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Contabilidade Geral Auditor Fiscal do Trabalho do MTE Teoria e Exercícios – Aula 00 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcurs os.com.br | Professor Marcelo Seco 1  Bem vindos!!! Alunas e alunos do Ponto, olá! É com muito prazer que passo a acompanhá-los em sua preparação para a obtenção de uma das vagas para cargo de Auditor Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho –MTE. Sou Marcelo Gonçalves Seco, e vamos tratar nas próximas aulas do conteúdo programático de Contabilidade Geral - incluindo Análise das Demonstrações - previsto para a nossa prova, com base no último edital, publicado para o concurso de 2013. Antes, algumas palavras sobre mim: sou Paulistano, graduado em Sistemas de Informação e pós-graduado em Engenharia de Software. Minha experiência no mundo dos concursos começou em 1992, ano em que fui aprovado em concursos para a Sabesp (Analista de Sistemas), Cetesb (Analista Administrativo) e Comgás (Analista Financeiro). Na época, embora tivesse passado em primeiro lugar na Comgás, acabei optando pela Sabesp, onde trabalhei por alguns anos. Em determinado momento resolvi sair da Sabesp para a iniciativa privada (sim, isso acontece, meus caros). Em meus anos no setor privado ocupei os cargos de Diretor Administrativo e Diretor Financeiro, o que me proporcionou adquirir um vasto leque de conhecimentos. Em janeiro de 2009 retomei a vida de concurseiro e, tendo sido aprovado no primeiro concurso para APOFP da Sefaz SP, voltei ao serviço público. Em 2012 fui aprovado no concurso para AFTM de São Paulo, cargo que exerci até há pouco tempo. Atualmente sou Agente Fiscal de Rendas na Sefaz SP. Nos últimos cinco anos tenho estado imerso nesse mundo e angariei conhecimento sobre as matérias que precisamos estudar e também sobre a forma correta de nos prepararmos para as provas. É esse conhecimento, associado à minha experiência como professor e instrutor em diversos cursos e palestras, que pretendo dividir com vocês. Aula 00 – Estrutura Conceitual – CPC 00

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  • Contabilidade Geral Auditor Fiscal do Trabalho do MTE Teoria e Exerccios Aula 00

    Professor Marcelo Seco

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    Bem vindos!!!

    Alunas e alunos do Ponto, ol!

    com muito prazer que passo a acompanh-los em sua preparao para a

    obteno de uma das vagas para cargo de Auditor Fiscal do Trabalho do

    Ministrio do Trabalho MTE.

    Sou Marcelo Gonalves Seco, e vamos tratar nas prximas aulas do contedo

    programtico de Contabilidade Geral - incluindo Anlise das

    Demonstraes - previsto para a nossa prova, com base no ltimo edital,

    publicado para o concurso de 2013.

    Antes, algumas palavras sobre mim: sou Paulistano, graduado em Sistemas de

    Informao e ps-graduado em Engenharia de Software. Minha experincia no

    mundo dos concursos comeou em 1992, ano em que fui aprovado em

    concursos para a Sabesp (Analista de Sistemas), Cetesb (Analista

    Administrativo) e Comgs (Analista Financeiro). Na poca, embora tivesse

    passado em primeiro lugar na Comgs, acabei optando pela Sabesp, onde

    trabalhei por alguns anos. Em determinado momento resolvi sair da Sabesp

    para a iniciativa privada (sim, isso acontece, meus caros). Em meus anos no

    setor privado ocupei os cargos de Diretor Administrativo e Diretor Financeiro, o

    que me proporcionou adquirir um vasto leque de conhecimentos.

    Em janeiro de 2009 retomei a vida de concurseiro e, tendo sido aprovado no

    primeiro concurso para APOFP da Sefaz SP, voltei ao servio pblico. Em 2012

    fui aprovado no concurso para AFTM de So Paulo, cargo que exerci at h

    pouco tempo. Atualmente sou Agente Fiscal de Rendas na Sefaz SP.

    Nos ltimos cinco anos tenho estado imerso nesse mundo e angariei

    conhecimento sobre as matrias que precisamos estudar e tambm sobre a

    forma correta de nos prepararmos para as provas. esse conhecimento,

    associado minha experincia como professor e instrutor em diversos cursos e

    palestras, que pretendo dividir com vocs.

    Aula 00 Estrutura Conceitual CPC 00

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    Muito bem! Vamos preparar nosso curso com foco no ltimo edital da Cespe,

    realizado em 2013. Provavelmente teremos uma boa quantidade de vagas e,

    embora tenhamos um bom perodo para que nos preparemos, no temos

    tempo a perder! Muito cedo para comear? Claro que no!!! Estamos no

    momento ideal.

    De qualquer forma teremos que laborar arduamente, porque nosso objetivo

    no ser obter o mnimo, mas garantir a maioria dos pontos em

    contabilidade na prova objetiva, e para isso que trabalharei com vocs.

    Temos que trabalhar durante as aulas com uma meta de 90% de acertos para

    que, na prova, obtenhamos entre 75% e 80%.

    Vamos l! Vasculhei todas as provas de contabilidade da Cespe realizadas

    entre 2010 e 2013, e vou resolver com vocs todas essas questes (desde que

    se refiram ao contedo exigido, claro). Optei por deixar de lado provas

    anteriores a 2010, para ficarmos atualizados com as tendncias do

    examinador, mas se necessrio utilizarei algumas questes mais velhas,

    sempre com o cuidado de no inserir material obsoleto.

    Ento s resolveremos questes da Cespe? No, meus caros!!! Em alguns

    momentos teremos que trabalhar questes de outras bancas, para fixar o

    contedo, mas a quantidade de questes da Cespe que faremos j ser

    suficiente para vocs se adequarem ao estilo e ao nvel de dificuldade imposto

    pelos examinadores da banca.

    Cada uma de nossas aulas ter uma parte inicial terica, na qual abordaremos

    os aspectos essenciais relacionados ao tema. Aps isso, apresentarei um bloco

    de questes resolvidas sobre o assunto. No final de cada aula existir a lista

    das questes utilizadas. O texto terico e a resoluo das questes tero

    sempre um tamanho equilibrado, o que lhes permitir assimilar o contedo

    com tranquilidade.

    Na ltima aula eu disponibilizarei um resumo com dicas e observaes que

    julgo importantes sobre os temas mais explorados pela banca, material que

    dever ser carregado no seu bolso na reta final para a prova, para ser lido

    vrias vezes.

    Nosso Curso

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    Meus caros, nas duas ltimas semanas que precedem a prova vocs devem ter

    um material pronto para ser usado na reviso. Durante as aulas, anotem os

    pontos em que sentiram maior dificuldade, isso far parte do seu caderno de

    reta final.

    Quero que faam o seguinte: nas duas ltimas semanas vocs vo estudar

    seus resumos duas vezes (uma vez em cada semana) isso ser essencial.

    Para tanto, devem comear a se organizar desde j, em todas as matrias.

    Ao final do curso eu pretendo que vocs estejam prontos e seguros para

    DESTRUIR a sabatina de contabilidade da Cespe (ou do Cespe, se formos

    mais puristas na utilizao da lngua portuguesa).

    Deixo com vocs, para reflexo, uma frase de Andr Gide, sobre a importncia

    de no procrastinar. Ao lado dela, uma figura que a personalizao da

    obstinao: o Fidalgo Dom Quixote, do mestre Cervantes.

    Se no fizeres isto, quem o far? Se no o

    fazes logo, quando ser? Andr Gide

    Meus caros, a obstinao deve estar ao lado de vocs nos prximos meses,

    pois a hora agora!!!

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    Aula Contedo

    00 CPC 00 Pronunciamento conceitual Bsico CFC 1374/11. Componentes patrimoniais e de resultado.

    01 Lei n. 6.404/1976, suas alteraes e legislao complementar. Princpios de contabilidade. Fatos contbeis e respectivas variaes patrimoniais.

    02 Contas patrimoniais e de resultado. Apurao de resultados. Plano de contas. Funes e estrutura das contas. Destinao de resultado.

    03

    Avaliao e contabilizao de itens patrimoniais. CPC 46 Valor Justo CPC 12 Ajuste a Valor Presente. CPC 01 Reduo ao Valor Recupervel de Ativos.

    04 Avaliao e contabilizao de resultado de investimentos societrios no pas.

    05 Avaliao e contabilizao de estoques. O caso dos tributos recuperveis.

    06

    Elaborao de demonstraes contbeis pela legislao societria, pelos princpios fundamentais da contabilidade e pronunciamentos contbeis do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC). CPC 26 Apresentao das Demonstraes Balano patrimonial. Demonstrao do resultado do exerccio.

    07

    Elaborao de demonstraes contbeis pela legislao societria, pelos princpios fundamentais da contabilidade e pronunciamentos contbeis do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC). Demonstrao dos fluxos de caixa (mtodos direto e indireto). Demonstrao do valor adicionado.

    08 Fuso, ciso e incorporao de empresas. Consolidao de demonstraes contbeis.

    09

    Anlise econmico-financeira. Indicadores de liquidez. Indicadores de rentabilidade. Indicadores de lucratividade. Anlise vertical e horizontal. Efeitos inflacionrios sobre o patrimnio das empresas.

