aulas teoria da contabilidade

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Page 1: Aulas Teoria Da Contabilidade

DISCIPLINA ON-LINE

TEORIA DA CONTABILIDADE

AULAS DE 1 a 15

CURSOCIÊNCIAS CONTÁBEIS

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Page 2: Aulas Teoria Da Contabilidade

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FORMATAÇÃO teste1

Edição, Produção Editorial e Projeto Gráfico

Diretoria de Educação a Distância

É proibida a duplicação ou reprodução deste material, ou parte do mesmo, sob qualquer meio, sem autorização

expressa da Universidade Estácio de Sá.

Índice Dicas para o Seu Estudo On-line 03 Introdução 04 Estrutura e Funcionamento 05 Unidade 1 – A História da Contabilidade 06 Aula 1: Os princípios da Contabilidade e a Revolução Industrial 06 Aula 2: As Escolas Européia e Americana 10 Aula 3: O futuro da Contabilidade 13 Unidade 2 – Os princípios fundamentais de Contabilidade 15 Aula 4: Os princípios fundamentais 15 Aula 5: Postulados ambientais 16 Aula 6: Análise Comparativa CFC e CVM 18 Unidade 3 – O ativo e sua mensuração 19 Aula 7: Conceito e Avaliação dos Ativos 19 Aula 8: Custos de Reposição 22 Aula 9: Os Ativos Intangíveis e Avaliações 24 Unidade 4 – O Passivo e sua Avaliação 26 Aula 10: Conceito de Passivo 26 Aula 11: A avaliação do passivo 28 Aula 12: A avaliação do passivo e a Resolução 732/92 do CFC 29 Unidade 5 – Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos e suas Mensurações 32 Aula 13: Conceitos e mensurações de receitas, despesas, perdas e ganhos 33 Unidade 6 – Aspectos sobre Escrituração Contábil 36

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Aula 14: As principais teorias da escola Européia 36 Aula 15: O pragmatismo da Escola Norte-Americana 39 Considerações finais 43

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DICAS PARA O SEU ESTUDO ON-LINE: Presença A sua presença é contabilizada pela realização das atividades de autocorreção e não pelo número de horas acessadas. Assim, sua participação é verificada de forma qualitativa e não quantitativa. Fórum Participe do fórum! Nele você vai debater e trocar informações e conhecimento com seus colegas e professor sobre assuntos das aulas. Além disso, é lá que o professor fará revisões para as AVs e dará dicas de estudo! Agendamento de Prova O agendamento da avaliação é feito no Campus Virtual. Assim que a ferramenta estiver disponível, todos os alunos serão avisados. Portanto, não deixe para a última hora! Você pode agendar sua prova até três dias antes do início das avaliações das disciplinas on-line. Professor On-line Tem alguma dúvida? Não entendeu aquele conceito complicado? Envie um e-mail pela Central de Mensagens para o seu professor. Ele estará presente para lhe responder e esclarecer sua questão. Agenda Sua disciplina on-line possui uma agenda com a programação de todas as atividades mês a mês. Você pode não saber o que fazer hoje, mas sua agenda sabe! Consulte-a. Biblioteca Não confunda Biblioteca Virtual com a Biblioteca da Disciplina On-line! Enquanto a primeira fica no Campus Virtual e é utilizada por algumas disciplinas presenciais, a segunda é exclusiva de sua disciplina on-line. Na Biblioteca da Disciplina On-line você irá encontrar vários textos complementares, arquivos em mp3 e também a apostila da disciplina. Trabalhos Consulte sempre a ferramenta Trabalhos a Concluir. Nela você deverá enviar anexados seus exercícios e deixar seus comentários no campo Observações. Os trabalhos são muito importantes para a fixação do seu aprendizado e são complementares à sua avaliação. Atendimento Para mais informações e esclarecimento, entre em contato com nossa Central de Atendimento pelo tel.: (21) 3231-0000 ou pelo nosso Fale Conosco, disponível em http://www.estacio.br/fale.asp.

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Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Teoria da Contabilidade

INTRODUÇÃO Olá! Bem-vindo(a) à disciplina Teoria da Contabilidade! Ao longo da história, a Contabilidade vem utilizando os mais diversos meios e ferramentas para registrar os fatos econômicos que afetam o patrimônio das entidades, sejam elas individuais ou coletivas. Diversos são os desafios que se antepõem aos acadêmicos e profissionais contábeis quanto à mensuração dos Ativos e diversas foram as Eras pelas quais a economia foi influenciada: a Era Agrícola, a Era Industrial e, hoje, a Era do Conhecimento. Em cada um desses períodos, as forças motrizes da economia foram sofrendo alterações, alternando-se entre Terra, Capital e Trabalho, nas Eras Agrícola e Industrial. Nessa nova Era que vivenciamos, surge um novo recurso como força motriz da economia que é o Conhecimento aliado à Tecnologia de Informação, que permitiu a quebra de barreiras físicas, tornando a economia um mercado único. Em verdade, esses desafios têm sido pesquisados atualmente pelo autor em diversos segmentos: presenciais, ausenciais e/ou através de atividades síncronas e assíncronas. A disciplina está estruturada em seis unidades: Unidade 1 – A História da Contabilidade Unidade 2 – Os Princípios Fundamentais de Contabilidade Unidade 3 – O Ativo e sua Mensuração Unidade 4 – O Passivo e sua Avaliação Unidade 5 – Receitas, Despesas, Perdas e Ganhos e Suas Mensurações Unidade 6 – Aspectos sobre Escrituração Contábil

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Estrutura e Funcionamento

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Unidade 1

A História da Contabilidade Nesta unidade você conhecerá um pouco da história da contabilidade em seu processo evolutivo.

Aula 1 Os princípios da Contabilidade e a Revolução Industrial

Ao longo da história, a Contabilidade vem utilizando os mais diversos meios e ferramentas para registrar os fatos econômicos que afetam o Patrimônio das entidades, sejam elas individuais ou coletivas. Diversos são os desafios que se antepõem aos acadêmicos e profissionais contábeis quanto à mensuração dos Ativos e diversas foram as Eras pelas quais a economia foi influenciada: a Era Agrícola, a Era Industrial e hoje a Era do Conhecimento.

Em cada um desses períodos, as forças motrizes da economia foram sofrendo alterações, alternando-se entre Terra, Capital e Trabalho, nas Eras Agrícola e Industrial. Nessa nova Era que vivenciamos, surge um novo recurso como força motriz da economia que é o Conhecimento aliado à Tecnologia de Informação, que permitiu a quebra de barreiras físicas, tornando a economia um mercado único. Em verdade, esses desafios têm sido pesquisados atualmente pelo autor em diversos segmentos: presenciais, ausenciais e/ou através de atividades síncronas e assíncronas.

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O desafio de mensuração que enfrentamos hoje é conhecido como Capital Intelectual, fator que influencia o valor de mercado das entidades em relação ao seu valor contábil, muito aquém do que a realidade nos mostra.

O Capital Intelectual aliado ao Goodwill, entre outros Ativos Intangíveis, não é um fato novo que se apresenta à Contabilidade. A busca de mensuração desses intangíveis pelos acadêmicos e profissionais contábeis é constante, sempre no sentido de buscar paradigmas de mensuração e evidenciação dos mesmos, ferramentas que são usadas no suporte ao processo de tomada de decisão. É sempre importante procurar demonstrar que o Conhecimento agrega valor às entidades, além das dificuldades de sua mensuração, porém, destacando que existem modelos que estão sendo aplicados e que, num futuro muito próximo, serão passíveis de reconhecimento e comporão as Demonstrações Contábeis tradicionais. Leia o artigo http://www.estacio.br/graduacao/administracao/artigos/GOODWILL.pdf para entender um pouco mais sobre goodwill. Até bem pouco tempo, era simples e fácil aceitar a máxima tão bem delineada por alguns doutrinadores e estudiosos, de que: “Todos os sistemas, no mundo físico e no social, podem ser objeto da contabilidade”. A identificação das espécies de sistemas é conveniente para se fixarem as normas da respectiva aplicação. O patrimônio individualizado é um sistema bem definido, tendo servido de objeto único para a contabilidade. Ele se enquadra no mundo social, porque é na sociedade que tem suas origens, e esta fixa as normas de existência daquele.

Assim, todos os patrimônios, variados por suas finalidades, constituem o grande grupo da economia particular. Seguindo as premissas citadas, podemos concluir que os sistemas se definem no meio em que têm sua origem e se desenvolvem, classificados que são pelos componentes homogêneos e heterogêneos que os influenciam, como o Sistema de Informações Contábeis.

