autismo e alergia alimentar

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Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade Física Adaptada e Saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira AUTISMO E ALERGIA ALIMENTAR Os peptídeos atuam como reguladores ou como moléculas sinalizadoras que afetam uma variedade de sistemas de neurotransmissores que regulam o comportamento. Em 1979, Dr. Jaak Panksepp , sugeriu que peptídeos incompletamente digeridos, que após absorvidos passariam a ter atividade opióide, poderiam ser os causadores do autismo, dando início a teoria do “Excesso de Opióides” como causadora ou agravadora do autismo (4,5,6). Em 1981, Reichelt e colegas encontraram peptídeos anormais com atividade opióide na urina de 22 de 25 autistas estudados. Outros estudos corroboraram estes resultados (7,8,9,10). Entretanto, a teoria da agressão cerebral pelas substâncias opióides ainda é muito controversa porque outros autores não encontraram as substâncias opióides na urina de crianças autistas, e alguns estudos relatam a presença destas substâncias em pessoas não. Embora muitos autores tenham encontrado essas substâncias opióides na urina de crianças autistas, Cass7 em um estudo publicado em 2008, não encontrou diferenças entre a presença dessas substâncias na urina de crianças autistas e normais (11). Gillberg mais tarde encontrou níveis excessivos de exorfinas no liquor cefalorraquidiano de autistas. Entretanto, Nagamitsu estudou essas substâncias opióides no liquor de crianças autistas e não constatou nenhuma diferença em relação ao liquor de crianças normais. Deve-se considerar que o espectro autista envolve quadros clínicos muito diferentes e etiologias diversas, o que dificulta muito a comparação dos resultados encontrados( 8,12). As exorfinas dietéticas são peptídeos produzidos a partir da digestão incompleta da caseína ou do glúten dos alimentos: caseomorfinas, gluteomorfinas e gliadomorfinas - todos com uma poderosa atividade opióide no cérebro. GLUTEOMORFINA E CASEOMORFINA A Gliadorfina (ou gluteomorfina) é um peptídeo derivado do glúten e as caseomorfinas do leite. A gliadomorfina é composta de 7 amino ácidos que começam com o sufixo N- terminal tirosina-prolina e tem a prolina nas posições 4 e 6, como indicado abaixo. As Beta

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trata-se de um estudo sobre a relacao do autista com o meio ambiente

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  • Texto de apoio ao curso de Especializao Atividade Fsica Adaptada e Sade

    Prof. Dr. Luzimar Teixeira

    AUTISMO E ALERGIA ALIMENTAR

    Os peptdeos atuam como reguladores ou como molculas sinalizadoras que afetam uma variedade de sistemas de neurotransmissores que regulam o comportamento. Em 1979, Dr. Jaak Panksepp , sugeriu que peptdeos incompletamente digeridos, que aps absorvidos passariam a ter atividade opiide, poderiam ser os causadores do autismo, dando incio a teoria do Excesso de Opiides como causadora ou agravadora do autismo (4,5,6).

    Em 1981, Reichelt e colegas encontraram peptdeos anormais com atividade opiide na urina de 22 de 25 autistas estudados. Outros estudos corroboraram estes resultados (7,8,9,10). Entretanto, a teoria da agresso cerebral pelas substncias opiides ainda muito controversa porque outros autores no encontraram as substncias opiides na urina de crianas autistas, e alguns estudos relatam a presena destas substncias em pessoas no. Embora muitos autores tenham encontrado essas substncias opiides na urina de crianas autistas, Cass7 em um estudo publicado em 2008, no encontrou diferenas entre a presena dessas substncias na urina de crianas autistas e normais (11).

    Gillberg mais tarde encontrou nveis excessivos de exorfinas no liquor cefalorraquidiano de autistas. Entretanto, Nagamitsu estudou essas substncias opiides no liquor de crianas autistas e no constatou nenhuma diferena em relao ao liquor de crianas normais. Deve-se considerar que o espectro autista envolve quadros clnicos muito diferentes e etiologias diversas, o que dificulta muito a comparao dos resultados encontrados( 8,12).

    As exorfinas dietticas so peptdeos produzidos a partir da digesto incompleta da casena ou do glten dos alimentos: caseomorfinas, gluteomorfinas e gliadomorfinas - todos com uma poderosa atividade opiide no crebro.

