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Página 1 AULA DEMONSTRATIVA Discursiva para TRE MG Olá pessoal, Eu sou o professor Patrik Loz. Será uma satisfação estar com vocês nessa batalha pela aprovação no Concurso do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais TRE MG. O Supremacia Concursos é formado por professores com grande experiência na sua área de atuação. Ele foi criado com a intenção de oferecer aos concurseiros cursos de COACHING de ótima qualidade a um preço justo. Sabemos das dificuldades enfrentadas pelos concurseiros, pois também passamos por todo tipo de obstáculo. Apesar de disporem de excelentes aulas, muitos cursos cobram um preço, muitas vezes, acima do que pode dispor um concurseiro. O Supremacia consegue manter a qualidade dos seus cursos a um preço justo por repassar a maior parte do valor cobrado no curso aos seus professores, servindo basicamente de estrutura virtual para professores e alunos. Sendo assim, estamos lançando esse curso de discursiva com um diferencial novo. Queremos que todo e qualquer candidato tenha possibilidade de acesso a um material de qualidade sem nenhum custo. Isso mesmo, não há pegadinha. As aulas em PDF serão disponibilizadas gratuitamente aqui no site do Supremacia. Serão 03 aulas. Essa e mais 02. A aula 02 no dia 15/01 e a aula 03 no dia 30/01. O aluno apenas pagará caso queira ter suas discursivas corrigidas. Nesse caso, iremos corrigir 04 discursivas. Uma discursiva a mais do que os outros cursos irão corrigir, por um valor menor. Levando em consideração que vocês têm muita matéria para estudar e não podem perder tempo, vou falar rapidamente sobre mim. Sou Auditor Fiscal do Trabalho (AFT) aprovado em 19º lugar no concurso de 2013. Nesse concurso foram 08 discursivas. E foi extremamente desgastante, 08 horas só de prova discursiva. No de vocês serão apenas 02 discursivas, mas não menos importante. No concurso de AFT eram 100 vagas e para a segunda fase (discursiva) foram classificados 300 candidatos. Desses, após o resultado final, apenas 102 fizeram o mínimo. Isso significa que quase 2/3 ou 66% foram REPROVADOS (198 candidatos). É imperioso deixar claro que durante esse curso seremos ao máximo objetivo. Pois o edital já traz inúmeras matérias para serem estudadas e não podemos perder

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AULA DEMONSTRATIVA

Discursiva para TRE – MG

Olá pessoal,

Eu sou o professor Patrik Loz. Será uma satisfação estar com vocês nessa

batalha pela aprovação no Concurso do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais –

TRE – MG.

O Supremacia Concursos é formado por professores com grande experiência na

sua área de atuação. Ele foi criado com a intenção de oferecer aos concurseiros cursos

de COACHING de ótima qualidade a um preço justo. Sabemos das dificuldades

enfrentadas pelos concurseiros, pois também passamos por todo tipo de obstáculo.

Apesar de disporem de excelentes aulas, muitos cursos cobram um preço, muitas

vezes, acima do que pode dispor um concurseiro. O Supremacia consegue manter a

qualidade dos seus cursos a um preço justo por repassar a maior parte do valor

cobrado no curso aos seus professores, servindo basicamente de estrutura virtual para

professores e alunos. Sendo assim, estamos lançando esse curso de discursiva com um

diferencial novo. Queremos que todo e qualquer candidato tenha possibilidade de

acesso a um material de qualidade sem nenhum custo. Isso mesmo, não há pegadinha.

As aulas em PDF serão disponibilizadas gratuitamente aqui no site do Supremacia.

Serão 03 aulas. Essa e mais 02. A aula 02 no dia 15/01 e a aula 03 no dia 30/01. O

aluno apenas pagará caso queira ter suas discursivas corrigidas. Nesse caso, iremos

corrigir 04 discursivas. Uma discursiva a mais do que os outros cursos irão corrigir,

por um valor menor.

Levando em consideração que vocês têm muita matéria para estudar e não

podem perder tempo, vou falar rapidamente sobre mim. Sou Auditor Fiscal do

Trabalho (AFT) aprovado em 19º lugar no concurso de 2013. Nesse concurso foram

08 discursivas. E foi extremamente desgastante, 08 horas só de prova discursiva. No

de vocês serão apenas 02 discursivas, mas não menos importante. No concurso de

AFT eram 100 vagas e para a segunda fase (discursiva) foram classificados 300

candidatos. Desses, após o resultado final, apenas 102 fizeram o mínimo. Isso

significa que quase 2/3 ou 66% foram REPROVADOS (198 candidatos).

É imperioso deixar claro que durante esse curso seremos ao máximo objetivo.

Pois o edital já traz inúmeras matérias para serem estudadas e não podemos perder

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tempo com coisas desnecessárias. Assim, iremos trazer apenas o que seja

extremamente necessário para fazer a prova. Sempre indo direto ao que é importante.

Faremos as análises estruturais cobradas pela CONSULPLAN. Após os nossos

ensinamentos você estará preparado para fazer todo tipo de texto discursivo. Isso

porque a estrutura macro é basicamente a mesma. Você apenas terá que estar atento ao

que o examinador quer. Ressalto que nosso curso será referente aos aspectos

macroestruturais, e não um curso gramatical.

Vamos ao que interessa. A banca será a CONSULPLAN e de acordo com o

edital:

8.1 As provas discursivas serão compostas de 2 (duas) questões discursivas no valor

de 5,00 (cinco) pontos cada, perfazendo um total máximo de até 10,00 (dez) pontos na

etapa. Cada questão consistirá na elaboração de texto de, no mínimo, 10 (dez) e, no

máximo, 15 (quinze) linhas. O candidato que redigir texto que não se enquadre na

quantidade mínima estabelecida anteriormente não terá suas provas discursivas

corrigidas e será ELIMINADO do concurso.

8.1.1 As provas discursivas abordarão os objetos de avaliação de conhecimentos

específicos constantes do Anexo I deste Edital.

Resumindo, serão duas discursivas com no mínimo 10 linhas e no máximo 15

linhas. Observem que toda a nota (05 pontos) se refere aos aspectos macroestruturais.

Notem que os 05 pontos vieram muito bem distribuídos. Transformando em

porcentagem temos: 60% dos pontos para o conteúdo; 10% para apresentação e

legibilidade; 10% para a estrutura textual; e 20% para a objetividade, ordenação e

clareza das idéias. Mas os aspectos microestruturais (gramática) serão

importantíssimos para a nota final. Isso porque haverá desconto para cada erro. Outro

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fator a se levar em consideração é a quantidade de linhas. De acordo com a fórmula,

cada erro, conforme a quantidade de linhas escritas, poderá variar entre o mínimo de

0,10, no caso de ter sido escrito o máximo de 15 linhas, e o máximo de 0,15, no caso

de ter sido escrito mínimo de 10 linhas. Dessa forma, é de grande relevância um bom

estudo da língua portuguesa. Cada erro no caso de ter feito o número máximo de

linhas significa a perda de 2% do valor da nota. O estudo da língua portuguesa não é

importante apenas para a discursiva, mas é decisiva na prova objetiva também, pois é

uma das matérias de maior valor individual.

Vamos falar em como será nosso curso. O curso terá a duração até o dia 15 de

março e iremos demonstrar a vocês o quanto pode ser fácil produzir uma boa

discursiva. Como já dito, as aulas em PDF serão disponibilizadas no site de forma

gratuita. Somente haverá pagamento caso o aluno queira a correção da sua discursiva,

sendo assim, haverá a correção de 04 (quatro) discursivas de cada aluno. Nossa

correção será aprofundada e não apenas superficial. Faremos todos os apontamentos

necessários para que o aluno faça uma excelente redação. Além disso, iremos produzir

vários modelos para vocês a partir de provas discursivas passadas.

Então nosso curso será um curso em que iremos: 1) demonstrar que produzir

uma excelente discursiva é muito simples e fácil; 2) ensiná-los como produzir uma

dissertação; 3) corrigir 04 discursivas de cada aluno; 4) produzir modelos de

dissertação. Vejam que o foco é em ensiná-los a fazer e a correção. Os modelos serão

um diferencial a mais do nosso curso.

Durante o curso os ensinamentos e a produção de modelos serão

concomitantes. Ao produzir cada modelo iremos apontar como vocês poderão fazer

uma dissertação bem estruturada, demonstramos que “regra” foi seguida para

produzir cada parágrafo. Apesar de no concurso de vocês o máximo ser de 15

linhas, nos modelos iremos trazer exemplos com 15 linhas e com mais de 15 linhas.

