aulas 28 10 - 25 11 & 09 12 mirella prando

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11/01/2012 1 Mirella Liberatore Prando Fonoaudióloga Clínica Doutoranda em Psicologia - PUCRS Mestre em Psicologia - Ênfase em Cognição Humana / PUCRS Coordenadora da Subequipe de Avaliação Neuropsicológica Infantil - Grupo de Pesquisa Neuropsicologia Clínica e Experimental - GNCE - PUCRS Especialização em Neuropsicologia - MEC/UFRGS Mirella L. Prando - Fonoaudióloga Introdução aspectos do Desenvolvimento com enfoque na comunicação / linguagem / aprendizagem Aulas 28/10; 25/11 e 09/12, MEMÓRIAS LINGUAGEM Bear, Connors e Paradiso, 2002 Mirella L. Prando - Fonoaudióloga 11/01/2012 Áreas que contribuíram Influências Lingüística Lingüística Sociolingüística Sociolingüística Neurolingüística Neurolingüística estrutura estrutura da da linguagem linguagem relação relação cérebro cérebro-linguagem linguagem relação relação comportamento comportamento social social e linguagem linguagem NEUROPSICOLOGIA NEUROPSICOLOGIA Confluência entre áreas da NEUROCIÊNCIAS: neurologia, neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica e ciências do comportamento (Andrade, Santos e Bueno, 2004). Estudo das relações entre o cérebro e as manifestações do comportamento (Luria, 1973). Ciência voltada para a expressão do comportamento por meio das disfunções cerebrais; Ampara-se na avaliação de determinadas manifestações do indivíduo para a investigação do funcionamento cerebral (Lezak, 2004). Mirella L. Prando - Fonoaudióloga NEUROPSICOLOGIA DA NEUROPSICOLOGIA DA LINGUAGEM LINGUAGEM LINGUAGEM SOB O OLHAR DA LINGUAGEM SOB O OLHAR DA NEUROPSICOLOGIA NEUROPSICOLOGIA

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Page 1: Aulas 28 10 - 25 11 & 09 12 Mirella Prando

11/01/2012

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Mirella Liberatore PrandoFonoaudióloga Clínica

Doutoranda em Psicologia - PUCRSMestre em Psicologia - Ênfase em Cognição Humana / PUCRS

Coordenadora da Subequipe de Avaliação Neuropsicológica Infantil - Grupo de Pesquisa Neuropsicologia Clínica e Experimental - GNCE - PUCRS

Especialização em Neuropsicologia - MEC/UFRGS

Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

Introdução aspectos do Desenvolvimento com enfoque na

comunicação / linguagem / aprendizagem

Aulas 28/10; 25/11 e 09/12,

MEMÓRIAS

LINGUAGEM LINGUAGEM

Bear, Connors e Paradiso, 2002Mirella L. Prando - Fonoaudióloga 11/01/2012

Áreas que contribuíram

Influências

LingüísticaLingüística SociolingüísticaSociolingüística

NeurolingüísticaNeurolingüísticaestruturaestrutura

dadalinguagemlinguagem

relaçãorelação

cérebrocérebro--linguagemlinguagem

comportamento comportamento relaçãorelação

comportamento comportamento social social ee

linguagemlinguagem

NEUROPSICOLOGIANEUROPSICOLOGIA• Confluência entre áreas da NEUROCIÊNCIAS:

neurologia, neuroanatomia, neurofisiologia,neuroquímica e ciências do comportamento (Andrade,

Santos e Bueno, 2004).

• Estudo das relações entre o cérebro e as manifestaçõesdo comportamento (Luria, 1973).

• Ciência voltada para a expressão do comportamentopor meio das disfunções cerebrais;

• Ampara-se na avaliação de determinadas manifestaçõesdo indivíduo para a investigação do funcionamentocerebral (Lezak, 2004).

Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

NEUROPSICOLOGIA DA NEUROPSICOLOGIA DA LINGUAGEMLINGUAGEM

LINGUAGEM SOB O OLHAR DA LINGUAGEM SOB O OLHAR DA NEUROPSICOLOGIANEUROPSICOLOGIA

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Especialização hemisférica da linguagem?