    GLUTEOMORFINA E CASEOMORFINA

    A Gliadorfina (ou gluteomorfina) um peptdeo derivado do glten e as caseomorfinas do leite. A gliadomorfina composta de 7 amino cidos que comeam com o sufixo N-terminal tirosina-prolina e tem a prolina nas posies 4 e 6, como indicado abaixo. As Beta

  • caseomorfinas so peptdeos originrios da beta caseina, compostos de 4 a 11 aminocidos, todos comeando com a tirosina na posio N-terminal (13,14) . Mais recentemente, Meisel e Fitzgerald descreveram uma variedade de peptideos que tem funo opiide derivados de todos os grupos da caseina (alfa caseina, beta caseina e kappa caseina), e de outras proteinas do leite (alfa lactoalbumina, beta lactoglobulina) e da albumina do soro. As beta caseomorfinas foram as primeiras substncias com forte poder opiide encontradas no sangue. Elas so degradadas pela dipetidil peptidase IV formando uma mistura de tirosina-prolina, fenilalanina-prolina-glicina, fenilalanina-prolina, e glicina16. Entretanto, as beta caseomorfinas so as mais estveis em relao a degradao enzimtica pela dipeptidil peptidase IV (15).

    Dr. Reichelt17 na Noruega, Dr. Cad18 na Universidade de Flrida, e outros descobriram que amostras de urina de pessoas com autismo, dficit de ateno e hiperatividade, doena celaca e esquizofrenia continham quantias altas do peptdeo caseomorfina.

    MECANISMO DE FORMAO DAS SUBSTNCIAS OPIIDES

    Alguns autores acreditam que os autistas possam ter uma alterao da permeabilidade intestinal e da capacidade do sistema digestivo de fragmentar corretamente o gltem e a casena, fazendo com que essas protenas atravessem a barreira intestinal em cadeias proticas maiores do que o normal e entrem inteiras na circulao sangunea. Alguns estudos mostraram que os autistas tm frequentemente uma deficincia ou ausncia da enzima digestiva dipeptidil-peptidase IV (DPP IV) que responsvel pela quebra destes peptdeos no intestino18. A enzima DPP IV tambm altamente sensvel ao mercrio e aos organofosforados tendo sua funo diminuda devido a estas substncias. A DPP IV fica localizada no mesmo cromossoma 2q7 aonde se localiza um outro gene j associado ao autismo.

    Esta dificuldade metablica congnita ou adquirida pela presena de xenobiticos, pode ser uma das causa do autismo atravs do aumento da absoro destas exorfinas, conduzindo a reaes adversas no crebro e ao desequilbrio do sistema imune.

    Alm disso, frequentemente apresentam um processo de disbiose (desequilbrio da flora intestinal) com aumento dos fungos e bactrias patognicas no intestino o que contribui para a leso da mucosa intestinal e aumento da permeabilidade intestinal.

    MECANISMO DE AO DAS SUBSTNCIAS OPIIDES

  • Essas cadeias peptdicas apresentam uma estrutura e funo similar a dos opiceos, como a morfina e o pio, e ao atingirem o crebro reagem com os receptores opiceos no crebro, provocando alteraes do metabolismo cerebral, como as que ocorrem no crebro de usurios de morfina, herona ou pio, sendo associadas aos distrbios que ocorrem nos autistas, afetando os lobos temporais e causando dificuldades na fala e na integrao da audio. Tambm promovem outros efeitos, tais como: reduo do nmero de clulas nervosas do sistema nervoso central e inibio de alguns neurotransmissores.

    Existem evidncias de que os opiides no crebro faam um bloqueio dos receptores dopaminrgicos, causando derramamento de dopamina no lquor, ou na urina, predominantemente como cido homovanlico. Alto teor de dopamina no lquido cefalorraquidiano e/ou de cido homovanlico na urina um achado freqente em subgrupos de crianas com espectro autista, e um indicador de possvel insuficincia do sistema nervoso central de dopamina.

    TRATAMENTO VISANDO IMPEDIR A FORMAO DE SUBSTNCIAS OPIIDES

    Para diminuir a possibilidade da produo anormal de peptdeos oriundos dos alimentos, a digesto protica precisa ser melhorada, com a utilizao de enzimas digestivas e cloridrato de betana (HCl). Como a suplementao enzimtica no garante a inibio da produo de exorfinas oriundas de casena e glten dos alimentos, uma estrita dieta sem casena e sem glten prioritria.

