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MINISTRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE) DIREITOS HUMANOS TEORIA E EXERCCIOS
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO AULA 00 - DEMONSTRATIVA
PROF: RICARDO GOMES
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AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (AFT)
Contedo Programtico do Curso
AFT/MTE - DIREITOS HUMANOS:
AULA 1 1 Teoria geral dos direitos humanos. 1.1 Conceito, terminologia, estrutura normativa, fundamentao. 2 Afirmao histrica dos direitos humanos.
AULA 2 3 Direitos humanos e a responsabilidade do Estado. 4 Direitos humanos na Constituio Federal. 5 Documentos histricos brasileiros.
AULA 3 6 Institucionalizao dos direitos e garantias fundamentais. 7 Poltica nacional de direitos humanos. 8 Programas nacionais de direitos
Aula 00 Aula Demonstrativa
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humanos.
AULA 4 - 9 Globalizao e direitos humanos. 10 A proteo internacional dos direitos humanos. 11 Fundamentos dos direitos humanos. 12 Caractersticas dos direitos humanos no direito internacional. 13 Interpretao e aplicao dos tratados internacionais de proteo aos direitos humanos.
AULA 5 14 As trs vertentes da proteo internacional da pessoa humana. 14.1 Direitos humanos, direito humanitrio e direito dos refugiados. 15 A interligao entre o direito internacional e o direito interno na proteo dos direitos humanos. 16 A Constituio brasileira e os tratados internacionais de direitos humanos.
AULA 6 17 Sistema internacional de proteo dos direitos humanos. 18 Universalismo e relativismo cultural. 18.1 Precedentes histricos. 19 O sistema da liga das naes. 20 A Organizao Internacional do Trabalho (OIT). 21 Instrumentos internacionais de direitos humanos.
AULA 7 22 O ncleo de direito internacional dos direitos humanos. 22.1 Carta das Naes Unidas. 22.2 Declarao universal de direitos humanos. 22.3 Pacto internacional de direitos civis e polticos. 22.4 Pacto internacional de direitos econmicos, sociais e culturais. 22.5 Conveno internacional sobre a eliminao de todas as formas de discriminao racial. 22.6 Conveno sobre a eliminao de todas as formas de discriminao contra a mulher. 22.7 Conveno contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruis, desumanos ou degradantes. 22.8 Conveno sobre os direitos da criana. 22.9 Conveno internacional sobre a proteo de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas famlias.
AULA 8 23 Os limites dos direitos humanos na ordem internacional. 24 A natureza objetiva da proteo internacional dos direitos humanos. 25 Mecanismos de proteo contra as violaes de direitos humanos. 26 Responsabilidade internacional em matria de direitos humanos.
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AULA 9 27 Regra do esgotamento dos recursos internos na proteo dos direitos humanos. 28 Mecanismo unilateral e mecanismo institucional ou coletivo. 29 A proteo dos direitos humanos na ONU. 29.1 Sistemas convencional e extraconvencional da ONU.
AULA 10 30 Sistema europeu de direitos humanos. 31 Sistema interamericano de direitos humanos. 31.1 Comisso interamericana de direitos humanos e corte interamericana de direitos humanos. 31.2 Proteo dos direitos humanos no Mercosul. 32 Responsabilidade internacional dos estados por violaes de direitos sociais, econmicos e culturais.
AULA 11 33 Mecanismos coletivos e afirmao do indivduo como sujeito de direito internacional. 34 Implementao das decises de responsabilizao internacional do Estado por violao de direitos humanos. 35 Instrumentos e Normas Internacionais de Direitos Humanos. 35.1 Declarao Universal dos Direitos Humanos (Resoluo Assembleia ONU de 10.12.1948). 35.2 Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San Jos de Costa Rica, aprovada pelo Decreto Legislativo n 27, em 25.09.1992 e promulgada pelo Decreto n 678, de 06.11.1992).
AULA 12 36 A Auditoria Fiscal do Trabalho como agente de proteo e concretizao dos direitos fundamentais dos trabalhadores. 36.1 Segurana e Sade no Trabalho. 36.2 Combate reduo anloga ao trabalho escravo. 36.3 Discriminao e aes afirmativas. 36.4 Direitos da mulher, da Criana, do Adolescente e do Idoso. 36.5 Direito das Pessoas com Deficincia. 37 Programa Nacional de Direitos Humanos (Decreto n 7.037/2009 Eixos Orientadores II e III).
Breve Apresentao
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Prezado(as) Concurseiros(as) de Planto,
com muito prazer que inicio o Curso de Teoria e Exerccios de DIREITOS HUMANOS!
Para quem ainda no me conhece, segue a minha breve apresentao:
Meu nome RICARDO GOMES, sou Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), formado no ano de 2007. Dei o primeiro passo na caminhada pelos concursos pblicos no mesmo ano, quando fui aprovado exatamente no concurso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nos anos de 2006/2007. Aps isso, fui aprovado nos concursos do Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios (TJDFT), do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e da Controladoria-Geral da Unio (CGU), no ano de 2008. Por ltimo, logrei xito no concurso para o cargo de Procurador do Banco Central do Brasil (BACEN), em 2009/2010.
Assim, tambm sou concurseiro igual a vocs! Atire a primeira pedra quem no ou no foi! Rsrs.
Trabalhei por mais de 1 ano no TSE. Posteriormente, trabalhei no TJDFT e, desde 2008, atuo como Analista de Finanas e Controle da Controladoria-Geral da Unio (CGU).
Concurso AFT
Informaes teis do Edital de AFT 2013 e dos Cursos que sero ministrados:
1. Banca: CESPE.
2. Sero 100 VAGAS!!!
3. Direitos Humanos uma matria especfica que foi cobrada com muitos detalhes no edital 2013! Comentaremos todos os itens, ponto
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por ponto. Poder ser cobrada na prova DISCURSIVA!!
4. Ateno!
J aviso desde o incio que lanarei Curso de DISCURSIVAS para AFT, ok? O curso sair em breve, aguardem!
