aula 9 - processo civil

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www.cers.com.br CARREIRAS JURÍDICAS Processo Civil Gustavo Nogueira 1 ATOS PROCESSUAIS FATO JURÍDICO: todo acontecimento capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir a relação jurídica. (Cristiano Sobral, Direito Civil Sistematizado). NATURAIS: decorrem da natureza. Ex: morte, parentesco. VOLUNTÁRIOS (atos jurídicos): nascem de uma participação voluntária do homem. lícitos: produzem efeitos legais, conforme a vontade de quem os pratica. ilícitos: produzem efeitos legais contrários à lei. Ex.: ato atentatório, litigância de má-fé. ---------------------- ATOS JURÍDICOS LÍCITOS ato jurídico stricto sensu: são atos voluntários cujos efeitos estão pré-estabelecidos na lei, não possuindo o agente meio de alterá-los. Ex.: citação, penhora. negócios jurídicos: declaração de vontade do indivíduo tendente a um fim protegido pelo ordenamento jurídico. Ex: convenção processual de dilação de prazo, acordo para suspensão do processo. ------------------ ATO PROCESSUAL é todo aquele comportamento humano volitivo que, considerado pelo Direito como relevante para o processo, está apto a produzir efeitos jurídicos na relação jurídica processual. (Didier, Curso). ATOS PROCESSUAIS são atos jurídicos que exprimem manifestações de vontade ou de conhecimento, praticados pelos diversos sujeitos processuais (principais ou secundários), através dos quais se forma, se desenvolve e se extingue o processo. (Leonardo Greco, Instituições de Processo Civil). ----------------- CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS De acordo com o sujeito que os pratica Juiz – arts. 162 a 165 Partes – arts. 158 a 161 Auxiliares – arts. 166 a 171 ------------------- ATOS DO JUIZ Decisórios (contém pronunciamentos a respeito de questões do processo – sentença e decisão interlocutória); de movimentação (impulso oficial – despachos); instrutórios (aquisição do conhecimento das provas); de coação (de autoridade, de invasão da esfera de interesses ou da esfera patrimonial de uma das partes ou até de terceiros – penhora, alienação forçada); de documentação (os atos precisam ficar registrados, e muitas vezes é o juiz quem faz isso – documentação da audiência). -------------------- CPC, art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. § 2 o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. § 3 o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. § 4 o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. ------------------------ O que distingue sentença de decisão interlocutória é o conteúdo de tais pronunciamentos, e não o momento em que os mesmos são proferidos, ao longo do procedimento (Medina, CPC). No Código Reformado a sentença de mérito não pode extinguir o processo quando não- auto-suficiente, isto é, quando dependa de cumprimento para prestar completamente a tutela jurisdicional à parte (Marinoni, CPC). É preciso compreender a sentença como o ato que encerra o procedimento na fase de conhecimento/execução e em primeira instância. Mas a sentença nem sempre encerrará toda a fase de conhecimento/execução, quer porque pode haver recurso, a prolongar a vida da causa,

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ATOS PROCESSUAIS FATO JURÍDICO: todo acontecimento capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir a relação jurídica. (Cristiano Sobral, Direito Civil Sistematizado). NATURAIS: decorrem da natureza. Ex: morte, parentesco. VOLUNTÁRIOS (atos jurídicos): nascem de uma participação voluntária do homem. lícitos: produzem efeitos legais, conforme a vontade de quem os pratica. ilícitos: produzem efeitos legais contrários à lei. Ex.: ato atentatório, litigância de má-fé. ---------------------- ATOS JURÍDICOS LÍCITOS ato jurídico stricto sensu: são atos voluntários cujos efeitos estão pré-estabelecidos na lei, não possuindo o agente meio de alterá-los. Ex.: citação, penhora. negócios jurídicos: declaração de vontade do indivíduo tendente a um fim protegido pelo ordenamento jurídico. Ex: convenção processual de dilação de prazo, acordo para suspensão do processo. ------------------ ATO PROCESSUAL é todo aquele comportamento humano volitivo que, considerado pelo Direito como relevante para o processo, está apto a produzir efeitos jurídicos na relação jurídica processual. (Didier, Curso). ATOS PROCESSUAIS são atos jurídicos que exprimem manifestações de vontade ou de conhecimento, praticados pelos diversos sujeitos processuais (principais ou secundários), através dos quais se forma, se desenvolve e se extingue o processo. (Leonardo Greco, Instituições de Processo Civil). ----------------- CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS De acordo com o sujeito que os pratica Juiz – arts. 162 a 165 Partes – arts. 158 a 161 Auxiliares – arts. 166 a 171 -------------------