    10

    Pronunciamentos do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC). CPC 06 Arrendamento Mercantil CPC 07 Subveno Governamental CPC 08 Custos de Transao e Prmios

    11

    Pronunciamentos do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC). CPC 04 Intangvel CPC 27 Imobilizado CPC 16 Estoques

    12

    Pronunciamentos do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC). CPC 24 Eventos Subsequentes CPC 30 Receitas CPC 02 Efeitos da Variao Cambial CPC 28 Investimentos

    13 Rumo ao dia da Prova: Resumo com os principais itens do edital.

    Nossas Aulas

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    Apresentao 1

    1 - Consideraes Iniciais 6

    2 - Demonstraes Contbeis e seus Usurios 8

    3 - Finalidades do CPC 00 9

    4 - Relatrio Contbil-Financeiro de Propsito Geral (DCs) 10

    5 - Recursos Econmicos e Reivindicaes da Entidade 11

    6 - Estrutura Conceitual das Demonstraes Contbeis 19

    7 - Mensurao dos elementos Demonstraes Contbeis 29

    8 - Conceitos de capital 30

    Resumo 33

    Exerccios Resolvidos 38

    Lista das Questes Apresentadas 64

    Gabarito 76

    ndice

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    1 - Consideraes Iniciais

    Sempre que possvel manterei fragmentos de texto do prprio CPC, isso ajudar na resoluo de questes que cobrem a literalidade. Contudo, para simplificar o texto e tornar a leitura mais leve, durante a aula vou utilizar alguns termos reduzidos. Sempre que tiver dvida, volte a esse ponto e reveja as definies.

    Usaremos:

    Demonstraes contbeis, relatrios ou simplesmente DCs, como sinnimo de relatrios contbil-financeiros de propsito geral.

    Informao, como informao contbil-financeira de propsito geral. importante voc ter em mente que a contabilidade no trata apenas de coisas contbeis, mas sim de contbeis e financeiras.

    CPC 00, para designar a Estrutura Conceitual Para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-Financeiro.

    Entidade, no lugar de entidade que reporta a informao (ou reporting entity, termo tambm citado no CPC). Ou seja, a empresa que est preparando a demonstrao.

    Administrao referindo-se tanto diretoria executiva quanto ao conselho de administrao ou rgos similares.

    Caractersticas qualitativas se referindo a caractersticas qualitativas da informao contbil-financeira til.

    Restries no lugar de restries da informao contbil-financeira til.

    Comecemos com alguns alertas dados pelo prprio CFC sobre o que considera elementos bsicos para essa nova estrutura conceitual. No decorrer da aula passaremos novamente por esses conceitos, mas voc deve ter bem claro que essas so premissas do processo de elaborao e divulgao de demonstraes contbeis e, como foram destacadas pelo CFC, podem ser visadas pelo examinador.

    1.1 - Os relatrios contbil-financeiros (DCs) se destinam primariamente aos seguintes usurios externos, sem hierarquia de prioridade:

    Investidores

    Financiadores

    Outros credores

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    Note que embora existam destinatrios primrios, eles no so os nicos, pois as DCs se destinam a usurios externos em geral, como veremos oportunamente.

    1.2 - No existe possibilidade de postergao de divulgao de informaes. Prover prontamente informao fidedigna e relevante pode melhorar a confiana do usurio e promover a estabilidade econmica.

    1.3 - As caractersticas qualitativas da informao contbil-financeira so divididas em dois grupos:

    Qualitativas Fundamentais (RRF)

    Relevncia (materialidade)

    Representao Fidedigna (neutralidade)

    Qualitativas de Melhoria (CCVT)

    Comparabilidade

    Compreensibilidade

    Verificabilidade

    Tempestividade

    1.4 - Confiabilidade no mais considerada uma caracterstica qualitativa, tendo sido englobada pela representao fidedigna.

    1.5 Prevalncia da essncia sobre a forma no uma caracterstica. Trata-se de um princpio cujo atendimento deve ser perseguido pelo mundo contbil. A observncia da essncia sobre a forma nunca deve ser abandonada, pois resulta em uma informao que representa de maneira fidedigna a substncia econmica do evento.

    A prevalncia da essncia sobre a forma princpio basilar das regras internacionais de contabilidade, e foi

    adotada pelo Brasil. Significa abandonar, quando necessrio, a forma legal do evento, e retratar a sua

    essncia econmica de forma pura.

    1.6 Prudncia no uma caracterstica. No deve ser considerada como um aspecto da representao fidedigna por ser incompatvel com a neutralidade.

    Ento acabou a Prudncia na contabilidade? NO!!!

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    A prudncia continua sendo um Princpio de Contabilidade, obrigatrio segundo as Normas

    Brasileiras. Porm, sua utilizao restrita aos casos em que existe incerteza sobre a quantificao de valores e deve ser utilizado sempre buscando a

    neutralidade da informao.

    Relembremos o texto que define o Princpio da Prudncia:

    Art. 10. O Princpio da PRUDNCIA determina a adoo do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente vlidas para a quantificao das mutaes patrimoniais que alterem o patrimnio lquido.

    Pargrafo nico. O Princpio da Prudncia pressupe o emprego de certo grau de precauo no exerccio dos julgamentos necessrios s estimativas em certas condies de incerteza, no sentido de que ativos e receitas no sejam superestimados e que passivos e despesas no sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensurao e apresentao dos componentes patrimoniais.

    2 - Demonstraes Contbeis e seus Usurios

    O CPC 00 tem como finalidade ditar o regramento bsico a ser observado na elaborao das demonstraes. As DCs so elaboradas para usurios externos em geral, com finalidades distintas e necessidades diversas.

    O objetivo das DCs fornecer informaes que sejam teis na tomada de decises econmicas e avaliaes diversas por parte dos usurios em geral, sem atender a nenhuma necessidade especfica.

    As bancas adoram afirmar que as DCs se destinam aos usurios internos ou que as autoridades tributrias podem determinar que as demonstraes sejam feitas da maneira x ou y. Isso est errado.

    Com relao a esse ponto, quero que vocs levem para a prova duas informaes preciosas sobre as DCs:

    So feitas para usurios externos; No so feitas para atender necessidade especfica de

    nenhum grupo;

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    Caros, pensem no seguinte:

    Os usurios internos da entidade podem, sim, usar as DCs. Mas eles precisam delas? Claro que no! Eles tm acesso privilegiado a todas as informaes que so utilizadas na elaborao das DCs, e podem fazer os relatrios que quiserem com elas. Por isso, no aos usurios internos que as DCs se destinam.

    Governos, rgos reguladores ou autoridades tributrias, podem determinar exigncias para atender a seus prprios interesses? Claro que podem! Mas essas exigncias devem ser atendidas em relatrios separados, pois no podem afetar as demonstraes contbeis, que devem ser elaboradas segundo os ditames do CPC 00.

    Usurios das DCs utilizam-nas para tomar decises referentes, por exemplo, a:

    Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; Avaliar a administrao da entidade; Avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e

    proporcionar-lhes benefcios; Avaliar a segurana quanto recuperao dos recursos financeiros

    emprestados entidade; Determinar polticas tributrias; Determinar a distribuio de lucros e dividendos; Elaborar e usar estatsticas da renda nacional; Regulamentar as atividades das entidades.

    O CPC 00 foi desenvolvido de forma a ser aplicvel a vrios modelos contbeis e conceitos de capital e sua manuteno. Veremos adiante o que so esses conceitos, por hora, preocupe-se em fixar a ideia de que este CPC no trata de conceitos que sejam aplicveis a um nico modelo.

    3 - Finalidades do CPC 00

    dar suporte ao desenvolvimento de novas normas (quando eu disser normas, entendam normas, interpretaes e comunicados tcnicos) e reviso dos j existentes, quando necessrio;

    dar suporte padronizao de normas e procedimentos relacionados apresentao das demonstraes contbeis;

    dar suporte aos rgos reguladores nacionais; auxiliar elaboradores das demonstraes contbeis na aplicao das

    normas; auxiliar os auditores independentes a formar sua opinio; auxiliar os usurios na interpretao de informaes contidas nas

    DCs; proporcionar informaes sobre o enfoque adotado na formulao

    das normas.

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    Importante:

    O CPC 00 no uma norma. No define normas ou procedimentos para qualquer questo particular de mensurao ou divulgao. Nada na Estrutura Conceitual substitui qualquer norma, interpretao ou comunicado tcnico.

    Como assim Professor? No uma norma?

    isso mesmo! Essa uma orientao do prprio comit. O CPC 00 no uma norma que tenha precedncia sobre outras normas, ele apenas define conceitos, que devem ser obrigatoriamente observados. Mas, em caso de conflitos entre o CPC 00 e qualquer outra norma, interpretao ou comunicado, devem prevalecer estes ltimos.

    4 - Relatrio Contbil-Financeiro de Propsito Geral (DCs)

    O objetivo de um relatrio contbil-financeiro (demonstrao contbil) fornecer informaes sobre a entidade. Essas informaes devem ser teis para investidores existentes e em potencial, a credores por emprstimos e a outros credores, quando da tomada deciso ligada ao fornecimento de recursos para a entidade.

    Aqui temos que fazer uma pausa para deixar claro esse aspecto dos usurios. As DCs so destinadas a usurios externos em geral, como j vimos: investidores, governo, acionistas, empregados e outros. Porm, o CPC deixa claro que trs grupos de usurios devem ser olhados com mais cuidado pela entidade, os quais so chamados de usurios primrios, so eles:

    Investidores (atuais e potenciais); Credores por emprstimo (Financiadores); Outros credores

    Qual o porqu dessa orientao?

    Ora, est claro que so esses os grupos que injetam dinheiro na empresa, e para eles que tem que ser preparado um bom conjunto de informaes. Esses usurios s investiro na entidade se tiverem certeza de que ela poder garantir a integridade de seus capitais.

    Usurios primrios, so eles: Investidores (atuais e potenciais);

    Credores por emprstimo (Financiadores); Outros credores

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    Atentemos para mais algumas observaes interessantes sobre os relatrios que o examinador pode abordar:

    Os relatrios (DCs) no atendem a todas as informaes de que os usurios necessitam. necessrio que os usurios considerem informao de outras fontes para completar a formao de suas opinies.

    Os relatrios no so elaborados para se chegar ao valor da entidade. Apenas fornecem informao para ajudar os usurios primrios a estimarem o valor da entidade que reporta.

    O intuito das normas contidas nos CPCs proporcionar um conjunto de informaes que atenda s necessidades do nmero mximo de usurios primrios. Contudo, nada impede que a entidade preste informaes adicionais.

