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RECURSOS TERAPÊUTICOS II ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL – FES – ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR – NMES – PROF. FLAVIANO MOREIRA Estimulação Elétrica Funcional É uma forma de eletroterapia capaz de produzir contrações musculares com objetivos funcionais. Trata-se de uma estimulação de músculos desprovidos de controle motor ou com insuficiência contrátil ou postural, com o objetivo de produzir um movimento funcional e utilizável e/ou substituir uma órtese funcional. O termo FES é aplicado aos sistemas que tentam restabelecer a função neuromuscular prejudicada ou perdida. É realizado através da aplicação de pulsos elétricos nas vias neurais, ou menos freqüentemente, diretamente sobre os músculos. Para a locomoção, o uso da Órtese Elétrica Funcional (OEF) tem objetivos de proporcionar... - Estabilização articular - Contrações musculares efetivas - Melhoria da irrigação e drenagem dos catabólitos musculares - Estimulação de novas vias córtico-espinhais utilizadas para a realização de movimentos funcionais durante a marcha.

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Page 1: Aula_13_-_FES_e_NMES

RECURSOS TERAPÊUTICOS II

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL– FES –

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR– NMES –

PROF. FLAVIANO MOREIRA

Estimulação Elétrica Funcional

É uma forma de eletroterapia capaz de produzir contrações musculares

com objetivos funcionais.

Trata-se de uma estimulação de músculos desprovidos de controle motor

ou com insuficiência contrátil ou postural, com o objetivo de produzir um

movimento funcional e utilizável e/ou substituir uma órtese funcional.

O termo FES é aplicado aos sistemas que tentam restabelecer a função

neuromuscular prejudicada ou perdida.

É realizado através da aplicação de pulsos elétricos nas vias neurais, ou

menos freqüentemente, diretamente sobre os músculos.

Para a locomoção, o uso da Órtese Elétrica Funcional (OEF) tem objetivos

de proporcionar...

- Estabilização articular

- Contrações musculares efetivas

- Melhoria da irrigação e drenagem dos catabólitos musculares

- Estimulação de novas vias córtico-espinhais utilizadas para a realização

de movimentos funcionais durante a marcha.

CONDIÇÕES e circunstâncias para que se torne praticável o USO da FES:

A musculatura deverá conservar o circuito de inervação motora entre a

medula e o músculo, mesmo que falte o controle central;

A inervação motora entre a medula e a área deve estar preservada;

A musculatura e o nervo a estimular conservarão atividade motora e

nervosa.

Se as perdas forem intensas, a estimulação não conseguirá adequada

resposta de tonificação ou potencialização;

Page 2: Aula_13_-_FES_e_NMES

As áreas anatômicas próximas devem conservar sua integridade morfológica e

funcional;

Ausência de alterações cardíacas e outras enfermidades metabólicas, pois as

contrações são amplas e intensas, e necessitam de boa capacidade metabólica

para suportar as descargas massivas de lactato e outros derivados;

Certo nível intelectual do paciente, pois necessitará conhecer suas

limitações e superar fracassos (alguns casos de aplicação em pacientes

neurológicos);

PARÂMETROS da FES

Rampa ou tempo de subida do trem de pulsos

Tempo de contração muscular

Rampa ou tempo de descida do trem de pulsos

Tempo de repouso da contração muscular

Largura do impulso (ms)

Freqüência do impulso (Hz)

Intensidade da corrente (Ma)

Tempo de duração da estimulação (min.)

Relação Ton / Toff

FREQUÊNCIAS UTILIZADA NO FES

F inferior a 10 HZ → não permite contração muscular funcional eficiente

F superior a 50 Hz → produz fadiga muscular

Portanto, sugerem-se F que variam entre 10 e 50 Hz.

Ton / Toff

Ton = tempo de passagem de corrente

Toff = tempo sem passagem de corrente

Relação Ton / Toff

1 / 2 ou 1/3......................

Page 3: Aula_13_-_FES_e_NMES

PRECAUÇÕES

- Queimaduras químicas

- Interferências com marcapassos

- Desconforto se existe preservação sensitiva

- Dermatite alérgica a gel de contato

- Crises hipertensivas

INDICAÇÕES

• Facilitação neuromuscular

• Melhorar amplitude de movimentos e contraturas

• Fortalecimento muscular

• Controle da espasticidade: devido à........................

MECANISMOS IMEDIATOS: inibição recíproca e relaxamento do músculo

espástico e estimulação sensorial de vias aferentes.

MECANISMOS TARDIOS: agem na neuroplasticidade e são suscetíveis de

modificar as propriedades viscoelásticas musculares e favorecer a ação e o

desenvolvimento de unidades motoras de contração rápida.

CONTRA INDICAÇÕES

Osteoporose severa

Alterações cardiorrespiratórias ou circulatórias

Lesões tróficas

Limitações articulares

Obesidade

Epilepsia

Espasticidade muito severa

Instabilidade emocional

Intolerância ao estimulador elétrico

Idade abaixo de 15 anos ou acima de 50 anos

Page 4: Aula_13_-_FES_e_NMES

OBSERVAÇÕES

É importante a preparação psicológica do paciente para evitar falsas

esperanças nos resultados.

Enfermidades que acometem neurônio motor inferior e aquelas que

acometem placa motora Þ não respondem adequadamente com FES.

Lesões cerebrais e medulares altas Þ tem capacidade de resposta pelos

estímulos FES.

Diferença entre o FES e a NMES

Estimulação Elétrica Neuromuscular (NMES) – estimula o músculo através do seu nervo periférico intacto (Corrente Russa).

Estimulação Elétrica Funcional (FES) – atua sobre músculos desprovidos de controle motor ou com insuficiência contrátil.