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Autoconhecimento: Diferencial Competitivo na Profissão do Coach Julho/2015 1 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Autoconhecimento: Diferencial Competitivo na Profissão do Coach Maria Aparecida Alves dos Passos [email protected] Gestão de Pessoas por Competências e Coaching Instituto de Pós-Graduação - IPOG Goiânia, GO, 19 de Junho de 2014 Resumo O presente estudo analisou a importância da competência autoconhecimento como diferencial competitivo na atuação do profissional coach. Buscando um melhor entendimento sobre o tema, a seguinte pergunta foi formulada: “De que forma o autoconhecimento pode tornar-se um diferencial competitivo na profissão de coach?” A pergunta sugere algumas hipóteses tais como: acredita-se que para praticar uma escuta ativa, uma comunicação eficiente é necessário um olhar para si mesmo e ter uma tomada de consciência dos próprios sentidos internos e externos para só depois olhar e ouvir o outro; o conhecer-se a si mesmo dá condições para ir ao encontro do outro; a competência autoconhecimento faz um profissional que atua como coach destacar-se entre os demais. Essas hipóteses foram postas à prova diante do estudo bibliográfico as quais foram confirmadas. Para atingir o objetivo proposto foram realizados estudos de diferentes autores. O objetivo foi identificar de que forma esta competência pode tornar-se um diferencial competitivo para o coach no atual mercado de trabalho no Brasil. Os resultados obtidos indicam que para ser um profissional coach de destaque deve haver investimento no desenvolvimento profissional e pessoal no qual o autoconhecimento se engloba. A conscientização da importância de autoconhecer deve partir do próprio profissional, pois, a motivação é um dos fatores que faz o coach avançar na busca da percepção de si mesmo com o consequente destaque em sua carreira. E, com a grande demanda por profissionais coach, cresce a responsabilidade dos que atuam com seriedade os quais devem se posicionar melhor no mercado de trabalho através do desenvolvimento de competências inerentes à profissão. São diversas as competências que o coach possui, concluindo que dentre todas, sobressai o autoconhecimento como um diferencial competitivo. Palavras-chave: Coach, Competência, Autoconhecimento. 1. Introdução As organizações no atual cenário requerem profissionais que se diferenciam por suas competências. Para vencer a concorrência, estes profissionais buscam o desenvolvimento e a atualização do conhecimento seja pessoal ou profissional para o alcance de melhores resultados. Na sociedade do conhecimento, é necessário estar atualizado, ler e aprender, para consolidar-se entre os melhores profissionais, pessoas que fazem a diferença no que escolheram como trabalho. A falta de uma boa formação é um dos principais causadores da carência de profissionais qualificados no mercado de trabalho. É importante que o profissional avalie em que momento se encontra e se não é a hora de começar a agregar novos conhecimentos à sua carreira, pois

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Autoconhecimento: Diferencial Competitivo na Profissão do Coach Julho/2015 1

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

Autoconhecimento: Diferencial Competitivo na Profissão do Coach

Maria Aparecida Alves dos Passos – [email protected]

Gestão de Pessoas por Competências e Coaching

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Goiânia, GO, 19 de Junho de 2014

Resumo

O presente estudo analisou a importância da competência autoconhecimento como

diferencial competitivo na atuação do profissional coach. Buscando um melhor entendimento

sobre o tema, a seguinte pergunta foi formulada: “De que forma o autoconhecimento pode

tornar-se um diferencial competitivo na profissão de coach?” A pergunta sugere algumas

hipóteses tais como: acredita-se que para praticar uma escuta ativa, uma comunicação

eficiente é necessário um olhar para si mesmo e ter uma tomada de consciência dos próprios

sentidos internos e externos para só depois olhar e ouvir o outro; o conhecer-se a si mesmo

dá condições para ir ao encontro do outro; a competência autoconhecimento faz um

profissional que atua como coach destacar-se entre os demais. Essas hipóteses foram postas

à prova diante do estudo bibliográfico as quais foram confirmadas. Para atingir o objetivo

proposto foram realizados estudos de diferentes autores. O objetivo foi identificar de que

forma esta competência pode tornar-se um diferencial competitivo para o coach no atual

mercado de trabalho no Brasil. Os resultados obtidos indicam que para ser um profissional

coach de destaque deve haver investimento no desenvolvimento profissional e pessoal no qual

o autoconhecimento se engloba. A conscientização da importância de autoconhecer deve

partir do próprio profissional, pois, a motivação é um dos fatores que faz o coach avançar na

busca da percepção de si mesmo com o consequente destaque em sua carreira. E, com a

grande demanda por profissionais coach, cresce a responsabilidade dos que atuam com

seriedade os quais devem se posicionar melhor no mercado de trabalho através do

desenvolvimento de competências inerentes à profissão. São diversas as competências que o

coach possui, concluindo que dentre todas, sobressai o autoconhecimento como um

diferencial competitivo.

