(aula demonstrativa - princÍpios)

35
  PROCESSO PENAL O nosso trabalho será R R EA AL LIZ ZA ADO EM 6 6 AUL A AS S, além da aula demonstrativa. As aulas serão semanais. Trataremos da teoria e resolveremos exercícios no decorrer de nossos encontros. Os exercícios serão por mim escolhidos levando em consideração o tema tratado. Portanto, não ficarei limitado a uma só organizadora. Abaixo você tem o c co ont teúdo o p pr ro og gr r a aát tico o d do o c cur rs so o: Caro aluno, após o pagamento você receberá um e-mail confirmando a sua matricula no curso e, no prazo máximo de 12 horas, receberá as aulas já disponibilizadas. É bom lembrar que as aulas serão apresentadas semanalmente em PDF. Além disso, você poderá entrar em contato com o professor para tirar as dúvidas eventualmente existentes por meio do e-mail: [email protected] Bons estudos a todos.  Direito Processual Penal Atenção: Durante o curso, poderá haver modificação pontual na ordem das aulas. Mas, nada que comprometa a estrutura do curso. AULA 0 Dos Princípios processuais penais. A AUL L A A 1 1 Da aplicação da lei processual penal:no tempo, no espaço em relação às pessoas; Do Inquérito policial. Da ação penal. A AUL L A A 2 Da jurisdição e da competência. A AUL L A A 3 3 Da prova: Do exame de corpo de delito e das perícias em geral; Do interrogatório do acusado; Das testemunhas; Dos documentos; Da busca e da apreensão.

Upload: jean-ferreira

Post on 18-Jul-2015

20 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 1/35

 

PROCESSO PENAL

O nosso trabalho será R R EEAALLIIZZAADDOO EEMM 66 AAUULLAASS, além da aula demonstrativa.

As aulas serão semanais.

Trataremos da teoria e resolveremos exercícios no decorrer de nossos encontros.Os exercícios serão por mim escolhidos levando em consideração o tema tratado.

Portanto, não ficarei limitado a uma só organizadora.

Abaixo você tem o ccoonntteeúúddoo pprrooggrraammááttiiccoo ddoo ccuurrssoo:

Caro aluno, após o pagamento você receberá um e-mail confirmando a suamatricula no curso e, no prazo máximo de 12 horas, receberá as aulas já

disponibilizadas. É bom lembrar que as aulas serão apresentadas semanalmenteem PDF.

Além disso, você poderá entrar em contato com o professor para tirar as dúvidaseventualmente existentes por meio do e-mail: [email protected] 

Bons estudos a todos. 

Direito Processual Penal

Atenção: Durante o curso, poderá haver modificação pontual na ordemdas aulas. Mas, nada que comprometa a estrutura do curso.

AULA 0

Dos Princípios processuais penais.

AAUULLAA 11 

Da aplicação da lei processual penal:no tempo, no espaço em relação àspessoas; Do Inquérito policial. Da ação penal.

AAUULLAA 22 

Da jurisdição e da competência.

AAUULLAA 33 

Da prova: Do exame de corpo de delito e das perícias em geral; Dointerrogatório do acusado; Das testemunhas; Dos documentos; Dabusca e da apreensão.

Page 2: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 2/35

 

AAUULLAA 44 

Dos sujeitos da relação processual Do Juiz, do Ministério Público, Doacusado e defensor, dos Assistentes e Auxiliares da Justiça. Da prisão eda liberdade provisória.

AAUULLAA 55 

Das citações e intimações. Da sentença. Das nulidades. Dos recursos emgeral: disposições gerais; do recurso em sentido estrito; da apelação;

AAUULLAA 66 

Do habeas corpus e seu processo. Dos Juizados EspeciaisCriminais (Lei nº 9.099/1995 e Lei nº 10.259/2001).

Em nossas aulas serão utilizados vários elementos visuais para chamar a suaatenção e fixar de maneira eficiente a informação.

Além disso, como você perceberá na aula demonstrativa, valeremo-nos deposturas doutrinárias variadas e também de jurisprudência dos TribunaisSuperiores.

Page 3: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 3/35

 

Os assuntos já tratados em aula não impedem que sejam objeto de estudo nosencontros seguintes, oportunidade em que novas questões sobre eles serãotrazidas à colação.

AULA 0 - DOS PRINCÍPIOS APLICAVEIS AO PROCESSO PENAL

Do conteúdo programático da aula 0

  DDooss pprriinnccííppiiooss ccoonnssttiittuucciioonnaaiiss ddoo pprroocceessssoo ppeennaall..   DDoo ccoonncceeiittoo ddee pprriinnccííppiioo..   DDooss pprriinnccííppiiooss ccoonnssttiittuucciioonnaaiiss..   DDooss pprriinnccííppiiooss ccoonnssttiittuucciioonnaaiiss ggeerraaiiss ddoo pprroocceessssoo ppeennaall..   DDoo ddeevviiddoo pprroocceessssoo lleeggaall.. 

  DDoo ccoonnttrraaddiittóórriioo..   DDaa aammppllaa ddeef f eessaa:: DDaa iimmpprreecciissããoo ddoouuttrriinnáárriiaa..   IInnaaddmmiissssiibbiilliiddaaddee ddee pprroovvaass ppoorr mmeeiiooss iillíícciittooss..   DDoo j juuiizz nnaattuurraall..   DDaa ppuubblliicciiddaaddee..   DDaa mmoottiivvaaççããoo..   DDoo dduupplloo ggrraauu ddee j juurriissddiiççããoo..   DDaa ddeemmaannddaa oouu ddaa aaççããoo..   DDooss pprriinnccííppiiooss ccoonnssttiittuucciioonnaaiiss eessppeeccííf f iiccooss ddoo pprroocceessssoo ppeennaall..   DDoo pprriinnccííppiioo ppuubblliiccííssttiiccoo oouu ppuubblliicciissttaa.. 

  DDaa vveerrddaaddee rreeaall..   DDaa nnããoo ccuullppaabbiilliiddaaddee oouu ddaa pprreessuunnççããoo ddaa iinnooccêênncciiaa..   DDaa oobbrriiggaattoorriieeddaaddee ee ddaa iinnddiissppoonniibbiilliiddaaddee ddaa aaççããoo ppeennaall ppúúbblliiccaa..   DDaa oof f iicciiaalliiddaaddee..   DDoo pprroommoottoorr nnaattuurraall.. 

Dos princípios constitucionais do processo penal.

Os pprriinnccííppiiooss ccoonnssttiittuucciioonnaaiiss aplicáveis ao processo penal são muitos. Deacordo com a doutrina, podem ser classificados em ggeerraaiiss ee eessppeeccííf f iiccooss. Geraisseriam aqueles aplicáveis ao processo: civil ou penal. Já os específicos, só aoprocesso penal se aplicarão.

Do conceito de princípio.

PPrriinnccííppiioo é o preceito fundamental, a origem. No processo penal, os pprriinnccííppiiooss ssããoo pprreecceeiittooss f f uunnddaammeennttaaiiss qquuee ddããoo f f oorrmmaa aaoo ssiisstteemmaa pprroocceessssuuaall1. Assim,considerando os princípios norteadores de nosso processo penal, podemosafirmar que impera o ssiisstteemmaa éé aaccuussaattóórriioo.

1 Antônio Carlos de Araújo Cintra/Ada Pelegrini Grinover/Cândido Rangel Dinamarco – Teoria Geraldo do Processo – 23a Edição – Malheiros Editores - 2007.

Page 4: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 4/35

 Para Mirabete2:

““N N oo d d i i r r eei i t t oo mmood d eer r nnoo , , oo  s si i  s st t eemmaa aac c uu s saat t óór r i i oo i i mm p pl l i i c c aa oo eesst t aabbeel l eec c i i mmeennt t oo d d ee uummaa v v eer r d d aad d eei i r r aa r r eel l aaç ç ããoo p pr r ooc c eessssuuaal l c c oomm aac c t t uumm t t r r i i uumm p peer r  s soonnaar r uumm , , eesst t aannd d oo eemm p péé d d ee 

i i gguuaal l d d aad d ee oo aauut t oor r ee oo r r ééuu , , ssoobbr r ee p poonnd d oo--ssee aa eel l eess , , c c oommoo óór r ggããoo i i mm p paar r c c i i aal l d d ee aa p pl l i i c c aaç ç ããoo d d aa l l eei i  , , oo j  j uui i  z  z ” ” .. 

Segundo Greco Filho3:

““C C oonnssi i sst t ee oo ssi i sst t eemmaa aac c uussaat t óór r i i oo nnaa ssee p paar r aaç ç ããoo oor r ggâânni i c c aa eennt t r r ee óór r ggããoo aac c uussaad d oor r  ee óór r ggããoo j  j uul l ggaad d oor r .. E E l l ee ssee c c oonnt t r r aa p põõee aaoo ssi i sst t eemmaa i i nnqquui i ssi i t t i i v v oo , , eemm qquuee aass f f uunnç ç õõeess aac c uussaat t óór r i i aa ee j  j uud d i i c c aannt t eess ssee eennc c oonnt t r r aamm eennggl l oobbaad d aass nnaa mmeessmmaa p peessssooaa , , oo j  j uui i  z  z ” ” .. 

De fato, o ssiisstteemmaa aaccuussaattóórriioo é peculiarizado pela separação, cisão, daatividade de acusar frente a de julgar. Assim, o órgão julgador deve serimparcial, assumindo uma postura superior e imparcial na relação processual.

O contraditório e a ampla defesa, consectários do devido processo legal, tambémestabelecem os contornos do sistema acusatório.

Portanto, cabe-nos tratar dos preceitos constitucionais fundamentais do nossoprocesso penal, ou seja, daquilo que nos permite categorizá-lo como acusatório enão como inquisitivo ou misto.

Para a doutrina (Grinover, Dinamarco e Cintra)4:

““OO p pr r ooc c eessssoo aac c uussaat t óór r i i oo –– qquuee p pr r eev v aal l eec c eeuu eemm RRoommaa ee eemm A At t eennaass –– éé uumm  p pr r ooc c eessssoo d d ee p paar r t t eess , , eemm qquuee oo aac c uussaad d oor r ee oo aac c uussaad d oo ssee eennc c oonnt t r r aamm eemm p péé d d ee i i gguuaal l d d aad d ee;; éé , , aai i nnd d aa , , uumm p pr r ooc c eessssoo d d ee aaç ç ããoo , , c c oomm ggaar r aannt t i i aass d d aa i i mm p paar r c c i i aal l i i d d aad d ee d d oo j  j uui i  z  z  , , d d oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo ee d d aa p puubbl l i i c c i i d d aad d ee” ” .. 

Dos princípios constitucionais.

Primeiramente, é de bom alvitre ressaltar que o nosso trabalho levará em contaos princípios constitucionais. Portanto, não trataremos de todos os princípiosaplicáveis ao processo, mas sim somente daqueles que estão previstos, implícita

ou explicitamente, em nossa Carta Política.

A Constituição Federal de 1.988 estabelece princípios informadores de nossoprocesso, ou seja, preceitos fundamentais de nosso processo. No que tange aoprocesso penal, houve demasiada preocupação por parte do legisladorconstituinte, pois sobre ele se debruçou com grande determinação.

2 Mirabete – Julio Fabbrini – Processo Penal – Editora Atlas – 1996.3 Greco Filho – Vicente – Manual de Processo Penal – 6a Edição – Editora Saraiva – 1999.4 Cinta – Antonio Carlos de Araújo/Grinover – Ada Pelegrini/Dinamarco – Cândido Rangel – Teoria Geral do Processo –23a edição – Malheiros Editores – 2007.

Page 5: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 5/35

 Os direitos e garantias individuais insertos no artigo 5o e em outros dispositivosconstitucionais indicam a atenção especial que ao constituinte despertou o nossoprocesso penal.

É certo que a Constituição Federal de 1.988 prevê princípios aplicáveis a qualquerprocesso, como também de forma precisa tratou de princípios de cunhoprocessual penal. Temos, então, os princípios gerais e especiais (ou específicos)do processo.