5. No Curso comentaremos todas as questes da Prova de 2013!
Metodologia e Contedo do Curso
Registro que nos Cursos de Direitos Humanos e de Legislao Especfica de concursos pretritos (TJDFT, CNJ, STJ, TST, TSE, MP/RJ, MP/PI, TREs, TRTs e TJs Estaduais) ns abarcamos, em todos eles, 100% das questes cobradas na prova! A nossa inteno repetir a mesma experincia nesse concurso de AFT-2013! Portanto, aos estudos!
Com o estudo desse material, voc, Aluno, no precisar preocupar-se com a aquisio de outros materiais adicionais ou Livros de Direitos Humanos e Cidadania. A dica estudar as Aulas Tericas, fazer os Exerccios Comentados, ler a lei seca e repetir os exerccios com gabarito.
Aconselho a ler o material pelo menos 3 VEZES, deixando 1 delas para a ltima semana antes da prova.
Uma das grandes vantagens dos Cursos do Ponto dos Concursos elaborados para determinados concursos (ex: AFT) a abordagem especfica de CADA PONTO DO EDITAL, fechando todas as lacunas possveis de matrias e questes a serem cobradas pelo examinador.
Os livros (doutrina), a despeito de trazerem uma maior vastido de assuntos, so muito pouco especficos, objetivos e direcionados para a sua prova. Por outro lado, os Cursos do Ponto, de uma maneira geral, tentam levar ao aluno os principais tpicos a serem cobrados na prova, com base em cada
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item do edital, com comentrios tericos e por meio de exerccios de fixao dos assuntos especificamente estudados nas aulas.
Seguindo a linha de nossos Cursos ministrados no Ponto dos Concursos, este Curso para ter um CARTER PRTICO, voltado para o que, efetivamente, vem sendo cobrado nas ltimas provas de concursos.
Alm do conhecimento e embasamento terico que o aluno tem que dominar, fundamental na preparao para concursos que o aluno faa e refaa quantos exerccios puder das matrias a ser estudadas, para que os conhecimentos apreendidos sejam verdadeiramente solidificados, aperfeioados e lapidados.
Prova disso que, mesmo aps ser realizada uma leitura atenta e debruada sobre determinado material, quando vamos responder s questes ficamos com um monto de dvidas. Parece at que no aprendemos direito, e ai dizemos: mas eu estudei isto? como no sei responder questo?
Nestes casos, o aluno aprende, mas s vezes a sua viso e entendimento no foi pontual, no memorizou os pontos mais relevantes, correndo o risco de errar questes relativamente fceis pela ausncia de prtica e por no ter visto o assunto com outros olhos, outro vis.
Desse modo, os exerccios propiciam exatamente isto aos alunos: lapidarem seus conhecimentos tericos para atentarem facetas no percebidas ao longo do estudo terico, alm tambm de revisarem e rememorarem a teoria.
A maioria dos exerccios sero por mim elaborados ou adaptados das bancas mais relevantes, sendo realizados na forma de ITENS Certos ou Errados e de questes j disponibilizadas pelas diversas bancas.
Desse modo, teremos uma parte terica, com destaques e dicas dos pontos altos, e uma lista de vrias questes comentadas!
Abarcaremos, ademais, os aspectos mais relevantes dos Direitos Humanos, trilha do que tem cobrado as organizadoras, evitando-se as
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indesejveis discusses terico-doutrinrias (ineficientes para provas!), pouco frutferas para o resultado almejado pelos concursandos, que saber o necessrio para gabaritar as questes de Direitos Humanos.
Predisponho-me a ser um orientador dos estudos de cada um de vocs, e no um Professor que passa o conhecimento eminentemente tcnico.
Ao final de cada aula, farei um RESUMO do assunto abordado, destacando os pontos mais relevantes.
Creio que, com a exaustiva resoluo de questes e com uma metodologia mais prtica e didtica, conseguiremos fechar a matria de Direitos Humanos! At porque comentaremos exaustivamente todos os pontos do Edital listados abaixo, sem qualquer lacuna.
Gente, assunto pra caramba!! Portanto, aos estudos!
Contedo do Curso:
DIREITOS HUMANOS: 1 Teoria geral dos direitos humanos. 1.1 Conceito, terminologia, estrutura normativa, fundamentao. 2 Afirmao histrica dos direitos humanos. 3 Direitos humanos e a responsabilidade do Estado. 4 Direitos humanos na Constituio Federal. 5 Documentos histricos brasileiros. 6 Institucionalizao dos direitos e garantias fundamentais. 7 Poltica nacional de direitos humanos. 8 Programas nacionais de direitos humanos. 9 Globalizao e direitos humanos. 10 A proteo internacional dos direitos humanos. 11 Fundamentos dos direitos humanos. 12 Caractersticas dos direitos humanos no direito internacional. 13 Interpretao e aplicao dos tratados internacionais de proteo aos direitos humanos. 14 As trs vertentes da proteo internacional da pessoa humana. 14.1 Direitos humanos, direito humanitrio e direito dos refugiados. 15 A interligao entre o direito internacional e o direito interno na proteo dos direitos humanos. 16 A Constituio brasileira e os tratados internacionais de direitos humanos. 17 Sistema internacional de proteo dos direitos humanos.