Palavras-chave: Coach, Competência, Autoconhecimento.

1. Introdução

As organizações no atual cenário requerem profissionais que se diferenciam por suas

competências. Para vencer a concorrência, estes profissionais buscam o desenvolvimento e a

atualização do conhecimento seja pessoal ou profissional para o alcance de melhores

resultados. Na sociedade do conhecimento, é necessário estar atualizado, ler e aprender, para

consolidar-se entre os melhores profissionais, pessoas que fazem a diferença no que

escolheram como trabalho.

A falta de uma boa formação é um dos principais causadores da carência de profissionais

qualificados no mercado de trabalho. É importante que o profissional avalie em que momento

se encontra e se não é a hora de começar a agregar novos conhecimentos à sua carreira, pois

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este é o caminho para se tornar um profissional de destaque. Fugir da acomodação é escolher

fazer a diferença na área de atuação.

Para resolver os gaps relativos a objetivos pessoal e profissional as organizações estão cada

vez mais fazendo do coaching uma das estratégias para desenvolvimento de suas equipes e

para que isso ocorra devem ser levadas em consideração as competências que o profissional

responsável pelo processo possui.

Algumas definições são necessárias para facilitar uma melhor compreensão. De acordo com

Souza (2011:39), coaching “é o processo”, coachee “é a pessoa que passa pelo processo” e

coach é “ajudar as pessoas a verem além do que são hoje para o que elas querem tornar-se

amanhã, expandindo suas competências, seu desempenho e suas crenças”.

Segundo Downey (2011:18) “o papel do coach é permitir ao player explorar, ganhar um

melhor entendimento, tornar-se mais consciente e, a partir disso, tomar uma decisão melhor

do que aquela que já teria tomado antes”.

Na visão de Rabaglio (2010:5) “coaching é um processo bem definido com início, meio e fim,

estabelecendo metas claras e desenhando e redefinindo ações para alcançar os resultados

desejados”.

Para Cursino:

O coaching é um processo estruturado que ajuda uma pessoa ou uma equipe a

atingir objetivos predefinidos importantes por meio da ampliação de percepções e da

mudança de hábitos, crenças e padrões de pensamento. Coach é o nome dado ao

profissional que conduz esse processo, apoiando, ajudando e desafiando o seu

cliente (ou equipe cliente) para que ele passe a operar no pico de sua capacidade

(CURSINO, 2013:299).

Ao comparar as definições pode-se perceber que há uma congruência nos conceitos, onde o

principal objetivo do coach é fazer com que as pessoas envolvidas no processo tomem

consciência de onde estão e onde querem chegar usando suas próprias competências.

Para que essas competências sejam desenvolvidas de modo a alcançar as metas estipuladas, o

coachee deve estar sendo conduzido por um profissional que tenha investido em seu

desenvolvimento técnico e comportamental.

Considerando a concorrência do mercado, o profissional coach precisa capacitar-se

continuamente e desenvolver competências essenciais e competitivas para o exercício da

profissão através da troca de experiências, leitura, estudo e do autoconhecimento. Para

Marques e Carli (2012:41) “noventa por cento das pessoas que desejam o sucesso profissional

não se conhecem o suficiente”.

As pessoas vivem padrões repetidos das vidas de outras pessoas que conheceram sem ao

menos terem a coragem de olharem-se no espelho e consequentemente sem conhecerem-se a

si mesmas. Perguntas simples não são possíveis de obter respostas. A vida profissional e

pessoal muitas vezes é conduzida pelo meio onde estão inseridas, vão sendo levadas sem

questionamentos, sem análises e como consequência sem melhorias.

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Na opinião de Medeiros (2014:74) “o coaching é uma viagem de descobertas, cujo meio de

transporte é o diálogo, o entendimento que leva ao autodesenvolvimento, ajudando as pessoas

desenvolverem de maneira plena o seu talento e a sua capacidade”.

E para o entendimento estar em sua totalidade é preciso perceber o outro a partir da percepção

de si mesmo. A superação e conhecimento de si mesmo tornam-se um desafio, e nessa busca

por sobressair há uma procura pelo desenvolvimento pessoal e profissional onde a

competência autoconhecimento pode ser um dos pontos de partida que poderá conduzir o

coach ao sucesso em sua carreira.

2. Metodologia

O presente artigo tem como objetivo analisar a competência autoconhecimento como

diferencial competitivo na profissão do coach. Para o desenvolvimento da análise foi

realizada pesquisa bibliográfica a fim de elucidar o que diferentes autores pensam sobre o

assunto. O material utilizado para a pesquisa de onde foram extraídos os dados foram livros,

internet, artigos científicos.

