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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTOS ACADÊMICOS DE ELETRÔNICA E MECÂNICA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL LUIS HENRIQUE SANT’ANA AUTOMAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE ÁUDIO EM CÂMARA REVERBERANTE EM ESCALA REDUZIDA PARA MEDIÇÃO DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO SONORO DE INCIDÊNCIA ALEATÓRIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA JULHO, 2018

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTOS ACADÊMICOS DE ELETRÔNICA E MECÂNICA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL

LUIS HENRIQUE SANT’ANA

AUTOMAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE ÁUDIO EM CÂMARA REVERBERANTE EM ESCALA REDUZIDA PARA MEDIÇÃO

DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO SONORO DE INCIDÊNCIA ALEATÓRIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA JULHO, 2018

LUIS HENRIQUE SANT’ANA

AUTOMAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE ÁUDIO EM CÂMARA REVERBERANTE EM ESCALA REDUZIDA PARA MEDIÇÃO

DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO SONORO DE INCIDÊNCIA ALEATÓRIA

CURITIBA JULHO, 2018

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Mecatrônica Industrial, dos Departamentos Acadêmicos de Eletrônica e Mecânica, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo. Orientador: Prof. Dr. Márcio Henrique de Avelar Gomes.

TERMO DE APROVAÇÃO

LUIS HENRIQUE SANT’ANA

AUTOMAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE ÁUDIO EM CÂMARA REVERBERANTE EM ESCALA REDUZIDA PARA MEDIÇÃO

DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO SONORO DE INCIDÊNCIA ALEATÓRIA

Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado no dia 06 de junho de 2018, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Mecatrônica Industrial, outorgado pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O aluno foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________ Prof. Dr. Milton Luiz Polli Coordenador de Curso

Departamento Acadêmico de Mecânica

______________________________ Prof. M.Sc. Sérgio Moribe

Responsável pela Atividade de Trabalho de Conclusão de Curso Departamento Acadêmico de Eletrônica

BANCA EXAMINADORA

_____________________________ __________________________ Prof. Dr. Juliano Mourão Vieira Prof. Dr. Paulo Bonifácio UTFPR IFSC ___________________________

Prof. Dr. Márcio Henrique de Avelar Gomes Orientador – UTFPR

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”

RESUMO SANT’ANA, Luis Henrique. AUTOMAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE ÁUDIO EM CÂMARA REVERBERANTE EM ESCALA REDUZIDA PARA MEDIÇÃO DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO SONORO DE INCIDÊNCIA ALEATÓRIA. 62

f. Trabalho de Conclusão de Curso – Departamentos Acadêmicos de Eletrônica e Mecânica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2018. Observa-se que grande tempo é despendido para realização da medição do coeficiente de espalhamento sonoro em câmara reverberante devido ao tempo de espera exigido, de acordo com a norma ISO 17497-1:2004, após abertura e fechamento da câmara. Esta ação é necessária para realizar a mudança de posição dos dispositivos de áudio, tornando o tempo de medição especialmente alto quando em posse de apenas uma fonte e um receptor sonoro, mesmo em câmaras em escala reduzida. Assim, idealizou-se um sistema para a automação da movimentação desses dispositivos para a troca de posição fonte-receptor sem necessidade de abertura da câmara. O presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica sobre o coeficiente e o método de medição, um estudo para o planejamento do sistema de automação e seu desenvolvimento. Por fim, a partir de comparações com medições prévias à inserção do sistema de automação e medições interlaboratorias, apresentadas e discutidas, declarou-se que o sistema apresentou resultados satisfatórios. Palavras-chave: Automação. Acústica. Coeficiente de Espalhamento. Câmara

Reverberante.

ABSTRACT SANT’ANA, Luis Henrique. AUTOMATION OF AUDIO DEVICES PLACEMENT IN REDUCED SCALE REVERBERANT CHAMBER FOR RANDOM INCIDENCE SOUND SCATTERING COEFFICIENT MEASUREMENT. 62 p. Final Year Research Project –

Departments of Electronic Engineering and Mechanical Engineering, Federal University of Technology. Curitiba, 2018. It’s noticed the great time spent for the execution of the random incidence scattering coefficient measurement in reverberant chamber due to the waiting time needed, according to ISO 17497-1:2004, after opening and closing the chamber. This action is required for changes in the audio devices positioning, leading to a time expanse specially great when possessing only one audio source and one audio receiver, even in a reduced scale chamber. Therefore, an automated system for the placement of such devices for different source-receiver positions, without the need of opening the door, was wondered. This project presents a literature review about the coefficient and its measurement technique, a study for the automated system development and its construction. At last, from comparisons with measurements done previously the development of the automated system and interlaboratorial measurements, presented and discussed, it could be stated that the system presented satisfactory results. Keywords: Automation. Acoustics. Scattering Coefficient. Reverberant Chamber.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Espalhamento por superfície irregular (adaptada) ......................................... 18

Figura 2 - Varredura de senos ........................................................................................ 19 Figura 3 – Modelo de primeiro projeto para receptor ..................................................... 29

Figura 4 - Modelo de primeiro projeto para receptor, em câmara .................................. 30 Figura 5 - Modelo de carro para fonte sonora, vista lateral ............................................ 35

Figura 6 - Modelo de carro para fonte sonora, vista trimétrica ....................................... 35 Figura 7 - Modelo de carro para fonte sonora, com fonte sonora, vista trimétrica .......... 35

Figura 8 - Diagrama eletrônico da Ponte H .................................................................... 37 Figura 9 - Diagrama em blocos do sistema .................................................................... 38

Figura 10 - Fluxograma resumido do programa do microcontrolador ............................. 40 Figura 11 - Posicionamento final de fonte e receptor sonoro ......................................... 42

Figura 12 - Comparação entre coeficientes de epalhamento (ITA, K.U.Leuven, presente trabalho) ......................................................................................................................... 45

Figura 13 - Comparação do coeficiente de espalhamento da amostra antes e depois do sistema de automação ................................................................................................... 46

Figura 14 – Coeficiente de absorção do sistema de automação .................................... 46 Figura 15 - Perfil da amostra .......................................................................................... 60

Figura 16 - Coeficiente de absorção de incidência aleatória .......................................... 61 Figura 17 - Coeficiente de espalhamento de incidência aleatória .................................. 62

LISTA DE IMAGENS Imagem 1 - Câmara reverberante .................................................................................. 10

Imagem 2 - Robô em câmara reverberante em escala reduzida, parte externa ............. 11 Imagem 3 - Robô em câmara reverberante em escala reduzida, parte interna .............. 12

Imagem 4 - Amostra senoidal ......................................................................................... 17 Imagem 5 - Projeto 2, motores e acoplamentos ............................................................. 31

Imagem 6 - Impressora 3D ............................................................................................. 31 Imagem 7 - Câmara com sistema de automação ........................................................... 32

Imagem 8 - Fixação do microfone .................................................................................. 33 Imagem 9 - Suporte para sensor ultrassônico ................................................................ 36

Imagem 10 - Ponte H ..................................................................................................... 37 Imagem 11 - Alguns dos dispositivos eletrônicos utilizados ........................................... 39

Imagem 12 - Dispositivos eletrônicos para processmento de áudio ............................... 41

LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Etapas de medição (adaptado) .................................................................... 13

Quadro 2 - Coeficiente de espalhamento máximos da mesa por banda de frequência (adaptado) ...................................................................................................................... 20

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Tempo para troca de posições de microfone ................................................ 43

Tabela 2 – Resultado numérico de sbase e αs ................................................................. 44 Tabela 3 - Temperatura e umidade durante a medição ................................................. 60

Tabela 4 - Resultado numérico da medição ................................................................... 61

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10

1.1 PROBLEMA ............................................................................................................. 12 1.2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 14 1.3 OBJETIVO GERAL................................................................................................... 15 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 15 2 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 16 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 17

3.1 VALIDAÇÃO DO TRABALHO .................................................................................. 17 3.2 MEDIÇÃO DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO SONORO DE INCIDÊNCIA ALEATÓRIA ................................................................................................................... 18 3.3 POSICIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS DE ÁUDIO ........................................... 22 3.4 DISPOSITIVOS DE ÁUDIO ...................................................................................... 23 3.5 SISTEMAS DE MANIPULAÇÃO DE MATERIAIS .................................................... 23 3.6 ARDUINO ................................................................................................................. 25 3.7 MOTORES ............................................................................................................... 26 3.7.1 Seleção De Motores De Acordo Com A Aplicação ................................................ 26 3.7.2 Análise De Tipos De Motores ................................................................................ 26 3.8 CONTROLE DE POSIÇÃO ...................................................................................... 27 3.9 MATLAB E ITA TOOLBOX ....................................................................................... 28 4 DESENVOLVIMENTO ................................................................................................ 29

4.1 SELEÇÃO DO SISTEMA E DESENVOLVIMENTO DA ESTRUTURA MECÂNICA PARA MOVIMENTAÇÃO DO MICROFONE .................................................................. 29 4.2 SELEÇÃO DO SISTEMA E DESENVOLVIMENTO DA ESTRUTURA MECÂNICA PARA MOVIMENTAÇÃO DA FONTE SONORA ............................................................ 33 4.3 DESENVOLVIMENTO DA PARTE ELETRÔNICA ................................................... 36 4.4 DESENVOLVIMENTO DA PROGRAMAÇÃO DO MICROCONTROLADOR ........... 39 4.5 DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS DE PROCESSAMENTO DE ÁUDIO UTILIZADOS PARA MEDIÇÃO DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO ........................................ 40 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................ 42 6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 47

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 48 APÊNDICE A – CÓDIGO DO MICROCONTROLADOR................................................50 APÊNDICE B – RELATÓRIO DE MEDIÇÃO DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO SONORO DE INCIDÊNCIA ALEATÓRIA.......................................................................60

10

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento do coeficiente de espalhamento sonoro de incidência aleatória de

superfícies é importante em situações como caracterização do fundo do mar, projetos de

barreiras em estradas e salas acústicas, assim como na simulação de ambientes por

meio de software [1].