ATOS DO JUIZ Decisórios (contém pronunciamentos a respeito de questões do processo – sentença e decisão interlocutória); de movimentação (impulso oficial – despachos); instrutórios (aquisição do conhecimento das provas); de coação (de autoridade, de invasão da esfera de interesses ou da esfera patrimonial de uma das partes ou até de terceiros – penhora, alienação forçada); de documentação (os atos precisam ficar registrados, e muitas vezes é o juiz quem faz isso – documentação da audiência). -------------------- CPC, art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. § 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. § 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. ------------------------ O que distingue sentença de decisão interlocutória é o conteúdo de tais pronunciamentos, e não o momento em que os mesmos são proferidos, ao longo do procedimento (Medina, CPC). No Código Reformado a sentença de mérito não pode extinguir o processo quando não-auto-suficiente, isto é, quando dependa de cumprimento para prestar completamente a tutela jurisdicional à parte (Marinoni, CPC). É preciso compreender a sentença como o ato que encerra o procedimento na fase de conhecimento/execução e em primeira instância. Mas a sentença nem sempre encerrará toda a fase de conhecimento/execução, quer porque pode haver recurso, a prolongar a vida da causa,

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quer porque, sendo demanda de competência originária de tribunal, o ato que porá fim ao processo será acórdão ou decisão monocrática de membro de tribunal. ------------------- 1. O art. 475-M, § 3º, do CPC, incluído pelas inovações introduzidas pela Lei nº 11.232/2005, disciplina: "A decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá apelação". 2. Com base no princípio do tempus regit actum, impugnada a execução de sentença quando já em vigor a Lei nº 11.232/05, o recurso cabível será o agravo de instrumento quando a decisão que resolver o incidente não extinguir a execução, hipótese dos autos. Havendo previsão expressa na lei, a utilização do recurso de apelação configura erro grosseiro, sendo inadmissível a aplicação do princípio da fungibilidade recursal. Precedentes. (STJ, EDcl no AREsp 319.343/SC, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2013, DJe 28/06/2013). ------------------- Segundo a jurisprudência desta Corte, é incabível recurso de Apelação em face de decisão que reconhece a ilegitimidade de alguma das partes, antes da prolatação da sentença. (STJ, AgRg nos EDcl no Ag 1303939/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/08/2011, DJe 22/08/2011). A decisão que exclui um dos co-executados da fase do cumprimento de sentença, com o prosseguimento da execução em face dos demais devedores, possui natureza interlocutória e, em razão disso, é impugnável mediante agravo de instrumento. (STJ, AgRg no AREsp 277.795/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 09/04/2013, DJe 19/04/2013). -------------- Contra o decisum que indefere o pedido de liquidação por cálculos e determina sua conversão na modalidade por artigos, o meio de impugnação adequado é o agravo, pois não há nem sequer o término do procedimento descrito no capítulo X do CPC, quanto mais do próprio feito executivo, o que evidencia o descabimento da apelação e impossibilita o

acolhimento da fungibilidade recursal. (STJ, REsp 1153074/GO, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 21/05/2012). A Corte Especial pacificou entendimento de que, embora seja cabível apelação da sentença que homologa cálculos de liquidação, admite-se a interposição de agravo de instrumento em face do princípio da fungibilidade recursal. (STJ, REsp 1338399/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 15/05/2013). ---------------- DIFERENÇA ENTRE DESPACHO E DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 2. Independentemente do nome que se dê ao provimento jurisdicional, é importante deixar claro que, para que ele seja recorrível, basta que possua algum conteúdo decisório capaz de gerar prejuízo às partes. 3. Na hipótese, o provimento judicial impugnado por meio de agravo possui carga decisória, não se tratando de mero impulso processual. (STJ, REsp 1307481/MA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/05/2013, DJe 24/05/2013). ------------------ ATOS DAS PARTES Postulatórios (são aqueles mediante os quais se pleiteia algo do juízo), dispositivos (através desses atos as partes dispõem de determinada posição jurídica processual ativa ou mesmo da tutela jurisdicional, como, por exemplo, a renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação, a desistência da ação e o reconheci-mento da procedência do pedido), instrutórios (destinados a convencer o juiz, como a produção de uma prova) e reais (aqueles que as partes praticam através de uma conduta processual concreta, tais como o compa-recimento a uma audiência, a entrega em cartório de alguma petição ou documento, o pagamento de custas, etc.). --------------

