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DIREITO CIVIL 1ª Aula – Prof. Roberto Figueiredo LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL 1. CONCEITO, OBJETO E FINALIDADE É um conjunto e regras que tem por objetivo disciplinar as outras normas, nos planos da existência, validade, e eficácia. O objeto da LICC ao contrário das leis em geral, é a outra lei. As leis em geral têm por objeto as pessoas e as relações. 2. BASE LEGAL Decreto-lei 4.567/42. 3. VACATIO LEGIS É lapso temporal entre a publicação da lei e o início da sua vigência, passando a ter obrigatoriedade. Salvo expressa disposição em contrário, é de 45 dias no território brasileiro e de 03 meses fora do território nacional. Havendo disposição em lei sobre a data de início de sua vigência, esta previsão será válida. CONTAGEM DO PRAZO: o primeiro dia (publicação) e o último são contados, se iniciando a vigência no dia seguinte. Assim, o dia da www.cursocejus.com.br

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DIREITO CIVIL

1ª Aula – Prof. Roberto Figueiredo

LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL

1. CONCEITO, OBJETO E FINALIDADE

É um conjunto e regras que tem por objetivo disciplinar as outras normas, nos planos da

existência, validade, e eficácia. O objeto da LICC ao contrário das leis em geral, é a outra

lei. As leis em geral têm por objeto as pessoas e as relações.

2. BASE LEGAL

Decreto-lei 4.567/42.

3. VACATIO LEGIS

É lapso temporal entre a publicação da lei e o início da sua vigência, passando a ter

obrigatoriedade. Salvo expressa disposição em contrário, é de 45 dias no território

brasileiro e de 03 meses fora do território nacional. Havendo disposição em lei sobre a

data de início de sua vigência, esta previsão será válida. CONTAGEM DO PRAZO: o

primeiro dia (publicação) e o último são contados, se iniciando a vigência no dia seguinte.

Assim, o dia da publicação é contado. Caso haja alteração, republicação, da norma

durante a vacatio legis, o prazo será interrompido e sua contagem sua contagem

recomeçará do zero, a partir da republicação. Sendo a mudança posterior ao vacatio legis

haverá novo processo legislativo, com publicação de uma nova lei (com um novo

número). Na alteração durante a vacatio legis, será a mesma lei.

4. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS

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I – OBRIGATORIEDADE: ninguém pode se descumprir a lei alegando o

desconhecimento da mesma. Isso não extingue o erro de direito (art. 139, inciso III, CC),

haja vista que este princípio é mitigado em alguns pontos.

II – CONTINUIDADE: apenas uma nova lei pode revogar uma lei antiga. Usos e costumes

não revogam lei. Ab-rogação: revogação absoluta da lei. Derrogação: revogação parcial

da lei. A revogação pode ser expressa ou tácita, na primeira a lei nova prevê

expressamente a revogação da antiga. Critérios para identificar uma revogação tácita:

a) Cronológico (Lex Novalis): a lei nova tende a revogar a lei antiga;

b) Hirárquico (Lex superioris): a lei hierarquicamente superior tende a revogar a inferior;

c) Especialidade: (Lex especialis): a lei geral não revoga a lei especial e esta não revoga

aquela. Antinomia jurídica aparente: ocorre quando a ambigüidade/incoerência é

solucionada com os critérios supracitados. Pode ser de primeiro (o uso de apenas um

critério soluciona), segundo (o uso de dois critérios soluciona) e terceiro grau (o uso de

três critérios soluciona). Antinomia jurídica real: se dá quando a incoerência entre leis não

se soluciona com o uso dos três critérios.

III – NO LIQUET (arts. 4º e 126 do CC): o magistrado não pode deixar de solucionar a

lide alegando obscuridade, lacuna ou ambigüidade da lei. O juiz deve fazê-lo com base na

primeira fonte do direito, a lei. A decisão não pode ser feita com base na equidade, exceto

nos casos previstos em lei (art. 127 do CC). As exceções estão previstas no art. 1.109 do

CC (ex: jurisdição voluntária). Na falta da lei, com base no art. 1º da LICC, deve ser

utilizada a analogia, os usos e costumes e os princípios gerais do direito, nessa ordem.