A técnica de medição deste coeficiente é relativamente nova, tendo sido

desenvolvida no final da década de 1990 [1], e o método mais utilizado é o de câmara

reverberante. A câmara possui uma mesa giratória na qual é colocada a amostra da

superfície a ser testada. A Imagem 1 apresenta a câmara em escala reduzida

desenvolvida por Cavalcante e Felchack [2], que serviu para o desenvolvimento do

presente trabalho, que busca automatizar a movimentação de microfone e alto falante,

ação necessária durante a medição.

Imagem 1 - Câmara reverberante Fonte: CAVALCANTE; FELCHACK [2] (2016).

11

Até o presente momento, automação em câmara reverberante em escala reduzida

já foi desenvolvida, como mostram as Imagens 2 e 3. Neste caso, a movimentação de

microfones é dada pelo giro de dois motores acoplados na parte superior externa da

câmara [3]. Um é responsável pela variação de altura enquanto outro realiza a rotação

horizontal.

Imagem 2 - Robô em câmara reverberante em escala reduzida, parte externa Fonte: Willson, N. [3] (2011).

12

Imagem 3 - Robô em câmara reverberante em escala reduzida, parte interna Fonte: Willson, N. [3] (2011).

1.1 PROBLEMA

O problema observado é o longo período de tempo necessário para efetuar o

processo de medição como um todo, relativo ao tempo de medição propriamente dito, ou

seja, emissão de sinais e aquisição de respostas ao impulso. Segundo a norma ISO

17497-1:2004 [4] e como apresentado pelo Quadro 1, o processo de medição do

coeficiente de espalhamento sonoro de incidência aleatória é dividido em quatro etapas

de medição de tempos de reverberação, sendo necessárias, em cada uma, pelo menos

dois posicionamentos de fonte sonora e três posicionamentos de receptor sonoro, de

forma que o arranjo final resulte num total de pelo menos 12 posições fonte-receptor [5].

Pode-se realizar uma medição de T1 seguida de uma medição de T3 (assim como T2 e

T4) aproveitando o mesmo posicionamento dos dispositivos devido à semelhança da

presença ou não do espécime (amostra). Assim, se em posse de apenas uma fonte

sonora e um microfone, seria necessária a movimentação desses dispositivos por pelo

menos 22 vezes durante todo o processo, sendo necessário abrir a câmara para cada

13

movimentação. Além disso, também segundo a norma ISO 17497-1:2004 [4], é

necessário esperar 15/N minutos após o fechamento da câmara antes de iniciar os testes,

sendo N o fator de escala da câmara reverberante. O fator de escala da presente câmara

é 5,13 [2]. Vale lembrar que haveria mais dois momentos de espera por motivos de setup

e inserção ou retirada da amostra.

Quadro 1 - Etapas de medição (adaptado)

Tempo de reverberação Amostra Mesa giratória

T1 não presente não rotacionando

T2 presente não rotacionando

T3 não presente rotacionando

T4 presente rotacionando

Fonte: ISO 17497-1:2004 [4].

Assim, percebe-se que é necessário esperar um tempo total de mais de 64 minutos

devido a aberturas de porta apenas para movimentação dos dispositivos na câmara em

questão, valor que é relativamente alto em relação ao tempo de medição em si. Um

exemplo é o próprio trabalho realizado por Cavalcante e Felchack [2] que, com um total

de 20 ciclos de sinal em T1 e T2, 144 ciclos em T3 e T4, com ciclo de sinal de duração de

2,73s, com 12 posicionamentos de fonte-receptor em cada etapa, levaria cerca de 89

minutos para realizar todas as medições.

Porém, na prática, observa-se que um tempo ainda maior é necessário. Para

realização de medições com os mesmos parâmetros, mas com metade do número de

posições fonte-receptor, leva-se cerca de 120 minutos.

Logo, a automação da movimentação dos dispositivos poderia diminuir

drasticamente o tempo necessário para realização do processo. Isso é importante não

apenas por facilitar a execução da medição, como também pelo aumento de precisão

devido ao estreitamento da possibilidade de flutuações de temperatura e umidade

durante sua realização [4, 5].

Porém, a estrutura mostrada nas Imagens 2 e 3 apresenta-se aparentemente

grande e com custos relativamente elevados, o oposto do ideal buscado por este

trabalho, ou seja, um sistema relativamente pequeno e barato. Além disso, busca-se o

14

desenvolvimento de um sistema que não seja destrutivo à câmara, ou seja, sem

necessidade de furos ou rasgos além dos já existentes, evitando danos ao sistema atual

(é importante citar que a câmara possui, como pode ser observado na Imagem 1, alguns

ganchos que são utilizados para passagem de cabos e posicionamento de difusores e

microfone).

Com a solução do problema de tempo de execução através de um sistema

relativamente pequeno, barato, independente estruturalmente e de fácil uso, um terceiro

problema poderia ser combatido: a necessidade de pesquisa na área. Como citado, o

método de medição é relativamente novo [6] e muitas questões relacionadas com a

precisão do método foram levantadas desde a criação da norma ISO 17497-1:2004 [4],

como a utilização da fórmula de Eyring ao invés de Sabine para determinação do

coeficiente de absorção (que está presente na medição do coeficiente de espalhamento)

[6], variações no tempo de reverberação [7, 8], variações de temperatura e umidade [7,

9], número mínimo necessário de posições fonte-receptor [8], efeito de borda [6, 8, 9],

espaço vazio entre amostra e mesa giratória [9], quantidade mínima de períodos

necessários para representar com confiabilidade uma superfície periódica [9], espaço

vazio entre mesa giratória e base da câmara [9, 10], assim como questões relativas à

altura de microfones [10].

1.2 JUSTIFICATIVA

Ainda que seja discutível a necessidade de espera após abertura e fechamento

da câmara [11], a automação da movimentação dos dispositivos de áudio é um passo em

direção à automação total do processo, que facilitaria sua execução e reduziria o tempo

necessário à sua realização.

De qualquer forma, se seguida a norma vigente [4] e respeitado o tempo de espera

após abertura e fechamento da câmara, essa automação pode reduzir drasticamente o

tempo total de execução de medição de coeficiente de espalhamento sonoro de

incidência aleatória.

15

Isso, somado ao desenvolvimento de um sistema relativamente pequeno, barato,

de fácil utilização e independente estruturalmente, fomenta a disseminação e utilização

do método de medição, auxiliando no desenvolvimento de diversas pesquisas e banco

de dados de coeficiente de espalhamento sonoro de diversas superfícies.

1.3 OBJETIVO GERAL

Automatizar a movimentação dos dispositivos de áudio em câmara reverberante

em escala reduzida a partir de um sistema relativamente pequeno, barato, independente

estruturalmente, de fácil uso e sem necessidade de mudanças estruturais na presente

câmara.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O presente trabalho possui os seguintes objetivos específicos:

a) desenvolver a parte mecânica;

b) desenvolver a parte eletrônica;

c) desenvolver a parte de controle e programação;

d) verificar a validade do projeto através de comparação entre medições atuais e

prévias à inserção do sistema de movimentação.

16

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Após a elaboração do conceito inicial, buscou-se o desenvolvimento do projeto em

si. Para isso, foi realizada pesquisa bibliográfica sobre os diferentes temas abordados

(acústica, mecânica, eletrônica, programação). Em seguida, foi realizada a confecção do

sistema e consequentemente a análise para sua validação, executando ajustes caso

necessário.

Por se tratar do desenvolvimento de um sistema diferente dos atualmente

presentes e com sugestões inovadoras, o trabalho possui característica exploratória, com

informações obtidas basicamente por revisão bibliográfica.

17

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Aqui estão apresentados os principais conceitos que serviram como base, guiaram

e garantiram o desenvolvimento do trabalho até sua conclusão.

3.1 VALIDAÇÃO DO TRABALHO

A validação do sistema foi feita a partir de comparação de coeficientes de

espalhamento da câmara e de superfície de referência, que é circular com relevo

senoidal. Ela foi escolhida porque perfis semelhantes já foram utilizados para

comparações interlaboratoriais em diversas escalas e consequentemente seus valores

de coeficiente são bem conhecidos [9].

A amostra confeccionada é apresentada pela Imagem 4. Ela possui cerca de

800mm de diâmetro, sendo aproximados 11 períodos de 75mm e amplitude de 20mm.

Imagem 4 - Amostra senoidal Fonte: Autoria própria.

18

Ela foi construída a partir de estrutura de isopor em formato senoidal. Foram

utilizadas placas de isopor rígido na parte inferior para maior rigidez estrutural. Para evitar

altos valores de absorção, ela foi revestida com massa acrílica e pintada.

