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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS CAMPOS DOS GOYTACAZES Mercado de ações e seleção de carteiras Prof. Alan F. de Arêdes

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Retorno

Os ativos permitem o recebimento de ganhos ou perdas financeiras a seus detentores, que são os retornos sobre o investimento.

O retorno de um ativo é formado por dois componentes:

Retorno: rendimento corrente+ rendimento de capital

Rendimento que ocorre pela posse do ativo, como dividendos de ações.

Rendimento que ocorre devido a variação no valor do ativo. No seu preço de mercado.

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Nesse sentido, o retorno financeiro ou monetário de uma ação é dado por:

Retorno monetário=dividendo+ganho ou perda de capital

Parcela do lucro da empresa distribuído aos acionistas.

Valorização/desvalorização no valor da ação no mercado.

Título de propriedade de parte do capital de uma empresa, que confere ao acionista a condição de sócio da empresa que emitiu a ação.

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Carteira de investimento

Carteira de investimento ou portfólio é um conjunto de ativos (ações, títulos, moeda, depósitos à vista, depósitos em poupança...) mantidos por um investidor para diversificar sua renda com o objetivo de mantê-la estável pela diminuição de seus riscos, ou seja, de sua variabilidade.

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Uma carteira de investimento permite que o retorno financeiro do agente seja mais tranquilo e menos instável (volátil) e incerto do que se ele tivesse investido todo seu dinheiro em um só ativo.

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Uma carteira pode ser formada por ativos de renda fixa (depósitos em poupança) ou variável (ações):

Carteira: ativos fixos + ativos variáveis

O fator que vai determinar a proporção de cada ativo em sua carteira, ou seja, a ser investido dependerá do seu perfil: avesso ou propenso ao risco.

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Retornos e suas variações (ganhos e perdas financeiras) ao longo do tempo

Fonte: Ross et al. (1998).

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Fonte: Ross et al. (1998).

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Análise prática: retornos e riscos históricos no mercado americano

Fonte: Ross et al. (1998).

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A Linha de Mercado de Títulos (LMT)Risco e retorno de ativos

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Risco

Retor

no

Inflação

BCLP

BGLP

BGPI

Ações ordinárias Ações deempr. peq.

porte.

LT

A tendência é de todos os ativos e portfolios estarem na LMT, pois ativos acima da LMT terão seus preços de elevados devido ao aumento da sua demanda - visto que eles oferecem maior retorno ao mesmo nível de risco que outros ativos - levando a queda do seu retorno e do IS:

CompraVendai PPRE )(

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Como formar uma carteira

Uma boa opção é que o investidor faça uma carteia utilizando-se ambos os ativos.

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Como montar uma carteira Depende do perfil do investidor. O investidor pode ser auxiliado por modelos

matemáticos na montagem de sua carteira. O investidor pode ter mais de uma carteira

De longo prazo: tem como meta receber dividendos de ações e renda fixa (não deve ser trabalhada).

De curto prazo: tem como meta ter ganhos com a compra e venda de ações.

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O retorno de um portfólio é dado pelo somatório do produto dos retornos esperados de cada ativo com seu respectivo peso de participação na carteira. Em forma de equação:

em que E(Rp) é o retorno esperado do portfólio, E(Ri) o retorno esperado do ativo i, pi o peso do ativo i no portfólio, sendo i=1,2,...,n., ou seja, é o percentual da carteira aplicada no ativo.

i

n

iinnp RpREpREpREpRE

1

2211 )(...)()()(

11

n

iip

Retorno da carteira de investimento

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Exemplo: Suponha uma carteira de investimento composta por duas ações, A e B, com retornos de 10% e 5%. Qual o retorno da carteira, se são empregados pesos de 50% em cada ativo?R=0,5.(10%)+0,5.(5%)=7,5%

E se os pesos são de 70% e 30%, respectivamente? R=0,7.(10%)+0,3.(5%)=8,5%

A soma dos pesos em cada carteira sempre é 1, garantindo que o investidor utiliza 100% do seu capital (recursos) nesses ativos.

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Risco do investimento Dizemos que há risco de investimento quando

estamos sujeitos as perdas financeira.

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i

n

iinnp RpREpREpREpRE

1

2211 )(...)()()(

Problema do investidor: qual o retorno do ativo e da carteira a se realizar no próximo período?