Para a doutrina moderna5, os princípios podem ser classificados em:

  EEssttrruuttuurraanntteess, assim considerados aqueles consistentes nasidéias diretivas básicas do processo, de índole constitucional;

  FFuunnddaammeennttaaiiss, que seriam aqueles mesmos princípios, quandoespecificados e aplicados pelos estatutos processuais, em suas

particularidades;

  IInnssttrruummeennttaaiiss, os que servem como garantia do atingimento dosprincípios fundamentais.

Dos princípios constitucionais gerais do processo penal.

Os princípios gerais, dos quais nos ocuparemos, são aqueles previstos naConstituição Federal e aplicáveis ao processo, independentemente de suanatureza.

Considera-se pprroocceessssoo o procedimento (sucessão de atos processuais)qualificado pela relação jurídico-processual. Esta é, nos dizeres de Capez6, oo nnee x  x oo qquuee uunnee ee d d i i ssc c i i  p pl l i i nnaa aa c c oonnd d uut t aa d d ooss ssuu j  j eei i t t ooss p pr r ooc c eessssuuaai i ss eemm ssuuaass l l i i ggaaç ç õõeess r r eec c í í  p pr r ooc c aass d d uur r aannt t ee oo d d eesseennr r ool l aar r d d oo p pr r ooc c eed d i i mmeennt t oo..

Então, não se pode dizer que são princípios afetos ao processo penal somente.Mas, sim princípios processuais.

5 Gomes Canotilho e Jorge Miranda – trazidos à colação por Grinover/Dinamarco/Cintra – Teoria Geral do Processo – 23a 

edição (pag.55/56) – Editores Malheiros – 2007.6 Capez – Fernando – Curso de Processo Penal – Editora Saraiva – 1997.

Page 6: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 6/35

 

Do devido processo legal.

O ddeevviiddoo pprroocceessssoo lleeggaall (due process of law) é o princípio geral segundo o qualprocesso é aquele que é regido por lei. Portanto, para aplicar a lei penal o Estadodeverá se valer do processo, ou seja, do processo previamente estabelecido emlei.

Assim, as regras aplicáveis ao processo devem ser conhecidas de seusdestinatários. Portanto, a lei deve anteceder à prática do ato processual.

O legislador, no entanto, ao editar a lei que regerá o processo não age de formailimitada. Sua atuação é bitolada pelas regras do processo legislativo

(procedimento de criação de lei) e pelos pprriinnccííppiiooss ddaa rraazzooaabbiilliiddaaddee ee ddaa pprrooppoorrcciioonnaalliiddaaddee.

Portanto, devido processo legal é o processo que obedece à lei prévia, sendocerto que considera-se lei aquela criada em obediência ao processo legislativo eem respeito aos pprriinnccííppiiooss ddaa rraazzooaabbiilliiddaaddee ee ddaa pprrooppoorrcciioonnaalliiddaaddee.

Exemplo:

O indivíduo que comete infração penal de menor potencial ofensivo

(artigo 61 da Lei 9.099/95) deve ser submetido ao processo penalconsensual previsto na Lei 9.099/95 e não a outro.

Como o contraditório e a ampla defesa são garantias insertas no textoconstitucional, o ddeevviiddoo pprroocceessssoo lleeggaall só a ele se conformará quando respeitartais garantias.

É inevitável concluir-se então que o devido processo legal deverá, em obediênciaà Constituição Federal, ser qualificado pelo ccoonnttrraaddiittóórriioo e pela aammppllaa ddeef f eessaa.

Page 7: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 7/35

 Para Moraes7 

““OO d d eev v i i d d oo p pr r ooc c eessssoo l l eeggaal l  t t eemm c c oommoo c c oor r ool l áár r i i ooss aa aamm p pl l aa d d eef f eessaa ee oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo , , qquuee d d eev v eer r ããoo sseer r  aasssseegguur r aad d ooss aaooss l l i i t t i i ggaannt t eess , , eemm p pr r ooc c eessssoo j  j uud d i i c c i i aal l  oouu 

aad d mmi i nni i sst t r r aat t i i v v oo , , ee aaooss aac c uussaad d ooss eemm ggeer r aal l  , , c c oonnf f oor r mmee oo t t ee x  x t t oo c c oonnsst t i i t t uui i c c i i oonnaal l  ee x  x  p pr r eessssoo ( ( aar r t t i i ggoo 5 5 oo , ,LLV V  ) )” ” .. 

Ademais, o devido processo legal não comporta pprroovvaass oobbttiiddaass ppoorr mmeeiiooss iillíícciittooss. Portanto, a inadmissibilidade de provas ilícitas (artigo 5o, LVI, da CF)decorre do princípio do devido processo legal.

  Questões sobre o tema:

1. (TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos e garantiasfundamentais de natureza processual, leia as afirmações abaixo e, em

seguida, julgue o item:

V. Uma das manifestações do devido processo legal é ainadmissibilidade da prova ilícita no processo, que deve preponderarainda quando for produzida em estado de necessidade ou legítimadefesa.

A Constituição Federal de 1.988 prevê expressamente o devido processo legal noartigo 5o, incisos LIV e LV.

Artigo 5o, da CF

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem odevido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aosacusados em geral são assegurados o contraditório e ampladefesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Do contraditório.

O ccoonnttrraaddiittóórriioo decorre da característica dialética que assume o processo penalno sistema acusatório. O julgador, imparcial, decidirá levando em conta o que étrazido ao processo pelas partes, parciais. Assim, as partes funcionam comocolaboradoras da atividade jurisdicional.

O ccoonnttrraaddiittóórriioo, também conhecido como princípio da audiência bilateral,consiste na possibilidade efetiva de as partes se contraporem.

7 Moraes – Alexandre de – Direito Constitucional – 27a Edição – Editora Atlas – 2006.

Page 8: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 8/35

 

Segundo Nucci8 

““OO p pr r i i nnc c í í  p pi i oo d d oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo qquueer r  d d i i  z  z eer r  qquuee aa t t ood d aa aal l eeggaaç ç ããoo f f áát t i i c c aa oouu 

aa p pr r eesseennt t aaç ç ããoo d d ee p pr r oov v aa , , f f eei i t t aa nnoo p pr r ooc c eessssoo p poor r uummaa d d aass p paar r t t eess , , t t eemm aa oouut t r r aa , , aad d v v eer r ssáár r i i aa , , oo d d i i r r eei i t t oo d d ee ssee mmaanni i f f eesst t aar r  , , hhaav v eennd d oo uumm p peer r f f eei i t t oo eeqquui i l l i i bbr r i i oo nnaa r r eel l aaç ç ããoo eesst t aabbeel l eec c i i d d aa p peel l aa  p pr r eet t eennssããoo p pr r eet t eennssããoo p puunni i t t i i v v aa d d oo E E sst t aad d oo eemm c c oonnf f r r oonnt t oo c c oomm oo d d i i r r eei i t t oo àà l l i i bbeer r d d aad d ee ee àà mmaannuut t eennç ç ããoo d d oo eesst t aad d oo d d ee i i nnooc c êênnc c i i aa d d oo aac c uussaad d oo” ” .. 

Luiz Flávio Gomes9, a seu turno, sinteticamente, conceitua o contraditório como““aa p poossssi i bbi i l l i i d d aad d ee d d ee ssee c c oonnt t r r aad d i i t t aar r aar r gguummeennt t ooss ee p pr r oov v aass d d aa p paar r t t ee c c oonnt t r r áár r i i aa” ” ..

Segundo a doutrina, o contraditório poderá ser ddiif f eerriiddoo. É o que se dá, porexemplo, quando diante de prova a ser produzida imediatamente sem a presençadas partes, o julgado a estas outorga a possibilidade de manifestar

posteriormente.O certo, no entanto, é que não há o devido processo legal sem o contraditórioefetivo. Portanto, o princípio do contraditório, no processo, não sofre exceção.Sabemos que pode o contraditório ser imediato ou diferido, mas sempre existirá.

ATENÇÃO: No inquérito policial, por não termos um processo,mas sim um procedimento administrativo de cunho informativo, nãohá que se exigir o contraditório, como também a ampla defesa.Portanto, a ausência de contraditório no inquérito policial não nos

leva a uma exceção ao princípio.

O princípio do contraditório pressupõe a necessidade de conhecimento(comunicação) do que foi alegado ou produzido pela parte contrária ou pelo juiz;e, partir do momento em que se oportuniza a contraposição, dá-se o efetivocontraditório.

Do contraditório decorrerá o princípio da ampla defesa. A oportunidade de defesasurge com o contraditório. Se não se der oportunidade de contraposição nãoteremos ampla defesa. Mas, ao se dar oportunidade de contraposição, não se

pode dizer que ampla defesa houve. Como sempre digo: uma coisa é uma coisa;outra coisa é outra coisa.

Exemplo:

A se dar oportunidade de o acusado, por conta própria (autodefesa), nointerrogatório, se contrapor à acusação (imputação contida nadenúncia), pode-se dizer que houve contraditório. No entanto, ampladefesa ainda não. Esta só se dará com a defesa técnica.

8 Nucci – Guilherme de Souza – Código de Processo Penal Comentado – 5a Edição – Editora RT.9 Gomes – Luiz Flávio – Direito Processual Penal (Manual para concursos e graduação) – Volume 6 – Editora RT.

Page 9: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 9/35

 

O contraditório e a ampla defesa são tratados pela Constituição Federal no artigo5o, LV, da CF.

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusadosem geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios erecursos a ela inerentes;

Com a reforma do Processo Penal ocorrida por meio da lei 12.403/2011 passou-se a discutir a existência de exceção ao princípio do contraditório quando dadecretação de medidas cautelares como a prisão preventiva. Para ilustrarmos otema tratado, especialmente sobre o que foi afirmado sobre o contraditóriodiferido, vejamos a questão que se segue.

PPaarraa oo ddeeccrreettoo ddee uummaa mmeeddiiddaa ccaauutteellaarr ((LLeeii 1122..440033//22001111)) sseemmpprree hhaavveerráá oo ccoonnttrraaddiittóórriioo?? 

R R EESSOOLLUUÇÇÃÃOO:: CCEER R TTOO.. 

De acordo com o disposto no artigo 282, § 3o do CPP, ressalvados os casosde urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedidode medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária,acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias,permanecendo os autos em juízo.

Mas, sobre o referido dispositivo deveremos refletir. É de se notar que,segundo o legislador, o ccoonnttrraaddiittóórriioo pprréévviioo éé aa rreeggrraa. Mas, essa regra,ainda segundo o legislador, só será aplicada quando houver o pedido de umamedida cautelar? Caso a cautelar tenha sido decretada de ofício pelomagistrado, o contraditório prévio não será exigido?

Realmente, de acordo com o disposto no artigo 282, parágrafo 3º, do CPP, ocontraditório prévio só será exigido se houver pedido. Mas, não se podenegá-lo se houver o decreto de uma medida cautelar de ofício pelomagistrado. A dialética do sistema acusatório nos impõe o dever de obedecerao contraditório.

Outro ponto interessante é o tratado na questão: sempre haverácontraditório? A resposta, apesar de a literalidade do dispositivo indicar ocontrário, é SSIIMM.

O que não se pode afirmar que é sempre haverá o contraditório prévio. Olegislador prevê situações em que o contraditório prévio não existirá. Veja:“ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida.....”. 

Não podemos afirmar, no entanto, que, mesmo nos casos de urgência ou de

perigo de ineficácia da medida, não haverá contraditório. Este existirá

Page 10: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 10/35

 posteriormente. É o chamado ccoonnttrraaddiittóórriioo ddiif f eerriiddoo. Portanto, podemosafirmar, sim, que o contraditório sempre existirá. Não será sempre prévio.Mas, sempre existirá.

  Questões sobre o tema:

2.(NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF) 36 - Em relação aos direitos e

garantias fundamentais, analise as afirmativas:I. A Constituição assegura o principio do contraditório para os processos judiciais e para o inquérito policial.