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DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS CPC, Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial. FORMA é o conjunto de solenidades que se devem observar para que o ato jurídico seja plenamente eficaz. (Humberto Theodoro Jr., Curso). ---------------- PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE: mais importante que a forma do ato processual, em si mesma considerada, é o alcance do seu escopo. Significa dizer, neste caso, que interessa não apenas o intento do ato processual, em si mesmo considerado, mas a finalidade do processo como um todo. (Medina, CPC). 1. É firme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que são válidos os atos praticados pelo mandatário após a morte do mandante, notadamente quando ausente má-fé. 2. A ausência de suspensão do processo, porém com a ulterior confirmação, pelos sucessores, dos atos praticados, nenhum prejuízo trouxe às partes, preencheu a finalidade essencial do processo (CPC, arts. 154 e 249, § 1º) e, sobretudo, observou o princípio da instrumentalidade das formas. (STJ, REsp 772.597/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 16/04/2009, DJe 31/08/2009). --------------------- DO TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. § 1o Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. § 2o A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituição Federal.

§ 3o Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local. ------------------------------- É intempestivo o recurso especial interposto no último dia do prazo após o encerramento do expediente forense, estando o plantão judiciário reservado para medidas urgentes, o que não é o caso dos recursos, cujos prazos são fixados em lei. Precedentes. (STJ, AgRg no Ag 743.246/RJ, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 05/03/2013, DJe 11/03/2013). A protocolização de petições e recursos deve ser efetuada dentro do horário de expediente regulado pela lei local, ao teor do art. 172, § 3º, do CPC. Na hipótese, protocolada a apelação após o encerramento do expediente, no último dia do prazo recursal, no regime do plantão judiciário, é intempestivo o recurso interposto agravado. (STJ, AgRg no AREsp 96.048/PI, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/08/2012, DJe 22/08/2012). --------------- DOS PRAZOS DOS ATOS PROCESSUAIS PRAZO é o período de tempo dentro do qual o ato processual deve ser praticado. Os prazos são necessários para que o processo possa desenvolver-se, chegar até o final, pois caso não existissem, poderiam as partes perpetuar o feito simplesmente deixando de praticar um ato processual que lhes competisse. Assim, caso o ato processual não seja praticado dentro do prazo, o processo prossegue sem o referido ato, ocorrendo a preclusão temporal, que nada mais é do que a perda do direito de praticar o ato processual pelo decurso do tempo. ------------------------ CLASSIFICAÇÃO Legais, judiciais e convencionais. Dilatórios e peremptórios. Próprios e impróprios. ------------ "O processo é um caminhar para frente, daí existindo o sistema da preclusão (lógica, consumativa e temporal), às vezes até mesmo dirigida ao magistrado (pro judicato), a fim de

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que a marcha processual não reste tumultuada" (REsp 802.416/SP, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJ 12/3/07). ---------------- PRECLUSÃO é a perda do direito de praticar o ato processual, sendo temporal quando o motivo dessa perda é o decurso do tempo, porém ainda há outras duas espécies de preclusão, quais sejam, a lógica e a consumativa. Ocorre preclusão lógica quando a parte perde o direito de praticar o ato processual em razão da prática anterior de um ato incompatível com outro que se queira praticar. É o que ocorre quando a parte transige, entra em acordo com o adversário, e depois pretende recorrer contra a decisão que homologa o acordo. Já a preclusão consumativa ocorre porque a parte já praticou o ato processual, não podendo praticá-lo novamente. Assim, se o réu é citado para ofe-recer resposta em 15 (quinze) dias, não pode ele contestar no terceiro dia e reconvir no quinto, por força da preclusão consumativa. --------------------- DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS PROCESSUAIS Cartas: de ordem, precatória e rogatória – arts. 202 a 212 Citação – arts. 213 a 233 Intimação – arts. 234 a 242 ----------------- NULIDADES Nulidade é ofensa à lei (o ato inválido é o que contém um ato ilícito, cuja sanção é a nulificação. A invalidação é a sanção cominada para as hipóteses em que se reconheça que o ato foi praticado sem o preenchimento de algum requisito havido como relevante. Fredie Didier, Curso de Direito Processual Civil, vol. 1). Nulidade processual é ofensa à lei processual. ------------------ Planos Existência � Validade � Eficácia Inexistência � Nulidade � Ineficácia ---------------------

