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Aula 5: Ciência, Tecnologia e Sociedade
Ciência, Tecnologia, Inovação e Trabalho
Adalberto Mantovani Martiniano de AzevedoSanto André, 16/10/2012
Conteúdo da aula
1. Pendências (grupos/temas de trabalhos finais); textos novos da aula
2. C,T, I e seus impactos sobre o trabalho
3. C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
4. C&T e o controle do trabalho: a gerência científica
Pendências1. Composição/temas dos grupos de trabalhos finaisLimite: 1a Prova48 com grupo, 5 sem -
CTS
Textos recomendados: Aula 5
(e) DIEESE. Ciência, Tecnologia e Inovação e os Trabalhadores. Nota Técnica Número 89 – Maio de 2010. Disponível em http://www.dieese.org.br/notatecnica/notaTec89CienciaTecnologiaInovacaoTrabalhadores.pdf (c) COTANDA, Fernando Coutinho. Os sindicatos brasileiros em face das inovações tecnológicas e organizacionais. Dados, Rio de Janeiro, v. 51, n. 3, 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582008000300003&lng=en&nrm=iso>.
Dica de série CTS: Profetas da Ficção Científica, Discovery Channel, produzido e apresentado por Ridley Scot (Blade Runner, alien, 1492, gladiador, Gângster, Prometeus...) Vale a pena!!
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho
Motivação de inovar: conquistar/criar novos mercados; aumentar produtividade/cortar custos; adequar-se a regulações
Impactos da inovação: 1. Aumento do lucro; 2. Melhoria nas condições de trabalho; 3. Ganhos para o consumidor.
Impactos (positivos ou negativos) sobre o trabalho: dependem de fatores:• Técnicos (utilização da tecnologia);• Institucionais (regras de distribuição dos custos/benefícios, relacionamento trabalhadores/patrões)• Organizacionais (setores, tipo de organização do trabalho, etc.)
O crescimento econômico não é apenas acompanhados da expansão de novas
indústrias; ele depende desta expansão .
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho
• Redução nos postos de trabalho
•Redução na jornada de trabalho
• Melhores condições de trabalho
• Variação nos salários
Brasil: 7º PIB Mundial, mas 84º entre 187 países em termos de Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH)
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
• Gastos em P,D&I: maior parte em aquisição de equipamentos, pouco treinamento. •Centrais sindicais incluem em seus estatutos a necessidade de se negociar a inclusão de inovações, mas não estão preparadas (mudança na produção é vista como revolução)
• Empresas pequenas/informais: difícil negociação de assuntos como distribuição de incrementos na produtividade
• treinamento, realocação de mão de obra, comunicação de processos de inovação, comissões paritárias e preservação do emprego
• Tradição autoritária: falta participação nas decisões (trabalhadores conhecem os processos)
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
• Brasil: 3,3% dos maiores de 18 anos (4,3 milhões em 2007, segundo a PNAD) frequentavam curso profissionalizante (destes, 21% no nível médio e 2% graduação tecnológica- 6 em 10.000!!!)
• Empregos não Requerem muita qualificação
Obs: 60% dos empregos Brasileiros
em 2002 eram informais (sem
carteira, autônomos: salários em média
60% menores)
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho
C,T, I e seus impactos sobre o trabalho: Brasil
• Brasil: Vínculos empregatícios muito curtos: 50% dos empregos: até dois anos de duração. 79% dos demitidos: até dois anos de casa
• Elevada rotatividade, baixos salários, exigência de pouca qualificação: fatores de permanência nessa situação
• Trabalhador não vê recompensa em se qualificar
• Distribuição dos ganhos da inovação: força de trabalho mais qualificada, mercado interno mais forte, distribuição de renda
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Sécs. XIX - XX: aumento das empresas, estrutura monopolística (novo capitalismo), aplicação da C&T na produção
Aplicação do método científico no controle dos trabalhadores: métodos e organização do trabalho
Não-neutralidade: ponto de vista do capital (eficiência no uso dos fatores de produção)
“ […] representante de uma caricatura de gerência nas armadilhas da ciência.”
Harry Braverman, 1974: Trabalho e Capital Monopolista: A Degradação do Trabalho no século XX
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Importância do movimento de gerência científica na concepção do processo de trabalho (integração homem e máquina) nas empresas contemporâneas: conceitos e métodos
Engenheiros de produção/administradores: mediação científica de conflitos trabalhadores X patrões
EspecializaçãoPadronização
Planejamento
Controle
Divisão do trabalho
DesempenhoProdutividade
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Taylor:Shop Management (Administração de Oficinas) (1903), Princípios da Administração Científica (1911)
Trabalhou em fábricas (operário e depois supervisor)
Personalidade obsessiva-compulsiva
O que é neurótico no indivíduo é bom para a lógica capitalista
Suposição de uma racionalidade única
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
1. estudo de tempo e padrões de produção;
2. supervisão funcional;
3. padronização de ferramentas e instrumentos;
4. planejamento das tarefas;
6. Uso de instrumentos para economizar tempo;
7. fichas de instruções de serviço;
8. idéia de tarefa, prêmios pela eficiência;
9. classificação dos produtos e material utilizado
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Principio do Planejamento: substitui no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírica-prática, pelos métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela “ciência”, através do planejamento por lideranças cientificamente treinadas.
