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Profa. Dra. Clarice von Oertzen de Araujo e-mail: [email protected] ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

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Profa. Dra. Clarice von Oertzen de Araujo

e-mail: [email protected]

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

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TEORIA DAS CLASSES• Classificar: agrupar objetos individuais em

conjuntos, estabelecendo a pertinência de umobjeto que reúne determinadas condições,predicados ou atributos a uma classe.

• Gêneros: classes mais amplas que contém asespécies.

• Espécies: classes mais restritas, que obedecema determinadas características - as diferençasespecíficas.

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Classificação Constitucional Tributária – art. 145 CF

A Constituição de 1988, em seu art. 145, classifica os tributos em três espécies:

a) Impostos;

b) Taxas;

c) Contribuições de melhoria.

A classificação tripatite adota critérios intranormativoscomo a materialidade da hipótese de incidência e a base decálculo

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Classificação Jurídica dos Tributos

Hipótese

CM CE CT

Conseqüência

CP CQ

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Classificação Jurídica dos TributosA materialidade do conceito do fato jurídico,

descrito na hipótese da norma, cotejado com asua base de cálculo determina a respectivaclassificação.

Possibilidades na materialidade da hipótese:

a)Tributos vinculados (taxas e contribuições):consistem em atividade do poder público ou suarepercussão;

b) Tributos não-vinculados (impostos) Consistem em fatos ou acontecimentos indiferentes à ação estatal.

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Espécies Tributárias – art. 145 CF

Tributo

Impostos

Taxas

Contribuições de Melhoria

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Diferenças EspecíficasImposto: art. 145, I CF e 16 do CTN. A diferença

específica é a existência de uma situaçãoindependente de qualquer atividade estatal relativaao contribuinte.

Taxas: arts. 145, II da CF; 77 e 78 CTN. A diferençaespecífica é o exercício regular do Poder de Polícia oua utilização efetiva ou potencial de serviço público.

Contribuições de Melhoria: 145, III CF e 81 CTN. Adiferença específica é a valorização imobiliáriadecorrente de obra pública.

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Tributos vinculados e não vinculadosO critério de classificação está no aspecto material da

hipótese de incidência. A classificação permite dividiros tributos em vinculados ou não vinculados,conforme:

a)O aspecto material da hipótese não consiste emdesempenho de atividade estatal – tributos nãovinculados (impostos) – art. 16 CTN;

b)O aspecto material reflete atividade do poder públicoou sua repercussão (taxas e contribuições de melhoria)– arts. 77, 78 e 81 CTN.

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Art. 167, IV CF Por força do princípio da não afetação da receita de

impostos, a majoração de imposto com vinculação adeterminada finalidade é inconstitucional.

A instituição de tributo com materialidade dahipótese caracterizando fato gerador não vinculado efinalidade específica configura contribuição especial,cujo suporte constitucional seria o art. 149 da CF.

A não afetação diz respeito apenas a impostos, espécietributária destinada a angariar receitas para asdespesas públicas em geral.

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Art. 4º do CTN O binômio hipótese de incidência + base de cálculo

revela a natureza própria do tributo e protege ocontribuinte da linguagem imprópria do legislador, quenão aplica os termos técnico-jurídicos com precisão;

O art. 4º do CTN, após o advento da CF/88, quereconheceu as 5 espécies tributárias, tornou-seinsuficiente para a classificação dos tributos, porque nãose presta à identificação das contribuições especiais e dosempréstimos compulsórios, identificados a partir de suafinalidade e previsão de restituição, respectivamente.

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Diferenças entre as classificaçõesA diferença entre as classificações em 3 e em 5

reside nos critérios adotados. O Prof. Paulo deBarros Carvalho, ao adotar a classificação em3, assume um critério intranormativo, decomparação entre critério material dahipótese e a base de cálculo. Ao assumir essecritério, os empréstimos compulsórios e ascontribuições irão se caracterizar comointegrantes das três espécies.

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Classificação : Sistema Constitucional Tributário

Tributos

Impostos

Taxas

Contribuições de Melhoria

Contribuições Especiais

Empréstimos Compulsórios

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Classificação em cincoA classificação em cinco trabalha com a

nomenclatura mencionada na Constituição:

a)impostos: art. 145;

b)Taxas: art. 145;

c)Contribuições de melhoria – art. 145;

d)Empréstimos compulsórios – art. 148;

e)Contribuições especiais – art. 149 e 195.