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Simples, quando consideramos que o objeto da Contabilidade é o Patrimônio e sua finalidade, conforme define Lima (2005), será a de:

“Assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins”. http://www.grupoempresarial.adm.br/contab_geral/prof_lima.htm Não existe, então, contestação quanto à finalidade da Contabilidade, que é a de registrar e demonstrar as variações no Sistema Patrimonial – no qual existem bens e direitos delineados e representados – na parte do Ativo, em contrapartida à parte do Passivo, representada pelas obrigações com os credores, e o Patrimônio Líquido, que representa o remanescente, ou seja, a parte que a entidade tem empenhada com os sócios ou acionistas. “O ativo será o conjunto de componentes composto de elementos concorrentes à finalidade do sistema, ou seja, a soma de forças motrizes com direção aos fins que explicam a existência do conjunto (...)”. Talvez de uma maneira instintiva, visto que a Terra, o Capital e o Trabalho eram as forças motrizes da economia, D’Áuria (1949:7) já nos brindava com uma afirmação que a evolução dos tempos está mostrando ser verdadeira: “Os chamados bens incorpóreos ou imateriais não se entendem como bens em si, mas como potenciais ou bens futuros. Os créditos, que se adicionam ao ativo, são bens esperados; os direitos ou as possibilidades de incorporar bens a dado patrimônio acrescem artificiosamente o volume deste, se considerarmos o patrimônio universal da humanidade.” O que se pode considerar como patrimônio universal da humanidade senão o Conhecimento? Admitir o Conhecimento como recurso econômico impõe novos paradigmas na forma de valorizar o ser humano e na forma de valorizar uma organização, pois gera benefícios intangíveis que alteram seu patrimônio. É a gestão desse Conhecimento – e o que hoje se denomina Capital Intelectual, ou seja, uma combinação de ativos intangíveis, que trazem benefícios qualitativos às entidades, frutos das mudanças nas áreas da Tecnologia da Informação e das Telecomunicações, inimagináveis na época em que alguns historiadores perpetuaram algumas das informações pesquisadas – que a Contabilidade tem como desafio demonstrar e mensurar, através de suas demonstrações tradicionais ou como complemento das mesmas, visto os impedimentos legais e fiscais existentes. A Contabilidade, através da ingerência de seus profissionais e acadêmicos, deve procurar e definir esses paradigmas de mensuração e suas potencialidades, pois sua finalidade é a de prover seus usuários de informações úteis, claras e precisas.

A Revolução Industrial Ao estudarmos com mais profundidade os aspectos da formação contábil, percebemos que seus alicerces foram estruturados em três grandes eras, distintas entre si, em que mudanças significativas ocorreram, inclusive para a Contabilidade e seus métodos de registros e informações.

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Era Agrícola Período em que a terra era a base da economia (descentralizada) e cada comunidade produzia a maioria de suas necessidades. A energia era a muscular – humana e animal –, trabalhando no campo, e toda a produção era artesanal. Os estoques de matérias primas eram limitados e os meios de comunicação e de transportes eram quase inexistentes. A ênfase contábil era o das partidas simples, e nesse período, com a necessidade de se registrar os fatos econômicos administrativos, criou-se a arte da escrituração. Somente em 1494, surgiu uma regra para equacionar o problema da não-aceitação de números negativos pelos matemáticos da época, que os consideravam absurdos e fictícios. Este fato só se tornaria difundido nos séculos futuros, perdurando até os dias de hoje. É o que podemos classificar de fase empírica da Contabilidade. Considerada pelos historiadores compreendida desde o Homem Primitivo até a Publicação do Tractatus de Pacioli, autor da obra Summa de Arithmetica, Geometria, ProportionietProportionalita, em que se encontra o Tractatus de ComputisetScripturis, que nos apresenta o método das partidas dobradas. Era Industrial Época atribuída à solidificação da Teoria Geral da Contabilidade. O principal marco nessa Era, sem dúvida alguma, foi a Revolução Industrial, em que a economia passou a ser movida pela maquinofatura como fator propulsor da produção e ficou patente a separação entre produtor e consumidor (Mercado). As fontes energéticas não-renováveis são bases da Economia e são bem mais desenvolvidos os meios de comunicação e de transporte (telégrafo, telefone, ferrovias, transporte aéreo). Surgem os trabalhadores qualificados com alta especialização. Observamos que, a partir desta época, firma-se com mais evidenciação o método das partidas dobradas, o custo histórico como base de valor e a elaboração de relatórios contábeis. É o que podemos classificar como fase científica da Contabilidade. Era do Conhecimento Alguns estudiosos dão o nome de Tempo de Informatização Contábil, gerando um instrumento no Processo de Gestão. Percebe-se que as empresas prestam contas aos usuários de forma mais aberta e com relatórios mais acessíveis de compreensão. É a atual em que vivemos: começou nos anos 50 do século XX e caracteriza-se como a Era da Informação. Base da Economia Globalizada, em que os meios de comunicação e de transportes aproximam os consumidores dos meios de produção. Pelas facilidades apresentadas, os estoques tornam-se virtuais e a produção torna-se personalizada. O trabalhador é um generalista, pois agrega conhecimento ao processo produtivo. A Contabilidade firma-se como sistema de informação direcionado ao usuário, como instrumento auxiliar no processo de gestão. Procura mensurar o Conhecimento agregado ao Patrimônio das entidades, que se conceituou como Capital Intelectual. A Contabilidade, com sua cultura e tecnologia, através da compilação dos dados, evidencia e quantifica valores gerados das atividades produtivas das entidades, fornecendo informações sobre a composição e as variações patrimoniais. Fato imutável até o início da terceira fase acima descrita, visto que a partir daí, devemos tentar mensurar e demonstrar, o “intangível” que se denomina Capital Intelectual1. Após discorremos os aspectos relevantes da evolução da contabilidade até atingirmos o momento atual, chega-se ao momento de enfocar alguns procedimentos utilizados nesta ciência. Sugestão de leitura sobre o tema “Capital Intelectual”: http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Capital%20Intelectual_M9_AR.pdf

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Antes de passar para a próxima aula realize uma reflexão sobre a dificuldade de medição do capital humano nos ativos das empresas como um bem intangível. 1Alvin Tofler, em A Terceira Onda (1980), usa a metáfora das ondas para explicar as grandes mudanças ocorridas em nossa civilização. Atividade para ser realizada no ambiente on-line:

Participe do Fórum de Discussão , nos tópicos Ambientação, Integração do grupo e Apresentação da Disciplina.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Contabilidade#Hist.C3.B3ria http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Capital%20Intelectual_M9_AR.pdf TOFFLER, Alvin. A terceira onda. 26 ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Aula 2 As Escolas Européia e Americana

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Observe o quadro a seguir e conheça algumas razões sobre a queda da Escola Européia – especialmente a italiana – e algumas razões sobre a ascensão da Escola Norte-Americana:

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Atividade para ser realizada no ambiente on-line:

Participe do Fórum de Discussão , nos tópicos Ambientação, Integração do grupo e Apresentação da Disciplina.

Para conhecer mais sobre este assunto, leia estas indicações bibliográficas: AZAMBUJA, Darc. Introdução à ciência política. São Paulo: Globo, 1967. p. 89-104. BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de teoria do Estado e ciência política. São Paulo: Saraiva, 1995. p. 1-5. MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 53-57. MARION, José Carlos. Preparando-se para a profissão do futuro. Disponível em: http://www.marion.pro.br/portal/modules/wfdownloads/viewcat.php?list=R. Acesso em: 03 abril 2007. MENEZES, Aderson de. Teoria geral do Estado. Rio de Janeiro: Forense, 1998. p. 76-104. ZANLUCA, Júlio César. História da contabilidade. Disponível em: www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso em: 03 abril 2007. ZIMMERMANN, Augusto. Curso de direito constitucional. 4. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006. p.13-25.

Aula 3 O Futuro da Contabilidade

Hoje, qualquer apresentação sobre contabilidade inicia sempre abordando as novas configurações que estão acontecendo nas organizações e a necessidade do profissional que atua na área se adaptar aos processos de mudança para que seja possível fazer alterações de rumo na vida das organizações. Leia a citação: “O olhar para o futuro constrói os passos do presente”. Essa frase é muito boa – poderia fazer parte do nosso dia-a-dia – e nos transfere para a Era da Tecnologia, em que as novidades vão acontecendo numa rapidez inenarrável.

