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Aula 7 Kant e o criticismo

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Aula 7 Kant e o criticismo

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Quando soarem as três da tarde na

praça de Königsberg, é

certo que Immanuel Kant

(1724 – 1804) estará cruzando

por ali.

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O filósofo das críticas.Obras Principais (período crítico):• Prolegômenos a toda metafísica futura que

possa apresentar-se como ciência• Crítica da Razão Pura o que somos capazes

de conhecer? • Fundamentação da Metafísica dos Costumes• Crítica da Razão Prática quais devem ser os

princípios do agir?• Crítica da Faculdade de Julgar como é possível

o gosto?

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CRITICISMO se opõe ao

RACIONALISMO(Descartes, Leibniz, Wollf)

- A razão é capaz de conhecimentos para além da

experiência (Metafísica)Problema: Ignora o modo de funcionamento e os limites da

razão.

EMPIRISMO(Locke, Hume)

- Limita o conhecimento possível à experiência.

Problema: como construir leis necessárias sobre a natureza, como quer a física de Newton?

Uma nova tradição filosófica: criticismo.

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Não resta dúvida de que todo o nosso conhecimento começa pela experiência; efetivamente, que outra coisa poderia despertar e pôr em ação a nossa capacidade de conhecer senão os objetos que afetam os sentidos e que, por um lado, originam por si mesmos as representações e, por outro lado, põem em movimento a nossa faculdade intelectual e levam-na a compará-las, ligá-las ou separá-las, transformando assim a matéria bruta das impressões sensíveis num conhecimento que se denomina experiência? Assim, na ordem do tempo, nenhum conhecimento precede em nós a experiência e é com esta que todo o conhecimento tem o seu início. Se, porém, todo o conhecimento se inicia com a experiência, isso não prova que todo ele derive da experiência. Pois bem poderia o nosso próprio conhecimento por experiência ser um composto do que recebemos através das impressões sensíveis e daquilo que a nossa própria capacidade de conhecer (apenas posta em ação por impressões sensíveis) produz por si mesma [...].

KANT, I. Crítica da Razão Pura. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. Introdução, seção I.

A Crítica da Razão Pura

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O que Kant se pergunta?

Alguma área do conhecimento é capaz de alcançar conhecimentos seguros?• Física• Matemática • Lógica

Há, contudo, certas questões que nos são inevitáveis:• Há um Deus?• Existe uma alma imortal?• O que é a liberdade?

É possível responder a estas

questões com segurança?

O que posso saber? Quais os limites da razão?

Ela é capaz de fornecer estas respostas?

Em outros termos...É possível algum encontrar um caminho seguro para a

metafísica, ou seja, para os conhecimentos que estão para além da experiência?

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RAZÃO

Para tanto é necessário uma Crítica da Razão Pura

Quem critica? A RazãoQuem é criticado? A razão

Por que Razão Pura?

Conhecimento PuroAquele que não vem

da experiência

Conhecimento Empírico

Aquele que vem da experiência

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Uma revolução copernicana

Modelo heliocêntrico(Copérnico)

Modelo geocêntrico (Ptolomeu)

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O que diz o autor?Até hoje admitia-se que o nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para descobrir algo a priori, mediante conceitos, algo que ampliasse o nosso conhecimento, malogravam-se com este pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento, o que assim já concorda melhor com o que desejamos, a saber, a possibilidade de um conhecimento a priori desses objetos, que estabeleça algo sobre eles antes de nos serem dados.

KANT, I. Crítica da Razão Pura. B XVI. Lisboa: Calouste Gulbenkian, p. 20. p. 20.

Kant desloca o sujeito do conhecimento:• Não é a razão que se regula pelos objetos, mas os objetos que

se regulam pela razão.• Os objetos de conhecimento dão o conteúdo do

conhecimento.• A razão dá a forma do conhecimento.• Logo, o que conhecemos é produto do que nossa razão faz A

razão possui uma estrutura que é imposta aos objetos de conhecimento.

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Possuímos dois tipos de conhecimento:• Conhecimento puro: é aquele que não depende da

experiência, e deve ser universal e necessário, ou seja, a priori.

Ex: o espaço, os juízos da matemática

• Conhecimento empírico: é aquele que vem da experiência e depende dela, sendo a posteriori.

Estabelecemos esses conhecimentos através de juízos, os quais podem ser:• Juízos analíticos: quando expressamos algo que

necessariamente faz parte do objeto.Ex: todos os corpos ocupam um lugar no espaço

• Juízos sintéticos: aqueles que ligam noções que não tem uma conexão necessária.

Ex: Há corpos que são pesados.

Como conhecemos e o que podemos conhecer

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Os juízos sintéticos a priori são aqueles que constroem conhecimentos.• 5 + 7 = 12• A linha reta é o espaço mais curto entre dois

pontos.

A pergunta da crítica: são possíveis os juízos sintéticos a priori na

metafísica?

Kant dirá que não.• Os objetos da metafísica podem ser

pensados, mas não conhecidos.• Somos apenas capazes de conhecer

fenômenos, e não as coisas em si.