.??,?, 21 nRRR

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Os investimentos estão sujeitos a dois tipos de riscos, o diversificável (não-sistemático ou específicos) e o não-diversificável (sistemático ou de mercado).

A formação de portfólio e sua diversificação não elimina o risco não-diversificável (ou de mercado), pois este risco atinge todos os ativos do mercado, pois afetam de alguma forma todas a empresas. Entre as fontes deste risco estão as incertezas sobre as condições econômicas: PIB, juros, ...

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O risco de mercado é aquele que atinge o valor de mercado do ativo, isto é, o preço que o mercado estipula para o título. Por exemplo: uma expectativa de queda na renda (PIB), promove

uma expectativa de queda do consumo e investimento, reduzindo as projeções de lucros das empresas e levando a queda nos dividendos e no preço de suas ações.

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Por sua vez, a diversificação da carteira pela adoção de ativos diferentes reduz o risco diversificado, isso ocorre porque o risco não sistemático atinge um único ativo ou um pequeno grupo destes, ou seja, a uma ou poucas empresas. Por exemplo: A descoberta de petróleo pela Petrobrás eleva as

projeções de lucros da empresa, elevando o preço de suas ações. Porém, não afeta os preços das ações das demais empresas do mercado que não tem relação com esse ramo de atividade.

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Assim, se investimos em ações de uma única empresa ou de um pequeno grupo de empresas, o valor do investimento oscilará em conseqüência de eventos específicos das empresas.

Exemplo: Lançamentos de novos produtos bem sucedidos, utilização de novos

processos produtivos, redução de custos elevam os preços das ações. Greves, ações judiciais, acidentes industriais, reduzem os preços das

ações.

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Em uma carteira os preços de algumas ações elevarão devido a eventos específicos favoráveis e os preços de outras reduziram devido a eventos negativos.

No geral, o efeito líquido tende a ser pequeno, uma vez que um efeito favorável tende cancelar o efeito negativo e o efeito desfavorável tende cancelar o efeito positivo.

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Dessa forma, a diversificação do portfólio é eficaz na redução do risco, mas não totalmente, porque uma parte do risco é não-diversificada.

Risco total = risco diversificável (específico) + risco não-diversificável (mercado)

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Análise prática dos efeitos da diversificação sobre o risco de uma carteira

Número de ações na carteira Desvio padrão médio dos retornos da carteira (risco)

1 49,24

2 37,36

4 29,69

6 26,64

8 24,98

10 23,93

20 21,68

30 20,87

40 20,46

50 20,2

100 19,69

200 19,42

300 19,34

400 19,29

500 19,27

1000 19,21

Fonte: Ross et al. (1998).

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Fonte: Ross et al. (1998).

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A diversificação diminui o risco, mantendo o retorno mais estável a um nível de risco menor (com menor variação).

Princípio da diversificação: diz que a distribuição do investimento em muitos ativos eliminará parte do risco.

Quanto maior o grau de aversão do investidor, maior a diversificação do portfólio.

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A correlação é essencial para a capacidade de redução do risco pelo ativo no portfólio através da diversificação. Relacionando-se ativos com baixa correlação (ou covariância inversa) é possível reduzir o risco total da carteira:

Corr=1, não há capacidade de redução do risco pela diversificação.Corr=-1, benefício da diversificação é máximo.

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Dessa forma, pode-se reduzir o risco de uma carteira combinando ativos que tenham alguma relação inversa entre eles.

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Em uma caso extremo, quando Corr=-1, os resultados desfavoráveis verificados em alguns ativos são perfeitamente compensados por outros ativo.

Ou seja, quando o retorno de um deles cair o retorno de outro ativo elevará na mesma proporção.

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Efeito da diversificação

Investimento com correlação perfeitamente positiva, Corr=+1. Ver exemplo no arquivo (Excel):

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Efeito da diversificação

Investimento com correlação perfeitamente negativa, Corr=-1. Ver exemplo no arquivo (Excel):

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Efeitos da correlação sobre o risco da carteira

Considere um exemplo de uma carteira formada por duas ações A e B, com retorno e risco dados pela tabela:

Fonte: Assaf Neto (2010).