3. Os Desafios do Profissional Coaching

Atualmente vivemos a Era da Informação, época que teve início na década de 1990 onde

segundo Chiavenato (2010:33) “a principal característica dessa nova era são as mudanças, que

se tornaram rápidas, imprevistas, turbulentas e inesperadas”. Com a urgência na proposta de

soluções, as organizações tornaram-se ágeis em transformar toda informação em

conhecimento produtivo e a produtividade do conhecimento tornou-se um diferencial

competitivo com a formação de equipes de trabalho cada vez mais multifuncionais

(CHIAVENATO, 2010,37).

O mundo evoluiu, as pessoas se profissionalizaram. Mas, para sobreviver em um mercado

competitivo é preciso que os profissionais tenham algo a mais, é preciso ter visão, ser bem

preparados, informados, conectados e que tenham intuição e saibam a hora de inovar e agir.

Para desempenhar qualquer tipo de atividade é necessário que o profissional tenha

características que o distingue dos demais, que são as competências.

De acordo com Moscovici (2012:26) “competência compreende aspectos intelectuais inatos e

adquiridos, conhecimentos, capacidades, experiência, maturidade. Uma pessoa competente

executa ações adequadas e hábeis em seus afazeres, em sua área de atividade”.

Conforme Rabaglio (2010:28) “podemos definir competência como: conhecimentos,

habilidades e atitudes que são os diferenciais de cada pessoa e tem impacto em seu

desempenho e consequentemente nos resultados atingidos”. A composição dos

conhecimentos, habilidades e atitudes é que vão fazer com que um profissional tenha destaque

naquilo que faz. A formação técnica é essencial, porém, são as características pessoais de

cada um que vão fazer com que o conhecimento técnico seja colocado em prática. Pode-se

afirmar que é necessária uma ótima formação técnica conhecida como conhecimento, seguido

de um perfil comportamental bem estruturado (RABAGLIO, 2010,30).

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Na visão de Rabaglio (2010:30) “entende-se por comportamento as características intrínsecas

do indivíduo, associadas ao seu conhecimento, experiências, conjunto de vivências pessoais e

a influência da cultura onde ele se encontra”. Todo esse conjunto é que vai influenciar o

desempenho do profissional em sua área de atuação. Levar em consideração toda essa

abrangência proporcionará uma melhor compreensão da maneira como o profissional

demonstra seu comportamento nas diferentes situações, o impacto na convivência com outras

pessoas e os resultados alcançados.

Na busca para ser um profissional acima da média as pessoas estão se qualificando mais

através de treinamentos e desenvolvimento, planejamento de carreira e um dos programas de

autoconhecimento que vem tendo destaque é o processo de coaching.

Atualmente o profissional coach vem ganhando espaço. Considerando que há uma série

desses profissionais no mercado de trabalho o desempenho na atuação do processo de

coaching é quem vai definir a permanência destes como profissionais requisitados. E

conforme Downey (2010:ix) “a única autoridade que pode certificar um coach é o indivíduo

ou a equipe, que estão em melhor posição para saber o tipo de impacto que o coach teve em

seu aprendizado, desempenho e satisfação no trabalho e em campo.”

De acordo com Da Matta (2014) disponível em: <http://www.sbcoaching.com.br/blog/tudo-

sobre-coaching/habilidades-profissionais-de-um-coach/ > Acesso em: 05 de junho de 2014 às

21h00:

Quando uma pessoa procura um coach, espera encontrar um profissional

consolidado no mercado, que tenha a experiência, metodologia e habilidades

profissionais necessárias. Você deve ter em mente que o coach tem uma grande

responsabilidade para com seus clientes, pois o coachee deposita confiança em sua

capacidade de conduzir as sessões de coaching com sucesso e espera resultados

visíveis em sua carreira e qualidade de vida (Da Matta, 2014).

O relacionamento sólido com o coachee desencadeará em um coaching produtivo. Os

processos conduzidos com base em relacionamentos de má qualidade geram uma série de

fracassos no alcance dos objetivos do coachee. A entrega durante o processo por parte do

coach deve ser na íntegra. Esquecer-se do eu como coach e concentrar-se no outro como

coachee em uma escuta na totalidade é uma atitude de desprendimento que só é possível

quando o coach tem a plena consciência de tudo que ele é em todo seu ser de sentimentos,

sensações, emoções, pensamentos. Ouvir o outro e compreendê-lo são atitudes essenciais na

condução do processo e esta capacidade de entrega é possibilitada com o conhecimento de si

mesmo.

A atuação principal do coach é entender e não tentar resolver, melhorar. Nesse entendimento

o próprio coachee percebe por si mesmo, se torna mais consciente e capaz de fazer escolhas

melhores. E para que esse processo não tenha nenhuma interferência, o coach deve deixar de

lado seus próprios interesses o que é possível a partir do momento que o profissional tem

consciência de si mesmo e de suas habilidades que podem ser consideradas positivas ou

mesmo aquelas que são vistas como pontos de melhoria (DOWNEY, 2010,49).