Ato processual existente e válido, porém ineficaz: sentença impugnada por apelação com efeito suspensivo. Ato processual existente e nulo, porém eficaz: o ato processual é eficaz até ser declarada a sua nulidade. Até mesmo os atos processuais juridicamente inexistentes podem ser eficazes até o seu reconhecimento. ----------------- TEORIAS DAS NULIDADES Galeno Lacerda (Despacho Saneador) e Egas Moniz de Aragão (Comentários ao CPC, vol. II). Inexistência jurídica � Nulidade absoluta � Nulidade relativa � Anulabilidade � Mera irregularidade Galeno Lacerda: o que caracteriza o sistema das nulidades processuais é que elas se distinguem em razão da natureza da norma violada, em seu aspecto teleológico. Se nela prevalecerem fins ditados pelo interesse público, a violação provoca a nulidade absoluta, insanável, do ato. Vício dessa ordem deve ser declarado de ofício, e qualquer das partes o pode invocar. Quando, porém, a norma desrespeitada tutelar, de preferência, o interesse da parte, o vício do ato é sanável. Surgem aqui as figuras da nulidade relativa e da anulabilidade. -------------------- Humberto Theodoro Jr. (Curso de Direito Processual Civil), Fábio Gomes (Comentários ao CPC), Inexistência jurídica � Nulidade absoluta � Nulidade relativa ---------------- NULIDADES RELATIVAS + dependem de prejuízo; + precluem; + não podem ser conhecidas de ofício. --------------- NULIDADES ABSOLUTAS + o prejuízo é presumido; + não precluem; + devem/podem ser conhecidas de ofício pelo Juízo; + sobrevivem à coisa julgada (cabe AR). -------------------

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EFICÁCIA SANEADORA DA COISA JULGADA Vícios, ainda que de ordem pública, ocorridos no processo de conhecimento, não têm o condão de transpor a autoridade da coisa julgada e irradiar efeitos na fase de execução. Precedentes. (STJ, REsp 695.445/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 27/03/2008, DJe 12/05/2008). --------------- INEXISTÊNCIA JURÍDICA (NULIDADE PLENO IURE) + se assemelham às nulidades absolutas; + não há coisa julgada em processos contaminados por esse vício; + não cabe AR (querella nullitatis). ------------------- JULGADO PARADIGMA – AR 569/PE 4. As hipóteses excepcionais de desconstituição de acórdão transitado em julgado por meio da ação rescisória estão arroladas de forma taxativa no art. 485 do Código de Processo civil. 5. Pelo caput do referido dispositivo legal, evidencia-se que esta ação possui natureza constitutiva negativa, que produz sentença desconstitutiva, quando julgada procedente. Tal ação tem como pressupostos (i) a existência de decisão de mérito com trânsito em julgado; (ii) enquadramento nas hipóteses taxativamente previstas; e (iii) o exercício antes do decurso do prazo decadencial de dois anos (CPC, art. 495). ---------------- 6. O art. 485 em comento não cogita, expressamente, da admissão da ação rescisória para declaração de nulidade por ausência de citação, pois não há que se falar em coisa julgada na sentença proferida em processo em que não se formou a relação jurídica apta ao seu desenvolvimento. É que nessa hipótese estamos diante de uma sentença juridicamente inexistente, que nunca adquire a autoridade da coisa julgada. Falta-lhe, portanto, elemento essencial ao cabimento da rescisória, qual seja, a decisão de mérito acobertada pelo manto da coisa julgada.

