.

DepartamentoArmazena as informações dos departamentos, tais como nome, código e

chefe.

Sala Armazena as informações das salas.

UnidadeArmazena os nomes das unidades: Escola Politécnica, Instituto de

Matemática etc.

Bloco Armazena os nomes dos blocos.

VínculoArmazena os nomes dos vínculos de um professor com o seu departamento

(permanente, substituto, convidado etc).

Lotação InternaArmazena a área do professor dentro do departamento: Métodos

Quantitativos, Gerência da Produção etc.

Curso_DisciplinaArmazena as informações das disciplinas referentes a um determinado

curso.

Turmas Armazena todas as informações de uma turma.

Professor Armazena as informações do professor.

Aluno_PlanArmazena as informações do planejamento de turmas de disciplinas por

semestre do aluno.

Prof_Solic Armazena as informações das solicitações de professores e coordenadores.

Sistema WFUSER Armazena as informações do usuário do sistema.

Parâmetro

Master

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7.4 Criação de formulários

Após a modelagem de dados, a próxima etapa sugerida pela metodologia

adotada para a automação neste projeto é a criação de formulários para as atividades

que demandam interações com o sistema. Estas interações podem ser de consulta,

entrada de dados e alteração.

As atividades do processo que receberam um formulário foram:

Registra solicitações no Sistema Integrado de Planejamento de Turmas (SIPT)

– Docente / Coordenador.

Atualiza planejamento do curso no SIPT – Aluno.

Avalia solicitações pendentes – Chefia do DEI.

Atualiza grade de horários no SIPT – Chefia do DEI.

Verifica se o planejamento atende suas necessidades – Docente / Coordenador.

Para cada uma destas atividades foram apresentados os formulários e seus

objetivos.

7.4.1 Registra solicitações no SIPT

Para o registro das solicitações de professores e coordenadores foi montado o

formulário da figura 21. Nele, o usuário, que será identificado como professor pelo

sistema, escolhe a disciplina, o dia sugerido, o horário sugerido, a justificativa da

solicitação e o número de vagas, somente no caso de uma solicitação de turma por um

coordenador de curso externo ao DEI.

O acesso a este formulário fica aberto durante todo o tempo, exceto no período

após o envio da primeira versão do planejamento e o término do período de alteração

de turmas.

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Figura 21 – Formulário para registro das solicitações

Fonte: Elaboração própria

Vale destacar que o processo não engloba pedido de afastamento. Caso isto

ocorra, o chefe de departamento deve alterar o a condição do professor que irá se

ausentar na tabela de professores. O algoritmo que gerará a grade de horários,

externamente ao Sistema Integrado de Planejamento de Turmas considerará a

condição dos professores para definir as turmas.

7.4.2 Atualiza planejamento do curso no SIPT

Esta atividade acontece para que o DEI tenha uma estimativa da demanda por

disciplinas em cada período. O ideal é que todos os alunos preencham o planejamento

do próximo período antes da criação da primeira grade de horários. De acordo com o

fluxograma de processos remodelado o aluno teria acesso irrestrito a esta página. Cerca

de duas semanas antes do início da previsão de turmas, o sistema deve disparar um

aviso para os alunos atualizarem o planejamento.

É importante que os alunos possam planejar semestres posteriores ao próximo,

isto é, se estamos em 2016.2, o aluno poderá se planejar para 2017.1, 2017.2, 2018.1.

Dessa forma, mesmo que o aluno não atualize o planejamento em um determinado

período, o DEI terá uma previsão das disciplinas que ele irá se inscrever.

A figura 22 apresenta o formulário sugerido para atividade. Vale ressaltar que o

Bizagi Studio é limitado em termos da criação de interfaces. O ideal é que a interface

seja a mais interativa e visual possível, por exemplo com o auxílio do fluxograma do

curso.

