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Aula 1 – Introdução Patrícia Nicolucci Aula 1 - 28/02 – 01/03 – 14/03/11 Departamento de Física Bacharelado em Física Médica Efeitos Biológicos das Radiações Ionizantes

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  • Aula 1 Introduo

    Patrcia Nicolucci

    Aula 1 - 28/02 01/03 14/03/11

    Departamento de FsicaBacharelado em Fsica Mdica

    Efeitos Biolgicos das Radiaes Ionizantes

  • Clula e DNA

    A clula o componente bsico para a formao dos tecidos vivos e cada componente celular desempenha uma funo especfica na clula.

    A informao gentica e funcional de cada clula se encontra na molcula de DNA, presente no ncleo da mesma.

  • Diferenciao celular

    Os diferentes tecidos so formados no processo de diferenciao celular, em que diferentes genes so ativados na clula.

    Quanto maior o grau de diferenciao de uma clula, menor sua capacidade

    de multiplicao.

    Exemplo: clulas nervosas.

    Por outro lado, quanto mais indiferenciada,

    maior a taxa de diviso celular.

    Exemplo:clulas da medula.

  • Ciclo celular

    A diferenciao celular se d atravs da expresso ou represso diferencial de genes no ciclo celular, composto, basicamente, de quatro fases:

    G1: expresso de genes e sntese de protenas e RNA Sntese: replicao do DNA G2: sntese de protenas Mitose: diviso da clula

  • Neoplasias

    Durante o processo de diviso celular, uma nova configurao celular pode ser criada. Nesse caso:

    Ponto de restrio em G1 pode impedir a replicao da clula e pode levar apoptose

    A clula de formao diferente da original, de origem patolgica, pode se multiplicar e dar origem a uma quantidade de tecido que no guarda semelhana funcional com o tecido original neoplasia

  • Neoplasias

    As neoplasias benignas e as neoplasias malignas tm, portanto, amesma origem.

    Neoplasias malignas vs. Neoplasias benignas

    Crescimento do nmero de clulas neoplsicas, que podem se

    espalhar para outros rgos ou tecidos, desenvolvendo uma

    metstase (a distncia)

    Crescimento do nmero de clulas neoplsicas, sem o desenvolvimento

    de metstases

  • Mutao gnica

    As mutaes podem resultar de uma alterao na seqncia dos nucleotdeos, ou de quebras e mudanas de posio dos fragmentos da molcula de DNA.

    Agentes mutagnicos: radiao ionizante, gs mostarda, o cido nitroso, o formaldedo, a nicotina.

  • Interao das radiaes ionizantes com os tecidos biolgicos

    A radiao ionizante deve interagir com o material celular para (poder) produzir algum efeito de mutao.

    Efeitos diretos: a radiao ionizante interage diretamente com a molcula de DNA (~ 20% dos casos)

  • Interao das radiaes ionizantes com os tecidos biolgicos

    Efeitos indiretos: a radiao ionizante interage com molculas de gua presentes no interior da clula (~ 80% dos casos)

    Atravs da radilise da gua ha formao de compostos que podem produzir danos ao DNA.

  • Estgio Fsico

    Ocorre para tempos 10-14 segundos

    Estgio de absoro e deposio de energia

    Excitao e ionizao dos compostos

    Estgio fsico-qumico: Ocorre para tempos de 10-14 a 10-12 segundos

    Quebra de ligaes

    Radilise da gua - formao de radicais livres

    Comea o dano qumico - radicais livres comeam a reagir

    Escala do tempo dos efeitos

  • Estgio qumico: Ocorre para tempos de 10-12 a 10-7 segundos

    Continua a reao dos radicais livres

    Formao de produtos txicos

    Comeam os danos ao RNA e DNA

    Enzimas so ativadas e desativadas

    Estgio biolgico: Ocorre para tempos de 10 segundos a 10 horas

    Completa-se a maioria das reaes

    Diminui a mitose das clulas irradiadas

    So bloqueadas reaes bioqumicas

    Rompimento de membrana celular.

    Escala do tempo dos efeitos

  • Escala do tempo dos efeitos

    Estgios qumico e biolgico coincidem:

    Ocorre para tempos de 10-3 a 10 segundos

    Formao de radicais secundrios e perxidos orgnicos

    Reaes bioqumicas so interrompidas

    Comea o reparo do DNA

  • Danos e reparo nas clulas

    Devido ao ponto de restrio no final de G1, as clulas so mais radioresistentes na fronteira entre G1/S e mais radiosensveis em G2 e na fase de mitose.

    Mecanismo de reparo celular!!!

    Mediado pelo gene supressor de

    tumor p53, que responsvel pelo

    checkpoint em G1 (reparo e apoptose)

    Danos letais: levam a um processo de morte celular (apoptose). Danos sub-letais: no levam morte da clula, mas podem produzir

    algum tipo de disfuno.

  • Parmetros qumicos que afetam a radiosensibilidade celular:

    Presena de antioxidantes;

    Teor hdrico;

    Presena de oxignio (OER).

