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8/20/2019 Aula Prat Processo Civil I 3 http://slidepdf.com/reader/full/aula-prat-processo-civil-i-3 1/9 1 PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL I AULA N. 3 Professora Mariângela Guerreiro Milhoranza, Mestre em Direito pela PUC/RS, Especialista em Direito Processual Ciil pela PUC/RS, !"oga"a em Porto !legre/RS, Professora "e Direito "a PUC/RS# Procedimento Sumário - Arts. !" # $% do CPC So$re o proce"imento sum%rio, nos alemos "e te&to ela$ora"o pela Professora M%rcia Regina 'usa Ca"ore (e$er para e&planar to"as os incisos "o art# )*+ "o CPC ue contemplam, "e forma ta&atia, as a-.es em ue "eer% ser o$sera"o o tal proce"imento I - Causas em que o valor não exceda a 60 salários mínimos: Observar-se-á o procedimento sumário, sempre que o valor da causa não exceder 60 salários mínimos, valor esse fixado pela Lei n° 10!!!, de 0"0#$00$ %$&' (ompete ao autor indicar, na inicial o valor da causa, de acordo com o arti)o $#& do (*(  Os crit+rios ali postos, exceão feita aos incisos . e .. que tratam da aão de alimentos, de demarcaão e de divisão de terras, aplicam-se ao sumário *ara fins de incid/ncia das normas do procedimento sumário importa o valor atribuído aão no momento do aui2amento da aão 3odifica4es supervenientes do valor que o inciso . do arti)o $"# vincula ao salário mínimo, que + variável, nen5uma influ/ncia exercem no processo pendente (ontroverte-se na doutrina acerca da possibilidade de o ui2, de ofício, determinar a retificaão do valor da causa e)undo 7ra8en de 7ssis pode o ui2 corri)ir de ofício o valor da causa no caso de a errada estimativa do autor servir adoão do rito sumário (almon de *assos tem entendimento contrário *ara o autor, o ui2 não poderá corri)ir o valor da causa e sim o tipo de procedimento 7ssim, se o valor da causa ultrapassar 60 salários mínimos e o autor tiver adotado o procedimento sumário o  ui2 deverá determinar a emenda da inicial e, sendo omisso autor, está autori2ado a extin)uir a aão sem apreciaão do m+rito 3as se, por 5ip9tese, o autor atribuiu causa valor inferior a 60 salários mínimos pretendendo aproveitar-se do procedimento sumário, quando bem da vida pretendido tiver valor muito superior a tal patamar, não poderá 5aver modificaão de ofício do valor da causa :ão impu)nado o valor da causa em tal circunst;ncia presume-se aceito, não podendo 5aver alteraão de ofício <m que pese as respeitáveis opini4es em contrário, a mel5or interpretaão parece estar com 7ra8en de 7ssis, sendo no mesmo sentido o entendimento da => ?urma do < ?@A 7LOB C7 (7D7 .mpu)naão EfaltaF 7lteraão de ofício

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PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL I

AULA N. 3

Professora Mariângela Guerreiro Milhoranza, Mestre em Direito pela

PUC/RS, Especialista em Direito Processual Ciil pela PUC/RS,

!"oga"a em Porto !legre/RS, Professora "e Direito "a PUC/RS#

Procedimento Sumário - Arts. !" # $% do CPC

So$re o p roce" imento sum%r io, nos alemos "e te&to e la$ora"o pela

Professora M%rcia Regina 'usa Ca"ore (e$er para e&planar to"as os

incisos "o art# )*+ "o CPC ue contemplam, "e forma ta&atia, as a-.es

em ue "eer% ser o$sera"o o tal proce"imento

I - Causas em que o valor não exceda a 60 salários mínimos:

Observar-se-á o procedimento sumário, sempre que o valor da causa não exceder60 salários mínimos, valor esse fixado pela Lei n° 10!!!, de 0"0#$00$ %$&'

(ompete ao autor indicar, na inicial o valor da causa, de acordo com o arti)o $#&do (*(  Os crit+rios ali postos, exceão feita aos incisos . e .. que tratam daaão de alimentos, de demarcaão e de divisão de terras, aplicam-se ao sumário

