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Página 1 AULA DEMONSTRATIVA Discursiva para TCE CE Olá pessoal, Eu sou o professor Patrik Loz. Sou Auditor Fiscal do Trabalho e será uma satisfação estar com vocês nessa batalha pela aprovação no Concurso para Auditor de Controle Externo área finalística: Atividade Jurídica. O edital prevê 01 discursiva sobre conhecimentos específicos. A Prova Discursiva de Conhecimentos Específicos II para todas as Áreas/Especialidades/Orientações dos cargos de Analista de Controle Externo, de caráter eliminatório e classificatório, consistirá de uma questão discursiva e/ou relatório e/ou estudo de caso, relacionada aos conteúdos programáticos de Conhecimentos Específicos I e II da respectiva Área/Especialidade/Orientação. 2.1 A Prova Discursiva de Conhecimentos Específicos II será avaliada em uma escala de 0 (zero) a 100 (cem) pontos. Constará da avaliação da Prova Discursiva de Conhecimentos Específicos II o domínio técnico do conteúdo aplicado, a correção gramatical e a adequação vocabular, considerados os mecanismos básicos de constituição do vernáculo e os procedimentos de coesão e argumentação. Notem que a discursiva poderá ser questão discursiva, relatório ou estudo de caso e que a banca quer que seja demonstrado conhecimento técnico. Não há maiores informações quanto a forma de correção. Mas também não seria necessário. As bancas tem sempre pontuado aquele candidato que responde as questões de forma direta, imediata e objetiva. Que demonstre o conhecimento técnico do assunto. Quanto ao nosso curso, esse constará de um curso temático com correções individuais. Digo temático, pois iremos ensinar a como construir uma discursiva por meio de questões de provas passadas ou temas inéditos (conforme assuntos específicos do edital) elaborando padrões de resposta. Mas não apenas elaborando os padrões de resposta, e sim explicando parágrafo a parágrafo como construir uma discursiva. Isso facilita o aprendizado, pois o aluno além de aprender a fazer a discursiva ainda tem disponível o modelo de resposta e o estudo do conteúdo. Por fim, iremos corrigir 02

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AULA DEMONSTRATIVA

Discursiva para TCE CE

Olá pessoal,

Eu sou o professor Patrik Loz. Sou Auditor Fiscal do Trabalho e será uma

satisfação estar com vocês nessa batalha pela aprovação no Concurso para Auditor de

Controle Externo – área finalística: Atividade Jurídica.

O edital prevê 01 discursiva sobre conhecimentos específicos. A Prova

Discursiva de Conhecimentos Específicos II para todas as

Áreas/Especialidades/Orientações dos cargos de Analista de Controle Externo, de

caráter eliminatório e classificatório, consistirá de uma questão discursiva e/ou

relatório e/ou estudo de caso, relacionada aos conteúdos programáticos de

Conhecimentos Específicos I e II da respectiva Área/Especialidade/Orientação. 2.1 A

Prova Discursiva de Conhecimentos Específicos II será avaliada em uma escala de 0

(zero) a 100 (cem) pontos. Constará da avaliação da Prova Discursiva de

Conhecimentos Específicos II o domínio técnico do conteúdo aplicado, a correção

gramatical e a adequação vocabular, considerados os mecanismos básicos de

constituição do vernáculo e os procedimentos de coesão e argumentação.

Notem que a discursiva poderá ser questão discursiva, relatório ou estudo de

caso e que a banca quer que seja demonstrado conhecimento técnico. Não há maiores

informações quanto a forma de correção. Mas também não seria necessário. As bancas

tem sempre pontuado aquele candidato que responde as questões de forma direta,

imediata e objetiva. Que demonstre o conhecimento técnico do assunto.

Quanto ao nosso curso, esse constará de um curso temático com correções

individuais. Digo temático, pois iremos ensinar a como construir uma discursiva por

meio de questões de provas passadas ou temas inéditos (conforme assuntos específicos

do edital) elaborando padrões de resposta. Mas não apenas elaborando os padrões de

resposta, e sim explicando parágrafo a parágrafo como construir uma discursiva. Isso

facilita o aprendizado, pois o aluno além de aprender a fazer a discursiva ainda tem

disponível o modelo de resposta e o estudo do conteúdo. Por fim, iremos corrigir 02

Page 2: AULA DEMONSTRATIVA Discursiva para TCE CEd26lpennugtm8s.cloudfront.net/stores/078/795/rte/AULA DEMONSTRATIVA... · contenha, por exemplo, cinco tÓpicos nÃo estruturados (digo que

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discursivas de cada aluno. Na nossa correção, também fazemos as considerações

necessárias ponto a ponto, e não apenas observações gerais.

Os conhecimentos específicos constante do edital para a área jurídica são: Controle

Externo; Direito Constitucional; Direito Administrativo; Direito Processual Civil;

Direito Previdenciário; Direito Financeiro. Iremos trazer temas, conforme possível, de

todas as matérias.

Destaco que não devem se preocupar em tentar “adivinhar” o que irá cair na

prova. Isso porque em questões discursivas para Tribunais em que há estudos de caso

ou relatórios, os fatos fictícios serão sempre inéditos. Cada narrativa tem a sua própria

peculiaridade. Então o importante é estudar os conhecimentos específicos de forma

aprofundada, pois a banca poderá cobrar qualquer um dos assuntos constantes no

edital. Durante o curso vocês notarão que para se fazer uma excelente discursiva não

há necessidade de se criar nada novo, de abordagens aprofundadas, decorar parágrafos

de livros, trazerem linguagem com palavras “bonitas” etc. Mesmo sendo um concurso

para a área jurídica não há necessidade de usar a linguagem comum no meio jurídico

(expressões, palavras, abordagens etc.). Todo o texto deve ser muito simples, direto,

imediato, objetivo e claro.

POR FIM, MUITO IMPORTANTE DESTACAR QUE NOSSO CURSO NÃO

SERÁ UM CURSO GRAMATICAL. NÃO IREI FAZER CORREÇÕES DE

GRAMÁTICA. O CURSO IRÁ ELABORAR PADRÕES DE RESPOSTA PARA

TEMAS DE CONCURSOS PASSADOS (DA FCC) E TEMAS INÉDITOS

(QUANDO NECESSÁRIO), ENSINADO A ELABORAR UMA DISCURSIVA POR

MEIO DE EXPLICAÇÕES DO PASSO A PASSO DE COMO SE ELABOROU O

MODELO DE RESPOSTA.

Sem demora, vamos iniciar a aula.

Sendo objetivo, podemos de forma geral observar o seguinte roteiro para

resolução de uma discursiva:

1) Observe atentamente o que cada um dos tópicos está pedindo: atente-se para

cada uma das palavras contidas na pergunta. Às vezes em uma pergunta há mais uma

ou duas contidas nela. Fique atento aos verbos. Ainda note se o examinador pede que

responda com base na legislação, doutrina ou jurisprudência. Caso ele não fale,

sempre fundamente a resposta na lei, jurisprudência ou doutrina (de preferência nessa

ordem).

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2) Siga a sequência determinada pelo examinador nos tópicos. Quando ele for

corrigir tenderá a procurar as respostas na mesma sequência. Isso facilitará a correção,

tendo em vista que ele não precisará procurar as respostas de forma esparsa no texto.

3) Cada tópico deve ser respondido em parágrafos separados. Não misture os

assuntos. Na correção o examinador irá atribuir nota a cada uma das respostas. Não

misture mais de uma resposta em um mesmo tópico. Assuntos diferentes devem ser

escritos em parágrafos diferentes. Atente para o fato de que se alguma resposta

necessitar de mais de um parágrafo, não tem problema. Ou caso contrário, uma

resposta seja extremamente objetiva, não ocupando muitas linhas, se responder mais

de uma pergunta em um mesmo parágrafo, faça em orações separadas, de forma que

fique claro que as frases respondem a mais de uma pergunta. Isso é feito usando as

palavras chave de cada pergunta.

4) Sempre use nas respostas palavras chave da pergunta, e se possível inicie o

parágrafo com elas. Isso é essencial para a clareza do texto, de forma que fique

evidente a sua resposta. A sua resposta deve ser imediata, direta e de forma afirmativa.

Você deve afirmar a sua resposta e nunca deixar de forma implícita. Já na primeira

frase resposta ao tópico e em seguida os argumentos que sustentam a sua afirmação

(sempre com base em fontes formais: Constituição, Legislação, jurisprudência etc.).

5) Fique atento à coerência nas respostas e aos elementos de coesão entre os

parágrafos.

Destaco que devemos seguir uma estrutura textual com objetividade, ordenação

e clareza de idéias. Façam parágrafos mais ou menos do mesmo tamanho, de forma

que o texto fique apresentável visualmente. O que primeiro visualiza o examinador é a

forma como o texto estar disposto na folha de resposta. Por fim, veja se seu texto não

ficou confuso. Tente ler como se você fosse um terceiro e note se as idéias ficaram

claras.

As bancas têm favorecido ao candidato que vai direto ao que está sendo pedido,

ao núcleo da questão. O candidato não deve fazer introduções que abordem a questão

de modo superficial e tardar a responder ao núcleo do que está sendo pedido. A

resposta deve ser imediata. As palavras chave de cada tópico devem ser retomadas na

resposta de cada um deles. Isso para que fique visível ao examinador que em cada um

dos parágrafos está sendo respondido um tópico específico. Cada tópico deve estar

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especificamente respondido em um parágrafo separado, de forma clara, objetiva e

direta. Os parágrafos devem estar dispostos na mesma sequência dada pelo

examinador.

Estou sendo um pouco repetitivo de forma proposital para que vocês fixem bem

os passos que devem ser seguidos.

Vamos aos temas e padrões de resposta nos quais vocês poderão observar cada

um desses passos.

Nessa aula iremos abordar as questões dissertativas. Ressalto que em textos de

concursos e da forma como a banca dispõe no edital (que a discursiva será referente

aos assuntos específicos) não há necessidade de seguir a forma tradicional: introdução,

desenvolvimento e conclusão. Apenas responda aos tópicos de forma imediata. Caso

faça uma introdução, essa deve ser extremamente pertinente ao tema central.

O examinador não é um especialista no assunto. Ele terá um padrão de resposta

e irá atribuir pontuação maior para o candidato que mais se aproxime do modelo de

resposta que ele tem. Dessa forma, ele não está procurando textos que o faça chorar de

emoção.

MUITO IMPORTANTE: NÃO FIQUEM ATENTOS APENAS AO

CONTEÚDO QUE ESTÁ SENDO EXPOSTO. OBSERVEM OS DETALHES

DE COMO ESTRUTURAMOS A RESPOSTA. NOTEM TODOS OS PASSOS

DO ROTEIRO QUE TROUXEMOS ACIMA. EM CORREÇÕES VEJO QUE

MUITOS ALUNOS TÊM CONHECIMENTO TÉCNICO MAIS ERRAM NA

FORMA DE EXPOR OU DEIXAM DE RESPONDER TÓPICOS POR FALTA

DE ATENÇÃO. EM UMA PROVA VALENDO 100 PONTOS E QUE

CONTENHA, POR EXEMPLO, CINCO TÓPICOS NÃO ESTRUTURADOS

(DIGO QUE NÃO FORAM NUMERADOS PELO EXAMINADOR, MAS

APENAS TRAZ TUDO EM FORMA DE UM TEXTO CORRIDO) E VOCÊ

ESQUECER DE RESPONDER UM, VOCÊ PERDERÁ 20 PONTOS. SIMPLES

ASSIM. POR EXEMPLO: CONCEITUE E DÊ EXEMPLOS DE TAL

ASSUNTO. NOTE QUE SÃO DOIS TÓPICOS: UM É CONCEITUAR O

OUTRO É DAR EXEMPLOS. POR MAIS QUE VOCÊ RESPONDA OS

OUTROS 5 OU 6 TÓPICOS, POR EXEMPLO, QUE ELE TENHA TRAZIDO,

CONCEITUE DE FORMA PERFEITA O ASSUNTO, MAS NÃO DÊ

EXEMPLOS, VOCÊ IRÁ PERDER PONTOS PROPORCIONAIS À

QUANTIADE DE PERGUNTAS. SE ERAM 05, E A PROVA VALE 100

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PONTOS VOCÊ IRÁ PERDER 20 PONTOS. VEJA AINDA, MAIS SUTIL

AINDA, QUE ELE FALA EXEMPLOS, NO PLURAL. SE VOCÊ DER

APENAS UM EXEMPLO VOCÊ PERDERÁ 10 PONTOS.

TEMA 01

Tribunais de Contas - Concurso: TCE-CE - Ano: 2006 - Banca: FCC -

Disciplina: Direito Constitucional - Assunto: Fiscalização Contábil, Financeira e

Orçamentária -

Tribunais de Contas –

Qual é o papel dos Tribunais de Contas? Quais são os objetos de fiscalização?

Quais são as formas de controle administrativo? Como é feito o julgamento das

contas? É possível criação de novos Tribunais de Contas Municipais?