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Obra de Taylor: sistematização e reunião de idéias anteriores
Registros e “experimentos” questionáveis: demonstrações forçadas
Nova dimensão do controle do trabalho: determinação de como o trabalho deve ser executado (atividades e seus componentes) - http://www.youtube.com/watch?v=cED52VxKyyU
Difusão mundial de idéias singelas e ingênuas: espírito da época
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Crítica a sistemas que dão autonomia aos trabalhadores: indução a um nível ineficiente de produtividade
Diretrizes gerais de controle: desvinculadas do real processo de trabalho
Fixação das tarefas em promenores, e tempos associados, com base em verdades “fisiológicas” de caráter mecanicista (homens-máquina)
Ex: RHT
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Mudança fundamental: ofício qualificado (domínio do processo, senhores do conhecimento, métodos e procedimentos)- 3 a 7 anos de aprendizado…, incluindo instrução em ciências como matemática, álgebra, materiais …
Mecânicos- processo de trabalho complexo e em larga escala
Taylor testava as possibilidades: tipo de material, ferramentas, procedimentos…
Midvale Steel Company: 50.000 testes para saber as combinações ótimas de 12 procedimentos fundamentais, que geravam as regras a serem seguidas
Até 1824, o mecânico inglês era exclusivo de apenas 1 empresa
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Princípios da administração científica:
1. Conhecer e dissociar o conhecimento do trabalhador de sua tarefa (tirar seu poder): gerência diz o que, como e quando fazer
2. Banir o trabalho cerebral da produção- finalidade é baratear o trabalho, diminuindo as qualificações exigidas. Gerência é que tem novas idéias.
3. Fordismo: exacerbação dessas práticas
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Princípios da administração científica:
3. Apenas a gerência conhece o processo global de produção, e a partir disso deve definir tarefas
Princípios aplicados também ao trabalho intelectual
Não são imperativos técnicos: refletem um antagonismo social que se intensifica com a grande indústria (Patrões X Empregados)
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Efeitos: 1. Separação trabalhadores braçais dos trabalhadores intelectuais (blue collars X white collars)
Cálculo, experimentação, registro, avaliação: tarefas da gerência e departamentos de planejamento
Novas funções administrativas: ilusões de melhorias para a classe trabalhadoras, competição, cooptação
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Artesão tinha interesse por ciência e cultura em geral, dado o conteúdo de seu ofício. Administração científica trazida pela tecnologia torna o trabalhador mais vazio de conteúdo (consumista).
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
FordismoEstratégia de produção ligada a uma estratégia de mercado.
Linhas de montagem com operários especializados
Concepção de ferramentas para maior controle: treinamentos rápidos (43% dos trabalhos podem ser aprendidos em um dia)
Trabalhador como uma peça, que pode ser remanejada rapidamente na linha de produção
Até os anos 70, Taylorismo/Fordismo eram as visões hegemônicas sobre a organização do trabalho…
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Anos 70: Abordagem sócio-técnica
Relaciona mau desempenho do trabalho com a desumanização do Taylorismo/Fordismo
Adaptar a técnica às carcterísticas sociais dos grupos de trabalho
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Maior autonomia e responsabilidade (projetos), menores níveis hierárquicos, trabalho em equipe
Integração em função das estratégias: coordenação lateral, rotatividade dos cargos, formação de competências- Gestão Estratégica de Recursos Humanos
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Modelo Japonês: considerado um exemplo de eficiência
Competência tecnológica: conhecimentos, comportamentos e práticas sociais para assimilação de tecnologia, que diz respeito a todos os funcionários
Da etapa de inovação por imitação a inovações radicais: práticas sociais orientadas para a inovação
Inovação orientada pelos usuários (trabalhadores)
Emprego vitalício (altamente seletivo, mudando), operários polivalentes, canais de informação técnica, coletividade
Inovação é vista como processo, e uma das bases da organização industrial
C&T e controle do trabalho: a gerência científica
Além da seletividade, altas jornadas de trabalho e excessiva mesclagem da vida pessoal com a profissional
Participação se torna um dever, não um direito ou benefício
Não se incentiva a oposição
Individualidade se subordina às necessidades coletivas
Flexibilidade Industrial X Rigidez social