aula 7 ucam 2014.1 - adm rh - o trabalho do conhecimento

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24/01/2014 1 AULA 7 – ADMINISTRAÇÃO DE RH. Tema: O Trabalho do Conhecimento e Trabalho Virtual – AS ONDAS DA VIRTUALIZAÇÃO. Prof. Angelo Peres O NOVO PARADIGMA NESTA ERA É...O TRABALHADOR DO CONHECIMENTO TEM LIBERDADE PARA FAZER SEU TRABALHO EM QUALQUER LUGAR E A QUALQUER HORA. Mas antes não era assim... Ou seja... A trajetória dos trabalhadores, e sua relação com o local de trabalho, muito têm sofrido mudanças e impactos. Nesta trajetória, e, mormente, no campo da virtualização virtualização , percebe-se 3 grandes ondas ondas . OS NOVOS MODELOS DE LOCAL DE TRABALHO, NA ERA DO CONHECIMENTO E DA VIRTUALIZAÇÃO.

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AULA 7 – ADMINISTRAÇÃO DE RH.

Tema: O Trabalho do Conhecimento e Trabalho Virtual – AS ONDAS DA VIRTUALIZAÇÃO.

Prof. Angelo Peres

O NOVO PARADIGMA NESTA ERA É...O TRABALHADOR DO

CONHECIMENTO TEM LIBERDADE PARA FAZER SEU

TRABALHO EM QUALQUER LUGAR E A QUALQUER HORA.

Mas antes não era assim... Ou seja...

A trajetória dos trabalhadores, e sua relação com o local de trabalho, muito têm sofrido

mudanças e impactos.

Nesta trajetória, e, mormente, no campo da virtualizaçãovirtualização,

percebe-se 3 grandes ondasondas.

OS NOVOS MODELOS DE LOCAL DE TRABALHO, NA ERA DO CONHECIMENTO E DA

VIRTUALIZAÇÃO.

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Trabalhar virtualmente, grosso modo, é estar conectado

eletronicamente ao mundo do trabalho (as grandes redes de

computadores).

Pode-se dizer que a primeira onda do trabalho virtualtrabalho virtual, se

caracterizava pelo trabalhador que desempenhava suas tarefas

em casa.

Estes freelancers virtuaisfreelancers virtuais eram caracterizados como os trabalhadores “sem amarras”, no início dos anos 80.

Eles trabalhavam fora do local de trabalho (forma clássica de trabalho) e

eram, em sua grande maioria,

fornecedores especializados de serviço.

A lista de atividades destes profissionais girava em torno de: design gráfico, redação de artigos,

tradução, transcrição, etc.

O que caracterizavam estes trabalhadores era: não dependiam da não dependiam da

colaboração em tempo real. colaboração em tempo real.

No fim, os dois lados ganhavam No fim, os dois lados ganhavam flexibilidadeflexibilidade.

Eram uma espécie de fornecedores de trabalho independente.

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Este modelo de negócio parece que era bom para os dois lados, pois estes autônomos

tinham a flexibilidade de horário.

E as empresas os contratavam a partir de uma demanda específica de trabalho.

Portanto, estes freelancers virtuais da primeira primeira ondaonda não tinham qualquer tipo de vínculo empregatício e/ou encargo extra para as

empresas.

Demanda de Trabalho.

Contrato de Trabalho por

Tarefa.

Flexibilidade das Relações Trabalhistas.

Freelancers Virtuais.

Liberdade Por Contribuir

Remotamente.

Sem Vínculo Formal de Trabalho*.

* Sem PCCS, Planos de Saúde, Previdência Privada, Equipamentos, Suporte Técnico, etc.

Ou seja, esta mudança trouxe para as empresas uma importante diminuição dos seus custos,

pois passaram a precisar menos de infraestrutura física e ganharam acesso a

talentos mais baratos.

Inclusive fora de sua região geográfica.

Fora isto, houve expansão do estoque de profissionais... O que veio a permitir que as

empresas fossem mais rígidas nos processos de RS de fornecedores de mão de obra virtual.

Em 1995, surge eBay (o mais popular shopping da internet).

A tecnologia continua evoluindo e o trabalho virtual também.

A reboque destas evoluções tecnológicas aprimora-se a infraestrutura de mercado, os

mecanismos de pagamento online e um sistema de governança seguro.

Evolução Tecnológica.

Melhora na Infraestrutura e

Sistemas de Pagamento

Online.

Sistema de Governança

Seguro.

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Como dito, a primeira onda trouxe avanços e retrocessos nas relações trabalhistas.