---------------------- Dessa forma, as sentenças tidas como nulas de pleno direito e ainda as consideradas inexistentes, a exemplo do que ocorre quando proferidas sem assinatura ou sem dispositivo, ou ainda quando prolatadas em processo em que ausente citação válida ou quando o litisconsorte necessário não integrou o polo passivo, não se enquadram nas hipóteses de admissão da ação rescisória, face a inexistência jurídica da própria sentença porque inquinada de vício insanável. ------------------ 7. Apreciando questão análoga, atinente ao cabimento ou não de ação rescisória por violação literal a dispositivo de lei no caso de ausência de citação válida, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça já se posicionaram no sentido de que o vício apontado como ensejador da rescisória é, em verdade, autorizador da querela nullitatis insanabilis. Precedentes: do STF - RE 96.374/GO, rel. Ministro Moreira Alves, DJ de 30.8.83; do STJ - REsp n. 62.853/GO, Quarta Turma, rel. Min. Fernando Gonçalves, unânime, DJU de 01.08.2005; AR .771/PA, Segunda Seção, Rel. Ministro Aldir Passarinho Junior DJ 26/02/2007. --------------- 8. No caso específico dos autos, em que a ação principal tramitou sem que houvesse citação válida do litisconsórcio passivo necessário, não se formou a relação processual em ângulo. Há, assim, vício que atinge a eficácia do processo em relação ao réu e a validade dos atos processuais subsequentes, por afrontar o princípio do contraditório. Em virtude disto, aquela decisão que transitou em julgado não atinge aquele réu que não integrou o polo passivo da ação. Por tal razão, a nulidade por falta de citação poderá ser suscitada por meio de ação declaratória de inexistência por falta de citação, denominada querela nullitatis, que, vale ressaltar, não está sujeita a prazo para propositura, e não por meio de ação rescisória, que tem como pressuposto a existência de decisão de mérito com trânsito em julgado. 9. Ação rescisória extinta sem julgamento do mérito. (STJ, AR 569/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/09/2010, DJe 18/02/2011).

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OFERECIMENTO DE ED NA AR 569/PE – omissão na aplicação dos princípios da instrumentalidade, celeridade e economia: pode a AR ser convertida em querella? Não está autorizada a aplicação dos princípios que norteiam o sistema de nulidades no direito brasileiro, em especial os da fungibilidade, da instrumentalidade das formas e do aproveitamento racional dos atos processuais, para que a rescisória seja convertida em ação declaratória de inexistência de citação, máxime quando inexiste competência originária do Superior Tribunal de Justiça para apreciar aquela ação cognominada querela nullitatis. Isto porque a Constituição Federal apenas autoriza o processamento da inicial diretamente perante esta Corte Superior nas hipótese expressamente delineadas em seu art. 105, inciso I. ------------- 4. Por outro lado, é assente a orientação do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a competência para apreciar e julgar a denominada querela nullitatis Insanabilis pertence ao juízo de primeira instância, pois o que se postula não é a desconstituição da coisa julgada, mas apenas o reconhecimento de inexistência da relação processual. Neste sentido, são os seguintes julgados: AgRg no REsp 1199335 / RJ, Primeira Turma, rel. Benedito Gonçalves, DJe 22/03/2011; REsp 1015133/MT, Segunda Turma, Rel. Ministra Eliana Calmon, Rel. p/ Acórdão Ministro Castro Meira, DJe 23/04/2010; REsp 710.599/SP, Primeira Turma, Rel. Ministra Denise Arruda, DJ 14/02/2008. (STJ, EDcl na AR 569/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/06/2011, DJe 05/08/2011). ---------------------- OFERECIMENTO DE ED NOS ED NA AR 569/PE – omissão quanto quanto à possibilidade de remessa dos autos ao juízo competente para julgamento da ação declaratória de inexistência de citação. 3. Apesar de imprópria a ação rescisória intentada e da incompetência desta Corte para apreciar e julgar a matéria, verifica-se que foi instalado o litígio, com a citação da parte ex