3.2 MEDIÇÃO DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO SONORO DE INCIDÊNCIA

ALEATÓRIA

Por definição, o coeficiente de espalhamento sonoro é um (1) menos a relação

entre a energia acústica refletida especularmente sobre a energia acústica total refletida

por uma superfície num campo difuso, como mostrado pela Equação (1) [4], sendo s o

coeficiente de espalhamento sonoro de incidência aleatória, αs o coeficiente de absorção

de incidência aleatória e αspec o coeficiente de absorção especular de incidência aleatória

[4]. Em outras palavras, é a quantidade de energia refletida de maneira não especular

em relação com a energia refletida total, o que pode ser observado pela Figura 1 (na

Figura 1, α é o coeficiente de absorção e δ é o coeficiente de espalhamento, pois estão

tratados como dependentes da orientação). Por ser dito como de incidência aleatória,

significa que esse valor é o coeficiente de espalhamento médio da superfície,

independente da orientação desta em relação à incidência do som. Por isso em T3 e T4

há rotação da mesa giratória.

Figura 1 - Espalhamento por superfície irregular (adaptada) Fonte: Vorländer; Mommertz, 2000 [1].

19

𝑠 = 1 − 1 − 𝛼𝑠𝑝𝑒𝑐

1 − 𝛼𝑠=

𝛼𝑠𝑝𝑒𝑐 − 𝛼𝑠

1 − 𝛼𝑠 (1)

O coeficiente de espalhamento sonoro de uma superfície é calculado para cada

banda de frequência de terço de oitava. Logo, já que o sinal utilizado é uma varredura de

senos, utiliza-se filtros no processamento para isolar a resposta da câmara a este impulso

para cada faixa de frequência [5]. A resposta ao impulso obtida a partir da excitação do

sistema com uma varredura de senos e utilizando a técnica de deconvolução apresenta

melhores resultados do que quando comparada com outras técnicas [12]. Um exemplo

de uma varredura de senos está presente na Figura 2.

Quando em posse da resposta ao impulso numa banda de frequência após cada

emissão de sinal, observa-se, no domínio do tempo, a curva de decaimento. Dela, extrai-

se o tempo de reverberação condizente ao trecho de -5dB a -20dB em relação ao pico

de magnitude no início da resposta. Realizando a média aritmética dos tempos de

reverberação, obtém-se os valores de Ti para cada banda de frequência e para cada uma

das quatro respectivas etapas do processo como mostrado pelo Quadro 1.

Figura 2 - Varredura de senos Fonte: Autoria própria.

20

Seguindo o trabalho realizado por Cavalcante e Felchack [2], para T1 e T2 são

realizadas 10 medições para cada posicionamento e, para T3 e T4, são emitidos 72 ciclos

de sinal durante a rotação em cada posicionamento. O sinal é uma varredura exponencial

de senos cujo grau é 17 e duração de 2,73s. A taxa de amostragem é de 48000Hz. A

faixa de frequência de medição é de 500Hz até 20000Hz, já que o fator de escala (N) da

câmara é próximo de cinco (5) [2, 4].

Os tempos de reverberação (T, em segundos), a velocidade do som (c, em metros

por segundo) e o coeficiente de atenuação de energia do ar (m, em metros recíprocos)

são as três variáveis presentes no processo e utilizadas para calcular o coeficiente de

absorção de incidência aleatória (αs) e o coeficiente de absorção especular de incidência

aleatória (αspec) (ambos necessários para o cálculo do coeficiente de espalhamento

sonoro de incidência aleatória do espécime) além do coeficiente de espalhamento sonoro

da mesa da câmara (sbase). É necessário conhecer o coeficiente de espalhamento da

base, pois este não pode superar alguns limites, dependentemente da frequência, como

mostra o Quadro 2. A forma de obtenção desses últimos três coeficientes é apresentada

pela Equação (2) (adaptada de [4]). Para o espécime ser declarado como válido, seu

coeficiente de absorção aleatória não pode ser superior a 0,5 [4].

Quadro 2 - Coeficiente de espalhamento máximos da mesa por banda de frequência (adaptado)

Frequência (f/N) Hz 100 125 160 200 250 315 400 500 630

sbase 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,10

Frequência (f/N) Hz 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 5000

sbase 0,10 0,10 0,15 0,15 0,15 0,20 0,20 0,20 0,25

Fonte: ISO 17497-1:2004 [4].

𝑋 = 55,3𝑉

𝑆(

1

𝑐𝑗𝑇𝑗−

1

𝑐𝑖𝑇𝑖) −

4𝑉

𝑆(𝑚𝑗 − 𝑚𝑖) (2)

Na Equação 2, para i = 1 e j = 2, obtém-se o coeficiente de absorção de incidência

aleatória; para i = 3 e j = 4, obtém-se o coeficiente de absorção especular; para obter o

21

coeficiente de espalhamento da base, basta utilizar i = 1 e j = 3. Os valores V e S são

constantes, representando o volume e a área da mesa giratória, respectivamente, em

metros cúbicos e metros quadrados.

A velocidade do som no ar (em m/s) pode ser calculada pela Equação (3) [4],

sendo t a temperatura em graus Celsius. O coeficiente de atenuação de energia do ar

(dado em m-1) é calculado como mostrado pela Equação (4) (adaptada de [4]), sendo α

o coeficiente de absorção do ar, em decibéis por metro.

𝑐 = 343,2√273,15 + 𝑡

293,15 (3)

𝑚 = 𝛼

10log (𝑒)≈

𝛼

4.343 (4)

Devido a incertezas na medição, a norma ISO 17497:2004 [4] apresenta algumas

equações para obter o desvio padrão do coeficiente de espalhamento sonoro de

incidência aleatória.

Primeiramente, realiza-se a média dos tempos de reverberação de N medições

realizadas em cada etapa do processo, como mostrado pela Equação (5) (adaptada de

[4]). Por exemplo: para T1, seria realizada a média dos 120 tempos de reverberação (10

ciclos de sinais para cada uma das 12 posições).

�̅� = 1

𝑁∑ 𝑇𝑖

𝑁

𝑖=1

(5)

Em seguida, pode ser calculado o desvio padrão (δ1, δ2, δ3, δ4) para cada tempo

de reverberação (T1, T2, T3, T4), de acordo com a Equação (6) [4], sendo N o número de

medições.

22

𝛿 = √∑(𝑇𝑖 − �̅�)²

𝑁(𝑁 − 1)

𝑁

𝑖=1

(6)

O desvio padrão do coeficiente de absorção de incidência aleatória, do coeficiente

absorção especular de incidência aleatória e do coeficiente de espalhamento de

incidência aleatória podem ser calculados de acordo com as Equações (7, 8 e 9) [4]

respectivamente.

𝛿𝛼𝑠=

55,3𝑉

𝑐𝑆√(

𝛿2

𝑇22)2 + (

𝛿1

𝑇12)2 (7)

𝛿𝛼𝑠𝑝𝑒𝑐=

55,3𝑉

𝑐𝑆√(

𝛿4

𝑇42)2 + (

𝛿3

𝑇32)2 (8)

𝛿𝑠 = |𝛼𝑠𝑝𝑒𝑐 − 1

1 − 𝛼𝑠| − √(

𝛿𝛼𝑠𝑝𝑒𝑐

𝛼𝑠𝑝𝑒𝑐 − 1)

2

+ (𝛿𝛼𝑠

1 − 𝛼𝑠)

2

(9)

3.3 POSICIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS DE ÁUDIO

Para cada etapa do processo (T1 a T4), a medição deve ser repetida para, no

mínimo, M = 12 posicionamentos de fonte-receptor. A norma ISO 354:2003 [5] não cita

posicionamentos específicos dos dispositivos de áudio dentro da câmara para o processo

de medição. Porém, especifica distâncias mínimas entre posições. Levando em

23

consideração o fator de escala da câmara em questão, e realizando aproximação dos

valores para cima, conclui-se que a fonte sonora deve apresentar distância mínima de

aproximadamente 60cm entre posicionamentos, enquanto para o microfone o valor é

próximo de 30cm. Além disso, este deve estar sempre a pelo menos 40cm de distância

da fonte sonora e a 20cm de qualquer superfície, seja o espécime, parede da câmara ou

difusor.

Deve-se ressaltar que o sistema de giro da mesa já está completamente funcional,

não sendo, de maneira alguma, o foco deste trabalho [2]. O motor de passo responsável

por rotacionar a mesa não pode ser utilizado para movimentar os dispositivos de áudio,

pelo menos não durante as rotações em T3 e T4, pois o sistema de medição deve ser

invariante no tempo. Portanto, durante as medições deve ocorrer apenas o giro da

amostra e, entre elas, a mudança de posicionamento dos dispositivos.

3.4 DISPOSITIVOS DE ÁUDIO

A fonte sonora tem formato de cubo de 100mm de aresta [13], com um alto falante

em cada face e massa de aproximadamente 1kg.

O receptor sonoro é um microfone modelo 40AE da marca GRAS, de formato

cilíndrico com aproximados 13mm de diâmetro, 83mm de comprimento e massa de 34g.

3.5 SISTEMAS DE MANIPULAÇÃO DE MATERIAIS

Para a correta classificação do sistema utilizado e auxílio no seu desenvolvimento,

deve-se entender a definição e o funcionamento de alguns tipos de sistemas de

manipulação de materiais. São eles: veículo guiado por trilho, conveyor do tipo trolley,

conveyor do tipo carro no trilho, guindastes e veículos guiados automaticamente [14].