3.(TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos e garantiasfundamentais de natureza processual, leia as afirmações abaixo e, emseguida, julgue o item:

II. A doutrina e a jurisprudência dominantes entendem ser inaplicável agarantia do contraditório e da ampla defesa ao inquérito policial, umavez que se não tem aqui um processo compreendido como instrumentodestinado a decidir litígio.

4.(FCC/DEFENSOR/RS/2011/ADAPTADA) A Constituição Federal de1988, no artigo 5o, inciso LV, preconiza que "aos litigantes, em processo  judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados ocontraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".Considerando tal disposição, julgue os itens:I. O contraditório e a ampla defesa referidos no dispositivo supra citado

referem-se somente ao processo penal e administrativo, tanto que todo

Page 11: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 11/35

 aquele que comparecer a Juízo sem advogado, ser-lhe-à nomeadoDefensor Público para efetuar a defesa.

5.(FCC/DEFENSOR/RS/2011/ADAPTADA) A Constituição Federal de1988, no artigo 5o, inciso LV, preconiza que "aos litigantes, em processo  judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados ocontraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".Considerando tal disposição, julgue os itens:

III. O contraditório e a ampla defesa não podem ser abolidos pelolegislador, pois fazem parte das cláusulas pétreas dispostas noparágrafo 4o do artigo 60 da Constituição Federal.

Da ampla defesa.

A aammppllaa ddeef f eessaa, como já vimos, é necessária para que se tenha o devidoprocesso legal. Sem ela, não há que se falar em devido processo legal, pois hámanifesta afronta à Constituição Federal.

Segundo Gomes10 ““OO c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo t t oor r nnaa aa d d eef f eessaa p poossssí í v v eel l ;; aa aamm p pl l aa d d eef f eessaa aa t t r r aannssf f oor r mmaa eemm 

eef f eet t i i v v aa ( ( eemm d d eef f eessaa p pl l eennaa ) ).. OOss p pr r i i nnc c í í  p pi i ooss d d oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo ee d d aa aamm p pl l aa d d eef f eessaa ssããoo c c oomm p pl l eemmeennt t aar r eess” ” .. 

Para Nucci11 ““ A A aamm p pl l aa d d eef f eessaa ssi i ggnni i f f i i c c aa qquuee aaoo r r ééuu éé c c oonnc c eed d i i d d oo oo d d i i r r eei i t t oo d d ee ssee v v aal l eer r  d d ee 

aamm p pl l ooss ee ee x  x t t eennssooss mméét t ood d ooss p paar r aa ssee d d eef f eennd d eer r d d aa i i mm p puut t aaç ç ããoo qquuee éé f f eei i t t aa p peel l aa aac c uussaaç ç ããoo” ” .. 

Em respeito à ampla defesa, no processo penal, o acusado não poderá dispensara defesa técnica. Assim, apesar de ser possível a disposição da autodefesa, adefesa técnica é indisponível.

A denúncia genérica (sem exposição circunstanciada dos fatos) não permite oexercício da ampla defesa, já que não possibilita o enfrentamento dos fatosimputados ao acusado.

Para que haja a ampla defesa, é necessário o contraditório. Assim, mister se faz acomunicação ao acusado das argumentações e provas produzidas pela partecontrária ou pelo juiz.

Para Luiz Flávio Gomes12:

10 Gomes – Luiz Flávio – Direito Processual Penal (Manual para concursos e graduação) – Volume 6 – Editora RT.11 Nucci – Guilherme de Souza – Código de Processo Penal Comentado – 5a Edição – Editora RT – 2006.12 Gomes – Luiz Flávio – Direito Processual Penal (Manual para concursos e graduação) – Volume 6 – Editora RT.

Page 12: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 12/35

 ““ A A d d eef f eessaa aamm p pl l aa , , sseemm ssuummaa , , eennv v ool l v v ee:: aa-- aauut t ood d eef f eessaa;; bb-- d d eef f eessaa t t ééc c nni i c c aa;; c c -- 

d d eef f eessaa eef f eet t i i v v aa;; ee d d -- d d eef f eessaa p poor r  qquuaal l qquueer r  mmeei i oo d d ee p pr r oov v aa ( ( i i nnc c l l uussi i v v ee p poor r  mmeei i oo d d ee p pr r oov v aa i i l l í í c c i i t t aa , , qquuee ssóó éé aad d mmi i t t i i d d aa p pr r oo r r eeoo , , p paar r aa c c oomm p pr r oov v aar r ssuuaa i i nnooc c êênnc c i i aa..” ”  

  Questões sobre o tema:

6.(FCC/ANALISTA/TRT22/2010) A plenitude de defesa no Tribunaldo Júri encontra-se dentro do princípio maior daa) legalidade.b) ampla defesa.c) reserva legal.d) moralidade.e) presunção de inocência.

7.(CESPE/MPU/ANALISTA/2010) A Constituição Federal de 1988(CF) apresenta, em sua conformação estrutural, os elementosconstitutivos do Estado, quais sejam, a soberania, a finalidade, o povo eo território. Nesse sentido, julgue os itens que se seguem, relacionadosa esses elementos.

1.Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos notexto constitucional e as garantias sejam os instrumentos queasseguram o exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e da

ampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal deforma exclusiva.

8.(CESPE/TRT1/JUIZ/2010) Julgue o item acerca dos direitos egarantias fundamentais.1. A CF assegura aos litigantes em processo judicial ou administrativo eaos acusados em geral o contraditório e a ampla defesa, com os meios erecursos a eles inerentes, razão pela qual, no âmbito do processoadministrativo disciplinar, é imprescindível a presença de advogado.

Da imprecisão doutrinária. 

A doutrina, não poucas vezes, estabelece confusão entre o princípio docontraditório e da ampla defesa. Scarance13 tratando do tema asseverou que:

““T T eemm hhaav v i i d d oo d d uuaass p poossi i ç ç õõeess eesssseennc c i i aai i ss nnaa d d oouut t r r i i nnaa aa r r eess p peei i t t oo d d oo r r eel l aac c i i oonnaammeennt t oo eennt t r r ee aass ggaar r aannt t i i aass d d aa d d eef f eessaa ee d d oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo:: 11-- oo d d i i r r eei i t t oo d d ee d d eef f eessaa d d eer r i i v v aa d d aa ggaar r aannt t i i aa d d oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo;; 22-- d d aa ggaar r aannt t i i aa d d ee d d eef f eessaa d d eec c oor r r r ee oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo.. P P eel l aa p pr r i i mmeei i r r aa oor r i i eennt t aaç ç ããoo , , c c oommoo oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo éé i i nnf f oor r mmaaç ç ããoo ee r r eeaaç ç ããoo , , sseer r i i aa p poor r  mmeei i oo 

13 Scarance Fernandes – Antônio – Processo Penal Constitucional – 4a Edição – Editora RT (pag.280/281).

Page 13: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 13/35

 d d eel l ee qquuee oo aac c uussaad d oo t t eer r i i aa aa nneec c eessssáár r i i aa c c i i êênnc c i i aa d d aa aac c uussaaç ç ããoo , , p pood d eennd d oo aassssi i mm p pr r ee p paar r aar r ssuuaa d d eef f eessaa.. M M aass , , ssoobbr r ee oouut t r r oo eennf f ooqquuee , , eemm f f aac c ee d d oo p paar r aal l eel l i i ssmmoo i i nneev v i i t t ááv v eel l  eennt t r r ee aaç ç ããoo ee d d eef f eessaa , , v v i i sst t aass c c oommoo ggaar r aannt t i i aass qquuee ssee mmaanni i f f eesst t aamm d d uur r aannt t ee t t ood d oo oo d d eesseennr r ool l aar r d d aa c c aauussaa , , oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo nnaad d aa mmaai i ss éé d d oo qquuee uummaa eemmaannaaç ç ããoo d d aaqquueel l aa d d eef f eessaa.. DDeef f eessaa , , p pooi i ss , , qquuee ggaar r aannt t ee oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo , , ee qquuee p poor r eel l ee ssee mmaanni i f f eesst t áá ee éé ggaar r aannt t i i d d aa:: p poor r qquuee aa d d eef f eessaa , , qquuee 

oo ggaar r aannt t ee , , ssee f f aa z  z p poossssí í v v eel l ggr r aaç ç aass aa uumm d d ooss sseeuuss mmoommeennt t ooss c c oonnsst t i i t t uut t i i v v ooss –– aa i i nnf f oor r mmaaç ç ããoo –– ee v v i i v v ee ee ssee ee x  x  p pr r i i mmee p poor r i i nnt t eer r mmééd d i i oo d d oo sseeuu sseegguunnd d oo mmoommeennt t oo –– aa r r eeaaç ç ããoo” ”  

Mirabete14 entende que o contraditório assegura a ampla defesa. Observe seusdizeres:

““DDooss mmaai i ss i i mm p poor r t t aannt t eess d d oo p pr r ooc c eessssoo aac c uussaat t óór r i i oo éé oo p pr r i i nnc c í í  p pi i oo d d oo c c oonnt t r r aad d i i t t óór r i i oo ( ( oouu d d aa bbi i l l aat t eer r aal l i i d d aad d ee d d aa aauud d i i êênnc c i i aa ) ) , , ggaar r aannt t i i aa c c oonnsst t i i t t uuc c i i oonnaal l  qquuee aasssseegguur r aa aa aamm p pl l aa d d eef f eessaa d d oo aac c uussaad d oo” ” .. 

Para Greco Filho15

, de cuja opinião não comungo:

““C C oonnssi i sst t ee aa aamm p pl l aa d d eef f eessaa nnaa oo p poor r t t uunni i d d aad d ee d d ee oo r r ééuu c c oonnt t r r aad d i i t t aar r  aa aac c uussaaç ç ããoo , , aat t r r aav v ééss d d ee p pr r eev v i i ssããoo l l eeggaal l  d d ee t t eer r mmooss p pr r ooc c eessssuuaai i ss qquuee p poossssi i bbi i l l i i t t eemm aa eef f i i c c i i êênnc c i i aa d d aa d d eef f eessaa......” ”  

A questão abaixo ilustra bem o conceito adotado pela organizadora do concurso. O item II foiconsiderado correto.

(ESAF/DEFENSOR)16 09. Ainda sobre as garantias processuais estabelecidas pelaConstituição Federal de 1988, examine as afirmações abaixo:

II - Para o processo penal, o contraditório tem de ser efetivo, real, substancial,implicando em defesa técnica substancial do réu, ainda que revel, para que se tenhapor obedecido o mandamento constitucional. Para isso, a norma é completada pelodispositivo do Código de Processo Penal, que manda seja dado defensor ao réu quandoo juiz o considerar indefeso.

Inadmissibilidade de provas por meios ilícitos. 

A inadmissibilidade de prova ilícita decorre do princípio do devido processo

legal, pois a prova ilícita não se ajusta a preceitos baseados na legalidade.De acordo com o disposto no artigo 5o, LVI, da CF, são inadmissíveis, noprocesso, as provas obtidas por meios ilícitos.

Consideram-se provas obtidas por meios ilícitos aquelas que advêm de ofensa ànorma material. Não se tratam de pprroovvaass iilleeggííttiimmaass; mas, sim, ilícitas.

14 Mirabete – Julio Fabbrini – Processo Penal – Editora Atlas – 1996.15 Greco Filho – Vicente – Manual de Processo Penal – 6a edição – Editora Saraiva – 1999.16 Questão disponibilizada pelo site: (http://www.pciconcursos.com.br/provas/esaf/4).

Page 14: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 14/35

 Portanto, a prova em ofensa a norma processual é classificada como ilegítima; aopasso que a pprroovvaa qquuee ddeeccoorrrraa ddee oof f eennssaa aa nnoorrmmaa ppeennaall (exemplo: tortura)é iillíícciittaa.