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Antes do aparecimento da informática, os processos manuais foram substituídos pelos métodos mecanizados, que de certa forma, trouxeram maior dinamismo aos profissionais. Depois, com o surgimento do software, os meios mecanizados se tornaram obsoletos e foram prontamente descartados. Os colaboradores deram lugar aos computadores e as demonstrações contábeis foram elaboradas em tempo aceitável.

Nada se não mudarmos à visão que os usuários possuem da contabilidade. As mudanças ocorridas nos meios utilizados para realizarmos as nossas tarefas, na ordem manual, mecanizado e depois com os computadores, nos possibilitaram fazer o que sempre fizemos, contudo a cada estágio de forma mais rápida ou ágil. A tecnologia por si só não se encarregará de promover as mudanças necessárias que nos possibilitarão encontrar ambiente mais favorável a uma melhor participação, simplesmente pelo fatos de estarmos sendo mais ágeis em nossas tarefas. O que ele nos trouxe foi um ganho de escala e de certa forma podemos escolher o tempo de transmissão das informações, ou seja, decisões podem ser tomadas em tempo hoje em qualquer lugar do mundo em que a organização esteja inserida pelo fluxo de informações ser mais rápido.

http://www.estacio.br/graduacao/cienciascontabeis/resenhas/historia.asp Acesso em: 03 abril 2007. LIMA, Arievaldo Alves de. A evolução histórica da contabilidade. Disponível em: http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/A%20Evolucao%20Historica%20da%20Contabilidade_M4_AR.pdf Acesso em: 03 abril 2007.

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LIMA, Arievaldo Alves de. O problema é a velocidade. Disponível em: http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/O%20Problema%20e%20a%20Velocidade_M9_AR.pdf Acesso em: 03 abril 2007. MARION, José Carlos. Preparando-se para a profissão do futuro. Disponível em: http://www.marion.pro.br/portal/modules/wfdownloads/viewcat.php?list= Acesso em: 03 abril 2007.

Unidade 2

Os princípios fundamentais de Contabilidade Nesta unidade você conhecerá como são aplicados os princípios legais na aceitação da escrituração dos fatos ocorridos na empresa.

Aula 4 Os princípios fundamentais

Atividades para serem realizadas no ambiente on-line:

Acesse a Biblioteca da Disciplina , seção Material de Aula, e leia os textos indicados para leitura: 1. Princípios fundamentais da contabilidade – Resolução nº750/93 CFC. 2. Pronunciamento do IBRACON sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

Participe do Fórum de Discussão , no tópico sobre os princípios fundamentais de contabilidade e o pronunciamento do IBRACON.

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Aula 5 Postulados Ambientais

Os conceitos básicos referem-se aos objetivos da contabilidade. McCullers & Schroeder explicam que estes conceitos se relacionam com a contabilidade financeira como um todo e servem de base para outros princípios. Veja outras definições:

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A entidade deve ser entendida como um ente dissociado dos indivíduos ou grupos que detêm o seu controle. Sob esta ótica, o conceito de entidade contábil define a área de interesse de organização, seus atributos e objetivos no contexto global da economia. Dentro de uma visão mais abrangente, atendendo às necessidades administrativas internas, pode-se subdividi-la em departamentos ou subsistemas distintos da unidade central, para efeitos de avaliação de desempenho. O postulado da continuidade está calcado na premissa de que a entidade operará por um longo período (indefinidamente), sendo que este aspecto deve ser considerado na tomada de decisões. Caso alguma ocorrência demonstre uma possível quebra da continuidade da entidade, esta deverá ser observada nos relatórios contábeis. Contextualiza LIMA (A História da Contabilidade, 2001): o postulado é um principio não demonstrado de qualquer argumento ou teoria, ou seja, ele existe por si próprio. Como exemplo, cito o caso da dízima periódica em matemática. Ela existe como observação, mas não se sabe sua origem ou se consegue provar e demonstrar um argumento sobre a mesma. Voltando à área contábil, dizemos que os postulados ambientais da contabilidade (entidade contábil e continuidade das empresas) são axiomas por serem uma verdade evidente por si só, tendo assim a relação direta de postulado com axioma. Lembre-se de que os postulados ambientais2 da contabilidade enunciam as condições do sistema que a contabilidade está envolta (sociais, econômicas, e institucionais).

http://www.grupoempresarial.adm.br/docs/nocoes.pdf. Acesso em: 03 abril 2007. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LIMA, Arievaldo Alves de. Contabilidade geral. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Rio, 2005. Disponível em: http://www.grupoempresarial.adm.br. Acesso em: 03 abril 2007. ____________________. Contabilidade básica. Rio de janeiro: VCD produzido por Levitas Estúdio. 2005. http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=6. Acesso em: 03 abril 2007. 2Na verdade, sob nossa ótica, os postulados ambientais enunciam, solenemente, condições sociais, econômicas e institucionais dentro das quais a Contabilidade atua, escapam ao restrito domínio da Contabilidade, para inserir-se no mais amplo feudo da Sociologia Comercial e do Direito, bem como da Economia e outras ciências. Para um melhor aprimoramento leia a Deliberação CVM nº 29, de 05 de fevereiro de 1086 e visite a home page a seguir: http://www.geocities.com/univix/descontinuidade.htm

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Aula 6 Análise Comparativa CFC e CVM

Análise Comparativa entre os Princípios Fundamentais emanados do CFC e CVM No mundo moderno, cada vez mais concorrido e corrido, a contabilidade é uma das ferramentas mais importantes para se alcançar o sucesso empresarial. Como ciência, ela surgiu na Inglaterra, no século XVIII, durante a Revolução Industrial, quando houve um desmembramento da contabilidade geral em contabilidade de custos, financeira e gerencial. De lá para cá, o enfoque contábil ganhou notoriedade. O custo passou a ser enfocado com o valor ideal da venda do produto, através das suas várias interfaces com a produção, como custo fixo, custo variável, padrão de oportunidade, etc. No Brasil, ela chegou no pós-guerra, em 1945, importada dos Estados Unidos. Até hoje, no entanto, a contabilidade brasileira ainda não conseguiu atingir o patamar da América do Norte, Alemanha e Itália, no que se refere à excelência contábil. Isso se vê claramente na emissão dos demonstrativos financeiros e na leitura dos bens, direitos e obrigações circulantes e não-circulantes. De acordo com o professor de Contabilidade e Finanças, Arievaldo Alves de Lima (2005), a contabilidade brasileira sofre com a falta de padronização dos princípios fundamentais da contabilidade - uma vez que as normas brasileiras são diferentes das de países como EUA e Alemanha - e com a legislação fiscal inadequada e injusta para as pessoas jurídicas. Antes, porém, de compararmos nossos princípios e nossas normas contábeis com as de outros países, deveríamos primeiramente tentar uniformizá-los aqui mesmo no Brasil. Em nosso país, não é adotada essa uniformidade de critérios de contabilização dos atos e fatos administrativos para publicação das Demonstrações Financeiras. O Conselho Federal de Contabilidade, na tentativa de unificar os Princípios Fundamentais de Contabilidade em nível nacional, editou a Resolução nº 750, de dezembro de 1993, elencando os seguintes Princípios Fundamentais:

I - O da Entidade. II - O da Continuidade. III - O da Oportunidade. IV - O do Registro pelo Valor Original. V - O da Atualização Monetária. VI - O da Competência. VII - O da Prudência.

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Esses mesmos princípios são referendados pela Comissão de Valores Mobiliários através de Deliberação Normativa onde referenda, também, o pronunciamento do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil Este documento conjunto foi preparado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis Atuariais e Financeiras (IPECAFI), contemplando as seguintes linhas de procedimento: Delimitam-se os objetivos de Contabilidade; delineiam-se os cenários contábeis, separam-se os princípios fundamentais em três subcategorias ou hierarquias:

• Postulados Ambientais da Contabilidade. • Princípios Contábeis. • Convenções Contábeis.

Atividade para ser realizada no ambiente on-line:

Participe do Fórum de Discussão , no tópico sobre a comparação dos princípios fundamentais de contabilidade no olhar do CFC e as linhas de procedimento traçadas pelo Ibracon e pela CVM.

http://www.cfc.org.br/ http://www.cvm.gov.br/ http://www.ibracon.com.br/

Unidade 3

O Ativo e sua Mensuração Nesta unidade serão apresentados os aspectos de evidenciação do Ativo.

Aula 7 Conceito e Avaliação dos Ativos

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É tão importante o estudo do ativo que poderíamos dizer que é o capítulo fundamental da Contabilidade, porque sua definição e avaliação estão ligadas à multiplicidade de relacionamentos contábeis que envolvem receitas e despesas. LIMA (2005): Conjunto de bens e direitos à disposição de uma entidade.