    A administrao da entidade no considerada um usurio externo. Trata-se de usurios internos que no precisam apoiar-se nos relatrios, pois podem obter a informao internamente.

    Ento a administrao no pode usar as DCs?

    Claro que pode!!! S que ela tem condies de obter qualquer outro tipo de relatrio.

    Em grande parte, as informaes contidas nos relatrios so baseadas em estimativas, julgamentos e modelos e no em descries ou retratos exatos. O CPC 00 estabelece os conceitos que devem ser utilizados na realizao dessas estimativas e modelos.

    5 - Recursos Econmicos e Reivindicaes da Entidade que Reporta

    No se assuste com essa nomenclatura. Vamos mant-la para que voc se acostume aos conceitos do CPC, mas basicamente ela se refere ao seguinte:

    Recursos econmicos Ativo

    Reivindicaes contra a entidade - Passivo

    Relatrios fornecem informao acerca da posio patrimonial e financeira da entidade, ou seja, sobre os recursos econmicos e reivindicaes. Tambm fornecem informao sobre os efeitos de transaes e outros eventos que alteram essa posio.

    Recursos + Reivindicaes = Posio Posio + Transaes = Nova Posio

    Uma posio avaliada quanto ao seu retorno e liquidez, representando fraqueza ou vigor financeiro

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    5.1 - Mudanas nos Recursos Econmicos e Reivindicaes

    Mudanas nos recursos econmicos e reivindicaes da entidade resultam da performance financeira e de outros eventos ou transaes, como, por exemplo, a emisso de ttulos de dvida ou de ttulos patrimoniais.

    Informaes sobre a performance financeira auxiliam os usurios a compreender o retorno que a entidade produz sobre os seus recursos econmicos. Podem tambm ajudar a avaliar o quo diligente a administrao tem sido no desempenho de suas responsabilidades e so do mesmo modo teis para predio de retornos futuros.

    Os recursos e reivindicaes podem mudar por outras razes que no sejam resultantes de sua performance, como o caso da emisso de aes. Essas informaes tambm devem ser consideradas pelos usurios.

    Muito bem. Que histria essa de mudana nos recursos, retorno, diligncia da administrao?

    simples, caros alunos. Os usurios primrios, aqueles que colocam seu dinheiro na entidade, esto interessados em saber se aquele investimento est sendo bem administrado e est dando lucro, e se vai continuar assim no futuro.

    5.2 Avaliao da Performance da Entidade (Resultado ou Retorno)

    Este tpico procura tratar de questes relativas forma como os investidores e credores devem analisar o desempenho da empresa. Embora seja menos visado, creio que recomendvel dispensar alguns minutos em seu estudo.

    Neste ponto de sua preparao voc j deve entender o que o regime de competncia e saber que ele o regime adotado pela contabilidade nacional.

    O CPC deixa claro que o regime de competncia o que retrata com propriedade os efeitos de transaes e outros eventos sobre os recursos e reivindicaes da

    entidade.

    Segundo o texto, o regime de competncia, fornece melhor base de avaliao da performance passada e futura da entidade do que a informao puramente baseada em entradas e sadas de caixa.

    Em determinado momento o regime de competncia tratado pelo nome de accruals. No se preocupe com esse nome. Apenas saiba que a banca pode vir a us-lo como sinnimo de regime de competncia, embora no seja essa a exata definio do termo.

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    A entidade deve ser avaliada pelos usurios em funo da sua capacidade de gerar fluxos de caixa por meio de suas operaes e no pela obteno de recursos adicionais de investidores e credores. Deve-se tambm considerar o cenrio econmico em que a entidade est inserida

    Informaes sobre os fluxos de caixa durante um perodo tambm ajudam os usurios a avaliar a capacidade de gerao de fluxos futuros.

    5.3 - A Entidade que Reporta a Informao

    Este captulo est previsto, mas ainda no existe no CPC. O texto deixa claro que as normas internacionais esto em constante processo de aprimoramento, e que os CPCs sero adequados medida que essas normas forem sendo editadas. 5.4 - Informao Contbil-Financeira til

    A informao deve ser til para os usurios, e deve basear-se em fenmenos econmicos (recursos, reivindicaes, transaes, eventos). Alguns relatrios podem tambm incluir expectativas e estratgias da administrao (forward-looking information). A tarefa de avaliar informaes futuras pode incluir variveis e custos diversos dos que se aplicam ao tratamento da informao passada.

    Durante o processo de elaborao das demonstraes devem ser aplicadas, s informaes, as caractersticas qualitativas e avaliada a restrio referente ao custo de gerar tais informaes.

    Para ser considerada til, a informao deve possuir as caractersticas fundamentais de relevncia e de representao fidedigna. Veremos frente o que so esses conceitos. Por hora, guardemos essa condio e fixemos que essa utilidade deve ser para o usurio.

    No basta ter apenas uma das caractersticas fundamentais, mesmo que associada a outras. A utilidade da informao requer obrigatoriamente relevncia e representao fidedigna. A presena das demais caractersticas pode melhorar a utilidade da informao, mas no tem o poder de torn-la til se uma das duas fundamentais estiver ausente.

    5.5 - Caractersticas qualitativas fundamentais

    Gosto de usar o mnemnico RRF para as caractersticas fundamentais. Se vocs se sentirem confortveis com o uso de mnemnicos, experimentem.

    Digo isso porque se trata de um recurso que deve ser utilizado com cuidado. No adianta, caro aluno, criar uma infinidade de siglas mnemnicas e perder-se no meio delas. O melhor, sempre, entender o conceito! Feito isso, alguns recursos de memorizao podem, sim, ser teis. Vamos em frente.

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    RRF

    Para ser considerada til, a informao deve possuir as caractersticas fundamentais de relevncia e de representao fidedigna. E somente a existncia

    simultnea dessas duas caractersticas que permite que se considere til uma informao.

    5.5.1 - Relevncia

    Informao relevante aquela capaz de fazer diferena nas decises dos usurios. Essa capacidade de fazer diferena em uma deciso independe de que o usurio decida ou no levar em considerao a informao e independe, tambm, de o usurio j conhec-la por outras fontes.

    Em suma, a entidade deve avaliar se a informao relevante. O que o usurio vai fazer com ela no deve ser considerado.

    Para ser capaz de fazer diferena nas decises, a informao deve ter valor preditivo, valor confirmatrio ou ambos.

    Valor preditivo: possibilidade de ser utilizada pelos usurios para predizer futuros resultados.

    Valor confirmatrio: possibilidade de retroalimentar avaliaes prvias (confirm-las ou alter-las).

    Os conceitos de preditivo e confirmatrio so avaliados pela tica do usurio. ele quem vai usar a informao em suas previses e confirmaes, e no a entidade.

    O usurio emprega uma informao de valor preditivo para fazer uma estimativa futura. Chegado esse termo futuro, utiliza a informao confirmatria para verificar se sua previso estava correta. Materialidade

    Alunos, a materialidade no uma caracterstica fundamental, mas sim um aspecto da relevncia. A informao material se a sua omisso ou sua divulgao distorcida puder influenciar decises.

    A materialidade um conceito baseado na natureza e na magnitude dos valores no contexto de uma entidade em particular. No se pode especificar um limite quantitativo uniforme para materialidade ou predeterminar o que seria julgado material para uma situao particular.

    Resumindo: o que material para uma entidade pode no ser para outra. Uma diferena de caixa de 100 reais pode ser relevante para uma pequena mercearia, mas torna-se irrisria para uma grande rede de varejo.

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    5.5.2 - Representao Fidedigna

    A representao fidedigna precisa ter trs atributos, que devem ser maximizados o quanto possvel. A confiabilidade, que no mais considerada caracterstica da informao, encontra-se agora, indiretamente, contemplada pela representao fidedigna. A primazia da essncia sobre a forma tambm aspecto inerente representao fidedigna.

    Ento, confiabilidade e essncia sobre a forma so aspectos da representao fidedigna? Exato, meus caros!!!

    A representao fidedigna tem que ser:

    Completa

    Deve possuir toda informao necessria para que o usurio compreenda o fenmeno retratado, e at explicaes sobre a forma como se chegou a ela, quando necessrio (forma de clculo de uma estimativa, por exemplo).

    Neutra

    Deve ser desprovida de vis na seleo ou na apresentao da informao. No deve ser distorcida com maior ou menor peso, nfase maior ou menor, ou qualquer outro tipo de manipulao.

    Livre de erro

    Representao fidedigna no significa exatido em todos os aspectos. Um retrato livre de erros significa que no h erros ou omisses no fenmeno retratado, e que o processo utilizado para produzir a informao foi aplicado livre de erros. Uma estimativa pode ser considerada fidedigna se o montante for descrito claramente como sendo uma estimativa, se a natureza e as limitaes do processo forem devidamente reveladas, e nenhum erro tiver sido cometido na seleo e aplicao do processo.

    Representao Fidedigna uma representao:

    Completa Neutra

    Livre de Erro

    Portanto, confivel, e representa a essncia do evento econmico que se prope a demonstrar.

    5.5.3 - Aplicao das caractersticas qualitativas fundamentais

    O CPC sugere um roteiro para avaliao dos fenmenos econmicos com o intuito de identificar informaes teis. o seguinte:

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    Identificar o fenmeno com potencial de ser til.

    Identificar o tipo de informao que seria mais relevante se estivesse disponvel e pudesse ser representado com fidedignidade.

    Determinar se a informao est disponvel e pode ser representada com fidedignidade.

    Esse processo deve ocorrer levando-se em conta as restries de custo e os efeitos das caractersticas de melhoria, as quais veremos a seguir.

    5.6 - Caractersticas qualitativas de melhoria

    O que significa o conceito de melhoria? Elucidemos!

