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Page 1: Aula_6_-_Tecnologia_na_Industria

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL – UNISC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

Economia Industrial – Profª Jerusa Zerbielli

AULA 6: TECNOLOGIA NA INDÚSTRIA

✗ Tecnologia: maneira como se faz algo (produto); altos custos e grandes riscos

e em algumas situações são inviáveis;

✗ Progresso tecnológico: melhoramento da técnica, onde uma indústria

defasada se torna moderna; substituição por máquinas e equipamentos

sofisticados e novos.

Portanto, determinam o desenvolvimento tecnológico fatores como:

a) quantidade de recursos;

b) o trabalho (papel) dos inventores;

c) participação governamental (instituições de apoio que geram tecnologia);

d) externalidade de produção;

e) estrutura da demanda (melhora os retornos sobre a tecnologia aplicada);

f) estrutura da oferta (cria novos produtos, mais baratos e melhoram a concorrência).

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Fatores de produção

- Matérias-primas, insumos intermediários;

- Mão de obra;

- Tecnologia (máquinas e equipamentos).

COMO FAZER?

Na dinâmica industrial a pesquisa e desenvolvimento, as aptidões dos trabalhadores (educação), as inovações e a criatividade são fatores

importantes.

Na dinâmica industrial a pesquisa e desenvolvimento, as aptidões dos trabalhadores (educação), as inovações e a criatividade são fatores

importantes.

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Capital e trabalho somados podem não gerar progresso tecnológicos, porém, se

somado ao aprendizado, a ocorrência de progresso se torna mais constante, é o chamado

“aprendendo fazendo”.

1. Enfoque da relação entre inovação e estrutura industrial:

Neste enfoque, a empresa reage a partir das mudanças no mercado, ou seja, o

processo de mudança tecnológica é resultado do esforço das empresas em investir em

atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e sua incorporação em novos produtos,

processos e formas organizacionais; neste processo, o conjunto de instituições contribui

para a geração e a aplicação nas empresas.

As atividades de P&D referem-se a pesquisa básica, pesquisa aplicada e

desenvolvimento experimental (Manual Frascati):

a) pesquisa básica: trabalho teórico e experimental, utilizado para compreender fenômenos

e fatos da natureza, tendo em vista qualquer aplicação específica;

b) pesquisa aplicada: investigações originais concebidas pelo interesse em adquirir novos

conhecimentos com finalidades práticas;

c) desenvolvimento experimental: comprovação da viabilidade técnica/funcional de novos

produtos, processos, sistemas e serviços, ou substancial aperfeiçoamento dos já existentes.

1.1 Ciclo de inovação:

O processo de inovação pode ser dividido nos estágios de invenção, inovação e

imitação ou difusão; a invenção está relacionada com a criação de coisas que ainda não

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Oligopólio Tecnologia Acumulação e concentração, assegurando o poder de mercado.

“O learning by doing (aprendendo fazendo) está associado ao progresso

tecnológico ao considerar que a taxa e o direcionamento da mudança

dependem da estrutura e da natureza dos trabalhos de pesquisa e

desenvolvimento ....” (SOUZA, 2005, p.136)

“O learning by doing (aprendendo fazendo) está associado ao progresso

tecnológico ao considerar que a taxa e o direcionamento da mudança

dependem da estrutura e da natureza dos trabalhos de pesquisa e

desenvolvimento ....” (SOUZA, 2005, p.136)

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existem ou mesmo a combinação das já existentes, porém buscando um novo resultado,

este processo ou produto pode ser patenteado, o que dá direitos de propriedade sobre o

uso comercial de sua invenção; a inovação ocorre quando os produtos são lançados no

mercado e a imitação é quando os produtos novos ganham outras pequenas variações e se

difundem pelas empresas.

1.2 Modelos de análise econômica da inovação:

- Escola Neoclássica, 1962, Kenneth Arrow, chamado de modelo de incitação: são

hipóteses do modelo o conhecimento acessível a todos agentes e as únicas estruturas do

mercado são a concorrência perfeita e o monopólio:

Para Arrow os mercados competitivos atraem mais atividades de pesquisa e

desenvolvimento que as indústrias monopolísticas; o modelo não incorpora a

interatividade entre empresas (líderes e seguidoras).

2. Enfoque da relação entre inovação e estratégias tecnológicas:

As empresas (analisadas pelo modelo de seleção) são tidas como unidade de análise

fundamental, tendem a buscar técnicas alternativas para aumentar sua rentabilidade;

Nelson e Winter, principais autores deste modelo, afirmam que as empresas inovam ou

imitam não pela busca de maximização, ao contrário, elas não sabem ex ante se serão

bem-sucedidas; para estes autores uma estrutura de mercado mais competitiva (com um

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invenção + inovação inovações radicais

imitação (com melhorias) inovações incrementais

“Arrow mostra que o monopólio já garante à empresa um sobrelucro derivado da própria

situação de poder de mercado da empresa ..., a empresa em um mercado concorrencial e

sem poder fixar preços só tem uma forma de ampliar a sua margem de lucros, que é

introduzir inovações permanentemente, ainda que seja recompensada com margens

de lucros que irão se erodir rapidamente pela entrada de novas empresas imitadoras”

(KUPFER e HANSENCLEVER, 2002, p. 134).