Isso porque independente de a dissertação ser de 15 linhas ou de 60, o padrão que

devemos seguir é o mesmo. Outra coisa importante é que não fiquem atentos ao

conteúdo. Explico: não importa sobre o que seja o tema trazido na questão (se estar

no edital ou não; se o tema tem possibilidade de cair na prova etc.), vocês devem se

atentar para como a resposta foi estruturada; como foi feita a introdução; como

foram iniciados cada parágrafo; cada palavra chave que consta na pergunta e que

foi usada na resposta; analisar cada palavra trazida na pergunta e o que o

examinador está pedindo; se a resposta segue a mesma sequência determinada pelo

examinador etc. Essa é uma técnica usada por vários professores, pois foi observado

que quando trazemos matérias constantes no edital o aluno não fica atento aos

ensinamentos macroestruturais, mas sim ao conteúdo. Todavia, também traremos

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vários modelos de resposta de temas relacionados ao edital (direito constitucional,

direito administrativo e direito eleitoral).

RESSALTO QUE NÃO SERÁ UM CURSO GRAMATICAL. Aqui a

preocupação é com a estrutura macro da discursiva. Aprender como fazer a discursiva

da forma que o examinador pediu e dentro do tempo estipulado.

Outra coisa importante, pessoal, é que a discursiva não é uma matéria a mais

que vocês terão que estudar. Na verdade você irá aprofundar e consolidar os estudos

da objetiva fazendo uma discursiva. Que pode ser encarada como sendo um resumo de

parte da matéria que você está estudando. Você não terá que mudar o foco da objetiva.

Enquanto estuda para a prova objetiva, pegue um tema que esteja estudando e faça

uma discursiva. Você não perderá tempo nenhum. Muito pelo contrário, irá consolidar

o conhecimento e economizará tempo de estudo. Pense que apenas estará fazendo um

“resumo” de parte da matéria com suas próprias palavras.

Nossos modelos de resposta serão basicamente tirados de temas da banca ESAF

e CESPE, tendo em vista não haver muitos da CONSULPLAN. Todavia, o

aprendizado de como escrever serve para toda e qualquer banca com pequenas

diferenças. E geralmente as provas da CONSULPLAN são relativamente simples e

sem maiores complicações.

Já iniciaremos nosso ensinamento respondendo uma questão da ESAF do

concurso de AFT de 2010.

(2010/Auditor-Fiscaldo Trabalho) O artigo 2.º da Constituição da República

Federativa do Brasil assim dispõe: “São Poderes da União, independentes e

harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre o tema

INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando

obrigatoriamente os seguintes tópicos:

a) harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio

da indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?

b) independência entre os poderes – absoluta ou relativa?

c) sistema de freios e contrapesos;

d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos

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Extensão: de 15 a 30 linhas.

Notem que conforme o edital da CONSULPLAN, 40% da nota será referente a:

1) apresentação, legibilidade, margens e parágrafos; 2) estrutura textual (construção

pertinente de introdução, desenvolvimento e conclusão); 3) objetividade, ordenação e

clareza de ideias. O conteúdo corresponderá à 60% da prova. Assim, a parte não

referente ao conteúdo atinge quase metade da nota.

Destaco estrutura textual, objetividade, ordenação e clareza de idéias. Na prova

vocês terão no máximo 15 linhas. Dessa forma, objetividade será essencial. A

estrutura se refere aos parágrafos. Façam parágrafos mais ou menos do mesmo

tamanho, de forma que o texto fique apresentável visualmente. O que primeiro

visualiza o examinador é a forma como o texto estar disposto na folha de resposta.

Ordenação significa que vocês devem seguir na resposta a sequência de cada tópico

trazido pela banca, ou não havendo tópicos, mas sim uma pergunta única, essa deve

ser disposta numa ordem lógica. Por fim, veja se seu texto não ficou confuso. Tente ler

como se você fosse um terceiro e note se as idéias ficaram claras.

Vamos à resposta da questão. Observem que temos 04 tópicos a serem

abordados e objetivamente respondidos. E aqui faço mais uma observação. Porque eu

digo objetivamente respondido. Digo isso porque o examinador não quer que você

faça um texto que depois vire um Best-seller. O examinador não quer chorar de

emoção ao ler a sua discursiva. Ele apenas quer que você responda a questão conforme

foi pedido. Por isso, vá direto ao que o examinador está pedindo. Responda a questão

sem fazer invenções.

Mais uma informação que vocês têm que saber é a seguinte. Há dois tipos de

dissertação: a argumentativa (que chamo de propriamente dita) e a expositiva. A

argumentativa é aquela em que defendemos um posicionamento e usamos argumentos

para isso. Chamo propriamente dita porque é a que aprendemos a fazer no colégio na

aula de redação. Já na expositiva nós demonstramos conhecimento técnico-científico

sobre o assunto que o examinador está trazendo. No caso de concurso igual ao de

vocês e da forma como a banca disse que será cobrado (vinculando a dissertação a

determinadas matérias), costuma-se cobrar mais a dissertação expositiva.

As bancas têm favorecido ao candidato que vai direto ao que está sendo pedido,

ao núcleo da questão. O candidato não deve fazer introduções que abordem a questão

de modo superficial e tardar a responder ao núcleo do que está sendo pedido. A

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resposta deve ser imediata. As palavras chave de cada tópico devem ser retomadas na

resposta de cada um deles. Isso para que fique visível ao examinador que em cada um

dos parágrafos está sendo respondido um tópico específico. O examinador não deve se

preocupar em procurar de forma esparsa as respostas. Cada tópico deve estar

especificamente respondido em um parágrafo separado, de forma clara, objetiva e

direta. Os parágrafos devem estar dispostos na mesma sequência dada pelo

examinador.

Destacamos que a banca pode exigir que cada um dos tópicos seja respondido

conforme a doutrina, os dispositivos normativos ou a jurisprudência. Ou ainda de

acordo com mais de um desses. Por exemplo, na questão aqui em tela a banca poderia

exigir que fosse respondido conforme a jurisprudência do STF. Dessa forma, não

bastaria conhecer os dispositivos constitucionais a respeito nem a doutrina. Caso você

responda apenas no que diz a doutrina e não aborde ao que o STF tem decidido,

provavelmente, a banca lhe daria ZERO. Por isso, é muito importante que seja feita

uma análise detalhada do que a banca está exigindo.

Caso não seja explícito em que sua resposta deva se amparar, traga abordagens

jurisprudenciais, normativas ou doutrinárias. Em outras palavras, deixe claro que a

resposta é baseada na legislação, na jurisprudência ou na doutrina. Demonstre que a

resposta é técnica, baseada em fontes “oficiais”. Use frases como, por exemplo:

conforme determina a CF/88; conforme vem decidindo o STF; de acordo com

decisões recentes do STF; nesse sentido é a doutrina de Alexandre de Moraes. Por

isso, é importante que os temas centrais da legislação, doutrina e jurisprudência sejam

aprendidos, para que na hora da prova discursiva você tenha segurança em fazer as

afirmações.

Mas voltemos à questão aqui tratada. Sendo objetivo, podemos de forma geral

observar o seguinte roteiro para esse tipo de questão:

1) Observe atentamente o que cada um dos tópicos está pedindo: atente-se para

cada uma das palavras contidas na pergunta. Geralmente em cada pergunta há

mais uma ou duas contidas nela. Veja se na sua resposta está incluída cada

palavra chave da pergunta. Muitas vezes nos atentamos apenas para o núcleo da

questão e nos esquecemos, digamos assim, dos núcleos “secundários”. Caso isso

ocorra perderemos pontos importantes. Ainda note se o examinador pede que

responda com base na legislação, doutrina ou jurisprudência. Como já dito, caso

ele não fale sempre fundamente a resposta na lei, doutrina ou jurisprudência.

2) Siga a sequência determinada pelo examinador nos tópicos. Quando ele for

corrigir tenderá a procurar as respostas na mesma sequência. Isso facilitará a

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correção, tendo em vista que ele não precisará procurar as respostas de forma

esparsa no texto.

3) Cada tópico deve ser respondido em parágrafos separados. Não misture os

assuntos. Na correção o examinador irá atribuir nota a cada uma das

respostas. Não misture mais de uma resposta em um mesmo tópico. Assuntos

diferentes devem ser escritos em parágrafos diferentes. Atente para o fato de

que se alguma resposta necessitar de mais de um parágrafo, não tem

problema. Se você observar no tópico “a” da nossa questão há basicamente

02 assuntos: harmonia entre os poderes e indelegabilidade de funções. Nesse

caso iremos fazer 02 parágrafos para responder. Todavia, na prova de vocês

como serão no máximo 15 linhas, você provavelmente, irá fazer introdução,

um parágrafo de desenvolvimento ou no máximo dois, e a conclusão.

Todavia, importante ressaltar que dependendo da quantidade de tópicos

trazidos pela banca a introdução e conclusão podem ser usadas já para

responder a questão. Inclusive assim é recomendável. Apenas no caso, como

já dito, da pergunta ser muito objetiva, isso não será necessário. Tem uma

questão do concurso de AFT 2013, que eu fiz, que a resposta seria no

máximo em 20 linhas, mas pela objetividade do tema, fiz introdução e

conclusão sem responder imediatamente a questão. Todavia, reparem que

você não pode deixar de abordar o tema já na introdução. Trarei a questão e

farei os apontamentos necessários.

