aulas práticas de farmacologia - 4º ano de ... de atropina, por exemplo, possui duas...
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INSTITUTO DE FARMACOLOGIA E TERAPUTICA EXPERIMENTAL
FACULDADE
DE MEDICINA DE COIMBRA
AULAS PRTICAS DE
FARMACOLOGIA
INTRODUO
As aulas prticas de demonstrao em Farmacologia constam de exerccios em
modelos biolgicos que permitem estudar funes fisiolgicas do animal e a
modificao dessas funes por frmacos.
MATERIAL DE LABORATRIO
A escolha do material depende muito do gosto pessoal do investigador e das
disponibilidades econmicas.
Utiliza-se, de um modo geral, material de laboratrio em vidro ou em plstico.
Em qualquer dos casos fundamental o cuidado com o seu manejo e esmero na sua
limpeza: deve utilizar-se detergente para a lavagem e depois desta estar completa
dever o mesmo ser passado com gua destilada antes de secar.
Em algumas aulas utiliza-se material especfico, como seringas, agulhas,
instrumentos cirrgicos metlicos (tesouras, pinas de ponta fina, pinas de dente de
rato, porta-agulhas, pinas hemostticas, etc). Dever observar-se cuidado com a sua
conservao. Utilizam-se ainda alguns aparelhos simples como banhos de rgos,
registador de vrios canais e aparelhos para estudo das modificaes do
comportamento por frmacos, os quais requerem algum treino para o seu uso.
ANIMAIS DE LABORATRIO
No nosso pas as normas que regulam a obteno, o cuidado e a utilizao dos
animais de experimentao obedecem s regras gerais definidas pelo Conselho da
Europa.
Os animais que se utilizam neste Curso Prtico so adquiridos algum tempo
antes de serem usados, de modo a que estejam habituados a ser manejados pelo
homem e no tm tendncia a produzir qualquer dano, a no ser que sejam
provocados.
Durante o Curso sero usadas duas espcies: murganhos e ratos. Sempre que
possvel, especialmente os ratos, devero ser manuseados no biotrio, para que os
investigadores se familiarizem com eles.
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Os animais referidos podem manejar-se vivos sem ajudas especiais, com
luvas, como se observar ao longo do Curso. Podem ser levantados pela cauda sem os
assustar, embora devam ser colocados, to rapidamente quanto possvel, sobre uma
superfcie plana. Ambas as espcies devem ser seguradas pelo pescoo e pelas patas
traseiras ou posteriores.
No decurso de experincias os animais devero ser manipulados
cuidadosamente, no s por razes culturais ou legais, mas tambm cientficas, visto
que um animal assustado ou maltratado responde de maneira anmala.
Eis algumas das regras gerais a ter em conta em experimentao animal:
AAs experincias com animais vivos devem realizar-se sob a orientao de pessoas
qualificadas e com um protocolo experimental bem definido. Em caso algum
devero ser sacrificados aleatoriamente;
No deve ser realizada uma experincia se, para obter o resultado desejado, for
razovel e possvel utilizar outro mtodo cientificamente satisfatrio que no
implique a utilizao de um animal;
So proibidas as experincias em sejam utilizados animais pertencentes a espcies
consideradas ameaadas de extino, excepto se essas experincias respeitarem o
Regulamento (CEE) n. 3626/82 e tiverem um dos seguintes objectivos:
a) A preservao das espcies em questo;
b) De natureza biomdica, quando se provar que a espcie em questo
excepcionalmente a nica indicada para tal;
Todos os animais para experincias devem ser alojados em meio ambiente
adequado, com alguma liberdade de movimentos, alimentao e gua, recebendo
os cuidados necessrios sua sade e bem-estar;
As condies ambientais nas quais os animais so criados, conservados ou
utilizados so sujeitas a controlos dirios;
Um animal no pode ser utilizado mais de uma vez em experincias que envolvam
dores violentas, aflio ou sofrimento;
Sempre que a experincia a efectuar produza um sofrimento maior que o
originado pela tcnica anestsica disponvel, o animal dever ser anestesiado;
A morte do animal s dever verificar-se quando for necessria.
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DISSECO
Uma das experincias a realizar durante o curso prtico implica a disseco do
animal que morto antes da demonstrao. No so, portanto, necessrias tcnicas de
assepsia e cirurgia muito sofisticadas. No entanto um bom princpio evitar a
exposio de rgos profundos, ou a leso dos rgos a utilizar, porque isso levar
deteriorao do preparado.
ADMINISTRAO DE FRMACOS A ANIMAIS
Para a administrao oral de frmacos necessria a introduo de um tubo no
estmago, de calibre varivel consoante o animal e, para os coelhos e gatos,
necessrio muitas vezes uma anestesia ligeira que possibilite a introduo do tubo.