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A pessoa que deseja seguir a carreira de coach necessita ter formação e certificação, passar

por um treinamento específico baseado em técnicas, ferramentas e abordagens desenvolvidas

por estudiosos da área de coaching, ter passado pelo processo de coaching e desenvolvido

trabalho sob supervisão. A procura pela formação em coach cresce exponencialmente.

Segundo Karawejczyk e Cardoso (apud Da Matta, 2012):

No Brasil o crescimento do processo coaching atingiu um índice de 300% entre o

ano de 2007 e 2008. No entanto a presença de um certificado em mãos [...] não

distingue o bom do mau profissional, pois qualquer pessoa a partir de 18 anos pode

fazer um curso de formação coach, independentemente da formação ou profissão em

que já atua (Karawejczyk e Cardoso (apud Da Matta, 2012).

Com base nessa informação, percebe-se que há uma demanda muito grande por profissionais

coach, porém, por outro lado há a possibilidade de haver nesse nicho, profissionais com má

formação atuantes no mercado o que pode gerar falta de credibilidade no processo de

coaching. Existem várias correntes teóricas, vários modelos de coaching, e esta diversidade

de áreas de atuação faz com que a procura por estes profissionais vem crescendo.

Apesar da demanda, a mão de obra disponível atende parcialmente as exigências e compete

aos interessados em realizar o processo ir em busca de profissionais experientes e preparados

nos níveis técnico e comportamental. Profissionais que buscam conhecer a si próprio e que

são conscientes do seu potencial e da sua capacidade ao desempenhar a função de coach.

Um outro fator que o coach irá enfrentar em sua atuação é o gerenciamento de sua

mentalidade. A interferência dos seus pensamentos, julgamentos, opiniões podem impedir que

o fluxo do processo seja eficaz. Downey (2010:154) exemplifica da seguinte forma referindo

à mentalidade do coach “uma parte do “gerenciamento de si” no coaching é ser capaz de

identificar a sua própia “bagagem” e lidar com ela apropriadamente.” Como julgar se o que o

outro pensa é certo ou errado? Determinada situação é vista pela lente da própria pessoa. O

que existe são pontos de vistas diferentes. Como descrito por Cury (2012:27) “aprender [...] a

desenvolver a capacidade de ver o mundo também com os olhos dos outros é função

importantíssima da inteligência que tem sido pouco desenvolvida [...].”

São diversos os desafios, bem como são múltiplas as competências que este profissional

reúne. Mas, há uma delas que sobressai como um diferencial competitivo: o

autoconhecimento. Conhecer-se a si mesmo tornou-se alvo para os profissionais que tem

como foco principal o destaque na carreira profissional. Uma vasta experiência e

conhecimento não faz um profissional ser bem sucedido nem o coloca em uma situação de

conforto, é necessário superação e conhecimento de si próprio.

4. As diferentes formas de se conhecer

Há uma diversidade de ferramentas, testes, formações disponíveis aos quais os profissionais

coaches que queiram se destacar em sua área de atuação podem recorrer. A vontade ser bem

sucedido deve partir do profissional. Descobrir o próprio perfil, conhecer-se a si mesmo, suas

forças, seu potencial, como é o relacionamento com as pessoas, como é percebido pelo outro,

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o que o motiva, os próprios receios, como se comporta sobre pressão, tudo é possível através

das ferramentas de desenvolvimento pessoal e profissional disponíveis. A partir do momento

que o profissional percebe os pontos a melhorar, essa atitude vai impactar no resultado do seu

trabalho e na percepção das pessoas sobre ele.

É importante procurar conhecer não apenas as qualidades mas também o que pode ser

transformado. As pessoas possuem características que não são notadas por elas mesmas. É

preciso conhecer o universo que existe dentro de si mesmo. A partir do próprio entendimento

é possível saber o porquê de determinadas atitudes e consequentemente haverá a possibilidade

de escolher de que forma agir ou reagir diantes das situações que poderão ocorrer e não agir

de modo automático.

Dentre as ferramentas que propiciam o desenvolvimento pessoal, profissional e

organizacional, pode ser citada a ferramenta Eneagrama que trata-se de um mapa e uma

estratégia de maturidade e desenvolvimento baseados em autoconhecimento e autodomínio

(CURSINO, 2013,1).

Ainda segundo Cursino:

Nossa personalidade psicológica funciona como uma máquina da qual fazemos uso

desde a primeira infância para sobrevivermos nesse mundo. Por trás dessa máquina

há uma essência mais profunda de quem somos, a qual raramente se apresenta para a

maioria das pessoas. O Eneagrama nos permite conhecer essa máquina e,

principalmente, nos descolar dela, abandonando boa parte de seus padrões e

programas para nos tornarmos pessoas mais conscientes e mais em contato com o

nosso verdadeiro ser (CURSINO, 2013:4).