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Figura 22 – Formulário para planejamento do curso pelo aluno

Fonte: Elaboração própria

No formulário da figura 22, no campo “Disciplina”, o aluno pode pesquisar uma

disciplina para saber de qual período ela é em seu curso, a qual grupo de disciplinas ela

pertence, quantos créditos ela tem, quais são seus pré-requisitos, entre outras

informações conforme formulário da figura 23 que aparece ao se pesquisar uma

disciplina.

Figura 23 – Formulário para consulta de disciplina

Fonte: Elaboração própria

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7.4.3 Avalia solicitações pendentes

A atividade de avaliação das solicitações pendentes deve ser realizada pelo

chefe de departamento. O algoritmo que irá criar a primeira versão da grade de horários

deverá dizer quais solicitações não foram atendidas. O chefe de departamento receberá

por e-mail esta lista e avaliará as solicitações.

O formulário desenvolvido para esta atividade foi elaborado para que o chefe de

departamento possa consultar os dados da solicitação do professor com o status de

solicitação não aceita. No formulário da figura 24, realiza-se a consulta por meio do

código SIAPE do docente. Na figura 25, por sua vez, verifica-se as informações da

solicitação buscada.

Figura 24 – Formulário para consultar docente

Fonte: Elaboração própria

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56

Figura 25 – Formulário com a solicitação do docente consultado

Fonte: Elaboração própria

Vale destacar que o DEI está desenvolvendo uma ferramenta de apoio a tomada

de decisão, onde, visualmente, o chefe de departamento pode avaliar onde existe folga

de capacidade para alocar turmas. Esta ferramenta pode ser incorporada nesta

atividade. Como ainda está em fase de construção, não é possível dar mais detalhes

sobre o funcionamento desta ferramenta.

7.4.4 Atualiza grade de horários no SIPT

A atualização da grade se faz por meio do formulário da figura 26. Nele, o chefe

busca o curso da disciplina (se for uma disciplina oferecida para o curso de Engenharia

Mecânica, busca-se, Engenharia Mecânica) e é direcionado para o formulário da figura

27, onde altera manualmente na tabela na parte inferior da tela o horário ou dia da turma.

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Figura 26 – Formulário busca do curso

Fonte: Elaboração própria

Figura 27 – Formulário para visualização e edição da grade do curso

Fonte: Elaboração própria

É importante ressaltar que o sistema deve ser capaz de informar se houver uma

colisão de turmas em um mesmo dia, horário e sala. A programação desta rotina não é

um dos objetivos do projeto uma vez que envolve um conhecimento mais aprofundado

da Structured Query Language (SQL).

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7.4.5 Verifica se o planejamento atende suas necessidades

A atividade de verificação do planejamento é meramente consultiva. O docente

ou coordenador realiza o login no sistema e pesquisa o seu nome (que será preenchido

automaticamente pelo sistema). A figura 28 apresenta o formulário de pesquisa. A figura

29, por sua vez, apresenta o formulário com o resultado da pesquisa. Este formulário

mostra as turmas de cada docente, com informação de dia, horário e sala.

Figura 28 – Formulário para busca da grade do docente

Fonte: Elaboração própria

Figura 29 – Formulário para visualização das turmas do docente

Fonte: Elaboração própria

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7.5 Definição das regras de negócio

Nesta seção foram definidas com mais clareza e detalhe as confirmações e

restrições que controlam e influenciam o comportamento do processo de planejamento

de turmas, bem como as condições e validações necessárias para a execução dos

processos.

As regras de negócio para o processo remodelado são:

1. O processo é iniciado 9 semanas antes do período de inscrição.

2. Após a comunicação do aviso do início do processo pelo sistema, os alunos,

coordenadores e professores terão duas semanas para atualizar o planejamento do

curso e realizar solicitações.

3. O sistema encaminha para o chefe a lista de solicitações pendentes se nem

todas as solicitações de professores e coordenadores forem atendidas e divulga o

planejamento caso contrário.