ESTRUTURAIS FUNCIONAIS

HD

HE

Correlatos neurofuncionais da linguagemCorrelatos neurofuncionais da linguagemCorrelatos neurofuncionais da linguagemCorrelatos neurofuncionais da linguagemCorrelatos neurofuncionais da linguagemCorrelatos neurofuncionais da linguagemCorrelatos neurofuncionais da linguagemCorrelatos neurofuncionais da linguagem

Conexões entre as áreas da linguagemConexões entre as áreas da linguagemConexões entre as áreas da linguagemConexões entre as áreas da linguagemConexões entre as áreas da linguagemConexões entre as áreas da linguagemConexões entre as áreas da linguagemConexões entre as áreas da linguagem Zonas de linguagem: atualização

• Área de Broca• Área de Wernicke• Fascículo arqueado• Córtex associativo• Núcleos da base• Tálamo posterior• Hemisfério direito• Cerebelo • ...

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Repetição de palavras = Linguagem Expressiva Leitura em voz alta = Linguagem Expressiva

- Envolve uma complexa interatividade de funções.

-Mais domínios cognitivos são necessários para o adequado eeficiente processamento lingüístico (Baddeley, 2003, 2009; Gilchrist, Cowan, &

Naveh-Benjamin, 2009; Kail & Hall, 2001; Van Dijk, 2008; Virtue, Parrish, & Jung-Beeman,

2008).

LINGUAGEM

ANTENÇÃO MEMÓRIA

FUNÇÕESEXECUTIVAS

INTERAÇÃO COM A LINGUAGEM NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Mcauley & White; 2011. Andersson, 2010;

Dodwell & Bavin, 2008; Davidson et al.,

2006; Giangiacomo & Navas, 2008;

Montgomery, Magimairaj, & O’Malley,

2008.

Era uma vez...Conta a história que...

• Morangolango era um morango silvestre -nasceu num matagal distante e criou-sesozinho, sem nunca ter conversado comninguém. Por isso, não sabia falar línguaalguma. Ao sair andando mundo aforaencontrou uma comunidade de morangos. Foirecebido como um rei, mas quando tentou falarnão conseguiu expressar-se em nenhumalíngua. Inventou, então, alguns sons, que paraele, transmitiam o que ele estava sentindo.

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O que aconteceu com ele?

• Acabou expulso - sua língua não era a mesma das de

seus semelhantes. Lá pelas tantas, encontrou um

tomate que, gentilmente,ofereceu-se para ensiná-lo a

falar. Lentamente, morangolango foi aprendendo um

pouquinho aqui, mais um pouquinho ali. Em um curto

período de tempo, já conseguia expressar-se oralmente,

ou seja, já conseguia comunicar-se com todos os seres.”

Para refletir:

• Quando uma criança ingressa na escola falando amesma língua de seus pares, porémapresentando uma fala peculiar seja por variaçãolinguística ou por algum distúrbio, quesentimentos podem ser desencadeados?

• Como auxiliá-la a estabelecer laços afetivos ecomunicativos?

• “Falar é tão natural para os seres humanos, como sãoo olfato, a visão e o paladar. É a capacidade de falardo modo como o fazemos que singulariza o homem”(Callou e Leite, 1990).

• É um ato motor complexo, peculiar a cada sujeito,que requer regulação neurológica sintonizada.

Morangolango fala de uma forma diferente da dos seus

pares, por isso não foi compreendido.

Fala Comunicação• “É a troca de informação, um fato social. Todos os animais se

comunicam, mas somente os homens possuem um código tãocomplexo como é a linguagem “(Puyuelo, 2007).

• São todas as condutas que o indivíduo realiza,intencionalmente, para afetar a conduta de outra pessoa, coma finalidade de que esta receba a informação e, comoconseqüência, atue.

• A comunicação é o ato de expressar sentimentos, desejos eexperiências.

Morangolango não encontrou em seus pares

um lugar acolhedor.

Correlações

Comunicação

O homem cria, inventa.

Língua

Fala

Linguagem

O homem partilha.