É através da descoberta do que há no seu interior que o profissional poderá definir as

estratégias que serão utilizadas para fortalecer suas habilidades que irão conduzí-lo aos seus

objetivos e defrontar com aquelas que são consideradas empecilhos.

Pode-se citar também o estudo sobre o código da personalidade realizado com 500 mil

pessoas no mundo inteiro onde criou-se um modelo de fácil consulta aos 14 tipos de

personalidade. Com o resultado da pesquisa, é possível saber em que tipo de perfil as pessoas

se encaixam melhor possibilitando relacionamentos gratificantes. Para o profissional coach,

irá propiciar um melhor conhecimento de si mesmo que refletirá no seu desempenho

profissional.

Conforme diz Bradberry:

Conhecer a si mesmo não significa descobrir segredos profundos ou motivações

inconscientes, e sim desenvolver uma compreensão sincera e honesta do que o

motiva. Aqueles que possuem bom senso de autoconhecimento compreendem com

muita clareza o que podem fazer bem, o que os motiva e satisfaz e quais pessoas ou

situações devem evitar. [...] No trabalho, 83% daqueles que se conhecem bem

apresentam um desempenho acima da média (BRADBERRY, 2010:14).

A literatura sobre a linguagem corporal diz que o conhecimento de si mesmo e das outras

pessoas pode ser feito através da observação dos gestos e expressões. Apresentar-se com uma

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linguagem corporal confiante é relevante ao mundo do trabalho atual. Observando os próprios

gestos, sentimentos, preocupações, o profissional coach será capaz de concentrar-se para ficar

consciente da linguagem corporal do coachee. É sensato ao coach entender a sua própria

linguagem corporal para que a leitura do outro seja precisa (COHEN, 147-167).

Diante das afirmações, percebe-se que há a necessidade de autoconhecer-se para um melhor

desempenho profissional com a consequente influência em todos aspectos da vida. Por outro

lado o autoconhecimento não é desprovido de rompimentos de conceitos e crenças. O

profissional irá se deparar com uma sequência de barreiras muitas vezes impostas pelo meio

em que vive ou mesmo pelo seu eu. E o enfrentamento de tudo que o impede de ir adiante

será um exercício que exigirá esforço e concentração naquilo que ele se propõe.

No dizer de Souza:

Costumo dizer que crescer dói. Dói no sentido de que não se trata de um processo

passivo e necessita de muita intervenção pessoal. O estabelecimento de metas é

crucial para a motivação das realizações que podem ser realizadas. O processo de

melhoria é contínuo e gradual; desafiante a ponto de ser desconfortável. Esta

equação move ao amadurecimento e a resultados extraordiários (SOUZA, 2011:79).

Continuando com a apresentação das ferramentas disponíveis, hoje através da internet é

possível o acesso a uma diversidade de informações que podem ser filtradas e utilizadas para

auxiliar o processo de autoconhecimento, há também uma infinidade de cursos, vivências,

treinamentos, livros que podem despertar no profissional coach a capacidade de

autoconhecer-se.

O coaching é uma das ferramentas utilizadas atualmente para propiciar o autoconhecimento.

Submeter-se ao processo além de ser uma exigência para atuar como coach, permitirá ao

profissional comprometido aprender novos conceitos, novos valores, romper pensamentos

padronizados, conhecer novas possibilidades, ter uma percepção mais apurada, fazer

questionamentos, aprimorar e consequentemente melhorar o entendimento e compreensão do

seu eu.

Do ponto de vista de Guimarães (2014) disponível em:

<http://www.rh.com.br/Portal/Desenvolvimento/Artigo/9060/algumas-consideracoes-sobre-o-

processo-de-coaching.html > Acesso em: 09 de Junho de 2014 às 17h40:

O processo de coaching é uma metodologia facilitadora e estimuladora do

autoconhecimento e autodesenvolvimento pessoal. É uma oportunidade para que a

pessoa possa refletir sobre sua maneira de perceber a si mesma, as outras pessoas, as

situações de vida e do trabalho, ou seja, as suas relações no mundo, despertando o

participante para um processo de mudança de dentro para fora (GUIMARÃES,

2014).

A motivação é uma das melhores emoções que o profissional pode ter na busca pela

conscientização do compromisso em autoconhecer-se. Cabe ao profissional identificar a

melhor forma de desenvolver o autoconhecimento de forma a percorrer o caminho que o

levará ao sucesso na carreira de coaching.

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5. Autoconhecimento: diferencial competitivo

O ser humano tem sua própria percepção, sua forma de pensar e agir com base em seus

parâmetros de vida. Partindo desse princípio, a maneira que o profissional coach irá atuar

pode ter interferências de suas experiências pessoais, e o processo de coaching pode ser

influenciado sendo comprometidos os objetivos que o coachee almejou. Desta forma, torna-se

necessário o coach desenvolver-se, ser menos subjetivo, ter princípios éticos, objetivos claros

com foco no crescimento do coachee. O crescimento pessoal propicia ao profissional maior

flexibilidade e o relacionamento com o coachee torna-se mais fácil (RABAGLIO, 2010,6).