*ara fins de incid/ncia das normas do procedimento sumário importa o valoratribuído aão no momento do aui2amento da aão 3odifica4es supervenientes

do valor que o inciso . do arti)o $"# vincula ao salário mínimo, que + variável,nen5uma influ/ncia exercem no processo pendente

(ontroverte-se na doutrina acerca da possibilidade de o ui2, de ofício, determinar aretificaão do valor da causa e)undo 7ra8en de 7ssis pode o ui2 corri)ir de ofícioo valor da causa no caso de a errada estimativa do autor servir adoão do ritosumário

(almon de *assos tem entendimento contrário *ara o autor, o ui2 não poderácorri)ir o valor da causa e sim o tipo de procedimento 7ssim, se o valor da causaultrapassar 60 salários mínimos e o autor tiver adotado o procedimento sumário o

 ui2 deverá determinar a emenda da inicial e, sendo omisso autor, está autori2ado a

extin)uir a aão sem apreciaão do m+rito 3as se, por 5ip9tese, o autor atribuiu causa valor inferior a 60 salários mínimos pretendendo aproveitar-se doprocedimento sumário, quando bem da vida pretendido tiver valor muito superior atal patamar, não poderá 5aver modificaão de ofício do valor da causa :ãoimpu)nado o valor da causa em tal circunst;ncia presume-se aceito, não podendo5aver alteraão de ofício

<m que pese as respeitáveis opini4es em contrário, a mel5or interpretaão pareceestar com 7ra8en de 7ssis, sendo no mesmo sentido o entendimento da => ?urmado < ?@A

7LOB C7 (7D7 .mpu)naão EfaltaF 7lteraão de ofício

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7 modificaão do valor da causa, por iniciativa do ma)istrado, falta deimpu)naão da parte, somente se ustifica quando o crit+rio estiver fixado na lei ouquando a atribuião constante da inicial constituir expediente do autor para desviara compet/ncia, o rito procedimental adequado, ou alterar a re)ra recursal

7ssimA EaF 7o apreciar a inicial, portanto, caberá ao ui2 abrir o pra2o do art $G!, a

fim de que o autor adapte a inicial ao procedimento pr9prio, se, por exemplo, tiveratribuído causa valor superior a 60 salários mínimos e tiver sido adotado oprocedimento sumário Omitindo-se o autor, + o caso de indeferimento da inicial,nos termos do art $&#, inciso do (*( e o equívoco no valor da causa passardespercebido, na audi/ncia poderá o ui2 mandar o autor converter a aão aoprocedimento pr9prio, se possível Eart$"", par !° do (*(FH EbF se aui2adademanda pelo procedimento sumário e, a par do valor atribuído mesma serinferior ao teto posto no arti)o $"#, inciso . do (*(, o conteIdo econJmico dademanda for notoriamente superior, cumprirá ao 3a)istrado, de ofício, determinarao autor que emende a pea inicial para corri)ir o valor da causa e, emconseqK/ncia, adequar o procedimento, pena de indeferimento da inicial

Ce referir-se, ainda, que a impu)naão ao valor da causa apresentada pelo r+u nosumário pode ser feita na mesma pea da contestaão, se essa for apresentada naforma escrita *ode, tamb+m, assim como a contestaão, ser dedu2ida de formaoral <m qualquer caso, será decidida em audi/ncia, na forma do arti)o $"", par !°do (*( 

II - Sumário em razão da matéria:

Arrendamento rural e parceria arícola !art" #$%& II& a':

e)undo o arti)o $"#, inciso .., alínea a do (*( submetem-se ao procedimentosumário as causas de arrendamento rural e parceria a)rícola ?anto o arrendamentorural quanto a parceria a)rícola são formas de exploraão da propriedade rural,caracteri2ando ambos um contrato de direito privado, que pode ser verbal ouescrito .nserem-se nesse contexto os contratos de parceria a)roindustrial eextrativa Cada a sua nature2a admitem prova exclusivamente testemun5al 7mbosos institutos estão re)ulados no <statuto da ?erra ELei n° !#0!, de =0116!F e na Lei n°!&!", de 060!66 O arti)o 10" do <statuto da ?erra mandava que os lití)ios udiciaisentre os proprietários e arrendatários rurais obedecessem ao rito processualprevisto pelo art 6G# do (9di)o revo)ado Erito sumário das medidas cautelaresFiel a essa orientaão, o le)islador de 1&"= atribuiu o procedimento sumário a taislití)ios, incluindo os pertinentes parceria a)rícola