Um dos retrocessos foi a perda dos direitos perda dos direitos trabalhistas (perda do vínculo formal de trabalhistas (perda do vínculo formal de

trabalho mais benefícios sociais)trabalho mais benefícios sociais).

Outra prejuízo importante foi a perda do a perda do convívio com um grupo de trabalho permanente, convívio com um grupo de trabalho permanente, e, evidentemente, a supressão da sensação de e, evidentemente, a supressão da sensação de serem (fazerem) parte da missão e da visão da serem (fazerem) parte da missão e da visão da

empresa contratanteempresa contratante.

A empresa, parece-nos, também sentia falta deste engajamento por parte dos freelancers

virtuais.

Outra questão importante era a globalização a globalização econômica que exigia das empresas horários econômica que exigia das empresas horários

atípicos nas escalas de trabalhoatípicos nas escalas de trabalho.

Ou seja, exigia-se por força da globalização uma escala de trabalho estendida que permitisse a escala de trabalho estendida que permitisse a

continuidade das operações mesmo quando não continuidade das operações mesmo quando não desse para reunir as pessoas da forma desse para reunir as pessoas da forma

tradicionaltradicional.

Esta nova demanda/desafio fez surgir a segunda onda: estabeleceu a liberdade de se trabalhar

em qualquer lugar a qualquer hora. Só que desta vez não mais com freelancers, mas com funcionários da folha de pagamento das

empresas.

O desafio se colocava: engajar esta força de O desafio se colocava: engajar esta força de trabalho remota.trabalho remota.

Ainda, como os executivos iam lidar com estas Ainda, como os executivos iam lidar com estas novas formas de gestão e de avaliação de novas formas de gestão e de avaliação de

desempenho?desempenho?

Ainda, por força dos avanços tecnológicos, os talentos passaram a exigir de seus contratantes

o equilíbrio entre trabalho e a vida pessoal.

Demanda de Trabalho.

Contrato de Trabalho por

Tarefa.

Flexibilidade das Relações Trabalhistas.

Trabalhador da Sem Vínculo

Empregatício.

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Surge a Globalização da Economia.

Necessidade de Horários

Estendidos de Atendimento.

Trabalhador em Qualquer

Lugar e a Qualquer Hora.

Trabalhador da Empresa e Equilíbrio Vida Pessoal e

Profissional.

Em sua primeira fase (na Segunda Onda), algumas empresas permitiram que pequenos grupos trabalhassem em sistema de horário

flexível (de casa) e passou a monitorar e passou a monitorar atentamente seu envolvimento e produtividade.atentamente seu envolvimento e produtividade.

Inicialmente o resultado não foi nada satisfatório (em comparação com os trabalhadores

tradicionais). Com um agravante: aumento do turnover.

Em pouco tempo este quadro mudou.

O QUE FEZ TUDO MUDAR?

A tecnologia do trabalho remoto A tecnologia do trabalho remoto melhorou; a cultura organizacional se melhorou; a cultura organizacional se

adaptou a nova realidade; os sistemas de adaptou a nova realidade; os sistemas de comunicação foram aperfeiçoados comunicação foram aperfeiçoados

(correio de voz e e(correio de voz e e--mail); os sistemas de mail); os sistemas de colaboração tornaramcolaboração tornaram--se mais estáveis e se mais estáveis e seguros; e a gestão ficou mais adaptado seguros; e a gestão ficou mais adaptado

ao novo sistema administrativoao novo sistema administrativo.

Tecnologias do Trabalho Remoto

Melhoram.

A Cultura se Adapta às

Transformações.

A Comunicação É Aperfeiçoada e os

Sistema de Colaboração Idem.

A Gestão é Adaptada as

Novas Relações.

O QUE ESTAS TRANSFORMAÇÕES PERMITIRAM?

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Um número de gente altamente qualificada trabalhando “sem amarras”.

Fora isso, a infraestrutura das empresas perderam sua relevância ,e, estas foram

substituídas por tecnologias móveis mais inteligentes e pela computação “na nuven”.

A virtualização cresce e as empresas, porém, percebem que o salutar trabalho em equipe se perde um pouco. Ou seja, o trabalho virtual faz com que a colaboração fique menos natural.

No limite, a falta do contato face a face não propiciava a ideação (inovação e geração de

idéias) que os encontros fortuitos e as conversas de corredor propiciam.

Ainda, chegava-se ao momento das aposentadorias do pessoal do pós-guerra

(geração Y).

Isto fez com que as empresas temessem a perda do conhecimento tácito (ou que este nunca chegasse a ser transmitido) dessas

pessoas.