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18 Universalismo e relativismo cultural. 18.1 Precedentes histricos. 19 O sistema da liga das naes. 20 A Organizao Internacional do Trabalho (OIT). 21 Instrumentos internacionais de direitos humanos. 22 O ncleo de direito internacional dos direitos humanos. 22.1 Carta das Naes Unidas. 22.2 Declarao universal de direitos humanos. 22.3 Pacto internacional de direitos civis e polticos. 22.4 Pacto internacional de direitos econmicos, sociais e culturais. 22.5 Conveno internacional sobre a eliminao de todas as formas de discriminao racial. 22.6 Conveno sobre a eliminao de todas as formas de discriminao contra a mulher. 22.7 Conveno contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruis, desumanos ou degradantes. 22.8 Conveno sobre os direitos da criana. 22.9 Conveno internacional sobre a proteo de direitos de todos os migrantes trabalhadores e membros de suas famlias. 23 Os limites dos direitos humanos na ordem internacional. 24 A natureza objetiva da proteo internacional dos direitos humanos. 25 Mecanismos de proteo contra as violaes de direitos humanos. 26 Responsabilidade internacional em matria de direitos humanos. 27 Regra do esgotamento dos recursos internos na proteo dos direitos humanos. 28 Mecanismo unilateral e mecanismo institucional ou coletivo. 29 A proteo dos direitos humanos na ONU. 29.1 Sistemas convencional e extraconvencional da ONU. 30 Sistema europeu de direitos humanos. 31 Sistema interamericano de direitos humanos. 31.1 Comisso interamericana de direitos humanos e corte interamericana de direitos humanos. 31.2 Proteo dos direitos humanos no Mercosul. 32 Responsabilidade internacional dos estados por violaes de direitos sociais, econmicos e culturais. 33 Mecanismos coletivos e afirmao do indivduo como sujeito de direito internacional. 34 Implementao das decises de responsabilizao internacional do Estado por violao de direitos humanos. 35 Instrumentos e Normas Internacionais de Direitos Humanos. 35.1 Declarao Universal dos Direitos Humanos (Resoluo Assembleia ONU de 10.12.1948). 35.2 Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San Jos de Costa Rica, aprovada pelo Decreto Legislativo n 27, em 25.09.1992 e promulgada pelo Decreto n 678, de 06.11.1992). 36 A Auditoria Fiscal do Trabalho como agente de proteo e concretizao dos direitos fundamentais dos trabalhadores. 36.1 Segurana e Sade no Trabalho. 36.2 Combate reduo anloga ao trabalho escravo.
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36.3 Discriminao e aes afirmativas. 36.4 Direitos da mulher, da Criana, do Adolescente e do Idoso. 36.5 Direito das Pessoas com Deficincia. 37 Programa Nacional de Direitos Humanos (Decreto n 7.037/2009 Eixos Orientadores II e III).
Obs: Sempre aconselho aos alunos a acompanharem a parte aberta do Curso, no Campo AVISOS, espao onde postamos eventuais recados e informes durante a vigncia do Curso, inclusive de possveis alteraes nas datas das aulas.
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AULA DEMONSTRATIVA
Prezados Alunos, esta uma pequena Aula Demonstrativa de nosso Curso, apenas para iniciarmos o estudo da matria.
Foquem suas mentes e estudos para esse concurso de AFT! Vocs trabalharo, em breve, em uma das unidades do MTE espalhadas pelo pas! Tenham f e preparem-se para a futura posse...
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1. Direitos Humanos. Noes Gerais.
Evoluo histrica dos Direitos Humanos: Fundamentos; Caractersticas; Princpios.
Caros colegas, espero que estejam focados e animados no propsito de alcanar o to almejado cargo pblico! Assim sendo, no percamos mais tempo, em nossa aula demonstrativa abordarei temas muito interessantes, so eles: Evoluo histrica dos Direitos Humanos: Fundamentos; Caractersticas; Princpios.
Para tanto, nesta Aula Demonstrativa apenas iniciaremos os referidos pontos.
Gente, o assunto Direitos Humanos muito controverso e, grande parte do pblico j possui conceitos ou at mesmo pr-conceitos sobre o tema. Quem nunca questionou, em algum momento, as aes de representantes dos direito humanos? S protegem marginal! Nunca se levantam para beneficiar o cidado de bem!. Em contrapartida, quase ningum consegue definir o que realmente , e como surgiram os conceitos inerentes aos Direitos Humanos.
Ento vejamos: humano o indivduo que pertence espcie homo-sapiens (ou seja, homens, mulheres e crianas) e direito tudo aquilo que se garante a determinado grupo, uma prerrogativa. Ento, pode-se concluir que Direitos Humanos so todas as garantias e aes conferidas s pessoas pelo simples fato de pertencerem espcie humana.
Em sntese, os Direitos Humanos abarcam a maneira pela qual cada um de ns gostaria de ser tratados pelos nossos pares, com respeito e igualdade. Alm disso, trata-se do direito de ser respeitado por suas ideias e
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atitudes., engloba o direito de falar o que se pensa (liberdade de pensamento) e o de professar a sua f (liberdade religiosa).
Ainda, de acordo com Napoleo Casado Filho:
Direitos Humanos so um conjunto de direitos, positivados ou no, cuja finalidade assegurar o respeito dignidade da pessoa humana, por
meio da limitao do arbtrio estatal e do estabelecimento da igualdade nos pontos de partida dos indivduos, em um dado momento histrico.
Nesse sentido, os Direitos Humanos abarcam os seguintes conceitos fundamentais:
Direitos Humanos
Conjunto de Direitos
Respeito Dignidade da pessoa humana.
Limite ao arbtrio estatal e o estabelecimento de igualdade dos pontos de partida.
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Consoante Erivaldo da Silva Oliveira, os direitos humanos correspondem somatria de valores, de atos e de normas que possibilitam a todos uma vida digna.
De outro lado, Andr Carvalho Ramos ensina que Direitos Humanos podem ser conceituados como o conjunto mnimo de direitos necessrio para assegurar uma vida ao ser humano baseada na liberdade e na dignidade (Direitos Humanos em juzo).
Agora, ateno, de relevo ressaltar que as vrias fontes de produo e criao dos direitos humanos concorrem para um conceito em comum: a imperiosa necessidade de limitao e controle do Estado e a conseqente consagrao do primado da legalidade e da igualdade.
Em complemento, pode-se verificar que existem diversos tipos de direitos e leis aplicveis a determinados grupos de indivduos ou segmentos sociais. Por exemplo, a Lei 8.112/90 aplicvel somente aos servidores pblicos civis da Unio (Estatuto dos servidores federais); a Lei 8.666/90 aplicvel nos casos de licitaes pblicas.
No entanto, os Direitos Humanos so aplicveis igualitariamente a todos aqueles pertencentes espcie humana em qualquer lugar, independentemente de cor, etnia, pas, governo, classe social, idade etc. TODOS TM, EXATAMENTE, OS MESMOS DIREITOS!! No h castas, separao e diferenciao entre os humanos (todos so iguais perante a lei).