NOTEM QUE O EXAMINADOR TROUXE PERGUNTAS CLARAS E

OBJETIVAS. DESSA FORMA, APENAS RESPONDA CADA UMA DAS PERGUNTAS

DE FORMA DIRETA E OBJETIVA E USANDO AS PALAVRAS CHAVE PARA

INICIAR A RESPOSTA OU O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL.

PADRÃO DE RESPOSTA

Conforme determina a Constituição Federal no seu artigo 70 em conjunto com o artigo 75, o

papel dos Tribunais de Contas é a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial do Poder Executivo e das entidades da administração direta e indireta.

Por sua vez, são objetos de fiscalização a legitimidade, legalidade, economicidade, aplicação

das subvenções e renúncias de receitas. Estarão sujeitos à fiscalização dos Tribunais de Contas

quaisquer pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que utilize, arrecade, guarde, gerencie

ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União, Estados e Municípios

respondam, ou que, em nome destes, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Quanto às formas de controle administrativo, no âmbito da União, dos Estados e dos

Municípios essas podem ser: a. Externo: realizado pelo Poder Legislativo das várias esferas de

Governo, com auxilio dos respectivos Tribunais de Contas; b. Interno: realizado pelos próprios

Poderes da Federação em relação aos seus servidores e órgãos.

Já no que se refere ao julgamento das contas, esse é feito sempre pelo Tribunal e não

constitui decisão judiciária, a decisão é administrativa. Ressalve-se que no caso das contas

prestadas anualmente pelo Presidente da República, o Tribunal de Contas da União, apenas

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apreciará as contas e emitira parecer prévio. Ainda podemos destacar que há consequências legais

decorrentes da desaprovação das contas, como a aplicação das sanções previstas em lei, multa

proporcional, assinação de prazo, sustação do ato impugnado e representação ao órgão

competente.

Por fim, não é possível a criação de novos Tribunais de Contas Municipais. Isso porque a

Constituição Federal è explicita quanto à vedação de se criar Tribunais, Conselhos ou órgãos de

Contas Municipais.

ANALISEMOS O PADRÃO DE RESPOSTA. VEJAM QUE INICIAMOS CADA

UM DOS PARÁGRAFOS COM AS PALAVRAS CHAVE CONTIDAS NAS

PERGUNTAS FEITAS PELO PRÓPRIO EXAMINADOR. DESSA FORMA, NÃO

PERDEMOS TEMPO PENSANDO EM COMO INICIAR E ABORDAR CADA

RESPOSTA E AINDA DEIXAMOS CLARO QUAL PARÁGRAFO RESPONDE CADA

PERGUNTA. POR FIM, OBSERVE QUE NO INÍCIO DE CADA PARÁGRAFO

USAMOS ELEMENTOS DE COESÃO (JÁ NO QUE SE REFERE; QUANTO À; POR

FIM), E DEIXAMOS O TEXTO CLARO E COERENTE.

TEMA 02

Tribunais de Contas - Concurso: TCE-AP - Ano: 2011 - Banca: FCC -

Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Atos Administrativos –

Defina o que significa a convalidação de ato administrativo? É cabível em casos

de ato com desvio de finalidade?

DE INÍCIO PODEMOS EVIDENCIAR QUE A QUESTÃO É BEM SIMPLES E

SEM MAIORES DIFICULDADES. AO RESPONDER QUESTÕES ASSIM, CASO

TRAGA INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES, ESCREVA APENAS O QUE TENHA

EXTREMA RELAÇÃO COM O ASSUNTO EXPOSTO NA QUESTÃO. LEMBRE-SE

DE SEMPRE PRIMEIRAMENTE RESPONDER A PERGUNTA DE FORMA DIRETA

E DEPOIS TRAZER OS FUNDAMENTOS QUE SUSTENTAM A SUA RESPOSTA.

SEMPRE QUE POSSÍVEL TRAGA FONTES OFICIAIS (LEGISLAÇÃO OU

JURISPRUDÊNCIA).

PADRÃO DE RESPOSTA

Convalidação é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal,

com efeitos retroativos à data em que este foi praticado. Busca materializar os princípios da

legalidade, da segurança jurídica, da boa – fé das relações com os administrados, bem como da

presunção de validade e legitimidade dos atos administrativos. Destina-se a aproveitar atos

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administrativos com vícios superáveis, de forma a confirmá-los. A convalidação está prevista na Lei

9.784 (Lei do Processo Administrativo) que assim preconiza: em decisão na qual evidencie não

acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos

sanáveis poderão ser convalidados pela própria administração.

Quando o ato administrativo for praticado com vício de finalidade não é possível a

convalidação. Isto porque se o ato foi praticado contra o interesse público ou com finalidade diversa

da que decorre da lei, não é possível a sua correção. Ora, um ato cuja finalidade se encontra

desvirtuada é um ato que desatende ao fim em razão do qual foi editado, vale dizer, não cumpre o

objetivo jurídico próprio de sua categoria. Exemplo: a finalidade do ato que interdita um prédio sem

condições de segurança é a segurança pública. Assim, a interdição de um prédio em condições de

uso, por motivos de inimizade política, constitui desvio de finalidade e não pode ser convalidada.

ANALISANDO O QUE FIZEMOS, PODEMOS PERCEBER QUE USAMOS AS

PALAVRAS CHAVE LOGO NO INÍCIO DE CADA PARÁGRAFO E RESPONDEMOS

DE FORMA IMEDIATA A PERGUNTA. EM SEGUIDA TROUXEMOS TODOS OS

FUNDAMENTOS QUE AFIRMAM A NOSSA RESPOSTA.

TEMA 03

Tribunais de Contas - Concurso: TCE-RO - Ano: 2010 - Banca: FCC -

Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Ato Administrativo –

Em que difere o ato administrativo vinculado do ato administrativo

discricionário, e como se distinguem anulação e revogação do ato administrativo?

NO CASO DE QUESTÕES COMO ESSA QUE PEDEM QUE DIFERENCIE

DOIS INSTITUTOS, RECOMENDO QUE NÃO APENAS CONCEITUE OS DOIS,

MAS TAMBÉM DEIXEM EVIDENTE A DIFERECIAÇÃO. TODAVIA, HÁ

QUESTÕES QUE A SIMPLES CONCEITUAÇÃO DOS INSTITUTOS JÁ SÃO

SUFICIENTES PARA ISSO. DEPENDERÁ DA ANÁLISE DO CANDIDATO. NESSA

QUESTÃO EU FIZ A DIFERENCIAÇÃO APÓS O CONCEITO. JÁ NO TEMA 06 A

DEFINIÇÃO JÁ FOI SUFICIENTE.

PADRÃO DE RESPOSTA

Os atos vinculados são aqueles que têm o procedimento limitado por disposição de lei,

enquanto os discricionários são aqueles em que o dispositivo normativo permite certa margem de

liberdade para a atividade pessoal do agente público, especialmente no que tange à conveniência e

oportunidade, elementos do chamado mérito administrativo. A discricionariedade como poder da

Administração deve ser exercida consoante determinados limites, não se constituindo em opção

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arbitrária para o gestor público, razão porque, desde há muito, doutrina e jurisprudência repetem

que os atos de tal espécie são vinculados em vários de seus aspectos, tais como a competência,

forma e fim.

Dessa forma, o que difere o ato administrativo vinculado do ato administrativo

discricionário é a margem de liberdade que o agente tem no ato discricionário e não tem no

vinculado, que tem todos os seus requisitos – competência, finalidade, forma, motivo e objeto –

determinados pela lei.

Já quanto ao que distingue anulação de revogação, a anulação se funda em motivos de

legalidade, enquanto a revogação, em motivos de conveniência e oportunidade. Ainda distingue-se

quanto aos seus efeitos, enquanto a anulação tem efeito “ex tunc” e, em regra, não há direito

adquirido, ressalvando-se os terceiros de boa-fé, a revogação tem efeitos “ex nunc” e não pode

atingir direito adquirido.

TEMA 04

Procuradoria Municipal - Concurso: PGM/Recife-PE - Ano: 2014 - Banca: FCC

(adaptada) - Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Administração Direta e

Indireta –

Sobre as duas espécies de empresas estatais reconhecidas pelo ordenamento

jurídico vigente, esclareça: a) a natureza jurídica e o enquadramento das mesmas no

âmbito da Administração Pública; b) as características comumente presentes nessas

espécies e em razão das quais elas se assemelham e se diferenciam entre si e em

relação a outras espécies da Administração descentralizada.

NESSA QUESTÃO TEMOS QUE REDOBRAR A ATENÇÃO. ISSO PORQUE

VEJAM QUE O ITEM B TEM 05 TÓPICOS PRESENTES: SOLICITA AS

CARACTERÍSTICAS ENTRE AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E AS

EMPRESAS PÚBLICAS; COMO ELAS SE ASSEMELHAM ENTRE SI; COMO SE

DIFERENCIAM ENTRE SI; COMO ELAS SE ASSEMELHAM COM OUTRAS

ESPÉCIES DA ADMINSTRAÇÃO DESCENTRALIZADA; COMO SE DIFERENCIAM

COM OUTRAS ESPÉCIES DA ADMINISTRAÇÃO DESCENTRALIZADA. ESSA

ATENÇÃO ESTÁ PRESENTE NO NOSSO ROTEIRO. LER A QUESTÃO COM

ATENÇÃO. COM ATENÇÃO E ORGANIZAÇÃO NÃO HAVERÁ PROBLEMAS

INDEPENDENTE DA QUANTIDADE DE ASSUNTOS ABORDADOS PELA

QUESTÃO.

PADRÃO DE RESPOSTA

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As duas espécies de empresas estatais reconhecidas pelo ordenamento jurídico são as

empresas públicas e as sociedades de economia mista. A natureza jurídica dessas empresas é de

direito privado e se enquadram como entidades dotadas de personalidade jurídica própria,

integrantes da Administração Pública indireta dos entes que as instituem.

Como características das empresas públicas podemos destacar: são instituídas pelo poder

público mediante autorização de lei específica;são constituídas sob qualquer forma jurídica, como

limitada ou sociedade anônima, por exemplo; seu capital é exclusivamente público. Por sua vez, as

características das sociedades de economia mista são: instituídas pelo poder público mediante

autorização legal; são constituídas sob a forma de sociedade anônima; possuem capitais públicos e

privados.

Já como semelhanças podemos destacar que ambas são entidades da administração pública

indireta;suas falências só podem ser decretadas por meio de dispositivo legal; estão isentas de

impostos relacionados a patrimônio, rendas ou serviços relativos às finalidades essenciais destas

empresas; necessitam de concurso público para admissão de seus empregados. Em relação às

diferenças o que distingue a empresa pública da sociedade de economia mista é que, naquela, o

capital é exclusivo das entidades governamentais, ao passo que nas sociedades de economia mista

existe colaboração entre o Estado e os particulares.

As outras espécies da Administração descentralizadas são as fundações e as autarquias. As

sociedades de economia mista e as empresas públicas com elas se assemelham por fazerem parte da

administração pública indireta; apenas poderem ser extintas por meio de dispositivo legal e por

haver necessidade de concurso público para admissão de servidores. Por fim, diferenciam-se porque

as autarquias e fundações são, em contraste com as sociedades de economia mista e fundações

públicas, em regra, de direito público; contratos celebrados precedido de licitação; os bens são

impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis.

OBSERVEM COMO RESPONDEMOS CADA UM DOS TÓPICOS EM

PARÁGRAFOS SEPARADOS E USANDO SEMPRE AS PALAVRAS CHAVE PARA

FAZER A CORRETA DIFERENCIAÇÃO NAS RESPOSTAS DE CADA ITEM

SOLICITADO PELA BANCA.

TEMA 05

Ministério Público Estadual - Concurso: MPE-CE - Ano: 2009 - Banca: FCC -

Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Contratos Públicos –

Responda, justificadamente, quais os fundamentos constitucionais dos contratos

administrativos, abordando a legitimidade de suas cláusulas exorbitantes e a distinção

entre reajuste e revisão de preços e tarifas, assim como os motivos determinantes e a

pessoalidade na execução desses ajustes.

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NESSA QUESTÃO A BANCA NÃO NUMEROU OS TÓPICOS. ENTÃO

DEVEMOS ORGANIZAR OS TÓPICOS. 1) QUAIS OS FUNDAMENTOS

CONSTITUCIONAIS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (NOTEM QUE SÃO

OS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS, E NÃO LEGAIS. CASO RESPONDA

COM OS FUNDAMENTOS LEGAIS A BANCA IRÁ ATRIBUIR NOTA ZERO AO

TÓPICO). 2) LEGITIMIDADE DE SUAS CLÁUSULAS EXORBITANTES. 3)

DISTINÇÃO ENTRE REAJUSTE E REVISÃO DE PREÇOS E TARIFAS. 4) OS

MOTIVOS DETERMINANTES DOS AJUSTES. 5) PESSOALIDADE NA EXECUÇÃO

DESSES AJUSTES. POR FIM, VEJA QUE A BANCA DETERMINA QUE

RESPONDA JUSTIFICADAMENTE.