4. Se o chefe de departamento avaliar que é necessário realizar algum ajuste na

grade ele negocia alternativas com o docente / coordenador, caso contrário, divulga o

planejamento.

5. Coordenadores e docentes terão 5 dias úteis para responder se o

planejamento atende suas necessidades. No terceiro dia serão lembrados que precisam

responder.

6. Se o chefe de departamento avaliar que é necessário realizar algum ajuste na

grade ele negocia alternativas com o docente / coordenador, caso contrário, divulga o

planejamento.

Para facilitar a explicação, dividiu-se o processo. Na figura 30, pode ser

visualizado o primeiro conjunto de regras. Os alunos poderão realizar a atualização de

seus respectivos planejamentos de curso ao longo de todo o período, bem como os

professores também poderão realizar solicitações a qualquer momento antes da

geração da primeira grade de horários das turmas. Um e-mail é disparado para todos

os alunos, professores do DEI e coordenadores solicitando que realizem estas

atividades em até duas semanas. Se um professor não fizer nenhuma solicitação de dia

e horário por disciplina, na geração da primeira versão do planejamento, só serão

consideradas suas restrições de horários. Se um coordenador não fizer nenhuma

solicitação de turma para o DEI, será considerado, na primeira versão do planejamento,

o histórico de dias, horários e vagas para a disciplina que normalmente é oferecida para

este curso.

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Figura 30 – Regras de negócio 1 e 2

Fonte: Elaboração própria

A figura 31 ilustra a parte do processo que é realizada após o prazo de duas

semanas depois do e-mail enviado pelo SIPT. O software externo ao sistema gera a

primeira versão da grade de horários e retorna as solicitações que não foram atendidas.

Se o software encontrar uma solução onde todas as solicitações forem atendidas, assim

como todas as restrições, o Sistema Integrado de Planejamento de Turmas enviará esta

versão para os docentes e coordenadores validarem. Caso contrário, um e-mail será

enviado para o chefe de departamento com as solicitações não atendidas.

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Figura 31 – Regra de negócio 3

Fonte: Elaboração própria

A figura 32, por sua vez, representa a regra de negócio que decorre da lista de

solicitações não atendidas no primeiro planejamento. O chefe de departamento realizará

uma avaliação pessoal onde avaliará as justificativas das solicitações de professores e

coordenadores, bem como as possibilidades de alteração para chegar à conclusão da

necessidade de alteração da primeira versão do planejamento. Se não for necessário

alterar, o chefe indica para o sistema que a primeira versão do planejamento está

fechada. Se for necessário alterar, o chefe faz a alteração manualmente no

planejamento de turmas e indica para o sistema o fechamento da primeira versão do

planejamento de turmas. Se houver alguma colisão de turmas ao se alterar o

planejamento, o sistema deve avisar.

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Figura 32 – Regra de negócio 4

Fonte: Elaboração própria

A figura 33 apresenta a parte do processo que explicita a sequência de

atividades após a divulgação da primeira versão do planejamento de turmas. Os

professores e coordenadores tem cinco dias úteis para responder a primeira versão do

planejamento. Após dois dias úteis, todos os professores receberão uma notificação por

e-mail, onde serão lembrados de responder o planejamento.

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Figura 33 – Regra de negócio 5

Fonte: Elaboração própria

Por fim, a figura 34 ilustra a última regra de negócio aplicada ao processo. O

chefe de departamento avaliará as respostas e julgará se é necessário ou não realizar

alterações. As solicitações de alteração nessa fase surgirão, em sua maioria, de

professores que não cadastraram solicitações no início do processo ou não mantiveram

atualizadas suas restrições de horário no perfil do professor no sistema. Se o chefe

achar que a solicitação é necessária, ele poderá atualizar a grade de horários

manualmente e fechar o planejamento de turmas. Ressalta-se que o sistema deve

avisar o chefe caso haja alguma colisão de horários ou salas. Se o chefe achar que não

é necessário atualizar o planejamento, ele deve indicar para o sistema que o

planejamento está fechado.