    Crianas com autismo freqentemente parecem viciadas em trigo e produtos derivados do leite, provavelmente aos mecanismos decorrentes do vcio causado pelas substncias opiides.

    Portanto, com a eliminao padronizada e controlada dos alimentos que promovem a formao das substncias opiides na dieta dos autistas, percebe-se melhora significativa na sociabilidade e comunicao destes pacientes, bem como, uma reduo dos efeitos de abstinncia destes compostos.

    TRIGO E LEITE - HIPTESE DA FORMAO DE AUTO ANTICORPOS CONTRA O CREBRO

    As alteraes do sistema imune tm sido longamente estudadas no autismo (20-25). A anlise imuno-gentica revela que os genes j associados ao lupus e a artrite esto significativamente aumentados nos autistas. Estudos epidemiolgicos tm demonstrado

  • uma maior incidncia de doenas autoimunes nos familiares de autistas. A possvel autoimunidade no autismo j foi encontrada em estudos cientficos que encontraram 9 diferentes antgenos especficos contra neurnios e que tem reao cruzada com protenas do leite, C. pneumoniae e Streptococcus do grupo A.

    Um nmero significante de crianas autistas desenvolve anticorpos anti estreptoquinase, anti gliadina e anti etil-mercrio.

    Um estudo realizado na Universidade Al Azhar no Egito e publicado em 2006, encontrou um resultado muito interessante quando comparou um grupo de crianas autistas com crianas no autistas. As crianas autistas apresentavam muito mais frequentemente anti corpos IgG contra glteM e casena no sangue. Em contrapartida, apresentavam anticorpos IgG contra rubola (50%), caxumba (73,3%) e sarampo (53,3%) em quantidades inferiores as crianas normais que apresentavam taxas de positividade em 100% para esses trs vrus. Alm disso, apresentavam uma positividade muito alta de IgG anti citomegalovirus (43,3%) contra (7%) das crianas do grupo controle. Os autores concluram que existe uma resposta autoimmune contra as protenas dietticas e uma deficincia na resposta imune s vacinas contra sarampo, caxumba e rubola, que pode ser associada ao autismo como causa, fator agravante ou conseqncia do autismo (26).

    Um estudo interessantssimo demonstrou que uma grande porcentagem das crianas autistas apresenta elevao de anticorpos contra a gliadina (do glten) e contra antgenos do cerebelo, que podem apresentar uma reao cruzada com o cerebelo, o que pode ser uma explicao para os resultados encontrados nas dietas de excluso do glten.

    Os estudos em crianas autistas tm encontrado alteraes inflamatrias intestinais nas bipsias duodenais, ileais e colnicas, aparentemente distintas de outras doenas inflamatrias do clon. Um estudo demonstrou a existncia de uma enterocolite linfoctica de caractersticas auto-imunes. Outros autores j demonstraram atravs da anlise histolgica da mucosa intestinal um infiltrado eosinoflico que era significantemente menor nas crianas em dieta de excluso de gltem e de casena. Neste estudo as alteraes linfocticas no foram afetadas pela dieta (27).

    TRIGO E LEITE ASPECTOS EPIDEMIOLGICOS

    Estudos epidemiolgicos tambm encontraram um aumento dos casos de autismo nas crianas que consomem leite.

  • TRIGO E LEITE RESULTADOS ENCONTRADOS COM A DIETA DE EXCLUSO

    Uma meta anlise realizada em 2008, aps analisar todos os artigos publicados sobre a dieta de excluso de trigo e casena no autismo, encontrou apenas 2 artigos duplo-cego randomizados, incluindo grupos pequenos de crianas, o que impossibilitou a realizao da meta anlise (28).

    Entretanto nos estudos recentes de Adans e Elder os seguintes benefcios foram relatados com a dieta de excluso do gltem e do leite: melhora dos sintomas gerais do autismo, melhora do isolamento social e melhora da capacidade de comunicao e interao. Outros estudos analisados no demonstraram benefcios. Os estudos que encontraram benefcios nas crianas autistas que seguiram a dieta sem glten e sem casena relataram (29,30):

    1. Melhora de alguns sintomas do autismo

    2. Melhora da cognio no verbal

    Um estudo realizado por Reichelt analisou 15 autistas de 3 a 17 anos durante um ano aps ter implementado a dieta sem gltem e sem casena. Eles encontraram uma melhora comportamental em 13 das 15 crianas estudadas, sendo que nenhuma criana apresentou uma piora devido a esta restrio. Estes resultados foram obtidos pelo consenso dos pais e educadores da criana (31).