VEJAM QUE A PRÓPRIA REDAÇÃO DA QUESTÃO FICOU MEIO

CONFUSA NO SEU FINAL. OS MOTIVOS DETERMINANTES SÃO DO AJUSTES. E

QUE AJUSTES SÃO ESSES? SÃO OS REAJUSTES E REVISÃO DE PREÇOS E

TARIFAS. E A BANCA QUER SABER QUAL PESSOALIDADE QUE O

CONTRATADO DEVE EXERCER NA EXECUÇÃO DESSES AJUSTES. AQUI O

CANDIDATO CONHECENDO A MATÉRIA TINHA QUE ENTENDER QUE SE

REFERE À POSSIBILIDADE DE SUBCONTRATAÇÃO. POR ISSO, EM QUESTÕES

ASSIM, EM QUE A PRÓPRIA BANCA TRAZ UMA REDAÇÃO CONFUSA, O

CANDIDATO DEVE LER COM MUITA ATENÇÃO PARA TER CERTEZA QUE

ENTENDEU (OU ADIVINHOU) O QUE O EXAMINADOR QUER. MUITO

INTERESSANTE ESSAS QUESTÃO POR ESSE FATO, QUE PODE

NORMALMENTE ACONTECER,

NO DIA DA PROVA VOCÊ PODE NUMERAR NO PRÓPRIO CADERNO DE

RESPOSTA. NUNCA NA FOLHA DE RESPOSTA.

PADRÃO DE RESPOSTA

Os fundamentos dos contratos administrativos estão previstos na Constituição Federal, essa

determina, em seu artigo 22, que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de

licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,

autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e para as empresas

públicas e sociedades de economia mista.

Já no seu artigo 37, dispõe que as obras, serviços, compras e alienações serão contratados

mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os

concorrentes. Por fim, ainda encontra fundamento no artigo 173, ao dispor que nos casos de

exploração direta de atividade econômica pelo Estado, a lei estabelecerá a forma de licitação e

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contratação de obras, serviços, compras e alienações das empresas públicas, das sociedades de

economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica ou prestação de serviços.

As cláusulas exorbitantes encontram legitimidade na própria Constituição Federal, conforme

disposto acima, e no interesse público. As cláusulas exorbitantes possibilitam estabelecer a distinção

entre os contratos de direito público daqueles de direito privado. Exorbitantes porque ultrapassam

as cláusulas comuns do direito privado, alterando, por ato unilateral da Administração, as

condições pré-estabelecidas e, determinadas cláusulas contratuais, a exemplo das alterações

qualitativas e quantitativas do objeto do ajuste, previstas na Lei 8.666, visando atender o interesse

público, sendo inadmissíveis nos contratos de direito privado, eis que inviabilizam a igualdade

jurídica entre as signatárias dos ajustes dessa espécie.

Quanto à distinção entre reajuste e revisão de preços e tarifas e seus motivos determinantes,

esses objetivam a manutenção do equilíbrio econômico financeiro dos contratos administrativos,

sendo que o reajuste decorre da previsibilidade de inflação razão pela qual o edital da licitação e

respectivo contrato devem estabelecer as condições de reajuste, inclusive a correspondente

periodicidade, se for o caso, bem assim o correspondente índice a ser aplicado. Por outro lado, a

revisão tem lugar quando a Administração altera, unilateralmente, as cláusulas de execução do

contrato, abalando a equação econômica original, ou quando algum evento externo ao contrato,

modifica de forma extraordinária os custos de sua execução.

Por fim, ao que se refere À execução pessoal em face da possibilidade de subcontratação de

parte do objeto contratual, a natureza pessoal dos contratos administrativos não admite, em regra, a

subcontratação, ou seja, o contratado não pode cometer a terceiros a execução do objeto contratual.

Entretanto, o diploma legal disciplinador dos ajustes administrativos admite a subcontratação

parcial do objeto contratual, desde que essa condição esteja prevista no edital da licitação e no

respectivo contrato, observado os limites estabelecidos pela Administração.

PERCEBAM QUE GRANDE PARTE DO TRABALHO DESSA DISCURSIVA

ESTAVA EM ORGANIZAR OS TÓPICOS SOLICITADOS PELO EXAMINADOR.

APÓS ORGANIZAR, APENAS DEVEMOS SEGUIR A SEQUÊNCIA, RESPONDER

USANDO AS PALAVRAS CHAVE (SE POSSÍVEL INICIANDO OS PARÁGRAFOS),

USAR OS ELEMENTOS DE COESÃO (JÁ NO QUE SE REFERE À, QUANTO À,

POR FIM ETC); RESPONDER PRIMEIRO A PERGUNTA E COMPLEMENTAR E

FUNDAMENTAR DEPOIS; FUNDAMENTAR EM FONTES OFICIAIS. E

LOGICAMENTE, MUITO CONHECIMENTO TÉCNICO.

TEMA 06

Ministério Público Estadual - Concurso: MPE-AL - Ano: 2012 - Banca: FCC -

Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Improbidade Administrativa –

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Caracterize os atos de improbidade administrativa, distinguindo dos ilícitos

penais e das demais infrações administrativas e diferencie os atos de improbidade

administrativa que importam enriquecimento ilícito, dos que causam lesão ao erário e

dos que atentam contra os princípios da administração pública, explicitando quais as

respectivas consequências para seus autores e qual procedimento a ser adotado no

processo a que se sujeitam.

ASSIM COMO A QUESTÃO ANTERIOR, NESSA TEMOS QUE ORGANIZAR

OS TÓPICOS. 1) CARACTERIZAR OS ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA; 2) DISTINGUIR DOS ILÍCITOS PENAIS E DAS DEMAIS

INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS; 3) DIFERENCIAR OS ATOS DE

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO

ILÍCITO, DOS QUE CAUSAM LESÃO AO ERÁRIO E DOS QUE ATENTAM

CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 4) EXPLICITAR

QUAIS AS RESPECTIVAS CONSEQUÊNCIAS PARA SEUS AUTORES E QUAL

PROCEDIMENTO A SER ADOTADO NO PROCESSO A QUE SE SUJEITAM.

ESSA ORGANIZAÇÃO, SENDO MUITO REPETITIVO, É EXTREMAMENTE

IMPORTANTE PARA QUE SE TENHA CERTEZA QUE TUDO FOI RESPONDIDO.

UM ÚNICO FATO QUE NÃO TENHA RESPOSTA, POR MAIS SIMPLES E

APARENTEMENTE SEM IMPORTANCIA QUE SEJA, PODE SIGNIFICAR A

PERDA DE MUITOS PONTOS. NORMALMENTE A BANCA DIVIDE A NOTA PELA

QUANTIDADE DE TÓPICOS.

PADRÃO DE RESPOSTA

Umas das principais características dos atos e improbidade administrativa é que o sujeito

passivo deve ser entidade da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes

da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de entidade para cuja

criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do

patrimônio ou da receita anual e entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou

creditício, de órgão público, ou aqueles para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou

concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes

casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Por

sua vez, o ativo seja agente público das entidades referidas ou pessoa que não sendo servidor,

induza ou concorra para a prática do ato ou dele se beneficie.

Ainda podemos destacar como características o fato que deve haver a ocorrência de ato

danoso, causador de enriquecimento ilícito para o sujeito ativo ou de prejuízo para o erário, ou que

atente contra os princípios da Administração Pública, e por fim, o elemento subjetivo culpa ou dolo.

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Distingue-se dos ilícitos penais, porque estes são definidos em tipos e não se confundem com

as demais infrações administrativas que não acarretem os atos danosos referidos na Lei 8429/92,

embora contrárias à lei.

Já as diferenças entre as espécies de atos de improbidade administrativa podem ser expostas

da seguinte forma: as que importam em enriquecimento ilícito são as que o agente auferi qualquer

tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício do cargo, emprego ou função pública

ou no âmbito das demais entidades que podem ser sujeito passivo; as que causam lesão ao erário

são as que qualquer ação ou omissão dolosa ou culposa enseje perda patrimonial, desvio,

apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades acima referidas; e

as que atentam contra os princípios da administração pública são as que, por ação ou omissão,

viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade as instituições públicas.

Quanto às respectivas consequências, essas são: no caso de enriquecimento ilícito, perda dos

bens acrescidos ilicitamente, indenização, perda de função e suspensão dos direitos políticos e

pagamento de multa civil;em se tratando de lesão ao erário, ressarcimento integral, perda da

função, suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa civil;e sendo casos que atentam

contra os princípios da administração, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e

pagamento de multa civil. O enquadramento pode dar-se isoladamente, ou cumulativamente em duas

ou nas três modalidades de infrações.

Por fim, o procedimento a ser adotado, esse pode ser administrativo, na conformidade da Lei

8.112/90, ou judicial, quando necessária aplicação de sanções pecuniárias ou perdimento de bens.

Nesses casos, cabe o sequestro cautelar de bens e a ação principal seguirá o rito ordinário.

FAÇO MAIS UMA OBSERVAÇÃO. COMO DITO NO TEMA 03, NORMALMENTE

QUANDO A BANCA PEDE PARA DIFERENCIAR DOIS INSTITUTOS,

CARACTERIZAMOS, DEFINIMOS ESSES INSTITUTOS SEPARADAMENTE.

SENDO POSSÍVEL, APÓS DEFINIR TRAGA A PRINCIPAL DIFERENÇA.

TODAVIA, QUANDO A PRÓPRIA DEFINIÇÃO É A DIFERENÇA ENTRE OS

INSTITUTOS, COMO NO CASO DA QUESTÃO EM ANÁLISE, A BANCA TEM

PONTUADO NORMALMENTE E NÃO HÁ NECESSIDADE DESSA

DIFERENCIAÇÃO EXPRESSA. MAS SEMPRE USE AS PALAVRAS CHAVE. NOTE

QUE INICIO O PARÁGRAFO DIZENDO:JÁ AS DIFERENÇAS...

TEMA 07

Procurador Autárquico - Concurso: ARCE - Ano: 2012 -

Banca: FCC - Disciplina: Direito Constitucional - Assunto: Controle de

Constitucionalidade –

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Os pressupostos constitucionais de urgência e relevância das medidas

provisórias editadas pelo Presidente da Republica podem ser analisados pelo Supremo

Tribunal Federal em sede de controle de constitucionalidade concentrado? Explique.

QUESTÃO COM PERGUNTA ÚNICA. MAS DEVE SER MUITO BEM

FUNDAMENTADA. O EXAMINADOR CERTAMENTE IRÁ DIVIDIR OS PONTOS

DA QUESTÃO ENTRE O ACERTO DA RESPOSTA E A FUNDAMENTAÇÃO. POR

LÓGICA, A RESPOSTA E A FUNDAMENTAÇÃO ESTÃO EXTREMAMENTE

VINCULADOS. O PROBLEMAS DESSE TIPO DE QUESTÃO É QUE SE A

RESPOSTA FOR SIM E VOCÊ RESPONDER NÃO, A BANCA PODE ATRIBUIR

NOTA ZERO À SUA DISCURSIVA. EM QUESTÕES COM VÁRIOS TÓPICOS VOCÊ

SÓ PERDE OS PONTOS REFERENTES AO TÓPICO.

PADRÃO DE RESPOSTA

Os pressupostos constitucionais de urgência e relevância das medidas provisórias editadas

pelo Presidente da República podem ser analisados pelo Supremo Tribunal Federal em sede de

controle de constitucionalidade concentrado. Todavia, pelo fato de esta analise estar, inicialmente,

no campo da discricionariedade política, o STF exerce sua competência jurisdicional de maneira

excepcional, apenas se constatar, objetivamente, que há abuso de poder de legislar ou desvio de

finalidade na edição de medida provisória, a fim de impedir o desequilíbrio entre os Poderes do

Estado e, dessa forma, cumprir seu papel de guardião dos princípios constitucionais.

Ao editar uma medida provisória, o Presidente da Republica realiza uma função atípica.

Assim, o exercício dessa competência legislativa é excepcional e se justifica mediante a presença

dos pressupostos constitucionais de urgência e relevância quando da edição desses atos normativos.

Portanto, o Presidente da República, por meio de sua discricionariedade política, é quem primeiro

aponta a existência de urgência e relevância a justificar a edição de uma medida provisória.

Posteriormente, caberá ao Congresso Nacional, também com base em sua

discricionariedade política, confirmar a presença dos pressupostos constitucionais da MP. Segundo

o art. 62, da CF/68 a deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito

das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos

constitucionais. Portanto, o Congresso Nacional é o fiscal político que ratifica a presença de

urgência e relevância na edição de uma medida provisória e, caso entenda que estes pressupostos

constitucionais não estão presentes, devera rejeitar a MP. Então apenas excepcionalmente o STF

pode analisar os pressupostos constitucionais.

Agora irei trazer 04 temas inéditos. Criei esses temas, não pela importância do

conteúdo, mas pela forma de abordagem, que considero uma das mais difíceis, quando

a banca simplesmente pede para discorrer sobre determinado assunto e nada mais.

