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Reorganização Societária e Planejamento Tributário São Paulo, 23 de setembro de 2013

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Reorganização Societária e Planejamento Tributário

São Paulo, 23 de setembro de 2013

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TEMAS

• Incorporação

• Cisão Total e Parcial

• Fusão

• Incorporação de Ações

• Aumento ou Redução de Capital

• Aquisição de Investimentos com Subscrição de Capital

• Ágio/Deságio

• Sociedade em Conta de Participação

• Consórcio

• Jurisprudência

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INCORPORAÇÃO

A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações”. (Art. 227 da Lei 6.404/76)

“Na incorporação, uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos”. (art. 1116 do Código Civil)

Pode ocorrer a incorporação:• quando a sociedade investidora incorpora outra da qual detém participação

societária, ou • quando a sociedade investidora é incorporada pela sociedade investida

(incorporação reversa ou às avessas)

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INCORPORAÇÃO CONVENCIONAL

Estrutura inicial

A

B

Estrutura final

A

A B “A” pós incorporação

ATIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 25.000 8.000 33.000

Não circulante 25.000 13.000 38.000

PASSIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 9.000 8.000 17.000

Não Circulante 24.000 4.000 28.000

Patrimônio Líquido 17.000 9.000 26.000

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INCORPORAÇÃO REVERSA OU ÁS AVESSAS

Estrutura inicial

A

B

Estrutura final

B

A B “B” pós incorporação

ATIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 25.000 8.000 33.000

Não circulante 25.000 13.000 38.000

PASSIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 9.000 8.000 17.000

Não Circulante 24.000 4.000 28.000

Patrimônio Líquido 17.000 9.000 26.000

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INCORPORAÇÃO/FUSÃO E CISÃO DE SOCIEDADE - INSTRUMENTALIZAÇÃO CONTRATUAL DA OPERAÇÃO

Sociedades Anônimas – Lei 6.404/1976 – arts. 223/234.

A incorporação, fusão ou cisão deve ser deliberada na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais;

Nas operações em que houver a criação de sociedade serão observadas as normas reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo;

Protocolo da incorporação: as condições da incorporação, fusão ou cisão com incorporação em sociedade existente constarão de protocolo firmado pelos órgãos de administração das sociedades interessadas;

Justificação: as operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à deliberação da assembléia-geral mediante justificação;

Laudo de Avaliação: (i) o protocolo deverá estabelecer os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o tratamento das variações patrimoniais posteriores; (ii) as operações somente poderão ser efetivadas nas condições aprovadas se os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a serem vertidos para a formação do capital social é, ao menos, igual ao montante do capital a realizar;

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INCORPORAÇÃO/FUSÃO E CISÃO DE SOCIEDADE - INSTRUMENTALIZAÇÃO CONTRATUAL DA OPERAÇÃO – CONTINUAÇÃO

Relação de Troca de Ações: o protocolo deverá estabelecer o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de sócios que se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de substituição.

Demais Sociedades – arts. 1.116 a 1.122 do Código Civil: A operação de incorporação deve ser aprovada por todos os partícipes, na

forma estabelecida para os respectivos tipos;

A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora deverá aprovar as bases da operação;

A sociedade que houver de ser incorporada deve aprovar a operação e autorizar os administrares para a sua execução;

A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora compreenderá a nomeação dos peritos para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade, que tenha de ser incorporada.