    Se a informao for til, ou seja, for relevante e for representada com fidedignidade, ela poder ser melhorada com a aplicao das caractersticas de melhoria. A anlise da aderncia a essas caractersticas pode tambm auxiliar a determinar qual de duas alternativas equivalentes de informao til deve ser usada para retratar um fenmeno.

    CCVT

    Comparabilidade, compreensibilidade, verificabilidade, e tempestividade so caractersticas qualitativas de

    melhoria.

    A aplicao das caractersticas de melhoria deve ser feita maior extenso possvel. Como assim Professor? Veja, se voc puder melhorar um aspecto da informao, sem atrapalhar os outros, e sem deixar de mant-la til, voc dever faz-lo.

    Lembrando sempre que a presena das caractersticas de melhoria em determinada informao, por si s, no tem o poder de torn-la til.

    5.6.1 - Comparabilidade

    A informao ser mais til caso possa ser comparada com informao similar sobre outras entidades e com informao similar sobre a mesma entidade para outro perodo. Percebam, ela j era til, e caso seja comparvel, ser melhorada, tornando-se mais til.

    Comparabilidade permite que se identifiquem similaridades diferenas entre os itens. a nica das caractersticas que no est relacionada com um nico item, pois, por bvio, comparao requer no mnimo dois itens.

    No podemos confundir comparabilidade com consistncia.

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    Consistncia refere-se ao uso dos mesmos mtodos para os mesmos itens, tanto de um perodo para outro na mesma entidade, quanto para um nico perodo entre entidades.

    Comparabilidade o objetivo, a caracterstica desejada na informao. A consistncia est relacionada aos mtodos que auxiliam a alcanar esse objetivo.

    Alguns pontos destacados no CPC sobre a comparabilidade:

    Para que a informao seja comparvel, coisas iguais precisam parecer iguais e coisas diferentes precisam parecer diferentes.

    A presena das caractersticas fundamentais (RRF) facilita a obteno da comparabilidade. O inverso no verdade.

    A discricionariedade na escolha de mtodos contbeis alternativos para o mesmo fenmeno econmico vlida, mas diminui a comparabilidade.

    5.6.2 - Compreensibilidade

    Informao compreensvel aquela caracterizada e apresentada com clareza.

    A excluso do relatrio de informaes sobre fenmenos complexos no admitida, por torn-los distorcidos.

    O objetivo aqui fazer com que a informao seja clara e compreensvel, mesmo que o evento retratado seja complexo. No se pode partir da ideia de que tudo que complicado deve ser omitido, pois se estaria criando um documento incompleto que fugiria representao fidedigna, tornando a informao intil. E, como j sabemos, no adianta aplicar os atributos de melhoria se os fundamentais no estiverem presentes.

    5.6.3 - Verificabilidade

    A verificabilidade ajuda a assegurar aos usurios que a informao representa fidedignamente o fenmeno econmico. Significa que diferentes observadores podem chegar a um consenso sobre a representao fidedigna. Isso quer dizer que o usurio deve ter meios para verificar se a informao que est sendo divulgada corresponde realidade dos fatos.

    A verificao pode ser direta ou indireta.

    Verificao direta: observao direta, como, por exemplo, por meio da contagem de caixa.

    Verificao indireta: checar os dados de entrada do modelo ou frmula e recalcular os resultados obtidos por meio da aplicao da mesma metodologia. Um exemplo a verificao dos estoques por meio da checagem dos dados de entrada e do reclculo do saldo final.

    Pode no ser possvel verificar informao sobre o futuro. Nesse caso,

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    para ajudar os usurios a decidirem se desejam usar tal informao necessrio divulgar as premissas subjacentes, os mtodos de obteno e outros fatores.

    Por exemplo, fcil verificar o saldo de um contrato a vencer no futuro. J a aferio do grau de certeza de uma estimativa de retorno em funo de expectativas de comportamento de mercado requer dados adicionais.

    5.6.4 - Tempestividade

    Tempestividade significa ter informao disponvel para tomadores de deciso a tempo de poder influenci-los em suas decises.

    Informao mais antiga a que tem menos utilidade. Contudo, certas informaes podem ter a tempestividade prolongada, em decorrncia de alguns usurios, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendncias.

    5.6.5 - Aplicao das caractersticas qualitativas de melhoria

    A aplicao das caractersticas qualitativas de melhoria um processo iterativo que no segue uma ordem preestabelecida.

    Uma caracterstica de melhoria pode ter que ser diminuda para maximizao de outra, desde que se tenha uma perspectiva de aprimoramento da relevncia ou da representao fidedigna no longo prazo.

    5.7 - Restrio de custo na elaborao e divulgao de relatrios

    O custo de gerar a informao uma restrio sempre presente na entidade no processo de elaborao e divulgao das demonstraes.

    No possvel que os relatrios forneam toda e qualquer informao que todo usurio julgue ser relevante.

    Na aplicao da restrio do custo feita uma avaliao para verificar se os benefcios proporcionados pela elaborao e divulgao da informao justificam os

    custos incorridos para fornecimento e uso.

    A anlise de custo benefcio vai depender de fatores intrnsecos a cada entidade. Por isso, os rgos legais devem avaliar a possibilidade de exigir a apresentao de diferentes conjuntos de DCs em decorrncia dos tamanhos variados das entidades, das diferentes formas de captao de capital, das diferentes necessidades de usurios ou de outros fatores.

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    6 - Estrutura Conceitual para Elaborao e Apresentao das Demonstraes Contbeis

    A partir de agora entramos em uma parte que o CPC denomina de texto remanescente. uma parte do documento que ainda vai ser revisada, mas continua vigente com sua redao atual. 6.1 - Premissa subjacente Continuidade (going concern assumption)

    As demonstraes so elaboradas tendo como premissa que a entidade est em atividade e ir manter-se em operao no futuro, ou seja, no tem inteno, nem

    necessidade, de entrar em processo de liquidao ou de reduzir materialmente a escala de suas operaes.

    Se essa inteno ou necessidade existir, as demonstraes contbeis podem ter que ser elaboradas em bases diferentes e, nesse caso, a base de elaborao utilizada deve ser divulgada.

    A continuidade j nossa velha conhecida, no mesmo? O CPC afirma que as demonstraes devem ser elaboradas com base nesse pressuposto. Caso haja expectativa de descontinuar a operao, as DCs devem ser feitas em bases diferentes.

    Atentem, meus caros, para o fato de o texto utilizar, para essa situao de possvel descontinuidade, a expresso demonstraes podem ter que ser elaboradas em bases diferentes. Ora, podem ter que bem diferente de devem, mas o fato que algumas bancas j utilizaram o vocbulo devem e precisamos saber que, exceto no caso em que constarem as duas alternativas (podem ter que e devem), o devem h que ser considerado certo. Marquem sem hesitar!!!

    6.2 - Elementos das demonstraes contbeis

    Nas demonstraes os itens so agrupados em classes de acordo com suas caractersticas econmicas. Essas classes so denominadas de elementos das demonstraes contbeis.

    Elementos da posio patrimonial e financeira (BP) Ativos Passivos

    Patrimnio lquido Elementos da mensurao do desempenho (DRE)

    Receitas Despesas

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    Na demonstrao das mutaes financeiras podem ser utilizados elementos dos dois grupos.

    Os elementos so desmembrados em subclasses, a fim de mostrar as informaes da maneira mais til aos usurios.

    6.3 - Posio patrimonial e financeira

    Os elementos da posio patrimonial e financeira so os ativos, os passivos e o patrimnio lquido.

    Ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefcios econmicos para a entidade;

    Passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidao se espera que resulte na sada de recursos da entidade capazes de gerar benefcios econmicos;

    Patrimnio Lquido o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

    Esses conceitos devem estar cristalinos durante seus estudos:

    Ativo Recurso controlado; Resultado de eventos passados; Futuros benefcios econmicos;

    Passivo Obrigao presente; Derivada de eventos passados; Sada de recursos que gerariam benefcios;

    Patrimnio Lquido Residual dos ativos depois de deduzidos todos os seus passivos.

    Algumas observaes:

    No pelo simples fato de possuir as caractersticas acima que um elemento vai ser reconhecido no balano patrimonial (BP). O reconhecimento depende de critrios que veremos adiante.

    Mais uma vez: para encaixar o item em uma das classes devemos observar sua essncia econmica, e no a sua forma legal.

    BPs elaborados de acordo com as normas vigentes podem incluir itens que no satisfaam s definies de ativo ou de passivo e que no sejam tratados como parte do patrimnio lquido. Essa situao ser objeto e subsdio para futuras revises.

    6.3.1 - Ativos

    O benefcio econmico futuro incorporado a um ativo o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou de

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    equivalentes de caixa da a entidade.

    Um ativo pode ser um bem utilizado na produo, um item de caixa ou equivalentes de caixa ou ainda um item capaz de reduzir as sadas de caixa, como um novo processo industrial que reduza os custos de produo.

    Os benefcios econmicos podem fluir para a entidade de diversas maneiras. O ativo pode ser:

    Usado na produo de bens ou na prestao de servios; Trocado por outros ativos; Usado para liquidar um passivo; Distribudo aos proprietrios da entidade.

    A forma fsica no essencial para a existncia de ativo. Assim sendo, as patentes e os direitos autorais, por exemplo, so considerados ativos, caso eles sejam controlados pela entidade e possam fazer fluir benefcios econmicos para ela.

    O direito de legal de propriedade no essencial para determinar a existncia do ativo. Assim, por exemplo, um imvel objeto de arrendamento mercantil ser um ativo, caso a entidade o controle e benefcios econmicos sejam esperados.

    Segredos industriais e conhecimentos (know-how), podem ser considerados ativos? Sim. Segundo o CPC 00 podem, mas s sero reconhecidos se atenderem aos critrios. Em aulas futuras voltaremos a falar desse controverso assunto. Por hora gurde o posicionamento deste CPC.

    Transaes previstas para o futuro no do origem, hoje, a ativos. A inteno de adquirir estoques, por exemplo, no atende, por si s, definio de ativo.