Com base nessas premissas, as Naes Unidas elencaram os direitos inerentes condio humana. Tais direitos foram insertos em um documento chamado Declarao Universal dos Direitos Humanos, transcrita a seguir:
DECLARAO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Adotada e proclamada pela resoluo 217 A (III) da Assemblia
Geral das Naes Unidas em 10 de dezembro de 1948
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Prembulo
Nenhuma disposio da presente Declarao pode ser interpretada
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do
direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
destinado destruio de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
estabelecidos.
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos
os membros da famlia humana e de seus direitos iguais e
inalienveis o fundamento da liberdade, da justia e da paz no
mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos
humanos resultaram em atos brbaros que ultrajaram a
conscincia da Humanidade e que o advento de um mundo em que
os homens gozem de liberdade de palavra, de crena e da
liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi
proclamado como a mais alta aspirao do homem comum,
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos
pelo Estado de Direito, para que o homem no seja compelido,
como ltimo recurso, rebelio contra tirania e a opresso,
Considerando essencial promover o desenvolvimento de relaes
amistosas entre as naes,
Considerando que os povos das Naes Unidas reafirmaram, na
Carta, sua f nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e
no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens
e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e
melhores condies de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a
desenvolver, em cooperao com as Naes Unidas, o respeito
universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a
observncia desses direitos e liberdades,
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Considerando que uma compreenso comum desses direitos e
liberdades da mis alta importncia para o pleno cumprimento
desse compromisso,
A Assemblia Geral proclama
A presente Declarao Universal dos Diretos Humanos como o ideal
comum a ser atingido por todos os povos e todas as naes, com o
objetivo de que cada indivduo e cada rgo da sociedade, tendo
sempre em mente esta Declarao, se esforce, atravs do ensino e
da educao, por promover o respeito a esses direitos e liberdades,
e, pela adoo de medidas progressivas de carter nacional e
internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua
observncia universais e efetivos, tanto entre os povos dos
prprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territrios
sob sua jurisdio.
Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
So dotadas de razo e conscincia e devem agir em relao umas
s outras com esprito de fraternidade.
Artigo II
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declarao, sem distino de qualquer espcie,
seja de raa, cor, sexo, lngua, religio, opinio poltica ou de outra
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condio.
Artigo III
Toda pessoa tem direito vida, liberdade e segurana pessoal.
Artigo IV
Ningum ser mantido em escravido ou servido, a escravido e o
trfico de escravos sero proibidos em todas as suas formas.
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Artigo V
Ningum ser submetido tortura, nem a tratamento ou castigo
cruel, desumano ou degradante.
Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida
como pessoa perante a lei.
Artigo VII
Todos so iguais perante a lei e tm direito, sem qualquer
distino, a igual proteo da lei. Todos tm direito a igual
proteo contra qualquer discriminao que viole a presente
Declarao e contra qualquer incitamento a tal discriminao.
Artigo VIII
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais
competentes remdio efetivo para os atos que violem os direitos
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituio ou pela
lei.
Artigo IX
Ningum ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audincia
justa e pblica por parte de um tribunal independente e imparcial,
para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de
qualquer acusao criminal contra ele.
Artigo XI
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser
presumida inocente at que a sua culpabilidade tenha sido provada
de acordo com a lei, em julgamento pblico no qual lhe tenham
sido asseguradas todas as garantias necessrias sua defesa.
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2. Ningum poder ser culpado por qualquer ao ou omisso que,
no momento, no constituam delito perante o direito nacional ou
internacional. Tampouco ser imposta pena mais forte do que
aquela que, no momento da prtica, era aplicvel ao ato delituoso.
Artigo XII
Ningum ser sujeito a interferncias na sua vida privada, na sua
famlia, no seu lar ou na sua correspondncia, nem a ataques sua
honra e reputao. Toda pessoa tem direito proteo da lei
contra tais interferncias ou ataques.
Artigo XIII
1. Toda pessoa tem direito liberdade de locomoo e residncia
dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer pas, inclusive o
prprio, e a este regressar.
Artigo XIV
1.Toda pessoa, vtima de perseguio, tem o direito de procurar e
de gozar asilo em outros pases.
2. Este direito no pode ser invocado em caso de perseguio
legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
contrrios aos propsitos e princpios das Naes Unidas.
Artigo XV
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Ningum ser arbitrariamente privado de sua nacionalidade,
nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrio de
raa, nacionalidade ou religio, tm o direito de contrair
matrimnio e fundar uma famlia. Gozam de iguais direitos em
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relao ao casamento, sua durao e sua dissoluo.
2. O casamento no ser vlido seno com o livre e pleno
consentimento dos nubentes.
Artigo XVII
1. Toda pessoa tem direito propriedade, s ou em sociedade com
outros.
2.Ningum ser arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito liberdade de pensamento, conscincia e
religio; este direito inclui a liberdade de mudar de religio ou
crena e a liberdade de manifestar essa religio ou crena, pelo
ensino, pela prtica, pelo culto e pela observncia, isolada ou
coletivamente, em pblico ou em particular.
Artigo XIX
Toda pessoa tem direito liberdade de opinio e expresso; este
direito inclui a liberdade de, sem interferncia, ter opinies e de
procurar, receber e transmitir informaes e idias por quaisquer
meios e independentemente de fronteiras.
Artigo XX
1. Toda pessoa tem direito liberdade de reunio e associao
pacficas.
2. Ningum pode ser obrigado a fazer parte de uma associao.
Artigo XXI
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu
pas, diretamente ou por intermdio de representantes livremente
escolhidos.
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao servio pblico do
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seu pas.
3. A vontade do povo ser a base da autoridade do governo; esta
vontade ser expressa em eleies peridicas e legtimas, por
sufrgio universal, por voto secreto ou processo equivalente que
assegure a liberdade de voto.
Artigo XXII
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito segurana
social e realizao, pelo esforo nacional, pela cooperao
internacional e de acordo com a organizao e recursos de cada
Estado, dos direitos econmicos, sociais e culturais indispensveis
sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXIII
1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, livre escolha de emprego,
a condies justas e favorveis de trabalho e proteo contra o
desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distino, tem direito a igual
remunerao por igual trabalho.