REVISÃO TERMINOLÓGICA

1. REPRESTINAÇÃO

É a restauração de lei revogada por revogação da lei revogadora. A represtinação não

pode ser tácita, logo, precisa de expressa previsão legal. Assim, a represtinação é

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admitida no direito, mas não é a regra e precisa ser expressamente prevista.

2. EXEQUATUR

É a execução de sentença estrangeira no Brasil. Essa execução correrá no primeiro grau

da justiça federal, após a homologação da sentença pelo STJ.

3. TERRITORIALIDADE MODERADA

O Brasil, em relação a aplicação da lei, adota o princípio da territorialidade moderada.

4. POLIANDRIA E POLIGAMIA

Poliandria ocorre quando a mulher é casada com vários homens. Poligamia ocorrer

quando o homem é casado com várias mulheres. Observação: a concubina não tem

privilégios, assim a pensão alimentícia do de cujus vai toda para o cônjuge mulher –

esposa e nada para a concubina. A concubina não pode receber doação. Os filhos fora do

casamento não podem ser discriminados. Observação: O prazo para contestar o pedido

de alimentos gravídicos é de 05 dias, contados da data da juntada do mandado.

5. IRRETROATIVIDADE DA LEI CIVIL (ART. 235 DO CC)

A lei civil não retroage, ainda que para beneficiar. A exceção a essa regra é a

retroatividade motivada da lei civil (ex: retroatividade da lei que prevê a impenhorabilidade

do bem de família – STJ). Observação: havendo estrangeiro na situação, será aplicada a

lei mais favorável ao brasileiro envolvido. Assim, a lei estrangeira tem que ser analisada.

2ª Aula Civil – 13/12/2010 – Prof. Pedro Barreto

PESSOA NATURAL:

a) Personalidade Jurídica – atributo que une ao mundo do Direito; identifica uma pessoa

no mundo jurídico; alguém que titulariza bens e direitos e que pode ser cobrado pelos

deveres; atributo que legitima a titularização de direitos e obrigações; pessoa física e

pessoa jurídica; não atinge coisas e animais; conceito absoluto, estático e não mutante;

adquire com o nascimento; Art. 2º CC/02; começa com o nascimento COM VIDA;

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b) Capacidade Jurídica – é a titulariza de certos direitos já contemplados pelo

ordenamento jurídico; conceito relativo, dinâmico e elástico; rol de direito que a pessoa

possui; titularidade dos direitos que possui;

c) Capacidade de Fato – é a capacidade de exercício; é um atributo que tem que ser

“alcançado”; permissão de exercer seus direitos; tem que ter a capacidade de

compreender, de discernimento, porque as condutas produzem efeitos jurídicos;

requisitos – maturidade e equilíbrio bio-psiquico mental; idade mínima de 18 anos;

liberdade de exercer os direitos, sem a necessidade de um terceiro;

d) Teoria das Incapacidades – incapaz; civilmente incapaz NÃO é a pessoa que não tem

capacidade de direito, e SIM aquele que tem CAPACIDADE DE FATO; essa Teoria é

protetiva, por entender que essa pessoa é carente de discernimento; existem dois tipos de

incapacidade – relativa (Art. 4º CC) e absoluta (Art. 3º CC); absolutamente incapaz = não

tem nenhuma capacidade de exprimir a sua vontade, tem que ter alguém ao seu lado,

representante; relativamente incapaz = tem capacidade diminuída de exprimir a sua

vontade, necessita de um terceiro para assistir; Nulidade (Absoluta) – absolutamente

incapaz e Anulabilidade (Nulidade Relativa) – ausência de assistência, relativamente

incapaz;

i) Absolutamente Incapaz = Representado = Nulidade Absoluta no negocio jurídico (sem

noção nenhuma do que está contratando) = pode ser DECLARADO DE OFÍCIO

(invalidando) / não importa o tempo = IMPRESCRITÍVEL; a sentença retroage e apaga

todos os efeitos (EX TUNC);