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INCORPORAÇÃO/FUSÃO E CISÃO DE SOCIEDADE – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS

• A operação de incorporação, fusão e cisão de sociedades, para efeitos tributários, sem solução de continuidade, implica na sucessão universal em direitos e obrigações, observadas as regras específicas impostas na legislação tributária, especialmente as que se referem ao aproveitamento de prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL;

• A critério das pessoas jurídicas partícipes da operação de fusão, cisão ou incorporação de sociedades, as reservas de reavaliação, acaso existentes podem, na sucessora, continuar a receber o mesmo tratamento tributário que tinham na sucedida;

• A incorporação, cisão ou fusão de Sociedades decreta a ocorrência do fato gerador do IPJ e da CSLL, obrigando o encerramento do período base fiscal e a entrega de DIPJ da empresa incorporada, cindida ou das fusionadas (RIR/1999, art. 235);

• A pessoa jurídica incorporada também deverá encerrar o seu período base fiscal e entregar a respectiva DIPJ, salvo nos casos em que incorporadora e incorporada estivessem sob o mesmo controle societário desde o ano calendário anterior ao do evento (Lei 9.959/2000, art. 5º);

• Tratando-se as operações de incorporação, cisão e fusão, de sucessão a título universal, os créditos de natureza tributária poderão, sem solução de continuidade, ser aproveitados pela sucessora.

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INCORPORAÇÃO/FUSÃO E CISÃO – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS - CONTINUAÇÃO

• A pessoa jurídica sucessora por incorporação, cisão ou fusão de sociedades não poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida, tampouco bases negativas de CSLL (RIR/1999, art. 514 e MP 1.858-07/2009, atual MP 2.158-35/2001);

• No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios prejuízos e bases negativas de CSLL, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido (RIR/1999, art. 514, § único e MP 2.158-35/2001;

• A pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação fusão ou cisão deverá levantar balanço específico na data desse evento, cujos bens ou direitos podem ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado (RIR/1999, art. 235);

• A avaliação de bens ou direitos a mercado obrigará a pessoa jurídica ao pagamento do eventual ganho de capital apurado..

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CISÃO

“A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão”. (Art. 229 da Lei 6.404/76)

MODALIDADES

CISÃO TOTAL

CISÃO PARCIAL

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CISÃO PARCIAL

A “A” pós cisão “B” pós cisão

ATIVO 30.000 21.000 9.000

Circulante 10.000 7.000 3.000

Não circulante 20.000 14.000 6.000

PASSIVO 30.000 21.000 9.000

Circulante 14.000 9.800 4.200

Não Circulante 7.000 4.900 2.100

Patrimônio Líquido 9.000 6.300 2.700

A “A” permanece com 70%

do patrimônio

30% do patrimônio

de “A”

B

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FUSÃO

“A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhe sucederá em todos os direitos e obrigações”. (Art. 228 da Lei 6.404/76)

PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE FUSÃO E INCORPORAÇÃO

Na incorporação, uma das sociedades (incorporadora) continua a existir

Na fusão, ocorre a agregação de patrimônios de duas ou mais empresas para constituir uma nova sociedade

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FUSÃO

Estrutura inicial

AB

C

Estrutura final

A B “C” pós fusão

ATIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 25.000 8.000 33.000

Não circulante 25.000 13.000 38.000

PASSIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 9.000 8.000 17.000

Não Circulante 24.000 4.000 28.000

Patrimônio Líquido 17.000 9.000 26.000

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INCORPORAÇÃO DE AÇÕES

A incorporação de todas as ações do capital social ao patrimônio de outra companhia brasileira, para convertê-la em subsidiária integral, será submetida à deliberação da Assembleia Geral das duas companhias mediante protocolo e justificação, nos termos dos artigos 224 e 225”. (Art. 252 da Lei 6.404/76)

• Não há extinção da sociedade incorporada – ela persiste como subsidiária integral da incorporadora

• Não há assunção dos direitos e obrigações da incorporada pela incorporadora - o patrimônio de cada sociedade permanece independente

• Há o ingresso dos antigos acionistas da incorporada ao capital da incorporadora