adversa para ofertar contestação, oportunidade na qual a ré, além de suscitar questões preliminares referentes ao cabimento da ação rescisória, apresentou defesa das questões de mérito, postulando a manutenção do acórdão que a autora intentou rescindir. Oportunizou-se, ainda, às partes a produção de prova, e, após o saneamento do feito, abriu-se prazo para apresentação de razões finais, seguindo-se a intervenção do Ministério Público Federal, que opinou pela procedência do pedido. ---------------- 4. Com esse panorama de desenvolvimento do processo, tendo a finalidade dos referidos atos aqui praticados sido alcançada, o aproveitamento desses atos na eventual ação declaratória de inexistência de citação não apresenta prejuízo para qualquer das partes. Por tal razão, permite-se a aplicação ao caso dos princípios da instrumentalidade das formas e do aproveitamento racional dos atos processuais, que norteiam o sistema das nulidades no direito brasileiro, incidindo as normas insertas nos arts. 244 e 249, § § 1º e 2º, do CPC. -------------- 5. Impende considerar, ainda, que a simples extinção do processo sem resolução do mérito fundada na inadmissão da ação rescisória, com o arquivamento dos presentes autos, configura, como bem exposto nos presentes embargos de declaração, desrespeito aos princípios da celeridade e economias processuais, pois o não aproveitamento dos atos processuais validamente praticados na nova ação a ser iniciada no juízo competente demandará maior dispêndio de tempo e atividade jurisdicional, ainda mais em se tratando de ação rescisória iniciada em abril de 1997. -------------- 6. Demonstra-se, portanto, oportuna a mitigação do rigor formal, a fim de se autorizar o aproveitamento dos atos processuais aqui praticados. Sendo assim, cabível o envio dos presentes autos ao Juízo Federal da Seção Judiciária em Recife, no Estado de Pernambuco, a fim de que a presente ação seja reautuada como ação declaratória de inexistência de citação. (STJ, EDcl nos EDcl na AR 569/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/08/2011, DJe 30/08/2011).

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----------------- PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa. Vige a regra que proíbe o comportamento contraditório (vedação ao venire contra factum proprium). Considera-se ilícito o comportamento contraditório, por ofender os princípios da lealdade processual (princípio da confiança ou proteção) e da boa-fé objetiva. (Fredie Didier, Curso). -------------- O artigo 243 da Lei Processual Civil não tem aplicação quanto às nulidades absolutas, como a competência em razão da matéria. (STJ, REsp 961.407/SP, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 19/08/2008, DJe 06/10/2008). O Art. 243 do CPC impede que o responsável pela nulidade do processo postule sua decretação. Por isso, não é lícita - mas condenável - a atitude da parte que argúi a nulidade do processo com base em vício na própria representação processual. (STJ, REsp 685.744/BA, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/09/2006, DJ 29/06/2007, p. 580). -------------- - A ausência de homologação judicial do acordo não retira ao documento o caráter de título executivo (art. 585, inc. II do CPC). - A invocação de nulidade da execução à qual o devedor deu causa ao não homologar o acordo de alimentos, não pode ter a anuência do Poder Judiciário, porque a ninguém é dado se beneficiar de sua própria torpeza (art. 243 do CPC). - Adentra a senda da má-fé, o devedor de alimentos ao empregar ardis e artifícios de cunho técnico-processual com o objetivo de se esquivar de execução por meio de subterfúgios que ladeiam ato atentatória à dignidade da Justiça (art. 600, II do CPC). (STJ, REsp 593.714/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/08/2005, DJ 22/08/2005, p. 261). ------------

AgRg(Ag) PROCESSUAL. UNIÃO. INTIMAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS. MANIFESTAÇÃO EXPRESSA DO DESINTERESSE NA CONSECUÇÃO DO FEITO. ART. 243 DO CPC. ARGÜIÇÃO DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. 1- Havendo prova insofismável do desinteresse da União em figurar na lide, conjuntamente com o inventariante do extinto INAMPS, por intermédio de petição protocolizada junto ao Juízo Federal competente, não há que se falar em nulidade processual, pois a teor do art. 243 do CPC, nenhuma nulidade pode ser argüida por quem lhe deu causa. (STJ, AgRg no Ag 168.632/PE, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 10/10/2000, DJ 30/10/2000, p. 172). ----------- PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade. A invalidade processual é sanção que somente pode ser aplicada se houver a conjugação do defeito do ato processual (pouco importa a gravidade do defeito) com a existência de prejuízo. Não há nulidade processual sem prejuízo (pás de nullité sans grief). A invalidade processual é sanção que decorre da incidência de regra jurídica sobre um suporte fático composto: defeito + prejuízo. (Fredie Didier Jr., Curso). ---------------- 1. Conforme dispõe o art. 128, inciso I, da LC 80/95 (redação dada pela LC 132/09), os membros da Defensoria Pública têm à prerrogativa de receber intimação pessoal com vista dos autos. 2. Validade da intimação por mandado, se não há oposição do defensor público no ato da intimação. Princípio da instrumentalidade das formas (art. 244 do CPC). 3. Preclusão da alegação de nulidade da intimação via Diário de Justiça, por ausência de impugnação oportuna (cf. art. 245 do CPC). (STJ, EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 895.227/RS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/05/2013, DJe 09/05/2013).