Na visão de Cursino (2013:8) “essa é a exigência de um trabalho de autoconhecimento

profundo: auto-observação, discernimento sem julgamentos superficiais”. O desenvolvimento

de um profissional competitivo para o mercado de trabalho começa com o conhecer-se a si

mesmo e a descoberta de características e competências a serem potencializadas e seus pontos

de melhoria. Após a identificação dessas características e competências, o profissional poderá

utilizar as ferramentas de desenvolvimento que melhor o fará trilhar pelo caminho do

crescimento que o tornará um diferencial competitivo.

A cultura a qual as pessoas estão inseridas prioriza a busca do externo e nessa ânsia pela

aceitação das outras pessoas não há a consciência de saber quem se é de verdade e do querer

conhecer-se interiormente. Voltar-se para as atitudes no dia a dia pode ser uma alternativa

para a tomada de consciência, visto que o que se faz é o reflexo do que há no interior. O

autoconhecimento é fundamental nessa identificação e assegura o fortalecimento de saber

quais passos são necessários rumo ao sucesso na atuação como coach.

Para o profissional coach cujo objetivo é desenvolver outras pessoas além de desenvolver-se,

é relevante conhecer os diferentes tipos de pessoas, valorizar as diferenças nos seres humanos

o que poderá fazer com que o profissional seja influente e efetivo no que se propõe. Cada ser

humano tem suas próprias experiências, suas vivências, sua maneira de ver e encarar

determinadas situações e cabe ao coach ter um olhar e postura onde seus próprios interesses

não sejam enfatizados. Conhecer suas fortalezas e fragilidades, estar aberto ao novo, ter

coragem de aceitar e querer são atitudes fundamentais para libertar-se de rótulos e

estereótipos e o autoconhecimento possibilita esta ruptura para novos horizontes (CURSINO,

2013,13).

Arredondo oferece o seguinte esclarecimento ao explanar:

As pessoas diferem entre si por fatores como faixa etária, sexo, etnia, formação

cultural, ideologia política, convicção religiosa, idioma, estilo de vida e outros.

Procure entender como essas diferenças podem afetar a maneira como você e sua

mensagem são percebidas. Preste atenção às suas palavras, ao seu tom de voz, seus

gestos e expressões (ARREDONDO, 2007:13).

Os benefícios que a carreira de coaching proporciona são inúmeros. O profissional que atua

nessa área vivencia práticas que nenhuma formação acadêmica propicia. Afinal coaching é

uma ferramenta de ponta no que se refere ao desenvolvimento de pessoas.

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Para Downey:

As habilidades envolvidas no coaching podem ser aplicadas de muitas formas

diferentes em muitos ambientes também diferentes, do local de trabalho à sala de

aula e ao campo dos esportes. Enquanto você internaliza as habilidades e toma posse

delas, descobrirá que se evidenciarão em muitos aspectos de sua vida (DOWNEY,

2010:89).

E um dos grandes fatores que contribui para o crescimento pessoal e profissional é o

autoconhecimento. A pessoa que dedica em autoconhecer-se tem melhores resultados nas

tomadas de decisões, possui equilíbrio diante de variados fatores, não dá prioridade para

opiniões. O conhecimento de si próprio estimula os fatores positivos e identifica os negativos

a fim de modificá-los favoravelmente, é a busca no interior por respostas e entendimento

sobre si. Conhecer-se traz benefícios para a vida profissional, pessoal e na convivência em

sociedade.

A conclusão a partir dos dados coletados e análise de Karawejczyk e Cardoso (apud Da

Matta, 2012) é:

Autoconhecimento: torna as pessoas mais felizes, mais completas e de bem com a

vida, pois os conceitos e a metodologia proporcionam a descoberta de uma missão e

dos valores individuais, o que é essencial para o profissional de coaching, pois ele

precisa agir de acordo com o que fala para as pessoas, ou seja, precisa estar de bem

com ele mesmo. Observa-se que o fator “autoconhecimento” foi o que mais obteve

destaque [...], pois essa palavra traz o seguinte significado: “estar de bem comigo

mesmo, a partir da ampliação da consciência sobre mim” (KARAWEJCZYK E

CARDOSO, APUD DA MATTA, 2012).

Percebe-se que o autoconhecimento é uma competência predominante do profissional na

atuação como coach seguida do compromisso de agir de acordo com o que fala. O coach deve

estar atento ao alinhamento da teoria com a prática, ele precisa criar um relacionamento onde

o coachee perceba a vivência do que ele diz. Esse tipo de atitude confere credibilidade aos

coachees.