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Nesse tipo de questão a atenção deve ser redobrada pois é o próprio candidato que

deverá decidir o que tem importância ou não.

TEMA 08

Questão inédita. Assunto: garantias fundamentais.

Discorra sobre o “habeas corpus”.

PADRÃO DE RESPOSTA * Bibliografia: Professor Roberto Troncoso

A Constituição dispõe em seu art. 5º que será concedido "habeas-corpus" sempre que alguém

sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por

ilegalidade ou abuso de poder. Assim, o habeas corpus é uma ação usada para proteger o direito de

ir e vir, o direito de liberdade. No “habeas corpus” há a figura do impetrante, do paciente e do

impetrado.

O impetrante é o nome de quem entra com a ação, é o legitimado ativo para entrar com o

habeas corpus. Assim, pode-se entrar com habeas corpus para proteger o direito de liberdade

próprio ou de terceiros. Além disso, qualquer pessoa pode entrar com essa ação: pessoa física,

jurídica, nacional, estrangeira, capaz ou não, Ministério Público. Não há necessidade dessas

pessoas serem representadas por advogado. No habeas corpus, não existe qualquer formalidade

processual ou instrumental.

Por sua vez, o paciente é a pessoa em favor de quem se entra com o habeas corpus. Como

paciente, só se admite que sejam pessoas físicas. Assim, não cabe o HC para proteger pessoa

jurídica, pois o direito de liberdade não se aplica a elas.

Já o impetrado é o legitimado passivo da ação, ou seja, contra quem se entra com a ação. O

legitimado passivo pode ser autoridade pública que cometa ilegalidade ou abuso de poder ou o

particular que cometa ilegalidade. Como exemplo de particular contra quem pode ser impetrado o

“habeas corpus”, temo o caso de retenção ilegal de paciente em hospital particular em que se

encontra internado até que seja paga a conta.

O “habeas corpus” pode ser usado para proteger a liberdade de alguém antes ou depois

desse direito ser indevidamente violado. Assim, se alguém já teve sua liberdade indevidamente

restrita, o HC se chama repressivo ou liberatório. Por outro lado, quando alguém está prestes a ter

sua liberdade indevidamente violada, o HC será chamado de preventivo ou salvo conduto. Para

garantir uma maior proteção a esse direito sensível, o HC é sempre gratuito e é cabível contra ato

omissivo ou comissivo.

COMENTÁRIOS:

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TROUXE ESSA QUESTÃO PORQUE ESSE TIPO DE QUESTÃO É UMA DAS

MAIS DIFÍCEIS DE ESTRUTURAR (ELABORAR) UMA RESPOSTA. TANTO QUE

NO ROTEIRO QUE FIZEMOS, E QUE VOCÊS DEVEM SEGUIR, CONSTAM

VÁRIOS ITENS QUE DEVEM SER SEGUIDOS PARA QUESTÕES EM QUE O

EXAMINADOR TRAZ UMA QUESTÃO COM TEMA CENTRAL E PEDE QUE

SEJAM ABORDADOS ALGUNS ITENS. ESSE TIPO DE QUESTÃO É A MAIS

COMUM. NO ENTANTO, O EXAMINADOR PODE APENAS DIZER: DISCORRA

SOBRE TAL ASSUNTO. CONSIDERO DIFÍCIL PORQUE VOCÊ NÃO TEM UMA

SEQUÊNCIA DE ASSUNTOS QUE O EXAMINADOR QUER QUE VOCÊ ABORDE.

VOCÊ QUE DEVERÁ DECIDIR QUAIS OS ASPECTOS QUE SÃO MAIS

IMPORTANTES E QUE DEVERÃO SER ABORDADOS.

EM CASOS ASSIM, VOCÊ PODE INICIAR CONCEITUANDO OU

CARACTERIZANDO O TEMA CENTRAL DA QUESTÃO (LEMBRE-SE DE SEMPRE

TRAZER O FUNDAMENTO FORMAL DA SUA RESPOSTA). ASSIM, NOTE QUE

INICIAMOS COM A CARACTERIZAÇÃO DO “HABEAS CORPUS” CONSTANTE

NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E EM SEGUIDA TROUXEMOS ALGUNS

ASPECTOS QUE FORAM ABORDADOS (COMPLEMENTADOS) NOS

PARÁGRAFOS POSTERIORES. DESSA FORMA, RESPONDEMOS TRAZENDO

TODOS OS ASPECTOS QUE CARACTERIZAM O “HABEAS CORPUS”. TODAS AS

INFORMAÇÕES ESSENCIAIS FORAM ABORDADAS. VEJAM QUE APESAR DE

NÃO HAVER ITENS QUE DEVERIAM SER ABORDADOS, NA INTRODUÇÃO,

CRIAMOS EM PARTE OS ITENS QUE ESTRUTURARAM OS PARÁGRAFOS

SEGUINTES (CRIAMOS OS TÓPICOS). O TEXTO FICOU COERENTE E TEM

UMA SEQUÊNCIA LÓGICA. A RESPOSTA FOI CLARA E OBJETIVA. PREFIRO

NÃO FAZER ABORDAGENS HISTÓRICAS, SOCIAIS ETC. TEMOS QUE SER

OBJETIVOS E DIRETOS. O QUE QUERO DIZER É QUE EM UMA LEITURA

SOBRE “HABEAS CORPUS” SEMPRE SERÃO ENCONTRADAS ESSAS

INFORMAÇÕES, POIS É ISSO QUE CARACTERIZA ESSE INSTITUTO. MUITA

ATENÇÃO NESSE TIPO DE QUESTÃO. EM SÍNTESE, NESSE TIPO DE QUESTÃO,

CONCEITUE, CARACTERIZE, DELIMITE O TEMA CENTRAL E DESENVOLVA OS

PARÁGRAFOS SEGUINTES COM OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DO INSTITUTO.

CRIE OS TÓPICOS E ASPECTOS QUE VOCÊ IRÁ ABORDAR. SIGA UMA

SEQUÊNCIA LÓGICA, COERENTE E COESA.

SEGUEM OUTROS TEMAS COM ESSA MESMA CARACTERÍSTICA. NÃO

IREMOS FAZER COMENTÁRIOS TENDO EM VISTA QUE SERIA REPETITIVO.

MAS COMO JÁ DITO, NÃO APENAS LEIAM O PADRÃO DE RESPOSTA, E SIM,

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PROCUREM NOTAR QUE SEGUIMOS EXATAMENTE O QUE ENSINAMOS ATÉ

AGORA PARA ELABORAR O MODELO DE RESPOSTA.

TEMA 09 – Questão inédita. Assunto: garantias fundamentais.

Discorra sobre o “habeas data”.

PADRÃO DE RESPOSTA * Bibliografia: Professor Roberto Troncoso

A Constituição dispõe em seu art. 5º, dispõe que será concedido "habeas-data" para

assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros

ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; e para a retificação de

dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Pode entrar com o habeas data qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira

que pretenda acessar, retificar ou complementar informações relativas à sua pessoa constantes de

banco de dados público ou de caráter público.

Em regra, esta ação é personalíssima, ou seja, somente pode entrar com o HD no Poder

Judiciário o titular do direito. No entanto, excepcionalmente, o cônjuge e os herdeiros do falecido

podem impetrá-lo quando se pretende acessar, retificar ou complementar informações relativas a

pessoas já falecidas. Ressalte-se que para se impetrar um Habeas Data é necessário um advogado.

Por sua vez, o legitimado passivo do habeas data é a pessoa jurídica de direito público ou

privado que controla o banco de dados.

Destaque-se que o princípio do livre acesso ao Judiciário garante que, em regra, não é

necessário que se entre na via administrativa para que se possa entrar no Poder Judiciário. No

entanto, o habeas data é uma exceção a essa regra. É necessário que, antes de se entrar com HD,

haja a recusa na via administrativa.

O habeas data ainda é diferente dos direitos de certidão e de petição. Desse modo, ele não

serve para se obter uma declaração ou mesmo para pedir algum direito, como é o direito de

certidão e petição. O HD se presta para acessar, retificar ou complementar informações relativas à

pessoa do impetrante, que estejam em um banco de dados públicos ou de caráter público.

TEMA 10 – Questão inédita – Assunto: garantias fundamentais.

Discorra sobre o mandado de segurança.

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PADRÃO DE RESPOSTA * Bibliografia: Professor Roberto Troncoso

A Constituição dispõe em seu art. 5º, LXIX será concedido mandado de segurança para

proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o

responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica

no exercício de atribuições do Poder Público.

O legitimado ativo do mandado de segurança é o detentor do direito líquido e certo. Dessa

forma podem ser pessoas físicas e jurídicas, órgãos públicos despersonalizados com capacidade

processual , universalidades de bens e direitos que não possuem personalidade, mas possuem

capacidade processual, agentes políticos, Ministério Público e órgãos públicos de grau superior na

defesa de suas atribuições. Para entrar com MS o legitimado ativo necessitará sempre de advogado.

Já o legitimado passivo do mandado de segurança é a autoridade coatora, ou seja, quem

praticou o ato ilegal. Caso tenha havido delegação para a execução de algum ato, o sujeito passivo

será sempre a autoridade DELEGADA e nunca o delegante.

Importante destacarmos que cabe mandado de segurança contra lesão a um direito liquido e

certo ou contra uma ameaça de lesão. assim, o ms poderá ser repressivo ou preventivo. Outra

observação importante é que o direito tem que ser líquido e certo em relação à matéria de fato. Já a

matéria de direito, por mais complexa que seja, pode ser analisada em mandado de segurança.

Ressalte-se que não cabe mandado de segurança para atacar decisão judicial se existe outro

meio eficaz de sanar a lesão, ou seja, não cabe MS contra decisão judicial da qual caiba recurso

com efeito suspensivo. De igual modo, também não cabe MS contra decisão judicial transitada em

julgado, em respeito à segurança jurídica. Em regra, não cabe MS contra lei em tese. No entanto,

excepcionalmente, cabe MS contra lei de efeitos concretos.

TEMA 12 – Questão inédita - Assunto: responsabilidade civil do Estado.

Discorra sobre a evolução doutrinária das teorias de responsabilidade civil do

Estado.

PADRÃO DE RESPOSTA

A responsabilidade civil do Estado é aquela que gera a obrigação de reparar danos

causados a terceiros em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou

jurídicos, lícitos ou ilícitos imputáveis aos agentes públicos. Sua evolução doutrinária vai da teoria

da irresponsabilidade do Estado, passando pelas teorias da responsabilidade com culpa civil do

Estado; teoria da culpa administrativa ou culpa anônima; teoria do risco administrativo, até a

teoria do risco integral.

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No início vigorava a teoria da irresponsabilidade do Estado, o Estado não era civilmente

responsabilizado pelos danos causados pelos seus agentes. Essa teoria era adotada na época dos

estados absolutistas, despóticos.

No entanto, essa teoria foi superada e surgiu a teoria da responsabilidade com culpa civil do

Estado. Segundo essa teoria, o Estado responderia apenas pelos prejuízos decorrentes de seus atos

de gestão, desprovidos de supremacia estatal, praticados pelos seus agentes, não respondendo,

contudo, pelos atos de império, regidos por normas de direito especial, exorbitantes do direito

comum. Ressalte-se que o Estado apenas respondia pelos danos causados por seus agentes com

culpa ou dolo destes.

Por sua vez, a teoria da culpa administrativa ou culpa anônima, representou uma evolução

da responsabilidade civil do Estado. O principal acréscimo na construção teórica foi quanto à

desnecessidade de se fazer diferença entre os atos de império e os de gestão. Independentemente de

qual categoria de ato se tratasse, ocorrendo o prejuízo, o Estado responderia por este, desde que

possuísse culpa quanto à situação.

Já a teoria do risco administrativo diz que o Estado tem o dever de indenizar o dano sofrido

por terceiro causado pelo Estado, independente da falta do serviço ou de culpa dos agentes

públicos. Essa teoria tem fundamento na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37. Segundo a

CF/88 as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços

públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,

assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Por fim, a teoria do risco integral consiste em uma modalidade extrema da teoria risco

administrativo. No risco integral, a Administração fica obrigada a indenizar os prejuízos suportados

por terceiros, ainda que resultantes de culpa exclusiva da vítima, de eventos da natureza, ou de fato

exclusivo de terceiros. De acordo com essa teoria, o Estado tem o dever de indenizar o dano sofrido

de forma injusta pelo particular, independente de falta do serviço ou de culpa dos agentes públicos.

Comentários:

Observem que definimos o tema central e em seguida já criamos a estrutura que

deveríamos seguir para os próximos parágrafos (Sua evolução doutrinária vai da

teoria da irresponsabilidade do Estado, passando pelas teorias da responsabilidade

com culpa civil do Estado; teoria da culpa administrativa ou culpa anônima; teoria

do risco administrativo, até a teoria do risco integral). Em seguida escrevemos em

parágrafos separados sobre cada uma das teorias. O texto ficou coerente e coeso.