24

Um sistema de veículo guiado por trilhos consiste basicamente de um veículo

motorizado que é guiado por um sistema fixo de trilhos energizados, que

consequentemente fornecem energia ao veículo. Pode haver apenas um trilho ou dois

trilhos paralelos, sendo um sistema normalmente suspenso.

Conveyor é qualquer aparato mecânico que auxilie na movimentação de uma

quantidade relativamente grande de materiais através de um trajeto fixo, podendo ser

uma estrutura suspensa.

O sistema de trolley é um tipo de conveyor similar ao sistema de trilhos. Porém,

apesar de o sistema de movimentação e energização não estar nos trilhos, este não é

individual. O mesmo sistema, normalmente cabo ou corrente, exerce força para o

deslocamento dos diversos itens presentes.

O sistema de carro no trilho é um tipo de conveyor no qual um carro é fixado em

trilhos paralelos, no solo, sendo sua locomoção realizada através de um eixo girante em

contato com roda dirigida, esta presa ao carro.

Um sistema de guindaste é o tipo ponte. Nele, um trolley é fixado em uma estrutura

horizontal, esta apoiada sobre trilhos elevados. Um guincho no trolley é responsável pela

manipulação vertical, enquanto o trolley em si e a estrutura horizontal são responsáveis

pela movimentação em plano paralelo ao chão.

Outro sistema de guindaste é o tipo pórtico. A diferença básica é que a estrutura

horizontal não precisa estar diretamente sobre trilhos, mas sim sobre pernas, e estas

estarem sobre trilhos.

O terceiro sistema de guindaste é chamado de jib crane, sendo o guindaste

rotativo. O trolley na estrutura horizontal, agora equilibrada sobre um mastro central,

movimenta-se radialmente. O mastro é responsável pelo movimento circular.

Automated Guided Vehicles (AGVs) são veículos autopropelidos energizados com

baterias a bordo que são guiados por um trajeto previamente definido. Na forma, eles

podem ser de três tipos: trem, caminhão de pallet, ou veículo de única carga. Podem ser

guiados por três maneiras: cabos guia, faixa ou autoguiados.

O cabo guia é um cabo presente abaixo do piso e posicionado de forma a definir

o trajeto. Ele é energizado e o campo eletromagnético por ele emitido é captado por

sensor presente no veículo.

25

O sistema de faixa consiste por uma faixa colada ou pintada no piso. O veículo

possui um sensor óptico para detectar e seguir a faixa corretamente.

Os SGVs (Self Guided Vehicles), ou veículos autoguiados, podem seguir um

trajeto que não seja continuamente marcado, pois utilizam a técnica de dead reckoning

para movimentação, sendo a atualização efetiva de posicionamento realizada através de

estações identificadas por código de barras ou por efeito magnético.

Assim, dentre diferentes formas possíveis para movimentação de fonte sonora,

encaixam-se sistemas baseados em AGV (Automated Guided Vehicle), SGV (Self

Guided Vehicle) e conveyours do tipo carro sobre trilhos e do tipo trolley.

Devido a questões de distâncias mínimas de posicionamento previamente

apresentadas, notou-se a necessidade de posicionamento suspenso de microfone.

Assim, sistemas baseados em conveyour do tipo trolley e guindastes são passíveis de

construção para a movimentação desse dispositivo.

3.6 ARDUINO

O Arduino é uma placa eletrônica que consiste de um microcontrolador AVR,

entradas e saídas digitais e analógicas e bootloader embutido [15]. Além disso, é possível

fazer a alimentação e comunicação com computador através de porta USB, ou realizar a

alimentação com fonte externa, dependendo da quantidade de periféricos e energia

necessária para o correto funcionamento desses dispositivos. Além disso, torna-se

vantajoso por ser baseado em software e hardware livres, facilidade de uso e pelo preço

acessível [15].

O Arduino pode ser utilizado para controlar o sistema de automação, com botões

e display para realizar o interfaceamento. Até o presente momento, um Arduino modelo

UNO é utilizado para controlar a rotação da mesa giratória.

26

3.7 MOTORES

Aqui são tratados os diferentes tipos de motores que podem ser utilizados e é

realizada uma análise básica sobre suas características.

3.7.1 Seleção De Motores De Acordo Com A Aplicação

Diversos motores podem ser utilizados, porém a especificação deve ser feita após

a conclusão do projeto mecânico, para que possa ser avaliado o torque necessário.

Em relação com a movimentação da fonte sonora, de acordo com os tipos de

sistemas de manipulação selecionados, foi idealizada a utilização de motor acoplado à

roda para movimentação transversal em relação ao eixo do motor por pelo menos 60cm.

Supondo uma estrutura pequena e leve, pequenos motores com escovas, sem escovas

ou de passo poderiam ser empregados.

Em relação à movimentação do microfone, no caso de desenvolvimento de

sistemas baseados em conveyor do tipo trolley e consequente movimentação também

transversal ao eixo do motor, os motores com escovas, sem escovas e de passo também

podem ser empregados. No caso do desenvolvimento de um sistema cuja movimentação

efetiva seja radial, motores de rotação baixa e precisa, como motores de passo, ou com

controle de posição, como servo motores, podem ser utilizados.

3.7.2 Análise De Tipos De Motores

O motor de passo do tipo híbrido é o que apresenta melhor torque entre os outros

dois tipos básicos (relutância variável e ímãs permanentes), além de pequeno

deslocamento por passo, ou seja, melhor resolução [16]. Motores de passo de ímãs

27

permanentes possuem menor torque e resolução, mas são encontrados no mercado com

caixas de redução que compensam esses dois fatores. Porém, os motores de passo

necessitam de circuitos mais elaborados, pois é necessário correto chaveamento de

fases [16, 17]. O motor de corrente contínua sem escovas também necessita da

comutação eletrônica de fases, o que eleva o custo total [18].

O motor de corrente contínua com escovas é um motor com controle de velocidade

simples, bastando apenas controlar a tensão elétrica sobre ele, o que pode ser obtido

com circuitos PWM (pulse width modulation). Uma ponte-H de fase completa seria o

suficiente para controlar o motor nas duas direções [16, 18, 19]. Apesar de ser um motor

de alta rotação e baixo torque, encontra-se no mercado motores desse tipo com sistemas

de redução.

Servo motores possuem controle em malha fechada possibilitando, por exemplo,

controle relativamente preciso da posição (angulação) do eixo. Normalmente possuem

rotação limitada até 180º ou 360º.

Imperativamente, o fator mais importante, como citado, é o torque. Após

determinado e encontrados motores que supram a necessidade, deve-se avaliar os

custos, que envolvem também o circuito de controle de velocidade do motor e

posicionamento dos dispositivos de áudio, e o número de pinos necessários do

microcontrolador.

3.8 CONTROLE DE POSIÇÃO

Quando trata-se de motores, pode ser desejado bom controle de velocidade.

Porém, neste caso, o mais importante é o controle de posição. Especialmente com

relação aos sistemas em que a movimentação é transversal ao eixo do motor, apenas

não são desejadas velocidades excessivamente altas, que dificultem o controle de

posição, ou absurdamente baixas, que tornem o processo de movimentação

demasiadamente lento.

28

Nesses casos, se utilizados motores de passo, é possível realizar o controle de

posição apenas pela contagem de passos. Com motores sem escovas, se o controle de

comutação funcionar a partir de sensores como resolvers, encoders ou Hall-effect

transducers, é possível utilizar seus sinais para determinar a posição do motor [18]. Com

motores com escovas, pode-se temporizar seu funcionamento ou realizar uma adaptação

para utilização de um transdutor de efeito-Hall, por exemplo. Porém, em todas essas

situações, o controle seria efetivo com relação ao motor, mas não ao dispositivo de áudio,

havendo incertezas devido a atrito e folgas mecânicas. Logo, uma maneira de realizar o

controle seria através de cálculo de distância por sensor ultrassônico. Há modelos

baratos e compatíveis com o Arduino, como o HC-SR04.

Sensores indutivos ou capacitivos, dependendo do material, poderiam ser

utilizados como sensores de fim de curso, assim como chaves de fim de curso.

No caso de um veículo seguidor de faixa, a presença ou ausência da faixa poderia

indicar pontos para o posicionamento.

Já com relação a sistemas em que a movimentação efetiva seja radial, podem ser

empregados motores de passo e realizar o controle de posição pela contagem de passos,

ou então utilizar servo motores.

3.9 MATLAB E ITA TOOLBOX

Os processos de emissão e recepção dos sinais de áudio, pós processamento e

cálculo do coeficiente de espalhamento são realizados dentro do ambiente Matlab e ITA

Toolbox.

O Matlab é um ambiente digital desenvolvido especificamente para análise e

processamento, a partir de algoritmos, de dados matemáticos como vetores e matrizes.

O ITA toolbox é uma ferramenta desenvolvida para o ambiente Matlab

especificamente para aquisição e manipulação de sinais de áudio. Foi criada pelo

Institute of Technical Acoustics da RWTH Aachen University, na Alemanha. Seu código

é aberto e sua distribuição, gratuita.

29

4 DESENVOLVIMENTO

Aqui é apresentado o processo de escolha de projetos, além do desenvolvimento

e estruturação das partes mecânica, eletrônica e de controle (programação).