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remunerao justa
e satisfatria, que lhe assegure, assim como sua famlia, uma
existncia compatvel com a dignidade humana, e a que se
acrescentaro, se necessrio, outros meios de proteo social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar
para proteo de seus interesses.
Artigo XXIV
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitao
razovel das horas de trabalho e frias peridicas remuneradas.
Artigo XXV
1. Toda pessoa tem direito a um padro de vida capaz de
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assegurar a si e a sua famlia sade e bem estar, inclusive
alimentao, vesturio, habitao, cuidados mdicos e os servios
sociais indispensveis, e direito segurana em caso de
desemprego, doena, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de
perda dos meios de subsistncia fora de seu controle.
2. A maternidade e a infncia tm direito a cuidados e assistncia
especiais. Todas as crianas nascidas dentro ou fora do
matrimnio, gozaro da mesma proteo social.
Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito instruo. A instruo ser gratuita,
pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instruo
elementar ser obrigatria. A instruo tcnico-profissional ser
acessvel a todos, bem como a instruo superior, esta baseada no
mrito.
2. A instruo ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento
da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos
direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instruo
promover a compreenso, a tolerncia e a amizade entre todas as
naes e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvar as atividades
das Naes Unidas em prol da manuteno da paz.
3. Os pais tm prioridade de direito n escolha do gnero de
instruo que ser ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida
cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do
processo cientfico e de seus benefcios.
2. Toda pessoa tem direito proteo dos interesses morais e
materiais decorrentes de qualquer produo cientfica, literria ou
artstica da qual seja autor.
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Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em
que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declarao
possam ser plenamente realizados.
Artigo XXIX
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o
livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade possvel.
2. No exerccio de seus direitos e liberdades, toda pessoa estar
sujeita apenas s limitaes determinadas pela lei, exclusivamente
com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer s justas exigncias
da moral, da ordem pblica e do bem-estar de uma sociedade
democrtica.
3. Esses direitos e liberdades no podem, em hiptese alguma, ser
exercidos contrariamente aos propsitos e princpios das Naes
Unidas.
Artigo XXX
Nenhuma disposio da presente Declarao pode ser interpretada
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do
direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
destinado destruio de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
estabelecidos.
Aspectos Histricos iniciais dos Direitos Humanos.
bom destacar que, para os direitos humanos consolidarem-se e serem aceitos atualmente como universais a toda espcie humana, foram necessrios muitos sculos at o estgio atual. Alis, a construo desses
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conceitos sofreu alteraes durante a formao e reconstruo das instituies humanas. Esses aspectos sero devidamente abordados no tpico 2 desta aula.
No incio da conformao de nossas sociedades, os direitos humanos no existiam. Diversas cidades guerreavam entre si, sendo que os ganhadores vendiam os vencidos como escravos e praticavam as mais variadas barbaridades. Nesse sentido, caso voc estivesse do lado vitorioso Tava tudo dominado era s Festa. Mas, meu amigo, caso voc tivesse o azar de estar do lado do perdedor Tava lascado.
At que, um homem Ciro o grande decidiu mudar aquele estado de coisas. Depois de conquistar a Babilnia, ele fez algo completamente impensvel na poca: libertou todos os escravos. Tambm anunciou que todas as pessoas eram livres para professar sua prpria religio. Ento, suas palavras foram registradas em um tablete de barro denominado cilindro de Ciro. Assim nasceram os direitos humanos.
Com o tempo, os conceitos criados no momento explicitado no pargrafo anterior disseminaram-se em vrias outras culturas. Alm disso, foi percebido que as pessoas seguiam determinadas leis que no necessariamente eram expressas, identificando-se dessa forma uma maneira de agir peculiar a todos. Definiu-se esse modo de comportar-se em sociedade como Lei Natural. bom frisar que, com o tempo, o conceito de Lei Natural transmutou para Direito Natural. No entanto, essas leis, no raramente, eram ignoradas por aqueles que detinham o poder.
Todavia, na Inglaterra, no ano de 1215 d.c, o Rei Joo sem terra foi obrigado a assinar a Magna Carta documento que, basicamente, limitou o poder monrquico. Esse o primeiro instrumento1 de defesa dos indivduos que pode ser considerado referncia para os futuros tratados sobre direitos humanos.
1 Embora com um forte vis econmico porquanto focava na proibio de arbitrariedades na cobrana
de impostos por parte do monarca.
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Assim, com a instituio da Magna Carta, o rei reconhecia e era compelido a no violar determinados direitos dos seus sditos. Foi um passo importante, mas no o decisivo porquanto no consolidou o direito a todos os indivduos. Tanto assim que, com a descoberta das Amricas, os nativos no recebiam o tratamento humanitrio devido. Muitos povos foram exterminados. Alm disso, a escravido ainda continuou sendo prtica aceitvel, oficialmente, em nosso pas at o ano de 1888.
Seguindo a ordem de acontecimentos no tempo, acerca da evoluo dos Direitos Humanos na Histria, Norberto Bobbio, em sua obra Dicionrio de Poltica, esclarece que a Inglaterra e a Frana tiveram papel importante na vitria do cidado sobre o poder, assim:
O constitucionalismo moderno tem, na promulgao de um texto
escrito contendo uma declarao dos Direitos Humanos e de
cidadania, um dos seus momentos centrais de desenvolvimento e
de conquista, que consagra as vitrias do cidado sobre o poder.
Usualmente, para determinar a origem da declarao no plano
histrico, costume remontar Dclaration des droits de l`homme
et du citoyen, votada pela Assemblia Nacional francesa em 1789,
na qual se proclamava a liberdade e a igualdade nos direitos de
todos os homens, reivindicavam-se os seus direitos naturais e imprescritveis (a liberdade, a propriedade, a segurana, a resistncia opresso), em vista dos quais se constitui toda a
associao poltica legtima. Na realidade, a Dclaration tinha dois
grandes precedentes: os Bills of rights de muitas colnias
americanas que se rebelaram em 1776 contra o domnio da
Inglaterra e o Bill of rights ingls, que consagrava a gloriosa
revoluo de 1689.
(...)