Usamos os elementos de coesão: no entanto, por sua vez, por fim. Importante: o

conhecimento do conteúdo é de extrema importância. Saber como estruturar e expor

seu conhecimento não será o bastante se o conteúdo não for estudado. Da mesma

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forma, estudar todo o conteúdo e não saber como estruturar e expor as ideias, você

corre o risco de não atingir o mínimo necessário para a aprovação.

TEMAS DE OUTRAS BANCAS

TEMA 01

(2010/Auditor-Fiscaldo Trabalho) O artigo 2.º da Constituição da República

Federativa do Brasil assim dispõe: “São Poderes da União, independentes e

harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre o tema

INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando

obrigatoriamente os seguintes tópicos:

a) harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio

da indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?

b) independência entre os poderes – absoluta ou relativa?

c) sistema de freios e contrapesos;

d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos

Extensão: de 15 a 30 linhas.

Observem que temos 04 tópicos a serem abordados e objetivamente

respondidos. E aqui faço mais uma observação. Porque eu digo objetivamente

respondido. Digo isso porque o examinador não quer que você faça um texto que

depois vire um Best-seller. O examinador não quer chorar de emoção ao ler a sua

discursiva. Ele apenas quer que você responda a questão conforme foi pedido. Por

isso, vá direto ao que o examinador está pedindo. Responda a questão sem fazer

invenções.

Sempre fundamente a sua resposta. Demonstre que a resposta é técnica, baseada

em fontes “oficiais”. Use frases como, por exemplo: conforme determina a CF/88; de

acordo com a Lei 8.666; conforme vem decidindo o STF; de acordo com decisões

recentes do STF. Por isso, é importante que os temas centrais da legislação, doutrina e

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jurisprudência sejam aprendidos, para que na hora da prova discursiva você tenha

segurança em fazer as afirmações.

Vamos ao modelo de resposta com os comentários:

MODELO DE RESPOSTA

A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito, determinando a

Constituição Federal de 1988 (CF/88) que são Poderes da União, independentes e harmônicos

entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Como se depreende, há independência e

HARMONIA ENTRE OS PODERES, acarretando uma DIVISÃO DE FUNÇÕES ENTRE OS

ÓRGÃOS DE PODER. Dessa forma, de acordo com a melhor doutrina, o Executivo é o responsável

pela execução das políticas e programas de governo; o Judiciário em dizer de forma definitiva qual

o direito a ser aplicado; e o Legislativo em fiscalizar e criar as leis.

As FUNÇÕES típicas de cada Poder são INDELEGÁVEIS, de acordo com a clássica

tripartição de poderes de Montesquieu. Essas funções estatais legislativa, judicial e executiva

deveriam ser distribuídas de forma rígida ou absoluta por órgãos distintos e independentes, não

podendo um Poder delegar a outro uma competência que lhe é essencial. No entanto, no atual

sistema constitucional brasileiro o PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE de funções não é

absoluto, mas relativo, sendo exemplo disso a possibilidade de o Legislativo delegar ao Executivo a

responsabilidade de legislar determinadas matérias, conforme prevê a CF/88.

Vamos analisar os parágrafos que acabamos de estruturar.

Observe que respondemos a questão com fundamento em fontes “oficiais”.

Inicio deixando manifesto que a afirmação está contida na Constituição Federal de 88

(CF/88). Logo no parágrafo seguinte ao falar da indelegabilidade de funções cito

Montesquieu que foi o grande teórico do assunto tratado na questão. Ainda foi

possível encerrar o parágrafo dizendo “conforme prevê a CF/88”. Dessa forma, você

demonstra ao examinador que você tem conhecimento sobre o assunto que está

escrevendo.

Veja também as palavras em letras maiúsculas. São as palavras chave constantes

na questão. Dessa forma fica facilmente perceptível ao examinador a resposta

correspondente de cada tópico por ele solicitado. Como o primeiro tópico continha

dois assuntos, separamos cada um num parágrafo. Não misture assuntos diferentes

num mesmo parágrafo.

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Uma dificuldade muito comum quando estamos fazendo uma prova discursiva é

como iniciar a questão. E aqui digo que é muito simples. Inicie a questão com as

palavras contidas no próprio tema proposto. Você não precisa inventar algo novo. Vá

direto ao assunto. Use palavras e expressões já constantes no texto trazido pelo

examinador. Note que foi exatamente o que eu fiz no início do primeiro parágrafo.

Começo praticamente apenas repetindo o que o examinador trouxe na questão. Alias,

assim recomendo que façam. Não inventem. Com isso superamos a fase inicial e

podemos prosseguir com mais tranquilidade.

Ainda chamo a atenção de vocês para mais uma coisa. Temos no tópico “a”

praticamente 04 temas. A princípio pode parecer (numa leitura mais apressada,

principalmente no calor da prova) que você deve falar somente sobre “harmonia entre

os poderes” e “princípio da indelegabilidade”. Mas temos que falar ainda sobre a

“divisão de funções entre os órgãos de poder” e “se a indelegabilidade de funções é

absoluta ou relativa”. É percebível que no primeiro parágrafo começo falando da

“harmonia entre os poderes” e termino com a “divisão de funções entre os órgãos de

poder”. Já no segundo parágrafo inicio sobre a “indelegabilidade de funções” e fecho

com se essa é relativa ou absoluta. Analisando os 02 parágrafos reparem que tudo o

que o examinador pediu foi respondido. Com a prática essas análises e a sequência do

roteiro que passei ficam automáticas.

No segundo tópico temos: b) independência entre os poderes – absoluta ou relativa?

MODELO DE RESPOSTA

A independência entre os Poderes não ocorre de forma absoluta, pois o que de fato acontece

é uma interdependência e harmonia, como bem determina a CF/88, demonstrando que a

independência entre eles é apenas relativa. Um Poder limita o outro na medida em que a própria

CF/88 criou mecanismos de controle de um Poder sobre o outro. Todavia, como já decidiu o STF

inúmeras vezes, essa independência é relativa apenas nas hipóteses constitucionalmente previstas.

Nos casos não previstos na Constituição não pode um Poder interferir no outro.

Analisemos mais esse parágrafo.

O tópico pergunta objetivamente se a independência entre os poderes é absoluta

ou relativa. Sendo assim, respondemos de forma objetiva e direta. Note que já

iniciamos respondendo: “A independência entre os Poderes não ocorre de forma

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absoluta”. Não demore a responder o que o examinador perguntou. Sempre que

possível já responda na primeira linha. O restante do parágrafo apenas irá sustentar sua

afirmação. Alias você deve AFIRMAR. Não deixe a sua resposta subentendida. Note

ainda que todo o parágrafo é alicerçado em fontes “oficiais”. No caso, sustentamos

nossa resposta na Constituição e em decisões do STF.

No tópico seguinte temos: c) sistema de freios e contrapesos;

MODELO DE RESPOSTA

Esses mecanismos de controle, supracitados, que a doutrina passou a chamar de sistema de

freios e contrapesos, são responsáveis em manter o Estado Democrático de Direito. Esse sistema faz

com que haja o devido equilíbrio capaz de evitar que um Poder extrapole ao exercer sua função.

Como exemplo do sistema de freios e contrapesos temos: o controle de constitucionalidade exercido

pelo Judiciário sobre às normas criadas pelo Legislativo; a fiscalização exercida pelo Legislativo,

por meio do Tribunal de Contas, sobre os atos do Judiciário e do Executivo; a possibilidade de o

Legislativo constituir Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ações do Executivo ou

Judiciário; a sanção exercida pelo Executivo quanto às leis elaboradas pelo Legislativo.

Por último temos: d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos

MODELO DE RESPOSTA

No sistema brasileiro há várias exceções ao princípio da divisão dos Poderes. Como

exemplo, podemos citar: as medidas provisórias publicadas pelo Poder Executivo; o julgamento do

Presidente da República pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade; a iniciativa de lei aos

tribunais superiores nos casos previstos na CF/88; o exercício da função executiva pelo Judiciário e

Legislativo quando esses organizam seus serviços internos.

Nos dois últimos parágrafos, mais uma vez, é fácil notar que fomos direto às

respostas. Constate que já na primeira ou no máximo na segunda linha as palavras

chave, núcleo da pergunta do examinador, são repetidas. Não há dificuldade em

localizar em que parágrafo ou em que parte do texto está a resposta a cada tópico.

Trazemos agora a resposta completa para melhor observação:

(2010/Auditor-Fiscaldo Trabalho) O artigo 2.º da Constituição da República Federativa do

Brasil assim dispõe: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o

Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

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A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre otema

INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando obrigatoriamente os

seguintes tópicos:

a)harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio da

indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?

b)independência entre os poderes – absoluta ou relativa?

c)sistema de freios e contrapesos;

d)exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos

A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito, determinando

a Constituição Federal de 1988 (CF/88) que são Poderes da União, independentes e harmônicos

entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Como se depreende, há independência e

HARMONIA ENTRE OS PODERES, acarretando uma DIVISÃO DE FUNÇÕES ENTRE OS

ÓRGÃOS DE PODER. Dessa forma, de acordo com a melhor doutrina, o Executivo é o responsável

pela execução das políticas e programas de governo; o Judiciário em dizer de forma definitiva qual

o direito a ser aplicado; e o Legislativo em fiscalizar e criar as leis.

As FUNÇÕES típicas de cada Poder são INDELEGÁVEIS de acordo com a clássica

tripartição de poderes de Montesquiel. Essas funções estatais legislativa, judicial e executiva

deveriam ser distribuídas de forma rígida ou absoluta por órgãos distintos e independentes, não

podendo um Poder delegar a outro uma competência que lhe é essencial. No entanto, no atual

sistema constitucional brasileiro o PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE de funções não é

absoluto, mas relativo, sendo exemplo disso a possibilidade de o Legislativo delegar ao Executivo a

responsabilidade de legislar determinadas matérias, conforme prevê a CF/88.

A independência entre os Poderes não ocorre de forma absoluta, pois o que de fato acontece

é uma interdependência e harmonia, como bem determina a CF/88, demonstrando que a

independência entre eles é apenas relativa. Um Poder limita o outro na medida em que a própria

CF/88 criou mecanismos de controle de um Poder sobre o outro. Todavia, como já decidiu o STF

inúmeras vezes, essa independência é relativa apenas nas hipóteses constitucionalmente previstas.

Nos casos não previstos na Constituição não pode um Poder interferir no outro.

Esses mecanismos de controle, supracitados, que a doutrina passou a chamar de sistema de

freios e contrapesos, são responsáveis em manter o Estado Democrático de Direito. Esse sistema faz

com que haja o devido equilíbrio capaz de evitar que um Poder extrapole ao exercer sua função.

Como exemplo do sistema de freios e contrapesos temos: o controle de constitucionalidade exercido

pelo Judiciário sobre às normas criadas pelo Legislativo; a fiscalização exercida pelo Legislativo,

por meio do Tribunal de Contas, sobre os atos do Judiciário e do Executivo; a possibilidade de o

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Legislativo constituir Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ações do Executivo ou

Judiciário; a sanção exercida pelo Executivo quanto às leis elaboradas pelo Legislativo.

No sistema brasileiro há várias exceções ao princípio da divisão dos Poderes. Como

exemplo, podemos citar: as medidas provisórias publicadas pelo Poder Executivo; o julgamento do

Presidente da República pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade; a iniciativa de lei aos

tribunais superiores nos casos previstos na CF/88; o exercício da função executiva pelo Judiciário e

Legislativo quando esses organizam seus serviços internos.

TEMA 02 CESPE 2008

A Constituição de 1988 consagrou uma série de princípios e estabeleceu um

conjunto de regras atinentes à relação entre a administração e os servidores. Um

dos aspectos mais relevantes diz respeito à investidura em cargo ou emprego público,

seja mediante concurso público, seja para os chamados cargos em comissão.

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um

texto dissertativo acerca do ingresso no serviço público a partir dos princípios da

administração. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

a) principais princípios da administração pública na Constituição Federal;

b) formas principais de ingresso no serviço público;

c) relações entre formas de ingresso e princípios da administração

descritos.

Extensão máxima: 30 linhas.

MODELO DE RESPOSTA

Os principais princípios da administração pública estão previstos no art. 37 da Constituição

Federal de 1988 (CF/88). São eles a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência. A legalidade determina que a administração deve seguir os ditames constantes na lei; a

impessoalidade está relacionada à isonomia, garantindo a todos iguais direitos e oportunidades; a

moralidade liga-se à ética, à honestidade e à probidade que deve guiar os atos públicos; a

publicidade orienta que os atos da administração devem ser públicos; a eficiência atribui o dever da

administração zelar pela melhor aplicação dos recursos disponíveis. Outro princípio de grande

relevância previsto na CF/88 é o princípio do concurso público. Esse apenas não será observado

nos casos constitucionalmente previstos.

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As formas principais de ingresso no serviço público, além do concurso público, são: o

exercício de mandato eletivo – legislativo e chefes do executivo; quinto constitucional para ingresso

de magistrados nos tribunais; processo seletivo simplificado para os agentes de endemias; serviços

público temporário no caso de relevância necessidade; os cargos em comissão.