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS OPERAÇÕES DE CISÃO INCORPORAÇÃO E FUSÃO DE SOCIEDADES

Estrutura inicial

A B

Estrutura final

A

B

100%

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS OPERAÇÕES DE CISÃO INCORPORAÇÃO E FUSÃO DE SOCIEDADES

IRPJ/CSLL Determinação da Ocorrência do Fato Gerador: as operações de incorporação,

fusão e cisão de sociedades precipitam o encerramento do período base das pessoas jurídicas partícipes (Lei 9.430, art. 1º § 1º), salvo, no caso da incorporadora, em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estivessem sob o mesmo controle societário desde o ano calendário anterior ao do evento. (Lei 9.059/2000, art. 5º);

Prejuízos Fiscais (PF) e Bases Negativas (BN) de CSLL: a pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida; no caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do PL (D. Lei 2.341/1987, art. 33 e § único);

Trava de 30% na Compensação de PF e BN: aplica-se, à pessoa jurídica incorporada, fusionada e cindida a trava denominada trava 30% (decisões recentes da CSRF).

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS OPERAÇÕES DE CISÃO INCORPORAÇÃO E FUSÃO DE SOCIEDADES

Avaliação do Patrimônio: a pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão ou cisão, deverá levantar balanço específico (até trinta dias antes do evento), no qual os bens ou direitos serão avaliados pelo valor contábil ou de mercado; na hipótese de avaliação do patrimônio a mercado, a diferença entre o valor de custo e o de mercado será tratada como ganho ou perda de capital;

Reserva de Reavaliação: as reservas de reavaliação existentes nas sociedades incorporadas, cindidas ou fusionadas, podem continuar a ter, na sucessora, o mesmo tratamento tributário que lhes era dispensado na sucedida (RIR/99, art. 441);

Valores de Apropriação Diferida: os valores que tiverem a sua apropriação diferida (adição ou exclusão), controlados na parte B do LALUR, e que devam influenciar a determinação do lucro real e da base da CSLL em exercício futuro, podem ser transferidos e registrados pela sucessora (IN SRF 7/1981), saldo se entidades submetidas ao regime de lucro presumido que a realização é compulsória (Lei 9.430/1996, art. 54).

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS OPERAÇÕES DE CISÃO INCORPORAÇÃO E FUSÃO DE SOCIEDADES

IPI: na incorporação, fusão ou cisão de sociedades, se não houver transferência de produtos para a sucessora, não se configura o fato gerador do tributo (PN CST 24/70);

ICMS/SP: na incorporação, fusão ou cisão de sociedades, em que houver a transmissão, para a sucessora, de estabelecimento comercial em sua inteireza, não se configura o fato gerador do tributo (Resposta a Consulta 8.954/75 e 280/94; havendo transferência de mercadorias para a empresa sucessora, configurar-se-á o fato gerador do tributo (RC nº 17.177/78); estando em causa qualquer outra Unidade da Federação, imprescindível a verificação da respectiva legislação tributária em causa;

ITBI: imunidade constitucional, saldo se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda de bens ou direitos, locação de bens ou arrendamento mercantil (CF, art. 156, § 2º, I);

PIS/COFINS: inocorrência da hipótese de incidência das contribuições.

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AUMENTO OU REDUÇÃO DE CAPITAL COM BENS OU DIREITOS – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS

Redução de Capital: os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica, que forem entregues ao titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de custo. Se avaliados a valor de mercado, a diferença terá o tratamento de ganho de capital (Lei 9.249/95, art. 22)

Prazo de Eficácia da Deliberação: nos termos do artigo 1084 do Código Civil, a redução de capital somente se tornará eficaz após o prazo de 90 dias contados da data da publicação da ata da assembleia que aprovar a redução; nas sociedades anônimas, o prazo é de 60 dias (Lei 6.404/76, art. 174).

Aumento de Capital: as pessoas físicas poderão transferir a pessoas

jurídicas, a título de integralização de capital, bens e direitos pelo valor constante da respectiva declaração de bens ou pelo valor de mercado. Se avaliado a mercado a diferença a maior será tributável como ganho de capital (Lei 9.249/95, art. 23).