4) Sempre use nas respostas palavras chave da pergunta, e se possível inicie o

parágrafo com elas. Nos tópicos temos: a) harmonia entre poderes e

indelegabilidade de funções; b) independência entre os poderes; c) sistema

de freios e contrapesos; d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes. Isso

para ficar bem visível para o examinador em qual parágrafo está cada

resposta.

Por enquanto, como forma introdutória, isso já é o suficiente para iniciarmos a

resposta da nossa questão.

Vamos ao primeiro tópico:

O artigo 2.º da Constituição da República Federativa do Brasil assim dispõe:

“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o

Executivo e o Judiciário”.

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A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre o tema

INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando

obrigatoriamente os seguintes tópicos:

a) harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio

da indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?

MODELO DE RESPOSTA

A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito,

determinando a Constituição Federal de 1988 (CF/88) que são Poderes da União,

independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Como

se depreende, há independência e HARMONIA ENTRE OS PODERES, acarretando

uma DIVISÃO DE FUNÇÕES ENTRE OS ÓRGÃOS DE PODER. Dessa forma, de

acordo com a melhor doutrina, o Executivo é o responsável pela execução das

políticas e programas de governo; o Judiciário em dizer de forma definitiva qual o

direito a ser aplicado; e o Legislativo em fiscalizar e criar as leis.

As FUNÇÕES típicas de cada Poder são INDELEGÁVEIS, de acordo com a

clássica tripartição de poderes de Montesquieu. Essas funções estatais legislativa,

judicial e executiva deveriam ser distribuídas de forma rígida ou absoluta por órgãos

distintos e independentes, não podendo um Poder delegar a outro uma competência

que lhe é essencial. No entanto, no atual sistema constitucional brasileiro o

PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE de funções não é absoluto, mas relativo,

sendo exemplo disso a possibilidade de o Legislativo delegar ao Executivo a

responsabilidade de legislar determinadas matérias, conforme prevê a CF/88.

Vamos analisar os parágrafos que acabamos de estruturar.

Observe que respondemos a questão com fundamento em fontes “oficiais”.

Inicio deixando manifesto que a afirmação está contida na Constituição Federal de 88

(CF/88). Logo no parágrafo seguinte ao falar da indelegabilidade de funções cito

Montesquieu que foi o grande teórico do assunto tratado na questão. Ainda foi

possível encerrar o parágrafo dizendo “conforme prevê a CF/88”. Dessa forma, você

demonstra ao examinador que você tem conhecimento sobre o assunto que está

escrevendo.

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Veja também as palavras em letras maiúsculas. São as palavras chave constantes

na questão. Dessa forma fica facilmente perceptível ao examinador a resposta

correspondente de cada tópico por ele solicitado. Como o primeiro tópico continha

dois assuntos, separamos cada um num parágrafo. Não misture assuntos diferentes

num mesmo parágrafo.

Uma dificuldade muito comum quando estamos fazendo uma prova discursiva é

como iniciar a questão. E aqui digo que é muito simples. Inicie a questão com as

palavras contidas no próprio tema proposto. Você não precisa inventar algo novo. Vá

direto ao assunto. Use palavras e expressões já constantes no texto trazido pelo

examinador. Note que foi exatamente o que eu fiz no início do primeiro parágrafo.

Começo praticamente apenas repetindo o que o examinador trouxe na questão. Alias,

assim recomendo que façam. Não inventem. Com isso superamos a fase inicial e

podemos prosseguir com mais tranquilidade.

Ainda chamo a atenção de vocês para mais uma coisa. Temos no tópico “a”

praticamente 04 temas. A princípio pode parecer (numa leitura mais apressada,

principalmente no calor da prova) que você deve falar somente sobre “harmonia entre

os poderes” e “princípio da indelegabilidade”. Mas temos que falar ainda sobre a

“divisão de funções entre os órgãos de poder” e “se a indelegabilidade de funções é

absoluta ou relativa”. É percebível que no primeiro parágrafo começo falando da

“harmonia entre os poderes” e termino com a “divisão de funções entre os órgãos de

poder”. Já no segundo parágrafo inicio sobre a “indelegabilidade de funções” e fecho

com se essa é relativa ou absoluta. Analisando os 02 parágrafos reparem que tudo o

que o examinador pediu foi respondido. Com a prática essas análises e a sequência do

roteiro que passei ficam automáticas.

No segundo tópico temos: b) independência entre os poderes – absoluta ou relativa?

MODELO DE RESPOSTA

A independência entre os Poderes não ocorre de forma absoluta, pois o que de

fato acontece é uma interdependência e harmonia, como bem determina a CF/88,

demonstrando que a independência entre eles é apenas relativa. Um Poder limita o

outro na medida em que a própria CF/88 criou mecanismos de controle de um Poder

sobre o outro. Todavia, como já decidiu o STF inúmeras vezes, essa independência é

relativa apenas nas hipóteses constitucionalmente previstas. Nos casos não previstos

na Constituição não pode um Poder interferir no outro.

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Analisemos mais esse parágrafo.

O tópico pergunta objetivamente se a independência entre os poderes é absoluta

ou relativa. Sendo assim, respondemos de forma objetiva e direta. Note que já

iniciamos respondendo: “A independência entre os Poderes não ocorre de forma

absoluta”. Não demore a responder o que o examinador perguntou. Sempre que

possível já responda na primeira linha. O restante do parágrafo apenas irá sustentar sua

afirmação. Alias você deve AFIRMAR. Não deixe a sua resposta subentendida. Note

ainda que todo o parágrafo é alicerçado em fontes “oficiais”. No caso, sustentamos

nossa resposta na Constituição e em decisões do STF.

No tópico seguinte temos: c) sistema de freios e contrapesos;

MODELO DE RESPOSTA

Esses mecanismos de controle, supracitados, que a doutrina passou a chamar

de sistema de freios e contrapesos, são responsáveis em manter o Estado Democrático

de Direito. Esse sistema faz com que haja o devido equilíbrio capaz de evitar que um

Poder extrapole ao exercer sua função. Como exemplo do sistema de freios e

contrapesos temos: o controle de constitucionalidade exercido pelo Judiciário sobre

às normas criadas pelo Legislativo; a fiscalização exercida pelo Legislativo, por meio

do Tribunal de Contas, sobre os atos do Judiciário e do Executivo; a possibilidade de

o Legislativo constituir Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ações do

Executivo ou Judiciário; a sanção exercida pelo Executivo quanto às leis elaboradas

pelo Legislativo.

Por último temos: d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos

MODELO DE RESPOSTA

No sistema brasileiro há várias exceções ao princípio da divisão dos Poderes.

Como exemplo, podemos citar: as medidas provisórias publicadas pelo Poder

Executivo; o julgamento do Presidente da República pelo Senado Federal nos crimes

de responsabilidade; a iniciativa de lei aos tribunais superiores nos casos previstos

na CF/88; o exercício da função executiva pelo Judiciário e Legislativo quando esses

organizam seus serviços internos.

Nos dois últimos parágrafos, mais uma vez, é fácil notar que fomos direto às

respostas. Constate que já na primeira ou no máximo na segunda linha as palavras

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chave, núcleo da pergunta do examinador, são repetidas. Não há dificuldade em

localizar em que parágrafo ou em que parte do texto está a resposta a cada tópico.

Note também que a questão pede “exceções”, no plural. Assim, você deve trazer no

mínimo duas.

Trazemos agora a resposta completa para melhor observação:

(2010/Auditor-Fiscaldo Trabalho) O artigo 2.º da Constituição da República Federativa do

Brasil assim dispõe: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o

Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre otema

INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando obrigatoriamente os

seguintes tópicos:

a)harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio da

indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?

b)independência entre os poderes – absoluta ou relativa?

c)sistema de freios e contrapesos;

d)exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos

A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito, determinando

a Constituição Federal de 1988 (CF/88) que são Poderes da União, independentes e harmônicos

entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Como se depreende, há independência e

HARMONIA ENTRE OS PODERES, acarretando uma DIVISÃO DE FUNÇÕES ENTRE OS

ÓRGÃOS DE PODER. Dessa forma, de acordo com a melhor doutrina, o Executivo é o responsável

pela execução das políticas e programas de governo; o Judiciário em dizer de forma definitiva qual

o direito a ser aplicado; e o Legislativo em fiscalizar e criar as leis.

As FUNÇÕES típicas de cada Poder são INDELEGÁVEIS de acordo com a clássica

tripartição de poderes de Montesquiel. Essas funções estatais legislativa, judicial e executiva

deveriam ser distribuídas de forma rígida ou absoluta por órgãos distintos e independentes, não

podendo um Poder delegar a outro uma competência que lhe é essencial. No entanto, no atual

sistema constitucional brasileiro o PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE de funções não é

absoluto, mas relativo, sendo exemplo disso a possibilidade de o Legislativo delegar ao Executivo a

responsabilidade de legislar determinadas matérias, conforme prevê a CF/88.