Ver este enfoque com cautela, tendo em vista que os bens e direitos são os componentes do ativo e não a sua definição. Esse conceito superficial e genérico não contempla as principais características relativas ao termo, haja vista a definição de recursos e a sua relação com as expectativas de benefícios econômicos e futuros.

Acesse o link indicado e leia a composição do Balanço Patrimonial, na qual poderão ser estudadas a transformação dos bens e direitos e/ou as aplicações feitas pelos administradores. http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Composicao%20do%20Balanco%20Patrimonial_M4_AR.pdf A separação entre a teoria contábil e a prática contábil exige um estudo acurado para evitar generalizações. Separar os princípios gerais da ciência do seu conteúdo prático, abstraindo os detalhes e salientando o que possa ter de geral, neste ramo do conhecimento, somente será possível e aceito através de discussões. Segundo LIMA (2005), o ativo de uma empresa é representado pela parte positiva do patrimônio, composta de bens e direitos, denominada de patrimônio bruto. Ao se falar em ativo, temos como primeiro objetivo identificar o conjunto das aplicações em bens e direitos providenciados pelos administradores com os recursos recebidos dos proprietários e de terceiros. Sua estrutura vem retratar todos os registros dos fatos ocorridos no exercício social, normalmente de janeiro a dezembro de cada ano. Podemos, ainda, dividi-lo em dois blocos que chamaremos de circulantes e não-circulantes. Outro ponto a ser enfatizado diz respeito aos critérios de reconhecimento dos ativos que, segundo HENDRIKSEN e BREDA (1999), devem ser reconhecidos sempre que preencherem os seguintes requisitos:

• seja relevante; • seja mensurável; • o seu valor seja preciso.

Considerando-se as definições, características comuns e demais considerações enunciadas, pode-se definir ativo como: Recursos controlados pela empresa, capazes de gerar fluxos futuros de caixa. Uma vez definido o ativo, a questão seguinte é como mensurá-lo, uma vez que isso implica no processo de designação de montantes quantitativos monetários aos objetos que estão sendo mensurados. Essa é uma das atribuições básicas da informação contábil no que tange a exatidão com que o dado é apresentado, devendo ser o mais próximo da realidade. Os atributos básicos da mensuração são:

• objetividade; • confiabilidade; • oportunidade;

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• precisão; • exatidão; • acurácia.

Além disso, é importante destacar que existem diversos padrões de mensuração e não somente o monetário, a exemplo do comprimento, da área, do volume, da massa, da temperatura, das unidades físicas, etc.

CUSTOS HISTÓRICOS CUSTOS HISTÓRICOS CORRIGIDOS

É o modelo tradicional de base de valor utilizado pela Contabilidade. Trata-se de um conceito estático de avaliação que não considera os efeitos da verificação nos níveis de preços e representa o esforço financeiro efetuado no momento da aquisição ouprodução correspondendo ao preço combinado entre comprador e vencedor.

A adoção do custo histórico na avaliação dos ativos atende aos princípios fundamentais de contabilidade no que diz respeito aos conceitos do custo original.

Trata-se de um modelo tradicional de mensuração de ativos que considera a variação geral de preços do período.

Também Price-Level Accounting, trata-se de um método de mensuração na qual o custo histórico é o objeto de correção, quer por coeficiente da variação do índice geral de preços, a exemplo do IGPM*, quer seja pela variação de ouro índice mais específico.

* Índice Geral de Preços no Mercado medido pela FGV Fundação Getúlio Vargas.

HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. V. Teoria da contabilidade. Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LIMA, Arievaldo Alves de. Contabilidade geral. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Rio, 2005. ______________________. Versão digital disponível em: http://www.grupoempresarial.adm.br Acesso em: 03 abril 2007. ______________________. Contabilidade básica. Rio de janeiro: VCD produzido por Levitas Estúdio. 2005. LIMA, Arievaldo Alves de. Composição do ativo de uma empresa: transformando os bens e direitos e/ou as aplicações feitas pelos administradores. Disponível em: http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Composicao%20do%20Balanco%20Patrimonial_M4_AR.pdf. Acesso em: 03 abril 2007.

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Aula 8 Custos de Reposição

Chamados também de custos correntes, os custos de reposição representam o modelo de mensuração de ativos que considera a variação do valor de reposição do ativo. Na definição de EDWARDS e BELL (1961), representa o “Custo Corrente de aquisição dos inputs que a firma utilizou para produzir o elemento do ativo”. MARTINS (1972) substitui o verbo produzir por possuir, a seguir: “é o custo corrente de aquisição dos inputs que a firma utilizou para possuir o elemento do ativo; quando a empresa fabricou o ativo, o seu custo corrente é a soma dos custos correntes dos fatores que entraram na produção; quando a empresa comprou o ativo. É o custo corrente de adquiri-lo”. O progresso tecnológico é um fator que dificulta a avaliação, pois quando a taxa de mudança tecnológica é acentuada em determinado segmento, torna-se difícil a tarefa de reproduzir valores correntes dos ativos assim definidos, pois estes já se diferenciam sensivelmente dos antigos quanto às características técnicas e de produtividade. Observar uma situação em que os novos ativos prestam serviços equivalentes aos antigos pode-se obter aproximações através destes. Custos de reposição corrigidos é o modelo de mensuração de ativos que considera a variação do valor de reposição do ativo, conjugado com a variação de preços, ou seja, contabilmente ocorre a correção do valor de mercado até a data em que a empresa desejar apresentar o ativo corrigido. Para alguns pesquisadores, a exemplo de LUDÍCIBUS (2004), é o mais completo conceito de avaliação, na maioria dos casos, e deveria ser adotado para a avaliação geral do ativo, pois combina as vantagens do custo corrente com as do custo histórico corrigido3. 3Ao comparar-se custo corrente e custo corrente corrigido, verifica-se o surgimento de um elemento denominado ganho ou perda dos itens monetários, que nada mais é do que o reconhecimento dos efeitos inflacionários sobre as dívidas e créditos da empresa no período considerado.

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Cabe, ainda, acrescentar o entendimento de valores de saída. Justificados como modelos de mensuração de ativos a valores de saída, se referem ao preço de troca do ativo no mercado, ou ainda, o valor que o mercado pagaria pelo ativo, neste caso, chamado de valor de realização. O preço de troca é o valor pelo qual os ativos podem ser vendidos ou trocados, quando deixarem a entidade, supondo-se que a empresa opera em um mercado organizado. Já o preço de mercado pode ser considerado uma estimativa bem próxima do preço real de venda em um curto prazo. Observar que os preços correntes de venda ou valor líquido realizável se referem à diferença entre a venda e o custo da realização. Atividade para ser realizada no ambiente on-line:

Participe do Fórum de Discussão , no tópico sobre a AV1.

EDWARDS, Edgard O.; BELL, Philip W. The theory and measurement of business income. California: University of California, 1961. HENDRICKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. V. Teoria da contabilidade. Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. São Paul: Atlas, 2004. ___________________; MARTINS, Eliseu. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005. Para conhecer terminologias ligadas à Contabilidade e Finanças acesse o link http://www.grupoempresarial.adm.br e, em seguida, clique em Sala de Aula Virtual e

depois em Glossário .

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Aula 9 Os Ativos Intangíveis e Avaliações

Tratamento contábil dos ativos intangíveis no Brasil Os ativos intangíveis no Brasil são, geralmente, considerados como ativos diferidos que, no inciso V do artigo 179 da lei societária, são definidos como "as aplicações de recursos que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social (...)". O pronunciamento NPC nº VII do IBRACON estabelece a condição para a ativação desses gastos, geralmente direitos vinculados ao destino da entidade, e a sua recuperabilidade, ou seja, o seu vínculo com receitas a serem obtidas em períodos futuros. Caso isso não seja possível, o referido pronunciamento (no item b do parágrafo 2) determina que "os montantes ativados deverão ser imediatamente amortizados na sua totalidade". O pronunciamento internacional IAS 38 define um ativo intangível como: "um ativo não monetário identificável sem substância física, mantido para uso na produção do fornecimento de bens ou serviços, para ser alugado a terceiros, ou para fins administrativos". Condiciona essa definição à definição geral de ativos, ou seja: a) um ativo é controlado por uma empresa como resultado de eventos passados; b) do qual espera-se que sejam gerados benefícios econômicos futuros para a entidade. Para o reconhecimento e contabilização de um ativo intangível, o IAS 38 condiciona a exigência de preencher a definição de um ativo intangível (citado anteriormente) e a possibilidade de estimar o custo desse ativo com segurança. Além disso, a entidade deve avaliar a probabilidade da geração de benefícios econômicos futuros por esses ativos "que representem a melhor estimativa da administração em relação ao conjunto de condições econômicas que existirão durante a vida útil do ativo". Observa-se que, em essência, tanto as normas brasileiras quanto as internacionais reconhecem o ativo diferido, desde que seja provável a geração de receitas incrementais futuras decorrentes da existência desses ativos.