    Parmetros biolgicos que afetam a radiosensibilidade celular: Estado fisiolgico ou metablico

    Fase do ciclo celular

    Diferenciao e taxa de proliferao (Lei de Bergoni e Tribondeau)

    Radiosensibilidade celular =

    Radiosensibilidade

    aoespecializ de graumittica atividade

  • Radiosensibilidade

    Parmetros fsicos que afetam a radiosensibilidade celular:

    Dose;

    Taxa de dose;

    Fracionamento;

    Tipo e energia da radiao: LET RBE

  • LET

    Linear Energy Transfer (LET): energia depositada por unidade de caminho percorrido (keV/m) pelas partculas diretamente ionizantes na matria

    dxd

    LET =

    x x x x x x x x

    x x x x x x

    alto LETbaixo LET x x

  • RBE

    Relative Biological Effectiveness (RBE): influncia da qualidade da radiao na produo do dano biolgico

    dano biolgico tomado como parmetro de comparao

    dose

    fracionamento

    LET

    tecido

    Aradiao

    ref de radiao

    DoseDose

    RBE =

  • Reparo

    Reoxigenao

    Redistribuio

    Repopulao

    Fracionamento vs. dose aguda

    reparo do dano subletal

    repopulao das clulas

    reoxigenao de clulas tumorais

    redistribuio de clulas nas fases radiosensveis do ciclo celular

    Fracionamento

    4 Rs da radiobiologia

    Poupa tecidos sadios

    Aumenta o dano no tumor

  • Os efeitos biolgicos podem ser classificados segundo: Tempo de manifestao:

    Efeitos Agudos:

    caractersticos de exposies a doses elevadas

    manifestam-se em, no mximo, dois meses (seres humanos) Exemplos: sndrome aguda de exposio radiao.

    Efeitos Tardios:

    caractersticos de exposies a pequenas doses

    manifestam-se em anos ou dezenas de anos (seres humanos)

    Exemplo: cncer.

    Classificao dos efeitos biolgicos

  • Sndrome da irradiao aguda

  • Sndrome da irradiao aguda

  • Tipo de clula atingida: Efeitos Somticos:

    alteraes provocadas pela interao da radiao ionizante com qualquer clula do organismo, exceto as reprodutivas

    manifestam-se no prprio indivduo irradiado

    Exemplos: cncer, catarata.

    Efeitos Genticos (hereditrios): Alteraes provocadas pela interao da radiao ionizante

    com as clulas reprodutivas do organismo

    Manifestam-se nos descendentes do indivduo irradiado

    Exemplos: mutaes genticas.

    Classificao dos efeitos biolgicos

  • Limiar de dose e probabilidade de ocorrncia:

    Efeitos Determinsticos (no-estocsticos): Apresentam um limiar de dose para sua ocorrncia

    A gravidade do efeito aumenta com o aumento da dose.

    Exemplos: eritema, catarata.

    Efeitos Estocsticos:

    No apresentam um limiar de dose para sua ocorrncia

    A probabilidade de ocorrncia aumenta com o aumento da dose

    Exemplo: cncer

    Classificao dos efeitos biolgicos

  • Limiares para danos determinsticos

  • Limitao de dose individual CNEN 3.01

  • Evoluo dos valores de limite de dose efetiva anual - ICRP

    1924 2520 mSv1935 360 mSv1946 150 mSv1956 50 mSv1990 20 mSv

    Mdulo 6- Proteo radiolgica

  • Fatores de Proteo Radiolgica

    Distncia Fator Geomtrico - Lei do inverso do quadrado da distncia. Atenuao no Ar

    Muito importante para radiao alfa e beta No desprezvel para radiao gama e X de baixa energia.

    Tempo Exposio instantnea

    Quanto menor o tempo de exposio, menor a dose.

    BlindagemEm geral: Chumbo para Gama e X Acrlico para Beta

    Materiais hidrogenados para nutrons.

    Mdulo 6- Proteo radiolgica

  • Proteo Radiolgica

    Objetivos: proteo dos indivduos e seus descendentes pessoal e coletivamente - e do meio ambiente contra os possveis danos provocados pelo uso da radiao ionizante.

    Visa fornecer um padro apropriado de proteo para o homem sem limitar os benefcios criados pela aplicao das radiaes ionizantes.

  • Princpios bsicos de radioproteo

    JustificaoTodas as prticas devem ser justificadas, levando a benefcios para o indivduo exposto

    ou para a sociedade e compensando possveis detrimentos relacionados.

    Limitao de doseExposies normais devem ser restringidas de modo que os limites de dose individuais

    no sejam ultrapassados.

    OtimizaoAs exposies ligadas a uma prtica devem ser otimizadas de forma as doses, o

    nmero de pessoas irradiadas e a probabilidade de ocorrncia de exposio sejam to baixas quanto razoavelmente exequveis, levando-se em conta fatores econmicos e sociais.

  • Caractersticas gerais dos efeitos biolgicos das radiaes ionizantes

    Especificidade: os efeitos biolgicos causados pela radiao ionizante no so especficos, ou seja, podem ser causados por outros agentes.

    Reversibilidade: dependente da dose, taxa de dose, tipo celular(mecanismo de reparo), percentual de tecido irradiado. Para efeitos de radioproteo, NO considerada reversibilidade de efeitos.

  • Transmissividade: efeitos a clulas somticas no so transmissveis. Os efeitos em clulas reprodutivas podem ser transmitidos para geraes futuras do indivduo irradiado.

    Tempo de latncia: perodo entre a exposio radiao e o aparecimento de efeitos. Varia inversamente com a dose de radiao. Efeitos imediatos Efeitos tardios

    Caractersticas gerais dos efeitos biolgicos das radiaes ionizantes

  • reparo correto

    DNA

    DNAlesado

    no reparo reparo errneo

    DNArestaurado

    DNAmutado

    clulanormal

    clulamutadavivel

    mortecelularapoptose

    clulasomtica

    clulagerminativa

    Efeitos biolgicos da radiaes ionizantes

    E

  • Aula 1 Introduo

    Patrcia Nicolucci

    Aula 1 - 28/02/11

    Departamento de FsicaBacharelado em Fsica Mdica

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