O homem aprende.

O homem manifesta

Lembrar sempre que...

• Fala e linguagem fazem parte de um amplo processo , sendo a comunicação a primeira função da linguagem.

Competência comunicativa

(quando o emissor consegue que a comunicação seja efetiva e apropriada).

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A finalidade última da linguagem é a comunicação.

Por não falar da mesma maneira que seus pares, Morangolango foi expulso da comunidade. A diferença

foi motivo de EXCLUSÃO.

- em quem fala;

- no meio;

- na organização da mensagem;

- em quem recebe a mensagem.

�A comunicação pode não ser eficaz quando há uma dificuldade:

O que aconteceu com nosso personagem?

• Morangolango não aparentava problemaorgânico que justificasse uma fala diferente. Sua

história familiar conta que ele não viveu em umambiente encorajador e estimulante. Nunca

ouviu ninguém falando, nem trocouinformações... não sabia o significado dos

olhares, sorrisos, vozes... Não foi exposto alíngua alguma e a qualquer interação.

Para refletir…

• Existe linguagem sem comunicação?

• Existe comunicação sem linguagem?

Relações ...

COMUNICAÇÃO

LINGUAGEM

FALA / VOZ

Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

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NEUROPLASTICIDADENEUROPLASTICIDADE

INTERAÇÃO DESENVOLVIMENTO

FÍSICO

COGNITIVO

EMOCIONAL

SOCIAL

ENTRADAS ENTRADAS ENTRADAS ENTRADAS SENSORIAISSENSORIAISSENSORIAISSENSORIAIS

MELHORA PROGRESSIVA NAS HABILIDADES COGNITIVAS QUE OCORRE PARALELAMENTE A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM.

FAVORECE A FORMAÇÃO FAVORECE A FORMAÇÃO DE NOVAS CONEXÕES

NEURONAIS

AUMENTO DE ATIVIDADES AUMENTO DE ATIVIDADES SINÁPTICAS

RESULTA EM MUDANÇAS RESULTA EM MUDANÇAS ESTRUTURAIS

LINGUAGEMORAL

LINGUAGEM ESCRITA

recepção auditivarecepção visual

emissão oral emissão motora

Expressar o conhecimento,as sensações e os sentimentos;Constituem-se a

partir das mesmas bases de conhecimento

e das mesmas habilidades de planejamento.

COMUNICAÇÃOCOMUNICAÇÃO

LINGUAGEM LINGUAGEM (Compreensiva / Expressiva)(Compreensiva / Expressiva)

MEIOS ORGANIZADOS PARA COMBINAR:

SONS - PALAVRAS - SENTENÇAS - DISCURSO

Os componentes e diferentes níveis de complexidade da linguagem integram-se e interagem para expressar ideias e pensamentos.

“É um código por meio do qual os usuários transmitem idéias e desejos de um para o outro”. (Puyuelo, 2007)

“ É uma forma de comunicação que transmite informação de uma pessoa para a outra, facilitando os

processos de pensamento”. (Ferreira, 1998)

Objetivo da linguagem: comunicação consigo e com os outros.

LINGUAGEM

Em todas as suas formas de expressão, alinguagem tem por função estabelecer acomunicação por meios organizados paracombinar palavras em sentenças e estas emdiscurso. Possibilita, assim, pensar sobre osprocessos mais abstratos e trocar taispensamentos entre interlocutores (Puyuello,

2007).

LINGUAGEM Níveis de processamento da Níveis de processamento da Níveis de processamento da Níveis de processamento da Níveis de processamento da Níveis de processamento da Níveis de processamento da Níveis de processamento da LinguagemLinguagemLinguagemLinguagemLinguagemLinguagemLinguagemLinguagem

• COMPREENSÃO X PRODUÇÃOCOMPREENSÃO X PRODUÇÃOCOMPREENSÃO X PRODUÇÃOCOMPREENSÃO X PRODUÇÃO

•• Compreensão verbalCompreensão verbalCompreensão verbalCompreensão verbalCompreensão verbalCompreensão verbalCompreensão verbalCompreensão verbal capacidade receptiva de compreender inputs lingüísticos falados ou escritos, como palavras, sentenças, parágrafos, discurso.