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AQUISIÇÃO DE INVESTIMENTO COM SUBSCRIÇÃO DE CAPITAL/BENS

Estrutura inicial

A

B

$$

Participação societária

A

B

Estrutura final

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ÁGIO/DESÁGIO

A formação do ágio / deságio

Custo de aquisição(art. 385, RIR/99

art. 13, CVM 247/96)

Valor patrimonial (MEP)

Ágio ou deságio

Onde:

Custo de aquisição: valor efetivamente pagoValor patrimonial: valor das ações/quotas avaliado pelo MEPÁgio ou Deságio: diferença entre o valor efetivamente pago e o valor patrimonial

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ÁGIO/DESÁGIO

Valor de Mercado

Custo de Aquisição

Ágio / Desagio

Decreto-lei 1.598/77, art. 20,§2º

Fundamentos econômicos do ágio

Mais valia de ativos: valor de mercado de bens do ativo da coligada ou controlada superior ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade;

Expectativa de rentabilidade futura (goodwill): valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros; e

Outras razões econômicas: fundo de comércio e intangíveis.

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ÁGIO/DESÁGIO

Lançamentos contábeis

Caixa

100

Investimento

80

Ágio

20

investidor

investimento

Valor da participação: 80Valor pago: 100

Resultado de equivalência patrimonial

Amortização – despesa (dedutível quando o investimento for realizado)

Efeitos no resultado

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ÁGIO/DESÁGIO

O ágio deve ter origem em transações que:

tenham propósito negocial tenham substância econômica ocorram entre partes independentes (arm’s length)

O problema da utilização de “empresa veículo” O problema do “ágio interno” ou “ágio de si mesmo” (caso Gerdau) Efetivo dispêndio pelo adquirente Existência de acréscimo patrimonial

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ÁGIO/DESÁGIO – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS

No Regime do Decreto-lei 1.598/1977, arts. 25 e 33: A amortização contábil do ágio/deságio não serão computadas na determinação do

lucro real; Entretanto, para efeitos de determinação do ganho de capital na alienação ou

liquidação do investimento, o montante do ágio/deságio amortizado comporá o seu valor contábil.

No Regime da Lei 9.532/1997 – arts. 7º e 8º: A pessoa jurídica que absorver o patrimônio de outra, em virtude de incorporação,

fusão ou cisão, na qual detenha participação societária adquirida com ágio ou deságio, segundo o art. 20 do DL 1598/1997:

Deverá registrar o valor do ágio cujo fundamento econômico seja valor de mercado de bens do ativo da coligada ou controlada, em contrapartida à conta que registre o bem ou direito que lhe deu causa, integrando o custo do bem para efeitos de apuração do ganho ou perda de capital e de depreciação, amortização ou exaustão;

Deverá registrar o valor do ágio cujo fundamento seja fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas, em contrapartida a conta do ativo permanente, não sujeita a amortização, podendo, entretanto, ser deduzido como perda no encerramento das atividades da empresa, se comprovado, nessa data, a sua inexistência;

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ÁGIO/DESÁGIO – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS - CONTINUAÇÃO

Poderá amortizar o valor do ágio/deverá amortizar o valor do deságio, cujo fundamento seja o valor de rentabilidade futura, nos balanços levantados posteriormente à incorporação, fusão ou cisão, à razão de 1/60 (um sessenta avos) no máximo, para cada mês do período de apuração;A amortização do ágio/deságio aplica-se inclusive quando o investimento não for obrigatoriamente avaliado pelo valor de patrimônio líquido, bem como na situação em que a empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que detinha a propriedade da participação societária.

Os fundamentos econômicos do ágio/deságio, em qualquer circunstância, deverá ser baseado em demonstração que o contribuinte arquivará como comprovante de sua escrituração.