4.1 SELEÇÃO DO SISTEMA E DESENVOLVIMENTO DA ESTRUTURA MECÂNICA

PARA MOVIMENTAÇÃO DO MICROFONE

Dentre os tipos de sistemas de manipulação de materiais selecionados (conveyour

do tipo trolley e guindaste) foi escolhido um sistema baseado em guindaste do tipo jib

crane, por facilidade estrutural.

As Figuras 3 e 4 apresentam o modelo do primeiro projeto, desenvolvido em

Solidworks, que foi confeccionado. A estrutura base era de madeira, fixada na câmara

pelos ganchos já presentes. Nela era fixado um motor e a ele uma haste de alumínio. O

microfone ficava posicionado no extremo da haste, com contrapeso na outra

extremidade.

Figura 3 – Modelo de primeiro projeto para receptor Fonte: Autoria própria.

30

Figura 4 - Modelo de primeiro projeto para receptor, em câmara Fonte: Autoria própria.

Devido à inclinação das hastes de madeira, o movimento final de microfone

sofreria variação de altura, o que era desejado. Após sua confecção, foi observada

grande folga no eixo do servo motor utilizado, o SG90, causando deslocamento da haste

de alumínio.

Assim, foi desenvolvida uma segunda estrutura na qual as hastes inclinadas foram

substituídas por um único mastro central. Foi feito encadeamento de três servo motores

SG90, dois para possibilidade de volta de 360° e um terceiro para variação de altura. Os

acoplamentos foram confeccionados em impressora 3D e podem ser observados na

Imagem 5. A impressora, de modelo Mini da marca UP, está apresentada na Imagem 6.

Esperava-se que com a separação dos eixos e distribuição do peso a haste de

alumínio não fosse mais deslocada. Porém, havia muito balanço do microfone após

movimentação, também devido a folgas mecânicas.

31

Imagem 5 - Projeto 2, motores e acoplamentos Fonte: Autoria própria.

Imagem 6 - Impressora 3D Fonte: Autoria própria.

32

Logo, optou-se por troca do motor e reforço da estrutura. A ideia de variação de

altura foi abandonada pela simples volta de 360° obtida a partir de rotação de motor de

passo. O motor escolhido foi o 28BYJ-48. O acoplamento entre eixo de motor e haste de

alumínio teve de ser improvisado com madeira devido à falta em estoque em lojas virtuais

e ausência em lojas físicas na cidade.

Para o reforço estrutural foi adicionada uma treliça e mais um gancho de fixação

na parte central, necessitando de furo adicional na câmara. A Imagem 7 apresenta as

estruturas já finalizadas e montadas.

Imagem 7 - Câmara com sistema de automação Fonte: Autoria própria.

A fixação do microfone a 400mm do eixo central possibilita que até oito posições

sejam atingidas, pois a distância mínima de 300mm é respeitada em rotações de 45°.

33

O suporte para microfone é de modelo comercial, não tendo sido desenvolvido no

presente trabalho. Ele pode ser observado com mais detalhes, montado na estrutura final,

na Imagem 8.

Imagem 8 - Fixação do microfone Fonte: Autoria própria.

4.2 SELEÇÃO DO SISTEMA E DESENVOLVIMENTO DA ESTRUTURA MECÂNICA

PARA MOVIMENTAÇÃO DA FONTE SONORA

Dentre os sistemas de manipulação base selecionados (AGV, SGV e conveyours

do tipo carro sobre trilhos e do tipo trolley), foram idealizados alguns sistemas para

possível construção:

a) um misto de AGV com conveyour do tipo carro sobre trilhos – a fonte sonora é

fixada em um tipo de carro que locomove-se sobre trilho fixado na base da

câmara;

34

b) um veículo seguidor de faixa que tem suas posições de parada delimitadas pela

ausência da faixa, sendo a fonte sonora fixada a ele;

c) um sistema baseado em conveyour do tipo trolley – a fonte sonora é fixada a

um suporte que move-se, num trajeto delimitado por trilho na base da câmara,

puxado por correias. O movimento é executado por motor, provavelmente de

passo, fixo e não acoplado ao suporte.

Dentre os tipos de sistemas idealizados, sabendo que não seriam necessárias

mais do que duas posições de fonte sonora, os critérios de escolha para o

desenvolvimento foram:

a) desempenho acústico - a estrutura ou suas partes não devem ocupar espaço

demasiadamente grande dentro da câmara, para evitar altos valores de

absorção e espalhamento sonoro;

b) custo;

c) viabilidade/dificuldade técnica;

d) mão de obra;

e) precisão de posicionamento – por questões estruturais, sempre esperou-se

maior precisão do sistema de posicionamento de microfone. Além disso, como

o número de posições de microfone é maior e ele move-se num trajeto circular

de ida e volta para evitar torção de cabos, faz mais sentido movimentar o

microfone para cada uma de suas posições para cada posição de fonte sonora.

Assim, a fonte sonora passaria apenas uma vez por suas posições durante a

medição de cada tempo de reverberação (T1, T2, T3, T4), sendo necessário

apenas respeitar os limites mínimos de distância.

Assim, o sistema selecionado foi o misto de AGV com conveyour do tipo carro

sobre trilhos. As Figuras 5, 6 e 7 apresentam o modelo do sistema, em Solidworks.

A extrusão piramidal na parte do superior do carro não foi o suficiente para apoiar

a fonte sonora com segurança. Logo, foi utilizado arame de ferro galvanizado de 2,1mm

de diâmetro, preso por parafusos no carro e na fonte, para maior estabilidade.

35

Figura 5 - Modelo de carro para fonte sonora, vista lateral Fonte: Autoria própria.

Figura 6 - Modelo de carro para fonte sonora, vista trimétrica Fonte: Autoria própria.

Figura 7 - Modelo de carro para fonte sonora, com fonte sonora, vista trimétrica Fonte: Autoria própria.

36

Na Imagem 9 é possível observar o suporte para o sensor ultrassônico, impresso

em impressora 3D. Ele deve ser inclinado em relação às paredes do veículo em 10° para

que o sensor fique paralelo à parede de fundo da câmara e as medições de distância

possam ser efetuadas corretamente.

Imagem 9 - Suporte para sensor ultrassônico Fonte: Autoria própria.

4.3 DESENVOLVIMENTO DA PARTE ELETRÔNICA

O motor de passo escolhido para a movimentação do microfone foi o 28BYJ-48

utilizando o driver ULN2003a. O motor escolhido para a movimentação da fonte sonora

foi um motor com escovas de 3V a 6V com caixa de redução. O baixo custo e a

popularidade foram fatores que influenciaram na escolha.

Para controlar o motor que move a fonte sonora, foi desenvolvida uma ponte H

com entradas lógicas optoisoladas. Seu diagrama está apresentado pela Figura 8 e ela

pode ser observada na Imagem 10.

37

Figura 8 - Diagrama eletrônico da Ponte H Fonte: Autoria própria.

Imagem 10 - Ponte H Fonte: Autoria própria.

Para controle de posição do microfone utilizou-se a contagem de passos e para a

fonte sonora foi usado o sensor ultrassônico HC-SR04.

38

Foi adicionado à câmara um sensor de temperatura e umidade, modelo DHT 22,

para utilização durante a medição de coeficiente de espalhamento sonoro.

Para interfaceamento, foi utilizado um botão sem trava para comandar a troca de

posições e um display OLED SSD1331 para fornecer informações como temperatura e

umidade relativa, set de posição da fonte sonora, assim como posição atual e erro

(offset), número da posição fonte–receptor atual, contagem de passos do motor do

microfone e aviso de movimentação dos dispositivos de áudio ou giro da mesa.

O diagrama em blocos final da eletrônica é apresentado pela Figura 9. Nele não

estão presentes os dispositivos de interface e o barramento para energização de nível

lógico (VCC e GND), proveniente do microcontrolador.

A Imagem 11 apresenta os dispositivos eletrônicos que ficam fora da câmara (com

exceção de dispositivos de interface).

Figura 9 - Diagrama em blocos do sistema Fone: Autoria própria.

39

Imagem 11 - Alguns dos dispositivos eletrônicos utilizados Da esquerda para a direita: fonte de alimentação, ponte H, jumper, driver ULN2003a, cabo de alimentação e dados para o microcontrolador, Arduino UNO, barramento lógico. Fonte: Autoria própria.

4.4 DESENVOLVIMENTO DA PROGRAMAÇÃO DO MICROCONTROLADOR

Primeiramente, foi desenvolvido um programa em MATLAB para cálculo de

parâmetros do motor de passo da mesa giratória. Depois foi feito em Arduino o cálculo

do tempo necessário para execução tanto da função de cálculo de distância quanto da

apresentação de informações no display. Também foi criado um programa para

determinação empírica da relação passos/grau do motor do microfone.

O programa final, responsável pela movimentação dos dispositivos de áudio,

rotação da mesa giratória, medição de temperatura e umidade e apresentação de

informações está presente no APÊNDICE A. Seu fluxograma resumido pode ser

observado na Figura 10.

40

Tendo conhecimento da relação passos/grau do motor do microfone, seu chamado

“vetor de posição” possui valores previamente calculados. O sistema de movimentação

da fonte sonora apresentou comportamento mais tendencioso do que preciso. Logo, os

seus valores do vetor de posição, assim como os referentes à tensão de operação e

distância de frenagem, foram declarados a partir de observação do seu comportamento

médio.