As formas de ingresso se relacionam diretamente com os princípios da administração

pública descritos. Ao seguir apenas os casos constitucionalmente previstos para ingresso no serviço

público o administrador respeita o principio da legalidade. A impessoalidade será atendida, pois os

servidores não são escolhidos de maneira livre pelo administrador, ressalvados os casos de livre

nomeação e exoneração. Dessa forma, a administração será mais eficiente, tendo em vista que para

ingressar no serviço é necessário que haja mérito, e não a simples troca de favores ou indicações

políticas.

Todas as formas de ingresso devem seguir formas determinadas de divulgação aos

interessados e publicados seus resultados. Sendo assim, temos a moralização da administração

pública que passa a seguir a finalidade pública e não aos interesses particulares. De maneira a

melhor expressar os princípios da eficiência, moralidade e impessoalidade o Supremo Tribunal

Federal publicou súmula vinculante que proíbe o exercício de cargos comissionados a parentes das

autoridades nomeantes, inclusive nos casos de nomeações cruzadas.

Vamos analisar o que fizemos. Note que não fizemos introdução nem

conclusão. Isso porque o assunto abordado é extenso. Há muita coisa que se pode falar

sobre princípios e formas de ingresso na Administração Pública. Fomos direto à

resposta. Sem demora. Iniciamos cada parágrafo exatamente usando as mesmas

palavras de cada tópico. Dessa forma, o examinador terá facilidade em achar as

respostas.

No primeiro tópico falamos e descrevemos cada um dos principais princípios

previstos na Constituição Federal bem como em que artigo se encontra. O fundamento

é a própria Constituição. No segundo parágrafo trouxemos as principais formas de

ingresso no serviço público. Todos estão previstos na Constituição (fundamento da

resposta). No terceiro e quarto parágrafos fizemos a relação entre as formas de

ingresso no serviço público com os princípios da administração. E ainda trouxemos

súmula do STF sobre o assunto.

Qualquer pessoa mesmo que não conheça o assunto consegue encontrar a

resposta a cada pergunta. Tanto pelas palavras chave usadas no início de cada

parágrafo quanto por seguir a mesma sequência trazida pelo examinador. Dessa forma,

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você não terá problemas em estruturar a sua dissertação. Não terá problemas nem

dúvidas de como iniciá-la.

TEMA 03 CESPE

Considerando sinônimos os conceitos de “Administração centralizada” e

“Administração direta”, bem como a identidade de significado entre os termos

“Administração descentralizada” e “Administração indireta”:

a) descreva 02 (dois) elementos distintivos entre a descentralização e a

desconcentração administrativa;

b) discorra sobre a existência de relação hierárquica ou de controle ou tutela

entre a Administração central e os respectivos entes administrativos descentralizados,

e

c) indique um exemplo de desconcentração administrativa no âmbito da

organização da estrutura administrativa federal brasileira.

Extensão máxima: 20 linhas.

MODELO DE RESPOSTA

A Administração Pública realiza suas atribuições de forma direta ou centralizada, por meio

dos próprios órgãos, num processo de desconcentração, exemplo dos vários Ministérios, na esfera

federal; ou de forma indireta ou descentralizada, nesse caso por intermédio de novas pessoas

jurídicas, exemplo das autarquias e fundações públicas.

Dois dos principais elementos distintivos entre a descentralização e a desconcentração

administrativa são que nessa a distribuição do exercício de funções ocorre dentro do próprio ente

ou da mesma pessoa jurídica enquanto naquela é criada uma nova pessoa jurídica ou transferida a

execução do serviço à particular por meio de concessão, permissão ou autorização. Outro elemento

distintivo é que na desconcentração há hierarquia entre os órgãos e na descentralização essa

hierarquia não existe.

Não há existência de relação hierárquica entre a Administração central e os respectivos

entes administrativos descentralizados. Todavia, ocorre controle ou tutela do ente central sobre os

entes descentralizados. Isso acontece porque é o ente central o responsável pelos serviços, tendo

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apenas transferido a execução a terceiros. Ressalte-se, que esse controle ou tutela é realizado nos

devidos limites da lei.

Como exemplo de desconcentração administrativa no âmbito da organização da estrutura

administrativa federal brasileira tem-se a desconcentração realizada da União para os Ministérios.

Esse tipo de desconcentração é denominado por matéria e acontece pelo fato de haver uma grande

variedade de serviços a cargo da União.

TEMA 04 CESPE

Redija um texto dissertativo, acerca do tema seguinte:

AGÊNCIAS REGULADORAS CRIADAS PELA UNIÃO:

CARACTERÍSTICAS E FINALIDADES.

Em sua dissertação, devem ser contemplados, necessariamente, os seguintes

aspectos:

a) natureza jurídica;

b) especialização técnica;

c) independência;

d) poder normativo.

Extensão máxima: 20 linhas.

MODELO DE RESPOSTA

Com a transferência de serviços públicos do âmbito da União para o particular, houve a

necessidade de serem criadas as agências reguladoras com a finalidade de fiscalizar e controlar o

setor a que a lei lhe atribuiu. (INTRODUÇÃO)

A natureza jurídica das agências reguladoras é de autarquia sob o regime especial. Esse

regime ocorre pelo fato de as agências terem maior autonomia, independência e prerrogativas que

as autarquias em geral. (RESPOSTA TÓPICO “A”. INICIANDO COM AS PALAVRAS CHAVE)

As agências reguladoras são dotadas de grande especialização técnica, sendo dotadas de

corpo de funcionários com alta capacidade técnica. Isso ocorre porque as agências são

responsáveis por regular setores da economia que demanda conhecimentos aprofundados do setor

regulado. Dessa forma, seus agentes e seus dirigentes, inclusive, devem possuir grande

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conhecimento da atividade regulada pela agência. (RESPOSTA TÓPICO “B”. PALAVRAS CHAVE

PRESENTE JÁ NA PRIMEIRRA LINHA DO PARÁGRAFO: ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA)

De forma a melhor exercerem suas finalidades as agências desfrutam de grande

independência. Isso é notável pelos seguintes fatos: seus dirigentes possuem mandatos fixos só

podendo perder o cargo nos casos previstos em lei; seus atos não são passíveis de revisão pelo ente

que a criou, ressalvados os casos previstos em lei, não havendo assim, hierarquia entre esse e a

agência reguladora; há autonomia administrativa e financeira. (RESPOSTA TÓPICO “C”.

PALAVRA CHAVE PRESENTE NA PRIMEIRA FRASE: INDEPENDÊNCIA)

Ainda destaca-se, o poder normativo que possui as agências. Essas podem regular o setor

conforme definido em lei principalmente no que diz respeito aos conceitos técnicos. Ressalte-se, que

não é permitido às agências inovarem no mundo jurídico. (RESPOSTA TÓPICO “D”. PALAVRA

CHAVE PRESENTE NA PRIMEIRA LINHA: PODER NORMATIVO)

TEMA 05 CESPE – 2007 – PROCURADOR FEDERAL

Redija, DE FORMA FUNDAMENTADA, texto dissertativo acerca da

contratação de empregados pela administração pública direta federal. Em seu texto,

aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

a) possibilidade jurídica da referida contratação;

b) requisitos constitucionais para a validade da contratação e consequências da

não observância desses requisitos;

c) garantias contra a dispensa e existência de estabilidade;

d) competência para apreciar as controvérsias decorrentes desse contrato de

trabalho.

Extensão: 40 a 60 linhas.

Para que a administração pública brasileira possa atingir sua finalidade é necessária a

contratação de servidores públicos. Essa contratação poderá ser efetuada, por exemplo, por meio de

concurso público, contratação temporária de excepcional necessidade pública, contratação de livre

nomeação e exoneração. Os regimes jurídicos adotados podem ser de natureza estatutária ou

celetista. (INTRODUÇÃO)

Quanto à POSSIBILIDADE JURÍDICA de a administração pública federal contratar

empregados, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) previu de forma originária que a

administração direta adotaria regime jurídico único, sendo no caso o regime estatutário. No

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Página 30

entanto, a emenda constitucional 19 de 1998 (EC 19/98) determinou a possibilidade de a

administração pública adotar o regime estatutário ou celetista. (RESPOSTA DO TÓPICO “A”.

PALAVRA CHAVE NA PRIMEIRA LINHA: POSSIBILIDADE JURÍDICA)

Ressalte-se que a possibilidade de contratar sob o regime celetista apenas pode ocorrer,

conforme orientação do Supremo Tribunal Federal (STF), para as atividades não finalísticas do

estado. Essa orientação se consolidou em decisão na qual o STF determinou que as agências

reguladoras somente podem contratar sob o regime estatutário, por se tratar de atividade finalística

do estado. (CONTINUAÇÃO DA RESPOSTA DO TÓPICO “A”. REPAREM QUE A QUESTÃO

PEDE DE FORMA FUNDAMENTADA. TROUXE FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO E

DO STF. POR FAVOR MUITA ATENÇÃO A ISSO)

OS REQUISITOS CONSTITUCIONAIS PARA A VALIDADE DA CONTRAÇÃO estão

definidos na CF/88. Essa determina que a contratação seja realizada por meio de concurso público

de provas ou de provas e títulos. Poderão concorrer os brasileiros e os estrangeiros, esses na forma

da lei. A NÃO OBSERVÂNCIA DESSES REQUISITOS ACARRETARÁ COMO

CONSEQUÊNCIA a nulidade da contratação com a responsabilização de quem tenha dado causa.

Conforme jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) a nulidade do contrato por não

atendimento do requisito do concurso público acarreta para administração o dever de recolher em

nome do empregado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). (RESPOSTA DO

TÓPICO “B”. NOTE QUE SÃO DUAS PERGUNTAS. TRAZEMOS AS PALAVRAS CHAVE DE

CADA UMA DELAS EM NEGRITO. AINDA FUNDAMENTAMOS NA CONSTITUIÇÃO E NO

TST)

No que diz respeito às GARANTIAS CONTRA A DISPENSA E EXISTÊNCIA DE

ESTABILIDADE, o empregado da administração pública direta federal não dispõe de estabilidade

na forma que é garantida ao funcionário público estatutário. Isso, no entanto, não significa que o

empregado não tenha garantias contra dispensa. O empregado público da administração direta

federal só poderá ser dispensado nos casos legalmente previstos, como por exemplo, em caso de

cometimento de falta grave. Nesse caso, será garantida o devido processo legal e o contraditório e a

ampla defesa. (RESPOSTA DO TÓPICO “C”. PALAVRAS CHAVE NA PRIMEIRA LINHA:

GARANTIAS CONTRA A DISPENSA E EXISTÊNCIA DE ESTABILIDADE)

Apesar de todo o exposto até aqui, o Supremo Tribunal Federal, em liminar de ação direta

de inconstitucionalidade, declarou a inconstitucionalidade formal da EC 19/98 fazendo retornar a

obrigatoriedade do regime jurídico único na administração pública. O STF afirmou ainda que a

decisão valeria “ex nunc”, ou seja, os casos consolidados antes da decisão continuariam com

eficácia até a decisão de mérito. Dessa forma, enquanto não sobressair decisão definitiva do STF a

administração pública direta federal não poderá contratar empregados sob o regime celetista.

(AQUI TROUXEMOS UMA IMPORTANTE DECISÃO DO STF SOBRE O ASSUNTO EM

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ANÁLISE. HAVENDO ESPAÇO ISSO É IMPORTANTE PARA DEMONSTRAR O

CONHECIMENTO DO ALUNO QUANTO A JURISPRUDÊNCIA).

A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR AS CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DOS

CONTRATOS DE TRABALHO é da justiça do trabalho, conforme determina o artigo 114 da

CF/88. Sendo assim, mesmo nos casos em que uma das partes seja a administração pública direta

federal a competência continua sendo da justiça do trabalho. Ressalve – se, que nos casos de regime

jurídico estatutário a competência será da justiça comum. (RESPOSTA DO TÓPICO “D”.

PALAVRAS CHAVE INICIANDO A RESPOSTA: A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR AS

CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DOS CONTRATOS DE TRABALHO).

Assim como na resposta das outras questões, observem que cumprimos todos os

passos do nosso roteiro. O edital não diz a quantidade de linhas que irá constar na

questão, mas observem que se tivermos organização e seguirmos os passos

corretamente podemos fazer textos de todos os tamanhos com a mesma facilidade. Os

ensinamentos servem para um texto de 20 ou de 120 linhas.

TEMA 06 ESAF

(2010/Auditor Fiscal do Trabalho) O estudo dos atos administrativos é elemento

fundamental a possibilitar a adequada situação dos servidores públicos e da

própria Administração. A produção de tais atos demanda uma avaliação de

aspectos atinentes à regularidade do ato, bem assim à conveniência e à

oportunidade em sua expedição. Nesse contexto, pergunta-se uma vez expedidos,

existem atos administrativos que não podem ser revogados?

À luz da DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA PÁTRIAS, justifique sua

resposta, indicando:

a) os fundamentos que confirmam a inexistência de atos administrativos

irrevogáveis: OU

b) no caso de resposta afirmativa à pergunta, as hipóteses de irrevogabilidade de

atos administrativos.