ii) Relativamente Incapaz = Assistido = Anulabilidade no negocio jurídico (capacidade

diminuída); há prazo decadencial, em regra de 04 anos, não retroage (EX NUNC); não

precisa ser de ofício;

iii) Louco – não é sinônimo de doença; é um desvio de comportamento; é um ser

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diferente; louco é espécie; não é insanidade;

iv) Surdo-mudo – pode ser capaz, relativamente incapaz e incapaz absolutamente, mas

isso independe de sua deficiência;

v) Ausência – NÃO é incapacidade (Arts. 22 a 29 CC); é uma pessoa que desaparece; o

ato do ausente é um ato válido (não é nem nulo e nem anulável);

vi) Silvícola – pode ser relativamente incapaz,absolutamente incapaz e capaz; tem

legislação própria;

vii) Pródigo – é uma doença; é um viciado em consumo, pode dilapidar todo o patrimônio;

sofre uma delimitação; civilmente depende do caso concreto; o cerceamento que ele sofre

é apenas em relação ao seu próprio patrimônio; atos que interfere no patrimônio pessoal

dele, mas pode o prodigo pode ser mandatário, representante, e isso não interfere no ato

jurídico;

Discernimento Reduzido = Relativamente Incapaz

Ébrio + viciado em tóxicos + deficiência mental = RELATIVAMENTE Incapaz

Discernimento Necessário = Absolutamente Incapaz

e) Emancipação e Maioridade – capacidade plena = capacidade de direito + capacidade

de fato; Emancipação = é uma exceção; é a antecipação da capacidade de fato; exercer

sozinho os seus direitos; emancipação NÃO é maioridade; emancipado é um menor

capaz; é um reconhecimento da capacidade plena; Art. 5º c/c 9º CC/02; existem três tipos

de emancipação:

i) legal – está na lei; não precisa ser registrada; casamento (a gravidez autoriza o

casamento, independente dos pais, porque aqui a preocupação é com a criança que vai

nascer), colação de grau em curso superior, emprego público efetivo, ***menor com

economia própria (entre 16 a 18 anos / menor sócio); não precisa da autorização dos pais;

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ii) judicial – quando da falta de UM DOS PAIS; tem que ser registrada; instrumento

público;

iii) voluntária – aquela concedida pelo pai e pela mãe em iguais disposições de direito; é

uma FACULDADE dos pais e não do menor; o juiz NÃO pode emancipar; o juiz tem a

liberdade de ouvir a criança (pautado no melhor interesse do menor), tem o direito de

dirimir o conflito quando um dos pais não quer emancipar (decisão unilateral ou

homóloga); pai e mãe não podem emancipar filho para se livrar do dever alimentar e nem

para cessa a possibilidade de uma responsabilização civil (subsidiária); tem que ser

registrada;

OBS: a priori é irrevogável a emancipação, só em um caso pode revogar, quando do

casamento um dos nubentes estiver de má-fé / o efeito do registro tem duas correntes,

declaratória (informar) e constitutiva (segurança jurídica);

3ª Aula – 14/12/2010 – Prof. Pedro Barreto

MORTE:

A declaração de morte NÃO extingue a personalidade jurídica; na ausência não extingue

a personalidade jurídica; temos três espécies de morte:

a) Morte Real – aquele que se tem um cadáver, onde se constata a morte através dos

exames;

b) Morte Presumida com Indícios – presume-se a morte, não se tem o corpo, é uma

declaração no judiciário da morte; essa morte EXTINGUE a personalidade jurídica (Art. 7º

CC) SEM decretação de ausência; pessoa envolvida em um evento onde não há duvida

de que a pessoa esteja viva; ex: guerra;

c) ***Pegadinha da prova**** Arts. 22 a 39 CC/02 pessoas que desaparecem, sem

nenhum motivo, não há qualquer indício de seu paradeiro; há duvida quanto à morte,

porque a pessoa simplesmente desapareceu (saiu de casa e não voltou mais); primeiro se

tem um curador para que cuide dos patrimônios do ausente; abre-se a sucessão

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provisória, depois de um determinado tempo (dez anos), mas sempre na esperança de

que o ausente volte. Passado os dez anos, abre-se a sucessão definitiva, onde se

presume a morte, mas NÃO se extingue a personalidade jurídica, pois essa morte é uma

ficção; se o ausente voltar em ate dez anos, após aberta a sucessão definitiva, ele terá

todo o seu patrimônio de volta (no estado em que se encontrar ou que se sub-rogar);