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A Tabela a seguir mostra os retornos esperados e os riscos para cada carteira formada para diferentes participações das ações A e B adotando-se os coeficientes de correlação extremos +1 e -1:

Fonte: Assaf Neto (2010).

Menor risco. Essa situação, com correlação perfeita negativa, dificilmente se verifica na prática.

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De acordo com o conceito de diversificação, selecionado-se ativos com correlação perfeitamente negativa ocorre a eliminação total do risco diversificado (não sistemático) da carteira. Embora fique sempre presente a parcela do risco sistemático.

No exercício, isso ocorreu quando a carteira era composta por 60% do ativo A e 40% do ativo B.

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Nota-se que quando a corr=+1 a diversificação não reduz o risco. O menor risco obtido pela diversificação é 19,8% que é maior que o risco do ativo A que é de 18%.

Estudos mostram que no mercado acionário a diversificação pode reduzir mais da metade do risco da carteira (Assaf Neto, 2010).

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Seleção de carteiras

Considere os resultados das combinações de duas ações A e B, as quais possuem as seguintes características:

Fonte: Assaf Neto (2010).

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Qual é a combinação entre as ações que resulta em menor risco? Quais os pesos de cada ativo na carteira? Qual o retorno dessa carteira? Qual o seu risco?

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ResultadosCarteira com menor risco.

Fonte: Assaf Neto (2010).

Nota-se que a combinação dos ativos permite que se formem carteiras com riscos totais menores do que o risco de cada ativo isolado. A carteira B, por exemplo, tem um risco de 20,3%, menor que do ativo A (36%) e B (22%).

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Logo, para o exercício:

Fonte: Assaf Neto (2010).

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Fronteira eficiente

Fonte: Assaf Neto (2010).

A combinação de ativos permite a redução do risco do investimento.Em B o risco é menor que em A e o retorno é maior. Mesmo reduzindo o risco o investidor elevou o retorno.

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De acordo com o gráfico, a carteira M é a de menor risco (menor desvio-padrão). O Ponto M domina todos os demais pontos formados abaixo dele, tendo menor risco para um retorno esperado mais elevado.

Quanto mais uma carteira se distância dessa carteira M (de variância mínima) maior o seu risco, porém mais elevado é seu retorno esperado.

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O investidor com maior grau de aversão ao risco escolherá carteiras mais próximas do ponto M. Valendo o inverso para o investidor com menor aversão.

As oportunidades de investimento a serem consideradas pelos investidores estão localizadas sobre a curva MF, denominada conjunto ou fronteira eficiente.

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Risco

O risco de um ativo e de uma carteira é dado pelo desvio-padrão da carteira. É calculado como:

22

1 11

22

1

22 2)( jiijj

n

i

n

ji

n

ijj

n

iiiCCarteira CorrppppRVar

1

)]([)( 1

2

n

RERpRVar

n

iiii

AtivoiAtivoi

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Função de distribuição

Prob.

Retorno

Ativo A ou Carteira A

Ativo B ou Carteira B

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Referências Bibliografias

ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 7ª ed.: São Paulo: Atlas, 2006. FARIAS, C. A., VIEIRA, W. C., SANTOS, M. L. Modelagem de jogos de duas pessoas

com programação. In:Métodos quantitativos em economia. Santos, M. L.; Vieira, W. V. p. 27-55, 2004a.

FARIAS, C. A., VIEIRA, W. C., SANTOS, M. L. Teoria dos jogos e seleção de portfólio: uma proposta de adaptação ao modelo minimax e aplicação aomercado acionário brasileiro. Disponível em:http://posgrad.der.ufv.br/revista/pdf/2004/Artigo4_V2N1.pdf. Capturado em 16 de setembro de 2004b.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7ª ed. São Paulo: Harbra, 1997. PINHEIRO, J. L. Mercados de capitais: fundamentos e técnicas. 4ª ed.: São Paulo:

Atlas, 2007. 349 p. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de administração

financeira. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. 425 p. Silva Neto, L. A. Derivativos: definições, emprego e risco. 4ª ed. São Paulo: Atlas,

2002. 298p. VARIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos. 6ª ed. Rio de janeiro: Elsevier,

2003. 778p. WOILER, S.; MATHIAS, W. F. Projetos: planejamento, elaboração e análise. São

Paulo: Atlas, 1996. 294 p.

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