A pprroovvaa iillíícciittaa deve ser desprezada pelo julgador. No entanto, oo pprriinnccííppiioo ddaa pprrooppoorrcciioonnaalliiddaaddee, implícito no texto constitucional, permite a admissão deprova obtida por meio ilícito em favor do acusado, a qual, em razão deeexxcclluuddeenntteess ddaa iilliicciittuuddee (exemplo: estado de necessidade ou legítima defesa),perde o caráter de ilícita.

Sobre o tema, observe abaixo trecho de um julgado do STF17:

““U U t t i i l l i i  z  z aaç ç ããoo d d ee ggr r aav v aaç ç ããoo d d ee c c oonnv v eer r ssaa t t eel l eef f ôônni i c c aa f f eei i t t aa p poor r  t t eer r c c eei i r r oo c c oomm aa aauut t oor r i i  z  z aaç ç ããoo d d ee uumm d d ooss i i nnt t eer r l l ooc c uut t oor r eess sseemm oo c c oonnhheec c i i mmeennt t oo d d oo oouut t r r oo qquuaannd d oo hháá , , p paar r aa eessssaa uut t i i l l i i  z  z aaç ç ããoo , , ee x  x c c l l uud d eennt t ee d d aa aannt t i i  j  j uur r i i d d i i c c i i d d aad d ee.. -- A Af f aasst t aad d aa aa i i l l i i c c i i t t uud d ee d d ee t t aal l c c oonnd d uut t aa -- aa 

d d ee , , p poor r l l eeggí í t t i i mmaa d d eef f eessaa , , f f aa z  z eer r ggr r aav v aar r ee d d i i v v uul l ggaar r c c oonnv v eer r ssaa t t eel l eef f ôônni i c c aa aai i nnd d aa qquuee nnããoo hhaa j  j aa oo c c oonnhheec c i i mmeennt t oo d d oo t t eer r c c eei i r r oo qquuee eesst t áá p pr r aat t i i c c aannd d oo c c r r i i mmee -- , , éé eel l aa , , p poor r v v i i aa d d ee c c oonnsseeqqüüêênnc c i i aa , , l l í í c c i i t t aa ee , , t t aammbbéémm c c oonnsseeqqüüeennt t eemmeennt t ee , , eessssaa ggr r aav v aaç ç ããoo nnããoo p pood d ee sseer r  t t i i d d aa c c oommoo p pr r oov v aa i i l l í í c c i i t t aa , , p paar r aa i i nnv v ooc c aar r --ssee oo aar r t t i i ggoo 5 5 ºº , , LLV V I I  , , d d aa C C oonnsst t i i t t uui i ç ç ããoo c c oomm f f uunnd d aammeennt t oo eemm qquuee hhoouuv v ee v v i i ool l aaç ç ããoo d d aa i i nnt t i i mmi i d d aad d ee ( ( aar r t t .. 5 5 ºº , , X  X  , , d d aa C C aar r t t aa M M aaggnnaa ) )” ” .. 

Assim, podemos afirmar que a prova ilícita jamais será admitida no processopenal, pois aquela que é obtida por meio ilícito, perde, diante das excludentes dailicitude, o caráter de ilícita e pode ser utilizada em benefício do acusado.

9. (NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF/ADAPTADA) 33 - Sobre osdireitos e garantias fundamentais, julgue o item1. a interceptação telefônica somente poderá ser autorizada, porautoridade judiciária, para instrução processual de qualquer natureza oupara fins de investigação;

10. (NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF/ADAPTADA) 33 - Sobre osdireitos e garantias fundamentais, julgue o item:

1. de acordo com a Constituição, as comissões parlamentares deinquérito têm os mesmos poderes de investigação da autoridade  judicial. Nesse sentido, a C.P.I pode determinar a interceptaçãotelefônica para fins de investigação;

11. (NCE/DELEGADO/POLÍCIA/CIVIL/DF/ADAPTADA) 68 -Assevera o artigo 5° da Constituição da República que:1. a interceptação de comunicação telefônica está submetida a umareserva legal qualificada.

17 STF – HC 74678/SP – Relator: Ministro Moreira Alves - órgão julgador: 1a Turma – Data do julgamento: 10/06/1997. 

Page 15: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 15/35

 

12. (NCE/DELEGADO/POLÍCIA/CIVIL/DF/ADAPTADA) 71. Arespeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item:1. aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados

em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meiose recursos a ela inerentes. 

Do juiz natural.

O princípio do juiz natural está inserto no artigo 5o, inciso LIII, da ConstituiçãoFederal.

Artigo 5o

, da Constituição Federal.LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Segundo a doutrina, o pprriinnccííppiioo ddoo j juuiizz nnaattuurraall significa que o processo deveráser julgado por juiz que tenha sua competência predeterminada em lei. Taldeterminação, eleva a possibilidade de um julgamento imparcial.

Segundo o STF18 

““OO p pr r i i nnc c í í  p pi i oo d d oo j  j uui i  z  z  nnaat t uur r aal l  nnããoo aa p peennaass v v eed d aa aa i i nnsst t i i t t uui i ç ç ããoo d d ee t t r r i i bbuunnaai i ss ee  j  j uuí í  z  z ooss d d ee ee x  x c c eeç ç ããoo , , c c oommoo t t aammbbéémm i i mm p põõee qquuee aass c c aauussaass ssee j  j aamm p pr r ooc c eessssaad d aass ee j  j uul l ggaad d aass 

 p peel l oo óór r ggããoo j  j uur r i i ssd d i i c c i i oonnaal l p pr r eev v i i aammeennt t ee d d eet t eer r mmi i nnaad d oo aa p paar r t t i i r r d d ee c c r r i i t t éér r i i ooss c c oonnsst t i i t t uuc c i i oonnaai i ss d d ee r r ee p paar r t t i i ç ç ããoo t t aa x  x aat t i i v v aa d d ee c c oomm p peet t êênnc c i i aa , , ee x  x c c l l uuí í d d aa qquuaal l qquueer r aal l t t eer r nnaat t i i v v aa àà d d i i ssc c r r i i c c i i oonnaar r i i eed d aad d ee” ” .. 

Portanto, o  j juuiizz nnaattuurraall é aquele que exerce atividade jurisdicional e que tenhasua competência e garantias funcionais e pessoais definidas em lei.

Para Luiz Flávio Gomes19, o juiz natural é composto de dois aspectos: 1- juiznatural é o competente para a causa (Artigo 5o, LIII, da CF); e 2- está proibida aa criação de tribunal ou juízo de exceção (artigo 5o, XXXVII, da CF).

Trata-se o juízo ou tribunal de exceção de órgão julgador criado após o fato ecom o intuito único de julgar o seu autor. Segundo a doutrina, o contraponto do juiz natural é admissão dos tribunais ou juízo de exceção.

No entanto, a modificação da lei, posterior ao crime, que venha alterar o juízocompetente para o julgamento, desde que não leve em conta o determinado fato,mas tenha como característica a generalidade, não afronta o princípio do juiznatural.

18 STF – HC 86889/SP – Relator: Menezes Direito – Órgão julgador: 1a Turma – Data do julgamento: 20/11/2007.

19 Gomes – Luiz Flávio – Direito Processual Penal (Manual para concursos e graduação) – Volume 6 – Editora RT.

Page 16: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 16/35

 

Do juiz natural decorre a iimmppaarrcciiaalliiddaaddee ddoo j juuiizz como princípio. A ConstituiçãoFederal cerca a atividade jurisdicional e o seu titular de garantias e estipula-lhesvedações, além de proibir os tribunais ou juízos de exceção, com o único objetivo

de preservar sua imparcialidade.

  Questão sobre o tema:

13.(TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos egarantias fundamentais de natureza processual, leia as afirmaçõesabaixo e, em seguida, julgue o item:

I. O princípio do juiz natural se manifesta tanto na regra de proibição detribunais de exceção, quanto no preceito de que ninguém seráprocessado senão pela autoridade competente.

Da publicidade.

O princípio da publicidade dos atos processuais está consagrado nos artigos 5o,LX, 93, IX, e 5O, XXXIII, todos da Constituição Federal.

Foi com a Carta Política de 1.988 que se deu caráter constitucional ao princípio dapublicidade dos atos processuais. Antes de seu advento, a exigência d

e publicidade dos atos processuais era prevista tão-só em leis infra-constitucionais.

Artigo 5o

da CF.

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesseparticular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sobpena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível àsegurança da sociedade e do Estado;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa daintimidade ou o interesse social o exigirem;

Artigo 93 da CF.

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, efundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar apresença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente aestes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado nosigilo não prejudique o interesse público à informação;

Segundo o pprriinnccííppiioo ddaa ppuubblliicciiddaaddee, os atos processuais deverão ser realizadospublicamente, sem segredos. Trata-se de fato de um grandioso instrumento de

controle e de preciosa garantia do indivíduo frente à atividade jurisdicional.

Page 17: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 17/35

 

AA ppuubblliicciiddaaddee dos atos processuais pode ser classificada em interna ou externa.Será eexxtteerrnnaa (ou geral, plena) quando os atos processuais podem serpresenciados por qualquer pessoa. Será, por sua vez, iinntteerrnnaa (ou especial,

restrita) quando se dirige a certas pessoas.

Realmente, de acordo com o disposto no artigo 5o, LX, da CF, a lei poderá limitara publicidade dos atos, quando a defesa da intimidade ou o interesse social oexigirem. Tal possibilidade de limitação também está expressa no artigo 93, IX,da CF.

O certo, todavia, é que às partes e aos advogados não se permitirá o sigilo.Portanto, os atos processuais, para eficiência do contraditório e da ampla defesa,deverão ser comunicados às partes e a seus advogados.

Do exposto, podemos concluir que não há ato processual sem publicidade. Esta,eventualmente, se limitará às partes e a seus advogados. No entanto, atoprocessual sem publicidade inexiste.

Para Mirabete20 

““OO p pr r i i nnc c í í  p pi i oo d d aa p puubbl l i i c c i i d d aad d ee d d ooss aat t ooss p pr r ooc c eessssuuaai i ss , , p pr r oof f uunnd d aammeennt t ee l l i i ggaad d oo àà hhuummaanni i  z  z aaç ç ããoo d d oo p pr r ooc c eessssoo p peennaal l  , , c c oonnt t r r aa p põõee--ssee aaoo p pr r ooc c eed d i i mmeennt t oo sseec c r r eet t oo , , c c aar r aac c t t eer r í í sst t i i c c aa d d oo ssi i sst t eemmaa i i nnqquui i ssi i t t i i v v oo” ” .. 

Da motivação.

Segundo o pprriinnccííppiioo ddaa mmoottiivvaaççããoo (fundamentação), as decisões judiciaisdeverão ser fundamentadas, sob pena de nulidade.

Artigo 93 da CF.

20 Mirabete – Julio Fabbrini – Processo Penal – Editora Atlas – 1996.

Page 18: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 18/35

 IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, efundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar apresença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente aestes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado nosigilo não prejudique o interesse público à informação;

A exigência de mmoottiivvaaççããoo ddaass ddeecciissõõeess j juuddiicciiaaiiss, atualmente, tem f f uunnççããoo ppoollííttiiccaa, pois não objetivam tão-só permitir que as partes e o juiz que venha a

  julgar eventual recurso – como seus destinatários únicos – possam conhecer oconteúdo do decisório. Objetiva mais: que a imparcialidade e a retidão dasdecisões judiciais possam ser aferidas pela população.

MMoottiivvaarr é explicitar as razões de fato e de direito que levaram o magistrado adecidir. A rigor, todas as decisões judiciais devem ser motivadas. No entanto,apesar de a doutrina ser intransigente, não admitindo qualquer exceção ao

princípio, os tribunais superiores (STF e STJ) não tem exigido a motivação dodespacho que recebe a peça vestibular da ação penal.