Comoriência: quando duas pessoas, que tem vínculos sucessórios recíprocos, morrem

ao mesmo tempo; Art. 8º CC/02; sistema da ficção da comoriência – morre na mesma

hora, não há como saber quem morreu primeiro; a comoriência exclui o vínculo

sucessório entre eles, não há transmissão;

Teoria do Negócio Jurídico:

- Fato social: qualquer acontecimento da sociedade, e nem todos os fatos sociais

interessam para o direito; há dois tipos de fatos sociais, os fatos sociais em sentido

estritos senso sociais que não representam para o direito, e os fatos jurídicos latos senso,

e esse se subdivide:

i) Atos Jurídicos Estritos Senso – não é o homem que provoca; não decorre da ação

humana; eles podem ser extraordinários (quando decorrem da natureza – ex: caso fortuito

e força maior) e os ordinários (pelo simples passar do tempo – ex: a maioridade);

ii) Atos Jurídicos Lato Senso – eles podem se dividir em dois grupos:

1) Atos Jurídicos Ilícitos (Art. 186 a 188 CC) (que ocorrem pela ação do homem, mas

tem um efeito contrario aos limites da ordem jurídica); são duas as conseqüências

desse ato, a privação de eficácia e imputação de sanção;

2) Atos Jurídicos Lícitos (Art. 185 CC) – são três as características:

2.1) Ato Jurídico Sentido Estrito – o homem pratica ou não a conduta, mas os seus

efeitos já estão positivados (não podem ser alterados pelo homem); a eficácia é

exclusivamente decorrente da lei (ex lege), vem dá lei,não tem como alterar os

limites de direito dessa conduta; PARA A OAB: a eficácia vem da lei;

2.2) Negócio Jurídico – ferramenta que permite a liberdade de contratar, de criar,

de negociar; são os homens que criam seus efeitos; autonomia de vontade para

criar seus efeitos; auto-determinação da vontade; PARA A OAB: a eficácia vem

da vontade;

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TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO: é o acervo de normas, que visa

analisar essa estrutura criada pelo homem, e vê se ela está compatível com os

limites legais ou não; a vontade precisa ser qualificada;

2.3) Ato Fato Jurídico – são analisados os requisitos do negócio jurídico, no intuito

de saber se são negócios jurídicos válidos ou nulos; a vontade do declarante é que

produz os efeitos, porém aqui a vontade NÃO precisa ser qualificada (diferente do

negócio jurídico);

NEGÓCIO JURÍDICO:

EXISTÊNCIA VALIDADE EFICÁCIA

Pressupostos cumulativos:

agente / forma / vontade /

objeto;

Requisitos de validade: são

onze os requisitos / Art.104

CC = NÃO serve mais é para

RISCAR no código!!!!

Condição / termo / encargo

(Art. 121 e seguintes CC);

Forma = meio de

exteriorização de vontade /

caminho de vontade

Art. 166, 167 e 421 CC –

definem as causas de

nulidade / Art. 171CC – define

as causas de anulabilidade;

Reserva mental – tem

validade quando a outra parte

não tem conhecimento; é

inexistente quando a outra

parte tem conhecimento da

vontade;

Agente = pessoas (ser

humano / não coisas)

Anulabilidade – as duas

causas são: incapacidade

relativa do agente (não

assistidos) e vício por erro,

dolo, fraude, lesão e estado

de perigo (defeito do negócio

jurídico); prazo de quatro

anos (Art. 178 CC);

A regra é que o negócio

jurídico é um contrato;

É anulável a doação adúltera

(art. 550 CC), venda ou troca

entre ascendente e

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descendente, sem o

consentimento dos demais

descendentes e conjugue

(Art. 496 CC); troca de

ascedente e descendente

(Art. 533, II CC) desde que os

valores sejam desiguais;