    H uma forte associao entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas essas atividades no so indissociveis. Podemos ter gastos voltados para a busca por benefcios econmicos que no resultem em ativos.

    De modo anlogo, a ausncia de gasto no impede que um item satisfaa definio de ativo e se qualifique para reconhecimento no BP.

    Como vimos, o estudo da definio de ativo traz algumas particularidades, mas nada de absurdo. Esse item deve ser tratado com carinho pelo aluno.

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    6.3.2 - Passivos

    Uma caracterstica essencial para a existncia de passivo que a entidade tenha uma obrigao presente, resultante de eventos passados. Obrigaes podem ser legais ou oriundas de prticas usuais do negcio, de usos e costumes. Um exemplo de obrigao no legal o passivo que se registra ao fazer uma proviso para troca de produtos cujos defeitos apaream mesmo depois de finda a garantia.

    Obrigao presente diferente de compromisso futuro. A inteno da entidade de adquirir ativos no futuro no

    d origem, por si s, a uma obrigao presente. A obrigao surge somente quando o ativo entregue ou

    contratos de aquisio so assinados.

    A liquidao de uma obrigao presente implica sada de recursos ou assuno de novas obrigaes, e pode ocorrer de diversas maneiras:

    Pagamento em caixa; Transferncia de outros ativos; Prestao de servios; Substituio da obrigao por outra; Converso da obrigao em item do patrimnio lquido.

    A obrigao pode tambm ser extinta por outros meios, tais como pela renncia do credor ou pela perda dos seus direitos.

    Alguns passivos somente podem ser mensurados por estimativa. No Brasil, denominam-se esses passivos de provises. Caso a proviso envolva uma obrigao presente e satisfaa os demais critrios da definio, ela um passivo, ainda que seu montante tenha que ser estimado.

    Em aulas futuras, falaremos mais sobre estimativas e provises. Por hora, guardemos o entendimento do CPC.

    6.3.3 - Patrimnio lquido (PL)

    O PL, embora definido como algo residual, pode ter ( e tem) subclassificaes no balano patrimonial.

    O montante do PL que apresentado no balano patrimonial depende da mensurao dos ativos e passivos. O montante agregado do patrimnio lquido somente por coincidncia corresponder ao valor de mercado agregado das aes da entidade ou da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus ativos lquidos.

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    A definio de patrimnio lquido e os outros aspectos dessa Estrutura Conceitual que tratam do patrimnio lquido so igualmente aplicveis aos diversos tipos de entidades.

    O CPC tratou superficialmente das subdivises do PL. No cabe aqui discorrer sobre a estrutura e o tratamento das contas do PL, que so objeto de outras aulas. No entanto, lembro que assunto recorrente e que deve ser dominado por vocs.

    6.4 Performance (Resultado)

    O resultado utilizado como medida de performance ou como base para outras medidas, como o retorno do investimento ou o resultado por ao. Receitas e despesas esto diretamente relacionadas com a mensurao do resultado. O reconhecimento de receitas e despesas dependem em parte dos conceitos de capital e de manuteno de capital, os quais veremos adiante.

    6.4.1 Definindo Receitas e Despesas

    Vamos olhar com cuidado as definies do CPC para receita e despesa. Embora sejam definies bsicas da contabilidade, e tambm do cotidiano, pequenos detalhes e inverses podem ser inseridos em uma questo, com o objetivo de induzir o candidato a erro.

    Receitas so aumentos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuio de passivos, que resultam em aumentos do patrimnio lquido, e que no estejam relacionados com a contribuio dos detentores dos instrumentos patrimoniais;

    Despesas so decrscimos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da sada de recursos ou da reduo de ativos ou assuno de passivos, que resultam em decrscimo do patrimnio lquido, e que no estejam relacionados com distribuies aos detentores dos instrumentos patrimoniais.

    Da mesma forma com o que ocorre com ativo e passivo, itens de receita e despesa devem ser agrupados em classes, de acordo com sua origem e outros fatores. Tambm vale aqui o alerta de que as caractersticas que identificam a essncia de uma receita ou despesa no devem ser confundidas com os critrios para o seu reconhecimento. Veremos isso ainda nessa aula.

    6.4.2 - Receitas

    A definio de receita abrange tanto receitas propriamente ditas quanto ganhos. A receita surge no curso das atividades usuais da entidade. Os ganhos representam outros itens que se enquadram na definio de receita e podem ou no surgir no curso das atividades usuais.

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    No se preocupem por hora em separar receita e ganho. Basta saber que essa diferenciao existe.

    Vamos a alguns exemplos apenas para ilustrar:

    Receita de Vendas Receita de Juros Receita de Aplicaes Financeiras Ganho na Venda de Imobilizado Ganho por Desconto no Pagamento de um Passivo

    Em regra, os ganhos so reportados lquidos das respectivas despesas.

    Exemplo:

    A entidade vende uma mquina com ganho de 100,00, porm gasta 20,00 para remov-la do local. Vai reconhecer apenas um ganho de 80,00, e no uma receita de 100,00 e um despesa de 20,00.

    Ateno, isso apenas a regra geral. Se uma assertiva disser que os ganhos so reportados lquidos das respectivas despesas, ela est correta. Mas no esqueam que na contabilidade cada caso deve ser analisado luz de seus regramentos especficos, e isso deve ser levado em conta na resoluo de questes.

    Uma receita pode ser resultado do aumento de um ativo, como a entrada no caixa pelo pagamento de uma venda efetuada, ou da diminuio de um passivo, como o cancelamento de uma dvida, por exemplo.

    Receitas no realizadas tambm devem ser reconhecidas, e so apresentadas separadamente nas demonstraes. Receitas no realizadas so estudadas em nosso curso de contabilidade. So aquelas que j atenderam aos critrios para reconhecimento, mas ainda no se converteram em entrada de fluxo de caixa.

    6.4.3 - Despesas

    A definio de despesas abrange tanto as perdas quanto as despesas propriamente ditas que surgem no curso das atividades usuais da entidade. Perdas podem ou no surgir no curso das atividades usuais da entidade.

    Exemplos:

    Despesas de Salrio Despesas de Aluguel Perdas por Sinistro Perda na Venda de Imobilizado

    Em regra, as perdas so reportadas lquidas das respectivas receitas.

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    Exemplo:

    A entidade vende uma mquina com ganho de 100,00, porm gasta 150,00 para remov-la do local. Vai reconhecer apenas uma despesa de 50,00, e no uma receita de 100,00 e um despesa de 150,00.

    Uma despesa pode ser resultado da diminuio de um ativo, como a sada no caixa pelo pagamento de salrios, ou do aumento de um passivo, como o surgimento de uma indenizao a pagar, por exemplo.

    Despesas no realizadas tambm devem ser reconhecidas, e so apresentadas separadamente nas demonstraes. Despesas no realizadas so aquelas que j atenderam aos critrios para reconhecimento, mas ainda no se converteram em sada de fluxo de caixa.

    6.4.4 - Ajustes para manuteno de capital

    A reavaliao ou a atualizao de ativos e passivos do margem a aumentos ou a diminuies do patrimnio lquido. Embora tais aumentos ou diminuies se enquadrem na definio de receitas e de despesas, dependendo do conceito de manuteno de capital utilizado, eles no so includos na demonstrao do resultado.

    Os itens surgidos das reavaliaes no devem passar pelo resultado, sendo includos diretamente no

    patrimnio lquido como ajustes para manuteno do capital, tambm conhecidos como ajustes de avaliao

    patrimonial.

    A orientao para esse procedimento tem como base o fato de esses aumentos ou diminuies gerados no patrimnio no terem nenhuma relao com as atividades da empresa.

    O CPC fala tambm sobre a possibilidade de incluir esses valores nas reservas de reavaliao, mas no consideraremos essa opo, pois a constituio de reserva de reavaliao est proibida pela Lei 11638/07.

    6.5 - Reconhecimento dos elementos das demonstraes contbeis

    Reconhecer fazer o lanamento contbil, incorporando o item ao balano patrimonial ou demonstrao do resultado. Envolve a descrio e mensurao de valor. Somente os itens que satisfazem os critrios de

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    reconhecimento devem ser reconhecidos. Por outro lado, a falta de reconhecimento de um item com condies para tal um erro que no pode ser justificado.

    O reconhecimento s poder ser feito se estiverem presentes os dois critrios:

    Probabilidade de entrada ou sada de benefcios econmicos

    + Mensurao Confivel

    Um elemento deve ser reconhecido se:

    For provvel que algum benefcio econmico flua para a entidade ou flua da entidade (entre ou saia) e se o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade.

    A probabilidade de futuros benefcios econmicos deve ser avaliada com base na situao existente no momento em que so elaboradas as demonstraes. Voc deve separar bem os conceitos de provvel e possvel. Se for apenas possvel, mas no provvel, o item no deve ser reconhecido. Normalmente as bancas utilizam as expresses: possvel, provvel, chances remotas, grande probabilidade e outras do gnero.

    Contudo, se um percentual for oferecido na questo, devemos avaliar pela probabilidade. Segundo as normas vigentes de auditoria, evento provvel aquele cuja chance de ocorrer maior do que a de no ocorrer. Logo, 51% de chance de ocorrer significa evento provvel, e deve ser reconhecido.

    A confiabilidade da mensurao no deve ser afastada caso seja necessrio o uso de estimativas. Uma estimativa razovel e neutra pode ser considerada confivel.

    Um item que possui as caractersticas de elemento (ativo, passivo, patrimnio lquido, receita ou despesa), mas no atende aos critrios para reconhecimento pode, caso seja considerado relevante, ter sua divulgao requerida em notas explicativas, em material explicativo ou em quadros suplementares.