A independência entre os Poderes não ocorre de forma absoluta, pois o que de fato acontece

é uma interdependência e harmonia, como bem determina a CF/88, demonstrando que a

independência entre eles é apenas relativa. Um Poder limita o outro na medida em que a própria

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CF/88 criou mecanismos de controle de um Poder sobre o outro. Todavia, como já decidiu o STF

inúmeras vezes, essa independência é relativa apenas nas hipóteses constitucionalmente previstas.

Nos casos não previstos na Constituição não pode um Poder interferir no outro.

Esses mecanismos de controle, supracitados, que a doutrina passou a chamar de sistema de

freios e contrapesos, são responsáveis em manter o Estado Democrático de Direito. Esse sistema faz

com que haja o devido equilíbrio capaz de evitar que um Poder extrapole ao exercer sua função.

Como exemplo do sistema de freios e contrapesos temos: o controle de constitucionalidade exercido

pelo Judiciário sobre às normas criadas pelo Legislativo; a fiscalização exercida pelo Legislativo,

por meio do Tribunal de Contas, sobre os atos do Judiciário e do Executivo; a possibilidade de o

Legislativo constituir Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ações do Executivo ou

Judiciário; a sanção exercida pelo Executivo quanto às leis elaboradas pelo Legislativo.

No sistema brasileiro há várias exceções ao princípio da divisão dos Poderes. Como

exemplo, podemos citar: as medidas provisórias publicadas pelo Poder Executivo; o julgamento do

Presidente da República pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade; a iniciativa de lei aos

tribunais superiores nos casos previstos na CF/88; o exercício da função executiva pelo Judiciário e

Legislativo quando esses organizam seus serviços internos.

Continuando o nosso estudo.

Resuminho do nosso roteiro: 1) Observe atentamente o que cada um dos tópicos

está pedindo: atente-se para cada uma das palavras contidas na pergunta. 2) Siga a

sequência determinada pelo examinador nos tópicos. 3) Cada tópico deve ser

respondido em parágrafos separados. Não misture os assuntos. 4) Sempre use nas

respostas palavras chave da pergunta, e se possível inicie o parágrafo com elas.

Vou trazer uma questão do CESPE para o cargo de Tecnologia da Informação e

irei apenas demonstrar como deve ser respondido. Sem entrar no conteúdo. Isso para

que vocês fixem a estrutura e não o conteúdo. Em seguida trarei questões em que farei

o modelo de resposta.

Cespe/2011 – tema de TI

No escopo dos processos de desenvolvimento de sistemas embasado no RUP

(Rational Unified Process), redija um texto dissertativo, contemplando os seguintes

pontos:

a) descreva os objetivos do modelo de casos de uso;

b) relacione as seções tipicamente presentes em um formulário para documentar

casos de uso;

c) defina o que são realizações de casos de uso e descreva como documentá-las na

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análise;

d) defina caso de teste;

e) descreva um procedimento para gerar casos de teste a partir de casos de uso.

Note que temos que responder a cinco tópicos e que temos uma questão técnica. O

examinador quer saber se você sabe as respostas de forma direta e imediata.

Vamos a cada um dos tópicos.

a) descreva os objetivos do modelo de casos de uso;

Uma introdução possível é você definir o tema em questão. Sem maiores detalhes

desnecessários e que não estejam dentro da abordagem. Quanto ao início, que

geralmente perdemos tempo pensando em como e por “onde” começar, não precisa

inventar, use o próprio texto já exposto. Inicie, por exemplo: O escopo dos processos

de desenvolvimento de sistemas embasado no RUP (Rational Unified Process) é...

(Simples assim mesmo).

Ao responder o primeiro tópico, já inicie na primeira linha da seguinte forma: Os

objetivos do modelo de casos de uso são... (na sequência o candidato iria falar quais

são os objetivos).

Isso mesmo, repita as palavras que o tópicos já traz. Não invente palavras novas,

sinônimos, nada disso. Repita as palavras conforme está na pergunta. Não restará

dúvida ao examinador que nesse parágrafo você está respondendo ao tópico “a”. Isso

ainda ajuda a ganhar tempo porque você não precisa ficar pensando em como iniciar a

questão e quais palavras usar. Fique atento que a questão está pedindo os objetivos (no

plural). Se você trouxer apenas um objetivo perderá metade dos pontos do tópico. Em

existindo vários objetivos você pode, por exemplo, dizer: Os principais objetivos do

modelo de casos de uso são... Então traga pelo menos dois objetivos e explique cada

um deles.

b) relacione as seções tipicamente presentes em um formulário para documentar

casos de uso;

Inicie da seguinte forma: Em um formulário para documentar casos de uso as

seções tipicamente presentes são...

Fique atento que aqui não basta repetir a pergunta. Tivemos que inverter a ordem.

Mas as palavras são exatamente as mesma.

Um ponto importante aqui é observar o verbo “relacionar”. A questão diz:

relacione. Repare que relacionar não exige explicação. Dessa forma, você apenas irá

trazer as seções tipicamente presentes. E ponto final.

Página 14

c) defina o que são realizações de casos de uso e descreva como documentá-las na

análise;

Iniciamos o parágrafo assim: realizações de casos de uso são...

Mais uma vez se atentem ao verbo (sempre observem o verbo). O verbo aqui é

definir. Definir é dizer o que uma coisa “É”. Não é dizer o que pode ser, não é dar

exemplo ou simplesmente dar exemplo.

Logicamente aqui vocês observaram que o tópico traz duas perguntas. Após definir

o que são realizações de caso de uso vocês iniciariam a resposta seguinte dizendo:

Para documentá-las na análise...

d) defina caso de teste;

Caso de teste é...

É simples assim mesmo. Questão direta, resposta direta. Não enrole, não “encha

linguiça”. Apenas vá direto ao que a questão está pedindo.

e) descreva um procedimento para gerar casos de teste a partir de casos de uso.

Para gerar casos de teste a partir de casos de uso deve-se usar o seguinte

procedimento...

Eu trouxe essa questão inicialmente porque ela demonstra toda simplicidade com

que devemos responder uma dissertação. Entretanto, nem todas serão assim. Traremos

as mais diversas para que possamos abordar todo o tipo de dificuldade possível.

Vamos para mais uma questão.

CESPE 2008 – MMA

A Constituição de 1988 consagrou uma série de princípios e estabeleceu um

conjunto de regras atinentes à relação entre a administração e os servidores. Um

dos aspectos mais relevantes diz respeito à investidura em cargo ou emprego público,

seja mediante concurso público, seja para os chamados cargos em comissão.

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um

texto dissertativo acerca do ingresso no serviço público a partir dos princípios da

administração. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

a) principais princípios da administração pública na Constituição Federal;

Página 15

b) formas principais de ingresso no serviço público;

c) relações entre formas de ingresso e princípios da administração

descritos.

Extensão máxima: 30 linhas.

MODELO DE RESPOSTA

Os principais princípios da administração pública estão previstos no art. 37 da Constituição

Federal de 1988 (CF/88). São eles a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência. A legalidade determina que a administração deve seguir os ditames constantes na lei; a

impessoalidade está relacionada à isonomia, garantindo a todos iguais direitos e oportunidades; a

moralidade liga-se à ética, à honestidade e à probidade que deve guiar os atos públicos; a

publicidade orienta que os atos da administração devem ser públicos; a eficiência atribui o dever da

administração zelar pela melhor aplicação dos recursos disponíveis. Outro princípio de grande

relevância previsto na CF/88 é o princípio do concurso público. Esse apenas não será observado

nos casos constitucionalmente previstos.

As formas principais de ingresso no serviço público, além do concurso público, são: o

exercício de mandato eletivo – legislativo e chefes do executivo; quinto constitucional para ingresso

de magistrados nos tribunais; processo seletivo simplificado para os agentes de endemias; serviços

público temporário no caso de relevância necessidade; os cargos em comissão.

As formas de ingresso se relacionam diretamente com os princípios da administração

pública descritos. Ao seguir apenas os casos constitucionalmente previstos para ingresso no serviço

público o administrador respeita o principio da legalidade. A impessoalidade será atendida, pois os

servidores não são escolhidos de maneira livre pelo administrador, ressalvados os casos de livre

nomeação e exoneração. Dessa forma, a administração será mais eficiente, tendo em vista que para

ingressar no serviço é necessário que haja mérito, e não a simples troca de favores ou indicações

políticas.

Todas as formas de ingresso devem seguir formas determinadas de divulgação aos

interessados e publicados seus resultados. Sendo assim, temos a moralização da administração

pública que passa a seguir a finalidade pública e não aos interesses particulares. De maneira a

melhor expressar os princípios da eficiência, moralidade e impessoalidade o Supremo Tribunal

Federal publicou súmula vinculante que proíbe o exercício de cargos comissionados a parentes das

autoridades nomeantes, inclusive nos casos de nomeações cruzadas.