OBS: a doação de

ascendente para descendente

é válida (colação /

antecipação de herança /

sobrepartilha em vida);

Tem que ter: pluralidade de

agentes, de vontades +

consentimento, forma e

objeto;

***Tem que ter tradição = a

entrega da coisa (depósito

(empréstimo) / mútuo e

comandato)

Se não entregar a coisa, NÃO

existe contrato;

Doação NÃO é contrato real;

Vontade: silêncio - Art.111 CC/02; pode ser a inexistência de vontade ou omissão de

vontade perfeita; só será aceito o silêncio se a lei assim o permitir; o silêncio às vezes é

recusa e as vezes é consentimento; o silêncio é um comportamento, uma omissão de

conduta; reserva mental – a vontade externada, não é a mesma que a vontade querida; a

real intenção não era a mesma que a vontade externada; a verdade externada só produz

efeitos se a outra parte tem conhecimento da real vontade; não existindo a declaração da

vontade real, o NEGÓCIO JURÍDICO é INEXISTENTE; quando há uma declaração

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diferente do que se quer na real, o negócio jurídico não existe, porém se mesmo sendo

declarado a vontade não desejada, e a outra parte sabe dessa reserva mental (sabe

desse desejo), o negócio jurídico é VÁLIDO;

Simulação (Art. 167 CC); geralmente existem três pessoas; aqui duas pessoas se juntam

para simular, enganar um terceiro; é externada para a sociedade uma coisa que não

existe (pautada na mentira), não produz nenhum efeito, é u negócio NULO (pode ser ex

oficio) ≠ Reserva Mental (Art. 110 CC) geralmente são duas pessoas; inexistência ou

validade e eficácia;

Colação junta a parte doada ao inventário; pode existe uma cláusula de dispensa de

colação (mas isso tem que está expressa), e nesse caso não entra no inventario a

doação; como regra o efeito da colação é o de traduzir uma mera antecipação de legitima;

este efeito fica afastado se houver expressa previsão de cláusula de dispensa de colação.

OBS: Arts. 544 CC c/c 2005 e 2006 do CC/02;

Defeitos do Negócio Jurídico são vícios na formação do negócio jurídico; ora está na

vontade (consentimento), ora está no vício social (a vontade é perfeita, mas há um

atentado à lei especial); vício de vontade erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão;

vício social fraude contra credores; DICA de Pedro Barreto: ERDOLE ES FRACO =

ERRO/ DOLO/ LESÃO/ ESTADO DE PERIGO / FRAUDE/ COAÇÃO; OBS: simulação

NÃO é defeito do negócio jurídico.

4ª Aula – 10/01/2011 – Prof. Roberto Figueiredo

PRESCRIÇÃO e DECADÊNCIA

- Arts. 189 a 211 CC/02;

- importância do tempo para o direito, e prescrição e decadência estão dentro do fato

jurídico;

- ex: usucapião é um exemplo de direito adquirido com o tempo;

- Prescrição e Decadência são mecanismos jurídicos que destroem o direito no decorrer

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do tempo; a PRESCRIÇÃO destrói uma PRETENSÃO; a DECADÊNCIA destrói o

DIREITO POTESTATIVO; pretensão = é a vontade que uma pessoa tem de submeter

alguém a uma determinada conduta, ela se manifesta por prestações (de dar, de fazer e

de não fazer), a pretensão nasce com a LESÃO e se extingue com a prescrição; a

pretensão tem que ser exercida no espaço de tempo;

- TODOS os prazos prescricionais estão nos Arts. 205 (prazo máximo = 10 anos) e 206

CC/02 (prazos especiais);

- Decadência destrói direito potestativo = é um direito irresistível; ex: pedido de demissão

(não pode o patrão não aceitar esse pedido), renúncia de cargo público;

PRESCRIÇÃO:

- Regras Específicas:

1) É renunciável – pode ser expressa ou tácita, e depois que a prescrição se consumar;

ex: o pagamento é uma renúncia a prescrição (Art. 191 CC/02);