    Esse o caso, por exemplo, de um evento que no atenda a nenhum, ou atenda apenas a um dos critrios. Imaginemos uma grande demanda judicial contra a empresa, para a qual ainda no se tenha ideia de ganho ou perda da causa (aspecto benefcios), nem do valor envolvido (aspecto mensurao). Dado o aspecto de incerteza envolvido, caso seja relevante, a existncia do litgio deve ser demonstrada de forma clara nas notas explicativas.

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    6.5.1 - Reconhecimento de ativos

    Um ativo deve ser reconhecido no balano patrimonial quando for provvel que benefcios econmicos futuros dele provenientes fluiro para a entidade e seu custo ou

    valor puder ser mensurado com confiabilidade.

    Um ativo no deve ser reconhecido quando os gastos incorridos no proporcionarem a expectativa provvel de gerao de benefcios. Ao invs disso, tal transao deve ser reconhecida como despesa na demonstrao do resultado. Um exemplo disso o gasto com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Enquanto no se tiver certeza razovel (provvel) de que haver retorno, os valores envolvidos devem ser classificados como despesa.

    6.5.2 - Reconhecimento de passivos

    Um passivo deve ser reconhecido no balano patrimonial quando for provvel que uma sada de

    recursos detentores benefcios econmicos seja exigida em liquidao de obrigao presente e o valor pelo qual

    essa liquidao se dar puder ser mensurado com confiabilidade.

    Note que falamos em obrigao presente. Um pedido de compra para pagamento a prazo, por exemplo, na data em que feito o pedido ainda no um passivo. Ser reconhecido na entrada da mercadoria, ou na assinatura de algum contrato, se for o caso.

    6.5.3 - Reconhecimento de receitas

    A receita deve ser reconhecida na demonstrao do resultado quando resultar em aumento nos benefcios econmicos relacionado com aumento de ativo ou com diminuio de passivo, e puder ser mensurada com

    confiabilidade.

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    O reconhecimento da receita ocorre simultaneamente com o reconhecimento do aumento nos ativos ou da diminuio nos passivos (contrapartida do lanamento), e s deve ser efetuado se houver suficiente grau de certeza de que a receita tenha sido ganha.

    6.5.4 - Reconhecimento de despesas

    A despesa deve ser reconhecida na demonstrao do resultado quando resultar em decrscimo nos

    benefcios econmicos, relacionado com a diminuio de um ativo ou o aumento de um passivo, e puder ser

    mensurada com confiabilidade.

    O reconhecimento da despesa ocorre simultaneamente com o reconhecimento do aumento nos passivos ou da diminuio nos ativos (contrapartida do lanamento), e s deve ser efetuado se houver suficiente grau de certeza de que a despesa ocorrer.

    6.5.5 Confrontao entre despesas e receitas

    Caros alunos, dediquemos uma ateno especial a esse pequeno tpico, muito visado pelos examinadores.

    Em alguns textos a confrontao entre despesas e receitas chega a ser rotulada de princpio, embora no esteja no rol dos princpios contbeis brasileiros. O que precisamos saber que o regime de competncia (este sim, um princpio), est intimamente relacionado confrontao entre despesas e receitas.

    As despesas devem ser reconhecidas por associao com os correspondentes itens de receita. Esse processo, chamado de confrontao entre despesas e receitas (regime de competncia), envolve o reconhecimento simultneo ou combinado das receitas e despesas que

    resultem das mesmas transaes ou de outras.

    Por exemplo, as despesas que integram o custo das mercadorias vendidas devem ser reconhecidas no mesmo momento em que a receita da venda das mercadorias reconhecida.

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    Quando se espera que os benefcios sejam gerados ao longo de vrios perodos e a associao com a receita somente possa ser feita de modo geral e indireto, as despesas devem ser reconhecidas com base em procedimentos de alocao sistemtica e racional. Esse o caso da depreciao, por exemplo.

    A despesa deve ser reconhecida imediatamente quando se constatar que o gasto no produzir benefcios econmicos futuros. No caso de insucesso de um novo projeto, por exemplo.

    A despesa tambm deve ser reconhecida nos casos em que um passivo incorrido sem o correspondente reconhecimento de ativo, como no caso de passivo decorrente de garantia de produto pu uma indenizao, por exemplo.

    Como vemos, a confrontao entre despesas e receitas deve ocorrer sempre que possvel, mas ela no estar presente em todos os eventos econmicos de interesse da contabilidade.

    7 - Mensurao dos elementos das demonstraes contbeis

    Mensurar consiste em determinar os montantes monetrios por meio dos quais os elementos das demonstraes devem ser reconhecidos, ou seja, encontrar o seu valor.

    Esse processo envolve a escolha de uma base especfica de mensurao, que o nome que o CPC d s vrias metodologias de custo autorizadas para as demonstraes. importante saber que um mesmo conjunto de demonstraes pode utilizar combinaes variadas de mtodos de avaliao do custo, de acordo com as caractersticas do item representado.

    Alunos, esse tambm um assunto recorrente em provas, portanto, vamos domin-lo!!!

    7.1 - Custo histrico

    Os ativos so registrados pelos montantes pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues para adquiri-los na data da aquisio. Os passivos so registrados pelos montantes dos recursos recebidos em troca da obrigao ou pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa se espera sero necessrios para liquidar o passivo no curso normal das operaes.

    7.2 Custo Corrente

    Os ativos so mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balano. Os passivos so reconhecidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, no descontados, que se espera seriam necessrios para liquidar a obrigao na data do balano.

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    7.3 Valor Realizvel (valor de realizao ou de liquidao).

    Os ativos so mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela sua venda em forma ordenada. Os passivos so mantidos pelos seus montantes de liquidao, isto , pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, no descontados, que se espera sero pagos para liquidar as correspondentes obrigaes no curso normal das operaes.

    7.4 Valor Presente (ateno, esse o nico em que os valores so descontados)

    Os ativos so mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de entradas lquidas de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operaes. Os passivos so mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de sadas lquidas de caixa que se espera sero necessrios para liquidar o passivo no curso normal das operaes.

    A referncia a valor descontado significa que os valores devem ser trazidos ao valor presente, utilizando-se a taxa de juros padro da entidade.

    Bases de Mensurao

    Ativo Passivo Valor descontado?

    Custo Histrico

    Valor na data da aquisio

    Valor recebido ou valor para liquidar no curso normal das operaes

    No

    Custo Corrente

    Valor para adquirir na data do balano

    Valor para liquidar na data do balano

    No

    Valor Realizvel

    Valor obtido pela venda de forma ordenada

    Valor para liquidar no curso normal das

    operaes No

    Valor Presente

    Valor presente do fluxo de entradas esperado no

    curso normal

    Valor presente do fluxo de sadas para liquidar no

    curso normal Sim

    A base mais adotada pelas entidades o custo histrico, combinado com outras bases de mensurao. No curso de contabilidade aprenderemos qual valor deve ser aplicado a cada item. Por hora, fixemos as definies.

    Prestem ateno especial ao termo valores descontados. O nico mtodo que utiliza valores descontados o do Valor Presente. Esse conhecimento muito exigido e pode, sozinho, valer uma questo.

    8 - Conceitos de capital

    O CPC traz dois conceitos de capital: fsico e financeiro.

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    Capital Financeiro

    Representado pelo dinheiro investido ou o seu poder de compra investido, o capital financeiro sinnimo de ativos lquidos ou patrimnio lquido da entidade.

    Capital Fsico

    Representado pela capacidade operacional, o capital fsico considerado como a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, nas unidades de produo diria.

    A seleo do conceito de capital apropriado para a entidade deve estar baseada nas necessidades dos usurios das demonstraes. O conceito de capital financeiro (ou monetrio) adotado pela maioria das entidades.

    O CPC deixa claro que no sua inteno determinar qual modelo a entidade deve escolher. O importante que as demonstraes sigam as diretrizes da estrutura conceitual.

    Passemos agora aos conceitos de manuteno de capital, que esto relacionados com a forma pela qual a entidade define o capital que ela procura manter. Eles representam um elo entre os conceitos de capital e os conceitos de lucro, pois fornecem um ponto de referncia para medio do lucro. A principal diferena entre os dois conceitos de manuteno de capital est no tratamento dos efeitos das mudanas nos preos dos ativos e passivos.

    8.1 Manuteno do capital financeiro

    Considera-se que houve lucro somente se o montante financeiro (ou dinheiro) no fim do perodo exceder o montante financeiro no comeo do perodo, depois de excludas quaisquer distribuies aos proprietrios e seus aportes de capital. A manuteno do capital financeiro pode ser medida em qualquer unidade monetria nominal ou em unidades de poder aquisitivo constante. Ou seja, no requer base especfica de mensurao. A escolha da base depende do tipo de capital financeiro que a entidade est procurando manter.

    Neste conceito, os aumentos nos preos de ativos mantidos ao longo do perodo (ganhos de estocagem), so lucros. Entretanto, no so reconhecidos at que os ativos sejam realizados (vendidos).

    Somente a parcela do aumento nos preos dos ativos que exceder o aumento no nvel geral de preos considerada como lucro. O restante do aumento tratado como ajuste para manuteno do capital, parte integrante do patrimnio lquido.

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    8.2 Manuteno do capital fsico

    Considera-se que houve lucro somente se a capacidade fsica produtiva (capacidade operacional) da entidade (ou os recursos necessrios para atingir essa capacidade) no fim do perodo exceder a capacidade fsica produtiva no incio do perodo, depois de excludas quaisquer distribuies aos proprietrios e seus aportes de capital.

    O conceito de manuteno do capital fsico requer a adoo do custo corrente como base de mensurao.

    Neste conceito, quando o capital definido em termos de capacidade fsica produtiva, o lucro representa o aumento dessa capacidade ao longo do perodo. Todas as mudanas de preos de ativos e passivos so vistas como mudanas na mensurao da capacidade produtiva. Assim, no so consideradas lucro, e devem ser tratadas como ajustes para manuteno do capital, parte do patrimnio lquido.

    Conceitos de Manuteno do Capital

    Definio do Lucro Requer base especfica?