Vamos analisar o que fizemos. Sem demora, iniciamos cada parágrafo

exatamente usando as mesmas palavras de cada tópico. Dessa forma, o examinador

terá facilidade em achar as respostas.

Página 16

No primeiro tópico falamos e descrevemos cada um dos principais princípios

previstos na Constituição Federal bem como em que artigo se encontra. O fundamento

é a própria Constituição. No segundo parágrafo trouxemos as principais formas de

ingresso no serviço público. Todos estão previstos na Constituição (fundamento da

resposta). No terceiro e quarto parágrafos fizemos a relação entre as formas de

ingresso no serviço público com os princípios da administração. E ainda trouxemos

súmula do STF sobre o assunto.

Qualquer pessoa mesmo que não conheça o assunto consegue encontrar a

resposta a cada pergunta. Tanto pelas palavras chave usadas no início de cada

parágrafo quanto por seguir a mesma sequência trazida pelo examinador. Dessa forma,

você não terá problemas em estruturar a sua dissertação. Não terá problemas nem

dúvidas de como iniciá-la.

Mais uma questão.

Considerando sinônimos os conceitos de “Administração centralizada” e

“Administração direta”, bem como a identidade de significado entre os termos

“Administração descentralizada” e “Administração indireta”:

a) descreva 02 (dois) elementos distintivos entre a descentralização e a

desconcentração administrativa;

b) discorra sobre a existência de relação hierárquica ou de controle ou tutela

entre a Administração central e os respectivos entes administrativos descentralizados,

e

c) indique um exemplo de desconcentração administrativa no âmbito da

organização da estrutura administrativa federal brasileira.

Extensão máxima: 20 linhas.

Nessa questão temos que responder 03 tópicos em 20 linhas. Considero uma

questão que pode ser respondida em mais linhas ou em menos linhas. Explico. Se

lembrarmos de tudo sobre o assunto, passamos facilmente das 20 linhas. Mas também

é possível responder em menos linhas sem deixar de abordar tudo que o examinador

pediu.

Entretanto, você não deve, como eu já disse antes, “encher linguiça”. Não ponha

nada a mais do que está sendo pedido no parágrafo em que esteja respondendo os

Página 17

tópicos. O parágrafo em que responde ao tópico que o examinador quer deve ser

simples, objetivo e direto (como já dito).

Vamos ao modelo de resposta.

MODELO DE RESPOSTA

A Administração Pública realiza suas atribuições de forma direta ou centralizada, por meio

dos próprios órgãos, num processo de desconcentração, exemplo dos vários Ministérios, na esfera

federal; ou de forma indireta ou descentralizada, nesse caso por intermédio de novas pessoas

jurídicas, exemplo das autarquias e fundações públicas.

Dois dos principais elementos distintivos entre a descentralização e a desconcentração

administrativa são que nessa a distribuição do exercício de funções ocorre dentro do próprio ente

ou da mesma pessoa jurídica enquanto naquela é criada uma nova pessoa jurídica ou transferida a

execução do serviço à particular por meio de concessão, permissão ou autorização. Outro elemento

distintivo é que na desconcentração há hierarquia entre os órgãos e na descentralização essa

hierarquia não existe.

Não há existência de relação hierárquica entre a Administração central e os respectivos

entes administrativos descentralizados. Todavia, ocorre controle ou tutela do ente central sobre os

entes descentralizados. Isso acontece porque é o ente central o responsável pelos serviços, tendo

apenas transferido a execução a terceiros. Ressalte-se, que esse controle ou tutela é realizado nos

devidos limites da lei.

Como exemplo de desconcentração administrativa no âmbito da organização da estrutura

administrativa federal brasileira tem-se a desconcentração realizada da União para os Ministérios.

Esse tipo de desconcentração é denominado por matéria e acontece pelo fato de haver uma grande

variedade de serviços a cargo da União.

Note que fizemos uma introdução elaborada e com abordagem estritamente

relacionada ao tema em questão. Nesse modelo seguimos tudo que ensinamos até o

momento. Observem cada um dos passos do roteiro que trouxe no início da aula e tudo

que falei até agora.

Faço o seguinte destaque: veja que no tópico “b” quando a questão fala “relação

hierárquica ou de controle ou tutela”; relação hierárquica pede uma resposta e relação

de controle ou tutela solicita outra resposta. Essa atenção especial está no nosso roteiro

que deve ser observado.

Página 18

Qualquer pessoa que leia irá notar que o primeiro parágrafo é uma introdução

enquanto os seguintes abordam a resposta de cada um dos tópicos na sequência dada

pelo examinador.

Vamos a mais um modelo seguindo as mesmas orientações. Notem que faço as

observações dentro do próprio modelo. Parágrafo a parágrafo.

Redija um texto dissertativo, acerca do tema seguinte:

AGÊNCIAS REGULADORAS CRIADAS PELA UNIÃO:

CARACTERÍSTICAS E FINALIDADES.

Em sua dissertação, devem ser contemplados, necessariamente, os seguintes

aspectos:

a) natureza jurídica;

b) especialização técnica;

c) independência;

d) poder normativo.

Extensão máxima: 20 linhas.

MODELO DE RESPOSTA

Com a transferência de serviços públicos do âmbito da União para o particular, houve a

necessidade de serem criadas as agências reguladoras com a finalidade de fiscalizar e controlar o

setor a que a lei lhe atribuiu. (INTRODUÇÃO)

A natureza jurídica das agências reguladoras é de autarquia sob o regime especial. Esse

regime ocorre pelo fato de as agências terem maior autonomia, independência e prerrogativas que

as autarquias em geral. (RESPOSTA TÓPICO “A”. INICIANDO COM AS PALAVRAS CHAVE)

As agências reguladoras são dotadas de grande especialização técnica, sendo dotadas de

corpo de funcionários com alta capacidade técnica. Isso ocorre porque as agências são

responsáveis por regular setores da economia que demanda conhecimentos aprofundados do setor

regulado. Dessa forma, seus agentes e seus dirigentes, inclusive, devem possuir grande

conhecimento da atividade regulada pela agência. (RESPOSTA TÓPICO “B”. PALAVRAS CHAVE

PRESENTE JÁ NA PRIMEIRRA LINHA DO PARÁGRAFO: ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA)

De forma a melhor exercerem suas finalidades as agências desfrutam de grande

independência. Isso é notável pelos seguintes fatos: seus dirigentes possuem mandatos fixos só

podendo perder o cargo nos casos previstos em lei; seus atos não são passíveis de revisão pelo ente

que a criou, ressalvados os casos previstos em lei, não havendo assim, hierarquia entre esse e a

Página 19

agência reguladora; há autonomia administrativa e financeira. (RESPOSTA TÓPICO “C”.

PALAVRA CHAVE PRESENTE NA PRIMEIRA FRASE: INDEPENDÊNCIA)

Ainda destaca-se, o poder normativo que possui as agências. Essas podem regular o setor

conforme definido em lei principalmente no que diz respeito aos conceitos técnicos. Ressalte-se, que

não é permitido às agências inovarem no mundo jurídico. (RESPOSTA TÓPICO “D”. PALAVRA

CHAVE PRESENTE NA PRIMEIRA LINHA: PODER NORMATIVO)

Sigam o pequeno roteiro que passei para que nada fique de fora da resposta.

Muita atenção ao que está sendo pedido. Grifem as palavras chave, observem os

verbos, certifiquem quantas perguntas o examinador está fazendo em cada tópico (ou

caso não venha a pergunta em tópicos a atenção deve ser redobrada para que tudo seja

respondido).

Continuando.

CESPE – 2007 – PROCURADOR FEDERAL

Redija, DE FORMA FUNDAMENTADA, texto dissertativo acerca da

contratação de empregados pela administração pública direta federal. Em seu texto,

aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

a) possibilidade jurídica da referida contratação;

b) requisitos constitucionais para a validade da contratação e consequências da

não observância desses requisitos;

c) garantias contra a dispensa e existência de estabilidade;

d) competência para apreciar as controvérsias decorrentes desse contrato de

trabalho.

Extensão: 40 a 60 linhas.

Para que a administração pública brasileira possa atingir sua finalidade é necessária a

contratação de servidores públicos. Essa contratação poderá ser efetuada, por exemplo, por meio de

concurso público, contratação temporária de excepcional necessidade pública, contratação de livre

nomeação e exoneração. Os regimes jurídicos adotados podem ser de natureza estatutária ou

celetista. (INTRODUÇÃO)

Quanto à POSSIBILIDADE JURÍDICA de a administração pública federal contratar

empregados, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) previu de forma originária que a

administração direta adotaria regime jurídico único, sendo no caso o regime estatutário. No

entanto, a emenda constitucional 19 de 1998 (EC 19/98) determinou a possibilidade de a

Página 20

administração pública adotar o regime estatutário ou celetista. (RESPOSTA DO TÓPICO “A”.