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Essa, entretanto, não é a posição dos pronunciamentos americanos que, no SFAS nº 2 – Accounting for Research and Development Costs –, determinam que os gastos com pesquisa e desenvolvimento – P& D – sejam apropriados ao resultado como despesa, o que obriga as empresas brasileiras listadas nas bolsas americanas a evidenciar essa divergência. No caso de uma empresa em fase pré-operacional, não existiriam dúvidas em afirmar que, na ausência de indicação de perda de substância econômica do respectivo projeto e mantida as premissas do plano de negócios que levou a companhia aberta a iniciá-lo, tais despesas poderiam, ou melhor, deveriam ser ativadas.

BRASIL. Lei 6.404/76. Lei das Sociedades por Ações. Brasília, 1976. EDWARDS, Edgard O.; BELL, Philip W. The theory and measurement of business income. California: University of California, 1961. HENDRICKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. V. Teoria da contabilidade. Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. IASC – International Accounting Standards Committee. International Accounting Standards 2001. Grã-Bretanha, 2001. _________________________________________ IAS 22 - Business combination. Emitido em 1983 e revisado em julho de 1998. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004. __________________; MARTINS, Eliseu. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005. LIMA, Arievaldo Alves de. Contabilidade geral. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Rio, 2005. Também na versão digital na home http://www.grupoempresarial.adm.br http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=6 Ofício Circular/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005. Para conhecer terminologias ligadas à Contabilidade e Finanças acesse o link http://www.grupoempresarial.adm.br e, em seguida, clique em Sala de Aula Virtual e

depois em Glossário .

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Unidade 4

O Passivo e sua Avaliação Nesta unidade serão apresentados os aspectos de evidenciação do Passivo.

Aula 10 Conceito de Passivo

Segundo o AAA - American Accounting Associaion, os interesses dos credores são reclamos contra a entidade e derivam de atividades passadas ou eventos que, usualmente, requerem, para sua satisfação, o gasto de recursos corporativos. Vê-se, entretanto, na literatura de MARTINS (2004), que a definição de passivo consta como sendo o resultado econômico a ser sacrificado no futuro em função de dívida e/ou obrigações contraídas. LIMA (2005), discorre em suas pesquisas que o passivo é representado por um grupo de contas que representam os valores das dívidas e obrigações a serem pagas pela empresa a curto prazo, ou seja, em até um ano. Afirma, ainda, que existem outras contas de obrigação, também representando os valores das dívidas e obrigações a serem pagas pela empresa, só que a longo prazo, ou seja, a vencer após um ano. Observar que no Balanço Patrimonial essas contas serão distribuídas em dois grandes grupos, segundo a Lei das Sociedades por Ações 6404/76:

Os passivos resultam geralmente das transações que permitem as entidades obterem recursos. Outros passivos podem-se originar de transferências não recíprocas, a exemplo da distribuição de dividendos aos proprietários da entidade ou das fianças dos ativos às sociedades beneficentes.

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• PC - Passivo Circulante. • PELP - Passivo Exigível a Longo Prazo.

Nessa mesma linha, o FASB4 o define no parágrafo 35 do SFAC5 como sendo “sacrifícios futuros prováveis de benefícios econômicos resultantes de obrigações presentes de uma entidade no sentido de transferir ativos ou serviços para outras entidades no futuro em conseqüência de transações e eventos passados”. Antes de passar para a próxima aula, pesquise as referências sugeridas e reflita sobre o conteúdo.

Acesse o link indicado e leia a composição do Balanço Patrimonial onde poderá ser estudada a transformação das obrigações com terceiros e com os proprietários. http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Composicao%20do%20Balanco%20Patrimonial_M4_AR.pdf LIMA, Arievaldo Alves de. Contabilidade geral. Rio de Janeiro: Editora Rio, 2005. Para conhecer terminologias ligadas à Contabilidade e Finanças acesse o link http://www.grupoempresarial.adm.br e, em seguida, clique em Sala de Aula Virtual e

depois em Glossário . 4Accounting for Preacquisitions contingencies of Purchased Enterprises. 5Financial Accounting Standards Board.

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Aula 11 A Avaliação do Passivo

De acordo com o SFAC 5, o reconhecimento de um passivo6 ocorre quando o item:

• Corresponde à definição de passivo; • É mensurável; • É relevante; • É preciso.

Segundo Lima (2002):

Dessa forma, as principais questões relacionadas à avaliação do passivo são as seguintes:

• O reconhecimento do passivo depende do reconhecimento da contrapartida da transação;

• O valor da exigibilidade deve ser determinado em função do valor atual dos montantes a serem pagos no futuro;

• Passivos contingentes devem ser reconhecidos mesmo sem a certeza de sua ocorrência, a exemplo das provisões para garantia.

6Observar que, segundo o Fasb, os critérios de reconhecimento de passivo são similares aos do ativo.

Geralmente, o momento de reconhecimento de um passivo é bem definido, já que ele decorre de um contrato, o qual especifica a data do vencimento, o valor e demais condições contratadas. Todavia, alguns contratos podem depender de acontecimentos futuros e incertos, que por sua vez levam à incerteza quanto às vantagens ou prejuízos. Nestes casos, a obrigação existe embora o seu valor seja apenas estimado.

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Finalmente, o passivo deve permanecer registrado até que ocorra a extinção da dívida, o que normalmente acontece pelo pagamento da obrigação. Contudo, o pagamento não é a única forma de extinção de uma obrigação, existem outras a exemplo de:

• Novação, • Dação em pagamento, • Compensação, • Transação, • Confusão e • Remissão.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004. _________________; MARTINS, Eliseu. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. LIMA, Arievaldo Alves de. Contabilidade geral. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Rio, 2005. ____________________. (versão digital em http://www.grupoempresarial.adm.br) __________________________. Composição do passivo de uma empresa: transformando as obrigações e/ou as origens entregues ou confiadas por terceiros aos administradores. Disponível em: http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Composicao%20do%20Balanco%20Patrimonial_M4_AR.pdf Para conhecer terminologias ligadas à Contabilidade e Finanças acesse o link http://www.grupoempresarial.adm.br e, em seguida, clique em Sala de Aula Virtual e

depois em Glossário .

Aula 12 A Avaliação do passivo e a Resolução 732/92 do CFC

As disposições gerais mencionadas no diploma legal das Normas Brasileiras de Contabilidade do CFC estabelecem as regras de avaliação dos componentes do patrimônio de uma entidade com continuidade prevista nas suas atividades. Faz parte

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destas regras o olhar contábil para as evidenciações descritas nos relatórios oficiais. Vamos enumerar alguns desses pressupostos:

• Os componentes do patrimônio são avaliados em moeda corrente nacional. • Os componentes do patrimônio em moeda estrangeira são convertidos ao valor da

moeda corrente nacional, à taxa de câmbio da data da avaliação. • As parcelas dos encargos financeiros prefixados não incorridos são registradas

separadamente e demonstradas como valores redutores das contas ou do grupo de contas que lhes deram origem.

• Os componentes do patrimônio com cláusula de atualização monetária pós-fixada são atualizados até a data da avaliação.

• Valor de mercado é o preço à vista praticado, deduzido das despesas de realização e da margem de lucro. As avaliações feitas pelo valor de mercado devem ter como base transação mais recente, cotação em bolsa e outras evidências disponíveis e confiáveis.

• Valor presente é aquele que expressa o montante ajustado em função do tempo a transcorrer entre as datas da operação e do vencimento, de crédito ou obrigação de financiamento, ou de outra transação usual da entidade, mediante dedução dos encargos financeiros respectivos, com base na taxa contratada ou na taxa média de encargos financeiros, praticada no mercado.

• Quando, concretamente, a lei dispuser diferentemente desta norma, o profissional deve observar a ordem legal, em seu trabalho.

A Resolução 732/92 do CFC, no que se refere à avaliação do Passivo, descreve os seguintes pontos relevantes para nosso estudo:

• As obrigações e os encargos, conhecidos ou calculáveis, são computados pelo valor atualizado até a data da avaliação.