O arrendamento rural + contrato a)rário pelo qual uma pessoa se obri)a a ceder outra, por tempo determinado ou não, o uso específico de im9vel rural, de parte oupartes do mesmo, incluindo, ou não, outros bens, benfeitorias eMou facilidades, como obetivo de nele ser exercida atividade de exploraão a)rícola, pecuária,a)roindustrial, extrativa ou mista, mediante certa retribuião ou alu)uel,observados os limites percentuais da lei 7quele que cede o im9vel rural ou o alu)ac5ama-se arrendadorH aquele Epessoa ou conunto familiarF que recebe ou tomaim9vel por alu)uel c5ama-se arrendatário <ssa compreende aí, i)ualmente, osubarrendamento rural, que + o contrato pelo qual o arrendatário transfere aoutrem, no todo ou em parte, os direitos e obri)a4es de seu contrato dearrendamento

7 parceria rural + contrato a)rário pelo qual uma pessoa se obri)a a ceder a outra,por tempo determinado ou não, o uso específico e im9vel rural, de parte ou partesdo mesmo, incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens ou facilidades, com o

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obetivo de nela ser exercida atividade de exploraão a)rícola, pecuária,a)roindustrial, extrativa, ve)etal ou mistaH eMou l5e entre)a animais para a cria,recria, inverna)em, en)orda ou extraão de mat+rias-primas de ori)em animal,mediante partil5a de riscos do caso fortuito e da fora maior do empreendimentorural e dos frutos, produtos ou lucros 5avidos nas propor4es que estipularem,observados os limites percentuais da lei

Ce acordo com (arreira 7lvim Ntodas as causas entre arrendadores EouarrendantesF e arrendatários rurais que ten5am por obeto ou decorram de contratode arrendamento, devem se)uir o rito sumárioN

7inda quanto ao arrendamento rural, ensina (almon de *assos que a Npertin/nciado rito sumário, portanto, não se prende qualidade dos sueitos, ao fato de elesserem arrendante e arrendatário, e sim está vinculada nature2a da lide, cuacausa de pedir deve ser o contrato de arrendamento, ou nele estar contida ou delederivar direta e principalmenteN

(a co)ran*a ao cond+mino !art" #$%& II & )':

9 as a4es cuo pedido imediato sea a condJmino em d+bito são processadas pelorito sumário ica claro na redaão conferida alínea em comento que a aão deprestaão de contas, movida pelo condomínio contra o anti)o síndico, mesmo que,na se)unda fase, resulte em saldo favorável, ou aão anulat9ria de assembl+ia)eral, refo)em ao dispositivo ?amb+m não trata o dispositivo de cr+ditos outrosdevidos por qualidade diversa, como, por exemplo, o que decorre da aão dereparaão de dano causado pelo condJmino a outro comun5eiro

Cesimporta a nature2a do condomínioA se le)al, convencional, absoluto ou relativoAobservará o procedimento sumário a aão re)ressiva do condJmino que pa)oudívida contraída em benefício da comun5ão, contra os demais condJminos, como,por exemplo, pa)amento de despesas de conservaão e de administraão e + osíndico que cobra ao condomínio tais despesas, tamb+m cabível o rito sumário

O obeto da demanda ser proposta pelo procedimento sumário contra o condJminopoderá abran)er pr/mio do se)uro, o )ás e a á)ua medidos individualmente, sobforma especificada, do condomínio

7 pretensão do condomínio contra o condJmino, passível de ser dedu2ida peloprocedimento sumário, não pode ser confundida com a pretensão do condJminocontra o inquilino (onforme (almon de *assos, se o condJmino, transformado emlocador, transferiu tais despesas ao inquilino, na forma do art $=, .. e par 1° daLei n° G$!#M&1 e este inadimpliu tais encar)os, cabível + a execuão, fundada nocontrato escrito de locaão omente se não existir contrato escrito e o valor forcompatível com o limite posto no art $"#, ., + que esta Iltima aão observará oprocedimento sumário 