PALAVRA CHAVE NA PRIMEIRA LINHA: POSSIBILIDADE JURÍDICA)

Ressalte-se que a possibilidade de contratar sob o regime celetista apenas pode ocorrer,

conforme orientação do Supremo Tribunal Federal (STF), para as atividades não finalísticas do

estado. Essa orientação se consolidou em decisão na qual o STF determinou que as agências

reguladoras somente podem contratar sob o regime estatutário, por se tratar de atividade finalística

do estado. (CONTINUAÇÃO DA RESPOSTA DO TÓPICO “A”. REPAREM QUE A QUESTÃO

PEDE DE FORMA FUNDAMENTADA. TROUXE FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO E

DO STF. POR FAVOR, MUITA ATENÇÃO A ISSO)

OS REQUISITOS CONSTITUCIONAIS PARA A VALIDADE DA CONTRAÇÃO estão

definidos na CF/88. Essa determina que a contratação seja realizada por meio de concurso público

de provas ou de provas e títulos. Poderão concorrer os brasileiros e os estrangeiros, esses na forma

da lei. A NÃO OBSERVÂNCIA DESSES REQUISITOS ACARRETARÁ COMO

CONSEQUÊNCIA a nulidade da contratação com a responsabilização de quem tenha dado causa.

Conforme jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) a nulidade do contrato por não

atendimento do requisito do concurso público acarreta para administração o dever de recolher em

nome do empregado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). (RESPOSTA DO

TÓPICO “B”. NOTE QUE SÃO DUAS PERGUNTAS. TRAZEMOS AS PALAVRAS CHAVE DE

CADA UMA DELAS EM NEGRITO. AINDA FUNDAMENTAMOS NA CONSTITUIÇÃO E NO

TST)

No que diz respeito às GARANTIAS CONTRA A DISPENSA E EXISTÊNCIA DE

ESTABILIDADE, o empregado da administração pública direta federal não dispõe de estabilidade

na forma que é garantida ao funcionário público estatutário. Isso, no entanto, não significa que o

empregado não tenha garantias contra dispensa. O empregado público da administração direta

federal só poderá ser dispensado nos casos legalmente previstos, como por exemplo, em caso de

cometimento de falta grave. Nesse caso, será garantida o devido processo legal e o contraditório e a

ampla defesa. (RESPOSTA DO TÓPICO “C”. PALAVRAS CHAVE NA PRIMEIRA LINHA:

GARANTIAS CONTRA A DISPENSA E EXISTÊNCIA DE ESTABILIDADE)

Apesar de todo o exposto até aqui, o Supremo Tribunal Federal, em liminar de ação direta

de inconstitucionalidade, declarou a inconstitucionalidade formal da EC 19/98 fazendo retornar a

obrigatoriedade do regime jurídico único na administração pública. O STF afirmou ainda que a

decisão valeria “ex nunc”, ou seja, os casos consolidados antes da decisão continuariam com

eficácia até a decisão de mérito. Dessa forma, enquanto não sobressair decisão definitiva do STF a

administração pública direta federal não poderá contratar empregados sob o regime celetista.

(AQUI TROUXEMOS UMA IMPORTANTE DECISÃO DO STF SOBRE O ASSUNTO EM

ANÁLISE. HAVENDO ESPAÇO ISSO É IMPORTANTE PARA DEMONSTRAR O

CONHECIMENTO DO ALUNO QUANTO A JURISPRUDÊNCIA).

Página 21

A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR AS CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DOS

CONTRATOS DE TRABALHO é da justiça do trabalho, conforme determina o artigo 114 da

CF/88. Sendo assim, mesmo nos casos em que uma das partes seja a administração pública direta

federal a competência continua sendo da justiça do trabalho. Ressalve – se, que nos casos de regime

jurídico estatutário a competência será da justiça comum. (RESPOSTA DO TÓPICO “D”.

PALAVRAS CHAVE INICIANDO A RESPOSTA: A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR AS

CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DOS CONTRATOS DE TRABALHO).

Assim como na resposta das outras questões, observem que cumprimos todos os

passos do nosso roteiro. Apesar de na prova de vocês a discursiva ser de no máximo

15 linhas, trouxe essa com no máximo 60 para que vocês observem que se tivermos

organização e seguirmos os passos corretamente podemos fazer textos de todos os

tamanhos com a mesma facilidade. Os ensinamentos servem para um texto de 15 ou

de 120 linhas.

Continuando com os nossos modelos de respostas, segue mais uma questão.

(2010/Auditor Fiscal do Trabalho) O estudo dos atos administrativos é elemento

fundamental a possibilitar a adequada situação dos servidores públicos e da

própria Administração. A produção de tais atos demanda uma avaliação de

aspectos atinentes à regularidade do ato, bem assim à conveniência e à

oportunidade em sua expedição. Nesse contexto, pergunta-se uma vez expedidos,

existem atos administrativos que não podem ser revogados?

À luz da DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA PÁTRIAS, justifique sua

resposta, indicando:

a) os fundamentos que confirmam a inexistência de atos administrativos

irrevogáveis: OU

b) no caso de resposta afirmativa à pergunta, as hipóteses de irrevogabilidade de

atos administrativos.

15 a 30 linhas.

Diferentemente das anteriores, ela traz uma pergunta logo no início (e não um

texto apenas motivador). Em seguida o examinador diz que temos que responder

justificando a resposta e nos indica o que deve ser abordado. Temos necessariamente

no nosso texto que trazer o que diz a DOUTRINA E A JURISPRUDÊNCIA.

Página 22

Importante que observem qual o cerne da questão. Temos a pergunta chave:

“uma vez expedidos, existem atos administrativos que não podem ser revogados?”

Atenção especial. O tópico “a” deve ser respondido caso a resposta seja negativa:

“inexistência de atos administrativos irrevogáveis”. Nesse caso, traremos os

fundamentos que confirmam a inexistência de atos administrativos irrevogáveis. Ou

no caso de resposta afirmativa à pergunta, as hipóteses de irrevogabilidade de atos

administrativos. Se for afirmativa traremos as hipóteses de irrevogabilidade.

Vamos seguir a seguinte estrutura: INTRODUÇÃO: faremos uma pequena

introdução e já respondemos a pergunta de forma direta, sem demora (a resposta a

pergunta é afirmativa, o que nos leva ao tópico “b”). Um parágrafo com o principal

caso de ato administrativo irrevogável que é o ato administrativo vinculado. Um

segundo parágrafo com as hipóteses de irrevogabilidade de atos administrativos

conforme a doutrina. E um terceiro parágrafo com as hipóteses de irrevogabilidade de

atos administrativos de acordo com a jurisprudência. Um parágrafo com a conclusão.

MODELO DE RESPOSTA

O ato administrativo é a maneira pela qual a Administração Pública materializada a função

administrativa. Depois de expedidos, os atos administrativos podem ser anulados, por serem ilegais,

ou revogados, por oportunidade e conveniência da Administração. Entretanto, existem atos

administrativos que uma vez expedidos não podem ser revogados. (RESPOSTA A PERGUNTA

CENTRAL. EXISTEM ATOS ADMINISTRATIVOS QUE UMA VEZ EXPEDIDOS NÃO PODE

SER REVOGADOS? RESPOSTA AFIRMATIVA A PERGUNTA. NOS LEVA AO TÓPICO “B”.

HIPÓTESES DE IRREVOGABILIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVO).

A principal HIPÓTESE DE ATO ADMINISTRATIVO IRREVOGÁVEL são os atos

administrativos vinculados, que é quando a lei determina todos os procedimentos a serem seguidos.

Dessa forma, uma vez expedido o ato esse não pode mais ser revogado, pois a revogação envolve

oportunidade e conveniência o que não existente nos atos vinculados.

Os doutrinadores, como Di Pietro, nos lista algumas HIPÓTESES DE ATOS

ADMINISTRATIVOS IRREVOGÁVEIS: os atos integrantes de um procedimento administrativo,

por que a prática do ato sucessivo acarreta a preclusão do ato anterior (p. ex.: a celebração de

contrato administrativo impede a revogação do ato de adjudicação); os meros atos administrativos,

como são os atestados, os pareceres e as certidões, porque os efeitos são prefixados pelo legislador;

os atos complexos, porque tais atos são formados pela conjugação de vontades de órgãos diversos,

logo a vontade de um dos órgãos não pode desfazer o ato que a lei impõe a integração de vontades

para a formação; e, ainda, a revogação não pode ser promovida quando se exauriu a competência

relativamente ao objeto do ato.

Página 23

A súmula 473 do STF dispõe que a Administração pode anular seus próprios atos quando

ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos

adquiridos. Assim, a jurisprudência do STF nos traz pelo menos mais uma HIPÓTESE DE

IRREVOGABILIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVOS: os que contêm direitos adquiridos.

Por todo o exposto, percebemos que os poderes da Administração Pública em revogar os

atos administrativos não são ilimitados. Em várias situações a Administração, tendo em vista o

interesse público, pode revogar o ato administrativo por oportunidade e conveniência. Todavia,

alguns atos uma vez expedidos não admitem revogação.