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SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO - SCP

Matriz legal: Código Civil, artigos 991 a 996: Estrutura da sociedade: sócio ostensivo e sócio participante; Não possui personalidade jurídica, porém tem existência jurídica; A constituição da SCP independe de qualquer formalidade e pode provar-se por

todos os meios de direito; O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de

seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade;

Atividade exercida unicamente pelo sócio ostensivo.

Aspectos Tributários: A SCP, para efeitos tributário, é equiparada a uma pessoa jurídica (Decreto-lei

2303/1986 e RIR/1999, arts. 148/149 e 254); Sócio ostensivo cumpre as obrigações tributárias da SCP; A SCP pode optar pelo lucro presumido.

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CONSÓRCIO DE SOCIEDADE

Matriz Legal: artigo 278/279 da Lei 6.404/1976 (Lei das Sas.): Constituído por duas ou mais sociedades, sob o mesmo controle ou não; Objetivo: executar determinado empreendimento; O Consórcio não tem personalidade jurídica e as consorciadas somente se

obrigam nas condições previstas nos respectivos contratos; O contrato de consórcio e suas alterações serão arquivados no registro do

comércio do lugar da sua sede.

Aspectos Tributários: As empresas integrantes do Consórcio respondem pelos tributos devidos, em

relação às operações praticadas pelo Consórcio, na proporção de sua participação no empreendimento (Lei 12.402/2011);

A contratação direta de pessoas físicas ou jurídicas pelo Consórcio impõe a solidariedade a todos os consorciados;

IN SRF 1.199/2011 consolidou todas as normas tributárias federais aplicáveis aos Consórcios.

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JURISPRUDÊNCIA – LUCRO PRESUMIDO

IRPJ – CSL – CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA COM ARTIFICIALISMO – DESCONSIDERAÇÃO DOS SERVIÇOS PRETENSAMENTE PRESTADOS – MULTA QUALIFICADA – NECESSIDADE DA RECONSTITUIÇÃO DE EFEITOS VERDADEIROS – Comprovada a impossibilidade fática da prestação de serviços por empresa pertencente aos mesmos sócios, dada a inexistente estrutura operacional, resta caracterizado o artificialismo das operações, cujo objetivo foi reduzir a carga tributária da recorrente mediante a tributação de relevante parcela de seu resultado pelo lucro presumido na pretensa prestadora de serviços. Assim sendo, devem ser desconsideradas as despesas correspondentes. Todavia, se ao engedrar as operações artificiais, a empresa que pretensamente prestou os serviços, sofreu tributação, ainda que se tributos diversos, há de se recompor a verdade material, compensando-se todos os tributos já recolhidos.

Caso DGSAcórdão 101-95.208

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JURISPRUDÊNCIA – LUCRO PRESUMIDO

CASO KIWI BOATSACÓRDÃO 103-23.357

SIMULAÇÃO – INEXISTÊNCIA – Não é simulação a instalação de duas empresas na mesma área geográfica com o desmembramento das atividades antes exercidas por uma delas, objetivando racionalizar as operações e diminuir a carga tributária.OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR EM CAIXA – DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA – A reunião das receitas supostamente omitidas por duas empresas para serem tributadas conjuntamente como se auferidas por uma só importa em erro na quantificação da base de cálculo e na identificação do sujeito passivo, conduzindo à nulidade do lançamento.Recurso provido.

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JURISPRUDÊNCIA – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS – PF E BN

CASO MARTINSACÓRDÃO Nº 107- 7.596

IRPJ/CSLL – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS - GLOSA DE PREJUÍZOS – IMPROCEDÊNCIA – A denominada “incorporação às avessas”, não proibida pelo ordenamento, realizada entre empresas operativas e que sempre estiveram sob controle comum, não pode ser tipificada como operação simulada ou abusiva, mormente quando, a par da inegável intenção de não perda de prejuízos fiscais acumulados, teve por escopo a busca de melhor eficiência das operações entre ambas praticadas.