15 a 30 linhas.

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Importante que observem qual o cerne da questão. Temos a pergunta chave:

“uma vez expedidos, existem atos administrativos que não podem ser revogados?”

Atenção especial. O tópico “a” deve ser respondido caso a resposta seja negativa:

“inexistência de atos administrativos irrevogáveis”. Nesse caso, traremos os

fundamentos que confirmam a inexistência de atos administrativos irrevogáveis. Ou

no caso de resposta afirmativa à pergunta, as hipóteses de irrevogabilidade de atos

administrativos. Se for afirmativa traremos as hipóteses de irrevogabilidade.

Vamos seguir a seguinte estrutura: INTRODUÇÃO: faremos uma pequena

introdução e já respondemos a pergunta de forma direta, sem demora (a resposta a

pergunta é afirmativa, o que nos leva ao tópico “b”). Um parágrafo com o principal

caso de ato administrativo irrevogável que é o ato administrativo vinculado. Um

segundo parágrafo com as hipóteses de irrevogabilidade de atos administrativos

conforme a doutrina. E um terceiro parágrafo com as hipóteses de irrevogabilidade de

atos administrativos de acordo com a jurisprudência. Um parágrafo com a conclusão.

MODELO DE RESPOSTA

O ato administrativo é a maneira pela qual a Administração Pública materializada a função

administrativa. Depois de expedidos, os atos administrativos podem ser anulados, por serem ilegais,

ou revogados, por oportunidade e conveniência da Administração. Entretanto, existem atos

administrativos que uma vez expedidos não podem ser revogados. (RESPOSTA A PERGUNTA

CENTRAL. EXISTEM ATOS ADMINISTRATIVOS QUE UMA VEZ EXPEDIDOS NÃO PODE

SER REVOGADOS? RESPOSTA AFIRMATIVA A PERGUNTA. NOS LEVA AO TÓPICO “B”.

HIPÓTESES DE IRREVOGABILIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVO).

A principal HIPÓTESE DE ATO ADMINISTRATIVO IRREVOGÁVEL são os atos

administrativos vinculados, que é quando a lei determina todos os procedimentos a serem seguidos.

Dessa forma, uma vez expedido o ato esse não pode mais ser revogado, pois a revogação envolve

oportunidade e conveniência o que não existente nos atos vinculados.

Os doutrinadores, como Di Pietro, nos lista algumas HIPÓTESES DE ATOS

ADMINISTRATIVOS IRREVOGÁVEIS: os atos integrantes de um procedimento administrativo,

por que a prática do ato sucessivo acarreta a preclusão do ato anterior (p. ex.: a celebração de

contrato administrativo impede a revogação do ato de adjudicação); os meros atos administrativos,

como são os atestados, os pareceres e as certidões, porque os efeitos são prefixados pelo legislador;

os atos complexos, porque tais atos são formados pela conjugação de vontades de órgãos diversos,

logo a vontade de um dos órgãos não pode desfazer o ato que a lei impõe a integração de vontades

para a formação; e, ainda, a revogação não pode ser promovida quando se exauriu a competência

relativamente ao objeto do ato.

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Página 33

A súmula 473 do STF dispõe que a Administração pode anular seus próprios atos quando

ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos

adquiridos. Assim, a jurisprudência do STF nos traz pelo menos mais uma HIPÓTESE DE

IRREVOGABILIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVOS: os que contêm direitos adquiridos.

Por todo o exposto, percebemos que os poderes da Administração Pública em revogar os

atos administrativos não são ilimitados. Em várias situações a Administração, tendo em vista o

interesse público, pode revogar o ato administrativo por oportunidade e conveniência. Todavia,

alguns atos uma vez expedidos não admitem revogação.

TEMA 07 CESPE

Discorra sobre a aplicação da exceção de contrato não cumprido (exceptio non

adimpleti contractus) em contratos administrativos com a administração pública,

abordando, necessariamente os seguintes aspectos:

< aplicação da cláusula exceptio non adimpleti; [valor: 3,50 pontos]

< princípio da continuidade dos serviços públicos; [valor: 2,50 pontos]

< aplicação da exceção em face de culpa da administração. [valor: 3,50 pontos]

30 LINHAS

Na teoria geral dos contratos, como regra, nenhum dos contratantes pode, antes de cumprida

a sua própria obrigação, exigir o implemento da do outro. Além disso, se uma das partes deixar de

dar cumprimento à sua prestação, a outra poderá, em função disso, deixar de cumprir a sua, afinal,

o acordo não estará sendo executado conforme o combinado. Trata-se da exceção do contrato não

cumprido (exceptio non adimpleti contractus).

(INTRODUÇÃO EXTREMAMENTE VINCULADA AO ASSUNTO ABORDADO.

DESSA FORMA, A RESPOSTA AO PRIMEIRO TÓPICO TEREMOS COERENCIA E

COESÃO NO DECORRER DO TEXTO. COMO INTRODUÇÃO A DEFINIÇÃO DO

ASSUNTO ABORDADO PELO EXAMINADOR PODE SER UMA BOA OPÇÃO)

TÓPICO 01. Discorra sobre a aplicação da exceção de contrato não cumprido

(exceptio non adimpleti contractus) em contratos administrativos com a administração

pública, abordando, necessariamente os seguintes aspectos: < aplicação da cláusula

exceptio non adimpleti.

Todavia, a aplicação da cláusula exceptio non adimpleti não se aplica, em princípio, aos

contratos administrativos, quando a falta é da administração. Esta, todavia, pode arguir a exceção

em seu favor, diante da inadimplência do particular contratado.

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(ELEMENTO DE COESÃO E PALAVRAS CHAVE EM NEGRITO)

TÓPICO 02. Princípio da continuidade dos serviços públicos.

A não aplicação da cláusula exception non adimpleti em face da Administração Pública

ocorre com fundamento no princípio da continuidade do serviço público. Esse visa impedir a

arguição por parte do particular, visto que veda a paralisação da execução do contrato mesmo

diante da omissão ou atraso da administração no cumprimento das prestações a seu cargo. Nos

contratos administrativos, a execução é substituída pela subsequente indenização dos prejuízos

suportados pelo particular, ou, ainda, pela rescisão por culpa da administração. O que não se

admite é a paralisação sumária da execução, sob pena de inadimplência do particular contratado,

ensejadora da rescisão contratual.

(OBSERVE EM NEGRITO QUE ALÉM DAS PALAVRAS CHAVE DO TÓPICO FIZEMOS

A DEVIDA COESÃO DO TEXTO E MANTIVEMOS A COERENCIA)

TÓPICO 03. Aplicação da exceção em face de culpa da administração.

Entretanto, já se aceita a aplicação da exceção em face de culpa da administração. O

particular pode invocar contra a administração, embora sem a mesma amplitude com que se

apresenta no direito privado. Em regra, o particular deve dar continuidade à execução do contrato,

uma vez que a rescisão unilateral é prerrogativa da administração. No entanto, o particular pode

pleitear a rescisão, administrativa ou judicialmente.

Essa regra admite exceção pela aplicação da teoria do fato da administração, quando sua

conduta tornar impossível a execução do contrato ou causar ao contratado um desequilíbrio

econômico extraordinário, que não seria razoável exigir que suportasse. Um exemplo do

abrandamento do rigor da inoponibilidade da exceptio non adimpleti contractus contra a

administração está na Lei n.º 8.666/1993, que contempla alguns casos em que o particular pode

invocar a exceção do contrato não cumprido, ao possibilitar, expressamente, que o particular

solicite a rescisão do contrato ou suspenda seu cumprimento até a normalização da situação.

TEMA 08

O Sistema de Registro de Preços está disciplinado na Lei n.º 12.462/2011 (art.

32) e no Decreton.º 7.581/2011 (arts. 87 a 108). Esse sistema estabelece regras

vinculantes para a administração pública e um particular relativamente a contratações

futuras, em condições predeterminadas.

Tendo o texto acima como referência inicial, redija um texto dissertativo

apresentando as vantagens [valor: 4,75 pontos] e desvantagens

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Página 35

[valor: 4,75 pontos] da implementação de um sistema de registro de preços como meio

de suporte ao regime diferenciado de contratação.

15 LINHAS

PADRÃO DE RESPOSTA

Sistema de Registro de Preços é um conjunto de procedimentos para registro formal de

preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras. Esse

sistema tem proporcionado várias vantagens para a Administração Pública, entretanto, também traz

algumas desvantagens.

(COMO JÁ DISSE DEFINIR O TEMA CENTRAL É UMA BOA ALTERNATIVA PARA

A INTRODUÇÃO. ENTRETANTO LEMBRE-SE DE JÁ FAZER A LIGAÇÃO COM A

RESPOSTA DOS TÓPICOS, COMO ASSIM FIZEMOS)

TÓPICO 01. Tendo o texto acima como referência inicial, redija um texto dissertativo

apresentando as vantagens da implementação de um sistema de registro de preços

como meio de suporte ao regime diferenciado de contratação.

Ao que se refere às vantagens da implementação de um sistema de registro de preços como

meio de suporte a regime diferenciado de contratação temos como as principais: redução do

número de licitações a serem realizadas pela administração; produção de ganhos econômicos pela

ampliação da escala de fornecimento; utilização por outros órgãos da administração que não

apenas o licitante, o que tende a promover a redução dos preços; possibilidade de solução para o

atendimento de necessidades variáveis.

(OBSERVE A COERENCIA E O ELEMENTO DE COESÃO ENTRE A

INTRODUÇÃO E O PARÁGRAFO QUE RESPONDE O PRIMEIRO TÓPICO BEM COMO

O USO DAS PALÁVRAS CHAVE. UMA OBSERVAÇÃO A MAIS: QUANDO FOR

RELACIONAR ITENS – NO CASO AQUI UMA SÉRIE DE VANTAGENS – PARA

SEPARAR UMA VANTAGEM DE OUTRA USAMOS PONTO E VIRGULA E COMO

DISSEMOS QUE ESSAS SÃO AS PRINCIPAIS NA ULTIMA VANTAGEM NÃO USAMOS

“E” E SIM PONTO E VIRGULA NOVAMENTE. ISSO PORQUE FICA IMPLICITO QUE

TEM OUTRAS VANTAGENS ALÉM DAS QUE CITAMOS)

TÓPICO 01. e desvantagens da implementação de um sistema de registro de preços

como meio de suporte ao regime diferenciado de contratação.

Já quanto às desvantagens destacamos: possibilidade de perdas de economia de escala;

estabelecimento de quantitativos mínimos e máximos por fornecimento; ganhos de escala advindos

da conjugação de necessidades diversas em uma única licitação; prática de um preço médio – o

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preço total obtido seria inferior se a administração se valesse de uma licitação única, fixando os

quantitativos exatos que pretende adquirir; desatualização dos dados; existência de única solução

com resultado disponível para uma pluralidade de contratações futuras; risco de variações nos

preços de mercado e da qualidade dos produtos.

TEMA 09 CESPE

Redija um texto dissertativo acerca do pregão, abordando, necessariamente, os

seguintes aspectos:

< objeto da contratação realizada por meio dessa modalidade de licitação;

< possibilidade de aplicação do princípio da oralidade no pregão presencial;

< formalização e controle do pregão.

PADRÃO DE RESPOSTA

Pregão é definido como sendo a modalidade de licitação em que a disputa é feita em sessão

pública, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais. Diferentemente da concorrência,

tomada de preços e convite, em que a modalidade é estabelecida em função do valor do objeto, o

pregão é usado tendo como restrição apenas o tipo de objeto.

(NA INTRODUÇÃO DEFINIMOS O TEMA CENTRAL PREGÃO, QUE

COMO DITO, É UMA BOA OPÇÃO. EM SEGUIDA FIZEMOS A

DIFERENCIAÇÃO COM AS DEMAIS MODALIDADES DE LICITAÇÃO, JÁ

DEIXANDO PREPARADO DE FORMA COERENTE A RESPOSTA AO

PRIMEIRO TÓPICO)

Tópico 01. Objeto da contratação realizada por meio dessa modalidade de licitação.

Sendo assim, o objeto da contratação realizada por meio da modalidade de licitação pregão

é a aquisição de bens e contratação de serviços comuns, estando fora, por conseguinte, as hipóteses

de contratação de obras públicas e de bens e serviços não qualificados como comuns. Em termos

legais, conforme a Lei 10.520/2002, os bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de

desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações

usuais no mercado.

No que tange ao valor do futuro contrato, não há, no pregão, como dito, qualquer restrição

quanto ao valor a ser pago, vale dizer, não importa o vulto dos recursos necessários ao pagamento

do fornecedor. Logo, ressalvada a hipótese de dispensa ou inexigibilidade de licitação, a

contratação de bens e serviços comuns pode ser precedida do pregão, independentemente de seu

custo.