Ce salientar-se, tamb+m, que se a dívida do condJmino perante o condomínioestiver título executivo extraudicial caberá aão execut9ria

Causas relativas a ressarcimento por danos em prédios ur)anos ou r,stico!art" #$%& inciso II& c':

*r+dio aqui tem o sentido de im9vel ão im9veis, de acordo com o arti)o "&  do

(9di)o (ivil, o solo e tudo quanto se l5e incorporar natural ou artificialmente O danopode ser ao solo e a qualquer dos elementos que a ele aderem

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:ão se compreendem, na 5ip9tese, as a4es relativas aos im9veis por ficão Earti)oG0 do (civil - direitos reais sobre im9veis e as a4es que os asse)ura e direito sucessão abertaF

?ratando-se de aão de ressarcimento de danos, a causa de pedir + Num atoantiurídicoN, sea este ato um ilícito civil ou um ilícito penal 7 antiuridicidade pode

ser subetiva Eato ilícito propriamente ditoF, ou obetiva Eresponsabilidade semculpaF Le)itimado ativo para a aão + o proprietário do pr+dio e le)itimado passivoo autor do dano

Causas de ressarcimento por danos causados em acidente de via terrestre!art" #$%& II d':

7plica-se o procedimento sumário s causas decorrentes de veículos de viaterrestre 7 prop9sito do tema inda)a (arreira 7lvimA N< o acidente provocado porbarco em terra firme, no seu traeto para o mar ou vice-versa, ou por um ultra-leveno solo, no seu traeto para a cabeceira da pista ou desta para o 5an)arP <stariacompreendido na alínea d do inciso .. do art $"#NP O mesmo autor respondeA Nebem que nem mesmo o barco nem o ultraleve seam considerados veículos de viaterrestre, creio que o ressarcimento do dano, nesses casos, pode ser postulado pelavia sumária <quiparam-se, para os fins le)ais, os acidentes causados por veículode via terrestre e os causados por veículos marítimos ou a+reos, nas 5ip9tesesretroN %!=' (ompreende-se na alínea, ainda, dano provocado a veículo por buracoaberto pela autoridade municipal em via pIblica @á o dano ocorrido dentro doveículo, resultante de bri)a entre passa)eiros refo)e previsão le)al

7cidente + o que adv+m de forma imprevisível :o entanto, ainda que al)u+m,dolosamente, utili2a-se de veículo para causar dano a outrem ou bem de outrem,para a aão de ressarcimento aplica-se o procedimento sumário 7 lei exi)e nexo decausalidade entre o dano e o veículo, sendo indiferente que o condu2aA + acidentecom veículo aquele causado por carro estacionado em ladeira que, por não estardevidamente en)renado, se lana declive abaixo, causando dano a outrem

Le)itimado ativo para a demanda + a vítima do dano ou seus sucessores se doacidente resultou morteH (uidando de dano coisa o le)itimado ativo + seuproprietário Le)itimado passivo + o causador do acidente, ou quem por ele deveresponder Ou, ainda, que + obetivamente responsável pelo dano :ão se altera oprocedimento a circunst;ncia de a se)uradora fi)urar como autora, sub-ro)ada naaão do se)urado, vítima de acidente de tr;nsito

:esta 5ip9tese assume relev;ncia o disposto no arti)o $G0, do (*(, que admite aintervenão de terceiro, fundada em contrato de se)uro *oderá o r+u, causador doacidente de tr;nsito, por exemplo, denunciar lide se)uradora

(a co)ran*a de seuro de danos causados em acidentes de tr.nsito:

O arti)o $"#, .., e prescreve o procedimento sumário para as a4es de cobrana dese)uro relativamente aos danos causados em veículos, ressalvadas as 5ip9teses deprocesso de execuão <sta cláusula final relaciona-se com o arti)o #G#, ... do (*(e)undo tal norma, o contrato de se)uro de vida e de acidentes pessoais, cobrindomorte ou incapacidade, constitui título executivo, sea ele obri)at9rio ou facultativo:o entanto, o arti)o 10 da Lei n° 61&!, de 1&1$"!, derro)ou, parcialmente, o referidoart #G#, ..., preceituando o procedimento sumário nas 5ip9teses de cobrana dese)uro obri)at9rio de danos pessoais causados por veículos automotores, na viaterrestre, caso resultasse do evento, morte ou incapacidade 3as, se)undo 7t5os

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Qusmão (arneiro, a Lei n° &$!#M&# restaurou na inte)ralidade a previsão constanteno arti)o #G#, ... do (*(A

Os Rse)uros de vida e de acidentes pessoais de que resulte morte ou incapacidadeR,seam obri)at9rios ou facultativos, poderão ser cobrados pela aão de execuão,mesmo os decorrentes de veículos automotores de via terrestre @á os demais

se)uros por danos R causados em acidentes de veículosR, adotarão em suacobrana, o rito sumárioH assim, os se)uros por danos materiais e os se)uros pordanos pessoais de que não 5aa resultado morte ou incapacidade Eou sea, noscasos de ferimentos e les4es não incapacitantes, e mesmo danos est+ticosi)ualmente não incapacitantesF

Co)ran*a de /onorários de proissional li)eral !art" #$%& II& ':

Bessalvado o disposto em le)islaão especial, a aão em que profissional liberal, ousea, pessoa física sem vínculo empre)atício, cobre 5onorários de outra pessoa, seaterá ao rito sumário Bi)orosamente, di2 7ra8en de 7ssis  %!6', profissional liberal +a pessoa dotada de título superior Eadvo)ado, arquiteto, contador, economista,en)en5eiro, odont9lo)o, enfermeiroF, não podendo ser atribuída tal condião, porexemplo, ao corretor de im9veis (ontudo, especificamente no que se refere cobrana de valores devidos ao corretor de im9veis, teve entendimento diverso a!> ?urma do < ?@A

NO corretor de im9veis pode valer-se do procedimento sumário para cobrar a suacomissão, conforme interpretaão do art $"#, .., f, do (*(, sendo irrelevante aaus/ncia de inscrião no (B<(., 9r)ão controlador da classeN

*ara (almon de *assos, o dispositivo refere-se s 5ip9teses em que os profissionaisliberais não ten5am, por escrito, contratado seus 5onorários :ão teriam, assim,aão de execuão

7 parte final da norma ressalva as 5ip9teses previstas na le)islaão extrava)ante:os termos do arti)o $! da Lei n° G&06M&!, o contrato escrito que estipular 5onoráriosem favor do advo)ado constitui título executivo, prescindindo-se na assinatura deduas testemun5as, conforme posião da => ?urma do < ?@ %#0'

1utros Casos ! art" #$%& II& alínea ':

7 alínea N)N adscreve ao sumário outras causas, desde que exista previsão le)alespecífica 2ode-se apresentar o seuinte rol de a*3es 4s quais aplica-se oprocedimento sumário:

- aão revisional de alu)uel E art 6G da Lei n° G$!#M&1F

- a4es de acidente de trabal5o ELei n° G$1=, de $!0"&1F

- a4es discriminat9rias de terras devolutas E art $0 da Lei n° 6=G=, de 0"1$"6, art$0F

- s adudica4es compuls9rias previstas no art 16 do CL #GM=", com a redaão dadapela Lei n° 601!M"=, relativamente a im9veis não loteados

- 74es entre representante comercial autJnomo e representado E Lei n° !GG6M6#, na

redaão dada pela Lei G!$0M&$F

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- 74es decorrentes de danos pessoais por car)a ELei n° G="!M&1, art 1$F

- 74es decorrentes de danos pessoais causados por embarca4es ou por sua car)aELei n° G="!, de =01$&1F