Figura 10 - Fluxograma resumido do programa do microcontrolador Fonte: Autoria própria.

4.5 DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS DE PROCESSAMENTO DE ÁUDIO UTILIZADOS

PARA MEDIÇÃO DO COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO

Os dispositivos eletrônicos de processamento de áudio utilizados para medições

estão apresentados na Imagem 12.

41

Imagem 12 - Dispositivos eletrônicos para processmento de áudio Ao fundo: amplificador de potência Alesis, modelo RA-100. À esquerda: alimentador para microfone G.R.A.S. À direita: interface de áudio RME, modelo Hammerfall DSP Multiface II.

42

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para definição das posições, todas as distâncias mínimas exigidas pela norma [4]

foram respeitadas. A Figura 11 apresenta o posicionamento final dos dispositivos, a partir

de uma vista superior, e a quais posições fonte-receptor cada posicionamento pertence.

As paredes laterais da câmara não são paralelas, pois isso auxilia na redução de ondas

estacionárias [2].

Figura 11 - Posicionamento final de fonte e receptor sonoro Fonte: Autoria própria.

Percebeu-se que, apesar dos posicionamentos de microfone ocorrerem a cada

45°, não seria possível a implementação de 8 posições de microfone, porque ou este

ficaria muito próximo dos difusores, ou muito próximo da fonte sonora, de acordo com a

norma [4]. Porém, o arranjo apresentado respeita todos os requisitos da norma.

Em relação à precisão da movimentação do microfone, não foi observado

problema algum. Em relação à movimentação da fonte sonora, foi observado desvio de

até 25mm para mais ou para menos. Como citado, isso não apresenta problema algum

para as medições, pois todos os posicionamentos de microfone são realizados para cada

posicionamento de fonte sonora, não havendo necessidade de movimentá-la mais de

43

uma vez para cada uma de suas posições durante medições referentes ao mesmo tempo

de reverberação (T1, T2, T3, T4). Isso pode ser observado na Figura 11. Em outras

palavras, mesmo com imprecisão absoluta na movimentação, a precisão relativa é boa.

Para cada tempo de reverberação, a fonte sonora apresenta duas posições que

respeitam as distâncias entre posicionamentos próprios e em relação ao receptor sonoro.

Os valores calculados para tempo de troca de posição de microfone estão

apresentados na Tabela 1, sendo 15ms o tempo entre cada passo do motor. O tempo

para troca de posição da fonte sonora não foi medido, mas percebe-se que é menor do

que o maior tempo necessário para movimentação do microfone. Como os dispositivos

sofrem leves vibrações após a movimentação, especialmente a fonte sonora, recomenda-

se espera de 10s após a troca de posição para que seja iniciada uma medição acústica.

Assim, o tempo necessário para qualquer movimentação é inferior a 20s.

Posições

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Número de passos relativo à volta

0 408 1050 1312 1575 1837 1837 1575 1312 1050 408 0

Número de passos para troca

0 408 642 262 263 262 0 262 263 262 642 408

Tempo para troca de posição [s]

0 6.12 9.63 3.93 3.945 3.93 0 3.93 3.945 3.93 9.63 6.12

Tabela 1 - Tempo para troca de posições de microfone Fonte: Autoria própria.

No total, antes eram dependidas duas horas para uma medição com 6 posições

fonte-receptor. Agora, para uma medição com 12 posições fonte-receptor, são

despendidas duas horas e meia.

Para validação do trabalho, foi realizada medição de coeficiente de espalhamento

sonoro da amostra confeccionada e os resultados comparados com valores medidos

previamente de superfícies de perfil semelhante [9]. O resultado completo das medições

está apresentado no Apêndice B. O fator de escala da presente câmara é 5,13 [2]. Para

o cálculo das bandas de frequência correspondentes em escala real, o valor declarado

foi cinco (5) (e.g. medições em 500Hz correspondem à banda de 100Hz em escala real).

Primeiramente, é importante avaliar o espalhamento da base e a absorção da

amostra. Como apresentado pela Tabela 2, o coeficiente de espalhamento da mesa

44

(sbase) e o coeficiente de absorção da amostra (αs) estão abaixo dos limites máximos

exigidos. Os limites de espalhamento da mesa também estão apresentados na Tabela 2

e 0,5 é o limite para a absorção da amostra [4].

Banda correspondente à escala real f[Hz]

sbase ISO [-]

sbase [-]

αs [-]

100 0,05 0.00 0.23

125 0,05 0.00 0.29

160 0,05 0.00 0.23

200 0,05 0.00 0.19

250 0,05 0.00 0.17

315 0,05 0.00 0.22

400 0,05 0.03 0.22

500 0,05 0.00 0.20

630 0,10 0.00 0.14

800 0,10 0.00 0.10

1000 0,10 0.00 0.10

1250 0,10 0.01 0.13

1600 0,15 0.01 0.08

2000 0,15 0.02 0.05

2500 0,15 0.02 0.03

3150 0,20 0.04 0.06

4000 0,20 0.00 0.00 Tabela 2 – Resultado numérico de sbase e αs

Fonte: Autoria própria.

A Figura 12 apresenta a comparação interlaboratorial de coeficiente de

espalhamento em função do período da amostra em relação ao comprimento de onda da

frequência (Λ/ λ).

45

Figura 12 - Comparação entre coeficientes de epalhamento (ITA, K.U.Leuven, presente trabalho) Fonte: Autoria própria.

É observada maior discrepância entre os coeficientes nas frequências mais altas.

Isso pode ser devido à não proporcionalidade das amostras. A amostra do artigo citado

[9] possui proporção período/amplitude de 3,47, enquanto a utilizada neste trabalho é de

3,75. Isso significa que a amplitude da amostra do artigo é relativamente maior ao seu

período do que a amostra utilizada neste trabalho. Isso pode resultar em maiores valores

de espalhamento, como observado.

Porém, comparando com resultados de medição realizada previamente à inserção

do sistema de automação, na Figura 13, observa-se que o coeficiente de espalhamento

da amostra apresentou-se, previamente, ainda mais baixo. Com a Figura 14, que

apresenta o coeficiente de absorção do sistema de automação em relação à câmara

previamente à inserção do sistema, observa-se que o sistema de automação em si não

atenua significativamente as ondas sonoras nas altas frequências, não sendo causa da

discrepância.

A análise com as medições antigas, porém, deve ser feita com cuidado. A medição

foi realizada com seis posições fonte-receptor e é possível que tenha havido mudança

de orientação da amostra e da mesa giratória entre medições em diferentes posições de

T1 e T2. Além disso, os valores de velocidade do som e coeficiente de atenuação do ar

utilizados foram os mesmos que os da nova medição, pois antes não havia sido

implementado um sistema de medição de temperatura e umidade.

46

Figura 13 - Comparação do coeficiente de espalhamento da amostra antes e depois do sistema de automação Fonte: Autoria própria.

Figura 14 – Coeficiente de absorção do sistema de automação Fonte: Autoria própria.

Outro fator que pode ter influenciado os baixos valores de espalhamento nas altas

frequências é o material utilizado. Apesar de tomadas as devidas precauções para evitar

grande absorção proveniente da amostra, ainda é um material menos rígido do que

madeira, utilizado no artigo [9]. Por fim, outro possível motivo para discrepância é a menor

responsividade do microfone para altas frequências [20].

47

6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise dos resultados conclui-se que a automação da movimentação dos

dispositivos de áudio foi satisfatória e cumpriu com todos os requisitos. Na prática, para

uma medição completa com seis posições eram despendidas duas horas. Agora, em

duas horas e meia faz-se uma medição com 12 posições, uma ganho de tempo de 37,5%.

Para aumentar a precisão de posicionamento da fonte sonora, o sensor

ultrassônico pode ser substituído por chaves fim de curso ou sensores indutivos ou

capacitivos. Se desejado um sistema com três posicionamentos, o veículo seguidor de

faixa é uma opção. Outra melhoria seria a confecção de estrutura mais rígida para o

suporte da fonte sonora, diminuindo vibrações após movimentação.

Em relação à movimentação do microfone, também há espaço para melhorias. Se

ignorado o valor mínimo entre microfone e fonte sonora sugerido pela norma [4], que é

mais uma indicação global, e for realizado o cálculo de distância crítica em campo difuso

[21], o microfone provavelmente poderá realizar as oito posições num plano horizontal

circular. Se a distância crítica for menor a ponto de permitir que o microfone fique ainda

mais baixo, é passível a análise para confecção um sistema que altere a altura do

microfone para que mais posições possam ser atingidas.

Em relação à amostra, por sua base ser um perfil de isopor e não um bloco

usinado, economiza-se muito em custo de material e mão de obra, facilitando a confecção

de várias amostras. Porém, como observado, é possível que isso gere valores imprecisos

de coeficiente de espalhamento. Logo, é interessante a realização de melhor estudo

sobre o assunto.

Em relação à aquisição de sinais, é importante a implementação de curva de

correção para os sinais provenientes do microfone.

48

REFERÊNCIAS

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[8] MÜLLER-TRAPET, Markus; VORLÄNDER, Michael. Uncertainty Analysis of Standardized Measurements of Random-Incidence Absorption and Scattering Coefficients. The Journal of the Acoustical Society of America, vol. 137, p. 63, 2015.