    1. A epilepsia diminuiu em 3 de 4 autistas;

    2. Melhora do comportamento motor em 13 dos 15 autistas;

    3. Melhora do contato social de 10 dos 15 autistas;

    4. Melhora do contato visual de 9 dos 15 autistas;

    5. Diminuio do comportamento ritualistico em 8 dos 11 autistas;

    6. Melhora da linguagem em 10 dos 13 autistas;

    7. Normalizao do sono em 9 dos 11 autistas;

  • Vale salientar que diversas sociedades internacionais, constitudas por pais de autistas, mdicos e pesquisadores interessados em autismo recomendam a excluso do trigo e do leite da dieta.

    Em 2008, a Funded by Research Autism & The Childrens Foundation, devido a grande insistncia dos pais de crianas autistas, deu incio aos estudos necessrios para iniciar um grande estudo multicntrico nos USA para verificar a eficincia da dieta livre de gltem e de casena.

    Existe uma dificuldade imensa na realizao de estudos cientficos para avaliar a eficcia da dieta sem gltem e sem casena na melhora da criana autista. As principais dificuldades so:

    1. A primeira grande dificuldade encontrar um grupo grande de pais que aceitem submeter seus filhos a dieta sem glten e sem casena para que sua eficcia possa ser comparada com outro grupo de crianas que no sigam a dieta;

    2. Ter certeza que o grupo que aceitou submeter seus filhos autistas a dieta conseguiu faz-lo, uma vez que as crianas autistas vivem em sociedade, frequentam a escola, festinhas e outras atividades, exigindo muita dedicao e empenho de todas as pessoas que cuidam da criana, para que ela no transgrida a dieta;

    3. Ter certeza de que todos os alimentos oferecidos criana no contenham de fato gltem e casena, uma vez que muitos produtos que contm esses nutrientes no trazem a informao no rtulo ou o fazem de forma pouco inteligvel;

    4. Constituir os grupos com crianas que eliminem as substncias opiides derivadas do glten e da casena na urina;

    5. Conseguir que as crianas sigam a dieta por um perodo mnimo de 6 meses para que os resultados possam ser constatados;

    6. Padronizar as tcnicas para poder auferir os resultados.

    7. Encontrar grupos de crianas que no sigam outros tratamentos mdicos, alternativos ou alopticos, que possam interferir nos resultados.

    Alm de todas as questes acima, importante salientar que as crianas autistas apresentam grandes diferenas entre si, constituindo grupos muito heterogneos, o que

  • dificulta a avaliao dos resultados. OUTROS ALIMENTOS A SEREM EXCLUIDOS

    RESTRIO DE ACAR

    O acar afeta a flora intestinal contribuindo no processo de desenvolvimento e manuteno de uma disbiose, que considerada por muitos pesquisadores, como um dos fatores agravantes mais importantes no autismo.

    Alguns pesquisadores sugerem que a retirada do acar seja feita de forma gradual, lentamente, ao longo de 3 semanas, para evitar o desaparecimento dos sintomas e, em seguida, re-introduzir o acar por cinco dias, verificando os sintomas apresentados. Se a criana apresentar uma forte reao adversa a re-introduo do acar, o papel do mesmo nesta criana fica comprovado. Mesmo que o aparecimento dos sintomas no seja evidente, a restrio do acar pode contribuir com a melhora da flora intestinal.

    DIETA SEM CORANTES, ADITIVOS, PRESERVANTES, MONOGLUTAMATO DE SDIOE SALICILATOS

    As crianas sensveis aos corantes devem seguir a Dieta de Feingold, que uma dieta inicialmente concebida para as crianas que apresentam Deficit de Ateno e Hiperatividade e que atualmente tem sido proposta para as crianas do espectro autista. Essa dieta se caracteriza pela excluso rigorosa de aditivos, corantes, salicilatos e conservantes (32).