Agora iremos tratar as questões que contêm um estudo de caso. A diferença é

que nessa temos uma história fictícia. Partindo do caso trazido responderemos a

pergunta ou tópicos trazidos pelo examinador.

2009 – CESPE – BACEN – PROCURADOR

A administração pública abriu sindicância a fim de apurar se Henrique, servidor

público, teria praticado crime contra a administração. A sindicância, concluída no

prazo legal, resultou na instauração de processo disciplinar contra o servidor. Os autos

da sindicância integraram o processo disciplinar, como peça informativa da instrução.

Durante o processo, foram assegurados o contraditório e a ampla defesa a Henrique. A

administração, ao final, com base em prova emprestada, licitamente obtida por meio

de interceptação telefônica, e nos depoimentos colhidos durante a instrução do

processo disciplinar, considerou que a infração estava capitulada como ilícito penal,

encaminhou cópia dos autos ao Ministério Público e aplicou, de forma motivada, pena

de demissão ao servidor.

Considerando a situação hipotética apresentada acima, responda, deforma

fundamentada, aos questionamentos a seguir.

– No decorrer da sindicância, era prescindível o exercício do direito de defesa

do servidor?

– De acordo com orientação do Supremo Tribunal Federal, há obstáculo jurídico

para a utilização da citada prova emprestada no processo administrativo disciplinar?

Extensão máxima: 20 linhas.

O cuidado que temos que ter nesse tipo de questão é em arrumar o texto de uma

forma que o texto hipotético seja vinculado à exposição da teoria. O nosso texto tem

que seguir uma lógica e ter coesão e coerência. No entanto, não há maiores

diferenciações dos textos que analisamos até o momento.

Página 24

Na nossa resposta como introdução iremos resumir a situação hipotética sempre

buscando as palavras chave, o centro da questão e o que tenha relação com a teoria

abordada nos tópicos. Para que não haja erro, siga a mesma sequência do caso

hipotético. Não inverta a ordem se não for necessário. O resumo deve seguir a mesma

lógica. Repita as palavras chave do caso fictício. Após o resumo que será a introdução

da nossa resposta, a continuação respondendo os tópicos segue da mesma forma que

estudamos até o momento. APENAS SE ATENTEM PARA OS ELEMENTOS DE

COESÃO E COERÊNCIA. Apesar de a possibilidade de cair a dissertação para

vocês seja maior no modelo das questões anteriores, esse tipo de questão é muito

importante para que não sejamos pegos de surpresa.

Vamos ao modelo de resposta.

A administração pública abriu sindicância a fim de apurar se servidor público teria

praticado crime contra a administração. A sindicância resultou na instauração de processo

disciplinar. Durante o processo, foram assegurados o contraditório e a ampla defesa. A

administração, ao final, com base em prova emprestada, licitamente obtida por meio de

interceptação telefônica, considerou que a infração estava capitulada como ilícito penal, e aplicou,

de forma motivada, pena de demissão ao servidor. (NA INTRODUÇÃO REPETIMOS A MESMA

SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA. AS MESMAS PALAVRAS CHAVE. DEIXAMOS O QUE TEM

RELAÇÃO COM A TEORIA ABORDADA NOS TÓPICOS – NEGRITO. TÓPICO “A” DIREITO

DE DEFESA DO SERVIDOR. TÓPICO “B” PROVA EMPRESTADA)

A Constituição Federal de 1988 (CF/88) garante a todos os acusados, inclusive em processos

administrativos, o contraditório e a ampla defesa. Apesar dessa previsão constitucional, a

sindicância pode prescindir dessa garantia. Isso ocorre porque a sindicância nem sempre resultará

em penalidade ao investigado. A sindicância pode ser apenas investigativa e resultar em

arquivamento ou em instauração de processo administrativo disciplinar (PAD). No caso de resultar

em PAD, nesse será garantido o contraditório e ampla defesa ao servidor.

De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), não há obstáculo jurídico para a

utilização de prova emprestada no processo administrativo disciplinar. Segundo o STF, a prova

obtida por meios de interceptação telefônica, conforme o caso citado, desde que obtida licitamente

com autorização judicial com finalidade de compor processo penal por crime sujeito a reclusão,

poderá ser emprestada a outros processos. (RESPOSTA DIRETA E IMEDIATA DO TÓPICO “B”:

DE ACORDO COM O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), NÃO HÁ OBSTÁCULO

JURÍDICO PARA A UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA NO PROCESSO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR)

Até o momento demonstrei como a simplicidade em responder uma questão

discursiva e produzi vários modelos. No entanto, é importante que vocês tenham

acesso a algumas correções reais realizadas pelo CESPE (apesar de a banca de vocês

Página 25

ser a CONSULPLAN) para que possam reconhecer, na prática, toda simplicidade que

uma discursiva pode ser escrita e obter, mesmo assim, nota máxima.

As duas questões que trarei obtiveram nota máxima em apresentação, estrutura e

conteúdo. Assim como na prova de vocês, nesses concursos a nota toda foi atribuída a

esses itens, e diminuído os erros de português. Uma obteve 20 pontos (nota máxima)

dos 20 pontos possíveis, e teve um erro de português. A outra obteve 2,5 pontos (nota

máxima) dos 2,5 pontos disponíveis, e teve dois erros de português. Na próxima aula

trarei uma terceira que obteve 40 pontos (nota máxima) dos 40 pontos possíveis e teve

dois erros de português.

Vocês observarão a simplicidade com que essas discursivas, notas máximas,

foram feitas.

PRIMEIRA QUESTÃO COM NOTA MÁXIMA.

CESPE 2013 – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO

Considere que determinada lei tenha conferido ao trabalhador urbano o direito ao

recebimento de seguro contra acidente de trabalho em percentuais maiores que os

previstos para os trabalhadores rurais. Em face dessa situação, discorra sobre o

tratamento dado pela Constituição Federal de 1988 aos trabalhadores urbanos e rurais

[valor: 10,00 pontos], esclarecendo, à luz do entendimento do Supremo Tribunal

Federal (STF), se há compatibilidade da referida lei com o texto constitucional [valor:

9,00 pontos].

RESPOSTA DO CANDIDATO.

Lei assegura a trabalhador urbano o direito de seguro contra acidente de trabalho em

percentuais maiores que os previstos para os trabalhadores rurais.

A Constituição Federal de 1988 (CF/88) assegurou no seu artigo 7º tratamento igualitário,

quanto aos direitos trabalhistas, ao trabalhador urbano e rural. Entre os direitos aplicados de

forma isonômica encontra-se o direito de seguro contra acidente de trabalho a cargo do

empregador. Acrescente-se que a CF/88 foi a primeira das Constituições brasileiras a prever

direitos iguais aos trabalhadores urbanos e rurais.

Quanto ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre lei que confere ao

trabalhador urbano o direito ao recebimento de seguro contra acidente de trabalho em percentuais

maiores que os previstos para os trabalhadores rurais, o STF diz que essa lei é inconstitucional, por

não haver compatibilidade da referida lei com o texto constitucional.

Página 26

Na decisão o STF acrescenta que os direitos conquistados pelos trabalhadores rurais e

constitucionalmente garantidos não podem ser mitigados por legislação infraconstitucional.

Vejam a correção do CESPE.

ASPECTOS MACROESTRUTURAIS

Quesitos Avaliados Faixa de valor Nota

1 Apresenta��o (legibilidade, respeito �s margens e indica��o de

par�grafos) e estrutura textual (organiza��o das ideias em texto

estruturado)

0,00 a 1,00 1,00

2 Desenvolvimento do tema

2.1 Tratamento dado pela Constitui��o Federal de 1988 aos

trabalhadores urbanos e rurais (art. 7.�, XXVIII) 0,00 a 10,00 10,00

2.2 Esclarecimento, � luz do entendimento do STF, quanto �

(in)compatibilidade da referida lei com o texto constitucional 0,00 a 9,00 9,00

RESULTADO

Nota no conteúdo (NC = soma das notas obtidas em cada quesito) 20,00

Número total de linhas efetivamente escritas (TL) 19

Número de erros (NE) 1

NOTA DA PROVA P3 - QUEST�O 3 19,95

Como podem observar, a questão obteve nota máxima em conteúdo e teve um

erro de português.

Vamos as nossas observações quanto a resposta da questão.

Caso hipotético da questão: Considere que determinada lei tenha conferido ao

trabalhador urbano o direito ao recebimento de seguro contra acidente de trabalho em

percentuais maiores que os previstos para os trabalhadores rurais.

INTRODUÇÃO CRIADA PELO CANDIDATO.

Lei assegura a trabalhador urbano o direito de seguro contra acidente de trabalho em

percentuais maiores que os previstos para os trabalhadores rurais.