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--------------- PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - INVENTÁRIO - RESTABELECIMENTO DAS PRIMEIRAS DECLARAÇÕES - AUSÊNCIA DE CITAÇÃO VÁLIDA - APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS - IMPOSSIBILIDADE - RECURSO IMPROVIDO. 1.- Em se tratando de nulidade absoluta, não tem aplicação o principio da finalidade do ato processual. Artigos 154 e 244 do CPC. Ofensa não caracterizada. (STJ, AgRg no AREsp 5.936/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/04/2012, DJe 04/05/2012). ------------------- 2. A existência de irregularidades na intimação implica nulidade relativa, que deve ser suscitada na primeira oportunidade em que a parte prejudicada se manifestar nos autos, sob pena de preclusão. 3. O comparecimento do réu aos autos, que apresentou extemporaneamente as contas exigidas pelo juízo, demonstra que a intimação, realizada em nome do procurador, cumpriu sua finalidade de dar-lhe ciência acerca da determinação judicial. Deve incidir, por conseguinte, o princípio da instrumentalidade das formas, previsto no art. 244 do CPC. 4. Não é necessária a intimação pessoal da ré, na segunda fase do procedimento de prestação de contas, ante a ausência de amparo legal, devendo igualmente ser aceita a intimação de seu causídico, desde que devidamente representado no feito. (STJ, REsp 961.439/CE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 16/04/2009, DJe 27/04/2009). ------------------ O Código de Processo Civil (artigos 243 e 244) privilegia ao máximo a validade dos atos processuais, desde que os fins de justiça do processo e a finalidade do ato sejam alcançados (princípio da instrumentalidade das formas). Além disso, a declaração da nulidade dos atos processuais depende da demonstração da existência de prejuízo à parte interessada (pas de nullité sans grief). (STJ, REsp 1014705/MS, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/08/2010, DJe 14/09/2010). -------------------

PRECLUSÃO (PRINCÍPIO DA LEALDADE – GRECO) Art. 245. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Eventual vício existente na capacidade postulatória deve ser articulado e provado no devido tempo, isto é, na primeira oportunidade que a parte teve acesso aos autos (art. 245 do Código de Processo Civil). (STJ, AgRg no REsp 1260463/RS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe 14/06/2013). ---------------- Parágrafo único. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento. -------------- MINISTÉRIO PÚBLICO Art. 246. É nulo o processo, quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. Parágrafo único. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministério Público, o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado. ------------------ PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS CONTRA ESPÓLIO. HERDEIRO INCAPAZ. AUSÊNCIA DE INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM 1ª INSTÂNCIA. MANIFESTAÇÃO DA PROCURADORIA DE JUSTIÇA ARGÜINDO A NULIDADE DO PROCESSO. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. 1.- Segundo precedentes desta Corte, até mesmo nas causas em que a intervenção do Parquet é obrigatória em face a interesse de menor, é necessária a demonstração de prejuízo deste para que se reconheça a referida nulidade. (STJ, AgRg no REsp 1196311/DF, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/06/2012, DJe 29/06/2012). ------------------ PRINCÍPIO DA ECONOMIA Art. 248. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele

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dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes. -------------- PRINCÍPIO DA ECONOMIA Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados. PRINCÍPIO DO PREJUÍZO § 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte. -------------------- JULGAMENTO DO MÉRITO § 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta. Sendo possível dar-se ao processo seu devido rendimento, deve-se evitar a decretação da nulidade. (Medina, CPC). ---------------- PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO OU APROVEITAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais. Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte prejuízo à defesa. ------------------