•• Produção verbalProdução verbalProdução verbalProdução verbalProdução verbalProdução verbalProdução verbalProdução verbal transformação de pensamentos em uma forma que pode ser expressada como output lingüístico, como a fala articulada, os sinais ou a escrita.

(Starr e Rayner, 2003)

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FORMAFORMA

MORFOLOGIASINTAXE

CONTEÚDOCONTEÚDO

USOUSOPRAGMÁTICA

NÍVEIS DE COMPLEXIDADECOMPONENTES DA LINGUAGEM E

NÍVEIS DE COMPLEXIDADE

Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

PALAVRA

SENTENÇA

DISCURSO

Níveis de complexidade• Desmembrada em unidades menores• Fonema menor unidade de som de fala.

• Morfema menor unidade que denota significado em uma determinada língua.

• Léxico todo o conjunto de morfemas em uma determinada língua ou no repertório lingüístico de uma pessoa.

• combinação de morfemas vocabulário.• Sintaxe forma como os usuários de uma determinada língua juntam palavras

para formar sentenças. Importante papel na compreensão da língua.

• Sintaxe x semântica o estudo do significado em uma língua.

• O nível final de análise é o do discurso discurso inclui o uso da linguagem no nível além da sentença, na conversação, nos parágrafos, nas histórias narrativas e/ou descritivas, em obras inteiras da literatura.

(Harley, 2001)

• Estudo do significado

• Relação entre as palavras, os objetos e os eventos por elas representados

• Vocabulário

SEMÂNTICA

Componentes da Linguagem

• Estudo dos sons da fala ou dos fonemas da língua e da sua estruturação na aquisição da linguagem.

• Fonética articulatória: produção dos sons;

• Fonética acústica: análise das características físicas dos sons da fala;

• Fonética auditiva: de que maneira a fala é percebida;

FONOLOGIA

Componentes da Linguagem

• Estudo da menor unidade com significado de uma língua (morfema);

• Conjunto total de morfemas numa dada língua constituem o LÉXICOLÉXICOLÉXICOLÉXICOLÉXICOLÉXICOLÉXICOLÉXICO;

• Exemplos: in, mente etc

MORFOLOGIA

Componentes da Linguagem

• Estudo da combinação de fonemas e morfemas em orações e frases;

• É a combinação de palavras para a formação de frases e orações com significados;

• Estudos complexidade voz ativa e voz passiva;

SINTAXE

Componentes da Linguagem

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• Aspecto funcional da linguagem;

• Estudo do modo como selecionamos e usamos palavras e frases e sua relação com a intenção e os contextos comunicativos;

• Relações sócio-psicossociais;

PRAGMÁTICA

Componentes da Linguagem

• Forma como um falante usa pausas, inflexões vocais, acentuações para modificar significado, sem alterar unidades formais;

• Lingüística e emocional;

PROSÓDIA

Componentes da Linguagem

Discurso

• Forma de atividade que implica a produção delinguagem em situações de interação ouconversação, que pode realizar-se em condiçõestanto monológicas como dialógicas, e que podeadotar modalidades perceptivas igualmente diversas(oral ou escrita).

Diálogo

• Estrutura seqüencial que implica intercâmbio de

turnos (alternância no exercício do falante por parte

dos participantes da conversação), através do qual o

discurso vai adquirindo continuidade semântica e

pragmática.

INFERÊNCIAS

• Representações mentais construídas na compreensão de textos ou discursos, a partir da aplicação de conhecimentos prévios às indicações explícitas da mensagem (Gutiérrez-Calvo,

1999)

• Informações explícitas � informações implícitas

• Entendimento não-literal

• Onde aparecem?

– Metáforas

– Provérbios

– Humor

– Conversação

– Narrativas

– Atos de fala indiretos

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49Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

Produção de uma mensagem requer um monitoramentomonitoramento baseado na capacidade de

compreender a própria mensagem à medida que estavai tomando forma e compará-la com o que se havia

projetado (Rondal et al, 2007).

COMO DESENVOLVEMOS

A LINGUAGEM?