Para Scarance Fernandes21, nnããoo ssee aaddmmiittee, em respeito ao princípio em tela, ammoottiivvaaççããoo iimmppllíícciittaa das decisões judiciais. Segundo o mestre:

““ A A mmoot t i i v v aaç ç ããoo , , p paar r aa qquuee aat t eennd d aa àà f f i i nnaal l i i d d aad d ee i i nnss p pi i r r aad d oor r aa d d ee ssuuaa ee x  x i i ggêênnc c i i aa c c oonnsst t i i t t uuc c i i oonnaal l  , , d d eev v ee sseer r c c l l aar r aa , , c c ooeer r eennt t ee ee c c oomm p pl l eet t aa” ” .. 

““É É  , , r r eeaal l mmeennt t ee , , i i nnaad d mmi i ssssí í v v eel l aa mmoot t i i v v aaç ç ããoo i i mm p pl l í í c c i i t t aa.. OO j  j uui i  z  z  , , nnoo ee x  x eer r c c í í c c i i oo d d ee ssuuaa f f uunnç ç ããoo j  j uur r i i ssd d i i c c i i oonnaal l  , , qquuaannd d oo p pr r ood d uu z  z  oo p pr r i i nnc c i i  p paal l  aat t oo d d ee ssuuaa aat t i i v v i i d d aad d ee , , f f aa z  z eennd d oo aat t uuaar r  aa 

v v oonnt t aad d ee d d aa l l eei i aaoo c c aassoo c c oonnc c r r eet t oo , , d d eev v ee p pr r i i mmaar r p peel l aa c c l l aar r ee z  z aa ee p peel l aa p pr r eec c i i ssããoo , , r r eef f uut t aannd d oo oouu aac c ool l hheennd d oo aass aal l eeggaaç ç õõeess d d aass p paar r t t eess.. N N ããoo ssee p pood d ee aac c eei i t t aar r  , , p paar r aa nnããoo i i nnv v aal l i i d d aar r aa sseennt t eennç ç aa , , oo t t r r i i bbuunnaal l v v i i ssl l uummbbr r ee , , aa p peessaar r d d aa oommi i ssssããoo j  j uud d i i c c i i aal l  , , ssuu p pr r i i mmeennt t oo eemm oouut t r r ooss f f uunnd d aammeennt t ooss d d aa sseennt t eennç ç aa , , d d eel l eess ee x  x t t r r aai i nnd d oo d d ee mmaanneei i r r aa i i mm p pl l í í c c i i t t aa , , aa mmoot t i i v v aaç ç ããoo i i nnee x  x i i sst t eennt t ee” ” .. 

No entanto, apesar de condenada pela doutrina, aa mmoot t i i v v aaç ç ããoo i i mm p pl l í í c c i i t t aa v v eemm  s seennd d oo t t ool l eer r aad d aa p peel l oo s s T T r r i i bbuunnaai i  s s S S uu p peer r i i oor r ee s s. O STF tem, não poucas vezes,admitido decisões que tenham como fundamento manifestações que lhe sãoanteriores. Observe abaixo trechos de alguns de seus julgados.

“ “ D D e e c c i i s s ã ã o o j  j u u d d i i c c i i a a l l : : m m o o t t i i v v a a ç ç ã ã o o ( ( C C F F ,, a a r r t t .. 9 9 3 3 ,, I I X X  ) ): : n n ã ã o o v v i i o o l l a a a a e e x x i i g g ê ê n n c c i i a a c c o o n n s s t t i i t t u u c c i i o o n n a a l l a a  f f u u n n d d a a m m e e n n t t a a ç ç ã ã o o q q u u e e ,, n n a a c c o o n n f f o o r r m m i i d d a a d d e e d d a a l l e e i i ,, r r e e m m e e t t e e - - s s e e à à d d a a d d e e c c i i s s ã ã o o r r e e c c o o r r r r i i d d a a ” ”  

2 2 2 2 .. 

“ “ N N ã ã o o f f e e r r e e a a s s g g a a r r a a n n t t i i a a s s d d o o c c o o n n t t r r a a d d i i t t ó ó r r i i o o ,, d d a a a a m m p p l l a a d d e e f f e e s s a a ,, n n e e m m d d a a m m o o t t i i v v a a ç ç ã ã o o d d a a s s  d d e e c c i i s s õ õ e e s s j  j u u d d i i c c i i a a i i s s ,, a a a a d d o o ç ç ã ã o o ,, c c o o m m o o r r a a t t i i o o d d e e c c i i d d e e n n d d i i ,, d d a a m m a a n n i i f f e e s s t t a a ç ç ã ã o o ,, a a t t í í t t u u l l o o d d e e c c u u s s t t o o s s l l e e g g i i s s ,, d d o o  M M i i n n i i s s t t é é r r i i o o P P ú ú b b l l i i c c o o ” ” 

2 2 3 3 .. 

Do duplo grau de jurisdição.

21 Scarance Fernandes – Antônio – Processo Penal Constitucional – 4a edição – Editora RT – 2005.22 STF – AI-AgR 596558/RJ-Relator: Ministro Sepúlveda Pertence – órgão julgador: 1a Turma – Data do julgamento: 13/02/2007.23

 STF – RE-Agr 360037/SC – Relator: Ministro Cezar Peluso – órgão julgador: 2a Turma – Data do julgamento: 07/08/2007.

Page 19: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 19/35

 Segundo o pprriinnccííppiioo ddoo dduupplloo ggrraauu ddee j juurriissddiiççããoo, as decisões judiciaispoderão, de acordo com a lei, ser objeto de recurso à instância superior.Portanto, a decisão de judicial (de juiz ou de tribunal) poderá, bastando que a leipreveja, ser objeto de recurso à instância superior.

A ccaarrttaa ccoonnssttiittuucciioonnaall ddee 11..998888 nnããoo pprreevvêê eexxpprreessssaammeennttee oo dduupplloo ggrraauu ddee  j juurriissddiiççããoo. Todavia, ao estabelecer a estrutura do Poder Judiciário e mencionar aexistência de competências originária e recursal, admite a existência do duplograu de jurisdição.

De fato, a possibilidade de recurso é a regra. No entanto, não se impõe suaprevisão legal. Assim, a todos admitir-se-á a utilização dos recursos previsto emlei. De fato, estamos diante da aplicação do princípio do ddeevviiddoo pprroocceessssoo lleeggaall.

Para a doutrina (Grinover, Cintra e Dinamarco

24

), o princípio do duplo grau de  jurisdição, além de ter f f uunnddaammeennttoo ppoollííttiiccoo – pois nenhum ato estatal podeficar imune ao necessário controle:

““i i nnd d i i c c aa aa p poossssi i bbi i l l i i d d aad d ee d d ee r r eev v i i ssããoo , , p poor r v v i i aa d d ee r r eec c uur r ssoo , , d d aass c c aauussaass j  j áá j  j uul l ggaad d aass  p peel l oo j  j uui i  z  z  d d ee p pr r i i mmeei i r r oo ggr r aauu ( ( oouu p pr r i i mmeei i r r aa i i nnsst t âânnc c i i aa ) ) , , qquuee c c oor r r r eess p poonnd d ee àà d d eennoommi i nnaad d aa  j  j uur r i i ssd d i i ç ç ããoo i i nnf f eer r i i oor r .. GGaar r aannt t ee , , aassssi i mm , , uumm nnoov v oo j  j uul l ggaammeennt t oo , , p poor r  p paar r t t ee d d ooss óór r ggããooss d d aa  j  j uur r i i ssd d i i ç ç ããoo ssuu p peer r i i oor r  , , oouu d d ee sseegguunnd d oo ggr r aauu ( ( t t aammbbéémm d d eennoommi i nnaad d aa d d ee SSeegguunnd d aa i i nnsst t âânnc c i i aa ) )” ” .. 

  Questão sobre o tema:

14. (NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF) 36 - Em relação aos direitose garantias fundamentais, analise as afirmativas:III. A Constituição assegura, de forma expressa, entre os direitosfundamentais, o duplo grau de jurisdição, assegurando o direito ainterposição de recursos.

Da demanda ou da ação.

O pprriinnccííppiioo ddaa ddeemmaannddaa oouu ddaa aaççããoo (também conhecido como princípio dainiciativa da parte) sugere que o processo só terá início mediante iniciativa daparte. Portanto, caberá aos titulares da ação penal a sua propositura, não sepermitindo um atuar de ofício do órgão jurisdicional.

Trata-se, em verdade, de uma característica do processo acusatório (sistemaacusatório), pois sob sua égide ao julgador não se permite acusar.

24 Cinta – Antonio Carlos de Araújo/Grinover – Ada Pelegrini/Dinamarco – Cândido Rangel – Teoria Geral do Processo –23a edição – Malheiros Editores – 2007.

Page 20: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 20/35

 Do princípio em tela, proíbe-se o julgamento além do pedido (ultra petita). Écerto, no entanto, que ao magistrado permite-se dar nova definição jurídica aofato (artigo 383 do CPP). No entanto, quando o faz, está, no limite do pedido,aplicando o direito ao caso concreto e, para tanto, ao fato está dando nova

definição jurídica.

Segundo Gomes25 

“Como decorrência do princípio da iniciativa das partes: a- o juiz não pode  julgar além ou fora ou aquém do pedido; b- não pode prejudicar o acusado quandosomente ele recorreu (proibição da reforma in pejus)”.

Do princípio da iniciativa da parte, decorre a necessidade de, em busca daverdade real e da indeclinabilidade da jurisdição, ao processo se aplicar opprriinnccííppiioo ddoo iimmppuullssoo oof f iicciiaall. Portanto, mediante iniciativa do julgador, o

processo deverá, em situação normal, caminhar até a sentença final.

O princípio da demanda decorre da inércia do órgão jurisdicional, pois este sóatuará se provocado.

Sobre o tema, o STF26 já se manifestou em várias oportunidades, veja:

““N N ããoo p pood d ee oo J  J uui i  z  z  , , ssoobb p peennaa d d ee oof f eennssaa aaoo p poosst t uul l aad d oo d d aa i i nnéér r c c i i aa d d aa j  j uur r i i ssd d i i ç ç ããoo , , aaggi i r r uul l t t r r aa p peet t i i t t aa , , d d eessc c oonnssi i d d eer r aannd d oo , , nnaa r r eessool l uuç ç ããoo d d aa l l i i d d ee , , ooss l l i i mmi i t t eess d d eennt t r r oo d d ooss qquuaai i ss f f ooi i  eesst t aa p pr r oo p poosst t aa ee qquuee d d eef f i i nneemm , , c c oomm c c oonnt t oor r nnooss mmaat t eer r i i aai i ss p pr r eec c i i ssooss , , oo p pr r óó p pr r i i oo t t hheemmaa d d eec c i i d d eennd d uumm ( ( C C P P C C  , , aar r t t .. 112288 ) )” ”  

Dos princípios constitucionais específicos do processo penal.

Da Carta Política de 1.988, nos cabe extrair os princípios próprios do ProcessoPenal. Portanto, trataremos dos princípios específicos, explícitos ou implícitos notexto constitucional.

Do princípio publicístico ou publicista.

O pprriinnccííppiioo ppuubblliiccííssttiiccoo do processo penal é, segundo Tucci27, a regra mais

geral, a super-regra. Para o mestre:

““ A A r r eeggr r aa mmaai i ss ggeer r aal l  , , aa ssuu p peer r --r r eeggr r aa d d ee DDi i r r eei i t t oo P P r r ooc c eessssuuaal l  P P eennaal l  éé , , i i nneeqquui i v v ooc c aad d aammeennt t ee , , aa c c oor r r r eess p poonnd d eennt t ee aaoo c c aar r áát t eer r  p puubbl l i i c c i i sst t i i c c oo oosst t eennt t aad d oo p peel l oo p pr r ooc c eessssoo 

 p peennaal l ” ” .. 

De fato, na relação processual penal, diferentemente de qualquer outra, há emconfronto o interesse do Estado de, para fomentar a paz social, aplicar ao culpado

25 Gomes – Luiz Flávio – Direito Processual Penal (Manuais para Concursos e Graduação) – volume 6 – Editora Rt.26

 STF – RE-AgR 170385/DF – relator: Ministro Celso de Mello – órgão julgador: 1a Turma – Data do julgamento: 16/05/95.27 Tucci – Rogério Lauria – “Principios e regras orientadoras do novo Processo Penal Brtasileiro” – Editora Forense – 1986.