Entrar em contato com seu eu, saber seu real potencial e o fato dele se sentir útil ao perceber

que os resultados e a evolução dos seus coachees estão sendo alcançados permite ao coach

elevar sua autoestima. A troca de experiências entre coach e coachee resultam em

desenvolvimento para ambas as partes. Perceber que o coachee está envolvido no processo e

na obtenção do alcance do objetivo proposto torna-se gratificante e impulsiona o profissional

coach a continuar seu caminho com segurança. Para Hunter (2009:103) "ficamos presos

àqueles a quem prestamos atenção, com quem passamos o tempo ou a quem servimos”.

A importância do autoconhecimento é reforçada na visão de Medeiros (2010:86) quando ele

fala sobre a atuação do profissional coach com as seguintes palavras “conhecendo seu

temperamento, seu caráter, suas emoções e suas potencialidades, em um processo de coaching

[...] isso refletirá no fator emocional [...]. Porque ele consegue transmitir confiança, suas

atitudes são firmes”.

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Os diferentes autores são enfáticos na afirmação sobre o conhecer-se a si mesmo como um

diferencial no exercício da profissão de coach e um caminho para obter maior controle sobre

os próprios atos. O autoconhecimento faz um profissional ser um diferencial competitivo em

sua atuação. Os benefícios são diversos e vão além da competitividade, autoestima elevada e

do equilíbrio diante da tomada de decisões. Verifica que este profissional desenvolve

tolerância às diferenças e mudanças, respeito aos próprios limites, predisposição para mudar,

atitudes positivas e otimistas, qualidade de vida. E toda essa diversidade de benfeitorias não

apenas no campo profissional, mas, em todos os aspectos da vida.

Cada ser humano é único e daí a necessidade de aprofundar o conhecimento de si próprio para

ir de encontro ao outro. Reconhecer quais as próprias facilidades e dificuldades facilita a

autoanálise e uma melhor interação consigo mesmo. Como profissional coach este

autoconhecimento possibilita contribuir com o desenvolvimento do coachee.

Cabe destacar que há uma rica literatura que dispõe de diversos estudos sobre temperamento,

características, tipos que regem o ser humano o que possibilita o profissional buscar seu

próprio desenvolvimento. Conhecer o outro a partir do seu próprio conhecimento possibilitará

ao coach desenvolver seu trabalho com maestria sobressaindo aos demais, o tornando um

profissional de destaque bastando para isso a disposição de ir em busca de conhecimento que

o tornará um diferencial competitivo (MEDEIROS, 2010,87).

Como descrito por Hunter (2009:30) “ao trabalhar com pessoas e conseguir que as coisas

sejam feitas através delas, sempre haverá duas dinâmicas em jogo – a tarefa e o

relacionamento”. Cabe ao profissional coach concentrar-se no relacionamento para que o

sucesso no processo de coaching seja garantido. Paradigmas devem ser rompidos. Agarrar-se

a modelos mentais ultrapassados podem paralisar o profissional impedindo-o de seguir em

busca de novas oportunidades e possibilidades. Ver a vida passar não é um comportamento

esperado de alguém que quer sobressair naquilo que faz. O autoconhecimento permite a

tomada de consciência em relação a si próprio, aos outros e ao mundo, possibilitando lançar o

desafio diante dos estereótipos que insistem em serem verdades absolutas.

Como descrito por Moscovici:

A relação eu-eu é decisiva na interação com os outros. [...] O equilíbrio interior, a

harmonia consigo mesmo, a auto-aceitação e valorização, a sensação de saúde, de

bem-estar físico e mental, o ‘estar de bem consigo’ – proporcionam segurança,

abordagem positiva, construtiva e equilibrada nos contatos com os outros e com o

mundo. O equilíbrio eu-eu permite abertura, espontaneidade, aceitação, confiança,

intercâmbio, consideração, cooperação (MOSCOVICI, 2012:31-32).

Vale ressaltar que diante dos estudos realizados sobre a importância do autoconhecimento,

cabe ao profissional fazer suas análises e questionamentos e realizarem sua própria escolha

em mudar e crescer. Aquele que não quer envelhecer como profissional e na vida pessoal

deve agir como um fiscal atento de suas atitudes. É essencial praticar a escuta e ter uma

percepção aguçada, olhar para o que é novo de maneira curiosa e não resistente.

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A motivação para conhecer-se deve ser interior. É aí que começa: saber onde se encontra e

aonde quer chegar como profissional coach. E um dos compromissos do profissional coach

que quer ser reconhecido na área de atuação é elevar a qualidade dos resultados apresentados.

Assim diz Baker:

Podemos achar que estamos nos desenvolvendo, ou dizer que estamos, mas nos

enganarmos. Ou então podemos pensar que estamos fazendo um grande progresso

na vida, mas depois descobrir que o crescimento só aconteceu quando nos tornamos

conscientes de nós mesmos (BARKER, 2009:43).