    O Dr. Benjamin Feingold, pediatra e alergologista, publicou um estudo que foi o marco inicial das pesquisas que demonstraram os efeitos irritativos cerebrais de diversas substncias sintticas, como salicilatos naturais e sintticos, corantes e aditivos alimentares, que passaram a ser associadas como substncias capazes de desencadear sintomas autsticos, dficit de ateno e hiperatividade, dificuldades escolares, distrbios do sono, agressividade, alm de diversos outros comprometimentos emocionais e comportamentais. As substncias mais estudadas foram os corantes tartrazina e carmoisine e os preservantes alimentares a base de benzoato (33-35).

    importante salientar, que esses efeitos nocivos no so mediados por IgE. Alguns autores acreditam que um dos mecanismos de ao destes compostos a liberao de histamina.

  • Alm disso, alguns alimentos contem salicilatos naturais que podem tambm causar efeitos indesejados sade em determinadas pessoas. Os salicilatos esto presentes em frutas comuns como ma, cereja e uva e outros alimentos ou temperos como caf, cravo e pprica.

    A Associao Feingold sugere que todos os salicilatos sejam retirados de uma vez e depois que sejam introduzidos e testados um a um para determinar se acontece alguma reao.

    Algumas pessoas preferem eliminar inicialmente da alimentao todos os produtos sintticos, retirando os salicilatos naturais em um segundo tempo para poder comparar os resultados obtidos.

    SENSIBILIDADE A OUTROS ALIMENTOS

    Considerando que as crianas com desordens do neurodesenvolvimento freqentemente tm sensibilidade para alimentos comuns, as crianas autistas aparentemente tm extrema sensibilidade a uma vasta gama de alimentos. Estas sensibilidades podem contribuir para o agravamento de diversas caractersticas do autista. Mesmo que os clssicos sintomas alrgicos tais como nariz entupido, eczema, sibilos e prurido possam estar ausentes, a cognio e o comportamento podem estar afetados. Depois que as principais fontes de intolerncia alimentar como o gltem e a casena tenham sido removidos da dieta, outros alimentos podem surgir como fontes dos sintomas. Os pais, especialmente os que anotam os alimentos consumidos diariamente, podem muitas vezes associar ao consumo de determinado alimento pela criana com a deteriorao no comportamento, nos padres de sono, ou de desempenho. A carne de vaca, carne de porco, arroz e batatas esto implicados apenas ocasionalmente. Os alimentos que mais frequentemente so associados alterao do comportamento so os ovos, tomate, berinjela, abacate, pimenta, soja e milho. Se um determinado alimento suspeito de causar alteraes, deve ser retirado da dieta por um perodo de experincia de, pelo menos, trs semanas para que a sua interferncia no quadro clnico apresentado pela criana possa ser verificada. Ao ser re-introduzido na dieta, provavelmente ele ir causar uma exacerbao dos sintomas o que confirma a sua participao na patologia apresentada. ANORMALIDADES GASTRO INTESTINAIS NO AUTISMO

    Muitas crianas autistas tm anormalidades gastrintestinais, sendo muito comum a m-digesto, a m absoro, a diarria crnica, a constipao intestinal, distenso abdominal

  • e a disbiose. A disbiose resulta quase que invariavelmente dos tratamentos antibiticos que so muito comuns no histrico da criana autista.

    As alteraes da motilidade podem ser explicadas pelas exorfinas que atuam diretamente no trato gastrintestinal. As exorfinas, como as gluteomorfinas (ou gliadomorfina) do gltem e a betacaseomorfina do leite, podem tanto ser absorvidas e manifestar sua ao nociva no crebro como podem atuar diretamente no intestino afetando a motilidade intestinal.

    FUNGOS INTESTINAIS - CIDO TARTRICO E ARABINOSE ELEVADOS NA URINA

    O cido tartrico um composto formado por fungos existentes na flora intestinal alterada. O cido tartrico txico para os msculos e em quantidades de 12 gramas pode ser fatal para seres humanos.

    O cido tartrico tambm extremamente elevado em muitos pacientes com fibromialgia, que tm tambm dores musculares e nas juntas, na sndrome da fadiga crnica, na esquizofrenia, no transtorno do dficit da ateno, no lupus eritematoso sistmico, na sndrome do clon irritvel, na colite, na cistite intersticial, na depresso (unipolar e bipolar), na esclerose mltipla, e na infeco de HIV. Todas essas doenas no so causadas por microorganismos gastrintestinais anormais, mas alguns dos sintomas provavelmente so exacerbados por este problema e em muitas destas circunstncias, certamente possvel que haja uma relao de causa e efeito.