• Os passivos contingentes, decorrentes de obrigações trabalhistas, previdenciárias, fiscais, contratuais, operacionais e de pleitos administrativos e judiciais, são provisionados pelo seu valor estimado.

• As obrigações em moeda estrangeira são convertidas ao valor da moeda corrente nacional, à taxa de câmbio da data da avaliação.

• As obrigações de financiamento contraídas a valor prefixado são ajustadas ao valor presente.

• As demais obrigações com valor nominalmente fixado, e com prazo para pagamento, são ajustadas ao valor presente.

Lima (2005) define o passivo como "sinônimo de exigibilidades". Acrescenta, ainda, como ressalva, que:

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O pesquisador, cita, também, que nesse grupo as obrigações exigíveis que serão liquidadas com prazo superior a um ano, devem ser classificadas no exigível de longo prazo. O problema principal do passivo não reside em sua avaliação, mas em quando reconhecê-lo e registrá-lo. A natureza e o timing de reconhecimento do passivo recaem, usualmente, na natureza de itens monetários fixos; às vezes, existe clausula de correção monetária ou variação cambial; de qualquer forma, são sempre expressos em moeda corrente na data dos balanços. Uma diferenciação poderia ser constituída pelas receitas recebidas antecipadamente, as quais nem sempre são itens monetários. Hatfield (1927), assim definiu exigibilidades:

Esta é uma visão nítida de teoria da propriedade, como podemos notar. Já a teoria dos fundos poderia interpretar os passivos de forma diferente, como reservas ou restrições aos ativos, derivantes de considerações legais, eqüitativas, econômicas ou gerenciais. Por outro lado, a visão da teoria da entidade é outra, isto é, considera as exigibilidades como reclamos contra entidade ou, mais especificamente, contra os ativos da entidade. Entretanto, a entidade continua sendo vista como organismo com vida própria. Nem mesmo o patrimônio líquido pertence aos proprietários, na continuidade, mas à entidade. Na Unidade 4, foram lidos os textos das aulas 10 – O conceito de Passivo, 11 – A avaliação do Passivo e 12 – A avaliação do passivo e a Resolução 732/92 do CFC. Você precisa, ainda, fazer uma breve incursão nas referências sugeridas pelo professor, fichando os elementos mais relevantes, a fim de aumentar seu conhecimento.

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Atividade para ser realizada no ambiente on-line:

Participe do Fórum de Discussão , no tópico sobre a composição dos passivos e sua avaliação legal. Lembre-se de que é preciso um olhar coerente do contador sobre o uso dos grupos de obrigações constantes dos relatórios oficiais elaborados pela Contabilidade e que serão alvo dos múltiplos usuários nas análises para tomada de decisão.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004. _________________; MARTINS, Eliseu. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. LIMA, Arievaldo Alves de. Contabilidade geral. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Rio, 2005. (também na versão digital em http://www.grupoempresarial.adm.br) __________________________.Composição do passivo de uma empresa: transformando as obrigações e/ou as origens entregues ou confiadas por terceiros aos administradores. Disponível em: http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Composicao%20do%20Balanco%20Patrimonial_M4_AR.pdf Para conhecer terminologias ligadas à Contabilidade e Finanças acesse o link http://www.grupoempresarial.adm.br/glossarios.htm

Unidade 5

Receitas, Despesas, Perdas de Ganhos e suas Mensurações Nesta unidade serão apresentados os aspectos de evidenciação das contas de resultados.

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Aula 13 Conceitos e mensurações de receitas, despesas, perdas e ganhos

Ao iniciar este módulo, estamos na verdade enriquecendo nosso estudo sobre um assunto fundamental na aplicação da Contabilidade sobre os aspectos modificativos do patrimônio liquido da entidade. De acordo com Lima (2005), em sua obra Contabilidade Geral, “a representação gráfica que resulta a modificação na situação liquida advém do reconhecimento contábil de uma conta de resultado”. Aduz, ainda, “quando se trata de uma receita, há um aumento no capital dos proprietários, em caso análogo quando se trata de um gasto onde haja a escrituração de custo ou despesa realizada, há uma redução no capital dos proprietários7”. Ao abordarmos a natureza e definição de uma receita, torna-se difícil uma apreciação deste assunto, pois as definições de receita têm-se fixado, via de regra, mais nos aspectos de quando reconhecê-la e em que montante do que na caracterização de sua natureza. Assim, algumas definições usualmente encontradas de receitas se referem ao seu efeito sobre o patrimônio ou ativo líquido, e outras fazem referências expressas à entrega de bens e serviços ao cliente. 7Observar que neste estudo das contas de receitas, despesas, perdas e ganhos, para um entendimento mais completo da aula deve-se recorrer aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, mais especificamente ao princípio da competência ou realização, assunto discutido na Unidade 2. Iudicibus (2004) tem a seguinte acepção:

O Comitê de Conceitos Contábeis e Standards AAA, assim define8 receita: Uma definição tida como uma das melhores pelo consenso da maioria dos estudiosos e pesquisadores da teoria da Contabilidade, pois caracteriza o que é essencialmente a receita e dá margem a uma ampla gama de formas pelas quais pode ser reconhecida, colocando bem o fato de que o mercado deverá validar o esforço desenvolvido pela empresa, atribuindo um valor de troca à produção de bens e serviços e àquela descrita por Sprouse e Moonitz:

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Vamos agora definir as despesas. De acordo com SFAC, representam saídas ou outros gastos de ativos ou, ainda, obrigações incorridas. Acrescenta Lima (2005):

Sprouse e Moonitz (1962) citam de forma inconteste em seus trabalhos que “despesas representam a diminuição de ativos líquidos como resultado da utilização de serviços econômicos na criação de receitas ou na imposição de taxa do governo”. Discursar sobre a mensuração das despesas induz à seguinte premissa: despesas representam saídas de caixa atuais ou esperadas provenientes das atividades principais da entidade. Elas geralmente são reconhecidas quando um ativo é consumido nas operações principais da entidade ou quando já não existe a expectativa de que o ativo produza benefícios futuros. A mensuração do consumo de ativo é realizada a partir dos seguintes princípios universais de mensuração:

• Relação de causa e efeito, a exemplo dos custos das mercadorias vendidas. • Alocação racional e sistemática, a exemplo da depreciação de ativos fixos. • Alocação racional e sistemática, a exemplo da amortização de intangíveis. • Alocação racional e sistemática, a exemplo da apropriação de despesas de

seguros. • Imediato reconhecimento, a exemplo das demais despesas que são registradas

quando incorridas. 8Observar que a qualidade desta definição reside em sua concisão.

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Segundo o SFAC, perdas são reduções de ativos líquidos, originadas de transações periféricas ou incidentais de uma entidade e de outras transações, eventos ou circunstâncias que afetam a entidade, exceto as que resultam de despesas ou distribuições para acionistas. Ao mensurar as perdas como reduções de patrimônio liquido, estamos focando aquelas provenientes de transações e eventos econômicos, exceto as que geraram despesas ou distribuição aos proprietários. Quando se fala em ganhos, a mensuração acontece com os aumentos nas contas dos proprietários provenientes de transações e eventos econômicos, exceto os que geraram receitas ou investimentos dos proprietários9. Atividade para ser realizada no ambiente on-line:

Participe do Fórum de Discussão , no tópico sobre conceitos e mensurações de receitas, despesas, perdas e ganhos e suas conseqüências no resultado da empresa.

Para aprofundar seu conhecimento, consulte: IUDÍCIBUS , Sérgio de. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004. _________________; MARTINS, Eliseu. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. LIMA, Arievaldo Alves de. Contabilidade geral. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Rio, 2005 (Também na versão digital no site http://www.grupoempresarial.adm.br) SPROUSE, Robert T.; MOONITZ, Maurice. A tentative set of broad accounting principies for business enterprises . New York: AICPA, 1962. 9Observar que ambas resultam de atividades periféricas da entidade, a exemplo da venda de veículos e máquinas usadas, ou de eventos econômicos não controlados pela administração, a exemplo de ganhos com valores mobiliários, ou ainda de transações não recíprocas, a exemplo de furtos e decisões judiciais.

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Unidade 6

Aspectos sobre Escrituração Contábil Nesta unidade você conhecerá como os fatos administrativos são registrados nos livros legais da entidade.