Durante a Revoluo Francesa foram proclamadas outras
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Dclarations (1793,1795): interessante a de 1793 pelo seu carter
menos individualista e mais social em nome da fraternidade, e a de
1795, porque ao lado dos direitos so precisados tambm os
deveres, antecipando assim uma tendncia que tomar corpo no
sculo XIX (podemos pensar nos Doveri dell`uomo, de Mazzini); a
prpria Constituio italiana tem como ttulo da primeira parte
Direitos e deveres do cidado.
Nesse ponto, podemos citar um grande marco histrico, importantssimo para os Direitos Humanos, o ILUMINISMO. As ideias que permeavam os iluministas robusteceram o que veio a ser outro marco, a REVOLUO FRANCESA, que pode ser considerada mais abrangente e importante que a REVOLUO AMERICANA, porquanto seu carter UNIVERSAL.
Ou seja, a Revoluo Francesa teve um carter universal, pois no houve restries de qualquer natureza porque os direitos eram extendidos a todos. Nesse sentido, a 1 Carta redigida nesse momento histrico atribua a todos o direito LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. O objetivo era proteger o indivduo da arbitrariedade do Estado. Outro marco da escalada dos Direitos Humanos ser o fim da 2 Guerra mundial a ser comentado mais adiante.
Outro ponto fundamental para o nosso estudo a instituio, em 07 de junho de 1628, na Inglaterra, do documento Petition of Rights. Esse documento impunha ao soberano restries, como a cobrana e/ou aumento de impostos sem a autorizao parlamentar, a priso de indivduos sem julgamento justo e lei marcial. Portanto, os pontos insertos na Petition of Rights submetiam e condicionavam a autoridade do Rei ao controle e autorizao do Parlamento Ingls. Aqui, mais uma vez, fica patente a ideia de proteger o indivduo de aes arbitrrias do Estado e das autoridades.
Portanto, pode-se considerar o documento Petition of Rights
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como sendo o embrio do sistema de freios e contrapesos, ou seja, a existncia de Poderes autnomos que, ao mesmo tempo, harmonizam-se.
Nessa direo, importante que abordemos tambm a criao do Habeas Corpus Act em 1679. Esse documento visava proteger a liberdade de locomoo encontrando-se presente no ordenamento jurdico de diversos pases at os dias atuais. Nesse sentido, conforme o disposto no Habeas Corpus Act de 1679, a reclamao ou requerimento escrito de determinado indivduo - ou a favor de algum sdito preso (ou acusado da autoria de algum crime) - era submetida apreciao do magistrado.
Ademais, de grande relevo destacar o documento denominado Bill of Rights. Essa carta de diretios instituda em 16 de dezembro de 1689 garantia, na Inglaterra, a supremacia do Parlamento sobre a vontade do soberano. Nesse sentido, objetivava-se diminuir os abusos cometidos pela nobreza com relao aos sditos. Dessa maneira, o Bill of Rights, em sua essncia, procurava blindar a liberdade, a vida, a propriedade privada e o poder parlamentar.
Amigos, mas a histria, s vezes d uma pequena virada de tempos em tempos. Um jovem oficial francs, de nome Napoleo, no concordava muito com os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Na realidade, ele tinha em mente um plano para derrubar a democracia francesa, coroar-se imperador e dominar o mundo.
Quase conseguiu, mas a Europa juntou foras e o derrotou. S um comentrio nesse ponto, os planos napolenicos, salvo melhor juzo, at que no foram ruins para os brasileiros tendo em vista que a expanso de Napoleo no continente europeu forou a famlia portuguesa a exilar-se (com toda sua crte, no Brasil). Esse fato ajudou sobremaneira o desenvolvimento de nosso pas2. Vamos prosseguir com nossa matria.
Aps a derrota de Napoleo, os Direitos Humanos voltaram a ser
2 Para os curiosos sobre o tema, recomendo a leitura do livro 1808 de autoria do escritor Laurentino Gomes.
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um tema importante na pauta mundial. Houve a assinatura de muitos acordos internacionais que consolidaram os direitos humanos na Europa. No entanto, como j foi colocado, s na Europa. O restante do mundo era consumido em suas riquezas (tanto materiais como culturais). Os habitantes das Colnias, principalmente os nativos das Amricas e frica, em sua maioria eram mortos ou escravizados pelos imprios europeus em crescimento.
Com o tempo, vrias colnias europeias nas Amricas se revoltaram conseguindo sua independncia, quase sempre de maneira violenta. Nesse ambiente conturbado, um homem se destacou na luta a favor dos direitos humanos: Mahatma Gandhi, que liderou o povo indiano em uma revoluo pacfica contra a opresso do imprio Britnico. Nesse sentido, insistiu que todos os povos do mundo tinha o direito de serem respeitados, no s os europeus. Por fim, mesmo os europeus comearam a concordar com essa ideia.
Todavia, mais uma vez, as coisas no transcorreriam de forma tranquila, 2 Guerras eclodiram. Na 2 grande guerra, o nazismo tomou fora. O conceito de superioridade entre raas (?!) cresceu na Alemanha nazista. Esse julgamento equivocado levou ao extermnio de milhes de judeus e pessoas de diversas naes. O flagelo humano extendeu-se toda a Europa. O mundo nunca havia presenciado destruio de tamanha magnitude.
Com o fim da guerra e derrota da Alemanha nazista e de seus aliados, as naes vencedoras pensaram em vrios mecanismos que evitassem uma catstrofe da mesma natureza no futuro e mantivessem a paz no mundo. Um deles foi a criao das Naes Unidas (ONU), que primava pelo fortalecimento dos Direitos Humanos. Portanto, podemos considerar o fim da 2 grande guerra e a criao das Naes Unidas o 3 Marco histrico na evoluo dos Direitos Humanos juntamente com o Iluminismo e a Revoluo Francesa.
importante destacar que a criao das Naes Unidas teve como foco no apenas a manuteno da paz internacional, mas tambm desenvolver a igualdade entre os povos. Isso porque a reduo das desigualdades fator
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sine qua non para a paz entre os Estados.
Apesar de todo esse histrico de aes que corroboraram para a afirmao de valores de respeito vida e liberdade, os documentos at ento convencionados conceituavam os direitos humanos, no raramente, de pespectivas diferentes. Com o intuito de consolidar os conceitos, em 10 de dezembro de 1948, foi Adotada e proclamada, pela resoluo 217 A (III) da Assemblia Geral das Naes Unidas, a Declarao Universal dos Direitos Humanos.