Aquisição da linguagem

�Toda criança nasce com uma capacidade paradesenvolver linguagem. Para tanto é importanteque seja/esteja inserida no meio lingüístico desua comunidade.

�Essa capacidade está disponível por um certoperíodo.

Período crítico (Lenneberg, 1967)

� Entre dois e três anos de idade, a linguagem surge atravésda interação entre maturação e aprendizado pré-programado. Nestes anos iniciais existe uma plasticidadeconsiderável na representação neurológica da linguagem.Dos três anos até a puberdade a aquisição da linguagemcontinua, porém a plasticidade diminui com a idade.

Estratégias da criança para construir a linguagem (Aimard, 1998):

�estratégia de escuta,

�estratégia de compreensão,

�estratégia de imitação,

�estratégia de produção.

Desenvolvimento da Linguagem

� A linguagem aparece em todas as crianças, em marcos cronológicos muito semelhantes;

� cada indivíduo progride conforme o seu ritmo;

� as aquisições seguem a mesma ordem, mas a velocidade dos progressos varia muito;

� os fatos lingüísticos devem ser comparados com o contexto geral do desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor da criança.

Aos quatro anos, a criança já tem condições de dominar sua língua padrão.

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A aprendizagem e o desenvolvimento da linguagem

• estão fortemente influenciados pelos aspectos CONTEXTUAIS ao longo da vida:

• social

• das necessidades e interesses pessoais

• cognitivo

O estudo da linguagem, tanto normal quanto patológica

• deve levar em conta a linguagem unida ao contexto familiar;

• como processo de comunicação - interação

• como processo cognitivo e

• seus componentes.

Aspectos cognitivos que podem afetar ou que refletem a interação: Linguagem/ Cognição (Puyuelo,2007)

• Dificuldades de atenção, percepção e memória

• dificuldades para processar informações, inclusive captar duplo sentido

• dificuldades para adquirir novas informação;

• alterações na velocidade do pensamento e processamento da informação.

Fases Aquisição LinguagemFases Aquisição LinguagemProgressão por meio de etapas no desenvolvimento

Balbucio inarticuladoBalbucio inarticulado inclui todos os fones possíveis

Balbucio articuladoBalbucio articulado inclui apenas os distintos fonemas que caracterizam a língua na qual o bebê está inserido.

As primeiras consoantes aparecem primeiro no balbucio, antes de serem integradas as palavras (Vihman et al, 1986).

Preferência marcante pela produção das consoantes oclusivas / plosivas [b], [p]; [d], [t]; [g], [k], além de [m].

Base fisiológica mais sólida e mais frequentes.

Fases Aquisição LinguagemFases Aquisição LinguagemFases Aquisição LinguagemFases Aquisição LinguagemFases Aquisição LinguagemFases Aquisição LinguagemFases Aquisição LinguagemFases Aquisição LinguagemProgressão por meio de etapas no desenvolvimento

Enunciados de uma palavraEnunciados de uma palavraEnunciados de uma palavraEnunciados de uma palavraEnunciados de uma palavraEnunciados de uma palavraEnunciados de uma palavraEnunciados de uma palavra

Enunciados de duas palavras e fala telegráficaEnunciados de duas palavras e fala telegráficaEnunciados de duas palavras e fala telegráficaEnunciados de duas palavras e fala telegráficaEnunciados de duas palavras e fala telegráficaEnunciados de duas palavras e fala telegráficaEnunciados de duas palavras e fala telegráficaEnunciados de duas palavras e fala telegráfica

Estruturas de sentenças adultas básicasEstruturas de sentenças adultas básicasEstruturas de sentenças adultas básicasEstruturas de sentenças adultas básicasEstruturas de sentenças adultas básicasEstruturas de sentenças adultas básicasEstruturas de sentenças adultas básicasEstruturas de sentenças adultas básicas (presente aos 4 anos).

O QUE INFLUENCIA A AQUISIÇÃO?