Page 21: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 21/35

 a respectiva pena (monopólio estatal do jus puniendi) e o interesse do indivíduona manutenção de sua liberdade.

Portanto, por meio do processo penal, objetiva-se, ao mesmo tempo, a aplicação

da lei penal (pena ou medida de segurança) como meio de pacificação social,bem como assegurar ao indivíduo o seu direito à liberdade, permitindo-lhe secontrapor à imputação que lhe é feita.

Tucci28, ao tratar do caráter publicístico do processo penal, afirma, ainda, que:

““M M aanni i sst t aannd d oo--ssee nneel l ee ( (  p pr r ooc c eessssoo p peennaal l  ) ) , , ssi i mmuul l t t aanneeaammeennt t ee , , c c oommoo v v i i sst t oo , , t t aannt t oo aa i i nnt t eennç ç ããoo d d ee r r ee p pr r i i mmeennd d aa aa c c oonnd d uut t aa i i nnt t ool l eer r ááv v eel l  d d oo i i nnd d i i v v í í d d uuoo , , c c aat t aal l ooggaad d aa c c oommoo i i l l í í c c i i t t oo 

 p peennaal l  , , ee aa d d ee aasssseec c uur r aaç ç ããoo d d ee l l i i bbeer r d d aad d ee i i nnd d i i v v i i d d uuaal l  , , í í nnssi i t t aa aaoo sseer r  hhuummaannoo , , p paat t eennt t ee d d eel l i i nneei i aa--ssee , , oouut t r r oossssi i mm , , aa i i nnc c i i d d êênnc c i i aa d d ee i i nnt t eer r eessssee p púúbbl l i i c c oo , , eemm aal l t t í í ssssi i mmoo ggr r aauu” ” .. 

Portanto, o pprriinnccííppiioo ppuubblliiccííssttiiccoo é o que, antes de tudo, peculiariza o processopenal, diferenciado-o de qualquer outro processo.

Do princípio publicístico do processo penal, decorrem alguns outros princípios (oupara Tucci: regras), dentre os quais, a busca pela verdade real. Para a doutrina,diante do interesse repressivo, no processo penal, não há margem para averdade artificial (verdade formal).

Da verdade real.

No processo penal, a atividade do julgador objetiva a busca pela vveerrddaaddee rreeaall,ou seja, descobrir o que de fato aconteceu, não havendo, por exemplo, que sefalar em confissão decorrente da revelia.

O magistrado, na busca pela verdade real, deve agir diante da inércia da parte.Portanto, não poucas vezes o magistrado determina a realização de provanecessária para a perquirição da verdade real.

O disposto no artigo 156 do CPP nos serve para demonstrar ilustra o poder domagistrado, no processo penal, em busca da verdade real, ou seja, para descobriraquilo que realmente aconteceu.

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,facultado ao juiz de ofício:

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipadade provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,adequação e proporcionalidade da medida;

28 Tucci – Rogério Lauria – “Principios e regras orientadoras do novo Processo Penal Brtasileiro” – Editora Forense – 1986(pag.36/37).

Page 22: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 22/35

 II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, arealização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

É certo, no entanto, que no processo penal o princípio da verdade real não éabsoluto. As exceções, todavia, não permitem um decreto condenatório.

A absolvição por insuficiência de prova (386, II, V e VII, do CPP), indica que, nãohavendo elementos para condenação, caberá ao magistrado, mesmo que nãotenha certeza sobre a inocência do acusado, o decreto absolutório.

Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na partedispositiva, desde que reconheça:I - estar provada a inexistência do fato;

II - não haver prova da existência do fato;III - não constituir o fato infração penal;IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réude pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do CódigoPenal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;VII – não existir prova suficiente para a condenação.

A decisão, desde que transitada em julgado, não permitirá modificação, mesmoque prova irrefutável da responsabilidade do acusado surja. Aqui, manifesta aexceção à busca da verdade real.

Em que pese o pprriinnccííppiioo ddaa vveerrddaaddee rreeaall não estar expresso no textoConstitucional, é certo que, em razão da presunção de não culpabilidade insertono artigo 5o, LVII, CF, não se admite a condenação sem que haja prova suficientepara tal.

Da não culpabilidade ou da presunção da inocência.

O princípio da não culpabilidade, também conhecido como estado de inocência oupresunção de inocência, está inserto no artigo 5o, LVII, da CF.

Artigo 5o

da Constituição FederalLVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penalcondenatória; 

Segundo o pprriinnccííppiioo ddaa pprreessuunnççããoo ddee iinnooccêênncciiaa toda pessoa se presumeinocente até que tenha sido declarada culpada por sentença transitada em julgado.

Page 23: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 23/35

 Da presunção de inocência não decorre, segundo pacífica doutrina, e não menostranqüila jurisprudência, a proibição de prisões cautelares.

Portanto, a prisão em flagrante delito, a prisão preventiva, a prisão temporária,

dentre outras, que não pressupõem sentença condenatória transitada em julgado,não ofender o princípio da presunção de inocência, já que são prisões processuaise não tem como subsídio a declaração de culpabilidade.

Transcrevo abaixo os dizeres de Alexandre de Moraes29 

““ A A c c oonnssaaggr r aaç ç ããoo d d oo p pr r i i nnc c í í  p pi i oo d d aa i i nnooc c êênnc c i i aa , , p poor r éémm , , nnããoo aaf f aasst t aa aa c c oonnsst t i i t t uuc c i i oonnaal l i i d d aad d ee d d aass eess p pééc c i i eess d d ee p pr r i i ssõõeess p pr r oov v i i ssóór r i i aass , , qquuee c c oonnt t i i nnuuaa sseennd d oo , , 

 p paac c i i f f i i c c aammeennt t ee , , r r eec c oonnhheec c i i d d aa p peel l aa j  j uur r i i ss p pr r uud d êênnc c i i aa , , p poor r  c c oonnssi i d d eer r aar r  aa l l eeggi i t t i i mmi i d d aad d ee j  j uur r í í d d i i c c oo--c c oonnsst t i i t t uuc c i i oonnaal l  d d aa p pr r i i ssããoo c c aauut t eel l aar r  , , qquuee , , nnããoo oobbsst t aannt t ee aa p pr r eessuunnç ç ããoo j  j uur r i i ss t t aannt t uumm d d ee nnããoo c c uul l  p paabbi i l l i i d d aad d ee d d ooss r r ééuuss , , p pood d ee v v aal l i i d d aammeennt t ee i i nnc c i i d d i i r r ssoobbr r ee sseeuu sst t aat t uuss l l i i bbeer r t t aat t i i ss” ” .. 

Da obrigatoriedade e da indisponibilidade da ação penal pública.

O texto constitucional impõe a oobbrriiggaattoorriieeddaaddee ddaa aaççããoo ppeennaall ppúúbblliiccaa aoMinistério Público, pois, caso não seja ela proposta no prazo legal, ao ofendido épermitido se valer da ação penal privada subsidiária da pública.

Portanto, ao Ministério Público cabe, com privatividade, promover a ação penalpública (artigo 129, I, da CF). Deverá fazê-lo obrigatoriamente se presentes osrequisitos necessários à ação penal.

Caso não promova a ação penal no prazo legal, poderá o ofendido ou seurepresentante legal, à luz do disposto no artigo 5o, inciso LIX, da CF. promover aação penal privada subsidiária da pública.

Constituição FederalArt. 129. São funções institucionais do Ministério Público:I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

Artigo 5

o

- Constituição FederalLIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta nãofor intentada no prazo legal;

Princípio absolutamente oposto ao da obrigatoriedade e o da oportunidade queimpera sobre a ação penal privada. Assim, enquanto ao Ministério Público seimpõe o exercício do direito de ação; ao particular, faculta-se.

29 Moraes – Alexandre de – Direito Constitucional – 20 edição – Editora Atlas – 2006.

Page 24: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 24/35

 Do princípio da obrigatoriedade, decorre o pprriinnccííppiioo ddaa iinnddiissppoonniibbiilliiddaaddee daação penal. A ação penal deve ser promovida obrigatoriamente pelo MinistérioPúblico e, quando já proposta, não poderá o seu titular dela dispor.

Segundo Nucci30, o pprriinnccííppiioo ddaa oobbrriiggaattoorriieeddaaddee da ação penal pública e oprincípio conseqüencial da iinnddiissppoonniibbiilliiddaaddee ddaa aaççããoo ppeennaall:

““ssi i ggnni i f f i i c c aa nnããoo t t eer r  oo óór r ggããoo aac c uussaat t óór r i i oo , , nneemm t t aamm p poouuc c oo oo eennc c aar r r r eeggaad d oo d d aa i i nnv v eesst t i i ggaaç ç ããoo , , aa f f aac c uul l d d aad d ee d d ee i i nnv v eesst t i i ggaar r ee bbuussc c aar r aa p puunni i ç ç ããoo d d oo aauut t oor r d d aa i i nnf f r r aaç ç ããoo p peennaal l  , , mmaass oo d d eev v eer r  d d ee f f aa z  z êê--l l oo.. A Assssi i mm , , ooc c oor r r r i i d d aa aa i i nnf f r r aaç ç ããoo p peennaal l  , , eennssee j  j aad d oor r aa d d aa aaç ç ããoo p peennaal l  

 p púúbbl l i i c c aa i i nnc c oonnd d i i c c i i oonnaad d aa , , d d eev v ee aa aauut t oor r i i d d aad d ee p pool l i i c c i i aal l  i i nnv v eesst t i i ggaa--l l aa ee , , eemm sseegguui i d d aa , , hhaav v eennd d oo eel l eemmeennt t ooss , , éé oobbr r i i ggaat t óór r i i oo qquuee oo p pr r oommoot t oor r aa p pr r eesseennt t ee aa d d eennúúnnc c i i aa..” ”  

Atualmente, segundo a doutrina, o princípio da obrigatoriedade da ação penal émitigado pela admissão de suspensão condicional do processo (artigo 89 da Lei

9.099/95) e de transação penal (artigo 98, I, da CF).

Da oficialidade.

A persecução penal, de regra, deverá se dar por meio de órgãos oficiais.Portanto, a tarefa de investigar, processar e aplicar a lei penal é do Estado.Assim, pelo pprriinnccííppiioo ddaa oof f iicciiaalliiddaaddee caberá à PPoollíícciiaa JJuuddiicciiáárriiaa (artigo 144,parágrafos 1o e 4o da CF) – Polícia Federal e Civil – a investigação preliminar(inquérito policial) e ao MMiinniissttéérriioo PPúúbblliiccoo, nas ações penais públicas, a funçãodar início ao processo (artigo 129, I, da CF). Não é demais dizer, que caberá aosórgãos do

PP

oo

dd

ee

rr

JJuu

dd

iicciiáá

rriioo o julgamento de eventual ação penal.

Assim, exceto nos casos de ação penal privada, caberá ao Estado a persecuçãopenal. Portanto, a oficialidade decorre da natureza oficial dos órgãos competentespara a persecução penal.

Do promotor natural.

A doutrina tem se manifestado favoravelmente à existência, implícita, em nossaConstituição Federal da exigência, no processo penal, do pprroommoottoorr nnaattuurraall.

Segundo a doutrina majoritária, da conjugação de dispositivos constitucionais,máxime daqueles que tratam das garantias dirigidas aos membros do MinistérioPúblico com o disposto no artigo 5o, LIII, da CF, surge o princípio do promotornatural.

Portanto, o sujeito só poderá ser acusado por órgão estatal dotado deimparcialidade e previamente constituído por Lei. Não se admite a designaçãocasuística de órgão acusador.

30 Nucci – Guilherme de Souza – Codigo de Processo Penal Comentado – Editora RT.

Page 25: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 25/35

 Questões tratadas em aula.