Pessoal, bom deixar claro que, apesar de toda essa evoluo conceitual, muitos desses direitos no so respeitados. O fato que a Declarao Universal dos Direitos Humanos NO TEM fora de lei, portanto tem carter apenas enunciativo e principiolgico! Entretanto, a Declarao Universal dos Direitos Humanos RECOMENDA que todos os pases integrantes da ONU sigam seus preceitos.
Alm de ser uma RECOMENDAO, a Declarao Universal dos Direitos do Homem de 1948 tambm se afigura como um CERTIFICADO DE PRINCPIOS HUMANITRIOS que devem ser seguidos. Apesar de no possuir carter vinculante e com fora de lei, a Declarao de 1948 hoje o principal instituto de proteo do indivduo.
Em resumo, a Declarao Universal dos Direitos Humanos no vinculante, no tem fora de lei, mas guarda apenas um carter enunciativo, de recomendao e princpios gerais a serem aplicveis por cada Estado.
Por fim, cabem os seguintes comentrios acerca dos fundamentos dos direitos humanos. Primeiro, ponto pacfico nessa conversa que os direitos humanos esto fudamentados na DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Tambm, da Declarao Universal dos Direitos Humanos, decorrem 3 princpios fundamentais:
1) Inviolabilidade da pessoa humana;
2) Autonomia da pessoa humana;
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3) Dignidade da pessoa humana.
No entanto, diversos tericos que se debruaram sobre o tema formaram dois grupos com pensamentos opostos. Uns abraaram o POSITIVISMO e outros o JUSNATURALISMO, como fundamentos dos Direitos Humanos.
Fundamentos dos Direitos Humanos:
Positivistas;
Jusnaturalistas.
Na defesa do POSITIVISMO temos dois renomados autores: Hans Kelsen e Norberto Bobbio. Suas obras defendem a historicidade do direito, ou seja, o direito NO tem carter absoluto, ele mutvel (de acordo com a evoluo das sociedades e seus pontos de vista) no que concerne cultura, moral, economia etc. Portanto, na viso desses autores, incuo atribuir um carter imutvel, ou at mesmo eterno no tempo e no espao aos regramentos que orientam as diversas sociedades. De acordo com Norberto Bobbio, os direitos humanos no nascem todos de uma vez, nem de uma vez por todas.
Alm disso, o Positivismo defende o carter coercivo das normas. Para os positivistas, no h que se falar de eficcia de um dispositivo caso o no possa ser imposto aos indivduos. Ora, se uma norma no obrigatria, no passa de mera expectativa de conduta, tornando o futuro desse regramento bastante incerto. Nesse sentido, os positivistas defendem a insero dos dispositivos relacionados aos direitos humanos na Lei mxima de cada Estado (nas Constituies). Alm disso, os mesmo dispositivos devem ser insertos em tratados e convenes internacionais de direitos humanos para solidificar seus preceitos.
Nesse sentido, Norberto Bobbio aventa que, tendo em vista a superao da fase de positivao dos direitos humanos, o foco deva ser demovido da fundamentao para a efetividade dos mesmos. Ou seja, devem
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ser pensados mecanismos para a real aplicao dos direitos humanos.
J o JUSNATURALISMO, defendido por autores como Dalmo de Abreu Dallari e Fbio Konder Comparato, apontam o indivduo como centro e fundamento absoluto dos direitos humanos. Assim, nem o tempo, nem a diversidade de culturas, nem a localizao geogrfica podem extirpar do ser humano seus direitos. Nesse sentido, a dignidade do ser humano alada a princpio intangvel que deve ser resguardado por todos.
Essa linha de pensamento mostra-se bastante coerente, porquanto toda prtica que mutila, diminui ou exclui indivduos colabora para o flagelo humano, para a dor das pessoas. Ento, tudo que implicar em dor aos indivduos deve ser totalmente condenado pela humanidade. Seguindo esse raciocnio, os direitos humanos no foram criados pelos homens ou mesmo pelos Estados, eles j existiam como pressupostos inerentes pessoa humana.
Dessa forma, os direitos humanos deveriam ser um conjunto de normas asseguradoras do bem-estar humano primando por sua dignidade (juno dos 2 fundamentos dos Direitos Humanos: Positivista e Jusnaturalista).
Ainda com relao aos fundamentos dos direitos humanos importante conhecer dois pensamentos (divergentes tambm) acerca do assunto: o UNIVERSALISMO e o RELATIVISMO. Em uma breve sntese pode-se dizer que o UNIVERSALISMO adere ao JUSNATURALISMO e o RELATIVISMO ao POSITIVISMO.
Assim, no pensamento Universalista, os direitos humanos esto em patamar acima das Leis, da cultura, do Estado. Tambm plausvel a aplicao da coercitividade para obrigar um Estado soberano a seguir os ditames insertos na Declarao Universal dos Direitos Humanos.
O Relativismo ope-se s concluses externalizadas pelo pensamento Universalista. Segundo a linha do Relativismo, o Direito uma produo cultural dependente do desenvolvimento dos povos na histria. Nesse sentido, h que se respeitar o multiculturalismo e a soberania dos
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povos. Universalizar os direitos humanos seria impor uma lgica crist e ocidental ao restante do globo.
Na prxima Aula daremos continuidade ao nosso estudo de Direitos Humanos.
Pessoal, este foi apenas um aperitivo. Na prxima Aula continuaremos nosso estudo!
De todo modo, curtam alguns exerccios!!!!
Abaixo 2 listas de Exerccios: a 1 com comentrios e a 2 apenas com gabarito.
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EXERCCIOS COMENTADOS
QUESTO 1 (Delegado de Polcia/2003/SP): Assinale o documento que no se relaciona aos antecedentes formais das declaraes de direito:
a) Magna Carta (1215) b) Petition of Rights (1628) c) Habeas Corpus Act (1679) d) Chart of Liberties (1732) COMENTRIOS: Essa tranquila, como visto Chart of Liberties o nico documento que no considerado um antecedente formal das declaraes de direito.