Figura 34 – Regra de negócio 6

Fonte: Elaboração própria

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Assim, caberá ao programador do sistema incorporar estes prazos, condições,

e validações ao sistema para que este possa rodar de acordo com as necessidades do

processo de planejamento de turmas.

7.6 Definição dos perfis de usuários

Nesta etapa do ciclo de automação utilizando BPMS, não será realizado um

aprofundamento sobre os níveis de acesso ao sistema. Apesar disso, sabe-se que esta

é uma etapa bastante importante da modelagem de um sistema.

De maneira geral é possível dizer que existem alguns participantes chave no

processo e que merecem um destaque nessa fase. A tabela 6 atribui a cada tipo de

participante o conjunto de tarefas que este deve poder executar em seu perfil no

sistema.

Tabela 6 - Atividades possibilitadas pelo SIPT por usuário

Fonte: Elaboração própria

Assim, pode-se implantar diferentes níveis de acesso para os diferentes tipos de

usuários do sistema. É importante que cada participante consiga executar as tarefas do

processo de planejamento de turmas para que o sistema consiga exercer sua principal

função.

Usuário Tarefas

Chefe do DEI

1. Consultar solicitações de coordenadores e docentes / 2. Editar a

grade de turmas / 3. Definir data limite para início do planejamento /

4. Indicar para o sistema o status do planejamento

Coordenadores1. Consultar a grade atual das turmas oferecidas pelo DEI a seu

curso / 2. Realizar solicitações de turmas e vagas

Docentes do DEI

1. Consultar a grade atual das turmas que leciona e a grade do curso

/ 2. Realizar solicitações de dias e horários para disciplina que

leciona

Alunos do DEI 1. Consultar grade do curso de Engenharia de Produção

Funcionários Administrativos1. Realizar consultas /2. Imprimir a grade de turmas dos cursos do

DEI

Responsável de TIAcesso irrestrito a todos os formulários e base de dados do sistema,

bem como suas integrações

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7.7 Definição das integrações

De acordo com Bizagi (2016), o Bizagi Studio possui uma “poderosa camada de

integração que suporta as diferentes possibilidades de integração”, conforme ilustra a

figura 35.

Figura 35 – Camadas de integração do Bizagi Studio

Fonte: http://help.bizagi.com/bpmsuite/en/index.html?integrating.htm. Acesso em: set.2016

Existem duas integrações que são chaves e que merecem bastante atenção pela

pessoa da área de TI que for implantar o BPMS por completo ao processo de

planejamento de turmas. A primeira integração é com o website do DEI, que, apesar de

não ser obrigatória, é importante para que os envolvidos tenham uma opção única para

acessar diferentes informações relacionadas ao DEI, inclusive acessar o SIPT. A

segunda integração é com o software que irá gerar a primeira versão do planejamento

de turmas.

Vale destacar que nesta seção, também não foi realizado um aprofundamento

muito técnico com relação às integrações necessárias para a implantação do sistema.

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Isso por que estudar linguagens de integração de sistemas, bem como os tipos de

sistemas destacados na figura 35 não é o foco do projeto.

No entanto, foi realizada especificação das informações necessárias para que o

algoritmo do software externo ao SIPT consiga gerar a grade de turmas. O diagrama da

figura 36 apresenta as informações necessárias para a geração da grade de turmas.

Figura 36 – Informações necessárias para geração da grade de turmas

Fonte: Elaboração própria

Dessa forma, o software de geração das turmas deve importar da base de dados

do sistema todas as informações listadas na figura 36 e devolver as turmas formadas,

com seus respectivos horários, dias da semana, professor, sala e capacidade.