1. (TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos e garantiasfundamentais de natureza processual, leia as afirmações abaixo e, emseguida, julgue o item:

V. Uma das manifestações do devido processo legal é ainadmissibilidade da prova ilícita no processo, que deve preponderarainda quando for produzida em estado de necessidade ou legítimadefesa.

2.(NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF) 36 - Em relação aos direitos egarantias fundamentais, analise as afirmativas:

I. A Constituição assegura o principio do contraditório para os processos judiciais e para o inquérito policial.

3.(TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos e garantiasfundamentais de natureza processual, leia as afirmações abaixo e, emseguida, julgue o item:

II. A doutrina e a jurisprudência dominantes entendem ser inaplicável agarantia do contraditório e da ampla defesa ao inquérito policial, uma

vez que se não tem aqui um processo compreendido como instrumentodestinado a decidir litígio.

4.(FCC/DEFENSOR/RS/2011/ADAPTADA) A Constituição Federal de1988, no artigo 5o, inciso LV, preconiza que "aos litigantes, em processo  judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados ocontraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".Considerando tal disposição, julgue os itens:I. O contraditório e a ampla defesa referidos no dispositivo supra citadoreferem-se somente ao processo penal e administrativo, tanto que todo

aquele que comparecer a Juízo sem advogado, ser-lhe-à nomeadoDefensor Público para efetuar a defesa.

5.(FCC/DEFENSOR/RS/2011/ADAPTADA) A Constituição Federal de1988, no artigo 5o, inciso LV, preconiza que "aos litigantes, em processo  judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados ocontraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".Considerando tal disposição, julgue os itens:

III. O contraditório e a ampla defesa não podem ser abolidos pelolegislador, pois fazem parte das cláusulas pétreas dispostas noparágrafo 4o do artigo 60 da Constituição Federal.

Page 26: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 26/35

 

6.(FCC/ANALISTA/TRT22/2010) A plenitude de defesa no Tribunaldo Júri encontra-se dentro do princípio maior daa) legalidade.

b) ampla defesa.c) reserva legal.d) moralidade.e) presunção de inocência.

6.(CESPE/MPU/ANALISTA/2010) A Constituição Federal de 1988(CF) apresenta, em sua conformação estrutural, os elementosconstitutivos do Estado, quais sejam, a soberania, a finalidade, o povo eo território. Nesse sentido, julgue os itens que se seguem, relacionadosa esses elementos.

1.Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos notexto constitucional e as garantias sejam os instrumentos queasseguram o exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e daampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal deforma exclusiva.

7.(CESPE/TRT1/JUIZ/2010) Julgue o item acerca dos direitos egarantias fundamentais.1. A CF assegura aos litigantes em processo judicial ou administrativo e

aos acusados em geral o contraditório e a ampla defesa, com os meios erecursos a eles inerentes, razão pela qual, no âmbito do processoadministrativo disciplinar, é imprescindível a presença de advogado.

8.(TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos e garantiasfundamentais de natureza processual, leia as afirmações abaixo e, emseguida, julgue o item:

I. O princípio do juiz natural se manifesta tanto na regra de proibição detribunais de exceção, quanto no preceito de que ninguém seráprocessado senão pela autoridade competente.

9. (NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF) 33 - Sobre os direitos egarantias fundamentais, é correto afirmar que:b) a interceptação telefônica somente poderá ser autorizada, porautoridade judiciária, para instrução processual de qualquer natureza oupara fins de investigação;

10. (NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF) 33 - Sobre os direitos egarantias fundamentais, é correto afirmar que:

Page 27: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 27/35

 c) de acordo com a Constituição, as comissões parlamentares deinquérito têm os mesmos poderes de investigação da autoridade  judicial. Nesse sentido, a C.P.I pode determinar a interceptaçãotelefônica para fins de investigação;

11. (NCE/DELEGADO/POLÍCIA/CIVIL/DF) 68 - Assevera o artigo5° da Constituição da República que:e) a interceptação de comunicação telefônica está submetida a umareserva legal qualificada.

12. (NCE/DELEGADO/POLÍCIA/CIVIL/DF)  71 A respeito dosdireitos e garantias fundamentais, julgue o item:

1. aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusadosem geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meiose recursos a ela inerentes. 

13.(TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos egarantias fundamentais de natureza processual, leia as afirmaçõesabaixo e, em seguida, julgue o item:

I. O princípio do juiz natural se manifesta tanto na regra de proibição de

tribunais de exceção, quanto no preceito de que ninguém seráprocessado senão pela autoridade competente.14. (NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF) 36 - Em relação aos direitose garantias fundamentais, analise as afirmativas:III. A Constituição assegura, de forma expressa, entre os direitosfundamentais, o duplo grau de jurisdição, assegurando o direito ainterposição de recursos.

Gabarito das questões tratadas em aula.

1. ERRADO2. ERRADO3. CERTO4. ERRADO5. CERTO6. “B”7. ERRADO8. ERRADO9. ERRADO10.  ERRADO11.  ERRADO

Page 28: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 28/35

 12.  CERTO13.  CERTO14.  ERRADO

Resolução das questões tratadas em aula.

1. (TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos e garantiasfundamentais de natureza processual, leia as afirmações abaixo e, emseguida, julgue o item:

V. Uma das manifestações do devido processo legal é ainadmissibilidade da prova ilícita no processo, que deve preponderarainda quando for produzida em estado de necessidade ou legítimadefesa.

RESOLUÇÃO: ERRADO.

É certo afirmar que uma das manifestações do devido processo legal é ainadmissibilidade de prova ilícita.

Num processo em que a obediência à Lei é a tônica, não se admite que a provaseja produzida a seu arrepiu.

No entanto, não se pode afirmar que inadmissibilidade de prova ilícita tenha

caráter absoluto, máxime quando a sua admissão busca dar guarida a outrosbens tutelados pelo Direito, como é o caso do direito à vida.

Com isso, a jurisprudência dos Tribunais Superiores tem, diante da ponderaçãodos valores colocados em coflito, admitido a prova obtida por meio ilícito para ademonstração da inocência do acusado, ou, ainda, em seu prejuízo, para a tutelada vida da vítima, por exemplo.

2.(NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF) 36 - Em relação aos direitos egarantias fundamentais, analise as afirmativas:

I. A Constituição assegura o principio do contraditório para os processos judiciais e para o inquérito policial.

RESOLUÇÃO: ERRADO

O inquérito policial é um procedimento de natureza administrativa e inquisitiva. Ocontraditório e a ampla defesa não o caracterizam. O contraditório não é umaexigência no inquérito policial. De acordo com a CF, o contraditório é exigido nosprocessos judicial ou administrativo.

Page 29: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 29/35

 3.(TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos e garantiasfundamentais de natureza processual, leia as afirmações abaixo e, emseguida, julgue o item:

II. A doutrina e a jurisprudência dominantes entendem ser inaplicável agarantia do contraditório e da ampla defesa ao inquérito policial, umavez que se não tem aqui um processo compreendido como instrumentodestinado a decidir litígio.

RESOLUÇÃO: CERTO

O inquérito policial é um procedimento de natureza administrativa e inquisitiva. Ocontraditório e a ampla defesa não o caracterizam. Mas, qual o motivo pelo qual ocontraditório e a ampla defesa não são exigidos no inquérito policial?

Na fase inquisitorial o Estado-Administração colhe elementos que possam ou nãolegitimar uma ação penal. Com a propodisitura da ação penal, impõe-se ocontraditório e a ampla defesa.

Ademais, a jurisprudência é uniforme em afirmar que a prova produzida tão-sóno inquérito policial não poderá dar cabo a uma condenação. Então, é certoafirmar que o inquérito, por si, não poderá levar à condenação.

Com isso, a prova produzida dever ser objeto do contraditório em Juízo quandoda propositura da ação penal respectiva.

4.(FCC/DEFENSOR/RS/2011/ADAPTADA) A Constituição Federal de1988, no artigo 5o, inciso LV, preconiza que "aos litigantes, em processo  judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados ocontraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".Considerando tal disposição, julgue os itens:I. O contraditório e a ampla defesa referidos no dispositivo supra citadoreferem-se somente ao processo penal e administrativo, tanto que todoaquele que comparecer a Juízo sem advogado, ser-lhe-à nomeadoDefensor Público para efetuar a defesa.

RESOLUÇÃO: ERRADO.

O contraditório e a ampla defesa compõem o devido processo legal que, por suavez, é aplicável a todo tipo de processo: judicial ou administrativo.

Portanto, não é certo afirmar que o contraditório e a ampla defesa estarãopresentes somente no processo penal e no administrativo. Onde estão osprocessos civil, eleitoral e do trabalho? É evidente que também são qualificadospelo contraditório e pela ampla defesa.

Page 30: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 30/35

 5.(FCC/DEFENSOR/RS/2011/ADAPTADA) A Constituição Federal de1988, no artigo 5o, inciso LV, preconiza que "aos litigantes, em processo  judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados ocontraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".

Considerando tal disposição, julgue os itens:

III. O contraditório e a ampla defesa não podem ser abolidos pelolegislador, pois fazem parte das cláusulas pétreas dispostas noparágrafo 4o do artigo 60 da Constituição Federal.

RESOLUÇÃO: CERTO.

O contraditório e a ampla defesa (artigo 5º, LV, da CF) como consectários dodevido processo legal constituem garantias individuais postas à disposição do

cidadão. De acordo com o disposto no artigo 60, parágrafo 4º, IV, da CF, nnããoo ssee aaddmmiittiirráá pprrooppoossttaa ddee eemmeennddaa ccoonnssttiittuucciioonnaall qquuee oobb j jeettiivvee aabboolliirr ooss ddiirreeiittooss ee ggaarraannttiiaass iinnddiivviidduuaaiiss.

Então, podemos dizer que o contraditório e a ampla defesa não podem sersuprimidos pelo legislador, já que constituem espécie de clausula pétrea.

Artigo 60 da CF§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente aabolir:I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;III - a separação dos Poderes;IV - os direitos e garantias individuais. 

6.(FCC/ANALISTA/TRT22/2010) A plenitude de defesa no Tribunaldo Júri encontra-se dentro do princípio maior daa) legalidade.b) ampla defesa.c) reserva legal.d) moralidade.

e) presunção de inocência.

GGaabbaarriittoo:: ““BB””.. 

O Tribunal Popular do Júri está previsto no artigo 5º, inciso XXXVIII, da CF. Aplenitude de defesa é assegurada ao acusado perante o Tribunal do Júri. Aqui, háevidente manifestação do pprriinnccííppiioo ddaa aammppllaa ddeef f eessaa.

Artigo 5º da CFXXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lheder a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;

Page 31: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 31/35

 b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

7.(CESPE/MPU/ANALISTA/2010) A Constituição Federal de 1988(CF) apresenta, em sua conformação estrutural, os elementosconstitutivos do Estado, quais sejam, a soberania, a finalidade, o povo eo território. Nesse sentido, julgue os itens que se seguem, relacionadosa esses elementos.

1.Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos notexto constitucional e as garantias sejam os instrumentos queasseguram o exercício de tais direitos, a garantia do contraditório e daampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de

forma exclusiva.

R R eessoolluuççããoo:: EER R R R AADDOO.. 

Primeiramente devemos estabelecer a distinção entre direitos e garantias. Écerto, no entanto, que a maioria das garantias constitucionais do processo penalsão princípios aplicáveis ao processo penal.