“Arrow mostra que o monopólio já garante à empresa um sobrelucro derivado da própria

situação de poder de mercado da empresa ..., a empresa em um mercado concorrencial e

sem poder fixar preços só tem uma forma de ampliar a sua margem de lucros, que é

introduzir inovações permanentemente, ainda que seja recompensada com margens

de lucros que irão se erodir rapidamente pela entrada de novas empresas imitadoras”

(KUPFER e HANSENCLEVER, 2002, p. 134).

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número maior de empresas) produz um desempenho produtivo médio inferior, ao

contrário de uma estrutura mais concentrada, que gera uma produtividade maior; neste

caso, a propensão a inovar está relacionada a um efeito inercial: “a técnica com melhor

desempenho se difunde mais lentamente em uma estrutura de mercado onde várias

empresas interagem” (KUPFER e HANSENCLEVER, 2002, p. 140).

2.1 Intensidade da inovação:

- Neoclássicos: concorrência (predomínio de pequenas e médias empresas) a

intensidade de inovação é maior;

- Schumpeter: empresas maiores tem mais intensidade de inovação; a inovação

cresce mais que proporcionalmente com o tamanho da empresa e a inovação cresce

com a concentração do mercado.

2.2 Estratégias de inovação:

Complementando Schumpeter surgem dentro do estudo da Economia Industrial, os

institucionalistas-schumpeterianos, que analisa a empresa conforme seus setores

industriais e nas relações me rede com outros agentes econômicos.

✗ Baumol, Panzar e Willig (na década de 80) demonstram que os custos

irrecuperáveis (sunk costs) e não as economias de escala a principal barreira que

impede a entrada de novas empresas na indústria; ou seja, estes autores ressaltam a

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Estrutura Industrial Mudança Tecnológica

Vários autores procuraram confirmar ou refutar as hipóteses apresentadas acima,

porém dado as diversidades encontradas, não se possuem muitas conclusões aceitas

pela maioria dos autores.

Vários autores procuraram confirmar ou refutar as hipóteses apresentadas acima,

porém dado as diversidades encontradas, não se possuem muitas conclusões aceitas

pela maioria dos autores.

“A empresa é concebida como um organismo vivo em permanente mutação que

recebe influências de seu ambiente (mercado), mas ao mesmo tempo é capaz de

transformá-lo ou criar novos mercados ou indústrias a partir da introdução de

inovações tecnológicas” (KUPFER e HANSENCLEVER, 2002, p. 431)

“A empresa é concebida como um organismo vivo em permanente mutação que

recebe influências de seu ambiente (mercado), mas ao mesmo tempo é capaz de

transformá-lo ou criar novos mercados ou indústrias a partir da introdução de

inovações tecnológicas” (KUPFER e HANSENCLEVER, 2002, p. 431)

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estrutura do mercado ou as características técnicas e econômicas da indústria

analisada.

✗ Winter (1986) e Dosi (1988) aprofundam a abordagem institucionalista-

schumpeteriana em que o ambiente econômico ou o regime das empresas são

fundamentais para as inovações; na economia ocorrem dois tipos de criação

tecnológica: o regime empreendedor (favorável às pequenas e médias empresas,

que nascem ou entram na indústria) onde as empresas são pouco receptivas às

atividades inovativas; o regime tradicional ou rotineiro (composto pelas grandes

empresas) onde as empresas inovam rotineiramente.

Os autores concluem que o regime empreendedor (pequenas e médias empresas)

gera menos concentração e menos crescimento em termos de produto, quando ocorrem

inovações, estas levam mais tempo para se difundirem na indústria; o rotineiro (grandes

empresas) produz um maior número de inovações e a maioria leva a incrementos em

tecnologia, porém com elevada velocidade de difusão e forte aumento de produtividade

na indústria.

Regime Volume da inovação

Impacto sistêmico da inovação

Velocidade de difusão

Crescimento e produtividade

Rotineiro Grande Fraco Forte Forte

Empreendedor Fraco Grande Fraco Fraco

2.3 Inovações e estrutura de organização das empresas:

Em termos de organização das empresas envolvidas em processos inovativos, dois

modelos de análise devem ser observados:

a) modelo de Kline-Rosenberg (1986): enfatiza as ligações existentes entre as diferentes

atividades e de suas interações com as demais funções da empresa, como produção,

marketing e vendas;

b) modelo de Aoki (1986, 1988): procura determinar determinantes da eficácia das

organizações industriais, como capacidade de aprendizado, coordenação interna e

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estruturas informacionais; o autor faz a comparação entre duas empresas, a primeira com

estrutura vertical de circulação de informações e aprendizado concentrado nos altos

escalões ou hierarquias e a segunda, estruturada a partir de uma estrutura de

comunicação horizontal, que valoriza soluções autônomas de problemas, permitindo

espírito de equipe e cooperação entre operários e gerentes.

2.4 Inovações e Coordenação Externa:

A cooperação entre as empresas favorece a eficácia produtiva, permite que

avanços tecnológicos ocorrem mais rapidamente e agregam competências em diferentes

indústrias; a coordenação pode ser vertical, em forma de quase-integração, parceria,

ligação em rede, franquia, joint-venture, entre outras, ou horizontal, em que são

expressadas as externalidades positivas das inovações.

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