RESPOSTA CERTA: D
QUESTO 2 (Delegado de Polcia/2000/SP): Tecnicamente a Declarao Universal dos Direitos do Homem (1948) constitui:
a) um acordo internacional; b) uma recomendao c) um tratado internacional; d) um pacto. COMENTRIOS: Na aula vimos que a Declarao Universal dos Direitos do Homem no tem fora de lei. Assim sendo, opcional a aderncia do Estado as suas regras. No entanto, RECOMENDADO que as naes integrantes da ONU respeitem esse
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regramento. A Declarao Universal dos Direitos do Homem , portanto, uma RECOMENDAO.
RESPOSTA CERTA: B
EXERCCIOS com GABARITO
QUESTO 1 (Delegado de Polcia/2003/SP): Assinale o documento que no se relaciona aos antecedentes formais das declaraes de direito:
a) Magna Carta (1215) b) Petition of Rights (1628) c) Habeas Corpus Act (1679) d) Chart of Liberties (1732)
QUESTO 2 (Delegado de Polcia/2000/SP): Tecnicamente a Declarao Universal dos Direitos do Homem (1948) constitui:
e) um acordo internacional; f) uma recomendao g) um tratado internacional; h) um pacto.
GABARITOS OFICIAIS
1 2 D B
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RESUMO DA AULA
Os Direitos Humanos abarcam a maneira pela qual cada um de ns gostaria de ser tratados pelos nossos pares, com respeito e igualdade. Alm disso, trata-se do direito de ser respeitado por suas ideias e atitudes., engloba o direito de falar o que se pensa (liberdade de pensamento) e o de professar a sua f (liberdade religiosa), fundamentando-se na dignidade da pessoa humana.
Nesse sentido, os Direitos Humanos abarcam os seguintes conceitos fundamentais:
Os Direitos Humanos so aplicveis igualitariamente a todos
Direitos Humanos
Conjunto de Direitos
Respeito Dignidade da pessoa humana.
Limite ao arbtrio estatal e o estabelecimento de igualdade dos pontos de partida.
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aqueles pertencentes espcie humana em qualquer lugar, independentemente de cor, etnia, pas, governo, classe social, idade etc. TODOS TM, EXATAMENTE, OS MESMOS DIREITOS!! No h castas, separao e diferenciao entre os humanos (todos so iguais perante a lei).
A Declarao Universal dos Direitos Humanos o documento que elenca os direitos inerentes condio humana. No tem fora de lei, mas com carter de recomendao a todos os pases integrantes da Organizao das Naes Unidas ONU.
No incio da conformao de nossas sociedades, os direitos humanos no existiam. Diversas cidades guerreavam entre si, sendo que os ganhadores vendiam os vencidos como escravos e praticavam as mais variadas barbaridades.
A Magna Carta de 1215 limitou o poder monrquico. Este documento considerado o 1 instrumento de defesa dos indivduos e referncia para os futuros tratados sobre direitos humanos.
Os ideais ILUMINISTAS fundamentaram revoltas populares dentre as quais se destacam a REVOLUO FRANCESA, de carter UNIVERSAL (LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE) e a REVOLUO AMERICANA.
O Petition of Rights (07 de junho de 1628 na Inglaterra) foi o documento que imps ao soberano restries, como a cobrana e/ou aumento de impostos sem a autorizao parlamentar, a priso de indivduos sem julgamento justo e lei marcial. Portanto, os pontos insertos no Petition of Rights submetiam e condicionavam a autoridade do Rei ao controle e autorizao do Parlamento Ingls.
O Habeas Corpus Act de 1679 protegeu a liberdade de locomoo sendo que se encontra presente no ordenamento jurdico de diversos pases at os dias atuais.
O Bill of Rights foi o documento que buscava blindar a liberdade, a vida, a propriedade privada e o poder parlamentar.
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O fim da 2 grande guerra e a criao das Naes Unidas foram o 3 marco histrico na evoluo dos Direitos Humanos, juntamente com o Iluminismo e a Revoluo Francesa.
A Declarao Universal dos Direitos Humanos no vinculante, no tem fora de lei, mas guarda apenas um carter enunciativo, de recomendao e princpios gerais a serem aplicveis por cada Estado.
Da Declarao Universal dos Direitos Humanos, decorrem 3 princpios fundamentais:
1) Inviolabilidade da pessoa humana;
2) Autonomia da pessoa humana;
3) Dignidade da pessoa humana.
Fundamentos dos Direitos Humanos:
Positivistas;
Jusnaturalistas.
POSITIVISMO:
a) Mutvel;
b) Carter coercitivo das normas;
c) Foco na efetividade dos direitos humanos
JUSNATURALISMO:
a) Indivduo como centro e fundamento absoluto dos direitos humanos;
b) Foco na dignidade do ser humano;
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c) Os direitos humanos independem da cultura e da histria especfica de cada povo;
d) Os direitos humanos j existiam antes mesmo da positivao das normas.
O UNIVERSALISMO adere ao JUSNATURALISMO e o RELATIVISMO ao POSITIVISMO.
UNIVERSALISMO:
a) Direitos humanos acima da Lei, da cultura e do Estado;
b) Considera plausvel a aplicao da coercitividade para obrigar um Estado soberano a seguir os ditames insertos na Declarao Universal dos Direitos Humanos.
RELATIVISMO:
a) O Direito uma produo cultural dependente do desenvolvimento dos povos na histria;
b) Considera necessrio respeitar o multiculturalismo e a soberania dos povos;
c) Contra a universalizao dos direitos humanos.
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REFERNCIAS
BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 33. ed. So Paulo: Saraiva, 2010.
Nestor Sampaio Penteado Filho. Direitos Humanos Doutrina Legislao: quarta edio;
Napoleo Casado Filho. Direitos Humanos Fundamentais. 2012
Erival da Silva Oliveira. Direito Constitucional - Direitos Humanos terceira edio revisada e atualizada.
Norberto Bobbio, Nicola Matteucci, Gianfranco Pasquino. Dicionrio de Poltica Volume 1 dcima terceira edio.
Site: www.humanrights.com