<xistem 5ip9teses em que a alusão a sumaríssimo em leis especiais não si)nifica aadoão do procedimento previsto nos arts $"6  a $G1  do (*( <m )eral, assinalaapenas al)uma particularidade pr9pria da lei extrava)ante :o usucapião especialEart #° da Lei n° &&61MG1F, por exemplo, a exist/ncia da audi/ncia de ustificaãodescaracteri2a o sumário .)ualmente, na aão visando correão de erros de)rafia no re)istro civil E art 110, par !° da Lei n° 601#M"=F se observará, ao inv+s dosumário, o rito da urisdião voluntária

:ão se apresenta correta, de outra parte, como adverte 7ra8en de 7ssis,

a tese de que mencionando os textos anti)os o sumaríssimo, aplicar-se-á,doravante, o sumaríssimo rito dos @ui2ados <speciais emel5ante interpretaão s9apresenta fundamento )ramatical Ora, tal exe)ese + recon5ecidamente pobre ei)nora o contexto daquelas disposi4es e sua ori)em :a verdade, a omissão do art=° da Lei n°&$!#M&#, deixando de promover a mudana terminol9)ica nas leisextrava)antes, nen5uma influ/ncia concreta exerce no terreno do procedimentoadmissível 7 remissão dos diplomas anteriores reforma sumaríssimo, porqueera o nome do procedimento derro)ado, a)ora + ao sumário dos arti)os $"6-$G1do (*(

III- 5xclusão do sumário- art" #$%& parárao ,nico:

*ará)rafo Inico <ste procedimento não será observado nas a4es relativas aoestado e capacidade das pessoas EBedaão dada pela Lei nS &$!#, de 1&&#F

<ssa vedaão di2 com o valor da causa, na medida em que o rol previsto no inciso.. do arti)o $"# não contempla causas relativas a estado e capacidade daspessoas

(ausas de estado são aquelas relativas ao status político Enacionalidade, cidadaniaFe civil da pessoa Ea4es de investi)aão de paternidade ou da maternidade,div9rcio, nulidade de casamentoF (ausas relativas capacidade correspondemquelas em que se controverte acerca da aptidão de certa pessoa para adquirir ouexercer certos direitos

<ssas a4es, se não previstas para elas procedimento especial, quer no (*(, quer

em le)islaão extrava)ante, devem atender ao rito ordinário, quando contenciosas

I- 2eti*ão Inicial 7 art" #$6:

7ntes da elaboraão da petião inicial, deverá o autor verificar se a demanda emquestão pode ser aui2ada se)undo as normas do procedimento sumário QilsonCel)ado 3iranda oferece o se)uinte roteiroA

N:um primeiro lu)ar, os procedimentos devem ser divididos em comuns e especiaisO comum + aplicado por exclusãoA todas as ve2es que a causa não tiver umprocedimento especial re)ulado a ela, aplicar-se-á o ritual comum E art $"1F*ortanto, num momento inicial, o autor deve analisar dentro dos procedimentos

especiais se a sua causa tem ou não disciplina pr9priaH não 5avendo, como dito,deverá partir para o re)ramento comum Centro dos procedimentos comuns, o que

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se tem, i)ualmente, + a aplicaão de um crit+rio de exclusãoA de início verifica-sequanto ao enquadramento na 5ip9tese no rito sumário E5ip9teses taxativasmencionadas pelo le)islador no arti)o $"#  do (*(F :ão se moldando formaabrevidada, adotar-se-á o procedimento ordinário <m resumo, o autor, aoin)ressar com a aão, deve se)uir o iterA primeiro, deve verificar o enquadramentoda causa num procedimento especial qualquer ELivro .FH se)undo, não 5avendo

re)ra especial expressamente fixada, passará ao campo de atuaão dosprocedimentos comunsA cuidará de ver se uma 5ip9tese de cabimento do arti)o $"#Evalor da causa ou mat+riaF está presente e, se positiva, aui2ará a aão pelo ritosumárioH na ne)ativa, restará o procedimento ordinário, por exclusão

7 petião inicial, pea fundamental do processo, deverá, necessariamente, observaros arti)os $G$ e $G= do (*( 

*resentes os requisitos previstos no arti)o $G$  do (*(, tem-se, inicialmente, anecessidade de indicaão do ui2 a quem + diri)ida a demanda endo competentea urisdião brasileira e a causa de procedimento sumário observa-se as re)ras decompet/ncia interna, previstas nos arti)os &! a 101 do (*(