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49

[12] MÜLLER, Swen; MASSARANI, Paulo. Medições da Resposta em Frequência de Sistemas de Sonorização. LAENA – INMETRO. 20??. [13] TOURINHO, André Miazaki da Costa. Construção de modelo para a análise de funções de transferência de sistemas vibro-acústicos. Projeto de graduação –

Universidade de Brasília – UnB, 2011. [14] GROOVER, Mikell P. Automation, Production Systems, and Computer Integrated Manufacturing. 2008.

[15] CAVALCANTE, Marisa A.; TAVOLARO, Cristiane R. C.; MOLISANI, Elio. FÍSICA COM ARDUINO PARA INICIANTES. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 33, n. 4, p. 4503-1 – 4503-9. 2011. [16] ACARNLEY, Peter P. STEPPING MOTORS: a guide to modern theory and

practice. 2ed. 1984. [17] KENJO, Takashi. STEPPING MOTORS AND THEIR MICROPROCESSOR CONTROLS. 1984. Reimpressão. 1990.

[18] HENDERSHOT JR., J. R.; MILLER, T.J.E. DESIGN OF BRUSHLESS PERMANENT-MAGNET MOTORS. 1994. [19] KENJO, Takashi. POWER ELECTRONICS FOR THE MICROPROCESSOR AGE. 1990. Reimpressão. 1995. [20] GRAS SOUND AND VIBRATION. GRAS 40AE 1/2” Prepolarized Free-Field Microphone. Disponível em: https://www.gras.dk/products/measurement-microphone-cartridge/prepolarized-cartridges-0-volt/product/150-40ae Acesso em: 06 jul. 2018, 10:07. [21] KUTTRUFF, Heinrich. ROOM ACOUSTICS. 5ed. 2009.

50

APÊNDICE A – CÓDIGO DO MICROCONTROLADOR

Aqui é apresentado o código utilizado no microcontrolador Arduino para

movimentação dos dispositivos de áudio, leitura de temperatura e umidade, rotação da

mesa giratória e apresentação de informações.

//Código utilizado para movimentação dos dispositivos de áudio e rotação da

mesa da

//câmara reverberante em escala reduzida da Universidade Tecnológica Federal

do Paraná - UTFPR

//Autor: aluno de graduação Luis Henrique Sant'Ana

//Orientador: Prof. Dr. Márcio Henrique de Avelar Gomes

//função 'turn' e demais parâmetros relativos à mesa giratória

//foram baseados no código desenvolvido por Ian Cavalcante e Vinícius Felchack

//antes de iniciar o programa (fazer upload)

//posicionar microfone na sua posição 1 e

//poscicionar fonte sonora a uma distância (sourcePos[0] + range) da parede

//(ou simplesmente próximo à sua posição 2)

#include <U8glib.h> //biblioteca do display OLED

#include <DHT.h> //biblioteca do sensor de temperatura e umidade

#include <Ultrasonic.h> //biblioteca do sensor ultrassônico

//até a função 'setup' os parâmetros devem ser inseridos pelo usuário

//após a função setup o programa deve ser independente

//pinagem do Arduino

#define triggerPin 0 //pino trigger do sensor ultrassônico

#define echoPin 1 //pino echo do sensor ultrssônico

#define posPin 2 //pino para botão da troca de posição

#define ttPin 3 //pino para botão para rotação da mesa giratória

#define stepperPin1 4 //pino 1 do motor do microfone

#define stepperPin2 5 //pino 2 do motor do microfone

#define stepperPin3 6 //pino 3 do motor do microfone

#define stepperPin4 7 //pino 4 do motor do microfone

#define thPin 8 //pino do sensor de temperatura e umidade

#define mosfet1pin 9 //pino do MOSFET 1 da ponte H

#define mosfet4pin 10 //pino do MOSFET 4 da ponte H

#define mosfet3pin 11 //pino do MOSFET 3 da ponte H

#define mosfet2pin 12 //pino do MOSFET 2 da ponte H

#define ttPulsePin 13 //pino de pulsos da mesa giratória

//outros parâmetros

//temperatura e umidade

#define DHTTYPE DHT22 //modelo do sensor de temperatura e umidade

//o sensor de temperatura e umidade necessita de 2000ms entre medições

//logo, são feitas 4 chamadas das funções de movimentação a cada 500ms

51

//como na rotina ('delayFunction') está adicionada atualização constante da

distância da fonte sonora,

//o valor de espera pode ser menor

//Uma medição de distância leva cerca de 10ms, necessita de delay de 60ms e a

rotina do display leva cerca de 140ms

//logo:

#define timesToCall 4 //quantas vezes a função 'delayFunction()'

deve ser chamada

#define delayTH 300 //intervalo de tempo entre chamadas para

movimentação [ms]

//posições fonte-receptor

#define sourceN 2 //número de posições de fonte

#define posLimit 12 //número de posições totais

//fonte sonora

#define breakingDistance 120 //distância [mm] em que a frenagem deve

começar para posição 1

#define breakingDistance2 120 //distância [mm] em que a frenagem deve

começar para posição 2

#define range 200 //distância [mm] para que a fonte não se mova

desnecessariamente

#define highVoltage 4 //tensão para alta velocidade

#define lowVoltage 3 //tensão para baixa velocidade

//mesa giratória

//nota interna: valores para 10 micropassos

#define T 60000 //passos para a rotação (se variável 'j' for unsigned int,

valor máximo é 65535)

#define tHigh 2355 //tempo alto do pulso

#define tLow tHigh //tempo baixo do pulso

//inicializações

U8GLIB_SSD1306_128X64 u8g(U8G_I2C_OPT_NO_ACK); //inicialização do display OLED

DHT dht(thPin, DHTTYPE); //inicialização do sensor de

temperatura e umidade

Ultrasonic ultrasonic(triggerPin, echoPin); //inicialização do sensor

ultrassônico

//declaração de variáveis

//sensor de temperatura e umidade

int i = 0; //contador para as chamadas de movimentação

float h = 0.0, t = 0.0; //umidade relativa [%], temperatura [°C]

//sensor ultrassônico

long int timex = 0; //variável de tempo utilizado para medição de

distância

float distance = 0.0; //distância [mm]

//posições fonte-receptor

int pos = 0; //posição atual

volatile boolean flagPos = false; //flag para troca de posição

//fonte sonora

float x = 0.0, sourceSet = 0.0, offset = 0.0; //posição, posição destino, erro

[mm]

52

int highSpeed = 0, lowSpeed = 0, codePos = 0; //velocidades de movimentação e

posição de referência para o código

//microfone

int micSteps = 0, micSet = 0; //posição, posição destino

boolean A = false, B = false, C = false; //variáveis lógicas para giro do

motor para movimentação do microfone

//mesa giratória

unsigned int j = 0; //contador de passos do motor da mesa giratória

volatile boolean flagTT = false; //flag para giro da mesa

//vetores de posição

const int sourcePos[2] = {150, 800}; //posições [mm] da fonte sonora

const int micPos[6] = {0, 408, 1050, 1312, 1575, 1837}; //posições [passos] do

microfone

//apresentação das funções

void draw();

void readTH();

void delayFunction();

void measureDistance();

void setFlagPos();

void changePosition();

void moveSource();

void moveMic();

void setFlagTT();

void turn();

void setup()

{

//pinos do display OLED já configurados na inicialização

//pino do sensor de temperatura e umidade já configurado na inicialização

//pinos do sensor ultrassônico já configurados na inicialização

readTH();

sourceSet = sourcePos[0];

measureDistance();

u8g.firstPage();

do

{

draw();

} while(u8g.nextPage());

//fonte sonora

pinMode(mosfet1pin, OUTPUT);

pinMode(mosfet2pin, OUTPUT);

pinMode(mosfet3pin, OUTPUT);

pinMode(mosfet4pin, OUTPUT);

digitalWrite(mosfet1pin, LOW);

digitalWrite(mosfet2pin, LOW);

digitalWrite(mosfet3pin, LOW);

digitalWrite(mosfet4pin, LOW);

highSpeed = highVoltage;

highSpeed = map(highSpeed, 0, 5, 0, 255);

lowSpeed = lowVoltage;

lowSpeed = map(lowSpeed, 0, 5, 0, 255);

53

//microfone

pinMode(stepperPin1, OUTPUT);

pinMode(stepperPin2, OUTPUT);

pinMode(stepperPin3, OUTPUT);

pinMode(stepperPin4, OUTPUT);

digitalWrite(stepperPin1, LOW);

digitalWrite(stepperPin2, LOW);

digitalWrite(stepperPin3, LOW);

digitalWrite(stepperPin4, HIGH); //inicia com fase 4 acionada

//posições fonte-receptor

pinMode(posPin, INPUT_PULLUP);

attachInterrupt(digitalPinToInterrupt(posPin), setFlagPos, FALLING);

delay(1000);

flagPos = false;

pos = 1;

//mesa giratória

pinMode(ttPin, INPUT_PULLUP);

attachInterrupt(digitalPinToInterrupt(ttPin), setFlagTT, FALLING);

delay(1000);

flagTT = false;

pinMode(ttPulsePin, OUTPUT);

digitalWrite(ttPulsePin, LOW);

moveSource();

}

void loop()

{

readTH();

u8g.firstPage();

do

{

draw();