Aula 14 As principais teorias da escola Européia

Em verdade, o patrimonialismo foi a doutrina responsável por enaltecer a contabilidade, defendendo o seu método, objeto, partes, finalidade e tarefas. Aquilo que Aristóteles (384-322) seria para a filosofia, Einstein (1879-1955) para a física e Comte (1798- 1857) para a sociologia, Masi seria para a contabilidade, devido ao seu vigor intelectual que produziu um efeito prolífico. O neopatrimonialismo contábil é, portanto, este efeito prolífico criado por Antonio Lopes de Sá, para aperfeiçoar as idéias patrimonialistas e garantir o futuro da contabilidade na filosofia do conhecimento10. O estudo das principais teorias das contas na escola Européia, segundo Lima (2003), deve abordar inicialmente a Teoria Personalista, onde as contas representam pessoas que se relacionam com a entidade em termos de débito e crédito. Como exemplo vejamos o caso de uma empresa que teve seu capital subscrito e integralizado pelos sócios. No momento de integralização, a pessoa capital, representando os sócios, concedeu um crédito à entidade. Esta por sua vez entregou os recursos recebidos à pessoa caixa. Desta forma, a pessoa capital ficou credora enquanto a pessoa caixa ficou devedora da entidade. Esta escola classifica as contas em:

O movimento gnosiológico ostentado nos quatro últimos séculos pela contabilidade sempre emitiu um caráter comum concernente à essência do seu objeto: o patrimônio das células sociais. A policromia de conteúdo cultural produzida pelas diversas doutrinas apresentaria pouca benesse na ostentação da essência contábil, quando se coteja todo este mosaico com a proposta emitida pelo patrimonialismo de Vincenzo Masi.

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10O autor alerta que, por este motivo, o neopatrimonialismo representa realmente o ponto central de um progresso de nossa gnose, constituindo-se a verdadeira evolução masiana.

• As contas dos proprietários compreendem todas as rubricas do patrimônio líquido e suas variações como as receitas e despesas.

• As contas dos agentes consignatários compreendem as rubricas representativas de bens corpóreos.

• As contas dos agentes correspondentes compreendem aquelas rubricas que representam direitos ou obrigações.

Para a escola da Teoria Materialista, todavia, a relação entre as contas e a entidade é uma relação material e não pessoal. De sorte que a conta só deve existir enquanto existir também o elemento material por ela representado. Por isso as contas são classificadas em dois grupos, a saber:

• Contas Integrais, conceituadas como aquelas representativas de bens, direitos e obrigações.

• Contas Diferenciais são as que integram o patrimônio líquido, além das receitas e despesas.

Segundo a teoria patrimonialista a contabilidade tem como finalidade controlar o patrimônio e apurar o resultado das entidades. Portanto, esta escola classifica as contas em:

• Contas Patrimoniais são aquelas que representam o ativo e o passivo da entidade. Desta forma são contas patrimoniais aquelas que indicam a existência de bens, direitos, obrigações e o patrimônio líquido da entidade, formado pelo capital social, as reservas e os lucros ou prejuízos acumulados.

• Contas de Resultados compreendem as receitas e as despesas do período, que devem ser encerradas no final do exercício para que se apure o seu resultado. Este resultado, lucro ou prejuízo, será incorporado ao patrimônio através da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados11.

Segundo Lima (2005), as contas “conceituam-se como representações gráficas dos débitos e créditos ocasionados pelos registros no patrimônio da entidade”. Podemos entender, também, como o título que identifica um componente do patrimônio da empresa ou, ainda, como um termo técnico utilizado pela contabilidade para registrar as ocorrências que envolvem o patrimônio, as receitas e as despesas. Adiante, em suas obras “Contabilidade Básica” (na versão DVD) e Contabilidade Geral (na versão livro, coleção resumido), Lima descreve a função, o funcionamento e o seu planejamento, citando com bastante ênfase os elementos vinculados às contas:

• Título: É o nome que identifica a sua representação e alocação no patrimônio; • Débito: Representa a forma de entrada dos dados no patrimônio por meio das

contas; • Crédito: Representa a forma de saída dos dados no patrimônio por meio das

contas; • Histórico: Significa a narrativa do fato que a contabilidade está informando;

11Observar com cuidado esta conceituação, visto que a conta surgida da apuração de resultados entre as receitas, despesas, custos e perdas realizadas é uma conta patrimonial. Na prática, verifica-se que o patrimônio líquido é composto de três únicas

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contas patrimoniais, citamos o Capital Social, as Reservas e os Resultados. Para mais informações, consulte o texto Método das Partidas Dobradas disponível em http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Metodo%20das%20partidas%20dobradas%20-%20evidenciacoes_M4_AR.pdf

• Saldo ou valor: Representa o aspecto quantitativo que foi registrado. O saldo será devedor quando a soma dos débitos registrados numa conta for maior que os créditos.

Lima (2005) contextualizou de forma bastante abrangente nos seus papéis de trabalho publicados, a respeito da classificação das contas, quanto ao entendimento na citação e planejamento: as contas podem ser ainda classificadas como Redutoras, quando ficam do lado oposto de sua natureza, ou seja, uma conta credora aparecer no ativo ou uma conta devedora aparecer no passivo. São utilizadas a partir das convenções contábeis, com a finalidade de melhorar a apresentação do grupo da mesma família, com valor mais real para sua análise. Ver Plano de Contas na versão digital de seu livro “Contabilidade Geral” ou nos links disponibilizados no “Saiba Mais” sobre Ativo, Passivo, Despesas e Receitas. Lima (2005) complementa o entendimento dos alunos nas aulas presenciais e/ou quando da pesquisa nos trabalhos acadêmicos quanto à classificação das contas segundo as escolas ou teorias apresentadas, chamando a atenção principalmente para a Conta Capital, chamada de:

• Conta dos Proprietários, segundo a teoria personalista; • Conta Diferencial, segundo a teoria materialista; • Conta Patrimonial, de acordo com a teoria patrimonialista.

Para aprofundar seu conhecimento, consulte: ARISTÓTELES. Tópicos; Dos argumentos sofísticos. Seleção de textos de José Américo Motta Pessanha; traduções de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão em inglês de W. A. Pickard - Coleção: Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. IUDÍCIBUS , Sérgio de. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LIMA, Arievaldo Alves de. Contabilidade geral. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Rio, 2005. (Também na versão digital no site http://www.grupoempresarial.adm.br) MASI, Vincenzo. Os fenômenos patrimoniais como objeto da contabilidade. Revista Paulista de Contabilidade. São Paulo: SCSP, n. 423, 1968. NETTO, Antonio Delfim. Estudos avançados. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142001000300027&script=sci_arttext&tlng=pt SÁ, Antonio Lopes de. História geral e das doutrinas da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1997. __________________. Princípios fundamentais de contabilidade. São Paulo: Atlas, 2000.

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__________________. Bases das escolas européia e norte-americana, perante a cultura contábil e a proposta neopatrimonialista. Revista de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, n. 111, fev. 2003, p. 29-39. __________________. Célula social e contabilidade. Disponível em www.lopesdesa.com.br http://www.grupoempresarial.adm.br/docs/plano%20de%20contas%20ADM.pdf http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Plano%20de%20Contas%20Ativo_M9_PC.pdf http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Plano%20de%20Contas%20Passivo_M9_PC.pdf http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Plano%20de%20Contas%20Despesas_M9_PC.pdf http://www.grupoempresarial.adm.br/download/uploads/Plano%20de%20Contas%20Receitas_M9_PC.pdf

Aula 15 O pragmatismo da Escola Norte-Americana

A América do Norte está na liderança mundial da evolução histórica da Contabilidade desde o início do século XX, aproximadamente 1920, quando se iniciou a predominância norte-americana, também auxiliada pelo poderio econômico e político, influenciado pela ação das subsidiárias que se estabeleceram em vários países, inclusive na Europa. Ressalte-se, contudo, que ao poderio político e econômico foram juntadas grandes doses de esforço. Nomes como Hatfield, Littleton, Paton, Sprouse, Moonitz, Anthony, Horngren e outros merecem, hoje, estar no mesmo nível, em termos de contribuição à disciplina, dos de Cerboni, Marchi, Besta, Masi e outros estudiosos da Escola Italiana, além, é claro, de ilustres autores brasileiros que citados ao longo deste trabalho foram enriquecedores do cabedal de conhecimentos dos praticantes da Contabilidade em toda sua plenitude12. É indiscutível que o surgimento das gigantescas corporations foi o marco do pragmatismo americano, mas um outro acontecimento aliado ao nascedouro dessas entidades foi o formidável desenvolvimento do mercado de capitais, cujo resultado econômico e

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financeiro constituiu em campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis norte-americanas. 12No fundo, a predominância desta ou daquela escola, nesta ou naquela época, nada mais é do que a conseqüência natural do grau de integração entre as teorias esposadas e as práticas empresariais, as instituições econômicas e sociais. Diferenças quanto à abordagem da Contabilidade e preferências pessoais não devem deslustrar uma análise imparcial da contribuição dada por autores de todos os países à nossa disciplina. A grande conseqüência dessa evolução da Contabilidade nos Estados Unidos apóia-se, portanto, em um sólido embasamento, o grande avanço e o refinamento das instituições econômicas e sociais. A criação do órgão American Institute of Certified Public Accountants - AICPA no ano de 1930, quando se tornou mais ativo, tem uma importância decisiva no desenvolvimento da contabilidade e dos princípios contábeis. O desenvolvimento da teoria e prática contábil americana está baseado no trabalho de equipe. A premissa muitas vezes levianamente abraçada por alguns autores brasileiros é a de que as obras de autores norte-americanos são fracas do ponto de vista teórico. Vejamos dois pressupostos dos mais relevantes apontados como defeitos por alguns professores pesquisadores no Brasil:

• Pouca importância atribuída à sistematização dos planos de contas13, pelo menos nos livros-texto;

• Apresentação dos tópicos dos livros de forma não ordenada, dificultando distinguir, às vezes, os de maior importância.