<m se)uida, deve o autor qualificar quem pede e perante quem + pedida a tutela urídica do <stado Tavendo litisconsortes + preciso fa2/-lo relativamente a todos(onforme 7ra8en de 7ssis N:en5uma nota discrepante apresenta, no sumário, ore)ime dos pressupostos processuais relativos s partes-personalidade processual,capacidade processual, capacidade postulat9ria e capacidade para condu2ir oprocesso Ele)itimidadeF, relativamente disciplina comum Obri)at9rio se afi)ura,por exemplo, a representaão por advo)ado e a observ;ncia do art =&, inciso . do(*(N

7dmite-se litiscons9rcio ativo, passivo ou recíproco, inexistindo, i)ualmente,nen5uma particularidade relativamente disciplina comum

Ceve estar presente, ainda, na inicial a causa de pedir que pode ser conceituadacomo o fato ou o conunto de fatos que serve para fundamentar a pretensãoprocessual do demandante, sendo de referir-se que eventual equívoco no nomen

 uris que o autor d/ demanda Epor exemplo reparaão ao inv+s de ressarcimentona 5ip9tese do art $"#, .., dF e na indicaão do fundamento le)al, não exerceminflu/ncia na causa de pedir e nem enseam o indeferimento da inicial,considerando a incid/ncia do ura novit curia

O pedido, considerando os termos do arti)o $"#, .. do (*(, + de re)ra, condenat9rio,devendo ser observadas as re)ras previstas nos arts $G6, $GG, $&= e $&! do (*(*oderá 5aver cumulaão de pedidos, desde que todos esteam situados no campode atuaão do sumário (aso al)um dos pedidos formulados não se adscreva ao ritosumário, caberá a conversão para o procedimento ordinário

Ceverá, ainda, ser indicado o valor da causa, requisito que no sumário, assume)rande relev;ncia

:o que se refere aos meios de prova tem-se distinão importante relativamente aoprocedimento ordinário :o procedimento ordinário basta ao autor formularrequerimento de produão de provas, com alusão )en+rica aos meios que pretendal5e seam oportuni2ados, ressalvada a prova documental, que deve ser produ2idacom a petião inicial

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:o procedimento sumário á na petião inicial o autor deverá apresentar o rol detestemun5as, observado o nImero previsto no arti)o !0", pará)rafo Inico, do (*(e, se requerer perícia, o rol de quesitos, podendo indicar assistente t+cnico

*ara 7t5os Qusmão (arneiro, não apresentado o rol de testemun5as com a petiãoinicial, 5averá preclusão relativamente a tal prova

@á decidiu a !> ?urma do < ?@ que Nnão se 5á de declarar nulidade se o autor, emaão do rito sumaríssimo, embora não apresentando o rol de testemun5as nainicial, o fa2 antes da citaão, possibilitando ao r+u, com devida anteced/ncia, plenocon5ecimento de seu conteIdoN 

3ais recentemente, contudo, a mesma ?urma, apreciando o Becurso <special n°!=#0$!, assim decidiuA

N?<?<3D:T7 *rocedimento sumário Bol apresentado pelo autor antes daaudi/ncia *reclusão O ui2 não pode ouvir testemun5a arrolada pelo autor, depoisde aui2ada a petião inicial Bessalva do relator

Becurso não con5ecidoN

*arece que essa Iltima posião, efetivamente, mostra-se mais acertada :oentanto, o arti)o 1=0 do (*(, que confere ao ui2 poderes instrut9rios, não pode serafastado do procedimento sumário, ra2ão pela qual o ui2 poderá ouvir testemun5asarroladas de forma intempestiva, observada a ampla defesa do r+u (ontudo,quando aplicaão do arti)o 1=0 do (*(, + de ter-se presente a lião de @os+ (arlosUaptista *ouliA