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(AO RESPONDER O PRIMEIRO TÓPICO USAMOS O ELEMENTO DE

COESÃO – SENDO ASSIM –, BEM COMO AS PALAVRAS CHAVE. VEJA QUE

COMO A RESPOSTA USARIA MUITAS LINHAS, FICANDO O PARÁGRAFO

MUITO FRANDE, DIVIDIMOS A RESPOSTA DO TÓPICO EM DOIS

PARÁGRAFOS. ISSO PODE SER PERFEITAMENTE FEITO. APENAS EVITE O

CONTRÁRIO, RESPONDER DOIS TÓPICOS NUM MESMO PARÁGRAFO. A

NÃO SER QUE SEJA NECESSÁRIO. QUANTO A RESPOSTA NOTE QUE

FOMOS DIRETO E OBJETIVO. TROUXEMOS O NÚMERO DA LEI QUE

SERVIU DE FUNDAMENTO À RESPOSTA. NO SEGUNDO PARÁGRAFO

NOTE QUE TROUXEMOS UMA INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR – QUE O

PREGÃO NÃO TEM RESTRIÇÃO DE PREÇO – QUE ERA NECESSÁRIA PARA

RESPONDER AO TÓPICO. NO ENTANTO, HÁ TAMBÉM QUESTÕES

JURISPRUDÊNCIAIS DO TCU. COMO A RESPOSTA TEVE COMO

FUNDAMENTO A PRINCIPAL FONTE FORMAL, E AINDA CONSIDERANDO

QUE A BANCA É A FCC E NÃO EXIGIU RESPOSTA COM FUNDAMENTO NA

JURISPRUDÊNCIA, NÃO SERIA NECESSÁRIO ACRESCENTAR A

JURISPRUDÊNCIA. HAVENDO AINDA LINHAS SUFICIENTES O ASSUNTO

PODERIA SER ABORDADO)

Tópico 02. Possibilidade de aplicação do princípio da oralidade no pregão presencial;

Quanto à possibilidade de aplicação do princípio da oralidade no pregão presencial, esse

pode ser aplicado de forma parcial. Enquanto nas formas comuns de licitação a manifestação de

vontade dos proponentes se formaliza sempre por meio de documentos escritos (propostas), no

pregão poderão os participantes oferecer outras propostas verbalmente na sessão pública destinada

à escolha. Por outro lado, a lei admite a atuação dos interessados através de lances. Propostas e

lances são hipóteses diversas. Propostas retratam a oferta a ser apresentada pelo interessado, ao

passo que lances são ofertas sucessivas e progressivas. Nos lances, as ofertas são apresentadas uma

após a outra, sendo os valores progressivamente decrescentes, de forma a se chegar ao mínimo

preço a ser proposto para a compra ou serviço.

(RESPOSTA AO SEGUNDO TÓPICO. NOTE QUE, NA GRANDE

MAIORIA, SEMPRE CONSEGUIMOS USAR AS PALAVRASA CHAVE LOGO

NA PRIMEIRA FRASE BEM COMO JÁ, PRATICAMENTE, RESPONDER AO

TÓPICO. ISSO PORQUE NÃO DEMORAMOS A RESPODER. SEMPRE

FAZEMOS DE FORMA DIRETA, IMEDIATA E OBJETIVA. APÓS

RESPONDERMOS TROUXEMOS INFORMAÇÕES QUE COMPLETAM A

RESPOSTA, NÃO FAZENDO PURA E SIMPLESMENTE UMA AFIRMAÇÃO.

APÓS AFIRMAR, JÁ RESPONDENDO AO TÓPICO, DISCORREMOS SOBRE O

TEMA PARA QUE A RESPOSTA FIQUE COMPLETA E CLARA)

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Tópico 03. Formalização e controle do pregão.

Já ao que diz respeito à formalização e controle do pregão, a despeito da visível

simplificação do procedimento do pregão em relação às modalidades previstas no Estatuto Geral, é

necessário que haja controle da atuação administrativa. Para propiciar o controle, exige-se que os

atos essenciais do pregão, ainda quando oriundos de meios eletrônicos, sejam formalizados no

processo respectivo. Trata-se de processo administrativo, indispensável à observância do princípio

da publicidade e à função de auditoria e controle exercida pelos órgãos competentes.

(MAIS UMA VEZ USAMOS OS ELEMENTOS DE COESÃO E VEJA QUE

O TEXTO, COMO UM TODO, ESTÁ COERENTE, COM RESPOSTAS CLARAS.

DOS COMENTÁRIOS FEITOS PARÁGRAFO A PARÁGRAFO, FICA EVIDENTE

QUE AS REGRAS QUE TEMOS QUE SEGUIR PARA ESTRUTURAR UMA

DISCURSIVA SÃO MUITO SIMPLES. SENDO ASSIM, A PARTE MAIS

IMPORTANTE É O CONHECIMENTO DO CONTEÚDO. O EDITAL TRAZ

INUMEROS NORMATIVOS QUE DEVEM SER ESTUDADOS COM MUITA

ATENÇÃO, POIS É O PRINCIPAL FUNDAMENTO TRATANDO-SE DE TEMAS

JURÍDICOS. AINDA MAIS SENDO A BANCA A FCC)

PADRÃO DE RESPOSTA SEGUIDO

Pregão é definido como sendo a modalidade de licitação em que a disputa é feita em sessão

pública, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais. Diferentemente da concorrência,

tomada de preços e convite, em que a modalidade é estabelecida em função do valor do objeto, o

pregão é usado tendo como restrição apenas o tipo de objeto.

Sendo assim, o objeto da contratação realizada por meio da modalidade de licitação pregão

é a aquisição de bens e contratação de serviços comuns, estando fora, por conseguinte, as hipóteses

de contratação de obras públicas e de bens e serviços não qualificados como comuns. Em termos

legais, conforme a Lei 10.520/2002, os bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de

desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações

usuais no mercado.

No que tange ao valor do futuro contrato, não há, no pregão, como dito, qualquer restrição

quanto ao valor a ser pago, vale dizer, não importa o vulto dos recursos necessários ao pagamento

do fornecedor. Logo, ressalvada a hipótese de dispensa ou inexigibilidade de licitação, a

contratação de bens e serviços comuns pode ser precedida do pregão, independentemente de seu

custo.

Quanto à possibilidade de aplicação do princípio da oralidade no pregão presencial, esse

pode ser aplicado de forma parcial. Enquanto nas formas comuns de licitação a manifestação de

vontade dos proponentes se formaliza sempre por meio de documentos escritos (propostas), no

pregão poderão os participantes oferecer outras propostas verbalmente na sessão pública destinada

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à escolha. Por outro lado, a lei admite a atuação dos interessados através de lances. Propostas e

lances são hipóteses diversas. Propostas retratam a oferta a ser apresentada pelo interessado, ao

passo que lances são ofertas sucessivas e progressivas. Nos lances, as ofertas são apresentadas uma

após a outra, sendo os valores progressivamente decrescentes, de forma a se chegar ao mínimo

preço a ser proposto para a compra ou serviço.

Já ao que diz respeito à formalização e controle do pregão, a despeito da visível

simplificação do procedimento do pregão em relação às modalidades previstas no Estatuto Geral, é

necessário que haja controle da atuação administrativa. Para propiciar o controle, exige-se que os

atos essenciais do pregão, ainda quando oriundos de meios eletrônicos, sejam formalizados no

processo respectivo. Trata-se de processo administrativo, indispensável à observância do princípio

da publicidade e à função de auditoria e controle exercida pelos órgãos competentes.

TEMA 10 CESPE

Observando os parâmetros fixados pela Lei n.º 8.666/1993, determinado ente da

administração indireta realizou licitação, na modalidade tomada de preços, a fim de contratar

serviços de execução da reforma do edifício sede da entidade, no valor estimado de R$

1.200.000,00. Observados os parâmetros de legalidade, a licitação ocorreu de forma regular.

Contudo, em data próxima à da conclusão do contrato, um grande alagamento em toda a região da

cidade em que se localizava o edifício público danificou grande parte das obras realizadas, que teve

de ser refeita pela empresa contratada. A conclusão das obras, em razão do acidente, aumentou o

custo dos serviços em R$ 400.000,00.

Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto na Lei n.º 8.666/1993,

responda, de maneira fundamentada, aos seguintes questionamentos.

< Qual é o fundamento legal para a celebração de termo aditivo contratual para aumentar o valor

do contrato?

< O aumento do valor contratual poderá ultrapassar o limite de valor para a realização da licitação

na modalidade tomada de preços?

Em questões com situação hipotética, podemos fazer um resumo da situação e

usar como introdução. Nesse caso, os pontos centrais e que tenham correlação com o

que é pedido nos tópicos a seguir, devem constar no resumo. Como já dito, devemos

sempre ler a questão com muita atenção. Veja que numa simples leitura, percebemos

que apesar de o texto trazer muitos detalhes, os tópicos em que o examinador exige

resposta não trazem maiores complicações. Podemos responder com base na Lei

8.666/93, sem maiores problemas. Observe que o tema central é a celebração de termo

aditivo e que o fato principal foi o alagamento, não causado por nenhuma das partes,

que danificou parte da obra.

PADRÃO DE RESPOSTA

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Em conformidade com a Lei n.º 8.666/1993, foi realizada licitação, na modalidade tomada

de preços, a fim de contratar serviços de execução de reforma de edifício, no valor estimado de R$

1.200.000,00. Próxima à conclusão, um alagamento em toda a região da cidade em que se

localizava o edifício danificou parte das obras, que teve de ser refeita pela empresa contratada.

Aumentando o custo dos serviços em R$ 400.000,00.

(USAMOS COMO INTRODUÇÃO UM RESUMO DO TEXTO. NOTE QUE

TODAS AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS FORAM MANTIDAS –

LICITAÇÃO REALIZADA PARA REFORMA DE EDIFICIO E QUE UM

ALAGAMENTO, NÃO CAUSADO POR NENHUMA DAS PARTES, DANIFICOU

PARTE DA OBRA)

Tópico 01. Qual é o fundamento legal para a celebração de termo aditivo contratual para aumentar

o valor do contrato?

O fundamento legal para a celebração de termo aditivo contratual para aumentar o valor

do contrato é a possibilidade de aumento dada a ocorrência de acidente natural que caracteriza

força maior, em face do reequilíbrio econômico do contrato. Aumento dos encargos do contratado

em razão da força maior implica desequilíbrio da equação econômico-financeira do contrato, o que

exige sua adequação. Esse fundamento está contido na Lei 8.666/93. A Lei prevê que os contratos

regidos por ela poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos casos nela previstos. A

situação em análise é uma das prevista na lei.

(RESPOSTA DIRETA USANDO AS PALAVRAS CHAVE DO TÓPICO.

NOTE QUE AINDA DISSEMOS QUAL O NORMATIVO QUE CONTEM A

POSSIBILIDADE PREVISTA PARA O AUMENTO DO VALOR DO CONTRATO)

Tópico 02. O aumento do valor contratual poderá ultrapassar o limite de valor para a realização da

licitação na modalidade tomada de preços?

Quanto ao aumento do valor contratual, esse poderá ultrapassar o limite de valor para a

realização da licitação na modalidade tomada de preços. Isso porque a alteração do valor

contratual pode implicar extrapolação do limite estabelecido para a modalidade de licitação

realizada, dado que a Lei de Licitações exige apenas que esse limite seja observado com base no

valor estimado da contratação, não se aplicando à fase contratual (art. 23).

(AFIRMAMOS A RESPOSTA DE FORMA DIRETA JÁ NA PRIMEIRA

FRASE E DEPOIS TROUXEMOS A FUNDAMENTAÇÃO)

PADRÃO DE RESPOSTA SEGUIDO

Em conformidade com a Lei n.º 8.666/1993, foi realizada licitação, na modalidade tomada

de preços, a fim de contratar serviços de execução de reforma de edifício, no valor estimado de R$

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1.200.000,00. Próxima à conclusão, um alagamento em toda a região da cidade em que se

localizava o edifício danificou parte das obras, que teve de ser refeita pela empresa contratada.

Aumentando o custo dos serviços em R$ 400.000,00.

O fundamento legal para a celebração de termo aditivo contratual para aumentar o valor

do contrato é a possibilidade de aumento dada a ocorrência de acidente natural que caracteriza

força maior, em face do reequilíbrio econômico do contrato. Aumento dos encargos do contratado

em razão da força maior implica desequilíbrio da equação econômico-financeira do contrato, o que

exige sua adequação. Esse fundamento está contido na Lei 8.666/93. A Lei prevê que os contratos

regidos por ela poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos casos nela previstos. A

situação em análise é uma das prevista na lei.

Quanto ao aumento do valor contratual, esse poderá ultrapassar o limite de valor para a

realização da licitação na modalidade tomada de preços. Isso porque a alteração do valor

contratual pode implicar extrapolação do limite estabelecido para a modalidade de licitação

realizada, dado que a Lei de Licitações exige apenas que esse limite seja observado com base no

valor estimado da contratação, não se aplicando à fase contratual (art. 23).

Bom pessoal, por enquanto ficamos por aqui.

Até a próxima aula.

Att.

Patrik Loz