Para qualquer injeco, a agulha deve ter dimenso e calibre adequados. Os
volumes a injectar dependem das caractersticas do animal. A ttulo de exemplo, no
quadro seguinte esto indicados os volumes mximos a injectar pelas diversas vias
para o rato, murganho e cobaia:
IV IP SC IM Oral
Rato - 2 ml 1 ml 0,4 ml -
Murganho 0,4 ml 1 ml 0,4 ml 0,4 ml 1 ml
Cobaia - 2-4 ml 1 ml 0,5 ml -
Em muitas experincias a esterilidade no constitui problema, e as seringas, ao
contrrio das agulhas, podero ser usadas vrias vezes, especialmente se se trata de
injectar a mesma soluo. Poder-se-o utilizar para solues diferentes, desde que
sejam bem lavadas. A principal desvantagem do uso de seringas de plstico a
dificuldade de fazer deslocar as bolhas de ar alojadas nos lados, sendo necessrio dar
vrias pancadinhas repartidas para remov-las. sempre importante assegurarmo-nos
que o ar no injectado.
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As vias de administrao mais frequentemente utilizadas em animais so as
vias subcutnea (SC), intraperitoneal (IP), intramuscular (IM), intravenosa (IV) e oral.
Para a injeco subcutnea a pele pinada entre o polegar e o indicador, sendo a
agulha espetada com firmeza, trespassando a pele com um ngulo aproximado de 45o.
A ponta dever ficar livre e mover-se entre a pele e o msculo. O dorso do animal, de
cada lado da coluna vertebral, representa o local mais adequado para a injeco
subcutnea. Porm, se no existir um ajudante que segure o animal, a injeco poder
ser dada mais na direco do pescoo pelo que um brao poder ser necessrio para
segurar o animal.
Na injeco intraperitoneal o processo semelhante ao da
injeco subcutnea, sendo que, neste caso, a pele do abdmen
que dever ser esticada. O animal dever ser imobilizado,
segurando-o pelo pescoo e pelas patas traseiras. No entanto, para
os ratos, prefervel colocar a mo direita volta das espduas, as
patas dianteiras cruzadas firmemente sobre o torax e seguras entre
os dedos do ajudante. A mo esquerda deste imobilizar as patas
posteriores. A agulha espetada com firmeza atravs da parede
abdominal, numa regio onde no seja possvel atingir o fgado,
rim, bao ou bexiga.
Para a injeco intramuscular o local escolhido dever ser uma zona
muscular do organismo; em regra escolhem-se as ndegas.
Para uma injeco intravenosa o processo varia de uma espcie para outra.
De um modo geral, as injeces intravenosas em gatos, cobaias e ratos so feitas sob
anestesia. Nos coelhos, possvel fazer injeces na veia marginal da orelha com o
animal consciente. O coelho, colocado sobre uma mesa, imobilizado por um
ajudante que procurar segurar as patas dianteiras ao mesmo tempo que ajeitar a
orelha de modo a que o operador possa injectar. A veia distende-se se impedirmos o
fluxo na base da orelha com o polegar e o indicador. conveniente dispormos de uma
lmpada que ilumine o local de injeco (no dever incidir sobre o focinho do
coelho) e que serve ao mesmo tempo para aquecer a orelha. Uma agulha poder ento
ser facilmente inserida na veia assim distendida, aps o que o polegar e o indicador
sero libertados, de modo a permitir a passagem do soluto injectado. sempre
Fig. 1. Injeco intraperitoneal
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prefervel espetar a agulha longe da base da orelha de modo a permitir outras
tentativas em caso de falhano. No rato, as injeces IV so feitas na veia da cauda.
Requerem muito treino e devero ser tentadas apenas em ratos albinos nos quais
mais fcil a visualizao das veias.
PREPARAO DE SOLUES
As quantidades de frmacos habitualmente necessrias na maioria das
experincias so bastante pequenas ( 10 mg). Devero ser pesados em balanas de
preciso onde o erro ~ 1%. Mas se a substncia a utilizar higroscpica ou pesada
num pedao de papel, ento o erro de pesagem ser superior ao referido. Quando se
pretende uma soluo muito rigorosa, prefervel pesar uma quantidade maior (por
exemplo 100 mg) e preparar maiores volumes de soluo, ou uma soluo mais
concentrada que depois ser diluda consoante o que se pretende.
As solues devero ser preparadas juntando a quantidade pesada ao volume
de gua calculado e no por adio do lquido ao slido, a menos que a quantidade do
slido seja muito pequena comparada com o volume do solvente.
A maioria das solues de frmacos necessrios para as experincias em
Farmacologia so muito diludas, sendo conveniente prepar-las por etapas ou por
diluies sucessivas. Por exemplo, se pre