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Impostos: tributos não vinculadosConceito: art. 16 do CTN

A materialidade na hipótese de norma queinstitui o imposto reflete uma situaçãoexclusivamente relacionada ao sujeito passivo,capaz de revelar a sua capacidade contributiva.

Art. 167 CF. São vedados:

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão,fundo ou despesa (...).

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Empréstimos Compulsórios1) Podem revestir a natureza de qualquer tributo:

vinculado ou não. Basta comparar CM + BC;

2) Instituição sempre sujeita à lei complementar;

3) No caso do art. 148, I – não é necessário obedecero princípio da anterioridade;

4) União, ao criar o tributo, não poderá se valer dematerialidades de tributos cuja competência tenhasido outorgada aos outros entes federativos, a nãoser que se trate de guerra externa.

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Contribuição de MelhoriaHá uma polêmica entre o Decreto-lei 195/67 e

os arts. 81 e 82 do CTN. O decreto regulouinteiramente a matéria das contribuições demelhoria. Dispõe sobre normas gerais e temeficácia de lei complementar. Não pode serrevogado ou alterado por lei ordinária, sobpena de violação do art. 146, III da CF. Não háunanimidade sobre a revogação dos arts. DoCTN pelo decreto.

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Contribuição de MelhoriaO critério material da hipótese da norma refere-

se a um fato dúplice: obra pública +valorização imobiliária. Somente um destesdois elementos não autoriza a instituição dotributo.

A lei que institui a contribuição deve preceder aobra e a cobrança deve aguardar o seutérmino.

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Contribuição de MelhoriaO art. 2º do DL 195/67 enumera as obras públicas

que ensejam a instituição da contribuição demelhoria.

O tributo somente poderá ser exigido nos limitesterritoriais do ente federativo que o instituiu,ainda que a zona de influência na qual se estendea valorização imobiliária seja mais ampla.

A base de cálculo é a valorização imobiliária e não ocusto da obra.

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CONTRIBUIÇÕES ESPECIAISContribuições especiais: gênero que compreende:

a) Contribuições sociais;

b) Contribuições de intervenção no domínio econômico;

c) Contribuições do interesse das categorias profissionais ou econômicas;

d) Contribuições de iluminação pública municipal e distrital.

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CONTRIBUIÇÕES ESPECIAISA finalidade é o critério que justifica a instituição

das contribuições e não se confunde com oseu critério material. O fato definido em leicomo necessário e suficiente à incidência dascontribuições pode ser vinculado ou não auma atividade estatal. Segundo o STF, amaterialidade e base de cálculo dascontribuições podem ser as mesmas dosimpostos (REx 146.733-SP, RTJ 143/701).

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Regime jurídico das contribuiçõesA) são de competência privativa da União;

B) a previsão do art. 149 pode ser exercidamediante instituição por lei ordinária;

C) a previsão do art. 195 demanda a edição de leiordinária para as contribuições nominadas e de leicomplementar para o exercício da competênciaresidual (195 §4º);

D) Não se submetem às vedações do 154, I da CF.

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Contribuições e anterioridadeOs tributos (inclusive as contribuições)

submetem-se, cumulativamente, aoprincípio da anterioridade (art. 150, III,“b”) e da anterioridade mínima (art. 150,III, “c”) de 90 dias;

As contribuições previstas no art. 195 § 6ºda CF sujeitam-se apenas à anterioridademínima.

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Serviços PúblicosClassificação STF RE 209.365-3/SP

a) Propriamente estatais: relacionados ao exercício dasoberania – são indelegáveis cuja prestação reflete atuaçãoexclusiva do Estado no exercício da soberania – remuneradosexclusivamente por taxas. Ex: serviços judiciários e emissãode passaportes

b) Essenciais ao interesse público: prestados no interesse dacomunidade – taxas incidentes sobre a utilização efetiva oupotencial. Ex: distribuição de água e coleta de lixo.

c) Não essenciais: passíveis de prestação por particulares viaconcessão/permissão – remuneráveis por tarifas . A sua nãoutilização não traz prejuízos à comunidade. Ex: serviçospostais, telefônicos, energia elétrica, gás.