    O cido tartrico um composto anlogo ao cido mlico, que uma pea chave no ciclo de Krebs, que nos fornece energia. Acredita-se que o cido tartrico iniba a ao do cido mlico no ciclo de Krebs, diminuindo a produo de energia. Dessa forma, uma suplementao com cido mlico pode suplantar o efeito do cido tartrico permitindo o funcionamento regular do ciclo de Krebs. possvel que diversos dos metablitos produzidos pelas leveduras inibam o ciclo de Krebs, e assim a produo de energia das clulas em geral. Uma grande porcentagem de pacientes com fibromialgia responde favoravelmente ao tratamento com cido mlico.

    A arabinose, um outro metablito produzido pelas leveduras, muitas vezes encontrado, em quantidades cerca de 40 vezes maior ao limite considerado normal, na urina de crianas autistas. Ela provavelmente reflete uma contaminao do organismo ao invs de apenas uma contaminao intestinal. A arabinose intestinal entra no corpo pelo sistema porta, indo ao fgado onde transformada em arabitol. Portanto, o achado de arabitose na urina no pode ser oriundo de uma infestao intestinal por cndida. A arabinose liga-se a

  • lisina, a arginina, comprometendo a funo destes aminocidos e das protenas aonde elas se encontram, inclusive de protenas responsveis pela interconexo dos neurnios. Este subproduto da arabinose, lisina e arginina chamado de pentosidina.

    A arabinose inibe a neoglicognese que o processo de restabelecer as taxas de glicose sanguneas quando elas esto baixas, propiciando a hipoglicemia.

    Muitos pacientes com fibromialgia tm hipoglicemia significativa. Como o crebro necessita para seu funcionamento de um aporte constante e em taxas normais de glicose, e utiliza cerca de 70% da glicose produzida pelo organismo para seu adequado funcionamento, a hipoglicemia afeta predominantemente a sua funo.

    Qualquer droga antifngica pode ser eficaz, mas a nistatina uma das mais populares. Praticamente, todas as drogas antifngicas esto sendo usadas no tratamento do autismo, incluindo o fluconazol (Diflucan), o cetoconazol (Nizoral), e o itraconazol (Sporonox), a terbinafina (Lamisil), e o amfotericina B.

    Alguns produtos naturais tambm tem um poder antifngico importante, como por exemplo, o alho e o cido caprlico, que encontrado na gordura do coco. O cido caprlico parece ser uma excelente opo para o tratamento dos fungos intestinais, uma vez que um produto natural e de sabor agradvel.

    O lactobacillus acidophilus e outras bactrias da flora intestinal normal tambm podem ter um efeito no controle do aumento dos fungos intestinais.

    Alm disso, uma diminuio da sacarose alimentar de grande importncia no combate aos fungos. No caso de grandes infestaes, as frutas devero ser oferecidas ao autista separadas dos outros alimentos, para que a digesto seja mais eficiente, no sobrando restos de acar no intestino.

    Esse desequilbrio intestinal muitas vezes ocorre pelo tratamento excessivo com antibiticos na primeira infncia, que desequilibra a flora intestinal e permite o crescimento dos fungos. Entretanto, muitas vezes apenas um tratamento antibitico j suficiente para permitir o crescimento anormal de fungos intestinais.

    Na medida em que tanto a incidncia precoce, como a alta frequncia de infeces de ouvido so associados com a severidade maior de autismo, vale a pena investigar uma conexo entre autismo e leveduras.

  • Muitas crianas com autismo se desenvolveram normalmente e depois regrediram. Esta regresso associada frequentemente a ocorrncia de sapinho (candidase bucal) e/ou ao uso freqente de antibiticos. Esses metablitos produzidos pelas leveduras intestinais esto tambm associados alm do autismo a outras condies neurolgicas como o transtorno invasivo do desenvolvimento, as convulses, as dificuldades de aprendizagem, ou outros distrbios de linguagem.

    Os fatores que influenciam o desencadear do autismo nestas condies provavelmente incluem os nveis dos produtos txicos presentes, como por exemplo, do cido tartrico, o tempo de durao da exposio a estes produtos, o nmero de exposies, a idade da criana no momento da exposio e a facilidade ou no do organismo se desintoxicar destas substncias.