- O tipo (a qualidade) de input recebido e a sua percepção;

- A freqüência de determinada estrutura dalíngua;

- O estágio do desenvolvimento cognitivo;

-Estimulação lingüística

A aquisição da linguagem NÃONÃO depende

da inteligência

Page 11: Aulas 28 10 - 25 11 & 09 12 Mirella Prando

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DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEMDESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEMDESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEMDESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEMDESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEMDESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEMDESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEMDESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

• A PERCEPÇÃO AUDITIVA CONTRIBUI DE FORMA SIGNIFICATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO DA FALA, DA LINGUAGEM E INDIRETAMENTE NOS

PROCESSOS COGNITIVOS EM GERAL.• O cérebro não está totalmente desenvolvido ao nascimento.

• As vias auditivas do tronco cerebral estãocompletas estruturalmente por volta da 30a semanade gestação. A eficiência sináptica das fibras dotronco cerebral continua a melhorar até por voltados 3 anos de idade seguindo pelo decorrer dosanos.

Por essa razão dizemos que a criança precisa “aprender a “aprender a ouvir”.ouvir”.

PROCESSAMENTO AUDITIVO (CENTRAL)

Informações sensoriais auditivas envolvem:

• Sistema auditivo periférico

• Vias auditivas do SN e cérebro

Juntos, processam, organizam, Juntos, processam, organizam, interpretam e representam as interpretam e representam as

informações recebidas.informações recebidas.

64Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

Componente

Condutivo

Componente

Sensorial

http://www.youtube.com/watch?v=tkPj4IGbmQQ&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=7yQ4xiQusIE&feature=share

“O ato de ouvir não termina quando ocorre a mera detecção de um estímulo acústico

(sensação) pelo ouvido interno. Pelo

contrário, diversos mecanismos e mecanismos e processos neurofisiológicos e processos neurofisiológicos e

cognitivoscognitivos

são necessários, para que

aconteça a decodificação

correta do estímulo auditivo.”

(Bellis, 2003)

Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

PA(C)

� Processamento auditivo (central) [PA(C)] refere-se à eficiência e à efetividade com que o SNAC utiliza a informação auditiva.

� PA(C) refere-se ao processamento perceptual da informação auditiva no SNAC e a atividade neurobiológica subjacente ao processamento, que permite os potenciais auditivos eletrofisiológicos.

American Speech-Language-Hearing Association. (Central) Auditory Processing Disorders. Available at. http: //www.asha.org/members/deskref-journals/deskref/default.(2005)

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Audição em nível central =Percepção auditiva / Processamento Auditivo

Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

Componente

NeuralNeuralaudiçãoaudição

http://www.youtube.com/watch?v=cfAyPbFYGJw

Impacto das otites médias na primeira infância

-Os sons falados – FONOLOGIA = tijolos para a construção palavras e frases.

-Apesar dos estudos não são totalmente consistentes sobre o efeito da privaçãosensorial causada por períodos de otites no desenvolvimento linguístico dacriança, apontam para prejuízos na representação fonológica de determinadosfonemas como os fricativos surdos (sons do “s”, “x e ch”, “f”.).-A discriminação acurada de outros sons falados como “l” e “r” também podedemonstrar estar comprometida levando a aquisição mais tardia destasconsoantes.

-Além de comprometer segmentos da fala, o aporte auditivo inconstante podeafetar a compreensão da fala em relação a percepção dos contornos deentonação, ênfase e altura da voz e nos aspectos prosódicos de modo geral.

Forte preditorvocabulárioexpressivo

DerivaçãocontextualConstrução

de Inferências

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

Compreensãooral e escrita

Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

Estoque mental de informações sobre as palavras, inclui informações semântica, sintática, fonológica

(pronúncia e padrão do som).