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8. ANÁLISE DOS RESULTADOS

O capítulo sete se ateve a descrição da solução de automação elaborada para

o processo de planejamento de turmas do Departamento de Engenharia Industrial da

UFRJ. Este projeto não contemplou a implantação do sistema BPMS sugerido uma vez

que demanda recursos e conhecimentos que extrapolam o escopo definido

previamente. Assim o foco foi dado a construção de um novo processo, sustentado por

um sistema integrado. Detalhou-se o funcionamento do novo processo e do sistema.

Utilizou-se o Bizagi Studio para definir todos os seus requisitos de funcionamento,

começando pela modelagem de dados, passando pelas interfaces com o usuário e

regras de negócio de uma maneira mais aprofundada. Definiu-se as atividades

essenciais para cada usuário e as integrações necessárias.

Ressalta-se que a automação do processo de planejamento de turmas se dá

pelo gerenciamento automático das regras de negócio, por meio das notificações, da

centralização das informações e da geração automática da primeira versão do

planejamento de turmas através de um software externo ao sistema, também

especificado neste projeto. É importante dizer que este processo não pode ser

automatizado totalmente uma vez que o chefe deve fazer uma avaliação prévia do

planejamento e ponderar certas solicitações.

A partir da implantação do processo sugerido, apoiado pelo sistema

caracterizado neste projeto, espera-se que alguns dos efeitos indesejados listados na

Árvore da Realidade Atual sejam extintos a partir da eliminação de algumas causas. A

tabela 7 relaciona algumas das causas destacadas na ARA com seu respectivo efeito

desdobrado, diretamente ou indiretamente, e com a solução dada neste trabalho.

Vale destacar, por fim, que a implantação do sistema gerará benefícios para os

diferentes participantes do processo. Espera-se que o chefe de departamento fique

menos sobrecarregado e que consiga ter acesso às informações do processo com maior

facilidade, agilidade e confiabilidade. Além disso, o sistema irá realizar as cobranças

relacionadas aos prazos. Os coordenadores poderão se comunicar com o DEI de uma

forma mais rápida, além de ter certeza de que suas demandas serão avaliadas. Os

docentes poderão estabelecer suas restrições de horário, bem como realizar

solicitações por meio de uma única interface. Por fim, os alunos poderão realizar seu

planejamento de turmas pela interface do sistema e poderão contar com um

planejamento que leve em consideração sua real demanda.

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Tabela 7 - Relação entre as soluções, causas raízes e efeitos indesejáveis

Fonte: Elaboração própria

Assim, apesar de não podermos quantificar os resultados, uma vez que não foi

implantada a solução, qualitativamente falando, espera-se que o departamento dê um

salto em relação aso critérios de desempenho definidos. Espera-se que haja, no longo

prazo, uma menor retenção de alunos, já que haverá um planejamento mais otimizado,

um menor número de alunos sem vaga, pelo fato de estar levando em consideração a

demanda real de vagas por disciplina e uma maior satisfação dos professores do DEI.