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JURISPRUDÊNCIA – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS – PF E BNCASO SOTRECACÓRDÃO Nº 1202-000.878

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS E DA BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DA CSLL. INCORPORAÇÃO “AS AVESSAS” GLOSA DA COMPENSÇÃO IMPRECEDÊNCIA.

Na hipótese de não ter sido caracterizada a operação como simula, é lícita a denominada “incorporação ás avessas” para compensação de prejuízos fiscais da incorporadora, quando realizada entre empresas operativas, sob controle comum e tendo por objetivo a melhor eficiência financeira na operação.

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JURISPRUDÊNCIA – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO LÍCITO

CASO RBSACÓRDÃO 101-94.340DESCONSIDERAÇÃO DE ATO JURÍDICO – Não basta a simples suspeita de fraude, conluio ou simulação para que o negócio jurídico realizado seja desconsiderado pela autoridade administrativa, mister se faz provar que o ato negocial praticado deu-se em direção contrária à norma legal, com o intuito doloso de excluir ou modificar as características essenciais do fato gerador da obrigação tributária (art. 149 do CTN).

SIMULAÇÃO – Configura-se como simulação, o comportamento do contribuinte em que se detecta uma inadequação ou inequivalência entra a forma jurídica sob a qual o negócio se apresenta e a substância ou natureza do fato gerador, efetivamente, realizado, ou seja, dá-se pela discrepância entre a vontade querida pelo agente e o ato por ele praticado para exteriorização dessa vontade.

NEGÓCIO JURÍDICO INDIRETO – Configura-se negócio jurídico indireto, quando um contribuinte se utiliza de um determinado negócio, típico ou atípico, para obtenção de uma finalidade deiversa daquela que constitui a sua própria causa, em que as partes querem efetivamente o negócio e os efeitos típicos dele realizado e submete-se a sua disciplina jurídica.

Page 34: Aula dia 23 09-13 - dr. natanael martins

JURISPRUDÊNCIA – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ILÍCITO

CASO MOLICARACÓRDÃO 101-95.552

IRPJ – ATO NEGOCIAL – ABUSO DE FORMA – A ação do contribuinte de procurar reduzir a carga tributária, por meio de procedimentos lícitos, legítimos e admitidos por lei revela o pelanejamento tributário. Porém, tendo o Fisco demonstrado à evidência o abuso de forma, bem como a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, cabível a desqualificação do negócio jurídico original, exclusivamente para efeitos fiscais, requalificando-o segundo a descrição normativo-tributária pertinente à situação que foi encoberta pelo desnaturamento da função objetiva do ato.

MULTA QUALIFICADA – EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE – A evidência da intenção dolosa, exigida na lei para agravamento da penalidade aplicada, há que aflorar na instrução processual, devendo ser inconteste e demonstrada de forma cabal. O atendimento a todas as solicitações do Fisco e observância da legislação societária,com a divulgação e registro nos órgãos públicos competentes, inclusive com o cumprimento das formalidades devidas junto à Receita Federal, ensejam a intenção de obter economia de impostos, por meios supostamente elisivos, mas não evidenciam má-fé, inerente à prática de atos fraudulentos.

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BIBLIOGRAFIA

 

Fusões e Aquisições – Aspectos Fiscais e Societários Ian Muniz. Editora Quartier Latin, 2ª edição, 2011.

Fusões & Aquisições Sérgio Botrel. Editora Saraiva, 2012.Incorporação de Ações – estudo de casos e precedentes Daniel Kalansky. Editora Saraiva, 2012.Comentários à Lei de Sociedades Anônimas Modesto Caravalhosa. Editora Saraiva, vol. 4º, Tomo I.Fusão, Cisão e Incorporação de Sociedades Pedro Anan Junior. Editora Quartier Latin, 2ª edição, 2005.Manual de Contabilidade Societária Eliseu Martins, Ernesto Rubens Gelbcke, Ariovaldo dos Santos e Sérgio de

Iudícibus. Atlas, Editora, 2ª edição, 2013.