Interferência “vizinhança auditiva”

Acesso ao

léxico

Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

TESTES FORMAIS X TAREFAS ECOLÓGICAS

MEDIDAS DIAGNÓSTICASTESTES FORMAIS X TAREFAS ECOLÓGICAS

Mirella L. Prando - Fonoaudióloga

PALAVRA

SENTENÇA

DISCURSOPRESSUPOSTOS DA AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM

Page 13: Aulas 28 10 - 25 11 & 09 12 Mirella Prando

11/01/2012

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Instrumentos mais utilizados• Boston Diagnostic Aphasia Examination

– Goodglass e Kaplan, 1972: terceira edição, 2001– Determinar a presença de afasia e do tipo– Inferências sobre localização cerebral e processos

lingüísticos– Mensurar nível de desempenho– Contribuir para planejamento terapêutico– 1 – 5 horas: 27 subtestes

• Boston Naming Test (Kaplan, Goodglass &Weintraub , 2001)

• Token Test

– De Renzi e Vignolo (1962)

– Avaliação da compreensão verbal de comandos com complexidade gradativa• Mostre-me um círculo• Mostre-me um círculo amarelo• Mostre-me um círculo azul grande• Pegue o círculo vermelho e quadrado verde• Pegue o círculo branco grande e o quadrado verde

pequeno• Coloque o círculo vermelho sobre o quadrado verde.

• Instrumentos tradicionais de exame da afasia nemsempre são apropriados para avaliação de quadrosagudos (Flamand-Rose et al, 2011);

• Escalas neurológicas globais detectam com dificuldadessinais de afasia (NIH);

• Mesmo instrumentos de screening de linguagemexistentes tem limitações;

• Soluções: desenvolver ferramentas de avaliação dalinguagem no leito (ex. Language Screening Test)

Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve NEUPSILIN

Autores: Rochele Paz Fonseca; Jerusa F. de Salles e Maria Alice de Mattos Pimenta Parente.Publicação: 2009 –Editora Vetor

Fonseca, R.P.; Salles, J.F. & Parente, M. A. M. P. (2009). Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve NEUPSILIN. São Paulo: Vetor.

NEUPSILIN: Linguagem oral

•Nomeação: objetos e figuras

Page 14: Aulas 28 10 - 25 11 & 09 12 Mirella Prando

11/01/2012

14

Linguagem oral

• Repetição

• Linguagem automática

• Processamento de inferências

Linguagem oral

• Compreensão

Linguagem escrita

• Compreensão escrita

• Escrita espontânea

• Escrita copiada

• Escrita ditada

• Leitura oral

Fluência verbal: livre, fonêmica, semântica

• Importância clínica cada vez mais valorizada

• Necessidade de explorar melhor escores de discrepância entre modalidades para diagnóstico diferencial

• Período bastante breve de aplicação

-DISCURSOCONVERSACIONAL

-DISCURSONARRATIVO

BATERIA MAC

PROCESSAMENTOCOMUNICATIVO

PROCESSAMENTODISCURSIVO

PROCESSAMENTOPRAGMÁTICO-INFERENCIAL

PROCESSAMENTOLÉXICO-SEMÂNTICO

PROCESSAMENTOPROSÓDICO

-INTERPRETAÇÃODE METÁFORAS

-INTERPRETAÇÃO DE ATOS DE FALA

INDIRETOS

-EVOCAÇÃOLEXICAL

-JULGAMENTOSEMÂNTICO

-PROSÓDIALINGÜÍSTICA

-PROSÓDIAEMOCIONAL

Joanette, Ska & Côté (2004)

Fonseca, Parente, Côté, Ska & Joanette (2003, 2006)

Processamento comunicativo Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Faculdade de Psicologia

Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação Breve – MAC BREVE: Estudos de Adaptação –

Dissertação de Mestrado de FabíolaFabíola SchwengberSchwengber CasarinCasarin

ProjetosProjetos FuturosFuturos –– DoutoradoDoutorado: : Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação Breve – MAC BREVE: Estudos Normatização –

previsão 2013

Page 15: Aulas 28 10 - 25 11 & 09 12 Mirella Prando

11/01/2012

15

� Discurso narrativo infantil

� Fluência verbal – 3 modalidades (FV Livre, FV Ort.,

FV Sem)

� Teste dos Sinos

� Geração aleatória de números (GAN)

� Teste de Decisão ortográfica (Moojen et al, no prelo)

� Teste Decodificação de palavras e pseudopalavras (Moojen et al, no prelo)

� Teste de Decodificação de sílabas complexas (Moojen et al, no prelo)