Segundo José Afonso da Silva31,

““OO aar r t t i i ggoo 5 5 oo d d aa C C oonnsst t i i t t uui i ç ç ããoo aar r r r ool l aa oo qquuee eel l aa d d eennoommi i nnaa d d ee d d i i r r eei i t t ooss ee d d eev v eer r eess 

i i nnd d i i v v i i d d uuaai i ss ee c c ool l eet t i i v v ooss.. N N ããoo mmeennc c i i oonnaa aass ggaar r aannt t i i aass i i nnd d i i v v i i d d uuaai i ss , , mmaass eel l aass t t aammbbéémm eesst t ããoo l l áá.. OO d d i i ss p poossi i t t i i v v oo aasssseegguur r aa aaooss bbr r aassi i l l eei i r r ooss ee eesst t r r aannggeei i r r ooss r r eessi i d d eennt t eess nnoo P P aaí í ss aa i i nnv v i i ool l aabbi i l l i i d d aad d ee d d oo d d i i r r eei i t t oo àà v v i i d d aa , , àà l l i i bbeer r d d aad d ee , , àà i i gguuaal l d d aad d ee , , àà sseegguur r aannç ç aa ee àà p pr r oo p pr r i i eed d aad d ee , , nnooss t t eer r mmooss d d ooss i i nnc c i i ssooss qquuee sseegguueemm” ” .. 

De fato, o artigo 5o da Constituição Federal prevê os direitos individuais comotambém as garantias que os asseguram. É certo, ademais, que o próprioconstituinte admite a existência de outros direitos e garantias individuais que nãosejam aqueles insertos no artigo 5o da Carta Constitucionais, pois em seuparágrafo 2o, declara que:

““O O s s d d i i r r e e i i t t o o s s e e g g a a r r a a n n t t i i a a s s e e x x p p r r e e s s s s o o s s n n e e s s t t a a C C o o n n s s t t i i t t u u i i ç ç ã ã o o n n ã ã o o e e x x c c l l u u e e m m o o u u t t r r o o s s d d e e c c o o r r r r e e n n t t e e s s  d d o o  r r e e g g i i m m e e  e e  d d o o s s  p p r r i i n n c c í í p p i i o o s s  p p o o r r  e e l l a a  a a d d o o t t a a d d o o s s ,, o o u u  d d o o s s  t t r r a a t t a a d d o o s s  i i n n t t e e r r n n a a c c i i o o n n a a i i s s  e e m m q q u u e e  a a R R e e p p ú ú b b l l i i c c a a  F F e e d d e e r r a a t t i i v v a a d d o o B B r r a a s s i i l l s s e e  j  j a a p p a a r r t t e e ” ” .. 

DDiirreeiittooss iinnddiivviidduuaaiiss são, segundo a doutrina, aqueles que reconhecem aautonomia aos particulares, garantindo a iniciativa e independência aos indivíduosdiante dos demais membros da sociedade política32.

31 Da Silva – José Antônio – Manual da Constituição de 1988 – Ano: 2002 – Malheiros Editores.32 Da Silva – José Antônio – Manual da Constituição de 1988 – Ano: 2002 (pag.25) – Malheiros Editores

Page 32: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 32/35

 As ggaarraannttiiaass iinnddiivviidduuaaiiss, por sua vez, são medidas ou instrumentosassecuratórios que, na defesa dos direitos, bitolam (limitam) o Poder.

Assim, o indivíduo tem, de acordo com o artigo 5o da CF, direito à v v i i d d a a ,, à à l l i i b b e e r r d d a a d d e e ,, 

à à  i i g g u u a a l l d d a a d d e e ,, à à  s s e e g g u u r r a a n n ç ç a a  e e  à à  p p r r o o p p r r i i e e d d a a d d e e . De modo que, para se assegurar taisdireitos, terão também ggaar r aannt t i i aass d d ee i i nnv v i i ool l aabbi i l l i i d d aad d ee.

A sua instrumentalidade é o quê caracteriza as garantias individuais e asdistinguem dos direitos que objetivam tutelar.

Portanto, ao ddiirreeiittoo àà vviiddaa assegura-se a impossibilidade de, exceto em casosbélicos (guerra declarada), pena de morte.

Realmente, aass ggaarraannttiiaass ccoonnssttiittuucciioonnaaiiss são instrumentais, acessórias, pois

objetivam preservar os direitos assegurados aos indivíduos. SSããoo ccoonnhheecciiddaass ccoommoo ddiirreeiittooss--iinnssttrruummeennttaaiiss, já que objetivam tutelar um direito principal (ex:direito à vida).

Quando tais garantias refletem regras gerais que norteiam determinado sistema,podem ser consideradas princípios. Assim, devemos concluir que ooss pprriinnccííppiiooss ppooddeemm ccoonnssttiittuuiirr vveerrddaaddeeiirraass ggaarraannttiiaass.

Estabelecidas as distinções entre direitos e garantias, agora cabe-nos enfrentar aquestão.

Diante do que foi dito, podemos afirmar que a questão está correta ao afirmarque: “Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no textoconstitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o exercício detais direitos”.

No entanto, a conclusão está errada. Não se pode afirmar que: “a garantia docontraditório e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de naturezacriminal de forma exclusiva.

Já sabemos que o contraditório e ampla defesa ocorrerão em todos os processos:

 judicial (civil, penal, trabalhista etc) ou administrativo.

8.(CESPE/TRT1/JUIZ/2010) Julgue o item acerca dos direitos egarantias fundamentais.1. A CF assegura aos litigantes em processo judicial ou administrativo eaos acusados em geral o contraditório e a ampla defesa, com os meios erecursos a eles inerentes, razão pela qual, no âmbito do processoadministrativo disciplinar, é imprescindível a presença de advogado.

R R eessoolluuççããoo:: EER R R R AADDOO.. 

Page 33: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 33/35

 O exercício da ampla defesa e do contraditório em Processo AdministrativoDisciplinar prescinde da presença de advogado. Precedentes. AA f f aallttaa ddee ddeef f eessaa ttééccnniiccaa por advogado habilitado no processo administrativo disciplinar nnããoo oof f eennddee aa CCoonnssttiittuuiiççããoo FFeeddeerraall.

Súmula Vinculante 05

A FALTA DE DEFESA TÉCNICA POR ADVOGADO NO PROCESSOADMINISTRATIVO DISCIPLINAR NÃO OFENDE A CONSTITUIÇÃO.

9. (NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF/ADAPTADA) 33 - Sobre osdireitos e garantias fundamentais, julgue o item1. A interceptação telefônica somente poderá ser autorizada, por

autoridade judiciária, para instrução processual de qualquer natureza oupara fins de investigação;

R R eessoolluuççããoo:: EER R R R AADDOO.

De acordo com o disposto no artigo 5º, XII, da CF é inviolável o sigilo dacorrespondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicaçõestelefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na formaque a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução

processual penal.Portanto, de acordo com o referido dispositivo constitucional a interceptaçãotelefônica não será permitida em instrução processual de qualquer natureza, massim somente em investigação criminal (inquérito policial) ou instrução processualpenal.

10. (NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF/ADAPTADA) 33 - Sobre osdireitos e garantias fundamentais, é correto afirmar que:

1. de acordo com a Constituição, as comissões parlamentares de

inquérito têm os mesmos poderes de investigação da autoridade  judicial. Nesse sentido, a C.P.I pode determinar a interceptaçãotelefônica para fins de investigação;

R R eessoolluuççããoo:: EER R R R AADDOO.

De acordo com o disposto no artigo 5º, XII, da CF é inviolável o sigilo dacorrespondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicaçõestelefônicas, salvo, no último caso, ppoorr oorrddeemm j juuddiicciiaall, nas hipóteses e na formaque a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução

processual penal.

Page 34: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 34/35

 

A interceptação telefônica só pode ser determinada por autoridade judiciária.Portanto, é tema reservado à jurisdição (reserva jurisdicional). Mas, lembro que aCPI poderá determinar a quebra do sigilo telefônico: acesso ao extrato das

ligações telefônicas que foram realizadas. Não poderá determinar a escuta, mas aquebra do sigilo, SIM.

11. (NCE/DELEGADO/POLÍCIA/CIVIL/DF/ADAPTADA) 68 -Assevera o artigo 5° da Constituição da República que:1. A interceptação de comunicação telefônica está submetida a umareserva legal qualificada.

R R eessoolluuççããoo:: CCEER R TTOO.

De acordo com o disposto no artigo 5º, XII, da CF é inviolável o sigilo dacorrespondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicaçõestelefônicas, salvo, no último caso, ppoorr oorrddeemm j juuddiicciiaall, nas hipóteses e na formaque a lleeii estabelecer ppaarraa f f iinnss ddee  iinnvveessttiiggaaççããoo ccrriimmiinnaall oouu iinnssttrruuççããoo pprroocceessssuuaall ppeennaall.

No caso, devemos notar que há a reserva legal, ou seja, exige-se lei para que sepermita a ordem judicial determinando a interceptação telefônica. Tanto é assim,que as interceptações telefônicas realizadas antes da edição da lei 9.296/96foram julgadas inconstitucionais e, com isso, desprezadas como meio de prova.Mas, a lei (reserva lega) não pode tratar da interceptação telefônica paraqualquer finalidade.

A CF exigiu mais, exigiu uma rreesseerrvvaa lleeggaall qquuaalliif f iiccaaddaa, ou seja, a lei deveráestabelecer a interceptação para fins de investigação criminal ou instruçãoprocessual penal. Portanto, ao condicionar a lei ao cumprimento de determinadafinalidade, há, nos dizeres da doutrinal, rreesseerrvvaa lleeggaall qquuaalliif f iiccaaddaa.

12. (NCE/DELEGADO/POLÍCIA/CIVIL/DF/ADAPTADA)  71 – A

respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item:1. aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusadosem geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meiose recursos a ela inerentes. 

R R eessoolluuççããoo:: CCEER R TTOO.

A questão é absolutamente simples. Para que possamos resolvê-la, bastadispensarmos atenção ao disposto no artigo 5º LV da CF: “aos litigantes, em

  processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são

Page 35: (AULA DEMONSTRATIVA - PRINCÍPIOS)

5/16/2018 (AULA DEMONSTRATIVA - PRINC PIOS) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/aula-demonstrativa-principios 35/35

 assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos aela inerentes”. 

13.(TRT3/JUIZ/2009/ADAPTADA) A respeito dos direitos egarantias fundamentais de natureza processual, leia as afirmaçõesabaixo e, em seguida, julgue o item:

I. O princípio do juiz natural se manifesta tanto na regra de proibição detribunais de exceção, quanto no preceito de que ninguém seráprocessado senão pela autoridade competente.

R R eessoolluuççããoo:: CCEER R TTOO.. 

O  j juuiizz nnaattuurraall é aquele que exerce atividade jurisdicional e que tenha suacompetência e garantias funcionais e pessoais definidas em lei.

Para Luiz Flávio Gomes33, o juiz natural é composto de dois aspectos: 1- juiznatural é o competente para a causa (Artigo 5o, LIII, da CF); e 2- está proibida aa criação de tribunal ou juízo de exceção (artigo 5o, XXXVII, da CF).

Trata-se o juízo ou tribunal de exceção de órgão julgador criado após o fato ecom o intuito único de julgar o seu autor. Segundo a doutrina, o contraponto do juiz natural é admissão dos tribunais ou juízo de exceção.

14. (NCE/AGENTE/POLÍCIA/CIVIL/DF) 36 - Em relação aos direitose garantias fundamentais, analise as afirmativas:III. A Constituição assegura, de forma expressa, entre os direitosfundamentais, o duplo grau de jurisdição, assegurando o direito ainterposição de recursos.

R R eessoolluuççããoo:: EER R R R AADDOO.. 

A ccaarrttaa ccoonnssttiittuucciioonnaall ddee 11..998888 nnããoo pprreevvêê eexxpprreessssaammeennttee oo dduupplloo ggrraauu ddee 

 j juurriissddiiççããoo. Todavia, ao estabelecer a estrutura do Poder Judiciário e mencionar aexistência de competências originária e recursal, admite a existência do duplograu de jurisdição.

De fato, a possibilidade de recurso é a regra. No entanto, não se impõe suaprevisão legal. Assim, a todos admitir-se-á a utilização dos recursos previsto emlei. De fato, estamos diante da aplicação do princípio do ddeevviiddoo pprroocceessssoo lleeggaall.

33 Gomes – Luiz Flávio – Direito Processual Penal (Manual para concursos e graduação) – Volume 6 – Editora RT.