Efeito indesejado Causa relacionada (diretamente ou indiretamente) Solução

Alguns docentes acabam não se preocupando com uma

resposta rápida

O sistema irá gerenciar os prazos e disparar

notificações por e-mail para que os docentes se

atentem aos prazos

O planejamento de turmas se inicia de forma tardia em

alguns períodos

O chefe definirá a data mais propícia para o

sistema iniciar o processo, que comunicará todos

os participantes

A comunicação entre os departamentos acontece de

forma insuficiente

Toda a comunicação necessária entre os

coordenadores dos cursos com o DEI deverá ser

realizada pelo SIPT e seus formulários

Até a data de inscrição em disciplinas, não existe restrição

à chegada de solicitações

Criação de uma janela temporal para realização

das solicitações, gerenciada pelo próprio SIPT

Não se conhece a demanda real por turmas

Alguns alunos não fazem um planejamento das disciplinas

que irão puxar até o fim do curso

O sistema apontará quando o chefe realizar uma

alteração que gere algum tipo de sobreposição

Necessidade constante de

reajuste do planejamento

de turmas antes de ser

lançado no SIGA

Necessidade de ajustes na

alocação de recursos

durante o período de

inscrição e de alteração

Espaço no SIPT para que os alunos possam

realizar o planejamento do curso, contribuindo

para que o DEI consiga mensurar a demanda real

por disciplina

Foi prescrita a utilização de um software para

gerar a primeira versão do planejamento de

turmas, levando em consideração todas as

informações necessárias

Em alguns casos, ocorrem

sobreposição de turmas de

um mesmo período

As ferramentas utilizadas são limitadas em termos de

avaliação das combinações de turmas e apontamento dos

erros

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9. CONCLUSÃO

O processo de planejamento de turmas ofertadas pelo DEI vem sendo realizado

baseado em um padrão que, apesar de atender às necessidades do departamento,

ocasiona a constante necessidade de reajustes antes do lançamento de turmas no SIGA

e durante o período de inscrição em disciplinas, além de resultar, em alguns casos, na

sobreposição de turmas de um mesmo período. Isso causa, dentre outros efeitos,

atrasos na execução de atividades, sobrecarga ao chefe de departamento devido a

retrabalho e redução da efetividade no planejamento de turmas. Percebe-se, portanto,

que apesar de atender às necessidades do departamento, o processo de planejamento

de turmas possui espaços para melhorias e necessita ser revisto.

Por meio da ferramenta Árvore de Realidade Atual (ARA), buscou-se identificar

e entender as causas raízes que originavam os problemas relatados. Notou-se que os

efeitos indesejados observados eram, em grande parte, ocasionados devido à forma

como o processo era conduzido, desconsiderando fatores importantes como prazos,

comunicação efetiva entre departamentos e demanda real por disciplinas. Por meio da

análise das causas raízes identificadas, pôde-se realizar um estudo de viabilidade de

automação relacionado a cada atividade executada no processo.

Assim, o presente projeto teve a intenção de criar, com o auxílio de ferramenta

BPMS, um sistema que unificasse em um mesmo ambiente todos os agentes e

informações envolvidos, além de proporcionar um espaço onde o aluno pudesse realizar

o seu planejamento individual dos períodos atual e subsequentes.

Espera-se que, com a implementação do sistema no departamento, a gestão do

processo de planejamento de turmas seja aperfeiçoada, trazendo inúmeros benefícios.

Dentre eles, pode-se citar: melhor controle do processo por parte do chefe de

departamento, maior centralização das informações e conciliação de interesses dos

agentes envolvidos.

De modo a tornar a solução de automação viável, cabe ao DEI investir no

desenvolvimento do software de geração automática de grade horária especificado no

capítulo 7, configurar as regras de negócio estabelecidas na modelagem e níveis de

acesso de usuários no sistema sugerido, realizar as integrações necessárias com o

software supracitado e o website do departamento.

Além disso, como o DEI possui o interesse em automatizar o processo de

planejamento de turmas, as informações discutidas neste projeto podem servir de

insumo básico para a elaboração de outros projetos relacionados ao assunto, além de

possibilitar a continuidade da solução proposta ao executar o sistema aqui discutido.

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Espera-se, também, que o presente projeto estimule trabalhos futuros no que tange ao

estudo da natureza e previsão da demanda real por disciplinas do departamento, visto

atualmente como um dos maiores desafios para a elaboração de um planejamento de

turmas assertivo.

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APÊNDICE A – Processo de Planejamento de Turmas (AS IS)

PARTE 1

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APÊNDICE A – Processo de Planejamento de Turmas (AS IS)

PARTE 2

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APÊNDICE B – Árvore da Realidade Atual do Processo de Planejamento de Turmas

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APÊNDICE C – Processo de Planejamento de Turmas (TO BE)