O CANDIDATO PRATICAMENTE COPIOU O TEXTO DO CASO HIPOTÉTICO. NÃ

MUDOU A SEQUÊNCIA. ELE BASICAMENTE MUDOU O VERBO CONFERIR TRAZIDO NO

CASO POR ASSEGURAR. MAS CASO ELE TIVESSE MANTIDO O MESMO VERBO,

Página 27

REPRODUZINDO EXATAMENTE NA FORMA QUE ESTAVA NO TEXTO NÃO TERIA

PROBLEMA. NADA MAIS SIMPLES DO QUE APENAS COPIAR O CASO QUE O PRÓRPIO

EXAMINADOR TROUXE. TODAVIA, O TEXTO ERA PEQUENO. MAS NA QUESTÃO

ANTERIOR QUE RESPONDEMOS E TINHA UM CASO FICTÍCIO MAIOR, APENAS

RESUMIMOS USANDO AS MESMAS PALAVRAS CONTIDAS NO TEXTO DO

EXAMINADOR.

PRIMEIRO TÓPICO.

Em face dessa situação, discorra sobre o tratamento dado pela Constituição

Federal de 1988 aos trabalhadores urbanos e rurais [valor: 10,00 pontos],

RESPOSTA DO CANDIDATO.

A Constituição Federal de 1988 (CF/88) assegurou no seu artigo 7º tratamento igualitário,

quanto aos direitos trabalhistas, ao trabalhador urbano e rural. Entre os direitos aplicados de

forma isonômica encontra-se o direito de seguro contra acidente de trabalho a cargo do

empregador. Acrescente-se que a CF/88 foi a primeira das Constituições brasileiras a prever

direitos iguais aos trabalhadores urbanos e rurais.

O CANDIDATO JÁ INICIA FALANDO DA CONSTITUIÇÃO E A PALAVRA CHAVE

TRATAMENTO EM SEGUIDA. FICA CLARO AO EXAMINADOR QUE ESSE PARÁGRAFO

TRAZ A RESPOSTA DO PRIMEIRO TÓPICO EXIGIDO POR ELE. NA SEQUÊNCIA ELE

ABORDA O SEGURO CONTRA ACIDENTE QUE É O TEMA CENTRAL DA QUESTÃO. POR

FIM ELE FALA QUE A CF É A PRIMEIRA IGUALAR OS DIREITOS DOS

TRABALHADORES URBANOS E RURAIS. ESSA PARTE FINAL FOI UMA INFORMAÇÃO A

MAIS QUE CREIO QUE ELE OBTERIA A MESMA NOTA MESMO SEM ESSE FINAL,

TENDO EM VISTA QUE NÃO FOI PERGUNTADO PELO EXAMINADOR. PODEMOS FAZER

ISSO, TRAZER UMA INFORMAÇÃO ADCIONAL SOBRE O ASSUNTO PARA PREENCHER

A QUANTIDADE DE LINHAS.

SEGUNDO TÓPICO

Esclarecendo, à luz do entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), se há

compatibilidade da referida lei com o texto constitucional [valor: 9,00 pontos].

RESPOSTA DO CANDIDATO.

Quanto ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre lei que confere ao

trabalhador urbano o direito ao recebimento de seguro contra acidente de trabalho em percentuais

maiores que os previstos para os trabalhadores rurais, o STF diz que essa lei é inconstitucional, por

não haver compatibilidade da referida lei com o texto constitucional.

A RESPOSTA FOI DIRETA. O CANDIDATO APENAS RETOMOU O CASO E

RESPONDEU DE FORMA DIRETA: A LEI É INCONSTITUCIONAL.

Página 28

POR FIM O CANDIDATO FEZ UM PARÁGRAFO CONCLUSIVO A RESPEITO DO

ENTENDIMENTO DO STF.

Na decisão o STF acrescenta que os direitos conquistados pelos trabalhadores rurais e

constitucionalmente garantidos não podem ser mitigados por legislação infraconstitucional.

A próxima questão foi do concurso CESPE 2013 – SEFAZ ES.

Essa questão infelizmente eu não consegui encontrar a pergunta. Não está no

site do CESPE e o amigo que me passou também não tem. Entretanto, vou postar

assim mesmo porque ela demonstra toda a simplicidade com que ele respondeu e

obteve nota máxima. E ele ainda escreveu apenas 08 linhas de 15 disponíveis.

Mas pela correção do CESPE da para saber do que se tratava a pergunta. Segue

a correção:

ECTOS MACROESTRUTURAIS

Quesitos Avaliados Faixa de valor Nota

1 Apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de

parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto

estruturado)

0,00 a 0,10 0,10

2 Desenvolvimento do tema

2.1 Ocorrência de vício de iniciativa no processo legislativo. Iniciativa do

Chefe do Poder Executivo. 0,00 a 1,90 1,90

2.2 Princípio da Simetria 0,00 a 0,50 0,50

RESULTADO

Nota no conteúdo (NC = soma das notas obtidas em cada quesito) 2,5

Número total de linhas efetivamente escritas (TL) 08

Número de erros (NE) 2

NOTA DA PROVA - QUEST�O 3 2,25

Como podemos perceber a questão era a respeito de iniciativa privativa do chefe

do executivo quanto ao processo legislativo, e perguntava se ouve vício de iniciativa

por ter sido o legislativo quem deu início ao processo. O outro tópico era relacionado

ao princípio da simetria.

Página 29

Vamos a resposta do colega.

Sim. Há vício subjetivo no processo legislativo. Conforme leciona a Constituição Federal

(CF) compete privativamente ao chefe do executivo propor projeto de lei que verse sobre

reestruturação das carreiras do Poder Executivo. A jurisprudência entende que tal previsão

constitucional é norma de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais.

Com o exposto, percebe-se que a Assembléia Legislativa não detém o poder de propor o

referido projeto.

VAMOS A NOSSAS OBSERVAÇÕES. COMO DISSE, ELE ESCREVEU APENAS 08

LINHAS DE 15 QUE TINHA DISPONÍVEL. DESSA FORMA, NÃO CONSEGUINDO FAZER

UMA BOA QUANTIDADE DE LINHAS NÃO DEVE HAVER MAIORES PREOCUPAÇÕES.

NO ENTANTO, TENTEM FAZER O MÁXIMO POSSÍVEL, POIS IRÁ INFLUENCIAR NA

NOTA FINAL.

ELE NÃO DIVIDIU A RESPOSTA AOS TÓPICOS EM PARÁGRAFOS SEPARADOS E

MESMO ASSIM A BANCA NÃO LHE TIROU NOTA RELACIONADA À APRESENTAÇÃO.

MAS FIQUEM ATENTOS A ISSO, POIS NORMALMENTE A BANCA TIRARIA NOTA DA

APRESENTAÇÃO DO TEXTO. E AFIRMO QUE NO CASO DA PROVA DE VOCÊS

CERTAMENTE SERIA PERDIDO PONTOS PRECIOSOS, TENDO EM VISTA QUE O

EDITAL É EXTREMAMENTE CLARO: 10% PARA APRESENTAÇÃO E

LEGIBILIDADE; 10% PARA A ESTRUTURA TEXTUAL (CONSTRUÇÃO PERTINENTE

DE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO); E 20% PARA A

OBJETIVIDADE, ORDENAÇÃO E CLAREZA DAS IDÉIAS. DESTACO MAIS AINDA:

CONSTRUÇÃO PERTINENTE DE INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E

CONCLUSÃO. VEJA QUE NESSE EXEMPLO O CANDIDATO PERDERIA PONTOS.

VEJAM QUE A RESPOSTA DELE FOI A MAIS DIRETA POSSÍVEL – “SIM” –, E EM

SEGUIDA ELE EXPLICOU PORQUE DA AFIRMAÇÃO. A FUNDAMENTAÇÃO NAS

RESPOSTAS FOI FEITA DE FORMA CORRETA MENCIONANDO A CONSTITUIÇÃO

FEDERAL E A JURISPRUDÊNCIA. ISSO DEMONSTRA CONHECIMENTO DO ASSUNTO

AO APONTAR EM QUE FONTE FORMAL ESTÁ A INFORMAÇÃO.

AO RESPONDER O TÓPICO 02 ELE NÃO USOU A PALAVRA CHAVE PRINCÍPIO DA

SIMETRIA, MAS A RESPOSTA DELE NÃO DEIXA DÚVIDAS DE QUE SE TRATA DA

RESPOSTA DESSE TÓPICO, TENDO EM VISTA QUE O PRINCÍPIO DA SIMETRIA ABORDA

JUSTAMENTE A OBRIGAÇÃO OU NÃO DE AS CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS REPETIREM

NORMA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

O IMPORTANTE É VOCÊS, PELAS DUAS QUESTÕES COM CORREÇÃO OFICIAL

QUE EU TROUXE, REPARAREM QUE NÃO HÁ NADA DEMAIS NOS TEXTOS ESCRITOS

PELOS CANDIDATOS, E MESMO ASSIM OBTIVERAM NOTA MÁXIMA.

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Por enquanto ficamos por aqui. Até a próxima aula.

PATRIK LOZ