A maneira do profissional coach ver as coisas deve ser ampla. É interessante o rompimento de

ideias preconcebidas para que a visão se torne vasta e consequentemente ocorra uma maior

possibilidade de hipóteses diante de determinados fatores. O respeito pelo outro é fator

primordial para que os relacionamentos não sejam limitados. Estar aberto a pontos de vistas

diferentes proporciona uma melhor aceitação do outro e isto será possível a partir do

momento que o profissional perceba que a necessidade de conhecer-se a si mesmo irá

direcioná-lo a um caminho que o conduzirá a ter competências que o torne um diferencial

competitivo junto a outros profissionais. Como afirma Barker (2009:47) “entender melhor a si

mesmo para poder descobrir o que fazer”.

Ainda segundo Barker (2009:47) “para mudar os padrões de pensamento e comportamento de

uma vida inteira temos que nos conhecer e compreender”. A atuação como profissional coach

em um mercado que se encontra em crescimento contínuo e onde a procura por este

profissional é cada vez maior, saber lidar com os desafios que vem junto com a escolha de

seguir esta profissão exige uma tomada de consciência do conhecimento parcial de si mesmo

com o consequente start para o crescimento e as mudanças necessárias que o possibilitará

avançar para o sucesso. Não se acomodar diante do achismo que o autoconhecimento

adquirido é o suficiente. A constante atualização técnica é necessária, da mesma forma deve

ser considerado o melhor conhecimento de si mesmo. Afinal o ser humano está sempre em

evolução, com novos saberes, novas vivências, novos conceitos, novas crenças.

Como caracteriza Souza:

É necessário mudar e adaptar-se, ao mesmo tempo em que esteja se mantendo tão

competente como sempre foi, as mudanças vão estabelecendo novos padrões de

exigência. Com o tempo, esta mesma Competência que o levou a conquistar tanto

sucesso já não é suficiente para dar continuidade ou mesmo manter o que foi

conquistado (SOUZA, 2011:40).

As ferramentas de crescimento pessoal e profissional disponíveis auxiliam o aprendizado

sobre si mesmo. Cabe ao profissional coach reconhecer seus pontos de melhoria e que a ajuda

de outras pessoas faz-se necessária para que o mesmo possa aprender sobre si. Solicitar ajuda

de outras pessoas não é um sinal de fraqueza, insegurança, inferioridade e sim uma atitude

que irá direcioná-lo a uma maior compreensão de si próprio. Considerar qualquer assunto

sobre si mesmo e em isolamento não é uma tomada de consciência plena, desta forma o

profissional pode estar preso em seus próprios padrões de pensamentos.

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Querer conhecer-se e crescer muitas vezes não é uma tarefa fácil, pois, ter que examinar-se

gera temor do que pode ser encontrado. Pode ser doloroso ir de encontro consigo mesmo,

porém o foco do profissional coach é o alcance dos objetivos dos seus coachees. E, para isso

é necessária a construção de um relacionamento que a competência autoconhecimento irá

garantir ao coach.

6. Conclusão

A partir da análise da pesquisa bibliográfica realizada constatou-se que são várias as

características essenciais para se tornar um bom profissional coach. Foi possível perceber a

competência conhecimento como fator relevante para obter sucesso profissional no mercado.

O fato é que o autodesenvolvimento é uma forma de conhecimento de si mesmo e que o

investimento em ferramentas para se autodesenvolver fará do profissional que atua como

coach um diferencial. As hipóteses apresentadas na introdução foram postas à prova e todas

foram confirmadas diante do estudo realizado dos diferentes autores. Há ferramentas

disponíveis para formação do profissional que deseja se destacar dentre os demais e a decisão

de ir em busca de uma melhor performance na área de atuação é uma decisão do próprio

profissional. Vale ressaltar que um fator impeditivo do profissional que atua como coach a

procurar o autoconhecimento é o medo de ir de encontro consigo próprio. O ser humano ainda

tem suas limitações no que tange a romper aquilo que muitas vezes está bem guardado no seu

interior. Cada um tem sua própria maneira peculiar de fazer as coisas, entender essa

singularidade e como ela influencia na atuação como coaching irá ajudar o profissional a se

tornar um coach eficaz. A dedução a que se chega diante desse estudo é que o campo

pesquisado é vasto e é recomendável que o assunto seja retomado em novas pesquisas, se

possível com entrevistas, a fim de aprofundar o tema que se mostra pertinente aos

profissionais que atuam como coach. Frisa-se que, o processo de coaching é uma tendência na

atualidade e proporcionalmente ao aumento pela demanda por profissionais que atuam como

coach aumenta também aqueles que se dizem coaches os quais são desprovidos de uma boa

qualificação cabendo ao profissional que atua de forma correta e adequada um melhor

posicionamento no mercado apostando no conhecimento e principalmente no

autoconhecimento.

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