As firmas de auditoria de origem anglo-americana foram a mais antiga influência no sentido da “americanização” do entendimento das normas e dos procedimentos de contabilidade, mas como ponto negativo percebia-se que poucas empresas brasileiras possuíam manual de procedimento de auditoria, dificultando um melhor trabalho de equipe por parte dos brasileiros. A influência americana culminou, a partir da revolução brasileira de 1964, com uma modificação substancial no ensino de Contabilidade no Brasil, quando trouxe pela primeira vez o método didático norte-americano para nossas academias. A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP foi a escola pioneira, com surgimento do livro de “Contabilidade Introdutória” em 1971, servindo de paradigma ainda nos dias atuais14. Como foi discutido em todo o curso, percebe-se que a Contabilidade não se resume apenas em arte ou ciência, mas tem todo seu arcabouço no conjunto sistematizado de conhecimentos ordenados que visam o controle do patrimônio de uma entidade, registrando os fatos administrativos nos livros legais e gerando os relatórios para análise econômico-financeira dos administradores e tomada de decisão dos múltiplos usuários15. 13Conceito mais amplo poderá ser lido na obra de Lima (2005): “É um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas do setor de Contabilidade, objetivando a uniformização dos registros”. Exemplo de modelo prático, aplicado nas grandes organizações, de acordo com a legislação do Imposto de Renda e da Lei 6.404/76, pode ser visto no site do autor: http://www.grupoempresarial.adm.br/contab_geral/prof_lima.htm

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14Nos dias de hoje, século XXI, nas faculdades italianas situadas no norte do país, muitos dos textos sobre contabilidade apresentam forte influência norte-americana; além disso, as principais empresas contratam na base da experiência contábil de inspiração norte-americana. 15Lima (2005), conceituação extraída da dissertação do Programa de Mestrado, intitulada “A Contabilidade como Fonte de Informações da Administração dos Negócios da Empresa – Fundamentos Conceituais dos Relatórios Contábeis”, defendida em 1998, na Universidade Estácio de Sá. É notório que a humanidade passou por diversas mudanças ao longo dos tempos, tanto na forma de relacionamento com o próximo quanto na maneira como guardava e registrava seus bens, direitos e obrigações. A denominação da globalização tem fundamental importância na revolução ocorrida com a informação contábil e nos seus diversos sistemas de controle e administração. Os estudiosos conhecem a história do marco da Revolução Industrial16 no século XVIII, quando a Contabilidade precisou ser segregada em financeira, custos e gerencial, cada uma com seu objetivo específico e todas simultaneamente focadas holisticamente no patrimônio da empresa17. Como ciência, ela surgiu na Inglaterra, no século XVIII, durante a Revolução Industrial, quando houve um desmembramento da contabilidade geral em contabilidade de custos, financeira e gerencial. De lá para cá, o enfoque contábil ganhou notoriedade. O custo passou a ser enfocado como valor ideal dos gastos para fabricar o produto através das suas várias interfaces com a produção, como custo fixo, custo variável, padrão de oportunidade etc. No Brasil, a Contabilidade chegou ao pós-guerra, em 1945, importada dos Estados Unidos e estudada pioneiramente na Fundação Álvares Penteado e na Universidade de São Paulo, primeiras escolas de graduação de Contabilidade. Até hoje, no entanto, a Contabilidade brasileira ainda não conseguiu atingir o patamar da Contabilidade da América do Norte, Alemanha e Itália, no que se refere à excelência contábil. Isso se vê claramente na emissão dos demonstrativos financeiros e na leitura dos bens, direitos e obrigações circulantes e não circulantes. No seu primeiro livro de contabilidade geral, Lima (2005)18, como é mais conhecido, procurou narrar esta ciência no padrão americano, procurando padronizar os princípios fundamentais da Contabilidade - uma vez que as normas brasileiras são diferentes das de países como EUA e Alemanha - e com a legislação fiscal inadequada e injusta para as pessoas jurídicas. Aqui fica um desafio para você, aluno de Ciências Contábeis, neste final de estudo colaborativo da disciplina Teoria da Contabilidade: em verdade, só se cria focos de metodologia realmente científica se houver muito trabalho e pesquisa. Todos nós temos os pré-requisitos para transformar a profissão em algo deveras importante. É preciso, inicialmente, organizar talentos e recursos. Seja qual for o seu sonho, comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia. Não pare de estudar, pesquise sempre, discuta e divulgue suas idéias, faça a diferença! 16Até então conhecida como era mercantilista, tendo em vista não haver uma ciência que buscasse o entendimento da formação dos gastos para produzir diferentemente dos gastos para comercializar.

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17No mundo moderno, cada vez mais concorrido e corrido, a Contabilidade é uma das ferramentas mais importantes para se alcançar o sucesso empresarial. 18O autor espera que o aluno se interesse por entender, ou ver, uma boa contabilidade, utilizando as normas profissionais com qualidade e sem vícios. Que exerça a capacidade de pensar e pesquisar, a fim de desenvolver a excelência no trabalho e também, porque não, na vida pessoal.

IUDÍCIBUS , Sérgio de. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LIMA, Arievaldo Alves de. Contabilidade geral. 1. ed. Rio de janeiro: Editora Rio, 2005. ____________________. Textos resumidos de contabilidade. http://www.grupoempresarial.adm.br ____________________. A contabilidade como fonte de informações da administração da empresa. Dissertação de Mestrado, Universidade Estácio de Sá, 1998. MASI, Vincenzo. Os fenômenos patrimoniais como objeto da contabilidade. Revista Paulista de Contabilidade. São Paulo: SCSP, n. 423, 1968. SÁ, Antonio Lopes de. História geral e das doutrinas da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1997. __________________. Princípios fundamentais de contabilidade. São Paulo: Atlas, 2000. __________________. Bases das escolas européia e norte-americana, perante a cultura contábil e a proposta neopatrimonialista. Revista de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, n. 111, fev. 2003, p. 29-39. __________________. Célula social e contabilidade. Disponível em www.lopesdesa.com.br SPROUSE, Robert T.; MOONITZ, Maurice. A tentative set of broad accounting principies for business enterprises . New York: AICPA, 1962.

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Considerações Finais Parabéns! Você terminou sua disciplina on-line. Aprender no mundo virtual é gratificante! Em primeiro lugar, seria muito importante você lembrar da caminhada realizada! E, quem sabe, você não se entretenha com aquele conteúdo mais apreciado ou descubra questões novas que fugiram à sua percepção? Para finalizar, responda ao questionário de avaliação da disciplina e à sua auto-avaliação. Lembre-se de que suas respostas são muito importantes para todos nós – professores que realizam a tutoria, professores que estruturaram a disciplina, profissionais responsáveis pelo layout e acessibilidade da mesma. Somente com sua opinião sincera, poderemos melhorar cada vez mais nosso atendimento àqueles que são nossa meta mais importante no ato de educar – os alunos! Perceba que, ao avaliar esta disciplina, você está colaborando com um processo que é cada vez mais necessário e inevitável em nossa sociedade – a inclusão digital. Desde já, agradecemos sua participação. IMPORTANTÍSSIMO: Muito obrigado pela sua companhia! Com certeza, todos nós crescemos um pouco mais ao longo do estudo desta disciplina: crescemos como estudantes, crescemos como professores; mas, principalmente, crescemos como pessoas! E isso é muito bom, não é?