Instrumentos em normatização – GNCESubequipe Neuropsicologia da Infância e

da Adolescência

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SULFACULDADE DE PSICOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA (COGNIÇÃO HUMANA)

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE COMPONENTES DA LINGUAGEM E DA MEMÓRIA DE

TRABALHO NA INFÂNCIA: ADAPTAÇÃO DE TAREFA DISCURSIVA E ESTUDO

CORRELACIONAL

Mirella Liberatore Prando

Profª. Drª. Rochele Paz FonsecaOrientadora

Dissertação de Mestrado / jan 2011

DiscursoNarrativo

Poucos instrumentos específicos em nível

nacional e internacional

Poucos instrumentos específicos em nível

nacional e internacional

Diferentes metodologias e

abordagens empregadas nas

pesquisas

Diferentes metodologias e

abordagens empregadas nas

pesquisas

Complexa integraçãoprocessos mentais em

situações comunicativas, ultrapassa análise da

participação mecanismossemânticos (van Dijk, 2008)

87

IntroduçãoIntrodução

Importância estímulosdiscursivos narrativosem instrumentos de

avaliação da linguagemsob a ótica da

neuropsicologiacognitiva para crianças

Avaliação do DiscursoNarrativo na infância

IntroduçãoIntrodução

Linguagem Linguagem e Memória de Trabalhoe Memória de Trabalho

Adaptado de Baddeley (2003); Baddeley, Eisenck & Anderson (2009)

ESTUDO 1

ADAPTAÇÃO DE UMA TAREFA DE DISCURSO NARRATIVO INFANTIL E

DADOS QUANTO AO TIPO DE ESCOLA

89

DISCURSIVODISCURSIVO

Pragmático-inferencial

Léxico-semântico

ProsódicoFonseca, Parente, Côté, Ska, & Joanette, 2008

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulFaculdade de PsicologiaFaculdade de Psicologia

Programa de PósPrograma de Pós--Graduação em Psicologia (Graduação em Psicologia (CogniçaoCogniçao HumanaHumana))

FUNÇÕES EXECUTIVAS NA SEGUNDA FUNÇÕES EXECUTIVAS NA SEGUNDA INFÂNCIA: COMPARAÇÃO QUANTO À INFÂNCIA: COMPARAÇÃO QUANTO À

IDADE E CORRELAÇÃO ENTRE IDADE E CORRELAÇÃO ENTRE DIFERENTES MEDIDASDIFERENTES MEDIDAS

Janice da Rosa PurezaJanice da Rosa Pureza

Orientadora: Profa. Dra. Rochele Paz Fonseca

Dissertação de Mestrado – jan 2011

Page 16: Aulas 28 10 - 25 11 & 09 12 Mirella Prando

11/01/2012

16

• Publicações:

TESTE HAYLING• Construção:- Tradução dos instrumentos existentes;

- Elaboração das sentenças com equilíbrio sintático e julgadas comos critérios psicolingüísticos dos instrumentos traduzidos.

∗ PILOTO – Individual e coletivo (para estimar compreensão dassentenças e respostas para as mesmas):

- 71 frases sintaticamente equilibradas;

- Qualidade psicolingüística através de equivalências sintática e deamplitudes de respostas (análise de juízes especialistas)

VERSÃO FINAL:- Partes A e B;

- 10 estímulos e 2 frases treinos para cada parte (Hayling Junior –Shallice et al, 2002);

TESTE HAYLING em Normatização

Adaptado de:Prando, M. L. (2010). Avaliação neuropsicológica de componentes da linguagem e da

memória de trabalho na infância: adaptação de tarefa discursiva e estudo correlacional (Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre).

DISCURSO NARRATIVO – versão para crianças de 7 à 12 anos de idade

Adaptaçãoda Bateria MAC (para adultos) (Fonseca, Parente,Côté, Ska e Joanette, 2008) para uma versão infantil”

Nova história já produzidaAnálise autores e adaptações necessárias realizadas Análise de juízes especialistas (em andamento)

Estudo Piloto Normatização

DISCURSO NARRATIVO (ESCRITO) em construção e adaptação prevista em 2012