2) Os prazos são inalteráveis – Art. 192 CC/02; não pode ser alterados os prazos por

acordo das partes;

3) Ex Ofício – Art. 219, §5º do CPC; o juiz PODE pronunciar a prescrição de ofício;

ex:ajuizada a ação de consignação em pagamento, é VEDADO para o juiz decretar a

prescrição de ofício, pois já houve a renúncia;

4) Absolutamente incapaz – NÃO corre prazo prescricional (Art. 198, I CC/02); NÃO corre

decadência (Art. 207 CC);

5) Relativamente incapaz – CORRE prazo prescricional (Art. 195 CC); CORRE

decadência (Art.208 CC);

6) Causas Impeditivas x Suspensivas – no IMPEDIMENTO o prazo NEM COMEÇA A

CONTAR (ex: entre marido e mulher não corre prazo prescricional na constância do

casamento / tutela não corre prazo prescricional); na SUSPENSÃO o prazo começa,

PÁRA e depois recomeça onde parou (Arts. 200 e 201 CC);

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Obs.: TUTELA = preenche os espaços vazios;

7) Causas Interruptivas – Art. 202 CC; recomeça do ZERO; os prazos prescricionais só

podem ser interrompidos APENAS UMA VEZ; Art. 204 CC = se a dívida for solidaria ou

indivisível a interrupção aproveita para todos, mas se for dívida divisível a interrupção não

aproveitará para todos, intuito persona; pendendo ação de evicção não corre prescrição,

porque a evicção é a perda da coisa por decisão judicial (transito em julgado);

Obs.: Ação de evicção = rever a coisa

DECADÊNCIA:

- Arts. 207 a 211 CC/02;

- Regra GERAL não suspende e nem interrompe os prazos decadenciais;

- Decadência Convencional (é renunciável / não ocorre de ofício) x Legal (é irrenunciável /

é pronunciável de ofício) – é NULA a renúncia a decadência legal; Convencional = ex:

prazo de garantia, e renunciável quando não se cumpre o prazo;

RESPONSABILIDADE CIVIL

- São três tipos de responsabilidade civil:

1) Responsabilidade por Ato Próprio – Art. 927 CC; quem gera o prejuízo, tem o dever de

reparar; a responsabilidade é subjetiva como regra geral, salvo se for uma atividade de

risco ou se tiver uma lei especial (como o CDC), a responsabilidade será objetiva;

2) Responsabilidade por Ato de Terceiro – Arts. 932 e 933 CC; alguém praticou o ato e

“eu” tenho que reparar; ex: um filho menor que dirige o carro do pai, causando prejuízo, o

pai responderá civilmente no lugar do filho; essa responsabilidade é objetiva; doutrina

denomina de Responsabilidade Civil Complexa;

3) Responsabilidade decorrente de Fato – Art. 188 e 929 CC = fato lícito, ex: legítima

defesa; Art. 936 CC = fato de animal; o dono, o possuidor ou detentor terão

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responsabilidade objetiva; Art.937 CC = fato da coisa, responsabilidade objetiva;

PEGADINHAS: Incapaz = Art. 928 CC, RESPONDE no alcance condicional e subsidiário,

se os seus responsáveis não tiverem capacidade ou não dispuserem de bens;

Profissional Liberal = regra geral é responsabilidade subjetiva (Art. 14 CDC), irá depender

de sua atividade meio x fim; salvo quando o profissional garante o resultado, ex: cirurgião

plástico = responsabilidade objetiva;

Empresário = Art. 931 CC; responsabilidade é objetiva (regra);

Art. 950 e 952 CC = se o réu não for o autor do ato ilegal criminal, o juiz civil não pode

condenar o réu na área civil; § único do Art. 950 = o autor da ação civil poderá exigir o

pagamento da indenização de uma única vez;

OBRIGAÇÕES

- Art. 233 e seguintes CC;

- obrigação encerra uma relação jurídica subjetiva, entre dois ou mais sujeitos;

- pólo ativo = credores; pólo passivo = devedor; liame entre os sujeitos = prestação;

- essa obrigação quando não adimplida, autoriza a utilização do patrimônio penhorável do

inadimplente para a satisfação da relação jurídica;

- prestação de dar coisa certa ou incerta; prestação de não fazer e prestação de fazer;

- OAB gosta de perguntar desde o Art. 233 a 237 CC!!!!