    A Cndida um dos fungos intestinais mais freqentes, possui protenas em sua superfcie (antgenos) que so semelhantes a muitos tipos de tecidos humanos, podendo ser responsvel pelo desencadeamento de uma resposta imune cruzada com a placenta, o ovrio, a supra-renal, o timo, o fgado, o pncreas, a blis e o crebro.

    Outros fatores modeladores importantes no autismo, e outras doenas relacionadas s levedura so as imunodeficincias, que so muito comuns no autismo e podem tambm estar presente em outros distrbios. Alguns indivduos podem ser to imunodeficientes, que mesmo uma nica exposio antibitica pode alterar a flora intestinal significativamente. A prpria candidase, dependendo da cepa, pode produzir gliotoxinas, compostos que fragmentam o DNA dos glbulos brancos do sangue, causando ou agravando a depresso do sistema imunolgico.

    As toxinas ambientais, tambm podem ser importantes no enfraquecimento do sistema imunolgico.

    Algumas vezes, na falha dos tratamentos naturais, necessrio fazer uso de drogas antifngicas para o controle dos fungos intestinais. Provavelmente isso acontece quando o aporte de acar no foi corretamente reduzido, ou quando o sistema imunolgico encontra-se enfraquecido.

    BACTRIAS PATOGNICAS NA FLORA INTESTINAL - TIROSINA

    Alm dos fungos, a presena bactrias patognicas como as da famlia dos clostrdios no intestino podem ser responsveis pelas alteraes de comportamento encontradas no

  • autismo36. Essas bactrias produzem derivados anormais da tirosina que podem influenciar o comportamento. Devido presena dessas bactrias, muitas vezes necessrio fazer um tratamento com metronidazol ou vancomicina seguidos de lactobacillus para normalizar a flora intestinal. A positividade nos imunotestes para o clostridium difficile, um organismo que prolifera com o uso freqente de antibiticos como a penicillina e a tetraciclina, auxilia no diagnstico.

    Esses metablitos bacterianos podem causar convulses e tambm so encontrados em cerca de 50% dos esquizofrnicos. O cido tartrico lesivo para os msculos.

    Os lactobacillus acidphilus podem ser eficazes na reduo desses subprodutos anormais, como a tirosina. Se as terapias mais naturais falharem, pode-se usar o metronidazol para reduzir esses subprodutos da tirosina. O Metronidazol deve ser deixado para uma segunda opo devido aos seus efeitos colaterais e pela possibilidade de afetar o equilbrio ecolgico no trato gastrintestinal e causar um crescimento de levedura sem controle. No existe nenhuma necessidade em erradicar um organismo completamente e sim de restaurar o equilbrio da flora intestinal, permitindo que as bactrias benficas voltem a funcionar adequadamente. Entretanto, tratamentos mais agressivos podem ser necessrios por curtos perodos de tempo em casos de disbiose microbial mais grave.

    A avaliao criteriosa do sistema gastrintestinal precisa ser feita com a pesquisa de m digesto, cultura microbiolgica das fezes, que inclui testes para funo digestiva (alimentos no digeridos, por exemplo). O coprolgico funcional, que inclui testes para avaliar a funo digestiva, verificando os alimentos no digeridos, a anlise da funo metablica, particularmente dos cidos graxos de cadeia curta que refletem a atividade probitica, microbiologia das fezes com cultura fecal e antibiograma, estudo dos fungos fecais, quantidade e tipos com antibiograma e parasitologia.

    Bolte37 sugeriu a possibilidade de uma infeco subaguda crnica de ttano no intestino como uma das causas subjacentes do autismo, em alguns indivduos. Clostridium tetani uma bactria anaerbica onipresente que oportunista no intestino e produz uma potente neurotoxina. Esta toxina pode mover-se a partir do intestino para o crebro atravs do nervo vago. O tratamento antibitico deve ser acompanhado por reposio da flora intestinal com probiticos de alta potncia.