    Efeito das Mudanas de Preo

    Capital Financeiro

    S h lucro se o montante financeiro for maior (mais dinheiro)

    No

    Valor do aumento que exceder a inflao

    considerado como lucro, o resto vai para ajuste.

    Capital Fsico

    S h lucro se a capacidade produtiva for

    maior

    Sim. Requer custo corrente

    Valor do aumento no lucro. Vai tudo para

    ajuste de manuteno de capital.

    Muito bem! Aqui terminamos a parte terica do CPC 00. A aula ficou um pouco extensa, mas era necessrio que eu passasse a vocs todos os conceitos contidos no texto do pronunciamento conceitual bsico. A inteno que vocs possam utilizar a aula como base para o estudo, sem precisar se dirigir ao texto da resoluo. Contudo, aos que tiverem tempo sobrando, recomendo a leitura do documento integral.

    Vamos agora a um resumo dos principais pontos e depois resolveremos exerccios.

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    CPC 00 Estrutura Conceitual - Resumo

    Os relatrios ou demonstraes se destinam primariamente, mas no apenas, aos seguintes usurios externos, sem hierarquia de prioridade:

    Investidores

    Financiadores

    Outros credores

    No existe possibilidade de postergao de divulgao de informaes.

    As caractersticas qualitativas da informao so:

    Caractersticas Qualitativas da Informao

    Fundamentais* RRF De Melhoria CCVT

    Relevncia Representao Fidedigna

    *As duas juntas tornam til a

    informao.

    Comparabilidade Compreensibilidade Verificabilidade Tempestividade

    Confiabilidade no mais considerada uma caracterstica qualitativa, tendo sido englobada pela representao fidedigna.

    Prevalncia da essncia sobre a forma no uma caracterstica. Trata-se de um princpio cujo atendimento deve ser priorizado.

    Prudncia no uma caracterstica. No aspecto da representao fidedigna por ser incompatvel com a neutralidade.

    A prudncia continua sendo um Princpio de Contabilidade, obrigatrio segundo as Normas Brasileiras.

    As Demonstraes Contbeis:

    So feitas para usurios externos; No so feitas para atender necessidade especfica de nenhum grupo;

    O CPC 00 no uma norma. Nada na Estrutura Conceitual substitui qualquer norma, interpretao ou comunicado tcnico.

    O da demonstrao contbil fornecer informaes teis sobre a entidade para investidores existentes e em potencial, a credores por emprstimos e a outros credores, considerados usurios primrios.

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    A administrao da entidade no considerada um usurio externo.

    Relatrios fornecem informao acerca da posio patrimonial e financeira da entidade, ou seja, sobre os recursos econmicos e reivindicaes (ativos e passivos). Tambm fornecem informao sobre os efeitos de transaes e outros eventos que alteram essa posio (receitas, despesas e resultado).

    O regime de competncia, fornece melhor base de avaliao da performance da entidade do que a informao puramente baseada em entradas e sadas de caixa.

    Para ser considerada til, a informao deve possuir, obrigatoriamente, as caractersticas fundamentais de relevncia e de representao fidedigna.

    Caractersticas qualitativas fundamentais so a relevncia e a representao fidedigna. RRF

    Informao relevante aquela capaz de fazer diferena nas decises dos usurios.

    Materialidade no uma caracterstica fundamental, mas sim um aspecto da relevncia. A informao material se a sua omisso ou sua divulgao distorcida puder influenciar decises.

    A materialidade um conceito baseado na natureza e na magnitude dos valores no contexto de uma entidade em particular.

    Representao Fidedigna uma representao:

    Completa Neutra Livre de Erro

    Se a informao for til, ou seja, for relevante e for representada com fidedignidade, ela poder ser melhorada com a aplicao das caractersticas de melhoria.

    Caractersticas qualitativas de melhoria so:

    Comparabilidade, compreensibilidade, verificabilidade, e tempestividade. CCVT

    No podemos confundir comparabilidade com consistncia.

    A excluso do relatrio de informaes sobre fenmenos complexos no admitida, por torn-los distorcidos.

    Na aplicao da restrio do custo feita uma avaliao para verificar se os benefcios proporcionados pela elaborao e divulgao da informao justificam os custos incorridos para fornecimento e uso.

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    As demonstraes so elaboradas tendo como premissa que a entidade est em atividade e ir manter-se em operao no futuro, ou seja, no tem inteno, nem necessidade, de entrar em processo de liquidao ou de reduzir materialmente a escala de suas operaes

    Elementos da posio patrimonial e financeira (BP)

    Ativos Passivos Patrimnio lquido

    Elementos da mensurao do desempenho (DRE) Receitas Despesas

    Os elementos so desmembrados em subclasses, a fim de mostrar as informaes da maneira mais til aos usurios.

    Ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefcios econmicos para a entidade;

    Passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidao se espera que resulte na sada de recursos da entidade capazes de gerar benefcios econmicos;

    Patrimnio Lquido o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

    Receitas so aumentos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuio de passivos, que resultam em aumentos do patrimnio lquido, e que no estejam relacionados com a contribuio dos detentores dos instrumentos patrimoniais;

    Despesas so decrscimos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da sada de recursos ou da reduo de ativos ou assuno de passivos, que resultam em decrscimo do patrimnio lquido, e que no estejam relacionados com distribuies aos detentores dos instrumentos patrimoniais.

    Os itens surgidos das reavaliaes no devem passar pelo resultado, sendo includos diretamente no patrimnio lquido como ajustes para manuteno do capital, tambm conhecidos como ajustes de avaliao patrimonial.

    Reconhecer fazer o lanamento contbil, incorporando o item ao balano patrimonial ou demonstrao do resultado. Envolve a descrio e

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    mensurao de valor.

    Um elemento deve ser reconhecido se:

    For provvel que algum benefcio econmico flua para a entidade ou flua da entidade (entre ou saia);

    e Se o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade.

    Um ativo deve ser reconhecido no balano patrimonial quando for provvel que benefcios econmicos futuros dele provenientes fluiro para a entidade e seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade.

    Um passivo deve ser reconhecido no balano patrimonial quando for provvel que uma sada de recursos detentores benefcios econmicos seja exigida em liquidao de obrigao presente e o valor pelo qual essa liquidao se dar puder ser mensurado com confiabilidade.

    A receita deve ser reconhecida na demonstrao do resultado quando resultar em aumento nos benefcios econmicos relacionado com aumento de ativo ou com diminuio de passivo, e puder ser mensurada com confiabilidade.

    A despesa deve ser reconhecida na demonstrao do resultado quando resultar em decrscimo nos benefcios econmicos, relacionado com a diminuio de um ativo ou o aumento de um passivo, e puder ser mensurada com confiabilidade.

    As despesas devem ser reconhecidas por associao com os correspondentes itens de receita. Esse processo, chamado de confrontao entre despesas e receitas (regime de competncia), envolve o reconhecimento simultneo ou combinado das receitas e despesas que resultem das mesmas transaes ou de outras.

    Mensurar consiste em determinar os montantes monetrios por meio dos quais os elementos das demonstraes devem ser reconhecidos, ou seja, encontrar o seu valor.

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    Bases de Mensurao

    Ativo Passivo Valor

    descontado?

    Custo Histrico

    Valor na data da aquisio

    Valor recebido ou valor para liquidar no curso normal das operaes

    No

    Custo Corrente

    Valor para adquirir na data do balano

    Valor para liquidar na data do balano

    No

    Valor Realizvel

    Valor obtido pela venda de forma ordenada

    Valor para liquidar no curso normal das

    operaes No

    Valor Presente

    Valor presente do fluxo de entradas esperado no

    curso normal

    Valor presente do fluxo de sadas para liquidar no

    curso normal Sim

    Capital Financeiro

    Representado pelo dinheiro investido ou o seu poder de compra investido, o capital financeiro sinnimo de ativos lquidos ou patrimnio lquido da entidade.

    Capital Fsico

    Representado pela capacidade operacional, o capital fsico considerado como a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, nas unidades de produo diria.

    Conceitos de Manuteno do Capital

    Definio do Lucro Requer base especfica?

    Efeito das Mudanas de Preo

    Capital Financeiro

    S h lucro se o montante financeiro for maior (mais dinheiro)

    No

    Valor do aumento que exceder a inflao

    considerado como lucro, o resto vai para ajuste.

    Capital Fsico

    S h lucro se a capacidade produtiva for

    maior

    Sim. Requer custo corrente

    Valor do aumento no lucro. Vai tudo para

    ajuste de manuteno de capital.

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    Exerccios Resolvidos

    1 FCC 2013 ICMS SP - A Casa de Espetculos William Shakespeare realizou uma pea teatral, em outubro de 2012. De acordo com os critrios da Resoluo CFC no 1.412/2012, a receita deveria ser reconhecida quando: a) os artistas assinaram o contrato de realizao do espetculo. b) a empresa recebeu o valor correspondente venda dos bilhetes. c) o pblico cadastrou-se online para compra posterior dos bilhetes. d) os bilhetes para o espetculo teatral foram vendidos. e) o espetculo teatral aconteceu. Vamos comear com uma questo que trata do CPC 30, que versa sobre receitas e ser tema de aula futura. Resolvi inclu-la na lista para que vocs entendam a importncia do CPC 00. Com base nele, j seria possvel garantir esse pontinho. Ns vimos que o CPC estabelece que o princpio da competncia deve ser utilizado para o registro das transaes. Ele pressupe que os lanamentos devem confrontar despesas e receitas, levando em conta o momento em que a o evento realmente acontece e produz efeitos. Muito bem, de forma essencial, em qual momento ocorre a mgica de transformar uma prestao de servio em receita para a entidade? No exato momento em que o servio est sendo prestado! No caso da casa de espetculos, isso se verifica no momento em que o espetculo ocorre. Levando a teoria para perto de um limite razovel, um espetculo de uma hora, que gerasse receita de 3600 reais, deveria resultar na apropriao de 1 real de receita a cada segundo. Mas isso no necessrio, pois no assim que a contabilidade opera. As alternativas a, b, d, podem, se atenderem aos critrios, resultar em reconhecimento de ativos e passivos. A alternativa c no resulta em lanamento algum. Gaba: E. 2 CESPE 2013 TRT - Deve-se reconhecer uma proviso para passivo contingente, caso a entidade preveja a necessidade, ainda que remota, de uma sada de recursos que incorporem benefcios econmicos para liquidar determinada obrigao. Errado! Necessidade remota jamais implica reconhecimento de passivo. Lembrando, o reconhecimento de passivos requer provvel (bem diferente de remota) sada de recursos e valor mensurvel. Gaba: Errado. 3 CESPE 2013 TRT - Passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidao resultar em sada de recursos da entidade.

