aula de direito penal iv – aula 1 curso de direito 11/02/2015

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AULA DE DIREITO PENAL IV – AULA 1 CURSO DE DIREITO 11/02/2015

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AULA DE DIREITO PENAL IV – AULA 1

CURSO DE DIREITO

11/02/2015

ASSUNTO

Administração Pública

Administrar é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual e municipal, segundo os preceitos do Direito e da moral, visando ao bem comum.

ASSUNTO

Constituição Federal Art. 37A administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados e dos Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

ASSUNTO

§3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública

ASSUNTO

§4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

ASSUNTO

§5º A estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento§6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa

ASSUNTO

Bem tuteladoA administração em sentido amplo. Significa que toda a atividade do Estado é protegida, inclusive a Administração da Justiça.

ASSUNTO

Funcionário PúblicoNa visão administrativa:Funcionário público é uma espécie de agente administrativo, que pertence ao gênero agente público1) Agentes políticos 2) Agentes administrativos3) Agentes delegados4) Agentes honoríficos

ASSUNTO

Na visão penalArt. 327 CP – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Não é o cargo, mas o exercício da função pública

ASSUNTO

DISTINÇÃO ENTRE CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO

-CARGO-EMPREGO-FUNÇÃO

ASSUNTO

CRIMES FUNCIONAIS

-PRÓPRIOS-IMPRÓPIOS

ASSUNTO

FUNCIONÁRIO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO LEGAL- Exercem cargo, emprego ou função pública em entidade paraestatal(terceiro setor)

- Trabalham para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública

ASSUNTO

Funcionário público. Causa de aumento de pena

Art. 327 § 2° A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

ASSUNTO

Doutrina

-Restritiva ou limitada-Ampliativa

ASSUNTO

CRIMES FUNCIONAIS. PROCEDIMENTODo processo e do julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicosArt. 514 CPP – Nos crimes afiançáveis ( Lei 12403/11), estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de 15 dias. (defesa prévia ou preliminar)

ASSUNTO

A falta da defesa prévia acarreta nulidade do processoComo resolver?O que ocorre se o processo for instruído com inquérito policial no caso de acusação de crime praticado por funcionário público?Súmula 330 STJSTF 1° Turma, HC 89686/SP – Min. Sepúlveda Pertence12/06/2007 – p. 58

ASSUNTO

Lei 4898/65Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta Lei, quem exerce cargo, emprego, função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração

Art. 327 CP – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

ASSUNTO

Aplicação do princípio da insignificância aos crimes contra a Administração Pública-Concurso de pessoas (Art. 30 CP)a. Atipicidade absolutab. Atipicidade relativa-Comunicabilidade das circunstâncias pessoaisO particular deve saber da situação do funcionário para ser considerado partícipe ou coautor. (dolo)

ASSUNTO

PECULATOApropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.§1 Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário

ASSUNTO

OBJETO TUTELADOA moralidade e o patrimônio da Administração

ELEMENTOS DO TIPOSimilar a apropriação indébita, mas com caráter de violação do dever funcional.Existe uma ação lesiva aos interesses patrimoniais da Administração Pública e que também fere a moralidade administrativa

ASSUNTO

SUJEITO ATIVOCrime próprioFuncionário público ou a ele equiparadas legalmente (Art. 327 §§ 1° e 2°)

SUJEITO PASSIVOSerá sempre o Estado

ELEMENTO SUBJETIVODolo

ASSUNTO

Peculato culposo §2 Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano

§3 No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta

ASSUNTO

PECULATO

1. Peculato-apropriaçãoÉ o peculato próprio; Exige a posse lícita do bem;O crime é caracterizado em razão do cargo (rattione officii);

2. Peculato-desvioÉ também denominado peculato próprioO agente dá uma destinação ao bem diversa da exigida

ASSUNTO

Obs:- O peculato deve recair sobre objetos e não sobre serviços prestados por funcionários-É possível o concurso de pessoas

ConsumaçãoNo momento da posse, pois acontece o dano ao patrimônio do Estado (peculato apropriação)No momento em que a coisa recebe destinação diversa (desvio)

ASSUNTO

Arrependimento posteriorO ressarcimento do dano ou da coisa, em se tratando de peculato doloso, não extingue a punibilidade. Pode influir na pena (art. 16 CP ou art. 65, III, d)Tentativa É admissível

ASSUNTO

3. Peculato-furto-É o peculato impróprio. O crime é de furto, mas praticado por funcionário público.

4. Peculato culposo- O agente comete um crime doloso se valendo das condições oriundas da culpa do funcionário público- A restituição não exclui a sanção administrativa- A causa de aumento de pena prevista no art. 327 §2° do CP incide sobre o peculato culposo e doloso

ASSUNTO

5. Peculato mediante erro de outrem (313)É o peculato-estelionato.

ASSUNTO

ConcussãoArt. 316Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:Pena – reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.

ASSUNTO

Existe relação com o crime de extorsão.É uma forma de constrangimento ilegal em que o agente exige uma vantagem ilícita.Não há o emprego de violência ou grave ameaça. A intimidação se dá pelo uso da função pública. A vítima teme o próprio exercício da função públicaPromessa de um mal futuroDeve haver o nexo causal

ASSUNTO

- Confronto com o delito de extorsão

-Concurso de crimes

-Confronto com os crimes de corrupção ativa e passiva

ASSUNTO

Excesso de exação§ 1° Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza.Pena – reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.

§ 2° Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.

ASSUNTO

a. Exigência indevidaA exigência do tributo é indevida, pois não há autorização legal para a

cobrança

b. Cobrança vexatória ou gravosa não autorizada em lei (excesso)

A cobrança é devida, mas o meio pelo qual é feita que não é autorizado por lei.