*ara bom entendimento da posião firmada acima deve-se ressaltar que se

defende, sim, uma postura mais ativa e interessada do ui2 em relaão aos conflitoscua soluão l5e + submetida 7t+ aqui, realmente, não se v/ motivo para usar doescudo da disponibilidade do interesse como desculpa para uma atividade passiva edespreocupada de um ui2 que está funcionalmente destinado busca de umacorreta aplicaão do direito e de uma maior ustia das decis4es Cito isto,imprescindível ressaltar que o )rau de intensidade desta atuaão irá, para não di2erdeverá, variar conforme o )rau de disponibilidade do interesse <sta ressalvaatende pr9pria realidade do quotidiano forense, de forma que, não sendo possívelfec5ar os ol5os uma situaão fática, não se pode querer que em todos os casos o

 ui2 ten5a o mesmo )rau de participaão, estudo e aplicaão

*or outro lado, parece certo afirmar que se a audi/ncia for adiada, não 5averá

impedimento para que o autor apresente rol de testemun5as não constante dainicial, desde que o r+u, cientificado da apresentaão não oferea qualquer 9bice

7s testemun5as podem ser ouvidas por meio de carta precat9ria, com suspensãodo feito :esse sentido foi a conclusão de n° $1 do imp9sio de Cireito *rocessual(ivil reali2ado em 1&"# em (uritiba :o entanto, considerando a celeridade a serimprimida no rito sumário, entende 7ra8en de 7ssis que o ui2 deve o ui2 deveassinar pra2o máximo de =0 dias para o cumprimento da missiva indo este pra2o,sendo a carta cumprida ou não, o feito retomará seu curso, podendo a provacol5ida por meio da mesma ser untada at+ a prolaão da sentena

<ssencial, por outro lado, a apresentaão do rol de quesitos na petião a inicial para

a reali2aão de prova pericial, ainda que tal prova consistir apenas na inquirião doperito na audi/ncia

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7 aus/ncia de indicaão do assistente t+cnico não ensea a perda do direito deprodu2ir a prova pericial, precluindo, apenas, a oportunidade da indicaão(omportam os quesitos, outrossim, modifica4es e adi4es ulteriores, decorrentesdos ar)umentos apresentados na defesa

(umpre ao ui2, evidentemente, indeferir os quesitos impertinentes *oderá, ainda,

o 3a)istrado, sendo o caso, determinar, de oficio, a reali2aão de prova pericial,caso em que se oportuni2ará s partes a apresentaão de quesitos e a indicaão deassistente t+cnico, na pr9pria audi/ncia, se possível, ou no pra2o de cinco dias

:a petião inicial do sumário, deverá 5aver, ainda, se for o caso, o requerimentopara o depoimento pessoal do r+u 7l+m disso, deve dita pea ser acompan5ada daprova documental pertinente e)undo (almon de *assos, a omissão do arti)o $"6do (*(  quanto aos documentos + irrelevanteA N?al como se prev/ para oprocedimento ordinário, + a inicial o momento pr9prio para produ2i-los, sob pena depreclusão, salvo a 5ip9tese do arti)o =&"  do (*(, se)undo o qual + lícito parte

 untar documentos novos a qualquer tempo, quando destinados a fa2er prova defatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapJ-los aos que foram

produ2idos nos autos N 

*oderá a parte, ainda, requerer na inicial, a reali2aão de inspeão udicial, o quedeverá ser apreciado em momento pr9prio

*or fim, alude o arti)o $G$ do (*( ao requerimento de citaão do r+u Einciso ..F,mediante um dos modos permitidos em lei endo r+ pessoa urídica, o Jnus doautor abran)e a indicaão das pessoas que, se)undo o contrato social, arepresentam em uí2o <m princípio, a citaão pode ser efetivada pela via postal,exceto quando for r+ a pessoa urídica de direito pIblico

V de observar-se, ainda, como o fa2 7t5os Qusmão (arneiro, que se aplicam aoprocedimento sumário, de forma subsidiária, por fora do arti)o $"$  do (*(, asdisposi4es relativas ao procedimento ordinário

7 omissão quanto ao rol de testemun5as e apresentaão de quesitos, não importaem indeferimento da inicial, mas apenas na impossibilidade Esalvo determinaão

 udicialF de produ2ir-se as provas testemun5al e pericial