    Finegold38 em 2008 fez uma reviso de todas as evidncias que ligam as bactrias intestinais, especialmente o clostridium, que muito resistente aos agentes antimicrobianos mais comuns: 1- melhora dos sintomas autistas com uso de agentes

  • antimicrobianos, como por exemplo, a vancomicina; 2- Piora do quadro nestas crianas que haviam apresentado uma melhora quando o tratamento com vancomicina interrompido; 3- O inexplicvel aumento dos quadros de autismo nos ltimos anos que acompanha o aumento do uso de antibiticos na infncia que causam alterao da flora intestinal; 4- O aumento dos casos em pessoas da mesma famlia, possivelmente devido aos esporos que ficaram no ambiente domstico.

    CORREO DA HIPERPERMEABILIDADE INTESTINAL NO AUTISMO

    O epitlio da superfcie luminal da parede do intestino composta por apenas um pequeno nmero de clulas em camadas espessas, tendo como funo de absorver nutriente eficientemente agindo tambm como uma barreira para impedir que outras substncias do contedo intestinal possam entrar na circulao sangunea. Uma grande variedade de agentes agressores pode aumentar a permeabilidade desta camada.

    Estudos realizados em autistas tm demonstrado uma grande frequncia de alteraes da permeabilidade intestinal. Os estados inflamatrios do intestino geralmente provocam aumento da permeabilidade intestinal, causando deficincias nutricionais. Eles podem ser devidos a alergias ou intolerncia alimentar, quadros de infeco, sobrecrescimento da Cndida, parasitas, xenobiticos, substncias txicas e drogas de efeito oxidante ou inflamatrio. A aspirina, por exemplo, pode danificar o muco protetor da mucosa intestinal podendo causar alterao da permeabilidade.

    O diagnstico das alteraes da permeabilidade intestinal e o seu tratamento devem ser realizados antes de outras condutas para poder beneficiar mais o autista.

    Medidas para corrigir a hiperpermeabilidade intestinal incluem a correo de outras anormalidades digestivas, tais como insuficincia pancretica, disbiose, crescimento aumentado de candidase ou outros fungos, parasitas e assim por diante.

    A suplementao com o amino cido L-glutamina deve ser feita para que se o entercito se restabelea.

    Para garantir a digesto mais eficiente dos alimentos e, para minimizar a alergenicidade, as enzimas digestivas como a protease, a amilase e a lipase devem ser acrescentadas.

    EFEITOS DA SECRETINA NO AUTISMO

  • Secretina uma pequena protena de 27 aminocidos, que um hormnio neuropetptdeo normalmente secretado pelas clulas do trato intestinal alto. Ela secretada em resposta a entrada dos alimentos no estmago e estimula o pncreas a liberar bicarbonato, que aumenta o pH intestinal e faz com que as enzimas mais tarde secretadas pelo pncreas possam trabalhar na sua capacidade tima.

    Ela tambm estimula a liberao da bile do fgado e da pepsina do estmago. Como os distrbios gastrintestinais so encontrados em 2/3 dos autistas, o uso da secretina pode trazer um benefcio concreto. No rato, foram encontrados receptores para secretina no crebro e a secretina injetada no crebro ativou a amdala cerebral.

    Em 1998 um pequeno estudo com 3 crianas autistas mostrou que a secretina melhorou de forma impressionante a socializao e a comunicao em paralelo melhora do trato gastrintestinal. Uma meta anlise realizada no ano 2000 concluiu sobre a possibilidade da secretina melhorar 1 em cada 10 crianas autistas. As crianas com quadros severos de autismo responderam melhor a secretina. A melhora foi observada no comportamento, contato visual e na comunicao espontnea. Entretanto, no estudo duplo cego contra placebo conduzido pela indstria do medicamento, a taxa de melhora evidenciada pelos pais no foi to boa quanto a observada pelos profissionais envolvidos. A melhora foi observada no comportamento, contato visual e na comunicao espontnea.

    A secretina pode ser administrada por via oral, EV, IM, transdrmica ou em supositrios. A secretina segura e com efeitos adversos leves. Atualmente os estudos esto na fase III para aprovao pelo FDA.

    Outro hormnio do intestino delgado, a colecistocinina (CCK), funciona de modo similar a secretina. Mas, a deficincia de sulfao encontrada em muitos autistas, pode comprometer sua atividade. Os pais referem que a CCK eficaz quando tomada por via oral.

    CONCLUSO

    Atualmente, o autismo precisa ser visto como uma doena multifatorial e o tratamento realizado por uma equipe multiprofissional, aonde diversas abordagens precisam ser realizadas com o objetivo de encontrar o melhor caminho para o tratamento.

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