} while(u8g.nextPage());

if((digitalRead(posPin) == LOW) && (!flagPos))

{

while(digitalRead(posPin) == LOW)

{}

delay(500);

flagPos = false;

}

if((digitalRead(ttPin) == LOW) && (!flagTT))

{

while(digitalRead(ttPin) == LOW)

{}

delay(500);

flagTT = false;

}

delayFunction();

}

54

void draw()

{

u8g.setFont(u8g_font_courB12);

u8g.setColorIndex(1);

u8g.setPrintPos(0,12);

u8g.print("t=");

u8g.print(t);

u8g.setPrintPos(0,25);

u8g.print("h=");

u8g.print(h);

u8g.setPrintPos(0, 38);

u8g.print("set=");

u8g.print(sourceSet, 0);

u8g.setPrintPos(0, 51);

u8g.print(" x =");

u8g. print(x, 0);

u8g.setPrintPos(0, 64);

u8g.print("off=");

u8g.print(offset, 0);

u8g.setPrintPos(80, 12);

u8g.print("p=");

u8g.print(pos);

u8g.setPrintPos(80, 25);

u8g.print("mic");

u8g.setPrintPos(80,38);

u8g.print(micSteps);

if((flagPos) || (flagTT))

{

u8g.drawStr(80, 64, "!");

}

}

void readTH()

{

t = dht.readTemperature(); //Celsius, 'true' for Fahrenheit

h = dht.readHumidity();

}

void delayFunction()

{

for(i = 0; i < timesToCall; i++)

{

if(flagPos)

{

changePosition();

}

else

{

if(flagTT)

{

u8g.firstPage();

do

{

draw();

} while(u8g.nextPage());

turn();

}

55

}

measureDistance();

u8g.firstPage();

do

{

draw();

} while(u8g.nextPage());

delay(delayTH);

}

}

void measureDistance()

{

timex = ultrasonic.timing();

x = ultrasonic.convert(timex,1) * 10;

offset = x - sourceSet;

delay(60);

}

void setFlagPos()

{

flagPos = true;

}

void changePosition()

{

delay(500);

if(digitalRead(posPin) == LOW)

{

if(pos == 1)

{

pos = posLimit;

}

else

{

pos--;

}

}

else

{

if(pos == posLimit)

{

pos = 1;

}

else

{

pos++;

}

}

u8g.firstPage();

do

{

draw();

56

} while(u8g.nextPage());

moveSource();

moveMic();

flagPos = false;

}

void moveSource()

{

//posição de fonte 1 (sourcePos[0])

codePos = 0;

if((pos > codePos * (posLimit/sourceN)) && (pos <= ((codePos + 1)) *

(posLimit/sourceN)))

{

sourceSet = sourcePos[codePos];

measureDistance();

if(x > (sourceSet + range))

{

//é pressuposto que a fonte sempre estará na posição

//sourceSet = sourcePos[1] quando deva ir até

//sourcePos[0]

analogWrite(mosfet1pin, highSpeed);

digitalWrite(mosfet4pin, HIGH);

while(x > (sourceSet + breakingDistance))

{

measureDistance();

}

digitalWrite(mosfet1pin, LOW);

digitalWrite(mosfet4pin, LOW);

}

}

else

{

//posição de fonte 2 (sourcePos[1])

codePos = 1;

if((pos > codePos * (posLimit/sourceN)) && (pos <= ((codePos + 1) *

(posLimit/sourceN))))

{

sourceSet = sourcePos[1];

measureDistance();

if(x < (sourceSet - range))

{

//é pressuposto que a fonte sempre estará na posição

//sourceSet = sourcePos[0] quando deva ir até

//sourcePos[1]

analogWrite(mosfet2pin, lowSpeed);

digitalWrite(mosfet3pin, HIGH);

57

while(x < (sourceSet - breakingDistance2))

{

measureDistance();

}

digitalWrite(mosfet2pin, LOW);

digitalWrite(mosfet3pin, LOW);

}

}

}

}

void moveMic()

{

//o código para giro do motor do microfone simula um circuito lógico digital

//que comuta as saídas lógicas para as entradas no driver do motor de acordo

com os bits 'A', 'B' e 'C'

//'A' seria um bit de direção proveniente do microcontrolador

//e 'B' e 'C' seriam saídas de contadores digitais, contando a cada pulso de

clock também proveniente do microcontrolador

micSet = pos - 1;

if(pos > (posLimit/sourceN))

{

micSet = map(micSet, (posLimit/sourceN - 1), (2 * posLimit/sourceN - 1),

(posLimit/sourceN - 1), 0);

}

if(micPos[micSet] > micSteps)

{

A = true;

}

else

{

if(micPos[micSet] < micSteps)

{

A = false;

}

}

while(micSteps != micPos[micSet])

{

if((!B && !C) || (B && C))

{

C = !C;

}

else

{

B = !B;

}

if((!A && !B && C) || (A && B && !C))

{

digitalWrite(stepperPin1, HIGH);

digitalWrite(stepperPin2, LOW);

58

digitalWrite(stepperPin3, LOW);

digitalWrite(stepperPin4, LOW);

}

else

{

if(B && C)

{

digitalWrite(stepperPin1, LOW);

digitalWrite(stepperPin2, HIGH);

digitalWrite(stepperPin3, LOW);

digitalWrite(stepperPin4, LOW);

}

else

{

if((!A && B && !C) || (A && !B && C))

{

digitalWrite(stepperPin1, LOW);

digitalWrite(stepperPin2, LOW);

digitalWrite(stepperPin3, HIGH);

digitalWrite(stepperPin4, LOW);

}

else

{

//if(!B && !C)

digitalWrite(stepperPin1, LOW);

digitalWrite(stepperPin2, LOW);

digitalWrite(stepperPin3, LOW);

digitalWrite(stepperPin4, HIGH);

}

}

}

delay(15);

if(A)

{

micSteps++;

}

else

{

micSteps--;

}

}

}

void setFlagTT()

{

flagTT = true;

}

void turn()

{

j = 0;

while ((digitalRead(ttPin) == LOW) && (j < T))

{

digitalWrite(ttPulsePin, HIGH);

delayMicroseconds(tHigh);

59

digitalWrite(ttPulsePin, LOW);

delayMicroseconds(tLow);

j++;

}

flagTT = false;

}

60

APÊNDICE B – RELATÓRIO DE MEDIÇÃO DE COEFICIENTE DE ESPALHAMENTO

SONORO DE INCIDÊNCIA ALEATÓRIA

A câmara reverberante utilizada, localizada na Universidade Tecnológica Federal

do Paraná – UTFPR, possui formato trapezoidal, volume interno de 1,48m³, fator de

escala 5,13 e área de absorção de 0,39m². A medição foi realizada no dia 14 de maio de

2018, utilizando 12 posições de fonte-receptor, durante duas horas e meia. A amostra

utilizada é circular, com 800mm de diâmetro e perfil senoidal, apresentado na Figura 15.

Figura 15 - Perfil da amostra Fonte: Autoria própria.

Os valores de temperatura e umidade podem ser observados na Tabela 3. Os

resultados numéricos, na Tabela 4. O coeficiente de absorção é apresentado na Figura

16 e o espalhamento da amostra na Figura 17.

Ti Posições fonte-receptor

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

T1 20.6 20.6 20.6 20.6 20.6 20.6 20.6 20.6 20.6 20.6 20.6 20.6

Temperatura T2 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5

[°C] T3 20.6 20.5 20.5 20.5 20.5 20.4 20.5 20.5 20.5 20.4 20.4 20.5

T4 20.6 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5 20.5 20.4 20.5 20.5 20.5 20.5

T1 62 62 62 62.1 62.1 62.1 62.1 62.1 62.1 62.1 62.1 62.1

Umidade T2 63.5 63.5 63.5 63.5 63.5 63.5 63.5 63.5 63.5 63.5 63.5 63.5

[%] T3 62.2 62.4 62.5 62.6 62.7 62.7 62.8 62.8 62.9 62.9 63 63

T4 63.1 63.2 63.3 63.3 63.4 63.5 63.4 63.6 63.6 63.6 63.7 63.7 Tabela 3 - Temperatura e umidade durante a medição Fonte: Autoria própria.

61

Banda correspondente à escala real f[Hz]

sbase

[-] αs [-]

αspec [-]

S [-]

100 0.00 0.23 0.27 0.05

125 0.00 0.29 0.33 0.05

160 0.00 0.23 0.26 0.04

200 0.00 0.19 0.21 0.02

250 0.00 0.17 0.19 0.02

315 0.00 0.22 0.24 0.03

400 0.03 0.22 0.28 0.08

500 0.00 0.20 0.44 0.30

630 0.00 0.14 0.50 0.43

800 0.00 0.10 0.59 0.54

1000 0.00 0.10 0.59 0.54

1250 0.01 0.13 0.59 0.52

1600 0.01 0.08 0.61 0.57

2000 0.02 0.05 0.64 0.62

2500 0.02 0.03 0.67 0.66

3150 0.04 0.06 0.69 0.67

4000 0.00 0.00 0.67 0.67

Tabela 4 - Resultado numérico da medição Fonte: Autoria própria.

Figura 16 - Coeficiente de absorção de incidência aleatória Fonte: Autoria própria.

62

Figura 17 - Coeficiente de espalhamento de incidência aleatória Fonte: Autoria própria.