Obrigação de Dar Coisa:

- Certa:

1) Perecimento da coisa – Por Culpa? Se houver CULPA = há responsabilidade civil;

perdas e danos (danos emergentes e lucros cessantes); Se NÃO houver CULPA = “res

perit domine”, não há responsabilidade civil obrigacional;

2) Frutos (a quem pertencerão os frutos da coisa certa) – são três tipos de frutos:

2.1. Frutos Pendentes – ex: cadela grávida; o acessório segue o principal;

2.2. Frutos Naturalmente Colhidos – ex: cadela pariu antes de entrar; o acessório segue o

principal, nesse caso os cachorrinhos serão de quem ainda tem a posse dele;

2.3. Frutos Precipitadamente Colhidos – ex: cadela sofre uma cessaria antes de ser

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entregue; o acessório segue o principal, será daquele que tem a posse;

3) Valorização da coisa – Art. 237 CC; havendo a valorização até a tradição, os

melhoramentos pertencem ao seu devedor;

- Obrigação Alternativa: Art. 252 CC; cabem ao devedor as escolhas, mas é possível que

a escolha seja feita pelo feito credor ou terceiro (exceção à regra); essa obrigação pode

ser instantânea ou periódica (podendo ser escolhida a cada mês uma das obrigações /

alternar as obrigações mês a mês); se uma das obrigações perecer, permanece a

obrigação da outra;

- Incerta: Perecimento da coisa – o gênero nunca perece;

- Obrigações Solidárias: quando ela é composta pela multiplicidade de sujeito; Art. 265

CC; obrigação NÃO se presume;

ATENÇÃO:

a) prevenção judicial – estando a relação obrigacional subjudice, o pagamento da

obrigação somente poderá ocorrer subjudice (Art. 268 CC);

b) refração do crédito na solidariedade – os herdeiros serão credores na força do limites

legais (Art. 1792 CC);

c) perdas e danos – a solidariedade se mantém nas perdas e danos;

Solidariedade – extrai o elemento subjetivo;

Indivisibilidade – concentração apenas na prestação; PS: a indivisibilidade NÃO se

mantém nas perdas e danos;

Pagamento:

Quem deve pagar? Solventes = devedor / terceiro (interessado – fiador / avalista /

seguradora / sócio / é aquele que se subrroga da obrigação jurídica e, não interessado –

pode pagar, DESDE que o devedor autorize / não subrroga, não tem direito a reembolso);

Art. 304 e 305 do CC;

A quem pagar? Accipiens = credor / representante legal / credor putativo (credor

aparente);

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Onde pagar? Regra geral no domicilio do devedor, exceção = no domicilio do credor, tem

que está contratualmente prevista; Art. 330 CC; se o pagamento for habitualmente feito

em um local que não está no contrato, entende-se como renúncia tácita;

Perdas e Danos:

- Art. 402 CC;

- direito a pedir dano emergente (o que efetivamente perdeu) + lucro cessante (o que

deixou de ganhar) + honorário de advogado + juros de mora + correção monetária;

- Mora = decorre de uma responsabilidade civil; decorre de um inadimplemento total =

inutilidade da prestação = perdas e danos; decorre de um inadimplemento parcial = ainda

há uma utilidade da prestação; responsabilidade civil pode ser:

a) extracontratual = ato ilícito; a mora incide desde a data do ato ilícito; Súmula 54 STJ;

b) contratual depende do tipo; têm dois tipos:

b.1. prazo certo = vencimento; a mora será “ex re”, é aquela que se manifesta a partir da

data do vencimento; o vencimento gera a incidência da mora;

b.2. prazo indeterminado = não tem vencimento; mora “ex persona”, é aquela que tem

interpelar, citar (desde a citação incide a mora);

ESTUDAR CLÁUSULA PENAL – ARTS 412 E 413 CC/02

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