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Serviços Públicos/STF A classificação do STF adota como critério a

importância do uso compulsório de determinadosserviços pelos cidadãos em função da finalidade a seratingida: se o cidadão optar por não usar o serviços(não essenciais), não haverá danos para a sociedade.

Nos serviços essenciais é cobrada a utilização potencialem função do interesse da comunidade e daprevalência do interesse público.

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As taxasSinalagma: reciprocidade de obrigações em uma

relação bilateral. A vinculação ao serviçopúblico e ao usuário é perfeita (M.A. Greco).

O exercício do Poder de Polícia (art. 78 CTN) e aprestação de serviços públicos são atividadesespecíficas e divisíveis que atendem aointeresse público e devem ser custeadas poraqueles que as provocam ou que dela sebeneficiam, e não por toda a sociedade.

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As taxas: sinalagma Sujeito

Ativo

Sujeito

Passivo

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A tarifaA tarifa é a forma de remuneração do serviço

público cuja execução foi delegada aosparticulares mediante contrato de concessãoou permissão (privatização das empresasestatais/contratos precedidos de licitação).

Os serviços públicos concedidos ou permitidosserão fiscalizados pelo poder concedente(agências reguladoras) e pelos usuários.

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A tarifa O art. 175 da CF estabelece que a lei disporá

sobre o regime jurídico das empresasconcessionárias de serviços públicos;

O art. 22, XXVII da CF atribui competênciaprivativa para a União estabelecer normasgerais de licitação e contratação.

Assim, a remuneração do serviço concedidomediante o pagamento de tarifa tem perfeitorespaldo constitucional.

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Taxa x TarifaArt. 145, II da CF

Art. 146, III da CF

(normas gerais)

Lei 5.172/66 – CTN

tributo

regime tributário

Legalidade

anterioridade

Art. 175 da CF

Art. 22, XXVII da CF

(normas gerais)

Lei 8.987/95

preço

regime administrativo

Eficiência

Equilíbrio econ./financ.

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Reajuste das tarifas O contrato celebrado com o concessionário prevê as bases

e as formas de reajuste da tarifa – são atos administrativos.

Em regra, o ajuste é anual. O governo faz pressão para que os reajustes sejam menores que a previsão contratual.

O usuário, como consumidor, pode socorrer-se doJudiciário contra os reajustes abusivos – art. 5º, XXXII;

Importa saber se o aumento foi autorizado pela agênciareguladora e a extensão dessa autorização.

Se o poder concedente recusar o aumento a empresaconcessionária pode entrar no Judiciário alegandodesequilíbrio econômico/financeiro do contrato.

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SERVIÇOS. FORNECIMENTO. ÁGUA E ESGOTO. NATUREZA JURÍDICA

ÁGUA E ESGOTO. PREÇO PÚBLICO. A matériafoi novamente afetada pelo Plenário no RE518.256, conforme o Informativo STF n. 500,abr/08. Por enquanto, os precedentes do STFsão no sentido de que se trata de preçopúblico.

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Art. 79 ADTC A majoração de imposto com vinculação a

determinada finalidade é inconstitucional, restandoindevido o pagamento pela nova alíquota;

A instituição de tributo com fato gerador nãovinculado e finalidade específica configuracontribuição especial – art. 149 CF;

O fundamento de validade p/ p art. 79 do ADTC seria oart. 3º, III da CF, a fim de lhe conferir eficácia – exceçãoao 167, IV CF (José Afonso da Silva. Comentáriocontextual à Constituição).

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Bibliografia: ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. São

Paulo, Malheiros, 6ª edição, 9ª tiragem, 2008;

BATISTA, Joana Paula. Remuneração dos serviços públicos.São Paulo, Malheiros, 2005.

CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário.17ª edição. São Paulo, Saraiva, 2005;

CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário, linguageme método. São Paulo, Noeses, 2008.

DALLARI, Adilson Abreu. Tarifa remuneratória de serviçosconcedidos. In Serviços públicos e direito tributário.Coord. Torres, H. T. São Paulom Quartier Latin, 2005.