O trabalhador também estava sentindo parte desses efeitos: a perda do senso de a perda do senso de comunidade e a riqueza da colaboração. comunidade e a riqueza da colaboração.

Fonte: Deskmag.com. Visitado em março de 2013.

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A Terceira Onda é exatamente isto: dar ao trabalhador a sensação de estar

compartilhando um espaço.

Fonte: Deskmag.com. Visitado em março de 2013.

OS ESCRITÓRIOS COMPARTILHADOS.

Fonte: Deskmag.com. Visitado em março de 2013.

Assim, as empresas entram numa terceira fase de trabalho remoto: os escritórios os escritórios

compartilhados*.compartilhados*.

Estes locais são espaços de trabalho abertos e amplos.

São equipados com a última palavra em tecnologia e uma atmosfera criativa.

Busca-se nestes locais a dose certa de conforto e funcionalidade.

* coworking.Fonte: Deskmag.com. Visitado em março de 2013.

Fonte: Deskmag.com. Visitado em março de 2013.

Estes espaços, nas grandes empresas, geralmente, ficam próximos ao lar das pessoas.

É um espaço sem divisórias, pé direito alto e uma decoração simples que pode ser facilmente

reconfigurada (obedecendo ao conceito contemporâneo de flexibilidade).

Estes locais foram planejados para que os trabalhadores sentem onde quiserem e a hora

que quiserem.

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Porém, este novo modelo de escritório traz consigo o que as empresas perderam nas duas

primeiras ondas da virtualização: o convívio.

No fim das contas, estes novos espaços contrastam sobremaneira com os espaços

antigos (os escritórios tradicionais).

São lugares descolados, abertos e informais.

Fonte: Deskmag.com. Visitado em março de 2013.

Segundo estima-se, os investimentos nestes espaços se pagam na medida em que se tem o

envolvimento do trabalhador móvel e mais fonte nova de inovação.

Interação com as outras pessoas.

Horários de Trabalho Flexíveis.

Um Ambiente que Incentiva Descobertas

Fortuitas.

Os espaços compartilhados foram ideados para o trabalho do conhecimento.

São locais organizados em torno de áreas específicas de atuação, tais como:

programadores independentes de aplicativos de internet e games, escritores, empreendedores

sociais, etc.

No geral, tais locais ganham a cara da comunidade específica a que se refere. Fora que

pretende ser um celeiro de talentos, no qual técnicas, contatos e paixões são

compartilhados.

5 CONSELHOS PARA AS ORGANIZAÇÕES DO CONHECIMENTO.

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Qualquer esquema de trabalho, neste século, deve priorizar a colaboraçãodeve priorizar a colaboração.

A colaboração é a chave do sucesso para a inovação.

Respeitando esta premissa anterior, é possível tomar

decisões sobre a cultura e sobre as fontes de talento.

E que lideranças devo cultivar.

I.

Os escritórios do conhecimento devem ser devem ser projetados para permitir que haja alinhamento projetados para permitir que haja alinhamento

cultural, geração de idéias e camaradagemcultural, geração de idéias e camaradagem.

Deve-se investir em salas de trabalho mais flexíveis, comunitárias e

transparentes.

O redesenho dos escritórios do conhecimento servem, inclusive, para

as empresas repensarem os processos de trabalho e o desenho

organizacional.

O redesenho dos escritórios reformula a cultura organizacional.

II.

Os escritórios do conhecimento devem aprender devem aprender a refazer fluxos de trabalho para aproveitar os a refazer fluxos de trabalho para aproveitar os

talentos remotostalentos remotos.

O futuro é formar equipes com um propósito, e não com uma função ou

presas a um departamento.

A tecnologia nos permite trabalhar remotamente e em equipes

multiespecializadas.

III.

O caminho mais seguro para mais inovação e mais mais inovação e mais

eficiência é investir em eficiência é investir em tecnologias intuitivas de tecnologias intuitivas de

colaboraçãocolaboração.IV.

Os escritórios do conhecimento devem devem incentivar (e apoiar) preferências individuais de incentivar (e apoiar) preferências individuais de trabalho, e customize abordagens para envolver trabalho, e customize abordagens para envolver e motivar personalidades de trabalho diferentese motivar personalidades de trabalho diferentes.

O RH deverá buscar um equilíbrio entre as melhores práticas e arranjos

flexíveis.

Os anseios e as necessidades das pessoas variam ao longo da carreira.

V.capacidade de se adaptar (na vida e

ao longo dela) é vital.

Aula baseada no artigo A TERCEIRA ONDA DO

TRABALHO VIRTUAL, de Tammy Johns e Lynda Gratton.Fevereiro 2013, revista Harvard

Business Review Brasil.