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    Vejam isso! Maldade do examinador (tsc tsc tsc), mas est errado. A definio : Passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidao se espera que resulte na sada de recursos da entidade capazes de gerar benefcios econmicos. Lembram da questo anterior? Para reconhecer tem que ser provvel. E se provvel, pode acontecer. Mas no h certeza de que acontea, portanto o vocbulo resultar est definindo o erro. Gaba: Errado. 4 FCC 2012 TRE PR - Sobre a estrutura conceitual para a elaborao e apresentao das demonstraes contbeis, considere: I. A estrutura conceitual aplica-se forma e ao contedo das informaes adicionais fornecidas para atender s necessidades da administrao da empresa. II. O objetivo das demonstraes contbeis fornecer informaes que sejam teis a um grande nmero de usurios em suas avaliaes e tomadas de deciso econmica. III. As demonstraes contbeis so preparadas com base no pressuposto de que a entidade no tem a inteno nem a necessidade de entrar em liquidao, nem reduzir materialmente a escala das suas operaes. IV. As informaes sobre assuntos complexos que dificultam a compreensibilidade para alguns usurios da contabilidade devem ser excludas das demonstraes contbeis. Est correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) II e III. c) I, II e III. d) II, III e IV. e) III e IV. Vamos l! I Errado! As informaes devem ser teis para os usurios externos, e atender s suas necessidades. A administrao pode usar as demonstraes? Pode, mas no precisa, pois dispe de coisa melhor. Ento, a administrao nunca ser o foco das preocupaes da estrutura conceitual. II Certo! As informaes devem ser teis para usurios externos em geral. III - Certo! Princpio da continuidade, premissa da elaborao das DCs. IV- Errado! Nenhuma informao relevante deve ser excluda dos relatrios, sob pena de se ferir a representao fidedigna (neutra, completa e livre de erro, lembram?). No se pressupe que o usurio incapaz de entender fenmenos complexos, mas, caso seja, ele pode contratar auxlio. Gaba: B

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    5 FCC 2012 AFTM SP - Sobre a Estrutura Conceitual para Elaborao e Divulgao de Relatrio Contbil-financeiro, considere: I. As autoridades tributrias podem determinar exigncias especficas para atender a seus prprios interesses e, consequentemente, mudar a estrutura conceitual para elaborao e divulgao de relatrio contbil-financeiro de propsito geral. II. A avaliao da administrao da entidade quanto responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto qualidade de seu desempenho e de sua prestao de contas uma das necessidades comuns da maioria dos usurios dos relatrios contbil-financeiros de propsito geral. III. O regime de competncia retrata com propriedade os efeitos de transaes e outros eventos e circunstncias sobre os recursos econmicos e reivindicaes da entidade que reporta a informao nos perodos em que ditos efeitos so produzidos. IV. Comparabilidade a caracterstica qualitativa que define o uso dos mesmos mtodos para os mesmos itens, tanto de um perodo para outro, considerando a mesma entidade que reporta a informao, quanto para um nico perodo entre entidades. Est correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. I Errado! As autoridades tributrias podem tudo, ou quase tudo! Mexer na estrutura conceitual das DCs, elas no podem. Podem requerer declaraes diversas na forma de obrigaes acessrias, como j sabemos. Mas isso no implica alterao na forma dos relatrios contbeis determinados pelo CPC. Os relatrios de propsito fiscal sero elaborados e entregues fora do processo das demonstraes contbeis. II Certo! Uma das finalidades dos relatrios permitir aos usurios que avaliem a administrao e o resultado da entidade. III - J vimos isso hoje! O regime de competncia o que o CPC determina. IV Errado! A banca inverteu os conceitos de Comparabilidade e Consistncia. Comparabilidade o objetivo, a caracterstica qualitativa de melhoria. A informao ser mais til caso possa ser comparada com informao similar sobre outras entidades e com informao similar sobre a mesma entidade para outro perodo. A consistncia est relacionada aos mtodos que auxiliam a alcanar esse objetivo. Consistncia um aspecto da comparabilidade, e refere-se ao uso dos mesmos mtodos para os mesmos itens, tanto de um perodo para outro na mesma entidade, quanto para um nico perodo entre entidades.

    Gaba: B

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    6 ESAF 2012 AFRFB - Entre as caractersticas qualitativas de melhoria, a comparabilidade est entre as que os analistas de demonstraes contbeis mais buscam. Dessa forma, pode-se definir pela estrutura conceitual contbil que comparabilidade a caracterstica que: a) permite que os usurios identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenas entre eles nas Demonstraes Contbeis. b) utiliza os mesmos mtodos para os mesmos itens, tanto de um perodo para outro, considerando a mesma entidade que reporta a informao, quanto para um nico perodo entre entidades. c) considera a uniformidade na aplicao dos procedimentos e normas contbeis, onde, para se obter a comparabilidade, as entidades precisam adotar os mesmos mtodos de apurao e clculo. d) garante que usurios diferentes concluam de forma completa e igual, quanto condio econmica e financeira da empresa, sendo levados a um completo acordo. e) estabelece procedimentos para a padronizao dos mtodos e processos aplicados em demonstraes contbeis de mesmo segmento. Alternativa a, perfeita! Comparabilidade o objetivo, a caracterstica qualitativa de melhoria. A informao ser mais til caso possa ser comparada com informao similar sobre outras entidades e com informao similar sobre a mesma entidade para outro perodo. A letra b traz a definio de consistncia, que no caracterstica, lembrem sempre. Letra c comea falando sobre o conceito de consistncia e acaba com uma informao errada. A comparabilidade no requer que sejam utilizados os mesmos mtodos, apenas requer que sejam obedecidos os mesmos fundamentos. Letra d trata dos aspectos do entendimento dos usurios sobre a informao comparvel. Usurios diferentes no precisam, e no iro, chegar a um completo acordo sobre a condio da entidade. Apenas ser formado um consenso, uma harmonia no entendimento. Letra e est errada porque padronizao de mtodos est relacionada consistncia, e mesmo sendo ela um aspecto da comparabilidade, o CPC 00 deixa claro que mtodos padronizados no so essncias para que a informao seja comparvel. Gaba: A 7 UEL 2012 ICMS PR - A receita e as despesas relacionadas mesma transao so reconhecidas simultaneamente. Esse processo est vinculado ao princpio da confrontao das despesas com as receitas (regime de competncia). Porm, quando as despesas no podem ser mensuradas confiavelmente, a receita fica impossibilitada de ser reconhecida.

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    Em tais circunstncias, quaisquer valores j recebidos pela venda dos bens sero reconhecidos como: a) um ativo. b) um custo. c) um passivo. d) uma perda. e) uma receita. A questo fala sobre regime de competncia no reconhecimento das despesas e receitas, o que correto. Reconhecimento requer mensurao mais probabilidade de ocorrer. Se no podemos mensurar com segurana a despesa, o que fazemos com as receitas relacionadas? Avancemos um pouco sobre o CPC 30, para adiantar a informao de que nesse caso as receitas devem ser reconhecidas como passivo. Veremos o porqu disso no momento oportuno. Gaba: C 8 CFC 2012 Suficincia - A NBC TG - ESTRUTURA CONCEITUAL - Estrutura Conceitual para a Elaborao e Apresentao das Demonstraes Contbeis estabelece os conceitos que fundamentam a preparao e a apresentao de demonstraes contbeis destinadas a usurios externos. Portanto, NO finalidade dessa NBC TG: a) apoiar os usurios das demonstraes contbeis na interpretao de informaes nelas contidas, preparadas em conformidade com as normas. b) auxiliar os auditores independentes a formar sua opinio sobre a conformidade das demonstraes contbeis com as normas. c) dar suporte aos responsveis pela elaborao das demonstraes contbeis na aplicao das normas e no tratamento de assuntos que ainda no tiverem sido objeto de normas. d) definir normas ou procedimentos para qualquer questo particular sobre aspectos de mensurao, divulgao ou de publicidade. Relembrando as finalidades do CPC 00:

    dar suporte ao desenvolvimento de novas normas (quando eu disser normas, entendam normas, interpretaes e comunicados tcnicos) e reviso dos j existentes, quando necessrio;

    dar suporte padronizao de normas e procedimentos relacionados apresentao das demonstraes contbeis;

    dar suporte aos rgos reguladores nacionais; auxiliar elaboradores das demonstraes contbeis na aplicao das

    normas; auxiliar os auditores independentes a formar sua opinio; auxiliar os usurios na interpretao de informaes contidas nas

    DCs; proporcionar informaes sobre o enfoque adotado na formulao

    das normas.

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    Logo, a nica que no se encaixa no rol a letra d. E alm disso, vai contra os preceitos do CPC 00, que deixa expresso que Esta Estrutura Conceitual no uma norma propriamente dita e, portanto, no define normas ou procedimentos para qualquer questo particular sobre aspectos de mensurao ou divulgao. Gaba: D 9 FCC-2012 TRT - A empresa Figueira S.A. ao estabelecer as taxas de depreciao optou por adotar as taxas fiscais, ainda que soubesse que seus ativos teri